Zhuhai | Mulher que acusou positivo impedida de entrar em Macau

A mulher que testou positivo à covid-19 em Zhongshan está impedida de entrar em Macau durante um ano. Segundo Wong Sio Chak, a mulher usou o visto de visita familiar para fazer contrabando. Quanto à lei de segurança nacional, o secretário reiterou que o projecto de revisão estará concluído até ao final do ano

 

A mulher que acusou positivo para a covid-19 na vila de Tanzhou (Zhongshan) e que se cruzou várias vezes a fronteira entre Macau e Zhuhai entre 22 e 27 de Fevereiro, foi interdita de entrar na RAEM durante um ano.

A decisão do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) foi conhecida ontem pela voz do secretário para a Segurança Wong Sio Chak. Isto, depois de a detecção do novo caso positivo na segunda-feira ter levado à testagem de cerca de oito mil pessoas que moram e trabalham na zona das Portas do Cerco e à suspensão das aulas em 46 escolas. Em causa, está o facto de a mulher ter aproveitado o visto de entrada em Macau para visitar família, para contrabandear produtos provenientes do Interior da China no território.

“A pessoa em questão, está qualificada para entrar em Macau para visitar a sua família (…) o que permite ir e vir a Macau várias vezes. Essas pessoas devem permanecer em Macau e não sair logo. O CPSP vai interditá-la de entrar em Macau durante um ano. Para situações semelhantes iremos tomar a mesma medida”, apontou ontem Wong Sio Chak à margem de uma reunião da 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa.

O secretário acrescentou ainda que, segundo a lei, é esta a penalidade prevista para estes casos e que, apesar de ser possível detectar facilmente movimentos suspeitos nas fronteiras, “cada pessoa tem as suas razões” e pode fazê-lo legalmente, quer seja por razões de trabalho ou para levar os filhos à escola. “Não podemos saber o que todas as pessoas estão a fazer”, acrescentou.

Em progresso

Questionado sobre o andamento dos diplomas complementares relativos à lei da segurança nacional, Wong Sio Chak reiterou a intenção de fazer uma consulta pública sobre a matéria após a sua conclusão, que deverá acontecer ao longo de 2022. No entanto, a calendarização está também dependente da situação epidémica, acrescentou o secretário.

Sobre a nova lei do jogo, Wong Sio Chak afirmou “não conhecer muito bem o seu conteúdo”, mas que pode haver alguns riscos para a segurança nacional. “A meu ver, o risco não é muito grande relativamente à segurança nacional, mas não podemos dizer que não existe risco”, apontou.

Em relação à possibilidade de abrir as fronteiras de Macau a estrangeiros, o secretário diz que essa é a vontade de todos, mas que a actual situação pandémica, agravada pelo aumento de casos em Hong Kong, não permite, para já, “ter essa ponderação”.

“Toda a gente pretende a abertura de fronteiras para que os estrangeiros possam entrar em Macau, mas se a situação epidémica não estiver atenuada não vamos ter essa ponderação. Muitas regiões têm visto o número de casos aumentar, principalmente em Hong Kong, onde o sistema hospitalar já não aguenta. Portanto, não é fácil abrir fronteiras. Isto apesar de a economia de Macau estar dependente do turismo”, explicou Wong Sio Chak.

2 Mar 2022

Escutas | Casos urgentes validados pela justiça em 72 horas

Para casos urgentes em que o registo de comunicações é relevante na investigação criminal, as autoridades policiais podem pedir informações aos operadores de telecomunicação sem autorização prévia da justiça. No entanto, segundo explicou ontem a presidente da 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), Ella Lei, a autoridade judiciária competente deverá validar esse pedido no prazo máximo de 72 horas.

“Os órgãos da polícia criminal podem pedir registos [às operadoras], em primeiro lugar, por causa da urgência e sem prévia autorização da autoridade judicial, mas depois há-que passar pela validação da autoridade judicial competente no prazo máximo de 72 horas. O Governo disse que, tendo em conta a experiência de outras regiões, se for um caso de sequestro, há que contar com a acção urgente da polícia. (…) Depois é que se faz a validação junto da justiça (…) porque para haver intersecção de comunicações é sempre preciso ter autorização do juiz”, apontou.

De acordo com a proposta de lei do regime jurídico da intercepção e protecção de comunicações, os operadores de serviços de comunicação vão passar a estar obrigados a conservar os registos produzidos durante um ano.

Questionada sobre a possibilidade de aceder a dados encriptados de comunicações feitas online em aplicações como o WhatsApp, Ella Lei apontou que durante a reunião de ontem, o Governo disse “não ser adequado” revelar as técnicas de investigação criminal utilizadas para o efeito, mas que a situação poderá ser desencadeada de acordo com a lei e após obtida a autorização do juiz.

A deputada revelou ainda que o diploma só produzirá efeitos um ano depois da entrada em vigor, para dar tempo ao Governo de “sensibilizar a população” e “desenvolver os trabalhos preparatórios das operadoras”.

2 Mar 2022

Idosos | Lo Choi In preocupada com falta de lares

A deputada Lo Choi In considera que, tendo em conta o envelhecimento da população e o aumento da procura por lares, o Governo deve definir um plano de longo prazo que inclua a disponibilização de terrenos para construir lares, residências para idosos e equipamentos sociais.

“O Governo e os serviços competentes devem reservar, no âmbito do planeamento urbanístico, mais terrenos para lares de idosos, de residência para idosos e de equipamentos sociais, mas sem afectar a oferta de habitação pública, com vista a prestar serviços médicos, de enfermagem e reabilitação aos idosos necessitados”, disse durante o período reservado às intervenções antes da ordem do dia.

De acordo com a deputada, existem actualmente em Macau 22 lares para idosos com um total de cerca de 2.500 vagas, que, apesar de oferecerem um tempo de espera “melhor do que o das regiões vizinhas”, não são suficientes, causando “grande sofrimento” aos idosos e às suas famílias.

Consumo | Coutinho preocupado com subida de preços e falta de apoios

O deputado José Pereira Coutinho mostrou-se ontem preocupado com o aumento de preços dos bens essenciais e do custo de vida, quando os rendimentos da população não registaram um crescimento equivalente ao longo dos últimos 20 anos.

O deputado considerou assim que, dado que os desempregados, idosos, trabalhadores e franjas desfavorecidas da população sentem cada vez mais “nos seus bolsos” o aumento do custo de vida, “a classe média está a diluir-se e a tornar-se pobre”.

Por isso mesmo, Pereira Coutinho defende que o Governo deve promover medidas de apoio como a restituição das 7 mil patacas aos idosos do Regime de Previdência Central e o aumento das pensões de aposentação e sobrevivência de idosos. Na mesma linha, a deputada Song Pek kei sugeriu que o Governo lance uma nova ronda do cartão de consumo no valor de 5.000 patacas para “estimular directamente a economia interna”.

Cultura chinesa | Aposta em talentos que “amem a nação”

Os deputados Kou Kam Fai e Pang Chuan sugeriram que o Governo promova os valores da cultura tradicional chinesa na formação de talentos que dominem as bases da sinologia e “amem e sirvam verdadeiramente a nação”.

“Quanto aos ensinos primário e secundário, a educação da cultura tradicional carece de programação global e de espírito substancial, o que vai directamente afectar os trabalhos da RAEM na formação de talentos que dominem os conhecimentos fundamentais da sinologia – recorrer à cultura tradicional para formar talentos que amem e sirvam verdadeiramente a nação”, começou por dizer Kou Kam Fai.

Sem esquecer a diversidade cultural de Macau, o deputado considera que a cultura chinesa se baseia nos princípios de “buscar a verdade a partir dos factos, coexistir com as divergências, ter por base a população, e defender a moralidade e a benevolência”. Tal irá contribuir para “construir uma China orientada pela moralidade e cultura na era moderna”.

1 Mar 2022

Fiscalização | Ron Lam acusa Governo de menosprezar interpelações

Ron Lam teceu ontem duras críticas à forma como o Governo responde às interpelações e solicitações de informações dos deputados da Assembleia Legislativa (AL). Isto, quando em resposta a uma interpelação escrita do deputado, o Governo respondeu “apenas com duas frases” e remeteu as explicações para uma sessão plenária que aconteceu em Janeiro, onde foram apresentadas interpelações orais.

Para Ron Lam, além de isso ser demonstrativo de que o Executivo “não respeita as disposições da Assembleia Legislativa e do Regimento da Assembleia Legislativa”, contribui para prejudicar “a confiança mútua entre o poder administrativo e o poder legislativo”.

“O Governo deve respeitar o poder de fiscalização da AL. A interpelação escrita, a interpelação oral e o pedido de informações são instrumentos importantes do poder de fiscalização atribuído aos deputados pela Lei Básica da RAEM e pelo Regimento da AL. Se o Governo deixar que os seus dirigentes respondam, com menosprezo, às interpelações dos deputados ou se esquivem às informações solicitadas pelos mesmos, a confiança mútua entre os órgãos executivo e legislativo será prejudicada, o desejo do Governo Central de uma interacção positiva entre estes órgãos não será alcançado, e a transparência e a credibilidade do Governo serão também postas em causa”, atirou o deputado.

Frisando que o conteúdo das respostas dadas por alguns serviços públicos “não corresponde às exigências dos deputados”, Ron Lam fez um apelo para que o Governo aceite as opiniões e responda de forma “positiva, activa e responsável” às interpelações e às solicitações de informações dos deputados, tendo em vista a “concretização conjunta de uma boa governação”.

1 Mar 2022

AL | Lei de bases da educação aprovada na especialidade

Foram ontem aprovadas, na especialidade, a alteração à lei de bases do sistema educativo não superior e ao regime do ensino superior e a revisão da lei que proíbe a prestação de alojamento ilegal.

Relativamente à lei que prevê juntar num só fundo autónomo, os fundos do ensino superior, desenvolvimento educativo e de acção social escolar, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Leong U, revelou que, até Junho, será criado um regulamento administrativo para definir regras para atribuir apoios. Isto, após deputados como Ip Sio Kai, José Pereira Coutinho e Ron Lam terem pedido “clarificação” quanto à gestão do fundo.

Já durante o debate que culminou com a aprovação por unanimidade da proposta de lei que proíbe a prestação ilegal de alojamento, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, disse que “as novas regras e sanções não são 100 por cento eficazes” e, por isso, as suas lacunas serão revistas “se necessário”.

1 Mar 2022

Quarentenas | Pedida melhoria nas reservas e inclusão de hotéis de Zhuhai

As dificuldades dos residentes no regresso a Macau desde Hong Kong marcaram a sessão plenária de ontem. Ma Io Fong e Zheng Anting sugeriram a utilização de hotéis em Zhuhai e um sistema de reservas online. Ip Sio Kai e Ngan Iek Hang querem alargar a fonte de turistas e o apoio às PME para recuperar a economia. Preocupações com o desemprego também marcaram a sessão

 

Com o agravar da situação epidémica em Hong Kong e a vontade que muitos residentes têm, sobretudo estudantes, de voltar a Macau, vários deputados mostraram preocupação sobre a falta de quartos para quarentena no Hotel Tesouro.

Durante a sessão plenária de ontem, Ma Io Fong, Zheng Anting e Ho Ion Sang pediram ao Governo soluções, sugerindo, por exemplo, a possibilidade de residentes de Macau provenientes de Hong Kong ficarem em quarentena em hotéis do Interior da China e o estabelecimento de um sistema de reservas online. Isto, quando quem vem do território vizinho, só pode ficar alojado no Hotel Tesouro e este não consegue dar resposta a todos os pedidos.

Começando por frisar que esta última medida foi “surpreendente” e apanhou a população “desprevenida”, Ma Io Fong pediu que o Governo se esforce para coordenar as medidas “com antecedência” e prepare o pessoal da linha da frente, para “oferecer mais opões de regresso”.

“Compreendo que aos hotéis de observação médica se impõem exigências rígidas quanto às condições físicas e aos recursos humanos. Portanto, é provável que não haja muitos hotéis para o efeito. Sugiro (…) que tomem a iniciativa de reforçar a cooperação com as regiões vizinhas do Interior da China, como Zhuhai, para estudar a possibilidade de os residentes de Macau que regressam de Hong Kong ficarem em quarentena em hotéis do Interior da China, proporcionando-lhes, assim, mais uma opção”, disse durante o período dedicado às intervenções antes da ordem do dia.

Acusando as mesmas preocupações e apontando que o Governo deve tomar a iniciativa de ajudar os residentes que já tinham reservado outros hotéis antes da mudança de política, Zheng Anting sugere a criação de um sistema centralizado de reservas online para marcar quartos para quarentenas. “Na minha opinião, o Governo deve aperfeiçoar a forma de reservar quartos e, por exemplo, criar um sistema de reserva de quartos on-line, destinado exclusivamente à reserva de quartos nos hotéis de observação, para facilitar, com maior precisão e eficácia, a reserva de quartos aos residentes”, vincou Zheng Anting.

Agir agora

Por seu turno, Ho Ion Sang focou a presente situação de Hong Kong como uma espécie de tubo de ensaio para a eventualidade de um surto de grande escala em Macau, sugerindo que o Governo prepare e divulgue o “quanto antes” os planos de resposta a accionar, caso essa realidade se verique. Segundo o deputado, desta forma, haverá camas de isolamento e quartos de quarentena em número suficiente para quem necessitar. “Com a elevada densidade populacional de Macau, se houver propagação na comunidade e um surto em grande escala, as consequências serão inimagináveis”, começou por dizer.

“A sociedade espera que o Governo tome como referência as experiências de outras regiões, avançando, já, com preparativos de contingência para diversas fases, sobretudo em relação aos hotéis de quarentena, camas de isolamento, recursos humanos de saúde, capacidade relativa à testagem, etc., e divulgue, quanto antes, planos de resposta a um eventual surto na comunidade e os respectivos trabalhos de prevenção e combate à pandemia, para dissipar as dúvidas dos residentes”, concluiu.

Ho Ion Sang referiu que o Governo deve também definir, desde já, o local para construir instalações de cuidados comunitários de grande dimensão e de um hospital de campanha “para evitar o colapso do sistema de saúde”.

Apanhar os cacos

Perante o aumento da taxa de desemprego e a degradação do tecido económico de Macau a reboque da pandemia de covid-19 e do ajustamento profundo do sector do jogo, Ip Sio Kai defendeu o alargamento da fonte de turistas.

Por seu turno, Ngan Iek Hang sugeriu que o Governo “reveja a eficácia das medidas de apoio económico” para reforçar o desenvolvimento sustentável das pequenas e médias empresas. O deputado disse esperar, juntamente com a “melhoria da qualidade do turismo”, a implementação de políticas “específicas e sustentáveis”, que permitam “ultrapassar este tempo difícil” e “reforçar a resiliência das empresas”.

Já os deputados Leong Sun Iok e Lei Chan U apontaram baterias à implementação de medidas para garantir o emprego dos residentes. Se por um lado, Leong Sun Iok referiu que o Governo deve ser capaz de aperfeiçoar o mecanismo de gestão de trabalhadores não residentes (TNR) para “para devolver os bons postos de trabalho aos residentes”, Lei Chan U sugeriu o estabelecimento de um limite “de trabalhadores estrangeiros a importar em cada ano”.

Sobre o tema, Ella Lei recomendou que as grandes empresas com necessidades de recursos humanos, como as concessionárias, sejam incentivadas a contratar trabalhadores locais e que as obras públicas sejam obrigadas a recrutar residentes.

1 Mar 2022

APOMAC | Clínica encerra amanhã. Jorge Fão apela aos casinos e critica Governo

Jorge Fão confirmou que a clínica da APOMAC fecha portas amanhã. “Desolado” com a decisão tomada após o corte de financiamento da Fundação Macau, o ex-deputado diz preferir “uma morte rápida” e acusa o Governo de “desprezo”. Contudo, acredita ainda num “milagre” e apela a mecenas e casinos para angariarem as 1,3 milhões de patacas necessárias para o funcionamento anual do espaço

 

O presidente da assembleia-geral da Associação de Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), Jorge Fão, confirmou que a clínica da associação, em funcionamento há quase 20 anos, fecha definitivamente portas, a partir de amanhã. Em causa, está uma alteração legislativa que dita que a clínica da APOMAC só pode ser subsidiada pelos Serviços de Saúde (SSM), abrindo os serviços à população, e não através de apoios da Fundação Macau.

“Estamos todos muito desolados com esta decisão, que é difícil de tomar. No entanto, temos de ser responsáveis por aquilo que fazemos e decidimos fechar a clínica a partir do dia 1 de Março. Até lá, esperamos poder pagar as dívidas e compensações aos três bons profissionais que temos”, disse ontem ao HM.

Segundo explicou o ex-deputado, durante a negociação com os SSM, foi vincado que “não é possível” sustentar a clínica através do modelo de subsídio proposto, que corresponde à atribuição de um apoio de 130 patacas por cada paciente. Isto, quando seria preciso ter, no mínimo, mais de 40 pacientes por dia, algo que está longe da realidade, e atender às necessidades específicas de pacientes com idades avançadas, que não podem ficar em lista de espera no hospital público.

“Para haver 40 atendimentos por dia, era preciso inventar números. Não é que a gente não saiba inventar números, podia meter os associados todos a ir à clínica dia sim, dia não, para conseguir as 130 patacas para pagar aos profissionais, mas eu não tenho moral para fazer uma coisa dessas. Preferi uma morte rápida, por isso vamos ter de fechar isto”, começou por explicar.

“Todos sabemos que, para frequentar o hospital público, a lista de espera é grande. Temos mais de 300 associados com mais de 80 anos e quando esse apoio é necessário tem de chegar de forma urgente. Não vamos levar uma pessoa de cadeira de rodas ou a coxear até hospital para depois ficar lá o dia todo até ser atendido”, acrescentou.

Jorge Fão referiu ainda que, sabendo do encerramento da clínica, os SSM ofereceram os seus serviços para apoiar os associados da APOMAC . No entanto, “não foi indicado que apoio podem oferecer” e foi, por isso, enviada uma carta a pedir esclarecimentos, que ainda não obteve resposta.

Segundo o responsável, a clínica da APOMAC apoia anualmente mais de 300 associados entre terapias e consultas destinadas, sobretudo, a idosos com dificuldades motoras que necessitam de apoio de fisioterapia.

Desprezo, injustiça e esperança

Para Jorge Fão, o Governo não está a ter capacidade de compreender que a APOMAC é uma associação com 20 anos sem os recursos ou o património de outras e que, para além de prestar apoio à comunidade macaense e portuguesa, é também um polo de promoção da gastronomia macaense junto da comunidade chinesa.

“Sinto alguma injustiça e desprezo para connosco. Considero que não estão ou não querem analisar bem a questão. É muito triste. Estou completamente desolado, mas pode ser que amanhã apareça um milagre. Já perdi a fé, apesar de ter andado sempre a lutar na minha vida”, partilhou.

O presidente da assembleia-geral da APOMAC lamenta ainda que, apesar de o Governo “propagandear que apoia os idosos e os mais desfavorecidos”, não tem sido possível “ver esse apoio em concreto” e aponta o dedo a uma “política de austeridade discutível”, que não hesitou em gastar 95 milhões de patacas na organização de um Grande Prémio “sem competição”.

“A política está orientada para a austeridade, mas, às vezes, essa austeridade é discutível. O último Grande Prémio foram três dias (…) onde não houve competição nem corredores de renome. Alguém se lembrou de pegar nuns carros e proporcionou ali três dias de brincadeira que custaram ao Governo 95 milhões. Nós só precisamos de 1,3 milhões para que a clínica funcione anualmente”, rematou.

Por isso, mesmo, Jorge Fão fez um apelo para que os casinos de Macau ou outros mecenas possam angariar o montante.

“Se aparecer algum mecenas que queira oferecer os seus préstimos será bem-vindo. Macau tem o hábito do mecenato. Se os casinos de Macau quiserem ajudar a APOMAC com a sua generosidade essa ajuda é bem-vinda”, apontou.

28 Fev 2022

Ho Iat Seng | Guerra na Ucrânia com impacto na economia de Macau

O Chefe de Executivo vincou que, além da pandemia, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia tem impacto na economia de Macau, a reboque da subida do preço do petróleo. Ho Iat Seng recusou ainda um eventual relaxamento da política de zero casos e que o Governo esteja a tornar a vacina obrigatória. Uma nova ronda de cartão de consumo está em estudo

 

Além da pandemia, o conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia terá também um impacto palpável na economia de Macau. Quem o diz é o Chefe de Executivo, Ho Iat Seng, alertando para as mais que expectáveis consequências que o aumento do preço do petróleo irá ter na inflação do território.

“Em termos económicos, Macau não é afectado apenas pela pandemia. Sabemos que há uma guerra. Então, ninguém pode prever nestes poucos dias como a economia global vai reagir. Veja a Guerra entre a Rússia e a Ucrânia”, começou por dizer, segundo a TDM – Rádio Macau, na sexta-feira, o Chefe do Executivo à margem da tomada de posse da nova directora da Associação das Geral das Mulheres, Lau Kam Ling.

“Ninguém pode prever quando vai parar o conflito e quantos países vão estar envolvidos, mas podemos perceber que a economia será afectada porque os preços do petróleo não param de subir (…) e os preços podem chegar aos 120 dólares. O aumento do preço do petróleo afectará certamente a nossa inflação. Temos todos de estar atentos a isso”, acrescentou.

Recorde-se que a Rússia lançou na passada quinta-feira uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos 198 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo informações de Kiev citadas pela agência Lusa. A ONU deu conta de 150.000 deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

Tolerância zero

Sobre o eventual relaxamento da política de zero casos em Macau, Ho Iat Seng sublinhou que o cenário, para já, está afastado, dado o interesse que existe em alinhar a política anti-epidémica com o Interior da China e evitar uma situação semelhante à de Hong Kong.

“O relaxamento das medidas epidémicas pode levar a uma situação semelhante à de Hong Kong, cenário que ninguém quer ver. Macau tem de alinhar a sua política de combate epidémico com as autoridades do Interior da China (…), pois qualquer inconsistência pode criar dificuldades na manutenção das fronteiras abertas”, disse Ho Iat Seng, segundo o canal em língua inglesa da TDM.

Com o reforço da sensibilização e medidas dirigidas à vacinação das crianças, o Chefe do Executivo rejeitou ainda a acusação de que o Governo está a tornar a vacina obrigatória no território. “Apesar de se dizer que estamos a forçar as pessoas a tomar a vacina, estamos apenas a tentar proteger as crianças e foi, por isso, que adoptámos uma abordagem de esperar para ver. Como Governo, temos de seguir o padrão do mundo, que é vacinar. [Numa primeira fase], não impusemos medidas rígidas como impedir que não vacinados frequentem alguns locais. Ainda não adoptámos essas medidas, mas se os problemas aumentarem não teremos outra escolha senão avançar”, alertou o Chefe do Executivo.

Questionado sobre o lançamento de uma nova ronda do cartão de consumo, Ho Iat Seng disse que o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong se encontra actualmente a estudar a possibilidade e que uma decisão será tomada posteriormente.

28 Fev 2022

Aeroporto | CAM espera aumento de 30% de passageiros em 2022

O presidente do Conselho de Administração da CAM, Ma Iao Hang, estima que em 2022 o movimento de passageiros e o tráfego aéreo do Aeroporto de Macau recuperem, respectivamente, 30 e 34 por cento em relação a 2019. É esperado também um aumento de 30 por cento em relação às receitas de 1.9 mil milhões de patacas obtidas em 2021

 

A Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau (CAM) prevê para 2022 uma recuperação de 30 por cento, ao nível da movimentação de passageiros e tráfego aéreo em comparação com o período antes da pandemia (2019). Quanto aos lucros de 2021 foram obtidas 1.9 mil milhões de patacas, um aumento de 30 por cento sobre os valores alcançados em 2020. Os dados foram revelados ontem pelo presidente do Conselho de Administração da CAM, Ma Iao Hang, durante o almoço de primavera da empresa.

“Em 2021, o Aeroporto Internacional de Macau alcançou lucros de 1.9 mil milhões de patacas, representando um aumento anual de 30 por cento e um aumento de 30 por cento em relação aos níveis pré-pandémicos registados em 2019. Em 2022, projectamos que a movimentação de passageiros e o tráfego aéreo do Aeroporto Internacional de Macau cresça, respectivamente, 30 e 34 por cento em relação ao período antes da pandemia. Já o volume da carga aérea deverá crescer 20 por cento em comparação com 2019”, disse Ma Iao Hang.

Relativamente a 2021, o responsável apontou que o Aeroporto de Macau acolheu um total de 1.14 milhões de passageiros (menos 2,2 por cento em relação a 2020) e 15.791 movimentações aéreas (menos 6,9 por cento em relação a 2020), sustentadas essencialmente pela retoma de rotas para o Interior da China. De vento em poupa está o transporte de carga aérea, área que registou um crescimento de 45,72 por cento em relação a 2020 e de 15 por cento em comparação com 2019, tendo sido movimentadas 48,595 toneladas, no total.

Estamos prontos

Sobre a expansão do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Macau do lado sul, cujas obras deverão estar concluídas durante o primeiro semestre de 2022, Ma Iao Hang mostra-se confiante quanto à entrada em funcionamento da nova estrutura no decorrer deste ano e apontou que a mesma terá capacidade para acolher cerca de 10 milhões de passageiros.

Em relação ao desenvolvimento da Grade Baía, o presidente do Conselho de Administração da CAM diz que a empresa está preparada para “agarrar” as oportunidades criadas pelo “ambiente favorável” da região e assumir o seu papel na construção de Macau enquanto ponto estratégico para a área envolvente e actor principal na zona de cooperação em Hengqin.

Por fim, apontando que em 2022 a procura por passagens aéreas deverá alcançar 61 por cento do período pré-pandémico, Ma Iao Hang garantiu continuar a providenciar os passageiros do Aeroporto de Macau com um ambiente “higiénico e confortável”, mais “sustentável” e “preparado” para receber a tecnologia 5G.

25 Fev 2022

Covid-19 | Governo equaciona quarentenas em casa e testes rápidos

Os Serviços de Saúde garantem ter um plano para lidar com surtos de covid-19, que passa por construir um local para acolher pacientes. Segundo Leong Iek Hou, se a situação piorar, testes rápidos e quarentenas domiciliárias podem também ser uma realidade. Os comprimidos para infectados vão estar disponíveis no final de Março

 

A coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas dos Serviços de Saúde, Leong Iek Hou, revelou ontem que o Governo já definiu um plano para lidar com um novo surto de covid-19 em Macau. Numa altura em que a situação epidémica em Hong Kong é grave e a contabilização de casos importados em Macau é uma realidade diária, a responsável disse que será construído um local dedicado a acolher pacientes, se o número de casos aumentar.

“Se o número de doentes não for muito elevado, vamos continuar com a actual política. Mas, se os casos aumentarem vamos implementar outras políticas e ponderar construir uma estrutura para concentrar doentes num único local. Ainda temos capacidade de tratar os doentes mesmo que o número aumente”, disse à TDM – Rádio Macau após participar no programa “Fórum Macau” da emissora em língua chinesa.

Nesse cenário, Leong Iek Hou admitiu a possibilidade de integrar na estratégia de combate à covid-19, a realização de testes rápidos e quarentenas domiciliárias para pacientes com sintomas ligeiros. No entanto, a médica frisou que essa será uma alternativa pouco desejável, accionada apenas se a situação “piorar muito”.

“Os resultados deste tipo de testes não é muito preciso e há uma probabilidade maior de haver falsos negativos (…) e se a situação da pandemia piorar muito [em Macau] os pacientes com sintomas ligeiros talvez possam ficar em casa. Mas essa é uma situação que não queremos”, reiterou.

Toma o comprimido

Em declarações à imprensa, Leong Iek Hou revelou ainda que os comprimidos da Pfizer para tratamento de doentes com covid-19 vão chegar a Macau até ao final de Março.

Questionada sobre a chegada à RAEM da vacina da BioNTech para crianças dos 3 aos 11 anos, a médica apontou “não haver data” para a sua importação devido à escassez de oferta no mercado, mas garantiu que as autoridades estão em conversações com o fabricante e que a vacina da Sinopharm disponível em Macau é “muito eficaz”.

“Em países estrangeiros foram disponibilizadas vacinas mRNA para crianças e os Serviços de Saúde encomendaram imediatamente este tipo de vacina. No entanto, devido à escassez de oferta, ainda não temos calendário para a sua importação para Macau, mas já falámos com o fabricante. As nossas crianças entre os 3 e os 11 anos só podem receber as vacinas da Sinopharm, essa vacina é muito eficaz”, vincou Leong Iek Hou.

Obra das Mães | Caso colectivo de gripe detectado em creche

Os Serviços de Saúde revelaram a existência de um caso de infecção colectiva de gripe, diagnosticado na turma E na Creche S. João da Obra das Mães, na Avenida da Universidade de Macau. De acordo com as autoridades, o surto afectou três meninos e três meninas, todos com três anos de idade.

Segundo o relato da ocorrência, no “dia 22 de Fevereiro, os alunos começaram a manifestar sintomas de infecção do trato respiratório superior como febre, tosse e corrimento nasal”. Os sintomas fizeram com que as crianças fossem levadas para cuidados médicos, que levaram à detecção do caso. No entanto, não houve necessidade de internamentos.

24 Fev 2022

Crime | Algemou e filmou prostituta para roubar 100 mil RMB

Após perder dinheiro no casino, um homem do Interior da China procurou os serviços de uma prostituta, para a chantagear com imagens obtidas ilegalmente, onde a mulher aparece nua e “algemada” com um cabo USB. No final, a vítima acabou por transferir 100 mil renminbis para a conta do suspeito

 

A Polícia Judiciária (PJ) deteve na terça-feira um homem e 43 anos pela prática dos crimes de roubo e captação ilegal de imagens. Em causa, está o facto de o suspeito ter roubado 100 mil renminbis a uma prostituta num quarto de hotel no Cotai, depois de a ter “algemado” com um cabo USB, filmado sem roupa e chantageado com a divulgação das imagens para os amigos e familiares da vítima.

De acordo com dados revelados ontem pela PJ em conferência de imprensa, depois de perder o dinheiro que tinha no casino do hotel, o homem, natural do Interior da China, abordou durante a madrugada desse mesmo dia, uma prostituta que estava à procura de clientes no mesmo espaço. A mulher propôs cobrar 2.000 dólares de Hong Kong pelo serviço, montante que o homem aceitou pagar sem contestar.

Já no quarto, e após consumado o serviço, o homem pegou num cabo USB usado para carregar telemóveis, a fim de amarrar as mãos da prostituta atrás das costas, sem que esta tivesse sequer tempo para se vestir. Com a mulher imobilizada e sem poder usar as mãos, o suspeito pegou no telemóvel da mulher e começou a gravar um vídeo da mesma, nua e a algemada.

Tirando partido da situação, o suspeito pediu à mulher para revelar a password da sua aplicação de home banking, sob pena de divulgar o vídeo onde aparece sem roupa pelos seus amigos e familiares. Chantageada, a mulher acedeu ao pedido do suspeito, que de imediato fez uma transferência de 100 mil renminbis da conta da prostituta para a sua própria conta. De seguida, o homem pôs-se em fuga, deixando a mulher nua e amarrada no quarto, que acabou por conseguir chamar a segurança do hotel e apresentar queixa à polícia.

Mais nunca é demais

Iniciada a investigação, a PJ descobriu que, após abandonar o hotel, o suspeito dirigiu-se à zona do NAPE, onde trocou ilegalmente o montante que tinha acabado de receber digitalmente por dinheiro e seguiu para outro casino para jogar.

Na manhã do mesmo dia, e recorrendo às câmaras de vigilância, a PJ viria a encontrar e deter o homem numa sauna no NAPE, onde estava a dormir. Durante o interrogatório, o homem confessou ter roubado a prostituta por ter perdido todo o dinheiro que tinha no casino e acrescentou ter gasto os 100 mil renminbis novamente em jogo.

O caso seguiu ontem para o Ministério Público (MP), onde o indivíduo irá responder pelos crimes de “roubo” e “gravações e fotografias ilícitas”. A confirmar-se a acusação, o suspeito pode ser punido com pena de prisão de 1 a 8 anos pela primeira infracção e com pena de prisão até 2 anos ou pena de multa até 240 dias pelo segundo crime. Também a mulher foi levada para o MP, devido a irregularidades relacionadas com o seu visto de trabalho.

24 Fev 2022

Covid-19 | Dois novos casos importados de Hong Kong

Dois residentes de Macau provenientes de Hong Kong, testaram positivo para a covid-19 na segunda-feira. Os dois casos, ambos importados, foram classificados como o 80.º caso confirmado em Macau e o outro como um caso de infecção assintomática.

O 80.º caso confirmado, trata-se de um residente de 58 anos de idade inoculado com três doses da vacina da Sinopharm que chegou a Macau no sábado, através do autocarro de ligação dos postos fronteiriços da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (Autocarro Dourado). Após ter sido encaminhado para a Pousada Marina Infante para fazer quarentena, o paciente testou positivo no primeiro exame de ácido nucleico realizado no domingo.

Contudo, no dia seguinte, testou positivo para a covid-19, tendo sido encaminhado para o Centro Clínico de Saúde Pública em Coloane para isolamento e tratamento, apresentando “sintomas de tosse ligeira e perda do paladar”.

O segundo caso diz respeito a uma residente de Macau de 49 anos, inoculada com duas doses da vacina da Sinopharm, que entrou em Macau na segunda-feira, depois de apanhar também o Autocarro Dourado. Apesar de não ter sintomas, a residente testou positivo para a covid-19 ao entrar em Macau, tendo sido encaminhada para o Centro Clínico de Saúde Pública em Coloane.

23 Fev 2022

Função pública | Faltas justificadas para vacinar filhos

Os trabalhadores dos serviços públicos podem ausentar-se do serviço para acompanhar a vacinação contra a covid-19 dos filhos. Incluídos na medida estão pais de alunos do ensino infantil, primário e secundário, menores de 18 anos. Com uma taxa de vacinação de apenas 8,5 por cento entre as crianças, Kong Chi Meng e Alvis Lo apelaram à vacinação urgente nas escolas

 

Os trabalhadores de todos os serviços públicos estão, desde ontem, autorizados a faltar justificadamente ao serviço para acompanhar os filhos menores durante a inoculação das vacinas contra a covid-19.

A medida foi divulgada pela Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) e engloba os funcionários que sejam pais de alunos do ensino infantil, primário e secundário que não tenham completado 18 anos de idade. Ao abrigo da medida, os funcionários públicos poderão assim optar por se ausentar do serviço no dia da vacinação ou no dia seguinte.

“Os trabalhadores podem, no próprio dia ou no dia seguinte ao da vacinação dos filhos, por os terem acompanhado, ausentar-se do serviço justificadamente a fim de poderem observar a situação dos mesmos após a vacinação e tomar conta deles”, pode ler-se no comunicado.

Na mesma nota, os SAFP revelaram ainda ter comunicado a medida “aos diversos serviços públicos” após ouvir os Serviços de Saúde e a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ).

Durante uma sessão de esclarecimentos sobre a promoção da vacinação de estudantes, que decorreu na Escola Secundária Kao Yip e que contou com a presença do director da DSEDJ, Kong Chi Meng, e do director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo Iek Long, foram feitos apelos “urgentes” à vacinação, numa altura em que a taxa de inoculação da faixa etária entre os 3 e os 11 anos é de apenas 8,5 por cento, não sendo, por isso, “ideal”.

Durante o encontro, Kong Chi Meng sublinhou que, por ser um local “muito denso e movimentado”, não se pode “ignorar o risco para a saúde de alunos e docentes”. Além disso, foi acrescentado, através do registo semanal da lista de alunos não vacinados, poderão ser organizados “Dias de Vacinação” de acordo com as intenções dos encarregados de educação.

Por seu turno, Alvis Lo abordou, do ponto de vista técnico, a eficácia das vacinas contra a covid-19 na redução de sintomas graves e da mortalidade e reiterou que os encarregados de educação devem vacinar “com a maior brevidade possível” , os menores a seu cargo, para colaborar na protecção da saúde das crianças.

Tendência de subida

Com o agravar da situação epidémica em Hong Kong, alguns pais que têm estado reticentes na vacinação dos filhos, começam agora a concretizar a inoculação, dado que desde quinta-feira, a taxa de vacinação da faixa etária subiu cerca de 2.0 por cento.

Ouvida pela TDM-Canal Macau, uma mãe que optou por vacinar o filho diz que a criança não teve efeitos secundários e que a vacinação é o caminho a escolher, numa altura em que a pandemia dá sinais de agravamento.

“Como a pandemia está muito grave é melhor levar já a vacina. [O meu filho] não teve reacções e até foi à escola no dia seguinte”, disse.

Uma aluna disse ainda que se “sentiu muito bem” após a inoculação e que vai dizer aos colegas para fazerem o mesmo. No entanto, outros estão ainda com medo dos efeitos secundários.

Já um pai que optou por não vacinar o filho, apontou que irá ponderar fazê-lo “se Macau voltar a ter um surto”, já que o filho é alérgico à vacina da gripe e, por isso, terá de se aconselhar com os profissionais de saúde.

Recorde-se que as crianças entre os 3 e os 11 anos só podem ser inoculadas com a vacina da Sinopharm, já que de acordo com as autoridades de saúde apenas os maiores de 12 anos estão autorizados a receber o fármaco da BioNTech.

PJ | Notificação sobre falsas chamadas telefónicas 

Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) notificaram a Polícia Judiciária (PJ) sobre o facto de alguns cidadãos terem recebido, nos últimos dias, chamadas telefónicas com gravações em cantonês informando-os que são pessoas de contacto próximo de caso confirmado de infecção de covid-19 em Hong Kong, solicitando que realizem teste de ácido nucleico ou contactem o Centro de Protecção de Saúde “Centre for Health Protection” em Hong Kong.

No entanto, os SSM adiantam que estas pessoas nunca estiveram em Hong Kong, além de que “o número de telefone emissor das chamadas não é o número de telefone que emite mensagens” dos SSM. Após uma consulta junto do Centro de Protecção de Saúde de Hong Kong, confirmou-se que estes serviços também não emitiram qualquer gravação telefónica. Desta forma, os SSM apelam a cidadãos e residentes para estarem atentos a eventuais burlas telefónicas por esta via. 

Hotel Tesouro | Quarentena para quem vem de Hong Kong

Com o agravamento da situação epidémica em Hong Kong, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou que a partir de sexta-feira, todos os indivíduos que entrem em Macau provenientes do território vizinho, passam a ter que fazer quarentena no Hotel Tesouro. Todas as pessoas provenientes de Hong Kong que já tenham reservas noutros hotéis de observação médica, verão as suas reservas canceladas a partir de sexta-feira, devendo, por isso, remarcar a sua quarentena para o Hotel Tesouro.

23 Fev 2022

Hengqin | Che Sai Wang pede incentivos para residentes

O deputado Che Sai Wang considera que o Governo deve apostar na atribuição de subsídios de alojamento ou residência para convencer os residentes de Macau a trabalhar a tempo inteiro em Hengqin.

De acordo com o deputado, “a maior parte dos residentes não tem qualquer intenção de sair de Macau e ir trabalhar em Hengqin”, dado que “preferem uma cidade mais desenvolvida” e os subsídios existentes “não são um grande atractivo”.

“Feitos os cálculos e considerados diversos factores, não há grande diferença entre os salários no mercado de trabalho local e no de Hengqin. Mais, também não conhecem a situação de emprego e que funções podem exercer em Hengqin”, lê-se na interpelação escrita.

Para Che Sai Wang, abrir um negócio na Ilha da Montanha constitui um risco tendo em conta a baixa densidade populacional da região e as incertezas a nível económico.

“Alguns residentes de Macau chamam-lhe a cidade deserta e a criação de negócios em Hengqin levanta preocupação em relação à impossibilidade de os manter devido à falta de pessoas. Além disso, o actual desenvolvimento económico também não é claro, por isso, os residentes, especialmente aqueles com dificuldades económicas, não vão considerar optar por este caminho de emprego”, acrescentou.

Por isso mesmo, o deputado quer saber se, além dos subsídios entre 5 mil e 12 mil renminbis previstos para residentes que optem por trabalhar em Hengqin consoante as suas habilitações académicas, o Governo tem planos para atrair para a Ilha da Montanha mais jovens de Macau com habilitações académicas elevadas.

23 Fev 2022

Renovação urbana | Deputados querem Governo mais interventivo

Os deputados que estão a discutir o “Regime jurídico da renovação urbana” defendem que o Governo deve ser mais interventivo no processo de reabilitação do Bairro do Iao Hon. Com a reconstrução a cargo dos proprietários, o Executivo admitiu apoiar o licenciamento e atribuir benefícios fiscais para “acelerar procedimentos”

 

Os deputados da 2ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa que estão a discutir o “Regime jurídico da renovação urbana” defendem que o Governo deve ter uma postura mais interventiva quanto à criação das condições necessárias para materializar a renovação dos sete edifícios do Bairro do Ia Hon que serão sujeitos a intervenção.

Isto, quando a proposta de lei prevê que a reconstrução de condomínios com mais de 30 anos é da responsabilidade dos proprietários, que deverão ser capazes de reunir um consenso de, pelo menos, 80 por cento dos condóminos.

“A reconstrução do condomínio é realizada tendo em vista a concretização da Renovação Urbana que deve ser implementada pelos proprietários. Se isto é feito pelo Governo, os efeitos não são os melhores”, começou por explicar ontem o deputado Chan Chak Mo, que também preside à comissão.

“Sobre os sete edifícios do Iao Hon, o Governo disse que (…) irá dar apoio e fazer inquéritos para saber a vontade dos proprietários. Se a concordância chegar a 80 por cento, o Governo vai dar esse apoio. Se não chegar aos 80 por cento o Governo vai (…) obrigar os proprietários a vender a sua propriedade. Se a proposta de lei for aprovada como está, a questão terá de passar pela arbitragem, e os 20 por cento que não concordam têm de participar obrigatoriamente nesse processo”, acrescentou.

Segundo o deputado, a proposta de lei garante que os 20 por cento que não concordam com a reconstrução possam ver os seus direitos enquanto proprietários defendidos, pois “apesar de não defenderem a reconstrução, podem optar apenas pela reparação do edifício”, esclareceu.

Dentro do possível

Sobre a possibilidade de o Governo vir a ter um papel mais interventivo, Chan Chak Mo partilhou que foi admitida a introdução de alterações com o objectivo de facilitar a emissão de licenças por parte das Obras Públicas, dar benefícios fiscais ou reduzir a percentagem de consentimento necessária para iniciar o processo de reconstrução.

“Os deputados entendem que o Governo deve intervir mais e o Governo concorda com isto. Durante os procedimentos, as Obras Públicas podem dar mais apoio ou acelerar os procedimentos para dar licenças. Além da proposta de lei, podem ser dados benefícios fiscais e reduzir-se a percentagem de concordância para conceder mais facilidades aos proprietários”, vincou Chan Chak Mo.

Durante a reunião de ontem, que contou com a presença do secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, o deputado apontou ainda que, apesar de a proposta de lei prever a reconstrução através da anexação de parcelas de terreno, “tudo depende do Plano Director” e das respectivas finalidades que forem atribuídas aos terrenos.

23 Fev 2022

Corrupção | Directrizes da ONU serão referência para cargos públicos

Ainda no rescaldo da detenção do ex-director da DSSOPT, Li Canfeng, o Executivo assegurou que, além da criação de um regime disciplinar dedicado às chefias, irá aperfeiçoar as disposições de responsabilidade penal em linha com as exigências das Nações Unidas

 

A Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) revelou que, para além de estar a estudar a criação de um regime disciplinar dedicado ao pessoal de direcção e chefia, irá tomar como referência a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção para aumentar a eficácia do combate aos crimes cometidos no exercício de funções públicas.

“Tomando como referência as exigências estabelecidas na Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, o Governo da RAEM irá aperfeiçoar as disposições de responsabilidade penal associadas aos crimes funcionais, para que o sistema jurídico-penal apresente, junto dos trabalhadores dos serviços públicos, uma maior eficácia no âmbito do combate e dissuasão dos crimes cometidos no exercício de funções públicas”, pode ler-se na resposta a uma interpelação do deputado Leong Sun Iok, assinada pelo director dos SAFP, Kou Peng Kuan.

Na missiva dirigida ao Governo, o deputado recordou o caso de corrupção que envolveu a detenção, entre outros, do ex-director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng, por suspeitas prática dos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais e falsificação de documentos.

“Os vários casos de corrupção na área das obras públicas envolveram altos dirigentes e são de relevante interesse público, portanto, para evitar que se repitam, o Governo tem de rever, de forma aprofundada, os trabalhos nesta área, sobretudo dos assuntos de terras e concessões públicas, identificando as falhas e colmatando as lacunas”, disse na altura Leong Sun Iok.

Tendo em conta o objectivo definido nas LAG para 2022 de iniciar o processo legislativo do regime disciplinar dedicado às chefias, os SAFP apontam que uma das principais questões se prende com o facto de, actualmente, os processos disciplinares serem “conduzidos pelas próprias entidades”, dando azo a que “infracções disciplinares idênticas ou semelhantes venham a ser objecto de diferentes sanções disciplinares”.

Escolhidos a dedo

Sobre as dúvidas levantadas por Leong Sun Iok acerca dos critérios de selecção e nomeação de dirigentes de cargos públicos, os SAFP apontaram que o Governo tem aplicado o princípio “selecção de pessoas com qualidades adequadas” e respeitado as disposições complementares do estatuto do pessoal de direcção e chefia, determinando que o recrutamento é feito por escolha, através de apreciação curricular.

Isto, tendo também em consideração tratar-se de “indivíduos de reconhecida idoneidade cívica, possuidores de habilitações compatíveis com o cargo” e experiência profissional que satisfaça os requisitos de admissão na Administração Pública.

Sobre a elevação da capacidade de gestão dos funcionários públicos, os SAFP indicaram a realização de acções de formação destinadas a trabalhadores de diferentes níveis, reiterando que a ética e a conduta dos trabalhadores estão no topo das prioridades.

“O Governo da RAEM tem atribuído elevada importância à ética e à conduta dos trabalhadores dos serviços públicos, bem como à sua consciência de integridade e cumprimento da lei, e tem organizado, de forma permanente acções de formação para os trabalhadores após o seu ingresso nos serviços públicos ou para efeitos de acesso nas suas carreiras”, pode ler-se na resposta dos SAFP.

22 Fev 2022

Covid-19 | Governo pode impor medidas a não vacinados em caso de surto iminente

Numa altura em que dois residentes de Hong Kong em quarentena testaram positivo à covid-19, o Governo admitiu vir a tomar medidas mais rigorosas e dificultar a vida à população não vacinada, caso o risco de surto em Macau aumente. Suspensão do autocarro dourado dificulta regresso de residentes. Governo faz apelo urgente à vacinação

 

Perante o agravamento da situação epidémica em Hong Kong que, só ontem, registou mais de 6.000 novos casos, o Centro de Coordenação admitiu vir a tomar medidas de prevenção mais rigorosas, que podem vir a dificultar a vida à população que ainda não está vacinada contra a covid-19.

“Caso o risco de infecção comunitária de Macau aumente, vamos adoptar medidas da prevenção da pandemia mais rigorosas e será inevitável que, a partir desse momento, isso possa causar constrangimentos a quem ainda não está vacinado”, pode ler-se num comunicado divulgado ontem pelo Centro de Coordenação.

Paralelamente, foi emitido um apelo urgente para que a população se vacine “o mais rapidamente possível”, nomeadamente as crianças e os idosos.

“Actualmente existe uma transmissão comunitária em grande escala do novo coronavírus nas áreas vizinhas e já foram registados vários casos importados de infecção em Macau, daí o risco de infecção comunitária continuar a aumentar”, pode ler-se numa outra nota oficial.

Com o aumento de “casos mortais e casos graves envolvendo crianças e idosos”, e com uma taxa de vacinação ainda longe da “ideal”, é acrescentado que as pessoas vacinadas, só alcançam “imunidade suficiente”, pelo menos duas semanas depois da inoculação.

A taxa de vacinação na faixa etária entre os 3 e os 11 anos é 6,7 por cento, entre os 70 e os 79 anos é de 45,7 por cento e com mais de 80 anos é de 17,9 por cento.

Sempre a somar

Entretanto, mais dois residentes de Hong Kong testaram positivo à covid-19 no sábado, após terem entrado em Macau no dia 13 de Fevereiro através do autocarro da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (autocarro dourado), que partiu de Hong Kong às 18h00 desse mesmo dia.

Em comunicado, o Centro de Coordenação revela tratar-se de uma mulher de 52 anos, com duas doses da vacina da Sinovac, e de uma criança de 10 anos, que não tomou qualquer dose da vacina contra a covid-19. Os dois novos casos encontravam-se em isolamento no Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane, após uma mulher de 41 anos, que viajou e ficou no mesmo quarto, ter testado positivo para a doença na quarta-feira.

Entre quarta e sexta-feira da semana passada, os testes diários realizados foram sempre negativos. Tanto a mulher de 52 anos, como a criança de 10 anos não apresentam sintomas, pelo que foram classificados como “casos importados de infecção assintomática”, não entrando, por isso, na contabilização de casos confirmados de Macau.

Enquanto isso, alguns residentes de Macau contaram ao canal em língua inglesa da TDM, terem ficado impedidos de vir para o território após algumas viagens do serviço do autocarro dourado terem sido canceladas desde o dia 17 de Fevereiro.

De malas feitas, um desses estudantes revelou à emissora pública que a viagem que tinha adquirido foi suspensa três dias antes da data de regresso a Macau, acrescentando ser agora impossível marcar nova viagem, dado que os bilhetes para os próximos dias já se encontram esgotados.

“Quando contactei os serviços do autocarro dourado, disseram-me que os horários e a frequência dos autocarros são controlados pelo Governo e que não tinham sido notificados para aumentar ou mudar a frequência das viagens. Senti-me desiludido e chocado com este arranjo e também porque o Governo anunciou que aqueles que já tinham adquirido bilhete, deixaram, de repente, de o ter”, disse Ng, que se encontra a viver e a trabalhar em Hong Kong.

Para maiores de 50

A população não vacinada contra a covid-19 com mais de 50 anos vai receber uma mensagem de telemóvel nos próximos dias para que seja inoculada “o mais rápido possível”.

Na iminência de que os surtos comunitários nas regiões vizinhas possam chegar a Macau, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, reitera em comunicado, que a vacinação contra a covid-19 pode reduzir a ocorrência de “doenças graves e até mortais” e que, actualmente, Macau dispõe de mais de 10.000 vagas diárias.

21 Fev 2022

Burla | Falso vendedor lesou 16 residentes em 3 milhões de patacas

Fazendo-se passar por funcionário de uma empresa de produtos electrónicos, um residente de Macau de 38 anos burlou 16 residentes em cerca de 3 milhões de patacas através da venda porta-a-porta de aparelhos set-up box. Polícia Judiciária lança apelo para a população não abrir a porta a estranhos

 

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um residente de Macau de 38 anos, por suspeitas de lesar, no total, 16 vítimas em cerca de 3 milhões de patacas, com a venda de produtos electrónicos porta-a-porta.

Segundo dados da PJ citados pelo canal em língua inglesa da TDM, desde Novembro do ano passado que o homem alegava pertencer a uma empresa de tecnologia, para promover, porta-a-porta, a venda de vários produtos electrónicos, como aparelhos set-up box. Além disso, oferecia descontos para convencer as vítimas a comprarem e a pagarem um sinal, no momento.

No interior dos apartamentos, ao oferecer descontos especiais às vítimas, o suspeito levava-as a acreditar que, quanto mais pagassem, maior seria o desconto e ainda que, mais tarde, poderia ser devolvida uma fatia maior do sinal adiantado.

Além disso, o suspeito aliciava os potenciais compradores através da demonstração de produtos como computadores portáteis e telemóveis que poderiam vir a ser seus mediante o pagamento de montantes avultados. No entanto, uma das vítimas que acabaria por apresentar queixa, não conseguiu recuperar o sinal, nem contactar com o burlão.

Após uma investigação, o suspeito acabou por ser detido pela PJ descobrindo-se que outras 16 vítimas tinham também sido burladas. O prejuízo total destas vítimas foi de 2,93 milhões de patacas.

Algumas vítimas reportaram ainda terem recebido cheques enviados pelo suspeito, no valor dos montantes transferidos anteriormente pelas vítimas através de aplicações móveis. No entanto, os cheques não tinham cobertura.

“Algumas vítimas dirigiram-se ao banco para levantar o dinheiro dos cheques, mas isso revelou ser impossível, devido à falta de verbas na conta do suspeito. As vítimas contactaram o suspeito que, por sua vez, emitiu mais cheques sem cobertura”, detalhou o porta-voz da PJ segundo a TDM.

Desconfiar sempre

Apontando que a maioria dos 16 lesados diz respeito a idosos, a PJ divulgou na sexta-feira um comunicado onde apela à população para não abrir a porta a estranhos, sem antes confirmar a sua identidade, junto da empresa ou entidade à qual dizem pertencer.

“Os burlões podem fingir serem diferentes tipos de pessoas tais como, funcionários dos serviços públicos, vendedores, empregados de empresa de correio rápido ou de manutenção”, começam por descrever as autoridades.

“A PJ alerta a população a estar atenta e não abrir facilmente a porta a pessoas desconhecidas, de modo a não dar qualquer oportunidade para os criminosos praticarem quaisquer actos de roubo, furto e de burla. Se estiver perante uma situação duvidosa, deve confirmar imediatamente através do contacto com a respectiva entidade, empresa ou ao porteiro”, é acrescentado. Na presença deste tipo de crime, a PJ aconselha a reportar imediatamente o caso através da linha aberta 993.

21 Fev 2022

Patinagem | Dupla chinesa campeã olímpica. Valieva falha pódio no individual

Sui Wenjing e Han Cong conquistaram o ouro na vertente de pares da patinagem artística, alcançando uma medalha que fugia à China desde 2010. No individual, a russa Anna Shcherbakova arrebatou o ouro, numa prova onde Valieva não chegou ao pódio

Com Lusa 

 

A dupla Sui Wenjing e Han Cong conquistou no sábado a medalha de ouro na vertente de pares da patinagem artística, fechando assim o programa da modalidade com uma vitória em casa, naquele que foi o penúltimo dia de competição dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022.

A consagração da dupla da casa chegou após Sui e Han alcançarem uma pontução total de 239.88, que resultou das notas máximas alcançadas tanto no deccorer do programa curto, como do programa livre. Depois de terem conquistado a prata em PyeongChang 2018 e no Mundial de 2021 e sucessivos pódios internacionais desde 2015, Sui Wenjing e Han Cong arrebataram finalmente o lugar mais alto do pódio.

A medalha de prata foi para a dupla do Comité Olímpico Russo, Evgenia Tarasova e Vladimir Morozov, que obtiveram uma pontuação de 239.25, tendo o bronze sido atribuído aos compatriotas Anastasia Mishina e Aleksandr Galliamov (237.71), invictos desde o mundial de 2021.

Com esta vitória, Sui Wenjing e Han Cong tornaram-se na segunda dupla chinesa na história dos Jogos Olímpicos de Inverno, a conquistar uma medalha de ouro na patinagem artística. Isto, após Shen Xue e Zhao Hongbo, terem sido campeões olímpicos em Vancouver 2010. Em declarações ao Olympic Chanel após a vitória, Sui Wenjing recordou o trabalho feito e as dificuldades.

“Passámos por muita coisa e, ao início, nem éramos tidos como favoritos. As pessoas diziam que éramos ‘zebras’, porque os nossos corpos não eram ‘feitos’ para a patinagem artística. Tradicionalmente, espera-se que os homens sejam altos e as mulheres pequenas”, disse Sui.

“Se não há um caminho, nós construímos o nosso próprio caminho e assim fazemos a nossa própria história”, completou a patinadora.

Vladimir Morozov, vice-campeão olímpico mostrou-se contente com a prata. “Não sentimos muito stress e acho que conseguimos patinar como um só. Trabalhámos muitos anos para conquistar esta medalha e, por isso, ela tem um significado muito grande”, afirmou.

Já Anastasia Mishina, medalha de bronze, afirmou estar já de olhos postos na próxima competição, com o objectivo de voltar a superar a dupla chinesa.

“Queremos a desforra, mas isso depende, claro, se nossos rivais vão continuar a competir”, apontou. Por sua vez, Aleksandr Galliamov, o seu par, exaltou os novos campeões olímpicos.

“Os que terminaram no primeiro e no segundo lugar, fizeram apresentações verdadeiramente fantásticas. São rivais de muito valor e nós estamos gratos por competir com estes atletas lendários”, disse.

Gelo fino

Na vertente individual, a russa Anna Shcherbakova sagrou-se campeã olímpica de patinagem artística, numa prova em que a sua compatriota Kamila Valieva, a favorita e figura central de uma polémica por doping, foi quarta.

Valieva, autorizada pelo Comité Olímpico Internacional (COI) a disputar o concurso individual depois de um problema com doping que suspendeu a entrega do ouro do concurso colectivo, não conseguiu segurar o primeiro lugar conseguido após o programa curto, e terminou o programa livre com uma pontuação total de 224,09, fora do pódio.

Aos 17 anos, Anna Shcherbakova juntou o título olímpico ao mundial, somando 255,95 pontos, à frente da compariota Alexandra Trusova (251,73) e da japonesa Kaori Sakamoto (233,13), medalhas de prata e bronze, respectivamente.

“Dei 100 por cento e deixei toda a minha energia no gelo. Ainda não caiu a ficha acerca do resultado. Preciso de tempo, porque estou feliz com a minha apresentação, mas ainda não assimilei que a competição acabou. Sinto-me como se ainda precisasse competir”, contou Anna Shcherbakova ao Olympic Chanel.

Kamila Valieva, que no programa de quinta-feira protagonizou vários desaires inesperados, tem estado no centro de uma polémica devido a um resultado positivo por doping que levou à sua suspensão, entretanto anulada, dos Jogos Pequim 2022.

A jovem russa, actual campeã europeia, testou positivo a trimetazidina no dia 25 de Dezembro, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada.

No dia 11 de Fevereiro, a Agência Russa Antidopagem (RUSADA) decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.

Depois de o COI ter suspendido a entrega de medalhas da prova coletiva, que a Rússia venceu e na qual Valieva participou, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) autorizou a jovem atleta a manter-se nos Jogos de Pequim 2022 e a poder participar na prova individual.

Comitiva portuguesa acredita num futuro promissor após resultados inéditos

O chefe da Missão de Portugal aos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, Pedro Farromba, afirmou na quinta-feira, à chegada a Lisboa, que foram cumpridos todos os objectivos e que se abriram muitas portas para o crescimento dos desportos de Inverno.

“Foi uma missão muito completa em termos de resultados, tivemos três atletas, participámos em cinco competições e em três delas melhorámos os resultados anteriores, que era o objectivo que tínhamos definido antes de partirmos”, começou por dizer Pedro Farromba.

Farromba falou das condições difíceis de Yangqiing, na China, com as temperaturas a chegarem aos 22 graus negativos e ainda dos constrangimentos relativos à covid-19, mas garantiu que “a equipa estava motivada” e que todos os atletas, apesar de estreantes em Jogos Olímpicos mostraram “uma vontade muito grande de representar” o país.

“Acho que, para além dos resultados que obtivemos, que foram realmente excepcionais tendo em conta aquilo que é a nossa escala e dimensão, temos aqui um futuro promissor e abrem-se aqui muitas portas para continuarmos a trabalhar nos desportos de Inverno”, assumiu.

Farromba destacou ainda o trabalho do Comité Olímpico de Portugal e da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, que abriu recentemente o Pavilhão de Gelo da Serra da Estrela.

“Independentemente das idades, todos têm ainda uma margem de progressão significativa. Acho que o gelo vai ter uma palavra importante no futuro, até pelo facto de a Federação ter aberto o Pavilhão de Gelo da Serra da Estrela, acho que vamos ter novidades interessantes nos próximos Jogos Olímpicos”, adiantou Farromba.

Trabalho e dedicação

Ricardo Brancal fez a sua estreia olímpica aos 25 anos e saiu de Pequim com o 37.º lugar na prova de slalom gigante e ainda com 39.º lugar na prova de slalom.

“Foi uma experiência única, foi a melhor experiência da minha vida e trabalhei para isso. A nível competitivo, o objectivo era melhorar as marcas anteriores, eu tinha dito que um top-50 seria muito bom e isso foi ultrapassado. Revela que houve trabalho e dedicação e que no momento certo as coisas correram bem. Podiam ter corrido muito mal, mas o apoio dos portugueses ajudou muito, ajudou-me a estar concentrado e focado no dia da prova e o resulto foi muito positivo para Portugal”, revelou o esquiador, que conseguiu melhorar o 66.º posto de Arthur Hanse em PeyongChang 2018 na disciplina.

Além de Brancal, Portugal contou com a participação de mais dois atletas. A esquiadora portuguesa Vanina Oliveira, de 19 anos, saiu de Pequim com um 46.º lugar na prova de slalom gigante e não terminou a prova de slalom, devido a um erro logo à saída da segunda manga.

Já José Cabeça, de 25 anos, terminou a prova de 15 km estilo clássico no esqui de fundo na 88.ª posição e tornou-se o melhor representante luso na disciplina nos Jogos Olímpicos.

Doping | Atleta ucraniana Lidiia Hunko testa positivo

A Agência Internacional de Testes (ITA) diz que a atleta ucraniana Lidiia Hunko testou positivo a um esteroide anabolizante nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. A ITA disse o resultado foi apurado após a competição de bobsleigh, realizada na passada segunda-feira, na qual Lidiia Hunko terminou em 20.º lugar. Hunko é a terceira atleta a testar positivo para doping nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 e a segunda da Ucrânia, depois da esquiadora de fundo Valnetyna Kaminska.

Nos três casos foi detectada a presença de um esteroide. A jovem de 28 anos ficou em segundo lugar no concurso Mundial da Mulher Mais Forte de 2016, de acordo com a biografia oficial de atleta das olimpíadas de Inverno que decorrem na capital chinesa.

China | Eileen Gu faz história no esqui de estilo livre

A jovem chinesa Eileen Gu, de 18 anos, tornou-se na primeira atleta do esqui de estilo livre a conquistar três medalhas na mesma edição dos Jogos de Inverno, ao sagrar-se campeã olímpica de ‘halfpipe’.

Com origens chinesas e norte-americanas, Eileen Gu juntou o ouro conquistado na sexta-feira ao conseguido na prova de ‘big air’ e à prata no ‘slopestyle’, repetindo as medalhas conseguidas em 2020 nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude.

“Fiquei emocionada, e disse para mim própria que merecia isto. Foi um belo final para esta aventura olímpica. Estou exausta, mas feliz. Acabei de ter as melhores duas semanas da minha vida”, afirmou Eileen Gu, no final da prova, na qual a canadiana Cassei Sharpe, que defendia o título, foi segunda e a sua compatriota Rachael Karker, terceira.

Nascida na Califórnia, filha de pai norte-americano e mãe chinesa, Eileen Gu, que ainda chegou a competir pelos Estados Unidos, estuda na universidade de Stanford e brilha como modelo, tendo já sido capa de várias revistas de moda.

Também na sexta-feira, na patinagem de velocidade, o holandês Thomas Krol juntou o título olímpico dos 1.000 metros ao europeu e à prata que já tinha ganho na prova dos 1.500 metros, deixando o canadiano Laurent Dubreuil no segundo lugar e o norueguês Havard Holmefjord no terceiro.

Na competição que encerrou o programa de biatlo feminino, a francesa Justine Braisaz-Bouchet, que não estava no lote das favoritas, conquistou o ouro na prova de largada em massa de 12,5 quilómetros.

Numa prova disputada com 13 graus negativos e uma humidade de 41 por cento, as norueguesas Tiril Eckhoff e Marte Olsbu, ficaram com a prata e com o bronze, respectivamente.

21 Fev 2022

Ho Iat Seng empenhado em garantir herança cultural macaense

O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, garantiu ontem que o Governo irá continuar a assegurar a herança cultural da comunidade macaense que apelidou de “valiosa”, assim como respeitar os seus costumes, língua e a religião.

“O Governo da RAEM continuará a apoiar o desenvolvimento da comunidade macaense em vários sectores locais, a respeitar a sua língua, cultura, religião e costumes e a garantir a herança cultural macaense, uma característica valiosa de Macau, transformando Macau numa base de intercâmbio e cooperação que, tendo a cultura chinesa como predominante, promove a coexistência de diversas culturas”, sublinhou ontem o Chefe do Executivo perante representantes da comunidade que marcaram presença na Festa da Primavera.

Além disso, Ho Iat Seng agradeceu a “lealdade” e o contributo de macaenses e portugueses para Macau possa “avançar apesar das dificuldades” e continuar a ser “uma cidade turística segura e apropriada para visitar”.

“A comunidade macaense como parte integrante relevante da população de Macau, tem desempenhado as suas funções com total lealdade e empenho em diferentes postos de diversos sectores, dando o seu contributo para que Macau continue a ser uma cidade turística segura e apropriada para visitar”, começou por dizer.

“Aproveito esta ocasião para expressar os meus sinceros e profundos agradecimentos à comunidade macaense e aos portugueses, que aqui residem, pelo apoio e colaboração dada ao Governo da RAEM”, concluiu.

Erguer pontes

No contexto da diversificação da economia de Macau, da prevenção da pandemia e da promoção do bem-estar da população previstas nas Linhas de Acção Governativa para 2022, Ho Iat Seng vincou ainda o papel que a comunidade macaense pode ter nas ligações com países de língua portuguesa.

“Temos de ter confiança de que podemos enfrentar os desafios, ultrapassar as dificuldades e aproveitar todas as oportunidades de desenvolvimento, designadamente, estreitar as relações com os Países de Língua Portuguesa, tendo em conta o posicionamento de ‘um centro, uma plataforma e uma base’, sublinhou o Chefe do Executivo.

Com o mesmo pano de fundo, Ho deu ainda nota para a construção da zona de cooperação aprofundada em Hengqin “para uma melhor integração na conjuntura do desenvolvimento nacional” e para materializar “um novo capítulo da implementação bem-sucedida do princípio “um país, dois sistemas”.

18 Fev 2022

Esqui | Austríaco Strolz conquista segunda medalha e repete feito do pai em 1988

Ao conquistar a medalha de prata no slalom de esqui alpino, o austríaco Johannes Strolz repetiu o feito do pai em Calgary 1988, de conquistar duas medalhas olímpicas. O francês Clement Noel arrecadou o ouro na modalidade. Canadá e EUA ficam de fora da final de hóquei no gelo

Com Lusa 

 

O francês Clement Noel sagrou-se, na quarta-feira, campeão olímpico de slalom de esqui alpino, enquanto o austríaco Johannes Strolz conseguiu a medalha de prata, que junta ao ouro alcançado no combinado, repetindo assim o feito alcançado pelo pai em 1988. Isto quando, recentemente se viu assolado por uma série de lesões que o impediram de obter resultados de alto nível.

Na pista de Yanging, nos arredores de Pequim, Noel confirmou o favoritismo e, aos 24 anos, arrecadou o ouro olímpico que lhe faltava no palmarés, recheado de triunfos em taças do mundo, deixando a prata para Strolz, que conseguiu um feito histórico.

“Olá, pai, ganhámos o mesmo nos Jogos Olímpicos, duas medalhas”, foram as primeiras palavras do austríaco a um canal televisivo do seu país, depois de ter conquistado a prata, que junta ao ouro conseguido no combinado.
Poucos acreditavam que Johannes, de 29 anos, conseguisse repetir os dois pódios alcançados pelo pai nos Jogos Olímpicos de Inverno Calgary 1988, sobretudo depois de há cerca de um ano e meio ter começado a treinar sozinho, devido a lesões que não lhe permitiram lutar por resultados de topo.

Há 34 anos, o pai, Hubert Strolz, sagrou-se campeão olímpico no combinado, feito que o filho, que arrecadou a prata no slalom, repetiu na quinta-feira passada, e conquistou a prata na prova de slalom gigante.

Já no esqui de fundo por equipas, na variante de “sprint’, a Noruega conquistou o ouro, permitindo a Johannes Klaebo conseguir o seu segundo título olímpico em Pequim, que junta ao do ‘sprint’ individual, e a quarta medalha nos Jogos de 2022. A Finlândia conseguiu a medalha de prata e a Rússia, que compete sob bandeira do seu comité olímpico, o bronze, com Alexander Bolshunov a alcançar o quarto pódio em Pequim.

No esqui acrobático, o chinês Guangpu Qi repetiu o ouro conseguido na prova de equipas mistas e arrecadou o segundo título olímpico conseguido “em casa”, superiorizando-se ao ucraniano Oleksandr Abramenko e ao russo Illia Burov, medalhas de prata e bronze, respectivamente.

Recorde-se que Portugal, que esteve representando em Pequim por três atletas, despediu-se na quarta-feira da competição, com o esquiador Ricardo Brancal a terminar na 39.ª posição a prova de slalom, entre 88 participantes.

Além de Brancal, Portugal esteve também representando no esqui alpino por Vanina Oliveira, 43.ª no slalom gigante e desclassificada no slalom, e por José Cabeça, que terminou no 88.º lugar nos 15 km estilo clássico no esqui de fundo.

Favoritos de fora

A jornada competitiva de quarta-feira ficou também marcada pelo afastamento das equipas do Canadá e Estados Unidos da Améric (EUA) da prova masculina de hóquei no gelo

O feito de eliminar os EUA nos quartos de final da prova ficou a cargo da Eslováquia, que viria a vencer por 3-2 nas penalidades por morte súbita, após terem estado a perder por 2-1 até ao minuto final da partida

Para dar a volta ao texto a segundos do fim, os eslovacos tiveram de arriscar e inclusivamente prescindiram do guarda-redes para tentar empatar a partida, facto que viria mesmo a acontecer, através do golo milagroso do capitão Marek Hrivik, a 0,43s do final.

Já nas penalidades, o destaque foi para o guarda-redes Patrik Rybar, que foi capaz de parar três investidas norte-americanas e para Peter Cehlarik, o único capaz de converter um tento nesta fase.

“O mais importante foi termos sido capazes de parar as investidas deles no primeiro período e isso permitiu depois começarmos a a jogar o nosso jogo. É um resultado que nos deixa felizes. Levar o jogo para prolongamento foi muito bom. Um guarda-redes tem que estar sempre focado, porque oportunidades como esta não aparecem todos os dias”, disse o defensor da baliza eslovaca, Patrik Rybar, ao Olympic Channel.

Por sua vez, o Canadá foi eliminado poi 2-0 frente à Suécia, ficando assim consumada a segunda grande surpresa da competição. Os dois golos da vitória aconteceram no terceiro tempo e tiveram a assinatura de Lucas Wallmark e Anton Lander. Outra figura em destaque durante a partida, foi o guarda-redes sueco Lars Johansson, que cometeu a proeza de parar 33 remates da equipa canadiana.

Contas feitas, Rússia, Finlândia, Eslováquia e Suécia avançam para as meias-finais, abrindo assim a porta para que o título olímpico de hóquei no gelo ser arrebatado por uma nação europeia.

Epopeia de portugueses do bobsleigh em 1988 dá um filme

A saga de cinco portugueses que, sem praticarem a modalidade, criaram uma equipa e, em menos de um ano, se apuraram no bobsleigh para os Jogos Olímpicos de Inverno Calgary 1988 vai dar origem a um filme documental.

A informação foi adiantada à agência Lusa pelo produtor, Diogo Machado, que se interessou pela “história ao estilo português do desenrasca, insólita”, de António Reis, João Poupada, Jorge Magalhães, João Pires e Rogério Bernardes, emigrantes no Canadá e ex-atletas olímpicos numa modalidade que em Portugal não se pratica e é relativamente desconhecida.

Os cinco portugueses, quatro deles estudantes na altura e todos atletas de outras modalidades, ambicionaram estar nos Jogos Olímpicos que iam decorrer no país de acolhimento e, depois de muitas peripécias, conseguiram estar na competição com as cores lusas vestidas e a utilizar trenós alugados.

O grupo acabou por rasgar um caminho inóspito, num desporto dispendioso, e de uma miragem, transformou o sonho em realidade, jornada que chamou a atenção da produtora PawkPawkPawk, de Santo Tirso.
“Queremos contar a jornada épica do herói que consegue ultrapassar todas as adversidades e chegar ao seu auge, neste caso aos Jogos Olímpicos. É uma mensagem de que é possível derrubar obstáculos e, em conjunto, alcançar algo maior, levar uma ideia até ao fim”, antecipou, em declarações à agência Lusa, Diogo Machado, segundo o qual o projecto está ainda “numa fase embrionária”.

O quinto filme do realizador Dinis Machado encontra-se em período de desenvolvimento até ao final de 2022, para a “angariação de financiamento, parcerias, construção da base e da produção”.
Diogo Machado prevê que a rodagem só comece no final de 2022 ou no início de 2023, para a película ser lançada em 2024.

Orgulho imenso

António Reis, um dos protagonistas da história, disse que se alguém lhe contasse o que ele fez com os quatro colegas como ideia para um filme, “diria que é inverosímil”. “É uma história que nos transcende, maior do que nós, e tivemos orgulho de a viver”, vincou.

O consultor em marketing e antigo assessor político e publicitário afirmou ter ficado “super contente” ao saber do interesse da produtora, por entender que “é uma história que merece ser contada”.

“É uma história tipicamente portuguesa, de improviso, de emigrantes, de aventura, de ir contra o vento e chegar lá. Tenho orgulho de a poder contar”, frisou, à Lusa, António Reis, natural de Avintes, Gaia, agora com 65 anos.

O ex-atleta olímpico desafiou depois quatro outros portugueses com preparação física, três estudantes universitários e um ainda no liceu, para embarcarem “na aventura” olímpica.

“Isto é o português que se atreve e faz. É a história de Portugal, um país de aventureiros. Metaforicamente, representa o que somos, o ser português”, sintetizou, à agência Lusa, António Reis, na altura com 31 anos, o mais velho dos cinco.

Patinagem | Choi Minjeong revalida título na velocidade

A sul-coreana Choi Minjeong sagrou-se na quarta-feira bicampeã olímpica nos 1.500 metros na patinagem de velocidade, repetindo assim nos Jogos Olímpicos de Pequim, o ouro conquistado em PyeongChang 2018. A italiana Arianna Fontana conquistou a prata e a holandesa Suzanne Schulting arrecadou o bronze. A sul-coreana garantiu a medalha de ouro após concluiu a distância em 2min17s89, enquanto Fontana fez 2min17s86 e Schulting, 2min17s86. “É verdadeiramente surreal. Conquistei a minha segunda medalha de ouro nos 1500 metros e isso torna tudo ainda mais empolgante do que em PyeongChang. Queria defender o meu ouro, e é maravilhoso sentir que o meu esforço surtiu efeito no final,” afirmou a patinadora ao Olympic Channel, actual recordista mundial na distância.

 

Agenda para hoje

Biatlo (15h00 e 17h00) – Medalhas
Bobsled (a partir das 9h40)
Curling (a partir das 14h05) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas
Hóquei no Gelo (a partir das 12h10 e 21h10)
Patinagem artística (18h30)
Patinagem de velocidade (16h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

18 Fev 2022

Salas VIP | Coutinho quer Governo a negociar absorção de desempregados

O deputado José Pereira Coutinho quer que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) tomem a iniciativa de negociar com as concessionárias a absorção dos trabalhadores despedidos das Salas VIP.

Segundo o deputado, após serem despedidos das salas VIP do grupo Suncity de forma “camuflada”, muitos trabalhadores ficaram “num impasse”, pois a entidade patronal não emitiu o comprovativo de despedimento, deixando assim os funcionários impedidos de encontrar novo emprego, de pedir à Suncity salários em falta, o fundo de previdência e a indemnização por despedimento.

“Alguns trabalhadores consideram que o trabalho recomendado pela DSAL é completamente incompatível com a sua área profissional (…) a solução do Governo deve ser mais concreta, nomeadamente, exigir às concessionárias que ‘absorvam’ os trabalhadores desempregados das salas VIP, permitindo assim que estes continuem a potenciar a sua preciosa experiência, e superem as dificuldades acarretadas pelo desemprego e pela pandemia”, apontou Pereira Coutinho.

Além disso, o deputado sugeriu ainda que o Governo considere adiantar o pagamento de salários, indemnizações e do fundo de previdência através da utilização de montantes afectos aos 18 fundos públicos.

17 Fev 2022

Pequim 2022 | Fillon Maillet entra para a história do biatlo. Su Yiming de ouro

Ao conquistar a quinta medalha nas estafetas, o francês Quentin Fillon Maillet tornou-se no atleta de biatlo mais medalhado numa só edição dos Jogos Olímpicos. Su Yiming, de 17 anos, alcançou o ouro para a China na prova de big air do snowboard. Valieva classificou-se na primeira posição do programa curto da patinagem artística
Com Lusa

 

O francês Quentin Fillon Maillet somou na terça-feira, a quinta subida ao pódio nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, tornando-se no atleta de biatlo mais medalhado na mesma edição da competição, ao alcançar a prata na estafeta masculina 4×7,5 km.

Fillon Maillet, que se junta a um restrito lote de 12 atletas com cinco subidas ao pódio numa mesma edição de Jogos de Inverno, venceu, em Pequim, mais duas pratas e duas medalhas de ouro, e vai ainda disputar uma prova amanhã.

Na prova que deu a prata a Maillet, Johannes Boe, que integrou o quarteto norueguês, alcançou o seu terceiro ouro e a quarta medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. A Rússia, que compete sob a bandeira do seu comité olímpico, alcançou o bronze.

“É incrível, não contava com isto. Mas hoje [terça-feira] não estava a lutar pelo recorde, mas sim pela equipa. Isso para mim é o mais importante porque somos amigos. Queria ter a oportunidade de partilhar um bom momento em equipa e isso aconteceu hoje. Uma medalha de prata, é um momento muito bom”, refletiu Fillon Maillet, ao Olympic Channel.

A competição que viria a ser marcada por um grande equilíbrio, foi liderada pela equipa russa quase até ao final. No entanto, estes, viriam a ser ultrapassado na última carreira de tiro pela Noruega e pela França. A partir daí, os noruegueses assumiram a liderança, assegurando assim o tricampeonato nos Jogos de Inverno, depois conquistarem o título de campeões olímpicos em Salt Lake City 2002 e Vancouver 2010, dado que em PyeongChang 2018 conquistaram a medalha de prata.

Voar para vencer

Na prova de big air, que encerrou o programa olímpico do snowboard, Su Yiming, de 17 anos, alcançou o ouro, que junta agora à prata conquistada em slopestyle, e deu à China o seu primeiro título olímpico na modalidade.
Su Yiming partilhou o pódio com o norueguês Mons Roisland, medalha de prata, e com o canadiano Max Parrot, que conquistou o bronze, dias depois de se ter sagrado campeão olímpico de slopestyle.

“Isto é insano. Nunca tinha sentido nada parecido antes desta vitória. Estou muito feliz por dividir o pódio com o Mons e o Max, porque eles são ídolos para mim. Hoje [terça-feira] no big air, tentei dar o meu melhor, desfrutar da competição e divertir-me“, disse Su sobre a medalha conquistada.

Quando questionado se já tinha pensado em ser campeão Olímpico, Su Yiming foi peremptório: “Sim. Todos os dias, dos últimos quatro anos”, rematou.

Ainda no snowboard, a austríaca Anna Gasser revalidou o título de big air, conquistado há quatro anos em PyeongChang, impondo-se à neozelandesa Zoi Sadowski Synott, que alcançou a prata, e à japonesa Kokoma Murase, que ficou com o bronze.

Na prova rainha do esqui alpino feminino, a descida, a suíça Corinne Suter juntou o título olímpico ao mundial, partilhando o pódio com as italianas Sofia Goggia e Nádia Delago, medalhas de prata e bronze, respectivamente.
Sofia Goggia, que defendia o título olímpico conquistado em 2018, chegou aos Jogos de Pequim depois de uma recuperação em tempo recorde de uma lesão ao joelho, que há cerca de três semanas a obrigava a utilizar muletas.

Na vertente de slopstyle do esqui estilo livre, a vitória foi para a suíça Mathilde Gremaud, deixando para trás a favorita Eileen Gu, da República Popular da China, que só garantiu a prata no seu terceiro salto. Kelly Sildaru, da Estónia, arrecadou o bronze.

Valieva resiste

Apesar de estar envolta numa polémica relacionada com o consumo de substâncias ilícitas, a russa Kamila Valieva não vacilou e classificou-se na primeira posição do programa curto da patinagem artística.

Na segunda posição ficou Anna Shcherbakova, também do Comité Olímpico Russo. Na terceira posição ficou a japonesa Sakamoto Kaori. Destaque ainda para a participação de Higuchi Wakaba (quinta classificada) que, ao executar um axel triplo se tornou na quinta patinadora da história a realizar a manobra durante uma edição dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Valieva acabou com uma nota de 82.16, com Shcherbakova, actual campeã Mundial a obter uma nota de 80.20, e Sakamoto de 79.84.

Segundo o Olympic Channel, as actuações foram marcadas por um nível técnico “muito elevado”. Ao som de “In Memoriam” (Kirill Richter), apesar de aparentar estar “tensa”, Valieva mostrou estar em forma, tendo ficado durante 46 centésimos no ar no seu primeiro salto.

Mais para o fim da mostra, a russa viria mesmo a arriscar um axel triplo e outras manobras de difícil execução, que executou sem mácula, alcançando assim a primeiro lugar entre as classificadas para a próxima fase.

 

Portugal termina participação com 39.º lugar de Brancal no slalom

O esquiador Ricardo Brancal terminou ontem a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022 com o 39.º lugar na prova de slalom, entre 88 participantes.

Na competição, que decorreu no Centro Nacional de Esqui Alpino, em Yanquing, o covilhanense, de 25 anos, terminou a primeira manga, mais exigente, na 46.ª posição, e melhorou o tempo na segunda descida, com um traçado mais directo e mais rápido, ficando a 22,22 segundos do novo campeão olímpico, o francês Clement Noel, que terminou as duas mangas em 1.44,09 minutos.

O austríaco Johannes Strolz juntou, ao ouro entretanto conquistado no esqui alpino combinado, a prata no slalom e o campeão do mundo, o norueguês Sebastian Foss-Solevaag, conquistou a medalha de bronze.

Na pista Ice River, Ricardo Brancal foi o 82.º atleta a entrar na prova que 43 esquiadores não terminaram, entre os quais o líder do ´ranking` mundial, o norueguês Lucas Braathen, o austríaco Manuel Feller ou o sueco Henrik Kristoffersen, o atleta em competição no slalom com melhor currículo. O timorense Yohan Gonçalves foi o último classificado, no 45.º lugar.

“No [slalom] gigante foram duas descidas estratégicas, para chegar ao fim. Agora no slalom arrisquei um pouco mais e as coisas correram bem, podiam ter corrido mal, mas felizmente estava sólido”, disse ontem Ricardo Brancal, em declarações à agência Lusa.

Depois de uma primeira manga que exigiu maior esforço físico, e que terminou “exausto”, na segunda “foi uma questão de acelerar em certos sectores e ter mais cuidado noutros”.

Resultado inesperado

Apesar de ter ultrapassado atletas na segunda descida e de estar “satisfeito com o resultado”, o esquiador da Covilhã definiu-se como “muito crítico” consigo próprio e referiu ter sentido que podia “ter feito um ou dois segundos melhor, o que iria alterar uma a duas posições na classificação”.

“Dei o meu melhor, mas acho sempre que falta qualquer coisinha”, frisou o atleta, que para já não pensa no futuro, depois de ano e meio de preparação.

Ricardo Brancal, que antes da partida para Pequim considerava um ‘top 50’ um excelente resultado, afirmou regressar a Portugal com resultados que não esperava, consequência da sua “dedicação” e de “uma ética de trabalho que deu frutos”.

“O 37.º lugar no slalom gigante e o 39.º em slalom eram resultados de que eu não estava à espera. Foram boas surpresas e, na minha estreia olímpica, levo dois grandes resultados para casa e para o nosso país”, acentuou o esquiador português.

Nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, Portugal esteve também representando no esqui alpino por Vanina Oliveira, 43.ª no slalom gigante e desclassificada no slalom, e por José Cabeça, que terminou no 88.º lugar nos 15 km estilo clássico no esqui de fundo.

Doping | Defesa de Valieva diz que contaminação provocou positivo por doping

O resultado positivo de doping de Kamila Valieva que levou à sua suspensão, entretanto anulada, dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, foi provocado pela contaminação involuntária de um medicamento do avô, alegou na terça-feira a defesa da patinadora russa.

“O argumento apresentado é de que houve uma contaminação com um produto que o seu avô toma [para tratar problemas cardíacos]”, afirmou Denis Oswald, membro do Comité Olímpico Internacional (COI), em Pequim.

A jovem russa testou positivo a trimetazidina a 25 de Dezembro último, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno, mas a decisão foi mais tarde levantada.

No dia 11 de Fevereiro, a Agência Russa Antidopagem (RUSADA) decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.

Depois de o COI ter suspendido a entrega de medalhas da prova colectiva, que a Rússia venceu e na qual Valieva participou, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) autorizou a jovem atleta de 15 anos a manter-se nos Jogos de Pequim 2022 e a poder participar na prova individual de patinagem artística.

O caso ocorre numa altura em que os desportistas russos participam em Pequim debaixo da bandeira do comité russo, uma vez que a Rússia foi banida dos Jogos devido a um grande escândalo de doping de Estado, do qual Moscovo se defende denunciando um complô anti-russo.

 

Agenda para hoje

Bobsled (a partir das 9h40)
Combinado Nórdico (15h00) – Medalhas
Curling (a partir das 09h05)
Esqui Alpino (10h30 e 14h00) – Medalhas
Esqui Estilo Livre (a partir das 9h30) – Medalhas
Hóquei no Gelo (12h10) – Medalhas
Patinagem artística (18h00) – Medalhas
Patinagem de velocidade (16h30) – Medalhas

* O canal em língua portuguesa da TDM transmite diariamente as competições dos Jogos Olímpicos de Inverno, entre as 10h00 e as 13h30. A partir das 14h30 as provas podem ser acompanhadas no canal de Desporto da TDM em língua chinesa

17 Fev 2022

Covid-19 | Duas residentes vindas dos EUA testam positivo

Duas residentes de Macau, provenientes dos Estados Unidos da América (EUA) testaram positivo à covid-19, após chegarem ao território na segunda-feira via Singapura. Em comunicado divulgado ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, ambas foram classificadas como “casos importados de infecção assintomática”, após os testes de ácido nucleico realizados à chegada e no dia seguinte terem sido positivos.

A primeira residente, com 57 anos de idade, administrou nos EUA três doses da Vacina de mRNA da Moderna e nos dias 9, 10 e 11 de Fevereiro efectuou três testes de ácido nucleico na cidade de São Francisco, que revelaram estar todos negativos. No dia 12 de Fevereiro, a paciente apanhou o voo n.º SQ33 de EUA para Singapura (assento n.º 36E), e na segunda-feira viajou no avião n.º TR904 de Singapura para Macau (assento n.º 27C).

A outra residente, com 25 anos de idade, também administrou nos EUA três doses da Vacina de mRNA da Moderna, tendo testado negativo à covid-19 em exames realizados nos dias 7, 9 e 11 de Fevereiro. No dia 12 de Fevereiro de 2022, apanhou o voo n.º SQ37 dos EUA para Singapura (assento n.º 51A), e na segunda-feira, viajou no avião n.º TR904 de Singapura para Macau (assento n.º 8A).

As duas residentes não apresentam qualquer sintoma relacionado com a doença e foram encaminhadas para o Centro Clínico de Saúde Pública para isolamento. Por serem consideradas “casos importados de infecção assintomática”, as infecções não contam para as estatísticas de casos confirmados de Macau.

16 Fev 2022