Transportes públicos vão prolongar horários e frequências hoje à noite

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou ontem que ambas as companhias de autocarros públicos e o Metro Ligeiro vão reforçar os serviços de transportes e prolongar os horários de funcionamento esta noite, para corresponder ao aumento de passageiros nocturnos devido à passagem de ano.

O Governo adiantou que TRANSMAC e STCM vão prolongar 22 carreiras diurnas de autocarros até à 01h e 02h da madrugada no primeiro dia de 2025, e que as frequência de partidas de várias carreiras, incluindo as nocturnas, serão também aumentadas.

A DSAT indicou também que “todas as linhas do Metro Ligeiro vão prolongar o horário de funcionamento, a última partida da noite da passagem de ano será adiada para as 02h30”. Em paralelo, a DSAT coordenou também com as operadoras de jogo para prolongar o horário dos serviços de autocarros shuttle e aumentar as respectivas frequências.

O Governo irá também ajustar o trânsito em locais onde se espera maior afluência de pessoas para a passagem de ano. Assim sendo, a DSAT refere que “serão implementados condicionamentos provisórios de trânsito nas imediações da Torre de Macau, na Taipa e na Estrada do Istmo, com ajustamentos provisórios em algumas paragens de autocarros e na praça de táxis da Torre de Macau”.

Cidade em festa

Esta noite Macau será inundada de luz, cor e muita música e não vão faltar motivos para moradores locais e turistas celebrarem a entrada de 2025 (ver páginas de Eventos). No Cotai, destaque para o concerto de fim-de-ano da boys band de Hong Kong Mirror e para os espectáculos de fogo-de-artifício organizados pelos resorts integrados Venetian, Parisian e Londoner.

Além disso, o Instituto Cultural organizou dois pontos-chave para as celebrações, nas Casas-museu da Taipa e junto ao Lago Sai Van, na península, onde serão apresentados espectáculos musicais, dança e magia.

31 Dez 2024

SS alertam para aumento de casos de metapneumovírus na China

Os Serviços de Saúde (SS) lançaram na sexta-feira um alerta à população na sequência dos dados recentemente divulgados pelas autoridades de saúde do Interior da China, onde se regista “uma tendência de crescimento de casos de infecções por metapneumovírus humano”. O organismo liderado por Alvis Lo salientou que, “actualmente, não existe vacina para a prevenção do metapneumovírus humano e o tratamento é baseado principalmente no tratamento sintomático”.

As autoridades salientaram que a situação de infecção por metapneumovírus humano em Macau é considerada estável, prevendo que as infecções por gripe, covid-19 e metapneumovírus humano “tenham maior incidência no período de Inverno-Primavera”.

De acordo com os dados de monitorização do Laboratório de Saúde Pública dos Serviços de Saúde sobre as amostras de doenças do tracto respiratório, nos últimos anos, a taxa de positividade de detecção de metapneumovírus humano em Macau tem-se “mantido relativamente estável”.

Em 2024, a taxa média de positividade de detecção do vírus foi de 6,7 por cento. Este valor representa um ligeiro aumento em relação à taxa média entre 2021 e 2023 (4,6 a 6,1 por cento). Com a chegada do Inverno, as infecções por metapneumovírus oscilaram bastante, passando de 7 por cento em meados de Novembro, para 15,7 por cento no fim desse mês, voltando a descer para 10,3 por cento no início de Dezembro.

O que fazer

O metapneumovírus humano (HMPV) é um vírus respiratório agudo comum e tem sido detectado em todo o mundo desde que foi identificado pela primeira vez em 2001. Transmite-se principalmente por gotículas respiratórias ou contacto com secreções de doentes ou contacto com superfícies contaminadas e o seu período de incubação varia de três a seis dias.

Os principais sintomas incluem febre, tosse, congestão nasal, dificuldade respiratória ou falta de ar. Também pode causar bronquiolite ou pneumonia, e, geralmente, os sintomas são ligeiros e o doente pode curar-se sem ajuda médica. Os grupos de alto risco incluem bebés e crianças, idosos, pessoas com baixa imunidade e doentes com doenças crónicas.

Além de manter um estilo de vida saudável, os SS recomendam as vacinas contra a gripe e covid-19, o uso de máscara em caso sintomas de gripe e evitar deslocações a lugares densamente povoados.

30 Dez 2024

RAEM 25 anos | Sam Hou Fai quer atrair “talentos internacionais”

O novo Chefe do Executivo disse ontem, após tomar posse, que o território deve atrair mais profissionais qualificados do exterior para ajudar a diversificar a economia. Sam Hou Fai salientou também a importância de responder aos desequilíbrios económicos e de fortalecer a educação patriótica e a segurança nacional

 

Macau tem oficialmente um novo Governo, depois da cerimónia de tomada de posse, que foi ontem presidida por Xi Jinping. No primeiro discurso enquanto líder do Executivo da RAEM, Sam Hou Fai começou por agradecer a Xi Jinping e à sua esposa e afirmou sentir “profundamente o peso da responsabilidade e a honra da missão” que começou ontem.

“Irei liderar o novo Governo, com o forte apoio do Governo Central, unindo todos os sectores da sociedade, trabalhando juntos com determinação e inovando com integridade, implementando integral e firmemente a política ‘Um País, Dois Sistemas’”, prometeu Sam Hou Fai.

O governante garantiu que o novo Executivo irá defender “intransigentemente a soberania, a segurança e o desenvolvimento do país”, “fortalecendo continuamente a educação patriótica, apoiando o desenvolvimento e o fortalecimento das forças com amor à pátria e a Macau”.

No discurso que proferiu na cerimónia de tomada de posse enquanto Chefe do Executivo, Sam Hou Fai não esqueceu os múltiplos apelos de deputados e líderes associativos para responder aos problemas suscitados pela recuperação desequilibrada da economia na ressaca da crise nascida da pandemia. “A par de fomentar e desenvolver as indústrias emergentes, apoiaremos fortemente a reconversão e valorização das indústrias tradicionais e o desenvolvimento de pequenas e médias empresas, resolvendo problemas do desenvolvimento económico” desequilibrado e descoordenado.

Quadros e bem-estar

Além das promessas de fortalecer associações e forças nacionalistas, Sam Hou Fai comprometeu-se com a resolução dos “problemas concretos que preocupam os cidadãos, como a segurança social, cuidados de saúde, protecção dos idosos, educação infantil, transporte e renovação urbana”.

O antigo magistrado que presidiu ao Tribunal de Última Instância prometeu também acelerar “a criação de uma área de aglomeração de talentos internacionais de alta qualidade” na RAEM.

Sam Hou Fai prometeu no discurso melhorar “os sistemas e mecanismos de educação, ciência e tecnologia, e talentos”. O novo líder de Macau garantiu ainda que a região vai ligar-se “proactivamente com o mundo [e] desempenhar plenamente o papel da plataforma sinolusófona”.

Durante a campanha, o então candidato chegou mesmo a dizer que os casinos tiveram um desenvolvimento desequilibrado, atraindo demasiados recursos humanos, “o que é desvantajoso para o desenvolvimento a longo prazo de Macau”. Com Lusa

Conselho Executivo | Sam Hou Fai preside a primeira reunião

O Conselho Executivo realizou ontem de manhã a primeira reunião, presidida pelo Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, logo após a tomada de posse. O novo líder do Governo agradeceu a todos os membros por terem aceite o convite para integrarem o Conselho Executivo, e fez uma breve apresentação sobre o regimento do Conselho e as responsabilidades dos seus membros.

Sam Hou Fai deixou ainda esperanças de que os membros “apresentem opiniões valiosas e sirvam de forma empenhada a RAEM”. O Chefe do Executivo e os membros do Conselho Executivo trocaram ideias sobre a “aprendizagem séria e a compreensão profunda do espírito consagrado nos importantes discursos do Presidente Xi Jinping, proferidos durante a sua visita a Macau”.

21 Dez 2024

RAEM 25 anos | Xi pediu abertura e maior ligação a países de língua portuguesa

Xi Jinping salientou a singularidade de Macau por ser o único local no mundo em que o português e o chinês são as línguas oficiais e pediu uma cooperação abrangente com os países de língua portuguesa. O Presidente chinês desafiou o próximo Governo a melhorar o ambiente de negócios para atrair investidores estrangeiros

 

Na tomada de posse do novo Governo liderado por Sam Hou Fai e dos titulares dos principais cargos da RAEM, o Presidente Xi Jinping, que presidiu à cerimónia, sublinhou quatro expectativas que tem para o novo Executivo: A diversificação adequada da economia, a elevação da eficácia governativa, a abertura ao exterior, que inclui o reforço das relações com os países de língua portuguesa, e a defesa da estabilidade da sociedade.

As características únicas de Macau foram a tónica do discurso do Presidente da República Popular da China (RPC), que salientou que a RAEM deve “continuar a cooperar em todos os aspectos com os países de língua portuguesa”. Xi Jinping sublinhou que Macau é “o único local do mundo que tem como línguas oficiais o português e o chinês” e defendeu que a cidade tem de aproveitar “a sua singularidade” para desempenhar “o papel de plataforma entre a China” e os países lusófonos.

Macau tem “desempenhado um papel muito importante ao longo da história” da China, como “uma janela para o exterior”, “aproveitando a sua vantagem única de ser a mistura de diferentes culturas”, disse o líder chinês.

Neste aspecto, Xi sublinhou que Macau precisa assumir “uma atitude mais tolerante, mais aberta, de estabelecer mais laços de cooperação com o exterior”, para “projectar a imagem” da região a nível global e ter “o seu lugar no palco internacional”.

Para conseguir elevar o relevo internacional, o Presidente da RPC defendeu a necessidade de “optimizar o ambiente de negócios” e “renovar as leis que têm a ver com o comércio” de forma a “atrair mais recursos e investidores internacionais”. Recorde-se que a Assembleia Legislativa está actualmente a discutir uma proposta de lei para encorajar a criação de fundos de investimento que possam atrair investidores do estrangeiro, incluindo dos países lusófonos.

Redes sociais

No discurso que marcou a cerimónia da tomada de posse do novo Governo da RAEM, Xi Jinping apelou ao próximo Executivo para “alargar a rede de amigos”, “continuar a ser aberto ao exterior”, “fomentar o intercâmbio entre os chineses e os estrangeiros”. O líder chinês deu como exemplo a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, o enorme programa estratégico de infra-estruturas internacionais lançado em 2013.

De acordo com o Presidente chinês, Macau precisa de “fazer reformas” para diversificar a economia, altamente dependente do turismo e dos casinos.

Nos primeiros nove meses do ano, os serviços turísticos representaram 79,7 por cento da economia da cidade. Xi Jinping lembrou que “o Governo Central decidiu desenvolver Hengqin com o objectivo de diversificar a economia de Macau, de facilitar a vida e o emprego dos cidadãos de Macau”.

O líder chinês alertou que a aposta na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau “é para persistir” e que “não podem desenvolver indústrias fora desta iniciativa”, defendendo também que a RAEM deve, “de uma forma proactiva, participar no desenvolvimento da Grande Baía” Guangdong–Hong Kong–Macau.

Milagre Macau

Os históricos progresso alcançados por Macau desde o retorno à pátria foram também mencionados ontem pelo Presidente chinês, que afirmou que a felicidade e sentimento de segurança da população aumentaram significativamente nos últimos 25 anos.

Xi Jinping realçou o fortalecimento da economia e das condições de vida, nomeadamente no que diz respeito ao emprego, habitação, educação, cuidados de saúde e qualidade de vida no geral. O crescimento do produto interno bruto (PIB) da região, que foi multiplicado por sete desde a transição de administração, também foi referido pelo Presidente chinês, em particular o PIB per capita que está entre os mais elevados do mundo.

A defesa da segurança nacional foi outro tópico sublinhado entre os objectivos que Macau deve salvaguardar de forma inabalável. Xi Jinping salientou também que o Governo Central respeita as diferenças entre os “Dois Sistemas”, garantindo o elevado grau de autonomia de Macau governado pelas suas gentes.

Moradores | Ng Sio Lai destaca necessidades económicas

A deputada por Macau da Assembleia Popular Nacional e presidente da Associação dos Moradores, Ng Sio Lai, considera que a prioridade da RAEM para os próximos anos tem de passar pela melhoria da situação económica do território e o aproveitamento das vantagens do princípio “Um País, Dois Sistemas”. As declarações foram prestadas ontem pela presidente da associação tradicional ao canal chinês da Rádio Macau, em relação aos discursos de Xi Jinping. Ng Sio Lai prometeu também que a associação vai assumir o papel de contribuir para o desenvolvimento de Macau, ao fazer a ligação entre as aspirações da população e o Governo. A associação conta actualmente com três deputados na Assembleia Legislativa, Ho Ion Sang, Leong Hon Sai e Ngan Iek Hang.

Cooperação | Chui Sai Peng promete colaborar com Governo

Chui Sai Peng, deputado de Macau na Assembleia Popular Nacional e na Assembleia Legislativa, prometeu fazer todos os esforços para ajudar o Governo a tornar Macau melhor. As declarações foram prestadas à Rádio Macau, em reacção ao discurso de quinta-feira à noite de Xi Jinping. Segundo Chui Sai Peng, o discurso do Presidente chinês ajudou-o a perceber melhor a grandeza de Macau, e a sentir-se mais feliz com os feitos alcançados nos últimos 25 anos. Além disso, o deputado afirmou que é necessário continuar a trabalhar para que os residentes de Macau tenham um maior sentimento de felicidade e segurança.

Patriotismo | Chan Hong espera que população aprenda com Xi

A deputada por Macau na Assembleia Popular Nacional Chan Hong quer que a população aprenda as esperanças e expectativas que o Presidente Xi Jinping apresentou nos seus discursos e que as ponha em prática, para contribuir para o “grande rejuvenescimento da nação chinesa”. Foi desta forma que a deputada e vice-directora da Escola Hou Kong reagiu ao discurso de Xi Jinping, indicando a necessidade do Governo e da sociedade, em conjunto, “consolidarem a base social do patriotismo e amor por Macau”, “construírem uma plataforma para os jovens” e “reforçarem as forças de Macau”, para aprofundar os contributos para o país.

Economia | Wong Kit Cheng quer mais inovação

A deputada Wong Kit Cheng acredita que no futuro a RAEM precisa de continuar a inovar para se desenvolver. Em reacção às palavras de Xi Jinping, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, a deputada ligada à Associação das Mulheres indicou que Macau tem de fazer “um bom trabalho como plataforma” e assumir o papel que lhe foi atribuído pelo Governo Central. Além disso, Wong Kit Cheng insistiu que é necessário continuar a trabalhar no âmbito da diversificação “moderada” da economia.

Estudantes | Associação quer mais jovens em Hengqin

A secretária-geral da Associação Geral de Estudantes Chong Wa de Macau, Si Nei Na, afirmou que face aos discursos de Xi Jinping, o Governo de Macau deve focar-se em promover o desenvolvimento dos jovens e incentivá-los a integrarem-se no desenvolvimento nacional, principalmente através da Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, Si Nei Na defendeu que Macau deve apostar em fazer um bom trabalho a nível das relações internas e externas, e no desenvolvimento do papel da RAEM como plataforma.

Fórum Macau | Palestra vai estudar discursos de Xi Jinping

O Governo vai organizar hoje, pelas 15h, uma sessão para estudar os discursos proferidos por Xi Jinping durante a visita a Macau. O evento com o nome “palestra sobre a aprendizagem, difusão e implementação do espírito dos discursos importantes do Presidente Xi Jinping no âmbito da visita a Macau destinada a todos os sectores da sociedade de Macau” vai decorrer no Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa e é fechado à população. Com Lusa

21 Dez 2024

Obras públicas | Governo nega quinta ligação entre península e Taipa

Depois da consulta pública, no fim de 2019, o Governo voltou atrás na ideia de construir a quinta ligação entre a península e Macau. O projecto, que não vai sair da gaveta, implicava a criação de um túnel subaquático ao lado da Ponte Governador Nobre de Carvalho. A DSOP sublinha que a Ponte Macau já alivou o trânsito entre Macau e as Ilhas

 

Afinal não haverá outra ligação entre a península e a Taipa. Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lei Chan U, o Governo revelou que não será construída a quinta ligação às Ilhas, que chegou a ser projectada como um túnel subaquático ao lado da Ponte Governador Nobre de Carvalho, entre as zonas B e D dos novos aterros. O túnel teria 2.400 metros e seis faixas de rodagem de duplo sentido onde o limite de velocidade seria fixado em 60 quilómetros por hora.

O director dos Serviços de Obras Públicas (DSOP), Lam Wai Hou, começa por referir o plano director da RAEM, que “prevê a organização racional das infra-estruturas públicas” e “um sistema global de transportes que inclua o Metro Ligeiro, com o intuito de ligar e desviar o transporte entre as várias zonas” para esclarecer que “não está planeada uma 5.ª ligação Macau – Taipa”.

Lam Wai Hou acrescenta que, “neste momento, com a conclusão da Ponte Macau, que desempenha um papel de alívio do trânsito entre Macau e a Taipa”, a DSOP “irá observar de perto a respectiva eficácia e acompanhar os trabalhos das infra-estruturas públicas, consoante as exigências do planeamento”.

Estudos e lamas

Recorde-se que a construção da quinta ligação gerou alguma polémica com especialistas a discordarem das conclusões de um estudo de impacto ambiental que determinou a viabilidade do túnel subaquático. O estudo encomendado ao Shanghai Investigation, Design & Research Institute Co, Ltd concluiu que o projecto resultaria “num certo impacto no ambiente circundante”, mas que seria temporário, reversível e passível de ser minimizado “através de medidas de protecção ambiental adequadas”.

Na interpelação escrita, o deputado dos Operários sugeriu ainda ao Executivo que a zona D dos novos aterros não deveria adoptar a forma de uma ilha, mas uma extensão da zona costeira da Taipa. Lei Chan U justificou a pertinência da alternativa com a redução das dificuldades de construção de infra-estruturas nesta zona no futuro, o impacto paisagístico e a possibilidade de manter a largura do canal entre Macau e Taipa, garantindo a segurança da navegação.

Porém, o Governo não acatou a proposta. “O projecto de aterro da Zona D é elaborado de acordo com o Plano de Aterro das Novas Zonas Urbanas da RAEM, já aprovado, não havendo, neste momento, planos de alteração”, vincou o director da DSOP.

13 Dez 2024

Colina da Taipa | Construção de túnel custará entre 413 e 438 milhões

Realizou-se ontem o acto público de abertura das propostas do concurso público para a construção e concepção do Túnel da Colina da Taipa Grande e das suas ligações – Ligação norte.

Das 11 propostas recebidas pela Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP), os preços variaram entre 413 milhões de patacas e 438 milhões de patacas, com o prazo proposto de 540 dias de trabalho.

A proposta mais barata foi apresentada pela Companhia de Construção de Obras Portuárias Zhen Hwa, enquanto a proposta com o valor mais elevado foi apresentada pelo Consórcio de Companhia de Construção e Investimento Predial Ming Shun e a China Railway Major Bridge Engineering Group.

A DSOP indica que a “construção do Túnel da Colina da Taipa Grande é um dos projectos rodoviários importantes do Governo da RAEM e uma linha de extensão no lado da ilha em direcção à Ponte Macau”. Porém, a “Colina da Taipa Grande constitui um obstáculo entre a Rotunda do Aeroporto no Cotai e a Ponte Macau”, daí a necessidade de construir o túnel rodoviário. A obra tem como objectivo aliviar a pressão do trânsito na Avenida Wai Long, Estrada de Pac On, Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa e Aeroporto Internacional de Macau.

A ligação norte pressupõe a construção de um viaduto de ligação à Ponte Macau e à entrada e saída situadas no lado norte do túnel, com cerca de 890m de comprimento, com quatro faixas de rodagem em dois sentidos.

Este é o segundo concurso público para a construção do Túnel da Colina da Taipa Grande, depois da ligação sul que ainda não foi adjudicada.

13 Dez 2024

Economia | Sam Hou Fai confiante no sucesso da diversificação

O Chefe do Executivo afirmou que a sociedade de Macau compreende a importância da diversificação económica. Em entrevista aos media nacionais, Sam Hou Fai salientou a confortável almofada da reserva financeira, o apoio de Pequim, o patriotismo e a competência do Governo da RAEM como pontos-chave para o sucesso

 

Em mais uma ronda de entrevistas a órgãos de comunicação estatais, Sam Hou Fai reforçou as visões que tem para os próximos cinco anos de governação da RAEM. A implementação do princípio “Um País, Dois Sistemas” como ferramenta essencial para a estabilidade e desenvolvimento da região, e a tarefa de diversificação adequada da economia foram os dois pontos fulcrais da mensagem do Chefe do Executivo eleito.

O homem que irá liderar o próximo Governo vincou que o desenvolvimento da diversificação económica “é uma questão que tem de ser respondida”. “Existe um consenso entre vários sectores, incluindo a comunidade empresarial, de que Macau deve implementar um desenvolvimento económico moderadamente diversificado, e todos compreendem profundamente esta necessidade”, afirmou ao Global Times.

O político considera que Macau está “numa fase crítica da sua transformação económica, mas o objectivo é alcançável. “O Governo da RAEM é competente e deve assumir um papel activo” e seguir o plano de traçado para o período entre 2024 e 2028, que é “muito abrangente e orientado”, afirmou Sam Hou Fai referindo-se ao plano traçado para concretizar as exigências do Governo Central, apresentado em Novembro de 2023.

Além das apostas nas indústrias 1+4, o futuro líder do Executivo realçou a importância de trabalhar em conjunto com universidades e aprofundar a missão de Macau enquanto plataforma entre a China e o mundo lusófono.

O político apontou que a missão de diversificar a economia “deve também envolver a colaboração com instituições de investigação, como a Universidade de Macau, mobilizando a sabedoria da comunidade e envolvendo peritos e académicos para explorar vias industriais adequadas”.

Uma ideia é transversal à visão de futuro de Sam Hou Fai: o papel fundamental do Governo como impulsionador da mudança de paradigma económico da região. “Macau tem de tomar a iniciativa. Temos amplas reservas que podem ser usadas para apoiar financeiramente ou incentivar investimentos. Por exemplo, podemos criar fundos industriais focados no desenvolvimento tecnológico, cultural e do sector do turismo”, indicou.

Sam Hou Fai também salientou a importância estratégica de Hengqin e a necessidade de coordenar políticas económicas, fiscais, migratórias, leis comerciais e de criar condições de habitabilidade para talentos das áreas tecnológicas.

De Sesimbra a Hangzhou

Sam Hou Fai indicou ainda a importância de concretizar “alguns projectos importantes no novo plano quinquenal, tais como o posicionamento claro de Macau como um centro de transporte marítimo e de mercadorias na margem ocidental do Rio das Pérolas”. O papel de plataforma entre a China e os países lusófonos também foi mencionado, com Sam Hou Fai a sugerir a possibilidade de cooperação entre Zhejiang e a lusofonia no sector das pescas. “Os países de língua portuguesa são costeiros e têm uma rica indústria de pescas, que existe também em províncias como Zhejiang. Macau pode considerar a possibilidade de combinar as vantagens da sua plataforma para alavancar as suas capacidades de pesca e desenvolver-se em conjunto com os países lusófonos costeiros.”

Fazendo eco das palavras do seu antecessor, Ho Iat Seng, também em entrevista a órgãos de comunicação estatais, Sam Hou Fai salientou o rápido desenvolvimento de Macau nos últimos 25 anos, atingindo sólidas fundações financeiras e económicas e o recorde da reserva financeira da RAEM atingido em Setembro. A almofada financeira, patriotismo e o sistema político de Macau foram enumerados como génese da estabilidade e desenvolvimento da região.

“Acima de tudo, temos residentes muito amáveis e uma comunidade forte e estável de patriotismo e amor por Macau, que é a base social e política mais importante para a implementação estável e a longo prazo de ‘Um País, Dois Sistemas’ e um desenvolvimento contínuo”, afirmou, citado pelo Global Times.

13 Dez 2024

SS | Prometidos médicos de família para todos os residentes

O director dos Serviços de Saúde revelou que os médicos de clínica geral vão receber formação em medicina familiar, para que todos os residentes de Macau tenham médico de família. Alvis Lo destacou também a redução do tempo de espera nas consultas de especialidade e que estão em andamento procedimentos para criar hospitais de dia

 

O Governo vai dar os primeiros passos com o objectivo de garantir que todos os residentes de Macau têm um médico de família no futuro, uma vez que actualmente apenas existem 34 especialistas em medicina familiar no território. O director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, afirmou ontem aos microfones da TDM – Rádio Macau que os médicos de clínica geral vão receber formação em medicina familiar para desempenharem funções nos Centros de Saúde. O responsável vincou que a meta corresponde às directrizes da Organização Mundial de Saúde, que até agora não têm sido cumpridas.

Sobre a contratação de médicos portugueses, o director dos SS afirmou apenas que são bem-vindos todos os médicos que cumpram os requisitos essenciais para trabalhar em Macau, sem acrescentar mais detalhes.

O responsável participou ontem no programa Fórum Macau, do canal chinês da TDM, onde revelou ainda que será lançada uma consulta pública com o intuito de criar um novo tipo de licença para instituições médicas, abrindo portas ao funcionamento de hospitais de dia em Macau.

Os hospitais de dia permitem reduzir custos em pequenas cirurgias e prestar cuidados de saúde a doente em regime ambulatório e, como o nome indica, não requerem estadias durante a noite no hospital. De momento, a RAEM só tem duas categorias para instituições que prestam serviços médicos: hospitais e clínicas.

Espera e ilhas

Outro tópico discutido, foi a redução do tempo de espera para consultas externas. “Os residentes querem o tempo de espera encurtado. Por isso, melhorámos processos, acrescentámos eficácia através de meios tecnológicos e alocação de recursos, para reduzir para cerca de três semanas e meia o tempo de espera em consultas externas de especialidades e em primeiras consultas,” indicou o responsável.

Em relação aos serviços de urgência, Alvis Lo garantiu que actualmente os pacientes demoram em média cerca de uma hora até serem atendidos, situação que poderá melhorar através da coordenação com o Hospital das Ilhas, para desviar doentes do Hospital São Januário. Em relação ao novo centro hospital, o director dos SS sublinhou a modernidade dos serviços de saúde, com recurso a alta tecnologia, e a capacidade para atrair turistas do sector big health.

Alvis Lo indicou ainda que o Governo irá aumentar o orçamento dos subsídios a clínicas privadas, medida que tem como objectivo permitir que mais residentes sejam atendidos em clínicas, retirando pressão dos hospitais.

12 Dez 2024

Governo | Ho Iat Seng sublinha que ninguém dorme na rua em Macau

Numa entrevista à CCTV, Ho Iat Seng salientou o trabalho do Governo no apoio social, em especial durante a crise da pandemia. O Chefe do Executivo sublinhou que ninguém dorme nas ruas de Macau e que não existem pedintes na cidade. Quanto ao futuro, apontou à integração como forma de implementar o princípio “Um País, Dois Sistemas” da nova era

 

“Ninguém dorme na rua em Macau, nem debaixo de viadutos. Alguma vez viu mendigos em Macau? Não, não em Macau. O nosso Instituto de Acção Social é muito exigente no tratamento de problemas sociais”, afirmou Ho Iat Seng numa entrevista à estação nacional CCTV.

Continuando o ciclo de entrevistas a órgãos de comunicação estatais a figuras de poder da RAEM, o Chefe do Executivo fez um balanço do seu mandato e apontou ao futuro do território.

Em três dos cinco anos em que liderou o Governo, Ho Iat Seng foi confrontado com a pandemia da covid-19 e as suas ramificações socioeconómicas. Neste aspecto, recordou as injecções de fundos da reserva financeiros nos orçamentos da RAEM para corresponder às necessidades de apoio social. No entanto, o governante não acredita na eficácia da atribuição indiscriminada de apoios. “Não acho que algumas políticas de benefícios sociais devam ser universais, para que sejam aplicadas com exactidão. Se houver alguém a passar necessidades, o Governo irá, com certeza, prestar apoio”, afirmou.

Ho Iat Seng apontou que em Setembro, a reserva financeira cifrou-se em 616,9 mil milhões de patacas, total que, apesar das injecções de capital nos orçamentos, representa um aumento na casa de “várias dezenas de milhares de milhões de patacas” em relação a 2019. O governante sublinhou a estabilidade da economia local e o facto de não passar dívidas para o próximo Governo.

Diversificação e nacionalismo

Com as receitas da indústria do jogo a recuperarem, o Chefe do Executivo salientou aos microfones da CCTV que a diversificação económica obteve resultados, com especial destaque no papel da indústria das artes do espectáculo.

“O desenvolvimento das artes e dos espectáculo em Macau tem um grande impacto. As receitas de bilheteira não representam um grande montante, mas têm um grande impacto global nos negócios, como a restauração e hotelaria. Não queremos que os turistas se interessem apenas pela indústria de jogo”, indicou o Chefe do Executivo.

Quanto ao futuro, Ho Iat Seng disse que a integração no desenvolvimento nacional representa o verdadeiro significado da prática do princípio “Um País, Dois Sistemas” da nova era, e é o rumo e força motriz para o desenvolvimento da RAEM.

Ho Iat Seng salientou ainda o papel fundamental para o desenvolvimento do território das associações patrióticas quem amam Macau e o país. No aprofundamento do patriotismo, o governante destacou o trabalho da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude que organiza deslocações de estudantes ao Interior da China para receberem formação patriótica e Macau, trabalho que é para manter no futuro.

12 Dez 2024

Cotai | Zona de espectáculos com renda diária até 375 mil patacas

O Governo publicou ontem os valores das taxas de utilização do local de espectáculos ao ar livre, que vão variar entre 500 mil patacas em dia de evento e 250 mil em dia de ensaio ou montagem quando a capacidade máxima for superior a 30 mil espectadores. No primeiro ano de actividade, 2025, as taxas vão ter 25 por cento de desconto

 

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, assinou um despacho que fixou os valores das taxas diárias cobradas a organizadores de eventos no novo espaço para espectáculos ao ar livre no Cotai. Os preços diários dependem do volume de espectadores e se no dia em apreço se realizam eventos ou se apenas se procedem a ensaios e montagem.

Assim sendo, para espectáculos em que a capacidade ultrapassa 30 mil espectadores a taxa no dia do evento é de 500 mil patacas, enquanto nos dias para montagem e ensaios a taxa diária é 250 mil patacas. Para eventos, com plateias com menos de 30 mil espectadores, um dia de evento vai custar 350 mil patacas, enquanto a taxa diária para dias de ensaio ou montagem terá um preço de 175 mil patacas.

O valor das taxas diárias durante 2025 terá um desconto de 25 por cento uma vez que o próximo ano será um “período experimental”, é indicado no despacho publicado ontem no Boletim Oficial. Feitas as contas, no próximo ano, um espectáculo com mais de 30 mil pessoas terá uma taxa no dia do evento de 375 mil patacas, e 187 mil patacas em dias para montar estruturas e ensaios. Para eventos com menos de 30 mil espectadores, a taxa cobrada para a utilização do espaço no dia do espectáculo será de 262,5 mil patacas, enquanto em dias de montagem e ensaios a taxa diária será de 131.250 patacas.

O Governo ressalva que se for “realizado mais do que um espectáculo por dia promovido pela mesma entidade, é cobrada a taxa correspondente à maior lotação”.

Para aquecer

A zona de espectáculos está situada num terreno do Governo, com uma área de 94 mil metros quadrados, na intersecção entre a Avenida do Aeroporto e Rua de Ténis, virada a norte para a Rua de Ténis e a nordeste para a Avenida do Aeroporto, perto do Grand Lisboa Palace.

A construção do recinto implicou gastos superiores a 90 milhões de patacas, mas segundo a directora do Instituto Cultural (IC), Deland Leong Wai Man, o Governo não espera recuperar o investimento despendido na construção ao longo do primeiro ano de actividade.

Entretanto, o IC abriu o período de candidaturas para a utilização do espaço a empresas locais e internacionais de organização de espectáculos.

O evento inaugural está marcado para 28 de Dezembro e terá lotação máxima de 15 mil pessoas, cerca de um terço da capacidade total do recinto. Entre os primeiros profissionais que vão pisar o palco, contam-se artistas como Hins Cheung, Julian Cheung, Pakho Chau e Janice M. Vidal. Os bilhetes vão custar 480, 780 e 1080 patacas, mas haverá um sorteio para residentes com ingressos que vão custar 50 patacas.

Empresas entusiasmadas

A inauguração do novo recinto para espectáculos ao ar livre no Cotai pode trazer novas oportunidades de negócio para empresas locais dedicadas à produção de efeitos e decoração de palco, como iluminação e pirotecnia.

James Si Tou, gerente de uma empresa de pirotecnia, afirmou ao canal chinês da Rádio Macau que nos concertos dos Seventeen, no Estádio da Taipa, foram contratadas empresas locais, entre as quais a sua, para a produção do evento. Esses concertos serviram para promover as empresas locais entre organizadores de eventos de grande dimensão e, segundo James Si Tou, a abertura do recinto no Cotai pode significar uma oportunidade para desenvolver o sector.

O responsável pela empresa que organiza espectáculo Chessman, Alexandre Carvalho Lou, afirmou que gostaria de ver o Governo a ter um papel mais interventivo, dando como exemplo Singapura. O representante da Chessman indicou que Singapura assume a liderança em espectáculos com estrelas internacionais com a ajuda do Governo local que subsidia os eventos. Alexandre Carvalho Lou acrescenta que a aposta poderia beneficiar as empresas de produção, estimular o turismo e a indústria do espectáculos musicais.

11 Dez 2024

Aeroporto | Construção do terminal de carga arranca em 2025

A construção do terminal de carga do Aeroporto Internacional de Macau vai ter início no primeiro trimestre de 2025. Na segunda-feira, as autoridades de Macau e Hengqin assinaram um memorando para avançar com as obras. O terminal terá capacidade para despachar 300 mil toneladas por ano e vai custar perto de 420 milhões de renminbis

 

A construção do terminal de carga de Aeroporto Internacional de Macau, que irá nascer em Hengqin, tornou-se uma projecto em andamento com a assinatura na segunda-feira do memorando de garantia da construção e do funcionamento do projecto do terminal de mercadorias do Aeroporto Internacional de Macau em Hengqin. A cerimónia, que contou com a presença de Ho Iat Seng e Lei Wai Nong, elegeu a empresa Guangdong Hengqin Macau International Airport Logistics. A entidade que irá tornar o projecto uma realidade nasceu da colaboração entre a empresa que gere o Aeroporto de Macau e uma subsidiária do China Cosco Shipping Group.

A construção da projecto tem data prevista para arrancar já no primeiro trimestre de 2025 e terá um custo de 420 milhões renminbis. No total, somando ao custo de aquisição do terreno onde será erigido o terminal, no valor de cerca de 129 milhões de renminbis, a estrutura irá custar quase 540 milhões de renminbis.

No terreno, com cerca de 66.700 metros quadrados, será construído um edifício com três pisos, que vão incluir um armazém para a logística, uma garagem subterrânea, assim como instalações para os serviços alfandegários, processamento de dados e para o pessoal.

Novos tempos

As autoridades estimam que o novo terminal terá capacidade para processar anualmente cerca de 300 mil toneladas de mercadorias.

O presidente da comissão executiva da empresa que gere o Aeroporto de Macau, a CAM, Chan Weng Hong, destacou que o rápido desenvolvimento do comércio electrónico veio aumentar continuamente a procura no sector do transporte aéreo de mercadorias. O responsável afirmou ainda, citado por um comunicado da CAM, que a criação da Guangdong Hengqin Macau International Airport Logistics surgiu depois de um estudo aprofundado, e que o novo terminal irá melhorar as capacidades logísticas do sector da aviação de Macau.

11 Dez 2024

Grande Baía | Kou Hoi In espera integração de taxas e moeda

Numa entrevista a órgãos de comunicação nacionais, o presidente da Assembleia Legislativa afirmou esperar que Macau aprofunde a integração no desenvolvimento nacional, em termos de leis, taxas alfandegárias e moeda. Kou Hoi In fez um balanço dos trabalhos legislativos desde a transição e afirmou que as prioridades são a segurança nacional e o bem-estar da população

 

Apesar dos projectos da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, a integração da RAEM no desenvolvimento nacional deve ser acelerada, segundo o presidente da Assembleia Legislativa (AL), Kou Hoi In.

Numa entrevista colectiva a órgãos de comunicação nacionais, como a Xinhua e Diário do Povo, e alguns órgãos seleccionados de Macau, Kou Hoi In fez um balanço da sua carreira de mais de três décadas enquanto deputado e dos trabalhos da AL.

O legislador sublinhou que com os rápidos avanços sociais é natural que os ordenamentos jurídicos não consigam acompanhar o ritmo da sociedade. Como tal, defendeu a integração com o Interior da China em termos de leis, taxas alfandegárias e moedas.

“A manutenção da segurança nacional é uma das responsabilidades mais importantes da Assembleia Legislativa”, afirmou o político, citado pela agência Xinhua. A agência estatal recordou a desqualificação de 21 candidatos das eleições legislativas de 2021, na sequência da aplicação do princípio “Macau governando por patriotas”.

Kou Hoi In clarificou a natureza do órgão legislativo da RAEM. “A Assembleia Legislativa não é um órgão da oposição. De acordo com a Lei Básica, Macau segue um sistema liderado pelo Executivo. Os nossos deputados oferecem principalmente críticas construtivas, sugestões e feedback ao Governo.”

“Mesmo que surjam discórdias no hemiciclo, os deputados chegam sempre a um consenso rapidamente quando os assuntos legislativos envolvem a segurança nacional. O que beneficia o país, beneficia Macau”, acrescentou.

Olhar para dentro

Reflectindo sobre os últimos 25 anos, Kou Hoi In referiu que a AL e o Governo da RAEM têm mantido uma relação estreita de cooperação, e desempenhado um papel crucial no sucesso constante e sustentado da política de “Um País, Dois Sistemas” em Macau.

O político afirmou ter bem presente na memória a histórica sessão legislativa da “meia-noite” de 20 de Dezembro de 1999. “Após a cerimónia de transferência de poderes à meia-noite, reunimo-nos imediatamente no novo edifício da Assembleia Legislativa para a nossa primeira sessão plenária”, disse Kou. “Aprovámos 11 leis fundamentais que estabeleceram as bases legais para o funcionamento do Governo, do poder legislativo e do poder judicial da RAEM”, recordou. Desde a transferência de soberania, Macau promulgou ou alterou 404 leis.

O legislador garantiu ainda que a AL tem sempre como prioridade as leis relacionadas com o bem-estar da população, destacando a construção de uma rede de segurança social básica, através dos regimes da segurança social e subsídio de invalidez e cuidados de saúde gratuitos. Kou Hoi In realçou também as leis de habitação económica e habitação social que procuraram endereçar as necessidades da população, mas também as leis de segurança alimentar e o enquadramento jurídico que permitiu adicionar o Metro Ligeiro à rede de transportes da região.

11 Dez 2024

Toi San | Incêndio provoca evacuação de 60 moradores

Um incêndio que deflagrou num edifício residencial na Avenida de Artur Tamagnini Barbosa obrigou à evacuação de 60 moradores. Duas pessoas sentiram-se mal, uma delas foi reencaminhada para o hospital devido à inalação de fumo. O fogo começou num apartamento em remodelação devido a um curto-circuito e à presença de materiais inflamáveis

 

Às 23h da noite de quarta-feira, um incêndio no Bloco 6 do edifício San Seng Si Fa Un, no bairro do Toi San, um apartamento que estava em remodelação incendiou-se, levando ao alarme dos moradores e à intervenção do Corpo de Bombeiros, que acorreram ao local na Avenida de Artur Tamagnini Barbosa. As chamas obrigaram à evacuação de cerca de 60 moradores, muitos deles que se viram obrigados a sair para o exterior em pijama. Do interior de um apartamento no 7.º andar do prédio podiam ver-se chamas e ouviram-se estrondos de pequenas explosões.

Os bombeiros chegaram ao local, extinguiram as chamas e socorreram duas pessoas. Um idoso de 77 anos sentiu-se mal e num estado de exaltação recusou tratamento médico. Porém, uma moradora de 33 anos teve de ser reencaminhada para o Centro Hospitalar Conde de São Januário devido à inalação de fumo. As autoridades acrescentaram que a mulher não perdeu os sentidos e que o seu quadro clínico não inspirava cuidados de maior.

Ouro sobre azul

Como é frequente nos incêndios urbanos que deflagram em Macau, mais uma vez uma avaria no equipamento eléctrico poderá ter estado na causa do incêndio. Segundo a avaliação preliminar das autoridades, foi encontrada no chão da cozinha uma lâmpada partida, que terá caído de um candeeiro de tecto.

Os bombeiros acrescentam que a lâmpada poderá ter sobreaquecido e rebentado. Porém, ao cair no chão entrou em contacto com material inflamável, provavelmente diluente, de acordo com a investigação.

Instrumentos e materiais de construção que estavam na cozinha pegaram fogo, e as paredes do apartamento ficam enegrecidas.

6 Dez 2024

Turismo | Cultura tailandesa e gastronomia animam fim-de-semana

Este fim-de-semana, realizam-se o Festival Cultural da Tailândia, o primeiro Carnaval Vegetariano de Macau, e arranca a Noite Luminescente na Travessa do Armazém Velho, iluminando a zona dos Ervanários. Os três eventos contam-se entre os mais de 40 financiados este ano pela DST, que até Novembro atraíram 660 mil pessoas

 

A cidade vai estar em festa este fim-de-semana, com uma série eventos “para mostrar a inclusão diversificada de ofertas e o encanto nocturno de Macau aos residentes e visitantes da cidade”, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

Amanhã e domingo, o Festival Cultural da Tailândia regressa à zona da Mitra, animando a Rua de Abreu Nunes onde vão estar instaladas cerca de duas dezenas de tendinhas de comida tailandesa. Como é hábito, além da cerveja Chang e pad thai, não vão faltar “danças tradicionais, e danças e cantares tailandeses, entre outros espectáculos de palco”. Turistas e moradores locais também vão poder relaxar com massagens tailandesas e testemunhar a tradicional bênção do arroz, uma cerimónia budista tradicional para abençoar as colheitas de arroz.

Para quem prefere outras opções gastronómicas que não incluam cachaço de porco ou camarão, começa hoje a primeira edição do “Carnaval Vegetariano de Macau”, que decorre até à próxima terça-feira na Doca dos Pescadores, mostrando a “diversificação de Macau enquanto Cidade Criativa de Gastronomia”, salienta a DST.

O evento que irá encher a Legend Boulevard com um autêntico festim para os sentidos, com 60 tendas de comida vegetariana e produtos culturais e criativos. “A actividade de cinco dias inclui ainda espectáculos culturais e artísticos, palestras culturais, venda de produtos, tendas de jogos, instalações para tirar fotografias e cerimónia de lanternas alusivas ao retorno de Macau à pátria”, acrescenta a DST.

Luz urbana

Amanhã, regressa à zona dos Ervanários “A Noite Luminescente na Travessa do Armazém Velho”, que vai iluminar o velho bairro do Porto Interior com “efeitos de luz, instalações luminosas, corredor de luz com caracteres chineses e decorações”.

Até ao fim de Fevereiro, a iniciativa que é uma extensão do evento Iluminar Macau 2024, irá contar também com “jogos online e workshops presenciais para adicionar experiências diversificadas, promover o fluxo de pessoas na zona e estimular o consumo nocturno”.

A DST salienta que estes três eventos que arrancam este fim-de-semana fazem parte de 41 actividades aprovadas para financiamento este ano. O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes revelou ontem que, entre Janeiro e Novembro deste ano, foram organizados 31 projectos ao abrigo do programa de apoio financeiro da DST, incluindo visitas guiadas, feiras, oficinas artesanais, produção gastronómica ou passeios marítimos.

A DST refere que até Novembro, os eventos apoiados atraíram mais de 660 mil participantes, e contaram com a participação directa de cerca de 1.600 estabelecimentos comerciais, “promovendo o consumo e o desenvolvimento do turismo nas zonas comunitárias”.

6 Dez 2024

DSAT | Avenidas Norte do Hipódromo e da Ponte da Amizade alargadas

O reordenamento da zona ribeirinha no norte da península e as obras do Metro Ligeiro vão acrescentar terreno à cidade e permitir a ampliação da Avenida Norte do Hipódromo e da Avenida da Ponte da Amizade. O Governo espera que o alargamento das vias reduza o congestionamento na Rotunda da Amizade

 

A Avenida Norte do Hipódromo e a Avenida da Ponte da Amizade vão ser ampliadas. As duas vias que contornam a parte norte da península, passando por pontos críticos de trânsito no acesso à Ponte da Amizade e à Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, como a Rotunda da Amizade, são essenciais para a ligação da península às ilhas e ao Interior e Hong Kong.

A ampliação das avenidas será possível devido ao do ordenamento de mudflat (o terreno pantanoso da beira-rio) e da construção do Metro Ligeiro e instalações complementares. A intervenção na zona irá acrescentar uma zona de lazer arborizada e “uma área com mais de 20.000 metros quadrados” que reúne as “condições para a construção de infra-estruturas, incluindo a obra de ampliação da Avenida Norte do Hipódromo e da Avenida da Ponte da Amizade”. A intenção foi revelada pelo director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Lam Hin San, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lei Chan U, divulgada ontem.

Lam Hin San afirmou que a ampliação das avenidas irá melhorar o trânsito entre as Portas do Cerco e a Zona A, reduzindo o congestionamento na Rotunda da Amizade.

Entre margens

A zona da Rotunda da Amizade tem sido um dos pontos negros do trânsito de Macau, com recorrentes engarrafamentos que aumentaram desde que passou a ser possível conduzir até Zhuhai e Hong Kong através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

Os acessos e o trânsito na Ponte da Amizade representam outro ponto negro, em particular na ligação entre as Portas do Cerco e as Ilhas, especialmente com o trânsito para o Cotai. Nesse aspecto, a quarta ponte entre a península e a Taipa, que abriu a 1 de Outubro, tinha entre os objectivos desviar pelo menos 10 por cento do tráfego que circula na Ponte da Amizade.

O deputado Lei Chan U, da bancada parlamentar dos Operários, perguntou se o Governo está a estudar a regulamentação sobre a circulação na Ponte Macau quando o território é afectado por tufões. O director da DSAT não especificou se e como será condicionado o trânsito na Ponte Macau uma vez que a Lei do Trânsito Rodoviário ainda está a ser analisada na especialidade pelos deputados da 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa.

6 Dez 2024

Seul | DST emite alerta a pedir precauções a turistas de Macau

A turbulência política vivida na Coreia do Sul nos últimos dias, levou a Direcção dos Serviços de Turismo a emitir um alerta para os cerca de 1.500 residentes da RAEM que estão ou vão para o país. Até às 15h de ontem, o Governo da RAEM não tinha recebido pedidos de auxílio de residentes

 

Na sequência da declaração de lei marcial na Coreia do Sul, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) lançou um alerta aos residentes de Macau que se encontram na Coreia do Sul, ou que planeiam viajar em breve para o país, para se “manterem atentos e prestarem atenção às informações mais recentes” das autoridades sul-coreanas.

A lei marcial foi decretada na terça-feira à noite na Coreia do Sul pela primeira vez em mais de 45 anos, depois de ter sido imposta em 1979, após o assassinato do presidente Park Chung-hee. Numa comunicação de surpresa ao país, o Presidente Yoon Suk-yeol declarou a lei marcial para “erradicar as forças pró-norte-coreanas e proteger a ordem constitucional”.

A lei marcial foi levantada algumas horas depois, mas a instabilidade política e o futuro da liderança do país continua a ser uma incógnita (ver página 11).

A situação levou vários países a emitir alertas de viagem para o país. Ontem de madrugada, a DST enviou avisos a cerca de 1.500 residentes que estão na Coreia do Sul, ou que estavam prestes a viajar para o país. Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o subdirector da DST, Cheng Wai Tong, apelou à vigilância dos residentes e afirmou que o Governo da RAEM está a observar a situação, sem haver decisão sobre a necessidade de emitir alerta a desaconselhar viagens para o país asiático.

O responsável adiantou ainda que, até às 15h de ontem, a linha aberta da DST não tinha recebido pedidos e ajuda ou consultas de residentes na Coreia do Sul.

Limitar passeios

Apesar do levantamento da lei marcial, a DST afirmou que devido à situação política, os residentes devem reduzir saídas ao mínimo essencial e obedecer às autoridades locais. O organismo liderado por Helena de Senna Fernandes acrescentou que se os residentes necessitarem de assistência podem ligar para a linha hotline de turismo, disponível 24 horas por dia, ou contactar a embaixada chinesa na Coreia do Sul.

Por seu turno, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu, indicou ter sido informado pelas agências de viagem locais da inexistência de excursões de Macau na Coreia do Sul neste momento. No entanto, o representante realçou que Seul é uma cidade popular para turistas não-excursionistas de Macau. Para esses residentes, Andy Wu fez eco, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, das recomendações da DST.

5 Dez 2024

MacauPass / MPay | Cartão usado em mais de 300 cidades

O Governo da RAEM e o Ministério dos Transportes chinês acordaram a possibilidade usar um cartão emitido pela MacauPass, em formato físico ou no MPay, para pagar tarifas de transportes urbanos em mais de 300 cidades chinesas. Por outro lado, visitantes chineses podem usar o cartão China T-union nos autocarros de Macau

 

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) acordou com o Ministério dos Transportes a adesão da MacauPass ao programa China T-union, o sistema usado para pagar transportes urbanos no Interior da China, mas também para fazer compras.

Assim sendo, passou a ser possível desde ontem pedir um cartão especial da MacauPass, em formato físico ou digital através da aplicação MPay. O novo cartão custa 68 patacas e se for comprado através do MPay aceita os pontos de desconto MCoins até um valor de 10 patacas.

O MacauPass – China T-union pode ser usado para pagar tarifas de transportes públicos em mais de 300 cidades chinesas e mais de 1.700 aglomerados populacionais de menor dimensão. O cartão pode também ser utilizado em cerca de 280 ligações ferroviárias urbanas. Na aplicação MPay, o cartão digital da China T-union é criado numa carteira separada onde são depositados montantes em patacas que depois são convertidos em renminbis para pagar transportes no Interior da China. Para saber se o cartão é admitido num transporte público basta procurar o logótipo da “China T-union”.

Ligações estreitas

Num comunicado emitido ontem, a DSAT explica que o objectivo passa por apoiar “a utilização dos transportes públicos locais e os benefícios de tarifas, mas também facilitar o acesso aos principais meios de transportes nas principais cidades do país”. O Governo acrescenta que a medida pretende responder ao aumento da procura de emprego e de viagens para o Interior da China por parte dos residentes de Macau, “estreitando cada vez mais o intercâmbio de pessoas entre os dois lados”.

O mesmo irá acontecer no sentido inverso. Os visitantes do Interior da China e de Hong Kong podem desde ontem usar os seus cartões da China T-union para pagar as tarifas dos autocarros públicos de Macau. Importa referir que o cartão Ocpotus da RAEHK passou a emitir desde meados de Setembro o Octopus China T-union, que poderá ser utilizado na RAEM.

A DSAT salienta que os cartões que não são emitidos em Macau “não beneficiam de desconto nas tarifas. Os visitantes podem também usar o cartão para pagar contas em restaurantes, bilhetes para espectáculos e compras em lojas.

Para quem preferir a versão física do cartão, pode requerer a sua emissão, que custa 68 patacas, em três centros dos serviços de MacauPass, no Nape na Rua de Paris, nº10, na Estrada Marginal da Areia Preta, nº 183 e na Taipa na Avenida de Kwong Tung, nº 79.

Se os titulares perderem o MacauPass – China T-union não podem reclamar a perda de dinheiro porque o cartão não tem a inscrição da identidade do titular.

5 Dez 2024

EPM | Concessão vitalícia de terreno passa a 25 anos

O Governo extinguiu o arrendamento vitalício do terreno onde está a Escola Portuguesa de Macau, que vigorava há mais de seis décadas. O novo contrato passa a ter o prazo de 25 anos, mas continua a ser gratuito. O despacho assinado por Raimundo do Rosário pretende regularizar a situação do terreno e do edifício da escola

 

O Executivo declarou a extinção do arrendamento vitalício do terreno onde está situada a Escola Portuguesa de Macau (EPM), através de um despacho assinado pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, publicado ontem no Boletim Oficial. O contrato passa a vigorar por 25 anos, o prazo máximo das concessões por arrendamento estabelecido na Lei de Terras, e continua a ser gratuito. A alteração tem como objectivo “regularizar a situação desse terreno e a do edifício nele existente”.

O prazo da concessão pode ser sucessivamente renovado, desde que a Associação Promotora de Instrução dos Macaenses (APIM) apresente requerimento de renovação “no período entre nove meses a seis meses antes do fim do prazo da concessão ou das sucessivas renovações”.

O arrendamento vitalício e gratuito fora concedido à APIM em Junho de 1963 para a construção do edifício Escola Comercial Pedro Nolasco. O estabelecimento de ensino que ocupou o terreno na Avenida de D. João IV, “foi construído com verbas concedidas pelo Governo da então Província de Macau” e ficou isento de isento de rendas e taxas, desde que a APIM respeitasse a “exclusiva finalidade de manter em funcionamento a referida escola”.

Já perto da implementação da RAEM, em 1998, foi aprovado um projecto de arquitectura de obra de ampliação do edifício da Escola Comercial, para adaptação à Escola Portuguesa de Macau. “Apesar da obra de ampliação ter sido executada, a respectiva licença de utilização nunca foi emitida”, lê-se no contrato assinado entre o Governo e a APIM.

Pela educação

O contrato publicado no Boletim Oficial refere ainda que no dia 25 de Setembro deste ano, a APIM apresentou um requerimento para esclarecer dúvidas quanto à natureza do direito que a APIM detém sobre o terreno e o edifício nele construído, onde agora funciona a EPM e solicitou a regularização para “manter as construções já aí existentes, bem como ampliar as mesmas”.

É ainda estabelecido que a APIM deve manter os edifícios escolares e instalações de apoio existentes no terreno, e que “a eventual alteração do aproveitamento do terreno, designadamente por ampliação dos edifícios” carece de autorização do Governo.

Porém, a finalidade da concessão do terreno (o ensino regular) não pode ser alterada, da mesma forma que a concessão gratuita não pode ser convertida numa concessão que implique pagamento de renda.

5 Dez 2024

CE | ELP elogiado como guardião de “Um País, Dois Sistemas”

O Chefe do Executivo agradeceu ontem a presença da Guarnição do Exército de Libertação do Povo Chinês, que definiu como “muralha de ferro de Macau”, “guardiã e construtora da causa ‘Um País, Dois Sistemas’ e símbolo da soberania do Estado. Ho Iat Seng afirmou que os 25 anos desde a transição de administração foram os melhores da história de Macau

 

Ao meio-dia de 20 de Dezembro de 1999, meio milhar de soldados do Exército Popular de Libertação (EPL) entrou em Macau, iniciando o estacionamento da guarnição das tropas chinesas na recém-fundada RAEM. Macau não tinha presença militar desde a saída das tropas portuguesas do território em 1975.

Este ano, além da dupla celebração dos 25 anos da implementação da RAEM e dos 75 anos da implantação da República Popular da China, celebram-se aos 25 anos do estacionamento da guarnição em Macau do EPL, efeméride assinalada ontem pelo Chefe do Executivo com um discurso.

Ho Iat Seng afirmou que “a guarnição é a muralha de ferro de Macau, é guardiã e construtora da causa ‘Um País, Dois Sistemas», e, como símbolo da soberania do Estado, é um forte pilar da prosperidade e estabilidade de Macau”.

O governante disse que as tropas chinesas têm “persistido na sua conduta de excelência de um exército do povo” e na implementação firme do princípio “Macau governada pelas suas gentes com alto grau de autonomia”.

A observação escrupulosa da Lei Básica e da Lei de Estacionamento de Tropas foi outro aspecto enaltecido por Ho Iat Seng, que acrescentou que a guarnição “tem cumprido de forma excepcional a missão sagrada da defesa da RAEM”

Na saúde e na doença

Ho Iat Seng referiu também que “desde o retorno à pátria, sob a forte liderança, e enorme apoio do Governo Central”, e a protecção firme da guarnição, a RAEM “alcançou êxitos sem precedentes na história em áreas como política, económica, social e do bem-estar da população, com resultados mundialmente notáveis no desenvolvimento”. “Estes vinte e cinco anos são os melhores da história de Macau”, acrescentou o líder do Governo.

O Chefe do Executivo disse também que “a Guarnição em Macau mantém-se unida com a RAEM nos bons e maus momentos, demonstra amor a Macau e à sua população, o que lhe molda a imagem gloriosa de um exército civilizado e poderoso na nova era e lhe granjeia a confiança e elogio dos compatriotas de Macau”.

O governante realçou a abertura ao público das instalações da Guarnição, os acampamentos militares para estudantes de Macau, a doação de sangue e a plantação de árvores realizadas pelas tropas, como actividades que reforçam “o sentido de identidade nacional dos residentes de Macau e o seu conhecimento relativo ao conceito de defesa nacional”.

4 Dez 2024

Pedida flexibilidade e rapidez para licenças de restaurantes

A Assembleia Legislativa acolheu ontem mais uma sessão de respostas a interpelações orais dos deputados. Um dos destaques incidiu sobre as dificuldades que as pequenas e médias empresas (PME) atravessam, em especial os restaurantes.

A questão foi levantada pelo deputado Wang Sai Man, que afirmou que “desde as obras de remodelação, licenciamento, e recrutamento até a entrada em pleno funcionamento do restaurante, com o pessoal nos seus postos, são necessários, no mínimo, entre 4, 5 ou 6 meses”.

Alguns deputados falaram da sua própria experiência. Angela Leong foi uma das legisladoras que tomou a palavra, afirmando que apesar da intenção do Governo em querer ajudar as PME, vê “muitas lojas desocupadas nas ruas”.

Assumindo o papel de arrendatária de espaço para loja, a deputada e bilionária que está entre as 1.400 pessoas mais ricas do mundo na lista da Forbes, Angela Leong confessou não conseguir abrir uma loja há mais de dois anos devido à morosidade no licenciamento, em especial o tempo que o Corpo de Bombeiros demora a dar luz verde para abrir a loja. Entretanto, enquanto se espera pelas licenças para abrir a loja ou o restaurante, as despesas com rendas vão somando prejuízos ainda antes da inauguração do espaço.

Vamos estudar

O deputado Chan Chak Mo, que preside à União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, indicou que é fundamental simplificar e flexibilizar as normas de licenciamento para restauração, e queixou-se do excesso de normas sobre saneamento e protecção ambiental. Outro problema prende-se com questões estruturais, como as dificuldades em construir sarjetas nas zonas antigas da cidade, em especial para empresários que estão a arrendar um espaço e que não podem, por não serem proprietários, fazer obras.

O deputado deu o exemplo dos problemas suscitados pela necessidade de aumentar a potência de um contador de electricidade, que também carece de licença para obras.

A deputada Lo Choi In recordou a paisagem económica vista nos bairros comunitários com os sucessivos encerramentos de espaços comerciais. Além de afirmar que conhece o caso de uma farmácia que demorou 11 meses para poder mudar de local, assim como um centro de explicações que só pôde abrir uma nova sucursal passados dois anos do pedido de licença, a deputada afirmou que em Hengqin o processo de licenciamento demora um mês a ser aprovado.

Em fase de transição de Governo, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, prometeu que o próximo Executivo terá o tema como prioritário. O governante que irá permanecer na mesma pasta admitiu as dificuldades das empresas e afirmou que o Executivo precisa de pensar em formas para ajudar as PME.

André Cheong admitiu também que os procedimentos administrativos são morosos e custosos e prometeu que o próximo Executivo “vai estudar bem a matéria e melhorar o ambiente de negócios e o bem-estar da população”.

4 Dez 2024

IA | Deputados chantageados com falsas imagens de nudez

O deputado Leong Hong Sai confessou ter recebido emails com fotos manipuladas do seu rosto num contexto de nudez. As imagens serviram de veículo para chantagem e foram enviadas a outros deputados. Wong Sio Chak revelou que vários directores de serviços receberam mensagens semelhantes

 

O deputado Leong Hong Sai revelou ontem na sessão de resposta a interpelações orais na Assembleia Legislativa ter sido alvo de chantagem depois de receber um email com imagens alteradas para parecer estar nu. Sem acrescentar mais detalhes, o legislador da bancada parlamentar dos Moradores aproveitou a presença do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, no hemiciclo para perguntar o que está a ser feito para contornar esta situação.

Leong Hong Sai revelou que outros deputados da RAEM receberam emails com conteúdo semelhante, acrescentando ter ficado com receio e não ter aberto a mensagem. Porém, contou que alguns colegas de hemiciclo abriram as mensagens de email.

O secretário começou por recordar que o mesmo aconteceu recentemente em Hong Kong onde vários legisladores do sexo masculino receberam mensagens de correio electrónico acusando-os de “má conduta grave”. Os emails tinham em anexo supostas imagens geradas por inteligência artificial (IA) dos deputados em posições comprometedoras com mulheres nuas. As mensagens afirmavam que as imagens seriam publicadas se os deputados não contactassem os burlões, que se passavam por detectives privados, através de WhatsApp.

Wong Sio Chak revelou que o mesmo aconteceu a “vários directores de serviços” da Administração da RAEM e que se passaram casos semelhantes com deputados e dirigentes de altos cargos de Macau quando dirigia a Polícia Judiciária (PJ), apesar das diferenças tecnológicas.

O director da PJ, Sit Chong Meng, tentou tranquilizar os deputados, afirmando que as autoridades estão a fazer o seu melhor para investigar os casos.

Apesar de reconhecer que a manipulação de imagens não é novidade em Macau, tendo como alvo deputados e dirigentes da Administração, Wong Sio Chak salientou que é a primeira vez que a IA é usada para esta finalidade. Porém, revelou ainda não se terem registados casos de troca de rosto em vídeo.

Selvajaria completa

O tema foi suscitado pela interpelação oral de José Chui Sai Peng sobre cibersegurança. Wong Sio Chak afirmou que o número de ataques cibernéticos e de acções de espionagem às infra-estruturas críticas de Macau tem aumentado significativamente ao longo dos últimos quatro anos.

O número de ataques diários em 2020 era de cerca de 1.600. No entanto, este ano, o Centro de Alerta e Resposta a Incidentes de Cibersegurança (CARIC) registou um aumento da média diária para cerca de 6.200 incidentes. “Em 2020, o número de alertas emitidos pelo CARIC aos operadores foi de 38, enquanto que, no corrente ano, até dia 25 de Novembro, esse número aumentou para 231”, relevou o secretário para a Segurança.

4 Dez 2024

Festival de Gastronomia | Negócios caíram apesar de descontos

O Festival de Gastronomia, que acabou no domingo, gerou menos 10 por cento do volume de negócios em comparação com o ano passado. Preços mais baratos e alguns dias de chuva foram explicações avançadas por Chan Chak Mo para a redução dos negócios

 

Em fase de digestão do 24.º Festival de Gastronomia, o deputado e presidente da comissão organizadora do evento, Chan Chak Mo, apontou que o volume de negócios dos restaurantes presentes no festival este ano caíram cerca de 10 por cento em comparação o festival de 2023.

Segundo o jornal Ou Mun, Chan Chak Mo indicou as possíveis razões que levaram à quebra. “Em primeiro lugar, tivemos alguns dias com chuva. Em segundo lugar, apelámos aos comerciantes para baixarem os preços este ano. Portanto, apesar de por vezes as filas de espera serem grandes, os preços mais em conta podem ter levado à descida do volume dos negócios”, avançou o deputado e empresário.

Face à questão se a redução dos negócios poderia ter sido afectada pelo declínio da capacidade de consumo dos visitantes, Chan Chak Mo afastou esse cenário, indicando não ter sentido diferente na vontade de consumir.

Coincidências de calendário

Este ano, o Festival de Gastronomia não contou com restaurantes de fora da Macau, circunstância que Chan Chak Mo justificou com os elevados custos para participar e a falta de espaço. O deputado salientou também que se tivessem vindo restaurantes de fora, os locais iriam perder oportunidades.

O deputado salientou ainda que Festival de Gastronomia coincidiu com o Grande Prémio de Macau, situação que beneficiou os negócios.

Outro aspecto positivo, foram os shuttles providenciados pelas concessionárias de jogo que passaram pela Torre de Macau, trazendo visitantes para o festival. Chan Chak Mo considera que estas ligações de autocarro são uma opção de transportes a explorar melhor na edição de 2025 do Festival de Gastronomia.

Sobre a possibilidade de realizar o evento no novo recinto para espectáculos de grande envergadura no Cotai, Chan Chak Mo não se mostrou motivado, indicando que para tal seria necessário aperfeiçoar o trânsito na zona e fazer um novo planeamento do festival, apesar de permitir o convite a mais comerciantes.

3 Dez 2024

Inquérito | Cerca de 80% pede mais apoios económicos

A Federação das Associações dos Operários de Macau apresentou ontem os resultados de um inquérito onde se revela que mais de 60 por cento dos inquiridos considera que a recuperação económica não chegou à sua família. Problemas financeiros relacionados com despesas correntes, hipotecas e filhos são factores que levam a maior stress

 

O stress financeiro é uma realidade transversal às famílias de Macau, que motiva a necessidade de alargamento dos apoios do Governo, é o que revela um estudo apresentado ontem pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

Os resultados do inquérito, expostos por representantes da FAOM, incluindo o deputado Leong Sun Iok, revela que mais de 60 por cento dos inquiridos afirmaram que as suas famílias não foram beneficiadas pela recuperação económica. Para quase 62 por cento, os factores económicos foram as maiores fontes de stress. As despesas do dia-a-dia foram indicadas como o fardo mais pesado na economia familiar de quase 67 por cento dos inquiridos. O pagamento de empréstimos hipotecários foi destacado por quase 46 por cento, enquanto as despesas e dificuldades para educar os filhos foram apontados por 43 por cento dos entrevistados como factor motivador de stress na família.

Face a este panorama, não surpreende que quase 80 por cento dos inquiridos “apelem fortemente” ao Governo para introduzir mais medidas de apoio económico, como subsídios, para aliviar as pressões do quotidiano.

Fruto com bicho

A falta de igualdade na distribuição dos “frutos da recuperação económica” tem sido um chavão muito ouvido no discurso político em Macau. Leong Sun Iok apelou à implementação de políticas que favoreçam um maior equilíbrio. “A estrutura económica tem de ser melhorada, para garantir o desenvolvimento equilibrado de todos os sectores. Além disso, é preciso investir em educação e formações tecnológicas de forma a reforçar a adaptabilidade de trabalhadores no mercado”, afirmou Leong Sun Iok.

O deputado apelou ainda ao lançamento de mais medidas de apoio económico, como subsídios para cobrir “as despesas do dia-a-dia, como cartões do consumo, apoios à habitação e saúde”.

Além das questões directamente económicas, mais de 70 por cento dos entrevistados revelaram sentir stress devido à necessidade de cuidar de menores e idosos. A vice-presidente da FAOM, Leong Meng Ian, sugeriu o limite do horário de trabalho semanal para 48 horas, a unificação dos dias de licença de maternidade entre os sectores privado e público, bem como aumentar a licença de paternidade. A responsável apelou ainda à criação de uma licença para acompanhamento médico de familiar e licença para actividades entre pais e filhos. O inquérito foi realizado entre Junho e Novembro deste ano e teve respostas de 1.100 pessoas.

3 Dez 2024

Novo Governo: Quem disse o quê

Assuntos Sociais | O Lam investe nos jovens

Os jovens que concluíram os estudos superior vão ter mais assistência e aconselhamento na altura da entrada no mercado de trabalho, apontou ontem a futura secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam. A responsável referiu ser essencial prestar apoio ao planeamento de vida dos mais novos em termos de estudos académicos e carreira profissional, criando mais oportunidades de integração no desenvolvimento do projecto da Grande Baía. A futura secretária vincou a entrada numa era de elevada competitividade profissional, sendo fundamental adquirir experiência. Outros campos prioritários, serão a educação patriótica e a resposta ao envelhecimento da população. Na pasta da cultura, O Lam salientou a necessidade de continuar a reforçar imagem cultural de Macau, tirando partido das misturas culturais que são características essenciais do território.

Obras Públicas | Raymond Tam quer rever política de habitação

As políticas de habitação pública vão ser revistas de forma a identificar a necessidade de ajustes, mas a filosofia que está na génese da habitação intermédia irá manter o formato original. Estas foram algumas das prioridades apontadas pelo novo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam, ontem durante a apresentação do novo Governo que irá tomar posse a 20 de Dezembro. O responsável, que vem da liderança da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, afirmou também que o trânsito e transportes contam-se entre as principais preocupações da população. Como tal, Raymond Tam indicou que o alargamento do Metro Ligeiro ao centro da cidade será uma solução a estudar, assim como a melhoria da rede rodoviária da região.

CCAC | Ao Ieong Seong quer uma sociedade limpa e honesta

A nova Comissária contra a Corrupção, Ao Ieong Seong, afirmou ontem o compromisso em cumprir as responsabilidades legais que o cargo implica na construção de uma “sociedade limpa e honesta”. A responsável, que desde 2019 ocupava o cargo de adjunta do Comissário Chan Tsz King, salientou as metas de estabelecer uma sociedade justa e equitativa, regida pelo Estado de Direito, e reforçar a construção de um governo limpo. No que diz respeito às prioridades de trabalho, Ao Ieong Seong afirmou que o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) irá investigar e tratar os casos de acordo com a lei, continuar o combate à corrupção nos sectores público e privado e aprofundar a educação para a integridade. Tendo em conta que o seu antecessor e chefe, Chan Tsz King, foi nomeado Procurador do Ministério Público, a nova comissária salientou que os dois organismos sempre tiveram uma relação próxima, especialmente a lidar com casos de corrupção.

2 Dez 2024