Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Tufão Kalmaegi causa dois mortos e inundações Com ventos que chegaram a atingir mais de 200 quilómetros por hora, o Kalmaegi continua a espalhar o caos no arquipélago asiático Quase 400 mil pessoas foram retiradas das suas casas para escapar às inundações provocadas pelas fortes chuvas e ventos intensos do tufão Kalmaegi, que varreu ontem o arquipélago e matou pelo menos duas pessoas. O vice-director do Departamento de Protecção Civil, Rafaelito Alejandro, disse a uma rádio local que 387 mil pessoas foram retiradas da rota do tufão e que um homem morreu atingido por uma árvore que caiu na província de Bohol (centro). Um idoso morreu também afogado na província de Leyte, no sul das Filipinas, informou Danilo Atienza, chefe da equipa de assistência às vítimas. “O idoso ficou preso no piso superior e não conseguiu receber ajuda”, relatou Atienza, à rádio DZMM. O tufão atingiu a costa vindo do leste do arquipélago na noite de segunda-feira, atingindo as ilhas Dinagat, no arquipélago de Visayas (leste), com rajadas de vento que atingiram 205 quilómetros por hora, segundo o serviço meteorológico. Rhon Ramos, oficial de informações da ilha de Cebu (centro), disse à agência de notícias France-Presse (AFP), por telefone, que alguns centros de evacuação também foram inundados. Carros flutuavam nas ruas inundadas da cidade de Cebu, com cerca de um milhão de habitantes, segundo imagens obtidas pela AFP. Centenas de pessoas que viviam em tendas em acampamentos montados após o sismo de magnitude 6,9 que atingiu a ilha no final de setembro também foram “evacuadas à força para a sua própria segurança”, disse Ramos. A secretária-geral da Cruz Vermelha das Filipinas, Gwendolyn Pang, disse que muitos residentes ficaram presos em telhados pelas águas das cheias na cidade costeira de Liloan, na província de Cebu. “Recebemos muitos telefonemas de pessoas a pedir resgate de telhados e casas, mas é impossível”, disse Pang à agência de notícias Associated Press. “Há muitos destroços, vemos carros a flutuar, por isso temos de esperar que a inundação baixe”, explicou. Combinações malditas O Instituto Filipino de Vulcanologia e Sismologia alertou que as fortes chuvas poderiam provocar fluxos de lama vulcânica no Monte Kanlaon, um dos 24 vulcões mais activos do país, que tem vindo a emitir plumas de cinzas e vapor nos últimos meses, na ilha de Negros (centro). As autoridades filipinas tinham na segunda-feira ordenado a retirada de milhares de pessoas e o encerramento de escolas e repartições públicas face à aproximação do Kalmaegi, conhecido localmente como Tino, o 20.º tufão a atingir o país em 2025. A meteorologista Charmaine Varilla prevê que mais “três a cinco” tempestades tropicais atinjam as Filipinas até ao final do ano. O fenómeno climático La Niña, que arrefece as temperaturas à superfície no Oceano Pacífico, é geralmente acompanhado por um maior número de tufões, disse Varilla à AFP. As Filipinas são atingidas por cerca de 20 tufões e tempestades tropicais por ano, sobretudo durante a época das chuvas, que vai geralmente de Junho até Novembro ou Dezembro.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA / Nigéria | China rejeita “ameaças de sanções e uso de força militar” A China rejeitou ontem as ameaças de sanções e intervenção militar dos Estados Unidos contra a Nigéria, após Donald Trump acusar o Governo nigeriano de permitir a matança de cristãos. “Enquanto parceiro estratégico abrangente, a China apoia firmemente o Governo nigeriano nos seus esforços para conduzir o povo por um caminho de desenvolvimento compatível com as suas condições nacionais”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning, em conferência de imprensa. Mao afirmou que Pequim “se opõe à ingerência de qualquer país nos assuntos internos de outros, sob pretexto da religião ou dos direitos humanos”. Num texto publicado na rede social Truth Social, Donald Trump escreveu: “Se o Governo nigeriano continuar a permitir a matança de cristãos, os Estados Unidos irão suspender de imediato toda a ajuda e assistência à Nigéria, podendo mesmo intervir nesse país agora desacreditado, com recurso a armas, para eliminar por completo os terroristas islâmicos que estão a cometer essas atrocidades horríveis”. O republicano acrescentou que vai ordenar ao Departamento de Defesa que se prepare para uma “possível acção”, garantindo que essa eventual intervenção militar será “rápida, impiedosa (…), tal como os terroristas atacam os nossos queridos cristãos”, e apelou ao Governo da Nigéria para que “aja rapidamente”. O executivo nigeriano, liderado pelo Presidente, Bola Ahmed Tinubu, rejeitou as acusações, considerando que “não reflectem a realidade no terreno”.
Hoje Macau China / ÁsiaCondenados à morte cinco membros de rede criminosa de burlas no Myanmar Um tribunal da cidade chinesa de Shenzhen condenou ontem à pena de morte cinco membros de uma rede criminosa implicada em fraudes transnacionais com base no Myanmar (antiga Birmânia), segundo a imprensa oficial. Outros dois arguidos receberam penas capitais com suspensão de dois anos, o que na prática poderá resultar em prisão perpétua, dependendo do comportamento durante o período de suspensão, anunciou o Tribunal Popular Intermédio de Shenzhen, através da sua conta oficial na rede social WeChat. O tribunal impôs ainda cinco penas de prisão perpétua e outras nove condenações a penas entre três e 20 anos de reclusão, bem como sanções adicionais, incluindo multas, confisco de bens e expulsão do país. De acordo com a sentença, o grupo era liderado por membros do clã Bai e operava a partir da região de Kokang, no norte do Myanmar, onde estabeleceu e geria 41 complexos com recurso à sua influência local e uma força armada própria. Estes complexos atraíam alegados ‘investidores’ ou ‘patrocinadores’, que sob protecção armada participavam em actividades como fraudes ‘online’, abertura de casinos, homicídios, agressões, raptos, extorsões, tráfico humano e prostituição forçada, além de facilitar travessias ilegais de fronteira. O tribunal deu como provado que o grupo gerou movimentos financeiros ilegais superiores a 29 mil milhões de yuan e que as suas actividades resultaram na morte de seis cidadãos chineses, além de um suicídio e vários feridos. Os réus foram condenados por crimes de burla, homicídio intencional, agressão com dolo e outros 11 crimes. As penas foram determinadas com base na gravidade, natureza e impacto social dos atos cometidos. Em curso O caso insere-se na campanha lançada por Pequim contra redes de cibercrime com base no Myanmar, onde grupos armados de origem chinesa têm controlado, há anos, enclaves dedicados a burlas ‘online’, prostituição e jogo ilegal. Nos últimos meses, as autoridades chinesas anunciaram também o desmantelamento dos clãs Ming, Wei e Liu, apontados como outras das principais famílias criminosas da área de Kokang. Após o golpe de Estado de Fevereiro de 2021, que mergulhou o Myanmar na instabilidade, registou-se uma proliferação de centros de cibercrime nas zonas fronteiriças com a China, aproveitada por vários grupos de crime organizado. Segundo um relatório das Nações Unidas, pelo menos 120 mil pessoas estão actualmente detidas em centros situados no país, onde são forçadas a cometer fraudes cibernéticas. As vítimas, atraídas por falsas ofertas de emprego, são mantidas em complexos fechados semelhantes a prisões e obrigadas a operar burlas ‘online’ sob condições de “violência extrema”, denunciaram entidades internacionais.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim alerta para tentativas de espionagem dirigidas a estudantes universitários A China alertou ontem para um aumento das tentativas de espionagem contra estudantes universitários, através de falsas ofertas de trabalho ou parcerias académicas feitas por agentes estrangeiros, visando aceder a informação sensível. Num artigo publicado na conta oficial na plataforma chinesa WeChat – semelhante ao WhatsApp –, o Ministério da Segurança do Estado (MSS, na sigla em inglês), principal órgão de inteligência do país, descreve um “caso típico” em que um estudante de mestrado, identificado apenas pelo apelido Jin, foi recrutado através de um fórum universitário por alguém que se fazia passar por diplomata de uma embaixada estrangeira no país asiático. O estudante começou por reunir dados económicos de acesso público e redigir relatórios, em troca de dinheiro. Mas, com o tempo, o contacto passou a pedir-lhe informações sobre “áreas sensíveis”, como política, energia ou assuntos internacionais, além de lhe apresentar um contrato de consultadoria com salário mensal. “Quando começou a suspeitar da verdadeira identidade do seu empregador, Jin decidiu cortar o contacto”, refere o comunicado, acrescentando que o alegado diplomata foi posteriormente identificado como agente de inteligência estrangeiro. As autoridades confiscaram os lucros obtidos pelo estudante e emitiram-lhe um aviso formal, considerando que cessou a colaboração antes de causar danos à segurança nacional. Disfarces múltiplos O MSS sublinha que os serviços secretos estrangeiros “aumentaram os seus esforços de infiltração”, com ofertas personalizadas para jovens talentos, disfarçadas de bolsas de estudo, estágios ou trabalho a tempo parcial. “Os estudantes devem manter-se vigilantes e não se deixar enganar por supostos intercâmbios académicos ou empregos altamente remunerados”, adverte o texto. O ministério lembra ainda que a Lei Contraespionagem da República Popular da China prevê sanções penais para quem participe em atividades de espionagem, mas contempla a indulgência ou isenção de pena para os que se entreguem voluntariamente ou colaborem com as autoridades. Nos últimos meses, o MSS tem divulgado vários casos semelhantes, alertando para recrutamentos encobertos, divulgação de informação classificada e o uso de redes sociais e plataformas de emprego como ferramentas de espionagem estrangeira.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Relação com Moscovo é “escolha estratégica”, diz Xi Jinping O líder chinês defendeu, num encontro em Pequim com o primeiro-ministro russo, a cooperação com Moscovo apesar do “ambiente turbulento” internacional O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou ontem que salvaguardar, consolidar e desenvolver as relações com a Rússia constitui uma “escolha estratégica” para ambos os países, durante um encontro com o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, em Pequim. Xi destacou que a cooperação bilateral “tem avançado com determinação, apesar de um ambiente externo turbulento” e manifestou disponibilidade para alinhar o 15.º Plano Quinquenal da China com as estratégias de desenvolvimento económico e social da Rússia, de modo a “promover um crescimento de maior qualidade e nível”, segundo a televisão estatal chinesa CCTV. O líder chinês, que também é secretário-geral do Partido Comunista, apelou a uma “coordenação estreita” e à implementação dos consensos alcançados com o Presidente russo, Vladimir Putin, para “expandir o bolo da cooperação” e contribuir para o desenvolvimento global e a paz mundial. Xi apelou ainda ao reforço dos intercâmbios entre os povos e sectores sociais dos dois países e à consolidação das parcerias em áreas como energia, agricultura, conectividade e indústria aeroespacial, além da exploração de novas frentes de cooperação em inteligência artificial, economia digital e desenvolvimento verde. Cooperação e consensos Mishustin transmitiu os cumprimentos de Putin e expressou a vontade de Moscovo em aprofundar a cooperação económica, científica e tecnológica com Pequim, no seguimento dos consensos alcançados pelos dois chefes de Estado. O encontro decorreu um dia depois de Mishustin se ter reunido com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, em Hangzhou (leste), onde afirmou que os laços entre Moscovo e Pequim “continuam a prosperar apesar das sanções ilegais do Ocidente”. Mishustin participa esta semana no 30.º encontro ordinário entre os chefes de Governo dos dois países, centrado no reforço da cooperação energética, comercial e tecnológica, numa altura em que China e Rússia aprofundam a aliança face à pressão dos Estados Unidos e da União Europeia.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas e Canadá assinaram acordo de reforço na área da defesa As Filipinas e o Canadá assinaram domingo um acordo que permite às forças armadas de ambos os países treinar e operar em conjunto nos respectivos territórios, com o objetcivo de reforçar a cooperação em matéria de defesa. O acordo foi assinado durante uma visita do ministro da Defesa canadiano, David McGuinty, à nação do sudeste asiático. “Hoje [domingo] é um grande dia para as nossas duas nações. Reafirmamos o nosso compromisso de aprofundar a nossa cooperação em matéria de defesa, um compromisso para consolidar a aliança produtiva e benéfica que já mantemos”, afirmou McGuinty numa conferência de imprensa conjunta com o secretário de Defesa filipino, Gilberto Teodoro Jr., em Makati, ao sul de Manila. As negociações acerca do Acordo sobre o Estatuto das Forças Visitantes (SOVFA) entre Otava e Manila foram concluídas em Março, de acordo com um comunicado publicado na altura pelo Governo do Canadá, que indicou que o pacto “reforçará os laços militares e de defesa entre os dois países, permitindo que as Forças Armadas das Filipinas e as Forças Armadas Canadianas operem e treinem juntas nos seus respetivos territórios”. Mais segurança Teodoro Jr. classificou o SOVFA como uma demonstração de confiança que permitirá às forças armadas e aos organismos de defesa de ambos os países colaborar, tanto bilateralmente como com outros parceiros afins, para preservar a paz, prevenir a instabilidade e garantir um futuro seguro para as próximas gerações. McGuinty, por sua vez, lembrou que as Filipinas e o Canadá estabeleceram relações após o fim da Segunda Guerra Mundial, num momento em que ambas as nações buscavam “o seu lugar no mundo”, e destacou que, no âmbito da Estratégia Indo-Pacífica lançada por Otava em 2022, o seu país “reforçou” a sua presença em toda a região “por terra, mar e ar”. O secretário de Defesa filipino assegurou que o novo acordo “é fruto de extensas conversações” entre o Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., e o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, que na semana npassada participou na cimeira anual da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e países aliados na Malásia.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Lançado satélite de espionagem militar espacial O último satélite, de um total de cinco que fazem parte do sistema Kill Chain, visa detectar qualquer ameaça vinda da Coreia do Norte A Coreia do Sul lançou domingo o quinto e último satélite de uma rede de espionagem militar destinada a fortalecer capacidades independentes de vigilância sobre actividades da Coreia do Norte, confirmou o ministério sul-coreano da Defesa. O satélite espião, equipado com um radar de abertura sintética (SAR), foi lançado a bordo de um foguetão Falcon 9 da empresa SpaceX às 01:09 horas na Florida, Estados Unidos (05:09 TMG), no âmbito da missão Bandwagon-4, a partir da Estação Espacial de Cabo Canaveral, naquele estado norte-americano. A colocação em órbita bem-sucedida do satélite foi anunciada cerca de 20 minutos depois pelas autoridades sul-coreanas. “A operação conjunta de cinco satélites de reconhecimento permitirá uma detecção mais rápida e precisa das provocações da Coreia do Norte”, declarou o ministério sul-coreano em comunicado. Seul completou assim a implementação da primeira rede de satélites espiões, cerca de dois anos após o lançamento, em 02 de Dezembro de 2023, do primeiro dos aparelhos, uma semana depois de Pyongyang ter anunciado ter colocado em órbita o seu próprio satélite espião, num contexto de escalada da tensão bilateral. Assim que os cinco satélites estiverem em órbita, espera-se que o país possa monitorizar a Coreia do Norte a cada duas horas, reduzindo a dependência em relação a imagens de satélite norte-americanos. Corrente mortal A Coreia do Sul espera que os cinco satélites de reconhecimento sirvam como “olhos” destinados a apoiar o sistema de ataque preventivo Kill Chain, ao permitirem a detecção rápida ou sinais de alerta precoce de um eventual ataque nuclear ou com mísseis por parte da Coreia do Norte. Kill Chain é uma plataforma de detecção de possíveis ataques inimigos e de activação de ataques preventivos com mísseis terra-terra e mar-terra a partir de Seul, apresentada em 2022. No âmbito desta campanha de vigilância espacial, Pyongyang lançou o seu primeiro satélite de espionagem militar, o Malligyong-1, em 21 de Novembro de 2023, e garantiu que lançaria mais três satélites espiões em 2024, mas não lançou nenhum outro desde que um foguetão que transportava um satélite explodiu após a descolagem em Maio do ano passado.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita de Felipe VI deve aprofundar cooperação com Espanha O Governo chinês manifestou ontem esperança de que a próxima visita de Estado do rei de Espanha, Felipe VI, à China sirva para aprofundar a cooperação bilateral e reforçar a parceria estratégica entre os dois países. “Espanha é uma potência importante da União Europeia e um parceiro estratégico fundamental da China na Europa”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa. Segundo Mao, as relações entre a China e Espanha “têm mantido um elevado nível de desenvolvimento nos últimos anos” e a deslocação do monarca, prevista para entre 11 e 13 de Novembro, constitui agora “uma oportunidade para consolidar a amizade tradicional, expandir a cooperação mutuamente vantajosa, reforçar os intercâmbios entre os povos, melhorar a coordenação multilateral e impulsionar a parceria estratégica integral” entre os dois países. A porta-voz acrescentou que Pequim espera que a visita “beneficie os povos de ambos os países” e contribua para “trazer maior estabilidade e dinamismo ao actual panorama internacional, marcado por turbulências”. Agenda preenchida Felipe VI e a rainha Letizia vão viajar acompanhados pelos ministros espanhóis dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, e da Economia, Carlos Cuerpo. A visita assinala o encerramento das comemorações do 20.º aniversário da Parceria Estratégica Integral entre China e Espanha, marco que, segundo o Governo espanhol, visa reforçar os “profundos” laços entre os dois países. Os reis serão recebidos oficialmente pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e pela primeira-dama, com uma cerimónia de boas-vindas marcada para quarta-feira, dia 12, em Pequim. Felipe VI deverá também reunir-se com o primeiro-ministro, Li Qiang, e com o presidente da Assembleia Nacional Popular, Zhao Leji. A agenda da visita inclui ainda encontros empresariais e culturais, primeiro na cidade de Chengdu, no sudoeste da China, e depois na capital. Esta será a primeira visita de Estado dos reis de Espanha à China desde a deslocação de Xi Jinping a Madrid, em Novembro de 2018. O chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez, esteve na China em Abril passado, onde se reuniu com Xi. Nessa ocasião, Sánchez descreveu o país asiático como um “parceiro imprescindível para enfrentar os desafios globais” e defendeu o aprofundamento das relações bilaterais e entre Europa e China. A diplomacia chinesa considerou então a visita “um sucesso” e sublinhou a “determinação de ambas as partes em fortalecer os vínculos”.
Hoje Macau China / ÁsiaAntártico | Iniciada 42.ª missão para concluir base e perfurar lagos subglaciares A 42.ª expedição antártica da China partiu este fim de semana de Xangai para uma missão de sete meses, que inclui a construção da quinta base do país no continente gelado e a primeira perfuração científica em lagos subglaciais. A campanha, composta por mais de 500 especialistas de cerca de dez países e apoiada pelos navios quebra-gelo Xuelong e Xuelong 2 (“Dragão de Neve” e “Dragão de Neve 2”), tem como objectivos reforçar as infraestruturas da estação Qinling e aprofundar os estudos sobre as alterações climáticas, informou ontem o jornal oficial China Daily. Durante a missão, serão concluídas as obras de engenharia e os sistemas de energia renovável da base Qinling, inaugurada em Fevereiro de 2024 na ilha Inexpressável, no mar de Ross, segundo a Administração Polar da China. A estação foi concebida com tecnologia “inteligente” e materiais sustentáveis, combinando energia eólica, solar, de hidrogénio e geradores a gasóleo. Prevê-se que esteja totalmente operacional em Fevereiro de 2026. A equipa científica vai também realizar a primeira perfuração profunda em lagos situados sob mais de 3.000 metros de gelo, utilizando sistemas de perfuração com água quente e fusão térmica. As amostras recolhidas servirão para estudar ecossistemas isolados e a evolução do clima global. Os investigadores realizarão ainda estudos multidisciplinares sobre o impacto do aquecimento global no oceano Antártico, incluindo observações biológicas, químicas, atmosféricas e glaciares em áreas como o mar de Amundsen e a baía Prydz. O regresso da expedição à China está previsto para Maio de 2026. A China iniciou as missões científicas na Antártida em 1984 e conta actualmente com cinco estações de investigação no continente.
Hoje Macau China / ÁsiaChina rejeita acusações de Trump sobre alegados testes secretos A China rejeitou ontem as acusações de Washington de que Pequim estaria a realizar testes nucleares em segredo, e reiterou o compromisso com o “desenvolvimento pacífico” da energia nuclear e com o regime internacional de desarmamento. “Como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e Estado com armas nucleares responsável, a China está comprometida com o desenvolvimento pacífico”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning. Mao destacou que Pequim mantém uma “estratégia nuclear defensiva” e segue uma política de “não ser o primeiro país a usar” armamento nuclear em caso de conflito. A responsável assegurou que a China “honra o seu compromisso com a moratória sobre testes nucleares” e manifestou a disposição de trabalhar com todas as partes para “salvaguardar o cumprimento do Tratado de Proibição Completa de Ensaios Nucleares (CTBT)” e proteger o regime global de não-proliferação. “Esperamos que os Estados Unidos cumpram de forma rigorosa as suas obrigações no âmbito do CTBT e o seu compromisso com a moratória, adoptando ações concretas para respeitar o quadro internacional de desarmamento e não proliferação, de forma a manter o equilíbrio estratégico e a estabilidade global”, afirmou Mao, citada pelo jornal oficial Global Times. Imprensa e segredos As declarações da diplomata surgem depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter afirmado, na semana passada, que autorizou a realização de testes nucleares norte-americanos “devido aos programas de testes de outros países”. Numa entrevista transmitida nas últimas horas pela cadeia norte-americana CBS, Trump insistiu que Rússia e China estão a conduzir “testes nucleares em segredo”. “A Rússia está a fazer testes e a China também, mas eles não falam sobre isso. Nós somos uma sociedade aberta. Temos que falar, porque, caso contrário, os jornalistas descobrem e publicam. Eles não têm jornalistas que escreveriam sobre isso, nós temos”, declarou o Presidente norte-americano. Segundo a CNN, um relatório divulgado em Agosto pelo Serviço de Investigação do Congresso dos EUA estimou que o país poderia realizar um teste com armas nucleares no prazo de 24 a 36 meses após ordem presidencial. Os Estados Unidos não realizam testes nucleares desde 1992, a Rússia desde 1990 e a China desde 1996.
Hoje Macau China / ÁsiaForças armadas | EUA e China acordam abrir canais de comunicação O responsável chinês da pasta da Defesa, o almirante Dong Jun, e o da pasta da Guerra, o americano Pete Hegseth, encontraram-se para acertar agulhas sobre as relações entre os dois países no campo militar O secretário da Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou domingo que Washington e Pequim vão estabelecer canais de comunicação entre as forças armadas, acrescentando que as relações bilaterais entre os dois países “nunca estiveram melhores”. Hegseth disse que conversou com o seu homólogo chinês, o almirante Dong Jun, no sábado à noite, à margem de uma reunião de segurança regional, e que ambos concordaram que “a paz, a estabilidade e as boas relações são o melhor caminho para os dois grandes e fortes países”. As declarações de Hegseth, publicadas na rede social X, foram reveladas horas depois de ter exortado as nações do Sudeste Asiático a manterem-se firmes e a reforçarem as forças marítimas para combater as acções cada vez mais “desestabilizadoras” da China no Mar da China Meridional. “As reivindicações territoriais e marítimas da China no Mar da China Meridional vão contra os compromissos de resolver disputas pacificamente”, afirmou Hegseth numa reunião com os homólogos da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) no sábado. “Buscamos a paz. Não buscamos conflitos. Mas devemos garantir que a China não esteja a tentar dominar-vos”, acrescentou. O Mar da China Meridional continua a ser um dos pontos mais voláteis da Ásia. Pequim reivindica quase toda a região, enquanto membros da ASEAN – nomeadamente as Filipinas, Vietname, Malásia e Brunei – também reivindicam a soberania em áreas costeiras e várias ilhas. As Filipinas, um importante aliado dos Estados Unidos, têm protagonizado frequentes confrontos com as forças marítimas chinesas. Manila tem repetidamente apelado a uma resposta regional mais forte, mas a ASEAN tem tradicionalmente procurado equilibrar a cautela com os laços económicos com Pequim, o maior parceiro comercial da região. Hegseth disse na rede social X que conversou com o Presidente norte-americano, Donald Trump, e que ambos concordaram que “a relação entre os EUA e a China nunca esteve melhor”. Cravo e ferradura A reunião de Trump com o Presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul na semana passada “deu o tom para uma paz e sucesso duradouros para os Estados Unidos e a China”, acrescentou o secretário da Guerra, que deixou domingo a Malásia rumo ao Vietname. As mensagens contrastantes — uma advertência severa na reunião da ASEAN seguida por uma linguagem conciliatória na internet — sublinham o esforço de Washington para equilibrar a dissuasão com a diplomacia, no quadro de tensões crescentes com Pequim. “Trata-se de controlo de danos. Mais importante ainda, reflecte duas correntes diferentes nas relações dos Estados Unidos com a China — uma que vê a China como uma ameaça e outra como um possível parceiro”, considera a analista política do Sudeste Asiático Bridget Welsh, citada pela agência Associated Press. Hegseth instou no sábado a ASEAN a acelerar a conclusão de um Código de Conduta, há muito adiado, que está a ser negociado com a China para reger o comportamento no mar. O governante norte-americano propôs ainda o desenvolvimento de sistemas compartilhados de vigilância marítima e resposta rápida para dissuadir provocações. Uma rede de “consciência compartilhada do domínio marítimo” garantiria que qualquer membro que enfrentasse “agressão e provocação não estivesse sozinho”, justificou. Hegseth saudou igualmente os planos para um exercício marítimo ASEAN-EUA em Dezembro destinado a fortalecer a coordenação regional e defender a liberdade de navegação. Ingerências rejeitadas A China rejeita as críticas dos Estados Unidos à sua conduta marítima, acusando Washington de interferir nos assuntos regionais e provocar tensões através da presença militar. Autoridades chinesas afirmam que as suas patrulhas e actividades martítimas são legais e visam manter a segurança no que consideram território chinês. As autoridades chinesas criticaram as Filipinas no sábado, que classificaram como um elemento “desordeiro”, depois de Manila ter realizado exercícios navais e aéreos com os Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia no Mar da China Meridional. O exercício de dois dias, que terminou na sexta-feira, foi o 12.º que as Filipinas afirmam ter realizado com nações parceiras desde o ano passado para proteger direitos nas águas disputadas. Tian Junli, porta-voz do Comando do Teatro Sul do Exército Popular de Libertação da China, disse que o exercício prejudicou gravemente a paz e a estabilidade regionais. “Isso prova ainda mais que as Filipinas são o causador de problemas na questão do Mar da China Meridional e um sabotador da estabilidade regional”, afirmou.
Hoje Macau China / ÁsiaArmas nucleares | China apela aos EUA que não retome testes A China apelou ontem aos Estados Unidos para que “respeitem seriamente” a proibição internacional de testes nucleares, depois de o Presidente Donald Trump ter ordenado o reinício imediato dos ensaios com armas nucleares norte-americanas. “A China espera que os Estados Unidos respeitem seriamente as obrigações do tratado de proibição total de testes nucleares e o compromisso de proibir os testes nucleares”, disse o porta-voz da diplomacia chinesa Guo Jiakun. Pequim espera que os Estados Unidos “tomem medidas concretas para preservar o sistema global de desarmamento e não-proliferação nuclear e para preservar o equilíbrio e a estabilidade estratégicas globais”, declarou, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). “A posição da China sobre o desarmamento nuclear tem sido consistente e clara”, acrescentou, também citado pela agência de notícias espanhola Europa Press (EP). O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros reagia durante uma conferência de imprensa regular em Pequim ao anúncio feito por Trump antes de se reunir com o Presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul. Trump anunciou que ordenou ao Departamento de Defesa – a que passou a chamar Departamento de Guerra – que retomasse de imediato os testes de armas nucleares. “Devido aos programas de testes de outros países, instruí o Departamento de Guerra para iniciar testes com as nossas armas nucleares em igualdade de condições”, escreveu na sua rede social. “Esse processo terá início imediatamente”, acrescentou, segundo a agência de notícias norte-americana The Associated Press (AP). A China não realiza testes nucleares desde 1996, os Estados Unidos desde 1992 e a Rússia desde 1990. O Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, que os Estados Unidos assinaram mas não ratificaram, tem sido respeitado desde que foi adoptado em 1996 por todos os países que possuem armas nucleares, à excepção da Coreia do Norte.
Hoje Macau China / ÁsiaTerras raras | China confirma suspensão de um ano às restrições O encontro entre Xi e Trump na Coreia do Sul deu alguns frutos, mas matérias como o TikTok mantêm-se indefinidas A China anunciou ontem a suspensão, por um ano, das restrições às exportações de terras raras e outros materiais estratégicos, no seguimento de consensos alcançados com os Estados Unidos. As medidas em causa tinham sido adoptadas a 09 de Outubro, no contexto da guerra comercial entre os dois países, e abrangiam um grupo de minerais essenciais para indústrias como a electrónica, defesa ou veículos eléctricos, cujo processamento global é dominado pela China. Em resposta a esses entraves, o Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçara aplicar um novo imposto de 100 por cento sobre os produtos chineses a partir de 01 de Novembro, pressão que acabou por ser retirada após a cimeira com Xi Jinping. “A China suspenderá durante um ano a aplicação das medidas de controlo às exportações em causa, anunciadas a 09 de outubro, e irá estudar e aperfeiçoar planos específicos”, anunciou o Ministério do Comércio, em comunicado. Trump declarou ontem, após os encontros com o homólogo chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul, que foi alcançado um acordo para a suspensão, por parte de Pequim, das restrições à exportação de terras raras – materiais cruciais para a indústria mundial. Um entendimento sobre este ponto foi alcançado durante as conversações preparatórias entre negociadores norte-americanos e chineses, realizadas há alguns dias na Malásia, confirmou também o Ministério do Comércio chinês. A China é o maior produtor mundial de terras raras, elementos essenciais para sectores como o digital, a indústria automóvel, a energia e a defesa. Estas matérias-primas tornaram-se uma das principais frentes da actual confrontação comercial com os Estados Unidos e também motivo de fricção com Bruxelas. Promessas na agenda Donald Trump e Xi Jinping concluíram ontem uma reunião bilateral de cerca de duas horas numa base aérea em Busan, no sul da Coreia do Sul, marcada por promessas de cooperação, gestos de distensão na guerra comercial e um acordo para novo encontro em 2026. Trump anunciou que, na sequência da reunião, reduzirá de 20 por cento para 10 por cento as tarifas que impôs este ano à China em resposta ao seu papel no tráfico de fentanil. “Tivemos uma reunião incrível”, declarou o republicano, a bordo do Air Force One, já no regresso a Washington. “Acredito que vão ajudar-nos com o fentanil”, disse, referindo-se a compromissos assumidos por Pequim. Ainda segundo Trump, foi alcançado um acordo para que a China retome a compra de soja norte-americana, suspensa desde Maio no contexto da guerra comercial entre os dois países. A questão tem particular peso político para Trump, que conta com forte apoio no eleitorado rural dos EUA. O líder norte-americano adiantou ainda que voltará a reunir-se com Xi Jinping em Abril de 2026, desta vez em território chinês. A reunião decorreu numa base militar adjacente ao aeroporto internacional de Busan e contou com a presença de vários altos responsáveis norte-americanos, entre os quais o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o representante comercial Jamieson Greer e o embaixador dos EUA em Pequim, David Perdue. Trump e Xi saíram juntos do edifício onde decorreram as conversações, trocaram palavras à porta e despediram-se com um aperto de mão. Xi foi o primeiro a abandonar o local. O encontro entre os dois líderes decorreu à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que começa oficialmente esta sexta-feira em Gyeongju, a cerca de 76 quilómetros de Busan. Xi permanecerá na Coreia do Sul para participar no evento, enquanto Trump regressa já hoje a Washington. Tarifas portuárias suspensas O Ministério do Comércio chinês anunciou ontem que China e Estados Unidos vão suspender por um ano as taxas portuárias aplicadas reciprocamente, após a reunião dos Presidentes Xi Jinping e Donald Trump, na Coreia do Sul. O Ministério indicou que Washington “vai suspender a aplicação das medidas adoptadas (…) dirigidas às indústrias naval e logística da China”, que, por sua vez, fará o mesmo com as taxas impostas em retaliação aos navios norte-americanos, de acordo com um comunicado. Desde 14 de Outubro, a China impunha uma tarifa portuária sobre embarcações dos Estados Unidos, em resposta às medidas adoptadas no mesmo dia por Washington contra navios de propriedade, bandeira ou construção chinesa. Um porta-voz do Ministério do Comércio chinês anunciou também que ambos os países chegaram a um consenso sobre a cooperação na luta contra as drogas, a ampliação do comércio de bens agrícolas e a gestão de casos individuais relacionados com várias empresas, sem especificar quais. TikTok por resolver A reunião de ontem entre os Presidentes dos Estados Unidos e da China terminou sem acordo sobre a propriedade da rede social TikTok. “A China trabalhará com os EUA para resolver adequadamente as questões relacionadas com o TikTok”, declarou o Ministério do Comércio chinês depois do encontro, sem dar detalhes sobre qualquer avanço quanto ao futuro da popular aplicação de partilha de vídeos nos Estados Unidos. A administração de Donald Trump indicou que um entendimento com Pequim podia estar próximo, permitindo que o TikTok continuasse a operar no país. A intenção de Trump é permitir que um consórcio de investidores liderado por empresas norte-americanas adquira a aplicação à ByteDance, operação que exige também o aval de Pequim. Para Bonnie Glaser, directora do programa Indo-Pacífico no German Marshall Fund, o TikTok “não é uma prioridade para [o Presidente chinês] Xi Jinping”. Em conferência de imprensa esta semana, Glaser afirmou: “A China está satisfeita por deixar Trump declarar que chegou a um acordo. A questão é saber se esse acordo protegerá efectivamente os dados dos norte-americanos”. Consenso sobre fentanil e soja China e Estados Unidos alcançaram um consenso sobre cooperação antidroga e ampliação do comércio de bens agrícolas, anunciou ontem o Ministério do Comércio chinês, depois da reunião entre os Presidentes dos dois países. Um porta-voz do Ministério indicou que o acordo inclui também a “gestão de casos individuais envolvendo determinadas empresas”, sem especificar quais, pode ler-se num comunicado divulgado no portal da instituição. O fentanil e o comércio agrícola têm sido dois dos pontos de discórdia no actual mandato de Trump. O Presidente americano garantiu que Xi Jinping se comprometeu a reforçar os controlos sobre o fentanil, cuja produção, segundo Washington, é feita por cartéis mexicanos a partir de precursores químicos originários da China. Quanto ao comércio agrícola, Trump afirmou ter sido alcançado um acordo para a retoma imediata das compras chinesas de soja norte-americana, suspensas desde Maio no contexto da guerra comercial impulsionada pelo republicano. “Grandes, enormes quantidades de soja serão compradas de imediato. O Presidente Xi autorizou isso ontem [quarta-feira], e agradeço-lhe muito”, declarou Trump.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio | China retoma compras de soja dos EUA A China comprou esta semana dois carregamentos de soja dos Estados Unidos, os primeiros da actual colheita, após meses de suspensão devido às tarifas, noticiou ontem a Bloomberg, na véspera da reunião entre Xi Jinping e Donald Trump. Fontes citadas pela agência indicaram que os envios já foram reservados para datas futuras e poderão estar integrados no “acordo preliminar” assinado por Pequim e Washington na semana passada, em Kuala Lumpur, como preparação para o encontro de alto nível previsto para esta quinta-feira, na Coreia do Sul. A aquisição poderá assinalar a retoma dos fluxos comerciais de soja entre os dois países, no quadro de um entendimento mais amplo entre os dois líderes, que inclui a reversão de tarifas e restrições impostas nos últimos meses. No domingo, o secretário do Tesouro norte-americano e chefe da equipa negocial, Scott Bessent, antecipou um regresso em força das compras chinesas, garantindo que os agricultores dos EUA ficariam “extremamente satisfeitos” com os termos do acordo. Desde que Donald Trump reactivou a guerra comercial com a imposição de tarifas em Abril, a China tem usado a soja como instrumento de pressão. Apesar dos apelos de Trump “para quadruplicar” os pedidos, a China diversificou os fornecedores, reforçando importações do Brasil, Argentina e Uruguai, investindo na produção interna e até reduzindo o uso da soja na pecuária, segundo a consultora Trivium. A mesma consultora advertiu que os líderes chineses “não têm qualquer interesse” em voltar a depender dos EUA para a sua segurança alimentar e descartou um “reinício estrutural” do comércio bilateral de soja. Este mês, a televisão estatal CCTV indicou que os EUA poderiam perder até 16 milhões de toneladas em exportações para a China se os pedidos não fossem retomados até meados de Novembro. “Perder a China significa perder metade do mercado”, apontou.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | Pequim lança plano para acelerar auto-suficiência O Partido Comunista Chinês apelou a uma mobilização nacional para alcançar avanços “decisivos” em semicondutores e tecnologias-chave, nas vésperas do encontro entre o Presidente do país e o homólogo norte-americano na Coreia do Sul. A iniciativa surge num momento de renovada tensão comercial com os Estados Unidos, marcada pelo uso crescente de controlos tecnológicos e restrições ao acesso a materiais estratégicos. No texto publicado pelo PCC, que detalha as prioridades para o plano quinquenal 2026-2030, o partido apela a “medidas extraordinárias” para alcançar a auto-suficiência tecnológica em áreas-chave. A versão oficial do discurso do Presidente chinês, Xi Jinping, sobre o plano, ontem divulgada pela agência de notícias oficial Xinhua, sublinha a necessidade de “acelerar a auto-suficiência científica e tecnológica de alto nível”. “As propostas devem promover a inovação original e garantir que a China mantém firmemente o controlo da sua trajectória de crescimento”, afirmou o Presidente chinês, ao reconhecer os desafios de um “ambiente externo cada vez mais adverso”. O documento servirá de base para a elaboração do plano oficial pelo Conselho de Estado (Executivo), cuja versão final deverá ser aprovada em Março de 2026. Além da aposta em inovação, o plano propõe maior investimento em “capital humano”, incluindo subsídios à natalidade, expansão da educação gratuita, reforço das pensões e seguros e aumento do rendimento rural. Xi afirmou que estas medidas devem ser “integradas ao investimento em infraestruturas”, para estimular o consumo interno, uma meta antiga face à dependência do investimento público e das exportações. Entre os novos sectores prioritários estão a computação quântica, veículos aéreos não tripulados (‘drones’), biotecnologia, energia do hidrogénio e de fusão, robôs humanoides com inteligência artificial, interfaces cérebro – máquina e redes móveis 6G. O uso de inteligência artificial em todas as indústrias é igualmente destacado como prioridade para os próximos cinco anos.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Sul | Trump não se reúne com Kim Jong-un O Presidente norte-americano, Donald Trump, esclareceu ontem que não se vai reunir com o homólogo norte-coreano, Kim Jong-un, durante a actual visita à península coreana, justificando-o com incompatibilidades de agenda. “Conheço muito bem Kim Jong-un. Damo-nos muito bem. Realmente, não vai dar para um encontro desta vez. O Presidente [chinês] Xi [Jinping] chega amanhã [hoje] e isso é muito importante para o Mundo, para todos nós”, disse Trump durante um almoço com o homólogo sul-coreano, Lee Jae-myung, na cidade de Gyeongjiyu. O chefe de Estado norte-americano acrescentou que deseja estar com o líder da Coreia do Norte e tinha esse objectivo neste périplo, mas “há outros compromissos”, embora a sua vontade seja “trabalhar duro com Kim Jong-un e todo o Mundo para resolver as coisas”. Trump vai regressar a Washington, após o encontro com o presidente chinês, coincidente com a cimeira de líderes do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla inglesa). O actual chefe de Estado sul-coreano, no cargo desde Junho, tem-se mostrado mais favorável ao diálogo com o vizinho do norte do que o seu antecessor e enalteceu os esforços diplomáticos de Donald Trump. No primeiro mandato, o Presidente dos Estados Unidos da América reuniu-se três vezes com o representante máximo de Pyongyang, entre 2018 e 2019, e protagonizaram ambos um simbólico aperto de mãos na zona desmilitarizada da península coreana, embora sem qualquer resultado prático.
Hoje Macau China / ÁsiaTóquio | Japão e EUA assinam acordo sobre minerais e terras raras O périplo asiático de Trump incluiu um encontro com a nova líder do Governo nipónico, Sanae Takaichi. As terras raras continuam no topo da agenda comercial da administração norte-americana Tóquio e Washington assinaram terça-feira um acordo de cooperação no sector dos minerais críticos e terras raras, com foco em investimentos coordenados para garantir um fornecimento estável, num contexto de restrições às exportações impostas pela China. Nos termos do acordo, assinado na capital do Japão pela primeira-ministra do país, Sanae Takaichi, e pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, Tóquio e Washington vão colaborar na identificação de projectos de interesse comum para colmatar as lacunas nas cadeias de abastecimento destes materiais, essenciais para o desenvolvimento da tecnologia moderna. As duas potências estabeleceram um prazo de seis meses para “tomar medidas para fornecer apoio financeiro a projectos selecionados com o objectivo de gerar um produto final para entrega a compradores nos Estados Unidos e no Japão e, se for caso disso, em países com interesses semelhantes”, segundo a Casa Branca. As administrações japonesa e norte-americana comprometeram-se a servir de ponte na promoção do diálogo a nível empresarial para fazer avançar projectos que estabeleçam cadeias de abastecimento “novas e seguras” e concordaram em mobilizar recursos público-privados para as iniciativas. Estes recursos incluem “subvenções, garantias, empréstimos ou capital, acordos de compra e venda, seguros ou facilitação regulatória”, e os projectos não se limitam ao processamento de matérias-primas, mas incluem produtos derivados, como ímanes permanentes, baterias, catalisadores e materiais óticos. Mais assinaturas Trump e Takaichi assinaram o acordo após uma cimeira no Palácio Akasaka de Tóquio, a segunda paragem da digressão asiática do Presidente norte-americano, que também assinou um pacto no sector de terras com a Malásia, país onde esteve anteriormente. Os acordos têm como pano de fundo as restrições impostas pela China às exportações de terras raras – mineral chave para a tecnologia, cujo processamento e venda Pequim praticamente monopoliza – no âmbito do diferendo comercial com os Estados Unidos. Além deste acordo, os chefes de Governo do Japão e dos EUA assinaram outro documento em que se comprometem a aplicar o acordo comercial alcançado em Julho, que fixou em 15 por cento as tarifas recíprocas de Washington e no âmbito do qual ainda não se conhece o destino dos 550 mil milhões de dólares que Tóquio se comprometeu a investir nos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaChina realiza primeira imersão tripulada em grandes profundidades no Ártico central Uma equipa de cientistas chineses concluiu com sucesso a primeira expedição de mergulho tripulado em grandes profundidades no oceano Ártico, atingindo os 5.277 metros sob o gelo, na dorsal de Gakkel, informou terça-feira a imprensa estatal. A missão, com duração de 56 dias, foi realizada a bordo do navio de investigação Tan Suo San Hao (“Exploração nº3”), construído inteiramente na China, que transportou o submersível tripulado Fendouzhe (“Lutador”) para a realização de 43 mergulhos científicos no Ártico central, onde o gelo cobria mais de 80 por cento da superfície. Organizada pelo Ministério dos Recursos Naturais e pela Academia Chinesa de Ciências, a expedição assinala a primeira operação coordenada entre dois veículos tripulados – o Fendouzhe e o Jiaolong – em ambiente polar, estabelecendo um modelo de cooperação para futuras missões científicas em regiões de gelo denso. Segundo a imprensa oficial, trata-se da primeira exploração científica tripulada em grande profundidade no Ártico central, uma zona onde as condições extremas de pressão e temperatura dificultaram historicamente as operações subaquáticas. Durante a missão, os cientistas recolheram amostras de água, sedimentos, rochas e organismos marinhos, além de dados de observação que vão contribuir para o estudo dos efeitos das alterações climáticas nas regiões polares. “A expedição demonstra que a China já possui capacidade tecnológica e logística para realizar operações de mergulho tripulado de forma contínua em zonas com gelo denso”, afirmou a televisão estatal CCTV. Mergulhos no gelo Lançado em 2021, o Tan Suo San Hao é o primeiro navio científico chinês concebido para missões globais de exploração em águas profundas. A missão ao Ártico partiu a 22 de Julho da cidade costeira de Sanya, na ilha tropical de Hainão, e terminou esta semana com o regresso da tripulação à China. A China afirma-se assim como o primeiro país a realizar mergulhos tripulados profundos e continuados sob gelo denso no Ártico central, reforçando a sua presença científica numa das regiões mais sensíveis ao aquecimento global.
Hoje Macau China / ÁsiaFoxconn | Investimento de quase 1,2 ME em centros de IA e de supercomputação A tecnológica Foxconn anunciou terça-feira um investimento até 42 mil milhões de dólares taiwaneses para adquirir equipamentos destinados à construção de um centro de supercomputação e um centro de computação para inteligência artificial. Num comunicado enviado à Bolsa de Valores de Taipé, onde está cotada, a empresa indicou que o investimento será realizado entre Dezembro de 2025 e Dezembro de 2026, com recurso a fundos próprios. Segundo a Foxconn, a operação visa “expandir a plataforma de serviços de computação em nuvem e acelerar o desenvolvimento das três principais plataformas inteligentes do grupo”. Fundado em 1974, o grupo Foxconn é o maior fabricante mundial de dispositivos electrónicos por contrato, com fábricas e centros de pesquisa e desenvolvimento na China, Índia, Japão, Vietname e Estados Unidos, entre outros. Tal como outras tecnológicas, a Foxconn beneficiou nos últimos meses do optimismo em torno do potencial da IA, tendo-se tornado um dos principais fabricantes dos servidores GB200 da norte-americana Nvidia. No segundo trimestre, a empresa registou lucros líquidos de 44.361 milhões de dólares taiwaneses (1.242 milhões de euros), superando amplamente as previsões dos analistas e representando um crescimento homólogo de 27 por cento. A fabricante sediada em Taiwan transformou a produção de servidores para IA numa das suas principais apostas e estima que as vendas destes equipamentos ultrapassem este ano um bilião de dólares taiwaneses (28.017 milhões de euros), o que representaria metade do seu negócio total de servidores.
Hoje Macau China / ÁsiaChina regista número recorde em 2025 com um novo multimilionário por dia A China registou um aumento recorde no número de bilionários em 2025, com uma nova entrada a cada dia, impulsionado pela valorização das bolsas e ascensão de empresas da chamada “nova economia”, segundo a unidade de investigação Hurun. A última edição da “Hurun China Rich List” inclui 1.434 indivíduos com fortunas superiores a cinco mil milhões de yuan, mais 340 do que no ano passado, o que representa um crescimento de 31 por cento. O património combinado destes multimilionários totaliza 30 biliões de yuan, um aumento de 42 por cento face ao ano anterior. No topo da lista voltou a surgir Zhong Shanshan, fundador da produtora de água engarrafada Nongfu Spring, cuja fortuna disparou 56 por cento para 530 mil milhões de yuan. É a quarta vez que Zhong lidera o ‘ranking’. Zhang Yiming, fundador da ByteDance – empresa dona do TikTok – caiu para o segundo lugar, apesar de ter aumentado a fortuna em 34 por cento, para 470 mil milhões de yuan. Li Ka-shing, de 97 anos, e o filho Victor Li Tzar-kuoi, de 61, continuam a ser os mais ricos de Hong Kong, com uma fortuna combinada de 235 mil milhões de yuan, mais 18 por cento do que no ano passado, embora tenham descido do sexto para o nono lugar da tabela geral. A unidade de investigação Hurun compila esta lista desde 1999, abrangendo bilionários da China continental, Hong Kong, Macau e Taiwan. “A lista deste ano surpreendeu ao atingir um número recorde, impulsionada sobretudo pelo forte desempenho dos mercados bolsistas e pelo surgimento de novas figuras nos sectores tecnológicos e exportadores”, afirmou Rupert Hoogewerf, presidente do Hurun. Acções em alta O número de fortunas acima dos 100 mil milhões de yuan subiu de 26 para 41, um crescimento de 59 por cento. Já o total de pessoas com património acima de mil milhões de dólares aumentou 36 por cento, para 1.021. A valorização das acções em Xangai, Shenzhen e Hong Kong reflectiu o entusiasmo dos investidores com sectores como os veículos eléctricos, biotecnologia e computação. O índice de Shenzhen subiu 54 por cento e o de Xangai 36 por cento até setembro. O Hang Seng de Hong Kong avançou 42 por cento. O PIB da China cresceu 4,8 por cento no terceiro trimestre, menos do que os 5,2 por cento registados no anterior. Tensões comerciais com os Estados Unidos e problemas no sector imobiliário continuam a pesar sobre a recuperação económica. Ainda assim, empresas chinesas com ambições globais – sobretudo nas áreas de baterias, saúde e mineração – atraíram o interesse dos mercados. Até final de Setembro, 66 empresas (a maioria da China continental) arrecadaram 23,27 mil milhões de dólares através de ofertas públicas iniciais na Bolsa de Valores de Hong Kong, a maior cifra mundial este ano.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Pequim confirma reunião entre Xi Jinping e Trump Xi Jinping e Donald Trump encontram-se hoje na capital sul-coreana antes da cimeira APEC. Em cima da mesa, devem estar temas como as terras raras, as tarifas, o Tik-Tok ou a questão de Taiwan A diplomacia chinesa confirmou ontem que o Presidente Xi Jinping vai reunir-se hoje com o homólogo norte-americano, Donald Trump, na Coreia do Sul, num encontro destinado a aliviar a tensão comercial entre os dois países. Embora Washington já tivesse confirmado a reunião – com Trump já presente na Coreia do Sul ontem – Pequim manteve o silêncio até agora, naquela que será a primeira reunião entre os dois líderes desde o regresso do republicano à Casa Branca, em Janeiro passado. O encontro decorrerá à margem da cimeira do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) e deverá abordar temas como a guerra comercial, a aplicação TikTok, a questão de Taiwan e o combate ao tráfico de fentanil. Nos últimos dias, ambos os lados sinalizaram uma vontade de compromisso. Trump manifestou confiança num “acordo comercial bom para ambos” e admitiu baixar tarifas à China em troca de maior cooperação no combate ao fentanil, droga responsável por uma crise de saúde pública nos EUA. Também se mostrou evasivo quanto à possibilidade de discutir Taiwan com Xi, afirmando: “Taiwan é Taiwan”. Dar seguimento A reunião segue-se a negociações técnicas realizadas em Kuala Lumpur, nas quais Washington e Pequim alcançaram um “acordo preliminar” para aliviar disputas comerciais, incluindo os controlos chineses às exportações de terras raras e as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses. Na terça-feira, o Comité Central do Partido Comunista Chinês publicou novas directrizes estratégicas que apelam a uma mobilização nacional para alcançar “avanços decisivos” em tecnologias-chave como semicondutores, ferramentas de precisão, software básico, inteligência artificial e energia de fusão, no âmbito do plano quinquenal 2026-2030. No plano diplomático, a tensão em torno de Taiwan ganhou novo fôlego antes da cimeira. Pequim reiterou que “nunca renunciará ao uso da força” para alcançar a reunificação, enquanto o líder taiwanês, William Lai, afirmou que “só a paz através da força” pode garantir a estabilidade regional e apelou a uma oposição mais firme à “anexação” chinesa. Nos últimos dias, a China intensificou também a actividade militar em torno da ilha, com dezenas de aviões de combate a cruzarem a linha média do Estreito de Taiwan. Para pior basta assim Donald Trump manifestou ontem optimismo quanto à possibilidade de alcançar um novo acordo comercial com o homólogo chinês, Xi Jinping, afirmando que “é melhor chegar a um entendimento do que estar em conflito”. “Espero que consigamos chegar a um acordo. Acredito que vai ser um bom acordo para ambos. Isso seria realmente um excelente resultado”, afirmou Trump, durante um discurso perante empresários no Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico, na cidade sul-coreana de Gyeongju. “É melhor isso do que estarmos em confronto e passarmos por todo o tipo de problemas sem necessidade. O mundo inteiro está a observar”, acrescentou o líder norte-americano, na véspera do encontro com Xi. Em declarações a bordo do avião presidencial Air Force One, Trump admitiu também a possibilidade de reduzir as actuais tarifas sobre a China, desde que isso ajude a intensificar o combate ao tráfico de fentanil, uma das principais prioridades da reunião com Xi.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Pequim pede “respeito mútuo” após cancelamento da visita do ministro alemão O Governo chinês defendeu ontem que China e Alemanha devem manter relações assentes no “respeito mútuo, igualdade de tratamento e cooperação mutuamente benéfica”, após o adiamento de uma visita do ministro alemão dos Negócios Estrangeiros. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun declarou, em conferência de imprensa, que Pequim “sempre desenvolveu os laços com Berlim a partir de uma perspectiva estratégica e de longo prazo”. Guo sublinhou que, enquanto “grandes países e principais economias mundiais”, China e Alemanha mantêm uma relação de cooperação “mutuamente benéfica”. “Nas circunstâncias actuais, ambas as partes devem continuar a impulsionar os seus vínculos na direcção correcta”, acrescentou. O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão confirmou na semana passada o adiamento da visita de Johann Wadephul, prevista para os dias 28 e 29 de Outubro, depois de a parte chinesa não ter confirmado mais encontros além da reunião com o homólogo chinês, Wang Yi. A porta-voz da diplomacia alemã, Kathrin Deschauer, manifestou a “grande preocupação” de Berlim com as restrições impostas por Pequim à exportação de certos componentes usados na produção de semicondutores e materiais de terras raras, medidas que suscitaram alarme na indústria automóvel alemã. As tensões comerciais entre os dois países intensificaram-se após a intervenção do Estado holandês no fabricante de ‘chips’ Nexperia, subsidiária da chinesa Wingtech, o que levou Pequim a restringir as exportações de componentes cruciais para o sector. A proibição está a gerar inquietação junto do Grupo Volkswagen, o maior construtor automóvel da Europa.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Trump quer realizar um bom acordo com a China O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem que espera “chegar a um bom acordo” durante a próxima reunião com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, incluindo um pacto relacionado à plataforma TikTok, segundo a imprensa internacional. Trump declarou, a bordo do Air Force One, que o TikTok será um dos temas que irá discutir com Xi durante o encontro, agendado para esta quinta-feira, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que se realizará na cidade sul-coreana de Gyeongju, segundo a agência de notícias EFE. De acordo com o Presidente norte-americano, o acordo, assinado entre Washington e a empresa-mãe da popular plataforma de vídeo, a chinesa ByteDance, já conta com a “aprovação provisória” de Xi. Em Setembro, os Estados Unidos chegaram a um acordo com a ByteDance, apoiado por Pequim, para permitir que o TikTok continuasse a operar em solo norte-americano, após o Congresso dos EUA ter estabelecido em 2024 que a aplicação deveria ser desactivada devido ao risco que representava para a segurança nacional do país O pacto estabelece a criação de uma ‘joint-venture’ maioritariamente norte-americana, com uma operação suficientemente separada da sua casa-mãe chinesa — que manterá uma participação de 20 por cento —, sobretudo no que diz respeito ao acesso do Governo chinês aos servidores que armazenam dados dos utilizadores. O encontro presencial entre os dois líderes proporcionará uma oportunidade para ambas as potências aliviarem as tensões após o anúncio de Pequim de restrições à venda das suas terras raras e para discutir um possível acordo comercial abrangente após meses de tensões tarifárias.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Guterres quer “fim da impunidade” do governo militar O secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu ontem que “o ciclo de impunidade” em Myanmar tem de terminar, falando em Kuala Lumpur, onde participa na cimeira de líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e países aliados. “Estou consternado com a situação deplorável na Birmânia [antigo nome de Myanmar]. O golpe militar de 2021 acumulou calamidade sobre calamidade. Aldeias bombardeadas ou incendiadas. Milhares de mortos. Milhões de deslocados. A estabilidade regional está em risco”, alertou Guterres, acrescentando que “as atrocidades e o ciclo de impunidade têm de acabar”. Apelando ao fim imediato da violência, o líder da ONU afirmou que deve haver “um compromisso genuíno com o diálogo inclusivo” e um regresso ao governo civil, “começando pela rápida libertação de todos os que foram detidos arbitrariamente”. A junta militar que detém o poder em Myanmar desde o golpe de Fevereiro de 2021 anunciou em Julho passado que iria realizar eleições em Dezembro, mas a falta de oposição real, com muitos políticos pró-democracia no exílio ou na prisão, incluindo a Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, faz com que grande parte da comunidade internacional considere que o escrutínio vai ser uma farsa. Desde o golpe militar contra o Governo democraticamente eleito liderado por Aung San Suu Kyi, Myanmar está imerso em turbulência, com uma rebelião armada a tomar o controlo de grandes áreas do território. “O caminho a seguir deve conduzir à restauração das instituições democráticas ancoradas no Estado de direito e nos direitos humanos”, considerou Guterres, admitindo acreditar que “ninguém acha que estas eleições serão livres e justas”. Paz e ASEAN O secretário-geral das Nações Unidas apoiou um plano de paz elaborado em 2021 pela ASEAN para pôr fim às hostilidades e iniciar o diálogo, que o governo militar tem ignorado. “É tempo de abrir canais humanitários, acabar com a violência e facilitar uma solução política abrangente”, disse. “O povo de Myanmar conta com o nosso apoio colectivo”, acrescentou. As declarações do secretário-geral da ONU foram feitas durante uma conferência de imprensa na capital da Malásia, onde começou no domingo a cimeira dos líderes da ASEAN e dos países aliados. A cimeira vai prolongar-se até terça-feira e conta com a presença, além dos líderes dos países da região, do Presidente dos EUA, Donald Trump, do primeiro-ministro brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e do primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, entre outros.