Casinos-satélite | Sam Hou Fai confirma transição ou encerramentos

O Chefe do Executivo confirmou a política que pode ditar o encerramento definitivo dos casinos-satélite até ao fim do ano. Sam Hou Fai atirou a responsabilidade em relação aos postos de trabalho para as concessionárias de jogo

 

O Chefe do Executivo atirou a responsabilidade sobre a eventual extinção dos postos de trabalho ligados aos casinos-satélite para as concessionárias de jogo. Na quinta-feira à noite, em declarações aos órgãos de comunicação social, Sam Hou Fai confirmou que as concessionárias e os casinos-satélite têm de até ao final do ano terminar o modelo de exploração dos espaços de jogo.

Os casinos-satélite resultam de acordos entre algumas concessionárias e empresas independentes, que exploram alguns espaços de jogo, como acontece com os casinos Kam Pek ou Ponte 16, num total de 11 casinos. Neste modelo, as empresas independentes exploram os casinos, mas com trabalhadores, mesas de jogo e fichas das concessionárias, com quem têm um acordo e a quem efectuam pagamentos.

No entanto, a última revisão à lei do jogo estabeleceu um período de três anos para terminar este modelo. Como resultado, as concessionárias podem optar por assumir, por si, a exploração destes casinos ou fechar os espaços. A última opção pode ser uma ameaça aos empregos directos dos trabalhadores destes casinos, dado que podem deixar de ser necessários, mas também aos empregos indirectos, ligados aos espaços como restaurantes e lojas que vivem dentro ou nas imediações destes casinos.

Questionado sobre o assunto, Sam Hou Fai confirmou que o Governo espera ver a lei cumprida, pelo que não está em cima da mesa a possibilidade de permitir um prolongamento do período de transição. “Acredito que as operadoras de jogo vão comunicar bem com os seus casinos-satélites sobre como vão tratar deste assunto, quando acabar o período de transição”, afirmou Sam, citado pelo Canal Macau da TDM. “Mas, sei que os trabalhadores dos casinos-satélite estão distribuídos pelas empresas de jogo, portanto as operadoras têm a responsabilidade de os absorver ou de ter planos para estes trabalhadores”, frisou.

Sam Hou Fai não explicou o que entende por “planos” para os trabalhadores, mas podem passar por despedimentos ou reformas antecipadas, com condições mais vantajosas do que as legalmente previstas.

Por enquanto, o governante afirma desconhecer os planos das concessionárias, mas não afastou a possibilidade de apoios sociais: “Temos de ver como as concessionárias de jogo vão tratar esses trabalhadores dos casinos-satélite. O Governo vai dar apoio caso, caso haja necessidade”, destacou.

No entanto, o novo líder do Governo não revelou os apoios previstos. Actualmente, o valor do subsídio de desemprego é de 150 patacas por dia, com os trabalhadores a poderem receber um máximo de 90 dias, o que significa 13.500 patacas.

Sector importante

Apesar do impacto da medida, Sam Hou Fai destacou a importância do sector. “A indústria do jogo é um sector muito importante para Macau e esperamos um desenvolvimento estável, saudável, ordenado e com base em leis. Esse é o caminho correcto a longo-prazo para o nosso território”, indicou Sam.

Nos últimos meses vários deputados têm demonstrado preocupação com uma possível vaga de desemprego, como Ron Lam, José Pereira Coutinho e Ella Lei.

A nova vaga de redução de empregos no jogo pode chegar depois de nos anos da pandemia terem sido perdidos quase 20 mil empregos, de acordo com os dados indicados por Ella Lei, em Fevereiro de 2023. Para este número contribuíram também as campanhas contra a promotoras de jogo e a implementação de novas regras, que tornaram as promotoras economicamente inviáveis, face à competição das concessionárias, a existência de promotores.

3 Mar 2025

Jogo | Lucro da Galaxy aumentou 28,3 por cento no ano passado

No ano passado, o lucro da concessionária Galaxy aumentou 28,3 por cento, face ao período homólogo, para cerca de 8,76 mil milhões de dólares de Hong Kong, de acordo com um comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong. Em comparação, no ano de 2024, o lucro da empresa tinha sido de 6,83 mil milhões de dólares de Hong Kong.

Com a apresentação dos resultados, a concessionária divulgou também um dividendo de 0,5 dólares de Hong Kong, que vai ser pago a 12 de Junho.

Em termos de receitas, houve um aumento de 21,7 por cento, face ao período homólogo, para 43,43 mil milhões de dólares de Hong Kong. Ao mesmo tempo, o lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) em 2024 foi de aproximadamente 12,19 mil milhões de dólares de Hong Kong, um aumento de 22,4 por cento em relação ao ano anterior.

Com a apresentação dos resultados, Francis Lui Yiu Tung, presidente da Galaxy Entertainment, destacou os resultados alcançados a nível do segmento premium de massas, aquele que actualmente produz as maiores receitas no mercado local.

“Ao longo de 2024, continuámos a impulsionar todos os segmentos do negócio, em particular o segmento premium, que continua a ser o principal motor de lucro”, afirmou Francis Lui. “Num mercado competitivo, continuamos a afectar recursos com disciplina e a concentrar-nos na sua utilização mais eficiente”, acrescentou.

Boa posição

Em relação a este ano, Lui ainda indicou que a Galaxy está “bem posicionada para continuar a capitalizar a tendência de aumento do entretenimento em Macau”, e que a organização dos grandes eventos “conduzem a um aumento significativo de visitantes nos nossos resorts”, o que se reflecte “num aumento da actividade de jogo, das vendas a retalho, das receitas de alimentação e bebidas e da procura hoteleira”.

A concessionária espera ainda que as novas “mesas inteligentes” em todos os casinos leve a um aumento da eficiência operacional global. A Galaxy é responsável pelos hotéis e casinos Galaxy, Starworld e Broadway.

28 Fev 2025

Turistas | Analistas dizem que aumento não leva a mais receitas

A empresa de serviços financeiros CreditSights Inc. indica que muitos dos novos visitantes possuem um poder de compra mais limitado, pelo que os gastos nos casinos são mais baixos

 

A empresa de serviços financeiros CreditSights Inc. acredita que a dissonância entre o aceleramento do número de turistas e a lentidão na recuperação das receitas dos casinos deve persistir ao longo deste ano. A ideia foi defendida num relatório da CreditSights Inc., citado pelo portal GGR Asia, assinada pelos analistas Nicholas Chen e David Bussey.

De acordo com as explicações apresentadas pela CreditSights Inc., a recuperação mais lenta das receitas do jogo deve-se à conjugação de dois factores. Por um lado, os visitantes das províncias com maior produto interno bruto, como Cantão, Jiangsu, Zhejiang, Xangai ou Pequim, atingiram os níveis pré-pandemia, o que limita a margem de crescimento entre estes jogadores. Por outro lado, o crescimento dos visitantes deve-se ao facto de os novos turistas terem origem em províncias com menor poder de compra, sem capacidade para gastar os níveis dos jogadores com mais dinheiro.

Esta é uma tendência que os analistas acreditam que vai prolongar-se ao longo deste ano. Em Janeiro, o número de visitantes teve um crescimento de 27 por cento, enquanto as receitas do jogo registaram uma redução de seis por cento.

Olhando especificamente para as receitas durante o Ano Novo Lunar de Janeiro, que terão ficaram aquém das expectativas dos analistas, a CreditSights Inc. indicou que tal se explica com o menor número de chegadas, nos primeiros dias do Ano Novo Lunar, assim como com o facto de os jogadores possuirem um menor poder de compra.

Novas tendências

Em relação aos números de Janeiro, os analistas colocaram ainda a possibilidade de muitos dos novos visitantes procurarem alternativas no território, que não passam pelas mesas ou máquinas dos casinos.

“Em Janeiro de 2025, a média das receitas brutas do jogo por visitante apresentou uma redução de 26 por cento em relação ao ano anterior, caindo para 5,006 patacas […] Contudo, este valor pode estar distorcido, devido aos visitantes que não foram aos casinos”, foi indicado.

Nos últimos meses, os factores negativos a afectar o jogo de Macau tem vindo a multiplicar-se. No início de Fevereiro, um promotor do jogo contou ao portal GGR Asia que a situação económica do Interior se está a reflectir no jogo VIP em Macau e que contribuiu para “corroer” o pouco que restava deste segmento. Recorde-se que com a nova lei do jogo, as autoridades mudaram a lei dos junkets, o que em conjunto com as campanhas na justiça contra alguns promotores, levou a que o segmento VIP registasse uma grande redução.

28 Fev 2025

Incêndio | PJ exclui homicídio após encontrar homem morto

Segundo as autoridades, o homem encontrado morto, e com as pernas atadas, tinha um historial de problemas mentais e estava a ser acompanhado pelos serviços sociais. Momentos antes do incêndio terá ligado para os serviços sociais

 

A Polícia Judiciária (PJ) excluiu a hipótese do corpo de um residente encontrado com as pernas atadas após um incêndio ter resultado de homicídio. O caso aconteceu na quarta-feira à noite, em Seac Pai Van, mas as autoridades sublinharam que não houve indícios de luta e que o homem sofria de problemas mentais.

De acordo com a informação do Corpo de Bombeiros, o alerta para um incêndio num sexto andar de um dos blocos de habitação pública, na Avenida das Borboletas, em Seac Pai Van, foi dado por volta das 19h36. Quando os bombeiros chegaram ao local, a porta do apartamento de onde vinham as chamas estava trancada por dentro, e havia móveis a bloquear as portas.

Esta situação obrigou a que as autoridades tivessem de utilizar diferentes ferramentas para entrar no apartamento, primeiro, para abrir uma porta exterior de metal e, depois, uma porta interior de madeira.

Depois de entrarem, os bombeiros extinguiram as chamas e encontraram num dos quartos um homem morto, sentado numa cadeira com as pernas atados. “Após a inspecção e a investigação no local, verificou-se que o fogo tinha começado num quarto e que o falecido foi encontrado numa cadeira do quarto, claramente morto, não tendo sido encontrados sinais de luta ou de roubo no apartamento”, comunicou a PJ. “Depois da autópsia pelos nosso agentes e médicos forenses, os ferimentos do falecido foram considerados consistentes com o ambiente do local, não tendo sido encontrados outros ferimentos suspeitos”, foi acrescentado.

A ser acompanhado

Com a informação sobre a descoberta de um corpo com as pernas atados a ser revelada ao público por volta das 22h, horas depois, a PJ veio anunciar que tinha excluído a hipótese de se tratar de um caso de homicídio.

“Depois da investigação, verificou-se que o morto era uma pessoa com problemas mentais há muito tempo e com um historial de automutilação. Vivia com a família no apartamento onde aconteceu o incidente, mas a família tinha-se ausentado de casa durante vários dias devido a alguns problemas”, indicou a PJ. “O falecido estava a ser seguido pelos trabalhadores dos serviços sociais e recebeu recentemente tratamento médico. O pessoal dos serviços sociais também tinha visitado a casa do falecido a 26 de Fevereiro para acompanhar a situação e partiu ao final dessa tarde”, foi acrescentado.

O comunicado indicou ainda que antes do acidente, os serviços sociais tinham sido novamente contactados pelo homem: “Por volta das 19h desse dia, o pessoal dos serviços sociais recebeu uma chamada do falecido. Durante a conversa, verificou-se que o falecido estava alterado e que subitamente se perdeu o contacto, pelo que os serviços sociais chamaram imediatamente a polícia para pedir ajuda”, foi complementado.

No entanto, durante a conferência de imprensa de ontem sobre a segurança, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, apresentou uma versão alternativa e indicou que as autoridades foram primeiramente alertadas por um transeunte.

Ainda na madrugada de ontem, o Instituto de Acção Social emitiu um comunicado com as condolências para a família. As chamas levaram ainda a que cerca de 20 pessoas tivessem de ser retiradas das suas casas e levadas para abrigos temporários, onde passaram as noites.

28 Fev 2025

Desemprego | Associação relata aumento de pedidos de ajuda

A Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo admite que há mais pessoas com problemas no sector, e que os trabalhadores se sentem pressionados pela maior carga laboral, ao mesmo tempo que as máquinas electrónicas são vistas como ameaça

 

A Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo anunciou que no ano passado houve um aumento do número de pedidos de ajuda para encontrar novo emprego. Os dados foram apresentados pela associação ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) na quarta-feira.

De acordo com a apresentação feita pelo deputado Leong Sun Iok e presidente da Casa dos Trabalhadores da Indústria do Jogo, no ano passado foram recebidos 229 pedidos de apoio por parte de pessoas que trabalham, ou trabalhavam, no sector do jogo.

Entre os pedidos apresentados, 143, ou 66,44 por cento, estavam relacionados com motivos profissionais, como a falta de emprego, 15,38 por cento dos ligados a candidatura a apoios sociais e 10,49 por cento devido ao vício do jogo.

Ao mesmo tempo, 6,29 por cento dos pedidos estavam relacionados com questões familiares, 4,9 por cento diziam respeito à educação dos filhos e 1,4 por cento ligavam-se com outros assuntos não identificados pela associação.

Em relação aos trabalhadores da linha da frente nos casinos, o presidente da Casa afirmou que actualmente os profissionais queixam-se da redução de quadros, que sobrecarrega os horários dos trabalhadores mantidos. Outra queixa prende-se com a instalação de novas mesas de jogo electrónicas, que criam perspectivas negativas face à redução de mão-de-obra nos casinos, assim como desenvolvimento de doenças profissionais e aumento da pressão devido à supervisão do trabalho pelas empresas do jogo.

Leong Sun Iok citou dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos para indicar que os trabalhadores do jogo caíram para 52.724 no segundo trimestre de 2024, quando no segundo trimestre de 2019, antes da pandemia, eram empregadas 58.777 pessoas.

Caso de sucesso

Em Novembro do ano passado, a Casa publicou um inquérito sobre o estado psicológico dos funcionários do jogo, em que os inquiridos apresentavam grandes preocupações com a insegurança no trabalho, situação que se agravou face a 2021.

Entre o auxílio prestado pela associação, fora das questões profissionais, Leong Sun Iok indicou que houve um jovem que pediu ajuda devido a dificuldade em identificar os seus gostos, interesses e vantagens profissionais, que o impediram de decidir o rumo profissional. Este jovem mostrou ainda problemas emocionais, devido à incerteza causada pela situação.

O deputado destacou que o caso foi um sucesso, porque o apoio prestado conseguiu orientar o jovem, que optou por um emprego na área da engenharia de informação.

28 Fev 2025

Bombeiros | Investigado por falsificar registos de assiduidade

Um chefe de um posto operacional está a ser investigado por ter saído de Macau ao mesmo tempo que picava o ponto e declarava estar a trabalhar

 

O Ministério Público (MP) está a investigar um chefe de um posto operacional do Corpo de Bombeiros (CB) pelo do crime de “falsificação praticada por funcionário”, que pode implicar uma pena de prisão de cinco anos. A informação foi divulgada ontem pelo Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), que realizou uma investigação preliminar.

De acordo com o CCAC, a investigação aconteceu devido a uma denúncia, recebida no ano passado, sobre a assiduidade do chefe do posto operacional, que apesar de picar o ponto se ausentava do trabalho.

Na sequência das investigações, o CCAC concluiu que “o chefe em causa ausentou-se da Região por duas vezes, entre Dezembro de 2023 e Maio de 2024, durante o horário de serviço ou no período de prestação de trabalho complementar”. Além disso, em outras três ocasiões “ausentou-se do posto operacional por mais de uma hora”, regressando, depois, apenas para “picar o ponto à saída, alegando falsamente que nos períodos em causa se encontrava a prestar trabalho complementar”.

Na perspectiva do CCAC, esta conduta do bombeiro teve a “intenção de ocultar situações falsas de comparência ao serviço”. O chefe do posto arrisca-se a responder criminal pela prática do crime de falsificação praticada por funcionário, que tem uma pena prevista de um ano a cinco anos de prisão. Se a pena final aplicada for inferior a três anos pode ser suspensa.

Além da investigação criminal, o CCAC comunicou o sucedido ao Corpo de Bombeiros “para o devido acompanhamento”, o que deverá significar a existência de um processo disciplinar interno. No comunicado, o CCAC advertiu ainda “os trabalhadores da função pública” a estarem “cientes e cumprir a lei”, tendo pedido maior rigor na autodisciplina dos “agentes da autoridade”.

Preocupações gerais

Por sua vez, o CB emitiu um comunicado a declarar estar “muito preocupado com o incidente” e revelou ter “instaurado imediatamente um processo disciplinar contra o infractor”.

Além de acompanhar o caso do bombeiro, foram ainda actualizadas as instruções de supervisão interna e haverá uma “revisão exaustiva dos procedimentos e orientações de controlo da assiduidade” para evitar casos semelhantes.

Este não é o primeiro caso de falsificação da assiduidade nos últimos anos por trabalhadores na área da segurança. Em 2023, uma outra investigação do CCAC concluiu que o chefe de um posto alfandegário e seis subordinados tinham falsificado os registos de assiduidade para evitarem penalizações por atrasos ou saídas antecipadas do trabalho.

O caso, que também começou a partir de uma denúncia, era mais elaborado do que o apresentado ontem, uma vez que envolveu a duplicação dos cartões de presença, para que o ponto pudesse ser picado por outros funcionários.

27 Fev 2025

IC | Suspensas filmagens que causaram atropelamento de 12 pessoas

O Instituto Cultural considera que a conduta dos produtores colocou em causa a ordem, segurança e tranquilidade públicas, depois de terem sido ignoradas indicações das autoridades para não gravar uma cena com um carro a circular a velocidade elevada

 

O Instituto Cultural (IC) anunciou a suspensão da licença atribuída para a gravação de um filme no território que resultou no atropelamento de 12 pessoas. O caso aconteceu na segunda-feira, quando estava a ser filmada uma cena com um carro em velocidade elevada, na Rua do Seminário. A equipa de produção responsável pelo filme foi acusada de não ter seguido orientações do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP).

“O Instituto Cultural convocou uma reunião interdepartamental e, com base nos pareceres de vários serviços, emitiu um aviso de suspensão da licença de filmagem do projecto à entidade de filmagem, uma vez que a equipa de filmagem não cumpriu os requisitos relevantes durante as filmagens”, foi informado, através de um comunicado emitido na terça-feira ao final da noite. “Neste momento, a entidade de filmagem não pode realizar as actividades de filmagem do projecto em Macau e posteriormente, o IC irá requerer à entidade de filmagem a entrega de um relatório, não excluindo a revogação do aviso de autorização de filmagem”, foi acrescentado.

O IC reconheceu que antes de aprovar a autorização para as gravações teve acesso ao guião e classificou o “conteúdo das filmagens” como “complexo”. E numa reunião anterior às filmagens, como diferentes serviços, terá informado os produtores que não poderiam gravar cenas com carros em velocidade elevada naquele local: “Na reunião [de aprovação da autorização], os serviços competentes já manifestaram expressamente que este local não tem condições para as filmagens do veículo à deriva. Os representantes da entidade de filmagem tomaram conhecimento de opiniões dos serviços de aprovação”, foi relatado.

Várias cabeças

Na reunião de terça-feira que resultou na suspensão da licença participaram também CPSP, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) e a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). “Com base nas opiniões de vários serviços, o IC emitiu imediatamente um aviso de suspensão da licença de filmagem do projecto porque este projecto é suspeito de causar perturbações óbvias à ordem, segurança ou tranquilidade públicas, não podendo, neste momento, a entidade de filmagem realizar as actividades de filmagem do projecto em Macau”, foi justificado.

Sobre os danos causados às instalações públicas, o IC apontou que “os serviços competentes irão acompanhar o caso”.

Antes do comunicado, também na terça-feira, o CPSP organizou uma conferência de imprensa e anunciando que as instruções emitidas não tinham sido seguidas pelos produtores, dado que tinha ficado estabelecido que o local não era adequado à circulação rodoviária a elevada velocidade.

O acidente aconteceu na segunda-feira à tarde, na Rua do Seminário, quando um carro utilizado para gravar uma cena de perseguição perdeu o controlo e atingiu 12 pessoas. Os feridos foram levados para o Hospital Kiang Wu, todos com ferimentos ligeiros, e tiveram alta na terça-feira.

27 Fev 2025

Desporto | Johnson Ian quer transparência na escolha de atletas

O ex-atleta de ténis de mesa e presidente da Associação de Sinergia de Macau considera que os problemas de financiamento dos atletas foram ultrapassados com os novos moldes do Fundo do Desporto, mas pede critério e transparência na atribuição de subsídios

 

O presidente da Associação de Sinergia de Macau, Johnson Ian, defende que as associações desportivas devem adoptar mais transparência nos critérios de escolha dos atletas para representar o território. Em causa, está o facto de muitos destes atletas receberem apoios financeiros.

De acordo com Johnson Ian, que prestou declarações aos jornal Ou Mun, nos últimos anos o Instituto de Desporto tem melhorado os apoios financeiros distribuídos, o que considerou positivo. No entanto, o ex-atleta considera que a medida também aumenta a necessidade de maior transparência, para garantir que os atletas apoiados são os mais competentes.

“Os atletas escolhidos para participar nos estágios e classificados como atletas elite podem receber subsídios para cobrir todos os custos de participação nas competições no exterior. Este aspecto é uma boa notícia”, afirmou Ian. “No entanto, além de deverem aumentar o número dos atletas que participam nos estágios e nos escalões de formação, é ainda mais importante que as associações aumentem a transparência sobre os critérios adoptados na escolha dos atletas que podem ser subsidiados”, defendeu.

Johnson Ian, que chegou a representar o território na modalidade de ténis de mesa, sugeriu ao Instituto do Desporto que publique online os critérios utilizados pelas diferentes associações na escolha dos atletas, para aumentar a transparência.

Atletas desconhecidos

Como parte do problema actual, Johnson Ian traçou um cenário em que são poucas as associações desportivas que representam Macau a divulgarem informações sobre as participação em competições. Por este motivo, Ian, que foi jornalista, afirmou que é frequente que nem os órgãos de comunicação saibam quem são actualmente os atletas classificados como de elite em Macau.

Devido ao investimento público, Johnson Ian sugeriu ao ID e às associações desportivas que publiquem as listas dos atletas subsidiados nas competições no exterior e os resultados alcançados. “O ID ou as associações desportivas devem publicar as listas de atletas que obtêm subsídios ou reúnem os critérios para serem subsidiados totalmente, quando participam em competições no exterior. Além disso, devem divulgar os resultados e os eventos desportivos em que participam,” pediu.

Johnson Ian destacou ainda que depois da publicação do regulamento sobre os apoios financeiros do Fundo do Desporto, em 2023, os atletas e as associações desportivas estão numa situação financeira melhor, podendo focar atenções na parte desportiva, em vez de estarem tão preocupados com as receitas. No entanto, Ian alertou que o regulamento também tem obrigações, uma das quais é aumentar o número de participações em competições do exterior.

26 Fev 2025

Saúde Mental | Lam Lon Wai quer ferramentas de IA para ajudar jovens

O deputado da FAOM defende que o Governo deve seguir o exemplo de Hong Kong e apostar na inteligência artificial como ferramenta de apoio para lidar com problemas de saúde mental

 

Lam Lon Wai defende que o Governo deve apostar em ferramentas de inteligência artificial (IA) para prestar apoio jovens com problemas de saúde mental. A opinião foi defendida através de uma interpelação escrita divulgada pelo gabinete do deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

Na perspectiva do legislador, o Governo deve aproveitar o desenvolvimento tecnológico e as ferramentas de conversação de inteligência artificial para ajudar jovens que sofram de depressão ou ansiedade. “Estudos demonstraram que os assistentes de voz da inteligência artificial são eficazes na melhoria dos sintomas de depressão e ansiedade de níveis ligeiros ou moderados, e também na melhoria das capacidades de resolução de problemas”, argumenta Lam Lon Wai.

A solução não é única e o deputado indica que este método está a ser desenvolvido em Hong Kong, pelo que acredita que Macau deve seguir o mesmo caminho. “Na região vizinha, uma equipa de académicos, apoiada pelo Centro de Inovação e Empreendedorismo da Universidade de Hong Kong, está a abrir novos caminhos no domínio dos cuidados de saúde, desenvolvendo a aplicação gratuita ‘Mental Health Partner’, que visa prestar apoio psico-social aos jovens”, afirmou. “A psicoterapia com IA, como complemento aos métodos tradicionais, é particularmente adequada para prestar assistência imediata quando há falta de profissionais”, acrescentou, como uma das vantagens destas ferramentas.

Lam Lon Wai questiona ainda o Governo sobre a existência de planos para “desenvolver plataformas de apoio psicológico baseadas na tecnologia de IA”, sugerindo que se adoptem ferramentas semelhantes aos bots de conversação utilizados na plataforma DeepSeek.

Mais cooperação

No caso de o Governo ter planos para desenvolver uma aplicação, o deputado pretende saber se vai ser feita através da “cooperação” entre departamentos da Administração, empresas tecnológicas e instituições académicas locais.

Ao mesmo tempo, Lam Lon Wai admite que, num primeiro momento, os cidadãos podem desconfiar deste tipo de ferramentas, principalmente devido à utilização de dados pessoais. Por isso, quer saber se haverá uma alteração a nível das políticas de privacidade, tendo em conta os novos desenvolvimentos.

Por outro lado, defende campanhas de sensibilização para os novos métodos: “Os residentes podem não compreender e não confiar nos serviços de apoio psicológico da IA, que envolvem dados pessoais mais sensíveis.

Gostaria de perguntar ao Governo como vai melhorar a aceitação pública de serviços que utilizem IA ou aplicações com novas tecnologias”, perguntou.

26 Fev 2025

LAG | Ho Ion Sang alertou para riscos económicos da baixa natalidade

Sam Hou Fai reuniu com os membros de Macau do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, e ouviu de Lao Nga Wong um pedido para aprofundar a implementação do nacionalismo, principalmente entre funcionários públicos

 

O desenvolvimento sustentável da sociedade e da economia está em causa devido à quebra da natalidade. O alerta foi dado por Ho Ion Sang, deputado e membro de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), num encontro com o Chefe do Executivo para discutir as Linhas de Acção Governativa (LAG) para este ano.

No âmbito da elaboração das LAG, na segunda-feira, Sam Hou Fai recebeu os membros de Macau no Comité Nacional da CCPPC. Durante a reunião com o líder do Governo o deputado local e também membro da associação tradicional dos Moradores alertou o Executivo para as consequências da queda da natalidade.

Segundo um comunicado do Gabinete de Comunicação Social, Ho Ian Sang terá dito que o “envelhecimento da população e a redução da taxa de natalidade já se tornaram num grande desafio que põe em causa o desenvolvimento sustentável da sociedade e da economia”. Por isso, defendeu que o Governo deve avançar com “o alargamento da licença de maternidade remunerada e da licença de paternidade, o aumento do subsídio de natalidade, a introdução de políticas favoráveis à família e à habitação, para reduzir os encargos com as crianças”.

Ho Ion Sang referiu igualmente que em Macau é difícil tomar conta de recém-nascidos, porque essa tarefa é feita pelos pais que continuam a ter de trabalhar. No sector privado, a licença de maternidade é de 70 dias úteis, enquanto a licença de paternidade é de cinco dias úteis.

Mais patriotismo

Na opinião de Lao Nga Wong, outro dos membros permanentes do Comité Nacional da CCPPC presentes na reunião, a prioridade do Governo deve passar pelo reforço do nacionalismo, porque só dessa forma se podem resolver os problemas da população.

Lao Nga Wong pediu ao Executivo para “aperfeiçoar o sistema de formação de políticos patrióticos de Macau e esforçar-se em criar uma equipa de trabalhadores da função pública com carácter e moral política, competentes e de alta qualidade, proporcionar quadros qualificados políticos suficientes para suportar a implementação estável e duradoura do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”.

Durante o encontrou Zhang Zongzhen sublinhou a necessidade de estabelecer uma escola técnico-profissional em Hengqin, para apoiar a construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin e a formação de mais quadros qualificados.

26 Fev 2025

Associação de PME considera encerramentos situação “urgente”

O presidente da Associação de Pequenas e Médias Empresas de Macau, Stanley Au Chong Kit, considera que o Governo deve ter como principal prioridade nas Linhas de Acção Governativa responder à onda de encerramentos de negócios. As declarações foram prestadas depois de um encontro com o Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, na segunda-feira.

“A situação mais urgente e actual é o encerramento das empresas. Acredito que a população viu muitas lojas encerradas em diferentes bairros do território. Às vezes, na mesma rua, há mais lojas encerradas do que abertas. Além disso, o maior problema é que Macau está a enfrentar um abrandamento económico contínuo”, afirmou Stanley Au, à saída do encontro, de acordo com o Canal Macau. “Se não resolvermos este problema, a sociedade não melhora”, acrescentou.

O empresário e dono do Banco Delta Ásia avisou também que a economia de Macau está a perder competitividade, e que a contínua redução do sector do jogo vai contribuir para agravar essa realidade. “Macau já perdeu competitividade. No passado, o território dependia muito do sector do jogo. De facto, desde a pandemia, em 2019, que a dimensão da indústria do jogo começou a diminuir”, justificou.

“No futuro acredito que o sector do jogo vai recuar de forma ainda mais rápida, devido aos novos casinos. Além disso, com a digitalização do renminbi, os pagamentos em Hong Kong e Macau vão ser cada vez mais digitalizados. Vai fazer com que menos dinheiro vivo entre nos casinos”, alertou.

Grandes adjudicações

Em termos dos problemas que afectam o território, de acordo com o Canal Macau, Stanley Au indicou também que a economia está a sofrer com a excessiva utilização de adjudicações directas de obras públicas. Nos últimos anos, este forma tem sido cada vez mais utilizada para adjudicar grandes contratos a empresas estatais com sede no Interior da China.

O bancário mostrou-se ainda preocupado com a queda contínua dos preços da habitação, uma tendência mais recente.

26 Fev 2025

Taipa | Incêndio no Edifício do Lago causa dois feridos

Além de duas mulheres hospitalizadas, 18 pessoas necessitaram de auxílio para serem retiradas do edifício, embora sem ferimentos. O combate às chamas foi dificultado pelo vento, dado que várias portas estavam abertas

 

Duas mulheres foram ontem transportadas para o Centro Hospitalar Conde São Januário, na sequência de um incêndio no Edifício do Lago, na Taipa. O caso aconteceu de manhã cedo, e à tarde, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, as autoridades desconfiavam que as chamas tivessem tido origem num curto circuito de uma televisão.

O Corpo de Bombeiros (CB) foi alertado para a emergência, por volta das 07h46, numa altura em que imagens do fogo circulavam online em vários grupos das redes sociais. Segundo o segundo-comandante do CB, Lam Chon Sang, inicialmente, as autoridades foram alertadas para um incêndio no 10.º andar do edifício. Contudo, no local, as operações de resposta à emergência acabaram por demorar mais tempo do que o previsto, porque os bombeiros tiveram de procurar das chamas, que estavam activas no 7.º andar e não no 10.º, como inicialmente alertado.
De acordo com as declarações de Lam Chon Sang, citadas pelo jornal Ou Mun, as operações de salvamento foram ainda dificultadas pelos danos causados no elevador de serviço, normalmente utilizado pelos bombeiros em caso de incêndio, o que obrigou a que o material para combater as chamas fosse transportado pelas escadas.

Quando chegaram ao andar do incêndio, no corredor, os bombeiros depararam-se com duas mulheres inanimadas. As feridas, uma com 79 anos e outra com 51 anos, foram retiradas do local, transportadas para o hospital e estavam ontem em estado grave. As duas viviam na habitação mais afectada pelas chamas.

Além das mulheres hospitalizadas, as operações de salvamento implicaram a retirada de outros 18 moradores, que necessitaram de ajuda para abandonar o edifício. Estas pessoas estavam em outros três andares do edifício, que não foram directamente afectados pelas chamas, e nenhuma precisou de receber tratamentos médicos.

Calor intenso

Sobre o combate às chamas, Lam Chon Sang explicou que os bombeiros encontraram um incêndio de grande dimensão no interior do apartamento onde se suspeita que o fogo tenha tido origem. Como consequência, o calor intenso sentido pelos “soldados da paz” obrigou a esforços redobrados e mais tempo do que seria expectável.

Além disso, o facto de várias portas no edifício estarem abertas, ao contrário do que é normalmente aconselhado, terá contribuído para que as chamas se tivessem propagado mais rapidamente graças ao vento. O segundo-comandante do CB indicou ainda como outra das principais dificuldades no combate ao incêndio a demora de cerca de 15 minutos para ligar as mangueiras ao abastecimento da água.

As chamas foram declaradas extintas por volta das 08h55, mas a fase de rescaldo prolongou-se até às 09h40. O apartamento onde tudo terá começado ficou muito danificado, além de ter havido mais duas habitações queimadas, com prejuízos de menor dimensão.

No total foram mobilizados para o incêndio 54 bombeiros, distribuídos por 12 veículo de resposta a emergências.

Segundo o canal chinês da TDM, vários residentes do Edifício do Lago queixaram-se que o alarme de incêndio não tocou. Sobre este aspecto, o Corpo de Bombeiros colocou a hipótese de o som ser fraco em alguns locais mais longe das chamas, dado que quando chegaram ao edifício o alarme estava a tocar.

IAS acompanhou o caso

Horas depois do incêndio, o Instituto de Acção Social (IAS) emitiu um comunicado a indicar estar muito atento aos desenvolvimentos e referindo ter pedido a associações tradicionais para se envolverem nas operações de apoio. “O Instituto de Acção Social está muito atento ao incêndio que ocorreu no Edifício do Lago, na Taipa. Após tomar conhecimento do acontecimento, foram imediatamente enviados ao local assistentes sociais, acompanhados dos trabalhadores de várias instituições de serviço social na Taipa, incluindo o Centro Comunitário da Taipa da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, o Centro de Serviços do Lago da Taipa da Federação das Associações dos Operários de Macau e o Centro de Apoio à Família Alegria em Abundância da Associação Geral das Mulheres de Macau, com o objectivo de proporcionar apoio emocional, aconselhamento e outros apoios necessários de acordo com as necessidades dos residentes”, foi comunicado.

De acordo com a mesma fonte, apesar da destruição em três habitações, à tarde não havia residentes a necessitar de “alojamento temporário” fornecido pelo IAS.

Associações no Edifício do Lago

Minutos depois das imagens do incêndio começarem a circular online, algumas das associações tradicionais surgiram no local para auxiliar as pessoas afectadas pelo incidente. Os funcionários de associações, como os Moradores ou as Mulheres, publicaram também nas redes sociais fotografias do local e divulgaram contactos telefónicos para quem necessitasse de assistência.

25 Fev 2025

Táxis | Número de infracções triplicou em Janeiro

Os dados mais recentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública apresentam uma redução da mortalidade rodoviária, com a ocorrência de zero casos em Janeiro, ao contrário das infracções dos taxistas que triplicaram face aos números de Janeiro de 2024

 

No mês de Janeiro, as infracções cometidas por taxistas triplicaram para 187 ocorrências, face ao período homólogo, de acordo com os dados mais recentes publicados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP).

Em Janeiro de 2024, os taxistas tinham cometido 61 infracções. No entanto, no mês passado as infracções subiram para 187, um aumento de 206,56 por cento. A principal infracção cometida pelos taxistas em Janeiro deste ano deveu-se à falta de respeito pela ordem de chegada nas praças de táxis. O facto de ultrapassarem outros colegas que estavam nas praças há mais tempo levou a um total de 126 infracções, uma subida significativa, dado quem em Janeiro do ano passado só tinham sido registadas quatro infracções do género.

Ao longo do primeiro mês deste ano, as autoridades identificaram ainda outras infracções, como seis casos de cobrança abusiva do preço, um aumento de quatro casos face ao período homólogo, 32 situações de recusa de transporte, um crescimento de dois casos, e ainda nove casos de “evidente desvio de percurso”, um número de ocorrências igual ao de Janeiro do ano passado.

Como resultado do maior número de infracções, aumentou o número de casos comunicados à Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), que subiu para 44, quando em Janeiro de 2024 tinha sido de 24.

Menos multas

Apesar de haver mais infracções a envolver taxistas, em termos gerais verificaram-se menos infracções no trânsito em Janeiro com um total de 60.415 infracções. Em Janeiro do ano passado, o número foi de 66.071 infracções, o que representa que em Janeiro de 2025 se registou uma diminuição de 8,56 por cento.

Com menos infracções, diminuiu o montante encaixado pelas autoridades com multas. Em Janeiro deste ano, o valor arrecadado foi de 16,11 milhões de patacas, uma redução de 6,68 por cento face aos 17,27 milhões de patacas registados em Janeiro de 2024.

Uma tendência positiva foi também registada ao nível dos sinistros nas estradas locais. Os acidentes de viação caíram de 1.351 ocorrências para 1.345 acidentes. Em nenhum dos acidentes houve vítimas mortais, o que contrasta com Janeiro do ano passado, quando uma mulher perdeu a vida nas estradas locais. Também se registaram menos feridos nos acidentes locais, com uma redução de 3,44 por cento de 465 feridos para 449 feridos.

No entanto, num aspecto negativo, o número de acidentes com peões cresceu 91,67 por cento, de 36 acidentes para 69 acidentes. Ao mesmo tempo, o número de infracções cometidas por peões ao atravessar as estradas teve uma redução de 67,68 por cento, de 1751 ocorrências para 566 ocorrências.

25 Fev 2025

Ultramarinos pedem criação de Academia sobre “Uma Faixa, Uma Rota”

A Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau defende a criação no território de uma “Academia Uma Faixa, Uma Rota”, durante uma reunião de recolha de opiniões para a elaboração das Linhas de Acção Governativa (LAG) do Executivo liderado por Sam Hou Fai. O pedido foi deixado pelo presidente da assembleia-geral da associação, Lao Nga Wong, que indicou a necessidade de atrair mais quadros qualificados para Macau.

De acordo com o comunicado oficial do encontro, Lao Nga Wong “a criação de uma academia de ciências ‘Uma Faixa, Uma Rota’ em Macau para atrair quadros qualificados de todo o mundo e construir uma equipa internacional de investigação científica”.

O empresário defendeu ainda a necessidade de explorar “os recursos turísticos da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau”, para criar aquilo que considerou ser uma grande atracção tanto para os turistas como para os residentes.

Lao Nga Wong defendeu ainda a necessidade de o Governo apoiar a entrada em bolsas de valores de empresas de Macau que têm actividade no âmbito do desenvolvimento tecnológico.

Por sua vez, o presidente da direcção da associação, Bi Chi Kin, apelou ao Governo para “promover a inteligência artificial” de forma a criar mais ferramentas de auxílio da tomada de decisões.

Bi vincou também que Macau tem de assumir a “responsabilidade de difusão bidireccional das culturas chinesa e ocidental” e que devem organizar as “festividades tradicionais” do território no exterior, para “difundir o poder brando cultural”.

Mais grupos de trabalho

No âmbito da preparação das Linhas de Acção Governativa, Sam Hou Fai também recebeu a União Geral das Associações dos Moradores de Macau. Os dirigentes associativos pediram ao Executivo para criar um novo grupo de trabalho, para coordenar a realização de obras viárias nas estradas do território.

Chan Ka Leong, presidente da associação, solicitou ainda ao Governo que adopte orientações públicas para “tornar mais claros e aperfeiçoados” os planos de desenvolvimento das áreas da saúde e da investigação científica, tidas actualmente como chave para a diversificação da economia.

De acordo com um comunicado do Governo, a reunião com os Moradores, grupo que tem três deputados na Assembleia Legislativa, ficou igualmente marcada pelos agradecimentos e elogios da presidente da associação, Ng Siu Lai, à actuação do Governo e à distribuição de apoios sociais.

24 Fev 2025

Diplomacia | RAEM classificada como adversária externa pelos EUA

O documento assinado por Donald Trump faz várias acusações à China, justificadas com a segurança nacional norte-americana. Entre as consequências do memorando, destaque para a proibição de empresas de Macau investirem em certas indústrias americanas

 

A Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) foi classificada como “adversária externa” dos Estados Unidos da América (EUA), no memorando “América Primeiro: Política de Investimento”, assinado na sexta-feira por Donald Trump. A nova política tem como consequência a restrição a nível dos investimentos realizados nos EUA por companhias de Macau em áreas como desenvolvimento tecnológico, energia e agricultura.

A integração de Macau, assim como de Hong Kong, deve-se ao facto de fazerem parte da República Popular da China (RPC). Além das três jurisdições chinesas, Trump definiu igualmente como adversários externos Cuba, Irão, Coreia do Norte, Rússia e Venezuela.

O documento revelado na sexta-feira justifica as restrições ao investimento com a necessidade de assegurar o “interesse nacional” do país norte-americano: “O investimento a todo o custo nem sempre é do interesse nacional. Certos adversários estrangeiros, incluindo a República Popular da China, dirigem e facilitam sistematicamente o investimento em empresas e activos dos Estados Unidos para obter tecnologias de ponta, propriedade intelectual e influência em indústrias estratégicas”, acuso o documento. “A República Popular da China prossegue estas estratégias de diversas formas, tanto visíveis como ocultas, e muitas vezes através de empresas parceiras ou fundos de investimento em países terceiros”, é acrescentado. Em nenhum momento do memorando surgem especificados quaisquer investimentos acusados de roubo de propriedade intelectual ou obtenção da tecnologia de ponta.

No documento consta ainda que a “segurança económica é segurança nacional” e que como a “RPC não permite que as empresas dos Estados Unidos se apoderem das suas infra-estruturas críticas, os Estados Unidos não devem permitir que a RPC se apodere das infra-estruturas críticas dos Estados Unidos”.

Obstáculos à economia

Até ontem, o documento e a classificação da RAEM como adversária externa dos EUA não tinha resultado em nenhum tipo de reacção por parte do Executivo local. No entanto, o Ministério do Comércio alertou que a nova situação vai criar vários obstáculos à cooperação internacional. “A decisão dos EUA de publicar o memorando ‘América Primeiro: Política de Investimento’ afecta seriamente a cooperação económica e comercial normal entre empresas chinesas e norte-americanas”, afirmou um porta-voz não identificado do Ministério do Comércio chinês, numa mensagem publicada através da Agência Estatal chinesa Xinhua e do Diário do Povo.

A mesma fonte referiu que as novas políticas afectam seriamente o ambiente de negócios para as empesas chinesas investirem nos Estados Unidos e que são “discriminatórias”.

De acordo com a Lei Básica, as relações externas da RAEM são um assunto da responsabilidade do Governo Central. Todavia, a RAEM pode “manter e desenvolver, por si própria, relações, celebrar e executar acordos com os países e regiões ou organizações internacionais” em áreas como a economia, comércio, finanças, transportes marítimos, comunicações, turismo, cultura, ciência, tecnologia e desporto”.

24 Fev 2025

JLL estima que habitações vão continuar a perder valor ao longo do ano

A agência imobiliária JLL estima que ao longo este ano o valor da habitação vai cair até 5 por cento, de acordo com o relatório mais recente sobre o mercado de Macau.

As quebras, que podem chegar a 5 por cento, foram estimadas tanto para a habitação de luxo, que em 2024 desvalorizou 11,4 por cento, como para as casas de médio e pequeno valor, que em 2024 perderam 9,7 do seu valor. “Os preços das casas em Macau caíram a pique desde a pandemia, com os preços globais a descerem mais de 20 por cento em relação ao pico do mercado. Algumas unidades registaram mesmo descidas no valor de 30 por cento”, afirmou Mark Wong, director de Consultoria de Valor e Risco da JLL em Macau.

A agência imobiliária admite que os compradores da habitação para revenda ficaram a perder dinheiro: “A correcção de preços no mercado da habitação levou a perdas substanciais para os proprietários de apartamentos que compraram apartamentos residenciais nos últimos anos, o que também afectou os seus interesses em investir ou só comprar habitação. Além disso, apesar de uma oferta adequada de habitação, a procura continua a ser limitada”, foi apontado.

Outras desvalorizações

Também os escritórios deverão perder valor ao longo deste ano, com a JLL a prever reduções que podem, tal como na habitação, chegar a 5 por cento, em termos do mercado como um todo, que desvalorizou 10,9 por cento em 2024, e dos escritórios de luxo, que desvalorizaram 8 por cento.

A JLL perspectivou ainda reduções que podem chegar a 5 por cento em termos dos espaços comerciais, depois de ter indicado que os valores das lojas foi encurtado em 9,4 por cento no último ano.

Apesar de prever desvalorizações generalizadas, a JLL acredita que em termos do mercado do arrendamento, deverá haver uma ligeira subida nas rendas de habitação, que podem aumentar até 13,7 por cento no segmento de luxo e 2,5 por cento nos restantes segmentos.

Nos escritórios, espera-se que as rendas desçam entre 4,5 e 6,0 por cento, enquanto nas lojas espera-se a manutenção do valor.

21 Fev 2025

Bairros comunitários | Governo quer instalar desenhos animados

O Governo está a negociar com diferentes empresas a autorização para instalar diferentes figuras com desenhos animados nos bairros comunitários, para atrair para estes locais mais turistas.

A revelação foi feita ontem pelo secretário pelos Transportes e Obras Públicas, depois de ter sido questionado sobre as medidas para embelezar os bairros e os tornar mais atractivos para os turistas.

Na resposta ao deputado Wang Sai Man, Raymond Tam explicou também que o Governo tem como objectivo, no âmbito do embelezamento da cidade, remover os cabos aéreos da cidade. No entanto, a lentidão do processo valeu algumas críticas ao Executivo, como fez a deputada Lo Choi In, que até deu como exemplo o caso do Japão, onde os cabos eléctricos aéreos foram todos removidos.

21 Fev 2025

Habitação | Raymond Tam garante construção de T2 e T3

O secretário admite que o objectivo do governo passa por criar um mecanismo de candidatura permanente para a compra de habitação económica e permitir que as famílias com casas pequenas possam mudar-se para outras maiores

 

O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, garantiu ontem que a política de habitação pública vai ter como prioridade a construção de apartamentos T2 e T3. A promessa foi deixada, ontem, na Assembleia Legislativa, onde esteve a responder às questões dos deputados.

“Na futura política de habitação pública vamos considerar a construção de mais habitações T2 e T3”, afirmou Raymond Tam, depois de ter sido confrontado com o facto de estes serem o tipo de habitação mais procurado pela população.

O secretário reconheceu que actualmente parte da população a viver em habitações económicas tem de lidar com o facto de os apartamentos vendidos se terem tornado demasiado pequenos com o crescimento das famílias. A habitação económica é um tipo de habitação vendida às pessoas a preços mais acessíveis face aos praticados no mercado.

Todavia, antes de se poder avançar com a construção de mais casas, Raymond Tam reconheceu que a solução de curto prazo vai ter de passar por criar um mecanismo em que as famílias a viverem num T1 ou T2 vão poder trocar para apartamentos com mais quartos. “No curto prazo, para resolver o problema, o podemos permitir a troca das fracções por outras maiores. É uma medida que pode ser tomada no curto prazo e que esperamos possa melhorar as condições habitacionais tanto nas habitações sociais como nas económicas”, indicou Tam.

As habitações sociais são um outro tipo de habitação pública para as famílias desfavorecidas, que são arrendadas pela Administração Pública com preços mais acessíveis do que os praticados no mercado privado.

Mudanças no preço

Ao longo da sessão, e com as mudanças no mercado privado, onde os preços são cada vez mais baratos, deputados como Leong Sun Iok, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), sugeriu uma redução dos preços da habitação económica.

“Actualmente, o preço da habitação privada e pública é praticamente igual, e isso influencia a vontade de comprar”, afirmou Leong. “A habitação económica só pode ser vendida no mercado ao fim de 16 anos, e com preços limitados, por isso deve ter preços acessíveis. Peço ao Governo para fazer uma avaliação sobre os preços actualmente praticados”, solicitou.

Um pedido semelhante foi apresentado pelo deputado Ron Lam: “temos de ter em conta a situação do mercado imobiliário que também está a sofrer mudanças”, vincou.

Por sua vez, Raymond Tam respondeu que a oferta de habitação na Zona A dos Novos Aterros vai ter em conta as mudanças no mercado, e garantiu que eventuais alterações estão “a ser analisadas”.

Sobre a possibilidade de haver um mecanismo permanente de compra de habitação económica, em vez dos residentes estarem limitados à abertura de concursos pelo Governo, Tam prometeu que essa vai ser a situação no futuro. No entanto, os planos devem demorar a ser implementados, devido à falta de casas disponíveis.

21 Fev 2025

APN | Sam Hou Fai reuniu com representantes de Macau

O Chefe do Executivo organizou um jantar para pedir aos representantes de Macau nos órgãos nacionais que sejam a “boa voz” do território. Em termos de política interna, solicitou a participação dos representantes na elaboração das Linhas de Acção Governativa

 

 

Sam Hou Fai pediu aos deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) e aos membros de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) que sejam a “boa voz” do território nas Duas Sessões, que deverão ocorrer próximas semanas. As Duas Sessões são as reuniões anuais da APN e do CCPPC e servem para apresentar as políticas para o corrente ano, em áreas como economia, defesa, comércio ou diplomacia.

O pedido do Chefe do Executivo foi feito durante um jantar com os representantes de Macau nos órgãos nacionais, que decorreu na noite de quarta-feira. No discurso Sam Hou Fai apelou aos representantes que apresentem as vantagens e necessidades de Macau “no novo desenvolvimento” para darem um “maior contributo para a construção de um país forte”, “revitalização da nação” e “progresso de Macau”.

O líder do Governo local insistiu igualmente na necessidade de promover o “desenvolvimento de Hengqin” bem como garantir “uma vida melhor dos residentes de Macau”.

Sam Hou Fai assegurou ainda que o Governo da RAEM presta “elevada homenagem a todos os deputados de Macau à APN e membros de Macau no Comité Nacional da CCPPC pela participação na governação do país, pela promoção do desenvolvimento de Macau, pela reflexão sobre os sentimentos e opiniões do povo e pela congregação do amor patriótico”.

Candidato com memória

De acordo com o comunicado oficial do Governo, Sam Hou Fai agradeceu a “atenção e apoio” dos representantes locais durante a “candidatura ao cargo do Chefe do Executivo” e “na organização do novo Governo”.

A nível interno, o governante apelou aos representantes que contribuam com “sugestões valiosas e apoio forte” para a elaboração das “linhas de acção governativa para o corrente ano”, as primeiras deste Executivo, que deverão ser apresentadas nas próximas semanas.

Em relação às LAG, Sam afirmou que o Governo “está a concentrar esforços para a elaboração” e que tem como objectivo “assegurar um bom começo [de governação] em todos os aspectos”.

O Chefe do Executivo revelou igualmente que “ao longo dos últimos tempos” tanto ele como a sua equipa “têm vindo a ouvir, de forma contínua e extensa, as opiniões e sugestões de todos os sectores da sociedade de Macau”. Sam Hou Fai considerou ainda que o processo dos encontros com as “associações e organizações” para elaboração das LAG tem sido “muito frutuoso e profundamente inspirador”. No entanto, deixou claro que só vai ouvir “associações patrióticas que amam Macau”.

21 Fev 2025

Cooperação | Águas de Macau preparada para abastecer Hengqin

Embora a concessão do abastecimento de água esteja limitada ao território da RAEM, a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau admite, caso seja convidada, ter capacidade para abastecer a Zona de Cooperação Aprofundada

 

A Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM) está preparada para abastecer a Zona de Cooperação Aprofundada, no caso de ser convidada para entrar neste mercado. A garantia foi deixada ontem por Nacky Kuan Sio Peng, directora-executiva da empresa, à margem de um almoço com os órgãos de comunicação social.

“Em termos do abastecimento de água, devido ao contrato de concessão, estamos limitados ao território de Macau e não fomos convidados para expandir o serviço [à Zona de Cooperação Aprofundada]”, começou por responder a responsável, quando questionada sobre a possibilidade de participar através do abastecimento de água na Zona de Cooperação Aprofundada entre Macau e Cantão na Ilha da Montanha. “Sem dúvida que temos a capacidade para fornecer a água a Hengqin. A nossa capacidade de fornecimento actual seria capaz de fazer esse abastecimento”, acrescentou.

Contudo, a directora-executiva da empresa não deixou de realçar que as Águas de Macau cooperam com diferentes universidades da Grande Baía em projectos de investigação como acontece as universidades de Sun Yat-sen ou Zhongshan.

Sobre a situação actual do abastecimento de água em Macau, Nacky Kuan revelou que no ano passado foi batido um novo recorde, com o fornecimento de 100 milhões de metros cúbicos, um aumento de 6 por cento face ao ano anterior.

Este aumento do volume de abastecimento de água foi explicado com a “recuperação geral do sector do turismo”.

Em relação a 2025, a dirigente explicou que “com a conclusão gradual de vários projectos de construção e de novos edifícios na Nova Zona Urbana e tendo em vista o desenvolvimento económico de Macau, a SAAM espera que a bombagem da cidade venha a aumentar cerca de 3 por cento em 2025”.

Mais capacidade

Sobre o ano que terminou, foi explicado que serviu para concluir a instalação de equipamentos e condutas de água na zona envolvente da Barragem de Ká Hó, o que permitiu aumentar “a capacidade efectiva total dos reservatórios locais para 2,64 milhões de metros cúbicos, o equivalente a 10 dias de consumo de água em Macau”.

No entanto, em termos dos novos aterros, a empresa diz esperar continuar a “cooperar com os trabalhos de construção de condutas de abastecimento de água e de condutas subterrâneas partilhadas na Zona A da Nova Zona Urbana, a fim de contribuir para o desenvolvimento contínuo da RAEM”.

O almoço de ontem serviu também para a empresa dar início às celebrações do 90.º aniversário, com Nacky Kuan Sio Peng a realçar que ao longo da história a qualidade da água tem vindo a melhorar progressivamente: “Desde a sua fundação em Macau, em 1935, a empresa expandiu a sua escala operacional, passando de pequena estação de tratamento de água a quatro grandes estações modernas, e evoluindo a partir de um processo mecânico de produção de água para um processo automatizado e actualmente digitalizado”, apontou. “A qualidade da água tem vindo a melhorar progressivamente desde os primórdios da empresa em que a água era submetida a um tratamento simples até à actualidade, em que são cumpridas as normas de água potável de Macau, da China, da União Europeia e da Organização Mundial de Saúde”, acrescentou.

20 Fev 2025

Justiça | TUI agrava pena de Kong Chi para 21 anos

Song Man Lei, José Maria Dias Azedo e Ho Wai Neng deram como provado que Kong Chi foi líder de uma associação criminosa e o ex-Procurador-Adjunto Kong Chi viu serem somados mais quatro anos à pena de prisão de 17 anos

 

O Tribunal de Última Instância (TUI) agravou a pena do ex-Procurador-Adjunto Kong Chi, por considerar que cometeu criou e liderou uma associação ou sociedade secreta. O acórdão com a decisão sobre os recursos apresentado pelos arguidos e pelo Ministério Público foi divulgado na noite de terça-feira.

A 17 de Janeiro do ano passado, Kong Chi tinha sido condenado a 17 anos de prisão, pela prática de 22 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 19 crimes de prevaricação, 7 crimes de violação de segredo de justiça, 3 crimes de abuso de poder, 1 crime de favorecimento pessoal e 1 crime de riqueza injustificada. No Tribunal de Segunda Instância, que julgou o ex-Procurador-Adjunto em primeira instância, Kong Chi tinha conseguido evitar a condenação pelo crime de associação ou sociedade secreta.

Contudo, no TUI, os juízes Song Man Lei, José Maria Dias Azedo e Ho Wai Neng deram como provado que Kong Chi foi o líder da associação o que permitiu agravar a pena final, mesmo se vários outros crimes tenham prescrito.

Em relação a Kong Chi, a pena a 21 anos de prisão resulta da condenação por 1 crime de direcção ou chefia de associação ou sociedade secreta, 10 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 2 crimes de violação de segredo de justiça, 3 crimes de prevaricação, 1 crime de abuso de poder, e 2 crimes de inexactidão dos elementos.

Ao mesmo tempo, face a Kong Chi, o TUI considerou prescritos 1 crime de corrupção passiva e 3 crimes de prevaricação, dando ainda como não provada a acusação por um crime de abuso de poder.

Casal envolvido

No entendimento do TUI, a associação criada por Kong Chi era ainda constituída pelo casal de empresários Choi Sao Ieng e Ng Wai Chu, os outros arguidos do caso que acabaram igualmente condenados.

Choi Sao Ieng vai ter agora pela frente uma pena de 16 anos de prisão que resulta da condenação por 1 crime de participação em associação ou sociedade secreta, 9 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 2 crimes de violação de segredo de justiça, 3 crimes de prevaricação, 1 crime de abuso de poder. Na primeira decisão, a empresária tinha sido condenada a uma pena de 14 anos de prisão, pela prática de 14 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 15 crimes de prevaricação, 6 crimes de segredo de justiça, 3 crimes de abuso de poder e 1 crime de favorecimento pessoal.

Por sua vez, Ng Wai Chu, cônjuge de Choi, foi condenado com uma pena de 10 anos de prisão, devido à prática de 1 crime de participação em associação ou sociedade secreta, 7 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 2 crimes de violação de segredo de justiça, 3 crimes de prevaricação, 1 crime de abuso de poder. Anteriormente, Ng tinha sido condenado a 6 anos de prisão pela prática de 2 crimes de corrupção passiva para acto ilícito, 2 crimes de prevaricação, 2 crimes de violação do segredo de justiça, 2 crimes de abuso de poder e 1 crime de favorecimento pessoal.

A advogada Kuan Hoi Lon chegou a ser acusada no âmbito deste caso, mas acabou absolvida pelo TSI, sem que este aspecto tenha sido alterado pelo TUI.

20 Fev 2025

AL | Kou Hou In quer mais articulação entre leis de Macau e do Interior

O presidente da Assembleia Legislativa pretende que os deputados se inspirem na forma como Shenzhen utiliza novas tecnologias para facilitar a governação e fornecer serviços mais convenientes aos cidadãos

 

O presidente da Assembleia Legislativa defendeu a necessidade de se avançar com medidas que melhorem a articulação das leis, regras e sistemas entre Macau e as cidades da Grande Baía. As declarações de Kou Hoi In foram citadas pelo jornal Ou Mun, após a visita de uma delegação de deputados a Zhuhai e Shenzhen.

Em jeito de balanço, o também empresário considerou que a visita oficial às cidades do Interior foi muito produtiva e que serviu para alargar os horizontes dos deputados, ao mesmo tempo que lhes permitiu ficar a conhecer melhor os feitos alcançados pela cidade de Shenzhen nos últimos 40 anos.

Sobre a cidade vizinha de Hong Kong, Kou Hoi In explicou que mostrou aos legisladores o “desenvolvimento pelo sector privado nas tecnologias de ponta”, assim como aplicação destas tecnologias aos serviços sociais, o que defendeu dever servir como inspiração para o desenvolvimento da RAEM.

Kou Hoi In defendeu assim um reforço da cooperação com Interior da China e sejam tidos como exemplos os feitos alcançados a nível das novas tecnologias de ponta para impulsionar o desenvolvimento da RAEM, melhorar a governação local, aumentar o nível dos serviços prestados, e tornar os serviços mais convenientes para os residentes.

O político recordou também que o Presidente Xi Jinping apontou a necessidade de continuar a promover a construção da Grande Baía, através de uma maior articulação das regras e dos sistemas em vigor tanto no Interior, como em Macau e Hong Kong.

Desafios em Hengqin

Sobre a Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin, o presidente da Assembleia Legislativa reconheceu que existem desafios para as empresas de Macau, que decorrem do facto de se aplicarem nesta zona o sistema e as regras do Interior da China. Kou Hoi In deu como exemplo os produtos alimentares que são desenvolvidos por empresas de Macau em Hengqin, mas que têm de ser identificados como “feitos na China”, em vez de “feito em Macau”.

O presidente da Assembleia Legislativa destacou ainda que esta foi a primeira vez que uma delegação da actual Legislatura visitou oficialmente Zhuhai e Shenzhen. Todavia, deixou o desejo que Macau e as cidades da Grande Baía se estudem mutuamente, e que as vantagens de Macau no âmbito do princípio “Um País, Dois Sistemas” sejam melhor entendidas. Neste capítulo, o político expressou a esperança que a Ilha Montanha possa ser aproveitada como um projecto experimental.

Na deslocação ao Interior, a delegação da AL visitou algumas das empresas mais conhecidas de alta tecnologia chinesas, como a BYD, Huawei e a empresa de drones DIJ. A delegação visitou ainda o cento de serviços municipais para conhecer as medidas digitais mais convenientes para os residentes, também participou numa actividade de intercâmbio com as autoridades legislativas de Zhuhai e Shenzhen.

20 Fev 2025

Habitação | Custo médio com redução de 17,5 por cento

Os dados divulgados pela Direcção de Serviços de Finanças revelam que no espaço de um ano as casas ficaram mais baratas, com a diferença do metro quadrado a atingir 15.278 patacas

 

Em Janeiro, o preço médio do metro quadrado da habitação registou uma redução de 17,5 por cento face ao período homólogo, de acordo com a Direcção de Serviços de Finanças (DSF).

Segundo os dados divulgados pelas autoridades, no primeiro mês do ano, o preço médio do metro quadrado da habitação foi de 71.917 patacas, o que representa uma redução de 17,5 por cento, em comparação com Janeiro de 2024. Nesse mês, o metro quadrado era comprado e vendido a uma média de 87.195 patacas, o que representa uma diferença de 15.278 patacas por metro quadrado.

Quando a comparação é feita entre Janeiro deste ano e Dezembro do ano passado, o preço médio do metro quadrado apresentou uma redução de 9,7 por cento, dado que em Dezembro de 2024 o preço médio foi de 79.619 patacas por metro quadrado. No espaço de um mês a diferença foi de 7.702 patacas.

Face a estes números, um apartamento com 75 metros quadrados avaliado em 5,97 milhões de patacas em Dezembro, valeria em Janeiro 5,39 milhões de patacas.

No que diz respeito ao número de transacções, Janeiro apresentou uma ligeira recuperação em relação ao que acontecia há um ano. No primeiro mês deste ano, registou-se um total de 270 transacções de habitação, um crescimento de 2,7 por cento, face às 263 transacções registadas em 2024.

O crescimento do número de transacções é mais significativo se a comparação for realizada entre Janeiro e Dezembro. No último mês do ano passado foram registadas 190 transacções. Janeiro representou, assim, um crescimento de 42,1 por cento no número de transacções, ou seja, mais 80 compras e vendas de habitação.

Taipa mais cara

Ao contrário da tendência normal, em Janeiro as habitações mais caras foram compradas e vendidas na Taipa, onde o preço por metro quadrado atingiu 78.744 patacas. Em comparação, em Janeiro de 2024, a média na Taipa era de 93.954 patacas por metro quadrado, enquanto em Dezembro de 2024 foi de 85.923 patacas.

Coloane, que é o local de Macau onde as casas tendem a ser mais caras, viu o metro quadrado ser negociado por 75.866 patacas, quando em Dezembro o valor médio foi de 99.972 patacas por metro quadrado. Em Janeiro de 2024, o preço do metro quadrado em Coloane era de 103.478 patacas.

Em relação à Península de Macau, o preço do metro quadrado foi de 67.023 patacas, enquanto em Dezembro de 2024 foi de 70.756 patacas. Em Janeiro de 2024, o preço por metro quadrado na Península de Macau era de 83.063 patacas.

19 Fev 2025

Banca | Actividade internacional regista crescimento em 2024

A proporção da actividade internacional do sector bancário de Macau aumentou no quarto trimestre de 2024, de acordo com os dados publicados pela Autoridade Monetária de Macau (ACMC).

A quota das aplicações financeiras nos mercados internacionais, no activo total do sistema bancário, cresceu de 83,3 por cento, taxa registada no final de Setembro de 2024 para o nível de 83,4 por cento, taxa reportada ao final de Dezembro de 2024.

As responsabilidades internacionais no passivo total do sistema bancário aumentaram de 80,5 por cento, no final de Setembro de 2024, para 80,9 por cento.

A moeda não local é a unidade principal nas transacções bancárias internacionais e no final de Dezembro de 2024, a pataca ocupava, uma quota de 0,8 por cento e 0,6 por cento no total do activo e no total do passivo financeiro internacional.

O dólar de Hong Kong, o dólar dos Estados Unidos, renminbi e outras moedas estrangeiras representaram 31,9 por cento, 39,3 por cento, 20,3 por cento e 7,6 por cento do total do activo internacional e 38,4 por cento, 38,5 por cento, 19,0 por cento e 3,5 por cento do total da responsabilidade internacional.

19 Fev 2025