João Santos Filipe SociedadeEmprego | Burladas em mais de 260 mil patacas Duas mulheres que estavam à procura de emprego a tempo parcial foram burladas em mais de 260 mil patacas, de acordo com a informação da Polícia Judiciária, citada pelo Jornal Ou Mun. O primeiro caso aconteceu no dia 16 e envolve uma residente de Macau, que respondeu a um anúncio onde se indicava que uma empresa de venda de produtos de beleza procurava pessoas para trabalharem na área do apoio aos clientes. Com a resposta à candidatura de emprego, a mulher foi informada de que os candidatos escolhidos iam receber uma comissão das vendas, pelo que tinham de pagar uma caução. No início, a mulher realizou um pagamento de 23.700 patacas, mas foi informada que devido a problemas técnicos tinham de pagar mais 45 mil patacas. Nessa altura a vítima percebeu que estava a ser burlada e exigiu que lhe devolvessem as 23.700 patacas. A partir desse momento nunca mais conseguiu contactar com a alegada empresa, pelo que apresentou queixa junto das autoridades. O segundo caso diz respeito a uma mulher do Interior, que também procurava um part-time online. Também neste caso foi pedido à vítima que pagasse cauções para a candidatura, o que ela foi fazendo de forma repetida, uma vez que lhe era dito que tinha ocorrido “um problema técnico”. No final, quando suspeitou de que estava a ser burlada, a mulher já tinha perdido mais de 236 mil patacas. Ambos os casos estão a ser investigados pela Polícia Judiciária, não havendo ainda informação sobre os criminosos.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCrime | Agente que recusou teste do balão condenado a 4 meses de prisão Além da condenação pelo crime de desobediência, o agente foi alvo de um processo disciplinar que terminou com a imposição de uma sanção de suspensão de funções Um polícia que recusou fazer o teste do balão, quando estava de folga e foi mandado parar numa operação stop, foi condenado a quatro meses de prisão, com a pena a ficar suspensa pelo período de dois anos. A informação foi actualizada recentemente no portal do secretário para a Segurança. O agente foi condenado pelo crime de desobediência. “Embora não tenha sido possível provar que o referido guarda bebeu álcool, com tal conduta o mesmo cometeu o crime de desobediência […] o Juízo Criminal do Tribunal Judicial de Base decidiu condenar o supramencionado guarda, que se encontrava em situação de folga, na pena de 4 meses de prisão, com suspensão da execução da pena por 2 anos, e inibição de condução pelo período de 5 meses”, foi revelado. Além da responsabilidade criminal, o agente foi alvo de um processo disciplinar concluído com a pena de suspensão de funções, de acordo com um despacho do Comandante do Corpo de Polícia de Segurança Pública, com a data de 23 de Junho. Ética e disciplina A infracção foi detectada no dia 19 de Março de 2023, quando o agente do CPSP, durante o período da folga, conduziu um veículo ligeiro em sentido contrário, no cruzamento da Rua de Coimbra e da Rua de Évora, na Taipa. Contudo, quando foi abordado pelos colegas de trabalho, depois de ter sido interceptado, recusou-se a fazer o exame para detectar o nível de álcool no sangue. O caso foi anunciado pelo próprio CPSP, que frisou não tolerar infracções dos agentes à disciplina imposta. “O CPSP lamenta profundamente o caso de desobediência praticado por um agente policial durante o período da folga, e reitera que não tolera qualquer acto de violação da lei e da disciplina”, foi dito na altura, em comunicado. O episódio serviu também para que o CPSP emitisse instruções internas aos agentes, a lembrá-los de que devem tomar atenção aos comportamentos, mesmo nos períodos de folga e respeitar a lei. “O CPSP tem vindo a prestar grande importância à ética profissional do seu pessoal, e o Comando ordenou, de imediato, às chefias das diferentes subunidades para reforçarem a educação e a supervisão disciplinar do seu pessoal, exigindo-lhes a tomada de atenção rigorosa ao seu comportamento e conduta pessoal, advertindo todo o pessoal que nunca deve desafiar a lei”, foi revelado.
João Santos Filipe Manchete PolíticaColoane | Nova Estátua de Kun Iam satirizada na Internet O novo projecto para a Barragem de Coloane tornou-se alvo de vários memes e críticas online, ao mesmo tempo que associações tradicionais de todos os quadrantes vieram a público defender a proposta do Governo A nova Estátua de Kun Iam planeada para o futuro Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá, onde actualmente se situa o parque de merendas da Barragem de Hac Sá, está a ser alvo de várias críticas e montagens sarcásticas nas redes sociais. Após o projecto ter sido apresentado no início desta semana, a polémica surgiu devido ao custo total do projecto, que vai ser de 1,6 mil milhões de patacas, quando a estimativa inicial apontava para 229 milhões de patacas. Os deputados Ron Lam e Pereira Coutinho foram duas das vozes mais críticas devido à derrapagem do orçamento do projecto, e não pouparam o facto de o custo da estátua gigante de Kun Iam ser de 42 milhões de patacas. As críticas também se prendem com o impacto que terá uma estátua gigante rodeada de betão numa zona verde, um dos poucos locais no território que permite o contacto com a natureza, e ainda face à falta de consulta pública para ouvir a população sobre o projecto. Neste ambiente de insatisfação começaram a surgir várias imagens online a fazer troça do projecto e a sugerir figuras alternativas para a estátua. Uma das propostas nas redes sociais propõe uma estátua com a imagem do polícia conhecido como “o pai do cheque pecuniário”. Este foi o agente que durante uma manifestação em Macau disparou para um tiro para o ar, criando uma situação de tensão, aliviada pelo lançamento do “programa de comparticipação pecuniária” pelo Governo de Edmund Ho. Outras das imagens partilhadas nas redes sociais sugere que a estátua preste homenagem a Guan Yu, o famoso general da Dinastia Han, que, segundo o portal China Highlights, é venerado como um Deus da Guerra. Guan Yu tem a particularidade de ser o Deus associado na cultura chinesa às polícias, mas também ao crime organizado, as tríades. Como Macau é uma cidade de casinos, houve também quem preferisse focar esse aspecto, ao propor que a estátua instalada no meio da natureza tivesse a forma de uma máquina de jogo. Amigos para a ocasião Apesar das várias críticas, as associações tradicionais vieram a público defender a construção da estátua e o elevado investimento público. Ontem foi a vez da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, presidida pelo membro do Conselho Executivo desde 2014 e deputado Chan Chak Mo, a defender o projecto, por considerar que vai permitir aos cidadãos terem mais espaços para actividades ao ar-livre. Também a Associação do Desenvolvimento da Juventude Chinesa, que tem como fundador e membro o deputado Si Ka Lon, considerou que o projecto vai ser benéfico para o território, podendo inclusive ser utilizado para “formar atletas de alta competição”. A única preocupação da associação, de acordo com um artigo publicado no jornal Ou Mun, passa pelo facto de as obras poderem afectar o trânsito em Coloane. Na quarta-feira, as associações dos Moradores, Operários e Mulheres, através de Chan Ka Leong, Lam Lon Wai e Wong Kit Cheng, respectivamente, vieram a público defender a proposta do Governo.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEconomia | Ho Iat Seng espera apoio do Bank of Communications A instituição bancária, que tem como principal accionista o Estado chinês, foi avaliada com nota positiva pelo Chefe do Executivo. Num encontro com o presidente do banco, Ho Iat Seng considerou que a instituição disponibiliza “serviços financeiros com qualidade e conveniência” O Chefe do Executivo pediu ao Bank of Communications para aproveitar as oportunidades de desenvolvimento económico do território. O apelo foi feito num encontro entre Ho Iat Seng e Ren Deqi, presidente do Conselho de Administração do banco que tem como principal accionista o Estado chinês. No encontro, Ho Iat Seng explicou que o Governo está focado “no desenvolvimento das quatros indústrias principais, incluindo a indústria de big health, a indústria financeira moderna, de tecnologia de ponta, de convenções, exposições e comércio, e de cultura e desporto” para “aperfeiçoar a estrutura económica de Macau”. O líder do Governo destacou depois que o sector financeiro é encarado como um dos aspectos essenciais e que “a segurança e a estabilidade do sector bancário são uma condição fundamental para o desenvolvimento sustentável e a diversificação da economia”. Neste sentido, Ho apontou “desejar que o Bank of Communications continue a aproveitar as suas vantagens para impulsionar e participar de forma activa no desenvolvimento da indústria financeira moderna de Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”. Além disso, pediu à instituição que disponibiliza “aos residentes de Macau serviços financeiros com qualidade e conveniência”. No ano passado, o Bank of Communications obteve em Macau lucros de 682 milhões de patacas depois de impostos. Rol de agradecimentos O encontro serviu também para Ho Iat Seng agradecer à instituição bancária aquilo que disse ser “o apoio, de longa data, ao desenvolvimento social e económico” do território, sublinhando que “a economia local está a recuperar de forma gradual” e que o “desenvolvimento regista uma tendência positiva”. Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração do Bank of Communications, Ren Deqi, prometeu “que o Bank of Communications continuará a reforçar o apoio financeiro às pequenas e microempresas, empresas privadas, inovação tecnológica, desenvolvimento sustentável e infra-estruturas, a fim de melhorar o desenvolvimento de alta qualidade da economia real”. O responsável adiantou também que a instituição vai continuar a “empenhar-se em apoiar a diversificação adequada da economia e a construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, com o objectivo de contribuir para a integração de Macau na conjuntura do desenvolvimento nacional”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeCrime | Mãe mata filha de 14 anos misturando “veneno” na comida O crime na zona norte foi revelado ontem pela Polícia Judiciária, mas terá acontecido mais de 24 horas antes de ter sido encontrado. Os bombeiros foram chamados ao local, para abrir a porta da casa, depois de várias tentativas falhadas de amigos para contactarem mãe e filha Uma adolescente de 14 anos foi alegadamente assassinada pela mãe de 50 anos, que misturou um cocktail de comprimidos e outras substâncias químicas na comida. O caso foi revelado ontem pela Polícia Judiciária (PJ), que ainda está a investigar os contornos do homicídio e da tentativa falhada de suicídio da mãe. De acordo com o relato preliminar das autoridades, o crime terá ocorrido num apartamento do edifício Hou Kong Garden, no bairro Toi San, na zona norte da península. As provas encontradas no local indiciam que a tragédia terá acontecido durante uma refeição, quando a mãe misturou na comida de ambas vários comprimidos e outras substâncias químicas que se revelaram fatais para a jovem. Quando as autoridades entraram na habitação, apenas a filha de 14 anos estava morta, tendo sido possível salvar a mãe, que apresentava vários sinais de fraqueza física. Na cena do crime foram também encontradas “várias” cartas de suicídio, alegadamente escritas pela mãe, e os restos de substâncias venenosas que terão sido misturadas com a comida da refeição fatal. Excluída está a hipótese de ter havido qualquer tipo de luta entre as duas, visto que ambas não apresentavam vestígios de conflito físico, como nódoas negras ou outros tipos de ferimentos. A análise preliminar feita ao corpo da adolescente levou ainda os investigadores a concluírem que o óbito teria ocorrido mais de 24 horas antes de ter sido descoberto, embora o motivo da morte só possa ser confirmado depois de realizada a autópsia. “Como o incidente envolve uma tentativa de suicídio e um homicídio, a Polícia Judiciária vai realizar uma investigação de fundo para apurar as causas da morte da vítima e descobrir os motivos que levaram a suspeita a actuar desta forma”, afirmou a PJ, através de um comunicado. Contactos falhados O caso foi descoberto na terça-feira, depois de o Corpo de Bombeiros ter sido chamado ao local, na sequência da impossibilidade de amigos entrarem em contacto com mãe e filha nos dias anteriores à bizarra descoberta. Os amigos pediram aos bombeiros que abrissem a porta da habitação, para averiguar se tinha acontecido alguma coisa. Quando entraram no apartamento, encontraram a mãe no chão de um dos quartos, praticamente sem força. A mulher recebeu assistência médica, mas a PJ não fez um ponto de situação sobre o seu estado de saúde. Quanto à vítima mortal, o corpo foi encontro noutro quarto da habitação, deitada na cama.
João Santos Filipe Manchete PolíticaFAOM | Defendido aumento de circulação de veículos em Zhuhai Wong Man Pan, vice-director do Conselho Consultivo das Comunicações da FAOM, considera que o número de quotas diárias para circular no Interior deve aumentar. O dirigente recusa ainda as queixas de comerciantes locais que dizem ter sido afectados pela medida A Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) defende que o número diário de carros autorizados a circular na província de Guangdong deve aumentar. A posição foi tomada por Wong Man Pan, vice-director do Conselho Consultivo das Comunicações e do Conselho dos Assuntos Políticos da FAOM, em declarações ao Jornal do Cidadão. Actualmente, a quota limite diária para a entrada de veículos de Macau na província de Guangdong está fixada em dois mil. No entanto, de acordo com Wong, a quota diária é demasiado curta e leva os residentes a estarem num permanente estado de “luta” para conseguir reservar a autorização. A situação agrava-se durante os fins-de-semana e feriados, quando mais famílias pretendem sair para a província vizinha, para tomar refeições, passear e fazer compras. Para fazer face à grande popularidade da medida, Wong considera que as autoridades de Macau devem negociar melhor com as autoridades do Interior, de forma a garantirem que mais residentes têm autorização para entrarem no país de carro. O representante de uma das principais associações tradicionais do território, sugere que caso o aumento das quotas seja difícil de atingir, que se pense em aumentar, inicialmente, apenas nos feriados e fins-de-semana, mantendo o número actual nos restantes dias. Procedimentos a melhorar Em termo de melhorias no programa que começou a funcionar este ano, Wong Man Pan considera que existem vários procedimentos que devem ser melhorados. Para o dirigente associativo, um dos aspectos a melhorar passa pelas quotas não utilizadas não poderem voltar a ser atribuídas. Por exemplo, se um condutor reservar uma quota e não passar a fronteira de carro, essa quota não volta a ficar disponível para ser atribuída a outro veículo. Segundo o responsável da FAOM, no caso de haver uma pessoa que desista e confirme a desistência atempadamente, a quota deveria voltar a ficar disponível, para outro condutor. O dirigente da associação pró-Governo recusou ainda as críticas recentes de vários comerciantes sobre o impacto das deslocações de carro para Zhuhai e para as restantes cidades da província vizinha. Segundo Wong a circulação para Zhuhai “não vai prejudicar” os negócios locais, porque “há sempre pessoas a entrarem e a saírem de Macau” e com o fim da pandemia “existem cada vez mais oportunidades de negócio”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeEstudo | Essência da comida macaense está a ser “diluída” A comercialização ligada ao turismo, a redução da comunidade e as mudanças geracionais estão a fazer com que a autêntica cozinha macaense esteja a caminho da diluição. A tendência é indicada num estudo publicado na revista Journal of Tourism and Cultural Change A comida macaense tradicional está em processo de diluição devido a várias alterações pós-era colonial e até o turismo contribui para ameaçar “esta arte culinária”. As conclusões são de um artigo publicado na revista científica Journal of Tourism and Cultural Change, com o título “An anatomy of the dilution of a local cuisine in a post-colonial destination – evidence from Macao” (A anatomia da diluição da cozinha local num destino pós-colonial – o caso de Macau, em português), da autoria dos académicos Ren Lianping (Instituto de Formação Turística), Henrique Fátima Boyol Ngan (IFT), Fiona X. Yang (Universidade de Macau), Ka Kui Yan (Universidade Politécnica de Hong Kong) e Rob Law (Universidade de Macau). Segundo o artigo, algumas das principais características da cozinha macaense resultam de ser uma “fusão de culturas”, ter por base receitas caseiras e uma forma muito característica de ser apresentada e cozinhada, transmitida ao longo dos anos de geração em geração. Contudo, as características da gastronomia macaense são igualmente identificadas como vulnerabilidades, para os autores. Uma das dificuldades apontadas na preservação da comida macaense, tem por base o facto de estar muito ligada à comunidade macaense. “Esta gastronomia, que originalmente se baseia em receitas caseiras/familiares, está intimamente ligada à comunidade macaense. As pessoas que não são macaenses têm um conhecimento muito limitado da verdadeira essência desta gastronomia, o que faz com que seja muito difícil preservar e transmitir a cozinha macaense, ao contrário do que acontece com outras gastronomias populares”, é justificado. A redução da população macaense é igualmente identificada como factor que contribui para a ausência de uma verdadeira “força de renovação” e para o acelerar da diluição de “diversas tradições e receitas”. “As novas gerações, que não memorizaram a essência da comida macaense tradicional, também enveredam pelo campo das inovações. Esta situação faz com que a diluição desta gastronomia se acelere”, é explicado. Outro dos vectores da desvirtualização da gastronomia macaense é o turismo. Por um lado, é indicado que apesar de ser uma das grandes atracções do território, muitos dos turistas não têm conhecimento sobre a comida, o que faz com que lhes possam ser servidas refeições longe do que é a comida tradicional. Por outro lado, com os restaurantes orientados para gerar lucros, as receitas tendem a ser alteradas de acordo com as opiniões dos clientes servidos, o que no entender dos autores até produz “alterações indesejadas” ao nível das receitas e que conduzem a uma ameaça à autenticidade. “A comercialização da comida macaense é uma das principais razões que tem diluído a imagem e o sabor desta comida”, é vincado. Caminho para a protecção Apesar do cenário de preservação da comida autêntica apresentar vários desafios, os autores indicam formas de preservar a essência da comida macaense. Segundo uma das formas apresentadas, e que já começou a ser praticada, as associações locais e a restauração devem cooperar para documentar ao máximo a maneira de cozinhar e apresentar os pratos macaenses, para manter viva a memória desta gastronomia. O estudo indica também que, apesar da população macaense estar a diminuir, esta tem apresentado uma grande capacidade de regeneração fundamental para a preservação das suas características e gastronomia. Neste sentido, é deixada a esperança de que a comunidade possa desenvolver mais actividades com vista à preservação da sua comida, como estudos ou seminários. Além de poder constituir uma ameaça, o turismo também pode ser a salvação. Os autores sugerem que se siga o exemplo do povo Cajun, descendentes da primeira vaga de colonizadores na América do Norte e que no século XVIII foi expulso do Canadá. Porém, este povo conseguiu estabelecer-se no Louisiana, no sul dos EUA, e através do turismo conseguiu preservar não só a sua gastronomia, mas também a sua identidade. “O palco do turismo é uma arena para a expressão de diferenças étnicas, e para ajudar a perpetuar as fronteiras étnicas, que de outra forma desapareceriam devido à aculturação”, é apontado. Finalmente, é destacado que a nomeação de Macau pela UNESCO como uma cidade gastronómica é um forte sinal de confiança para a protecção da comida macaense e que pode ser utilizado para manter a sua essência. O artigo foi escrito com base em entrevistas com donos e cozinheiros de restaurantes com comida macaense. Além disso, os investigadores recorreram a vários documentos sobre as tradições e comida macaense.
João Santos Filipe Manchete SociedadeColoane | Estátua de Nossa Senhora e placas da Via-Sacra estão a ser restauradas O desaparecimento da estátua da Rotunda de Seac Pai Van, em Coloane, gerou grande contestação online e houve mesmo quem pedisse ao Governo para que fizesse Macau “regressar à normalidade”. Por sua vez, Lo Choi In apelou a uma resolução rápida da situação A Estátua de Nossa Senhora e as placas da Via-Sacra que estavam instaladas na Rotunda de Seac Pai Van, em Coloane, desapareceram com as várias obras que decorrem no local. A questão gerou grande polémica nas redes sociais, levando inclusive a deputada Lo Choi In a questionar o desaparecimento. No entanto, de acordo com o portal do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), a retirada de um dos elementos mais característicos de Coloane deve-se à realização de trabalhos de recuperação. O portal do organismo liderado por José Tavares indica que no início do ano foi realizado um concurso público para a prestação do “serviço de recuperação das placas alusivas a via crucis e da estátua existentes na Rotunda de Seac Pai Van, Coloane”. Neste concurso público foram apresentadas, num primeiro momento, 11 propostas, das quais cinco foram excluídas, devido a desistências, falta de documentos, não cumprimento dos requisitos mínimos, entre outros motivos. Os trabalhos acabaram adjudicados, a 17 de Março, ao “Construtor Civil Lee Fat Kun” que se comprometeu a terminar o serviço dentro de 150 dias, por um montante de 645 mil patacas. Esta foi uma proposta com um preço muito mais baixo do que as restantes. A que mais se aproximou, a nível do valor, foi a proposta da empresa Jun Lei, que cobrava 1,17 milhões de patacas para realizar os trabalhos em 135 dias. Confusão online Apesar da informação constar no portal do IAM, a questão não deixou de levantar polémica, o que levou inclusive o tema a ser comentado por Lo Choi In, deputada ligada a Jiangmen, na página pessoal da rede social Facebook. “Cortarem árvores, removerem o património cultural ou reduzirem o número de lugares de estacionamento, todas estas acções são aceitáveis. Mas, a estátua da Nossa Senhora em Coloane está ligada a muitos sentimentos e memórias da população”, afirmou a deputada. “Apelo às autoridades que devolvam a estátua ao seu local original o mais depressa possível!”, acrescentou. A reacção da deputada é bastante moderada face a inúmeros comentários que surgiram num grupo de discussão sobre Macau na rede social facebook. Várias pessoas exigem ao Governo a devolução da estátua e acusam as autoridades de querer apagar a história e a memória colectiva do território. “Este Governo está a viver num mundo paralelo. Será que podem fazer Macau regressar à normalidade e devolver Macau às pessoas de Macau?”, questiona uma internauta. “Não basta estarem sempre a cavar a estrada, fazerem desaparecer monumentos históricos, cortarem as árvores antigas uma a uma, será que também vão desfazer Macau?”, acrescenta. Por outro lado, há quem tenha optado por partilhar as memórias ligadas à estátua. Uma internauta apontou que a estátua de Nossa Senhora foi instalada em Coloane, no ano de 1986, depois de terem ocorrido vários acidentes mortais naquela estrada. As reacções ao desaparecimento da estátua e placas da via-sacra voltam a colocar o IAM debaixo por falhas de comunicação. Na semana passada, o secretário para a Administração e Justiça pediu desculpa à população por várias árvores no Fai Chi Kei terem sido arrancadas, sem as devidas explicações.
João Santos Filipe Manchete PolíticaEsgotos | Associação das Mulheres pede medidas contra entupimentos O entupimento da rede pública dos esgotos durante a época das chuvas e dos tufões é uma das preocupações de Hoi Lok Man, directora executiva da Associação das Mulheres, que pede medidas de prevenção e mais inspecções Com o território em plena época de chuvas e tufões a Associação Geral das Mulheres apelou ao Instituto dos Assuntos Municipais (IAM) para reforçar o desentupimento e manutenção da rede de esgotos. O pedido foi feito por Hoi Lok Man, directora executiva, através de um texto publicado no portal da associação. De acordo com Hoi, recentemente o IAM desentupiu várias zonas baixas da cidade e removeu cerca de 200 toneladas de lixo dos esgotos públicos. Esta operação é encarada como “positiva” para assegurar a desobstrução da rede de esgotos, mas a dirigente associativa considera que o IAM tem de insistir nos trabalhos de desentupimento e manutenção da rede. A tomada de posição foi justificada com o facto de a associação considerar que o entupimento dos esgotos é um problema muito comum, que se repete todos os anos, quando o território entra na época de chuvas e tufões. A associação exige assim ao IAM que aumente a frequência das acções de desentupimento dos esgotos nas zonas com alta densidade populacional, nas zonas comerciais e industriais mais desenvolvidas, bem como nas zonas baixas da cidade. Outro problema abordado pela responsável ligada à Associação das Mulheres são as descargas ilegais, contra as quais é pedida mão mais pesada e campanhas de prevenção mais eficazes. Como solução para o problema dos entupimentos, Hoi Lok Man aponta também que se devem instalar sensores ao longo da rede, para se controlar e detectar problemas em tempo real, aumentando a eficácia e rapidez na resposta, minimizando situações problemáticas. Controlar árvores e taludes Como medida de prevenção face ao mau tempo, a responsável defendeu ainda mais acções de inspecção a árvores e taludes, para prevenir eventuais derrocadas, como aconteceu no passado. Neste sentido, Hoi Lok Man sugeriu que as autoridades cortem e fortaleçam as árvores para eliminar os riscos de queda de troncos e galhos. Hoi Lok Man focou igualmente o reforço de supervisão para as encostas, pedindo medidas oportunas de manutenção e apelou aos proprietários de encostas privadas para que assumam a responsabilidade da manutenção das mesmas, garantindo condições de segurança.
João Santos Filipe Manchete SociedadeIAM | Bloqueio a importações de alimentos do Japão na forja Uma posição comum, depois do Interior e de Hong Kong, também Macau se prepara para suspender as importações de produtos de várias regiões do país do sol nascente. Em causa, está a possível descarga de águas de Fukushima no oceano A descarga para o oceano das águas residuais nucleares da Central de Fukushima, no Japão, vai levar o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) a suspender as importações de alimentos de diversas áreas do Japão. O cenário foi confirmado por José Tavares, presidente do IAM, em declarações enviada à Rádio Macau. De acordo com o responsável, caso se confirme a descarga, o IAM vai “alargar imediatamente a área de suspensão de pedidos de importação de produtos alimentares para dez distritos”. Actualmente, está em vigor um bloqueio das importações de alimentos de Fukushima. No entanto, com a descarga a efectuar-se, o bloqueio às importações vai abranger mais nove distritos, nomeadamente Chiba, Tochigi, Ibaraki, Gunma, Miyagi, Niigata, Nagano, Saitama e Tóquio. O responsável do IAM explicou ainda que não está “está descartada a imposição da exigência de certificado de teste de radiação dos produtos alimentares frescos e vivos importados dos outros distritos”. Em relação ao impacto no mercado de alimentos locais, Tavares desvalorizou esse aspecto e indicou que as principais importações de “produtos marinhos” do Japão são provenientes das regiões de Hokkaido, Kagoshima, Fukuoka, Nagasaki e Ehime. À Rádio Macau, o responsável explicou também que o IACM actualmente realiza análises regulares aos produtos vindos do Japão e que até agora “não se detectou nenhuma anomalia”. Tema polémico A polémica em torno dos resíduos nucleares surgiu depois de o Governo do Japão ter anunciado a intenção de, no próximo mês fazer, uma descarga para o mar das águas residuais da Central de Fukushima, onde aconteceu um dos maiores incidentes nucleares da História em 2011. Apesar de a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), organização criada no seio das Organização das Nações Unidas (ONU), considerar que a descarga é segura, o plano tem encontrado oposição em vários países. Além da China, que em conjunto com as regiões de Hong Kong e Macau se prepara para fazer um bloqueio para os produtos do Japão, também a oposição da Coreia do Sul, ao contrário do Governo, tem sido muito vocal nesta matéria. Vários grupos de cientistas alertaram também para os perigos da descarga, como foi o caso de Robert H. Richmond, director do Laboratório Marinho Kewalo da Universidade do Havai em Manoa, nos Estados Unidos.
João Santos Filipe PolíticaGIF vai ser integrado nos Serviços de Polícia Unitárias O Gabinete de Informação Financeira (GIF) vai ser integrado nos Serviços de Polícia Unitárias (SPU), de acordo com a proposta do Governo de alterar a actual lei dos Serviços de Polícia Unitários, que data de 2001. A proposta, que ainda tem de ser votada na Assembleia Legislativa, onde não se espera qualquer oposição, foi apresentada na sexta-feira, no final de uma reunião do Conselho Executivo. De acordo com as explicações do porta-voz do Conselho Executivo, André Cheong, esta alteração estava prevista nas Linhas de Acção Governativa para este ano e pretende aumentar a “racionalização dos quadros e simplificação administrativa”, unindo “Gabinete de Informação Financeira e a Polícia, com vista a fortalecer a prevenção e combate à criminalidade”. Na apresentação genérica do diploma, que só será conhecido em detalhe depois de ser disponibilizado no portal da Assembleia Legislativa, foi explicado que os SPU passam a ser dotados da “atribuição e competência de participar na prevenção e no combate a actividades criminosas relativas ao branqueamento de capitais, financiamento ao terrorismo e financiamento à proliferação de armas de destruição maciça”. Da dependência Além disso, passa a ser previsto na orgânica dos SPU “um organismo dependente, dotado de independência técnica e funcional para a prossecução das novas atribuições”. Contudo, as alterações vão fazer com que sejam igualmente actualizados os diplomas de colocação de pessoal, nomeadamente o Estatuto dos agentes das Forças e Serviços de Segurança e a Alteração ao Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau e diplomas conexos. De acordo com a apresentação de sexta-feira, a alteração legislativa vai ser igualmente aproveitada para integrar os conteúdos da lei que define a Autoridade de Polícia Criminal no âmbito dos Serviços de Polícia Unitários na lei dos Serviços de Polícia Unitários. Actualmente, o Gabinete de Informação Financeira está sob a tutela do secretário da Segurança, pelo que este aspecto não vai sofrer alterações, e tem como coordenadora Chu Un I. Este gabinete foi criado em 2006, durante o Governo de Edmundo Ho, e nessa altura funcionava “na dependência e sob a orientação do Secretário para a Economia e Finanças”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaFai Chi Kei | Remoção de árvores leva Governo a desculpar-se O secretário para a Administração e Justiça reconheceu a existência de falhas na retirada de várias árvores da Zona do Fai Chi Kei, onde vai ser construída uma caixa de retenção de água para evitar as cheias A remoção de várias árvores na Rua do Comandante João Belo, no Fai Chi Kei, gerou várias críticas e o Governo reconheceu ter falhado na altura de comunicar com a população. Na sexta-feira, numa conferência de imprensa do Conselho Executivo, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, fez um ponto de situação dos trabalhos de retirada das árvores para a instalação da caixa de retenção de água (box-culvert) e pediu desculpas à população. “Tenho de pedir desculpas a todos [devido ao corte das árvores], porque houve realmente um vício nas operações. Não houve uma comunicação, nem um esclarecimento atempado junto da população”, afirmou André Cheong, que é igualmente porta-voz do Conselho Executivo. Em relação ao futuro, o governante reconheceu existir a necessidade de fazer uma revisão do “vício nos procedimentos operacionais”. Morrer de pé O secretário justificou depois a opção de cortar as árvores. Segundo o esclarecimento, o “Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) está a construir, de forma faseada, a estação elevatória e box-culverts na baía norte do bairro Fai Chi Kei”. A reboque destes trabalhos, também está a ser alargada a “via de trânsito junto da Rua do Comandante João Belo, a fim de aperfeiçoar as condições de trânsito na zona”. Durante os trabalhos foi feita uma “avaliação técnica” que levou a que apenas duas árvores fossem aproveitadas. “Após uma avaliação técnica, apenas duas [árvores] foram consideradas com valor de transplantação sendo que as outras casuarinas remanescentes foram retiradas porque já entraram em estágio de declínio, assim como pela redução das suas funções de protecção solar”, apontou André Cheong. “Fizemos uma avaliação das árvores e em termos de arborização não merecem ser removidas para outro local, por isso foram cortadas”, foi frisado. No entanto, quando os trabalhos forem concluídos, o responsável prometeu que “os serviços competentes irão plantar árvores mais adequadas ao ambiente da zona, com melhor função de protecção solar”. Canídromo esta semana O projecto para o terreno do Canídromo e do Centro Desportivo Lin Fong vai ser apresentado esta semana. O anúncio foi feito por André Cheong, que não revelou mais detalhes. No passado, foram vários os pedidos de construção de espaços para escolas no local. Além disso, também nesta semana vai ser apresentado o projecto para a construção de um campo de actividades juvenis em Hac-Sá e o plano de melhoria das instalações da Barragem de Hac-Sá.
João Santos Filipe SociedadeTakeaway | Cinco estabelecimentos multados desde Novembro de 2021 Desde 15 de Novembro de 2021, até ao final de Junho, tinham sido multados cinco estabelecimentos de takeaway devido a infracções à lei do Registo de Estabelecimentos de takeaway. A informação foi divulgada ontem através de um comunicado do Instituto para os Assuntos Municipais. De acordo com a informação divulgada, quatro estabelecimentos foram autuados pelo IAM por terem sidos abertos ao público sem possuir certidão, e um estabelecimento foi autuado por não ter exibido para o público as informações de registo. Até 30 de Junho, um total de 3776 estabelecimentos encontravam-se registados junto das autoridades. Com o comunicado de ontem, o IAM apelou aos estabelecimentos para se registarem, antes de iniciarem a operação. “O IAM volta a alertar o sector para a obrigação de todos os estabelecimentos de takeaway apresentarem o pedido de registo ao IAM antes do início de actividade, podendo as lojas abrir ao público apenas depois de possuírem a certidão de registo”, pode ler-se no comunicado. “Os estabelecimentos são obrigados a exibir publicamente as informações de registo e a certidão de registo deve ser obrigatoriamente afixada em local visível da loja física. No caso de exploração ou divulgação através da Internet ou aplicação móvel, é necessário exibir o número de registo do estabelecimento nos referidos meios”, foi esclarecido.
João Santos Filipe SociedadeTurismo | Índice de preços com subida de quase 20% O Índice de Preços Turísticos (IPT) foi de 137,24 no segundo trimestre de 2023, o que significa um crescimento de 19,47 por cento, face ao trimestre homólogo de 2022. De acordo com os dados revelados ontem pelos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) a subida deveu-se ao facto de os preços dos quartos de hotel e dos doces de pastelarias terem ficado mais caros. Em comparação com o preço do trimestre homólogo de 2022, os preços do alojamento aumentaram 150,74 por cento, enquanto os preços das actividades de divertimento e culturais cresceram 17,06 por cento. Por sua vez, o preço do vestuário e calçado aumentou em termos anuais 7,07 por cento. No segundo trimestre de 2023, o IPT desceu ligeiramente 0,70 por cento, quando comparado com o primeiro trimestre do ano. O índice de preços da secção alojamento diminuiu 10,56 por cento, em termos trimestrais, em virtude da queda de preços dos quartos de hotel. Por seu turno, o índice de preços da secção vestuário e calçado cresceu 8,92 por cento, em termos trimestrais, graças ao lançamento do vestuário de Verão. O IPT reflecte a variação de preços dos bens e serviços adquiridos pelos visitantes em Macau.
João Santos Filipe Manchete SociedadeNova Biblioteca | Agnes Lam questiona falta de estacionamento A ex-deputada Agnes Lam questionou a decisão do Governo de abdicar de parque de estacionamento subterrâneo na futura Biblioteca Central. A posição foi tomada através de um artigo da académica publicado no jornal Ou Mun. Entre 2007 e 2020, os planos apontavam para que a futura Biblioteca Central fosse construída no Edifício do Antigo Tribunal, na Avenida da Praia Grande, e até foi realizado um concurso público para a concepção do projecto naquele local. Contudo, em 2020, com a nomeação de Ho Iat Seng como Chefe do Executivo, foi anunciado que a futura Biblioteca Central seria mudada para a praça do Tap Seac, onde se encontra o antigo Hotel Estoril. Agora, Agnes Lam veio recordar que um dos argumentos utilizados para deslocalizar o projecto foram os potenciais problemas do trânsito e de falta de estacionamento na Avenida da Praia Grande. Face a este argumento, a ex-deputada questiona o facto de agora se abdicar voluntariamente da construção de um parque de estacionamento subterrâneo na nova biblioteca. “Se olharmos para o passado, a principal razão para mudar o local da biblioteca não foram as dificuldades na reconstrução no Antigo Tribunal, na verdade foi o problema do trânsito”, escreveu Lam. “Com esta decisão [de não construir o parque de estacionamento] há um desencontro entre as expectativas da população e a nova biblioteca”, acrescentou. Por outro lado, a académica alertou para a possibilidade da futura Biblioteca Central criar problemas para o trânsito daquela zona. “A capacidade de estacionamento na Praça de Tap Seac está praticamente esgotada e corre-se o risco de não haver mais locais de estacionamento disponíveis. Temo que a nova biblioteca vá criar graves problemas de trânsito no futuro”, alertou. Mais explicações Neste cenário, Agnes Lam admite que que se avance para a construção da biblioteca mesmo sem estacionamento, mas considera que é necessário explicar muito bem à população a opção. Ao mesmo tempo, a ex-legisladora apela ao Governo para que “oiça a população” sobre este assunto, antes de tomar uma decisão definitiva. Por outro lado, a académica afirmou é necessário preparar o futuro daquela zona de Macau, em matéria de trânsito, principalmente porque ao pé do edifício Holland Garden existe grande falta de estacionamento, o que tende a esgotar os lugares existentes ao pé do Tap Seac.
João Santos Filipe Manchete SociedadeFunção Pública | Recuperação leva a pedidos de aumentos salariais A Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Origem Chinesa espera que os funcionários públicos tenham um aumento dos salários de 3,3 por cento no próximo ano. O apelo foi feito por Cheong Koc Iun, presidente da associação, através de um artigo publicado no jornal Ou Mun, em que é sublinhada a necessidade haver uma “recompensa verdadeira” face ao trabalho dos últimos anos. Segundo Cheong Koc Iun, os salários dos funcionários públicos estão congelados há três anos e durante este período a associação compreendeu a necessidade de implementar políticas de austeridade, devido ao ambiente económico relacionado com a covid-19. Todavia, com os sinais da recuperação económica, o responsável considera que está na altura de reconhecer os esforços dos funcionários públicos. “A pressão da vida quotidiana aumentou bastante, mas a equipa de funcionários públicos não deixou de ser dedicada no cumprimento dos seus deveres, mostrando coragem e espírito de combate face à pandemia”, justificou o dirigente associativo. “Durante este período da pandemia os funcionários mereceram muitos elogios e distinções. Por isso, as associações têm sempre a esperança que o Governo reconheça os esforços e recompense os trabalhadores. Todos os reconhecimentos feitos até agora não passaram de elogios verbais, pelo que não se pode falar de uma recompensa verdadeira”, sublinhou. Estimativas de crescimento Além de mencionar o esforço do passado, a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Origem Chinesa justifica o pedido de aumentos de 3,3 por cento com o novo ambiente económico, e o fim do período mais complicado da crise económica. Para justificar as palavras, o presidente da associação indica que as estimativas da Universidade de Macau apontam para um crescimento anual da economia que pode chegar a 47 por cento, além de haver uma recuperação do número de visitantes. “A situação da economia e do emprego está a melhorar de forma gradual. As receitas brutas do jogo durante os primeiros seis meses ultrapassaram os 80 mil milhões de patacas”, apontou Cheong. “As receitas anuais do jogo devem ultrapassar os 170 mil milhões de patacas, o que reflecte que a economia está a recuperar e a crescer de formal satisfatória. As receitas fiscais do governo para este ano vão melhorar a olhos vistos”, destacou. Por outro lado, o dirigente associativo defende ainda que se siga o exemplo de Hong Kong, onde apesar da grave crise não deixou de haver aumentos, que variaram entre 2,87 por cento e 4,65 por cento. “Apesar das situações de Hong Kong e Macau serem diferentes, temos de compreender que as pessoas de Macau também estão a ser afectadas pela inflação e o aumento das taxas de juros, que tornam o custo de vida mais caro”, frisou.
João Santos Filipe PolíticaWong Sio Chak em Xangai para reforçar cooperação O secretário para a Segurança espera que a cooperação entre a polícia de Macau e de Xangai seja reforçada “em várias vertentes”. O desejo e objectivo foi deixado na principal praça financeira do Interior, durante o 19.º Encontro de Trabalho para a Cooperação entre as Autoridades Policiais de Xangai e Macau, que decorreu durante o dia de ontem. Na reunião, as partes fizeram uma retrospectiva sobre a situação da cooperação policial no ano transacto e discutiram o combate aos jogos de fortuna ou azar online transfronteiriços e aos crimes de burla nas telecomunicações e cibernética, o reforço da cooperação em matérias de interacção da aplicação da lei e de controlo de migração, bem como melhoramento de cursos de formação policial. De acordo com o comunicado oficial da delegação de Macau, Wong Sio Chak apontou “esperar um aprofundamento na cooperação entre as duas polícias em várias vertentes, e com base nos alicerces estabelecidos, bem como nos esforços conjuntos no combate à criminalidade transfronteiriça”. Wong destacou também que o reforço da cooperação vai permitir “salvaguardar a vida e os bens dos cidadãos, contribuindo para a prosperidade e a estabilidade das duas cidades”. O secretário fez ainda “uma apresentação relativa à situação da segurança em Macau e aos trabalhos desenvolvidos em torno da manutenção da segurança nacional no ano transacto”. Paz e pragmatismo Por sua vez, a delegação de Xangai foi liderada pelo Subdirector da Directoria Municipal de Segurança Pública de Xangai, Cai Tian. O responsável do Interior afirmou que, ao longo dos anos, “as polícias de Xangai e de Macau têm vindo a estabelecer uma cooperação policial abrangente, multinível e tridimensional, baseada nos princípios de cooperação normalizada, compartilha de recursos, acção conjunta regional e benefícios e vantagens mútuos, procurando assim concretizar uma cooperação estratégica, prática e eficaz”. Cai Tian admitiu ainda que “perante os novos desafios resultantes da complexa conjuntura internacional” as “polícias de Xangai e de Macau irão envidar esforços no sentido de estabelecer firmemente um conceito geral de segurança nacional e adoptar medidas mais pragmáticas e eficientes para garantir a paz e a estabilidade a longo prazo das duas cidades”.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHabitação Intermédia | Governo não se compromete com divulgação de preço O Governo recusou ontem comprometer-se com um calendário para a divulgação dos preços de compra das habitações intermédias, também conhecidas como habitações sanduíche. O tema foi abordado numa reunião da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa com os representantes do Executivo a limitarem-se a responder que o valor será divulgado “em tempo oportuno”. “Na altura da candidatura não haverá um preço anunciado, porque só vai ser anunciado em tempo oportuno”, afirmou Vong Hin Fai, deputado e presidente da comissão, citado pela Rádio Macau. “O Governo diz que o preço vai ser revelado no momento oportuno, que vai ser decidido pelo Chefe do Executivo […] Só com o desenvolvimento do projecto é que o Governo vai, através do despacho do Governo, fixar o preço de venda”, foi acrescentado. O mesmo procedimento vai ser adoptado para o rácio de compensação, ou seja, o montante que os proprietários das habitações intermédias vão ter de entregar ao Governo, no caso de venderam as habitações, passado o período de congelamento de 16 anos. Até 15 de Agosto Presente na Assembleia Legislativa, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, afirmou que a lei deve ser votada na especialidade, para depois poder entrar em vigor, até 15 de Agosto. “Já estamos na fase final [da análise do diploma], portanto estamos na discussão da versão final. Começamos no artigo 1.º e terminámos no 32.º. Na próxima semana começaremos no 33.º e acho que vamos terminar”, afirmou o secretário. “A comissão vai ficar em condições de elaborar o seu parecer e temos esperança de que antes das férias da Assembleia Legislativa, a 15 de Agosto, a lei possa ir ao plenário e ser aprovada na especialidade”, completou. Actualmente, o Governo deu início aos trabalhos para construir ente 7 mil e 10 mil casas de habitação intermédia. Ontem, o governante não adiantou pormenores sobre a calendarização, mas espera estar em condições de o fazer na próxima semana, quando voltar ao hemiciclo. No entanto, foi deixada a garantia de que a lei vai ser aprovada a tempo de ser feito o concurso para a venda das fracções, assim que estas estiverem terminadas. A habitação intermédia foi criada para responder às necessidades da população que não tem rendimentos para comprar uma habitação no mercado privado, mas que possui rendimentos superiores ao limite máximo para adquiri uma habitação social.
João Santos Filipe SociedadeEnsino | Elsie Ao Ieong reuniu com CCISP A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, apelou a um reforço da cooperação entre o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) de Portugal e as instituições de ensino superior locais. O apelo foi feito durante um encontro, na terça-feira, com Maria José Fernandes, presidente do CCISP. Segundo o relato do gabinete da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U salientou que a “Universidade Politécnica de Macau (UPM) e as outras instituições de ensino superior locais têm mantido um bom intercâmbio e cooperação com o CCISP “o que tem “contribuído positivamente para a formação de quadros qualificados bilingues em chinês e português”. Neste sentido, Elsie deixou a esperança que “a cooperação entre ambas as partes continue a ser reforçada, a fim de elevar o nível de internacionalização das instituições de ensino superior de Macau e de reforçar a sua cooperação académica com as instituições de ensino superior de todo o mundo”. Por sua vez, Maria José Fernandes terá destacado “a importância desta visita do CCISP a Macau” detalhando que o CCISP abrange 15 institutos superiores politécnicos com cerca de 150 mil estudantes. Por outro lado, a responsável deixou o desejo que “as duas partes possam, com base na boa cooperação já existente, reforçar ainda mais o intercâmbio de professores e estudantes, nomeadamente, reforçar a orientação conjunta de estudantes de doutoramento e o intercâmbio de estudantes de doutoramento”.
João Santos Filipe Manchete SociedadeAutocarros| Governo recusa aumentar idade limite de condutores Nick Lei pretendia prolongar as carreiras dos condutores de veículos pesados, mas o Governo recusou essa possibilidade. Os motoristas de veículos de turismo deixam de estar habilitados para exercer a profissão aos 65 anos O Governo afastou a possibilidade de aumentar a idade limite para os condutores de autocarros de turismo. A posição foi tomada na resposta a uma interpelação do deputado Nick Lei, ligado à comunidade de Fujian. Na interpelação, o legislador pedia, de forma a prolongar as carreiras profissionais de condutores de autocarros, um aumento da idade limite para desempenho das funções, que actualmente é de 65 anos. Contudo, a Direcção de Serviços de Turismo (DST), recusou a possibilidade. “É necessário considerar de forma geral em termos de condições físicas e mentais de condutores profissionais, os interesses sociais gerais e a segurança de utentes da via pública,” justificou Maria Helena de Senna Fernandes, sobre a posição tomada. Segundo a interpelação de Nick Lei, após três anos da pandemia, em que muitos condutores ficaram impedidos de exercer a profissão, o regresso à normalidade pouco mudou, porque vários profissionais ultrapassaram a idade limite. Esta é também uma realidade que afecta a mão-de-obra disponível. Quanto ao número de novos profissionais no sector, Helena de Senna Fernandes citou os números da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), e apontou que desde 2005 e até Maio foram formados cerca de 2.500 motoristas de veículos pesados. A responsável indicou ainda que para incentivar os locais a enveredarem pela profissão de motorista de veículos pesados os residentes podem fazer formação e serem reembolsados do custo do curso, depois de assinarem o contrato com uma empresa de autocarros. “Desde que o Governo lançou este mecanismo, em 2011, um total de 1.393 pessoas participou na formação e 1.096 pessoas conseguiram passar obter a licença”, afirmou a directora da DST. “Um total de 760 destas pessoas trabalham como condutores profissionais e 632 deles conduziam veículos pesados de passageiros como autocarros, autocarros turísticos e autocarros escolares, 128 deles conduziam em outras categorias como camião e táxi,” foi acrescentado. Acções de formação A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) lançou também três sessões de recrutamento de condutores de autocarros turísticos no primeiro semestre do ano, com 50 vagas e às quais responderam 26 candidatos. Entre estes, foram recrutados 11 motoristas. Outro dos assuntos abordados na interpelação, foi o estacionamento de autocarros turísticos. Nick Lei sugeriu a criação de zonas para estes autocarros nos bairros comunitários e a criação de estacionamento provisório nos terrenos recuperados pelo Governo. Sobre as sugestões, Helena de Senna Fernandes citou uma resposta da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego a indicar que qualquer decisão só será tomada depois de serem consideradas as condições ambientais, a taxa de utilização das instalações actuais e os utentes da via pública, porque as terras e recursos públicos em Macau são limitados.
João Santos Filipe Manchete PolíticaTransportes | Susana Wong destaca aumento de viagens de barco Apesar das dificuldades sentidas no pós-pandemia para retomar as ligações de transporte de passageiros, a directora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) traça um cenário de optimismo rumo à normalização Em Maio, a média diária de viagens de barco entre Macau, Hong Kong e o Interior aumentou para mais de o dobro, de acordo com a resposta de Susana Wong, directora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), a uma interpelação da deputada Ella Lei. “De acordo com os dados de Maio de 2023, a média diária de viagens de ida e volta nas respectivas companhias de navegação foi de cerca de 130, representando um aumento de mais do dobro na capacidade de transporte de passageiros em comparação com o período inicial da retoma das ligações marítimas”, escreveu Susana Wong Soi Man. Numa interpelação escrita, a deputada Ella Lei tinha questionado o processo de retoma das ligações entre Macau e o resto do mundo, principalmente tendo em conta o aproximar das férias. Em relação ao Verão, o Governo garantiu que a capacidade de transporte de passageiros poderá ser aumentada, de acordo com a procura pelos serviços. “As companhias de navegação vão, atendendo à procura durante as férias de Verão, considerar aumentar mais ainda as carreiras ou pontos de embarque, a fim de satisfazer as necessidades de deslocação dos residentes e turistas”, justificou. Sobre o facto de o território ter actualmente dois terminais de passageiros a operar, no Porto Exterior e na Taipa, a responsável sublinhou que esta estratégia não deverá sofrer qualquer alteração, mesmo que num dos terminais a utilização seja mais reduzida. “No caso de um dos terminais não poder prestar o serviço devido a um incidente, o outro poderá escoar o tráfego, assegurando a ininterrupção da prestação dos serviços de transporte marítimo”, apontou a directora da DSAMA. Dentro do normal Na resposta à interpelação, é ainda revelado pela governante que no futuro vai ser aberto um centro de serviços de check-in na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, para quem deseja apanhar um avião no Aeroporto Internacional de Macau. “Por outro lado, está a ser preparada a construção de um centro de serviços de check-in na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, a fim de atrair mais passageiros a deslocarem-se através do Aeroporto de Macau, e tendo em vista uma maior integração no desenvolvimento da Grande Baía”, foi indicado. Com base na informação fornecida pela Autoridade de Aviação Civil (AACM), é ainda descrito um cenário cada vez mais próximo da normalidade pré-covid-19. “A AACM salientou que a concessionária do aeroporto está pronta para retomar os serviços de transporte de ligação marítima, terrestre e aérea, suspensos nos últimos 3 anos devido à pandemia, estando, neste momento, a serem realizados trabalhos de coordenação com os serviços públicos e as respectivas operadoras, na expectativa de os mesmos poderem ser retomados o mais rápido possível”, foi avançado.
João Santos Filipe SociedadePolícia | Dirigentes tomaram posse Chan Io e Kong Wai Chon tomaram ontem posse como subdirector e do chefe de departamento da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau (DSFSM). A cerimónia foi realizada ontem tendo o evento sido presidido pela directora dos Serviços, superintendente-geral alfandegária Kok Fong Mei, que assistiu à prestação do compromisso de honra e à assinatura do termo de posse, por parte dos novos subdirector e chefe de departamento. O subdirector Chan Io começou a prestar serviço na DSFSM em 1996, sendo licenciado em Ciências Policiais e tendo concluindo o 6.º Curso de Comando e Direcção, ambos pela Escola Superior das Forças de Segurança de Macau (ESFSM), e a Licenciatura em Direito em Língua Chinesa da Universidade de Macau. Entre 2001 e 2018, desempenhou funções de chefia em diversas subunidades do CPSP, como chefe, substituto, do Departamento de Informações, chefe, substituto, do Departamento Policial das Ilhas, e chefe do Departamento Policial de Macau. Desde Janeiro de 2019, assumiu as funções do chefe do Departamento de Apoio Técnico da DSFSM, e, a partir de Abril de 2023, passou a exercer o cargo de subdirector, substituto, destes Serviços. Por sua vez, Kong Wai Chon, é licenciado em Ciências Policiais pela ESFSM, e ingressou no CPSP em 1997, prestou funções de chefia em vários departamentos do CPSP, nomeadamente chefe, substituto, do Departamento Policial das Ilhas, comandante do Departamento Policial de Macau, e chefe do Departamento de Trânsito. Desde Maio que passou a exercer o cargo de chefe, substituto, do Departamento de Apoio Técnico da DSFSM.
João Santos Filipe Manchete SociedadeLai Chi Vun | Proposta de parque temático com actividades aquáticas O académico Chi Fong Tang, da Universidade Politécnica de Macau (UPM), acredita que os Estaleiros de Lai Chi Vun podem ser transformados num parque temático com actividades aquáticas. A ideia surge no artigo com o título “Um Estudo sobre a Regeneração dos Recurso Turísticos Culturais nos Bairros Históricos de Uma Perspectiva da Economia da Experiência”, publicado recentemente na revista Destaques em Ciência, Engenharia e Tecnologia. A “Economia da Experiência” é um conceito desenvolvido na década de 1970 por Alvin Toffler, e ao contrário da indústria de serviços, em vez de focar a satisfação de necessidades físicas, satisfaz necessidades psicológicas, através da vivência de emoções e sensações pelos consumidores. É a partir desta perspectiva que Chi Fong Tang apresenta um modelo para o desenvolvimento da área de Lai Chi Vun, em Coloane, que prevê a criação de um parque temático, onde podem ser praticadas actividades aquáticas “com características locais” com temas como: os barcos, as pessoas, a água e a vila. Em relação ao parque temático, é sugerida a criação de um espectáculo permanente na água, com projecção de jactos, luzes, som, a fazer lembrar o ambiente dos estaleiros. Além disso, é proposta a disponibilização de bicicletas de madeira na zona para alugar e a criação de um mercado de comida flutuante. Recordar a Lorcha A nível da criação de um “parque cultural” dentro dos estaleiros, Chi Fong Tang indica a possibilidade de se realizarem workshops para as pessoas vivenciarem a experiência de construir um barco, além de um espaço museu, a explicar as principais técnicas de construção, assim como a contar a história das pessoas que habitavam na vila. Este parque cultural teria como tema a “Lorcha Macau”, com Chi a recordar que foi construída durante “o período mais glorioso da indústria naval de Macau” e que seria possível viver essas experiências, com que recurso às novas tecnologias, como a realidade virtual e realidade aumentada. Além do parque cultural e temático com espectáculos na água, o académico sugere ainda um maior aproveitamento da vila de Lai Chi Vun, por considerar que há “muitos estaleiros desocupados e terrenos vazios”, com a construção de uma “vila cultural”. Nesta vila, seria construído um hotel, a imitar as casas de madeira e pedra, como as casas dos velhos tempos, que também poderia ser utilizado para formar os quadros locais na área da hotelaria. As outras sugestões para esta área passam por espaços de exposições permanentes e temporárias.
João Santos Filipe Manchete PolíticaConsulado | Anunciados membros do novo Conselho Consultivo de Macau Jorge Neto Valente, António José de Freitas e Amélia António fazem parte do grupo de membros escolhidos para o Conselho Consultivo da área consular de Macau, que reuniu ontem pela primeira vez, de acordo com um comunicado do Consulado de Portugal em Macau e Hong Kong. O órgão presidido por Alexandre Leitão, por inerência ao cargo de cônsul, conta igualmente com a participação de Francisco Manhão, Catarina Cortesão Terra e Francisca Beja. No órgão, participam também automaticamente os conselheiros das Comunidades Portuguesas, Armando de Jesus, Gilberto Camacho e Rita Santos, assim como Ricardo Silva (chanceler do Consulado-Geral) e Patrícia Ribeiro, directora do IPOR – Instituto Português no Oriente. “Na escolha dos nomeados, o Cônsul-Geral procurou garantir que o Conselho Consultivo, no seu conjunto, seja representativo da diversidade da comunidade portuguesa de Macau em termos etários, de género, de origem, de área de actividade e de participação cívica”, foi justificado, em comunicado. “Em particular, assinala-se que a primeira composição tem 50 por cento de naturais de Macau e 41,7 por cento são mulheres”, foi acrescentado. A primeira reunião deste órgão aconteceu ontem e serviu para debater o modo de funcionamento interno, definir o número de encontros anuais e abordar a “promoção da língua e da cultura portuguesa”, o funcionamento da Escola Portuguesa de Macau, do Consulado e o relacionamento entre os utentes com alguns organismos da Administração Central da República Portuguesa. De acordo com o comunicado emitido ontem, “os conselheiros concordaram, ainda, com a criação de grupos de reflexão e aconselhamento temáticos para os assuntos de Hong Kong, económicos, e académicos e culturais”. Para estes grupos de reflexão vão ser convidadas “personalidades de inequívoca relevância” em Macau e Hong Kong. Previsto na lei Segundo o regulamento consular de Portugal, “junto de cada posto ou secção consular funciona um conselho consultivo da área consular, sempre que na área consular respectiva existam, pelo menos, 2.000 pessoas de nacionalidade portuguesa registadas ou residentes na área de jurisdição”. Ao Conselho Consultivo compete “produzir informações e pareceres sobre as matérias que afectem as pessoas portuguesas residentes na respectiva área de jurisdição consular, assim como elaborar e propor recomendações respeitantes à aplicação das políticas dirigidas às comunidades portuguesas”. Os membros do Conselho Consultivo da área consular são nomeados até 180 dias após a entrada em funções do titular do posto ou secção consular, cessando funções com a sua substituição.