Vice-Presidente das Filipinas na liderança à repressão das drogas

[dropcap]A[/dropcap] vice-Presidente das Filipinas, Leni Robredo, aceitou ontem a oferta do Presidente Rodrigo Duterte para desempenhar um papel de liderança na luta contra as drogas no país.

Leni Robredo, antiga advogada de direitos humanos, disse que, ao concordar com esta oferta incomum, poderia salvar vidas dentro desta operação de repressão contra as drogas, que já deixou milhares de mortos em alegados confrontos com a polícia, situação que alarmou os governos e os grupos de direitos humanos ocidentais.

“Muitos manifestaram a preocupação de que esta oferta não é sincera, de que é uma armadilha que só visa minar-me e envergonhar-me”, disse Robredo numa conferência de imprensa.

“Embora se possa dizer que essa oferta é apenas politiquice e que as agências (de combate à droga) não me seguirão e farão tudo para que eu não tenha sucesso, estou pronta para suportar tudo isso”, acrescentou.

“Se eu puder salvar uma vida inocente, os meus princípios e o meu coração dizem-me que eu devo tentar”, disse a vice-Presidente.

O secretário de Comunicações, Martin Andanar, elogiou a decisão de Robredo. “Acreditamos que os críticos mais barulhentos devem agir, deve ir além de meros observadores, contribuir activamente para a mudança”, afirmou Andanar.

O director regional da Amnistia Internacional para o leste e sudeste da Ásia, Nicholas Bequelin, defendeu por seu lado que Robredo “deverá ter o poder de interromper os assassínios diários e alterar a estrutura mortal de comando (…), caso contrário, esta mudança será um gesto vazio”.

“A sua nomeação não muda o facto de que a ‘guerra às drogas’ do governo Duterte equivale a crimes contra a humanidade”, disse Bequelin.

Perante as constantes críticas de Robredo à sua campanha contra as drogas, Duterte indicou-a como uma das duas líderes de um comité interinstitucional que inclui a polícia e os militares e tem a tarefa de supervisionar e coordenar os esforços do Governo no combate às drogas ilegais.

Mar de sangue

É a última reviravolta na repressão em massa sem precedentes que Duterte lançou depois de assumir o cargo, em meados de 2016.

Mais de 6.300 suspeitos de envolvimento com drogas foram mortos após resistirem à prisão e cerca de 1,3 milhões de pessoas foram presas, disseram as autoridades. Grupos de direitos humanos citam um número maior de mortos e acusam alguns polícias de matar suspeitos desarmados com base em evidências frágeis e alterar cenas de crime para fazer parecer que os suspeitos reagiram violentamente.

Presidentes e vice-Presidentes são eleitos separadamente nas Filipinas, resultando por vezes em candidatos de partidos rivais como Duterte e Robredo, que acabaram na liderança do país e frequentemente estão em lados opostos em relação às políticas que devem ser implementadas nas Filipinas.

7 Nov 2019

Hong Kong | Deputado pró-Pequim esfaqueado

[dropcap]O[/dropcap] deputado de Hong Kong Junius Ho, da ala pró-Pequim, foi ontem esfaqueado durante uma acção de campanha para as eleições locais, tendo a polícia já detido o agressor, de acordo com a imprensa local.

Em comunicado, Junius Ho, que tem sido alvo de duras críticas por parte dos manifestantes pró-democracia, indicou que vai ser submetido a cirurgia, mas garantiu estar “livre de perigo”.
Um homem foi detido na sequência do ataque, gravado e publicado na plataforma ‘online’ do jornal South China Morning Post.

O vídeo mostra o agressor a aproximar-se de Ho e a entregar-lhe um ramo de flores, agradecendo “todos os esforços” do parlamentar. De seguida, alegando que gostaria de tirar uma fotografia com o deputado, retirou uma faca da mala e esfaqueou o candidato.

O membro do Conselho Legislativo de Hong Kong (LegCo) esteve na rua em campanha para as eleições para o conselho distrital, que se realizam a 24 de Novembro sem o proeminente activista Joshua Wong, que foi afastado da corrida.

O deputado Junius Ho tornou-se alvo de críticas em finais de Julho, após o ataque a uma estação de metropolitano, onde passageiros e manifestantes foram espancados arbitrariamente por um grupo de homens armados.

Ho foi mais tarde visto num vídeo a apertar a mão a um dos alegados atacantes, na estação de Yuen Long, ainda que o deputado tenha negado qualquer ligação com o grupo que envergava ‘t-shirts’ brancas, normalmente utilizadas em Hong Kong pelos manifestantes pró-regime.

A respeito das eleições, Ho declarou que este é um “dia negro”, mas que não vai desistir. “Não há ordem nas eleições. Embora a atmosfera eleitoral já seja injusta e tenha perdido a ordem, continuarei a ser corajoso e destemido”, afirmou.

7 Nov 2019

Hong Kong | Deputado pró-Pequim esfaqueado

[dropcap]O[/dropcap] deputado de Hong Kong Junius Ho, da ala pró-Pequim, foi ontem esfaqueado durante uma acção de campanha para as eleições locais, tendo a polícia já detido o agressor, de acordo com a imprensa local.
Em comunicado, Junius Ho, que tem sido alvo de duras críticas por parte dos manifestantes pró-democracia, indicou que vai ser submetido a cirurgia, mas garantiu estar “livre de perigo”.
Um homem foi detido na sequência do ataque, gravado e publicado na plataforma ‘online’ do jornal South China Morning Post.
O vídeo mostra o agressor a aproximar-se de Ho e a entregar-lhe um ramo de flores, agradecendo “todos os esforços” do parlamentar. De seguida, alegando que gostaria de tirar uma fotografia com o deputado, retirou uma faca da mala e esfaqueou o candidato.
O membro do Conselho Legislativo de Hong Kong (LegCo) esteve na rua em campanha para as eleições para o conselho distrital, que se realizam a 24 de Novembro sem o proeminente activista Joshua Wong, que foi afastado da corrida.
O deputado Junius Ho tornou-se alvo de críticas em finais de Julho, após o ataque a uma estação de metropolitano, onde passageiros e manifestantes foram espancados arbitrariamente por um grupo de homens armados.
Ho foi mais tarde visto num vídeo a apertar a mão a um dos alegados atacantes, na estação de Yuen Long, ainda que o deputado tenha negado qualquer ligação com o grupo que envergava ‘t-shirts’ brancas, normalmente utilizadas em Hong Kong pelos manifestantes pró-regime.
A respeito das eleições, Ho declarou que este é um “dia negro”, mas que não vai desistir. “Não há ordem nas eleições. Embora a atmosfera eleitoral já seja injusta e tenha perdido a ordem, continuarei a ser corajoso e destemido”, afirmou.

7 Nov 2019

Alterações climáticas | Macron e Xi pedem 90.000 milhões de euros

[dropcap]O[/dropcap] Presidente francês, Emmanuel Macron, e o homólogo chinês, Xi Jinping, apelaram ontem aos países desenvolvidos que invistam 90.000 milhões de euros, até 2025, para combater as alterações climáticas.

Numa declaração conjunta, intitulada “O apelo de Pequim à conservação da biodiversidade e ao combate às alterações climáticas”, os dois líderes reafirmaram o seu “firme apoio ao Acordo de Paris”, que consideraram “um processo” irreversível e uma “bússola” para uma “acção forte” na questão ambiental.

Macron e Xi disseram que “estão determinados a fazer esforços sem precedentes para garantir o futuro das novas gerações” e “intensificar os esforços internacionais” para combater as alterações climáticas, além de “acelerar a transição para o desenvolvimento verde”.

A declaração pede que “todos os países, autoridades internacionais, empresas e organizações não-governamentais publiquem, até ao próximo ano, as suas estratégias de desenvolvimento a longo prazo, até 2050, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa”.

Os dois chefes de Estado apelaram ainda a “um compromisso activo dos líderes políticos ao mais alto nível”, em favor da biodiversidade, e ao trabalho conjunto para “reverter a curva de perda da biodiversidade” até 2030.

Ambos os países pediram ainda um compromisso para com a restauração dos ecossistemas e medidas ambiciosas para interromper e reverter a degradação da terra e do mar, recuperando pelo menos 30 por cento dos ecossistemas degradados.

Os dois líderes enfatizaram que o “Fundo Verde” para o clima das Nações Unidas “desempenha um papel essencial na mobilização de recursos financeiros para os países em desenvolvimento”.

Adeus americano

A declaração conjunta, emitida durante a visita de Estado de Macron a Pequim, surge após os Estados Unidos informarem a Organização das Nações Unidas (ONU) de que iniciaram o processo de retirada do acordo de combate às alterações climáticas, assinado em Paris há quatro anos.

O Acordo enunciou a meta de impedir um agravamento da subida já verificada na temperatura média mundial em mais entre 0,5 e 1 grau Celsius.

Mas os compromissos avançados pelos participantes em 2015 são insuficientes para impedir aqueles níveis de aquecimento. O aquecimento global, provocado pela queima de carvão, petróleo e gás, já causou o aumento da temperatura média global em um grau centígrado desde o final do século XIX.

Entre os seus resultados estão a fusão dos gelos, eventos extremos e a acidificação dos oceanos. E os cientistas asseguram que, dependendo da quantidade de dióxido de carbono emitido, a situação só vai piorar até ao final do século, com a temperatura a aumentar vários graus e o nível médio do mar em pelo menos um metro.

7 Nov 2019

Alterações climáticas | Macron e Xi pedem 90.000 milhões de euros

[dropcap]O[/dropcap] Presidente francês, Emmanuel Macron, e o homólogo chinês, Xi Jinping, apelaram ontem aos países desenvolvidos que invistam 90.000 milhões de euros, até 2025, para combater as alterações climáticas.
Numa declaração conjunta, intitulada “O apelo de Pequim à conservação da biodiversidade e ao combate às alterações climáticas”, os dois líderes reafirmaram o seu “firme apoio ao Acordo de Paris”, que consideraram “um processo” irreversível e uma “bússola” para uma “acção forte” na questão ambiental.
Macron e Xi disseram que “estão determinados a fazer esforços sem precedentes para garantir o futuro das novas gerações” e “intensificar os esforços internacionais” para combater as alterações climáticas, além de “acelerar a transição para o desenvolvimento verde”.
A declaração pede que “todos os países, autoridades internacionais, empresas e organizações não-governamentais publiquem, até ao próximo ano, as suas estratégias de desenvolvimento a longo prazo, até 2050, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa”.
Os dois chefes de Estado apelaram ainda a “um compromisso activo dos líderes políticos ao mais alto nível”, em favor da biodiversidade, e ao trabalho conjunto para “reverter a curva de perda da biodiversidade” até 2030.
Ambos os países pediram ainda um compromisso para com a restauração dos ecossistemas e medidas ambiciosas para interromper e reverter a degradação da terra e do mar, recuperando pelo menos 30 por cento dos ecossistemas degradados.
Os dois líderes enfatizaram que o “Fundo Verde” para o clima das Nações Unidas “desempenha um papel essencial na mobilização de recursos financeiros para os países em desenvolvimento”.

Adeus americano

A declaração conjunta, emitida durante a visita de Estado de Macron a Pequim, surge após os Estados Unidos informarem a Organização das Nações Unidas (ONU) de que iniciaram o processo de retirada do acordo de combate às alterações climáticas, assinado em Paris há quatro anos.
O Acordo enunciou a meta de impedir um agravamento da subida já verificada na temperatura média mundial em mais entre 0,5 e 1 grau Celsius.
Mas os compromissos avançados pelos participantes em 2015 são insuficientes para impedir aqueles níveis de aquecimento. O aquecimento global, provocado pela queima de carvão, petróleo e gás, já causou o aumento da temperatura média global em um grau centígrado desde o final do século XIX.
Entre os seus resultados estão a fusão dos gelos, eventos extremos e a acidificação dos oceanos. E os cientistas asseguram que, dependendo da quantidade de dióxido de carbono emitido, a situação só vai piorar até ao final do século, com a temperatura a aumentar vários graus e o nível médio do mar em pelo menos um metro.

7 Nov 2019

Acordo de Paris | China, Rússia e França lamentam saída dos EUA

[dropcap]F[/dropcap]rança, China, Alemanha e Rússia lamentaram ontem a formalização da intenção dos Estados Unidos de deixar o Acordo de Paris sobre o clima, decisão anunciada em 2017 pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

Os Estados Unidos informaram na segunda-feira a Organização das Nações Unidas (ONU) de que iniciaram o processo de retirada do acordo de combate às alterações climáticas, assinado em Paris em 2015.

A China, maior emissor mundial de gases com efeito estufa, anunciou ontem lamentar esta formalização dos Estados Unidos diante da ONU.

“Esperamos que os Estados Unidos mostrem mais responsabilidade e contribuam mais para o processo de cooperação multilateral, em vez de adicionar energia negativa”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, aos jornalistas.

A França declarou também lamentar a oficialização pelos Estados Unidos, uma medida que “já se esperava”.”Lamentamos e isso torna ainda mais necessária a parceria franco-chinesa sobre o clima e a biodiversidade”, indicou a Presidência francesa, no momento em que o Presidente Emmanuel Macron inicia o seu segundo dia de visita à China.

A Alemanha sublinhou ontem que a decisão do governo dos EUA de se retirar o acordo climático de Paris é “lamentável”, mas não surpreende. A ministra do Meio Ambiente alemã, Svenja Schulze, disse que os EUA anunciaram o seu plano de se retirar do Acordo há dois anos e “felizmente permaneceram sozinhos ao fazê-lo”.

Svenja Schulze declarou que o “efeito dominó” que alguns temiam depois que o anúncio de Donald Trump não ocorreu. “O resto do mundo está unido na protecção do clima”, disse num comunicado a ministra alemã, observando que até a Rússia, exportadora de combustíveis fósseis, aderiu recentemente ao pacto.

A formalização da saída dos EUA do Acordo representa um “sério” golpe neste pacto pela luta contra as mudanças climáticas, disse por seu lado o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

“Isso prejudica o acordo da maneira mais séria, porque é um país líder em termos de emissões de gases de efeito estufa”, disse Peskov, acrescentando que “sem a maior economia do mundo, é ainda difícil falar de um acordo climático”.

O Chile, como presidente da próxima cimeira do clima da ONU (COP25) e a Espanha, como país anfitrião da conferência, expressaram em conjunto o seu desejo de que os Estados Unidos “reconsiderem essa decisão o mais rapidamente possível”, a fim de contar com sua contribuição neste acordo.

As ministras enfatizaram o “apoio global ao Acordo de Paris”, ratificado até hoje por 187 países, o que mostra um claro sinal de compromisso da comunidade internacional.

De mal a pior

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou na segunda-feira que tinha submetido à ONU o pedido formal de retirada do Acordo. Este pedido inicia o processo de saída que, contudo, vai demorar pelo menos um ano.

Na declaração, Pompeo considera que o Acordo de Paris constitui “um peso económico injusto” para os EUA. Os conservadores norte-americanos saudaram a decisão da administração Trump, mas a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, considerou tratar-se de “uma nova decisão contrária à ciência (…) que vende o futuro do planeta e das crianças”.
Cerca de 200 nações assinaram o acordo de Paris, no qual cada Estado fixa os seus próprios objectivos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa que provocam a crise climática.

O Acordo enunciou a meta de impedir um agravamento da subida já verificada na temperatura média mundial em mais entre 0,5 e 1 grau Celsius. Mas os compromissos avançados pelos participantes em 2015 são insuficientes para impedir aqueles níveis de aquecimento.

O aquecimento global, provocado pela queima de carvão, petróleo e gás, já causou o aumento da temperatura média global em um grau centígrado desde o final do século XIX.

Entre os seus resultados estão a fusão dos gelos, eventos extremos e a acidificação dos oceanos. E os cientistas asseguram que, dependendo da quantidade de dióxido de carbono emitido, a situação só vai piorar até ao final do século, com a temperatura a aumentar vários graus e o nível médio do mar em pelo menos um metro.

6 Nov 2019

Acordo de Paris | China, Rússia e França lamentam saída dos EUA

[dropcap]F[/dropcap]rança, China, Alemanha e Rússia lamentaram ontem a formalização da intenção dos Estados Unidos de deixar o Acordo de Paris sobre o clima, decisão anunciada em 2017 pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
Os Estados Unidos informaram na segunda-feira a Organização das Nações Unidas (ONU) de que iniciaram o processo de retirada do acordo de combate às alterações climáticas, assinado em Paris em 2015.
A China, maior emissor mundial de gases com efeito estufa, anunciou ontem lamentar esta formalização dos Estados Unidos diante da ONU.
“Esperamos que os Estados Unidos mostrem mais responsabilidade e contribuam mais para o processo de cooperação multilateral, em vez de adicionar energia negativa”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa, Geng Shuang, aos jornalistas.
A França declarou também lamentar a oficialização pelos Estados Unidos, uma medida que “já se esperava”.”Lamentamos e isso torna ainda mais necessária a parceria franco-chinesa sobre o clima e a biodiversidade”, indicou a Presidência francesa, no momento em que o Presidente Emmanuel Macron inicia o seu segundo dia de visita à China.
A Alemanha sublinhou ontem que a decisão do governo dos EUA de se retirar o acordo climático de Paris é “lamentável”, mas não surpreende. A ministra do Meio Ambiente alemã, Svenja Schulze, disse que os EUA anunciaram o seu plano de se retirar do Acordo há dois anos e “felizmente permaneceram sozinhos ao fazê-lo”.
Svenja Schulze declarou que o “efeito dominó” que alguns temiam depois que o anúncio de Donald Trump não ocorreu. “O resto do mundo está unido na protecção do clima”, disse num comunicado a ministra alemã, observando que até a Rússia, exportadora de combustíveis fósseis, aderiu recentemente ao pacto.
A formalização da saída dos EUA do Acordo representa um “sério” golpe neste pacto pela luta contra as mudanças climáticas, disse por seu lado o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
“Isso prejudica o acordo da maneira mais séria, porque é um país líder em termos de emissões de gases de efeito estufa”, disse Peskov, acrescentando que “sem a maior economia do mundo, é ainda difícil falar de um acordo climático”.
O Chile, como presidente da próxima cimeira do clima da ONU (COP25) e a Espanha, como país anfitrião da conferência, expressaram em conjunto o seu desejo de que os Estados Unidos “reconsiderem essa decisão o mais rapidamente possível”, a fim de contar com sua contribuição neste acordo.
As ministras enfatizaram o “apoio global ao Acordo de Paris”, ratificado até hoje por 187 países, o que mostra um claro sinal de compromisso da comunidade internacional.

De mal a pior

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou na segunda-feira que tinha submetido à ONU o pedido formal de retirada do Acordo. Este pedido inicia o processo de saída que, contudo, vai demorar pelo menos um ano.
Na declaração, Pompeo considera que o Acordo de Paris constitui “um peso económico injusto” para os EUA. Os conservadores norte-americanos saudaram a decisão da administração Trump, mas a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, considerou tratar-se de “uma nova decisão contrária à ciência (…) que vende o futuro do planeta e das crianças”.
Cerca de 200 nações assinaram o acordo de Paris, no qual cada Estado fixa os seus próprios objectivos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa que provocam a crise climática.
O Acordo enunciou a meta de impedir um agravamento da subida já verificada na temperatura média mundial em mais entre 0,5 e 1 grau Celsius. Mas os compromissos avançados pelos participantes em 2015 são insuficientes para impedir aqueles níveis de aquecimento.
O aquecimento global, provocado pela queima de carvão, petróleo e gás, já causou o aumento da temperatura média global em um grau centígrado desde o final do século XIX.
Entre os seus resultados estão a fusão dos gelos, eventos extremos e a acidificação dos oceanos. E os cientistas asseguram que, dependendo da quantidade de dióxido de carbono emitido, a situação só vai piorar até ao final do século, com a temperatura a aumentar vários graus e o nível médio do mar em pelo menos um metro.

6 Nov 2019

Hong Kong vê palavras de Presidente chinês como “voto de confiança”

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong considerou ontem como um “voto de confiança” o apoio manifestado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, à chefe do Executivo da região semiautónoma chinesa, Carrie Lam.

“O facto de ele [Presidente chinês] estar tão ocupado e ter encontrado tempo para falar com Lam é, realmente, um voto de confiança em nós mesmos”, declarou o secretário para a Administração de Hong Kong, Matthew Cheung.

Em conferência de imprensa, o mesmo responsável disse que Pequim dá grande importância a Hong Kong. Xi “tem um alto grau de confiança na Chefe do Executivo e no trabalho do actual Governo e da equipa política. Isso é bastante tranquilizador para nós”, acrescentou Matthew Cheung.

De acordo com os órgãos de comunicação social chineses, Lam e Xi estiveram reunidos na segunda-feira à noite, no primeiro encontro oficial desde o início da contestação social, há cinco meses, desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

A proposta foi, entretanto, formalmente retirada, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora também a implementação do sufrágio universal no território, uma investigação independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.

Dever cumprido

Ontem de manhã, o Presidente da China declarou apoiar a Chefe do Executivo de Hong Kong: “O Governo central confia em si e ratifica integralmente o seu trabalho e o da sua equipa”, afirmou Xi Jinping, durante um encontro com Carrie Lam, em Xangai, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

Após ouvir o relato da responsável sobre a situação em Hong Kong, Xi afirmou que, sob o comando de Lam, o Governo do território “cumpriu as suas obrigações e esforçou-se para estabilizar a situação e melhorar a atmosfera social”. “Fez um trabalho duro e óptimo”, descreveu.

O líder chinês expressou ainda a vontade de que as “pessoas de todos os sectores da sociedade em Hong Kong implementem plena e fielmente a fórmula ‘um país, dois sistemas’ e a Lei Básica da Região Administrativa Especial de Hong Kong e realizem esforços conjuntos para salvaguardar a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong”.

6 Nov 2019

Hong Kong vê palavras de Presidente chinês como "voto de confiança"

[dropcap]O[/dropcap] Governo de Hong Kong considerou ontem como um “voto de confiança” o apoio manifestado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, à chefe do Executivo da região semiautónoma chinesa, Carrie Lam.
“O facto de ele [Presidente chinês] estar tão ocupado e ter encontrado tempo para falar com Lam é, realmente, um voto de confiança em nós mesmos”, declarou o secretário para a Administração de Hong Kong, Matthew Cheung.
Em conferência de imprensa, o mesmo responsável disse que Pequim dá grande importância a Hong Kong. Xi “tem um alto grau de confiança na Chefe do Executivo e no trabalho do actual Governo e da equipa política. Isso é bastante tranquilizador para nós”, acrescentou Matthew Cheung.
De acordo com os órgãos de comunicação social chineses, Lam e Xi estiveram reunidos na segunda-feira à noite, no primeiro encontro oficial desde o início da contestação social, há cinco meses, desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
A proposta foi, entretanto, formalmente retirada, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora também a implementação do sufrágio universal no território, uma investigação independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.

Dever cumprido

Ontem de manhã, o Presidente da China declarou apoiar a Chefe do Executivo de Hong Kong: “O Governo central confia em si e ratifica integralmente o seu trabalho e o da sua equipa”, afirmou Xi Jinping, durante um encontro com Carrie Lam, em Xangai, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.
Após ouvir o relato da responsável sobre a situação em Hong Kong, Xi afirmou que, sob o comando de Lam, o Governo do território “cumpriu as suas obrigações e esforçou-se para estabilizar a situação e melhorar a atmosfera social”. “Fez um trabalho duro e óptimo”, descreveu.
O líder chinês expressou ainda a vontade de que as “pessoas de todos os sectores da sociedade em Hong Kong implementem plena e fielmente a fórmula ‘um país, dois sistemas’ e a Lei Básica da Região Administrativa Especial de Hong Kong e realizem esforços conjuntos para salvaguardar a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong”.

6 Nov 2019

Macron apela a acordo que ponha fim à guerra comercial entre China e EUA

Emmanuel Macron esteve em Xangai onde criticou fortemente o proteccionismo e apelou a um rápido acordo que acabe com a disputa comercial entre a China e os Estados Unidos que, segundo o Presidente francês, põe em causa não só as economias dos dois países, mas de todo o mundo

 

[dropcap]O[/dropcap] Presidente francês, Emmanuel Macron, disse ontem ao homólogo chinês, Xi Jinping, esperar que haja em breve um acordo que ponha fim à guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.

“Esperamos que haja em breve um acordo que alivie as tensões”, afirmou Macron, durante a cerimónia de abertura da Feira Internacional de Importações da China, um evento que serve para promover o país asiático como importador, e que decorre em Xangai.

O líder francês considerou que as disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo estão a afectar todos os países, incluindo a União Europeia.

“O mundo inteiro está a ser prejudicado”, porque “ninguém sai vencedor numa guerra comercial”, acrescentou o Presidente francês, num discurso que incluiu fortes críticas ao proteccionismo e o apelo por maior conexão económica entre os países, “respeitando as particularidades de cada um”.

Macron enfatizou ainda a colaboração em outras áreas, como o meio ambiente, lembrando que o trabalho comum da Europa e da China para reduzir as emissões será “decisivo”, numa altura em que os Estados Unidos planeiam retirar-se do Acordo de Paris.

“Se queremos cumprir com o Acordo de Paris teremos no próximo ano que reforçar os nossos compromissos para reduzir as emissões e devemos confirmar os novos compromissos até 2030 e 2050”, apontou.

Nova ordem

Macron felicitou a China pela sua visão de abertura ao mundo através de eventos como a Feira de Importações, que envolve 3.000 empresas de 150 países, que procuram assim acesso ao emergente mercado chinês.

Portugal está representado pelo secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres. Cerca de duas dezenas de empresas portuguesas participam no certame.

“Hoje, a China precisa de se abrir ao mundo e o resto do mundo precisa de se abrir à China”, disse Macron, na sua segunda visita oficial ao país asiático.

O Presidente francês ressaltou a necessidade de “redefinir a ordem do comércio mundial, para que reflicta as realidades actuais” e garantiu que a Europa e a China podem “contribuir de maneira razoável” para esse fim.

A economia e o comércio, a cultura e a luta contra as alterações climáticas são as prioridades da viagem de Macron. Macron jantou com Xi Jinping e partiu depois para Pequim, onde encerra a sua visita de Estado com a assinatura de acordos comerciais.

A China enfrenta uma prolongada guerra comercial com os EUA, que impuseram taxas alfandegárias adicionais sobre centenas de milhares de milhões de dólares de bens oriundos do país asiático.

Pequim tem tentado recrutar os países europeus como aliados na guerra comercial, mas Paris e Berlim ecoam também as reclamações norte-americanas sobre as práticas comercias chinesas, apesar de se oporem às tácticas do líder norte-americano, Donald Trump.

6 Nov 2019

Xangai | Secretário de Estado seguro na abertura do mercado chinês

[dropcap]O[/dropcap] secretário de Estado português do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor enalteceu ontem os compromissos da China em abrir o seu mercado, à margem de um evento que promoveu o país asiático como importador.

“Pelo que ouvi do discurso do Presidente chinês há, de facto, uma intensão muito sólida de abrir a China a outros mercados e com isso promover uma globalização económica”, apontou João Torres à agência Lusa.

No discurso inaugural da Feira Internacional de Importações da China, Xi Jinping prometeu uma “abertura gradual” do mercado doméstico, numa altura em que enfrenta uma crescente pressão dos Estados Unidos e de alguns países europeus, que reclamam maior reciprocidade no acesso ao mercado chinês.

João Torres considerou que a vontade demonstrada por Xi “irá efectivar-se em medidas e em acções concretas”.

“Esta feira, que vai na segunda edição, é uma feira que manifesta, justamente, essa vontade de abertura das autoridades chinesas, e penso que daqui advêm oportunidades múltiplas que devem depois ser aproveitadas por cada país”, disse.

Cerca de duas dezenas de empresas portuguesas participam no certame, segundo um comunicado emitido pelo Ministério da Economia e da Transição Digital, e abrangem os sectores automóvel, moda, calçado ou vestuário.

Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China é o maior mercado do mundo para vários bens e serviços.

No ano passado, no entanto, Portugal registou um saldo comercial negativo com a China superior a 1.500 milhões de dólares.

João Torres sublinhou que têm sido feitos esforços “muito significativos” para promover as exportações de produtos portugueses para a China e destacou o papel da indústria agroalimentar, depois de as alfândegas chinesas terem autorizado importações de carne de porco e uva de mesa oriundos de Portugal.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, participam também este ano na Feira de Importações da China, que envolveu 3.000 empresas, oriundas de 150 países.

Chega de promessas

Na primeira edição, que se realizou no ano passado, as potências ocidentais não enviaram delegações ao mais alto nível, reflectindo as tensões comerciais com o país asiático.

Pequim reduziu, entretanto, taxas alfandegárias e eliminou outras restrições sobre as importações, mas nenhuma destas medidas responde directamente às reclamações dos Estados Unidos e alguns países europeus, que exigem mudanças estruturais nas políticas industriais chinesas.

Num relatório difundido na segunda-feira, a Câmara de Comércio da União Europeia na China pediu “resultados mais tangíveis”, apelando a Pequim para que cumpra as promessas de uma maior abertura.

“Esperamos que o evento deste ano seja complementado por medidas concretas para facilitar ainda mais a abertura do mercado e aumentar o investimento estrangeiro, e não promessas vazias que já ouvimos por muitas vezes”, afirmou Carlo D’Andrea, vice-presidente da Câmara de Comércio.

Na sexta-feira passada, a UE alertou também para “um risco real de fadiga” face às promessas de Pequim” e disse que é preciso fazer mais para oferecer às empresas estrangeiras condições recíprocas no acesso ao mercado chinês.

Acordo para produtos IGP

A União Europeia (UE) e a China assinam esta quarta-feira um acordo bilateral para a protecção de duzentas indicações geográficas (IGP) chinesas e europeias protegidas (100 de cada parte), incluindo seis portuguesas, foi ontem anunciado em Bruxelas. O acordo, que começou a ser negociado em 2006, prevê a protecção dos produtos da lista contra imitações e usurpações e o reforço do nível de informação dos consumidores. A lista de produtos da UE a proteger na China inclui produtos portugueses, como vinhos de IGP do Alentejo, Dão, Douro, vinho verde, vinho do Porto e pera rocha do Oeste. O champanhe francês, a vodca polaca e os queijos feta (grego), manchego (espanhol) e gorgonzola (italiano) estão entre os 100 produtos europeus incluídos na lista. O acordo é assinado no âmbito de uma deslocação do comissário europeu para a Agricultura, Phil Hogan, a Xangai e Pequim.

6 Nov 2019

Xangai | Secretário de Estado seguro na abertura do mercado chinês

[dropcap]O[/dropcap] secretário de Estado português do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor enalteceu ontem os compromissos da China em abrir o seu mercado, à margem de um evento que promoveu o país asiático como importador.
“Pelo que ouvi do discurso do Presidente chinês há, de facto, uma intensão muito sólida de abrir a China a outros mercados e com isso promover uma globalização económica”, apontou João Torres à agência Lusa.
No discurso inaugural da Feira Internacional de Importações da China, Xi Jinping prometeu uma “abertura gradual” do mercado doméstico, numa altura em que enfrenta uma crescente pressão dos Estados Unidos e de alguns países europeus, que reclamam maior reciprocidade no acesso ao mercado chinês.
João Torres considerou que a vontade demonstrada por Xi “irá efectivar-se em medidas e em acções concretas”.
“Esta feira, que vai na segunda edição, é uma feira que manifesta, justamente, essa vontade de abertura das autoridades chinesas, e penso que daqui advêm oportunidades múltiplas que devem depois ser aproveitadas por cada país”, disse.
Cerca de duas dezenas de empresas portuguesas participam no certame, segundo um comunicado emitido pelo Ministério da Economia e da Transição Digital, e abrangem os sectores automóvel, moda, calçado ou vestuário.
Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China é o maior mercado do mundo para vários bens e serviços.
No ano passado, no entanto, Portugal registou um saldo comercial negativo com a China superior a 1.500 milhões de dólares.
João Torres sublinhou que têm sido feitos esforços “muito significativos” para promover as exportações de produtos portugueses para a China e destacou o papel da indústria agroalimentar, depois de as alfândegas chinesas terem autorizado importações de carne de porco e uva de mesa oriundos de Portugal.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, participam também este ano na Feira de Importações da China, que envolveu 3.000 empresas, oriundas de 150 países.

Chega de promessas

Na primeira edição, que se realizou no ano passado, as potências ocidentais não enviaram delegações ao mais alto nível, reflectindo as tensões comerciais com o país asiático.
Pequim reduziu, entretanto, taxas alfandegárias e eliminou outras restrições sobre as importações, mas nenhuma destas medidas responde directamente às reclamações dos Estados Unidos e alguns países europeus, que exigem mudanças estruturais nas políticas industriais chinesas.
Num relatório difundido na segunda-feira, a Câmara de Comércio da União Europeia na China pediu “resultados mais tangíveis”, apelando a Pequim para que cumpra as promessas de uma maior abertura.
“Esperamos que o evento deste ano seja complementado por medidas concretas para facilitar ainda mais a abertura do mercado e aumentar o investimento estrangeiro, e não promessas vazias que já ouvimos por muitas vezes”, afirmou Carlo D’Andrea, vice-presidente da Câmara de Comércio.
Na sexta-feira passada, a UE alertou também para “um risco real de fadiga” face às promessas de Pequim” e disse que é preciso fazer mais para oferecer às empresas estrangeiras condições recíprocas no acesso ao mercado chinês.

Acordo para produtos IGP

A União Europeia (UE) e a China assinam esta quarta-feira um acordo bilateral para a protecção de duzentas indicações geográficas (IGP) chinesas e europeias protegidas (100 de cada parte), incluindo seis portuguesas, foi ontem anunciado em Bruxelas. O acordo, que começou a ser negociado em 2006, prevê a protecção dos produtos da lista contra imitações e usurpações e o reforço do nível de informação dos consumidores. A lista de produtos da UE a proteger na China inclui produtos portugueses, como vinhos de IGP do Alentejo, Dão, Douro, vinho verde, vinho do Porto e pera rocha do Oeste. O champanhe francês, a vodca polaca e os queijos feta (grego), manchego (espanhol) e gorgonzola (italiano) estão entre os 100 produtos europeus incluídos na lista. O acordo é assinado no âmbito de uma deslocação do comissário europeu para a Agricultura, Phil Hogan, a Xangai e Pequim.

6 Nov 2019

Jovem que sofreu queda a fugir de gás da Polícia de Hong Kong encontram-se em morte cerebral

[dropcap]U[/dropcap]m estudante de Hong Kong que caiu de um terceiro andar, quando tentava fugir do gás lacrimogéneo disparado pelas autoridades da RAEHK, no Domingo, foi declarado em morte cerebral. A informação foi noticiada esta tarde pelo jornal Ming Pao e o jovem de 22 anos está desde o Domingo a lutar pela vida, no Hospital Queen Elizabeth. A morte cerebral ainda não foi declarada a nível oficial.

Um artigo desta manhã do jornal Ming Pao revelava que a equipa médica teria já realizado duas intervenções ao cérebro do jovem de 22 anos, mas os próprios médicos reconheciam que os resultados tinham sido muito limitados. Porém, esta tarde, os familiares do estudante foram chamados de urgência ao hospital e o jovem terá mesmo sido declarado em morte cerebral.

Os detalhes da queda de um terceiro andar para um segundo andar num estacionamento privado continuam por esclarecer. Segundo a informação da imprensa de Hong Kong, o aluno estaria a tentar fugir da intervenção da polícia que recorreu a gás lacrimogéneo numa área privada. Contudo, esta manhã a entidade responsável pelo espaço veio a pública afirmar que o acidente não ficou registado das câmaras de CCTV.

Caso a morte seja confirmada , o jovem do sexo masculino torna-se na primeira vítima mortal das manifestações, que duram há cinco meses e causaram a detenção de mais de 3 mil pessoas.

5 Nov 2019

ASEAN | Acordo de aliança comercial pode ser assinado em 2020

[dropcap]O[/dropcap]s dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) estão dispostos a assinar no próximo ano um megatratado comercial para criar a maior aliança económica do mundo, anunciou ontem o primeiro-ministro da Tailândia.

Os membros da ASEAN finalizaram as negociações do projecto, denominado Parceria Económica Regional (RCEP), e estão dispostos a assinar o tratado em 2020, afirmou Prayut Chan-Ocha.
Estas declarações foram proferidas durante a cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que se realiza em Banguecoque.

Além dos países-membros da ASEAN (Malásia, Indonésia, Brunei, Vietname, Camboja, Laos, Myanmar, Singapura, Tailândia e Filipinas) e da China, o acordo inclui ainda a Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, que, juntos, representam aproximadamente 40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e quase metade da população do planeta.

O projecto, promovido por Pequim e que junta 16 Estados da região da Ásia-Pacífico, tem como objectivo fortalecer a influência da China. O RCEP, cujas negociações foram formalmente iniciadas na ASEAN em 2012, abrange uma população de 3,4 mil milhões de pessoas, ou 47 por cento da população mundial, e um PIB mundial de 32 por cento, 29 por cento do comércio mundial e 32,5 por cento do investimento mundial.

A RCEP nasceu como a resposta de Pequim ao Acordo Transpacífico de Cooperação Económica (TPP), apoiado ao princípio por Washington, mas rejeitado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que decidiu retirar o país do TPP, pouco depois de ter assumido o cargo em 2017.

5 Nov 2019

ASEAN | Acordo de aliança comercial pode ser assinado em 2020

[dropcap]O[/dropcap]s dez países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) estão dispostos a assinar no próximo ano um megatratado comercial para criar a maior aliança económica do mundo, anunciou ontem o primeiro-ministro da Tailândia.
Os membros da ASEAN finalizaram as negociações do projecto, denominado Parceria Económica Regional (RCEP), e estão dispostos a assinar o tratado em 2020, afirmou Prayut Chan-Ocha.
Estas declarações foram proferidas durante a cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que se realiza em Banguecoque.
Além dos países-membros da ASEAN (Malásia, Indonésia, Brunei, Vietname, Camboja, Laos, Myanmar, Singapura, Tailândia e Filipinas) e da China, o acordo inclui ainda a Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, que, juntos, representam aproximadamente 40 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e quase metade da população do planeta.
O projecto, promovido por Pequim e que junta 16 Estados da região da Ásia-Pacífico, tem como objectivo fortalecer a influência da China. O RCEP, cujas negociações foram formalmente iniciadas na ASEAN em 2012, abrange uma população de 3,4 mil milhões de pessoas, ou 47 por cento da população mundial, e um PIB mundial de 32 por cento, 29 por cento do comércio mundial e 32,5 por cento do investimento mundial.
A RCEP nasceu como a resposta de Pequim ao Acordo Transpacífico de Cooperação Económica (TPP), apoiado ao princípio por Washington, mas rejeitado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que decidiu retirar o país do TPP, pouco depois de ter assumido o cargo em 2017.

5 Nov 2019

Pequim aprova medidas para seduzir taiwaneses

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês anunciou ontem várias medidas destinadas a “promover os intercâmbios e a cooperação económica e cultural” com Taiwan, mas Taipé respondeu que “não há necessidade” de implementá-las.

Entre as 26 medidas anunciadas por Pequim, treze visam “garantir” que as empresas taiwanesas recebem o mesmo tratamento que as do continente no acesso ao mercado chinês, incluindo em “investimento, participação em grandes projectos de desenvolvimento tecnológico, redes de quinta geração (5G), economia circular, aviação civil, parques temáticos e novas instituições financeiras”, informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua.

As outras 13 medidas visam garantir igualdade de tratamento para os “compatriotas” de Taiwan, oferecendo mais facilidades em questões como protecção consular, despesas com telecomunicações, qualificação para compra de casas ou validação de títulos profissionais, explicou a agência.

Sem necessidade

Logo após o anúncio, o ministro taiwanês dos Negócios Estrangeiros, Joseph Wu, respondeu na rede social Twitter que “não há necessidade” de implementar aquelas medidas, que foram acrescentadas a outras 31 anunciadas no ano passado e que, segundo o Governo de Taiwan, “não foram eficazes em atrair os taiwaneses”.

Wu ironizou que, em vez daquelas medidas, “dar às pessoas mais liberdade também seria bom”, enquanto a porta-voz do ministério taiwanês dos Negócios Estrangeiros acrescentou que “Taiwan é um Estado soberano” e que “a jurisdição consular do governo de Taiwan não tem nada a ver com a China”.

A proposta chinesa surge dois meses antes das eleições presidenciais em Taiwan. Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição de Tsai Ing-wen, do Partido Progressista Democrático (DPP, sigla em inglês), pró-independência, em 2016, e afirmou que só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China. Tsai concorre a um segundo mandato nas eleições que se realizam em Janeiro.

5 Nov 2019

Hong Kong | Duzentos detidos após confrontos de sábado

[dropcap]C[/dropcap]erca de 200 pessoas foram detidas em Hong Kong na sequência de tumultos e de confrontos com polícias no sábado, durante os quais foram destruídos vários órgãos de comunicação oficiais, incluindo a sede da agência chinesa Xinhua (ver texto secundário), informou a polícia.

Segundo as autoridades, os detidos são acusados de manifestação ilegal, posse de armas ofensivas, danos criminais e uso de cobertura facial durante as concentrações de protesto.

Além disso, o Departamento de Combate ao Crime Organizado e Tríades (máfias locais) deteve quatro homens e uma mulher por posse de armas, informou a polícia domingo em comunicado, no qual assinala que também apreenderam 188 cocktails Molotov, “numerosos” bastões extensíveis e ‘spray’ de gás pimenta.

A polícia local diz ainda que implantou veículos especializados para a gestão de multidões, como camiões equipados com jactos de água, e usou gás lacrimogéneo e balas de borracha, entre outros, para impedir os actos dos manifestantes.

Hong Kong registou no sábado um dos seus dias mais violentos, com confrontos entre polícia de choque e grupos de manifestantes, alguns dos quais também causaram destruição em lojas e organizações, como a sede no território da agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

Tudo começou com uma manifestação no Parque Vitória, no centro da cidade, que a polícia não havia autorizado, mas que os 128 candidatos pró-democracia às eleições distritais, que se realizam no final de Novembro, tentaram transformar em comícios.

Mais de mil activistas concentraram-se no parque, grande parte deles usando máscaras, desafiando a proibição de cobrir o rosto em manifestações decretada pelo governo local.

Os polícias antimotim alertaram que o uso de máscaras violava a lei e que a concentração não era autorizada, mas os manifestantes permaneceram no local, após o que a polícia usou gás lacrimogéneo para os dispersar.

Ajuntamentos

Após a acção policial no parque, grupos de manifestantes foram para a área central, que abriga a sede do Governo, do parlamento e da polícia, para onde, duas horas depois, estavam convocadas outras duas manifestações autorizadas.

Aos que estavam reunidos no parque juntaram-se milhares de pessoas, mas a polícia começou a bloquear as avenidas que até ao centro e tiveram início confrontos entre os manifestantes e os agentes.

A polícia usou veículos com canhões de água, enquanto os manifestantes arremessaram cocktails Molotov, garrafas e pedras da calçada contra os agentes.

A polícia anunciou de seguida, invocando leis coloniais de ordem pública e mediante a “violência” exercida pelos manifestantes, que as duas manifestações autorizadas na área central tinham sido proibidas.

A partir desse momento, os confrontos generalizaram-se e um grande número de polícias foi destacado para várias zonas da cidade, onde ocorreram lançamentos de gás lacrimogéneo.

Grupos de manifestantes ergueram barricadas e fogueiras em algumas avenidas para impedir a passagem da polícia e também causaram danos a vários edifícios de organismos relacionados com a China continental.

O Governo de Hong Kong informou domingo que a chefe do executivo local, Carrie Lam, reunir-se-á em Pequim esta quarta-feira com o vice-primeiro-ministro chinês Han Zheng.

Será a primeira reunião oficial desde o início dos protestos em Hong Kong entre Lam e Han, o líder chinês responsável pelos assuntos de ex-colónia britânica.

5 Nov 2019

Hong Kong | Duzentos detidos após confrontos de sábado

[dropcap]C[/dropcap]erca de 200 pessoas foram detidas em Hong Kong na sequência de tumultos e de confrontos com polícias no sábado, durante os quais foram destruídos vários órgãos de comunicação oficiais, incluindo a sede da agência chinesa Xinhua (ver texto secundário), informou a polícia.
Segundo as autoridades, os detidos são acusados de manifestação ilegal, posse de armas ofensivas, danos criminais e uso de cobertura facial durante as concentrações de protesto.
Além disso, o Departamento de Combate ao Crime Organizado e Tríades (máfias locais) deteve quatro homens e uma mulher por posse de armas, informou a polícia domingo em comunicado, no qual assinala que também apreenderam 188 cocktails Molotov, “numerosos” bastões extensíveis e ‘spray’ de gás pimenta.
A polícia local diz ainda que implantou veículos especializados para a gestão de multidões, como camiões equipados com jactos de água, e usou gás lacrimogéneo e balas de borracha, entre outros, para impedir os actos dos manifestantes.
Hong Kong registou no sábado um dos seus dias mais violentos, com confrontos entre polícia de choque e grupos de manifestantes, alguns dos quais também causaram destruição em lojas e organizações, como a sede no território da agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
Tudo começou com uma manifestação no Parque Vitória, no centro da cidade, que a polícia não havia autorizado, mas que os 128 candidatos pró-democracia às eleições distritais, que se realizam no final de Novembro, tentaram transformar em comícios.
Mais de mil activistas concentraram-se no parque, grande parte deles usando máscaras, desafiando a proibição de cobrir o rosto em manifestações decretada pelo governo local.
Os polícias antimotim alertaram que o uso de máscaras violava a lei e que a concentração não era autorizada, mas os manifestantes permaneceram no local, após o que a polícia usou gás lacrimogéneo para os dispersar.

Ajuntamentos

Após a acção policial no parque, grupos de manifestantes foram para a área central, que abriga a sede do Governo, do parlamento e da polícia, para onde, duas horas depois, estavam convocadas outras duas manifestações autorizadas.
Aos que estavam reunidos no parque juntaram-se milhares de pessoas, mas a polícia começou a bloquear as avenidas que até ao centro e tiveram início confrontos entre os manifestantes e os agentes.
A polícia usou veículos com canhões de água, enquanto os manifestantes arremessaram cocktails Molotov, garrafas e pedras da calçada contra os agentes.
A polícia anunciou de seguida, invocando leis coloniais de ordem pública e mediante a “violência” exercida pelos manifestantes, que as duas manifestações autorizadas na área central tinham sido proibidas.
A partir desse momento, os confrontos generalizaram-se e um grande número de polícias foi destacado para várias zonas da cidade, onde ocorreram lançamentos de gás lacrimogéneo.
Grupos de manifestantes ergueram barricadas e fogueiras em algumas avenidas para impedir a passagem da polícia e também causaram danos a vários edifícios de organismos relacionados com a China continental.
O Governo de Hong Kong informou domingo que a chefe do executivo local, Carrie Lam, reunir-se-á em Pequim esta quarta-feira com o vice-primeiro-ministro chinês Han Zheng.
Será a primeira reunião oficial desde o início dos protestos em Hong Kong entre Lam e Han, o líder chinês responsável pelos assuntos de ex-colónia britânica.

5 Nov 2019

China promete medidas legais para conter “interferência estrangeira” em Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap] China prometeu hoje impedir que potências estrangeiras interfiram nos assuntos de Hong Kong e incentivem actos de “separatismo, subversão e sabotagem”, numa altura em que a região semi-autónoma enfrenta a pior crise política desde 1997.

A mais recente acusação contra o alegado apoio estrangeiro a manifestantes anti-governamentais foi feita por um alto quadro da Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China.
Shen Chunyao revelou que Pequim “estabelecerá e fortalecerá o sistema legal e um mecanismo de execução para salvaguardar a segurança nacional” em Hong Kong, que há cinco meses é palco de manifestações pró-democracia.

“Nós não permitiremos em absoluto nenhum comportamento que desafie a fórmula ‘um país, dois sistemas'”, disse Shen, referindo-se aos princípios sobre os quais a soberania de Hong Kong foi transferida do Reino Unido para a China, em 1997.

“Não vamos permitir absolutamente nenhum comportamento que encoraje o separatismo ou coloque em risco a segurança nacional”, afirmou. “Vamos proteger e conter resolutamente a interferência por potências estrangeiras nos assuntos de Hong Kong e Macau e acções de separatismo, subversão, infiltração e sabotagem”, acrescentou.

As declarações de Shen revelam que Pequim está a preparar-se para forçar a promulgação da legislação, recorrendo a interpretações legais pela Assembleia Nacional Popular. O artigo 23 da Lei Básica exige que a Região Administrativa Especial de Hong Kong “promova leis que proíbam qualquer acto de traição, secessão e subversão contra o Governo Popular Central”.

A lei proibiria organizações ou organismos políticos estrangeiros de conduzirem actividades políticas em Hong Kong e proibiria órgãos políticos de Hong Kong de estabelecerem laços com organizações políticas estrangeiras.

Na prática, Hong Kong passaria a ter uma situação semelhante à da China continental, onde o Governo não permite nenhuma oposição política à governação do Partido Comunista, perseguindo ou prendendo todos os que contestam a sua autoridade.

Isto inclui activistas jurídicos ou civis e organizações sindicais independentes ou quem defende religiões, culturas e idiomas nativos de povos minoritários, como os budistas tibetanos ou a etnia de origem muçulmana uigur.

A contestação social foi desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.

A proposta foi, entretanto, formalmente retirada, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora a implementação do sufrágio universal no território, a demissão da actual chefe do Governo, Carrie Lam, uma investigação independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.

1 Nov 2019

Indústria manufactureira na China recua pelo sexto mês consecutivo

A actividade da indústria manufactureira da China contraiu em Outubro, pelo sexto mês consecutivo, informou ontem o Gabinete Nacional de Estatísticas chinês, numa altura de tensões comerciais entre Pequim e Washington

 

[dropcap]P[/dropcap]elo sexto mês consecutivo, a indústria manufactureira da China registou quebras, de acordo com o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês.

O índice de gestão de compras (PMI, na sigla em inglês) caiu cinco décimas, face ao mês anterior, e fixou-se nos 49,3 pontos, detalhou a mesma fonte.

Quando se encontra acima dos 50 pontos, o indicador de actividade da indústria manufactureira sugere uma expansão do sector, pelo que abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção.

Em 2019, o PMI expandiu-se apenas em Março e Abril, 50,5 e 50,1 pontos, respectivamente. No mês passado registou sinais de recuperação ao subir três décimas, em relação a Agosto, para 49,8 pontos.

Este índice é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda maior economia do mundo.

O sub-índice que calcula a procura por trabalhadores pelas empresas manufactureiras recuperou 0,3 por cento, para 47,3 pontos, enquanto os de novos pedidos e reservas de matérias-primas caíram.

O GNE avançou ainda os dados da indústria não manufactureira, cujo índice de gerente de compras atingiu os 52,8 pontos, em Outubro, uma queda de quase um ponto, em comparação com os 53,7 pontos de Setembro, o valor mais baixo daquele indicador nos últimos três anos.

O sub-índice que mede a actividade dos serviços caiu para 51,4 pontos, depois de se ter fixado nos 53 pontos, em Setembro, enquanto as expectativas de negócios naquele sector aumentaram para 59,3 pontos, em relação aos 59,3 pontos do mês anterior.

Água na fervura

O analista do GNE Zhao Qinghe observou que houve uma “rápida expansão” em sectores como o transporte aéreo e ferroviário, empresas bancárias e de seguros, todos com índices acima dos 65 pontos.

O indicador para o sector da construção fixou-se nos 60,4 pontos, em relação aos 57,6 de Setembro, retornando a um “nível relativamente alto de expansão”. Para a consultora Capital Economics, os dados são piores do que o esperado, o que revela que “a melhoria registada no final do terceiro trimestre não marcou o início de uma recuperação sustentada”. “O declínio nos novos pedidos para exportação indica uma desaceleração adicional”, afirmou a consultora, em comunicado.

A economia chinesa cresceu 6 por cento, no último trimestre, o ritmo mais lento em quase 30 anos, mas quase o dobro do crescimento médio mundial.

1 Nov 2019

Telecomunicações | Operadoras chinesas lançam hoje serviços 5G

[dropcap]A[/dropcap]s três principais operadoras de telecomunicações na China vão começar hoje a comercializar serviços de internet de quinta geração (5G), num momento em que o país procura expandir a sua tecnologia globalmente, num cenário de rivalidade com Washington.

A China Mobile, a maior operadora do mundo em termos de número de assinantes, disse que a quinta geração de internet móvel estará disponível a partir de hoje e cobrirá 50 cidades em todo o país, incluindo Pequim e Xangai. As concorrentes China Telecom e China Unicom também oferecem serviços 5G nas principais cidades, segundo os seus portais.

A internet 5G, que é 100 vezes mais rápida do que as redes 4G existentes, poderá transmitir grandes quantidades de dados a grande velocidade – transferir um filme levará apenas alguns segundos.

As redes sem fio 5G destinam-se a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais eléctricas, pelo que vários governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como activos estratégicos para a segurança nacional.

Austrália e Nova Zelândia baniram as redes 5G da Huawei, por motivos de segurança nacional, após os Estados Unidos e Taiwan, que mantém restrições mais amplas à empresa, terem adoptado a mesma medida.

Também o Japão, cuja agência de cibersegurança classificou a firma como sendo de “alto risco”, baniu as compras à Huawei por departamentos governamentais.

A gigante das telecomunicações disse em Outubro que assinou cerca de 60 contratos em todo o mundo com operadoras para implantar a sua tecnologia 5G.

1 Nov 2019

Telecomunicações | Operadoras chinesas lançam hoje serviços 5G

[dropcap]A[/dropcap]s três principais operadoras de telecomunicações na China vão começar hoje a comercializar serviços de internet de quinta geração (5G), num momento em que o país procura expandir a sua tecnologia globalmente, num cenário de rivalidade com Washington.
A China Mobile, a maior operadora do mundo em termos de número de assinantes, disse que a quinta geração de internet móvel estará disponível a partir de hoje e cobrirá 50 cidades em todo o país, incluindo Pequim e Xangai. As concorrentes China Telecom e China Unicom também oferecem serviços 5G nas principais cidades, segundo os seus portais.
A internet 5G, que é 100 vezes mais rápida do que as redes 4G existentes, poderá transmitir grandes quantidades de dados a grande velocidade – transferir um filme levará apenas alguns segundos.
As redes sem fio 5G destinam-se a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais eléctricas, pelo que vários governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como activos estratégicos para a segurança nacional.
Austrália e Nova Zelândia baniram as redes 5G da Huawei, por motivos de segurança nacional, após os Estados Unidos e Taiwan, que mantém restrições mais amplas à empresa, terem adoptado a mesma medida.
Também o Japão, cuja agência de cibersegurança classificou a firma como sendo de “alto risco”, baniu as compras à Huawei por departamentos governamentais.
A gigante das telecomunicações disse em Outubro que assinou cerca de 60 contratos em todo o mundo com operadoras para implantar a sua tecnologia 5G.

1 Nov 2019

Hong Kong | Analistas traçam futuro depois da saída de Carrie Lam

A possibilidade de Carrie Lam deixar o cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong é um cenário que deixa no ar várias questões. Poderão os protestos na região vizinha abrandar ou alterar a forma de governar? Analistas ouvidos pelo HM acreditam que pouco ou nada irá mudar no território com um novo rosto à frente do Governo. Em Macau, Ho Iat Seng terá de criar mais medidas sociais para evitar descontentamentos, diz Bruce Kwong

 

[dropcap]C[/dropcap]arrie Lam, a má gestora de crises políticas, a governante que ficou do lado da polícia, a Chefe do Executivo que não reagiu no devido tempo aos anseios da população. A pessoa que lhe suceder no cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong, terá de assumir a postura exactamente contrária para que o futuro do território se faça pelo caminho da estabilidade social.

É esta a conclusão dos analistas políticos contactados pelo HM no que diz respeito ao futuro de Hong Kong caso Carrie Lam deixe o cargo de Chefe do Executivo, conforme foi avançado pelo Financial Times. Ainda assim, são esperadas poucas mudanças de fundo num território com um ambiente político altamente fragilizado.

“Não há expectativas, uma vez que o novo Chefe do Executivo vai continuar a ser uma marioneta política”, defendeu Kenneth Chan, professor associado do departamento de governação e estudos internacionais da Universidade Baptista de Hong Kong.

“Hong Kong vai continuar na sua luta, com cinco reivindicações, incluindo o sufrágio universal e o fim das brutalidades cometidas pela polícia. A questão é se Pequim e o próximo Chefe do Executivo estão ou não preparados para enfrentar esses pedidos. Não há sinais para me sentir confiante o suficiente e dizer que estão preparados”, apontou.

Para Kenneth Chan, uma mudança de rosto é apenas uma repetição de medidas do passado. “Há apenas uma janela de oportunidade, mas tivemos situações semelhantes no passado, quando Donald Tsang foi substituído por CY Leung e depois quando Carrie Lam assumiu o poder. Penso que o problema de Hong Kong é sistémico, e está relacionado com problemas profundos de governação. Mudar o Chefe do Executivo e remover alguns governantes não é suficiente.”

Opinião semelhante tem Jorge Tavares da Silva, especialista em relações entre China e Taiwan e professor nas universidades de Aveiro e Coimbra. “Com essa substituição pode acontecer talvez uma compreensão para ver se as coisas podem acalmar, mas é um caso perdido. Porque esta semente dificilmente volta atrás. Hong Kong teve sempre uma componente de reivindicação, foi sempre um espaço de alguma liberdade e Pequim não gosta disso.”

Recuperar a confiança

Bruce Kwong, professor da Universidade de Macau, defende que, acima de tudo, o próximo Chefe do Executivo de Hong Kong terá de recuperar a confiança perdida junto da população do território vizinho.

“Há muitas coisas que o novo Chefe do Executivo terá de fazer, tal como restaurar a confiança do público em relação ao Governo e particularmente em relação às forças policiais. A China gostaria de ver um novo Chefe do Executivo que possa levar a cabo as políticas do Governo Central e fazer o planeamento de Hong Kong sem qualquer tipo de turbulência. Mas depois dos acontecimentos dos últimos meses, as pessoas de Hong Kong gostariam de ter um líder que dê prioridade os seus desejos”, salientou.

Sonny Lo, analista político de Hong Kong, defende que o próximo Chefe do Executivo de Hong Kong deve ter “experiência em gestão de crises, uma vez que Carrie Lam falhou ao lidar com a situação actual.

Além disso, deverá ser um governante “leal a Pequim, mas que garanta o equilíbrio entre os interesses da população de Hong Kong e Pequim”. “Deve ter em consideração a opinião pública ao invés de ficar do lado de questões burocráticas desde muito cedo, tal como Carrie Lam fez ao lidar com a polícia nos meses de Junho, Julho e Agosto. Deve ser alguém sem problemas de ética e que aceite diferentes opiniões”, acrescentou Sonny Lo, que destaca o facto de a população de Hong Kong esperar, sobretudo, “que o novo Chefe do Executivo democratize o território”.

Acima de tudo, Bruce Kwong assegura que “a saída de Carrie Lam não resolve todos os problemas”, pois “a cultura política de Hong Kong tem-se alterado de forma dramática, entrando de forma significativa em conflito com a ideologia chinesa”.

Para Macau, quase nada

A mudança do principal rosto político de Hong Kong poderá eventualmente trazer algumas mudanças no ambiente sociopolítico de Macau, dada a sua proximidade, mas os analistas alertam para poucas mudanças. Sonny Lo diz mesmo que não haverá quaisquer consequências para Macau “pois os territórios são bastante diferentes”.

Para Bruce Kwong, o Chefe do Executivo de Macau eleito, Ho Iat Seng, terá obrigatoriamente de “implementar mais medidas na área social e oferecer mais coisas interessantes às pessoas, eliminando qualquer oportunidade de disputas controversas”. “Isto apesar de acreditar que os protestos que ocorreram em Hong Kong não se vão repetir em Macau num futuro próximo”, acrescentou.

Neste sentido, Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM) ex-secretário adjunto de Rocha Vieira, disse recentemente em Lisboa que era premente o Governo da RAEM resolver o problema da habitação, sob pena dos protestos surgirem em força nos próximos anos.

“Macau tem de ter habitação para a classe média, pois corremos o risco de, daqui a uns anos, termos milhares de pessoas a marchar nas ruas. Estamos a ser ameaçados por um problema que não está resolvido”, adiantou num colóquio organizado pela Universidade Católica Portuguesa.

Kenneth Chan alerta para o facto de conhecer pouco a realidade de Macau, mas assegura que as consequências de uma mudança de líder em Hong Kong serão mínimas “Do ponto de vista de Pequim, Macau é um modelo a seguir no que diz respeito ao cumprimento do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’. Mas isso é algo que a população de Hong Kong considera inaceitável”, considera.

De frisar que, desde que os protestos começaram em Hong Kong, dezenas de pessoas do território foram proibidas de entrar em Macau. O deputado Sulu Sou já deixou o alerta de que as autoridades estarão a interrogar na fronteira pessoas de Hong Kong que possuem BIR de Macau.

“Recebi casos de pessoas que têm, ao mesmo tempo, bilhetes de identidade de Hong Kong e Macau. Depois, utilizam o bilhete de identidade de Macau para entrar em Macau, vindas de Hong Kong, mas são retidas e questionadas durante meia hora ou mesmo uma hora no terminal do ferry.”

Taiwan, “um caso perdido” por causa de Hong Kong

Jorge Tavares da Silva, professor nas universidades de Aveiro e de Coimbra, e especialista nas relações Taiwan-China, não tem dúvidas de que, graças aos protestos de Hong Kong, a integração de Taiwan tornou-se algo praticamente impossível de acontecer. “Está completamente fora de questão. Taiwan, para mim, é quase um caso perdido do ponto de vista político. Não haverá solução. Por todas estas dinâmicas sociais que vão surgindo, os taiwaneses nunca aceitariam (a integração). Eu sei que a maior parte da população prefere manter o status quo, que a situação se mantenha como está, mas uma integração seria completamente impossível, porque teria sempre resistências como o que está a acontecer agora em Hong Kong.”

Para o docente, tanto Hong Kong como Taiwan “são sempre territórios que já tem uma certa identidade política e será muito difícil a China chegar ali com o seu modelo político e alterar”. Pelo contrário, os protestos de Hong Kong jamais terão reflexo no continente. “Não há problema de contágio, a China está sólida”, frisou Jorge Tavares da Silva.

Paulo Duarte defende que Tsai Ing-wen vai tirar proveito político do panorama de Hong Kong aquando das presidenciais, em 2020. “O que está a acontecer em Hong Kong e Macau também é a introdução de um capitalismo pelo Partido Comunista Chinês e que está a ter repercussões noutros pontos sensíveis, como é o caso de Taiwan. A presidente de Taiwan vai aproveitar este descontentamento para mobilizar o seu eleitorado e as pessoas que estão reticentes nas presidenciais de 2020”, concluiu.

1 Nov 2019

Hong Kong | Analistas traçam futuro depois da saída de Carrie Lam

A possibilidade de Carrie Lam deixar o cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong é um cenário que deixa no ar várias questões. Poderão os protestos na região vizinha abrandar ou alterar a forma de governar? Analistas ouvidos pelo HM acreditam que pouco ou nada irá mudar no território com um novo rosto à frente do Governo. Em Macau, Ho Iat Seng terá de criar mais medidas sociais para evitar descontentamentos, diz Bruce Kwong

 
[dropcap]C[/dropcap]arrie Lam, a má gestora de crises políticas, a governante que ficou do lado da polícia, a Chefe do Executivo que não reagiu no devido tempo aos anseios da população. A pessoa que lhe suceder no cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong, terá de assumir a postura exactamente contrária para que o futuro do território se faça pelo caminho da estabilidade social.
É esta a conclusão dos analistas políticos contactados pelo HM no que diz respeito ao futuro de Hong Kong caso Carrie Lam deixe o cargo de Chefe do Executivo, conforme foi avançado pelo Financial Times. Ainda assim, são esperadas poucas mudanças de fundo num território com um ambiente político altamente fragilizado.
“Não há expectativas, uma vez que o novo Chefe do Executivo vai continuar a ser uma marioneta política”, defendeu Kenneth Chan, professor associado do departamento de governação e estudos internacionais da Universidade Baptista de Hong Kong.
“Hong Kong vai continuar na sua luta, com cinco reivindicações, incluindo o sufrágio universal e o fim das brutalidades cometidas pela polícia. A questão é se Pequim e o próximo Chefe do Executivo estão ou não preparados para enfrentar esses pedidos. Não há sinais para me sentir confiante o suficiente e dizer que estão preparados”, apontou.
Para Kenneth Chan, uma mudança de rosto é apenas uma repetição de medidas do passado. “Há apenas uma janela de oportunidade, mas tivemos situações semelhantes no passado, quando Donald Tsang foi substituído por CY Leung e depois quando Carrie Lam assumiu o poder. Penso que o problema de Hong Kong é sistémico, e está relacionado com problemas profundos de governação. Mudar o Chefe do Executivo e remover alguns governantes não é suficiente.”
Opinião semelhante tem Jorge Tavares da Silva, especialista em relações entre China e Taiwan e professor nas universidades de Aveiro e Coimbra. “Com essa substituição pode acontecer talvez uma compreensão para ver se as coisas podem acalmar, mas é um caso perdido. Porque esta semente dificilmente volta atrás. Hong Kong teve sempre uma componente de reivindicação, foi sempre um espaço de alguma liberdade e Pequim não gosta disso.”

Recuperar a confiança

Bruce Kwong, professor da Universidade de Macau, defende que, acima de tudo, o próximo Chefe do Executivo de Hong Kong terá de recuperar a confiança perdida junto da população do território vizinho.
“Há muitas coisas que o novo Chefe do Executivo terá de fazer, tal como restaurar a confiança do público em relação ao Governo e particularmente em relação às forças policiais. A China gostaria de ver um novo Chefe do Executivo que possa levar a cabo as políticas do Governo Central e fazer o planeamento de Hong Kong sem qualquer tipo de turbulência. Mas depois dos acontecimentos dos últimos meses, as pessoas de Hong Kong gostariam de ter um líder que dê prioridade os seus desejos”, salientou.
Sonny Lo, analista político de Hong Kong, defende que o próximo Chefe do Executivo de Hong Kong deve ter “experiência em gestão de crises, uma vez que Carrie Lam falhou ao lidar com a situação actual.
Além disso, deverá ser um governante “leal a Pequim, mas que garanta o equilíbrio entre os interesses da população de Hong Kong e Pequim”. “Deve ter em consideração a opinião pública ao invés de ficar do lado de questões burocráticas desde muito cedo, tal como Carrie Lam fez ao lidar com a polícia nos meses de Junho, Julho e Agosto. Deve ser alguém sem problemas de ética e que aceite diferentes opiniões”, acrescentou Sonny Lo, que destaca o facto de a população de Hong Kong esperar, sobretudo, “que o novo Chefe do Executivo democratize o território”.
Acima de tudo, Bruce Kwong assegura que “a saída de Carrie Lam não resolve todos os problemas”, pois “a cultura política de Hong Kong tem-se alterado de forma dramática, entrando de forma significativa em conflito com a ideologia chinesa”.

Para Macau, quase nada

A mudança do principal rosto político de Hong Kong poderá eventualmente trazer algumas mudanças no ambiente sociopolítico de Macau, dada a sua proximidade, mas os analistas alertam para poucas mudanças. Sonny Lo diz mesmo que não haverá quaisquer consequências para Macau “pois os territórios são bastante diferentes”.
Para Bruce Kwong, o Chefe do Executivo de Macau eleito, Ho Iat Seng, terá obrigatoriamente de “implementar mais medidas na área social e oferecer mais coisas interessantes às pessoas, eliminando qualquer oportunidade de disputas controversas”. “Isto apesar de acreditar que os protestos que ocorreram em Hong Kong não se vão repetir em Macau num futuro próximo”, acrescentou.
Neste sentido, Jorge Rangel, presidente do Instituto Internacional de Macau (IIM) ex-secretário adjunto de Rocha Vieira, disse recentemente em Lisboa que era premente o Governo da RAEM resolver o problema da habitação, sob pena dos protestos surgirem em força nos próximos anos.
“Macau tem de ter habitação para a classe média, pois corremos o risco de, daqui a uns anos, termos milhares de pessoas a marchar nas ruas. Estamos a ser ameaçados por um problema que não está resolvido”, adiantou num colóquio organizado pela Universidade Católica Portuguesa.
Kenneth Chan alerta para o facto de conhecer pouco a realidade de Macau, mas assegura que as consequências de uma mudança de líder em Hong Kong serão mínimas “Do ponto de vista de Pequim, Macau é um modelo a seguir no que diz respeito ao cumprimento do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’. Mas isso é algo que a população de Hong Kong considera inaceitável”, considera.
De frisar que, desde que os protestos começaram em Hong Kong, dezenas de pessoas do território foram proibidas de entrar em Macau. O deputado Sulu Sou já deixou o alerta de que as autoridades estarão a interrogar na fronteira pessoas de Hong Kong que possuem BIR de Macau.
“Recebi casos de pessoas que têm, ao mesmo tempo, bilhetes de identidade de Hong Kong e Macau. Depois, utilizam o bilhete de identidade de Macau para entrar em Macau, vindas de Hong Kong, mas são retidas e questionadas durante meia hora ou mesmo uma hora no terminal do ferry.”

Taiwan, “um caso perdido” por causa de Hong Kong

Jorge Tavares da Silva, professor nas universidades de Aveiro e de Coimbra, e especialista nas relações Taiwan-China, não tem dúvidas de que, graças aos protestos de Hong Kong, a integração de Taiwan tornou-se algo praticamente impossível de acontecer. “Está completamente fora de questão. Taiwan, para mim, é quase um caso perdido do ponto de vista político. Não haverá solução. Por todas estas dinâmicas sociais que vão surgindo, os taiwaneses nunca aceitariam (a integração). Eu sei que a maior parte da população prefere manter o status quo, que a situação se mantenha como está, mas uma integração seria completamente impossível, porque teria sempre resistências como o que está a acontecer agora em Hong Kong.”
Para o docente, tanto Hong Kong como Taiwan “são sempre territórios que já tem uma certa identidade política e será muito difícil a China chegar ali com o seu modelo político e alterar”. Pelo contrário, os protestos de Hong Kong jamais terão reflexo no continente. “Não há problema de contágio, a China está sólida”, frisou Jorge Tavares da Silva.
Paulo Duarte defende que Tsai Ing-wen vai tirar proveito político do panorama de Hong Kong aquando das presidenciais, em 2020. “O que está a acontecer em Hong Kong e Macau também é a introdução de um capitalismo pelo Partido Comunista Chinês e que está a ter repercussões noutros pontos sensíveis, como é o caso de Taiwan. A presidente de Taiwan vai aproveitar este descontentamento para mobilizar o seu eleitorado e as pessoas que estão reticentes nas presidenciais de 2020”, concluiu.

1 Nov 2019