João Santos Filipe Manchete SociedadePME | Associação alerta para problemas de recrutamento Enquanto nas regiões vizinhas as empresas oferecem salários cada vez mais competitivos, o presidente da Macau Oversea Worker Employment Agency Association alerta para as dificuldades das PME locais no preenchimento de 10 mil vagas de emprego O presidente da Macau Oversea Worker Employment Agency Association, Ao Ieong Kuong Kao, afirmou que as pequenas e medias empresas (PME) estão a enfrentar problemas na contratação de trabalhadores. A posição foi tomada por Ao Ieong, ao jornal Cheng Pou, com o reconhecimento de que as PME de Macau não oferecem condições atractivas, tanto para residentes, como para os trabalhadores não-residentes. Segundo Ao Ieong Kuong Kao, nas condições actuais da economia, as PME têm dificuldades em conseguir oferecer salários e outros benefícios competitivos, além de não disponibilizarem aos trabalhadores oportunidades internas de desenvolvimento da carreira profissional. Estes factores, defende o presidente da associação das agências de emprego, fazem com que os residentes prefiram trabalhar nas concessionárias de jogo ou na Administração Pública. No entanto, as dificuldades sentidas a nível dos residentes começam a alastrar também à contratação de trabalhadores não-residentes, que cada vez mais encontram melhores condições nas regiões vizinhas. De acordo com Ao Ieong Kuong Kao, a nova política da contratação de não residentes de Hong Kong marcou uma mudança de paradigma face a Macau e ao Interior. Como consequência da alteração, as próprias empresas do Interior foram obrigadas a responder, e começaram a aumentar os salários para manter ou contratar novos trabalhadores. Este cenário levou a que as condições das PME em Macau se agravassem, porque sem aumento dos salários, mesmo para os não-residentes, não é possível atrair, como no passado, não-residentes. A grande fatia Até Dezembro do ano passado, Macau tinha cerca de 182 mil trabalhadores não residentes, dos quais 120 mil eram oriundos do Interior, a larga maioria. No entanto, Ao Ieong Kuong Kao explicou que devido ao encerramento de vários restaurantes nos bairros comunitários o número ainda não ultrapassou os registos pré-pandemia. No entanto, com o Governo Central a lançar a medida de entradas múltiplas em Macau para os cidadãos que vivam em Zhuhai ou Hengqin, Ao Ieong Kuong Kao prevê que a restauração, vendas a retalho e outros serviços tenham necessidade de contratar mais trabalhadores. Apesar das dificuldades, segundo as estimativas do dirigente associativo, as PME precisam de contratar mais trabalhadores para fazerem face à nova procura, indicando existirem cerca de 10 mil vagas de empregos, principalmente na restauração e outros serviços.
João Santos Filipe Manchete PolíticaMetro Ligeiro | Deputado pede divulgação de planos da Linha Oeste Leong Sun Iok defende a necessidade aumentar a rede de transportes numa zona da cidade onde residem cerca de 250 mil pessoas. Além disso, salienta que as zonas por onde irá passar a Linha Oeste do Metro Ligeiro ficam perto de locais turísticos O deputado Leong Sun Iok apelou ao Governo para apresentar o planeamento para a construção da Linha Oeste do Metro Ligeiro, que vai fazer a ligação entre a Barra e as Portas do Cerco. A opinião do legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) foi partilhada ontem em comunicado. No entendimento do deputado, a necessidade de completar a Linha Oeste é evidente, uma vez que a Zona Interior da Península de Macau tem cerca de 250 mil residentes, mas não está coberta por aquele que pode ser um dos meios de transporte mais convenientes. “Se olharmos para a zona do Porto Interior, que seria coberta pela Linha Oeste do Metro, percebemos que é uma alternativa a uma das principais estradas de Macau, que serve uma população de cerca de 250 mil pessoas, situada num raio de 500 metros”, justificou o deputado. “Não só é uma área residencial tradicional, como também fica perto de várias atracções turísticas. Pelo que é óbvio que durante as horas de ponta e os feriados os grandes congestionamentos são uma constante”, acrescentou. Leong Sun Iok indicou também que faz cada vez mais sentido avançar com o planeamento detalhado da Linha Oeste do Metro Ligeiro, dado que há cada vez mais passageiros neste meio de transporte. Além disso, destaca que com a cidade a fazer a transição para um período em que há cada vez mais espectáculos e eventos desportivos, é necessário ter meios para a deslocação dos milhares de pessoas que assistem ou participam nesses eventos. Mais utilizadores O deputado também defende que a expansão da linha a lugares com mais população tem levado ao aumento do número de passageiros. Segundo Leong Sun Iok, em 2023, antes da abertura da Estação da Barra, que permitiu ligar a Península de Macau àLinha da Taipa, a média diária de passageiros do Metro Ligeiro era de 6 mil por dia. Contudo, após a abertura dessa linha, conjugada com as novas linhas de Seac Pai Van e da Ilha da Montanha, a média diária de passageiros subiu para 23,1 mil por dia. Leong Sun Iok recordou ainda que as estimativas do Governo apontavam que até 2030 houvesse uma média diária de 137 mil passageiros. Todavia, sem a abertura da Linha Oeste, o deputado duvida que a meta seja alcançada, mesmo com a abertura da Linha Leste, que vai fazer a ligação entre as Portas do Cerco com a Taipa, através do Zona A dos Novos Aterros. O deputado apelou ainda ao Governo para modernizar o sistema de pagamentos no Metro Ligeiro, para permitir pagamentos através das aplicações móveis mais popular no território. Segundo o deputado, este é um dos factores que tornam pouco prático o uso do Metro Ligeiro.
João Santos Filipe SociedadeEconomista apela ao sector turístico para ser preparar para dificuldades Samuel Tong, economista e membro do Conselho Executivo, considera que a indústria do turismo vai “enfrentar desafios” ao longo deste ano e alertou para a necessidade de os negócios locais se tornarem mais competitivos. As declarações do presidente da Associação de Estudo de Economia Política de Macau foram prestadas ao jornal Exmoo. Segundo Tong, apesar de vários indicadores relacionados com o turismo apresentarem valores elevados, como o número de visitantes, a taxa de ocupação dos hotéis ou os preços dos quartos dos hotéis, a capacidade de consumo dos visitantes está a ficar mais fraca. Esta nova tendência foi explicada com o impacto das novas tarifas aplicadas por Donald Trump aos produtos exportados pela China para os Estados Unidos, o surgimento de mais disputas no comércio mundial e as possíveis alterações às taxas de juro pela Reserva Federal nos Estados Unidos, que podem fazer os produtos em Macau mais caros para os turistas chineses. Face a estes desenvolvimentos, o economista alertou os negócios locais dependentes do turismo para a necessidade de se prepararem para mudanças, oferecendo produtos mais atractivos. Maior concorrência Na lógica de Samuel Tong, a menor capacidade de consumo vai fazer com que a concorrência entre Macau e as regiões vizinhas assuma maior importância, o que pode contribuir para desviar os turistas de Macau, ou, pelo menos, fazer com que consumam menos quando visitam o território. O economista considerou assim que Macau se tem de “preparar para o perigo” nestes “tempos de paz” e fortalecer a oferta de produtos, o que indicou que pode ser conseguido com uma maior ligação entre Macau e a Ilha da Montanha. Uma forma de conseguir preparar o mercado para os tempos mais complicados passa também por uma “melhor utilização dos acordos de aviação”, para que sejam abertas mais ligações a Macau, para “expandir diversas fontes de turistas, e utilizar activamente a integração regional da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. Em relação às estimativas do Governo para as receitas brutas do jogo (240 mil milhões de patacas), o economista afirmou estar confiante que o valor vai ser mais elevado do que no ano passado, quando foi de 226,78 mil milhões de patacas.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEconomia | Lei Chan U pede elaboração de Plano Quinquenal Com o 2.º Plano Quinquenal da RAEM a chegar ao fim até ao final deste ano, Lei Chan U pede à Direcção dos Serviços de Estudos de Políticas e Desenvolvimento Regional que faça um balanço e indique como está a ser desenvolvido o plano para o período 2026-2030 Lei Chan U pretende que o Governo faça um ponto de situação sobre o andamento dos trabalhos do 3.º Plano Quinquenal da RAEM (2026-2030), que deverá entrar em vigor no próximo ano. O assunto é abordado numa interpelação escrita partilhada ontem pelo gabinete do deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Em 2015, a RAEM começou a seguir o modelo do Interior da China que a cada cinco anos apresenta um plano sobre o desenvolvimento da sociedade a cinco anos. O deputado defende esta opção e justifica que a “elaboração de um plano quinquenal ajuda a construir um modelo de desenvolvimento futuro e a definir os objectivos de desenvolvimento económico e social”. Face à importância que atribui ao plano, Lei Chan U considera ser necessário que Direcção dos Serviços de Estudos de Políticas e Desenvolvimento Regional (DSEPDR) faça uma actualização dos trabalhos para o futuro programa e que indique quando vão arrancar os trabalhos de elaboração. Por outro lado, o deputado da FAOM pretende que o Executivo faça um ponto de situação sobre o plano actualmente em vigor o 2.º Plano Quinquenal da RAEM (2020-2025), que está no último ano de vigência. “Quando se espera que o Governo comece a rever e a concluir a eficácia do Segundo Plano Quinquenal?”, questiona. Entre as preocupações do deputado consta ainda a necessidade de “convergência perfeita” entre o final do plano actualmente em vigor e o início do futuro plano. O papel da Ilha Ao longo da interpelação, Lei Chan U praticamente não faz referência a conteúdos que gostaria de ver no plano. No entanto, quer saber se parte do plano vai visar a Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Guangdong e em que moldes a cooperação vai seguir “o espírito dos discursos de Xi Jinping”, proferidos aquando da passagem em Macau, durante o Dezembro do ano passado. Em relação aos discursos do Xi, Lei defende ainda que o “Governo deve seguir estas instruções e tomar medidas específicas na elaboração do terceiro plano quinquenal”. Ao mesmo tempo, o legislador da FAOM defende que o 3.º Plano Quinquenal da RAEM se deve articular com 15.º Plano Quinquenal da República Popular da China e seguir o exemplo do que é feito “com sucesso” no Interior da China.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Wynn Macau com lucros de 672,3 milhões de dólares A concessionária norte americana aumentou os ganhos em 44,4 por cento durante 2024, em comparação com o ano anterior. No entanto, o último trimestre do ano ficou marcado por uma quebra dos lucros operacionais A operadora de jogo Wynn Macau registou lucros de 672,3 milhões de dólares em 2024, um aumento de 44,4 por cento face ao ano anterior. Os resultados da subsidiaria de Macau da americana Wynn Resorts foram anunciados na sexta-feira. Em 2023, a Wynn Macau tinha alcançado lucros de 465,7 milhões de dólares, depois de três anos de prejuízos devido à pandemia da covid-19. Em termos trimestrais, a Wynn Macau registou lucros operacionais de 160,8 milhões de dólares entre Outubro e Dezembro de 2024, uma quebra de 5,3 por cento em termos anuais. No último trimestre de 2023, o valor alcançou 169,8 milhões de dólares. Os dois casinos da empresa em Macau, o Wynn Macau e o Wynn Palace, arrecadaram, no ano passado, 3,03 mil milhões de dólares em receitas, mais 23,9 por cento do que no ano anterior. Em 2024, os casinos fecharam o ano com receitas de 226,8 mil milhões de patacas, também mais 23,9 por cento do que em 2023, quando arrecadaram receitas de 183,1 mil milhões de patacas. Mercado saudável Os resultados da Wynn Macau foram anunciados com os resultados da Wynn Resorts, empresa mãe que explora casinos nos Estados Unidos e que está a preparar as entradas no Médio Oriente e Londres. Em relação ao mercado de Macau, o director-geral da Wynn Resorts mostrou-se satisfeito com o que afirmou ser o forte desempenho segmento premium de massas e VIP. “Apresentámos um forte desempenho trimestral em Las Vegas, com base em dados comparáveis muito difíceis, e conseguimos uma quota de mercado saudável em Macau, liderada pela força tanto no segmento premium de massas como no VIP”, afirmou Craig Billings, director-geral da Wynn Resorts. Contudo, o responsável também destacou a força da empresa no mercado de Las Vegas: “Os nossos resultados do quarto trimestre e do ano inteiro reflectem a força contínua em todo o nosso negócio, estabelecendo outro recorde anual para o EBITDAR Ajustado por hotel-casino em 2024, com outro recorde anual em Las Vegas”, sublinhou Craig Billings. Apesar do comunicado mencionar a quota do mercado, durante a apresentação dos resultados, a direcção da empresa reconheceu que está mais focada no EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e na margem de lucro, mais do que na quota de mercado. Com Lusa
João Santos Filipe Manchete PolíticaCooperação | Sam Hou Fai foi recebido por John Lee em Hong Kong O líder do Governo de Macau discutiu com o seu homólogo o reforço da cooperação em termos de assistência judiciária. O projecto da Grande Baía foi outro dos assuntos discutidos por Sam Hou Fai e John Lee O Chefe do Executivo da RAEM, Sam Hou Fai, foi recebido por John Lee, Chefe do Executivo de Hong Kong, na sexta-feira, numa reunião que serviu para debaterem a cooperação entre os dois territórios. O encontro foi divulgado através de uma nota de imprensa emitido pelo Gabinete de Comunicação Social, e serviu para discutir o aprofundamento da cooperação da assistência judiciária. Durante a reunião, de acordo com o Gabinete de Comunicação Social, os dois líderes discutiram o “reforço contínuo da cooperação entre as duas regiões nas áreas da inovação tecnológica, finanças, medicina tradicional chinesa, turismo, cultura e desporto, e convenções, exposições e comércio”. Em cima da mesa também esteve a “promoção conjunta para uma construção de alta qualidade da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”. Entre os temas discutidos estiveram também a adopção de medidas para “servir melhor a conjuntura do desenvolvimento nacional”. No que diz respeito à cooperação, Sam Hou Fai e John Lee debateram o aprofundamento da assistência judiciária entre as duas regiões, embora sem mencionar detalhes concretos. O Chefe do Executivo de Macau terá ainda indicado que “Hong Kong e Macau possuem enormes vantagens institucionais por serem regiões administrativas especiais do país”, e por serem “altamente complementares, apesar de possuírem diferentes posicionamentos e elementos de desenvolvimento”. O líder do Governo de Macau considerou ainda que “o reforço da cooperação entre Hong Kong e Macau, com base nos bons alicerces existentes, contribuirá para um melhor desenvolvimento dos dois territórios”. Os discursos de Xi Na intervenção de Sam Hou Fai foi ainda indicado que “o espírito dos discursos importantes e instruções do Presidente Xi Jinping, incluindo as esperanças de empenho na promoção do desenvolvimento da diversificação adequada da economia e na construção de uma plataforma de abertura ao exterior de nível mais elevado, injectaram uma nova dinâmica na cooperação Hong Kong-Macau”. Tendo em conta os discursos de Xi Jinping, o Chefe do Executivo “afirmou que os dois territórios devem alinhar-se à estratégia global do desenvolvimento nacional”, e “agarrar as oportunidades do desenvolvimento da Grande Baía”. Sam Hou Fai pediu ainda que as regiões elevem “constantemente o nível da cooperação entre si” para terem “benefícios mútuos e melhorar em conjunto o bem-estar dos residentes de Hong Kong e de Macau”. Antes da reunião com John Lee, a comitiva liderada por Sam Hou Fai visitou o Parque de Ciência de Hong Kong e o Museu do Palácio de Hong Kong.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMGM | Lucros com crescimento de 25,2 por cento em 2024 Os casinos da MGM em Macau apresentaram lucros ajustados antes de juros, impostos, depreciação e amortização de 9,06 mil milhões de dólares de Hong Kong. As receitas saltaram para 31,39 mil milhões de dólares de Hong Kong Em 2024, os lucros ajustados antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês) da concessionária MGM China registaram um aumento de 25,2 por cento, para 9,06 mil milhões de dólares de Hong Kong, em comparação com o ano homólogo. Os dados foram revelados ontem pela concessionária que tem como empresa-mãe a americana MGM Resorts International, que também apresentou os seus resultados. Em comparação, em 2023, ano em que foram levantadas as restrições de circulação de pessoas ligadas à pandemia, as receitas da MGM China tinham atingido 7,23 mil milhões de dólares de Hong Kong. De acordo com os dados da concessionária, o hotel-casino MGM Cotai foi o que gerou lucros ajustados antes de juros, impostos, depreciação e amortização mais elevados no ano passado, com um valor de 5,23 mil milhões de dólares. Ao mesmo tempo, o outro hotel-casino da concessionária, o MGM Macau gerou lucros de 3,38 mil milhões de dólares de Hong Kong. Em termos das receitas, a concessionária apresentou um aumento de 27,2 por cento, para 31,39 mil milhões de dólares de Hong Kong, quando no ano anterior tinha atingido os 24,68 mil milhões de dólares de Hong Kong. Mais visitantes Na apresentação dos resultados, os membros do conselho administrativo da MGM Resorts International foram questionados sobre a situação mais recente do mercado do jogo em Macau, que visou o período do Ano Novo Lunar, tradicionalmente uma das épocas altas da indústria. Face às questões, William Hornbuckle, presidente e director-geral da MGM Resorts International, mostrou-se satisfeito com a quota de mercado da concessionária em comparação com as competidoras, embora sem adiantar números concretos: “Penso que tivemos um excelente Ano Novo Chinês em termos de quota de mercado, particularmente em termos de ganhos e visitas às nossas propriedades”, afirmou Hornbuckle. A informação foi depois complementada por Kenneth Fong, presidente e director-geral da MGM China, que indicou que o número de pessoas a entrar no éis-casinos da concessionária aumentou 18 por cento: “Acho que tivemos um Ano Novo Chinês bastante sólido. Ambos os recintos registaram um forte tráfego, cerca de 18 por cento superior ao do Ano Novo Chinês de 2024”, indicou Fong. “O volume de jogo também foi superior ao do Ano Novo Chinês do ano passado, e mantivemos a nossa quota de mercado em cerca de 15 por cento. Gostaria de salientar, em particular, que notámos um final de Ano Novo Chinês muito forte, com uma elevada percentagem de jogadores a chegar após os feriados, isto em comparação com 2024”, detalhou. “Na verdade, o nosso volume de negócios foi quase tão forte na segunda semana do Ano Novo Chinês como na primeira semana do Ano Novo Chinês”, frisou. De fora das respostas, e apesar de terem sido questionados sobre o assunto, os responsáveis da empresa deixaram o possível impacto no mercado de Macau das novas tarifas nos Estados Unidos sobre os produtos importados da China. Osaka em Abril A MGM Resorts International vai realizar a cerimónia de lançamento da primeira pedra do casino em Osaka a 24 de Abril, de acordo com a informação divulgada por William Hornbuckle, presidente e director-geral da empresa norte- americana. “A cerimónia oficial de inauguração está agendada para 24 de Abril. Além disso, a abertura da estação de metro de Yumeshima em Janeiro constitui um marco significativo em termos de infra-estruturas, melhorando as opções de transporte para os futuros hóspedes do nosso resort integrado”, afirmou Hornbuckle. A abertura do projecto que tem um preço estimado de 8,22 mil milhões de dólares americanos está prevista para o final de 2030.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTaiwan / Explosão | Turistas de Macau morrem atingidos por estilhaços Uma família de Macau foi atingida por uma explosão num 12.º andar num centro comercial de Taichung, quando caminhava na rua, o que fez com que os avós morressem, e a neta de dois anos esteja a lutar pela vida Dois residentes de Macau morreram ontem, depois de terem sido atingidos pelos objectos projectados por uma explosão num centro comercial, que ocorreu em Taichung, no centro de Taiwan. Além das vítimas mortais, uma criança de dois anos, também de Macau, está a lutar pela vida, de acordo com a informação que foi disponibilizada, preliminarmente, ontem pelas autoridades da RAEM. A família de Macau não se encontrava no 12.º andar do centro comercial Shin Kong Mitsukoshi, onde aconteceu a explosão, por volta das 11h33. No entanto, foi atingida pelos estilhaços que foram projectados para a rua. Todos os feridos de Macau fazem parte da mesma família, com sete elementos, e estavam numa viagem turística à Ilha Formosa. As vítimas mortais foram identificadas como os avós da família, enquanto a criança em estado grave é uma das netas. Os restantes quatro familiares também ficaram feridos, mas com menos gravidade. A explosão aconteceu no 12.º andar de centro comercial Shin Kong Mitsukoshi dedicado à restauração, onde estavam a decorrer obras de renovação. Os relatos iniciais apontavam para a possibilidade de a explosão ter sido causada pela troca de uma botija de gás, mas as autoridades indicaram mais tarde que a explosão se deveu a um corte num tubo de canalização de gás natural, durante uma obra de remodelação realizada sem autorização legal. Segundos os bombeiros de Taiwan, o avô da família de Macau foi declarado morto no local, enquanto a avó foi transportada para o hospital em paragem cardiorrespiratória, tendo sido declarada morta momentos depois. Por sua vez, a neta foi transportada de urgência para o hospital num carro particular, dado que tendo em conta a sua situação, com paragem cardíaca, optou-se por não esperar pelas ambulâncias. Durante a tarde de ontem, estava entubada e a lutar pela vida, devido a uma fractura no crânio e lesões nos pulmões, embora já tivesse recuperado os batimentos cardíacos. O acidente ficou registados em vários vídeos, que circularam ontem nas redes sociais, e que mostram as janelas do edifício a rebentarem e a caírem para a rua, onde estaria a família de residentes de Macau. Além dos dois mortos e cinco feridos da RAEM, terão morrido mais duas pessoas tendo sido ainda registados mais 21 feridos, num total de quatro mortes e 26 feridos, contabilizados até à tarde de ontem. Mobilização geral Após a ocorrência do acidente, as autoridades de Taiwan mobilizaram 37 veículos de salvamento com 86 bombeiros. A tragédia foi classificada na escala interna como um desastre de segundo nível, e as ruas foram fechadas ao trânsito, para que os esforços de salvamento pudessem decorrer sem constrangimentos. A proporção do acidente levou o líder do Governo de Taiwan, William Lai, a intervir e a pedir para que fossem “activados todos os recursos médicos para prestar a melhor assistência médica aos feridos”. William Lai deixou ainda desejos de rápida recuperação a todos os feridos e pediu às autoridades de Taiwan para apurarem e explicarem as causas do acidente. Em Macau, também a Direcção de Serviços de Turismo emitiu um comunicado sobre o assunto, a revelar estar a acompanhar a situação. “A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) está a seguir atentamente a suspeita de explosão de gás ocorrida num centro comercial na cidade de Taichung, na região de Taiwan, tendo recebido hoje (dia 13) notificação sobre a existência de residentes de Macau entre as vítimas”, foi comunicado. “Segundo informações preliminares, dois residentes de Macau morreram e um ficou gravemente ferido, aguardando-se confirmação dos detalhes”, é acrescentado. “A DST está a acompanhar o caso e expressa as suas profundas condolências à família dos falecidos, estando actualmente em contacto com a família para prestar a assistência adequada”. Uma equipa de Macau, com elementos da Cruz Vermelha, vai deslocar-se a Taichung para apoiar os feridos e familiares das vítimas da explosão, anunciaram ainda as autoridades. “Um grupo de coordenação de crises de turismo irá, entretanto, acompanhar a Cruz Vermelha de Macau numa deslocação ao local, para prestar todo o apoio necessário aos familiares dos falecidos e aos feridos”, foi complementado.
João Santos Filipe Manchete PolíticaTrabalho | Lei Chan U pede transparência sobre emprego de menores O deputado Federação das Associações dos Operários de Macau pretende que as autoridades passem a revelar de forma sistemática dados estatísticos sobre trabalhadores menores de idade Lei Chan U pretende que o Governo reveja a publicação de estatísticas sobre o trabalho de menores, de forma a controlar eventuais abusos laborais. O assunto é abordado através de uma interpelação escrita que foi partilhada ontem pelo gabinete do deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Um dos aspectos que preocupa Lei Chan U passa pela possibilidade de os trabalhadores com idades entre os 16 e os 18 anos poderem estar envolvidos em horas extras, trabalho por turnos, ou a desempenhar funções que lhes estão legalmente vedadas. O deputado defende a manutenção das restrições por considerar que visam “evitar qualquer situação que prejudique a educação dos trabalhadores menores e ponham em perigo a sua segurança, saúde e desenvolvimento físico e mental”. De acordo com os dados oficiais disponíveis, citados pelo deputado, no terceiro trimestre do ano passado, havia 14.200 trabalhadores por conta de outrem na faixa etária dos 16 aos 24 anos, entre os quais 10.900 eram residentes locais. Contudo, não é possível saber quantos trabalhadores são menores de idade. Face a este cenário, o legislador pede ao Governo que indique “as características do emprego de menores com idade igual ou superior a 16 anos, mas inferior a 18 anos”, bem como “as principais indústrias e profissões em que estão envolvidos”. Lei Chan U questiona ainda se as autoridades têm planos para “melhorar, no futuro, as estatísticas de emprego relativas aos trabalhadores menores” para que a “comunidade tenha um conhecimento pormenorizado da situação laboral dos menores”. Actualizar listas No mesmo documento, o deputado pretende saber se “nos últimos anos” as autoridades “detectaram algum caso de violação dos direitos e interesses laborais de trabalhadores menores de idade”. Por outro lado, Lei Chan U indica que passaram 16 anos desde a entrada em vigor a actual lista de empregos que não podem ser desempenhados por menores, nem sequer propostas nesse sentido. Todavia, o deputado da FAOM considera que passaram muitos anos e que pode estar na altura de actualizar a lista, por isso, quer se há planos nesse sentido. “O Governo tem palmos para rever e alterar as listas de empregos proibidos à luz do desenvolvimento económico e social, de modo a promover o desenvolvimento saudável dos trabalhadores menores?”, perguntou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaBIR | Aprovados 13 pedidos apresentados por portugueses em 2024 No ano passado, tanto os pedidos de residência apresentados por portugueses como a taxa de aprovação caíram para os valores mais baixos desde 2019. Em 2023, o Governo alterou a lei, para impedir que os portugueses tivessem acesso preferencial ao estatuto de residência por exercício de funções técnicas especializadas No ano passado, as autoridades receberam 20 pedidos de residência de cidadãos portugueses e aprovaram 13, uma taxa de aprovação de 65 por cento. Os dados foram avançados na terça-feira pelo Canal Macau, que cita dados fornecidos pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Em 2024 viveu-se o primeiro ano completo desde que o Governo da RAEM extinguiu o regime de acesso preferencial à residência por parte de portugueses que exercessem funções técnicas especializadas. A alteração surgiu na sequência de novas orientações dos Serviços de Migração, emitidas em Agosto de 2023, depois das alterações à lei da residência proposta pelo Governo e aprovada pela Assembleia Legislativa. Assim sendo, os motivos aprovados tiveram de ter como fundamento a reunião familiar ou a existência de ligações anteriores a Macau. Se por um lado, 13 pedidos foram aprovados, por outro, sete pedidos foram recusados, representando uma taxa de rejeição de 35 por cento. No entanto, de acordo com os dados apresentados pela emissora, o número de portugueses com acesso ao estatuto de residência atingiu valores historicamente baixos, inclusive quando a comparação é feita com o período da pandemia, quando as fronteiras estiveram fechadas, ou apresentavam fortes restrições de circulação como a imposição de quarentenas que chegaram a ser superiores a 25 dias. Quase sempre a cair De acordo com os números apresentados pelo Canal Macau, em 2019, o ano pré-pandemia, entre os 116 pedidos apresentados, 112 foram aprovados, no que foi uma taxa de aprovação de 96 por cento. Em 2020, o primeiro ano da pandemia, foram aprovados 66 pedidos. Para este número contaram não só os 56 pedidos feitos ao longo desse ano, mas também processos que tinham ficado por processo do ano anterior. Apesar disso, face aos pedidos apresentados a emissora indica que a taxa de aprovações foi de 100 por cento. No ano de 2021, em plena pandemia, o número de pedidos baixou para 20, o mesmo número que no ano que recentemente acabou. Contudo, foram aprovados 17 requerimentos, o que significou uma taxa de aprovação de 85 por cento. Em relação a 2022, foram submetidos por portugueses 32 pedidos de residência, que resultaram em 31 aprovações, uma taxa de aprovação de 96 por cento. Finalmente, em 2023, primeiro ano da reabertura e quando entrou em vigor o fim do regime preferencial de residência para cidadãos portugueses, foram feitos 56 pedidos, com a taxa de aprovação a ser de 92 por cento.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | JP Morgan indica melhorias na procura Apesar da tendência mais positiva, a JP Morgan admite que em relação a Fevereiro do ano passado possa haver mesmo uma redução das recitas brutas Após o Ano Novo Lunar, a procura pelo jogo nos casinos de Macau está “melhor do que o temido”. As conclusões fazem parte do relatório mais recente do banco de investimento JP Morgan Securities (Asia Pacific) sobre o território, que não deixa de moderar as expectativas de crescimento sobre a principal indústria do território. “As receitas brutas do jogo estabilizaram depois do Ano Novo Lunar”, escreveram os analistas DS Kim, Mufan Shi e Selina Li, num relatório citado pelo portal GGR Asia. No entanto, nem tudo são boas notícias para a economia local, e os analistas indicam agora que as receitas brutas do jogo “talvez só cresçam ao nível de um dígito, entre um por cento e quatro por cento ao longo deste ano, face ao período homólogo”. Em relação ao mês de Fevereiro, os analistas esperam que as receitas brutas fiquem entre 18,3 mil milhões de patacas e os 19,4 mil milhões de patacas. Estes valores significam que em comparação com o ano passado, no pior cenário, as receitas podem apresentar uma quebra de um por cento, e que no melhor cenário podem crescer até cinco por cento. “As receitas brutas do jogo pós-Ano Novo Lunar acabaram por ser melhores do que o previsto, atingindo 725 milhões de patacas por dia, graças a uma procura sólida no final do ano, o que está a compensar, de certa forma, a fraqueza [das receitas] do Ano Novo Lunar”, foi justificado. Por outro lado, a JP Morgan indica que a fraqueza das receitas está mais relacionada com as expectativas anteriores da indústria, do que efectivamente com o montante gerado pelas mesas do território, que entre 1 e 5 de Fevereiro foram de 900 milhões de patacas por dia. O relatório indica assim que nos primeiros nove meses do ano as receitas foram de 7,4 mil milhões de patacas. Revisão em baixa O cenário traçado pela JP Morgan pós-Ano Novo Lunar, contrasta com aquele que foi vivido durante as festividades e que levou outro banco de investimento, o Citigroup, a reduzir as previsões sobre a expansão do jogo de Macau ao longo deste ano. Num relatório publicado na segunda-feira, os analistas do Citigroup, George Choi e Timothy Chau, apresentaram um cenário em que as receitas brutas do jogo registam um crescimento de 3 por cento, o que contrasta com o optimismo anterior, quando se esperava que a expansão do sector chegasse a 7 por cento. E na primeira metade do ano, o banco de investimento admite que as receitas brutas registem mesmo uma redução de cerca de um por cento.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEnsino | O Lam espera que universidades sejam “campos de batalha” A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura quer que as instituições de ensino avancem com a integração da educação, ciência e tecnologia, ao mesmo tempo que desenvolvem um conjunto de quadros qualificados reconhecimentos internacionalmente A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura pediu às instituições do ensino superior locais para se assumirem como “campos de batalha”, seguindo as orientações do presidente Xi Jinping na atracção de quadros qualificados conhecidos internacionalmente. A solicitação foi deixada num encontro entre a governante e os representantes das universidades locais. De acordo com o Governo, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, abordou com as universidades o desenvolvimento de Macau “como um local de agregação de quadros qualificados internacionais”. O Lam indicou aos presentes que Macau tem de seguir o “importante discurso” de Xi Jinping e que deve “promover o desenvolvimento integrado da educação, da ciência e da tecnologia, bem como dos quadros qualificados”, além de “introduzir e cultivar vigorosamente vários tipos de quadros qualificados e criar um local de agregação de quadros qualificados internacionais de destaque”. A secretária vincou também que o discurso se constitui assim como “uma direcção clara para o trabalho de Macau em matéria de educação, ciência e da tecnologia, bem como para os quadros qualificados, definindo objectivos, canais e as principais áreas de actuação”. O Lam referiu ainda as instituições de ensino superior têm um papel crucial na “agregação de quadros qualificados internacionais de destaque” e que se devem constituir como “as plataformas mais importantes e os principais campos de batalha”. Nação forte Durante o encontro com os representantes das universidades locais, O Lam afirmou esperar que o Governo e as instituições de ensino trabalhem “em conjunto para implementar firmemente o espírito da directiva do Presidente Xi e fazer um bom trabalho no ensino superior, na construção de plataformas de investigação científica e na internacionalização do pessoal docente”. A responsável pediu também às universidades que continuem a “aproveitar plenamente a vantagem única de Macau de ‘Um País, Dois Sistemas’ e o seu papel como plataforma de intercâmbio”. Desta forma a dirigente acredita que Macau pode tornar-se “num local de agregação de quadros qualificados internacionais de destaque, contribuindo com os pontos fortes de Macau para a construção de uma nação forte”. A Universidade de Macau fez-se representar pelo reitor Song Yonghua, o Instituto de Gestão de Macau pelo presidente Samuel Tong Kai Chung, a Universidade Politécnica de Macau, pelo reitor Marcus Im Sio Kei, a Universidade de Turismo de Macau pela reitora Fanny Vong Chuk Kwan, a Escola Superior das Forças de Segurança de Macau pelo director Wong Chi Fai, a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau pelo reitor Joseph Hun-wei Lee, a Universidade da Cidade de Macau pelo reitor Liu Jun, a Universidade de São José pelo vice-reitor Zhang Shuguang , e o Instituto de Enfermagem Kiang Wu de Macau, pelo presidente Van Iat Kio.
João Santos Filipe SociedadeUniversidade de Turismo de Macau cria empresa na Ilha da Montanha A Universidade de Turismo de Macau (UTM) criou uma empresa no Interior para a prestação de serviços de educação e consultadoria na Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Cantão. A informação consta do portal da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSSGAP). Segundo a informação oficial, a denominada “Companhia de Consultadoria em Educação da Universidade de Turismo de Macau na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin” vai poder ministrar cursos no Interior, dado que terá como objecto “actividades de testes e avaliações no domínio da educação e ensino”, assim como “formação empresarial”. Nos meses mais recentes, as instituições públicas de Macau têm aberto representações no Interior, principalmente na Zona de Cooperação Aprofundada, como aconteceu com a Universidade de Macau, que criou uma empresa semelhante, com o mesmo objecto social, para gerir o futuro campus, no outro lado da fronteira, cujo terreno teve um custo de 946 milhões de renminbis. Além das actividades de educação, a empresa da UTM vai dedicar-se à consultoria na área da educação, desenvolvimento, intercâmbio e transferência de tecnologia, investigação sobre políticas e regulamentos, realização de conferências e exposições, gestão empresarial e organização de actividades de intercâmbio cultural e artístico. A empresa conta com um capital social de 100 mil renminbis, nesta fase, que poderá ser aumentado no futuro, de acordo com os investimentos planeados. A UM também iniciou a actividade com um capital de 100 renminbis que foi depois aumentado para 4 mil milhões. Vice-reitora no comando Segundo a informação oficial, a nova empresa tem como presidente do Conselho de Administração Loi Kim Ieng, que é actualmente a vice-reitora da UTM. A administração é completada pelos administradores Max Zhao Wei Bing, responsável pela Faculdade de Turismo Criativo e Tecnologias Inteligentes, e Clara Lei Weng Si, responsável pela Faculdade de Gestão de Hospitalidade Inovadora. Nenhum dos membros do Conselho de Administração é remunerado, ao contrário do que acontece com Lau Vai Lan, fiscal da empresa, que tem uma remuneração de 56.400 patacas por ano.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo | Citigroup faz revisão em baixa de crescimento Com muitos dos maiores apostadores a serem proprietários de empresas que exportam para os Estados Unidos, o banco de investimento acredita que as tarifas de Donald Trump vão ter um impacto indirecto em Macau O banco de investimento Citigroup reduziu em mais de metade as previsões de crescimento do sector do jogo para este ano. A diminuição foi explicada pelo que foi considerado o fraco desempenho dos casinos durante os dias do Ano Novo Lunar, tradicionalmente uma das épocas mais altas do turismo, assim como o impacto das tarifas impostas por Donald Trump às exportações chinesas para os Estados Unidos. De acordo com o banco de investimento, citado pelo portal GGR Asia, grande parte dos jogadores VIP nos casinos de Macau são proprietários de fábricas no Interior, muitas vezes com negócios virados para as exportações, inclusive para os Estados Unidos. Por isso, o banco considera que há o risco destes jogadores verem os seus rendimentos afectados, com as tarifas de 10 por cento sobre as importações no Estados Unidos para os produtos chineses, o que terá consequências no montante disponível para jogar, assim como na vontade de virem até Macau. Segundo a nova previsão, o Citigroup estima que as receitas brutas do jogo registem um crescimento de 3 por cento, o que contrasta com a previsão anterior, que indicava um crescimento de 7 por cento. E na primeira metade do ano, o banco de investimento admite que as receitas brutas registem mesmo uma redução de cerca de 1 por cento. Abaixo do previsto Na perspectiva do Citigroup, a indústria do jogo gerou receitas de médias de 589 milhões de patacas por dia em Janeiro e de “cerca de 900 milhões de patacas” por dia nos primeiros dias de Fevereiro, o que representa um valor abaixo do esperado. Os primeiros quatro dias de Fevereiro já abrangeram o período das celebrações do ano Ano Novo Lunar. O banco atribuiu os níveis de receitas decepcionantes a “alguns cancelamentos de última hora de viagens a Macau por parte dos jogadores”, que aconteceram nos últimos dias das festividades. “Estes dois dados tornam-nos mais cautelosos em relação às tendências a curto prazo das receitas do jogo”, escreveram os analistas George Choi e Timothy Chau, no relatório citado pelo portal GGR Asia. “Acreditamos que a implementação das tarifas dos Estados Unidos contra a China a 1 de Fevereiro reduziu a procura pelo jogo no final do Ano Novo Lunar e antecipamos que esse impacto vai continuar durante a maior parte do primeiro semestre de 2025 “, foi justificado. “Segundo a tendência actual, se juntarmos as receitas de Janeiro e de Fevereiro, podemos observar uma tendência negativa”, foi acrescentado. Histórias distintas Apesar do pessimismo para a primeira metade do ano, a situação deverá melhorar na segunda fase, com o Citi a indicar que espera um “quadro mais risonho em Junho”. “Esperamos que o sentimento dos jogadores comece a recuperar no segundo semestre de 2025, à medida que o impacto das tarifas [norte-americanas] for sendo digerido”, foi apontado. Como um dos factores de optimismo para a segunda metade do ano, o Citi aponta que a procura pelas mesas de jogo deverá “acelerar à medida que os grandes eventos regressam a Macau”, indicando como exemplo o espectáculo do actor e cantor Jacky Cheung, programado para Junho, na Galaxy Arena.
João Santos Filipe Manchete SociedadeMercados | Leong Sun Iok pede planos de desenvolvimento Com as bancas de rua a enfrentarem dificuldades no mercado de São Domingos, o deputado dos Operários pede ao IAM que autorize a venda de produtos mais diferenciados e que crie uma zona cultural no piso subterrâneo do edifício, para as indústrias culturais Leong Sun Iok pediu que o Instituto para os Assuntos Municipais revele os planos de desenvolvimento dos mercados locais, principalmente no que diz respeito às bancas nas ruas. O pedido faz parte de uma interpelação escrita do deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), divulgada ontem. De acordo com o deputado, nos últimos anos o IAM tem renovado vários mercados locais e actualizado as leis, o que veio permitir que a nível da restauração a oferta nestes espaços esteja em maior consonância com as tendências recentes. No entanto, Leong Sun Iok defende que o IAM deve apresentar projectos para a situação das bancas no exterior, que estão a desaparecer, mesmo em alguns dos mercados mais populares, como acontece no mercado de São Domingos ou no mercado da Taipa. “Os mercados de São Domingos e da Taipa estão situados em zonas muito movimentadas da cidade, muito frequentadas por residentes e turistas. Mas, apesar do IAM ter optimizado os mercados nos últimos anos, com a redefinição das zonas interiores, melhoria das casas-de-banho e disponibilizado uma melhor experiência de consumo, o grande problema está relacionado com os novos hábitos de consumo a nível das bancas”, escreveu o deputado. “Há cada vez menos pessoas a comprar nas bancas de rua dos mercados, o que faz com que os comerciantes estejam a desaparecer”, acrescentou. Por isso, o deputado quer saber como é que o IAM vai permitir que as bancas de venda se possam adaptar aos novos tempos: “Em 2023, o IAM afirmou que estava a considerar optimizar as bancas de rua do mercado de São Domingos, com base nos hábitos de consumo dos residentes e turistas. Qual é o ponto de situação destes trabalhos?”, questiona. Aposta no consumo No mesmo sentido, o deputado pretende saber se o IAM vai realizar um estudo sobre os produtos com maior procura nas bancas exteriores do mercado, para depois tentar lançar novos concursos de distribuição das bancas para a venda dos mesmos. Por outro lado, Leong Sun Iok sugere que o mercado de São Domingos também pode ser utilizado como um lugar cultural: “Em termos do mercado de São Domingos, o piso subterrâneo está actualmente a ser utilizado como arrecadação. Será que o IAM vai considerar libertar este espaço e utilizá-lo para outros fins, nomeadamente para actividades culturais e para o desenvolvimento deste tipo de indústrias?”, perguntou. Na interpelação, o deputado pretende ainda que o IAM faça um ponto de situação sobre o andamento dos trabalhos de renovação do mercado da Taipa, nomeadamente sobre a possibilidade de se realizar um concurso para empresários inovadores, com vista a distribuir as bancas de venda.
João Santos Filipe PolíticaCoutinho alerta para distribuição de “ofertas materiais” a pensar nas eleições José Pereira Coutinho alertou ontem para a existência “ofertas materiais” que têm em vista os votos durante as eleições legislativas, que deverão ocorrer depois de Agosto deste ano. A mensagem foi deixada ontem pelo deputado da Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), durante o almoço da Assembleia Legislativa com os órgãos de comunicação social, em que também se queixou de ser discriminado pelos canais chineses da TDM. Quando foi questionado sobre as eleições deste ano, José Pereira Coutinho considerou que seria positivo se a lista Nova Esperança, apoiada pela ATFPM, mantivesse um lugar dos dois actuais. “Já está a haver movimentações na sociedade, em termos de ofertas, passeios, prendas e por aí fora… Estou bastante reticente… Mantendo um lugar na lista Nova Esperança já seria um excelente resultado para as próximas eleições da Assembleia Legislativa”, afirmou o membro da Assembleia Legislativa. “As coisas estão a mudar drasticamente, e não é fácil, face às atracções materiais como ofertas, passeios, e tudo o resto, bem como o tratamento desigual da TDM nos canais chineses, em que são convidados deputados para falar, quer nos programas da rádio, quer na televisão”, destacou. “Se tivermos em consideração a minha pessoa, diria que nestes últimos anos a estação chinesa da TDM não me tem solicitado opiniões nem convidado para o programa das 8h30, o Fórum Macau. Há um tratamento desigual”, vincou. Lista por decidir Desde 2005 que José Pereira Coutinho é o cabeça de lista da Nova Esperança. No entanto, no ano passado, foi anunciado que Rita Santos iria concorrer às eleições num lugar elegível. Sobre a distribuição de lugares, José Pereira Coutinho remeteu as decisões para a reunião de direcção, que deverá acontecer até ao final da semana. Ainda assim, deixou elogios à colega de associação. “Ela é uma figura pública, com capacidade para desempenhar qualquer cargo público, quer seja da Administração Pública, Assembleia da República ou qualquer outro lado”, atirou. “Ela é um bom quadro, está muito empenhada, mas tudo depende do que a direcção entender”, indicou. Aos jornalistas, Pereira Coutinho destacou ainda ser importante eleger um deputado que fale português e lamentou que na Administração Pública, e na Assembleia Legislativa, estejamos a assistir ao desaparecimento de pessoas com capacidade para se exprimirem naquela que também é uma língua oficial em Macau.
João Santos Filipe Manchete PolíticaDia de Portugal | Marcelo nas celebrações em Macau A passagem de Marcelo Rebelo de Sousa ainda não tem data definida, mas vai enquadrar-se na comemoração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, num ano em que as celebrações oficias vão decorrer em Lagos, no Algarve, e depois em Macau O Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, vai assinalar em Macau o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, 10 de Junho, embora as datas da visita ainda não estejam definidas. A informação foi adiantada durante o fim-de-semana pela Rádio Macau, e confirmada posteriormente por Alexandre Leitão, cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong. “É a confirmação de uma informação que no consulado muitos nos honra e penso que honra a comunidade portuguesa. É um gesto de reconhecimento por parte do senhor Presidente da República da relevância e da dimensão da comunidade portuguesa, dimensão essa que como sabemos não se restringe aos portugueses imigrantes, expatriados, portugueses de Portugal, mas todos aqueles que têm nacionalidade portuguesa e vivem em Macau e que são muitos. São muitas dezenas de milhares”, afirmou Alexandre Leitão, em declarações à emissora. “Estou certo que a comunidade portuguesa está irmanada na mesma alegria e satisfação e que juntos saberemos receber o senhor Presidente da República com a gratidão que este gesto nos merece”, acrescentou. Também ao Canal Macau, Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação Promotora da Instrução Macaense mostrou-se satisfeito com a notícia. “Obviamente não é apenas uma mera vista, é uma visita do Presidente da República, ligada a um dia especial que é o 10 de Junho. Não é todos os dias que Macau recebe a visita do Presidente da República, embora também não seja a primeira vez”, começou por destacar Senna Fernandes. “É sempre bom saber o que o Estado português pensa em relação a Macau, a presença da cultura portuguesa […] além dos discursos que estamos habituados a ouvir, é importante saber como o Estado português vê a presença da comunidade portuguesa em Macau. São estas as questões que vou colocar se tiver oportunidade de o fazer”, admitiu. Miguel de Senna Fernandes considerou ainda que os políticos de Portugal tendem a não saber o que se passa no território. “O político diz sempre que está a par do que se passa, mas não estão nada a par do que se passa em Macau”, vincou. “Era bom que nos elucidasse sobre a posição do Estado português face à presença desta comunidade, da comunidade radicada, autóctone de Macau”, frisou. Designado por Marcelo A informação de que Macau tinha sido designado como um dos locais onde vão decorrer as celebrações do 10 de Junho foi divulgada no portal da presidência da República de Portugal, através de uma nota de imprensa. “O Presidente da República designou a cidade de Lagos como sede das comemorações, em 2025, do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, estendendo-se as celebrações à comunidade portuguesa em Macau”, foi escrito no comunicado. “Para a organização das comemorações é constituída uma Comissão presidida pela Dr.ª Lídia Jorge, escritora, e que integra o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, a Secretária-Geral da Presidência da República e o Chefe do Protocolo do Estado”, foi acrescentado Em Dezembro do ano passado, Marcelo tinha afirmado que havia a possibilidade de celebrar o último 10 de Junho do seu mandato junto das comunidades emigrantes portuguesas de locais como a Ásia-Pacífico, Austrália, Macau ou em Goa. Esta vai ser a segunda visita do de Marcelo Rebelo de Sousa como presidente, a Macau, depois de uma primeira passagem, em 2019.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHengqin | Xia Baolong visitou a Zona de Cooperação Aprofundada O director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho do Estado, Xia Baolong, pediu ao Governo da RAEM para estudar os discursos de Xi Jinping e utilizá-los como referência para o desenvolvimento e diversificação da economia O director do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China e do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho do Estado, Xia Baolong, esteve na Ilha da Montanha de sexta-feira a sábado, no âmbito de uma visita “de inspecção e investigação” à Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau. Durante a deslocação a Hengqin, o dirigente chinês indicou ao Governo da RAEM que deve utilizar como orientação política os discursos proferidos por Xi Jinping, aquando das celebrações do 25.º aniversário da transferência. Após visitar diferentes parques industriais e de medicina tradicional chinesa, Xia Baolong presidiu, na manhã de sábado, a uma palestra. Nesta ocasião, Xia Baolong destacou “que os importantes discursos do Presidente Xi Jinping definem o rumo para o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin” e que “o Governo da RAEM deve compreender de forma aprofundada o espírito dos importantes discursos do Presidente Xi Jinping e concretizá-las da melhor forma”. Por sua vez, o secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, fez uma apresentação sobre a organização dos trabalhos do Governo da RAEM para este ano na vertente económica. Os comunicados oficiais indicam ainda que houve uma troca de opiniões sobre “a aceleração do desenvolvimento adequado e diversificado da economia de Macau, a promoção da construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin e a uma melhor integração de Macau na Grande Baía”. As promessas de Tai Tai Kin Ip prometeu que a equipa da área da Economia e Finanças vai “promover efectivamente o desenvolvimento adequado e diversificado da economia de Macau e melhorar a eficácia da governação económica, com uma mentalidade mais aberta, uma maior responsabilidade e medidas mais realistas”. O secretário afirmou também que a “área da Economia e Finanças continuará a aperfeiçoar os trabalhos relativos à definição de medidas políticas sobre o desenvolvimento industrial, a implementar a coordenação geral, a optimizar o ambiente de negócios e a empenhar-se na captação de investimento e na prestação de serviços empresariais”. Tai Kin Ip garantiu que Macau vai aumentar o investimento em Hengqin, apoiando “o desenvolvimento de indústrias diversificadas através do aumento do investimento de recursos financeiros e do reforço das garantias de recursos humanos”. O secretário destacou igualmente que Macau vai reforçar “a proactividade no alinhamento com as importantes estratégias nacionais”, inclusive desempenhar o papel de ‘agente de contacto infalível’ na cooperação entre a China e os países de língua portuguesa, e na implementação simultânea das iniciativas ‘expandir para o exterior’ e ‘atrair investimento estrangeiro’”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeFCP | Cheias obrigam Casa a pedir donativos para garantir actividades Uma inundação na sede do clube levou a que o serviço de cantina esteja encerrado desde 19 de Janeiro. A associação fala de “enormes prejuízos” que colocam em causa a “capacidade de cumprir com os compromissos financeiros”, como o pagamento de salários A Casa do Futebol Clube do Porto Macau-China está a apelar à entrega de donativos por parte de sócios e da população, depois da sede da associação ter sido afectada por cheias causadas por problemas numa fracção vizinha. O apelo foi deixado ontem, através das redes sociais, assinado pela presidente da associação, Diana Massada, onde é reconhecido que a Casa luta para manter as actividades vivas. De acordo com a publicação online, a primeira inundação a afectar a sede da associação aconteceu a 19 de Janeiro. Contudo, os problemas na fracção não foram resolvidos na totalidade, o que originou uma segunda inundação e mais prejuízos. “Infelizmente, os responsáveis pelas obras não efectuaram correctamente as reparações necessárias e após já termos a sede quase pronta para a reabertura sofremos nova inundação no sábado passado”, foi relatado. “Por esta razão, temos a sede fechada e o nosso serviço de cantina suspenso desde dia 19 de Janeiro. Esta situação provocou enormes prejuízos, porque não só afectou as nossas receitas, como originou enormes perdas de comida, gastos extraordinários para tentar reabrir, e colocou em risco a nossa capacidade de cumprir com os compromissos financeiros, nomeadamente o pagamento de salários”, foi acrescentado. A direcção da Casa do Futebol Clube do Porto Macau-China apela assim aos sócios que efectuem o pagamento das quotas de um ou dois anos, porque este montante serviria “fazer face a algumas despesas correntes urgentes”. Além disso são pedidos donativos e auxílio na captação de patrocinadores que estejam interessados em colaborar com a Casa do FCP. “A angariação de patrocinadores será crucial para a nossa recuperação e manutenção das nossas actividades ao longo do corrente ano de 2025”, foi indicado. Actividades múltiplas Actualmente, a associação tem várias equipas de futebol que disputam campeonatos como a 3.ª divisão do campeonato oficial de Macau, ou o campeonato Bolinha, competições oficiais de veteranos, além de uma escola academia de futebol. A nível do voleibol feminino, a associação participa na segunda liga B das competições oficiais, e tem uma equipa de formação. Quanto ao hóquei em patins, a Casa do FCP de Macau tem equipas em todas as categorias jovens e seniores. “Todas estas actividades são integralmente financiadas pela nossa Casa, incluindo alguns dos nossos alunos da escola de futebol. Isto implica investimento em uniformes, campos, material, treinadores, inscrições nas competições, e outros necessários ao seu funcionamento”, foi explicado. “Não queremos que este momento menos bom coloque em causa a manutenção da nossa associação e de todas as nossas actividades. A nossa associação sempre se pautou pelo espírito de comunidade e pela paixão pelo desporto. Juntos, acreditamos que podemos superar este desafio. Agradecemos desde já a vossa atenção e apoio, e esperamos contar convosco para reerguer a nossa associação”, foi apelado.
João Santos Filipe Manchete PolíticaObras | Ella Lei pede coordenação para reduzir impacto na população A deputada dos Operários antecipa o aumento de grandes obras nas principais vias das cidades ao longo deste ano, e pede ao Governo que tome medidas para reduzir o impacto no trânsito, no comércio local e na vida dos residentes A deputada Ella Lei defende que o Governo deve promover uma melhor coordenação das obras rodoviárias, para evitar constrangimentos no trânsito que afectem residentes, assim como os negócios nas áreas dos trabalhos. O assunto foi abordado pela legisladora ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) através de uma interpelação escrita. De acordo com os números apresentados pela deputada, o grupo de coordenação das obras nas estradas de Macau recebeu 69 propostas de projectos de construção relacionados com o Governo ou com as companhias de água, telecomunicações ou electricidade, total que representa um aumento anual de 15 por cento. Entre estes projectos, 39 vão decorrer durante mais de 30 dias nas principais artérias da cidade, proporção que Ella Lei indicou tratra-se de um aumento de 39 por cento no número de projectos com grande impacto no trânsito. “Muitos grupos de cidadãos estão preocupados com a situação actual dos projectos rodoviários e esperam que o Governo continue a melhorar o mecanismo de coordenação e monitorização dos projectos”, afirma a deputada. “Por exemplo, as informações sobre os desvios de trânsito devem ser divulgadas o mais cedo possível, ainda antes do início dos projectos rodoviários, e as opiniões dos residentes devem ser continuamente ouvidas, de forma a minimizar o impacto a nível dos negócios e na deslocação das pessoas”, acrescentou. Mais informação Neste contexto de constrangimentos em crescendo, a deputada pergunta: “Será que as autoridades vão tomar mais medidas no processo de coordenação de projectos rodoviários de grande escala, como a optimização do planeamento global e do trabalho de supervisão, para resolver os problemas a longo prazo causados pelos projectos rodoviários aos residentes?”, questionou. Entre as sugestões apresentadas, a deputada quer saber se o Governo vai criar uma plataforma online para receber as opiniões dos cidadãos, sobre melhorias que podem ser implementadas enquanto os projectos estiverem a decorrer. Por outro lado, Ella Lei defende que deve ser criada outra plataforma de fácil acesso com informações sobre as obras actualizadas regularmente. Ella Lei apelou igualmente ao Governo para controlar a qualidade dos materiais utilizados nas obras, e indicou que é frequente a utilização de materiais pouco adequados, que acabam por danificar as estradas.
João Santos Filipe Manchete PolíticaSAFP | Ng Wai Han garante legalidade de juntas de saúde A directora dos SAFP considera existir base legal para ordenar que os funcionários públicos sejam avaliados por juntas de saúde, quando faltam de forma consecutivo ou intercalada a mais de 30 dias de trabalho num ano A directora dos Serviços de Administração Pública, Ng Wai Han, defende que os trabalhadores da função pública há mais de 30 dias de baixa médica podem ser submetidos à apresentação diante de uma junta de saúde, de acordo com a legislação em vigor. A posição foi tomada na resposta a uma interpelação escrita do deputado José Pereira Coutinho, ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM). Na interpelação escrita, José Pereira Coutinho denunciava queixas de trabalhadores, sobre o facto de terem de se submeter à avaliação de uma junta médica, ao abrigo de suspeitas de “comportamento fraudulento”. No entanto, Ng Wai Han assegura que os serviços estão a actuar de acordo com a legislação existente. “O Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau determina expressamente os direitos e deveres relativos às faltas por doença dos trabalhadores dos serviços públicos”, começa por destacar a responsável. “Cada serviço público deve executar, nos termos da lei, essas normas de acordo com a situação dos trabalhadores, incluindo a submissão à junta de saúde de trabalhadores para avaliação médica profissional da sua situação clínica e, com efeito, a emissão pela mesma junta do seu parecer profissional sobre a aptidão para regressar ao serviço, a existência de doença e a impossibilidade de continuação em funções devido a perturbação física ou psíquica dos trabalhadores”, foi acrescentado. Ng Wai Han indica também que o “Governo da RAEM tem atribuído grande importância e garantido os direitos dos trabalhadores dos serviços públicos no âmbito das faltas por doença, tratando dos casos de forma prudente e através do mecanismo de avaliação em vigor”. Segredos dos deuses Outra das questões levantada pelo deputado, prendia-se com o pedido de explicações sobre os critérios adoptados pelos serviços públicos para considerarem haver indícios de “comportamento fraudulento” e justificar os pedidos de análise por uma junta médica. Contudo, na resposta divulgada ontem pelo deputado, a directora dos SAFP não aborda os critérios sobre os quais foi questionada. Outra das perguntas de Pereira Coutinho, visava ainda a “justiça” dos funcionários públicos terem de pagar por novos exames médicos realizados junto da clínica responsável pelos exames iniciais que fundamentaram a baixa. No entanto, Ng Wai Han defendeu esta prática.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCTT | Macau retalia e suspende encomendas dos EUA Os CTT de Macau suspenderam temporariamente os serviços de encomenda entre o território e os Estados Unidos da América (EUA). De acordo com um comunicado emitido ontem pelos CTT, os serviços postais como cartas, envio de documentos e correio aéreo não foram incluídos. A suspensão aplica-se a serviços de entrega de encomendas e pacotes por via marítima e correio expresso. O presidente da Associação de Logística e Transportes Internacionais de Macau, Lei Kuok Fai, acredita que o sector logístico local vai evitar os efeitos negativos do bloqueio imposto ontem pelo Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS). Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o dirigente da associação reconheceu que algumas empresas com capital americano, como as empresas ligadas ao jogo, precisam de enviar com alguma regularidade equipamentos para ser alvo de manutenção nos Estados Unidos. Contudo, Lei indicou que o volume destas encomendas é “pouco”. Lei Kuok Fai apontou igualmente que o sector começou a ponderar outros meios para enviar esses materiais para os EUA, ou, como alternativa, que também podem optar por fazer a manutenção dos equipamentos em fábricas em Singapura ou na Austrália. Sobre os impactos para a manutenção dos aviões em Macau, Lei Kuok Fai desvalorizou o assunto, porque a maioria dos aviões em Macau são da marca Airbus, indicando que para estes aparelhos existem várias fábricas de peças não só no Interior, como também no Sudeste Asiático. Choques matinais As notícias sobre o bloqueio “temporário” pela USPS às encomendas vindas do Interior e de Hong Kong foram divulgadas na manhã de ontem, e surgem no âmbito da mais recente guerra comercial entre os EUA e a China. A duração do bloqueio não foi divulgada, mas por decisão do Presidente dos EUA, Donald Trump, os produtos importados da China passam a estar sujeitos a uma nova taxa de 10 por cento. Num comunicado, a USPS esclareceu que a medida não vai afectar “o fluxo de cartas e correio normal”, mas apenas encomendas de produtos de baixo valor que anteriormente beneficiavam de isenção de taxas. A medida da USPS pode bloquear ou atrasar as encomendas feitas através das plataformas de comércio electrónico chinesas Shein, de venda de roupas, e Temu, de vários produtos com preços baixos, mas também da norte-americana Amazon, dado que muitos produtos vêm do Interior ou por Hong Kong. De acordo com os números citados pela Agência Lusa, a isenção das taxas na compra de artigos de pouco valor beneficiou muito as duas plataformas chinesas e a Amazon: o número de envios isentos de taxas aumentou 600 por cento nos últimos dez anos, atingindo 1,36 mil milhões de encomendas no ano passado, contra quase 140 milhões em 2015. Afinal havia outra Numa reviravolta de última hora, a USPS anunciou que afinal vai aceitar os serviços de encomendas postais da China e de Hong Kong, contradizendo totalmente o que até aí tinha anunciado. Com o anúncio a chegar em cima da hora do fecho desta edição não foi possível aferir de qualquer reacção dos serviços chineses e dos CTT locais.
João Santos Filipe PolíticaCPCPS | Patronato recusa subida do salário mínimo A Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais e os representantes das entidades empregadoras no Conselho Permanente de Concertação Social afastam a hipótese de aumentar o salário mínimo ou de rever os limites das indemnizações por acidentes de trabalho e doenças profissionais durante este ano. A posição foi tomada depois do primeiro encontro deste ano do Conselho Permanente de Concertação Social, que aconteceu na terça-feira, enquanto os representantes da parte laboral prometeram apoiar as decisões do Governo. Legalmente, o valor do salário e os limites das indemnizações por acidentes de trabalho e doenças profissionais devem ser revistos em períodos anuais ou bianuais. Contudo, Wong Chi Hong, director da DSAL, explicou que o termo revisão significa que é feita uma avaliação, que pode concluir que a melhor opção passa por não mexer nos valores em vigor. “Nós vamos rever nos nossos trabalhos, porque tem de haver uma revisão de dois em dois anos. Mas fazer uma revisão não significa que tem de haver um aumento, o que fazemos é uma recolha de dados, elaborar um relatório para depois podermos encaminhar para o Conselho Permanente de Concertação Social”, afirmou Wong Chi Hong, citado pelo Canal Macau. Ano congelado Por sua vez, Vong Kok Seng, dirigente da Associação Comercial de Macau, acredita que a obrigação de revisão do ordenado mínimo e dos limites devem ser alterada. “A situação económica e social está basicamente idêntica. Portanto, questiono se é necessário rever estes montantes anualmente… Da nossa parte, questionamos se no caso de houver uma revisão ou alteração da legislação, se o prazo anual de revisão não deverá ser flexibilizado”, defendeu Vong. Por sua vez, Fong Ka Fai, representante da parte laboral, indicou que durante a reunião foram pedidos aumentos dos dias de licença de maternidade, paternidade e revisão dos limites. Porém, admite que não houve resposta, e que em último caso vão apoiar a escolha do Governo. “Não houve muitas respostas, mas é claro que como trabalhadores vamos apoiar o Governo e fazer os nossos esforços para promover a economia de Macau, porque tivemos a pandemia, e depois da pandemia é necessário um esforço de todos”, atirou.
João Santos Filipe Manchete SociedadeHabitação | Custo por metro quadrado cai 17 por cento Pela primeira vez, desde Setembro de 2024, o custo médio das habitações ficou abaixo das 70 mil patacas por metro quadrado. Os preços na Taipa ultrapassaram os praticados em Coloane Na primeira metade do mês de Janeiro, o preço médio das transacções de habitações sofreu uma redução de 17 por cento face ao ano anterior, de acordo com os dados mais recentes na Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). Segundo a informação oficial, no início de Janeiro o preço médio da compra e venda de habitação foi de 69.882 patacas por metro quadrado, uma redução de 17 por cento, em comparação com o preço da primeira metade de Janeiro de 2024. Nessa quinzena, a média do metro quadrado atingiu as 84.325 patacas. Pela primeira vez, desde Setembro do ano passado, o preço médio da habitação por metro quadrado ficou abaixo das 70.000 patacas. Em comparação com os preços da primeira metade de Dezembro do ano passado, quando o metro quadrado era comercializado a uma média de 82.383 patacas, Janeiro representa uma redução de 15,17 por cento do valor das casas. Na primeira metade de Janeiro deste ano, o preço médio por metro quadrado mais elevado foi registado na Taipa, com uma média de 79.474 patacas por metro quadrado. Em Coloane, o local onde tradicionalmente o preço atinge os valores mais altos, o valor médio não foi além das 72.252 por metro quadrado. Na Península de Macau, o preço médio foi de 66.753 patacas por metro quadrado. Aumento reduzido Ao mesmo tempo que os preços do imobiliário ficaram mais baratos, registaram-se mais transacções de habitação. Na primeira quinzena deste ano, houve 125 compras e vendas, o que representou um aumento de 20 transacções, ou 19,05 por cento, em comparação com o período homólogo, quando tinha sido contabilizadas 105 compras e vendas de habitação. Quando a comparação é feita tendo em conta a primeira metade de Dezembro de 2024, houve mais 31 transacções, dado que nesse período tinha havido um total de 94 compras e vendas de habitação. Em termos de transacções, o maior número de compras e vendas de habitações aconteceu na Península de Macau, com 96 transacções, seguido pela Taipa onde tiveram lugar 20 negócios. Finamente, em Coloane registaram-se nove transacções. O início de Janeiro confirmou as tendências do final de Dezembro, quando também na Península tinha ocorrido o maior número de transacções, com 53 compras e vendas, seguido pela Taipa, com 37 transacções, e por Coloane, onde aconteceram seis operações.