Hong Kong | Amnistia Internacional pede investigação ao ataque contra activista

[dropcap]A[/dropcap] Amnistia Internacional (AI) pediu às autoridades de Hong Kong que iniciem uma “investigação exaustiva” ao ataque, na quarta-feira, contra um proeminente activista pró-democracia do território.
“Ficámos devastados ao tomar conhecimento do ataque a Jimmy Sham, um corajoso defensor dos direitos humanos e uma das forças motrizes dos protestos pró-democracia de Hong Kong”, escreveu o investigador da AI para a Ásia, Joshua Rosenzweig.
O coordenador da Frente Cívica dos Direitos Humanos (FCDH), que tem liderado os maiores protestos na antiga colónia britânica, foi brutalmente espancado na quarta-feira por quatro homens mascarados, segundo a própria organização e a imprensa local.
“Jimmy Sham foi deixado a sangrar na rua e foi hospitalizado com ferimentos na cabeça. Mesmo no contexto de crescentes ataques a activistas, este incidente é chocante na sua brutalidade”, apontou Rosenzweig.
O activista pró-democracia foi hospitalizado, mas encontra-se estável, de acordo com informações divulgados ontem nos ‘media’ locais.
“As autoridades devem conduzir prontamente uma investigação sobre este ataque terrível e levar todos os responsáveis à justiça”, afirmou ainda o investigador.
Os protestos em Hong Kong, que se tornaram maciços em Junho contra as emendas propostas à lei de extradição, transformaram-se num movimento que exige reformas democráticas.
Durante os quatro meses de manifestações, registou-se uma escalada de violência. Os manifestantes têm acusado a polícia do uso de força excessiva, enquanto as autoridades condenam as tácticas violentas de alguns grupos, que apelidam de radicais.

18 Out 2019

5G | Huawei nega ter “instruções” do Estado para espionagem

A rede 5G e a Huawei estiveram em debate no Parlamento Europeu esta quarta-feira. A gigante tecnológica chinesa voltou a rejeitar as acusações de espionagem lançadas pelos Estados Unidos, afirmando que se o fizesse estaria a cometer suicídio

 

[dropcap]A[/dropcap] companhia tecnológica Huawei negou quarta-feira, num debate no Parlamento Europeu, ter “instruções” do Estado chinês para instalar ‘backdoors’ (portas de acesso) em dispositivos móveis de quinta geração (5G), notando que isso seria “um suicídio” para a empresa.

“As pessoas perguntam sempre qual é a relação entre a Huawei e o Estado chinês. É a mesma relação que têm outras empresas privadas ou internacionais que operam na China, como a Siemens ou a Nokia: temos de pagar os nossos impostos e respeitar as leis”, afirmou o representante chefe da Huawei para as instituições europeias, Abraham Liu.

O responsável respondia a uma questão relacionada com acusações de espionagem que têm recaído sobre a tecnológica chinesa, nomeadamente sobre a alegada instalação de ‘backdoors’ em equipamentos 5G, num debate público promovido pelo Parlamento Europeu, em Bruxelas.

“Nunca recebemos qualquer instrução para instalar ‘backdoors’ nos nossos equipamentos 5G”, vincou Abraham Liu, afastando, assim, “qualquer obrigação legal” para o fazer.

E reforçou: “Como empresa privada […], não temos qualquer motivação para fazer algo desse género porque se o fizéssemos isso seria cometer suicídio”.

“Nunca faríamos algo que pudesse pôr os dados pessoais dos nossos clientes em perigo”, salientou Abraham Liu.

Na sua intervenção inicial, o responsável observou que “a Huawei tem sido um parceiro de confiança da Europa durante 20 anos”.

“Temos crescido juntos, mas sabemos que ainda têm dúvidas sobre nós e, por isso, viemos ao Parlamento Europeu responder a todas as vossas questões”, adiantou Abraham Liu.

Europa aberta

O debate de quarta-feira foi organizado pelos eurodeputados Maria Grapini (dos socialistas europeus), Franc Bogovic (do Partido Popular Europeu), Bill Newton Dunn (do partido Renovar a Europa) e Jan Zahradil (dos conservadores e reformistas), em parceria com a tecnológica chinesa, e foi subordinado ao tema “Manter um ecossistema global aberto com a Huawei: uma perspectiva europeia”.

Assumida como uma prioridade europeia desde 2016, a aposta no 5G já motivou também preocupações com a cibersegurança, tendo levado a Comissão Europeia, em Março deste ano, a fazer recomendações de actuação aos Estados-membros, permitindo-lhes desde logo excluir empresas ‘arriscadas’ dos seus mercados.

Bruxelas pediu, também nessa altura, que cada país analisasse os riscos nacionais com o 5G, o que aconteceu até Junho passado, seguindo-se depois uma avaliação geral em toda a UE e a adopção de medidas comuns para mitigar estas ameaças, isto até final do ano.

Nessa análise feita aos riscos nacionais, os Estados-membros detectaram a possibilidade de ocorrência de casos de espionagem ou de ciberataques vindos, nomeadamente, de países terceiros, segundo um relatório divulgado na semana passada.

Apesar de Bruxelas rejeitar incidir no documento sobre uma determinada empresa ou sobre um determinado país, certo é que a tecnológica chinesa Huawei tem vindo a ser acusada, principalmente pelos Estados Unidos, de espionagem através das redes 5G.

A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China. De um total de 50 licenças que a empresa detém para o 5G, 28 são para operadoras europeias.

18 Out 2019

5G | Huawei nega ter “instruções” do Estado para espionagem

A rede 5G e a Huawei estiveram em debate no Parlamento Europeu esta quarta-feira. A gigante tecnológica chinesa voltou a rejeitar as acusações de espionagem lançadas pelos Estados Unidos, afirmando que se o fizesse estaria a cometer suicídio

 
[dropcap]A[/dropcap] companhia tecnológica Huawei negou quarta-feira, num debate no Parlamento Europeu, ter “instruções” do Estado chinês para instalar ‘backdoors’ (portas de acesso) em dispositivos móveis de quinta geração (5G), notando que isso seria “um suicídio” para a empresa.
“As pessoas perguntam sempre qual é a relação entre a Huawei e o Estado chinês. É a mesma relação que têm outras empresas privadas ou internacionais que operam na China, como a Siemens ou a Nokia: temos de pagar os nossos impostos e respeitar as leis”, afirmou o representante chefe da Huawei para as instituições europeias, Abraham Liu.
O responsável respondia a uma questão relacionada com acusações de espionagem que têm recaído sobre a tecnológica chinesa, nomeadamente sobre a alegada instalação de ‘backdoors’ em equipamentos 5G, num debate público promovido pelo Parlamento Europeu, em Bruxelas.
“Nunca recebemos qualquer instrução para instalar ‘backdoors’ nos nossos equipamentos 5G”, vincou Abraham Liu, afastando, assim, “qualquer obrigação legal” para o fazer.
E reforçou: “Como empresa privada […], não temos qualquer motivação para fazer algo desse género porque se o fizéssemos isso seria cometer suicídio”.
“Nunca faríamos algo que pudesse pôr os dados pessoais dos nossos clientes em perigo”, salientou Abraham Liu.
Na sua intervenção inicial, o responsável observou que “a Huawei tem sido um parceiro de confiança da Europa durante 20 anos”.
“Temos crescido juntos, mas sabemos que ainda têm dúvidas sobre nós e, por isso, viemos ao Parlamento Europeu responder a todas as vossas questões”, adiantou Abraham Liu.

Europa aberta

O debate de quarta-feira foi organizado pelos eurodeputados Maria Grapini (dos socialistas europeus), Franc Bogovic (do Partido Popular Europeu), Bill Newton Dunn (do partido Renovar a Europa) e Jan Zahradil (dos conservadores e reformistas), em parceria com a tecnológica chinesa, e foi subordinado ao tema “Manter um ecossistema global aberto com a Huawei: uma perspectiva europeia”.
Assumida como uma prioridade europeia desde 2016, a aposta no 5G já motivou também preocupações com a cibersegurança, tendo levado a Comissão Europeia, em Março deste ano, a fazer recomendações de actuação aos Estados-membros, permitindo-lhes desde logo excluir empresas ‘arriscadas’ dos seus mercados.
Bruxelas pediu, também nessa altura, que cada país analisasse os riscos nacionais com o 5G, o que aconteceu até Junho passado, seguindo-se depois uma avaliação geral em toda a UE e a adopção de medidas comuns para mitigar estas ameaças, isto até final do ano.
Nessa análise feita aos riscos nacionais, os Estados-membros detectaram a possibilidade de ocorrência de casos de espionagem ou de ciberataques vindos, nomeadamente, de países terceiros, segundo um relatório divulgado na semana passada.
Apesar de Bruxelas rejeitar incidir no documento sobre uma determinada empresa ou sobre um determinado país, certo é que a tecnológica chinesa Huawei tem vindo a ser acusada, principalmente pelos Estados Unidos, de espionagem através das redes 5G.
A Europa é o maior mercado da Huawei fora da China. De um total de 50 licenças que a empresa detém para o 5G, 28 são para operadoras europeias.

18 Out 2019

Deputada norueguesa propõe “povo de Hong Kong” para Nobel da Paz 2020

[dropcap]U[/dropcap]ma deputada norueguesa anunciou ontem que propôs o “povo de Hong Kong” para o Prémio Nobel da Paz 2020, condecoração que já em 2010 desagradou à China ao distinguir o dissidente Liu Xiaobo.

“Nomeei o povo de Hong Kong para o Prémio Nobel da Paz 2020″, disse Gury Melby, membro do parlamento pelo partido liberal, que faz parte da coligação no poder na Noruega, justificando a nomeação por os populares do território “arriscarem as suas vidas e segurança todos os dias para defender a liberdade de expressão e democracia básica”.

Durante uma entrevista publicada pela Aftenposten ontem, Melby explicou que “o que eles estão a fazer tem um impacto que vai muito além de Hong Kong, tanto na região quanto no resto do mundo”.

Há quatro meses que a ex-colónia britânica tem enfrentado a sua pior crise política, marcada por manifestações, às vezes violentas, que denunciaram uma restrição nas liberdades, mostrada na resposta policial considerada brutal pelos manifestantes.

A iniciativa de Melby deverá incomodar a China, cujo Governo ficou desagradado com a escolha do activista de direitos humanos Liu Xiaobo, que morreu em 2017, para o Prémio Nobel da Paz 2010.

Embora o Comité Nobel seja independente do poder do Estado norueguês, Pequim congelou as suas relações com o país escandinavo durante um período de tempo, suspendendo negociações para acordos de livre comércio e impedindo as importações de salmão norueguês.

A relação entre os dois países foi normalizada seis anos depois, em Dezembro de 2016, após Oslo prometer “não apoiar acções que comprometam” os interesses chineses.

Etiópia em festa

Este ano, o prémio foi concedido ao primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed, que conseguiu a reconciliação do seu país com a Eritreia, distinguindo-o entre os 301 candidatos para a condecoração.

Segundo os estatutos da Fundação Nobel, entre as pessoas qualificadas para fazer indicações ao Prémio Nobel da Paz estão membros de governo e de assembleias nacionais, além de membros do Tribunal Permanente de Arbitragem e do Tribunal Internacional de Justiça em Haia, professores universitários de história, ciências sociais, filosofia, direito e teologia, reitores de universidades ou ex-laureados com aquele prémio, entre outros.

17 Out 2019

Deputada norueguesa propõe "povo de Hong Kong" para Nobel da Paz 2020

[dropcap]U[/dropcap]ma deputada norueguesa anunciou ontem que propôs o “povo de Hong Kong” para o Prémio Nobel da Paz 2020, condecoração que já em 2010 desagradou à China ao distinguir o dissidente Liu Xiaobo.
“Nomeei o povo de Hong Kong para o Prémio Nobel da Paz 2020″, disse Gury Melby, membro do parlamento pelo partido liberal, que faz parte da coligação no poder na Noruega, justificando a nomeação por os populares do território “arriscarem as suas vidas e segurança todos os dias para defender a liberdade de expressão e democracia básica”.
Durante uma entrevista publicada pela Aftenposten ontem, Melby explicou que “o que eles estão a fazer tem um impacto que vai muito além de Hong Kong, tanto na região quanto no resto do mundo”.
Há quatro meses que a ex-colónia britânica tem enfrentado a sua pior crise política, marcada por manifestações, às vezes violentas, que denunciaram uma restrição nas liberdades, mostrada na resposta policial considerada brutal pelos manifestantes.
A iniciativa de Melby deverá incomodar a China, cujo Governo ficou desagradado com a escolha do activista de direitos humanos Liu Xiaobo, que morreu em 2017, para o Prémio Nobel da Paz 2010.
Embora o Comité Nobel seja independente do poder do Estado norueguês, Pequim congelou as suas relações com o país escandinavo durante um período de tempo, suspendendo negociações para acordos de livre comércio e impedindo as importações de salmão norueguês.
A relação entre os dois países foi normalizada seis anos depois, em Dezembro de 2016, após Oslo prometer “não apoiar acções que comprometam” os interesses chineses.

Etiópia em festa

Este ano, o prémio foi concedido ao primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed, que conseguiu a reconciliação do seu país com a Eritreia, distinguindo-o entre os 301 candidatos para a condecoração.
Segundo os estatutos da Fundação Nobel, entre as pessoas qualificadas para fazer indicações ao Prémio Nobel da Paz estão membros de governo e de assembleias nacionais, além de membros do Tribunal Permanente de Arbitragem e do Tribunal Internacional de Justiça em Haia, professores universitários de história, ciências sociais, filosofia, direito e teologia, reitores de universidades ou ex-laureados com aquele prémio, entre outros.

17 Out 2019

HK | Pró-democratas forçam Carrie Lam a discursar à porta fechada

O regresso aos trabalhos no parlamento de Hong Kong ficou marcado pelos apupos dos deputados pró-democracia dirigidos à Chefe do Executivo, Carrie Lam, quando esta se preparava para fazer o discurso anual

 

[dropcap]A[/dropcap] chefe do Executivo de Hong Kong foi ontem obrigada a discursar à porta fechada, depois ter sido impedida de falar no parlamento por deputados pró-democracia, que exibiram cartazes e projectaram um vídeo.

O discurso de Carrie Lam foi apresentado como uma tentativa de recuperar a confiança do público, após mais de quatro meses de uma crise política sem precedentes.

Parlamentares pró-democracia vaiaram Carrie Lam, exibiram cartazes a mostrar a líder do Governo com sangue nas mãos e projectaram uma imagem na parede, atrás do local onde discursava, na qual se podia ler: “cinco exigências, nem uma menos”.

O protesto obrigou Lam a sair do Conselho Legislativo (LegCo), o parlamento de Hong Kong.
Na origem da contestação, que se vive no território desde o início de Junho, está uma proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo Governo da região administrativa especial chinesa.

Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão de Lam e eleição por sufrágio universal para este cargo e para o parlamento.

Sem hipótese

Carrie Lam tentou por duas vezes proferir o discurso anual, no dia em que o LegCo regressou aos trabalhos, mas sem sucesso, tendo sido obrigada a falar à porta fechada, durante 75 minutos, num discurso emitido pela televisão.

“As pessoas estão a perguntar: Hong Kong voltará ao normal”, questionou, para apelar, em seguida, aos 7,5 milhões de cidadãos do território para “valorizarem a cidade”. “A contínua violência e a disseminação do ódio” vai “corroer os valores centrais de Hong Kong”, alertou.

Já fora do parlamento local e depois do discurso, um grupo de deputados pró-democracia improvisou uma conferência de imprensa, durante a qual foi ouvida uma gravação, que reproduziu gritos de manifestantes a serem atacados pela polícia com gás lacrimogéneo.

“Ela é apenas uma marioneta comandada por Pequim”, acusou a deputada Cláudia Mo.
“Estas são as vozes das pessoas que gritam e são apenas pessoas comuns de Hong Kong”, disse a parlamentar Tanya Chan.

“Por favor, por favor, por favor, Carrie Lam, não nos deixes sofrer mais”, concluiu.
Os protestos, que se tornaram maciços em Junho contra a proposta de lei, transformaram-se num movimento que exige reformas democráticas em Hong Kong.

Durante os quatro meses de manifestações, registou-se uma escalada de violência. Os manifestantes têm acusado a polícia do uso de força excessiva, enquanto as autoridades condenam as tácticas violentas de alguns grupos, que apelidam de radicais.

17 Out 2019

HK | Pró-democratas forçam Carrie Lam a discursar à porta fechada

O regresso aos trabalhos no parlamento de Hong Kong ficou marcado pelos apupos dos deputados pró-democracia dirigidos à Chefe do Executivo, Carrie Lam, quando esta se preparava para fazer o discurso anual

 
[dropcap]A[/dropcap] chefe do Executivo de Hong Kong foi ontem obrigada a discursar à porta fechada, depois ter sido impedida de falar no parlamento por deputados pró-democracia, que exibiram cartazes e projectaram um vídeo.
O discurso de Carrie Lam foi apresentado como uma tentativa de recuperar a confiança do público, após mais de quatro meses de uma crise política sem precedentes.
Parlamentares pró-democracia vaiaram Carrie Lam, exibiram cartazes a mostrar a líder do Governo com sangue nas mãos e projectaram uma imagem na parede, atrás do local onde discursava, na qual se podia ler: “cinco exigências, nem uma menos”.
O protesto obrigou Lam a sair do Conselho Legislativo (LegCo), o parlamento de Hong Kong.
Na origem da contestação, que se vive no território desde o início de Junho, está uma proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo Governo da região administrativa especial chinesa.
Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão de Lam e eleição por sufrágio universal para este cargo e para o parlamento.

Sem hipótese

Carrie Lam tentou por duas vezes proferir o discurso anual, no dia em que o LegCo regressou aos trabalhos, mas sem sucesso, tendo sido obrigada a falar à porta fechada, durante 75 minutos, num discurso emitido pela televisão.
“As pessoas estão a perguntar: Hong Kong voltará ao normal”, questionou, para apelar, em seguida, aos 7,5 milhões de cidadãos do território para “valorizarem a cidade”. “A contínua violência e a disseminação do ódio” vai “corroer os valores centrais de Hong Kong”, alertou.
Já fora do parlamento local e depois do discurso, um grupo de deputados pró-democracia improvisou uma conferência de imprensa, durante a qual foi ouvida uma gravação, que reproduziu gritos de manifestantes a serem atacados pela polícia com gás lacrimogéneo.
“Ela é apenas uma marioneta comandada por Pequim”, acusou a deputada Cláudia Mo.
“Estas são as vozes das pessoas que gritam e são apenas pessoas comuns de Hong Kong”, disse a parlamentar Tanya Chan.
“Por favor, por favor, por favor, Carrie Lam, não nos deixes sofrer mais”, concluiu.
Os protestos, que se tornaram maciços em Junho contra a proposta de lei, transformaram-se num movimento que exige reformas democráticas em Hong Kong.
Durante os quatro meses de manifestações, registou-se uma escalada de violência. Os manifestantes têm acusado a polícia do uso de força excessiva, enquanto as autoridades condenam as tácticas violentas de alguns grupos, que apelidam de radicais.

17 Out 2019

Hong Kong | Câmara dos representantes dos EUA aprova projectos de lei de apoio a manifestantes

A Câmara dos Representantes norte-americana aprovou na terça-feira três projectos de lei para demonstrar apoio aos manifestantes em Hong Kong, que há mais de quatro meses lutam por reformas democráticas e denunciam a erosão das liberdades no território. Pequim reagiu com indignação e ameaçou retaliar

 

Com agências 

[dropcap]D[/dropcap]e um lado, temos um regime repressivo que esmaga as liberdades democráticas em Hong Kong. Do outro, temos jovens que lutam pela liberdade e reformas democráticas. Tenho orgulho em estar ao lado de Jim McGovern em apoio aos votos bipartidários que mostram o compromisso da Câmara dos Representantes para com Hong Kong”. Assim rezou o tweet de Nancy Pelosi, a democrata que preside à câmara baixa do Congresso norte-americano, quando se preparava para votar um trio de projectos de lei em apoio aos protestos na região vizinha. A publicação veio acompanhada de uma fotografia com Pelosi e McGovern a segurar uma t-shirt preta onde se lê o slogan “Liberdade para Hong Kong. Revolução dos nossos tempos”.

No que diz respeito à legislação, um dos projectos de lei condena a ingerência de Pequim nos assuntos de Hong Kong e apoia o direito à liberdade de manifestação. O segundo, intitulado de ‘Hong Kong Human Rights and Democracy Act”, implica uma reavaliação anual do estatuto particular que os Estados Unidos concedem a Hong Kong em termos comerciais e que prevê sanções contra os responsáveis chineses.

Por último, o projecto de lei proíbe que armas norte-americanas sejam usadas contra os manifestantes por parte da polícia de Hong Kong.

A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, enfatizou que os projectos de lei, que ainda terão de ser aprovados no Senado, reforçam o apoio dos EUA em relação aos direitos humanos face aos interesses comerciais chineses. “Se os Estados Unidos não defendem os direitos humanos na China por causa de interesses comerciais, perdemos toda a autoridade moral para falar em nome dos direitos humanos em qualquer lugar do mundo”, disse.
Pelosi afirmou que a bravura dos jovens manifestantes em Hong Kong contrasta com “o Governo cobarde que se recusa a respeitar o Estado de Direito” e o período de 50 anos (até 2047) com elevado grau de autonomia do território, a nível executivo, legislativo e judiciário, com o Governo Central chinês a ficar responsável pelas relações externas e defesa.

Estatuto especial

De acordo com a lei dos EUA, Hong Kong recebe tratamento especial em questões como comércio, alfândega, aplicação de sanções e cooperação policial.

Tanto Pelosi, como vários parlamentares que usaram da palavra durante a votação, apontaram que a China tem beneficiado deste estatuto especial e que o tem utilizado para fugir dos controlos e sanções às exportações dos EUA.

Um dos promotores do projecto, o congressista republicano Christopher Smith afirmou que os Estados Unidos estão “simplesmente a pedir ao Presidente chinês e à líder do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam que honrem as promessas do Governo”.

A China “fala em esmagar corpos, quebrar ossos, torturar dissidentes e encher campos de concentração, praticar crimes massivos contra a humanidade pelos quais houve pouca ou nenhuma responsabilidade ou sanção”, afirmou Smith, recordando as palavras proferidas pelo Presidente da China, Xi Jinping, que afirmou no fim-de-semana no Tibete que “quem tentar actividades separatistas em qualquer lugar da China acabará com o corpo esmagado e os ossos quebrados”.

No dia 7 de Outubro, na Casa Branca, o Presidente norte-americano, Donald Trump, disse que “gostaria de ver uma solução muito humana” para os protestos de Hong Kong. “Acho que o Presidente Xi tem a capacidade de fazer isso”, afirmou, reforçando que “Hong Kong é muito importante como centro mundial, não apenas para a China, mas para o mundo”.

Outro dos promotores do projecto, o congressista democrata Brad Sherman afirmou estar na hora de enfrentar a China, responsabilizando também as empresas norte-americanas que dão primazia ao lucro em detrimento dos direitos humanos. “As empresas inclinam-se para a China na procura de lucro”, disse Sherman. “O interesse comercial sempre vence, (…) é sempre sobre o dinheiro”, destacou, na mesma linha de raciocínio, Nancy Pelosi.

Afundanço empresarial

Sob pressão da China, a gigante da tecnologia Apple removeu um aplicativo para ‘smartphone’ que permitia que os manifestantes de Hong Kong seguissem a polícia, enquanto a Liga Norte-Americana da Basquetebol (NBA) tem estado desde a semana passada envolta numa polémica por não ter defendido a liberdade de expressão, depois do director-geral dos Houston Rockets, Daryl Morey, ter escrito na rede social Twitter “Luta pela liberdade. Força Hong Kong”.
Como consequência, a televisão estatal chinesa suspendeu a difusão de jogos da pré-época da NBA. O proprietário do Houston Rockets, Tilman Fertitta, distanciou a equipa destas opiniões, escrevendo no Twitter que Daryl Morey não falava pelos Houston Rockets.

A ‘superestrela’ LeBron James, conhecido por apoiar causas sociais e injustiças sociais, como a brutalidade policial contra os negros, criticou na segunda-feira Daryl Morey. “Não quero entrar numa discussão verbal com Daryl Morey, mas acredito que ele não tinha conhecimento suficiente sobre a situação em questão e falou (…) ou estava mal informado. (…) Sim, nós temos liberdade de expressão, mas esta pode levar a coisas “muito negativas”.

Estas afirmações provocaram uma onda de protestos em Hong Kong, com muitos manifestantes a queimarem camisolas com o nome da ‘superestrela’ e a alguns utilizarem máscaras com a cara de LeBron James a agarrar notas chinesas.

Império contra-ataca

A China expressou ontem “profunda indignação” perante a actuação da Câmara dos Representantes e prometeu retaliar. “Hong Kong pertence à China e os assuntos do território são assuntos internos da China que não tolera interferência externa”, declarou o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, citado pela agência de notícias estatal Xinhua. Shuang assegurou que Pequim irá tomar medidas contra “as más decisões” de Washington, a fim de salvaguardar firmemente os interesses de soberania, segurança e desenvolvimento”.

Para Pequim, “o actual desafio de Hong Kong nada tem que ver com direitos humanos ou democracia. A questão fundamental é pôr fim à violência, restabelecer a ordem e garantir o Estado de direito”.

“Caso a lei venha a entrar em vigor, não só prejudicará os interesses da China e das relações China-EUA, mas também prejudicará gravemente os interesses dos Estados Unidos”, advertiu o porta-voz chinês.

Os Estados Unidos “negarem as agressões violentas” cometidas pelos manifestantes de Hong Kong, sublinhou a porta-voz chinês, é algo que “expõe a extrema hipocrisia de alguns norte-americanos (…) e a intenção de prejudicar a prosperidade e estabilidade de Hong Kong e conter o desenvolvimento da China”.

O Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado também reagiu através do seu porta-voz, Yang Guang, que expressou “um protesto solene e forte condenação” da actuação da Câmara dos Representantes. “Este tipo de comportamento é uma interferência grosseira nos assuntos internos da China e um apoio directo às forças radicais da oposição de Hong Kong. Fica exposto o esquema político da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, e de alguns políticos, de usar Hong Kong para conter o desenvolvimento chinês”, apontou o porta-voz.

Na mesma linha de Pequim, o Governo de Hong Kong já “lamentou” a recente aprovação e assegurou que, “desde o seu regresso à pátria, a região exerceu (…) um alto nível de autonomia” que serviu para garantir direitos e liberdades impensáveis na China.

17 Out 2019

Hong Kong | Câmara dos representantes dos EUA aprova projectos de lei de apoio a manifestantes

A Câmara dos Representantes norte-americana aprovou na terça-feira três projectos de lei para demonstrar apoio aos manifestantes em Hong Kong, que há mais de quatro meses lutam por reformas democráticas e denunciam a erosão das liberdades no território. Pequim reagiu com indignação e ameaçou retaliar

 
Com agências 
[dropcap]D[/dropcap]e um lado, temos um regime repressivo que esmaga as liberdades democráticas em Hong Kong. Do outro, temos jovens que lutam pela liberdade e reformas democráticas. Tenho orgulho em estar ao lado de Jim McGovern em apoio aos votos bipartidários que mostram o compromisso da Câmara dos Representantes para com Hong Kong”. Assim rezou o tweet de Nancy Pelosi, a democrata que preside à câmara baixa do Congresso norte-americano, quando se preparava para votar um trio de projectos de lei em apoio aos protestos na região vizinha. A publicação veio acompanhada de uma fotografia com Pelosi e McGovern a segurar uma t-shirt preta onde se lê o slogan “Liberdade para Hong Kong. Revolução dos nossos tempos”.
No que diz respeito à legislação, um dos projectos de lei condena a ingerência de Pequim nos assuntos de Hong Kong e apoia o direito à liberdade de manifestação. O segundo, intitulado de ‘Hong Kong Human Rights and Democracy Act”, implica uma reavaliação anual do estatuto particular que os Estados Unidos concedem a Hong Kong em termos comerciais e que prevê sanções contra os responsáveis chineses.
Por último, o projecto de lei proíbe que armas norte-americanas sejam usadas contra os manifestantes por parte da polícia de Hong Kong.
A presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, enfatizou que os projectos de lei, que ainda terão de ser aprovados no Senado, reforçam o apoio dos EUA em relação aos direitos humanos face aos interesses comerciais chineses. “Se os Estados Unidos não defendem os direitos humanos na China por causa de interesses comerciais, perdemos toda a autoridade moral para falar em nome dos direitos humanos em qualquer lugar do mundo”, disse.
Pelosi afirmou que a bravura dos jovens manifestantes em Hong Kong contrasta com “o Governo cobarde que se recusa a respeitar o Estado de Direito” e o período de 50 anos (até 2047) com elevado grau de autonomia do território, a nível executivo, legislativo e judiciário, com o Governo Central chinês a ficar responsável pelas relações externas e defesa.

Estatuto especial

De acordo com a lei dos EUA, Hong Kong recebe tratamento especial em questões como comércio, alfândega, aplicação de sanções e cooperação policial.
Tanto Pelosi, como vários parlamentares que usaram da palavra durante a votação, apontaram que a China tem beneficiado deste estatuto especial e que o tem utilizado para fugir dos controlos e sanções às exportações dos EUA.
Um dos promotores do projecto, o congressista republicano Christopher Smith afirmou que os Estados Unidos estão “simplesmente a pedir ao Presidente chinês e à líder do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam que honrem as promessas do Governo”.
A China “fala em esmagar corpos, quebrar ossos, torturar dissidentes e encher campos de concentração, praticar crimes massivos contra a humanidade pelos quais houve pouca ou nenhuma responsabilidade ou sanção”, afirmou Smith, recordando as palavras proferidas pelo Presidente da China, Xi Jinping, que afirmou no fim-de-semana no Tibete que “quem tentar actividades separatistas em qualquer lugar da China acabará com o corpo esmagado e os ossos quebrados”.
No dia 7 de Outubro, na Casa Branca, o Presidente norte-americano, Donald Trump, disse que “gostaria de ver uma solução muito humana” para os protestos de Hong Kong. “Acho que o Presidente Xi tem a capacidade de fazer isso”, afirmou, reforçando que “Hong Kong é muito importante como centro mundial, não apenas para a China, mas para o mundo”.
Outro dos promotores do projecto, o congressista democrata Brad Sherman afirmou estar na hora de enfrentar a China, responsabilizando também as empresas norte-americanas que dão primazia ao lucro em detrimento dos direitos humanos. “As empresas inclinam-se para a China na procura de lucro”, disse Sherman. “O interesse comercial sempre vence, (…) é sempre sobre o dinheiro”, destacou, na mesma linha de raciocínio, Nancy Pelosi.

Afundanço empresarial

Sob pressão da China, a gigante da tecnologia Apple removeu um aplicativo para ‘smartphone’ que permitia que os manifestantes de Hong Kong seguissem a polícia, enquanto a Liga Norte-Americana da Basquetebol (NBA) tem estado desde a semana passada envolta numa polémica por não ter defendido a liberdade de expressão, depois do director-geral dos Houston Rockets, Daryl Morey, ter escrito na rede social Twitter “Luta pela liberdade. Força Hong Kong”.
Como consequência, a televisão estatal chinesa suspendeu a difusão de jogos da pré-época da NBA. O proprietário do Houston Rockets, Tilman Fertitta, distanciou a equipa destas opiniões, escrevendo no Twitter que Daryl Morey não falava pelos Houston Rockets.
A ‘superestrela’ LeBron James, conhecido por apoiar causas sociais e injustiças sociais, como a brutalidade policial contra os negros, criticou na segunda-feira Daryl Morey. “Não quero entrar numa discussão verbal com Daryl Morey, mas acredito que ele não tinha conhecimento suficiente sobre a situação em questão e falou (…) ou estava mal informado. (…) Sim, nós temos liberdade de expressão, mas esta pode levar a coisas “muito negativas”.
Estas afirmações provocaram uma onda de protestos em Hong Kong, com muitos manifestantes a queimarem camisolas com o nome da ‘superestrela’ e a alguns utilizarem máscaras com a cara de LeBron James a agarrar notas chinesas.

Império contra-ataca

A China expressou ontem “profunda indignação” perante a actuação da Câmara dos Representantes e prometeu retaliar. “Hong Kong pertence à China e os assuntos do território são assuntos internos da China que não tolera interferência externa”, declarou o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, citado pela agência de notícias estatal Xinhua. Shuang assegurou que Pequim irá tomar medidas contra “as más decisões” de Washington, a fim de salvaguardar firmemente os interesses de soberania, segurança e desenvolvimento”.
Para Pequim, “o actual desafio de Hong Kong nada tem que ver com direitos humanos ou democracia. A questão fundamental é pôr fim à violência, restabelecer a ordem e garantir o Estado de direito”.
“Caso a lei venha a entrar em vigor, não só prejudicará os interesses da China e das relações China-EUA, mas também prejudicará gravemente os interesses dos Estados Unidos”, advertiu o porta-voz chinês.
Os Estados Unidos “negarem as agressões violentas” cometidas pelos manifestantes de Hong Kong, sublinhou a porta-voz chinês, é algo que “expõe a extrema hipocrisia de alguns norte-americanos (…) e a intenção de prejudicar a prosperidade e estabilidade de Hong Kong e conter o desenvolvimento da China”.
O Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado também reagiu através do seu porta-voz, Yang Guang, que expressou “um protesto solene e forte condenação” da actuação da Câmara dos Representantes. “Este tipo de comportamento é uma interferência grosseira nos assuntos internos da China e um apoio directo às forças radicais da oposição de Hong Kong. Fica exposto o esquema político da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, e de alguns políticos, de usar Hong Kong para conter o desenvolvimento chinês”, apontou o porta-voz.
Na mesma linha de Pequim, o Governo de Hong Kong já “lamentou” a recente aprovação e assegurou que, “desde o seu regresso à pátria, a região exerceu (…) um alto nível de autonomia” que serviu para garantir direitos e liberdades impensáveis na China.

17 Out 2019

Peste suína leva China a proibir carne de Timor-Leste

[dropcap]A[/dropcap] China interditou a entrada de carne de porco proveniente de Timor-Leste devido ao surto de peste suína africana detectado no arquipélago.

Segundo um edital publicado hoje pela Administração Geral da Alfândega da China mas datado de sábado passado, passa a ser proibida a importação, directa ou indirecta, ou o transporte de porcos, javalis ou “produtos derivados” de Timor-Leste.

Quem violar a interdição será punido de acordo com a lei, sublinha a Alfândega, e os animais ou produtos serão devolvidos ao arquipélago ou destruídos.

No caso de a China servir apenas como ponto de passagem dos animais ou produtos rumo a um outro mercado, o veículo em que segue a mercadoria deverá ser selado e só aberto com a autorização da alfândega chinesa, explica o edital.

O Ministério da Agricultura de Timor-Leste anunciou a 3 de Outubro que cerca de 400 porcos em explorações agrícolas tinham morrido de peste suína.

A interdição não deverá ter impacto na economia timorense, uma vez que a China não importou qualquer produto animal de Timor-Leste nem no ano passado nem nos primeiros oito meses deste ano, segundo dados oficiais da Administração Geral da Alfândega da China.

A Alfândega justifica a medida com a necessidade de “proteger a segurança da pecuária chinesa e prevenir a introdução da epidemia” na China continental.

Mas a peste suína africana foi já detectada na China continental há um ano, tendo-se espalhado por 32 províncias e regiões do país. A doença não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis, tendo obrigado ao abate de mais de um milhão de suínos, segundo o Ministério chinês da Agricultura.

O país já perdeu 40% do seu gado, o que levou a inflação na China a subir em Agosto ao ritmo mais rápido dos últimos 18 meses. A carne de porco é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60% do total do consumo de proteína animal no país. Dados oficiais revelam que os consumidores chineses comem mais de 120 mil milhões de quilos de carne de porco por ano.

Para compensar o défice na produção doméstica, estimado em 10 milhões de toneladas, a China tem aumentado as importações do Brasil e da Europa.

No final do ano passado, as autoridades chinesas autorizaram três matadouros portugueses a exportar para o país.

As estimativas iniciais apontavam que as exportações portuguesas para China se fixassem em 15 mil porcos por semana, movimentando, no total, 100 milhões de euros.

15 Out 2019

Sri Lanka | Católicos queixam-se de visto recusado para visitar Fátima

[dropcap]U[/dropcap]m padre católico e um grupo de peregrinos do Sri Lanka, que pretendiam visitar este fim de semana o Santuário de Fátima, queixaram-se à Lusa de lhes ter sido negado o visto de entrada em Portugal.

Os católicos cingaleses, da diocese de Trincomalee, no leste do Sri Lanka, solicitaram o visto junto da Embaixada francesa em Colombo, no dia 4 de Setembro, mas o pedido “foi rejeitado”, afirmou o lusodescendente Earl Barthelot, que integrava o grupo.

A Embaixada de França representa a portuguesa em Colombo, após um acordo assinado com a Embaixada de Portugal na Índia, explicou.

O grupo tinha planeado aterrar no Porto na passada quinta-feira, para o início de uma viagem que passaria por Fátima – onde arrancou ontem a peregrinação internacional -, mas também por Lisboa, onde os cingaleses tinham previsto visitar o Museu da Fundação Oriente, e ainda por Sintra.

Perante a recusa, Earl Barthelot disse ter escrito várias vezes à Embaixada portuguesa em Nova Deli, bem como ao consulado português em Colombo, mas as representações diplomáticas “nunca responderam aos telefonemas ou e-mails”, lamentou.

O lusodescendente afirmou ainda ter contactado directamente o embaixador português na Índia, o embaixador português em Banguecoque e até conselheiros das comunidades portuguesas. “Ninguém respondeu”, disse.

Aquando da aplicação, Barthelot garante ter enviado todos os documentos exigidos, além de uma carta-convite da Fundação Oriente e do Duque de Bragança, tendo esta última sido remetida à agência Lusa.

“Por que é que o Governo português depende da embaixada francesa? Por que é que não existe uma Embaixada portuguesa em Colombo”, questionou, lamentando que “nem o Governo português nem o Governo cingalês” reconheçam os descendentes de portugueses no Sri Lanka.

14 Out 2019

Sri Lanka | Católicos queixam-se de visto recusado para visitar Fátima

[dropcap]U[/dropcap]m padre católico e um grupo de peregrinos do Sri Lanka, que pretendiam visitar este fim de semana o Santuário de Fátima, queixaram-se à Lusa de lhes ter sido negado o visto de entrada em Portugal.
Os católicos cingaleses, da diocese de Trincomalee, no leste do Sri Lanka, solicitaram o visto junto da Embaixada francesa em Colombo, no dia 4 de Setembro, mas o pedido “foi rejeitado”, afirmou o lusodescendente Earl Barthelot, que integrava o grupo.
A Embaixada de França representa a portuguesa em Colombo, após um acordo assinado com a Embaixada de Portugal na Índia, explicou.
O grupo tinha planeado aterrar no Porto na passada quinta-feira, para o início de uma viagem que passaria por Fátima – onde arrancou ontem a peregrinação internacional -, mas também por Lisboa, onde os cingaleses tinham previsto visitar o Museu da Fundação Oriente, e ainda por Sintra.
Perante a recusa, Earl Barthelot disse ter escrito várias vezes à Embaixada portuguesa em Nova Deli, bem como ao consulado português em Colombo, mas as representações diplomáticas “nunca responderam aos telefonemas ou e-mails”, lamentou.
O lusodescendente afirmou ainda ter contactado directamente o embaixador português na Índia, o embaixador português em Banguecoque e até conselheiros das comunidades portuguesas. “Ninguém respondeu”, disse.
Aquando da aplicação, Barthelot garante ter enviado todos os documentos exigidos, além de uma carta-convite da Fundação Oriente e do Duque de Bragança, tendo esta última sido remetida à agência Lusa.
“Por que é que o Governo português depende da embaixada francesa? Por que é que não existe uma Embaixada portuguesa em Colombo”, questionou, lamentando que “nem o Governo português nem o Governo cingalês” reconheçam os descendentes de portugueses no Sri Lanka.

14 Out 2019

Osaka | Mais de 30 portugueses retido após passagem do Hagibis

[dropcap]U[/dropcap]m grupo de mais de 30 portugueses ficou retido este fim de semana em Osaka, na sequência da passagem do tufão Hagibis pelo Japão, apesar de não terem sido registados grandes incidentes nesta cidade.

“Ficámos retidos em Osaka. Somos um grupo cerca de 35 pessoas, onde se incluem dois guias – um português e uma japonesa. A guia japonesa já não está connosco, mas também não pode viajar para Tóquio. Nós tínhamos avião no sábado pelas 23:00, mas o aeroporto estava fechado.

Os voos da Emirates para sábado e domingo foram cancelados”, avançou à Lusa, Isabel Parreira, um dos elementos do grupo.

Porém, ao contrário do que tinha sido previsto pelas autoridades nipónicas, Osaka não foi afectada pela passagem do tufão, tendo-se registado apenas algum vento e chuva no sábado.

“Ontem [sábado] choveu um pouco e o mercado tradicional estava fechado, apesar das grandes superfícies estarem abertas. O vento não era muito forte. Tínhamos alguns programas, inseridos na excursão, como a visita a um castelo, mas foram cancelados, porque o castelo estava encerrado”, explicou a turista portuguesa.

Já ontem, o comércio voltou a estar em normal funcionamento, assim como as atrações turísticas e alguns aviões já sobrevoaram a cidade, tendo-se ainda registado um tempo “normalíssimo”.

Devido à lotação dos aviões, o grupo conseguirá regressar a Portugal apenas entre quarta e quinta-feira, em dois voos diferentes, também operados pela Emirates.

Isabel Parreira sublinhou ainda que a informação a quem têm tido acesso é muito escassa, tendo em conta as notícias que não são transmitidas em inglês e que não têm encontrado muitas pessoas a saber falar este idioma.

“É muito estranho, nunca vi um sítio onde houvesse tão pouca gente a saber falar inglês”, relatou a portuguesa, acrescentando que apenas sabe que os principais estragos foram registados em Tóquio e que também foram causados alguns danos em Quioto, embora não consiga indicar a dimensão dos mesmos.

Quanto a medidas de segurança e prevenção, Isabel Parreira sublinhou que o grupo não foi informado de nada, embora acredite que existam medidas pensadas, caso “a situação se complicasse”, tendo em conta o elevado número de tufões registados no Japão.

“Estamos todos muito serenos. Não vi ninguém preocupado e estavam muitas pessoas pelas ruas. É como se não houvesse nenhum tufão. Sei que também houve um sismo, mas aqui não sentimos nada”, concluiu.

Da devastação

A passagem do tufão Hagibis, que atingiu este sábado o Japão, provocou pelo menos 33 mortos e 170 feridos, segundo o último balanço das autoridades locais.

De acordo com as autoridades de resgate, outras 17 pessoas encontram-se desaparecidas.
O Governo japonês mobilizou 27 mil membros das Forças de Autodefesa (exército) para os trabalhos de socorro.

O Hagibis tocou terra no sábado pouco antes das 19:00 e, cerca de duas horas depois, chegou à capital japonesa com rajadas de vento até 200 quilómetros por hora, de acordo com a Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês).

As chuvas torrenciais fizeram transbordar o rio Chikuma, afectando várias cidades e províncias como Negano.

Na cidade de Sano, em Tochigi, a enchente no rio Akiyama afectou também uma área residencial, à qual já acorreram equipas de resgate, incluindo soldados.

Em Kawagoe, o rio Ope deixou cerca de 260 pessoas presas num lar de idosos.
Por sua vez, em Tóquio, o rio Tama também excedeu o seu limite, inundando os pisos térreos de vários edifícios, incluindo um hospital.

Mais de sete milhões de pessoas foram aconselhadas a deixar as suas casas, tendo dezenas de milhares sido acolhidas em centros de abrigo.

14 Out 2019

Osaka | Mais de 30 portugueses retido após passagem do Hagibis

[dropcap]U[/dropcap]m grupo de mais de 30 portugueses ficou retido este fim de semana em Osaka, na sequência da passagem do tufão Hagibis pelo Japão, apesar de não terem sido registados grandes incidentes nesta cidade.
“Ficámos retidos em Osaka. Somos um grupo cerca de 35 pessoas, onde se incluem dois guias – um português e uma japonesa. A guia japonesa já não está connosco, mas também não pode viajar para Tóquio. Nós tínhamos avião no sábado pelas 23:00, mas o aeroporto estava fechado.
Os voos da Emirates para sábado e domingo foram cancelados”, avançou à Lusa, Isabel Parreira, um dos elementos do grupo.
Porém, ao contrário do que tinha sido previsto pelas autoridades nipónicas, Osaka não foi afectada pela passagem do tufão, tendo-se registado apenas algum vento e chuva no sábado.
“Ontem [sábado] choveu um pouco e o mercado tradicional estava fechado, apesar das grandes superfícies estarem abertas. O vento não era muito forte. Tínhamos alguns programas, inseridos na excursão, como a visita a um castelo, mas foram cancelados, porque o castelo estava encerrado”, explicou a turista portuguesa.
Já ontem, o comércio voltou a estar em normal funcionamento, assim como as atrações turísticas e alguns aviões já sobrevoaram a cidade, tendo-se ainda registado um tempo “normalíssimo”.
Devido à lotação dos aviões, o grupo conseguirá regressar a Portugal apenas entre quarta e quinta-feira, em dois voos diferentes, também operados pela Emirates.
Isabel Parreira sublinhou ainda que a informação a quem têm tido acesso é muito escassa, tendo em conta as notícias que não são transmitidas em inglês e que não têm encontrado muitas pessoas a saber falar este idioma.
“É muito estranho, nunca vi um sítio onde houvesse tão pouca gente a saber falar inglês”, relatou a portuguesa, acrescentando que apenas sabe que os principais estragos foram registados em Tóquio e que também foram causados alguns danos em Quioto, embora não consiga indicar a dimensão dos mesmos.
Quanto a medidas de segurança e prevenção, Isabel Parreira sublinhou que o grupo não foi informado de nada, embora acredite que existam medidas pensadas, caso “a situação se complicasse”, tendo em conta o elevado número de tufões registados no Japão.
“Estamos todos muito serenos. Não vi ninguém preocupado e estavam muitas pessoas pelas ruas. É como se não houvesse nenhum tufão. Sei que também houve um sismo, mas aqui não sentimos nada”, concluiu.

Da devastação

A passagem do tufão Hagibis, que atingiu este sábado o Japão, provocou pelo menos 33 mortos e 170 feridos, segundo o último balanço das autoridades locais.
De acordo com as autoridades de resgate, outras 17 pessoas encontram-se desaparecidas.
O Governo japonês mobilizou 27 mil membros das Forças de Autodefesa (exército) para os trabalhos de socorro.
O Hagibis tocou terra no sábado pouco antes das 19:00 e, cerca de duas horas depois, chegou à capital japonesa com rajadas de vento até 200 quilómetros por hora, de acordo com a Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês).
As chuvas torrenciais fizeram transbordar o rio Chikuma, afectando várias cidades e províncias como Negano.
Na cidade de Sano, em Tochigi, a enchente no rio Akiyama afectou também uma área residencial, à qual já acorreram equipas de resgate, incluindo soldados.
Em Kawagoe, o rio Ope deixou cerca de 260 pessoas presas num lar de idosos.
Por sua vez, em Tóquio, o rio Tama também excedeu o seu limite, inundando os pisos térreos de vários edifícios, incluindo um hospital.
Mais de sete milhões de pessoas foram aconselhadas a deixar as suas casas, tendo dezenas de milhares sido acolhidas em centros de abrigo.

14 Out 2019

Hong Kong | Novas detenções em protestos pró-democracia

O fim-de-semana voltou a contar com protestos nas ruas de Hong Kong, apesar da chuva torrencial que se fez sentir no sábado. No entanto, as manifestações parecem ter perdido algum fulgor face aos protestos das últimas semanas. A polícia continuou a efectuar várias detenções

 

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong, na China, deteve ontem mais pessoas durante os protestos organizados por manifestantes pró-democracia que, contudo, têm registado uma adesão inferior à do último fim de semana.

Em Mongkok vários manifestantes que ergueram uma barricada de bambu foram presos durante uma intervenção policial.

Na área de Tai Po, no norte, a polícia invadiu um centro comercial, no qual os manifestantes exibiam palavras de ordem nas fachadas das lojas.

De acordo com as autoridades locais, citadas pela agência France Presse (AFP), registaram-se, pelo menos, mais três protestos que levaram à intervenção da polícia.

As manifestações, que se tornaram massivas em Junho após uma controversa lei de extradição proposta, transformaram-se num movimento que exige reformas democráticas em Hong Kong.

Durante os quatro meses de protestos, registou-se uma escalada de violência. Os manifestantes têm acusado a polícia do uso de força excessiva, enquanto as autoridades condenam as táticas violentas de alguns grupos que apelidam de radicais.

Os protestos em Hong Kong continuam a decorrer, mas agora com uma menor adesão face às manifestações não autorizadas, que foram realizadas nas últimas semanas, conforme foi anunciado no sábado.

Segundo a agência Associated Press (AP), uma manifestação pacífica em Kowloon juntou no sábado alguns milhares de pessoas, que gritavam palavras de ordem, enquanto enfrentavam chuvas fortes.

Por outro lado, junto à sede da polícia na ilha de Hong Kong, cerca de 200 pessoas, muitas delas aposentadas, também se reuniram, não se tendo registados incidentes.

No passado domingo, a polícia de Hong Kong lançou gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes que desafiaram a proibição de protestar com máscaras.

Faça sol ou faça chuva

Dezenas de milhares de pessoas desfilaram, apesar da chuva torrencial, em manifestações não autorizadas em três bairros de Hong Kong.

Muitos dos manifestantes usavam máscaras e gritavam “usar máscara não é crime”, em protesto contra a proibição, em vigor desde 5 de Outubro, decretada pela líder do Governo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, para minimizar os protestos que já decorrem há quatro meses.

A medida, anunciada em 4 de Outubro, deu origem a distúrbios e episódios de violência e de vandalismo, estes especialmente dirigidos contra a empresa que gere o metropolitano de Hong Kong, MTR, acusada de estar ao lado da China.

14 Out 2019

Hong Kong | Novas detenções em protestos pró-democracia

O fim-de-semana voltou a contar com protestos nas ruas de Hong Kong, apesar da chuva torrencial que se fez sentir no sábado. No entanto, as manifestações parecem ter perdido algum fulgor face aos protestos das últimas semanas. A polícia continuou a efectuar várias detenções

 
[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong, na China, deteve ontem mais pessoas durante os protestos organizados por manifestantes pró-democracia que, contudo, têm registado uma adesão inferior à do último fim de semana.
Em Mongkok vários manifestantes que ergueram uma barricada de bambu foram presos durante uma intervenção policial.
Na área de Tai Po, no norte, a polícia invadiu um centro comercial, no qual os manifestantes exibiam palavras de ordem nas fachadas das lojas.
De acordo com as autoridades locais, citadas pela agência France Presse (AFP), registaram-se, pelo menos, mais três protestos que levaram à intervenção da polícia.
As manifestações, que se tornaram massivas em Junho após uma controversa lei de extradição proposta, transformaram-se num movimento que exige reformas democráticas em Hong Kong.
Durante os quatro meses de protestos, registou-se uma escalada de violência. Os manifestantes têm acusado a polícia do uso de força excessiva, enquanto as autoridades condenam as táticas violentas de alguns grupos que apelidam de radicais.
Os protestos em Hong Kong continuam a decorrer, mas agora com uma menor adesão face às manifestações não autorizadas, que foram realizadas nas últimas semanas, conforme foi anunciado no sábado.
Segundo a agência Associated Press (AP), uma manifestação pacífica em Kowloon juntou no sábado alguns milhares de pessoas, que gritavam palavras de ordem, enquanto enfrentavam chuvas fortes.
Por outro lado, junto à sede da polícia na ilha de Hong Kong, cerca de 200 pessoas, muitas delas aposentadas, também se reuniram, não se tendo registados incidentes.
No passado domingo, a polícia de Hong Kong lançou gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes que desafiaram a proibição de protestar com máscaras.

Faça sol ou faça chuva

Dezenas de milhares de pessoas desfilaram, apesar da chuva torrencial, em manifestações não autorizadas em três bairros de Hong Kong.
Muitos dos manifestantes usavam máscaras e gritavam “usar máscara não é crime”, em protesto contra a proibição, em vigor desde 5 de Outubro, decretada pela líder do Governo da região administrativa especial chinesa, Carrie Lam, para minimizar os protestos que já decorrem há quatro meses.
A medida, anunciada em 4 de Outubro, deu origem a distúrbios e episódios de violência e de vandalismo, estes especialmente dirigidos contra a empresa que gere o metropolitano de Hong Kong, MTR, acusada de estar ao lado da China.

14 Out 2019

Hong Kong | Quase um terço dos manifestantes detidos tem menos de 18 anos

[dropcap]Q[/dropcap]uase um terço dos manifestantes detidos em Hong Kong durante os protestos que ocorrem na cidade há quatro meses tem menos de 18 anos, informou o Departamento de Segurança do Governo de Hong Kong.

O secretário-chefe da Administração, Matthew Cheung, indicou na quinta-feira à noite numa conferência de imprensa que, dos 2.379 detidos, desde Junho, 750 tinham menos de 18 anos e 104 tinham menos de 16 anos.

Cheung avaliou esses dados como “chocantes” e “sombrios”, e pediu aos pais e professores que apelassem aos jovens “para que não participassem em nenhum ato ilegal ou violento” e ficassem “longe dos cordões policiais”, de forma a evitarem “situações perigosas”.

O mesmo responsável acrescentou que o Governo de Hong Kong não está a tentar erradicar os protestos na cidade, com a aprovação na semana passada de uma lei controversa que proíbe o uso de máscaras em manifestações.

“Nós nunca reprimimos os protestos em si. Nós reprimimos apenas a violência. Os protestos, se forem legais e pacíficos, fazem parte dos nossos valores”, afirmou.

Cheung disse que é preciso tempo para avaliar a eficácia da nova lei de emergência, que ele descreveu como “necessária” para a polícia “lidar com a ilegalidade”.

As autoridades de Hong Kong também apresentaram aos jornalistas uma estatística relacionada com os danos e a destruição causados pelos manifestantes mais violentos, indicando que estes destruíram um quinto dos semáforos da cidade, desmantelaram cerca de 42 quilómetros de valas localizadas na borda das estradas e levantaram cerca de 2.600 metros quadrados de calçadas.

Ao final da noite, a polícia de Hong Kong informou que daria “alta prioridade” a uma denúncia feita por uma estudante da Universidade da China por suposto abuso sexual quando foi detida em 31 de Agosto.

A jovem, Sonia Ng, disse hoje a uma rádio local que os eventos ocorreram depois de a polícia a ter levado para a esquadra de Kwai Chung.

Os protestos, que se tornaram massivos em Junho após uma controversa lei de extradição proposta, transformaram-se num movimento que exige reformas democráticas em Hong Kong.

Durante os quatro meses de manifestações, registou-se uma escalada de violência. Os manifestantes têm acusado a polícia do uso de força excessiva, enquanto as autoridades condenam as tácticas violentas de alguns grupos que apelidam de radicais.

11 Out 2019

Hong Kong | Quase um terço dos manifestantes detidos tem menos de 18 anos

[dropcap]Q[/dropcap]uase um terço dos manifestantes detidos em Hong Kong durante os protestos que ocorrem na cidade há quatro meses tem menos de 18 anos, informou o Departamento de Segurança do Governo de Hong Kong.
O secretário-chefe da Administração, Matthew Cheung, indicou na quinta-feira à noite numa conferência de imprensa que, dos 2.379 detidos, desde Junho, 750 tinham menos de 18 anos e 104 tinham menos de 16 anos.
Cheung avaliou esses dados como “chocantes” e “sombrios”, e pediu aos pais e professores que apelassem aos jovens “para que não participassem em nenhum ato ilegal ou violento” e ficassem “longe dos cordões policiais”, de forma a evitarem “situações perigosas”.
O mesmo responsável acrescentou que o Governo de Hong Kong não está a tentar erradicar os protestos na cidade, com a aprovação na semana passada de uma lei controversa que proíbe o uso de máscaras em manifestações.
“Nós nunca reprimimos os protestos em si. Nós reprimimos apenas a violência. Os protestos, se forem legais e pacíficos, fazem parte dos nossos valores”, afirmou.
Cheung disse que é preciso tempo para avaliar a eficácia da nova lei de emergência, que ele descreveu como “necessária” para a polícia “lidar com a ilegalidade”.
As autoridades de Hong Kong também apresentaram aos jornalistas uma estatística relacionada com os danos e a destruição causados pelos manifestantes mais violentos, indicando que estes destruíram um quinto dos semáforos da cidade, desmantelaram cerca de 42 quilómetros de valas localizadas na borda das estradas e levantaram cerca de 2.600 metros quadrados de calçadas.
Ao final da noite, a polícia de Hong Kong informou que daria “alta prioridade” a uma denúncia feita por uma estudante da Universidade da China por suposto abuso sexual quando foi detida em 31 de Agosto.
A jovem, Sonia Ng, disse hoje a uma rádio local que os eventos ocorreram depois de a polícia a ter levado para a esquadra de Kwai Chung.
Os protestos, que se tornaram massivos em Junho após uma controversa lei de extradição proposta, transformaram-se num movimento que exige reformas democráticas em Hong Kong.
Durante os quatro meses de manifestações, registou-se uma escalada de violência. Os manifestantes têm acusado a polícia do uso de força excessiva, enquanto as autoridades condenam as tácticas violentas de alguns grupos que apelidam de radicais.

11 Out 2019

Taiwan | China acusada de constituir “grande desafio” à paz e estabilidade

[dropcap]A[/dropcap] Presidente de Taiwan disse ontem que a China tem ameaçado constantemente a ilha, constituindo um “grande desafio” à paz e estabilidade regionais, numa altura em que Pequim tenta isolar diplomaticamente o território.
“A China usa a fórmula ‘um país, dois sistemas’ para nos ameaçar constantemente, efectua todo o tipo de ataques e ergue desafios virulentos à paz e à estabilidade regionais”, defendeu Tsai Ing-wen, no discurso que marcou o Dia Nacional de Taiwan.
As declarações de Tsai surgem numa altura em que Hong Kong é palco dos maiores protestos pró-democracia desde a transferência da soberania do território do Reino Unido para a China, em 1997.
A líder taiwanesa considerou que a contestação social na região semiautónoma chinesa expõe “o fracasso” da fórmula ‘um país, dois sistemas’, e prometeu defender a soberania de Taiwan.
Taiwan “não teria espaço para sobreviver se aceitasse a fórmula ‘um país, dois sistemas'”, afirmou.
Rejeitar aquela fórmula, que garante o estatuto semiautónomo de Hong Kong e de Macau, é o “maior consenso entre os 23 milhões de habitantes de Taiwan, independentemente da filiação partidária ou posição política”, sublinhou.

Nada a dizer

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.
Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição de Tsai Ing-wen, do Partido Progressista Democrático (DPP, sigla em inglês), pró-independência, em 2016, e afirmou que só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China.
Tsai concorre a um segundo mandato nas eleições que se realizam no início do próximo ano.

Apoio republicano

Em contraste com a parada militar que, no dia 1 Outubro, assinalou os 70 anos desde a fundação da República Popular da China, em Pequim, com uma demonstração de mísseis balísticos intercontinentais, Taiwan realizou uma celebração mais discreta, que sublinhou a abertura do território, incluindo através da participação de dezenas de imigrantes.
“Quando a democracia está sob ameaça, devemos erguer-nos para protegê-la. Como Presidente, devo defender a soberania e assegurar a sobrevivência de Taiwan”, afirmou Tsai.
Desde que Tsai Ing-wen foi eleita Presidente, sete países, incluído São Tomé e Príncipe, cortaram relações diplomáticas com Taipé, que conta agora apenas 15 aliados diplomáticos.
E após o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em 2017, as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo da ilha intensificaram-se, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável uma invasão da China.
No entanto, o apoio militar dos Estados Unidos a Taipé tem aumentado, o que constitui outra fonte de tensão entre Washington e Pequim.
Numa demonstração de apoio a Tsai, o senador Ted Cruz, do Partido Republicano, participou ontem nas comemorações do Dia Nacional em Taipé.
Tratou-se da primeira participação de um senador norte-americano naquelas comemorações em 35 anos, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan.

11 Out 2019

Taiwan | China acusada de constituir “grande desafio” à paz e estabilidade

[dropcap]A[/dropcap] Presidente de Taiwan disse ontem que a China tem ameaçado constantemente a ilha, constituindo um “grande desafio” à paz e estabilidade regionais, numa altura em que Pequim tenta isolar diplomaticamente o território.

“A China usa a fórmula ‘um país, dois sistemas’ para nos ameaçar constantemente, efectua todo o tipo de ataques e ergue desafios virulentos à paz e à estabilidade regionais”, defendeu Tsai Ing-wen, no discurso que marcou o Dia Nacional de Taiwan.

As declarações de Tsai surgem numa altura em que Hong Kong é palco dos maiores protestos pró-democracia desde a transferência da soberania do território do Reino Unido para a China, em 1997.

A líder taiwanesa considerou que a contestação social na região semiautónoma chinesa expõe “o fracasso” da fórmula ‘um país, dois sistemas’, e prometeu defender a soberania de Taiwan.

Taiwan “não teria espaço para sobreviver se aceitasse a fórmula ‘um país, dois sistemas'”, afirmou.
Rejeitar aquela fórmula, que garante o estatuto semiautónomo de Hong Kong e de Macau, é o “maior consenso entre os 23 milhões de habitantes de Taiwan, independentemente da filiação partidária ou posição política”, sublinhou.

Nada a dizer

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.

Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição de Tsai Ing-wen, do Partido Progressista Democrático (DPP, sigla em inglês), pró-independência, em 2016, e afirmou que só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China.
Tsai concorre a um segundo mandato nas eleições que se realizam no início do próximo ano.

Apoio republicano

Em contraste com a parada militar que, no dia 1 Outubro, assinalou os 70 anos desde a fundação da República Popular da China, em Pequim, com uma demonstração de mísseis balísticos intercontinentais, Taiwan realizou uma celebração mais discreta, que sublinhou a abertura do território, incluindo através da participação de dezenas de imigrantes.

“Quando a democracia está sob ameaça, devemos erguer-nos para protegê-la. Como Presidente, devo defender a soberania e assegurar a sobrevivência de Taiwan”, afirmou Tsai.

Desde que Tsai Ing-wen foi eleita Presidente, sete países, incluído São Tomé e Príncipe, cortaram relações diplomáticas com Taipé, que conta agora apenas 15 aliados diplomáticos.

E após o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em 2017, as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo da ilha intensificaram-se, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável uma invasão da China.

No entanto, o apoio militar dos Estados Unidos a Taipé tem aumentado, o que constitui outra fonte de tensão entre Washington e Pequim.

Numa demonstração de apoio a Tsai, o senador Ted Cruz, do Partido Republicano, participou ontem nas comemorações do Dia Nacional em Taipé.

Tratou-se da primeira participação de um senador norte-americano naquelas comemorações em 35 anos, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan.

11 Out 2019

Hong Kong | Apple remove aplicação que permitia seguir a polícia

[dropcap]A[/dropcap] gigante tecnológica norte-americana Apple removeu ontem da sua loja ‘online’ uma aplicação para ‘smartphone’, após críticas da China, que permitia aos activistas de Hong Kong seguir os movimentos da polícia.

Os criadores da HKmap.live divulgaram uma mensagem que afirmaram ser da Apple, na qual se explicava que a aplicação de transporte urbano “tinha sido usada para atacar e emboscar a polícia” e “ameaçar a segurança pública”.

“A aplicação mostra as posições policiais e verificámos com o gabinete de cibersegurança e crime tecnológico de Hong Kong que foi usada para atingir e emboscar a polícia, ameaçar a segurança pública”, afirmou a Apple, segundo os ‘designers’.

A empresa norte-americana, devido a interesses empresariais na China continental, sempre se absteve de se posicionar sobre questões delicadas e, geralmente, cumpre as exigências de Pequim, removendo do país as aplicações consideradas inapropriadas.

11 Out 2019

Hong Kong | Apple remove aplicação que permitia seguir a polícia

[dropcap]A[/dropcap] gigante tecnológica norte-americana Apple removeu ontem da sua loja ‘online’ uma aplicação para ‘smartphone’, após críticas da China, que permitia aos activistas de Hong Kong seguir os movimentos da polícia.
Os criadores da HKmap.live divulgaram uma mensagem que afirmaram ser da Apple, na qual se explicava que a aplicação de transporte urbano “tinha sido usada para atacar e emboscar a polícia” e “ameaçar a segurança pública”.
“A aplicação mostra as posições policiais e verificámos com o gabinete de cibersegurança e crime tecnológico de Hong Kong que foi usada para atingir e emboscar a polícia, ameaçar a segurança pública”, afirmou a Apple, segundo os ‘designers’.
A empresa norte-americana, devido a interesses empresariais na China continental, sempre se absteve de se posicionar sobre questões delicadas e, geralmente, cumpre as exigências de Pequim, removendo do país as aplicações consideradas inapropriadas.

11 Out 2019

Guerra Comercial | China e EUA voltam a tentar acordo em nova ronda de negociações

As representações de alto nível de Pequim e de Washington voltam à mesa para tentar acabar com a guerra comercial entre as duas nações. Acontecimentos recentes como a posição da liga norte-americana de basquetebol sobre os protestos em Hong Kong ou a decisão da Casa Branca de restringir a exportação de tecnologia para empresas de tecnologia chinesas não deixam antever um desfecho positivo

 

[dropcap]R[/dropcap]epresentantes da China e dos Estados Unidos iniciaram ontem, em Washington, a 13.ª ronda de negociações por um acordo que ponha fim à guerra comercial que dura há quinze meses e ameaça a economia mundial.

O vice-primeiro-ministro chinês Liu He lidera a delegação de Pequim, que inclui ainda o ministro do Comércio ou o governador do banco central da China.

Do lado americano, a delegação é liderada pelo representante do Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

Pequim e Washington impuseram já taxas alfandegárias adicionais sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um, numa disputa motivada pela política de Pequim para o sector tecnológico.

Em causa está o plano “Made in China 2025”, que visa transformar as empresas estatais chinesas em potências tecnológicas, com capacidades em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

Os EUA consideram que aquele plano viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às firmas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias adicionais sobre 360 mil milhões de dólares de bens oriundos da China, e planeia punir mais 160 mil milhões, a partir de meados de Dezembro, caso os dois lados não cheguem a acordo.

A China retaliou com taxas alfandegárias adicionais sobre um total de 120 mil milhões de dólares de importações oriundas dos EUA, atingido sobretudo produtos agrícolas, tentando penalizar directamente Trump, já que é na América rural que estão concentrados muitos dos seus eleitores.

Analistas pessimistas

Um primeiro período de tréguas colapsou em Maio, após o Presidente norte-americano acusar o lado chinês de recuar em promessas feitas anteriormente.

Segundo a imprensa dos EUA, o lado chinês terá revisto um rascunho do acordo, um documento com 150 páginas, e excluiu mecanismos legais que obrigariam as autoridades a cumprir com o acordo e outros pontos que implicavam reformas profundas no sistema económico chinês.

Mas os atritos comerciais estão também a afectar a economia norte-americana, sobretudo o sector manufactureiro. Uma pesquisa privada difundida na semana passada apurou que a produção industrial dos EUA caiu para o nível mais baixo desde 2009, durante o pico da crise financeira internacional.

Os dois governos fizeram gestos conciliatórios nas semanas que antecederam a nova ronda negocial, incluindo suspender ou adiar a entrada em vigor de novas taxas alfandegárias.

No entanto, analistas consideram improvável que haja um acordo em breve, face à ausência de progresso em pontos essenciais: Pequim recusa fazer o tipo de reformas substanciais exigidas por Washington, porque reduziriam as aspirações dos líderes chineses ao domínio tecnológico que consideram crucial para a prosperidade futura e elevação do estatuto global do país. “Estou a conduzir negociações duras, mas tinha de o fazer”, afirmou Trump, na quarta-feira.

Abalos vários

O período que antecedeu as negociações foi abalado pelo processo de destituição contra Trump, a polémica suscitada pela posição da liga profissional norte-americana de basquetebol sobre os protestos em Hong Kong ou a decisão da Casa Branca de restringir a exportação de tecnologia para várias empresas de tecnologia chinesas alegadamente envolvidas numa campanha repressiva contra minorias étnicas chinesas de origem muçulmana.

Dentro da Administração Trump, alguns dos negociadores pedem a adopção de regulamentos mais rígidos contra Pequim em várias indústrias, visando reforçar a posição negocial durante as negociações, mas também potencialmente “dissociar” as duas maiores economias do mundo, caso não haja um acordo.

11 Out 2019

Guerra Comercial | China e EUA voltam a tentar acordo em nova ronda de negociações

As representações de alto nível de Pequim e de Washington voltam à mesa para tentar acabar com a guerra comercial entre as duas nações. Acontecimentos recentes como a posição da liga norte-americana de basquetebol sobre os protestos em Hong Kong ou a decisão da Casa Branca de restringir a exportação de tecnologia para empresas de tecnologia chinesas não deixam antever um desfecho positivo

 
[dropcap]R[/dropcap]epresentantes da China e dos Estados Unidos iniciaram ontem, em Washington, a 13.ª ronda de negociações por um acordo que ponha fim à guerra comercial que dura há quinze meses e ameaça a economia mundial.
O vice-primeiro-ministro chinês Liu He lidera a delegação de Pequim, que inclui ainda o ministro do Comércio ou o governador do banco central da China.
Do lado americano, a delegação é liderada pelo representante do Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Pequim e Washington impuseram já taxas alfandegárias adicionais sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um, numa disputa motivada pela política de Pequim para o sector tecnológico.
Em causa está o plano “Made in China 2025”, que visa transformar as empresas estatais chinesas em potências tecnológicas, com capacidades em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.
Os EUA consideram que aquele plano viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às firmas domésticas, enquanto as protege da competição externa.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias adicionais sobre 360 mil milhões de dólares de bens oriundos da China, e planeia punir mais 160 mil milhões, a partir de meados de Dezembro, caso os dois lados não cheguem a acordo.
A China retaliou com taxas alfandegárias adicionais sobre um total de 120 mil milhões de dólares de importações oriundas dos EUA, atingido sobretudo produtos agrícolas, tentando penalizar directamente Trump, já que é na América rural que estão concentrados muitos dos seus eleitores.

Analistas pessimistas

Um primeiro período de tréguas colapsou em Maio, após o Presidente norte-americano acusar o lado chinês de recuar em promessas feitas anteriormente.
Segundo a imprensa dos EUA, o lado chinês terá revisto um rascunho do acordo, um documento com 150 páginas, e excluiu mecanismos legais que obrigariam as autoridades a cumprir com o acordo e outros pontos que implicavam reformas profundas no sistema económico chinês.
Mas os atritos comerciais estão também a afectar a economia norte-americana, sobretudo o sector manufactureiro. Uma pesquisa privada difundida na semana passada apurou que a produção industrial dos EUA caiu para o nível mais baixo desde 2009, durante o pico da crise financeira internacional.
Os dois governos fizeram gestos conciliatórios nas semanas que antecederam a nova ronda negocial, incluindo suspender ou adiar a entrada em vigor de novas taxas alfandegárias.
No entanto, analistas consideram improvável que haja um acordo em breve, face à ausência de progresso em pontos essenciais: Pequim recusa fazer o tipo de reformas substanciais exigidas por Washington, porque reduziriam as aspirações dos líderes chineses ao domínio tecnológico que consideram crucial para a prosperidade futura e elevação do estatuto global do país. “Estou a conduzir negociações duras, mas tinha de o fazer”, afirmou Trump, na quarta-feira.

Abalos vários

O período que antecedeu as negociações foi abalado pelo processo de destituição contra Trump, a polémica suscitada pela posição da liga profissional norte-americana de basquetebol sobre os protestos em Hong Kong ou a decisão da Casa Branca de restringir a exportação de tecnologia para várias empresas de tecnologia chinesas alegadamente envolvidas numa campanha repressiva contra minorias étnicas chinesas de origem muçulmana.
Dentro da Administração Trump, alguns dos negociadores pedem a adopção de regulamentos mais rígidos contra Pequim em várias indústrias, visando reforçar a posição negocial durante as negociações, mas também potencialmente “dissociar” as duas maiores economias do mundo, caso não haja um acordo.

11 Out 2019