Hoje Macau China / Ásia MancheteHong Kong | Pelo menos 13 pessoas morreram num incêndio As imagens do fogo que alastrou pelos blocos de apartamentos com capacidade para 2.000 pessoas faz adivinhar uma tragédia de grandes dimensões Pelo menos 12 pessoas morreram ontem num incêndio que se alastrou a vários edifícios num complexo habitacional de Hong Kong, segundo a imprensa chinesa, sublinhando que havia pessoas presas nos apartamentos. Segundo o portal do South China Morning Post, 12 pessoas, incluindo um bombeiro, morreram e pelo menos outras 16 ficaram gravemente feridas no fogo que devastou o bairro de Tai Po. As outras 11 vítimas mortais eram oito mulheres e três homens, segundo fontes citadas pelo meio de comunicação. As chamas consumiram andaimes de bambu em todos os oito edifícios do bairro social, deixando vários outros moradores presos dentro dos apartamentos, segundo o portal de notícias chinês. O director do departamento de bombeiros local, Andy Yeung, disse aos jornalistas que um bombeiro estava entre os mortos e outro teve de receber tratamento médico por exaustão devido ao calor. Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), vídeos do local mostraram pelo menos cinco edifícios próximos uns dos outros em chamas, com fumo a sair de muitas janelas de apartamentos, ao cair da noite. Os bombeiros combatiam as chamas lançando água a partir das escadas dos camiões da corporação. O violento incêndio lançou uma coluna de chamas e fumo denso enquanto se alastrava pelos andaimes de bambu e telas de protecção instaladas em redor dos prédios, localizados no distrito de Tai Po. Os registos mostram que o complexo habitacional é composto por oito prédios com quase 2.000 apartamentos. A polícia de Hong Kong disse ter recebido vários relatos de pessoas presas nos edifícios atingidos pelo fogo, mas não forneceu detalhes. Nível máximo O incêndio foi reportado a meio da tarde e, após o anoitecer, as autoridades elevaram-no para o nível 5 de alerta, o nível mais elevado de gravidade, segundo o departamento de bombeiros. As autoridades do distrito de Tai Po abriram abrigos temporários para as pessoas que ficaram sem casa devido ao incêndio. Tai Po é uma área suburbana nos Novos Territórios, na parte norte de Hong Kong e perto da fronteira com a cidade de Shenzhen, na China continental. Os andaimes de bambu são comuns em Hong Kong em projectos de construção e renovação de edifícios, embora o Governo tenha anunciado no início deste ano que iria começar a eliminá-los gradualmente dos projectos públicos devido às questões de segurança.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Japão envia aviões militares para ilha próxima após detectar drone chinês O Japão enviou ontem aviões militares para Yonaguni, a ilha japonesa mais próxima de Taiwan, após a detecção de um drone chinês, quando a tensão entre Pequim e Tóquio está a aumentar nas últimas semanas. “Confirmamos que um drone suspeito de ser chinês sobrevoou o espaço aéreo entre a ilha de Yonaguni e Taiwan na segunda-feira”, declarou ontem o Ministério da Defesa japonês na rede social X. A Força Aérea “enviou aeronaves” em resposta a este incidente, acrescentou o Ministério japonês. Na segunda-feira, a China criticou fortemente as declarações feitas no dia anterior pelo ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi. O ministro japonês, que estava em visita a Yonaguni, afirmou que o plano de instalação de mísseis terra-ar de médio alcance naquela ilha estava “dentro do prazo”. “O envio de armas ofensivas do Japão para as ilhas do sudoeste, próximas de Taiwan, visa deliberadamente criar uma tensão regional e provocar um confronto militar”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, numa conferência de imprensa. Ontem, Koizumi declarou aos jornalistas que os mísseis “não se destinam a atacar outros países (…) e claramente não contribuem para o aumento da tensão na região”. A tensão entre a China e o Japão aumentou desde que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, declarou, em 07 de novembro, que as operações armadas contra Taiwan poderiam justificar uma intervenção militar japonesa para defender a ilha. A China, que reivindica Taiwan como parte do seu território, consideraram estas declarações como uma provocação. Yonaguni alberga uma base das Forças de Autodefesa do Japão desde 2016, apesar das objecções iniciais dos habitantes locais. Tóquio anunciou a sua intenção de implantar mísseis terra-ar de médio alcance na ilha para se defender de ataques de mísseis e aeronaves.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong proíbe importações de Santarém devido à gripe aviária A região de Hong Kong proibiu ontem a importação de carne de ave e derivados, incluindo ovos, do distrito de Santarém, na sequência da detecção de casos de gripe aviária. O Centro para a Segurança Alimentar (CFS, na sigla em inglês) de Hong Kong sublinhou que a decisão foi tomada “para proteger a saúde pública”, na sequência de notificações da Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH, na sigla em inglês). De acordo com dados oficiais citados num comunicado do CFS, o território semiautónomo chinês não importou carne de ave ou derivados de Portugal nos primeiros nove meses de 2025. O CFS disse já ter contactado as autoridades portuguesas e que vai acompanhar “de perto” a situação e as informações emitidas pela WOAH. “Serão tomadas as medidas adequadas em resposta ao desenvolvimento da situação”, acrescentou. O CFS também proibiu ontem, pelo mesmo motivo, a importação de carne de ave e derivados de algumas regiões da Polónia, Itália, Bélgica, Irlanda e Reino Unido. Em 18 de novembro, Hong Kong já tinha proibido a importação de carne de ave e derivados, incluindo ovos, do distrito do Porto, na sequência da detecção de casos de gripe das aves. Medida semelhante foi tomada no dia seguinte pela vizinha região chinesa de Macau. Doença confirmada Na segunda-feira, a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) portuguesa confirmou um foco de gripe aviária numa capoeira doméstica de galinhas e patos, no distrito de Santarém. De acordo com informação publicada pela DGAV, o número total de focos detectados, este ano, subiu para 39. A DGAV tem vindo a alertar que o risco de disseminação da gripe das aves é, neste momento, elevado em Portugal e pediu a adopção de medidas de segurança. As aves domésticas em estabelecimentos localizados nas zonas de alto risco, incluindo capoeiras domésticas e aves em cativeiro, têm de estar, obrigatoriamente, em cativeiro, de acordo com as regras determinadas pela DGAV. Já nas zonas de protecção e vigilância é proibida a circulação de aves, o repovoamento de aves de espécies cinegéticas, feiras, mercados e exposições, a circulação de carne fresca e de ovos para incubação e para consumo humano, bem como a circulação de subprodutos animais. A DGAV precisou que todas as infracções a estas normas serão punidas. Em 11 de Novembro, a DGAV alertou num edital que a gripe aviária provoca “mortalidade muito elevada, especialmente nas aves de capoeira”. Tal tem “um impacto importante (…) na produção avícola, uma vez que constitui motivo de suspensão da comercialização de aves vivas e seus produtos nas zonas afetadas e pode ser motivo de impedimento de exportação de aves e produtos”, acrescentou. A transmissão do vírus H5N1 para humanos acontece raramente, tendo sido reportados casos esporádicos em todo o mundo. Contudo, quando ocorre, a infecção pode levar a um quadro clínico grave.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong quer banir duas organizações de exilados O secretário para a Segurança de Hong Kong, Chris Tang Ping-keung, disse ontem que quer banir duas organizações criadas no estrangeiro por exilados da região semiautónoma chinesa, que acusou de separatismo. Na segunda-feira, o Governo do território anunciou que estava a ponderar proibir a organização Parlamento de Hong Kong (Hong Kong Parliament), criada no Canadá, e a União Democrática para a Independência de Hong Kong (Hong Kong Democratic Independence Union; HKDIU), estabelecida em Taiwan. Num comunicado, o executivo de Hong Kong disse que tinha enviado notificações por escrito às duas organizações, permitindo-lhes apresentar alegações antes de uma eventual proibição. Ontem, numa conferência de imprensa, Chris Tang confirmou que os dois grupos têm uma semana para responder às alegações, mas deu a entender que a decisão já foi tomada. “Analisei as provas relevantes e acredito que a proibição é uma medida necessária para salvaguardar a segurança nacional”, sublinhou o dirigente. “O objectivo destas duas organizações é dividir o país e subverter o poder do Estado. Promovem a chamada autonomia, ou seja, a independência de Hong Kong, e o que descrevem como constituição de Hong Kong”, disse o secretário. “Na verdade, isto mina o sistema básico da nossa Constituição nacional e também prejudica o poder de Hong Kong e do nosso país”, garantiu Tang, citado pela imprensa local. O dirigente aconselhou os habitantes de Hong Kong a não participarem nas actividades das duas organizações e lembrou que, de acordo com a lei de segurança nacional aprovada em Março de 2024, arriscam uma pena de prisão de até 14 anos. Crimes e detenções Tang recordou que a justiça da cidade já emitiu mandados de detenção para 19 membros da organização Parlamento de Hong Kong e que um colaborador do grupo foi condenado a 12 meses de prisão. Em 13 de Novembro, um tribunal considerou Lan Fei, de 19 anos, culpada do crime de sedição por ter aparecido em dois vídeos, publicados em Abril e Maio, que promoviam a eleição para a organização Parlamento de Hong Kong. Quatro membros da União Democrática para a Independência de Hong Kong já foram detidos – incluindo um jovem de 16 anos – e estão a aguardar julgamento, enquanto um outro membro é procurado por apelar ao boicote das eleições para o parlamento local de 07 de Dezembro. Em 2018, o governo de Hong Kong baniu o Partido Nacional de Hong Kong, um movimento pró-independência, numa decisão sem precedentes desde a transferência de soberania da antiga colónia britânica, em 1997. John Lee Ka-chiu, o então secretário para a Segurança e actual líder do Governo, justificou na altura a proibição com a protecção da segurança nacional, da segurança pública, da ordem pública e da liberdade e dos direitos dos cidadãos.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Xi defendeu junto de Trump a importância do regresso de Taiwan à China Numa conversa telefónica entre os dois presidentes, Xi Jinping enfatizou a importância de manter as boas relações alcançadas após a reunião em Busan e aproveitou para voltar a sublinhar que o regresso de Taiwan à China é uma parte importante da ordem internacional O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu junto do seu homólogo norte-americano a importância de o território de Taiwan voltar à China, que admite retomá-lo pela força, informou segunda-feira a agência de notícias chinesa Xinhua. Numa conversa telefónica entre ambos, o Presidente chinês disse a Donald Trump que os dois países devem “manter a dinâmica das suas relações” após a reunião de Outubro na Coreia do Sul e “sublinhou que o regresso de Taiwan à China é uma parte importante da ordem internacional do pós-guerra”, segundo a Xinhua. Xi também salientou que Pequim e Washington já “lutaram lado a lado contra o fascismo e o militarismo” e que agora “deviam salvaguardar conjuntamente os resultados vitoriosos da II Guerra Mundial”, de acordo com a agência chinesa. Trump e Xi reuniram-se pela primeira vez desde 2019 em Outubro, em Busan, na Coreia do Sul, e mantiveram conversações que foram acompanhadas de perto, no meio de uma guerra comercial entre os dois países. A batalha entre as duas maiores economias do mundo, que abrange tudo, desde terras raras a soja e taxas alfandegárias, abalou os mercados e interrompeu as cadeias de abastecimento durante meses. Xi também disse a Trump que a “bem-sucedida” reunião de Busan ajudou a “produzir impulso no movimento constante do gigantesco navio das relações sino-americanas”, de acordo com a agência de notícias France Presse (AFP). “Desde a reunião de Busan, as relações sino-americanas mantiveram-se estáveis e continuaram a melhorar, o que foi muito bem acolhido pelos dois países e pela comunidade internacional”, acrescentou Xi. Ameaças nipónicas Ainda na segunda-feira a China advertiu o Japão que o projecto de instalar mísseis perto de Taiwan é um desenvolvimento “extremamente perigoso”, depois de declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre a ilha nacionalista. “A implantação de armas ofensivas pelo Japão nas ilhas do sudoeste vizinhas de Taiwan visa deliberadamente criar tensões regionais e provocar um confronto militar”, disse a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning em Pequim. Mao reagia a declarações do ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, que afirmou no domingo que o objectivo de colocar mísseis terra-ar em Yonaguni, a ilha japonesa mais próxima de Taiwan, estava “no bom caminho”. Os governos de Pequim e Tóquio estão envolvidos num clima de tensão desde que Takaichi afirmou em 07 de Novembro que operações armadas contra Taiwan podiam justificar uma intervenção militar japonesa para defender a ilha. Pequim, que reivindica Taiwan como parte do território da China, vê nas palavras de Takaichi uma provocação. Visita em Abril O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou segunda-feira uma visita a Pequim em Abril, que será retribuída com uma deslocação do seu homólogo aos Estados Unidos no final do próximo ano. Donald Trump fez o anúncio poucas horas depois de ter conversado com Xi por telefone, altura em que, segundo indicou, ambos discutiram assuntos como o conflito na Ucrânia, o combate ao opióide fentanil e o comércio de soja. A chamada telefónica ocorreu quase um mês depois de ambos se terem encontrado na cidade sul-coreana de Busan. As autoridades chinesas confirmaram o telefonema, sem mencionar as visitas de estado dos dois líderes, relatando que os assuntos discutidos incluíram a Ucrânia, comércio e Taiwan. Após a conversa, o líder da Casa Branca considerou, numa mensagem na sua rede Truth Social, a relação com Pequim como “extremamente forte”, mas não fez referência à sensível questão de Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaGás natural do Greater Sunrise deve ser processado em Timor-Leste, diz PM O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, insistiu ontem que o gás natural do Greater Sunrise deve ser processado em Timor-Leste e que aquele projecto é essencial para o desenvolvimento do país. “A posição do Governo sobre o Greater Sunrise sempre foi clara. O gás natural do Greater Sunrise deve ser processado em terra, em Timor-Leste”, afirmou Xanana Gusmão, num discurso proferido na sessão de abertura do V Fórum de Energia, Mineração e Negócios de Timor-Leste. O fórum, que vai decorrer até quarta-feira, junta parceiros internacionais, investidores e empresas de cerca de 70 países e visa apresentar as oportunidades de desenvolvimento nos sectores de energia e mineração. Segundo o primeiro-ministro timorense, aquele projecto é “essencial para o desenvolvimento nacional”, porque vai proporcionar novas oportunidades para os jovens timorenses adquirirem competências e participarem em indústrias emergentes. “Garantirá que evitemos a chamada ‘maldição dos recursos’, o processamento em terra vai assegurar que o valor gerado pelo Greater Sunrise permanece em Timor-Leste e apoia a construção da Nação”, afirmou o líder do Governo timorense. O projecto vai também reforçar a segurança energética de Timor-Leste e criar milhares de empregos, salientou Xanana Gusmão. O primeiro-ministro disse também que a posição de Timor-Leste é baseada em “avaliações especializadas” que “confirmaram que um gasoduto de águas profundas desde o campo até à costa sul é viável e consistente com os padrões internacionais de engenharia”. “Mantemos o nosso compromisso de avançar com o Greater Sunrise de maneira comercialmente sólida, tecnicamente robusta e alinhada com os interesses do nosso povo”, afirmou. Outras recursos Na intervenção, Xanana Gusmão destacou também as “novas oportunidades” no sector mineiro e dos minerais críticos, incluindo ouro, cobre, magnésio e outros recursos. “O desenvolvimento dos nossos recursos minerais em terra apoiará a diversificação económica, fortalecerá competências técnicas e criará empregos, especialmente nas comunidades rurais”, disse. O Governo de Timor-Leste autorizou sábado a assinatura de um acordo de cooperação com a australiana Woodside Energy para estudos para processar e exportar gás do Greater Sunrise para o país. Segundo o Governo timorense, o acordo “representa um importante passo para a avaliação técnica, comercial e regulatória conjunta de uma futura unidade de LNG em território timorense”. “As negociações conduzidas pelo Ministério do Petróleo e Recursos Minerais com a Woodside Energy, titular de direitos sobre o campo do Greater Sunrise, criaram as condições necessárias para formalizar esta cooperação, que permitirá aprofundar os estudos essenciais ao desenvolvimento do projeto”, salienta o comunicado. A Austrália e Timor-Leste realizaram, em Outubro, negociações bilaterais para desenvolver o projecto Greater Sunrise, incluindo mecanismo de governação e os regimes fiscais do projecto. O acordo de fronteira marítima permanente entre Timor-Leste e a Austrália determina que o Greater Sunrise, um recurso partilhado, terá de ser dividido, com 70 por cento das receitas para Timor-Leste no caso de um gasoduto para o país, ou 80 por cento se o processamento for em Darwin.
Hoje Macau China / ÁsiaBolsa | PCC expulsa ex-responsável de regulador de mercado As autoridades disciplinares da China anunciaram ontem a expulsão do Partido Comunista Chinês (PCC) de Wang Huimin, ex-membro da direcção do regulador do mercado bolsista por “graves violações da disciplina e da lei”. Wang cometeu várias infracções, incluindo abuso de poder, aceitação de subornos e uso de influência para favorecer terceiros em processos como ofertas públicas de venda e promoções profissionais, de acordo com comunicados publicados pela Comissão Central de Inspecção Disciplinar (CCDI, na sigla em inglês), o principal órgão anti-corrupção interno do PCC, e pela Comissão Nacional de Supervisão, o equivalente estatal. A investigação concluiu que Wang, também antigo chefe da equipa de inspecção do órgão anti-corrupção da Comissão Reguladora do Mercado de Valores da China, “perdeu os seus ideais”, “traiu a sua missão original” e desviou-se das directrizes centrais do partido. O comunicado sublinha que o ex-funcionário “violou a disciplina enquanto a fazia cumprir” e “violou a lei enquanto a aplicava”, expressões com as quais a CCDI descreve como especialmente graves estes comportamentos, num cargo responsável pela supervisão da integridade interna do regulador do mercado bolsista. Wang, que também é acusado de manter uma “conduta familiar inadequada” ao não controlar os familiares, teria continuado a aceitar benefícios ilícitos mesmo após o XVIII Congresso do PCC, realizado em 2012, apesar das repetidas advertências da liderança central. O caso foi encaminhado para o Ministério Público para um eventual processo criminal.
Hoje Macau China / ÁsiaDoze ligações aéreas entre China e Japão sem voos Doze ligações aéreas entre a China e o Japão apareciam esta manhã com 100 por cento dos voos cancelados na plataforma independente de tráfego aéreo DAST, na sequência da crise diplomática entre os dois países devido a Taiwan. As rotas sem operações incluem ligações entre cidades chinesas como Nanjing, Pequim, Shenzhen, Chengdu e Xangai, entre outras, com aeroportos japoneses como Kansai (Osaka), Fukuoka, Sapporo e Nagoya, de acordo com os dados da DAST. A plataforma, utilizada como referência por vários órgãos de imprensa chineses, mostra ainda que várias destas rotas preveem continuar com cancelamentos nos próximos dias. Os dados da DAST indicam ainda que a taxa de cancelamento de voos programados para o Japão irá alcançar um pico de 21,6 por cento no dia 27 de Novembro, o índice mais elevado num mês. Entre as 20 rotas mais movimentadas, algumas apresentam taxas de cancelamento particularmente elevadas, como Tianjin-Kansai (65 por cento), Nanjing-Kansai (59,4 por cento), Guangzhou-Kansai (31,3%) e Xangai Pudong-Kansai (30,1 por cento). As companhias aéreas chinesas têm vindo a ajustar as operações para o Japão há vários dias, depois de uma série de alertas emitidos, na semana passada, pelos Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ministério da Cultura e Turismo, Ministério da Educação e pelas missões diplomáticas chinesas, que recomendaram evitar viagens não essenciais para o país vizinho. A reação chinesa surgiu depois de, em 07 de Novembro, a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, ter declarado que um potencial ataque chinês a Taiwan poderia justificar a intervenção das Forças de Autodefesa do Japão, palavras consideradas por Pequim como “uma ameaça de uso da força”. Impacto negativo A tensão estendeu-se aos sectores do turismo e da aviação, com diversas agências de viagens chinesas a reportarem um aumento dos pedidos de cancelamento de viagens para o Japão, enquanto companhias aéreas chinesas, incluindo de Hong Kong e Macau, activaram políticas excecionais, oferecendo reembolsos ou alterações sem penalizações. O Japão recebeu 7,49 milhões de visitantes chineses nos primeiros nove meses do ano, segundo dados da Organização Nacional de Turismo do Japão, fazendo da China o maior mercado emissor. Analistas citados pela televisão estatal chinesa CCTV alertam que uma queda substancial no número de turistas chineses poderá ter um impacto significativo na economia do Japão, numa altura em que parte da procura está a migrar para outros destinos asiáticos. De acordo com plataformas de reservas chinesas como a Qunar, a Coreia do Sul tornou-se o principal destino para viagens internacionais a partir da China, enquanto Tailândia, Vietname, Malásia, Hong Kong e Macau também estão a registar um aumento do interesse dos viajantes.
Hoje Macau China / ÁsiaHK: Relações com Japão devem respeitar “a dignidade” da China O líder do Governo de Hong Kong disse ontem que os laços com o Japão devem respeitar “a dignidade” da China, mas recusou confirmar o corte de relações com o consulado-geral japonês na região. A relação com o Japão “deve estar alinhada com a dignidade da nação e com os benefícios dos habitantes de Hong Kong”, disse John Lee Ka-chiu aos jornalistas. Horas antes, a imprensa japonesa avançou que Hong Kong tinha ordenado, no domingo, o corte imediato das relações oficiais com o consulado-geral do Japão e cancelou um programa de intercâmbio de estudantes, face ao agravamento da disputa diplomática sino-nipónica devido a Taiwan. John Lee não confirmou o corte de relações, mas admitiu que “as declarações extremamente erradas” da primeira-ministra japonesa “deterioraram gravemente o clima para os intercâmbios entre a China e o Japão”. Em 07 de novembro, Sanae Takaichi disse que Tóquio poderia recorrer à força se Pequim tentasse ocupar ou bloquear Taiwan, algo que o Governo chinês classificou de “interferência intolerável”. “Estas palavras feriram profundamente os sentimentos do povo chinês e põem em causa a ordem internacional do pós-guerra. Nenhum chinês as pode aceitar”, afirmou John Lee. “Isto faz-nos duvidar da eficácia de muitos intercâmbios. Vamos acompanhar de perto o desenvolvimento”, disse o chefe do Executivo da região semiautónoma chinesa. Em suspenso O gabinete de Educação de Hong Kong anunciou a retirada de 18 estudantes e professores do programa JENESYS, uma iniciativa lançada por Tóquio em 2007 e na qual a antiga colónia britânica participava desde 2008. A viagem, que deveria acontecer entre 07 a 13 de Dezembro, incluía aulas em escolas japonesas, alojamento com famílias japonesas e visitas a locais históricos. “Depois de avaliar o aumento de incidentes contra cidadãos chineses e de dar prioridade à segurança dos estudantes e professores, foi decidido não participar”, declarou o organismo. Hong Kong suspendeu também, por tempo indeterminado, um fórum empresarial previsto para 18 de Novembro sob a égide da agência governamental Invest Hong Kong, depois de as autoridades locais proibirem a presença de pessoal consular japonês. Foi igualmente cancelada uma reunião de alto nível sobre cooperação económica prevista para o início de Dezembro com o cônsul-geral japonês.
Hoje Macau China / Ásia MancheteTaiwan | China avisa Japão para perigo de instalar mísseis em ilha próxima As tensões entre Pequim e Tóquio continuam a evoluir após as declarações da nova primeira-ministra japonesa sobre a antiga Formosa. As autoridades chinesas avisam agora o governo nipónico sobre os perigos de instalar mísseis na região A China advertiu ontem o Japão que o projecto de instalar mísseis perto de Taiwan é um desenvolvimento “extremamente perigoso”, depois de declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre a ilha. “A implantação de armas ofensivas pelo Japão nas ilhas do sudoeste vizinhas de Taiwan visa deliberadamente criar tensões regionais e provocar um confronto militar”, disse a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning em Pequim. Mao reagia a declarações do ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, que afirmou no domingo que o objecivo de colocar mísseis terra-ar em Yonaguni, a ilha japonesa mais próxima de Taiwan, estava “no bom caminho”. A porta-voz chinesa acusou o Japão, cuja Constituição proíbe políticas belicistas, de ter ajustado “de forma considerável” a política de segurança nos últimos anos e de procurar dotar-se de capacidades ofensivas. Na opinião da China, estas tendências reflectem que “as forças direitistas japonesas estão a tentar activamente quebrar as restrições da Constituição pacifista”, o que, advertiu Mao, está a “empurrar o Japão e a região para o desastre”. “Esta tendência, conjugada com as declarações erróneas da primeira-ministra, Sanae Takaichi, é extremamente perigosa”, disse Mao, citada pelas agências de notícias espanhola EFE e France-Presse (AFP). Os governos de Pequim e Tóquio estão envolvidos num clima de tensão desde que Takaichi afirmou em 07 de Novembro que operações armadas contra Taiwan podiam justificar uma intervenção militar japonesa para defender a ilha. Pequim, que reivindica Taiwan como parte do território da China, vê nas palavras de Takaichi uma provocação. “A China está determinada e é capaz de defender a soberania territorial nacional”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China durante uma conferência de imprensa regular. Mao recordou que o Acordo de Potsdam, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), “proibiu expressamente que o Japão voltasse a armar-se” e insistiu que a Constituição japonesa consagra o princípio de “defesa exclusivamente defensiva”. “A China nunca permitirá que as forças japonesas de extrema-direita subvertam o curso da história, nem permitirá a interferência de forças externas nos assuntos de Taiwan, nem o ressurgimento do militarismo japonês”, afirmou. Encontros adiados A porta-voz diplomática chinesa anunciou também o adiamento indefinido da décima cimeira entre a China, o Japão e a Coreia do Sul, prevista para janeiro, numa cidade japonesa. “Nas circunstâncias actuais, não existem as condições para celebrar a cimeira”, disse Mao, referindo que as declarações japonesas sobre Taiwan prejudicaram a cooperação entre os três países asiáticos. Yonaguni alberga uma base das Forças de Autodefesa japonesas desde 2016, apesar das objecções iniciais dos habitantes. Tóquio anunciou a intenção de instalar na ilha mísseis terra-ar de médio alcance para a defender contra ataques de mísseis e aeronaves. Mao Ning pediu de novo a Tóquio que “leve a sério” as preocupações da China, “retire as declarações erróneas sobre Taiwan” e mostre sinceridade através de “acções concretas”. Na sexta-feira, a líder japonesa recusou-se a retirar as declarações sobre Taiwan, por considerar que se trata da “posição coerente” do Governo japonês. Takaichi reiterou ainda o desejo de ter relações benéficas com a China num novo apelo ao diálogo.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Japão e Reino Unido reafirmam cooperação A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, e o seu homólogo britânico, Keir Starmer, reafirmaram este sábado a cooperação em matéria de segurança à margem da Cimeira dos Líderes do G20, que terminou ontem na África do Sul. Takaichi e Starmer “concordaram em continuar a cooperar em questões de segurança” e também “acordaram em colaborar estreitamente nas áreas da economia e da segurança económica”, afirmou ontem o gabinete da primeira-ministra japonesa, que deu conta dos resultados de uma reunião entre os dois líderes em Joanesburgo na véspera. No primeiro encontro entre Takaichi e o homólogo britânico desde que a governante assumiu o cargo no mês passado, ambos os líderes reafirmaram também a intenção de trabalharem “estreitamente” com os Estados Unidos por um Indo-Pacífico “livre e aberto”. As declarações surgem no contexto de forte tensão diplomática entre Tóquio e Pequim, desde que Takaichi afirmou no Parlamento japonês que um ataque militar da China contra Taiwan poderia justificar a intervenção das Forças de Autodefesa (Exército) japonesas (ver página 12). Pequim respondeu com duras repreensões e represálias económicas, ao mesmo tempo que exigiu que Takaichi se retratasse e aconselhou os seus cidadãos a não viajarem para o Japão, o que provocou centenas de suspensões de voos. Takaichi recusou na sexta-feira retratar-se sobre as afirmações em relação a Taiwan e manteve que essa é a “posição coerente” do governo japonês. Ao mesmo tempo, a governante reiterou o desejo de manter relações benéficas com a China e lançou um novo apelo ao diálogo. Tóquio manifestou-se disponível a um encontro entre Takaichi e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, nas reuniões bilaterais do G20, sendo que a China tinha dito na passada segunda-feira que não há nenhum encontro previsto entre os dois líderes durante a cimeira.
Hoje Macau China / ÁsiaVietname | Pelo menos 90 mortos numa semana devido a chuvas torrenciais O número de mortos no Vietname em uma semana de chuvas torrenciais que afectam o país subiu ontem para 90, contra 55 vítimas mortais registadas na véspera, enquanto 12 pessoas continuam desaparecidas, informaram as autoridades. Inundações e deslizamentos de terra causados pelas chuvas intensas e prolongadas estão a afectar províncias do centro e do sul do país, com Dak Lak e Khanh Hoa como as mais castigadas, com cerca de cinquenta mortos, segundo dados divulgados pelo ministério vietnamita da Agricultura e Meio Ambiente. Após dias de isolamento, as autoridades conseguiram distribuir ajuda – alimentos, suprimentos e roupas, entre outros – nas áreas mais afectadas e remotas de Dak Lak, que ficaram dias sem electricidade, sinal de telefone ou água potável e cujos habitantes continuam a usar canoas, barcos e pranchas de surf para se deslocarem, informam os meios oficiais. Imagens publicadas pela imprensa vietnamita mostram casas completamente submersas, bem como ruas com água acumulada à altura da cintura dos cidadãos. O primeiro-ministro do Vietname, Pham Minh Chinh, reuniu-se em videoconferência com os governos de várias das províncias afetadas a partir da África do Sul, onde participa como convidado na Cimeira de líderes do G20, que terminou ontem em Joanesburgo. Os danos causados pela tempestade estão estimados em cerca de nove biliões de dongs (cerca de 297 milhões de euros), de acordo com avaliações oficiais. O governo vietnamita distribuirá 1,1 biliões de dongs (cerca de 36,3 milhões de euros) em apoios à recuperação das províncias de Khanh Hoa, Dak Lak, Lam Dong e Gia Lai. Embora as chuvas tenham diminuído desde sexta-feira, a precipitação persiste em vários pontos da metade sul do Vietname, indica a plataforma Zoom.earth, enquanto os trabalhos de busca e salvamento continuam.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Hamas acusa Israel de ter violado quase 500 vezes cessar-fogo O Governo do Hamas, que controla a Faixa de Faza, denunciou ontem que Israel violou 497 vezes o mais recente cessar-fogo em Gaza, promovido pelos Estados Unidos e em vigor desde 10 de Outubro. Segundo o balanço, 27 dessas violações ocorreram no sábado, quando uma nova vaga de ataques israelitas em todo o enclave palestiniano causou 24 mortos e 87 feridos. “Condenamos nos termos mais firmes as contínuas e graves violações sistemáticas do acordo de cessar-fogo por parte das autoridades de ocupação israelitas”, afirmou o gabinete político do Hamas em comunicado. Ao longo dos 44 dias desde a assinatura do cessar-fogo, o Governo de Gaza contabiliza a morte de 342 civis – a maioria crianças, mulheres e idosos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza –, 875 feridos e 35 detenções arbitrárias em incursões e rusgas para além da chamada ‘linha amarela’. A ‘linha amarela’ é a demarcação imaginária para a qual as tropas israelitas recuaram, embora ainda dentro de Gaza, quando o cessar-fogo entrou em vigor. Entre essa linha e as fronteiras de Gaza com Israel e com o Egipto, todo o perímetro, mais de 50 por cento do enclave, está sob controlo militar israelita. O novo balanço das autoridades do enclave sobre as violações ao cessar-fogo inclui 142 tiroteios contra civis, habitações, bairros residenciais e tendas de deslocados, 21 incursões de veículos em zonas residenciais e agrícolas, cruzando a ‘linha amarela’, 228 bombardeamentos terrestres, aéreos e de artilharia e 100 demolições de habitações e infraestruturas civis. Ontem, o Hamas acusou Israel de violar a trégua “com falsos pretextos” e apelou aos mediadores (Estados Unidos, Egipto e Qatar) para “intervirem urgentemente e pressionar para que estas violações cessem de imediato”. “Responsabilizamos totalmente a ocupação [israelita] por todas as repercussões humanitárias e de segurança decorrentes destas violações e afirmamos que a sua agressão contínua irá minar qualquer esforço internacional para manter a calma”, acrescenta o comunicado do Governo do Hamas. Do outro lado Por seu lado, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou no sábado ter lançado os mais recentes ataques, depois de um alegado combatente do Hamas ter cruzado a ‘linha amarela’ e atacado soldados israelitas. “Em resposta, Israel eliminou cinco combatentes de alto escalão do Hamas”, garantiu o gabinete de Netanyahu. Desde o início da ofensiva militar israelita, desencadeada após os ataques do Hamas a 07 de Outubro de 2023, morreram 69.733 habitantes de Gaza, entre eles mais de 20.000 crianças, devido ao fogo israelita, e 170.863 ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Hoje Macau China / ÁsiaVenezuela | Pequim garante apoio a Maduro O Presidente chinês garantiu sábado que a China vai continuar a apoiar a Venezuela para “salvaguardar a sua soberania e segurança nacional, dignidade da nação e estabilidade social”, na véspera do aniversário do chefe de Estado venezuelano. Numa carta enviada a Nicolás Maduro, e citada pela agência espanhola de notícias, a Efe, Xi Jinping rejeitou as “ingerências de forças externas” nos assuntos internos do país sul-americano “sob qualquer pretexto” e acrescentou que “a China e a Venezuela são amigos íntimos, irmãos queridos e bons parceiros”. Também numa carta enviada pela embaixada da Rússia em Caracas a Maduro, o Presidente russo, Vladimir Putin, reiterou o seu compromisso com a Venezuela na sua relação estratégica. “Sem dúvida, continuaremos o estreito trabalho conjunto em prol do fortalecimento contínuo das relações de parceria estratégica entre Moscovo e Caracas”, afirmou Putin na carta, que foi sábado divulgada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela. O Presidente russo disse ainda estar certo de que, sob o mandato de Maduro, a Venezuela “superará com dignidade todas as provações e defenderá os seus interesses legítimos nestes tempos turbulentos”. Estas declarações surgem num contexto de tensão entre a Venezuela e os Estados Unidos devido ao envio de tropas militares norte-americanas para o mar das Caraíbas, com o argumento de combater o narcotráfico, mas que Maduro considera ser apenas uma tentativa de o afastar do poder.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Pequim “nunca permitirá” o regresso do militarismo japonês O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, deixou bem claro em declarações durante a sua visita ao Tajiquistão que a China não permitirá qualquer ingerência do novo governo japonês de direita nas decisões sobre Taiwan A China “nunca permitirá” o regresso do “militarismo” japonês, advertiu o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, numa reunião com o homólogo tajique, Sirojiddin Muhriddin, em plena escalada de tensões entre Pequim e Tóquio devido a Taiwan. Durante o encontro, realizado no sábado em Duchambé, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros expressou agradecimento ao Tajiquistão pelo “firme apoio” em questões que afectam os “interesses fundamentais da China”, entre as quais a situação de Taiwan. “A China nunca permitirá que as forças de direita do Japão façam retroceder a roda da história, nem permitirá a ingerência de forças externas na região chinesa de Taiwan ou um ressurgimento do militarismo japonês”, afirmou Wang, de acordo com declarações recolhidas pela agência oficial Xinhua. O ministro sublinhou que Pequim “trabalhará com todas as partes para defender o consenso internacional” em torno do “princípio de uma só China” e faz questão de “salvaguardar conjuntamente as conquistas da vitória na Segunda Guerra Mundial”. A China e o Japão estão envolvidos numa disputa diplomática tensa depois da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, que está no cargo há um mês, ter afirmado que um ataque da China a Taiwan poderia justificar a intervenção das Forças de Autodefesa japonesas. Após as declarações de Takaichi, a China aconselhou os seus cidadãos a não viajarem para o Japão, o que provocou centenas de cancelamentos de voos, assim como vetou novamente a importação de marisco japonês, entre outras medidas. Finca pé A primeira-ministra japonesa, por sua vez, recusou-se na sexta-feira passada a retratar-se das sobre Taiwan no Parlamento nipónico, considerando que se trata de uma “posição coerente” do governo japonês, e reiterou o apelo ao diálogo com a China. Pequim considera a ilha de Taiwan, governada de forma autónoma desde 1949, como uma “parte inalienável” do seu território e não descarta o uso da força para assumir o seu controlo. O Japão, que rompeu relações diplomáticas com Taipé para estabelecer relações com Pequim em 1972, mantém intercâmbios estreitos não-oficiais com a ilha, bem como um compromisso de segurança com os Estados Unidos. Disputa na ONU O Governo chinês levou a disputa diplomática com o Japão à ONU, acusando Tóquio de “lançar uma ameaça de uso da força” contra Pequim e advertindo que se defenderá de qualquer “acto de agressão” no estreito de Taiwan. Numa carta enviada sexta-feira ao secretário-geral da ONU, António Guterres, o embaixador da China junto da organização, Fu Cong, afirmou que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, “fez comentários provocadores sobre Taiwan de forma flagrante”. O embaixador advertiu que, se o Japão se atrever a intervir militarmente no estreito de Taiwan, isso será considerado por Pequim um “acto de agressão”. “A China exercerá com determinação o seu direito à autodefesa ao abrigo da Carta da ONU e do direito internacional e defenderá firmemente a sua soberania e integridade territorial”, afirmou Fu. “Como país derrotado na Segunda Guerra Mundial, o Japão deve reflectir profundamente sobre os seus crimes históricos, cumprir estritamente o seu compromisso político relativo à questão de Taiwan, cessar imediatamente provocações e ultrapassagens de linhas vermelhas, e retratar-se das suas declarações erróneas”, concluiu o diplomata chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão reitera preocupação com flutuações “rápidas” e “unilaterais” O Governo japonês reiterou ontem a preocupação com as flutuações cambiais “rápidas” e “unilaterais” do iene, quando a moeda japonesa atinge mínimos de dez meses em relação ao dólar e perante expectativas do aumento da despesa orçamental. O Japão está a monitorizar a moeda “com um elevado sentido de urgência”, afirmou o porta-voz do Executivo japonês, Minoru Kihara, ontem durante a conferência de imprensa diária, em declarações recolhidas pela agência de notícias japonesa Kyodo. A Bolsa de Tóquio negociou ontem moeda japonesa a cerca de 157 ienes por dólar, ao nível mais baixo desde Janeiro. Já na quarta-feira, a ministra das Finanças japonesa, Satsuki Katayama, admitiu a preocupação do governo com a fraqueza do iene, que atingiu na véspera um mínimo em relação ao euro, gerando expectativas de uma possível intervenção das autoridades para travar movimentos bruscos. O iene chegou a cair para 180 unidades por euro durante as negociações na bolsa de Nova Iorque na segunda-feira, o nível mais baixo em relação à moeda comunitária desde a sua introdução em 1999, e oscilou na faixa alta das 179 unidades durante a sessão em Tóquio. Katayama afirmou que é importante que as moedas se movam de forma estável, reflectindo os fundamentos económicos, sendo que comentários semelhantes foram feitos no passado, antes de as autoridades financeiras japonesas intervirem no mercado cambial para travar movimentos bruscos do iene. Os comentários de Katayama na quarta-feira surgiram um dia após a publicação dos dados do produto interno bruto (PIB) japonês, que mostrou uma contração de 0,4 por cento entre Julho e Setembro, a primeira redução em seis trimestres, o que levou a ministra justificar existirem “razões suficientes para implementar medidas de estímulo e orçamentais”, em defesa da posição do Governo da conservadora Sanae Takaichi, que assumiu o poder em Outubro. As operações de venda da moeda nipónica têm-se intensificado num contexto de preocupação com a saúde orçamental do Japão e do impacto do mega pacote de estímulo em finalização pelo Executivo de Takaichi. Ao mesmo tempo, os esperados aumentos das taxas do Banco do Japão (BoJ) continuam em pausa, enquanto o banco central analisa o impacto das tarifas norte-americanas e a política económica do novo Executivo japonês, o que contribui também para a fraqueza do iene. Em busca de equilíbrio Uma das economistas pertencentes ao conselho de política do BoJ, Junko Koeda, insistiu ontem, porém, na necessidade do banco central prosseguir com os aumentos planeados da taxa de juros de referência, que continua em 0,5 por cento, que permitam à quarta maior economia do mundo retornar a um “estado de equilíbrio”, avançou a Kyodo. A ministra das Finanças manteve uma reunião na quarta-feira com o governador do BoJ, Kazuo Ueda, embora, de acordo com a publicação Nikkei, que cita fontes próximas, os responsáveis não tenham discutido em detalhe a situação do iene, o que contribuiu para a venda da moeda. O banco central tem-se mostrado favorável ao aumento dos custos do endividamento como parte dos esforços para normalizar a política monetária, se a economia e os preços evoluírem de acordo com as metas estabelecidas, mas Ueda alertou que o impacto real das tarifas na economia japonesa ainda não se materializou completamente, pelo que o BoJ adotou uma postura cautelosa. A este factor juntou-se a chegada ao poder de Takaichi, conhecida pela postura orçamental moderada e defensora de uma política monetária expansionista, que se mostrou crítica em relação ao caminho de subidas das taxas que o BoJ iniciou em março de 2024. O banco central japonês aumentou as taxas de juro pela última vez em Janeiro último, mas o ciclo de “normalização” foi interrompido após o regresso de Donald Trump à Casa Branca e a política tarifária agressiva que Washington tem vindo a exercer desde então.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Presidente contra sede da ONU em Nova Iorque Numa visita a Itália, onde recebeu um doutoramento ‘honoris causa’ em Ciências Política, o Nobel da paz defendeu a reforma urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e expressou a sua angústia e indignação pela situação que se vive em Gaza O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, afirmou quarta-feira, em Messina, Itália, que a sede das Nações Unidas não deve permanecer numa cidade de uma superpotência, como acontece com Nova Iorque, nos Estados Unidos. “Ao longo das últimas décadas, aprendemos lições importantes”, afirmou Ramos-Horta, num discurso proferido na Universidade de Messina, em Itália, onde se encontra em visita de trabalho, salientando que uma delas é a de que a sede das Nações Unidas não deve permanecer na cidade de uma “superpotência ou de um membro permanente do Conselho de Segurança”, ou seja, Nova Iorque, nos Estados Unidos. No discurso, proferido por ocasião da cerimónia de atribuição do título doutor ‘honoris causa’ em Ciências Políticas, o chefe de Estado destacou que outra lição aprendida é a necessidade urgente de reformar o Conselho de Segurança das Nações Unidas. “Ampliar a sua composição para 31 Estados, eliminar a categoria de membros permanentes e substituir o veto por uma maioria qualificada de dois terços, a ser confirmada no mesmo dia pela Assembleia Geral”, disse o também prémio Nobel da Paz, explicando que as regiões asiática e africana estão sub-representadas e que o grupo ocidental está “excessivamente representado”. Na sua intervenção, José Ramos-Horta propôs também que a escolha do secretário-geral da ONU seja feita com base em “candidaturas abertas a qualquer cidadão qualificado de um Estado-membro”. “Com experiência internacional comprovada, fortes competências linguísticas, sensibilidade intercultural e responsabilidade demonstrada em liderança e governação. As candidaturas poderiam ser apresentadas por universidades, parlamentos ou governos, preferencialmente através de coligações inter-regionais”, disse. Abismos morais No seu discurso, o Presidente timorense abordou também a situação no Médio Oriente. “É impossível estar neste púlpito sem expressar a angústia e a indignação provocadas pelo sofrimento extremo do povo palestiniano. O que está a acontecer em Gaza e na Cisjordânia constitui um abismo moral e político no qual caímos. A cumplicidade silenciosa de parte da comunidade internacional, a retórica ambígua e a continuação da exportação de armas são incompatíveis com os valores que afirmamos defender”, declarou. O chefe de Estado afirmou que admira o povo judeu, mas que aquela admiração não o pode impedir de ver “claramente a injustiça histórica infligida ao povo palestiniano desde 1984”. “Expulsões em massa, expropriações, colonatos ilegais, detenções arbitrárias, tortura e assassinatos sistemáticos. Hoje, as consequências acumuladas de 80 anos de sofrimento tornaram-se insuportáveis, e as perdas humanas atingiram níveis que a nossa consciência não pode ignorar”, afirmou Ramos-Horta. O chefe de Estado timorense recordou também uma conversa com o Papa Francisco durante a qual falou da sua frustração e desilusão com a comunidade internacional devido à indiferença e dualidade de critérios. “Sua Santidade, com a serenidade que o caracteriza, respondeu simplesmente: mas devemos continuar a luta pela paz”, acrescentou. No âmbito da sua visita, o Presidente timorense será recebido hoje, em audiência privada, pelo Papa Leão XIV, tendo depois um encontro com o arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais da Santa Sé.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE do Japão garante que vai resolver divergência com China pelo diálogo O chefe da diplomacia japonês garantiu que vai tentar resolver as divergências com a China através do diálogo, depois de declarações da primeira-ministra do Japão sobre uma possível intervenção em Taiwan terem irritado a China. “A comunicação a vários níveis será essencial. Ainda não foi decidido a que níveis serão realizadas as conversas, mas, ao realizá-las em diferentes fóruns, reduziremos as preocupações e os problemas e aumentaremos o entendimento e a cooperação”, avançou Toshimitsu Motegi. As declarações do ministro foram feitas numa comissão parlamentar sobre a reunião de terça-feira, em Pequim, entre o responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês para os Assuntos da Ásia e Oceânia e o homólogo chinês. A reunião terminou sem avanços significativos e gerou controvérsia nas redes sociais depois de terem sido divulgados nas redes sociais vídeos que pareciam mostrar o enviado japonês a agir de forma subserviente e o enviado chinês a ser desrespeitoso. “Essa não foi, de todo, a situação em que a reunião ocorreu”, assegurou o chefe da diplomacia japonesa. Segundo Motegi, durante a reunião, o representante japonês refutou as alegações das autoridades chinesas sobre o agravamento da situação de segurança no arquipélago, usadas como justificação para desaconselhar os cidadãos chineses a visitarem a ilha, e a posição de Tóquio em relação a Taipé. Alta tensão O Japão e a China estão a viver um período de grande tensão diplomática causada por declarações depois de a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, que assumiu o cargo há um mês, ter dito no parlamento nacional que um ataque chinês a Taiwan poderia justificar uma intervenção das Forças de Autodefesa do Japão. O Governo chinês criticou Takaichi e instou o Japão a “retirar as declarações erradas, a parar de criar problemas e a tomar medidas concretas para salvaguardar a base política das relações bilaterais”. A China avisou ainda que continuará a tomar medidas duras se Tóquio não se retratar dos comentários sobre Taiwan, depois de ter anunciado a suspensão da importação de marisco japonês.
Hoje Macau China / ÁsiaImobiliário | Governo planeia novas medidas contra crise As autoridades chinesas deverão ter em mãos um novo plano de ataque à crise que afecta o mercado imobiliário há mais de dois anos. Apoio às hipotecas e incentivos fiscais são algumas das medidas previstas por analistas O Governo da China está a ponderar aprovar um novo pacote de medidas para revitalizar o mercado imobiliário, afectado por uma crise prolongada, por temer a destabilização do sistema financeiro, revelou ontem a Bloomberg. De acordo com fontes que pediram o anonimato, citadas pela agência de notícias financeiras, Pequim poderá apoiar as hipotecas, reduzir os custos associados e aumentar os incentivos fiscais às transações de imóveis. Um eventual apoio às hipotecas – uma medida sem precedentes na China – poderia atrair mais compradores para o mercado imobiliário, cujos preços estão em queda há 29 meses consecutivos, quase dois anos e meio. Um primeiro pacote de medidas, aprovado em 2024, teve um efeito positivo no sector, mas o impulso acabou por perder força. Desde o início do ano, as vendas medidas pela área do terreno caíram 6,8 por cento em termos homólogos, e o investimento em desenvolvimento imobiliário diminuiu 14,7 por cento. A crise imobiliária, que começou no início da década, afectou a riqueza das famílias, o consumo e o emprego, resultando numa menor capacidade de pagamento de hipotecas e, por conseguinte, segundo a agência de notação financeira Fitch, num maior risco de incumprimento para os bancos. No final de Setembro, a banca chinesa detinha um valor recorde de 492 mil milhões de dólares em empréstimos mal-parados e continuava a enfrentar uma forte pressão sobre as margens de juro. A Bloomberg sublinha ainda que os preços — tanto de imóveis novos como usados — sofreram em Outubro as maiores quedas no espaço de um ano. Isto apesar do Governo chinês ter removido restrições à compra de mais de uma casa — introduzidas para tentar arrefecer o mercado durante os anos de expansão — e implementado medidas de apoio, mesmo em metrópoles como Pequim e Xangai. Para quando? Face à incerteza económica e à desvalorização dos imóveis, os consumidores chineses têm optado por reduzir as dívidas. O saldo em dívida das hipotecas caiu 3,9 por cento desde o pico histórico, atingido no início de 2023. A Bloomberg garante que Pequim está a discutir o novo pacote de medidas desde o terceiro trimestre de 2025, mas admitiu não saber se já existe um consenso sobre as políticas específicas a implementar ou quando serão anunciadas. A situação financeira das empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois da China ter, em Agosto de 2020, restringido o crédito bancário para promotores que tinham acumulado elevados níveis de dívida, principalmente a Evergrande, com passivos de quase 330 mil milhões de dólares. Nos últimos anos, as autoridades chinesas lançaram sucessivas medidas para conter o colapso do setor imobiliário. Os bancos estatais abriram linhas de financiamento multimilionárias, dando prioridade à conclusão de projectos cujos apartamentos já tinham sido vendidos. A crise no sector é apontada como uma das principais causas do abrandamento económico da China, com o peso do imobiliário no Produto Interno Bruto (PIB), incluindo os efeitos indirectos, estimado em cerca de 30 por cento, segundo analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaFrança | Macron defende que Europa não pode ser “vassalo tecnológico” dos EUA e China O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou terça-feira que a Europa não pode ser “vassalo” tecnológico dos Estados Unidos e da China e apelou a que os 27 aprovem uma “preferência europeia” para reforçar a soberania tecnológica. “A Europa não quer ser cliente dos grandes empresários ou das grandes soluções oferecidas, seja pelos Estados Unidos, seja pela China. Queremos claramente conceber as nossas próprias soluções”, disse Macron, em Berlim, durante uma cimeira franco-alemã dedicada à soberania digital europeia. Segundo Macron, trata-se “simplesmente de recusar ser um vassalo”, numa altura em que o continente perdeu terreno no sector tecnológico, sobretudo na corrida à inteligência artificial. “Há um custo a curto prazo em não sermos vassalos, porque é preciso reinvestir”, afirmou, considerando, porém, que estas despesas são essenciais e exigem que os europeus tomem “decisões muito arrojadas”. Entre essas decisões, a defesa de uma “preferência europeia”, nomeadamente nas compras públicas, deve ser “a prioridade” para permitir que os “campeões” tecnológicos europeus se desenvolvam, defendeu o chefe de Estado francês. “Os chineses aplicam uma exclusividade chinesa sempre que possível e os norte-americanos têm uma forte preferência norte-americana”, enquanto “somos os únicos a nunca termos uma preferência europeia, e até demonstramos, por vezes, uma certa fascinação por soluções não europeias”. Macron instou ainda a União Europeia (UE) a libertar-se das “dependências tecnológicas em todos os níveis da cadeia de valor, das infraestruturas críticas aos dados, ao ‘cloud’ e ao ‘software’”. “Não podem entregar a força da vossa economia aos Sete Magníficos, nem delegar todo o funcionamento da vossa democracia aos Sete Magníficos. É insuportável”, disse, referindo-se aos gigantes tecnológicos norte-americanos Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla.
Hoje Macau China / Ásia‘Chips’ | Países Baixos suspendem intervenção na Nexperia O Governo neerlandês suspendeu ontem a intervenção na Nexperia, que permitia bloquear decisões da empresa chinesa de semicondutores que ameaçassem a produção de ‘chips’ na Europa, para reduzir a tensão com a China após semanas de conflito político. Num breve comunicado, o ministro neerlandês dos Assuntos Económicos, Vincent Karremans, explicou que, dados os progressos entre a China e os Países Baixos, este é “o momento adequado para dar um passo construtivo, suspendendo” a ordem dada ao abrigo da Lei da Disponibilidade de Bens, uma norma de 1952 que foi invocada pela primeira vez em Setembro passado. A decisão de suspender a intervenção foi tomada “em estreita consulta com os parceiros europeus e internacionais” dos Países Baixos, disse o ministro interino. O Governo neerlandês interveio na empresa no final de Setembro, considerando que o director chinês da Nexperia, Zhang Xuezheng, poderia comprometer o abastecimento europeu. Um dia depois, o tribunal do comércio de Amesterdão ordenou a afastamento do executivo da empresa, com sede na cidade neerlandesa de Nimega, que foi adquirida pelo conglomerado chinês Wingtech em 2019. Pequim respondeu à intervenção holandesa com um bloqueio às exportações de ‘chips’ da principal fábrica da Nexperia na China, o que gerou incerteza no sector automóvel europeu, que passou semanas sem saber se haveria novas entregas. O ministro holandês explicou ontem que, nos últimos dias, houve reuniões “construtivas” com as autoridades chinesas e que vê “gestos de boa vontade” nas medidas tomadas por Pequim para garantir o fluxo de ‘chips’ para a Europa e outros mercados. “Continuaremos agora um diálogo construtivo com as autoridades chinesas”, acrescentou Karremans. A suspensão não anula a intervenção, uma vez que o Governo neerlandês mantém a opção de reactivar a medida a qualquer momento se voltar a detectar riscos para a produção europeia. Entretanto, uma delegação dos Países Baixos continua na China a negociar uma saída estável para o conflito.
Hoje Macau China / ÁsiaAICEP defende que Portugal tem todo o interesse na colaboração permanente com a China Portugal tem “todo o interesse em ter uma colaboração permanente e estratégica com a China”, defendeu ontem a directora-adjunta África, Ásia e Oceânia da AICEP, Maria Manuel Branco, reiterando que é “um país prioritário nas relações internacionais”. “Sendo a China um país prioritário nas nossas relações internacionais, é muito importante não deixarmos para trás toda a colaboração possível e, por isso, é que o país onde temos mais delegações da AICEP no mundo é a China”, disse ontem Maria Manuel Branco, num seminário sobre cooperação China-Portugal promovido pela Embaixada da China em Portugal. Para a responsável, a “longa história que sempre uniu” ambos os países poderá “abrir um futuro bem-sucedido”, sendo que “Portugal tem todo o interesse em ter uma colaboração permanente e estratégica com a China”. Para continuar Maria Manuel Branco sinalizou ainda a intenção de “continuar a consolidar a relação económica e de investimento que tem vindo a crescer com parcerias estratégicas e comprometidas, em vários sectores”. Além disso, destacou que Portugal “tem capacidade, juntamente com a China, para ter áreas comuns estratégicas como energia renovável e verde, digitalização, mobilidade eléctrica, saúde e inovação tecnológica”. O deputado do PSD Hugo Carneiro, que é presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-China, também interveio neste seminário, onde defendeu que Portugal e China querem “continuar o relacionamento estratégico para o futuro”. Hugo Carneiro salientou que, no plano económico, a China atravessa um “período de dinamismo tecnológico”, em áreas onde Portugal “pode aprender e colaborar”, defendendo que o “investimento deve ser via de dois sentidos”. Além do investimento chinês em Portugal, o país também deve “incentivar empresas portuguesas a olhar para o mercado chinês como uma oportunidade”. O deputado social-democrata defendeu também que “Portugal possui uma vantagem estratégica com o Porto de Sines, pela localização atlântica”, sendo que este “pode ter um papel” mais forte, por exemplo na circulação de bens da China. “É um activo logístico que pode ser mais bem aproveitado”, defendeu. Carneiro salientou que Portugal e China “conhecem-se há muito tempo” e, hoje, esta relação “pode ser uma vantagem decisiva”. O presidente da AIMA, Pedro Portugal Gaspar, também marcou presença no seminário, onde sinalizou que a comunidade chinesa, que conta com cerca de 30 mil pessoas, é “histórica” e já está “enraizada em Portugal”. “Não é acabada de chegar, tem tradição em Portugal antiga o que permite capacidade de integração”, apontou o responsável.
Hoje Macau China / ÁsiaNuclear | Japão admite reactivar a maior central do mundo O Japão prepara-se retomar as operações da maior central nuclear do mundo, aguardando a decisão das autoridades locais, noticiaram ontem os meios de comunicação social japoneses. A central nuclear de Kashiwazaki-Kariwa, localizada na região centro-oeste do Japão, deve receber a aprovação do governador local para a retoma das operações, de acordo com a agência de notícias Kyodo e o jornal económico Nikkei, citando fontes não identificadas. Hideyo Hanazumi, governador da província de Niigata, onde se situa a central, deve pronunciar-se em conferência de imprensa agendada para sexta-feira. Mesmo assim, as mesmas notícias publicadas indicaram que vão voltar a operar “apenas um dos sete reactores” de Kashiwazaki-Kariwa. Após o tsunami de 2011 e o desastre nuclear de Fukushima Daiichi, o Japão desactivou todos os reactores nucleares. Desde 2011, 14 reactores — sobretudo nas regiões oeste e sul — retomaram as operações após a implementação de normas de segurança. Se a retoma das operações em Kashiwazaki-Kariwa for aprovada, vai ser a primeira vez que uma central nuclear da Tepco, operadora de Fukushima, volta a funcionar desde o desastre de 2011. O governo de Tóquio continua a defender a energia nuclear como fonte fiável e limpa, essencial para que o Japão atinja a neutralidade carbónica até 2050.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Modi espera encontrar-se com Putin em Dezembro O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse terça-feira que espera receber no seu país o Presidente russo, Vladimir Putin, em Dezembro, durante uma reunião em Nova Deli com o conselheiro do líder russo Nikolai Patrushev. “O primeiro-ministro transmitiu as suas cordiais saudações ao Presidente Putin e disse que espera recebê-lo na Índia no próximo mês”, afirmou o gabinete de Narendra Modi num comunicado. O Governo indiano também informou que Modi e Patrushev, durante a reunião, trocaram opiniões sobre o fortalecimento da cooperação marítima, incluindo novas oportunidades em conectividade, desenvolvimento de capacidades, construção naval e economia azul. A embaixada russa em Nova Deli afirmou em comunicado que, para além do reforço da cooperação russo-indiana, nomeadamente no sector marítimo, as duas partes discutiram os preparativos para a cimeira bilateral prevista para o início de Dezembro. O encontro coincide com a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, S. Jaishankar, a Moscovo, onde se reuniu com o seu homólogo russo, Serguei Lavrov, e com Putin. Em Agosto, a administração do Presidente do norte-americano, Donald Trump, impôs tarifas de 50 por cento sobre os produtos indianos como punição pela compra de petróleo russo pela Índia. Desde o início da guerra na Ucrânia, Nova Deli tem mantido uma posição equilibrada, evitando condenar Moscovo e aumentando significativamente as suas importações de petróleo bruto russo. Esta posição valeu-lhe críticas de Washington, com Trump a acusar a Índia e a China na ONU de “financiar a Rússia”. Na sequência das sanções impostas por Washington, a Índia tem justificado a compra de petróleo russo com a necessidade de garantir a “segurança energética” dos seus 1,4 mil milhões de habitantes. Putin não visita a Índia desde Dezembro de 2021, quando participou numa cimeira bilateral com Modi. O seu eventual regresso poderia reforçar a aliança estratégica entre Moscovo e Nova Deli.