Huawei |China pede ao Canadá para travar extradição de Meng Wanzhou

[dropcap]A[/dropcap] China pediu sábado ao Canadá para impedir a extradição para os Estados Unidos da directora financeira da gigante tecnológica chinesa Huawei, Meng Wanzhou, detida no Canadá a pedido de Washington no dia 1 de Dezembro.

“O abuso por parte dos Estados Unidos e do Canadá das regras de extradição é uma violação séria dos direitos legítimos de um cidadão chinês”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang.

Na sexta-feira, o Departamento de Justiça do Canadá emitiu uma autorização para dar início ao processo de extradição de Meng, filha do fundador da Huawei, que foi detida pelas autoridades do Canadá a pedido dos Estados Unidos quando fez escala em Vancouver a caminho do México, numa medida que causou uma crise diplomática entre Otava e Pequim.

“Este é um evento político sério. Mais uma vez apelamos aos Estados Unidos que retirem imediatamente o mandado de detenção e o pedido de extradição”, sublinhou o responsável chinês.

É esperado que Meng, que está actualmente em liberdade sob fiança e proibida de deixar a sua casa em Vancouver, no oeste do Canadá, compareça, no dia 6 de Março, perante a Supremo Tribunal da província de British Columbia para iniciar o processo de extradição.

4 Mar 2019

Lisboa | Emissão de dívida pública portuguesa em renmenbi “mutuamente benéfica”

[dropcap]A[/dropcap] China espera que se concretize “de forma satisfatória” a emissão de dívida pública portuguesa em moeda chinesa, que vê como uma “cooperação mutuamente benéfica”, disse à Lusa o embaixador de Pequim em Lisboa, Cai Run.

O diplomata considerou que será “mais uma fonte de financiamento” para Portugal e que, “para a parte chinesa” significará “popularidade” e um contributo para o país “ser bem acolhido pela comunidade internacional”.

“Esperamos que possa andar de forma satisfatória. É também uma cooperação mutuamente benéfica”, disse Cai Run, em resposta a questões da Lusa a propósito dos 40 anos de relações diplomáticas entre Portugal e a República Popular da China e da visita do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, a Pequim, em Abril.

Cai Run sublinhou que se a emissão de dívida portuguesa no mercado chinês “se concretizar em breve”, Portugal “será o primeiro país da zona euro a emitir dívida pública em renmenbi” (ou yuan, a moeda da China).

Em Outubro passado, Portugal e a China, através da Caixa Geral de Depósitos e do Banco da China, assinaram um acordo prevendo a emissão de dívida pública portuguesa em renmenbi, um dos 17 acordos bilaterais formalizados durante a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal.

Portugal tem desde 2017 autorização do banco central da China para fazer uma emissão de dívida no mercado chinês.

Cai Run considerou que “a cooperação financeira é importante” dentro da “cooperação bilateral” sino-portuguesa, destacando os investimentos chineses dos últimos anos na área da banca.

Segundo o embaixador, no total, o investimento chinês em Portugal supera os 9.000 milhões de euros “desde o final de 2011, início de 2012”, e tem havido “um aumento estável, ao mesmo tempo, do investimento português na China”.

A alastrar

Portugal é hoje o quinto maior destino de investimento chinês no estrangeiro e é, para a China, um parceiro para investimentos noutros países europeus e nos restantes países de língua portuguesa, afirmou.

“Está a tornar-se numa cooperação trilateral ou multilateral”, disse, acrescentando que a China tem a expectativa de que se estenda a mais países africanos e da América Latina.

O embaixador considerou que todos estes investimentos são “transparentes” e “respeitam as regras locais”, nomeadamente a “legislação e políticas” portuguesas e chinesas e os “regulamentos relevantes da União Europeia” de outros países.

Para o diplomata, “é necessário reforçar” esta “cooperação mutuamente benéfica” entre Portugal e a China, prevendo que os investimentos se estendam a outros sectores, como o turismo ou a tecnologia.

Em relação aos investimentos portugueses, destacou, como exemplo, as potencialidades da venda dos “produtos agroalimentares de qualidade” de Portugal no mercado chinês ou a área da banca.

“Queremos mais empresas portuguesas a investir na China”, reforçou, sublinhando a necessidade de haver “dois pés” na “cooperação bilateral” para haver um “futuro promissor e mais sustentável”.

O embaixador lembrou que o investimento chinês arrancou numa fase “economicamente difícil” para Portugal e considerou que ajudou o país “a sair da crise”. Já as empresas chinesas, “tiveram boas oportunidades de desenvolvimento”.

4 Mar 2019

Hanói | Diferendos sobre as sanções ditam falhanço de cimeira Trump – Kim

O segundo encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un acabou sem acordo e mais cedo do que o previsto. Divergências sobre as sanções e a desnuclearização acabaram por impedir um desfecho positivo nas negociações entre os dois países

[dropcap]A[/dropcap]cimeira entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano terminou sem acordo devido ao impasse sobre as sanções e as reticências de Kim Jong-un em abdicar totalmente do programa nuclear.

“Existe ainda uma lacuna” entre o desejo de ambas as partes e, por isso, “temos que manter as sanções”, afirmou Donald Trump, numa conferência de imprensa, após a cimeira em Hanói ter terminado sem um acordo.

“Eles queriam que as sanções fossem levantadas na totalidade e nós não podemos fazer isso”, detalhou Trump, acrescentando que prefere “assinar um bom acordo do que fazê-lo ‘a correr’”.

Trump deixou a capital vietnamita depois de a cimeira terminar mais cedo do que o previsto.

“Às vezes tens que te levantar e ir embora e, desta vez, foi isso que aconteceu”, disse.

O Presidente dos EUA revelou que Kim se ofereceu para desmantelar algumas partes da sua infraestrutura nuclear, incluindo o complexo nuclear de Yongbyon, mas que não estava preparado para abdicar de outras partes do programa, incluindo as fábricas para produção de urânio.

“Eles estavam dispostos a desmantelar parte das áreas, mas não podíamos desistir de todas as sanções”, afirmou.

Trump disse ainda que não há planos para uma terceira cimeira, mas que Kim lhe garantiu que a Coreia do Norte não vai realizar testes nucleares e com mísseis balísticos.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse, no entanto, que “estão hoje mais próximos de um acordo do que há 36 horas”.

Em comunicado, a secretária de Imprensa da Casa Branca afirmou que os “dois líderes discutiram várias formas de avançar na desnuclearização e questões económicas”, mas que “nenhum acordo foi alcançado desta vez” e que as delegações esperam voltar a reunir no futuro”.

Sedução em saco roto

Num encontro com os jornalistas antes das negociações arrancarem, Trump baixou as expectativas, afirmando que não “tem pressa” para que se chegue a um acordo.

Kim Jong-un afirmou que, “se não estivesse disposto” à desnuclearização, não estaria em Hanói.

A Coreia do Norte sofreu já décadas de isolamento e pobreza extrema, incluindo períodos de fome que causaram milhões de mortos, mas não abdicou de desenvolver um programa nuclear como garantia de sobrevivência do regime.

Trump tentou seduzir, em Hanói, o regime norte-coreano com boas perspectivas económicas caso aceite a desnuclearização e se insira na comunidade internacional.

A Coreia do Norte e o Vietname partilham décadas de amizade e, em teoria, continuam a ser aliados ideológicos, mas as reformas económicas e a integração na comunidade internacional lançados por Hanói impulsionaram o desenvolvimento económico do país.

Lamentos de Seul

A Presidência sul-coreana lamentou ontem que a cimeira entre os líderes dos EUA e da Coreia do Norte tenha terminado sem acordo, mas mostrou-se optimista na continuação das negociações, considerando que houve progressos significativos em Hanói. “É lamentável que o Presidente Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, não tenham chegado a um acordo global na sua cimeira de hoje [ontem]”, disse em comunicado o porta-voz da Casa Azuk, sede da Presidência sul-coreana. No entanto, Kim Eui-kyeom disse parecer “claro que foram alcançados muitos progressos, mais do que em qualquer outro momento no passado”. No mesmo comunicado, a Presidência considera que o facto de Trump admitir a possibilidade de aliviar as sanções em troca de passos no sentido do desarmamento nuclear da Coreia do Norte mostra que as negociações entre os dois países entraram num “nível elevado”. Seul espera por isso que Washington e Pyongyang possam continuar a manter um “diálogo activo”.

 

1 Mar 2019

Cimeira | Pequim espera que Trump e Kim se encontrem “a meio do caminho”

[dropcap]A[/dropcap]China afirmou ontem que os EUA e a Coreia do Norte devem “encontrar-se a meio do caminho” depois de a cimeira em Hanói ter terminado sem acordo. O porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Lu Kang afirmou em conferência de imprensa que a situação na península coreana experimentou uma “reviravolta” significativa no ano passado, um “resultado conquistado com muitas dificuldades”. Lu enalteceu o regresso dos EUA e da Coreia do Norte a um caminho rumo ao acordo político, que considerou ser a “única saída”. Na conferência de imprensa após a cimeira, Donald Trump considerou o Presidente chinês, Xi Jinping, como um “líder altamente respeitado em todo o mundo” e afirmou que este foi “muito cooperativo” na questão norte-coreana. Trump lembrou que a China é altamente influente devido ao alto volume de negócios com a Coreia do Norte. Pequim é o maior parceiro comercial e principal aliado diplomático de Pyongyang.

1 Mar 2019

Venezuela| Rússia e China rejeitam qualquer acção militar

Os dois principais aliados de Nicolas Maduro expressaram esta semana o seu repúdio contra qualquer ingerência externa na Venezuela e deixam o aviso de que uma acção militar no país seria interpretada como um “acto de agressão contra um Estado soberano e uma ameaça à paz e à segurança internacional”

[dropcap]A[/dropcap]Rússia e a China opuseram-se esta quarta-feira a qualquer acção militar contra a Venezuela, numa altura em que os Estados Unidos querem avançar com uma resolução no Conselho de Segurança da ONU sobre a crise venezuelana.

Em Wuzhen (leste da China), o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, afirmou que Moscovo, um aliado do Presidente venezuelano contestado Nicolás Maduro, está a trabalhar com todos os países que encaram com preocupação o cenário de uma eventual interferência militar na Venezuela.

Nas mesmas declarações, Lavrov, que se encontrou em Wuzhen com os seus homólogos chinês e indiano, denunciou as tentativas “descaradas” de criar “pretextos artificiais” para uma intervenção militar, como, por exemplo, o argumento de uma operação humanitária.

A administração norte-americana liderada pelo Presidente Donald Trump, que contesta Nicolás Maduro e reconhece o opositor Juan Guaidó como Presidente interino venezuelano, já afirmou que não descarta nenhuma opção, inclusive militar, para lidar com a crise venezuelana.

E o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, já chegou a declarar que “os dias de Maduro estão contados”.

Washington pretende avançar esta semana com a votação de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU sobre os últimos acontecimentos na Venezuela e focada na autorização para a entrada da ajuda humanitária naquele país.

É previsível que a Rússia, que como os Estados Unidos e a China é membro permanente do Conselho de Segurança e tem a capacidade de vetar a resolução, rejeite o texto norte-americano.

“Não é por acaso que as autoridades do Brasil, por exemplo, já declararam que não vão participar ou disponibilizar o seu território aos norte-americanos para uma agressão contra a Venezuela”, referiu ainda Lavrov.

 

Palavras ditas

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo também destacou que “nenhum” país latino-americano, incluindo o Grupo de Lima (13 países latino-americanos e o Canadá), expressou publicamente o apoio a uma intervenção militar.

“Acho que os Estados Unidos deveriam ouvir os países da região”, concluiu Lavrov.

As palavras de Lavrov surgem no mesmo dia em que o Senado russo (câmara alta do parlamento) advertiu, numa declaração, que uma intervenção militar na Venezuela seria interpretada como um “acto de agressão contra um Estado soberano e uma ameaça à paz e à segurança internacional”.

O Senado russo também apelou à comunidade internacional e a várias organizações, como a ONU ou o Parlamento Europeu, para apoiarem um diálogo, um processo político pacífico na Venezuela e para evitarem “qualquer tentativa de ingerência externa”.

Já a China, país que é tradicionalmente favorável a uma política externa fundamentada na não-ingerência, frisou que a actual crise política que abala a Venezuela é um assunto interno.

“A questão venezuelana é por natureza um problema interno da Venezuela”, afirmou o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, no seguimento das declarações do seu homólogo russo sobre uma eventual intervenção militar estrangeira.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês também pediu respeito pelas “princípios básicos das relações internacionais” e pela “soberania” dos Estados.

Até à data, cerca de 50 países já reconheceram o presidente da Assembleia Nacional (parlamento), Juan Guaidó (que se autoproclamou em Janeiro), como Presidente interino da Venezuela.

Já Maduro conta com o apoio da Rússia e da China. As autoridades chinesas temem que um regime liderado pela oposição venezuelana não pague os milhões de dólares emprestados por Pequim a Caracas.

 

1 Mar 2019

Diplomacia | Ministros da China e Rússia estreitam laços

[dropcap]O[/dropcap] conselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, prometeram esta terça-feira fortalecer a comunicação estratégica e promover a cooperação dentro da reunião de chanceleres da China, Rússia e Índia.

Os ministros anunciaram o reforço das relações na preparação da reunião trilateral dos chanceleres dos três países em Wuzhen, na Província de Zhejiang, leste da China, informa o Diário do Povo.

Ao indicar que este ano marca o 70º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e a Rússia, Wang disse que os dois países devem aprofundar mais a comunicação estratégica e fazer novas contribuições para a paz e o desenvolvimento do mundo.

É de grande importância para China, Rússia e Índia fortalecer a comunicação, coordenar as posições e aprofundar a cooperação em prol da região e do mundo, disse Wang.

A China deseja trabalhar com a Rússia e a Índia unindo forças para alcançar resultados substanciais na reunião dos chanceleres, acrescentou.

Ecoando as observações de Wang, Lavrov disse que é necessário que a Rússia e a China salvaguardem conjuntamente as normas básicas do multilateralismo e das relações internacionais.

Rich Global |Jack Ma em 22º na lista dos mais ricos do mundo

Jack Ma, fundador da gigante chinesa de comércio electrónico Alibaba Group, esteve em destaque na última edição da lista Rich Global da Hurun para 2019. Com um património líquido de 39 mil milhões de dólares americanos, Ma Yun, de 55 anos, e sua família ficaram em 22º lugar na lista, subindo quatro posições. Ma Huateng, presidente e CEO da Tencent, com um património líquido de 38 mil milhões de dólares americanos, ficou em 24º lugar e tornou-se o segundo chinês mais rico da lista deste ano. O presidente do Evergrande Group, Xu Jiayin, tornou-se o terceiro chinês mais rico com um património líquido de 37 mil milhões de dólares americanos, ficando em 26º lugar no Palácio Loong · Hurun Global Rich List 2019, um ranking mundial de bilionários avaliado em dólares.

28 Fev 2019

Espaço |Criação de central de energia solar em estudo

[dropcap]A[/dropcap] China está a estudar a viabilidade da criação de uma central de energia solar no espaço, com o objectivo de reduzir as emissões de gases estufa na Terra e reduzir a escassez de energia, noticiou ontem o jornal China Daily.

De acordo com a publicação, investigadores da Universidade de Chongqing, da Universidade Xidian e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial estão a pensar construir um protótipo para a transmissão de ondas de energia solar.

Xie Gengxin, um dos investigadores, citado pelo jornal, disse que o protótipo da central será localizado em Chongqing e que o principal foco da investigação vai incidir na distância da entrega da energia.

“Planeamos lançar quatro a seis balões [agarrados ao protótipo] a uma altitude de mil metros”, disse o investigador.

Se estes primeiros testes forem bem-sucedidos, o próximo passo, de acordo com Xie, será enviar balões para a estratosfera para prosseguir com a investigação a uma distância maior.

No início do ano a China tornou-se no primeiro país a pousar uma sonda no lado mais afastado da Lua.

O objectivo é testar o crescimento de plantas e captar sinais de radiofrequência, normalmente bloqueados pela atmosfera terrestre.

A missão ilustra ainda a crescente ambição de Pequim no espaço, símbolo do progresso do país.

Este ano, Pequim planeia ainda iniciar a construção de uma estação espacial com presença permanente de tripulantes e, no próximo ano, enviar um veículo de exploração a Marte.

28 Fev 2019

Índia anuncia que também abateu um avião paquistanês

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Índia anunciou ontem que derrubou um avião paquistanês durante um confronto aéreo em que um dos seus aviões foi abatido pelo Paquistão.

No dia posterior a uma operação apresentada por Nova Deli como um “ataque preventivo” contra um campo de treino no Paquistão, a força aérea paquistanesa “visou instalações militares” na Caxemira indiana, declarou Raveesh Kumar, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Índia numa conferência de imprensa.

Kumar referiu que as “tentativas do Paquistão fracassaram”.

No confronto, segundo o porta-voz, “um avião de combate da força aérea do Paquistão foi abatido por um Mig-21 Bison da força aérea da Índia”.

“O avião paquistanês foi visto por tropas de terra a cair no lado paquistanês. Neste confronto, infelizmente, perdemos um MiG-21. O piloto desse caça desapareceu em combate. O Paquistão afirma que o tem detido”, afirmou, acrescentando que esta última informação estava a ser verificada.

O exército indiano assegurou, na terça-feira, ter liderado um ataque contra um campo de treino no Paquistão do grupo islâmico Jaish-e-Mohammed (JEM), muito activo na luta armada contra a Nova Deli, no Vale do Srinagar, dizendo ter matado “um grande número” de combatentes.

Islamabad denunciou imediatamente essa “agressão prematura” e prometeu responder aos ataques.

 

Ao ataque

Na manhã de ontem, o Paquistão anunciou que havia realizado “ataques” à Caxemira contra alvos “não militares”. O exército paquistanês alegou ter derrubado dois aviões indianos no seu espaço aéreo e ter detido um piloto indiano.

Um dos aviões teria caído na Caxemira indiana e o outro na Caxemira paquistanesa”, indicou o general Asif Ghafoor, na rede social twitter.

Uma rebelião separatista mortífera destabiliza a Caxemira indiana desde 1989.

A Índia acusa o Paquistão de apoiar de forma dissimulada as infiltrações na sua parte do território e a própria revolta armada, o que Islamabad sempre negou.

Na terça-feira, pelo menos seis pessoas foram mortas durante confrontos entre militares indianos e paquistaneses, perto da linha de demarcação das partes da Caxemira sob controlo da Índia e do Paquistão, no setor controlado por este, em Nakyal, de acordo com as autoridades paquistanesas.

28 Fev 2019

Trump nega que esteja disposto a ceder perante Pyongyang

O Presidente norte-americano promete ajudar Kim Jong-um a transformar a Coreia do Norte numa potência económica mundial e desmente ter feito cedências a Pyongyang antes de se dar início ao processo de desnuclearização

 

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem serem “falsas” as informações de que estaria disposto a fazer cedências ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, antes de este adoptar medidas concretas para a desnuclearização.

“São tudo informações falsas sobre as minhas intenções em relação à Coreia do Norte. Kim Jong-un e eu vamos esforçar-nos para definir algo sobre a desnuclearização e, em seguida, transformar a Coreia do Norte numa potência económica”, disse.

Trump tem seduzido o regime norte-coreano com boas perspectivas económicas caso aceite a desnuclearização e se insira na comunidade internacional.

A organização da cimeira no Vietname, outrora devastado por bombas norte-americanas, mas que é agora um importante parceiro económico e aliado de Defesa dos EUA, visa precisamente encorajar Kim a replicar aquele processo.

“Vamos ver o que acontece, mas ele quer fazer algo grandioso”, disse ontem o Presidente norte-americano ao primeiro-ministro do Vietname.

“Olhando para o que vocês fizeram, em tão pouco tempo, ele poderá fazê-lo muito rapidamente – transformar a Coreia do Norte numa grande potência económica”, disse.

No centro de imprensa em Hanói, o vice-ministro vietnamita dos Negócios Estrangeiros Le Hoai Trung disse aos jornalistas que Hanói “está disposto a trocar experiências com qualquer país que queira fazê-lo”.

“O Vietname fez reformas profundas nos últimos trinta anos visando converter-se num Estado moderno”, lembrou.

“Cada país tem as suas próprias circunstâncias e as decisões cabem aos seus líderes, mas o processo de integração na comunidade internacional é um processo de benefícios mútuos”, notou.

Kim Jong-un permaneceu no hotel enquanto outros quadros de Pyongyang visitaram a pitoresca baía de Halong e uma zona industrial próxima.

Uma televisão sul-coreana difundiu imagens de funcionários sul-coreanos, incluindo de Ri Su Yong, o vice-presidente do comité central do Partido dos Trabalhadores, num cruzeiro na baía e em visitas a fábricas, na cidade portuária de Hai Phong.

O grupo incluiu O Su Yong, director dos Assuntos Económicos do Partido dos Trabalhadores.

Especialistas consideram que a inclusão de O Su Yong na delegação indica que Kim espera voltar para casa com um alívio parcial das sanções, impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, devido ao programa nuclear do país.

 

Troca de interesses

A cimeira arrancou ontem com um encontro privado entre Trump e Kim e um jantar entre as duas delegações.

O líder norte-americano é acompanhado pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, e pelo chefe de gabinete da Casa Branca, Mick Mulvaney.

Kim estará com Kim Yong Chol, negociador-chave nas negociações com os EUA, e Ri Yong Ho, ministro dos Negócios Estrangeiros.

Estarão ainda presentes intérpretes de ambas as delegações.

Mas entre os especialistas há a crescente preocupação de que Trump faça cedências a Kim em troco de pouco.

Uma declaração de paz na Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com um armistício, poderia implicar uma redução das tropas norte-americanas na Coreia do Sul, enquanto o alívio das sanções poderia permitir a Pyongyang reiniciar os lucrativos projetos económicos com a Coreia do Sul.

Cépticos quanto às promessas do regime norte-coreano insistem que Trump deve primeiro obter progressos reais na questão da desnuclearização antes de fazer cedências.

Os líderes reuniram-se pela primeira vez em Junho passado, em Singapura.

A histórica cimeira terminou, no entanto, sem nenhum compromisso da Coreia do Norte no sentido de abandonar o seu arsenal nuclear.

A Coreia do Norte sofreu já décadas de isolamento e pobreza extrema, incluindo períodos de fome que causaram milhões de mortos, mas não abdicou de desenvolver um programa nuclear como garantia de sobrevivência do regime.

Um tratado de paz que pusesse fim à Guerra da Coreia permitiria a Trump fazer História e encaixaria na sua oposição a “guerras eternas” dispendiosas para os EUA.

Mas isso poderá implicar a retirada dos 28.500 soldados norte-americanos estacionados na Coreia do Sul, antes de Pyongyang se comprometer com medidas concretas para a desnuclearização.

28 Fev 2019

Cimeira | China pede à Coreia do Norte e aos EUA que “se encontrem a meio do caminho”

[dropcap]A[/dropcap] China pediu ontem à Coreia do Norte e aos Estados Unidos que “se encontrem a meio do caminho” na cimeira desta semana entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un e o Presidente dos EUA, Donald Trump.

Segundo a agência de notícias Associated Press, o porta-voz da diplomacia chinesa, Lu Kang, indicou que a China espera que as conversações entre os dois líderes alcancem a desnuclearização e a paz e estabilidade duradouras na península coreana e no nordeste da Ásia.

Lu Kang explicou que, para atingirem esses objetivos, a Coreia do Norte e os EUA devem compreender completamente as preocupações legítimas de cada um e “encontrarem-se a meio do caminho”.

“Preocupações legítimas” é uma referência ao apelo da Coreia do Norte por garantias de segurança dos Estados Unidos.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês referiu que a China acredita que a situação está a “desenvolver-se na direcção” esperada por Pequim, que incentivará ambos os lados a trabalhar em direcção a um acordo.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, reúnem-se esta quarta e quinta-feira, em Hanói, capital do Vietname.

Donald Trump e Kim Jong-Un encontraram-se pela primeira vez em Junho de 2018, em Singapura, numa cimeira que serviu para os dois líderes anunciarem o início de uma nova fase de relações diplomáticas e para o Presidente norte-coreano se comprometer a suspender os programas nucleares.

27 Fev 2019

Conflito | Índia confirma ataque aéreo na Caxemira paquistanesa

[dropcap]A[/dropcap]utoridades indianas confirmaram ter lançado ontem um ataque aéreo na Caxemira paquistanesa e matado “um grande número” de militantes do grupo islâmico JeM, em resposta ao atentado-suicida, na semana passada, que abateu 42 pessoas na Caxemira indiana.

O secretário do Exterior, Vijay Gokhale, afirmou que a Índia atingiu “o maior campo de treinos” do JeM na região de Balakot, confirmando assim a escalada de tensão entre os dois países vizinhos

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, recebeu ontem de manhã o Comité do Gabinete de Segurança e à saída da reunião o ministro de Recursos Humanos, Prakash Javadekar, declarou que “este foi um passo necessário da Força Aérea e que todo o país apoia as forças armadas”.

Horas antes, o Exército do Paquistão já tinha afirmado que caças indianos entraram no território paquistanês e lançaram explosivos, sem causar vítimas mortais, “depois de uma resposta eficaz da Força Aérea do Paquistão”, combatentes indianos lançaram explosivos e fugiram, escreveu o porta-voz do Exército, Asif Ghafoor, no Twitter.

Na mesma publicação, o porta-voz partilhou fotografias que mostram uma cratera e restos do que aparenta ser uma bomba.

Segundo Asif Ghafoor, não foram registadas quaisquer vítimas nem danos, durante a operação indiana na área de Balakot, na província de Khyber Pakhtunkhwa, um território fora da região disputada da Caxemira.

Rebelião em curso

Na semana passada, 42 pessoas morreram num atentado suicida que ocorreu na Caxemira indiana, tornando-se o mais mortífero ataque desde 2002.

Reivindicado pelo grupo islâmico JeM, o atentado-suicida foi perpetrado com uma carrinha carregada de explosivos detonada perto de uma coluna de 78 veículos transportando cerca de 2.500 membros da Central Reserve Police Force (CRPF), uma força paramilitar.

A região de Caxemira é reivindicada tanto pela Índia como pelo Paquistão desde o fim da colonização britânica, em 1947.

O total das forças indianas na parte controlada por Nova Deli é estimado em cerca de 500.000 efectivos.

Uma rebelião separatista mortífera destabiliza a Caxemira indiana desde 1989.

A Índia acusa o Paquistão de apoiar de forma dissimulada as infiltrações na sua parte do território e a própria revolta armada, o que Islamabad sempre negou.

China pede contenção

A China pediu ontem ao seu aliado Paquistão e à Índia que demonstrem moderação, após o bombardeamento de Nova Deli a um “campo de treino” islâmico num território controlado por Islamabad. “Esperamos que a Índia e o Paquistão tenham contenção e ajam de maneira a estabilizar a situação na região e melhorem as suas relações, e não o contrário”, disse à imprensa o porta-voz da diplomacia chinesa, Lu Kang. Para Pequim, “a luta contra o terrorismo é uma questão global e um desafio global que requer a cooperação de diferentes Estados”. “Condições favoráveis devem estar em vigor para fomentar a cooperação internacional”, disse Lu. A China é o principal aliado do Paquistão e tem uma relação difícil com a Índia. Os exércitos dos dois países viveram um período de tensões no Verão de 2017, nos Himalaias.

27 Fev 2019

Saúde | Taxas de vacinação continuam em alta

[dropcap]A[/dropcap] China manteve uma alta taxa de vacinação, acima de 90 por cento, através do programa de imunidade implementado, informou na segunda-feira Gao Fu, do Centro Chinês para o Controlo e a Prevenção de Doenças (CCCPD), em conferência de imprensa. O programa de imunidade chinês requer vacinações contra doenças como a hepatite B, poliomielite e sarampo infantile, entre outras. De acordo com Gao as vacinas do país são seguras e efectivas. O responsável disse ainda que uma equipa de trabalho foi estabelecida para analisar os programas relacionados com as vacinas expostas durante os últimos anos para garantir soluções efectivas. Gao pediu mais medidas proactivas de prevenção e controlo, incluindo taxas mais altas de inoculação, contra a gripe.

27 Fev 2019

Economia | Comissão Reguladora diz que dívida está controloda

[dropcap]A[/dropcap] China cumpriu o seu objectivo de redução dos níveis da dívida mas vai continuar a reprimir financiamentos de risco para diminuir os perigos no sistema financeiro, disse esta segunda-feira o regulador bancário e de seguros chinês, pedindo aos bancos que aumentem os empréstimos às pequenas e médias empresas.

As preocupações sobre a dívida estão aumentar de novo enquanto Pequim amplia o apoio à economia em desaceleração. Os novos empréstimos bancários atingiram um valor recorde em Janeiro.

Embora as autoridades tenham prometido repetidamente não voltar a recorrer a grandes gastos, como aconteceu durante a crise financeira global, analistas dizem ser vital para as autoridades reanimar o fraco crescimento do crédito para evitar uma desaceleração mais acentuada.

“Após dois anos de trabalho, vários problemas financeiros foram efectivamente contidos”, disse em entrevista à imprensa Wang Zhaoxing, vice-presidente da Comissão Reguladora Bancária e de Seguros.

A China nunca apresentou uma meta específica para sua campanha de contenção do risco e não divulga estatísticas abrangentes sobre a carga da dívida.

27 Fev 2019

Comércio |Trump confirma cimeira com Xi Jinping para assinar acordo

A guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais pode estar perto do fim, após os avanços nas negociações do fim-de-semana e o anúncio do Presidente norte-americano de que o próximo encontro com Xi Jinping será para assinar um acordo comercial

[dropcap]O[/dropcap] Presidente norte-americano, Donald Trump, disse ontem que o próximo encontro com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, sobre a actual guerra comercial entre Washington e Pequim será uma cimeira “para assinar” um acordo.

“Vamos ter uma cimeira para assinar (…). Esperamos que aconteça. Estamos muito, muito próximos de um acordo”, declarou o chefe de Estado norte-americano, citado pelas agências internacionais.

No domingo, após seis dias de negociações entre representantes das duas principais potências económicas mundiais, Trump indicou que tinham sido alcançados “progressos significativos” durante as conversações.

Na mesma ocasião, o Presidente norte-americano anunciou o adiamento ‘sine die’ da data limite para o aumento das taxas sobre as importações chinesas.

Washington e Pequim aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um e, caso não houvesse um acordo até ao fim do período de trégua negociado entre os dois países (de 90 dias), que terminava a 1 de Março, Trump tinha ameaçado aumentar ainda mais as taxas sobre importações oriundas da China.

Ainda no domingo, Trump mencionou a hipótese de encontrar-se com Xi Jinping na sua casa na Florida para finalizar um acordo.

Trump exige que a China ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas, à medida que a liderança chinesa tenta transformar as firmas do país em importantes actores em actividades de alto valor agregado, como inteligência artificial ou robótica, ameaçando o domínio norte-americano naquelas áreas.

Washington quer também mais acesso ao mercado, melhor proteção da propriedade intelectual e o fim da ciberespionagem sobre segredos comerciais de empresas norte-americanas.

China vai comprar mais 10 milhões de toneladas de soja aos EUA

O secretário de agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, disse, no fim-de-semana que a China se comprometeu a comprar dez milhões de toneladas adicionais de soja dos Estados Unidos. Sonny Perdue divulgou a informação através da sua conta no Twitter, acrescentando que o compromisso foi assumido numa reunião realizada na Casa Branca. “A estratégia está a funcionar. Demonstração de boa fé dos chineses e indicações de que mais boas notícias estão para vir”, disse o chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O comércio agrícola é parte de uma ampla negociação que envolve questões como a propriedade intelectual e a tecnologia de ponta

27 Fev 2019

Transporte | Comissão Europeia e China iniciam cooperação

[dropcap]A[/dropcap]Comissão Europeia e a China estão a cooperar na criação de plataformas e corredores de transportes, no âmbito da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”.

Maja Bakran Marcich, directora-geral adjunta da Comissão Europeia para a Mobilidade e os Transportes, disse que as autoridades europeias vão “trabalhar com a China para planear as plataformas e corredores”, tendo acrescentado ter-se chegado a um acordo para elaborar os termos de referência de um estudo com aquele objectivo.

Bakran Marcich adiantou no decurso da conferência que a ênfase da Comissão Europeia em actuais projectos de transportes está na “qualidade de ligação”, com intenção de “construir parcerias fortes”, tirando partido do “significativo quadro financeiro” disponível.

“Já dispomos de uma rede que cobre os Balcãs Ocidentais e se estende a países parceiros orientais. A cooperação deve respeitar a partilha de princípios de regras de mercado e normas internacionais e padrões estabelecidos”, referiu ainda a responsável europeia.

A China e a UE assinaram em Setembro de 2015 um memorando de entendimento sobre o estabelecimento de uma plataforma de relacionamento, com o objectivo de criar sinergias entre as políticas e projectos da UE e a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, particularmente através da cooperação em infra-estruturas, financiamento, interoperabilidade e logística.

Jiang Ruiping, vice-presidente da Universidade de Relações Externas da China, defendeu na mesma conferência que a cooperação China-UE “deve centrar-se na normalização, porque relacionamento diz respeito a infra-estruturas e questões técnicas.”

 

 

26 Fev 2019

Filipinas | Duterte ausente na celebração do 33.º aniversário da revolução

[dropcap]A[/dropcap]s Filipinas comemoram ontem o 33.º aniversário da revolução pacífica popular, que derrubou o ditador Ferdinand Marcos, com uma cerimónia oficial marcada pela ausência do Presidente Rodrigo Duterte, pelo terceiro ano consecutivo.

Os Presidentes das Filipinas, tradicionalmente, participam nas comemorações do aniversário da revolução, onde cerca de dois milhões de filipinos marcharam em 25 de fevereiro de 1986 com reivindicações democráticas, mas Duterte tem ignorado o evento desde que ocupou o poder há três anos.

O porta-voz do Presidente já tinha anunciado na sexta-feira que Duterte provavelmente não iria participar na cerimónia por ter uma “agenda muito ocupada”.

“Vamos sempre lembrar como esta revolução histórica restaurou o nosso poder colectivo”, apontou o Presidente filipino em comunicado.

Duterte mantém um bom relacionamento com a família do ex-ditador. Bongbong, filho de Ferdinand Marcos, concorreu ao cargo de vice-presidente das Filipinas em 2016 e a sua irmã, Imee, governadora da província de Ilocos Norte, é candidata para o Senado nas eleições legislativas em 13 de Maio.

Além disso, em Novembro de 2016, Rodrigo Duterte ordenou o enterro de Marcos no Cemitério dos Heróis das Filipinas, algo que a família do ex-ditador pedia há anos mas que os Presidentes anteriores se tinham negado a conceder.

 

 

26 Fev 2019

Xangai | Bolsas sobem com adiamento de taxas nas importações

[dropcap]A[/dropcap]bolsa de Xangai, a principal praça financeira da China, fechou ontem a subir 5,6 por cento, para 2.961,28 pontos, horas depois do Presidente norte-americano ter anunciado o adiamento do aumento das taxas sobre importações chinesas.

Este é o valor mais alto dos últimos oito meses.

Shenzhen, a segunda praça financeira do país, avançou 5,59 por cento, para 9.134,58 pontos.

No domingo, Donald Trump escreveu na rede social Twitter que, durante o fim de semana, decorreram “conversações produtivas” entre os Estados Unidos e a China e, por essa razão, irá “adiar o aumento das taxas”, inicialmente marcado para 1 de Março.

Trump disse que se as negociações continuarem a progredir irá encontrar-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, na Florida, para finalizar um acordo.

Responsáveis norte-americanos e chineses reuniram-se no fim de semana para tentar resolver os conflitos da “guerra comercial” que tem estado a afectar os mercados financeiros.

Donald ameaça

O Presidente norte-americano tinha ameaçado aumentar as taxas das importações da China entre 10 por cento a 25 por cento, se os dois lados não chegassem a um acordo.

A China e os EUA aumentaram já as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.

Trump e Xi tinham acordado uma trégua de 90 dias, a terminar em 1 de Março, para que as duas nações conseguissem encontrar uma solução para as disputas comerciais.

Washington exige que Pequim ponha fim a subsídios estatais para certas indústrias estratégicas, à medida que a liderança chinesa tenta transformar as empresas do país em importantes actores em actividades de alto valor agregado, como inteligência artificial ou robótica, ameaçando o domínio norte-americano naquelas áreas.

Os Estados Unidos querem também mais acesso ao mercado chinês, melhor protecção da propriedade intelectual e o fim da ciberespionagem sobre segredos comerciais de empresas norte-americanas.

 

 

26 Fev 2019

Óbito | Morreu aos 96 anos o estudioso do Japão Donald Keene

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] reconhecido estudioso do Japão Donald Keene, nascido nos Estados Unidos, autor de mais de trinta livros e ensaios em japonês e inglês, morreu ontem, aos 96 anos, por insuficiência cardíaca, anunciou o seu advogado.

Professor emérito da Universidade de Columbia, Donald Keene era um dos mais reconhecidos estudiosos da literatura japonesa, responsável por difundir a cultura nipónica no estrangeiro, com a tradução de relevantes obras clássicas e modernas.

Em 2008, foi condecorado pelo Governo japonês com a Ordem da Cultura.

Nascido em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em Junho de 1922, Keene começou a estudar literatura japonesa durante a sua passagem por Columbia, atraído pelo clássico do século XI “Genji Monogatari”.

Passou vários anos em estudos de pós-graduação na Universidade de Quioto, no oeste do Japão, na década de 1950, depois de servir como tradutor na Marinha dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial.

Professor, historiador, escritor e tradutor, Keene é autor de mais de trinta livros e ensaios em japonês e inglês, incluindo uma biografia do imperador Meiji, publicada em 2002.

Entre os autores japoneses traduzidos por Keene encontram-se Yukio Mishima, Kobo Abe e Yasunari Kawabata.

Em 1986, a Universidade de Columbia estabeleceu o Centro de Cultura Japonesa Donald Keene, com o objectivo de melhorar a compreensão do Japão e da sua cultura nos Estados Unidos.

Após o terramoto e o tsunami de 11 de Março de 2011, que devastaram o nordeste do Japão e causaram o acidente nuclear de Fukushima, Keene mudou-se permanentemente para o país, como gesto de solidariedade após a partida de muitos residentes estrangeiros na sequência da catástrofe.

O estudioso tornou-se cidadão japonês um ano depois.

“Embora eu não seja japonês por nascimento, sou japonês por cultura”, disse Keene, num comunicado enviado à agência de notícias Kyodo.

25 Fev 2019

Índia | Tribunal ordena fim dos ataques contra pessoas de Caxemira

O ataque da semana passada que matou 41 paramilitares provocou uma onda de violência indiscriminada contra os nativos de Caxemira

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Supremo Tribunal da Índia ordenou sexta-feira às autoridades do Estado que parem com ameaças, agressões e boicotes sociais a milhares de pessoas, numa aparente retaliação pela morte de 41 paramilitares num atentado na semana passada, na Caxemira indiana.

Segundo a agência de notícias Associated Press, o Supremo Tribunal actuou numa petição apresentada pelos advogados Colin Gansalves e Tariq Adeeb que relataram que estudantes da Caxemira ficaram retidos em várias cidades e vilas para escapar da violência da multidão após o ataque de 14 de Fevereiro.

O ministro do Interior da Índia, Rajnath Singh, prometeu sexta-feira tomar medidas para garantir protecção e segurança.

Também a Comissão Nacional de Direitos Humanos da Índia referiu que procurou informações de Estados conflituosos sobre os maus-tratos a pessoas da Caxemira.

“Este tipo de violência do povo contra os seus concidadãos não pode ser aceite numa sociedade civilizada”, salientou.

Yasin Khan, empresário da Caxemira e líder do sindicato dos trabalhadores, explicou que pelo menos 600 estudantes e mais de 100 empresários regressaram às suas casas na Caxemira de várias partes do país, após ataques e ameaças de grupos principalmente hindus.

 

Zona quente

O gabinete das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos expressou na terça-feira a sua preocupação com o aumento das tensões entre o Paquistão e a Índia após um ataque que matou 41 paramilitares na Caxemira indiana.

“Esperamos que o aumento das tensões entre os dois países vizinhos, equipados com armas nucleares, não signifique uma subida da insegurança na região”, assinalou Rupert Colville, porta-voz do gabinete, em conferência de imprensa, em Genebra, na Suíça.

No mesmo dia, a Índia pediu uma “acção credível e visível” do Paquistão contra os responsáveis pelo atentado suicida.

Em comunicado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia solicitou que o “Paquistão pare de enganar a comunidade internacional e tome acções credíveis e visíveis contra os responsáveis pelo ataque terrorista em Pulwama”.

Por seu turno, o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, mostrou-se disposto a cooperar com a Índia após o ataque, mas prometeu “ripostar” caso o seu país seja atacado.

“O Paquistão vai ripostar” no caso de ser atacado, afirmou Khan durante um discurso na televisão, pedindo que Nova Deli forneça “evidências” do envolvimento paquistanês no ataque que exacerbou as tensões indo-paquistanesas nos últimos dias.

Estas declarações foram feitas no momento em que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometeu “fazer pagar” um preço alto aos responsáveis pelo atentado suicida, que provocou uma onda de revolta em toda a Índia e provocou apelos de vingança.

Este ataque, o mais mortífero desde o início da insurgência separatista contra Nova Deli em 1989, foi reivindicado pelo grupo islâmico Jaish-e-Mohammed (JeM), baseado no Paquistão.

A região de Caxemira é reivindicada tanto pela Índia como pelo Paquistão desde o fim da colonização britânica, em 1947.

25 Fev 2019

Diplomacia | Kim Jong Un a caminho de Hanói 55 anos depois da última visita oficial norte-coreana

Cerca de 55 anos depois, um líder norte-coreano volta a visitar o Vietname. Esta semana, Kim Jong Un senta-se à mesa de negociações com Donald Trump para discutir o desarmamento nuclear de Pyongyang e o levantamento de sanções económicas impostas ao regime. Desde que ascendeu ao poder, Kim tornou-se no líder norte-coreano mais viajado e com maior contacto internacional, apesar de continuar com violentas purgas políticas e a retórica belicista

 

[dropcap]K[/dropcap]im Jong Un está, desde a madrugada de ontem, a caminho de Hanói para participar na segunda cimeira com Donald Trump. A agência noticiosa de Pyongyang deu nota da partida do líder, que embarcou num velho comboio com destino à capital vietnamita, sem mencionar o encontro com o presidente norte-americano. “Os altos responsáveis do partido, do Governo e das forças armadas apresentam os seus votos sinceros de sucesso a Kim Jong Un, e desejam uma boa viagem”, indicou a KCNA sobre a partida do líder.

A viagem é um marco histórico, não só por dar seguimento às negociações com o arqui-rival do regime mais isolado do mundo, mas também por ser a primeira vez que um líder norte-coreano visita o Vietname, depois Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte e avô de Kim Jong Un, ter visitado o país do sudeste asiático em 1964. Neste capítulo, importa recordar que Pyongyang prestou um substancial apoio ao país asiático na guerra contra os Estados Unidos.

Volvidos 55 anos da visita do avô de Kim Jong Un, a Coreia do Norte volta à mesa das negociações para discutir o desarmamento nuclear e as sanções económicas que têm debilitado o país ao ponto de o terem tornado num dos mais pobres do mundo.

A viagem de Kim reveste-se de outros contornos e marca uma clivagem na política externa do mais isolado regime no panorama global. Desde o início das conversações no ano passado, o líder norte-coreano passou de pária internacional para um dos mais apetecíveis convidados da Ásia. Com o vislumbre da abertura da economia norte-coreana, Kim Jong Un tem passeado por tapetes vermelhos e eventos de gala, acompanhado por oficiais sedentos por firmar ligações com o dirigente máximo de um mercado emergente.

Esta evolução não pode deixar de ser considerada como um sucesso governativo, depois da violenta purga que levou a cabo, desde que ascendeu ao poder, eliminando sem piedade possíveis inimigos políticos e altas patentes militares. O progresso do respeito internacional conseguido por Kim Jong Un, também conquistado às custas de Donald Trump, ilustra o desejo de reabilitar a frágil, ou inexistente, economia norte-coreana em detrimento da obsessão militarista.

Em declarações à agência Bloomberg, Kim Young-hui, desertor e economista no exílio, explica que para entender o Kim Jong Un dos dias de hoje é necessário recuar até à sua infância. Segundo a economista do Korea Development Bank, o actual líder norte-coreano questionava-se porque o seu pai não viajava.

Citando a biografia de um chef japonês que trabalhou para Kim Jong-il, a economista recorda que Kim Jong Un não tinha pudor em afirmar que, assim que ascendesse ao poder, governaria muito melhor o país do que o seu pai. Outros aspectos a ter em conta são os factos de Kim Jong Un ter estudado na Europa, ser o primeiro líder nascido depois da fundação da Coreia do Norte e de apenas no ano passado, ter feito mais viagens, cinco no total, do que qualquer um dos seus antecessores em mais de duas décadas.

Outro das perplexidades com que Kim Jong Un cresceu foi a extrema pobreza que o seu país tem atravessado. Neste sentido, as autoridades da Coreia do Norte pediram no final da semana passada ajuda às Nações Unidas e a outras organizações humanitárias, “devido à falta de alimentos no país”, anunciou a ONU.

“O Governo norte-coreano solicitou assistência das organizações humanitárias internacionais presentes no país para responder ao impacto da situação de segurança alimentar”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz da ONU.

O porta-voz explicou ainda que, de acordo com dados fornecidos por Pyongyang “é esperado que em 2019 o país tenha uma escassez de cerca de 1,4 milhões de toneladas de alimentos básicos, como trigo, arroz, batata ou soja”.

Nova face

Depois de meia dúzia de anos no poder, Kim Jong Un iniciou conversações com os Estados Unidos e anunciou uma nova estratégia para alavancar a economia norte-coreana, mas primeiro testou, com sucesso, um míssil balístico intercontinental que colocou a comunidade internacional em estado de alerta.

A abertura do regime tem sido recebida com grande interesse por parte de investidores de Seul, Singapura e da China. Mas para que algo se concretize é necessário aliviar as sanções económicas ao programa de armamento de Pyongyang. As sanções, contra as quais Kim tem protestado, vão desde a proibição de viagem a oficiais norte-coreanos até à importação de energia.

Com a possibilidade de alívio das sanções em cima da mesa, em troca de passos determinantes em direcção à desnuclearização, a abertura económica avista-se como uma situação que agrada a todos. Uma das possibilidades que pode passar a ser viável é a construção de uma linha ferroviária que liga as duas Coreias.

Aliás, o Presidente sul-coreano afirmou que Seul está a postos para não só avançar com a ferrovia, como ponderar alguns projectos económicos. Exemplo disso é a hipótese de reabrir o complexo industrial inter-coreano Gaeseong, encerrado desde 2016, onde se concentravam mais de uma centena de empresas norte-coreanas.

Em declarações à Bloomberg, o presidente de uma associação de empresas sul-coreanas que operavam na Gaeseong, Shin Han-yong, referiu estar pronto para retomar as operações no complexo industrial, mas que é “difícil ser demasiado optimista” quanto a um entendimento face ao verificado no passado. Este complexo, situado na zona desmilitarizada, tem sido um ponto de convergência entre os países, além do fim da linha ferroviária que ligava as duas Coreias.

Abrir a torneira

Restaurar as ligações ferroviárias da Coreia do Norte é uma medida que em muito ultrapassa o simbolismo para os dois lados da zona desmilitarizada. A abertura da linha permite a Seul a passagem ferroviária para a China, Rússia e Europa, reduzindo os custos de transporte na economia sul-coreana fortemente apoiada nas exportações.

A modernização e operacionalidade da infra-estrutura também permitiria a Pyongyang retirar mais proveitos da exportação de recursos minerais, estimados por Seul em seis biliões de dólares. Além disso, a Coreia do Norte guarda no subsolo um dos maiores depósitos mundiais de minerais indispensáveis à produção de produtos de alta tecnologia, factor mais que aliciante para a indústria sul-coreana.

Apesar da opacidade dificultar imenso uma avaliação à economia de Pyongyang, o banco central sul-coreano estimou em 2017 que PIB do país vizinho se situava nos 32.3 mil milhões de dólares, cerca de dois por cento do PIB da Coreia do Sul.

Porém, no sentido inverso da grande margem de crescimento está um historial de quebras de compromissos comerciais. Exemplo disso, foi a forma como as autoridades norte-coreanas se apoderaram do parque industrial de Gaeseong, assim como do resort construído no Monte Geumgang, ambos investimentos do grupo Hyundai. Outra dívida, que já é lendária e que nunca foi paga, corresponde aos 1000 Volvos nunca pagos à construtora automóvel sueca. O grupo chinês Xiyang Group assinou, em 2007, um contrato para processar 500 mil toneladas por ano de ferro norte-coreano. Um negócio que foi por água abaixo depois de Pyongyang ter decidido abruptamente cortar água, electricidade e comunicações da fábrica. Mais uma vez, a empresa não foi compensada pelas perdas resultantes das represálias norte-coreanas.

A visita

A chegada de Kim ao Vietname está prevista entre a noite de hoje e a manhã de terça-feira. Depois da viagem de comboio até à fronteira vietnamita com a China, em Dong Dang, o líder norte-coreano segue viagem de automóvel, num percurso de cerca de 170 quilómetros.

Por motivos de segurança, as autoridades de Hanói montaram um aparato sem precedentes, anunciando o bloqueio da estrada, por onde vai passar a comitiva norte-coreana, entre as 6h e as 14h do dia 26. A indicação aponta para que Kim Jong Un seja conduzido por uma das mais usadas autoestradas do país. De acordo com a agência France-Presse, a segurança na estação de Dong Dang e ao longo da estrada foi reforçada com guardas armados desde sábado.

De acordo com a página de Facebook do ministério dos negócios estrangeiros vietnamita, Kim visita o país a convite de Nguyen Phu Trong, presidente e secretário-geral do Partido Comunista, sem referir a cimeira com Donald Trump.

Ainda de acordo com informação veiculada pela France-Presse, é expectável que o líder norte-coreano visite alguns complexos industriais nas províncias de Quang Ninh e Bac Ninh, onde se situa uma fábrica da gigante sul-coreana Samsung.

25 Fev 2019

Tensões comerciais são “grande teste” à escala mundial

O impacto da guerra comercial decretada por Washington começa a ganhar novos contornos: desde 2010 que os valores projectados para o crescimento económico global não eram tão baixos

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Organização Mundial do Comércio (OMC) classificou quinta-feira as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE) e entre Washington e Pequim como “um grande teste” à comunidade internacional, antecipando “riscos” como o abrandamento económico.

“As correntes tensões entre os principais parceiros comerciais [da OMC] são um grande teste à comunidade internacional e os riscos são reais, assim como os impactos económicos”, declarou o director-geral da OMC, Roberto Azevêdo, em Bucareste, na Roménia.

Discursando no início da reunião informal dos responsáveis pela pasta do Comércio nos Estados-membros da UE, Roberto Azevêdo assinalou que as perspectivas do comércio mundial da OMC, divulgadas há dias, mostraram precisamente um “abrandamento no crescimento económico no primeiro trimestre de 2019”, reflectindo “o número mais baixo desde 2010”.

“Temos, por isso, de fazer tudo o que pudermos para amenizar essas tensões e temos também de pensar como podemos fortalecer as relações comerciais”, salientou o responsável.

A seu ver, isso resolve-se “facilitando as negociações” entre os países, modernizando a própria OMC para “tornar o sistema comercial mais responsável” e ainda promovendo a cooperação “em vários assuntos, como as pescas, a agricultura, a segurança alimentar e o comércio electrónico”.

Em causa está, desde logo, a incerteza nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a UE.

 

Em cima da mesa

Em meados de Janeiro passado, a Comissão Europeia apresentou um anteprojecto que irá ser proposto aos Estados Unidos, ainda sem data definida, para a eliminação das tarifas aplicadas aos produtos industriais, sem contar com a área agrícola, e a redução das barreiras, no que toca ao cumprimento de requisitos técnicos, para trocas comerciais entre os dois continentes.

O documento vem no seguimento de uma reunião realizada em Julho do ano passado, em Washington, entre os presidentes da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e dos Estados Unidos, Donald Trump, na qual foram divulgadas medidas para apaziguar o conflito comercial, mas os anúncios foram vagos.

Já esta segunda-feira, a Comissão Europeia disse que dará uma resposta “rápida e adequada” se os Estados Unidos concretizarem a ameaça de aumentar as tarifas alfandegárias sobre a importação de automóveis europeus.

Antes, no domingo passado, o secretário norte-americano do Comércio, Wilbur Ross, apresentou oficialmente ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um documento sobre a indústria automóvel que poderá permitir a cobrança de novas taxas alfandegárias sobre as importações de automóveis e peças da UE.

Também de incerteza é feita a relação comercial entre os Estados Unidos e a China.

Donald Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, concordaram uma trégua de 90 dias em 1 de Dezembro de 2018, o que significou a suspensão temporária do aumento de 10 por cento para 25 por cento nas tarifas norte-americanas sobre produtos chineses no valor de 200 mil milhões de dólares.

25 Fev 2019

Venezuela: China critica “pretensa ajuda humanitária” que poderá originar um conflito

[dropcap]A[/dropcap]China manifestou hoje a sua oposição à entrada em força este fim de semana na Venezuela da “pretensa ajuda humanitária” norte-americana ao sublinhar que poderá desencadear um conflito no país, envolvido uma grave crise política interna.

O gigante asiático é o principal credor de Caracas, a quem concedeu milhares de euros de empréstimos, e continua a reconhecer Nicolás Maduro como o único presidente legítimo do país sul-americano, imerso em graves dificuldades económicas.

Milhares de toneladas de ajuda humanitária norte-americana estão armazenadas desde 7 de Feveriro na cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta. Um outro centro de recolha foi instalado no norte do Brasil.

O opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino, prometeu que esta ajuda será encaminhada no sábado para o país. Nicolás Maduro opõe-se intransigentemente a esta medida, entendida como um pretexto para uma intervenção militar norte-americana, também já denunciada por Moscovo.

“Se esta pretensa ajuda humanitária foi enviada à força para a Venezuela, poderá desencadear um conflito e implicar graves consequências”, advertiu Geng Shuang, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

“A China opõe-se a uma intervenção militar na Venezuela e a qualquer acção susceptível de provocar um escândalo ou distúrbios”, afirmou em conferência de imprensa.

Os envios de alimentos e medicamentos destinados aos venezuelanos afectados pela crise económica tornaram-se no pretexto de uma luta de poder entre o Presidente Nicolás Maduro e Juan Guaidó.

A Casa Branca indicou que o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, se desloca na segunda-feira à Colômbia para expressar o “apoio sem reservas” dos Estados Unidos a Juan Guaidó.

Washington tem repetido por diversas vezes que “todas as opções” são admissíveis, incluindo o uso da força.

22 Fev 2019

Coreia do Norte pede ajuda humanitária devido à falta de alimentos

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades da Coreia do Norte pediram ajuda às Nações Unidas e a outras organizações humanitárias devido à falta de alimentos no país, anunciou ontem a ONU.

“O Governo solicitou assistência das organizações humanitárias internacionais presentes no país para responder ao impacto da situação de segurança alimentar”, disse Stéphane Dujarric, porta-voz das Nações Unidas.

O porta-voz referiu que as Nações Unidas estão em contacto com as autoridades norte-coreanas para analisar o impacto que a falta de alimentos pode ter sobre a população mais vulnerável e agir cedo para suprimir as necessidades humanitárias.

Stéphane Dujarric explicou que, de acordo com dados fornecidos por Pyongyang, é esperado que em 2019 o país tenha uma escassez de cerca de 1,4 milhões de toneladas de alimentos básicos, como trigo, arroz, batata ou soja.

“As Nações Unidas estão preocupadas com a deterioração da situação de segurança alimentar na Coreia do Norte e estão a analisar com governo”, defendeu.

O país asiático foi o cenário nos anos 1990 de uma fome severa que, de acordo com diferentes estimativas, custou a vida de entre 250 mil e mais de três milhões de pessoas.

A Coreia do Norte está sujeita a sanções internacionais significativas como resultado do seu programa nuclear e de mísseis e, embora haja isenções humanitárias, muitos especialistas reconhecem que as punições contra o regime também afectam a população.

Países como a Rússia pediram o levantamento de algumas dessas sanções para encorajar Pyongyang a avançar nas negociações de desnuclearização com os Estados Unidos, que querem ver resultados concretos antes de dar esse passo.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, vão realizar na próxima semana a segunda cimeira em Hanói, no Vietname, com o objectivo de chegar a acordo sobre uma “definição compartilhada” do que significa desnuclearização, depois de meses de impasse nas negociações.

Trump e Kim realizaram uma primeira reunião histórica em Singapura em Junho passado para dar os primeiros passos neste processo.

22 Fev 2019

Maior abelha do mundo redescoberta na Indonésia

[dropcap]A[/dropcap]maior abelha do mundo, desaparecida há décadas e que se admitia “perdida para a ciência”, foi redescoberta numa ilha remota da Indonésia, anunciaram ontem os investigadores que a descobriram.

“Foi de tirar o fôlego, ver este ´buldogue´ voando”, comentou o naturalista Clay Bolt, citado num comunicado da organização ambientalista norte-americana “Global Wildlife Conservation”.

Bolt encontrou numa floresta tropical das ilhas Molucas, Indonésia, uma colmeia de abelhas de Wallace (Megachile pluto), afirmando agora que “foi incrível” ver o quão “grande e bonita” é a espécie e ouvir o som das suas “asas gigantes”.

Esta abelha, cuja fêmea pode chegar a ter quatro centímetros de comprimento e seis de envergadura de asas, é quatro vezes maior que a abelha comum e foi descoberta pelo britânico Alfred Russel Wallace em 1858. Mais de um século depois, em 1981, foi redescoberta em três ilhas do arquipélago das Molucas do Norte por um entomologista.

“Espero que esta redescoberta leve a novas investigações, que nos ajudarão a entender melhor esta abelha única e a protegê-la”, disse Eli Wyman, entomologista da universidade de Princeton, Estados Unidos, e que fazia parte do grupo que voltou a encontrar a abelha. Expedições anteriores à mesma região não tinham conseguido localizar a espécie gigante.

A Lista Vermelha das espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) classifica as abelhas de Wallace como “vulneráveis”, não ameaçadas de extinção, notando que o habitat remoto torna o seu estudo difícil.

Os cientistas sabem no entanto que as abelhas de Wallace fazem as colmeias em termiteiras instaladas em árvores e que utilizam resina que recolhem com as mandíbulas para proteger a colónia das térmitas.

Na página da organização ambientalista, Bolt descreve o processo que o levou às ilhas Molucas em Janeiro passado, pela mesma altura da viagem de Wallace e depois de Adam Messer, o último a ver a abelha em 1981.

22 Fev 2019