Myanmar | Quatro enforcados, primeiras execuções em 30 anos

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A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch disse ontem que a execução pela junta militar de Myanmar (antiga Birmânia) de quatro prisioneiros, dois deles políticos da oposição, é “um acto da maior crueldade”. “A União Europeia, os Estados Unidos e outros governos devem mostrar à junta que será responsabilizada pelos seus crimes”, disse a directora para a Ásia da ONG.

A junta militar executou quatro prisioneiros, dois deles políticos da oposição, a primeira aplicação da pena de morte em mais de três décadas, informou ontem a imprensa oficial.

Numa breve nota publicada pela Agência Nacional de Myanmar, controlada pelos militares, as autoridades militares confirmam que “a punição foi executada” por enforcamento, sem especificar quando.

Entre os executados incluem-se a antiga deputada Phyo Zeyar Thaw, da Liga Nacional para a Democracia, e o activista Ko Jimmy, condenado em Janeiro por acusações de terrorismo na sequência de actividades contra a junta.

Os outros dois são Hla Myo Aung e Aung Thura Zaw, acusados de matar uma mulher por, alegadamente, ser uma informadora dos militares.

“Extremamente chocado e triste ao ler a notícia da execução de quatro activistas pró-democracia”, escreveu na rede social Twitter o autodenominado Governo de Unidade Nacional, que se opõe aos militares, apelando às Nações Unidas, à União Europeia e ao bloco de países do sudeste asiático para “punir a junta militar pela sua crueldade e assassínios”.

O regime militar, que assumiu o controlo do país num golpe de Estado a 1 de Fevereiro de 2021, anunciou no início de Junho que iria retomar a pena capital.

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