Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Vice-presidente ataca campanha contra as drogas [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] vice-presidente das Filipinas exortou ontem os cidadãos do seu país a “desafiarem as gritantes violações dos seus direitos”, numa referência crítica à violenta campanha do Presidente Duterte contra as drogas, considerada “criminosa” por várias organizações. Numa declaração em vídeo a ser mostrada num fórum da ONU, Leni Robredo disse que o problema das drogas ilegais nas Filipinas não se pode resolver “só com balas”. O discurso de Robredo constitui uma das mais fortes críticas ao Presidente Duterte, que repetidamente atacou o fórum de direitos humanos. No discurso ao fórum da ONU sobre mortes extrajudiciais, em Viena, Robredo cita queixas específicas sobre abusos, incluindo a forma como familiares de suspeitos traficantes e consumidores de droga têm sido ameaçados quando a polícia não consegue encontrar os alvos principais. Robredo recorda que mais de 7.000 pessoas foram assassinadas em “execuções sumárias” em nome da guerra contra as drogas lançada por Duterte após ser eleito Presidente no Verão passado. Nas Filipinas, o vice-presidente é eleito numa eleição separada da presidencial e Robredo pertence a um partido político diferente do de Duterte. Relações difíceis Robredo é um dos poucos políticos de topo nas Filipinas que se tem manifestado contra a campanha de execuções em nome da luta contra as drogas promovida pelo Presidente. A relação entre ambos os políticos é muito difícil e Duterte não convida a vice-presidente para as reuniões do seu gabinete. Na mensagem agora divulgada, Robredo denuncia também que a pena de morte poderá regressar em breve às Filipinas, algo que considerou “um erro grave” porque viola as normas internacionais da ONU. Robredo conclui pedindo a Duterte que empreenda uma “guerra contra a pobreza” e não contra os consumidores de droga. Duterte tem sido alvo de críticas da comunidade internacional e de organizações humanitárias, que o acusam de, na sua operação para limpar os bairros das drogas, cometeram-se milhares de execuções extrajudiciais de traficantes e toxicodependentes. Num relatório divulgado no final de Janeiro, a Amnistia Internacional revelou que a polícia filipina, sob ordens directas do Presidente Rodrigo Duterte, tem vindo a assassinar cidadãos pobres com a desculpa de que está numa luta contra as drogas, forjando provas e chegando a contratar assassinos. “Agindo de acordo com instruções do mais alto nível do governo, a polícia das Filipinas matou e pagou a outros para matar milhares de alegados envolvidos em crimes com drogas, numa onda de execuções extrajudiciais que podem constituir crimes contra a Humanidade”, indicou a Amnistia Internacional no relatório “Se é pobre, é morto: Execuções Extrajudiciais nas Filipinas”.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Ex-Presidente acusado de fuga de informação secreta [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ex-presidente de Taiwan Ma Ying-jeou (2008-16), próximo da China, foi ontem acusado formalmente de cumplicidade em fuga de informação confidencial num caso de escutas telefónicas em 2013. O caso das escutas desencadeou divisões dentro do Partido Kuomintang (KMT), então no Governo, entre Ma – que o dirigia – e o presidente do parlamento da altura, Wang Jing-pyng, próximo do independentista Partido Democrata Progressista (PDP). Durante o seu mandato, Ma promoveu uma aproximação à China que levou à assinatura de 23 acordos entre Taipé e Pequim, bem como a uma histórica reunião com o Presidente chinês, Xi Jinping, em Singapura, em Novembro de 2015. Ma, que há muito tinha diferenças políticas com Wang, foi informado pelo então procurador-geral Huang Shih-ming sobre um alegado uso indevido de influência, descoberto em conversas entre Wang e o porta-voz do PDP, na altura na oposição, Ker Chien-ming, sobre um caso contra este último. Huang, que foi condenado a 15 meses de prisão por divulgar informação confidencial, reconheceu no julgamento que tinha comunicado ao então Presidente detalhes sobre a investigação a Ker e Wang, a 31 de Agosto de 2013, e disse ter informado o primeiro-ministro Jiang Yi-hua quatro dias depois, por ordem de Ma. Após a fuga de informação para a imprensa sobre o possível recurso a influência indevida, Ma fez os possíveis para que o KMT expulsasse Wang, lhe retirasse o assento parlamentar e o cargo de presidente do parlamento, mas um recurso de Wang bloqueou legalmente as intenções do KMT. Divisões e fracassos O caso afectou a unidade do partido, e juntamente com o Movimento dos Girassóis de 2014 – protagonizado por estudantes e movimentos sociais preocupados com a aproximação à China – levou à derrota eleitoral do KMT nas eleições municipais de 2015 e nas presidenciais e legislativas de 2016. O deputado do PDP Ker Chien-ming apresentou uma queixa contra Ma em 2013 acusando o então Presidente de ceder informação sobre uma investigação criminal em curso. Ker afirmou que Ma divulgou informação obtida pelo então procurador-geral. No entanto, o ex-Presidente defendeu sempre que é inocente e os seus advogados negam que o procurador tenha recebido instruções presidenciais para divulgar informação confidencial sobre essas conversas.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão adverte contra proteccionismo dias antes da reunião do G20 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, manifestou ontem preocupação com o proteccionismo económico e afirmou que a economia global deve manter-se aberta, dias antes da reunião de ministros das Finanças do G20 desta semana. Taro Aso disse que a economia de um país não pode manter-se sozinha, e sublinhou que “não há dúvida de que foram feitos esforços para alcançar uma sociedade aberta”, segundo declarações citadas pela agência Kyodo. “É inevitável que tudo se torne mais global”, disse o ministro após uma reunião do governo japonês. Espera-se que a próxima reunião dos ministros das Finanças e governadores de bancos centrais do G20, que vai decorrer na cidade alemã de Baden-Baden a 17 e 18 de Março, dê atenção especial às medidas proteccionistas do Presidente norte-americano, Donald Trump. Durante o encontro, Aso vai reunir com o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, que por sua vez poderá criticar a desvalorização do iene, que favorece os exportadores japoneses. Donald Trump já acusou o Japão de desvalorizar a sua moeda para tornar as suas exportações mais competitivas. Os ministros das Finanças na União Europeia (UE) acordaram recentemente uma posição comum nesta reunião, e reafirmaram o seu compromisso com a abertura dos mercados. Aso disse ontem também que a reunião vai focar-se nos impostos internacionais e a desregulação financeira. “Vamos explicar [a situação] da economia japonesa, mas também necessitamos de [outros] pontos de vista”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang ameaça responder a Seul e Washington com ataque “ultra preciso” [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte voltou ontem a denunciar os exercícios militares da Coreia do Sul e Estados Unidos, que são um ensaio de um ataque preventivo a Pyongyang, e ameaçou lançar “ataques ultra precisos” perante violações da sua “soberania”. Se Seul e Washington atentarem contra a soberania, “os ataques ultra precisos” das tropas norte-coreanas “vão realizar-se sem piedade em terra, ar e mar”, alertou num comunicado publicado pela agência estatal de notícias norte-coreana KCNA. A nota avisa Seul e Washington, que actualmente levam a cabo as suas manobras anuais Foal Eagle e Key Resolve, de que os “porta-aviões de propulsão nuclear e o resto de activos estratégicos dos imperialistas sul-coreanos estão ao alcance dos ataques ultra precisos do Exército Popular da Coreia”. Em manobras O texto do regime de Pyongyang surge um dia depois de os aliados iniciarem os seus exercícios de combate simulado Key Resolve, que vão durar até dia 24, e que começaram a executar também, no passado dia 1, o Foal Eagle, manobras que serão concluídas no final de Abril. O destacamento de activos militares este ano para os exercícios é o maior até à data, já que Washington incluiu os seus caças F-35B e o porta-aviões nuclear Carl Vinson, depois de o regime norte-coreano ter realizado em 2016 um número recorde de testes nucleares e de mísseis. Pyongyang, que denuncia periodicamente a natureza não defensiva destas manobras, já lançou no passado dia 6 de Março, em jeito de resposta ao início do Foal Eagle, quatro mísseis balísticos de médio alcance que caíram em águas japonesas. Ao clima de especial tensão que se vive na península coreana junta-se a instalação, desde a semana passada, em solo sul-coreano do estado antimísseis THAAD. Este sistema norte-americano para travar projécteis norte-coreanos que ameacem cair na Coreia do Sul gerou críticas do regime de Kim Jong-un e da China, que considera que interfere nos seus sistemas de defesa.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping quer exército a modernizar-se tecnologicamente [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, instou as Forças Armadas do país a aproveitar o desenvolvimento tecnológico da China para modernizar o seu equipamento e integrar-se mais com o sector civil. Segundo avançou ontem a imprensa oficial, o líder chinês fez estas declarações no domingo, ao reunir-se com delegados do exército na Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China. O exército deve aproveitar os êxitos alcançados pela China na ciência e tecnologia para actualizar as suas armas e equipamento e os militares devem melhorar a sua formação e treino para incluir estas matérias e serem mais profissionais, afirmou. Xi Jinping disse ainda que as tecnologias militares e civis estão cada vez mais conectadas. O Presidente chinês pediu aos militares que façam pleno uso das tecnologias civis, visando a modernização do exército, e que facilitem a transferência das inovações de origem militar para as empresas para que possam ter uma utilidade mais prática. Nesse sentido, o chefe de Estado chinês apelou à eliminação de barreiras institucionais e dos grupos de interesse que travam essa integração entre a sociedade e o exército. Processo em curso As Forças Armadas chinesas atravessam um processo de reforma, que arrancou há dois anos, e que visa modernizar a organização e reduzir o número de efectivos em 300.000, para dois milhões, até ao final deste ano. Parte dessa remodelação inclui uma maior integração entre os sectores civil e militar, para a qual foi criada uma comissão específica em Janeiro, presidida por Xi. A China vai aumentar em 7% os gastos com a Defesa este ano, para 151.000 milhões de dólares, o ritmo mais lento desde 1991, revelou o Governo na semana passada. O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse que as defesas aérea e marítima serão reforçadas, assim como os controlos fronteiriços, visando salvaguardar o interesse e segurança nacionais. Segundo avança ontem o jornal de Hong Kong South China Morning Post, o exército chinês planeia quintuplicar o seu corpo de marinheiros, de 20.000 para 100.000 efectivos, para proteger os crescentes interesses do país além-fronteiras.
Hoje Macau China / ÁsiaApoiantes da ex-Presidente sul coreana em confrontos com a polícia [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m grupo de apoiantes de Park Geun-hye envolveu-se ontem em confrontos com a polícia e jornalistas que se encontravam frente à casa da ex-presidente da Coreia do Sul destituída na sexta-feira. Uma dezena de apoiantes de Park, que inicialmente se encontravam concentrados junto ao edifício da presidência sul-coreana, no sul de Seul, organizaram uma vigília frente à residência da ex-Presidente, agitando bandeiras e insultando os jornalistas presentes no local. Os manifestantes tentaram impedir os fotógrafos e os repórteres das televisões de captarem imagens do interior da casa de Park Geun-hye, situada no bairro de Gangnam, em Seul. O comportamento dos apoiantes da ex-Presidente obrigou a polícia a intervir. Por volta das 15:30 o número de jornalistas e de apoiantes de Park aumentou o que levou as autoridades a instalar barreiras para separar os dois grupos. Os apoiantes da ex-Presidente envolveram-se em violentos confrontos com a polícia no sábado e na sexta-feira, depois do Tribunal Constitucional ter anunciado a ratificação da destituição de Park, aprovada pelo Parlamento no passado mês de Dezembro, por ligações à rede “Rasputina”. Teoria da conspiração Nos confrontos dos últimos dias, três apoiantes de Park morreram e várias pessoas ficaram feridas. Segundo a agência Yonhap, muitos dos seguidores de Park declaram-se “nostálgicos” da ditadura de Park Chung-hee, pai da chefe de Estado destituída, e que governou o país entre 1961 e 1979. Para os apoiantes da família Park, o processo de destituição foi uma conspiração dos partidos de esquerda e dos meios de comunicação social. Na sexta-feira, o Tribunal Constitucional considerou que a ex-Presidente infringiu a lei ao permitir que a amiga Choi Soon-sil, conhecida como “Rasputina”, se tivesse imiscuído em assuntos de Estado, sem ocupar qualquer cargo público e envolvendo-se em processos de extorsão de fundos a grandes empresas sul-coreanas. Após a decisão do Tribunal Constitucional, Park perdeu a imunidade e o Parlamento é obrigado a marcar eleições presidenciais nos próximos 60 dias. Segundo a Yonhap, que consultou especialistas, é provável que as eleições se realizem no próximo dia 9 de Maio.
Hoje Macau China / ÁsiaPartido Comunista Chinês endurece retórica contra Islão [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Partido Comunista Chinês (PCC) tem endurecido a retórica contra o Islão, com altos quadros da organização a advertir para a infiltração do extremismo religioso no país e a necessidade de proteger a identidade chinesa. Shaerheti Ahan, alto quadro do PCC em Xinjiang, advertiu os líderes políticos que estão reunidos em Pequim, para a sessão anual da Assembleia Nacional Popular, para os perigos da China ser destabilizada pela “situação internacional anti-terror”. No ano passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, ordenou o partido para guiar as minorias étnicas e religiosas do país no sentido de as adaptar melhor à sociedade socialista. Entretanto, líderes regionais em Xinjiang, onde vivem os uigures, minoria étnica chinesa de religião muçulmana, elevaram as medidas de segurança e patrulhas policiais devido a um aumento da violência que as autoridades associam ao separatismo islâmico. Apesar de alguns académicos questionarem se as redes do extremismo islâmico estão a penetrar no país, os líderes chineses têm alertado para a necessidade de combater os perigos do fundamentalismo, em linha com o discurso internacional. Funcionários da região autónoma de Ningxia, no norte do país, onde vive outra minoria muçulmana, os Hui, mas que, ao contrário de Xinjiang, não regista violência associada à religião, advertiram também na semana passada para os perigos do extremismo islâmico. Extremas comparações O secretário do PCC em Ningxia Li Jianguo referiu-se mesmo às políticas do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “O que a [organização extremista] Estado Islâmico e extremistas instigam é a jihad, terror e violência”, disse Li. “Essa é a razão pela qual vemos Trump a proibir a entrada de muçulmanos. Não interessa se as políticas anti-muçulmanos é do interesse dos Estados Unidos ou promove a sua estabilidade. É sobre prevenir o extremismo religioso de penetrar em toda a cultura americana”, acrescentou. Wu Shimin, antigo funcionário para assuntos étnicos em Ningxia, disse que o trabalho ideológico deve ser reforçado na região para promover a identidade chinesa entre a população Hui, os descendentes de comerciantes muçulmanos que percorriam a Rota da Seda vários séculos antes. “As raízes dos Hui estão na China”, disse Wu. “Para discutir consciência religiosa, devemos primeiro discutir a consciência chinesa. Para falar dos sentimentos das minorias, temos primeiro de falar dos sentimentos do povo chinês”, afirmou. Da retórica Discursos e Mohammed al-Sudairi, estudante de doutoramento na Universidade de Hong Kong e especialista do Islão na China, afirmou que os comentários dos responsáveis de Ningxia reflectem a crescente retórica anti-islão entre a liderança chinesa. “Existe uma tendência crescente para ver o Islão como um problema na sociedade chinesa”, disse al-Sudairi, citado pela agência de not Associated Press. “Xi Jinping tem estado ansioso com o que considerou uma perda de controlo do partido sobre a esfera religiosa quando chegou ao poder, e precisava de uma intervenção”, indicou. Em Xinjiang, onde nos últimos anos centenas de pessoas morreram em ataques violentos, a crescente retórica do governo coincidiu com novas medidas de segurança, que activistas consideram ter exacerbado um ciclo de repressão, radicalização e violência. O Governo, entretanto, diz que a região enfrenta uma grave ameaça de separatistas uigures ligados a organizações extremistas como a al-Qaida e o EI, apesar de apresentar poucas provas nesse sentido. Na sexta-feira passada, Xi reuniu com funcionários de Xinjiang, segundo a imprensa estatal, e ordenou que estes protejam a estabilidade da região, propondo metaforicamente que ergam uma “grande muralha de ferro”. É uma referência com implicações históricas: o antigo líder chinês Deng Xiaoping elogiou as forças armadas do país como uma “grande muralha de ferro e aço”, em Junho de 1989, dias após a sangrenta repressão militar do movimento pró-democracia da praça Tiananmen.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim diz que aplica pena de morte “em poucos casos” [dropcap style=’circle’]Z[/dropcap]hou Qiang não revelou o número de sentenças de morte no relatório anual apresentado ontem na sessão anual da Assembleia Nacional Popular. O número de sentenças de morte e execuções é um segredo de Estado na China, embora os casos mais mediáticos sejam anunciados ao público. As organizações de direitos humanos consideram que a China executa milhares de pessoas anualmente, ainda que o número tenha diminuído desde que o Tribunal Supremo começou a rever as condenações à morte impostas por tribunais hierarquicamente inferiores. Dos números Segundo o relatório, o número de casos de corrupção julgados na China em 2016 subiu para 45.000, mais um terço em relação ao ano anterior. O documento refere um total de 63.000 acusados por corrupção, mas não indica o número de condenações. Entre os acusados foram registados 35 a nível ministerial ou de governo provincial, e 240 nos governos distritais, informou Zhou. Em 2015 foram registados 34.000 casos de corrupção com 49.000 acusados em todos os tribunais chineses, o que faz com que tenha havido durante 2016 um aumento de 32,5 % nos processos por este tipo de crimes. Além disso, durante o ano passado, foram investigadas outras 47.650 pessoas por alegados crimes relacionados com o exercício das suas funções, disse o procurador-geral, Cao Jianming. Foram iniciados procedimentos contra 48 antigos funcionários a nível ministerial ou do governo provincial. Cao disse que a campanha anti-corrupção vai continuar e que será mantida a tolerância zero contra este tipo de crimes. Desde a chegada ao poder do Presidente Xi Jinping, a campanha anti-corrupção lançada pelas autoridades chinesas traduziu-se em dezenas de milhares de condenações, incluindo dezenas de figuras importantes, incluindo o ex-ministro de Segurança Zhou Yongkang, condenado em 2015 a pena perpétua. O relatório refere ainda que a China realizou em 2016 cerca de 147.000 julgamentos por crimes contra a propriedade intelectual, algo que a Procuradoria-Geral garantiu ser parte de uma estratégia para favorecer a inovação e investigação.
Hoje Macau China / ÁsiaIdosos chineses vivem mais mas são menos aptos [dropcap style=’circle’]O[/dropcap] número de pessoas na China com mais de oitenta anos tem vindo a aumentar, mas a sua saúde física e mental está a deteriorar-se, segundo um estudo publicado ontem pela revista médica The Lancet. A pesquisa compara dados recolhidos entre 1998 e 2008 com quase 20.000 entrevistados, cuja faixa etária se situa entre os 80 e os 105 anos. Entre os octogenários e nonagenários, a taxa de mortalidade caiu quase um por cento ao longo daquela década. Já entre os idosos com mais de cem anos registou-se uma queda de três por cento no número de mortes. A percentagem de população com idade superior a oitenta anos é a que mais tem aumentado no país. Ao mesmo tempo, as suas funções físicas e cognitivas têm-se vindo a deteriorar. Tarefas simples, como levantar de uma cadeira ou apanhar um livro do chão, tornaram-se mais difíceis de fazer, enquanto os resultados em testes de memória pioraram. “Isto tem implicações claras para as políticas adoptadas pelos sistemas de saúde e de segurança social, não só na China, mas também globalmente”, concluíram os autores do estudo. “Muitos mais programas subsidiados pelo Estado, ou privados, e empresas, são necessários para prestar serviços que satisfaçam as necessidades da população idosa em rápido crescimento”, especialmente aqueles com mais de 80 anos, indica a publicação. Já os inquiridos em 2008 demonstraram menores dificuldades em executarem actividades diárias – como comer, vestir ou tomar banho – do que aqueles que participaram do estudo em 1998. Novo tempo O grupo de cientistas, liderado por Yi Zeng, professor da Escola Nacional de Desenvolvimento da Universidade de Pequim, justificou aquele fenómeno com a maior comodidade e melhoria dos instrumentos utilizados hoje. Os resultados ilustram o braço-de-ferro entre duas abordagens diferentes em como lidar com o envelhecimento da população. Uma valoriza a longevidade, enquanto outra sugere que, apesar de terem uma vida mais longa, os idosos vivem com problemas crónicos de saúde. O novo estudo diz que os governos terão de se adaptar ao novo cenário. “Os resultados fornecem um aviso claro para as sociedades com populações envelhecidas”, disse Yi, num comunicado. “Apesar do tempo de vida estar a aumentar, outros factores da saúde estão ambos a melhorar e a piorar, levando a uma variedade de necessidades de assistência social e de saúde entre a população mais idosa”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Detido ex-estudante chinês por espionagem “Foram registados 55 casos de espionagem desde 2008, mas esse número é só a ponta do iceberg… A China enviou numerosos agentes para infiltrar a nossa sociedade e governo”, disse um investigador do Ministério Público citado pelo jornal Taipei Times [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] primeira detenção em Taiwan de um cidadão chinês, que estudou na ilha até há poucos meses, desencadeou novas tensões com a China e o endurecimento da luta contra-espionagem em Taiwan. Zhou Hungxu, de 29 anos e antigo estudante das universidades taiwanesas de Tamkang e Chengchi desde 2009 até Julho de 2016, foi detido e acusado de espionagem na sexta-feira, encontrando-se incomunicável, segundo um tribunal de Taipé. Zhou voltou a Taiwan no mês passado com um visto de “investimentos e negócios” para trabalhar numa empresa de Taipé e na sua página de Facebook, que conta com mais de 1.400 amigos, podem ver-se numerosas fotografias em diversos locais de Taiwan e variados tipos de eventos. Os investigadores taiwaneses dizem que Zhou ofereceu a um diplomata taiwanês dinheiro e uma viagem com tudo pago ao Japão em troca de informação classificada, que devia entregar nesse país a um contacto chinês. O Ministério Público de Taiwan afirma que Zhou trabalha para o Gabinete de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado da China, que o enviou para a ilha para fazer contactos e estabelecer uma rede de espionagem de estudantes e funcionários. “Foram registados 55 casos de espionagem desde 2008, mas esse número é só a ponta do iceberg… A China enviou numerosos agentes para infiltrar a nossa sociedade e governo”, disse um investigador do Ministério Público citado pelo jornal Taipei Times. A primeira vez Zhou é o primeiro chinês que estudou em Taiwan a ser acusado de espionagem, um caso que desencadeou alerta no governo, já que na ilha há mais de 36.000 estudantes chineses e o território é visitado anualmente por mais de três milhões de turistas daquele país. Na maioria dos casos, os acusados em Taiwan de espionagem a favor da China são oficiais ou ex-oficiais da Defesa ou Serviços Secretos da ilha. O primeiro-ministro taiwanês, Lin Chuan, apelou na sexta-feira a “tomar medidas preventivas” para lutar contra a alegada espionagem chinesa, incluindo “a criação de um sistema de defesa” específico. Pequim considera Taiwan uma província chinesa e defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” caso a ilha declare independência.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Presidente destituída já deixou o palácio presidencial [dropcap style=’circle’]P[/dropcap]ark Geun-hye foi destituída pelo Tribunal Constitucional, que ratificou a decisão do parlamento tomada a 9 de Dezembro, por suspeita de envolvimento num caso de corrupção e tráfico de influências que envolve uma amiga confidente. A Presidente destituída deixou a Casa Azul às 10:00 de ontem e partiu para a sua residência privada no sul de Seul, onde centenas de simpatizantes se reuniram para protestar contra a decisão do tribunal, adianta a agência de notícias sul-coreana. Park Geun-hye, a primeira Presidente eleita democraticamente a ser destituída, esteve enclausurada na Casa Azul, da presidência sul-coreana, até ontem. Segundo a Yonhap, foram mobilizados cerca de 800 polícias para junto do palácio para evitar possíveis actos de violência. Com a destituição, Park perdeu a imunidade e a Coreia do Sul tem que realizar eleições presidenciais no prazo inferior a 60 dias. A imprensa local aponta o dia 9 de Maio como a data mais provável para a votação. Os deputados da Coreia do Sul aprovaram, a 9 de Dezembro, a destituição da Presidente do país, Park Geun-hye, mas a decisão tinha de ser ratificada pelo Tribunal Constitucional para ser definitiva. Em conclusão O escândalo “Choi Soon-sil Gate” reduziu a taxa de aprovação da Presidente a 5%, o valor mais baixo alguma vez alcançado por um chefe de Estado na Coreia do Sul desde que o país alcançou a democracia no final da década de 1980. Uma equipa independente de procuradores tornou públicas esta semana as suas conclusões da investigação de mais de três meses sobre o caso de corrupção que envolve a amiga Choi Soon-sil e na qual se volta a referir a Presidente como suspeita de vários crimes. Os investigadores consideram que Park e Choi se puseram de acordo para pressionar a Samsung e outros grandes conglomerados empresariais sul-coreanos para que fizessem doações a organizações relacionadas com a amiga da chefe de Estado, em troca de um tratamento favorável das autoridades, afirmaram em comunicado. A investigação conclui também que a Presidente estava a par da criação de uma lista negra de quase 10.000 artistas e profissionais do mundo da cultura críticos do Governo, concebida com o objectivo de cortar as suas vias de financiamento público e privado. A Procuradoria da Coreia do Sul revelou que a Presidente teve um papel “considerável” no caso e acusou formalmente Choi Soon-sil e dois antigos assessores presidenciais, indicando que Park cooperou com a amiga e os outros dois ex-colaboradores, que são suspeitos de terem pressionado mais de 50 empresas do país a doar 65,7 milhões de dólares a duas fundações.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio com países de língua portuguesa subiu 33 por cento em Janeiro [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa recuperaram em Janeiro, aumentando 33,47% em termos anuais homólogos para 8,21 mil milhões de dólares, indicam dados oficiais. Dados dos Serviços de Alfândega da China publicados ontem no portal do Fórum Macau indicam que a China comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 5,26 mil milhões de dólares em Janeiro – mais 38,26% – e vendeu produtos no valor de 2,95 mil milhões de dólares – mais 25,71% face ao período homólogo do ano passado. Os dados relativos a Janeiro revelam uma recuperação, depois de 2016 ter marcado o segundo ano consecutivo de declínio do comércio sino-lusófono (-7,72%), após uma diminuição de 25,73% em 2015 naquele que foi o primeiro recuo desde 2009. O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 5,59 mil milhões de dólares, valor que traduz um aumento de 26,69% face a Janeiro do ano passado. As exportações da China para o Brasil atingiram 2,39 mil milhões de dólares, reflectindo uma subida de 42,12%, enquanto as importações chinesas totalizaram 3,20 mil milhões de dólares, mais 17,21% em termos anuais homólogos. Com Angola, o segundo parceiro chinês no universo da lusofonia, as trocas comerciais deram um ‘pulo’ de 84,09%, atingindo 2,02 mil milhões de dólares. Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 167,2 milhões de dólares – mais 6,67% – e comprou mercadorias avaliadas em 1,85 mil milhões de dólares – ou seja, quase o dobro em termos anuais homólogos (+96,94%). De bronze Já com Portugal – terceiro parceiro da China no universo de países de língua portuguesa –, o comércio bilateral foi de 407,1 milhões de dólares – menos 17,69% –, numa balança comercial favorável a Pequim que vendeu a Lisboa bens na ordem de 259,8 milhões de dólares – menos 37,05% – e comprou produtos avaliados em 147,2 milhões de dólares, mais 79,2% face a Janeiro do ano passado. Os dados divulgados incluem – como sempre incluíram – São Tomé e Príncipe, apesar das relações diplomáticas que mantinha com Taiwan e de não participar no Fórum Macau. A 20 de Dezembro, o Governo são-tomense anunciou o corte com Taiwan e, dias depois a China anunciou o estabelecimento de laços diplomáticos com São Tomé e Príncipe. Na sequência disso, o Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum Macau afirmou ter uma “atitude aberta” quanto à participação de São Tomé e Príncipe no Fórum Macau. A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que reúne a nível ministerial de três em três anos. A quinta conferência decorreu em Macau entre 11 e 12 de Outubro com a presença de cinco primeiros-ministros (da China, Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique), naquela que foi a representação de mais alto nível de sempre. Angola, Brasil e Timor-Leste fizeram-se representar por ministros.
Hoje Macau China / ÁsiaConcedida aprovação preliminar a 38 marcas do grupo Trump [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China concedeu aprovação preliminar a 38 marcas do grupo Trump, suscitando preocupações de que o Presidente norte-americano, Donald Trump, esteja a receber tratamento especial do Governo chinês, no que constituiria um conflito de interesses. O registo daquelas marcas permite ao grupo Trump abrir spas, casas de massagens, clubes de golfe, hotéis e até serviços privados de segurança. Os advogados de Trump na China solicitaram o registo da marca em Abril de 2016, enquanto o magnata atacava, em comícios políticos, o país asiático por manipulação da moeda e tirar postos de trabalho aos Estados Unidos. Os críticos dizem que os interesses globais de propriedade intelectual de Trump poderão ser usados por países estrangeiros como forma de o influenciar. Além disso, violam a cláusula da Constituição norte-americana que proíbe os funcionários públicos de aceitarem presentes de valor de governos estrangeiros, a não ser quando aprovado pelo Congresso. Trump disse que não fará negócios com o exterior enquanto estiver na Casa Branca. A Administração de Marcas da China publicou a aprovação provisória esta semana e, se não houver objecções, as marcas serão formalmente registadas ao fim de noventa dias. Em Fevereiro passado, o país asiático concedeu ao Presidente dos Estados Unidos o uso comercial do seu próprio nome para serviços no sector da construção. Custou mas foi O registo estava pendente há mais de uma década e ocorreu após várias tentativas falhadas de assegurar os direitos sob o seu nome. Na China, os tribunais estão subordinados ao poder político, que está concentrado no Partido Comunista, partido único no poder. Alan Garten, director jurídico da Organização Trump, afirmou que o grupo tem vindo a reforçar os seus direitos de propriedade intelectual na China desde há mais de dez anos e que registou a sua marca para o sector imobiliário muito antes do magnata anunciar a sua candidatura. “A conclusão recente do processo de registo é o resultado natural desses esforços constantes e empenhados”, disse. “Qualquer sugestão contrária demonstra um completo desprezo pelos factos, assim como uma falta de entendimento sobre as leis internacionais de registo de marcas”, acrescentou, citado pela AP. No entanto, Richard Painter, chefe da Casa Branca para questões de ética durante o mandato de George W. Bush, considera que o volume de novas aprovações pelas autoridades chinesas é motivo de alerta. “O registo de uma patente, marca ou direitos de autor por um Governo estrangeiro não é, à partida, inconstitucional, mas com tantos registos a serem concedidos dentro de um período tão curto de tempo, a questão é se não existirá uma ingerência em pelo menos alguns deles”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno chinês critica situação dos direitos humanos nos EUA [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]equim criticou ontem a violência policial, descriminação racial e natureza hipócrita da democracia nos Estados Unidos, em resposta às acusações à China no relatório anual de direitos humanos do Departamento de Estado norte-americano. “[os EUA] apontam o dedo e acusam a situação dos direitos humanos em muitos países, enquanto negligenciam os seus próprios terríveis problemas”, aponta o relatório publicado ontem pelo Conselho de Estado chinês. O “Relatório sobre os Direitos Humanos nos Estados Unidos em 2016”, difundido pela agência oficial Xinhua, denuncia o papel do dinheiro na política norte-americana e acusa a eleição presidencial nos EUA de estar “cheia de mentiras e farsas”. O documento, que recolhe dados sobretudo a partir de órgãos de comunicação dos EUA, afirma ainda que a imprensa norte-americana não fez uma cobertura objectiva e imparcial das eleições presidenciais, sublinhando que a taxa de abstenção destas foi a mais alta dos últimos vinte anos. E aponta ainda que o país tem a segunda taxa mais alta prisional no mundo – 693 prisioneiros por cada 100.000 habitantes. Crimes e desigualdades Citando estatísticas do FBI, Pequim salienta que, em 2015 registaram-se nos EUA mais de um milhão de crimes violentos, entre os quais 63,8% foram agressões agravadas, 27,3% assaltos, 7,5% violações e 1,3% homicídios. Segundo a China, em 2016 as desigualdades sociais acentuaram-se nos EUA, com a proporção de adultos com trabalho a tempo inteiro a atingir a proporção mais baixa desde 1983. O relatório destaca que, ajustado à inflação, o salário do trabalhador norte-americano está estagnado há 50 anos, enquanto a percentagem de pessoas nos EUA que faz parte da classe média caiu de 61%, em 2008, para 51%, em 2016. “Um em cada sete norte-americanos, ou pelo menos 45 milhões de pessoas, vive em pobreza”, aponta o documento, citando o jornal Daily Mail. A questão dos direitos humanos é uma fonte de persistente tensão entre o governo chinês e os países mais ricos, sobretudo na Europa e na América do Norte, que tendem a enfatizar a importância das liberdades políticas individuais. Para as autoridades chinesas, “o direito ao desenvolvimento é o mais importante dos direitos humanos” e o “papel dirigente” do Partido Comunista, no poder desde 1949, é “um principio cardial”. Desde a ascensão ao poder do Presidente chinês, Xi Jinping, em 2012, as autoridades prenderam dezenas de activistas dos Direitos Humanos, acusados de subversão do poder do Estado ou perturbação da ordem social.
Hoje Macau China / ÁsiaUm dos mísseis lançados por Pyongyang caiu a 200 quilómetros da costa japonesa [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m dos quatro mísseis balísticos que a Coreia do Norte lançou na segunda-feira caiu a cerca de 200 quilómetros da costa do Japão, informou ontem o governo japonês, indicando que a ameaça de Pyongyang está “numa nova fase”. O míssil, que caiu no oceano a cerca de 200 quilómetros a noroeste da península de Noto, poderá ser o míssil lançado pelo exército norte-coreano que até à data caiu mais perto do território do Japão. “Este último lançamento mostra claramente que a ameaça da Coreia do Norte entrou numa nova fase”, disse em conferência de imprensa o ministro porta-voz do Executivo japonês, Yoshihide Suga. Tóquio estima que os quatro mísseis lançados (que se crê serem uma versão dos Scud soviéticos com uma capacidade de alcance alargada de cerca de 1.000 quilómetros) caíram num raio entre 200 e 450 quilómetros da península, que se encontra a cerca de 280 da capital japonesa. Três dos mísseis caíram na Zona Económica Especial do Japão, espaço que se estende a cerca de 370 quilómetros desde as costas e sobre o qual o país ostenta direitos de exploração e gestão de recursos naturais. Pyongyang disse esta semana que se tratou de um ensaio “para alcançar as bases das forças norte-americanas de agressão imperialista no Japão”. E vão dois O lançamento na segunda-feira é o segundo ensaio de mísseis que o regime de Kim Jong-un realiza este ano e desde a chegada da Administração Trump à Casa Branca. A acção surge numa altura de tensão e como resposta às manobras militares anuais que Washington e Seul levam a cabo por estes dias em território sul-coreano e depois do líder norte-coreano ter dito no Ano Novo que o país está a ultimar o desenvolvimento de um míssil intercontinental que lhe permitiria atingir os Estados Unidos.
Isabel Castro China / Ásia MancheteChina | Diplomacia de Pequim quer contribuir para acalmar crises regionais Diálogo com os Estados Unidos, uma possível visita de Xi Jinping a Washington, menos fricção no Mar do Sul da China, evitar o pior na península da Coreia. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China falou ontem aos jornalistas. Wang Yi faz um apelo à calma, mas não deixa de apontar o dedo aos culpados [dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]êm todos culpa: a Coreia do Norte, porque não desiste das suas intenções nucleares, e a aliança liderada pelos Estados Unidos que, ao promover ensaios militares na região, contribui para a escalada da tensão na península. A ideia foi deixada ontem pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da China. Wang Yi encontrou-se com os jornalistas, durante as reuniões da Assembleia Popular Nacional e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. O diplomata deixou um apelo às partes envolvidas, pedindo para que refreiem os seus ímpetos, de modo a que se evite uma crise ainda maior. A situação na península, comparou Wang Yi, “é como dois comboios a acelerar, a irem de encontro um ao outro, sem que nenhum deles esteja disposto a ceder a passagem”. O chefe da diplomacia chinesa reconhece que os mais recentes testes de mísseis levados a cabo por Pyongyang “ignoram a oposição da comunidade internacional”, mas diz também que os exercícios militares conjuntos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul vieram acrescentar pressão ao regime de Kim Jong-un. Para Wang Yi, há apenas uma solução para o conflito: a Coreia do Norte tem de suspender as suas actividades bélicas, e Washington e Seul devem cancelar as simulações em grande escala que realizam com frequência. “As armas nucleares não vão trazer segurança”, sublinhou. “O recurso à força não é solução”, disse também, defendendo que a tensão pode ser diminuída se houver uma “resolução das preocupações de ambas as partes feita de forma recíproca”. À baila veio ainda o reatamento das negociações a seis. Pequim quer voltar a sentar-se à mesa com a Coreia do Norte, com os Estados Unidos e com os restantes países que, entre 2003 e 2009, tentaram convencer Pyongyang a abandonar o programa nuclear do país. As conversações estão suspensas por iniciativa do regime comandado por Kim Jong-un. A China é o principal aliado de Pyongyang, apesar de a relação entre os vizinhos ter sofrido alterações nos últimos tempos. No mês passado, o Governo Central suspendeu todas as importações de carvão da Coreia do Norte até ao final do ano, terminando temporariamente com uma importante fonte de divisas estrangeiras para o empobrecido país. Teoria da aceitação Ainda no que toca às pastas regionais, Wang Yi deixou algumas ideias sobre a relação de Pequim e Tóquio. O mais alto representante da diplomacia chinesa entende que o Japão tem de ultrapassar a sua ansiedade em relação à China, enfrentar o facto de o vizinho ter hoje uma nova dinâmica e dar passos concretos para a melhoria das relações, em vez de andar para trás. Recordando que este ano fica marcado pelo 45.o aniversário da normalização das relações diplomáticas sino-japonesas, o ministro pediu a Tóquio que aprenda com as lições do passado – com os resultados do expansionismo militar – e que deixe de se preocupar com o crescimento da China em termos internacionais. Neste discurso de aparente conciliação não faltou, no entanto, o factor “culpa”, com Wang Yi a acusar o Japão de prolongar o clima de tensão entre os dois países e a garantir que Pequim tentou sempre que as conversações bilaterais fossem retomadas. “A chave [do problema] é o Japão adoptar a forma correcta de pensar e aceitar a realidade do crescimento da China”, vincou. O ministro dos Negócios Estrangeiros culpa ainda Tóquio e Seul pelo adiamento do encontro trilateral. “Temos de lidar bem com as questões que estão a impedir o desenvolvimento saudável das nossas relações de modo a que se possa assegurar o encontro entre líderes”, comentou. Há muito que as relações da segunda e terceira economias mundiais estão ensombradas. Às feridas por cicatrizar que ainda restam dos conflitos bélicos de meados do século passado juntaram-se, mais recentemente, as disputas territoriais no Mar do Sul da China. A este propósito, Wang Yi defendeu que a situação acalmou “visivelmente” desde a decisão do tribunal internacional em Julho. Destacou que Pequim e os vizinhos fizeram progressos para a elaboração de um código de conduta, sendo que o primeiro rascunho foi concluído recentemente. Ainda no que diz respeito a assuntos marítimos, o diplomata deixou um aviso que é entendido como dirigido aos Estados Unidos, apesar de não ter identificado directamente o destinatário. “Se alguém está a tentar fazer ondas [no Mar do Sul da China], não terá apoio e encontrará a oposição de todas as partes envolvidas”, declarou, assegurando que Pequim não vai autorizar atentados à paz e à estabilidade na região. Rodrigo Duterte não foi esquecido durante a conferência de imprensa, com Wang Yi a elogiar a postura do Presidente das Filipinas nos processos que envolvem conflitos territoriais. A reviravolta nas relações entre os dois países vai beneficiar as duas partes, assim como a região, salientou. Friends, pengyou Já a fechar a conferência de imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros foi confrontado com a possibilidade de o Presidente Xi Jinping ir aos Estados Unidos ainda durante 2017. “Vai haver boas notícias este ano”, disse apenas. Uma hora antes desta resposta, o chefe da diplomacia chinesa tinha dado a entender que o anunciado encontro entre Xi Jinping e o homólogo Donald Trump já está a ser coordenado. “Estamos a ter uma comunicação produtiva para que haja um encontro entre os nossos dois presidentes, bem como a outros níveis”, afirmou, acrescentando que a conversa dos chefes de Estado ao telefone, mantida no mês passado, permitiu criar condições para laços estáveis. Não obstante, Wang Yi defendeu que as duas nações têm de ser capazes de ultrapassar as suas diferenças para que a relação seja “madura”. “Os nossos interesses estão intimamente interligados. É impossível construir o sucesso de um às custas do outro.” O diplomata fez uma referência positiva ao novo secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, que conheceu no encontro de ministros dos negócios estrangeiros do G20 no mês passado, dizendo que é “um bom ouvinte e comunicador”. Por isso, espera – e diz acreditar – que seja possível construírem uma boa relação de trabalho. Mediador disponível Noutros temas internacionais na ordem do dia, destaque para a visita iminente do rei Salman bin Abdulaziz al Saud da Arábia Saudita. Wang Yi diz que a China recebe com agrado o monarca, até porque está disposta a desempenhar “o papel necessário” no processo de paz do Médio Oriente. A luta contra o terrorismo, a conquista de resoluções políticas e a manutenção das Nações Unidas à frente do processo são, para Pequim, três “princípios indispensáveis” que não podem ser abandonados no Médio Oriente. “Existem riscos de que a turbulência possa aumentar, mas também existe esperança de paz”, apontou Wang Yi. O ministro dos Negócios Estrangeiros apontou o acordo nuclear com o Irão como um exemplo da capacidade política de negociação, um conceito que deve ser colocado em prática sempre que possível. Pequim mostra-se disponível para mediar as negociações para a paz entre a Palestina e Israel. Wang Yi disse também que a China espera que a Arábia Saudita e o Irão possam resolver os problemas que têm através de um diálogo amigável e justo. “Como amigos de ambos os lados, estamos disponíveis para desempenhar o papel necessário se assim for preciso”, garantiu. Europa única Houve ainda tempo para se falar do Brexit e da Europa. A China diz que vai continuar a apoiar a integração europeia independentemente do que o Reino Unido pretenda fazer em relação. O chefe da diplomacia de Pequim explicou que gostaria de ver uma Europa mais unida, mais estável e mais próspera. “Acreditamos que os desafios com que a União Europeia se depara podem ser uma oportunidade para que se torne mais madura”, defendeu. “Nós valorizamos a importância estratégica e o papel da Europa.”
Isabel Castro China / ÁsiaKim Jong-nam | Organização misteriosa divulga filme de Kim Han-sol As organizações de defesa dos direitos humanos na Coreia do Norte confirmam que se trata do filho mais velho de Kim Jong-nam, assassinado na Malásia no mês passado. Kim Han-sol está com o resto da família, em paradeiro desconhecido, protegido por uma organização que ninguém reconhece. O jovem espera que a situação melhore em breve [dropcap style≠’circle’]À[/dropcap] data da morte do pai, 13 de Fevereiro, estava em Macau. Agora, desconhece-se o seu paradeiro, apesar das tentativas da imprensa – sobretudo da sul-coreana e da japonesa – para chegarem à fala com o filho mais velho de Kim Jong-nam. Kim Han-sol deu esta semana sinais de vida, através da publicação de um vídeo. Aparenta estar em segurança, contando com o apoio de uma organização não-governamental, desconhecida para activistas dos direitos humanos na Coreia do Norte. O vídeo de Kim Han-sol foi colocado na página do YouTube de um grupo que dá pelo nome de Cheollima Civil Defense. Após ter disponibilizado os conteúdos, o grupo entrou em contacto com o Channel NewsAsia. “O meu nome é Kim Han-sol, sou da Coreia do Norte, faço parte da família Kim”, começa por dizer o jovem que aparece na imagem, vestido de preto, filmado contra um fundo branco. Em seguida, mostra o passaporte como prova da identidade, mas os detalhes não são visíveis, uma vez que foi colocado um quadro negro em cima do nome. Em inglês, o homem que se identifica com sendo o filho de Kim Jong-nam explica que o pai foi morto “há alguns dias”. “Neste momento, estou com a minha mãe e com a minha irmã. Estamos muito gratos…”, afirma, antes de se deixar de ouvir o que diz, por o som ter sido propositadamente cortado. Os 40 segundos da gravação acabam com uma mensagem: “Espero que isto fique melhor depressa”. Misteriosos protectores O Channel NewAsia confirmou com Do Hee Youn, um activista da organização Citizens Coalition for Human Rights of Abductees and North Korean Refugees, que o jovem de preto no vídeo é mesmo Kim Han-sol. As imagens foram também colocadas no website do Cheollima Civil Defense, que alega estar a proteger a família de Kim Jong-nam. “O Cheollima Civil Defense respondeu no mês passado a um pedido de emergência de sobreviventes da família de Kim Jong-nam para extradição e protecção.” O grupo indica, numa nota, que se encontrou rapidamente com eles e que “foram realojados num local seguro”. “No passado, ajudamos outros pedidos de protecção urgentes”, indica ainda o grupo. “Este vai ser o primeiro e último comunicado sobre este assunto, e a presente localização desta família não será divulgada”, refere o Cheollima Civil Defense. A organização agradece a países que, segundo indica, ajudaram a proteger os familiares de Kim Jong-nam. “Manifestamos publicamente a nossa gratidão pelo apoio humanitário que nos foi dado para proteger esta família pelos governos da Holanda, República Popular da China, Estados Unidos da América e de um quarto país que não vai ser identificado.” O Channel NewsAsia contactou o chefe da polícia da Malásia, que diz desconhecer este grupo. As autoridades deram a entender, porém, que conseguem chegar à fala com a mulher e filhos de Kim Jong-nam. Fontes de duas organizações de defesa dos direitos humanos da Coreia do Norte indicaram ao HM que nunca ouviram falar do Cheollima Civil Defense. O grupo não integra a International Coalition to Stop Crimes Against Humanity in North Korea. Esta coligação junta quase meia centena de organizações de defesa dos direitos humanos no regime mais fechado do mundo. O site da organização faz referência apenas ao caso dos familiares de Kim Jong-nam, isto apesar de o grupo dar a entender ter experiência em apoio a pessoas em circunstâncias semelhantes. Fonte do HM salientou que o domínio do site foi registado há apenas cinco dias. Logo a seguir à morte de Kim Jong-nam, as agências internacionais de notícias deram conta de que o filho ia viajar de Macau para a Malásia, para que o corpo do pai lhe fosse entregue. Essa viagem não chegou a acontecer.
Hoje Macau China / ÁsiaRadar do sistema antimíssil THAAD montado em Março na Coreia do Sul [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Sul e os Estados Unidos prevêem instalar durante o mês de Março o radar do escudo antimíssil THAAD para que o equipamento esteja operacional em Abril, disseram ontem fontes militares em Seul. A instalação do sistema de defesa antimíssil está a provocar fortes protestos da República Popular da China. O potente radar de banda X é um componente essencial do sistema que Seul e Washington querem implementar, mas que está a ser criticado por Pequim por recear que venha a ser utilizado para a obtenção de informações sobre bases chinesas na zona de fronteira com a Coreia do Norte. O dispositivo de detecção vai começar a ser instalado durante o corrente mês na zona de Seongju, no centro do país, a cerca de 300 quilómetros a sudeste de Seul para realizar “testes operacionais”, disseram fontes do Exército sul-coreano à agência Yonhap. A montagem do radar vai decorrer durante as próximas semanas e prevê-se esteja funcional no final de Abril. Primeiros passos Na terça-feira, os exércitos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos anunciaram a chegada a território sul-coreano dos primeiros componentes do Sistema de Defesa Terminal de Área a Grande Altitude (THAAD, na sigla em inglês), no quadro das decisões tomadas pelos dois países em Julho de 2016. Aos primeiros componentes, dois lança mísseis e o radar, vão mais tarde adicionar-se os restantes elementos do sistema que vão ficar inicialmente na base aérea de Osan (70 quilómetros de Seul), para depois serem instalados em Seongju. O início da montagem do sistema coincide com o lançamento efectuado na segunda-feira pela Coreia do Norte de quatro mísseis balísticos que atingiram o Mar do Japão. Os ensaios de Pyongyang são vistos como uma resposta do regime norte-coreano contra as manobras militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul no Paralelo 38. A instalação do THAAD tem sido especialmente criticada pelo governo da República Popular da China que já decidiu proceder ao boicote às empresas de turismo sul-coreanas, assim como aos produtos comerciais da Coreia do Sul. O ministro dos Negócios Estrangeiros de Pequim, Wang Yi, sublinhou ontem numa conferência de imprensa em Pequim que a instalação do THAAD é uma decisão errada sendo que já na semana passada a China afirmava que o país iria adoptar as medidas “necessárias” para protecção dos interesses nacionais.
Hoje Macau China / ÁsiaEmpresas europeias denunciam favorecimento chinês às firmas locais [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Câmara do Comércio da União Europeia (UE) na China denunciou ontem o favorecimento dado pelo Governo chinês às empresas locais, em prejuízo das firmas estrangeiras, no seu projecto de modernização da indústria nacional “Made in China 2025”. Num comunicado publicado na terça-feira, em Pequim, o grupo reclama um tratamento igual para todas as empresas, independentemente do país de origem, em cumprimento com a lei chinesa. A iniciativa “Made in China 2025” foi lançada em Maio de 2015 para potenciar o desenvolvimento de sectores considerados estratégicos pelas autoridades para o futuro da economia chinesa, como a robótica ou a biomedicina. Segundo a Câmara do Comércio, o plano de modernização da estrutura industrial da segunda maior economia do mundo supõe investimentos de centenas de milhões de euros. “O aparecimento (do conceito) de ‘inovação indígena’, em conjunto com referências à necessidade de alcançar a ‘auto-suficiência’ é particularmente importante”, lê-se no relatório. “Sugere que as políticas chinesas vão distorcer a paisagem competitiva a favor das firmas domésticas”, explica. A mesma nota denuncia que algumas empresas europeias tiveram “problemas” ao participarem naquele plano, como fabricantes de automóveis que produzem veículos movidos a “novas fontes de energia” e que foram pressionados para “ceder” tecnologia avançada, como condição para entrar no mercado chinês. Outras queixas O relatório advertiu ainda que os subsídios de Pequim ao sector da robótica “estão a contribuir para gerar excesso de capacidade” nos segmentos médio e baixo e que, para algumas firmas europeias do sector das tecnologias de informação, o acesso ao mercado chinês “se tornou ainda mais difícil”. A Câmara de Comércio da UE lamentou também que a implementação desta estratégia industrial não siga os princípios da economia de mercado e que os funcionários chineses tenham escolhidos eles mesmos os sectores que acreditam que vão conduzir a economia chinesa no futuro. No entanto, o grupo empresarial reconheceu que o plano “apresenta oportunidades atractivas para algumas empresas europeias” e que muitas destas se associaram com firmas locais para proporcionar componentes e tecnologia.
Hoje Macau China / ÁsiaPyongyang proíbe cidadãos da Malásia de saírem do país [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte anunciou ontem que proíbe todos os cidadãos da Malásia de saírem do país até que o caso do homicídio do meio-irmão do líder norte-coreano em Kuala Lumpur “se resolva adequadamente”. A Malásia acusa Pyongyang de fazer dos malaios “reféns” e reagiu com outra interdição, proibindo a saída de diplomatas norte-coreanos. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte notificou a embaixada da Malásia em Pyongyang de que não permitirá a saída a nenhum malaio do país, até que seja garantida a segurança dos cidadãos norte-coreanos na Malásia. O anúncio surge um dia depois de Pyongyang ter declarado o embaixador da Malásia na Coreia do Norte persona non grata, em represália pela expulsão do seu embaixador na Malásia, Kang Chol, ordenada por Kuala Lumpur no passado sábado depois das suas críticas à investigação pelo homicídio de Kim Jong-nam, meio-irmão de Kim Jong-un. Kim Jong-nam, meio-irmão do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foi assassinado, a 13 de Fevereiro, por duas mulheres que, segundo as autoridades malaias, lançaram veneno VX contra o seu rosto, provocando a sua morte poucos minutos depois Na quinta-feira, um emissário da Coreia do Norte enviado à Malásia para reclamar o cadáver de Kim Jong-nam negou que este tenha sido assassinado com veneno e atribuiu a sua morte a um ataque de coração. Pyongyang defende que a morte foi causada por um ataque cardíaco e acusou as autoridades malaias de conspirarem com os seus inimigos. Resposta malaia Em resposta, as autoridades da Malásia anunciaram que os funcionários diplomáticos da Coreia do Norte estão impedidos de abandonaram o país. “Nenhum oficial ou funcionário da embaixada da Coreia do Norte está autorizado a abandonar o país”, refere o Ministério do Interior da Malásia em comunicado. Os cidadãos da Malásia estão reféns na Coreia do Norte, disse ontem o primeiro-ministro, após Pyongyang ter proibido de sair do país todos os malaios no âmbito da disputa sobre o homicídio do meio-irmão do líder norte-coreano. “Este acto é horrendo, os nossos cidadãos estão efectivamente a ser mantidos reféns, em total desrespeito de todas as leis e normas internacionais diplomáticas”, disse o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak em comunicado. Najib Razad exigiu a libertação imediata de todos os cidadãos malaios retidos na Coreia do Norte e convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional.
Hoje Macau China / ÁsiaAPN | Pequim diz que meta de crescimento de 6,5% “é alcançável” [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês defendeu ontem que o objectivo de alcançar um crescimento económico de 6,5% este ano “é alcançável”, confiando que os vários riscos para a economia podem ser atenuados. A meta consta no relatório do Governo, que foi apresentado pelo primeiro-ministro, Li Keqiang, na abertura da sessão anual da Assembleia Nacional Popular (ANP). “Temos confiança e resolução para o conseguir (…) Estamos confiantes que este ano, e especialmente com a reestruturação do lado da oferta, haverá melhores condições para atingir esse objectivo”, disse He Lifeng, director da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o principal órgão de planificação económica da China. Em 2016, a segunda economia mundial cresceu 6,7%, o ritmo mais lento desde 1990. He lembrou que, apesar do ritmo de crescimento do país asiático ter abrandado em termos percentuais, o país continua a gerar cada vez mais riqueza e é um dos principais motores da economia mundial. “Este ano, com o objectivo de 6,5% estamos a esforçar-nos para conseguir algo melhor”, disse He. “É necessário que consigamos manter essa velocidade de crescimento, porque a nossa população está a aproximar-se dos 1.400 milhões e o emprego é um problema enorme”, acrescentou. Ao trabalho O primeiro-ministro chinês anunciou no domingo que a China planeia criar 11 milhões de postos de trabalhos nas cidades este ano. He diz que oito milhões de empregos serão para profissionais com formação universitária. “Sem um crescimento com qualidade é difícil criar emprego. Com base na nossa experiência, chegamos à conclusão de que um ponto percentual de crescimento económico se traduz na criação de 1,7 milhões de postos de trabalho”, explicou. O responsável máximo pela planificação económica da China apostou em “abrir mais” a economia do país, continuar a reduzir o excesso de capacidade de produção e investir em inovação, para cumprir com a meta de crescimento. O sub-director da Comissão, Zhang Yong, reconheceu na mesma conferência de imprensa que o desenvolvimento económico do país tem pela frente “muitas dificuldades, contradições e desafios”. Zhang disse que alguns desses problemas estruturais são resultado da acumulação a longo prazo de uma alocação de recursos pouco eficiente, que resultou num excesso de capacidade de produção, e que existem “barreiras institucionais” e um mercado que “não é perfeito”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Gastos militares com menor aumento do último quarto de século [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China vai aumentar em sete por cento os gastos com a Defesa, este ano, para 151.000 milhões de dólares, o ritmo mais lento desde 1991, seguindo a tendência de desaceleração do crescimento económico. O orçamento para a Defesa é normalmente incluído nos documentos tornados públicos durante a abertura da sessão anual da Assembleia Nacional Popular (ANP), o órgão máximo legislativo da China. Este ano, porém, Pequim ocultou o número exacto, suscitando preocupações sobre a transparência das despesas militares da China. Mas, segundo avançou ontem a agência Bloomberg, que cita um responsável do ministério das Finanças chinês, o orçamento da Defesa para 2017 vai fixar-se em 1.044 biliões de yuan (142.000 milhões de euros). O Governo não detalhou porque o número não foi divulgado na abertura da reunião da ANP, no domingo, como é habitual. “Não mantivemos o valor privado deliberadamente”, disse o funcionário do ministério, citado pela Bloomberg. Na semana passada, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou planos para aumentar os gastos com a defesa em cerca de dez porcento. O exército dos EUA continua a ser o mais poderoso e com o maior orçamento do mundo, num valor superior 566.000 milhões de euros. Ganhar terreno A China tem vindo a modernizar as suas forças armadas, à medida que procura elevar a sua influência militar ao nível do seu poder económico e adopta uma postura assertiva em territórios cuja soberania disputa com países vizinhos. O orçamento da Defesa chinês registou aumentos de dois dígitos durante vários anos, até 2016, quando subiu 7,6%. Analistas consideram, porém, que os números oficiais são inferiores aos gastos reais. Um relatório do Pentágono difundido no ano passado indica que os gastos superam o valor oficial em dezenas de milhares de milhões de dólares. “A falta de transparência [da China] com a sua crescente capacidade militar e decisões estratégicas continuam a aumentar as tensões e levaram os países na região a reforçar os seus laços com os Estados Unidos”, indica o relatório. Fu Ying, a porta-voz da ANP, afirmou no sábado que os futuros gastos de Pequim com o exército vão depender das movimentações de Washington na Ásia. “Precisamos de nos proteger contra a interferência externa nas disputas territoriais”, disse. Nos últimos anos, o país asiático adoptou uma política assertiva no Mar do Sul da China, que inclui a construção de ilhas artificiais capazes de receber instalações militares em arquipélagos disputados pelos países vizinhos. Os EUA acusam Pequim de ameaçar a liberdade de navegação na região, uma via marítima estratégica pela qual passa um terço do petróleo negociado internacionalmente, e enviam regularmente navios e aviões militares para as proximidades das ilhas. Fu Ying lembrou que o poder militar chinês continua a ser modesto, face ao dos EUA, e que as preocupações com a força bélica do país são injustificadas. “A China nunca causou danos a ninguém, a nenhum país”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul, Washington e Tóquio coordenam posições após lançamento de mísseis norte-coreano [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]epresentantes dos governos da Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão coordenaram posições a propósito do lançamento de quatro mísseis balísticos levado a cabo ontem pela Coreia do Norte. O responsável do Escritório de Segurança Nacional de Seul, Kim Kwan-jin, manteve uma conversa telefónica com o conselheiro nacional de segurança norte-americano, Herbert R. McMaster, na qual ambos acordaram aumentar a pressão e as sanções sobre Pyongyang, segundo porta-vozes do governo sul-coreano citados pela agência Yonhap. Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros sul-coreano, Yun Byung-se, e o seu homólogo japonês, Fumio Kishida, também acordaram por via telefónica reforçar a cooperação entre Seul e Tóquio para parar o que consideram provocações do regime de Kim Jong-un. Por sua vez, o representante de Seul nas negociações para a desnuclearização da península coreana, Kim Hong-kyun, falou ao telefone com os seus homólogos norte-americano, Joseph Yun, e japonês, Kenji Kanasugi. Alta tensão Os quatro mísseis lançados ontem pela Coreia do Norte a partir da sua costa voaram cerca de 1.000 quilómetros e caíram no Mar do Japão. Três deles caíram na Zona Económica Especial do Japão – espaço que se estende a cerca de 370 quilómetros desde as costas nipónicas – perto do litoral de Akita. O ensaio contribui para aumentar ainda mais a tensão na península coreana, onde na semana passada Washington e Seul iniciaram as suas manobras militares anuais, as maiores até à data. Depois do míssil de médio alcance lançado a 12 de Fevereiro, o lançamento de ontem é o segundo ensaio balístico que a Coreia do Norte realiza desde que o seu líder, Kim Jong-un, anunciou no início do ano que Pyongyang estava a ultimar o desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês), arma que poderia permitir-lhe no futuro alcançar o território dos Estados Unidos. Pequim condena O Governo chinês condenou o lançamento dos quatro mísseis balísticos realizado pela Coreia do Norte em direcção ao mar do Leste, e apelou a que se evitem provocações. “A China opõe-se aos lançamentos da Coreia do Norte”, declarou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, que alegou também que a acção de Pyongyang “viola as resoluções do Conselho de Segurança” das Nações Unidas. “As resoluções do Conselho de Segurança têm cláusulas claras sobre os lançamentos da Coreia do Norte utilizando a tecnologia de mísseis balísticos”, acrescentou. Geng afirmou ainda que a China está a par dos exercícios militares realizados em conjunto entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul “dirigidos contra a Coreia do Norte”. “As partes envolvidas devem manter a moderação e evitar provocar a outra parte ou agir de uma forma que aumente a tensão”, disse Geng. O porta-voz reiterou a oposição de Pequim à instalação do sistema de defesa antimísseis THAAD pelos EUA e Coreia do Sul na península coreana, que considera ameaçar os interesses da China.
Isabel Castro China / Ásia ManchetePequim | Reuniões magnas da China com olhos postos na liderança do PCC É impossível dissociar um momento do outro. Este ano, lá para Outubro, o Partido Comunista Chinês vai tomar decisões importantes em relação aos futuros líderes do país. Em Pequim, arrancaram as reuniões magnas anuais. A atenção vai para os possíveis futuros membros do Comité Permanente do Politburo [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] cenário é bem diferente de há uma década. Quando chegou o momento de se começar a definir a futura liderança da China, Xi Jinping e Li Keqiang estavam em clara situação de vantagem em relação aos restantes principais nomes da política do país. Agora, as pistas são poucas, numa altura em que o Presidente cumpre o último ano do primeiro mandato e há vários políticos do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC) que se deverão retirar em breve, devido à idade. Porém, é bastante possível que não surjam grandes novidades tanto na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, como na sessão da Assembleia Popular Nacional. Com o fim do mandato de Xi Jinping, ambos os eventos devem reflectir um balanço do que tem sido o consulado da actual direcção do partido. O analista político Arnaldo Gonçalves prevê que os encontros de Pequim sejam “muito pouco virados para o futuro”. No fundo, não considera que as reuniões tragam “grande impacto”, indo pouco além do cumprimento de calendário. O especialista em política internacional antecipa que as directrizes para os próximos quatro ou cinco anos serão “decididas no congresso do Partido Comunista Chinês”. José Carlos Matias também prevê pouco espaço para surpresas. “Normalmente, estas reuniões são bastante coreografadas. A Assembleia Popular Nacional valida aquilo que é previamente discutido nos órgãos do partido. É claro que existe algum espaço para debate, mas o essencial está previamente definido”, comenta o jornalista. No fundo, estas duas reuniões podem ser o corolário do que tem sido a actual liderança chinesa. “Espera-se uma afirmação daquilo que é definido como o pensamento e a visão do líder Xi Jinping sobre o desenvolvimento nacional, sobre a concretização do projecto, do sonho chinês. Reflectindo aquilo que tem sido um processo de consolidação de poder do Presidente”, reflecte José Carlos Matias. Menos partido, mais partido O Outono vai ser decisivo para se perceber o que vai ser a China dentro de cinco anos. As reuniões magnas que, por estes dias, decorrem em Pequim deverão ficar marcadas pelo que acontecerá lá para Outubro. Por norma, os futuros líderes chineses são escolhidos entre os elementos do Comité Permanente do Politburo do PCC. Há quem considere que a incógnita em torno da sucessão tem que ver com os esforços levados a cabo por Xi Jinping para acabar com facções e grupos dentro do partido. Citado pelo Channel NewsAsia, Tom Rafferty, o principal analista para a China da Economist Intelligence Unit, subscreve esta teoria e deixa um exemplo: “A Liga da Juventude Comunista costumava ter muito poder dentro do PCC, mas tem havido um esforço para, em certa medida, lhe cortarem as asas”. Foi a chamada ala jovem do PCC que avançou com o nome do antigo procurador da RAEM para Chefe do Executivo, tendo defendido, em 2009, que Ho Chio Meng seria o melhor sucessor de Edmund Ho. Voltando a Pequim e a Tom Rafferty, o analista ressalva que o PCC continua a ser “uma estrutura gigantesca, onde existem as mais diversas opiniões e com facções activas”, pelo que mesmo agora “Xi Jinping não pode fazer tudo como deseja”. É por isso que todas as movimentações que acontecem por estes dias em Pequim, durante a sessão anual da Assembleia Popular Nacional, podem ter um especial significado. Há vários nomes que têm sido avançados por observadores da política chinesa como candidatos ao grupo dos mais poderosos, o Comité Permanente do Politburo, a começar por Zhou Qiang, o presidente do Supremo Tribunal Popular da China. Da lista dos preferidos fazem também parte Wang Yang, um dos quatro vice-primeiros-ministros; Hu Chunhua, secretário do PCC na província de Guangdong; Sun Zhengcai, o líder do partido em Chongqing. Depois, há ainda Zhao Leji, responsável máximo pelo Departamento de Organização do PCC, e Wang Huning, que integra já o Politburo. “Se Sun Zhengcai ou Hu Chunhua não integrarem o Comité Permanente do Politburo, não haverá nenhuma figura jovem o suficiente para assumir a liderança em 2022”, observa Tom Rafferty. “Poderemos assumir que se trata de um sinal de que Xi Jinping está a considerar seriamente a possibilidade de alargar o seu tempo de permanência no topo”. Tamanho e poder Alguns analistas especulam que o Comité Permanente do Politburo poderá ser reduzido, passando de sete para cinco elementos. As variações da dimensão do comité são importantes, na medida em que poderão influenciar qual a facção do partido que efectivamente detém a capacidade de decisão. Se houver uma diminuição, tal poderá ser sinónimo de consolidação do poder de Xi Jinping. “Um Politburo mais pequeno é como um gabinete de guerra, que poderá tomar decisões de forma muito rápida. Se o processo de decisão for reduzido, podemos interpretar isso como um sinal de que Xi Jinping está a tornar-se ainda mais poderoso”, afirma o director do Lau China Institute do King’s College, Kerry Brown. “Se continuar como está, é porque existe consenso e consistência. Se aumentar de tamanho, presumo que será um sinal de que existe necessidade de envolver mais pessoas com responsabilidade em determinadas áreas políticas”, acrescentou. Tem existido ainda alguma especulação em torno da permanência de Wang Qishan, chefe do órgão de combate à corrupção, no Comité Permanente do Politburo, apesar de estar a atingir a idade da reforma. O limite para o exercício de altas funções políticas não está legislado – mas Deng Xiaoping deu origem a uma norma que tem vindo a ser respeitada. “Parece-me que é, agora, uma hipótese mais consistente do que era no início do ano. Wang Qishan não representa uma ameaça política para Xi Jinping. É muito bem visto como economista, pelo que existe a possibilidade de vir a ser primeiro-ministro, com Li Keqiang a passar para a liderança da Assembleia Popular Nacional”, arrisca Kerry Brown. No meio de tudo isto, existe ainda uma carta importante – fora do baralho, mas de grande relevância para o jogo – chamada Administração Trump. Os analistas acreditam que se os Estados Unidos avançarem com uma política agressiva em relação à China, as figuras mais conservadoras da política nacional ganharão força para conseguirem um lugar onde se tomam as decisões de alto nível. Li Keqiang critica apelos pró-independência O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, advertiu ontem que os apelos para a independência de Hong Kong “não vão levar a lugar nenhum”. Relativamente a Taiwan, Li Keqiang também advertiu que a China se opõe firmemente ao “separatismo”: “Vamos resolutamente contrariar e conter as actividades separatistas pela independência de Taiwan”. “Nunca iremos tolerar qualquer actividade, sob qualquer forma ou nome, que tente separar Taiwan da mãe-pátria”, frisou Li Keqiang, sustentando que a China continuará a “defender o ‘Consenso de 1992’ como base política comum, a salvaguardar a soberania e a integridade territorial do país”, assim como manter a estabilidade dos dois lados do Estreito da Formosa. O jornal de Hong Kong South China Morning Post destaca tratar-se de um gesto sem precedentes, dado que foi a primeira vez que a noção de “independência de Hong Kong” foi mencionada – e publicamente condenada – no relatório anual do Governo apresentado pelo primeiro-ministro chinês na abertura da sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN), constitucionalmente “o supremo órgão do poder de Estado”. “Iremos continuar a agir em estrita conformidade com a Constituição da China e com as Leis Básicas das Regiões Administrativas Especiais de Hong Kong e de Macau, e iremos garantir que o princípio ‘Um País, dois sistemas’ é aplicado com firmeza sem ser deformado ou distorcido”, refere o relatório anual. O discurso do primeiro-ministro chinês tem lugar precisamente três semanas antes das eleições, marcadas para o próximo dia 26, para escolher o chefe do Executivo de Hong Kong, eleito por um comité eleitoral formado por 1.200 membros, representativos de diferentes sectores da sociedade, que é dominado por elites ou interesses pró-Pequim. Um ano agitado No ano passado, surgiram na cena política da antiga colónia britânica novos partidos com aspirações independentistas, como o Demosisto, que defende a realização de um referendo sobre a “autodeterminação” e o futuro estatuto de Hong Kong após 2047. Além disso, em Outubro, estalou uma controvérsia em Hong Kong, depois dos dois deputados pró-independência Sixtus Baggio Leung Chung-hang e Yau Wai-Ching se terem comprometido a servir a “nação de Hong Kong” e pronunciado “China” de forma considerada ofensiva, entre outras alterações ao discurso quando prestaram juramento no Conselho Legislativo (LegCo, parlamento). Tal levou o Comité Permanente da APN da China a considerar que os dois deputados não podiam repetir o juramento do cargo e tomar posse, uma decisão que se antecipou à que era aguardada pelos tribunais da antiga colónia britânica. A justiça de Hong Kong concordou depois com a rara interpretação de Pequim e os dois deputados perderam mais tarde os seus assentos no LegCo, depois de os juramentos terem sido considerados “inválidos”. Em relação à Ilha Formosa, um novo foco de tensão surgiu após a vitória nas eleições presidenciais do ano passado da independentista Tsai Ing-wen, do Partido Democrata Progressista (PDP), que obteve 75,6 por cento dos votos. Tsai recusou aceitar o chamado ‘Consenso de 1992’, ao abrigo do qual ambas as partes reconhecem o princípio de “uma só China”, mas cada um dos lados faz a sua própria interpretação desse princípio.