Hoje Macau China / ÁsiaHK | Jimmy Lai em solitária há mais de quatro anos O Governo de Hong Kong garantiu que Jimmy Lai Chee-ying, fundador do jornal pró-democracia Apple Daily, pediu para ficar em regime de solitária, desde que foi detido, há quatro anos e meio. “O acordo para o afastamento de Lai Chee-ying da associação com outras PIC [sigla em inglês para pessoas sob custódia] foi feito a seu próprio pedido”, disseram as autoridades da região semiautónoma chinesa. Num comunicado divulgado na segunda-feira à noite, o Governo de Hong Kong não revelou as razões apresentadas para sustentar o pedido da defesa de Jimmy Lai, que não foi autorizado a escolher os seus advogados de defesa. Mas as autoridades recordaram que “o representante legal” do empresário “esclareceu ainda publicamente que ele está a receber o tratamento e cuidados adequados na prisão”. Uma advogada irlandesa que representa Jimmy Lai, Caoilfhionn Gallagher, disse, porém, ao jornal canadiano “The Globe and Mail” na segunda-feira estar muito preocupada com a saúde do empresário, de 77 anos, que sofre de diabetes. O Governo de Hong Kong disse que o Departamento de Serviços Correcionais (CSD, na sigla em inglês) “está empenhado em garantir que o ambiente de custódia é seguro, protegido, humano, apropriado e saudável”. Lai está detido desde o final de 2020 sob a acusação de conluio, ao abrigo da lei de segurança nacional imposta pelo Governo Central chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Tribunal Constitucional suspende PM O Tribunal Constitucional da Tailândia suspendeu ontem a primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra até à conclusão de um processo judicial, iniciado após a divulgação de uma chamada telefónica com um antigo líder cambojano. De acordo com um comunicado, os juízes votaram unanimemente para aceitar uma petição, apresentada por cerca de 30 senadores conservadores, que acusam Shinawatra de “grave violação ética”. Em meados de Junho, foi divulgada uma conversa com o ex-primeiro-ministro do Camboja e actual presidente do Senado, Hun Sen, em que Paetongtarn Shinawatra questionava o papel de um alto comandante do exército tailandês, no contexto de um conflito fronteiriço entre os dois países. Os juízes aprovaram também, por sete votos a favor e dois contra, a suspensão de Shinawatra, que vigorará “até à decisão [final] do Tribunal Constitucional”, o que poderá demorar várias semanas ou mesmo meses, segundo o comunicado. “Aceito a decisão do tribunal”, disse ontem a primeira-ministra aos jornalistas, em frente ao Palácio do Governo, em Banguecoque. “Quero reafirmar que sempre foi minha intenção agir no melhor interesse do meu país”, acrescentou Paetongtarn Shinawatra. O vice-primeiro-ministro Suriya Jungrungruangkit deverá tornar-se o primeiro-ministro interino, embora não haja ainda qualquer confirmação oficial. Estabilidade em causa A China manifestou ontem a esperança de que a Tailândia consiga manter a “estabilidade”, na sequência da decisão do Tribunal Constitucional. “Como vizinho amigo, esperamos que a Tailândia mantenha a sua estabilidade e desenvolvimento”, afirmou Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa. Em 24 de Junho, o rei Maha Vajiralongkorn ratificou uma remodelação ministerial, após o partido Bhumjaithai ter abandonado a coligação governamental, devido à chamada telefónica. A remodelação resultou no afastamento do Governo do antigo vice-primeiro-ministro e ministro do Interior Anutin Charvirakul, líder do Bhumjaithai. No dia seguinte, o partido anunciou que iria apresentar uma moção de censura contra a primeira-ministra no Parlamento, em 03 de Julho. Shinawatra enfrenta também investigações por uma alegada violação de ética por parte da agência anticorrupção da Tailândia, cuja decisão também pode levar à sua destituição. No sábado, milhares de manifestantes juntaram-se na capital da Tailândia para exigir a renúncia da primeira-ministra. Cerca de quatro mil manifestantes, segundo a agência de notícias France Press, encheram as ruas de Banquecoque, agitando bandeiras tailandesas e aplaudindo discursos, intercalados com gritos de indignação. Também ontem, arrancou num tribunal da capital da Tailândia o julgamento de Thaksin Shinawatra, antigo primeiro-ministro e pai de Paetongtarn Shinawatra, acusado de difamar a monarquia.
Hoje Macau China / ÁsiaMoeda | Analistas projectam subida do yuan face ao dólar O optimismo do mercado em relação à moeda chinesa continua a aumentar, com analistas a projectarem uma valorização do yuan face ao dólar norte-americano, impulsionada pelas crescentes preocupações com a sustentabilidade da dívida norte-americana. O Banco Popular da China (banco central) fixou ontem a taxa de referência diária em 7,1534 yuans por dólar, uma valorização face à taxa de segunda-feira, de 7,1656, e o nível mais forte desde o início de Novembro. Em junho, o yuan transaccionado no mercado interno (onshore) valorizou-se 0,41 por cento face ao dólar, acumulando ganhos de 1,2 por cento no segundo trimestre e 1,86 por cento no primeiro semestre do ano. “Comparando com o final de Abril, os clientes no mercado interno estão menos pessimistas em relação às perspectivas de crescimento da China a curto prazo, uma vez que os dados macroeconómicos têm sido mais resistentes do que o inicialmente temido, apesar da divergência significativa entre as exportações e a procura doméstica”, escreveu o analista do banco de investimento Goldman Sachs, Lisheng Wang, num relatório divulgado no domingo. Os investidores estão cada vez mais preocupados com a sustentabilidade da dívida pública dos EUA, antecipando uma desvalorização do dólar devido à diminuição da confiança na governação do país, às políticas fiscais expansionistas e ao aumento dos custos de financiamento a longo prazo, acrescentou Wang. O banco de investimento norte-americano prevê que o yuan continue a fortalecer-se, baixando da barreira dos 7 por cada dólar nos próximos seis meses. Wang destacou que o sentimento no mercado interno está a melhorar, com expectativas de que as negociações China-EUA ajudem a sustentar as exportações chinesas no segundo semestre. Embora as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses continuem a pressionar as exportações, a taxa de câmbio do yuan dependerá sobretudo do apoio político interno – especialmente ao consumo – e dos avanços nas negociações comerciais entre a China e os EUA, concluiu o banco de investimento.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim sanciona ex-legislador filipino que defendeu reivindicações no mar do Sul A China impôs ontem sanções a um ex-deputado filipino por posições consideradas “antichinesas”, incluindo a autoria de projectos de lei que demarcavam as reivindicações territoriais das Filipinas no disputado mar do Sul da China. Francis Tolentino, que acaba de terminar o seu mandato como líder da maioria no Senado filipino, está proibido de entrar na China, bem como nos territórios de Hong Kong e Macau, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China. “Há algum tempo, alguns políticos antichineses nas Filipinas têm adoptado uma série de palavras e acções maliciosas sobre questões relacionadas com a China, visando servir os seus próprios interesses egoístas, o que prejudicou os interesses da China e minou as relações entre a China e as Filipinas”, apontou o ministério, em comunicado. “O Governo chinês está determinado a defender a sua soberania nacional, segurança e interesses de desenvolvimento”, acrescentou. Numa declaração difundida ontem, Tolentino disse que “continuará a lutar – pelo que pertence por direito à nação” filipina, acrescentando que encarava a sanção como uma medalha de honra e que nenhuma potência estrangeira poderia silenciá-lo. Disputas marítimas Tolentino é autor de dois projectos de lei que demarcam as reivindicações das Filipinas no disputado mar do Sul da China. As duas leis, denominadas Lei das Zonas Marítimas das Filipinas e Lei das Rotas Marítimas Arquipelágicas das Filipinas, foram promulgadas em Novembro passado. As leis reafirmaram a extensão dos territórios marítimos do país no mar do Sul da China e o direito aos recursos dessas áreas. As leis foram rapidamente condenadas e rejeitadas pela China, que reivindica praticamente todo o mar do Sul da China. “Quaisquer objecções da China devem ser respondidas com uma defesa inabalável dos nossos direitos soberanos e adesão aos resultados legais da arbitragem”, disse Tolentino na altura. Tolentino também acusou a China de planear interferir nas eleições intercalares de Maio nas Filipinas e lançou uma investigação sobre alegada espionagem chinesa quando ainda era senador. As Filipinas e a China têm estado envolvidas em confrontos verbais e físicos sobre as respectivas reivindicações na região.
Hoje Macau China / ÁsiaTianwen-2 | Captadas novas imagens da Terra e Lua a 590.000 quilómetros A operação da Tianwen-2 deverá durar mais de uma década e destina-se a trazer amostras de um asteroide para a Terra, além da exploração de um cometa, situado entre Marte e Júpiter A Administração Nacional do Espaço da China (CNSA) divulgou ontem novas imagens da Terra e da Lua captadas pela sonda Tianwen-2, incluindo fotografias tiradas a 590.000 quilómetros de distância. “Depois de transmitidas para a Terra, as imagens foram processadas e produzidas por investigadores científicos”, anunciou a agência espacial chinesa no seu portal oficial. A Tianwen-2, encontra-se há 32 dias em órbita, estando agora a mais de 12 milhões de quilómetros da Terra, com todos os sistemas a funcionar normalmente. Esta missão representa um marco importante para o programa espacial chinês, sendo a primeira destinada a recolher amostras de um asteroide e trazê-las para a Terra. A ambiciosa operação, com duração prevista de mais de uma década, incluirá também a exploração do cometa 311P, situado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. A primeira fase da missão concentrar-se-á no asteroide 2016HO3, conhecido como 469219 Kamo’oalewa, considerado um quase – satélite terrestre devido à sua órbita próxima da Terra e em torno do Sol. Plano de viagem Segundo o plano estabelecido, a sonda deverá demorar cerca de um ano a alcançar o seu primeiro destino. Após a chegada, realizará manobras de aproximação e permanecerá em órbita do asteroide para identificar a zona mais adequada para recolha de amostras. Uma vez concluída esta operação, a nave regressará às proximidades da Terra, onde uma cápsula separada deverá trazer as amostras para estudo no final de 2027, antes de a sonda prosseguir viagem em direcção ao cometa 311P, localizado a cerca de 300 milhões de quilómetros do nosso planeta. Este projecto enquadra-se no ambicioso programa espacial chinês, que já alcançou feitos notáveis como o pouso da sonda Chang’e 4 na face oculta da Lua – uma primazia mundial – e a chegada a Marte, tornando a China no terceiro país a conseguir esta proeza, após a antiga União Soviética e os Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Dalai-lama reafirma continuidade O líder espiritual tibetano dalai-lama reafirmou ontem a continuidade da sua instituição, numa das declarações mais claras até à data sobre a intenção de garantir um sucessor, a seis dias do seu 90.º aniversário. Perante centenas de fiéis e monges reunidos no templo principal de McLeod Ganj, no norte da Índia, o líder espiritual tibetano e Prémio Nobel da Paz comprometeu-se a “servir a humanidade” não apenas pessoalmente, mas através da entidade que representa, numa referência velada à continuidade da linhagem espiritual. A declaração do líder tibetano ocorreu durante um Tenshug, uma elaborada cerimónia de oferenda de longa vida organizada este ano pela comunidade da província de Dhomey. Usando o tradicional chapéu amarelo cerimonial de Pandita, o Dalai Lama recebeu, durante cerca de duas horas, oferendas de uma longa procissão de devotos que rezavam pela sua longevidade. Com 89 anos, o Dalai Lama vive exilado na Índia desde 1959, ano em que fugiu do Tibete após uma revolta falhada contra a ocupação chinesa. Desde então, lidera a administração tibetana no exílio, a partir da cidade indiana de Dharamshala, defendendo a autonomia do Tibete e a preservação da sua cultura.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong promove em Portugal tecnologia na construção de habitação pública O Governo de Hong Kong anunciou ontem que vai promover em Portugal o uso de tecnologia na construção de habitação pública. De acordo com um comunicado, as autoridades de Hong Kong vão organizar em Portugal, na quinta-feira, um almoço de negócios intitulado “Desvendando Novos Horizontes: Habitação Acessível e Oportunidades em Hong Kong e na Grande Baía”. A Comissária para o Desenvolvimento da Grande Baía, Maisie Chan Kit Ling, vai fazer um discurso sobre “as enormes oportunidades de negócio” que o projecto regional oferece aos empresários portugueses. No evento vai-se “partilhar as experiências de Hong Kong no aumento da quantidade, rapidez, eficiência e qualidade da construção de habitações públicas, através da adopção de diversas tecnologias inovadoras de construção rápida e robótica”. A secretária para a Habitação de Hong Kong, Winnie Ho Wing Yin, convidou mais de 20 representantes do sector da construção da região e da China continental para participarem no evento. Estas empresas vão falar sobre tecnologias como os módulos pré-fabricados, a integração das instalações mecânicas, eléctricas e de canalização, e a utilização de robôs na construção civil. O evento poderá servir “para fortalecer as ligações entre os sectores de Hong Kong e Portugal e explorar oportunidades” de negócios, sublinha-se no comunicado. Em curso Tanto Maisie Chan como Winnie Ho irão ainda participar no 17.º International Forum on Urbanism, que irá decorrer entre 01 e 04 de Julho, no renovado Pavilhão de Portugal, que, depois das obras levadas a cabo pelo arquiteto Siza Vieira, foi transferido para a Universidade de Lisboa. O programa político do novo Governo português, liderado por Luís Montenegro, prevê a construção de 59 mil casas públicas até 2030 e financiamento para mais habitação, incluindo parcerias público-privadas em imóveis do Estado devolutos. Em 17 de Junho, o primeiro-ministro admitiu no parlamento que a anterior meta, construir 26 mil casas públicas até 2026, teve “uma execução difícil”, mas recusou ser “derrotista e pessimista”. “Eu acho que nós temos ainda capacidade para estimular a construção no sector público”, disse Montenegro, assinalando que “a taxa de execução está agora a aumentar”. “Nós estamos com uma taxa de execução no universo destas 26 mil casas de 27 por cento e, segundo a informação que os municípios nos transmitiram até o final do mês de Junho, 13.429 habitações estarão prontas nesse programa”, indicou. O primeiro-ministro considerou também que foi preciso ultrapassar “bloqueios administrativos e burocráticos” que atrasaram a construção de novas casas.
Hoje Macau China / ÁsiaIndústria | Actividade recua pelo terceiro mês consecutivo A actividade no sector transformador da China recuou em Junho pelo terceiro mês consecutivo, embora a um ritmo menos acentuado, segundo dados ontem divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) do país asiático. O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês), principal indicador do sector, fixou-se nos 49,7 pontos, acima dos 49,5 registados em Maio, em linha com as previsões da maioria dos analistas. Um valor abaixo dos 50 pontos representa uma contração da atividade face ao mês anterior, enquanto valores acima assinalam crescimento. Dos cinco subíndices que compõem o PMI da indústria transformadora, os relativos à produção, novas encomendas – indicador-chave da procura – e prazos de entrega mantiveram-se acima da linha de crescimento, ao contrário dos de inventários de matérias-primas e emprego, que continuaram em zona de contração. O estatístico do GNE Zhao Qinghe destacou precisamente a recuperação “quer da produção, quer da procura”, com referência a sectores como o alimentar e de maquinaria especial, embora tenha sublinhado uma “atcividade de mercado insuficiente” noutras áreas, como minerais não metálicos ou fundição e laminação de metais ferrosos. Num relatório, a consultora britânica Capital Economics observou que os dados de junho sugerem que a economia chinesa “voltou a ganhar algum ímpeto”. O subíndice das novas encomendas para exportação subiu de 47,5 para 47,7 pontos, o terceiro aumento mensal consecutivo, embora ainda em território negativo. Este desempenho “reflecte provavelmente um aumento da procura dos Estados Unidos após a trégua comercial de 90 dias” iniciada entre os dois países em meados de Maio, apontou a analista Zichun Huang. Huang alertou, no entanto, para as “pressões deflacionistas persistentes” na economia chinesa, com os preços de produção a acelerarem em junho, mas a manterem-se “em níveis baixos”. O GNE divulgou ainda o PMI dos sectores não manufactureiros – serviços e construção – que subiu de 50,3 em Maio para 50,5 pontos em Junho, superando as expectativas dos analistas.
Hoje Macau China / ÁsiaPartido Comunista Chinês ultrapassa os 100 milhões de membros O Partido Comunista Chinês (PCC) ultrapassou no final de 2024 os 100 milhões de membros, segundo um relatório ontem divulgado, num contexto marcado por mais de uma década de campanha contra a corrupção entre os seus quadros. O número de filiados ascende a 100,27 milhões – num país com cerca de 1.400 milhões de habitantes -, um aumento de 2,13 milhões face ao final de 2023, indicou o Departamento de Organização do Comité Central do PCC, por ocasião do 104.º aniversário da fundação do partido, que se assinala na terça-feira. “A afiliação ao PCC tem aumentado de forma contínua, ao mesmo tempo que a sua estrutura continua a melhorar e as organizações de base – atualmente em 5,2 milhões – se reforçam”, refere o relatório, citado pela imprensa estatal. O perfil educacional dos membros também tem evoluído: quase 57 por cento possuem formação universitária ou superior, revelou o documento. O número de mulheres continua a crescer, totalizando 31 milhões de filiadas (30,9 por cento), e a idade média dos novos membros tem diminuído, com 83,7 por cento das adesões em 2024 a corresponderem a pessoas com 35 anos ou menos. O relatório indica ainda que a proporção de membros oriundos de minorias étnicas se manteve nos 7,7 por cento registados no ano anterior. O partido sublinhou que mantém o foco na supervisão interna e na autogovernação, aplicando “o espírito de reforma e padrões rigorosos”, e registou um aumento de 16,5 por cento no número de quadros que receberam formação específica em 2024. Maior do mundo Fundado na clandestinidade, o PCC é hoje considerado o maior partido do mundo e exerce uma influência transversal sobre a vida política, económica e social da China, com conteúdos patrióticos ligados à sua história a surgirem inclusivamente nos exames nacionais de acesso à universidade. O secretário-geral do partido e Presidente da China, Xi Jinping, presidiu ontem a uma reunião do Politburo do Comité Central, na qual foram debatidas novas normas para “melhorar” o funcionamento dos organismos de deliberação, coordenação e tomada de decisão. “Na reunião, foi sublinhada a importância de evitar o formalismo e a burocratização, com vista a alcançar resultados concretos”, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. Estes princípios juntam-se aos reiterados apelos à austeridade por parte da liderança do partido, no âmbito da campanha anticorrupção lançada por Xi Jinping em 2012, que já resultou na condenação de dezenas de responsáveis por corrupção, incluindo antigos ministros e dirigentes de empresas e organismos estatais. Em Janeiro, Xi voltou a pedir uma “vitória resoluta na dura e prolongada batalha contra a corrupção”, que classificou como “a maior ameaça” ao partido.
Hoje Macau China / ÁsiaViagem | MNE chinês inicia périplo pela Europa para estreitar laços Na sequência da guerra comercial lançada pela administração norte-americana, Wang Yi desloca-se a Bruxelas, Paris e Berlim, com o intuito de reforçar a cooperação entre a China e o velho continente O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, iniciou ontem uma digressão pela Europa, com o objectivo de transformar a relação entre a China e a União Europeia (UE) num pilar de “estabilidade”, face à pressão dos Estados Unidos. Figura proeminente da diplomacia chinesa, Wang Yi, de 71 anos, tem prevista uma deslocação a Bruxelas, sede da UE, bem como a França e à Alemanha. A visita decorre numa altura em que a China procura estreitar laços com o continente europeu, perante a crescente tensão com os Estados Unidos, liderados por Donald Trump, que reiteradamente classifica Pequim como rival estratégico. Apesar da aproximação, persistem divergências entre Bruxelas e Pequim, nomeadamente no domínio económico: o défice comercial massivo da UE face à China (304 mil milhões de euros), a parceria entre Pequim e Moscovo apesar da guerra na Ucrânia, as tarifas adicionais europeias sobre veículos eléctricos chineses e as retaliações chinesas dirigidas ao conhaque francês. “As relações sino-europeias enfrentam importantes oportunidades, num momento em que o mundo atravessa rápidas transformações históricas, com o crescimento inquietante do unilateralismo, protecionismo e comportamentos hegemónicos”, afirmou na sexta-feira o porta-voz da diplomacia chinesa Guo Jiakun, numa crítica implícita aos EUA e à guerra comercial. Neste contexto, a China e a UE devem “preservar conjuntamente a paz e estabilidade globais, defender o multilateralismo e o livre comércio, salvaguardar as regras internacionais, a equidade e a justiça, e afirmar-se como forças estabilizadoras e construtivas num mundo turbulento”, acrescentou. Encontros de alto nível Em Bruxelas, Wang Yi deverá reunir-se com a nova chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, para um “diálogo estratégico de alto nível”, segundo as autoridades chinesas. Na Alemanha, o ministro irá encontrar-se com o homólogo, Johann Wadephul, para abordar temas de diplomacia e segurança. Esta será a primeira visita de Wang Yi desde a formação de um novo governo conservador em Berlim, no passado mês de Maio. Em França, Wang reunirá com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, que visitou a China em Março. A guerra na Ucrânia deverá dominar parte das conversações. A China tem apelado a negociações de paz e ao respeito pela integridade territorial dos Estados – numa alusão à Ucrânia – mas evita condenar a Rússia e aprofundou os laços com Moscovo desde a invasão, em Fevereiro de 2022, nas áreas comercial, diplomática e militar. Tal posição tem valido a Pequim críticas por parte dos europeus, que acusam a China de oferecer apoio económico essencial ao esforço de guerra russo. As relações comerciais entre a China e a UE têm-se deteriorado nos últimos anos, com Bruxelas a denunciar práticas económicas desleais por parte de Pequim. A tensão intensificou-se no ano passado com a imposição pela UE de tarifas adicionais sobre carros eléctricos chineses. Em retaliação, a China visou o conhaque francês. A Comissão Europeia decidiu, há duas semanas, excluir empresas chinesas de concursos públicos na área dos equipamentos médicos com valor superior a cinco milhões de euros, invocando restrições similares enfrentadas pelas firmas europeias na China. Pequim reagiu, acusando Bruxelas de aplicar um sistema de “dois pesos, duas medidas”. Outro ponto de fricção, são as chamadas “terras raras”. Desde Abril, as autoridades chinesas exigem licenças para exportação destes metais estratégicos, usados em produtos como telemóveis ou baterias de carros eléctricos. A emissão destas autorizações tem sido, segundo a indústria automóvel europeia, limitada e lenta. Em resposta, Pequim propôs em Junho à UE a criação de um “canal verde” que permita acesso prioritário às exportações de terras raras para o mercado europeu.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Alegada violação em grupo de estudante universitária reacende alarmes A alegada violação colectiva de uma estudante numa universidade de Calcutá reacendeu sexta-feira os alarmes sobre a violência sexual na Índia, um fenómeno persistente que volta a gerar tensões políticas e sociais no país. Segundo a agência local indiana ANI, uma estudante denunciou ter sido agredida na terça-feira passada dentro do ‘campus’ universitário na cidade do leste do país, tendo a polícia detido três pessoas relacionadas com o caso, pedindo ainda para prosseguir com a investigação. A Comissão Nacional para as Mulheres (NCW, em inglês) da Índia tomou conhecimento do caso e solicitou um relatório urgente às autoridades. O caso desencadeou uma disputa política entre o partido no Governo, o nacionalista hindu Bharatiya Janata Party (BJP), e o partido regional no poder All India Trinamool Congress (AITC), da oposição. O BJP, de Narendra Modi, acusou o governo estadual de inação, enquanto o AITC, num comunicado, defendeu a ação policial e renovou o apelo para implementar a lei anti-violação “Aparajita”, bloqueada, segundo afirmam, pelo executivo central, e que visa acelerar os processos judiciais por crimes sexuais e endurecer as penas. Pequenos grupos de mulheres e activistas reuniram-se em frente ao ‘campus’ da universidade para exigir justiça e maior protecção para as mulheres, num contexto marcado por uma crescente preocupação com a segurança nos espaços educacionais e de trabalho. Esta denúncia coincide com a descoberta, também na sexta-feira, do corpo enterrado de uma mulher no estado de Haryana, no norte do país, supostamente violada e assassinada pelo sogro em Abril, segundo o canal indiano NDTV, noutro caso de violência sexual brutal no país. Ambos os episódios são conhecidos quase um ano após o assassínio de uma médica num hospital de Calcutá, um crime que desencadeou uma onda de indignação nacional e voltou a colocar em causa a resposta do sistema judicial aos casos de violência de género no país mais populoso do mundo.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Liga dos Sociais-Democratas anuncia dissolução A Liga dos Sociais-Democratas (LSD), um dos últimos partidos da oposição que restam em Hong Kong, anunciou a sua dissolução na sexta-feira. O partido foi fundado em 2006 e foi considerado a facção radical do movimento pró-democracia de Hong Kong. Era conhecido pelas suas campanhas de rua, frequentemente lideradas pelo activista agora preso Leung Kwok-hung. “O próximo ano marcará o 20.º aniversário da Liga dos Sociais-Democratas. No entanto, não sobreviveremos até esse dia e anunciaremos a nossa dissolução”, informou o partido numa mensagem aos jornalistas. O movimento sempre lutou por mais democracia em Hong Kong e defendeu causas que afectam os seus cidadãos, criticando a desigualdade social e económica numa cidade com uma das maiores disparidades de riqueza do mundo. No seu auge, o partido ocupou três lugares no Conselho Legislativo de Hong Kong. O seu declínio começou quando Pequim impôs uma lei de segurança nacional a Hong Kong em 2020, após enormes protestos no ano anterior. A China e o governo de Hong Kong alegaram que a lei era necessária para conter a agitação política. Membro do Conselho Legislativo de Hong Kong de 2004 a 2017, o líder da Liga Social-Democrata, Leung Kwok-hung, foi detido pela primeira vez em 2021. Juntamente com outros 44 activistas pró-democracia, foi condenado no ano passado a seis anos e nove meses de prisão, por colocar em risco a segurança nacional, desencadeando uma onda de protestos internacionais. O partido tem realizado pequenos protestos nos últimos anos, muitas vezes sob forte vigilância policial. Quatro membros do movimento, incluindo o seu actual líder, Chan Po-ying, foram multados em Junho por usarem roupas pretas e angariar dinheiro “sem autorização” em campanhas de rua.
Hoje Macau China / ÁsiaShenzhou-20 | Astronautas chineses completam segunda caminhada espacial Os astronautas da missão chinesa Shenzhou-20 realizaram na quinta-feira a sua segunda actividade fora da estação espacial Tiangong, informou sexta-feira a Agência de Voo Espacial Tripulado da China. Chen Dong e Chen Zhongrui saíram para o exterior a partir do módulo central da estação, onde permaneceram cerca de seis horas e meia, enquanto o terceiro membro da tripulação Wang Jie colaborou a partir do interior. A operação contou com o apoio do braço robótico da Tiangong e da equipa de controlo terrestre, indicou a mesma fonte. A missão Shenzhou-20 foi lançada em Abril a partir da base de Jiuquan, no noroeste da China, e a tripulação permanecerá em órbita durante aproximadamente seis meses. Durante esse período, os três astronautas vão conduzir experiências científicas, testes técnicos e novas actividades extra veiculares. A estação espacial Tiangong orbita a cerca de 400 quilómetros da Terra e foi concebida para operar durante, pelo menos, uma década. Com o previsto fim da Estação Espacial Internacional, liderada pelos Estados Unidos e da qual a China foi excluída, a Tiangong poderá tornar-se brevemente na única estação espacial em funcionamento. A China investiu fortemente no programa espacial nos últimos anos, tendo já conseguido aterrar a sonda Chang’e 4 no lado oculto da Lua – uma estreia mundial – e enviar uma missão a Marte, tornando-se o terceiro país, depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética, a conseguir aterrar no planeta vermelho. O país asiático planeia ainda construir, em colaboração com a Rússia e outros parceiros, uma base científica no polo sul da Lua.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA / China | Confirmado acordo comercial entre os dois países Os EUA e a China parecem ter finalmente alcançado um consenso sobre as trocas comerciais entre as duas nações. O acordo foi firmado após as negociações em Londres A China e os Estados Unidos chegaram a acordo sobre os termos do pacto assinado na última ronda de negociações, realizada em Londres, anunciou sexta-feira o Ministério do Comércio da China, após meses de uma guerra tarifária. “Após as negociações em Londres, as equipas chinesa e norte-americana mantiveram uma comunicação próxima. Recentemente, com a aprovação, ambas as partes confirmaram os detalhes do acordo”, afirmou sexta-feira um porta-voz no portal oficial do Ministério do Comércio chinês. “Assinámos com a China ontem [quinta-feira], certo? Acabámos de assinar com a China”, disse, anteriormente, o Presidente norte-americano, Donald Trump, durante um evento na Casa Branca, não fornecendo mais detalhes sobre o acordo. Segundo o documento divulgado pelo Ministério do Comércio chinês, “a China analisará e aprovará os pedidos de exportação de bens controlados que cumpram as condições previstas na lei”, numa aparente referência às terras raras, minerais essenciais para sectores como a defesa e o automóvel, cuja produção é controlada pela China, que impôs restrições à sua venda ao estrangeiro no início de Abril. Em troca, o Departamento do Comércio norte-americano afirmou que “os Estados Unidos cancelarão uma série de medidas restritivas adoptadas contra a China”, sem fornecer detalhes. “Espera-se que os Estados Unidos e a China encontrem um compromisso e cumpram o importante consenso e as exigências alcançadas pelos chefes de Estado em 05 de Junho”, sublinhou o comunicado, referindo-se à conversa telefónica entre os Presidentes dos Estados Unidos e da China, Donald Trump e Xi Jinping, que desbloqueou a situação e permitiu que os representantes comerciais de ambas as potências se reunissem em Londres. Acordo em Londres A China confirma assim as declarações de Trump, que revelou que os Estados Unidos tinham assinado o acordo com a China na véspera. Em meados de Junho, após dois dias de negociações na capital britânica, o líder republicano indicou que o acordo incluía uma tarifa norte-americana de 55 por cento sobre os produtos chineses e uma tarifa de 10 por cento sobre os produtos norte-americanos para a China. O acordo de Londres previa o estabelecimento de uma estrutura para implementar o “consenso” alcançado por Xi e Trump na referida conversa telefónica, embora ainda estivesse pendente da aprovação final de ambos os líderes para a sua assinatura. Esta ronda de negociações procurou aliviar as tensões entre as duas potências, depois de se terem acusado mutuamente de violar um acordo assinado em Genebra, na Suíça, em Maio. Este acordo havia dado início a uma trégua comercial de 90 dias, segundo a qual a China reduziria as suas tarifas sobre os produtos norte-americanos de 125 por cento para 10 por cento, enquanto os EUA reduziriam as tarifas sobre os produtos chineses de 145 por cento para 30 por cento. A China alegou, na altura, que os EUA violaram a trégua ao restringir a exportação de ‘chips’ de inteligência artificial (IA), suspender as vendas de ‘software’ para o design de semicondutores e ameaçar revogar os vistos de estudantes chineses. Washington acreditava que Pequim não estava a honrar o pacto devido às restrições anteriormente referidas à exportação de terras raras. A escalar Após o seu regresso à Casa Branca, Trump intensificou a guerra comercial que já tinha iniciado em 2018, lançando uma escalada tarifária contra a China que resultou, na prática, numa espécie de embargo comercial entre as duas maiores potências económicas do mundo. Os EUA chegaram a impor tarifas até 145 por cento à China, que respondeu com tarifas de 125 por cento sobre os produtos norte-americanos. O Presidente norte-americano afirmou sexta-feira também que os Estados Unidos estão “a receber grandes ofertas” de outros governos e sugeriu que o próximo país com o qual se pode chegar a um acordo é a Índia. “Temos um a caminho, talvez com a Índia, um acordo muito grande”, observou Trump.
Hoje Macau China / ÁsiaInundações | Seis mortos em vila do sul da China Pelo menos seis pessoas morreram em Rongjiang, na província chinesa de Guizhou (sul), em consequência das graves inundações que assolam a região desde segunda-feira, consideradas as piores em mais de meio século, informaram ontem as autoridades locais. De acordo com o Centro de Controlo de Inundações local, as chuvas intensas dos últimos dias provocaram o rápido transbordo de vários rios, incluindo o Duliu, o Pingyong e o Zhaihao, com picos de caudal que atingiram os 11.360 metros cúbicos por segundo. Várias áreas baixas da vila de Rongjiang, uma das mais vulneráveis da região montanhosa de Guizhou, ficaram completamente inundadas. Os danos nas infraestruturas são graves, com interrupções no tráfego, cortes nas comunicações e moradores presos em algumas áreas. A situação começou a estabilizar-se ontem, após a descida das águas abaixo do nível de alerta, embora persistam os cortes de água e electricidade e os trabalhos de limpeza e reconstrução continuem. As ruas e lojas continuam cobertas de lama, enquanto equipas de resgate de outras províncias trabalham para remover os escombros e procurar possíveis desaparecidos, indicaram as autoridades. Rongjiang, conhecida nos últimos anos por sediar a popular “Superliga das Aldeias”, viu o emblemático campo de futebol, símbolo do auge desportivo local, ficar submerso em lama e água, e a sua limpeza continua. As inundações em Guizhou somam-se aos estragos que as fortes chuvas estão a causar em várias províncias do centro e sul da China desde a semana passada, num contexto de alerta pelo aumento de fenómenos meteorológicos extremos associados às alterações climáticas, segundo afirmam vários especialistas locais.
Hoje Macau China / ÁsiaDefesa | China acusa NATO de ser “um produto da Guerra Fria” e de “provocar guerras” O Ministério da Defesa chinês acusou ontem a NATO de ser um “produto da Guerra Fria” que “provoca guerras em todo o lado”, depois de países da aliança terem criticado as “actividades desestabilizadoras” da China. “A NATO é um produto da Guerra Fria e a maior aliança militar do mundo”, afirmou o porta-voz do ministério Zhang Xiaogang, em conferência de imprensa. Segundo o porta-voz chinês, a Aliança Transatlântica é “uma verdadeira máquina de guerra que semeia conflitos e provoca guerras em todo o lado”. Afirmando que a organização “excedeu o âmbito geográfico estipulado no seu próprio tratado”, o porta-voz transmitiu a oposição de Pequim a que a NATO “use a China como desculpa para avançar para leste na Ásia-Pacífico”. “O desenvolvimento do poder militar [da China] centra-se exclusivamente em proteger a sua soberania nacional, a sua segurança e os seus interesses de desenvolvimento”, acrescentou Zhang, que indicou que a política nacional de defesa de Pequim é de “natureza defensiva”. Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 sublinharam nesta quarta-feira, no âmbito da cimeira da NATO realizada em Haia, a importância de “manter a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan”, bem como de aprofundar a cooperação “face às ações desestabilizadoras da China no mar do Sul da China”.
Hoje Macau China / ÁsiaCimeira | China recebe ministros do Irão e da Rússia A reunião da Organização de Cooperação de Xangai, em Qingdao, recebeu representantes da da Rússia, Irão, Paquistão, Bielorrússia e outros países A China recebeu ontem os ministros da Defesa do Irão e da Rússia, numa reunião da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), que ocorre após a cimeira da NATO, que ditou o aumento dos gastos militares europeus. Este encontro em Qingdao, cidade costeira no leste da China, acontece após a entrada em vigor, na terça-feira, de um cessar-fogo entre Israel e o Irão – um país membro da OCS. O evento também ocorre um dia após uma cimeira dos líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) em Haia, onde os membros concordaram em aumentar os seus gastos com defesa, de acordo com as exigências do Presidente norte-americano, Donald Trump. O ministro da Defesa chinês, Dong Jun, apresentou ontem a reunião em Qingdao, que abriga uma importante base naval chinesa, como um contrapeso num mundo que sofre de crescente “caos e instabilidade”. “As mudanças mais cruciais no espaço de um século estão a acelerar, o unilateralismo e o proteccionismo estão a aumentar”, disse Dong Jun na quarta-feira, na presença dos ministros da Defesa da Rússia, Irão, Paquistão, Bielorrússia e outros países, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua. “Os actos hegemónicos, dominadores e intimidadores prejudicam gravemente a ordem internacional», afirmou, apelando aos seus homólogos para “agirem com mais vigor para salvaguardar colectivamente o ambiente propício ao desenvolvimento pacífico”. Bloco de peso Pequim procura há muito tempo apresentar a OCS, que conta com dez membros, como um contrapeso aos blocos de poder aliados dos Estados Unidos, incentivando, nomeadamente, a colaboração política, de segurança, comercial e científica. O ministro da Defesa indiano, Rajnath Singh, também presente em Qingdao, afirmou que os membros da OCS devem “aspirar colectivamente a realizar os desejos e as expectativas” dos povos e “enfrentar os desafios actuais”. “O mundo em que vivemos está a sofrer uma transformação drástica. A globalização, que outrora nos aproximou, está a perder o seu ímpeto”, afirmou através do seu gabinete na rede social X. À margem de um encontro com o seu homólogo chinês, o ministro da Defesa russo, Andreï Belooussov, saudou as relações com a China, que atingiram um “nível sem precedentes”. “As relações amigáveis entre os nossos países mantêm uma dinâmica de desenvolvimento ascendente em todas as direcções”, afirmou. A China apresenta-se oficialmente como neutra face à invasão russa da Ucrânia, mas vários governos aliados de Kiev consideram que Pequim presta a Moscovo um apoio económico e diplomático crucial.
Hoje Macau China / ÁsiaIrão | Aprovada suspensão da cooperação com a AIEA O Parlamento iraniano votou ontem a suspensão da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica na sequência de 12 dias de guerra marcados por ataques israelitas e norte-americanos contra instalações nucleares do Irão. O presidente do Parlamento iraniano, Mohammad Bagher Ghalibaf, disse que a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) recusou-se a condenar o ataque contra as instalações nucleares iranianas, comprometendo a credibilidade internacional do organismo das Nações Unidas. As declarações de Ghalibaf ocorreram após os deputados terem votado a favor da suspensão da cooperação com AIEA. “A Organização Iraniana de Energia Atómica vai suspender a cooperação com a AIEA enquanto a segurança das instalações nucleares não for garantida”, acrescentou o Presidente do Parlamento de Teerão. No dia 13 de Junho, Israel, com o apoio dos Estados Unidos, atacou instalações militares e nucleares iranianas. O Irão retaliou disparando mísseis e lançando aparelhos aéreos não tripulados contra Israel. O cessar-fogo foi acordado na terça-feira, após intervenção da Administração norte-americana.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Justiça avalia recurso de jornalista condenado por sedição A justiça de Hong Kong vai analisar em setembro um recurso do primeiro jornalista condenado a pena de prisão ao abrigo de uma lei de sedição, avançou ontem a imprensa da região. De acordo com o portal de notícias Hong Kong Free Press, o Tribunal de Recurso marcou para 22 de Setembro a audiência pedida por Patrick Lam Shiu-tung, antigo chefe de redação interino do Stand News. O portal de notícias Stand News fechou portas em Dezembro de 2021, após uma operação policial que envolveu 200 polícias, o congelamento de bens da empresa e a detenção da direcção, incluindo Patrick Lam. Em Outubro passado, Lam apresentou um recurso da condenação, um mês antes, a 14 meses de prisão, a primeira sentença contra um jornalista ao abrigo de uma lei de sedição estabelecida quando Hong Kong era uma antiga colónia britânica. Apesar da primeira instância ter considerado Lam culpado, o chefe de redação saiu em liberdade devido a questões de saúde e por já ter cumprido 10 meses de prisão preventiva. Também em Setembro, o mesmo tribunal condenou o antigo chefe de redação do Stand News, Chung Pui-kuen, a 21 meses de prisão por sedição. O juiz Kwok Wai-kin considerou Chung e Lam culpados de conspiração por publicarem e reproduzirem materiais sediciosos, juntamente com a Best Pencil (Hong Kong) Ltd, a companhia que era proprietária do Stand News. O julgamento, que teve início em Outubro de 2022, durou cerca de 50 dias, tendo o veredicto sido adiado várias vezes.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim pede que se evite “lei da selva” comercial e defende cooperação global O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, advertiu ontem contra os riscos de uma crescente fragmentação económica e comercial, defendendo a cooperação e o multilateralismo face às políticas de contenção e de redução de riscos promovidas pelas potências ocidentais. “Aquilo de que o mundo precisa não é da lei da selva, mas do sucesso mútuo através da cooperação”, afirmou Li, numa referência implícita às tensões proteccionistas e às medidas lideradas pelos Estados Unidos para reduzir a dependência da China em sectores estratégicos. Li discursava na sessão inaugural da Reunião Anual dos Novos Campeões, conhecida como o “Davos de Verão” e promovida pelo Fórum Económico Mundial, que decorre esta semana em Tianjin, no nordeste da China, e reúne líderes políticos e empresariais de mais de 90 países e regiões. Em transformação No seu discurso, o primeiro-ministro chinês alertou para “mudanças profundas” na economia internacional, impulsionadas por tensões geopolíticas, transformação tecnológica e reconfiguração das cadeias de abastecimento globais. “O mundo não pode voltar a ser um conjunto de ilhas isoladas. Precisamos de mais pontes de cooperação em que todos ganhemos”, defendeu. Num contexto marcado pelo aumento de taxas alfandegárias, restrições ao investimento estrangeiro e apelos à ‘dissociação’ económica com a China, Li reiterou que o comércio e o investimento globais “não devem ser politizados nem transformados em instrumentos de confronto”. Sublinhou ainda que a China continua comprometida com o diálogo, a integração económica e a promoção de um sistema multilateral aberto. “A globalização económica não vai parar. Pode passar por altos e baixos, mas continuará a avançar”, declarou. Li destacou também o papel crescente das economias emergentes como “novos motores” do comércio internacional, recordando que representam cerca de 70 por cento da população mundial. A edição deste ano do “Davos de Verão” decorre sob o signo da incerteza geoeconómica e do aumento do protecionismo, colocando a tónica nas oportunidades oferecidas pelo empreendedorismo e pelas novas tecnologias para impulsionar o crescimento e a resiliência económica. Entre os participantes contam-se os chefes de Governo de países como Equador, Singapura e Vietname.
Hoje Macau China / ÁsiaQingdao | Reunião da Organização de Cooperação de Xangai arranca O encontro dos ministros da Defesa de países asiáticos representativos de 40% da população mundial acontece ao mesmo tempo que em Haia decorre a cimeira da Nato A reunião de ministros da Defesa da Organização de Cooperação de Xangai, por vezes apelidada de “NATO asiática”, arrancou ontem na cidade de Qingdao, nordeste da China, decorrendo em paralelo à cimeira da aliança transatlântica, em Haia, que se prevê dará luz verde ao pedido de Trump para que os países europeus aumentem para 5 por cento a sua contribuição financeira para a aliança militar. O evento visa “consolidar e aprofundar a confiança mútua em matéria militar” e promover “a cooperação prática entre os Estados-membros”, afirmou o Ministério da Defesa da China, num comunicado. Segundo a mesma nota, a reunião, que termina hoje, contribuirá para “a manutenção da paz e estabilidade mundiais e regionais” e para “o desenvolvimento e prosperidade comuns”. Entre os objectivos destacados está também o “reforço da capacidade da organização para combater o terrorismo regional”. Está prevista uma intervenção do ministro da Defesa chinês, Dong Jun, dado que a China exerce actualmente a presidência rotativa da organização. A atenção estará também virada para a eventual participação do ministro da Defesa iraniano, Hosein Dehgán, depois de o Irão ter aceitado um cessar-fogo com Israel nas últimas horas. A reunião em Qingdao ocorre num contexto de agravamento das tensões no Médio Oriente nas últimas semanas. Após o ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas, no fim de semana, a Organização de Cooperação de Xangai condenou a operação e manifestou “grave preocupação”, considerando que esta representou “uma violação grave do Direito internacional” e teve “um impacto negativo na paz e segurança globais”. Russos à mesa Está também prevista a presença do ministro da Defesa da Rússia, Andréi Beloussov. Moscovo e Pequim têm aprofundado os seus laços na área da Defesa nos últimos anos, ao mesmo tempo que a China mantém uma posição ambígua face à guerra na Ucrânia. Dehgán e Beloussov reuniram-se na segunda-feira, tendo ambos condenado os ataques dos EUA e de Israel contra o Irão. O ministro russo expressou ainda o seu apoio a Teerão e classificou as exigências ocidentais no domínio nuclear como um “pretexto” para enfraquecer o país. Cobertura gigantesca A organização inclui como membros a China, Rússia, Índia, Irão, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Tajiquistão, Bielorrússia e Usbequistão, sendo considerada a maior organização regional do mundo em termos de cobertura geográfica e população, abrangendo cerca de 40 por cento da população mundial. Apesar de os seus membros afirmarem que não se trata de uma aliança militar e que o objectivo principal é proteger os Estados-membros de ameaças como o terrorismo, separatismo e extremismo, analistas consideram que o bloco visa sobretudo contrariar a influência da NATO.
Hoje Macau China / ÁsiaMédio Oriente | Factos demonstram que via militar não traz paz O Governo chinês afirmou ONTEM que “os factos demonstram que a via militar não traz a paz” ao Médio Oriente, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado um cessar-fogo e pedido às partes que o respeitem. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun transmitiu ontem em conferência de imprensa a sua esperança de que “a paz seja alcançada o mais rápido possível” e afirmou que “o diálogo pacífico é o caminho correcto para resolver os problemas”. “Exortamos as partes envolvidas a retomarem o caminho certo para uma solução política o mais rápido possível”, acrescentou o porta-voz, assegurando que a China “está disposta a colaborar com a comunidade internacional para envidar esforços para manter a paz e a estabilidade no Médio Oriente” e “não deseja que as tensões se intensifiquem”. O Governo israelita, liderado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, afirmou ontem num comunicado ter aceitado a proposta de Trump para um “cessar-fogo bilateral” com o Irão após alcançar os seus objectivos em 12 dias de guerra, mas alertou que Israel responderá “com firmeza” a qualquer violação deste acordo. “Israel agradece ao Presidente Trump e aos Estados Unidos pelo seu apoio na defesa e pela sua participação na eliminação da ameaça nuclear iraniana”, lê-se no comunicado, em referência aos bombardeamentos norte-americanos perpetrados no domingo contra três instalações nucleares iranianas em Fordo, Natanz e Isfahan. Ainda não está claro se a operação, criticada por Pequim, frustrou o programa de enriquecimento de urânio do Irão e a sua capacidade de construir armas nucleares.
Hoje Macau China / ÁsiaVisita | Xi defende reforço da cooperação com Singapura O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu ontem o “fortalecimento da comunicação estratégica” com Singapura, durante um encontro com o primeiro-ministro da nação insular, Lawrence Wong, em Pequim. Xi, que felicitou Wong pela vitória nas eleições parlamentares do mês passado, indicou que, “perante a actual situação internacional de mudanças interligadas e caos, a China está disposta a fortalecer a comunicação estratégica com Singapura”, de acordo com um comunicado difundido pela televisão estatal CCTV. O líder chinês exortou ambas as partes a “estreitar os laços de cooperação, trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios e gerar maiores benefícios para os povos de ambos os países”. Wong disse que “a importância das relações entre a China e Singapura é maior do que nunca numa situação mundial turbulenta”, de acordo com a CCTV. “Podemos trabalhar juntos para construir relações bilaterais mais estreitas e fortalecer a cooperação no âmbito regional e multilateral, de forma a fortalecer o multilateralismo, proteger as normas e a ordem internacionais e beneficiar todos os países do mundo”, disse Wong, que escolheu a China como sua primeira viagem oficial internacional fora do Sudeste Asiático após as eleições de Maio. Vitória incontestável Wong ascendeu ao cargo de primeiro-ministro de Singapura em maio de 2024, quando o antecessor, Lee Hsien Loong, deixou o cargo após quase duas décadas no poder. Nas eleições de Maio, o seu partido, o Partido de Acção Popular (PAP), que está no poder em Singapura há seis décadas, conseguiu travar a queda e travar a ascensão de uma oposição ainda reduzida, conquistando 87 dos 97 assentos no Parlamento. A China mantém relações próximas com Singapura, para onde se estima que centenas de empresas chinesas se tenham mudado nos últimos anos, numa tentativa de evitar o impacto das tensões geopolíticas e comerciais entre Washington e Pequim. Singapura, que conta com um forte sistema regulatório e baixos impostos corporativos, revelou-se também a alternativa ideal a Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaNATO / Defesa | EUA insistem no aumento de 5% para todos os aliados Os Estados Unidos insistiram ontem que o compromisso de aumentar para 5% os gastos com Defesa diz respeito a todos os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), reunidos em cimeira em Haia. “Graças à liderança do Presidente [norte-americano] Donald Trump, a NATO está a caminho de alcançar um compromisso histórico, em que cada aliado se compromete a gastar pelo menos 5 por cento do seu PIB em defesa”, afirmou o embaixador dos Estados Unidos junto da Aliança Atlântica, Matthew Whitaker, frisando que “todos” terão de mostrar “progressos significativos” nos seus orçamentos para o sector. Sobre os prazos para atingir a meta, Whitaker evitou avançar uma data, embora tenha reiterado que “não há um prazo ilimitado”, pelo que espera um “crescimento significativo e incrível dos aliados e dos seus orçamentos de defesa ano após ano”. Nesse sentido, acrescentou que isso é determinado pelas ameaças à segurança que o bloco militar enfrenta e não pelas exigências de Trump ou do secretário-geral da NATO, Mark Rutte. “Os nossos adversários não vão esperar que estejamos preparados”, advertiu. Desta forma, Whitaker reiterou que o Presidente norte-americano pede “um plano claro e credível” para atingir 5 por cento de investimento em defesa para “toda” a NATO. Para Whitaker, a situação de segurança exige que os parceiros europeus dêem passos em frente para reforçar o laço transatlântico, pelo que reiterou que a questão das despesas continuará na agenda de Washington. “Esperaria que os aliados se mostrassem ainda mais vigilantes na hora de exigir responsabilidades uns aos outros pelos progressos realizados ano após ano”, referiu Whitaker, sem nunca mencionar o acordo alcançado domingo pelo presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, e por Rutte, para dar mais flexibilidade a Madrid na sua trajectória de gastos.