João Santos Filipe Manchete SociedadeImobiliário | Setembro com mais transacções e ligeira valorização No mês passado, registaram-se um total de 247 transacções de habitação, um crescimento de 28 por cento face ao ano transacto. Em Macau e na Taipa o preço do metro quadrado apresenta uma valorização, ao contrário do que acontece em Coloane Em Setembro, o número de compra e venda de habitação apresentou um crescimento anual de 28,0 por cento, de acordo com os dados mais recentes divulgados pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). No mês passado, registaram-se 247 transacções, quando em Setembro de 2024 se contabilizaram 193 transacções, uma diferença de 54 movimentos. O mercado mais activo foi o da Península de Macau com 185 transacções, mais 66 do que no ano passado, o que representou um crescimento de 55,5 por cento. Na Taipa, foram registadas 52 vendas de habitação, mais 13 do que no ano passado, quando fse registadas 39. Finalmente, em Coloane foram registaram 10 transacções, uma redução de 25 vendas em relação ao período homólogo. Em Agosto de 2024, o registo de transacções de habitação em Coloane foi anormalmente alto para a média habitual. Em termos dos preços da habitação, o mês de Setembro ficou marcado por uma redução no metro quadrado, em relação ao mesmo mês de 2024, de 80.384 patacas para 75.655 patacas. Esta foi uma diferença anual de 4.729 patacas ou 5,9 por cento. A redução média resultou do mercado de Coloane, com o preço médio do metro quadrado a cair de 121.190 patacas para 72.180 patacas, uma diferença de 40,4 por cento por cento. No entanto, na Península e na Taipa os preços apresentaram um aumento. Em Macau, o metro quadrado valorizou no espaço de um ano de 68.187 patacas para 74.127 patacas. Na Taipa, o aumento foi de 70.242 patacas para 80.454 patacas, uma valorização anual de 14,5 por cento. Mais baratas Quando a comparação é feita entre Agosto e Setembro, o número de transacções apresentou um aumento de 12 movimentos, dado que em Agosto tinham sido registadas 235 transacções, uma diferença de 5,1 por cento. A comparação mensal mostra que a Taipa e Coloane apresentaram aumento das transacções, enquanto na Península de Macau houve uma redução. Na Taipa, o número de compras e vendas aumentaram de 37 transacções para 52 transacções, enquanto em Coloane houve um aumento de 6 para 10 transacções. Na Península a redução foi de 185 transacções para 192 transacções. Em termos da variação mensal do preço, Setembro apresentou uma desvalorização do preço médio do metro quadrado de 5,9 por cento, dado que em Agosto o valor registado era de 80.370 patacas por metro quadrado, uma diferença de 4.715 patacas. Em Agosto, na Península de Macau o preço médio do metro quadrado era de 82.976 patacas, na Taipa 71.897 patacas e em Coloane 80.370 patacas por metro quadrado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeDSSCU | Condenada instalação de gaiolas metálicas Em reacção a vários anúncios online a oferecer serviços de instalação das gaiolas, os Serviços de Solos e Construção Urbana emitiram um comunicado a alertar que se tratam de obras ilegais que devem ser evitadas A Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) alerta a população para não recorrer à instalação de gaiolas metálicas, por constituírem uma prática ilegal. O alerta foi deixado ontem, através de um comunicado, na sequência de anúncios publicitários o oferecer o serviço. De acordo com a DSSCU “nos últimos dias, têm sido divulgados, em diversas redes sociais e plataformas audiovisuais online anúncios publicitários que promovem a prestação de serviços de instalação de gaiolas metálicas” considerados “actos manifestamente ilegais”. Por este motivo a DSSCU “manifesta a sua elevada preocupação e repúdio por tais práticas, reiterando que o Governo tem vindo a combater de forma contínua as obras ilegais, incluindo as gaiolas metálicas”. A nota de imprensa do organismo liderado por Lai Weng Leong promete também combater de forma prioritária as obras ilegais de instalação de gaiolas, renovações ilegais, construções em estado ruína, assim como as obras ilegais em edifícios com licença de utilização. “A DSSCU apela aos cidadãos para não incorrerem em infracções legais e para se absterem de recorrer a tais serviços de instalação de gaiolas metálicas”, foi pedido. Ao mesmo tempo, a DSSCU mostra-se preocupada com a “proliferação, em diversas plataformas audiovisuais e redes sociais online, de anúncios que, através de vídeos curtos, promovem activamente a prestação de serviços de instalação de gaiolas metálicas, com o objectivo de angariar clientes e induzir os cidadãos à realização de obras ilegais, colocando em risco a segurança pública”. O organismo pede assim aos cidadãos para contribuírem activamente na eliminação das construções ilegais de forma a auxiliarem na garantia da segurança pública. Multas de 240 mil patacas Em relação à punição para a instalação de gaiolas metálicas, a DSSCU avisa que pode levar a multas de 240 mil patacas, e que houve pelo menos um caso anterior em que uma multa com este valor foi aplicada. “Entre os casos tratados pela DSSCU nos últimos anos, merecem especial atenção as obras ilegais, nomeadamente gaiolas metálicas vulgarmente designadas por ‘varandas corridas’, tendo sido aplicadas multas que atingiram os montantes de 180.000 patacas num caso e de 240.000 patacas noutro, relativo à instalação de várias gaiolas metálicas numa única fracção”, foi relatado. O Governo aponta também que vai investigar os anúncios publicitários e que caso se confirme a instalação das gaiolas em edifícios locais vai tomar as medidas legalmente exigidas. “Relativamente às obras ilegais identificadas nos anúncios publicitários supracitados, a DSSCU procederá a acções de fiscalização e investigação, caso se confirme a veracidade dos factos, será aberto processo para acompanhamento imediato”, foi apontado. No comunicado de ontem, a DSSCU indica igualmente que as últimas alterações a regime jurídico da construção urbana permitem adoptar penas adicionais aos infractores, principalmente em caso de recusa de demolição de obras ilegais, como a possibilidade de suspensão do fornecimento de água e de energia eléctrica
João Santos Filipe SociedadeJP Morgan | Apontada “recuperação surpreendente” após Semana Dourada Após um início de mês desapontante, os números mais recentes do jogo estão a surpreender os analistas. Com receitas médias de 781 milhões de patacas por dia, o sector mostra que a Semana Dourada foi um acidente de percurso, e não a tendência As receitas brutas do jogo assistiram a uma “recuperação surpreendente” após a Semana Dourada, com os primeiros 19 dias de Outubro a gerarem 14,85 mil milhões de patacas. O cenário foi traçado pelo banco de investimento JP Morgan, num relatório citado pelo portal GGR Asia. De acordo com a instituição de serviços financeiros, na semana mais recente assistiu-se a uma “recuperação surpreendente” das receitas, para o nível médio por dia de 781 milhões de patacas. Este montante significa um aumento de 25 por cento face à segunda semana deste mês, quando as receitas médias por dia não iam além dos 593 milhões de patacas. Os analistas DS Kim, Selina Li e Lindsey Qian também desvalorizaram o facto de as receitas durante a Semana Dourada terem ficado abaixo do esperado, ao considerarem que se tratou de um acontecimento esporádico, em vez de uma tendência da indústria: “Continuamos a acreditar que o fraco desempenho na Semana Dourada [em Outubro] foi um episódio isolado e não uma tendência, provavelmente devido ao tufão [Matmo], ao calendário do festival do bolo lunar, e à corrida de F1 em Singapura. Acontecimentos que ocorreram todos durante os feriados da Semana Dourada”, afirmaram os analistas do JP Morgan. Pode ser melhor Ao mesmo tempo, a JP Morgan admite que a mais recente revisão das previsões de crescimento para Outubro pode ficar abaixo do valor real, devido aos números mais recentes, que mostra uma tendência melhor do que a prevista. “Ajustámos a nossa previsão das receitas brutas do jogo para Outubro para um crescimento entre três a seis por cento face ao período homólogo, na sequência da Semana Dourada. Mas, esse ajuste apresenta agora riscos, dada a forte e surpreendente recuperação na semana passada”, foi justificado. O banco de investimento prevê ainda um crescimento das receitas durante o período entre Outubro e Dezembro de 10 por cento, face a igual período do ano passado. Em relação ao início de 2026, as previsões apontam para uma expansão do sector “um pouco” acima do valor de 10 por cento, que deverá rondar os 13 por cento no que diz respeito às receitas antes de impostos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJardim de Camões | Passadeira desapareceu em horas Horas depois das fotos da nova passadeira na Calçada do Botelho terem começado a circular nas redes sociais, e com vários internautas a ridicularizarem a travessia, a DSAT admitiu ter recuado na intenção original Algumas horas chegaram para que o Governo criasse e eliminasse uma passadeira temporária na ladeira da Calçada do Botelho. O caso aconteceu na segunda-feira, gerou polémica nas redes sociais, e foi suficiente para que a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) recuasse na intenção de instalar uma passadeira perto do Jardim de Camões. O caso surgiu na manhã de segunda-feira, nas redes sociais, quando começaram a surgir fotografias de trabalhadores a instalarem uma nova passadeira no topo da subida de quem circula da Calçada do Botelho, no sentido Porto Interior-Jardim de Camões. No entanto, as imagens tornaram-se virais nas redes sociais, com vários internautas a criticarem a localização da nova passadeira, por considerarem que ao ser colocada no topo de uma ladeira, para quem circula vindo do Porto Interior, coloca dificuldades extra para os condutores. Entre as críticas, houve também internautas a indicar que circulam vários autocarros naquela zona, muitas vezes totalmente cheios, pelo que seria contraproducente obrigar os condutores das viaturas a ter de parar naquele local, para ceder a passagem aos peões. Além das críticas em forma de comentário, começaram também a surgir várias imagens satíricas. Numa das publicações era possível ver a sugestão para se instalarem pórticos com portagens no local. Esta foi uma forma de criticar a recente proposta de Leong Chi Hang, conselheiro do Governo em assuntos de trânsito, que defendeu a instalação de portagens em todas as pontes do território. Houve também quem recorresse à inteligência artificial para colocar as imagens do metro a circular na Calçada do Botelho. Resposta rápida Horas depois das críticas, a passadeira foi removida do local, e a DSAT emitiu um comunicado a explicar o sucedido e a admitir que a clarificação era feita face aos vários comentários que surgiram online. De acordo com a DSAT, desde ontem que começaram as obras junto da Praça de Camões para a instalação de condutas para cabos de electricidade, telecomunicações e passagem de tubos com água. Por esse motivo, houve a necessidade de modificar temporariamente as passadeiras no local, o que fez com que fosse instalada a travessia na Calçada do Botelho. Todavia, a DSAT admitiu que após os comentários, foi realizada no local uma inspecção in loco, em coordenação com a polícia e o empreiteiro, que levou a que a passadeira fosse removida, horas depois de ser instalada. A passadeira temporária passou assim a ser colocada nas proximidades da Igreja de Santo António.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTrânsito | Colisão entre autocarro e camião faz cinco feridos Os feridos têm entre 20 e 67 anos e incluem residentes, trabalhadores não-residentes e turistas. O sinistro terá acontecido quando o condutor do camião não conseguiu travar a tempo para evitar chocar contra a traseira do autocarro, que estava parado para ceder passagem na passadeira Um total de cinco pessoas teve de ser transportado para diferentes hospitais, após uma colisão entre um autocarro e um camião, na manhã de ontem. O caso aconteceu na Avenida do Aeroporto, perto do casino Wynn Palace, depois do camião que seguia atrás do autocarro não ter conseguido travar a tempo de evitar o embate. De acordo com jornal Ou Mun, o Corpo de Bombeiros (CB) revelou que os feridos têm entre 20 e 67 anos, e incluem residentes, trabalhadores não residentes do Interior e ainda turistas do Interior. Na altura do sinistro, todos os feridos encontravam-se no interior do autocarro, onde seguiam como passageiros. Os ferimentos são considerados ligeiros, mas incluem escoriações e contusões em diferentes partes do corpo. As vítimas do acidente foram transportadas para o Centro Médico da Taipa do Hospital Kiang e para o próprio Hospital Kiang Wu, na Península de Macau. Apesar de os ferimentos serem considerados ligeiros, por volta das 13h as vítimas ainda estavam nas instituições de saúde para as quais tinham sido levadas. Sem álcool no sangue Segundo as autoridades, o acidente aconteceu por volta das 9h50, quando o autocarro seguia atrás de um outro veículo particular. O condutor do veículo pesado de passageiros terá tentado mudar de faixa de rodagem, mas foi obrigado a travar, dado que o veículo à sua frente parou para ceder passagem a alguns peões que atravessavam a passadeira. No entanto, a travagem terá apanhado de surpresa o condutor do camião que não conseguiu travar a tempo e acabou por atingir o autocarro, na parte traseira. Como consequência do impacto, o camião apresentava danos na parte frontal, com o vidro frontal e o pára-choques a apresentarem sinais visíveis do embate. O autocarro ficou danificado na parte traseira. O condutor do camião é um residente local com cerca de 70 anos. Fez o teste do balão, não tendo acusado o consumo de álcool. O condutor do autocarro, é igualmente um residente, com 50 anos, e também não tinha consumido álcool. Em reacção ao acidente, a companhia Transportes Urbanos de Macau (Transmac) emitiu um comunicado, citado pelo jornal Ou Mun, a indicar estar a acompanhar o caso. A empresa garantiu também que depois de ser alertada para o sucedido accionou os meios de resposta, a avisar a polícia para o sinistro e a prometer toda a disponibilidade para cooperar com a investigação do caso.
João Santos Filipe SociedadeSeaport Research Partners prevê crescimento de 8,3 por cento A Seaport Research Partners estima que o ano encerre com um crescimento anual de 8,3 por cento ao nível das receitas do jogo. O mais recente relatório da empresa de serviços financeiros foi divulgado no domingo, e citado ontem pelo portal GGR Asia. A estimativa de um crescimento de 8,3 por cento é mantida, apesar do analista Vitaly Umansky, responsável pelo relatório, reconhecer que entre Outubro e Dezembro as receitas vão abrandar, quando comparadas com o trimestre anterior. No ano passado, as receitas do jogo totalizaram 226.78 mil milhões de patacas. Todavia, se as receitas forem convertidas para dólares norte-americanos, o crescimento deverá atingir 8,6 por cento. “Embora 2025 tenha começado devagar em Macau, a nossa expectativa de uma recuperação no Verão e de um fortalecimento no segundo semestre está a dar frutos”, foi escrito. O relatório destaca também que as previsões não sofreram alterações, apesar de alguns factores que podem ter um impacto negativo: “a recente desaceleração em Setembro, devido a perturbações relacionadas com o tufão, e um início mais fraco em Outubro, devido a vários factores pontuais, não alteram a nossa previsão de crescimento para o resto de 2025 e a longo prazo”. 7% em 2026 A empresa de serviços financeiros aponta que o crescimento anual das receitas no quarto trimestre vai ser de 12 por cento, enquanto no trimestre anterior foi de 13 por cento. Em relação ao próximo ano, a Seaport Research Partners estima o registo de um crescimento de 7 por cento. Este valor é também apontado como o crescimento estimado para o ano de 2027. Em termos das quotas do mercado do jogo, Vitaly Umansky acredita que as mudanças em curso devem beneficiar as concessionárias Sands China e Galaxy, que deverão conquistar parte do mercado a outras operadoras, com menor dimensão. E, no entender da Seaport Research Partners, esta tendência deverá ser mais notória, no caso do mercado de massas apresentar um desenvolvimento mais acelerado do que o esperado.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTribunal | Recusada liberdade condicional para William Kuan A menos de dois anos de ser libertado, o empresário que foi condenado com uma pena de prisão de 5 anos e 6 meses no âmbito do caso das Obras Públicas viu o primeiro pedido de liberdade condicional recusado pelo TSI. Pode apresentar um novo pedido dentro de um ano O Tribunal de Segunda Instância (TSI) recusou o pedido de liberdade condicional apresentado por William Kuan Vai Lam. A informação sobre o pedido do empresário que cumpre uma pena de prisão de 5 anos e 6 meses em Coloane foi divulgada através do portal dos tribunais. Os fundamentos da recusa não foram tornados públicos, apesar da decisão ter sido tomada na passada quarta-feira. Condenado a cumprir uma pena de 5 anos e 6 meses por três crimes de corrupção activa e dois crimes de branqueamento de capitais, no âmbito do caso judicial que envolveu igualmente os ex-directores das Obras Públicas, Jaime Carion e Li Canfeng, William Kuan está detido desde 24 de Dezembro de 2021. O empresário foi detido inicialmente de forma preventiva, mas o tempo dessa detenção é contabilizado para efeitos do cumprimento da pena. Um condenado a pena de prisão pode apresentar um pedido de liberdade condicional depois de cumprir dois terços da pena, se já tiver cumprido pelo menos seis meses de prisão, e se faltarem menos de cinco anos para o final da pena total. No caso do empresário, este período terá sido atingido aproximadamente no final de Agosto, altura em que cumpriu 3 anos e 8 meses de prisão. No entanto, a aprovação da liberdade não é automática e os juízes têm em conta aspectos como a probabilidade de o detido conduzir “a sua vida de modo socialmente responsável, sem cometer crimes”. A libertação também tem de ser considerada “compatível com a defesa da ordem jurídica e da paz social”. Terá sido nestes aspectos que a liberdade terá sido recusada. Um ano à espera Apesar da recusa, e dado que faltam quase dois anos para o final da pena completa, William Kuan poderá apresentar um novo pedido de liberdade condicional, no espaço de aproximadamente um ano. Se o novo pedido for recusado, o empresário sujeita-se mesmo a ter de cumprir a totalidade dos 5 anos e 6 meses de prisão. Esta não é a primeira vez que Kuan tem um pedido de libertação recusada, o mesmo aconteceu no final de 2024, depois do Tribunal de Última Instância ter recusado um pedido de habeas corpus. Na altura, a defesa de Kuan argumentou que o empresário estava detido ilegalmente, por terem passado mais de dois anos sem uma pena transitada em julgado. Inicialmente, William Kuan tinha sido condenado, a 31 de Março de 2023, a uma pena efectiva de 18 anos de prisão, pela prática dos crimes de associação ou sociedade secreta, três crimes de corrupção activa e três crimes de branqueamento de capitais agravado. No entanto, o resultado do recurso, divulgado oficialmente em Fevereiro do ano passado, fez com que fosse absolvido do crime de associação ou sociedade secreta e ficasse com uma pena final de 5 anos e 6 meses de prisão.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAmbiente | Falta de especialistas na reparação de motos eléctricas Com um novo programa de incentivo ao abate das motos a gasolina e a troca por novos veículos eléctricos, a Associação de Motociclos Eléctricos e Ecológicos alerta para a falta de conhecimentos técnicos e pede melhor acesso aos postos de carregamento O presidente da Associação de Motociclos Eléctricos e Ecológicos alertou a sociedade para a escassez de técnicos especializados na reparação de motos eléctricas. O aviso foi deixado por Lei Chong Sam em declarações ao jornal Exmoo, apesar de o dirigente associativo elogiar os esforços de promoção deste tipo de veículos. De acordo com Lei Chong Sam, actualmente as lojas de reparação de motos enfrentam uma grande pressão, devido à crescente necessidade de contratar mão-de-obra preparada para lidar com as motos eléctricas, com sistemas muito diferentes das motas tradicionais com motores a combustão. No entanto, o representante queixa-se de que não existem pessoas em Macau com este tipo de conhecimentos em número suficiente, e que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) não está a autorizar a contratação de trabalhadores não-residentes: “Os donos das oficinas de motocicletas sentem-se frustrados porque a cidade tem faltas de técnicos que saibam reparar motocicletas eléctricas”, afirmou. “Muitas vezes os donos pedem à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais que autorize a contratação destes técnicos, mas a DSAL recusa e responde que já há técnicos em número suficiente” acrescentou. Por esta razão, o também membro do Conselho Consultivo do Trânsito apelou ao Governo para apoiar o sector para melhorar as condições existentes, mas também a assegurar o acesso aos meios necessários para realizar a reparação de motos eléctricas. Carregamento problemático Além dos problemas com as reparações, Lei Chong Sam apontou que um dos grandes desafios à implementação das motos eléctricas é a falta de postos de carregamento em número suficiente. Citando os dados oficiais, o presidente da Associação de Motociclos Eléctricos e Ecológicos apontou que actualmente existem 5 mil motos eléctricas registadas, mas que em alguns locais do território não há postos de carregamento, devido aos riscos relacionados com as inundações. Este motivo faz com que o acesso ao carregamento seja desequilibrado. Lei Chong Sam deixou também o desejo de que rapidamente se tornem cada vez mais populares os armários de baterias para as motos, para que as pessoas possam trocar de bateria rapidamente, em vez de recorrerem ao carregamento. Na semana passada, foi anunciado um novo plano de concessão de apoio financeiro ao abate de motociclos a gasolina e a sua substituição por motociclos eléctricos novos. Sobre o programa, Lei Chong Sam admitiu que se pode esperar uma reacção “dinâmica”, porque houve muitos residentes a procurarem informação sobre as condições de acesso. O conselheiro revelou também que entre os vendedores de motos existe a expectativa de que o programa vá contribuir para um aumento do volume de negócios.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAL | André Cheong promete presidência a cumprir expectativas No início da nova legislatura, os deputados receberam “três expectativas” do Chefe do Executivo, uma das quais passa por “trabalhar em conjunto” com o Governo, mas também exercer as funções de fiscalização da lei Ao desempenhar as funções de presidente da Assembleia Legislativa, André Cheong promete ter em mente as expectativas do Chefe do Executivo para os trabalhos do órgão legislativo. As declarações foram prestadas pelo novo presidente do hemiciclo, numa entrevista aos canais em chinês da TDM. “Como presidente da Assembleia Legislativa sinto que o peso da responsabilidade é maior. Vou cumprir rigorosamente as disposições da lei e do regimento para desempenhar as minhas funções como presidente”, afirmou o novo presidente da AL, citado pelo Canal Macau. “Ao mesmo tempo vou ter em conta as três expectativas estabelecidas pelo Chefe do Executivo para a nova composição da Assembleia Legislativa, conduzindo bem a equipa nos trabalhos legislativos e no âmbito da fiscalização”, acrescentou. André Cheong foi eleito presidente da AL na sexta-feira e contou com o voto de todos os deputados, incluindo do próprio. Foi a primeira vez, pelo menos desde 2019, que um deputado foi eleito presidente por unanimidade. O presidente da AL pretende também implementar uma maior cooperação entre o Governo e os técnicos do hemiciclo. “Para as propostas de lei importantes relacionados com o bem-estar da população, o Governo necessita de um tempo de preparação considerável”, indicou. “Esperamos incentivar as equipas técnicas da AL a envolverem-se mais cedo na fase preparatória dos departamentos governamentais. Por exemplo, as discussões e os intercâmbios técnicos preliminares podem resultar numa comunicação técnica mais fluída, quando estas propostas de lei importantes estiverem a ser analisadas pela Assembleia Legislativa” apontou. Três anseios Após o início da nova Legislatura, na passada quinta-feira, o Chefe do Executivo promoveu um encontro com os deputados. Nesta ocasião, de acordo com a versão oficial, dado que o encontro decorreu à porta fechada, Sam Hou Fai disse aos legisladores que tem três expectativas para o funcionamento do hemiciclo. A primeira passa por “potenciar mais o papel de liderança da Assembleia Legislativa em termos políticos”, no que explicou ser um papel de promoção do nacionalismo e de manutenção da harmonia a longo prazo. Em segundo lugar, pediu também aos deputados para “potenciar mais o papel da Assembleia Legislativa na elaboração da legislação e na fiscalização”, o que explicou implicar deputados a “trabalhar em conjunto com o órgão executivo” para criar e rever a legislação consideradas chaves para o Executivo, como a diversificação da economia. Por último, foi pedido à AL que seja um “interlocutor fundamental” na recolha de opiniões da “opinião pública”, ao mesmo tempo que indicou esperar que os deputados orientem “a sociedade para formar um ambiente de discussão positiva, objectiva e racional” e “promover o mais amplo consenso social possível para apoiar o Governo da RAEM”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeIncêndio leva a duas hospitalizações e retirada de 50 pessoas Duas pessoas tiveram de ser internadas no Hospital Kiang Wu, depois de um incêndio ter deflagrado na noite de quarta-feira, no Edifício Si Keng, na Rua da Alegria. Além dos feridos, houve ainda a necessidade de retirar do edifício 50 moradores, de acordo com a informação divulgada ontem pelo jornal Ou Mun. Os hospitalizados são dois residentes com cerca de 60 anos, um do sexo masculino e outro do feminino que terão apresentado sinais de indisposição, depois de terem inalado fumo do incêndio. Apesar da indisposição, apresentavam uma situação clínica considerada estável. Os restantes moradores também conseguiram sair do edifício pelos seus meios e não apresentavam qualquer tipo de mal-estar ou lesão. As chamas começaram a deflagrar, por volta das 23h44, altura em que as autoridades foram alertadas para a situação. A chegada ao local, tanto do Corpo de Bombeiros (CB) como do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) aconteceu minutos depois, numa altura em que vários dos habitantes do edifício já se encontravam na rua. No local, os bombeiros tiveram de subir até ao terceiro andar, onde o incêndio teve origem. O combate às chamas demorou alguns minutos. Os vestígios indicam que as chamas terão deflagrado junto a um vaso com flores, tendo depois chegado à sala de estar do apartamento no terceiro andar. Durante o combate ao incêndio, as autoridades cortaram ao trânsito durante vários minutos a Rua da Alegria e a Estrada do Repouso. Os bombeiros utilizaram água para combater o incêndio, que resultou numa área queimada com 2,5 metros de comprimento e 1 metro de largura. Das origens Segundo o jornal Ou Mun, o CB suspeita que as chamas tenham tido origem num curto circuito de uma máquina de lavar a roupa, posicionada junto ao vaso com flores. Além da área queimada, também a máquina de lavar, um purificador, um ar-condicionado e outros aparelhos e bens ficaram destruídos. De acordo com os dados mais recentes, nos primeiros seis meses do ano, o CB foi chamado a intervir em 406 fogos. Entre estes, os bombeiros tiveram de recorrer a mangueiras para extinguir as chamas em 85 ocasiões. Nos restantes 321 incêndios, as chamas foram extintas sem utilização de mangueira. A informação oficial revelou também que 78 dos 406 incêndios tiveram origem em comida queimada.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMacau | FMI corta previsão de crescimento para 2,6 por cento Pela segunda vez este ano, o FMI fez uma revisão das previsões de crescimento para a economia de Macau. Em Abril, a previsão inicial de 7,3 por cento foi cortada para 3,6. Agora acredita-se que a expansão económica nem aos 3,0 por cento deve chegar O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a economia de Macau vá crescer 2,6 por cento ao longo deste ano. A nova estimativa divulgada ontem, e citada pela Macau News Agency, significa uma revisão em baixa da previsão anterior, que apontava para uma expansão anual de 3,6 por cento. Na primeira metade do ano, o território apresentou um crescimento anual de 2,8 por cento, no entanto, o IMF acredita que o ritmo está em desaceleração desde Julho. Os dados utilizados pelo FMI para fazer a estimativa assumem que a inflação ao longo deste ano deve fixar-se em 0,5 por cento, uma redução face à previsão anterior de 0,9 por cento. A revisão das estimativas em baixa não fica limitada às previsões para este ano. Também o aumento anual do próximo ano foi revisto em baixa para 2,8 por cento. A estimativa anterior do FMI, de Abril, previa uma expansão de 3,5 por cento. No ano passado a economia de Macau cresceu 8,8 por cento. Nos primeiros dez meses do ano, as receitas brutas do jogo, a principal actividade económica de Macau, apresentaram um crescimento anual de 7,1 por cento, para 181,34 mil milhões de patacas, quando antes tinha sido de 169,35 mil milhões de patacas. Contudo, as receitas durante a Semana Dourada, no início de Outubro, terão ficado abaixo das expectativas. A expectativa do FMI fica aquém das previsões da Associação Económica de Macau, liderada pelo deputado Joey Lao, que aponta para um crescimento anual de 4,5 por cento. Tendências opostas A revisão em baixa pelo FMI das estimativas de expansão de Macau contrasta com o cenário em Hong Kong e no Interior. Na RAEHK, espera-se um aumento ao longo deste ano inferior ao registado na RAEM. Porém, a estimativa mais recente aponta para um aumento de 2,4 por cento, quando antes se esperava uma expansão de 1,5 por cento. No Interior, as estimativas também são agora mais optimistas. Em Abril, era esperado um crescimento de 4 por cento da economia, que foi agora revisto para 4,8 por cento, acima dos níveis de Macau e Hong Kong. Esta é a segunda vez este ano que as estimativas sobre a economia de Macau são revistas em baixa pelo FMI. Antes do início do ano, esperava-se uma expansão económica na ordem dos 7,3 por cento. Porém, em Abril, o valor foi cortado para 3,6 por cento. Na altura, Macau foi afectado, tal como o comércio mundial, pelo impacto da política de tarifas adoptada nos Estados Unidos.
João Santos Filipe Manchete PolíticaAeroporto | Expansão garante capacidade para 13 milhões de visitantes Ainda antes do aumento da capacidade para passageiros, o aeroporto vai receber uma maior área de estacionamento das aeronaves, com o número de lugares a subir para 56 face aos actuais 36 Até ao final de 2030, o Aeroporto Internacional de Macau vai ter capacidade para receber por ano 13 milhões de passageiros. Os números foram apresentados por uma representante da Autoridade de Aviação Civil (AACM), na mais recente reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas, que ocorreu na segunda-feira. O balanço da reunião foi feito ao jornal Ou Mun pelos conselheiros Li Yongjian e Ieong Weng Kuong, que citaram as respostas do encontro da AACM. Segundo as explicações citadas, as obras de expansão estão em curso, depois de terem arrancado em Abril. A nova zona de estacionamentos deverá ficar terminada em 2028, o que vai fazer com que os lugares de estacionamento para aeronaves passem dos actuais 36 para 56 lugares, um aumento de 55,6 por cento. Ao mesmo tempo, foi indicado que as estimativas apontam para que as obras de expansão fiquem totalmente terminadas em 2030, dentro de cerca de cinco anos, e que nessa altura o aeroporto vai ter capacidade para lidar com mais dois milhões de viajantes, face à capacidade actual de 11 milhões por ano. No ano passado, o aeroporto recebeu 7,6 milhões de viajantes, menos dois milhões do que o recorde de passageiros, alcançado em 2019, ainda antes da pandemia, quando houve 9,6 milhões viajantes a utilizar a infra-estrutura. No entanto, o número parece ir apresentar uma nova redução. Entre Janeiro e Outubro deste ano, foram contabilizados cerca de 5,5 milhões de passageiros. No ano passado, nos primeiros dez meses, registaram-se de 5,7 milhões de passageiros. Maior área Com as obras em curso, a área total do aeroporto vai ser aumentada para 325 hectares, face aos actuais 177 hectares. Na reunião, os conselheiros abordaram ainda outras questões relacionadas com o aeroporto como os assuntos relacionados com a segurança e o transporte de passageiros entre o cais de embarque e os aviões. Neste sentido, foi garantido aos conselheiros que face às actuais limitações no número de mangas de embarque disponíveis, que o transporte dos passageiros entre o cais de embarque e as aeronaves vai continuar a ser feito através de autocarros. Esse será também o meio utilizado para os futuros lugares de estacionamento dos aviões. Durante o encontro, segundo Li Yongjian e Ieong Weng Kuong, houve ainda conselheiros a apelar para o desenvolvimento de mais instalações complementares do aeroporto, assim como uma especial atenção para que o centro de transportes esteja preparado para lidar com o fluxo de passageiros que acontece em eventos de grande dimensão, como os recentes jogos de pré-temporada em Macau da NBA.
João Santos Filipe Manchete PolíticaDSAT | Chiang Ngoc Vai assume o cargo de director Após quase 20 anos à frente da direcção responsável pelo trânsito, Chiang foi promovido ao topo da hierarquia. Desde Julho, que desempenhava as funções, como substituto, depois da saída de Lam Hin San Após três meses como director substituto da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Chiang Ngoc Vai assumiu ontem a pasta a título próprio. A informação foi revelada através de um despacho publicado no Boletim Oficial, assinado por Raymond Tam, secretário para os Transportes e Obras Públicas. Além dos três meses como director substituto, Chiang Ngoc Vai conta com uma carreira de quase 20 anos na DSAT, serviço em que ingressou pela primeira vez em 2008, logo para assumir as funções de subdirector. Desde essa altura, até Julho deste ano, Chiang manteve-se como subdirector e foi nessa condição nos últimos meses que assumiu as funções de director, após a saída do antecessor, Lam Hin San. A promoção confirmada ontem, e o afastamento de Lam Hin San, mostram também uma ruptura de Raymond Tam com o passado, dado que o antecessor de Chiang tinha sido nomeado pelo anterior secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, merecendo a confiança deste durante cerca de 10 anos. No despacho não são indicadas razões particulares para a nomeação, além do pro-forma a indicar que Chiang Ngoc Vai “possui competência profissional e aptidão para o exercício do cargo” e do currículo do nomeado. Como acontece nas nomeações em comissão de serviço, a escolha do secretário é válida durante o período de um ano. Da engenharia Em termos académicos, o despacho indica que Chiang Ngoc tem duas licenciadas em Engenharia Civil e em Ciência (Topografia Cadastral e Ordenamento do Território). As instituições de ensino das licenciaturas não são referidas. A nível profissional, o director da DSAT conta com um longo percurso na Administração Pública, com mais de 30 anos. Chiang ingressou na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes em Outubro de 1990, desempenhado as funções de técnico. Em Março de 1992, é promovido dentro da mesma direcção, para assumir as funções de chefe de sector. Ainda antes da transferência, em 1995, Chiang Ngoc Vai é novamente promovido internamente para assumir as funções de técnico superior e também de chefe de Departamento. Manteve-se nestas funções até 2008, durante mais 13 anos, altura em que nomeado para a DSAT.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJP Morgan | Semana Dourada com resultados abaixo do esperado A passagem de dois tufões, a proximidade do Festival do Bolo Lunar e o Grande Prémio de Fórmula 1 em Singapura são indicados como os factores que afectaram negativamente a indústria do jogo As receitas do jogo ficaram aquém do esperado durante a Semana Dourada e até Novembro a situação não deve melhorar. O cenário foi traçado pelo banco de investimento JP Morgan, no relatório mais recente assinado pelos analistas DS Kim, Selina Li e Lindsey Qian. De acordo com o conteúdo, divulgado pela Macau News Agency, as receitas no início de Outubro não “foram assim tão douradas”, com uma redução de cinco por cento em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo os analistas, para a diminuição das receitas contribuíram os impactos do tufão Ragasa, que obrigou ao encerramento dos casinos durante algumas horas, e também do tufão Matmo, que apesar de não ter encerrado os locais de jogo levou a que os transportes fossem seriamente afectados. E também o facto de o Festival Lunar ter sido celebrado perto da Semana Dourada. Enquanto data de encontros familiares, o festival poderá ter contribuído para que os jogadores ficassem menos tempo nas mesas dos casinos. No entanto, Macau também terá sofrido com a competição regional e a organização do Grande Prémio de Fórmula 1 em Singapura. Os analistas acreditam que o evento ocorrido entre 3 e 5 de Outubro contribuiu para afastar do território alguns dos maiores apostadores. Face a estes fenómenos, a JP Morgan fez uma revisão das estimativas das receitas do jogo em baixo, apontando para um crescimento anual em Outubro de 3 a 6 por cento. A estimativa anterior apostava para um crescimento de 11 a 13 por cento, no que se esperava que fosse a melhor Semana Dourada desde os tempos da pandemia. Sinal positivo Apesar de reduzirem as estimativas, os analistas deixaram um sinal de confiança aos analistas no mercado do jogo de Macau: “Não estamos a atirar a toalha ao chão. Vemos estes factores como lombas no caminho e não como bloqueios, pelo que apesar de reduzirmos as nossas estimativas acreditamos no valor do mercado”, foi apontado. Face a este contexto, os analistas acreditam que a valorização das acções dos casinos deverá apresentar fortes variações nas próximas semanas, até a indústria voltar a apresentar um crescimento de pelo menos 10 por cento. A JP Morgan acredita que esse crescimento deve acontecer a partir de Dezembro e durante o primeiro trimestre do próximo ano. Em Setembro, o sector do jogo arrecadou 18,3 mil milhões de patacas, mais 6 por cento face a Setembro do ano passado. Em termos de receita bruta acumulada, os primeiros nove meses de 2025 registaram um aumento de 7,1 por cento em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo 181,3 mil milhões de patacas. Macau fechou 2024 com receitas totais de 226,8 mil milhões de patacas, mais 23,9 por cento do que no ano anterior.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCoimbra | Vice-reitor aponta China como factor de “certeza” João Nuno Calvão da Silva afirma que a China é uma força da paz no mundo e que contribui como um factor “de certeza” na ordem internacional, numa altura em que existem “tantos factores de incerteza”, alguns dos quais provenientes do mundo ocidental O vice-reitor da Universidade de Coimbra (UC), João Nuno Calvão da Silva, considerou que a República Popular da China tem conferido “uma componente de certeza” no mundo actual, em contraste com os factores de incerteza que tem surgido “no mundo ocidental”. As declarações do vice-reitor para as Relações Externas e Alumni da UC foram prestadas à margem da cerimónia de abertura de uma conferência conjunta entre a Universidade de Macau (UM) e a UC. Quando questionado sobre a crescente utilização do direito em áreas como o patriotismo, a segurança nacional e a convivência com o Estado de Direito, dadas a recente detenção de um ex-deputado e as exclusões cada vez mais frequentes de eleições, João Nuno Calvão da Silva destacou o papel assumido pela China no mundo actual. “Na ordem internacional em que vivemos temos tantos factores de incerteza, mesmo de onde nós menos esperávamos, no mundo ocidental, por exemplo, que apraz-me registar essa componente de certeza que a República Popular da China vem conferido ao mundo”, afirmou o dirigente da UC, de acordo com o Canal Macau. “Também devemos salientar o cumprimento que tem feito com que seja possível à comunidade portuguesa continuar aqui, aos jornalistas fazerem as perguntas que entendem ao vice-reitor da Universidade de Coimbra, neste momento, e isso também tem a ver com o cumprimento desta matriz de um direito que foi esculpido por grandes juristas portugueses sobretudo da Universidade de Coimbra”, acrescentou. Além 2049 De acordo com a Lusa, o académico “recusou-se a comentar questões políticas específicas”, mas destacou um grau de compreensão promovido pela China. “Como em tudo no mundo, a perfeição não existe. Mas é este grau de compreensão e este factor de certeza que a mim apraz registar e que continua a ser muito importante e para a aproximação das relações”, apontou. “Não apenas entre Portugal e a China, mas de todo o mundo de língua portuguesa e da República Popular da China, como factor inestimável de conteúdo para a paz na humanidade”, sublinhou. João Nuno Calvão da Silva manifestou também a esperança de que Macau mantenha o legado jurídico português após os 50 anos de validade da Lei Básica e da Declaração Luso-Chinesa. “Depois de 2049, se [Macau] sai desse tratado internacional, deste período de transição, obviamente nós esperamos que este trabalho que foi sendo feito, as pessoas que vão sendo criadas, este capital humano, fique aqui com uma cultura jurídica em que este ADN de Portugal e de Coimbra se vá manter”, afirmou Calvão da Silva. O vice-reitor para as Relações Externas e Alumni da UC explicou que actualmente existe um direito que “está a ser cumprido”, uma “Lei Básica” e um “conjunto de diplomas com uma matriz muito específica do direito português”. “Em processo penal, (…) estamos a ter um cumprimento desse ordenamento jurídico, sabemos que até 2049 assim será, é assim que tem sido desde 1999”, considerou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaDiplomacia | Liu Xianfa pediu fim de “ataques” dos EUA à RAEM O Comissário do MNE em Macau mostrou a sua insatisfação à cônsul-geral dos Estados Unidos em Hong Kong e Macau, Julie Eadeh, com os “chamados relatórios anuais” publicados pelos Estados Unidos sobre a RAEM que afirmou conterem “ataques e difamações” O Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Macau, Liu Xianfa, apelou à cônsul-geral dos Estados Unidos em Hong Kong e Macau, Julie Eadeh, para acabar com “os ataques e difamações” contra Macau nos relatórios anuais. O pedido aconteceu durante uma chamada telefónica feita por Julie Eadeh a Liu Xianfa, a 10 de Outubro, de acordo com uma publicação na rede social Facebook, na página do Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros na RAEM. Em Agosto, Julie Eadeh foi escolhida pelos Estados Unidos como a nova cônsul-geral em Hong Kong e Macau, sucedendo a Greg May. Como parte das novas funções, e dado que a área de acção também inclui Macau, a representante americana fez uma “chamada telefónica de cortesia” a Liu Xianfa. Durante o telefonema, o comissário disse a Eadeh que espera que os Estados Unidos assumam um papel construtivo no desenvolvimento de Macau e que acabem os “os ataques e difamações”. “O Comissário Liu apelou à parte norte-americana a acabar com os ataques e difamações contra Macau nos chamados relatórios anuais, a não comprometer a segurança e a estabilidade de Macau e a não impedir a prosperidade e o desenvolvimento de Macau”, consta no comunicado. Em causa, estão os relatórios publicados anualmente pelo Departamento de Estado sobre direitos humanos, liberdade religiosa ou tráfico humano. Liu Xianfa também terá indicado a Julie Eadeh a esperança de que ela “aja de forma a promover o intercâmbio e a cooperação entre Macau e os EUA” e que “desempenhe um papel construtivo no desenvolvimento estável, sólido e sustentável das relações entre a China e os EUA”. Salvaguardar cooperação De acordo com a versão do Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Macau, durante a chamada telefónica, Julie Eadeh destacou que “o envolvimento e a cooperação com Macau no comércio, investimento e intercâmbio entre os povos são importantes para os EUA” e que ela vai desempenhar um “papel activo” para concretizar esse intercâmbio. Julie Eadeh é licenciada em Ciências, pela Universidade do Leste do Michigan e tem um mestrado em Estudos Árabes Contemporâneos pela Universidade de Georgetown. Fez parte do Departamento de Estado dos EUA, até ingressar nos Serviços Consulares americanos em 2004. Ao longo da carreira teve passagens por embaixadas no Médio Oriente, em países como a Arábia Saudita, Líbano ou Iraque. Em 2010, tornou-se cônsul-geral dos EUA em Xangai, lugar que ocupou até 2012. Também desempenhou funções de chefe da secção política do Consulado dos EUA em Hong Kong, que agora vai liderar.
João Santos Filipe Manchete PolíticaCooperação | Sam Hou Fai recebeu governador de Hainão O líder do Governo de Macau e o Governador de Hainão discutiram a possibilidade de aprofundar a cooperação entre as duas regiões. Sam Hou Fai espera o apoio da região conhecida como o Hawai da China para diversificar a economia O Chefe do Executivo destacou contar com o apoio de Hainão para criar mais oportunidades de desenvolvimento para a RAEM. A mensagem foi deixada durante um encontro entre Sam Hou Fai e Liu Xiaoming, governador da província de Hainão, que esteve de visita a Macau. Segundo a versão do Governo de Macau sobre o encontro de segunda-feira, Sam Hou Fai e Liu Xiaoming “trocaram opiniões sobre o fomento da cooperação cultural e económico-comercial” entre as duas partes e discutiram “o reforço da articulação na promoção de actividades turísticas e de exposições e convenções”. Na reunião, Sam Hou Fai disse a Liu Xiaoming que “a RAEM e a província de Hainão se situam na região do Grande Delta do Rio das Pérolas” e que têm “acesso ao vasto mercado do Interior do País, como também estão ligados ao mercado do Sudeste Asiático”. O dirigente de Macau apontou também que Macau e Hainão têm mantido “um intercâmbio frequente e profundo, e uma base sólida de cooperação em áreas como no turismo, na cultura, nas exposições e convenções”. E sobre esta parceria Sam Hou Fai apontou que foram alcançados “resultados notáveis”. Ganhos mútuos O líder da RAEM afirmou ainda que desde que as partes começaram a apostar na “promoção conjunta do modelo de uma viagem de multi-destinos” que a cooperação subiu para um novo nível e está a gerar “ganhos mútuos”. Sam também frisou que “através do incentivo à reciprocidade de fluxos turísticos, promover-se-á o desenvolvimento dinâmico da indústria turística de ambas as regiões, alcançando benefícios recíprocos”. Durante o encontro, cuja duração não foi divulgada, o líder de Macau adiantou a Liu Xiaoming que a RAEM está a adoptar políticas de “diversificação adequada da economia, promovendo com total empenho um desenvolvimento socioeconómico de alta qualidade”. E, neste processo, o Chefe do Executivo afirmou esperar “contar com o grande apoio de Hainão, e através da cooperação pragmática entre as duas partes, aproveitar plenamente as vantagens de cada uma”. Sam Hou Fai prometeu também “explorar mais modelos de colaboração para criar oportunidades de desenvolvimento mais amplas” para Macau e Hainão. Além de Sam Hou Fai representaram Macau no encontro o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, a chefe do Gabinete do Chefe do Executivo, Chan Kak, o director do Gabinete de Estudos de Políticas e Desenvolvimento Regional, Cheong Chok Man, e o director dos Serviços de Assuntos Administrativos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, Cao Jin Feng.
João Santos Filipe Grande Plano MancheteÓbito | António Coelho morre com 77 anos, mas deixa legado na gastronomia portuguesa O fundador do Restaurante António morreu no domingo em Macau, devido a problemas de coração. Para trás, deixa uma marca e um conceito inovador de promoção da comida portuguesa na Ásia Um pai, um amigo e um dos grandes embaixadores da gastronomia portuguesa na Ásia. O chef António Coelho morreu no domingo, com 77 anos, devido a problemas de coração, mas deixa para trás um percurso profissional de quase 40 anos e uma influência que se faz sentir em vários restaurantes e cozinheiros de comida portuguesa em Macau. Nascido em Portugal em 1948, o primeiro contacto de António Coelho com Macau aconteceu em 1970, quando teve de cumprir o serviço militar obrigatório de quatro anos. Após dois anos, a terra ficou na memória, mas o futuro cozinheiro optou por regressar à Europa. Em Portugal, começa por trabalhar na Segurança Social, mudando, mais tarde, para num laboratório de análises clínicas. Foi nesta área que desenvolveu o gosto pela gastronomia, não pelo trabalho, mas pelos vários almoços e jantares em diferentes restaurantes. Cada vez mais interessado na cozinha, António decide empregar-se, em 1984, num restaurante, onde admitiu ter aprendido a cozinhar, de acordo com uma entrevista ao jornal South China Morning Post, de 2018. Os primeiros anos da nova carreira de António Coelho são passados em Portugal, onde desempenha diferentes funções como gerente-administrador do restaurante Botequim do Rei ou director do departamento de restauração do Grande Hotel da Curia. Em 1996, tem a primeira experiência internacional, como director do departamento de restauração do Hotel Trópico, em Cabo Verde. A experiência prolonga-se um ano. Criação de um legado Regressado a Macau em 1997, António vai trabalhando durante 10 anos em diferentes espaços, como os restaurantes Frol de la Mar, Lusitano, Lisboa, tendo ainda uma breve passagem por Hong Kong, em 2002, no Restaurante Inn. No entanto, o passo decisivo para a sua afirmação como um dos chefs mais influentes de gastronomia portuguesa na Ásia surge em 2007, com a abertura do Restaurante António. E o êxito que se seguiu não foi obra do acaso, como contou Edgar Rodrigues, chef que veio para Macau para trabalhar no lançamento do projecto: “O sucesso teve por base as receitas, a qualidade da comida, mas também o muito profissionalismo”, afirma Edgar Rodrigues, ao HM. “Ele estava muito atento aos clientes. Se houvesse um pedido de amêijoas à bolhão pato, ele tinha receitas diferentes adaptadas à nacionalidade. Por exemplo, os coreanos não gostam de coentros, a receita para eles não tinha coentros. Os clientes chineses gostam de pouco sal, eram servidos com pouco sal, e os locais gostam da receita mais tradicional. Num único prato havia várias formas de cozinhar, só para satisfazer os diferentes clientes”, recorda. Também Cristiano Tavares, actualmente chef do restaurante Macalhau, veio para Macau para trabalhar no Restaurante António. Considera que o chef encontrou um posicionamento para a comida portuguesa que ainda hoje influencia outros restaurantes. “Acho que o sucesso se deveu à maneira de ser, era uma pessoa politicamente correcta, tinha uma forma de trabalho que agradava tanto a turistas chineses, coreanos como japoneses”, explicou Cristiano Tavares, ao HM. “Éramos um restaurante de rua com quatro ou cinco cozinheiros. Ele conseguiu fazer o que ainda hoje muitos restaurantes grandes não conseguem fazer. Hoje em dia há muitos restaurantes com comida portuguesa que que abrem em Macau, mas seguem o exemplo do que ele fez”, considerou. Qualidade e espectáculo Além da comida, os clientes Restaurante António deixavam seduzir-se pelo “espectáculo”. É esta a visão de Marcelino Marques, amigo de António e músico que durante vários anos animou as noites do espaço, com música tradicional portuguesa. “A qualidade da comida fazia com que o espaço fosse popular. Ele tinha muito cuidado na escolha da comida e das bebidas servidas. Ia a Portugal escolher vinhos de várias regiões, como o Douro ou o Alentejo, todos com muita qualidade, que eram engarrafados com a marca António. As pessoas sabiam que não iam pagar pouco, não que fosse um espaço com preços de luxo, não era, mas a quantidade servida não era pouca”, recordou Marcelino Marques. Todavia, o músico considera que o sucesso também se deveu a um conceito em que a refeição também era um espectáculo: “As pessoas gostavam de ouvir a música portuguesa, mas também de estar com o António. Ele era uma pessoa afável, grande e aparecia com aquela jaqueta branca com as bandeiras de Portugal, China e Macau e as pessoas gostavam da presença dele e pediam-lhe para tirar fotografias” conta. “Ele também abria uma garrafa champanhe com uma espada. Fazia toda uma cerimónia e as pessoas gostavam muito disto. Era um espectáculo e uma festa ver a rolha a voar da garrafa. Funcionava bem”, lembrou. Marcelino Marques recorda que a comida e o espectáculo faziam com que o restaurante fosse muito famoso, principalmente entre turistas japoneses, coreanos e de Hong Kong. O músico revela que as marcações dos turistas nipónicos aconteciam com dias de antecedência. E para este factor também contribuiu o facto de António oferecer no final das refeições um cálice de vinho do porto, o que também levou ao reconhecimento da Confraria do Vinho do Porto. O sucesso do Restaurante António fez com que o chef vendesse o espaço a um fundo de investimento, passando a embaixador do espaço. A ruptura com o fundo aconteceu em 2020, quando foi despedido sem justa causa. O caso acabou nos tribunais, com António a vencer a causa. Nos últimos anos, António assumiu a posição de chef executivo no Angela’s Café and Lounge, no Hotel Lisboeta. Um pai, um amigo Devido ao trabalho em Macau, António foi distinguido, em 2013, pelo Governo da RAEM com a Medalha de Mérito Turístico da RAEM. Também em 2015, recebeu a medalha de mérito das comunidades portuguesas do Governo Português. No entanto, para quem trabalhou com ele o mais importante foi a relação que ultrapassou o campo estritamente profissional. “Ele teve um grande impacto em Macau e para mim foi como segundo pai. Quando vim para Macau não tive uma vida fácil e ele sempre me deu a mão”, confessou Rodrigues. “Foi sempre uma pessoa que esteve presente para mim. E sempre o encarei como um homem de ferro. Em tudo o que ele fazia havia ali uma grande vontade”, apontou. Este é um sentimento partilhado por Cristiano Tavares. “O António é o meu pai em Macau. Ele trabalhou até ao último dia, sempre com seriedade, honestidade e integridade. É um exemplo para todos os chefs que estamos nesta área”, indicou. Para Marcelino Marques a morte de António é a perda de um amigo. “O António foi a pessoa que me acolheu em Macau e era capaz de o fazer o mesmo com toda a gente. Ele era rigoroso e exigente, mas era uma pessoa excelente”, descreveu. “Toda a gente o conhecia. Era uma pessoa afável e recebia como ninguém”, completou.
João Santos Filipe SociedadeGoverno afirma que presta atenção à saúde mental Apesar de ter deixado de publicar dados sobre o número de suicídios, o Governo defende que presta muito atenção ao flagelo social. A posição foi tomada através de um comunicado sobre o Dia da Saúde Mental, assinalado na sexta-feira. “O Governo da RAEM atribui grande importância à saúde mental dos residentes e criou um mecanismo de colaboração interdepartamental, mantendo uma estreita comunicação e cooperação entre os Serviços de Saúde, o Instituto de Acção Social, a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude e as instituições de serviços sociais”, foi sustentado. Com base neste mecanismo o Executivo aponta que está a implementar um mecanismo de prevenção com “quatro níveis” que passam por promover um maior envolvimento da sociedade na resposta ao fenómeno, através de acções dirigidas às famílias, escolas e à comunidade como um todo. Desta forma, o Executivo acredita que “as entidades competentes” podem “intervir rapidamente e eliminar os potenciais riscos, de forma a salvaguardar plenamente a saúde física e mental dos residentes de Macau”. Aplicações móveis Como forma de divulgar informações sobre a saúde mental, o comunicado dos Serviços de Saúde (SS) destaca também que foi criada uma aplicação móvel com o objectivo de “aumentar ainda mais o conhecimento dos residentes sobre a saúde mental e reduzir mal-entendidos e preconceitos” sobre as doenças mentais. Através da aplicação Rede de Informação de Saúde Mental os cidadãos podem ler mais sobre estes problemas e até fazer testes de auto-diagnóstico. Além disso, a 9 de Outubro foi realizada uma palestra pelos SS como forma de assinalar o Dia da Saúde Mental. A palestra teve como tema “Apoio psicológico em situações de crise: Garantir que todos tenham acesso aos serviços de saúde mental” e foi destinada a profissionais de saúde. Contou com a participação de mais de 50 pessoas.
João Santos Filipe Manchete PolíticaGoverno | Remodelação está a correr “muito bem”, diz André Cheong O ainda secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, acredita que com Wong Sio Chak na liderança a secretaria Administração e Justiça “vai ficar cada vez melhor” A dias de deixar o Governo para se tornar deputado, André Cheong garantiu que a remodelação do Executivo está a correr “muito bem”. As declarações do ainda secretário para a Administração e Justiça e porta-voz do Conselho Executivo foram prestadas na sexta-feira, após uma reunião do órgão consultivo. No final do mês passado foi revelado que Cheong vai ser deputado a partir de quinta-feira e que o seu cargo vai passar a ser desempenhado pelo actual secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. A pasta da segurança vai ser assumida por Chan Tsz King. Na sexta-feira, na sessão de perguntas e respostas do Conselho Executivo, André Cheong abordou as mudanças e deixou um sinal de confiança para o seu sucessor. “Sobre a transferência de trabalhos para o secretário Wong, tanto ao nível dos planos de trabalho como do pessoal, tudo está a correr muito bem”, afirmou. O secretário que poderá ser o futuro presidente da Assembleia Legislativa, dependendo da eleição dos deputados, que acontece na quinta-feira, elogiou também Wong Sio Chak, não só devido à experiência, mas também devido ao mecanismo de protecção civil. “Como sabem o secretário Wong Sio Chak tem uma longa experiência administrativa e é muito competente a nível de gestão e liderança”, começou por indicar André Cheong. “Por exemplo, nestas funções actuais, a nível da protecção civil, durante a passagem do tufão Ragasa ele trabalhou muito bem. Creio que esta tutela [Administração e Justiça] com a liderança dele vai ficar cada vez melhor”, realçou. Mais agradecimentos Na sessão de sexta-feira, André Cheong deixou também agradecimentos a Ho Iat Seng, ex-Chefe do Executivo, e Sam Hou Fai, actual líder do Governo, pela confiança depositada e as nomeações para o cargo de secretário para a Administração e Justiça. Esta é uma posição que Cheong desempenha desde 2019. Além de secretário, desempenhou as funções de porta-voz do Conselho Executivo. Nesta condição, Cheong afirmou ter apresentado mais de 350 diplomas legais, entre leis e regulamentos, um facto que mencionou não ir esquecer. Perspectivando as funções de deputado, o ainda secretário prometeu ir utilizar a sua experiência política na Assembleia Legislativa, para promover “uma maior interacção e comunicação entre os poderes Executivo e Legislativo”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaBiblioteca Central | Recebidas 30 propostas para criação de superestrutura Terminada a construção das fundações e caves do projecto desenhado pelo atelier Mecanoo, a edificação da superestrutura da Nova Biblioteca Central de Macau deve acontecer até ao final do ano O concurso público de atribuição das obras da superestrutura da Nova Biblioteca Central de Macau resultou na apresentação de 30 propostas. A abertura dos documentos apresentados ontem pelos candidatos foi realizada ontem, na sede da Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP). O concurso público foi lançado a 21 de Agosto e define 620 dias como o período máximo para a construção desta fase do projecto localizado no Tap Seac. As obras da superestrutura deverão também arrancar até ao final do ano, depois de ficar concluída a construção das fundações e caves. De acordo com o Governo, o novo projecto vai permitir “resolver” o “problema da falta de espaço da actual biblioteca central”, além de cumprir a “missão de promover a leitura para toda a população, o intercâmbio cultural e mostrar as características locais”. As propostas vão ser avaliadas com base no preço (um critério com um peso de 50 por cento na decisão, prazo de execução (15 por cento), experiência e qualidade em obras (20 por cento), programa de execução (10 porcento) e ainda tendo em conta o plano do programa dos recursos humanos e proporção de trabalhadores residentes em cargos de gestão (5 por cento). A futura biblioteca vai ocupar uma área de cerca de 2.960 metros quadrados e o projecto prevê a construção de quatro pisos de altura e cave, com uma área bruta de construção de cerca de 13.800 metros quadrados. De acordo com os dados oficiais, esta área de construção é “dez vezes superior à da antiga biblioteca central”, localizada no lado oposto da Praça do Tap Seac. O rés-do-chão e os pisos superiores da construção vão receber instalações como auditórios, zona de leitura de jornais e revistas, bibliotecas para adultos e crianças, salas de reuniões e espaços multimédia dedicados ao ensino. Projecto atribulado A construção da nova biblioteca de Macau está pensada há mais de 10 anos com os processos da escolha do local e da elaboração do projecto a ficarem marcados por várias polémicas. Inicialmente, durante o segundo mandato de Fernando Chui Sai On como Chefe do Executivo, foi revelado um convite ao arquitecto português Álvaro Siza Vieira para desenhar a futura biblioteca. Contudo, devido à pressão de grupos de interesses locais, o convite ao arquitecto português foi retirado, o que levou à realização de um concurso público. No âmbito do primeiro concurso, foi escolhido um projecto do atelier do arquitecto Carlos Marreiros, com um preço de 18,68 milhões de patacas. A biblioteca estava planeada para o antigo tribunal. No entanto, as obras nunca chegaram a arrancar, porque face às críticas sobre a localização planeada, o Executivo optou por escolher um novo local, o actual, localizado na Praça do Tap Seac e que implicou a demolição do antigo Hotel Estoril. As mudanças levaram à realização de mais um concurso público, desta feita internacional que terminou com a escolha do atelier holandês Mecanoo. É este projecto que está a ser agora construído.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEstudo | Jogo é factor de estabilidade O trabalho publicado no início do mês destaca a importância do jogo para a economia local e alerta contra aventuras de diversificação económica que possam colocar em causa a estabilidade local Uma indústria susceptível de ser afectada por incertezas políticas e económicas regionais e globais, mas também altamente resistente e que deve ser encarada como um factor de estabilidade no território. São estas algumas conclusões do estudo com o título “Incerteza Regional e Global e os Impactos na Indústria do Turismo e do Jogo de Macau”, publicado na revista Cogent Economics & Finance da autoria do académico Tang Chi Chong. Na investigação, publicada a 3 de Outubro, é reconhecido que as incertezas regionais e globais “podem influenciar as receitas de jogo” em Macau, e alterações nos ambientes económico e político terão impacto nas receitas de jogo. Este impacto é esperado ao nível das apostas nos casinos, principalmente se as incertezas acontecerem em locais como o Interior, Hong Kong, Taiwan ou Coreia do Sul, os principais mercados de turistas da RAEM. “A indústria do jogo de Macau não está isolada do mundo exterior”, é reconhecido. Todavia, o estudo também conclui que o turismo de Macau apresenta uma grande resistência face a impactos negativos em comparação com os mercados tradicionais de turismo, onde o jogo tem menos importância. “O sector hoteleiro de Macau é menos sensível aos riscos e incertezas globais em comparação com os sectores hoteleiros tradicionais, em grande parte devido à presença da indústria do jogo”, é justificado. “No entanto, os impactos da incerteza regional e global não são significativos para a indústria pilar de Macau. O sector do jogo da cidade demonstra uma forte resiliência face à instabilidade económica e política, tanto a nível regional como global”, foi acrescentado. Proteger a galinha Face a estas conclusões, o estudo defende que a indústria do jogo deve ser protegida, mesmo num ambiente em que se tenta diversificar a economia de Macau. “É evidente que a integração da indústria do jogo no sector do turismo de Macau aumenta a resistência geral da indústria do turismo e da hotelaria da cidade. A diversificação económica tem sido uma política fundamental do governo de Macau. No entanto, deve ser dada uma atenção especial à sensibilidade das diferentes indústrias em comparação com o sector do jogo”, foi avisado. “Se a indústria do jogo demonstrar uma elevada resiliência à incerteza, mantê-la poderá ser uma estratégia viável para estabilizar a economia. Além disso, a resiliência à incerteza pode servir como um critério fundamental para o governo na selecção de indústrias para desenvolvimento, uma vez que contribui para a estabilidade económica num contexto de crescente incerteza económica e política global”, foi acrescentado. Tang Chi Chong está ligado à Universidade Politécnica de Macau, Universidade de Turismo de Macau e à Universidade Politécnica de Hong Kong.
João Santos Filipe Manchete SociedadeComércio | Semana Dourada aquém das expectativas Apesar de o número de turistas ter aumentado 15,3 por cento em comparação com o ano passado, na hora de abrir a carteira as pessoas revelaram-se mais cuidadosas. O clima de desilusão foi descrito pelo presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro e Sul Distritos Uma Semana Dourada longe de ser satisfatória. Foi desta forma que Lei Cheok Kuan, presidente da Federação da Indústria e Comércio de Macau Centro e Sul Distritos, definiu os mais recentes feriados. O balanço dos dias que se prolongaram entre 1 de Outubro e quarta-feira foi feito pelo responsável em declarações ao jornal Exmoo. Segundo Lei Cheok Kuan o impacto nos negócios locais foi “desapontante”, porque apesar do território ter recebido cerca de 1,14 milhões de turistas, o número não se traduziu num aumento das receitas para o comércio local. O dirigente associativo reconheceu que a realidade ficou aquém das expectativas, porque os ganhos das bolsas chinesas desde o início do ano deixavam antever um maior poder de consumo dos visitantes. “Não foi só na minha ourivesaria [que o negócio foi pior], os comerciantes que conheço na restauração e na venda a retalho, incluindo os da zona da Rua dos Ervanários, também viram os negócios terem pior desempenho do que no passado”, lamentou o presidente da associação. Lei Cheok Kuan apontou que o fluxo de turistas nas Ruínas de São Paulo foi elevado, mas que mais turistas não gerou mais consumo. O responsável admitiu que os gastos ficaram abaixo do que tinha acontecido em Maio, durante os feriados nacionais por altura do Dia do Trabalhador. Como motivos para um consumo mais fraco, o presidente da associação avançou como hipóteses o impacto do abrandamento da economia no interior, que torna os consumidores menos gastadores. Além disso, o presidente apontou que o modelo de consumo da geração Z mudou, sendo mais exigente, o que pode fazer com que não encontrem o que procuram em Macau. Zona pedonal desiludiu Sobre a nova zona pedonal temporária na Rua de Nossa Senhora do Amparo, Lei Cheok Kuan confessou que tinha muitas esperanças. A expectativa passava por uma grande concentração de turistas no local e um maior consumo. No entanto, a realidade foi diferente do esperado. Lei Cheok Kuan apontou que foram poucos os comerciantes a sentirem os resultados a iniciativa. Por isso, o responsável concluiu que apesar de o Governo tentar encontrar novos métodos para apoiar às pequenas e médias empresas, os consumidores mudam cada vez mais de hábitos de consumo, o que dificulta a tarefa. Todavia, Lei Cheok Kuan defendeu a necessidade dos comerciantes se adaptarem e compreenderem melhor a forma como os jovens gostam de gastar dinheiro. Nos oito dias da Semana Dourada o território recebeu 1,14 milhões de turistas, o que representou um aumento de 15,3 por cento em comparação com o ano passado. Em média visitaram a RAEM 143,1 mil pessoas por dia, um aumento de aproximadamente 1 por cento, face ao ano passado. Contas feitas Macau recebeu mais de 1,1 milhões de visitantes na primeira semana de Outubro, nos feriados comemorativos do dia nacional da China, anunciou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST). O número total de visitantes durante a Semana Dourada, de 1 a 8 de Outubro, foi de 1.144.351, mais 16,5 por cento em relação aos 982.542 do ano passado, que contou com menos um dia (1 a 7 de Outubro), de acordo com dados publicados no site da DST. Este ano, foi a 4 de Outubro que Macau registou o maior número de visitantes, com 191.132 turistas a entrarem no território. Já o menor número de visitantes na “Semana Dourada”, foi verificado no oitavo dia, 8 de Outubro, com 88.943 entradas, segundo aquela direcção. Este ano, celebraram-se os 76 anos da fundação da República Popular da China.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEducação | UM considerada a 145.ª melhor do mundo Em pouco mais de 10 anos, a maior instituição pública de ensino de Macau conseguiu subir ao topo das melhores universidades a nível mundial. Num ranking liderado pelas instituições mais famosas surgem também a MUST e a Cidade Universidade de Macau A Universidade de Macau (UM) foi ontem considerada a 145.ª melhor do mundo, de acordo com o ranking da revista Times Higher Education 2026. No espaço de 11 anos, a instituição pública de ensino subiu do 500.º lugar para a 145º posição do ranking. Numa escala de 0 a 100 pontos, a UM foi avaliada pela Times Higher Education com um total de 62 pontos, quando no ano anterior tinha conseguido 59,7 pontos. A área em que a instituição conseguiu a melhor pontuação foi no índice “qualidade de investigação” com 92,9 pontos, seguido pelas “perspectivas internacionais”, em que obteve 92,5 pontos. De acordo a informação do ranking, mais de 51 por cento dos alunos da instituição são classificados como estudantes internacionais. Apesar disso, as perspectivas internacionais até foi a única área em que a universidade apresentou um desempenho pior do que no ano anterior. Outro aspecto em que a instituição se destacou foi no índice sobre a indústria, que mede o financiamento pelas as empresas à instituição, com 87 pontos. As áreas em que a Universidade de Macau apresentou uma prestação com menor qualidade foi no ensino (40,2 pontos) e ainda no ambiente de investigação (40,9 pontos). MUST e Cidade Em termos das universidades de Macau presentes no ranking de 2026, a segunda melhor classificada é a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, em inglês) que surge entre os lugares 251 e 300 do ranking. A partir da 201.ª posição o ranking deixa de especificar a posição concreta das instituições e coloca-as em grupos de 50 universidades, de 100 universidades ou 200 universidades. A MUST obteve uma pontuação geral entre 54,3 e 56,3 pontos, mantendo a mesma posição desde o ranking de 2024. Ainda assim, está abaixo do nível alcançado em 2023 quando conseguiu entrar no grupo das instituições nas posições 201 a 250. A instituição privada obteve 93,2 pontos nas perspectivas internacionais, 84,4 pontos a nível da indústria, 81,1 pontos na qualidade de investigação, 38,8 pontos no ambiente de investigação e 34,2 pontos a nível do ensino. A Cidade Universidade de Macau fez a estreia no ranking este ano, ao entrar para o grupo das instituições a ocupar entre o 601.º e o 800.º lugares. A instituição registou uma pontuação entre 39 e 43,5 pontos. O aspecto em que melhor se destacou foi nas perspectivas internacionais com 93,5 pontos, seguido pela qualidade de investigação com 59,7 pontos. O ensino conseguiu 30,8 pontos, enquanto na indústria somou 18,9 pontos e 17,1 pontos no ambiente de investigação. Este ano o ranking voltou a ser liderada pelo Universidade de Oxford, com uma pontuação global de 98,2 pontos. A melhor universidade do Interior é a Universidade de Tsinghua no 12.º lugar do ranking, com 93 pontos. A Universidade de Hong Kong surge na 33.ª posição, com 80,5 pontos. As melhores instituições portuguesas são Universidade de Coimbra, Universidade de Lisboa e Universidade do Porto, todas incluídas no grupo classificado entre as posições 401 e 500.