Fronteiras | Qingmao enriquece “Um País, Dois Sistemas” e alivia Portas do Cerco

Macau inaugurou ontem o novo posto fronteiriço de Qingmao, estrutura com capacidade diária para 200 mil pessoas que custou quatro mil milhões de patacas e pretende aliviar a pressão fronteiriça nas Portas do Cerco, que é desde 2011 o maior posto fronteiriço terrestre nacional e da Ásia.

Durante a cerimónia, Ho Iat Seng afirmou que a abertura da nova fronteira enriquece o conteúdo do princípio “Um País, Dois Sistemas” e é de “grande relevância” para a promoção e inovação de sistemas e mecanismos de cooperação regional.

“O projecto do Posto Fronteiriço de Qingmao (…) estava sujeito simultaneamente aos regimes jurídicos, normas de gestão e critérios técnicos do Interior da China e de Macau. Porém, com o esforço e estudo conjuntos de Guangdong e Macau, conseguimos concretizar uma efectiva articulação entre ambas as partes, em termos de critérios técnicos de construção, de políticas e de sistemas”, disse ontem o Chefe do Executivo.

Na zona norte da cidade, a 800 metros de distância das Portas do Cerco, Qingmao vai funcionar 24 horas por dia e servir “para a passagem fronteiriça automática com 100 canais de passagem de inspecção integral rápida” e mais quatro passagens de inspecção manual, sem corredores para veículos.

“O Posto Fronteiriço de Qingmao (…) desempenhará um papel no desvio de passageiros do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco”, vincou Ho.

Reforçar laços

Durante a cerimónia, Ho Iat Seng destacou ainda a importância do novo posto fronteiriço Qingmao no âmbito da conectividade com a rede de transportes rápidos na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

O novo acesso fronteiriço Guangdong-Macau destina-se “à entrada e à saída dos residentes do Interior da China, Hong Kong e Macau que usam documentos electrónicos” para facilitar uma passagem com “rapidez e segurança”, segundo as autoridades.

Em Maio de 2012, Guangdong e Macau assinaram o acordo-quadro de cooperação para o projecto do novo acesso entre Guangdong e Macau. Em Abril de 2017, o Conselho de Estado aprovou formalmente o projecto. As obras principais arrancaram, no início de 2018, tendo a construção do edifício principal ficado concluída em Maio.

9 Set 2021

Eleições | Mak Soi Kun apoia corte de ofertas, mas quer revisão da lei

Mak Soi Kun concorda com a suspensão de subsídios e outras actividades de associações, porque cria um ambiente eleitoral “saudável” e “imparcial”. No entanto, o deputado considera que o sistema e cultura eleitoral de Macau estão “maduros” e defende, por isso, a revisão do regime eleitoral após as eleições

 

O deputado Mak Soi Kun, mostrou apoio à decisão do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) de sugerir que as associações suspendam a atribuição de subsídios e outras ofertas, mesmo as regulares, durante o período de campanha eleitoral. O legislador mais votado no último sufrágio, dá a entender uma ligação entre a distribuição de apoios e a introdução de critérios de patriotismo que resultaram na exclusão de 21 candidatos das eleições legislativas do próximo domingo.

Contudo, para o deputado ligado à comunidade de Jiangmen, se numa primeira análise este ambiente “tenso” poderia afectar a “vontade de votar dos cidadãos”, depois de consultada a fundamentação de “alguns especialistas e académicos”, não há lugar para preocupações, porque depois da alteração à lei eleitoral em 2016, “o sistema e a cultura eleitorais de Macau já estão mais maduros”.

“As medidas tomadas para adiar, temporariamente, as actividades que se destinem à atribuição de benefícios, organizadas pelas associações, basicamente, não irão influenciar a vontade de votar da população, criando apenas um ambiente eleitoral mais saudável, mais justo e imparcial, especialmente, tendo em conta a introdução de critérios de patriotismo nas recentes eleições para a Assembleia Legislativa, os quais são benéficos para os cidadãos elegerem os deputados que amam a Pátria e Macau, e que se dedicam de corpo e alma ao serviço da população”, apontou Mak Soi Kun em interpelação escrita.

Recorde-se que em Agosto as actividades da Associação dos Conterrâneos de Jiangmen entraram no radar do CCAC, depois de a entidade ligada à lista União de Macau-Guangdong, liderada por Zheng Anting, ter organizado uma sessão sobre como preencher o boletim de voto, que incluía a entrega de um cabaz de ofertas, ou ter distribuído “bolsas em dinheiro” a idosos. Em Junho, a associação distribuiu vales de 100 patacas para compras nos supermercado Royal.

Rever é preciso

Apesar de concordar com as medidas do CCAC que pretendem evitar que as associações criem “situações embaraçosas ou suspeitas”, Mak Soi Kun defende que “qualquer medida ou política” deve ser apoiada, desde que contribua para escolher deputados patriotas. Por isso mesmo, e para “acompanhar a evolução dos tempos”, o deputado sugere que o Governo reveja o regime eleitoral após as eleições.

“Segundo outros especialistas e académicos, após as eleições para a 7.ª Assembleia Legislativa, o Governo deve proceder, em tempo oportuno, à avaliação e revisão do regime eleitoral, acompanhar a evolução dos tempos e aperfeiçoar as respectivas leis e regulamentos, pois todos acreditam que qualquer medida ou política merece apoios, desde que contribua para a escolha de deputados que correspondam aos critérios de patriotismo”, referiu.

9 Set 2021

Segurança | Operação Trovoada resultou em mais de 400 casos transfronteiriços

Ao todo, as operações de combate à criminalidade transfronteiriça dos SPU, SA, CPSP e PJ resultaram na abertura de 443 casos e na detenção de 516 pessoas. Casos de burla foram os mais recorrentes, havendo 90 incidências a registar. Autoridades asseguram estar tudo preparado para a abertura do posto Fronteiriço Qingmao e para apoiar a construção da zona de cooperação de Hengqin

 

A iniciativa de combate à criminalidade organizada transfronteiriça “Operação Trovoada 2021” resultou na abertura de 443 casos em Macau, envolvendo a acusação de 516 suspeitos. A operação decorreu em duas fases, entre 6 de Junho e 11 de Julho e de 16 a 30 de Agosto de 2021 e envolveu as autoridades policiais das regiões de Macau, Guangdong e Hong Kong.

Do lado de Macau, sob a coordenação dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), Serviços de Alfândega (SA), Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e Polícia Judiciária (PJ), foram realizadas 746 acções de fiscalização, num total de 1.571 locais, incluindo ruas, zonas costeiras e marítimas, postos fronteiriços, lojas, casinos e espaços de diversão.

Dos 443 casos registados, revelou ontem o adjunto do Comandante-geral dos SPU, Vong Chi Hong, 174 dizem respeito a “crimes contra o património”, estando a grande maioria (90) relacionados com burlas, que envolveram, no total, 104 pessoas. Destes 90 casos, 31 envolveram burlas com troca de dinheiro e três são casos de burla informática com recurso a redes sociais.

Do total de “crimes contra o património”, houve ainda 33 casos de furto e 30 de apropriação ilegítima e coisa achada.

A outra grande fatia de crimes diz respeito a ocorrências relacionadas com droga, violência doméstica, jogo ilícito, imigração ilegal, criminalidade organizada, branqueamento de capitais, infracções à lei do trânsito rodoviário ou contra a economia ou a saúde pública. Ao todo, foram registados 149 casos deste tipo.

Quanto aos actos relacionados com droga, foram apontados 17 crimes, envolvendo 24 pessoas. Do total, 11 crimes dizem respeito a tráfico de droga.

Em relação a “crimes contra a pessoa”, foram registados 71 casos. Destes, 25 casos são de ofensa simples à integridade física, sete de importunação sexual, dois de abuso sexual de menores e 19 de pornografia infantil.

Os restantes casos estão relacionados com “crimes contra a vida em sociedade” (27) e “crimes contra o território” (22).

Sobre os resultados da operação, Vong Chi Hong sublinhou que devido à pandemia, nomeadamente os crimes relacionados droga, trouxeram “grandes desafios”, que obrigaram as autoridades a “tomar medidas diferentes” para se ajustar aos novos modus operandi das redes criminosas, que passaram a utilizar os correios na maioria dos casos.

Tudo a postos

Questionado sobre os desafios de segurança apresentados pela abertura do novo posto fronteiriço de Qinqmao, que acontece amanhã, e o anúncio do projecto de cooperação entre Macau e Guangdong em Hengqin, Vong Chi Hong assegurou que os planos e os exercícios de prevenção estão feitos e a comunicação com as autoridades vizinhas está em marcha.

“Ontem [domingo], o Governo de Macau recebeu o novo plano de cooperação com Hengqin e, por isso, os postos fronteiriços vão ter novas vias para permitir a passagem de mais pessoas e nós já estamos em estreita comunicação com Guangdong para assegurar o seu bom funcionamento”, apontou.

7 Set 2021

Análise | Zona de cooperação em Hengqin vai acelerar investimento, mas faltam detalhes

José Luís Sales Marques e Jorge Neto Valente consideram que o anúncio do projecto de cooperação em Hengqin é uma “excelente notícia” para Macau. Contudo, para Neto Valente, os empresários precisam de “certezas” para avançar, até porque não é certo se os portugueses com BIR terão a mesma facilidade de circulação. O plano prevê para 2029 uma “economia altamente articulada” entre Macau e a Ilha da Montanha

 

Depois de, em 2009, o Comité Central do Partido Comunista da China e o Conselho de Estado terem decidido o destino da Ilha da Montanha (Hengqin), foi dado mais um passo para reforçar a integração e o desenvolvimento económico de Macau. O Governo Central anunciou no passado domingo, o plano geral para a construção de uma zona de cooperação aprofundada entre Macau e Guangdong em Hengqin.

No seguimento do anúncio, analistas contactados pelo HM consideram que o “Projecto geral de construção da zona de cooperação aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin” é uma “excelente notícia” que pode “apressar” o investimento na Ilha da Montanha e acelerar o desenvolvimento de Macau.

Para o empresário Jorge Neto Valente o projecto surge como resposta a uma ideia que tem estado “em águas de bacalhau” e se tem desenvolvido “muito devagar”. “Este novo modelo parece ser uma fórmula para podermos apressar o investimento em Hengqin e dar apoio a Macau”, apontou o empresário.

Entre as possíveis vantagens, Jorge Neto Valente destaca as facilidades de circulação de pessoas e mercadorias e ainda a previsível redução do custo de arrendamento de espaços comerciais, que poderá trazer vantagens para pequenas e médias empresas (PME).

“[Actualmente] a importação é difícil. Há mercadorias que temos aqui e não existem na China. Pode ser que na zona de Hengqin haja mais produtos iguais aos de Macau. A longo prazo, a zona de cooperação pode levar também à redução do preço dos espaços comerciais. As PME têm um problema grande em conseguir espaços de baixo custo. E em Hengqin o que não falta é espaço”, disse ao HM, referindo-se aos 106 quilómetros quadrados da Zona de Cooperação.

Copo meio cheio

Para o economista José Luís Sales Marques, apesar de haver aspectos que precisam de ser definidos posteriormente, a promulgação do Projecto de Cooperação entre Macau e Guangdong em Hengqin surge numa altura em que “todas as boas notícias são bem-vindas” e tem o condão de “criar excelentes oportunidades para Macau e para a população em geral”.

“Numa primeira abordagem, [o projecto] responde a várias questões. Em geral, acho que é um plano muito interessante e cria novas oportunidades para Macau. A questão da própria plataforma de serviços entre a China e os países de língua portuguesa, os produtos ‘Made in Macau’ e a medicina tradicional chinesa (…) implicam arranjos que estão relacionados com as regras internacionais e regularização da Organização Mundial do Comércio [OMC]”, referiu.

Sobre o sistema de administração conjunta entre os Governos de Macau e Guangdong, previsto no plano, através da criação da Comissão de Gestão da Zona de Cooperação, Sales Marques acredita que este é um passo que serve o propósito de acelerar a integração de Macau na Grande Baía.

“Haverá uma supervisão muito forte do Governo Central e do próprio partido no que diz respeito ao processo de acelerar a integração de Macau na Grande Baía. Diria que a Ilha da Montanha é quase uma zona de demonstração do que podem ser os esforços conjuntos de Macau, Guangdong e Zhuhai no que diz respeito à criação de novas oportunidades”, explicou.

Detalhes por apurar

Contudo, Jorge Neto Valente aponta haver ainda detalhes por afinar no projecto, nomeadamente quanto às condições que as empresas de Macau vão gozar se decidirem rumar a Hengqin.

“O formato e as directivas gerais estão definidas, mas ainda faltam detalhes. Esse é o lado negativo, porque nós, as PME, precisamos de ter certezas na implementação de coisas para poder planear e avançar”, defendeu.

Outro dos pontos que para o empresário não é claro, prende-se com a circulação de residentes de Macau detentores de passaporte estrangeiro, já que, para todos os efeitos, não vão deixar de existir fronteiras.

“Para residentes chineses com salvo conduto, vai ser mais fácil [circular], mas com a ressalva de que não se aplica a portugueses e outros estrangeiros. Vamos ter um problema que é o facto de estas facilidades não chegarem a toda a população e é uma pena. Os portugueses com BIR permanente deveriam ter as mesmas regalias, mas, como há uma fronteira, não vai ser tão fácil como para os cidadãos chineses. Não está bem definido e é um problema”, apontou Jorge Neto Valente.

Campo fértil

O plano, aprovado pelo Comité Central do Partido Comunista da China e pelo Conselho de Estado, foi tornado público no domingo, noticiou a agência Xinhua segundo a Lusa, com as autoridades a salientarem que se trata de um acordo importante para enriquecer a prática do princípio “Um País, Dois Sistemas” e uma importante força motriz para o desenvolvimento de Macau a longo prazo.

A zona de cooperação vai abranger uma área total de 106 quilómetros quadrados, que servirá de casa a uma nova plataforma para impulsionar a “diversificação económica de Macau, um novo espaço que proporciona conveniência à vida e emprego dos residentes”.

Por outro lado, vai permitir reforçar também o projecto da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau. Segundo o plano, a zona de cooperação irá desenvolver novas indústrias para ajudar a promover a diversificação económica de Macau, com um foco nas áreas de investigação e tecnologia de ponta, além da promoção da medicina tradicional chinesa, das indústrias associadas à cultura e ao turismo, do sector das convenções e exposições, bem como das finanças.

As políticas fiscais sobre o rendimento das sociedades serão alvo de incentivos e vão ser desenvolvidas medidas para atrair quadros qualificados, de Macau e do estrangeiro, sublinha-se.

A zona de cooperação pretende ainda ser um novo lar para os residentes de Macau habitarem e trabalharem. De acordo com o plano, está previsto o encorajamento dos residentes para encontrarem emprego ou criarem as suas próprias empresas, com a promessa de que a conectividade das infra-estruturas e os serviços públicos serão também impulsionados.

Os procedimentos de declaração de mercadorias que saem e entram entre Macau e a zona de cooperação “serão ainda mais simplificados”, prevendo-se ainda a introdução de medidas “inovadoras em termos de gestão financeira transfronteiriça”, acrescentou a Xinhua.

Segundo o projecto, em 2024, ano em que se comemora o 25.º aniversário da transferência de soberania, o mecanismo do sistema de negociação, construção e administração conjuntas entre Guangdong e Macau “irá funcionar bem”. Seis anos depois, em 2029, prevê-se que haja uma economia “altamente articulada” entre a zona de cooperação e Macau. Por fim, em 2035 estarão “basicamente concretizados os objectivos da promoção do desenvolvimento da diversificação da economia de Macau”.

Circulação e Habitação

. Articulação de serviços públicos de educação, saúde e serviços sociais
. Aceleração do projecto “Novos Moradores de Macau”
. Liberalização total de entrada e saída de veículos motorizados
. Extensão do Metro Ligeiro à zona de cooperação e à rede ferroviária de Zhuhai
. Eliminação gradual das tarifas de roaming
. Construção de uma via verde de ligação da rede fixa à internet a nível internacional

Regime fiscal

Residentes
Imposto sobre rendimento pessoal cobrado à taxa de imposto de Macau

Talentos de alto nível
Imposto sobre rendimento pessoal cobrado à taxa de 15%

Empresas
. Taxa de imposto sobre o rendimento de 15% para empresas qualificadas
. Permitida dedução de uma vez do cálculo do imposto no período corrente das despesas
. Isenção de imposto sobre investimentos do exterior obtidos por empresas de turismo, serviços modernos e tecnologia

Mercadoria
. Isenção de pagamento de impostos à saída de Macau (há excepções)
. Isenção de imposto aduaneiro de importação para mercadoria ao entrar no Interior da China a partir da zona de cooperação

 

FAOM defende iniciativa

Lee Chong Cheng, presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau, acredita que só com a organização conjunta da Ilha da Montanha vai ser possível avançar com a diversificação da economia. Segundo o representante da FAOM, no últimos anos, Macau apostou na investigação científica e desenvolvimento tecnológico, produção de alta tecnologia, medicina chinesa tradicional e no sector das convenções. Contudo, as apostas esbarraram em vários obstáculos, como a falta de espaço. Por isso, o presidente da FAOM mostrou-se confiante que a organização conjunta permita à RAEM alcançar a meta de diversificar a economia.

Alexandre Ma apoia cooperação

Alexandre Ma, presidente da Associação Comercial de Macau, diz que está comprometido com o projecto e que a associação vai trabalhar para que a cooperação entre Macau e Zhuhai, através da Ilha da Montanha, seja bem sucedida. O empresário sublinhou também que a criação de um Conselho de Administração para a Zona de Cooperação com representantes das altas esferas de Macau e Guangdong mostra que o projecto é de extrema importância. O empresário também desejou que a população se empenhe na diversificação da economia.

Ligação directa

O Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau reagiu em comunicado ao anúncio da Construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, afirmando ser um projecto a que o Presidente Xi Jinping atribuiu grande importância. O organismo acrescentou que a zona tem um grande significado para o impulsionamento da diversificação económica de Macau, o enriquecimento da prática do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ e o desenvolvimento da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau.

Grande prenda

Joey Lao, o deputado e presidente da Associação Económica de Macau, reagiu ao anúncio do projecto de Hengqin caracterizando-o como um presente gigante que o Governo Central deu a Macau, permitindo a integração no desenvolvimento nacional, imprimindo uma nova dinâmica à região. No seu entender, o projecto cria uma plataforma para a diversificação económica de Macau, e é um factor positivo na criação de emprego, inovação e empreendedorismo.

7 Set 2021

Serviços de Saúde | Pedida atenção para saúde mental dos jovens

Os Serviços de Saúde querem que a população esteja atenta à saúde mental dos jovens, criando condições para os ouvir no dia-a-dia. O objectivo, passa por prevenir casos de suicídio na comunidade, revertendo emoções negativas e aprendendo a identificar pessoas com pensamentos iniciais suicidas.

“Os Serviços de Saúde apelam de forma activa, para que a sociedade e o público (…) prestem mais atenção e ouçam mais os jovens na sua vida quotidiana, estejam atentos às suas opiniões ou emoções, a atitudes que possam ser agressivas e possam levar ao suicídio (…). Ouvindo-os pode permitir que eles se expressem e ajuda a prevenir eventuais incidentes. O simples apoio e a escuta sem crítica são suficientes para reverter emoções negativas, eliminar a ideia de suicídio e prevenir o comportamento suicida”, pode ler-se na nota divulgada sexta-feira.

Recorde-se que o apelo surge dia depois de uma jovem de 16 anos se ter suicidado no primeiro dia de aulas do novo ano lectivo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), metade das pessoas com doenças mentais começam a manifestar problemas aos 14 anos de idade, mas a maioria dos casos não é detectada nem tratada. O suicídio é a quarta principal causa de morte entre os adolescentes entre os 15 e os 19 anos.

Caso tenha pensamentos suicidas e necessite de auxílio, pode ligar para o Serviço de Auxílio da Cáritas, através do número 2852 5222, em chinês, ou do número 2852 5777, em inglês.

6 Set 2021

Mais de 300 atletas beneficiaram de apoio financeiro desde 2014

Desde 2014, o “Projecto de Apoio Financeiro para Formação de Atletas de Elite” registou a participação de mais de 900 pessoas, beneficiando mais de 300 atletas. A informação foi revelada pelo Instituto do Desporto em resposta a uma interpelação escrita enviada por Sulu Sou.

“Para prestar mais apoios aos atletas de alto nível, em 2014, o Governo da RAEM lançou o “Projecto de Apoio Financeiro para Formação de Atletas de Elite”, de modo a assegurar a formação regular, a competição e a reforma dos atletas de elite, por forma a concentrarem-se nos treinos e nas competições”, pode ler-se numa resposta assinada pelo presidente do ID, Pun Weng Kun.

O responsável aponta ainda que para os atletas que não conseguem alcançar os resultados exigidos para receber o apoio, “mas que têm potencialidade e estão dispostos a dedicar-se à formação especializada a longo prazo”, o Governo elaborou um projecto de formação especial destinado a dar “apoio a atletas de diferentes níveis de competição”.

No âmbito da formação de jovens atletas, o ID revela estar focado na cooperação com as associações desportivas, com o objectivo de “criar diferentes sistemas de formação” e “formar mais reservas das selecções para o desporto de alto rendimento”.

Segundo o organismo, o Centro de Formação e Estágio de Atletas acolhe actualmente atletas de 14 modalidades desportivas que realizam treinos regulares. O número total de atletas não foi, contudo, revelado.

Espera Olímpica

Relativamente ao pedido de esclarecimento endereçado por Sulu Sou acerca da adesão de Macau ao Comité Olímpico Internacional, para poder participar nos Jogos Olímpicos de Verão e Inverno, o ID limitou-se a dizer que o pedido de filiação ainda aguarda por aprovação. “Logo após a sua fundação, o Comité Olímpico e Desportivo de Macau, China, apresentou o pedido de filiação no Comité Olímpico Internacional, mas ainda não foi aprovado até à data”, apontou.

Acerca da possibilidade avançada por Sulu Sou para que os atletas Macau sejam, “pelo menos”, convidados a participar nas cerimónias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, a realizar em Pequim no próximo ano, o ID escusou-se a tecer qualquer comentário ou explicação.

6 Set 2021

Turismo | Excursões locais dependem do aval dos Serviços de Saúde

O plano de excursões locais só será reactivado após a autorização dos Serviços de Saúde. Segundo Helena de Senna Fernandes o regresso do programa incluirá actividades diárias. A responsável estima que Macau receberá entre 20 a 30 mil visitantes diários durante a Semana Dourada

 

A directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes revelou na passada sexta-feira que a retoma do plano de excursões locais “Passeios, Gastronomia e estadia para Residentes de Macau” está dependente da autorização dos Serviços de Saúde (SSM).

À TDM-Canal Macau, a responsável afirmou também que, assim que a retoma do plano for aprovada pelas autoridades de saúde, as excursões locais serão reactivadas numa base diária, para que seja possível colmatar os prejuízos que resultaram do novo surto de covid-19 registado no início de Agosto em Macau.

Além disso, lembrou Senna Fernandes, nem todos os residentes de Macau estão ocupados durante a semana e essa é uma situação que pode ser aproveitada. “Sabemos que nem todos os residentes de Macau trabalham ou estudam.

Por isso, podem participar, durante os dias úteis, nos roteiros. Alguns, por exemplo, poderão mesmo participar nos populares cruzeiros de barco, depois do trabalho. Esta modalidade pode conferir mais margem ao sector do turismo, para apoiar os negócios. Vamos contactar todos os participantes e inquirir sobre a possibilidade de cancelar a respectiva vaga ou escolher outra”, apontou.

Segundo a TDM-Canal Macau, o interregno do programa de excursões locais durante um mês, terá afectado cerca de 10.000 participantes.

Garimpeiros a postos

Questionada sobre as previsões de entrada de turistas em Macau durante a Semana Dourada de Outubro, Maria Helena de Senna Fernandes apontou que são esperados entre 20 e 30 mil visitantes por dia.
A pensar nos feriados de Outubro e para atrair mais visitantes, a responsável avançou que, no imediato, a prioridade passa por restabelecer a confiança dos turistas do Interior da China.

“Desde o dia 18 de Agosto, depois de Macau aliviar gradualmente as restrições implementadas por causa da pandemia, temos trabalhado no sentido de consolidar a confiança dos turistas do Continente no turismo de Macau e de estabelecer uma imagem de turismo saudável e seguro, a pensar na semana de 1 de Outubro. Esperamos que durante a Semana Dourada possamos voltar a ter visitantes entre os 20 mil e os 30 mil ou até mais de 30 mil, nalguns dias. Para o sector do turismo vai ser uma grande ajuda”, sublinhou Helena de Senna Fernandes.

Recorde-se que, depois do novo surto de covid-19 em Macau, o número de turistas caiu 47 por cento e a ocupação hoteleira caiu de 63 para 35 por cento, em relação a Julho.

6 Set 2021

FRC | Fotografia aérea em exposição a partir de segunda-feira

Em conjunto com a Associação de Fotografia Aérea de Macau, a Fundação Rui Cunha (FRC) organiza a partir da próxima segunda-feira uma mostra fotográfica dedicada a imagens captadas por drones, pelos céus de Macau e outras cidades da Região da Grande Baía.

A iniciativa conta, no total, com 36 fotografias captadas por 17 membros amadores da associação que enveredaram por este tipo de imagens para promover o “desenvolvimento da arte e tecnologia da fotografia aérea”.

“O desafio é promover o desenvolvimento da arte e tecnologia da fotografia aérea, e criar uma plataforma de comunicação e de intercâmbio artístico e cultural para a impulsionar um interesse crescente nesta actividade”, pode ler-se na nota oficial da exposição.

Também na segunda-feira, pelas 16h00, será realizada uma palestra em cantonês, sobre o tema “Como fazer fotografia aérea popular e segura”. O evento conta com os oradores Andre Hong e Eric Ho e pretende ser uma plataforma de partilha de experiências e conhecimentos, não só sobre as técnicas de fotografia aérea, mas também os regulamentos em vigor em Macau e nos territórios vizinhos afectos à utilização de drones.

“Macau é uma plataforma de intercâmbio cultural entre a China e o Ocidente. É também membro da Região da Grande Baía, onde muitos entusiastas de fotografia aérea costumam morar e viajar. Esperamos que, por meio desta exposição, mais cidadãos e turistas possam entender e vivenciar as características e belezas de cada uma destas cidades”, revela a Associação Fotografia Aérea de Macau. A exposição pode ser vista na FRC até ao próximo dia 14 de Setembro. A entrada é livre.

3 Set 2021

Arte Macau | Pintura e escultura gigantes em exibição

Uma pintura alusiva a Macau com 26 metros de comprimento criada pelo estúdio de Pequim “Drawing Architecture Studio” e uma escultura em bronze de Su Xinping já podem ser vistas na Praceta da Arte do Centro Cultural de Macau

 

Integrada na Bienal Internacional de Artes de Macau 2021, já se encontram expostas na Praceta da Arte do Centro Cultural de Macau (CCM), duas obras de Arte Pública de grandes dimensões que prometem proporcionar uma experiência visual “única” a quem passa.

Desenvolvida pelo estúdio de Pequim “Drawing Architecture Studio”, a pintura de grandes dimensões “Aprender com Macau” promete, tirando partido dos seus 26 metros de comprimento e 13 metros de altura, retratar marcos locais de Macau através de cores vivas e linhas simples.

“Esta pintura combina linhas simples e cores ricas, para, com base na arquitectura e nas observações da rotina diária de Macau, esboçar um panorama totalmente original da região, retratando diversos marcos locais de características únicas e, sobretudo, a imagem de uma cidade vivaz e dinâmica, em homenagem à sua cultura local”, pode ler-se numa nota do Instituto Cultural.

Inspirada no impacto que a indústria do jogo tem vindo a ter no desenvolvimento da arquitectura e paisagem de Macau e na vida diária dos seus habitantes, a obra pretende também ensaiar “novas ideias para a concepção urbana do século XXI”. Na pintura, que acaba por ser um “mega panorama” da cidade, é possível ver vários edifícios icónicos, como o Grand Lisboa, projectados na tela, recorrendo ao que o IC designa por “linguagem representativa da axonometria arquitectónica icónica”.

A pintura “Aprender com Macau” pode ser apreciada até 30 de Novembro na parede exterior de Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau.

Mãos do infinito

A poucos metros de distância, no centro da Praceta de Arte do CCM, duas gigantescas mãos encontram-se, num aperto que tende a parecer infinito.

“Encontro” é uma escultura de bronze da autoria do artista da China, Su Xinping, que assume a forma de um par de mãos gigantes, procurando criar a imagem da “monumentalidade da montanha” e explorar a sensação de infinidade.

Para tal, a obra socorre-se de uma “representação expressiva com dimensões surreais” e “uma observação em perspectiva sugerida de baixo para cima”.

“Com esta obra, a intenção do artista passa por proporcionar aos espectadores, por meio de uma experiência visual única, uma sensação de infinito que se estende a partir do artefacto e assimilar um encontro com o mundo espiritual extraído da realidade mundana”, aponta o IC.

Até atingir o seu estado final, “Encontro” evoluiu a partir de uma série de esboços que foram gradualmente ganhando tridimensionalidade e que se assumem como uma representação de “um mundo em constante fractura e reunião”, potenciado por uma noção temporal e espacial “deslocada”.

A escultura “Encontro” pode ser vista Praceta de Arte do CCM até ao dia 29 de Novembro.
Aproveitando o balanço, de recordar que, não muito longe dali, quem apreciar as duas obras de rua, pode aproveitar a ocasião para visitar, no interior do CCM até 17 de Outubro, a terceira secção da Exposição Principal da Arte Macau.

Sob o tema “Avanços e Recuos da Globalização”, a exposição inclui obras de vários artistas que idealizam “cenários de desafio, dilema, hesitação, ilusão e ansiedade”, que a Humanidade tem vindo a enfrentar à medida que tendência da globalização se adensa, em conluio com o “tempo de desespero” provocado pela pandemia de covid-19.

Aeroportos, globos terrestres, sistemas de navegação, satélites, imagens aéreas e mensagens partilhadas nas redes sociais durante o período pandémico, são alguns dos tópicos que deram o mote para a exploração artística da exposição.

3 Set 2021

Debate | Lee Sio Kuan impedido de entrar em estúdio da TDM

Na impossibilidade de o cabeça de lista da Ou Mun Kong I participar num debate na TDM, o mandatário Lee Sio Kuan foi impedido de entrar em estúdio, onde pretendia tirar uma fotografia. Lee referiu que a justificação da CAEAL para a sua desqualificação enquanto candidato foi ter participado numa manifestação, em 2010, em que foi ferido por um canhão de água

 

O mandatário e candidato desqualificado da lista Ou Mun Kong I, Lee Sio Kuan, foi impedido na terça-feira de entrar nas instalações da TDM, onde pretendia exibir cartazes de campanha no início de um debate televisivo. Nesse dia, o cabeça de lista Ma Kuok Choi não pode comparecer ao debate por motivo de doença, circunstância que levou Lee Sio Kuan às instalações da emissora pública.

De acordo com o jornal Exmoo, na impossibilidade de o cabeça de lista da Ou Mun Kong I participar no debate televisivo agendado para a tarde de terça-feira, com os candidatos das listas Poder da Sinergia, Força do Diálogo e União Promotora para o Progresso e Aliança de Bom Lar, Lee Sio Kuan decidiu comparecer na TDM com cartazes de campanha e a intenção de tirar algumas fotografias no estúdio.

No entanto, o candidato excluído pela Comissão dos Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), por não ser fiel a Macau e à Lei Básica e que chegou a ser cabeça de lista, foi impedido de entrar nas instalações da TDM.

“O primeiro candidato é idoso e ficou doente com um problema lombar. Eu já tinha indicado que ia ao local para mostrar alguns cartazes com menções ao programa político e tirar fotografias. Era simples”, começou por dizer Lee Sio Kuan ao HM.

“Cheguei a dizer aos seguranças da TDM que, se não acreditavam em mim, podia levá-los a casa do cabeça de lista para confirmar. As eleições para a Assembleia Legislativa também são feitas pelas equipas”, acrescentou o mandatário da Ou Mun Kong I.

Recorde-se que Lee Sio Kuan, candidato às eleições de 2017, anunciou em Junho, antes de formalizar a nova candidatura, que pretendia revolucionar a campanha eleitoral com algo que designou como a “Estratégia Cão Louco”.

Corpo marcado

No sábado passado, na Praça do Tap Seac, aquando do início da campanha eleitoral, Lee Sio Kuan tirou a camisola para exibir a cicatriz que tem nas costas. Isto, enquanto afixava um cartaz no painel instalado na praça dedicado às eleições legislativas.

A cicatriz, explicou ao HM, foi o resultado de um ferimento sofrido numa intervenção policial com canhões de água durante a manifestação do 1º de Maio de 2010. A participação nessa manifestação e o facto de ter atirado uma bandeira da China ao chão, foi o argumento usado pela CAEAL para o desqualificar.

“Tenho tornado a minha vida difícil intencionalmente para me dedicar aos residentes de Macau. Enfrentei aquele canhão de água, tenho mazelas há mais de 10 anos e acabei mesmo por ser operado”, partilhou Lee Sio Kuan.

Sobre a sua desqualificação, o ex-candidato da Ou Mun Kong I diz ter sido usado para “apanhar o peixe graúdo” dos candidatos do campo democrata que foram considerados inelegíveis pela CAEAL.

“Não violei a Lei Básica e a Constituição. A CAEAL argumentou que, naquela manifestação do dia do trabalhador, abandonei a bandeira nacional, mas eu não fiz isso. Em mais de 10 anos nunca fui acusado. Acho que fui usado para apanhar o ‘peixe graúdo’ do campo democrata”, disse.

2 Set 2021

Eleições | CAEAL diz que voto em branco é legal e apela à participação

A comissão eleitoral esclareceu que ninguém será punido por votar em branco, mas defende que os eleitores devem usar o voto para escolher a lista que melhor os representa. Desde o início da campanha foram recebidas quatro queixas. Os eleitores em quarentena vão poder votar

 

A Comissão dos Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) esclareceu ontem votar em branco nas eleições legislativas do próximo dia 12 de Setembro não é ilegal.

Segundo o presidente da CAEAL, Tong Hio Fong, uma vez que o voto é anónimo, os eleitores têm a liberdade de optar pela lista que melhor os representa ou para simplesmente não votar. Contudo, o responsável considerou que aqueles que se dirigirem às assembleias de voto, devem exercer o seu direito.

“O voto é anónimo, não sabemos quem é que votou. Por isso não é ilegal, mas, como disse, os eleitores devem ir votar e utilizar o seu voto para escolher a lista que melhor os representam. Os eleitores podem decidir votar em qualquer lista ou até votar em branco. Isto é uma opção dos eleitores, uma vez que têm o direito de escolher”, apontou Tong Hio Fong.

Recorde-se que recentemente, segundo o South China Morning Post, a Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou que aqueles que abertamente incitarem eleitores a votar em branco, a não votar ou a produzir votos nulos podem sofrer consequências legais.

Questionado se o actual contexto político e as medidas de prevenção da pandemia podem contribuir para afastar os eleitores da actual campanha eleitoral e, no limite, da votação, o presidente da CAEAL afirmou não saber qual o actual estado de espírito dos votantes e que as medidas anti-epidémicas são “prioritárias” para o Governo.

“Se as pessoas estão ou não desmotivadas para ir votar, eu não sei. Ainda não chegámos ao dia das eleições e cada pessoa pode decidir se pretende ou não votar”, referiu.

E vão quatro

Em conferência de imprensa, a CAEAL revelou ainda que, desde o início da campanha eleitoral foram recebidas quatro queixas relacionadas com infracções cometidas por quatro listas candidatas. Sobre os casos, Tong Hio Fong escusou-se a identificar as listas em questão para não interferir com o processo eleitoral.

“Após o início do período de campanha eleitoral recebemos quatro queixas. Duas foram encaminhadas para investigação e duas recebemos hoje [ontem] e estamos neste momento a acompanhar. Não vou comentar esses casos, porque (…) não queremos afectar as listas, mas vamos seguir todos os procedimentos legais para tratar dessas queixas”, partilhou o responsável.

Segundo Tong, um caso relacionado com actos irregulares na internet seguiu para a PJ, outro caso foi para o CCAC e outros dois “estão relacionados com a violação das regras de afixação de cartazes”.

Foi ainda revelado que os eleitores que estiverem em quarentena nos hotéis designados estão autorizados a votar no dia 12 de Setembro, desde que assinem um pedido de mudança da assembleia de voto.

Caso o façam, explicou Tong, um a um, os eleitores em observação médica que queiram votar poderão dirigir-se às mesas de voto que serão instaladas no átrio dos respectivos hotéis para exercer o seu direito. O número total de eleitores em quarentena que desejam votar será calculado até às 23h59 do dia 11 de Setembro.

2 Set 2021

Cinema | Festival de Cut que chega em Dezembro recebe obras locais

Programado para Dezembro, o Macao Films & Videos Panorama está a aceitar filmes produzidos em Macau até 25 de Setembro. Segundo a directora de operações da CUT, Rita Wong, são esperados mais de 50 trabalhos locais, dos quais será feita uma selecção a exibir juntamente com películas distinguidas em Hong Kong, Taiwan e da China

 

Desde que deixou os comandos da Cinemateca Paixão, é a primeira vez que a CUT organiza em nome próprio, o Macao Films & Videos Panorama. Apesar de ainda não ter datas fixas, o festival, que conta com o apoio do Instituto Cultural (IC) e está programado para o início de Dezembro, assume-se uma vez mais como plataforma de exibição de obras locais do sector cinematográfico.

“Acho que na última década, os produtores locais têm crescido e desenvolvido muito as suas apetências graças aos vários subsídios do Governo e ao trabalho independente que têm feito. Por isso, considero ser muito importante existir esta plataforma para exibir as suas obras”, começou por dizer Rita Wong ao HM.

Para a directora de operações da CUT, apesar da visível evolução dos últimos anos, “ainda existe a necessidade de criar esta plataforma destinada aos produtores locais e ao seu trabalho”, até porque é uma fórmula que permite aos filmes de Macau “atravessar fronteiras” e ser vistos por realizadores e produtores profissionais de outras geografias.

O período para submeter trabalhos começou na segunda-feira e estende-se até 25 de Setembro, sendo esperada a recepção de “mais de 50 filmes” realizados em Macau. A amostra servirá de base para criar uma selecção de filmes locais a exibir na secção “Local Indies Force” do festival. Para Rita Wong, os filmes de estudantes e recém-licenciados são os mais aguardadas e que criam maior expectativa.

“Estou muito expectante relativamente às obras que vão chegar, porque sempre que temos este tipo de iniciativa acabamos por ser surpreendidos, especialmente por parte de estudantes e recém-licenciados locais ou que estão a frequentar cursos no estrangeiro. Têm sempre surpresas guardadas para nós porque, além das iniciativas do IC, desenvolvem habitualmente outros trabalhos a título pessoal. Por isso estamos à espera de grandes surpresas”, partilhou Rita Wong.

A selecção dos filmes que irão compor a lista final da secção local ficará a cargo de Joyce Yang, curadora veterana de Hong Kong que trabalha há largos anos com a CUT.

“Convidámos a Joyce Yang para que ela possa ver como é que os produtores e realizadores de Macau estão a trabalhar actualmente e dê conselhos sobre o produto das obras locais”.

As obras locais concorrem ainda ao “Grande Prémio do Júri”, que irá atribuir ao filme seleccionado um montante de 10.000 patacas. O melhor filme local será escolhido por um painel de júris composto por realizadores de Hong Kong, Taiwan e China,

Do bom e do melhor

Para além da secção “Local Indies Force”, o Macao Films & Videos Panorama inclui ainda sessões exclusivamente dedicadas às obras produzidas e recomendadas pelas universidades do território. O objectivo, segundo Rita Wong, passa por auscultar novas tendências e promover o intercâmbio entre alunos e realizadores locais.

“Vamos convidar as universidades a recomendar os melhores trabalhos audiovisuais produzidos ao longo do ano para serem exibidos no festival. Criámos esta secção porque queremos saber o que aí vem. Estas sessões vão ser gratuitas e, através delas, pretendemos criar algumas dinâmicas de intercâmbio entre alunos e realizadores”, explicou.

Outra secção será dedicada à exibição de filmes que fizeram parte do cartaz de festivais de cinema do Interior da China , Taiwan e Hong Kong e que contam igualmente com a curadoria de Joyce Yang. Apesar de não ter adiantado que títulos irão ser exibidos em Macau, Rita Wong assegura que o que aí vem é “muito bom”.

“Estou ansiosa por ver os filmes de Taiwan, Hong Kong e da China que serão seleccionados para o nosso festival. São todos filmes muito bons e devem ser vistos em Macau e servir de modelo. Já os vi e são trabalhos muito bons”, rematou.

1 Set 2021

Eleições | Nelson Kot suspeito de fazer propaganda ilegal no Facebook

O cabeça de lista da “Poderes do Pensamento Político” é suspeito de violar a lei eleitoral ao ter promovido uma campanha de publicações pagas no Facebook. Em comunicado, a comissão eleitoral alertou que os candidatos não devem adquirir serviços de publicidade comercial em redes sociais ou orgãos de comunicação social sob pena de incorrerem no crime de desobediência qualificada

 

O primeiro candidato da lista “Poderes do Pensamento Político”, Nelson Kot está a ser investigado por alegada propaganda ilegal através da promoção de publicações pagas na rede social Facebook. O alerta foi dado ontem por leitores do portal Macau Concealers, após terem partilhado imagens de publicações “patrocinadas” do candidato às eleições do próximo dia 12 de Setembro.

Segundo a mesma fonte, a Comissão para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) notificou de seguida o cabeça de lista da candidatura “Poderes do Pensamento Político”, que de imediato terá removido o conteúdo patrocinado.

Ouvido pelo Macau Concealers, Nelson Kot apontou que a CAEAL “nunca esclareceu adequadamente os regulamentos afectos à publicidade comercial” e que existe outra lista de candidatura que também está “a gastar dinheiro” na divulgação de conteúdos nas redes sociais.

No seguimento do incidente, a CAEAL emitiu um comunicado onde esclarece que “as candidaturas e os candidatos não devem adquirir serviços de publicidade comercial junto das redes sociais e de quaisquer órgãos de comunicação social, para fins de propaganda eleitoral”.

“O artigo 80.º da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa prevê que, a partir da publicação da ordem executiva (8 de Março de 2021) que marque a data das eleições, é proibida a propaganda eleitoral feita, directa ou indirectamente, através de quaisquer meios de publicidade comercial, em órgãos de comunicação social ou fora deles”, pode ler-se no comunicado.

Sob investigação

Na mesma nota, a CAEAL esclarece ainda que logo que se verifique que está a ser feita propaganda eleitoral através de publicidade comercial, o responsável está obrigado “a remover imediatamente os materiais de propaganda eleitoral”, sob pena de constituir o crime de desobediência qualificada.

Caso haja indícios de infracção, acrescenta a CAEAL, o caso será encaminhado “à autoridade policial para efeitos de acompanhamento e de investigação” com o objectivo de verificar se “as pessoas em causa e as redes sociais envolvidas contrariaram, ou não, a lei”.

1 Set 2021

Saúde | Nova relação entre público e privado em estudo

O Director dos Serviços de Saúde (SSM), Alvis Lo Iek Long, revelou que o Governo está a estudar a forma como as instituições médicas públicas e privadas se relacionam. A tomada de posição, divulgada em resposta de uma interpelação escrita de Wong Kit Cheng, surge no seguimento da atribuição da gestão do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas à “Peking Union Medical College Hospital”, empresa privada do Interior da China.

“O Governo (…) está a planear a realização da próxima fase do estudo de serviços médicos clínicos de Macau, para estabelecer o papel e posicionamento das instituições médicas públicas e privadas no futuro, desenvolvimento divergente, complementaridade e alocação razoável dos recursos médicos”, pode ler-se na resposta.

Sobre o Hospital das Ilhas propriamente dito, Alvis Lo Iek Long apontou que serão introduzidos novos serviços e tecnologia avançada destinados à criação de novas áreas como a Medicina Nuclear e um Centro de Radioterapia. Através do aumento da oferta e da qualidade de serviços médicos, os SSM esperam ainda “reduzir a necessidade de [recorrer a] serviços médicos no exterior devido à falta de tecnologia médica”.

31 Ago 2021

Eleições | Coutinho assume-se como único candidato democrata

Caso seja eleito, Pereira Coutinho antevê uma vida “difícil” enquanto único deputado do campo democrata na Assembleia Legislativa. Apelando ao voto da comunidade portuguesa e macaense, promete “actuar” para resolver os problemas que assolam Macau, num momento político que considera “dramático”

 

O cabeça de lista da Nova Esperança, José Pereira Coutinho assumiu-se ontem como o único candidato do campo democrata e antevê dificuldades acrescidas na próxima legislatura, enquanto a “voz incómoda” que ainda resta na Assembleia Legislativa (AL).

Para Pereira Coutinho, o facto de a Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) ter considerado inelegíveis candidatos como Ng Kuok Cheong ou Sulu Sou é uma situação “triste”, que reflecte o “momento dramático” do contexto político que se vive actualmente em Macau.

“É evidente que vai ser difícil trabalhar sem os meus colegas e bons amigos democratas que estavam na AL. Como sabem eu entrei na AL em 2005 e tomei sempre como referência os deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San. Aprendi bastante com eles porque têm uma maneira de intervir bastante diferente, bastante incomodativa e sempre tive o apoio deles”, apontou ontem durante a apresentação do programa eleitoral e dos restantes candidatos da Nova Esperança.

“Nos últimos 16 anos, votei sempre em bloco [com os candidatos democratas]. Sinto pena por não poderem estar connosco. Se a Nova Esperança tiver uma voz na próxima legislatura, vai ser muito difícil, vai ser uma voz contra 32 dentro da AL. Nem quero imaginar”, acrescentou.

Pereira Coutinho revelou ainda que, na altura do anúncio da desqualificação, não foi capaz de falar porque ficou “triste” e “não estava em condições de dizer aquilo que ia dentro do coração”.

Apesar de tudo, o candidato considera que não é altura de “deitar a toalha ao chão” e apela, por isso, a que todos os eleitores exerçam o seu direito de voto no próximo dia 12 de Setembro, para que continue a existir uma “voz incómoda” dentro da AL, capaz de defender os interesses das comunidades portuguesa e macaense.

“Faço aqui um apelo a toda a comunidade portuguesa e macaense, mesmo os que não gostam ou discordam de nós. Estamos a viver momentos dramáticos em termos políticos. Precisamos que exista um candidato (…) na AL a falar português”, referiu Pereira Coutinho.

Da boca para fora

Durante a apresentação, Pereira Coutinho afirmou que, ao contrário das outras listas, a Nova Esperança está pronta para “actuar” em prol dos problemas de Macau como o desemprego, a responsabilização dos titulares dos principais cargos públicos ou o despesismo público.

“Nós fazemos, nós actuamos. Quantas vezes a Nova Esperança não entregou cartas na Sede do Governo. Nós não nos limitamos a falar como as outras listas, nós trabalhamos, nós insistimos, nós chamamos à pedra o senhor Chefe do Executivo e os secretários”, disse José Pereira Coutinho.

Sobre os resultados das eleições, o candidato assume estar “confiante”, embora acredite estar perante “as eleições mais difíceis” de que há memória devido à menor dispersão de votos por existirem menos 10 listas, relativamente às últimas eleições. Por isso, explica Coutinho, a expectativa actual é de eleger apenas um candidato.

“Hoje a situação é diferente. Estamos a falar de 14 listas e 320 mil eleitores, com uma taxa de votação que eu espero que seja de 60 por cento. Feitas as contas, precisamos de 13 mil votos para um lugar, por isso, as contas não são fáceis. Não é fácil, mas, por natureza, sou sempre positivo e, por isso, estou confiante. A nossa expectativa é conquistar um lugar”, apontou.

31 Ago 2021

DSEC | Taxa de desemprego mantém-se nos 2,9%

Entre Maio e Julho de 2021, a taxa de desemprego de Macau foi de 2,9 por cento, mantendo-se idêntica em relação ao período anterior (Abril e Junho de 2021). De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), idênticas foram também as taxas de desemprego dos residentes (3,9 por cento) e de subemprego (3,5 por cento).

Segundo o organismo, a população desempregada era composta por 11.000 pessoas, menos 100, face ao período anterior, sendo que a maioria dos que procuram trabalho, exerceram funções relacionadas com “lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos e no ramo da construção”.

Além destes, o número de desempregados à procura do primeiro emprego representou 9,2 por cento do total, ou seja, mais 1,7 pontos percentuais, dado que “os novos graduados entraram no mercado de trabalho”. A população subempregada fixou-se em 13.400 pessoas, menos 200, em relação ao período anterior.

Por seu turno, o número de empregados fixou-se em 372.900 e os residentes empregados eram 275.000, ou seja, menos 3.000 e 1.400, respectivamente. No período em análise a população activa que vivia em Macau totalizou 383.900 pessoas e a taxa de actividade foi de 67,9 por cento.

30 Ago 2021

Declaração Conjunta | Portugal atento à execução de acordo com China

Marcelo Rebelo de Sousa disse a Xi Jinping que Portugal está atento ao cumprimento da Declaração Conjunta luso-Chinesa em relação a Macau. Durante uma “longa conversa telefónica”, foram ainda abordados temas como a situação do Afeganistão, o relacionamento bilateral e o “reforço de sinergias” em matéria de estratégias de desenvolvimento

Com Lusa

 

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse na passada sexta-feira ao Presidente chinês, Xi Jinping que Portugal acompanha “atentamente” a execução do acordo entre os dois países, nomeadamente quanto a Macau.

Marcelo referiu que “Portugal acompanha atentamente a execução daquilo que foi acordado e que é importante para a comunidade portuguesa que vive lá [em Macau], mas também é importante em geral para aquilo que é um longo diálogo entre China e Portugal”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa segundo a agência Lusa. As declarações foram proferidas à margem de uma visita à Feira do Livro do Porto, depois de questionado sobre a conversa telefónica que os dois chefes de Estado tiveram, por iniciativa Presidente da República Popular da China, Xi Jinping.

De acordo com uma nota publicada no website da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa teve “uma longa conversa telefónica com Xi Jinping onde, para além de Macau, foram abordados temas como o relacionamento bilateral e a situação internacional, em particular, no Afeganistão.

“Os dois chefes de Estado tiveram a oportunidade de abordar diferentes temas do relacionamento bilateral, Macau, as relações da União Europeia com a República Popular da China, a pandemia, a situação internacional, e, em particular, o Afeganistão”, lê-se na mesma nota.

Estreitar laços antigos

Por seu turno, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua, o Presidente Xi Jinping, apontou que a China está pronta para trabalhar com Portugal para “reforçar sinergias” entre as estratégias de desenvolvimento de ambos os países.

Segundo a Xinhua, Xi afirmou que Pequim quer “promover a cooperação” em áreas como a energia, finanças e construção de infra-estruturas.

O Presidente chinês e secretário-geral do Partido Comunista da China apontou ainda para a cooperação em países terceiros, apelando à participação portuguesa na Iniciativa Parceria para o Desenvolvimento de África.

Apontando que o mundo atravessa um período “histórico” e desafiante devido à pandemia de covid-19, Xi Jinping referiu que tanto “a China e Portugal são civilizações antigas” e que, por isso, devem “intensificar a comunicação e dar as mãos” para enfrentar desafios comuns.

“O facto de todos os países estarem a enfrentar desafios comuns como a pandemia de covid-19, a recuperação económica e as alterações climáticas, exige solidariedade e cooperação”, disse Xi segundo a Xinhua.

Xi Jinping terá ainda dito que a China está determinada em trabalhar com todos os países que “amam a paz” como Portugal e expressou ter esperança de que Portugal desempenhe “um papel positivo” no desenvolvimento das relações entre a China e a União Europeia.

Segundo a Xinhua, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que Portugal “está pronto” para trabalhar com a China no reforço do papel das Nações Unidas e outras plataformas multilaterais como o G-20.

Moção em Portimão

Três militantes apresentaram ontem no Congresso do Partido Socialista (PS), em Portimão, uma moção na qual pedem aos dirigentes socialistas que denunciem quaisquer violações da declaração luso-chinesa sobre Macau e que zelem pelo seu cumprimento. Na moção propõe-se, por um lado, que seja manifestada pelo PS, “preocupação pela forma como alguns dos mais importantes princípios, direitos e liberdades, designadamente os de reunião, manifestação e desfile, salvaguardados na Declaração Conjunta Luso-Chinesa sobre a Questão de Macau e na própria Lei Básica, estão a ser colocados em causa na RAEM da República Popular da China”.

30 Ago 2021

Eleições | Exclusão de deputados segue lógica da Revolução Cultural, diz Ng Kuok Cheong

Ng Kuok Cheong considera que as acusações que levaram à desqualificação de candidatos às eleições seguem a mesma lógica da Revolução Cultural e que Macau deixou de ser o “bom aluno”. Para Scott Chiang, o sistema judicial de Macau perdeu a “castidade” por não ser imune a decisões políticas

 

O deputado e candidato excluído às eleições de Setembro, Ng Kuok Cheong considera que as acusações de não ser fiel à Lei Básica e a Macau, na base da sua desqualificação, seguem a mesma lógica de perseguições feitas durante a Revolução Cultural.

Isto, quando Ho Iat Seng se recusou a responder directamente aos pedidos de explicação do deputado e as entidades responsáveis por tecer a acusação ficaram isentas de consequências.

“A acusação que foi feita contra mim segue a mesma lógica da Revolução Cultural, ou seja, a lógica de avançar com acusações forçadas, que isentam quem acusa de qualquer tipo de consequências. Tentei perguntar se o Governo concorda com este tipo de acusações e, na resposta, o Chefe do Executivo recusa-se a responder e diz não ter desempenhado qualquer papel no processo de desqualificação. Além disso, ficou por responder à questão de estarmos ou não perante uma questão política”, apontou ontem Ng Kuok Cheong numa conferência de imprensa sobre a desqualificação da candidatura da Associação de Próspero Macau Democrático (APMD).

Recorde-se que do caderno de acusações emitido pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) para excluir Ng Kuok Cheong das eleições está, a promoção ilegal do sufrágio universal para a eleição do Chefe do Executivo e o apoio a actividades como o “4 de Junho”, a “Carta Constitucional 08” ou “Revolução de Jasmim”.

Ng Kuok Cheong referiu ainda não ter dúvidas que estamos perante uma “uniformização” de tratamento entre Hong Kong e Macau, não havendo já vantagens para o território, que chegou a ser apelidado de “bom aluno”.
“Antes, havia a ideia do “bom aluno” e do “mau aluno”, com Macau a merecer um tratamento melhor por ser o território bem-comportado. Mas isso acabou. Hong Kong e Macau são tratados da mesma forma, de acordo com a vontade do Governo Central”, vincou Ng Kuok Cheong.

Quantificar a justiça

Questionado sobre a independência do sistema judicial, após o TUI ter mantido a decisão da CAEAL de excluir três listas das eleições, Ng Kuok Cheong defende que a liberdade está dependente de o tema estar ou não relacionado com decisões políticas.

Contudo, para o histórico deputado, esta “não é uma situação nova” já que, mesmo antes da transferência de soberania em 1999, se criaram condições “para haver um esquema de cooperação entre os tribunais e o Governo”, através do envio de jovens do Interior da China para ocupar cargos importantes em departamentos governamentais e judiciais.

Por seu turno, Scott Chiang, também excluído das eleições, discorda da ideia de Ng Kuok Cheong, porque considera não ser “possível deixar de ter castidade num dia e recuperá-la no dia seguinte”.

“Um dos elementos fundamentais da liberdade do sistema judicial é que tem de ser consistentemente imune às influências políticas externas. Os tribunais têm concordado de forma muito conveniente com qualquer decisão do Executivo, especialmente se estivermos a falar de direitos civis e outras questões políticas”, acrescentou.

27 Ago 2021

Sem-abrigo | Dez pessoas a viverem na rua após pico pandémico

Em resposta enviada ao HM, o Instituto de Acção Social revelou estar a acompanhar a situação de dez sem-abrigo que vivem nas ruas de Macau. Entre Janeiro e Julho de 2021, 42 pessoas recorreram à Casa Corcel para pernoitar. Em 2020, devido à pandemia, o número de utentes subiu para 101, um recorde desde que há registos

 

Até 31 de Julho de 2021, havia 10 sem-abrigo a viver nas ruas de Macau. Segundo uma resposta enviada ao HM pelo Instituto de Acção Social (IAS), além do acompanhamento destas 10 pessoas, entre Janeiro e Julho de 2021, registaram-se 42 utentes a viver na Casa Corcel, estrutura gerida pela Cáritas de Macau que visa prestar serviços de alojamento temporário e de acompanhamento a sem-abrigo.

Dessas 42 pessoas, 27 continuam actualmente a pernoitar e a utilizar os serviços da Casa Corcel, detalhou também o IAS.

Os dados partilhados pelo IAS reflectem, contudo, uma melhoria no panorama, dada a tendência decrescente do número de pessoas que tem recorrido ao alojamento temporário nos últimos meses, após o pico de utentes registado em 2020, a reboque da pandemia. Isto, quando o número de utentes da Casa Corcel subiu de 75, em 2019, para 101, em 2020.

“Em 2019, 75 pessoas utilizaram o serviço de alojamento temporário na Casa Corcel. No início de 2020, devido ao impacto da pandemia do novo coronavírus, às restrições fronteiriças e às medidas de prevenção epidémica, subiu para 101 o número de utentes. Actualmente, o número voltou a diminuir, registando-se um total de 27 utentes até ao dia 31 de Julho de 2021”, pode ler-se na resposta enviada ao HM.

De frisar ainda que 2020 fixou mesmo um recorde desde que há registos (2014). Se 2020 foi o ano em que se registaram mais utentes nos serviços de alojamento temporário (101), 2018 e 2017 completam o pódio dos anos em que a Casa Corcel registou mais utentes, com 88 e 87 pessoas, respectivamente.

Pelos pingos da chuva

Segundo o IAS, a tipologia dos sem-abrigo de Macau tem vindo a alterar-se desde os anos 90, sendo que actualmente os casos são “mais ocultos”, já que há mais pessoas a pernoitar nos restaurantes ou casinos abertos 24 horas.

“O antigo Centro para Desalojados, criado em 1994, acolhia pessoas sem abrigo do sexo masculino e de meia idade, que eram na sua maioria mendigos, catadores de lixo ou indocumentadas. Actualmente, os sem-abrigo são pessoas que têm problemas familiares ou estão desalojados por motivo de, por exemplo, desalojamento forçado. Em comparação com a situação dos anos 90, os casos actuais têm tendência a ser mais ocultos, como permanecem nos restaurantes que funcionam 24 horas ou em casinos, em vez de estarem nas ruas”, explicou o IAS.

Através da rede de acompanhamento de assistentes sociais, o IAS espera apoiar os sem-abrigo a estabelecer “novos hábitos e relacionamentos”, a reintegrar-se na sociedade e a construir “confiança para a vida”, de forma a deixarem de ser sem-abrigo.

Sobre o trabalho da Casa Corcel, o organismo detalhou que, para além de aconselhamento individual, os assistentes sociais integram também equipas de serviço extensivo ao exterior que mantêm “contacto regular” com os sem-abrigo. O objectivo das entrevistas passa por proporcionar o “apoio social necessário”, através da recolha de dados sobre a sua situação e necessidades do dia-a-dia.

Aqui é diferente

Recorde-se que, por ocasião do novo surto local de covid-19 e da alteração repentina das medidas epidémicas, várias pessoas acabaram por dormir ao relento na madrugada de 4 de Agosto. Reagindo às críticas, o assunto levou o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, a apontar que em Macau ninguém precisa de dormir na rua e que o cenário não trazia “má imagem” ao território, bastando olhar para a situação dos sem-abrigo nos Estados Unidos da América, para provar isso mesmo.

“Graças à situação de Macau não temos ninguém que precise de dormir na rua. Nos EUA conseguimos ver muitos sem-abrigo e, mesmo assim (…) a imagem dos EUA não foi afectada. Claro que não queremos que os nossos residentes ou TNR fiquem como os sem-abrigo a dormir na rua”, apontou Ho Iat Seng na altura.

26 Ago 2021

Desfalcado em 50 mil patacas em quarto de hotel

A Polícia Judiciária (PJ) deteve na passada segunda-feira uma residente de Macau de 40 anos suspeita de roubar 50 mil dólares de Hong Kong (HKD) a um cidadão de Hong Kong de 82 anos, que veio jogar aos casinos do território pela segunda vez no espaço de dois meses.

Segundo informações reveladas ontem em conferência de imprensa, a PJ tomou conhecimento do caso através da queixa apresentada no passado dia 11 de Agosto pelo próprio homem, após este se ter apercebido que acabara de perder 50 mil HKD num quarto de hotel.

De acordo com o relato da vítima, foi quando veio jogar a Macau no mês passado que conheceu a mulher de 40 anos que terá sido responsável pelo desfalque e com quem, desde logo, apalavrou um novo encontro para Agosto.

Feita a quarentena pela segunda vez, o octogenário encontrou-se com a suspeita e acabaram por ir juntos para um quarto de hotel localizado no centro da cidade, por volta das 21h00. Vencido pelo cansaço, o homem viria a adormecer, dando oportunidade à suspeita para pegar nos 50 mil HKD e fugir sem que este se apercebesse.

Por volta das 22h00, ao acordar da sesta, o homem verificou que o dinheiro tinha sido roubado e que a mulher que o acompanhava já não se encontrava no quarto.

Azar ao jogo

Iniciada a investigação, a PJ conseguiu comprovar que, após sair do hotel, a mulher apanhou um táxi para sair de Macau no passado domingo, pelo posto fronteiriço das Portas do Cerco. Contudo, viria a ser detida no dia seguinte, ao tentar voltar ao território pelo mesmo local.

A polícia averiguou ainda que após roubar os 50 mil HKD, a suspeita apostou a totalidade do montante num casino, acabando por perder tudo.

O caso seguiu ontem para o Ministério Público (MP), onde a mulher irá responder pela prática do crime de furto qualificado. A provar-se a acusação, a residente de Macau pode vir a ser punida com uma pena de prisão até 5 anos ou com pena de multa até 600 dias.

25 Ago 2021

Música | Rosanna Ip leva canto lírico à Fundação Rui Cunha

Natural de Macau, a soprano lírica Rosanna Ip irá protagonizar um recital no próximo sábado, onde serão interpretados clássicos de compositores como Mozart, Debussy ou Brahms. A artista local, que espera seguir uma carreira profissional no mundo da música, anseia ainda que mais pessoas de Macau possam conhecer o bel canto

 

Integrado na série “Os Sons da Praia Grande”, a galeria da Fundação Rui Cunha acolhe a partir das 17h00 do próximo sábado, um recital de música lírica interpretado pela soprano local, Rosanna Ip.

Acompanhada ao piano por Vicky Tong, do programa do “Recital de Voz com Rosanna Ip” fazem parte peças de compositores clássicos como Wolfgang Amadeus Mozart, George Frideric Handel, Robert Schumann, Hugo Wolf, Claude Debussy, Reynaldo Hahn, Roger Quilter, Ernest Charles, Johannes Brahms e Johann Strauss II.

Contactada pelo HM, Rosanna Ip mostrou estar empolgada com o espectáculo do próximo sábado, esperando que o evento seja uma oportunidade para que “mais pessoas de Macau possam conhecer e compreender o que é o bel canto”, nome da técnica vocal de tradição italiana em que se inspira e que esteve em voga entre o final do século XVII e o século XIX.

Sobre a forma como a música começou a fazer parte da sua vida, a soprano lírica nascida em Macau revelou que, após ter integrado o Coro de Crianças do Instituto Cultural de Macau, acabou por prosseguir os estudos musicais na área através aulas de canto vocal, quando rumou ao Canadá para frequentar o ensino secundário.

“Mudei-me para o Canadá para prosseguir os estudos do ensino secundário quando tinha 16 anos. Foi aí que comecei a ter aulas de canto lírico. Depois juntei-me a um grupo chamado “Candesca” e viajámos para Nova Iorque para fazer algumas actuações”, partilhou.

A experiência além-fronteiras, que contou ainda com uma formação de prática vocal em Londres com a conceituada professora de Voz e Piano, Teresa Cahill, motivou Rosanna Ip a alcançar novos patamares ao nível do canto lírico.

“Ao juntar-me ao grupo e ao fazer digressões musicais, tive a oportunidade de participar em muitos espectáculos e actuar no mesmo palco que outras artistas. Isso inspirou-me muito a trabalhar para chegar a um patamar mais elevado”, apontou Rosanna Ip.

Desafios no horizonte

De regresso a Macau, em 2019 Rosanna Ip decidiu ingressar na Hong Kong Academy of Performing Arts para frequentar uma formação de quatro anos orientada pela Professora Nancy Yuen, responsável pelo Departamento de Estudos Vocais.

Embora admita não ser tarefa fácil, após concluir o programa de estudos que está a frequentar, a artista não tem dúvidas de que o próximo objectivo passará por fazer da música uma profissão a tempo inteiro.

“Acho que não é fácil ter uma carreira profissional em Macau na área da música, mas também não digo que seja impossível. No entanto, sem dúvida que há mais oportunidades fora de Macau, até porque existem mais Casas de Ópera. Em Macau, o que podemos fazer é limitado e, por isso, quero trazer e partilhar esta cultura [do bel canto] para Macau”, começou por dizer.

“Após concluir os meus estudos em Hong Kong, quero ter uma carreira profissional na área da música. Vou dar o meu melhor para que isto possa ser o meu sustento principal e para haja sempre música ao longo de toda a minha vida”, acrescentou.

25 Ago 2021

Emprego | Agnes Lam não afasta cenário de discriminação de macaenses

O cenário da pandemia dificulta a prova dos nove, mas Agnes Lam considera que não se pode afastar a hipótese de haver discriminação no mercado de trabalho contra as pessoas que falam chinês, mas não sabem ler a língua

 

Agnes Lam está preocupada com a perda do emprego na população macaense e não afasta a possibilidade de haver discriminação. A inquietação sobre a hipótese, que diz não estar confirmada, foi deixada ontem, na conferência de imprensa de balanço do mandato como deputada entre 2017 e 2021.

“Recebemos casos de residentes que nasceram em Macau, que falam de forma fluente cantonense, mas não escrevem chinês. São pessoas que não aprenderam na escola. Agora é muito difícil encontrarem um trabalho”, afirmou Agnes Lam. “É uma questão de igualdade de oportunidades, e esperamos que este assunto seja abordado. Só não considero que esta seja a melhor altura para o fazer, porque actualmente muitas pessoas perderam o emprego [devido à crise pandémica]”, acrescentou.

Segundo a deputada, o seu escritório recebeu entre 20 a 30 queixas do género, porém, diz que como a pandemia está a destruir muitos empregos que é difícil diferenciar entre despedimentos ligados à situação económica e eventuais atitudes discriminatórias. “Eles dizem-nos que os despedimentos são pela questão de língua, mas a verdade é que trabalham em empresas onde o chinês não é a língua utilizada. […] Se for só a tendência da economia, temos de aceitar. Mas, se não for apenas a pandemia e houver discriminação, então temos de dar voz a essas pessoas”, considerou.

Agnes Lam explicou também que a alteração às leis de offshores prejudicaram muitos residentes que falam chinês, mas não lêem, porque este tipo de mão-de-obra trabalhava em empresas forçadas a fechar.

Criar raízes

Quanto ao balanço dos últimos quatro anos, Agnes Lam afirmou que a legislatura serviu para se enraizar “na comunidade”. Nesse período, a deputada diz ter recebido 1.057 pedidos de ajuda, dos quais 90 por cento foram acompanhados, envolvendo mais de 5.200 cidadãos.

Entre os principais pedidos de apoio, Lam apontou a questão pandémica como a principal preocupação. Neste assunto, cabem as famílias separadas pelas restrições de circulação, ou os residentes que precisam de cuidados médicos em Hong Kong.

O segundo tema mais focado foram esclarecimentos relacionados com assuntos legais, seguido por assuntos municipais, como a repavimentação de passeios, infiltrações ou obras de casas-de-banho. Em terceiro lugar nos pedidos mais frequentes de auxílio surgiram as questões da habitação e, por último, a assistências a grupos vulneráveis, como vítimas de violência doméstica, idosos ou crianças.

“Ao longo dos últimos quatro anos, tenho supervisionado o Governo e falado pela população, sempre com uma atitude moderada, racional e com princípios profissionais e programáticos”, resumiu.

A deputada foi ainda instada a comentar a exclusão das candidaturas democráticas das eleições para a Assembleia Legislativa e limitou-se a responder que respeita a decisão do Tribunal de Última Instância.

25 Ago 2021

Português detido após agredir funcionária de farmácia

Um residente de Macau de nacionalidade portuguesa foi detido no sábado após agredir a funcionária de uma farmácia que exigiu a apresentação do código de saúde e a utilização de máscara à entrada do estabelecimento.

De acordo com informações reveladas ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), o caso aconteceu na tarde da passada quinta-feira numa farmácia localizada na Avenida do Coronel Mesquita. Segundo a polícia, o homem de 61 anos apresentou-se no estabelecimento sem máscara e recusou-se a mostrar o código de saúde, apesar de uma funcionária assim o ter solicitado.

Negando a apresentação do código de saúde, apesar da insistência da funcionária, o homem forçou a entrada para o interior da farmácia. A atitude levou a farmacêutica a segui-lo, tendo sido surpreendida com uma bofetada, quando se aproximou dele. Não satisfeito com a primeira agressão, o português deu ainda um empurrão na vítima, fazendo-a cair no chão.

De imediato, os colegas da vítima ligaram à polícia para relatar o sucedido, provocando a fuga do homem.
Ao chegar ao local, os agentes do CPSP deram início à investigação através da consulta das imagens das câmaras de videovigilância instaladas, não só no interior da farmácia, mas também na Avenida do Coronel Mesquita.

Seguindo as pistas recolhidas, no dia seguinte, os agentes destacados para a operação dirigiram-se ao interior de um edifício situado nas redondezas da farmácia, acreditando tratar-se do local de residência do suspeito. Contudo, após bater à porta do apartamento por diversas vezes, os agentes não obtiveram qualquer resposta, acabando por abandonar o local.

Bom para a tosse

Foi só no terceiro dia após a ocorrência das agressões que o CPSP conseguiu interceptar o suspeito, enquanto este circulava na via pública na mesma área. Levado para a esquadra, o suspeito confessou a prática das agressões durante o interrogatório a que foi submetido.

O caso foi entregue ao Ministério Público (MP), onde o suspeito irá responder pela prática do crime de ofensa simples à integridade física. A confirmar-se a acusação, o português pode ser punido com pena de pisão até 3 anos ou pena de multa.

24 Ago 2021

Poder do Povo | Exigida pró-actividade na luta contra o trabalho ilegal

Cheong Weng Fat, secretário da associação, foi à sede da DSEL mostrar anúncios de emprego de Zhuhai para contratar motoristas não-residentes para Macau. O representante associativo pediu ao Governo que seja mais pró-activo nas suas funções, porque há muitos recém-licenciados sem emprego

 

A Associação Poder do Povo exigiu à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) para que acompanhe de forma pró-activa o fenómeno dos trabalhadores ilegais. Segundo o secretário da associação, Cheong Weng Fat, esta é uma situação que precisa de ser combatida, principalmente por haver cada vez mais recém-licenciados em dificuldades.

Ontem, pela manhã, a associação entregou uma petição na sede da DSAL. Cheong fez-se acompanhar de vários panfletos escritos em chinês simplificado com ofertas de emprego para motoristas em Macau. Este é um trabalho que de acordo com a legislação em vigor só pode ser desempenhado por trabalhadores residentes.

Segundo o representante da associação, os empregos estavam a ser oferecidos por agências de emprego em Zhuhai. Cheong Weng Fat atacou assim estas empresas por considerar que estão a contribuir para que os funcionários locais sejam substituídos por trabalhadores não-residentes. “A situação de desemprego é muito grave, muitos motoristas locais não encontraram emprego”, apontou Cheong.

Dos desempregados

A questão dos desempregados recém-licenciados foi outro ponto mencionado na carta entregue à DSAL. “Este ano há 4300 recém-licenciados, mas Macau não possui empresas suficientes para absorver todos os formados. No Interior, contratam trabalhadores para posições de gestão em Macau com ordenados de 12 mil patacas. Ao mesmo tempo, os alunos universitários ficam desempregados”, afirmou Cheong. “Espero que a DSAL possa analisar as vagas para quadros superiores e dar oportunidade aos jovens,” acrescentou.

Sobre a situação actual dos TNR, o secretário mostrou dúvidas. “Sei que a DSAL envia os agentes para a inspecções. Mas porque é que todos os empregados dos supermercados e restaurantes são TNR? A DSAL tem que reforçar as inspecções nas lojas, empresas e fábricas, se não houver trabalhadores locais, tem que pedir as explicações,” indicou Cheong Weng Fat.

O representante associativo frisou ainda que os TNR só servem para complementar a mão-de-obra local, mas que estão a roubar os empregos dos residentes. “No passado tínhamos 100 mil visitantes por dia, agora só são pouco mais de 10 mil e não há negócio para todos. Os residentes estão a pagar o preço e a passar por desemprego ou licenças sem vencimento”, sublinhou.

24 Ago 2021