UM cria Associação de Estudos de Língua Portuguesa da Ásia

A Universidade de Macau organiza hoje e amanhã uma conferência internacional sobre ensino e aprendizagem de Português como língua estrangeira durante a qual será criada a Associação de Estudos de Língua Portuguesa da Ásia (AELPA). A Associação é criada à imagem de outras associações de professores, investigadores e académicos de estudos portugueses espalhados pelo mundo, como por exemplo a American Portuguese Studies Association (APSA) na América, indica o programa da conferência.
A AELPA terá a sua primeira sede na UM durante dois anos e os seus estatutos e primeiro comité executivo serão aprovados durante a conferência.
“Esta é a primeira conferência dirigida para as pessoas que ensinam Português na China e na Ásia”, disse à agência Lusa a presidente da comissão organizadora, Inocência Mata. “O que se pretende é direccionar para os colegas chineses que ensinam Português e fazer com que a UM seja uma plataforma de diálogo entre colegas”, acrescentou a professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e docente de Literaturas e Culturas em Português da UM.
A conferência vai contar com 52 comunicações e participantes oriundos do interior da China, Japão, Coreia do Sul e Índia. Também participam professores das várias instituições de ensino em Macau e de Portugal.
“Na verdade, estamos muito empenhados em que a UM possa ser uma referência do ensino de Português na Ásia. Esta universidade tem 35 anos e o seu curso de Verão [de Português] vai ser o 30.º este ano, o que já demonstra a persistência (…), mas gostaríamos que ela pudesse ser o lugar de encontro das pessoas que trabalham no ensino da língua”, observou.

Dimensões múltiplas

Na conferência vão ser abordadas, entre outros assuntos, “as literaturas de Língua Portuguesa, as metodologias e propostas curriculares, nomeadamente as que melhor respondem ao perfil dos falantes de língua chinesa, que não pode ser a mesma proposta curricular aplicada a um falante de Francês, Espanhol ou Alemão. Há uma grande diferença no imaginário histórico-cultural dos países de europeus e de Língua Portuguesa em África e no Brasil” em comparação com “o acervo do estudante chinês” que estuda Português, afirmou Inocência Mata, sublinhando que essa particularidade deve ser atendida no ensino da língua na Ásia.
Outro objectivo, segundo a presidente da comissão organizadora da conferência, é que o ensino da língua lusa seja visto “além da sua dimensão utilitária e que tenha uma dimensão humanística”, porque “aprender as diferentes culturas dos outros povos também é importante para a economia”. “Não podemos perder de vista a dimensão cultural das relações económicas”, concluiu.

8 Abr 2016

Papéis do Panamá: Hong Kong é via para contornar restrições

[dropcaap]A[/dropcap] operação “Papéis de Panamá”, que revelou um alegado esquema gigantesco de evasão fiscal, evidenciou Hong Kong como um centro de criação de empresas “offshore”, utilizadas por chineses do continente para transferir capital além-fronteiras.

Segundo novos dados revelados ontem pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), os escritórios na China da Mossack Fonseca, a firma de advogados panamiana no centro do furacão, criaram 16.300 empresas de fachada.

O caso reacendeu o debate sobre os meios utilizados pelas classes abastadas da China para salvaguardar as suas fortunas e fugir às restrições cambiais impostas por Pequim.

Devido à proximidade ao continente chinês e à liberdade que caracteriza o seu sistema financeiro, a ex-colónia britânica funcionará mesmo como uma plataforma.

“Os chineses estão a transferir o seu dinheiro para fora devido ao abrandamento da economia”, disse à agência France Presse Andrew Collier, director do centro de investigação Orient Capital Research, com sede em Hong Kong.
“O mercado imobiliário está em declínio em muitas zonas do país e existe apreensão com a campanha anti-corrupção e o impacto que poderá ter na segurança do capital na China”, explicou.

Através da subfacturação de bens exportados a partir de Hong Kong ou da subvalorização das importações para a cidade, é possível gerar dinheiro extra, que é depois colocado em contas “offshore”, explica Collier.
“Muita gente refere que existem imensas facturas falsas de produtos transaccionados entre a China e Hong Kong, e que Hong Kong está a ser utilizado como uma via para retirar capital do país”, descreve.

Esquema em movimento

As empresas chinesas podem então obter dinheiro em moedas estrangeiras junto dos bancos chineses, destinado a pagar produtos importados, mas sobrestimando o montante necessário, que é depois movimentando para contas na cidade.

“É muito difícil para um banco distinguir quais facturas são verdadeiras ou falsas”, considera Collier.
Pequim limita o montante de capital que pode ser transferido por pessoa além-fronteiras a 50.000 dólares por ano, mas através de contas secretas em Hong Kong é possível superar esses valores, explica à AFP o investidor David Webb.

Webb argumenta que a cidade carece de transparência no seu mercado de capitais e nas empresas que aí se registam, em parte porque não quer afastar o negócio alimentado pela China.

“Adoptaram a política do ‘não perguntes, nem digas nada’, sabendo que a epidémica corrupção no continente é a origem de muitos dos negócios”, refere.

“Estão preocupados que [mais regulação] reduza a quantidade de negócios e a atractividade de listar empresas em Hong Kong”.

A China limita a quantidade de dinheiro que cada turista pode levar para fora do país a um máximo de 20.000 yuan e o equivalente a 5.000 dólares em moedas estrangeiras.

As restrições geram, entretanto, o fenómeno designado de “mulas do dinheiro”: contrabandistas que carregam cintas de notas coladas ao corpo ou em malas através das alfândegas.

Outro esquema envolve a emissão de cheques em moeda estrangeira por bancos ilegais na China em troca de yuan, a moeda chinesa.

Lojas de câmbio em Hong Kong servem também de facilitadores para transferir dinheiro para fora. “Enquanto maiores são as restrições impostas pelo Estado, em qualquer país, à movimentação de capital, maiores são os fluxos financeiros ilegais”, conclui Webb.

8 Abr 2016

Pequim | Centro financeiro expande-se para o subsolo

O jornal Beijing Youth Daily apurou na reunião de oficiais do centro financeiro da capital chinesa, que teve lugar na quarta-feira passada, que um megaprojecto de cinco anos de duração está já em curso. O projecto em questão é um corredor subterrâneo de vários pisos, onde irão existir infra-estruturas dedicadas ao comércio, redes de transportes, acessos para pedestres e automóveis, parques de estacionamento, entre outros. A primeira fase da construção, nas imediações da região norte do centro financeiro, foi já concluída.
O corredor subterrâneo será o maior empreendimento no núcleo do centro financeiro da capital chinesa. Deverá ter uma extensão de 400 metros entre o norte e o sul, e 500 metros entre as extremidades este e oeste. No total serão construídos cinco pisos. A secção na região norte do centro financeiro, cujos trabalhos de construção foram já concluídos, perfaz apenas 5% da totalidade do projecto.
De acordo com o responsável do comité de gestão do centro financeiro, o primeiro piso será destinado ao trânsito de pedestres e à actividade comercial. Após darem entrada no local, as pessoas poderão percorrer a rua e visitar os vários edifícios ali presentes. Estará ainda prevista a inclusão de uma estação de metro nas imediações. O segundo piso deverá ter uma auto-estrada, um passeio pedonal, e um parque de estacionamento. O terceiro piso, para além de garagens, será dedicado a dispositivos de aquecimento e outro tipo de maquinarias eléctricas. O quarto e quinto pisos serão reservados para unidades de protecção civil e garagens.

Mais verdura

Para além deste empreendimento, o centro financeiro já começou a mover diligências no sentido de aumentar a área de arborização e da presença de plantas para uma área total de cinco hectares. A presença de elementos de decoração urbanística aquáticos deverá ser também mais proeminente na Praça Xiachen.

8 Abr 2016

“Os 500 Arhats” – A magnum opus de Takashi Murakami

Michel Reis

Takashi Murakami é um dos mais internacionalmente aclamados artistas contemporâneos dos nossos dias. Nascido em 1962 em Tóquio, estudou na Universidade de Artes desta cidade, onde concluiu a sua licenciatura, mestrado e doutoramento. Fundou a fábrica Hiropon em Tóquio em 1996, que mais tarde se transformou em Kaikai Kiki, uma corporação de produção e de gestão de arte. Para além da produção e marketing da arte de Murakami e trabalhos relacionados, Kaikai Kiki funciona com um ambiente que apoia e promove artistas emergentes, colabora com músicos e marcas corporativas e produz cinema e animação.
Um autêntico pára-raios de diferentes valências culturais (antiga/moderna, oriental/ocidental), Takashi Marukami acredita que o artista é alguém que compreende as fronteiras entre os mundos e que faz um esforço para os conhecer. Com o seu distintivo estilo e etos “Superflat”, que emprega técnicas altamente refinadas de pintura japonesa clássica para retratar um conteúdo que mistura conteúdos sobrecarregados de Pop, anime e otaku (termo japonês para pessoas com interesses obsessivos, vulgarmente fãs de anime e manga) num plano figurativo representacional espalmado, Murakami movimenta-se livremente num campo sempre em expansão de questões estéticas e inspirações culturais. Paralelamente a temas utópicos e distópicos, evoca e revitaliza narrativas de transcendência e esclarecimento, envolvendo frequentemente especialistas alheios. Minando temas religiosos e seculares favorecidos pelos chamados “excêntricos japoneses” ou artistas não-conformistas do início da era moderna, comummente considerados como sendo homólogos à tradição romântica ocidental, Murakami situa-se a si mesmo no seio do seu legado de forte e activo individualismo de uma forma que é inteiramente sua e do seu tempo.
Para além da uma exposição retrospectiva sua, que teve início no Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles (“©Murakami”) em 2007, e que viajou para museus proeminentes em todo o mundo, Murakami realizou instalações de grande escala em vários locais como o Palácio de Versailles (“Murakami Versailles”) em 2010, e no Qatar (“Murakami – Ego”) em 2012, deixando a audiência global perplexa com a escala massiva e a qualidade polida das suas obras. No entanto, tais exposições têm sido extremamente limitadas no Japão.
Na sua há muito aguardada exposição a solo no Japão, no Museu Mori em Tóquio, que acaba de encerrar, a pintura de Murakami, “Os 500 Arhats” (os discípulos iluminados de Buda), com 100 metros de comprimento por 3 metros de altura, uma das maiores pinturas alguma vez produzidas na história global da arte, foi exposta no Japão pela primeira vez. A obra foi criada como prova de gratidão ao Qatar, um dos primeiros países a oferecer assistência na sequência do Grande Terramoto e Tsunami do Leste do Japão, revelado em Doha em 2012. A exposição integrou “Os 500 Arhats” e uma série de obras novas de pintura e escultura, nas quais este artista maduro, que trabalha com uma energia, talento artístico e escala surpreendente, continua a oferecer novos desafios à história da arte contemporânea. A exposição proporcionou ainda uma oportunidade de examinar o papel da arte e da religião no que respeita à agitação social e à mortalidade humana, assim como tomar contacto com a profunda exploração do poder da arte para iluminar a nossa compreensão da condição humana e das realidades do mundo em que vivemos.
Recrutando mais de 200 alunos de universidades de arte japonesas, Takashi Murakami levou a cabo a árdua tarefa de completar a sua magnum opus “Os 500 Arhats”, num espaço de tempo muito curto. A obra consiste em quatro secções ostentando os nomes dos lendários guardiões chineses dos quatro pontos cardeais (Dragão Azul – este, Tigre Branco – oeste, Pássaro Escarlate – sul, e Tartaruga Negra – norte). Abordando os temas da religião e da arte, da mortalidade e das limitações, pode dizer-se que esta obra monumental abre um novo caminho na criatividade de Murakami. Revelada pela primeira vez fora do Japão, a exposição realizada no Museu Mori constituiu o “regresso a casa” e a estreia mundial da obra completa de “Os 500 Arhats”, visto que alguns elementos e detalhes lhe foram acrescentados. Além disso, ao expor partes de materiais vastos usados na produção, tais como desenhos, materiais de pesquisa, e instruções de esboços, a exposição permitiu ainda vislumbrar o sistema de produção de obras de arte de Murakami.
Os 500 arhats são tidos como discípulos de Buda que espalharam os seus ensinamentos e conferem às pessoas comuns a salvação dos desejos mundanos. A fé nos arhats foi levada ao Japão durante o período Heian (sécs. VIII – XII) e floresceu através do país durante o período Edo (sécs. XVIII – XIX) na forma de pinturas e esculturas. Os Quinhentos Arhats de Kano Kazunobu (1816-63), que se encontram no tempo Zojoji em Shiba, em Tóquio, consistindo numa série de 100 pinturas em rolo que retratam as vidas e feitos dos lendários 500 discípulos budistas, foram expostos no Japão pela primeira vez na sua totalidade no Museu Edo de Tóquio imediatamente a seguir ao Grande Terramoto e Tsunami do Leste do Japão e na Galaria Arthur M. Sackler, do Museu Smithsonian em Washington D.C., em 2012. Ambas as exposições foram alvo de uma tremenda atenção do público.
Desde o início da sua carreira que Takashi Murakami vem tentando capturar personagens de anime e manga como uma extensão da tradição Nihonga. A pintura com 30 metros de comprimento A Picture of Lives Wriggling in the Forest at the Deep End of the Universe, exibida na exposição, é a sua última variação sobre 727, uma importante obra anterior na qual surge a personagem original de Murakami, o Sr. DOB, montado numa nuvem de uma forma reminiscente à pintura em rolo do período Heian Shigisan Engi (A Lenda do Monte Shigi). Esta pintura recente, na qual as várias personagens e temas que Murakami retratou nos últimos 20 anos são combinados num único plano, pode ser comparada a um álbum dos “maiores êxitos” no qual as obras-primas do artista são coligidas. Tradicionalmente, os espectadores podem tentar discernir o significado de uma obra através do seu título, mas aqui, de facto, não há ligação entre as duas coisas. Murakami pretende que os espectadores imaginem a obra através da leitura do título e que então se achem perplexos com a pintura real, ou como ele próprio coloca a questão, “estar no limiar de compreender a obra mas acabar perplexo”. De acordo com Murakami, “guardar uma distância avassaladora da realidade quando se está a ver uma obra” é uma parte importante da arte. Nas quase psicadélicas pinturas abstractas de Murakami, podemos observar uma mistura de efeitos especiais tipo Star Wars, pintura japonesa e americana avant-garde do pós-guerra, e caligrafia, manifestando-se em formas da Nova Pintura dos anos 80 e em fantasmas do manga de Mizuki Shigeru. As suas pinturas ensō representam simbolicamente não apenas o esclarecimento, a verdade, e a natureza de Buda, mas também o universo na sua totalidade. Ao regressar a temas tradicionais como a transcendência e o esclarecimento e ao revisitar pinturas clássicas assim como o seu próprio trabalho, Murakami dá vida nova ao passado e afirma estar a “prolongar a vida da pintura”.  

8 Abr 2016

FRC | Conferência “Resposta Penal à Ameaça do Terrorismo” com Júlio Pereira

[dropcap style’circle’]J[/dropcap]úlio Pereira, Procurador-geral adjunto em Portugal e antigo adjunto do Comissário Contra a Corrupção em Macau vai discorrer sobre a forma como os sistema penal deve lidar com a ameaça do terrorismo. Num evento a ter lugar na Fundação Rui Cunha, a 12 de Abril, a conferência irá abordar o ciclo de violência jihadista que se tem manifestado através de atentados nos quatro continentes e que tem causado especial perplexidade na Europa.
Muitos países europeus sofreram, na segunda metade do século XX, ataques terroristas de grande amplitude. Adianta o abstracto da palestra que o terrorismo de matriz independentista ou revolucionária, sendo naturalmente repudiado, era por alguns entendido no quadro da disputa geoestratégica do mundo bipolar de então, invocando valores como a liberdade ou o direito à independência dos povos.
O terrorismo jihadista, porém, aponta como objectivo imediato a aniquilação de tudo aquilo que se considera como valor adquirido pela humanidade, no que se refere aos direitos humanos, com base numa visão rigorista e oportunista do Islão, como indica a organização. Os europeus não entendem designadamente como é que jovens nascidos e/ou educados em solo europeu, se voluntariam para combater na Síria ou no Iraque ou para cometer atentados nos países em que nasceram ou onde foram acolhidos.
A resposta a este problema, corporizada numa estratégia anti-terrorista da União Europeia, “passa também pela lei penal que tem ao longo dos últimos anos sofrido importantes alterações as quais têm também gerado o receio de que possam conduzir a um novo paradigma de direito e de processo penal”, como indica o orador. “Numa altura em que o mundo vive, permanentemente, a terrível ameaça terrorista, esta conferência assume uma relevância especial”, explica a FRC.
Integrada no ciclo Reflexões ao Cair da Tarde, a conferência de Júlio Pereira
acontecerá na próxima terça-feira, dia 12 de Abril, às 18h30. Terá tradução simultânea e a entrada é livre.

7 Abr 2016

Crédito Social | China quer implementar sistema que dá pontos aos “bons cidadãos”

Se for um bom cidadão, e o seu perfil nas redes sociais o indicar, recebe pontos que lhe dão viagens, carros e até permitem desburocratizar processos. É o plano mais recente da China, que tenciona implementar o chamado Sistema de Crédito Social. Uma economia emergente, um histórico financeiro atípico, um país lotado de gente, um partido único e a necessidade de controlo social – está dada a receita para o uso que se pode dar à tecnologia através das redes sociais

[dropcap style’circle’]A[/dropcap]quilo que pode representar um dos mais engenhosos planos de controlo social de massas pode estar a caminho, como indicam notícias avançadas pela imprensa internacional, como o Independent, Quartz e BBC. A ideia aparentemente inocente sai do Esboço do Plano de Construção de um Sistema de Crédito Social 2014-2020 dado a conhecer pelo Conselho de Estado do Governo Central.
Por entre um discurso marcado pela habitual propaganda ao país, as constantes referências ao objectivo de “estabelecer a ideia de uma cultura de sinceridade, promovendo honestidade e valores tradicionais” resvalam na iniciativa da criação de um sistema de crédito social à escala nacional. Este sistema vai avaliar a credibilidade, a confiança e as boas intenções dos cidadãos – através das redes sociais.
Se por um lado este sistema de avaliação de fiabilidade de crédito na área financeira já está implementado um pouco por todo o mundo, por outro – e pegando nas directivas do Governo chinês e do Banco Central da China – estão agora os olhos postos em oito companhias privadas com projectos em andamento para o efeito.
Em resposta às directivas do Governo Central acerca do seu plano quinquenal, já várias empresas privadas puseram a mão na massa para criar um sistema de avaliação da credibilidade social. Salienta-se já o Sesame Credit System, uma plataforma virtual com uma vertente quase lúdica de jogo que, com um ano de existência, foi criado, enquanto projecto piloto, pela AntFinantial – uma empresa da Alibaba, que por sua vez já representa a maior plataforma de vendas online a nível mundial, e a Tencent, gigante virtual à qual pertence o WeChat.
A este já se juntaram um sem número de entidades ligadas às trocas financeiras, ao comércio em geral, aos transportes, electricidade e até mesmo o Baihe, que conta no seu serviço de encontros com cerca de 90 milhões de utilizadores com todas as informações incluídas. Aqui, os adeptos do Sesamir Credit System são uma espécie de jogadores em que, e tal como nos jogos, quem mais pontua mais ganha.

Pontos e ganhos

O Sesame Credit System, aquando da inscrição que para já é voluntária, confere de imediato um número de pontos ao seu subscritor, dependendo da informação que tem armazenada e os respectivos cruzamentos com os parceiros. Esta informação abrange cinco áreas: uma delas avalia o histórico de crédito do utilizador, baseado nos históricos bancários e em pagamentos devidos ou não de crédito. Outro segundo exemplo, já mais personalizado, “avalia” o comportamento do utilizador enquanto consumidor (neste ponto são tidas em consideração as compras efectuadas, o pagamento atempado ou não das contas e demais obrigações e ainda as suas preferências no mercado da bolsa).
Num terceiro vértice está a capacidade do indivíduo de manter as suas promessas e compromissos. O registo é capaz de conter informações acerca das fontes de rendimento do utilizador e do seu emprego e avaliar a estabilidade ou não das mesmas. Em quarto lugar está um item que se auto apela de “traços de identidade”, que de uma forma não muito compreensível remete para as características capazes de conferir ao utilizador confiança pessoal. Por último, a avaliação das relações pessoais do jogador tendo como referência os contactos nas redes sociais. Este pentágono é também uma das imagens que acompanha os utilizadores de forma a que vão tendo uma referência visual da sua pontuação. A forma como os “pontos sesamo” são dados e o por quê ao certo, não se entende, como dá a conhecer o repórter da Quartz, Zheping Huang, que se fez de cobaia na aplicação. credito social
Ainda que sem definir concretamente de que forma são dadas as pontuações, a verdade é que estamos perante um ficheiro completo da vida de cada um – do que faz, do que gosta, do que prefere, do que paga e compra ou deve, como se desloca, que amigos tem, que livros lê e um sem limite de informação. O Sesame Credit promove ainda a partilha de pontuação num acto exibicionista de sucesso ou a comparação com os “amigos” para que se mantenha o formato “rating” numa promoção contínua de um melhor lugar na escala, até porque descontos e vouchers – os prémios para os melhores cidadãos – podem dar sempre jeito.

Quantos queres? Quantos ganhas?

Cada indivíduo pode valer entre 350 a 950 pontos. Com uma pontuação média de 600, já cá canta um empréstimo em compras virtuais de cerca de 800 dólares sem juros, com 650 já há direito a alugar-se um carro sem necessidade de deixar depósito e com 700 a vantagem já tem outra cara: dá prioridade ao bom cidadão nas burocracias para a documentação de autorização para viajar para fora do país, nomeadamente para Singapura e acima disto até para o Luxemburgo.
Mas uma boa pontuação pode também dar origem a um emprego melhor, segundo Randy Strauss director de recrutamento da Strauss Group Inc.. Os candidatos a emprego são avaliados segundo a seu “valor” e, neste sentido, “a primeira razão a dar à companhia para que se seja contratado é relativa à confiança que se pode depositar no futuro colaborador”.
Strauss acrescenta que a simples análise curricular não é suficiente para avaliar o candidato sendo que, por exemplo, um crédito social baixo poderá dizer que o candidato não será o mais adequado na medida em que reflecte uma baixa responsabilidade pessoal. E pode ser também um indicador de como cada um respeita as regras e a autoridade. Por outro lado, apesar da divulgação do crédito social ser de cariz voluntário e, por enquanto, ainda seja necessária autorização do utilizador, o facto deste não a disponibilizar pode também ser tido como elemento a ter em conta numa má avaliação, na medida em que pode querer eventualmente esconder alguma coisa.

Sobe e desce

Mas os pontos não sobem só, também podem ir descendo. Nestes casos preparem-se os jogadores para enfrentar dificuldades burocráticas ou financeiras – caso precisem de empréstimos – ou até verem a velocidade da sua internet ser reduzida.
Traduzindo por miúdos, a ideia é fácil de entender: um bom cidadão tem direito a prémios, as companhias são importantes e, se quer ir a Singapura basta dar uma olhadela aos pontos. Se não tiver os pontos suficientes, se calhar, anda com más companhias. E se passa demasiado tempo na internet, não deve querer trabalhar.
Por enquanto até podem parecer absurdas estas questões, mas na realidade algumas delas já foram colocadas e respondidas, por exemplo, para Li Lyingyun, director da Sesame’s technology, que, em declarações à Caixin, na BBC, diz: “alguém que passe dez horas a jogar computador será considerado uma pessoa preguiçosa e alguém que compre frequentemente fraldas poderá ser um pai que, no balanço, tem mais probabilidades de ser uma pessoa responsável”.
Este sistema é de facto, e ainda, um projecto piloto envolto numa presumida ingenuidade da sociedade, como relata a imprensa. A invasão total de privacidade, sendo a mesma objecto de avaliação, parece ser o sistema que poderá servir de referência à prática generalizada e obrigatória agendada para 2020 em todo o território chinês. Com este método de recompensa positiva ao bem que se faz, poderá estar aberta uma das formas mais engenhosas de vigilância e controlo de massas. Até porque não é preciso um “big brother” a controlar, uma vez que cada um o é voluntariamente, em troco de pontos de desconto ou viagens, ganhos através das partilhas das “boas acções do dia”.
O “Dangan”, literalmente “ficheiro”, que até agora correspondia ao processo individual que o Governo da China continental terá referente ao comportamento dos seus cidadãos, sairá da gaveta para o sistema virtual e será conhecido em forma de números.

Inofensivo ou assustador?

Jason Chao afirma ao HM que, numa leitura superficial, o sistema parece ser inofensivo. Contudo, o activista de Macau considera que “se nos debruçarmos um pouco, constatamos que as possibilidades que abarca são assustadoras para a liberdade de expressão”. Chao dá como exemplo a influência que este sistema poderá ter no quotidiano das pessoas, em situações como a de poder ser aceite ou não para determinado emprego, sendo esta aceitação possivelmente condicionada pela pontuação que aufere. O também vice-presidente da Associação Novo Macau refere ainda “a possibilidade assustadora” de controlo massivo que o sistema oferece.

7 Abr 2016

Workshop sobre Matisse com Ana Pessanha

Pintor de emoções, como ele próprio um dia disse, e profundamente interessado na figura humana, apesar de ter começado a pintar naturezas-mortas e paisagens no estilo flamengo tradicional, Henri Matisse é um dos grandes pintores contemporâneos. Destacado impressionista, a maioria de suas primeiras obras, todavia, empregavam uma paleta escura e tendiam para o sombrio. Mas um dia tudo mudou. “Procuro o efeito de cor mais forte possível … o conteúdo não tem importância nenhuma”, referiu. Além do seu traço inconfundível, Matisse ficou também conhecido pela utilização da técnica de colagem de papéis coloridos recortados e é precisamente isso que Ana Maria Pessanha vai voltar a abordar num workshop no Creative Macau. A portuguesa tem o grau de Pintura da Faculdade de Belas Artes de Lisboa e é actualmente professora de Arte e coordenadora do programa de mestrado da Escola Superior de Educação Almeida Garrett da Universidade Lusófona. A sessão acontecerá no próximo sábado, dia 9, entre as 15h00 e as 18h00. A admissão é gratuita.

7 Abr 2016

Stanley Ho faz parte de empresa que quer TAP

Stanley Ho, o magnata do Jogo de Macau, está ligado à Hainan Airlines (HNA), a empresa que pretende comprar a Transportadora Aérea Portuguesa (TAP). De acordo com o jornal português Público, o nome de Stanley Ho surge como sócio da HNA na companhia de aviação low cost HK Express. As duas empresas terão acordos comerciais para partilha de voos. O jornal diz que, apesar de não haver praticamente informação sobre a estrutura accionista da HK Express, sites especializados e a imprensa internacional dão conta de que a participação de Stanley Ho no capital foi diminuindo ao longo do tempo para os actuais 25,3%. Além dos 45% do grupo HNA, o restante capital estará hoje repartido ainda por Mung Kin Keung (15%) e pela China Energy Development (14,7%). Se a entrada da chinesa HNA se concretizar, Stanley Ho poderá assim voltar a cruzar-se com a TAP – anteriormente, a empresa foi parceira de Stanley Ho, quando o empresário adquiriu, através da Geocapital, 85% da VEM, a unidade de manutenção que pertencia à falida Varig. A HK Express foi fundada em Março de 2004 pelo magnata dos casinos e começou a transportar passageiros no ano seguinte. E foi logo em meados de 2006 que a HNA entrou em cena, com a compra de 45% da participação do empresário.

6 Abr 2016

Panama Papers | Jornal oficial do PCC diz que investigação tem propósitos políticos

Um jornal do Partido Comunista da China (PCC) classificou ontem a operação “Papéis do Panamá” como uma campanha de “desinformação”, em que Washington possui “particular influência”, e que tem como alvo líderes de países não ocidentais.
Dirigida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), aquela investigação abrange 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de actividade da firma de advogados panamiana Mossack Fonseca.
Especializada em esquemas de evasão fiscal e com uma carteira de clientes prestigiados, a Mossack Fonseca tem mais escritórios na China do que em qualquer outro país, segundo a sua página oficial na Internet, presente em oito cidades chinesas, incluindo Hong Kong.
De acordo com o ICIJ, pelo menos oito actuais ou antigos membros do Comité Permanente do Politburo do PCC, a cúpula do poder na China, terão colocado os seus bens em empresas ‘offshore’.
O jornal britânico Guardian revela que uma pesquisa interna conduzida por aquela firma indica que a maior proporção de donos das suas empresas ‘offshore’ são provenientes da China continental, seguido por Hong Kong.
Sob a liderança do actual Presidente chinês, Xi Jinping, Pequim lançou uma persistente campanha anti-corrupção, enquanto reprimiu activistas e dissidentes que exigiam maior escrutínio sobre os titulares de cargos públicos.
Entre os familiares, ou pessoas próximos de altos responsáveis chineses envolvidos, figura Deng Jiagui o marido da irmã mais velha de Xi.
Em 2009 – quando Xi era membro do comité permanente do Politburo do PCC, mas não Presidente – Deng tornou-se o único accionista de duas empresas de fachada nas Ilhas Virgens britânicas, revelou o ICIJ.

Censura quase total

Sem nunca referir o envolvimento de líderes chineses, o Global Times jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC, acusa os documentos analisados de terem “alvos políticos”.
Todavia, nos restantes órgãos de comunicação, ou nas redes sociais chinesas, as referências à operação são escassas, enquanto a transmissão de canais de televisão estrangeiros no país, como a estação britânica BBC, é interrompida de cada vez que o caso é mencionado.
Segundo um relatório difundido em 2011 pelo Banco central da China, funcionários chineses corruptos terão enviado um total de 120 mil milhões de dólares para contas no estrangeiro.
A Mossack Fonseca mantém escritórios nas cidades chineses de Xangai e Shenzhen, nas cidades portuárias de Qingdao e Dalian e nas cidades de Jinan, Hangzhou e Ningbo. Os documentos, inicialmente conseguidos pelo diário alemão Suddeutsche Zeitung no início do ano passado, foram em seguida divididos pelo ICIJ entre 370 jornalistas de mais de 70 países. A investigação desencadeou já crises políticas, em alguns países, e noutros, a promessa de processos judiciais.

6 Abr 2016

China | Preocupações com créditos imobiliários de alto risco

Para ocupar as cidades fantasma, as imobiliárias têm vindo a relaxar o crédito e a facilitar as aquisições o que, na opinião de especialistas, é uma prática arriscada que pode vir a dar maus resultados. Agora, o governo está a tentar por travões depois de ter deixado o mercado em roda livre

Segundo um artigo publicado esta segunda-feira no The Wall Street Journal (WSJ), as iniciativas da China para reduzir o excesso de imóveis desocupados estimulando o crédito imobiliário provocaram um problema ainda maior o que está a alarmar os reguladores: um surto de empréstimos de alto risco ao estilo das hipotecas “subprime”, que tiveram um papel central na crise financeira norte-americana. Geralmente, os compradores na China dão um terço do preço de um imóvel novo como entrada. Mas, segundo a reportagem do WSJ, um rápido crescimento no número de compradores assumindo empréstimos para dar entradas em imóveis está a levar as autoridades chinesas a restringir a prática. Serviços de crédito que captam dinheiro a investidores e depois o emprestam a juros mais altos concederam 924 milhões de yuan em financiamentos para entradas de compras de imóveis em Janeiro, mais que o triplo do volume de Julho do ano passado, segundo a Yingcan, uma consultoria de Xangai.
Para ajudar as cidades a ocupar seus apartamentos vazios, o governo chinês começou a relaxar o crédito no final de 2014 e, relata o WSJ, um executivo sénior de um dos quatro maiores bancos estatais chineses diz que os empréstimos para pagar entradas de imóveis contribuíram directamente para uma alta recente nos preços dos imóveis em grandes cidades. “É uma prática arriscada que deve ser contida”, disse.

Comprem que é fácil

As autoridades chinesas estão a intervir e, em Março, o banco central e o Ministério da Habitação começaram a restringir empréstimos que encorajam compradores de imóveis com slogans de “sem entrada”.
Yang Jun, um auxiliar de escritório de 31 anos, assumiu um empréstimo juntamente com familiares e amigos para pagar a entrada de 30% de um apartamento de 1,5 milhão de yuan em Nanquim, mas ainda lhe faltaram 100 mil. Esse montante veio a ser coberto pela construtora que lhe ofereceu um empréstimo. “Isso ajudou-me a realizar meu sonho chinês” da casa própria, diz Yang. “Muitos jovens com eu ficariam fora do mercado sem a ajuda destes financiamentos.”, disse o jovem.
O governo chinês começou a relaxar o crédito no fim de 2014 para ajudar as cidades a ocupar seus apartamentos vazios — herança de um boom alimentado por dez anos de crescimento da população urbana e crédito barato. Mas, apesar da alta nos empréstimos para entradas e um acesso mais fácil às hipotecas para grupos como trabalhadores migrantes da zona rural, encontrar compradores tem sido uma tarefa difícil em alguns lugares. Em vez disso, o relaxamento do crédito e incentivos alimentaram uma corrida imobiliária nas grandes cidades.

6 Abr 2016

Cinema na China | “Palácio de Verão” 性爱与政治:重访电影《颐和园》

Julie O’Yang

Palácio de Verão é o quarto filme do escritor-realizador Lou Ye. Embora seja um nome menos conhecido do cinema chinês, Lou é, sem dúvida, o realizador que melhor domina a narrativa do enredo, destacando-se também pela escolha de vários temas polémicos que versam a sexualidade, o género, as obsessões e a política.
Palácio de Verão conta a história do encontro de um rapaz e de uma rapariga. A rapariga, Yu Hong, cresceu numa cidade do Nordeste, perto da fronteira com a Coreia. Admitida numa prestigiada universidade da capital chinesa, a jovem e independente heroína está determinada a viver intensamente e a realizar os seus sonhos. Numa festa disco no campus, Yu Hong encontra Zhou Lei e, não é preciso muito, para que os dois percebam que foram feitos um para o outro. Mas, deve-se saber de antemão, esta não é só uma história de amor. Após conturbadas e inebriantes sequências de sexo, o filme envereda por um registo mais tranquilo. Como pano de fundo temos o clamor da China dos anos 80. Num estilo um tanto ou quanto anárquico, este levantamento não deixou de ter sido corajoso e cheio de promessas. Um tempo de reformas, onde aspirantes a intelectuais desfrutaram de um curto período de liberdade de expressão. No entanto a idade de ouro da democracia chinesa estava prestes a sofrer um golpe trágico quando o Estado promoveu o terror no Verão de 1989. A 4 de Junho, o Massacre da Praça de Tiananmen marcou o ponto de viragem da história da China moderna. Neste argumento, quer o sexo quer a política são levados ao rubro, mas, no fim, das chamas restam apenas cinzas. Sobra uma nação privada de esperança às portas do advento de uma nova era, a do capitalismo “Made-in-China”.
No entanto o filme não se resume só ao amor e à política. A segunda metade aborda questões da família, que por sua vez são colocadas num contexto histórico. Lou Ye capta um período de transformações, durante o qual as bicicletas que deambulavam pelas ruas de Pequim foram substituídas por corridas de Volkswagens e as cartas de amor por emails. A nostalgia dum mundo para sempre perdido insinua-se através de uma atmosfera por onde perpassa uma estética feminina e nos corta a respiração.
Palácio de Verão tem momentos chocantes quando os civis são abatidos pelas Forças Armadas. À semelhança da heroína da história a China parece perdida num limbo, sem objectivo.
Veja o trailer aqui: https://bit.ly/1ZwahkX

Palácio de Verão
140 min Drama | Romance
Falado em: Mandarin | Alemão

6 Abr 2016

Que estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa?

A empregada do bar

Têm estado dias de nevoeiro. Dias nos quais não se vê o outro lado da ponte. Uma cerração que se estende e que entra nas nossas cabeças. Ofuscando a visão. Aglutinando a alma. Até não existir mais nada. Até só existir esta intensa camada que envolve os nossos corpos. Nada mais que este estar em surdina. Esta pressão que aperta o coração. Olho para ti. E és? Existes realmente? Ou subsistes apenas como reminiscência no espaço cinza claro?
Desde que aqui vens que me parece poderes estar interessado em mim. Mas algo se passou na tua vida que te deixou com uma dor profunda. Vens aqui todas as noites. Vens beber até não poderes mais. Sou sempre eu que te sirvo. E sirvo-te o tempo todo. Primeiro vieste uma noite e não ficaste muito tempo. Depois as visitas tornaram-se cada vez mais frequentes. Já encontrei os teus olhos a passear pelas linhas do meu corpo. Por vezes demoras-te no decote do meu vestido e, a medo, nos meus seios. Sinto que imaginas coisas, mas ainda não percebi bem o quê. Não sei se te sentes tão atraído por mim como eu me comecei a sentir por ti. A verdade é que uma mulher sente sempre o olhar de um homem. Ao mesmo tempo parece que tens medo de ti. Do que pode acontecer. E até, de podermos acabar na cama. E, se calhar, tens razão. Não sei se tens medo de te ligar a mim. Se calhar tens medo de ti. Se calhar tens medo que eu seja sádica, abusiva ou dominadora. Se calhar tens medo de seres tu o sádico. Se calhar tens medo que, apesar de trabalhar num bar, eu seja uma pessoa dócil. Que seja quase como uma flor. Uma flor que tu poderás danificar. Mas eu digo que não poderás. E digo que não poderás, porque se eventualmente acontecer algo entre nós, eu tudo farei para ser, primeiro a tua princesa, e depois a tua rainha.


Hoje é terça-feira, e tu, mais uma vez, estás sozinho. Estás sentado ao balcão, no mesmo lugar de sempre, não muito longe do aquário. As tuas mãos variam de posição frequentemente. As tuas mãos existem em alternância, entre o copo e a cabeça, que se percebe mais confusa que nunca. Num gesto repentino bates com o copo no balcão e bebes o que resta de uma vez só. Ainda não estás bêbado como já te vi. Algumas vezes por esta altura já estás preparado para subir ao teu quarto. Mas hoje a tua confusão tem uma determinação qualquer que não te deixa ficar bêbado.
Vou agora passar à tua frente. Devagar. Com um leve agitar do corpo. Fazendo com que este rebolar me insinue. Esperando que este rebolar te acorde e te faça olhar para mim. Vou-o fazer sem aviso prévio, de modo a que sintas um arrepio na espinha. Daqueles arrepios que fazem tremer o sexo. Daqueles arrepios que ampliam a imaginação. E assim me perco no sonho, no desejo, a olhar para ti. A olhar para ti. Mas tu não me vês. E que vejo eu? Vejo um homem que já não é novo. Talvez um pouco rebelde. Um homem estranho, abatido, e, sempre à procura, sempre tão perdido. Tudo o que quero neste momento, é mostrar-te que o que quer que seja que te tenha acontecido, não merece esta forma dolorosa de suicídio em andamento lento. Mas sou tímida, e nunca seduzi ninguém nesta situação, a partir do lado de dentro do bar.

Eu sei. Eu sinto. Eu sei que podes ser bastante convincente. Eu sinto que, com vontade, com a tua voz calma, com o teu olhar que sei pode ser quase sedutor, podes fazer qualquer mulher sucumbir em desejo. Eu sei. Eu sinto. Mas estas não são as melhores circunstâncias. Tu não és tu. És tu e dor. E eu sei que posso fazer com que te esqueças. Nem que seja por um momento. Se me deres oportunidade para isso. Deixa ver se me consigo surpreender e me lanço para ti. “Que fazes hoje à noite depois disto?” Uma onda de antecipação parece crescer no meu peito quando penso nessa possibilidade. De algum modo não quero admitir mas parece que tenho estado à espera de ti. Parece que tenho estado à espera que te sentes nesse banco e que olhes para mim. Parece que és tu que irás preencher o vazio que sinto. Olho-te nos olhos e sorrio. Os teus olhos permanecem perturbados. Os teus olhos frios que seguram tanta dor. Olha para mim. Obedece-me. Toco-te na mão. Tu pareces não sentir. As tuas mãos frias. Imagino a minha mão pequena dentro da tua. Ensaio mais um toque rápido e desajeitado. Quero que as minhas intenções sejam mais claras. Quero-te. Quero um homem misterioso como tu.
“A polícia anunciou pela primeira vez a existência de um assassino em série relacionado com o caso das mulheres com abdómenes cortados. A polícia decidiu agora colocar vigilância em todas as ruas principais da Taipa.”

José Drummond

6 Abr 2016

MISE: “De eventos desportivos, a musicais e festivais”

Numa altura em que o atrair de diversidade a Macau é a “palavra de cada dia”, a MISE surge para “inovar” a área da promoção de eventos, de olhos postos nas reuniões e incentivos, mas com mais na manga

Chama-se Associação de Reuniões, Incentivos e Eventos Especiais (MISE, na sigla inglesa) e foi lançada no mês passado. É, como asseguram os criadores desta nova organização, uma plataforma que responde aos apelos governamentais de diversificação da economia da RAEM.
Fazendo do lançamento o pontapé de saída de uma das áreas desta Associação, a MISE fez da sua apresentação um exemplo dos serviços que pode prestar, num evento que contou com a presença de mais de uma centena de profissionais do sector do Turismo e eventos e que teve lugar no Hotel St. Regis Macao.
Mais que uma associação comum ou uma extensão do MICE (sector das convenções e exposições na sigla inglesa) num trocadilho com o programa, a MISE não só substitui as conferências e exposições pelos eventos especiais, como também pretende ir mais além e dotar Macau de um conjunto de meios capazes de promover a tão dita diversificação económica – e de turistas – do território.
Para Todd Cai, Presidente do Conselho de Administração, “até à data não existia uma associação que apoiasse estes sectores em particular, nomeadamente incentivos e eventos especiais”, diz num comunicado, assumindo a MISE como prioritária nas estratégias políticas de turismo de Macau enquanto entidade promotora e atractora de mais eventos internacionais, capazes de promover a região como destino.
Estão também na agenda a execução independente de relatórios das indústrias MICE, bem como a criação de uma plataforma em Inglês que abarque todos os profissionais ligados aos MICE numa perspectiva promotora do empreendedorismo local.

Mais e diferente

Representante de uma base de apoio aos profissionais dos negócios e turismo da região, Bruno Simões, Secretário do Conselho de Administração, diz ao HM que, apesar de já existirem na região entidades dedicadas aos eventos, esta plataforma pretende ir mais longe, numa aposta num leque mais alargado em que estão também na mira “eventos desportivos, musicais, festivais e desafios, numa intenção que vai até aos eventos televisivos ou mesmo casamentos”. Já nos incentivos, a diferença é marcada com a oferta de viagens a profissionais da área num convite para conhecer Macau e desta forma promover a região num contexto internacional cada vez mais alargado.
No que respeita à formação e numa aposta de carácter pioneiro na região, esta será dividida em duas componentes primordiais: do lado teórico é intuito da MISE – com o apoio dos Institutos de Educação locais – prestar formação certificada. Numa vertente prática, a MISE prevê uma formação integrada e completa através da aprendizagem directa com a participação dos formandos nas actividades organizadas pela Associação.

Em conjunto

A MISE não está sozinha e conta com a cooperação com duas empresas irmãs estabelecidas há alguns anos em Macau: a  DOC DMC Macau | Hong Kong e a smallWORLD Experience, especialistas em gestão de eventos e produção de actividades especiais e que é também a “maior empresa de team building em Macau”.
Sendo uma associação sem fins lucrativos, o “bom desempenho” da MISE é suportado por trabalho voluntário. Da organização, além de Todd Cai e Bruno Simões, fazem parte David Paulo Ribeiro, Rebecca Choi e Filipe de Senna Fernandes.
Tendo em conta a diversidade dos interessados, a Associação apresenta diversas opções aos seus associados tendo em conta pequenas e médias empresas e grandes empresas, bem como profissionais individuais e estudantes. Ainda não tem sede, mas está online, em www.misemacau.org.

6 Abr 2016

Papéis do Panamá | Ligações a empresa de fachada norte-coreana

Uma empresa de fachada norte-coreana usada para ajudar a financiar o programa nuclear do país foi cliente da sociedade de advogados panamiana no centro da investigação jornalística conhecida como “Papéis do Panamá”, informa ontem a imprensa britânica.
Com uma morada norte-coreana, a DCB Finance Ltd. foi registada nas Ilhas Virgens Britânicas em 2006 e legalmente constituída pela empresa panamiana Mossack Fonseca, informaram o jornal The Guardian e a estação BBC.
Nesse mesmo ano, a Coreia do Norte fez o seu primeiro teste nuclear, provocando a primeira de várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas que impõem sanções a Pyongyang.
A DCB Finance Ltd. foi registada pelo norte-coreano Kim Chol-Sam e por Nigel Cowie, um banqueiro britânico que se mudou para a Coreia do Norte em 1995 e liderou o primeiro banco estrangeiro no país – o Daedong Credit Bank. A DCB Finance é referida como sendo um desdobramento deste banco.
Os documentos sugerem que, apesar da morada em Pyongyang, a Mossack Fonseca não detectou a ligação da DCB à Coreia do Norte até a Agência de Investigação Financeira das Ilhas Virgens lhe ter enviado uma carta em 2010 a pedir informações sobre a empresa.
Foi então que a empresa de advogados do Panamá deixou de ser agente da DCB.
No ano seguinte, Cowie, que diz que não estava a par de qualquer transacção ilícita, vendeu a sua parte no Daedong Credit Bank a um consórcio chinês.
O banco e o DCB – assim como Kim Chol-Sam – foram visados por sanções norte-americanas em Junho de 2013, por alegadamente terem, desde 2006, fornecido serviços financeiros a duas entidades norte-coreanas com um “papel central” no desenvolvimento do programa nuclear e de mísseis balísticos da Coreia do Norte.
O Tesouro norte-americano disse que a DCB Finance tinha sido usada para “levar a cabo transacções financeiras internacionais como forma de evitar o escrutínio por instituições financeiras que evitam negócios com a Coreia do Norte”.

Mea culpa

Um email da empresa Mossack Fonseca, em Agosto de 2013, parece reconhecer a sua própria falta de diligência em relação à empresa norte-coreana.
“Ainda não abordámos a razão pela qual mantemos uma relação com a DCB Finance, quando nós sabíamos ou devíamos ter tido conhecimento (…) de que o país – a Coreia do Norte – estava na lista negra”, refere o email.
“Devíamos ter identificado desde o início que esta era uma companhia de elevado risco”, acrescenta.
A maior investigação jornalística da história, divulgada na noite de domingo, envolve o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, e destaca os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e actuais líderes mundiais.

6 Abr 2016

Armazém do Boi | Exposição e revelação de fotografia

Chan Wai Kwong, fotógrafo de Hong Kong, regressa a Macau para uma residência artística e exposição no Armazém do Boi. Amor, amizade, laços familiares e a vida dão a temática para a mostra. O fotógrafo mostra ao vivo a revelação de fotografias

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Armazém do Boi abre as portas à sequela de “Amor das Vidas Diárias’, uma colecção de reflexão do fotógrafo de Hong Kong Chan Wai Kwong. Sobre si próprio, a vida e o amor, “Tempos do Amor” é a nova exposição do artista e vai estar em exibição no espaço a partir de 16 de Abril.
“Narrativas simples revelando a solidão de um adulto, o cinismo, a sexualidade, bem como os laços familiares, o amor, a amizade e o narcisismo.” São cerca de 300 as fotos a preto-e-branco, reveladas manualmente, expostas de cima para baixo e da esquerda para a direita de forma a criar um impacto visual sobre estes temas. 193-000040370003
Chan Wai Kwong nasceu em Hong Kong em 1976 e deixou a escola em tenra idade, começando a publicar seus trabalhos em 2010. Até à data, Chan auto-publicou quinze livros de fotografia e, em 2016, a Galeria Zen Foto (Tóquio) publicou ‘Yaumetei’ e curou uma exposição individual do fotógrafo sob o mesmo título.

Revelação ao momento

Durante a exposição, o artista vai transformar a casa-de-banho do Armazém do Boi numa câmara escura, onde irá revelar as imagens nos dia 23 e 30 Abril, bem como a 7, 14, e 21 Maio das 15h00 às 18h00. Os interessados vão poder juntar-se a ele no processo. Além disso, o artista irá seleccionar um dos participantes para tomar conta do equipamento de revelação, que será oferecido ao participante seleccionado após a conclusão deste programa de artista-em-residência. 569-55860016 2
A exposição insere-se num programa de residência artística promovido pelo Armazém do Boi e a inauguração acontecerá no próximo dia 16 de Abril pelas 16h00. Estará depois patente ao público até ao dia 22 Maio. A entrada é livre.

5 Abr 2016

Coloane | Mais um golfinho encontrado morto

O Instituto para Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) recebeu um aviso na sexta-feira passada de que foi encontrado um golfinho cor-de-rosa morto na costa junto à Central Térmica de Coloane. Este é o terceiro golfinho encontrado morto em Coloane nos últimos dois anos. Segundo o Jornal Cheng Pou, o golfinho cor-de-rosa foi encontrado sem 70% da pele e os técnicos do IACM dizem que o animal já estava morto antes de dar à costa. Através de uma análise e autópsia levada a cabo pela Faculdade Marítima da Universidade Sun Yat-Sen apurou-se que o golfinho tinha cerca de 20 anos e era mãe de um golfinho recém-nascido. A causa da morte vai ainda ser investigada. O organismo afirmou que já relatou o caso à “Sede de Primeiros Socorros de Golfinhos e Baleias encalhadas” – composta por entidades de Hong Kong e do interior da China. A morte destes animais tem sido, recentemente, atribuído ao impacto das obras da ponte entre Hong Kong, Zhuhai e Macau. Os golfinhos cor-de-rosa estão em vias de extinção.

5 Abr 2016

Jogo | Casinos com quebras de 16,3% em Março

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s casinos fecharam Março com receitas de 17.981 milhões de patacas, uma queda de 16,3% face ao mesmo mês do ano passado, indicam dados oficiais divulgados na semana passada. Segundo dados publicados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), em termos acumulados, os casinos registaram, nos primeiros três meses do ano, receitas de 56.176 milhões de patacas, menos 13,3%.
Março, que apresenta o pior desempenho de 2016, marca um regresso às quedas a dois dígitos, depois de em Fevereiro as receitas dos casinos de Macau terem recuado apenas 0,1%. Em Janeiro, a queda havia sido de 21,4% em comparação com o mesmo mês de 2015.
As receitas do jogo estão em queda desde Junho de 2014, com Março a ser o 22.º mês consecutivo de quedas homólogas. Em 2015, o PIB de Macau caiu 20,3%, devido à diminuição das receitas do jogo, naquela que foi a primeira contracção anual da economia desde 1999, ano da transição de administração do território de Portugal para a China.
A queda das receitas dos casinos tem sido associada à campanha anti-corrupção lançada por Pequim, que parece ter afastado de Macau os grandes apostadores chineses.

Contra a dependência

A 9 de Março, o Executivo revelou que entregou ao Governo Central um relatório com vista à diversificação da economia da região, de forma a torná-la menos dependente do jogo.
“O Governo da RAEM considera que a promoção do desenvolvimento adequado e diversificado da economia é uma opção incontornável no desenvolvimento sustentável de Macau”, lê-se num comunicado oficial divulgado na altura.
O documento entregue em Pequim destaca, segundo o mesmo comunicado, “o aprofundamento da cooperação regional”, “o apoio e o estímulo ao desenvolvimento das pequenas e médias empresas” e “o aceleramento” do desenvolvimento de Macau como “Um Centro, Uma Plataforma”. “Com vista a acelerar o desenvolvimento adequado e diversificado da economia, o Governo da RAEM apresentou, também, ao Governo central, algumas políticas em relação às quais espera obter apoio”, lê-se no comunicado, que não dava mais detalhes.
A receita pública de Macau caiu o ano passado 34,3% face a 2014, a primeira diminuição em pelo menos cinco anos, de acordo com os dados oficiais disponíveis. Ainda assim, Macau fechou o ano com superavit e espera que o mesmo aconteça em 2016. LUSA/HM

5 Abr 2016

Vinte árvores furtadas de Seac Pai Van

Um comunicado do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) revela que duas dezenas de árvores que tinham sido plantadas entre a Rua do Pagode e a Estrada de Seac Pai Van terão sido furtadas. O IACM já fez queixa à PSP e PJ e assegura que não autorizou ninguém a remover as árvores, pelo que estas só poderão ter sido retiradas ilegalmente do local. Ng Kun Cheong, membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas, considera que as árvores terão sido furtadas devido ao seu valor e podem ser vendidas. A PJ já disse que o caso está a ser investigado, mas ainda não deteve ninguém.

5 Abr 2016

Pac On 500 dias vedado ao trânsito

A partir das 10h00 de amanhã, o troço compreendido entre a Rua da Tranquilidade e a Estrada Almirante Magalhães Correia será vedado ao trânsito. A medida prende-se com o início da execução da Obra de Melhoramento da Rede de Drenagem de Águas Pluviais da Colina da Taipa Grande. Assim, o trânsito da Avenida Wai Long que vem da Baixa da Taipa deverá seguir pela Avenida Son On. Esta obra tem por objectivo desviar a água pluvial oriunda da Colina da Taipa Grande e consiste na execução de um novo sistema de drenagem de águas pluviais no talude da Colina e ao longo da Estrada Almirante Magalhães Correia, desviando-a para o novo colector de águas pluviais. A água será depois devolvida ao mar através do emissário situado junto da Ponte da Amizade. Com esta medida, o Governo pretende reduzir o volume de água pluvial que corre entre a Avenida Olímpica e a estação elevatória de Pai Kok, atenuando a tensão da drenagem da Rua do Regedor. A obra tem um prazo de execução de 500 dias esperando-se que esteja concluída no terceiro trimestre de 2017.

5 Abr 2016

Receitas da Administração caem 21,7%

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s receitas da Administração caíram 21,7% nos primeiros dois meses de 2016, mas as contas públicas continuam a apresentar um saldo positivo de quase mil milhões de euros. De acordo com dados provisórios publicados no portal da Direcção dos Serviços de Finanças, o saldo orçamental atingiu um superavit de 8.557,8 milhões de patacas, menos 46,4% do que o excedente apurado no período homólogo do ano passado.
Ainda assim, reflecte uma execução de 246,7% face ao orçamentado para todo o ano de 2016: o saldo orçamental positivo era, no final de Fevereiro, mais do dobro do estimado pelo Governo para os 12 meses de 2016 (3.469 milhões de patacas).
A Administração arrecadou receitas totais de 15.935,8 milhões de patacas em Janeiro e Fevereiro, menos 21,7% face aos primeiros dois meses de 2015.
Os impostos directos sobre o jogo – 35% sobre as receitas brutas dos casinos – foram de 13.416,6 milhões de patacas, reflectindo uma redução de 20,9% face a Janeiro e Fevereiro de 2015 e uma taxa de execução de 18,7%.
Já as despesas totalizaram 7.378 milhões de patacas (812 milhões de euros), o que significa uma subida de 67,8%.
Em Janeiro e Fevereiro, o Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) – cujo valor orçamentado para este ano é de 11.068 milhões de patacas – representou uma despesa de 21,6 milhões de patacas, correspondendo a uma taxa de execução de 0,2%.
A Administração encerrou 2015 com receitas totais de 109.778 milhões de patacas, a primeira queda em, pelo menos, cinco anos, segundo os dados oficiais disponíveis.

4 Abr 2016

Mundo de Shakespeare no CCM

O grande auditório do Centro Cultural de Macau vai ser mais uma vez palco de clássicos com a apresentação de dois concertos temáticos, a 9 e 29 de Abril, pela Orquestra de Macau. No ano em que se comemoram os 400 anos de Shakespeare, o primeiro espectáculo – sob a direcção do maestro Principal da Orquestra Sinfónica do Ballet Nacional da China, Zhang Yi, em associação com o pianista russo Alexei Vicodin – vai incluir a interpretação de obras de Sergei Rachmaninoff e Tchaikovsky. A 29, o destaque vai para a interpretação do concerto para violino n. 2 de Sergei Prokofiev, pela solista japonesa Savaka Shoji. Constam ainda do programa obras de Berlioz e Schumann. Ambos os espectáculos têm início às 20h00 e o preço dos bilhetes é de cem a 200 patacas.

4 Abr 2016

CEM | Lucros de 662 milhões de patacas em 2015

Foi ontem aprovado o relatório anual da Companhia de Electricidade de Macau (CEM), o qual revela a obtenção de lucros na ordem das 662 milhões de patacas, mais 8,8% face a 2014. Quanto ao consumo de energia, registou-se um aumento de 6,2%. A CEM investiu um total de 958 milhões de patacas em infra-estruturas, sendo que foi um investimento 45% aos lucros anuais. A CEM afirma que pretende “manter as tarifas estáveis” e anuncia que o subsídio para apoiar os clientes residenciais e as PME foi de 155 milhões de patacas.

4 Abr 2016

UM considerada universidade de topo na China

Um website do interior da China, intitulado “Cuaa.net”, publicou um relatório de avaliação das universidades chinesas, onde se inclui um ranking sobre as universidades de Macau. A Universidade de Macau (UM) surge no topo com uma classificação de cinco estrelas, sendo considerada uma “universidade de investigação” e com uma “maior capacidade de ensino”. Em segundo lugar surge o Instituto Politécnico de Macau (IPM), com quatro estrelas, seguindo-se o Instituto de Formação Turística (IFT) e a Universidade de Ciências e Tecnologia (MUST), que obtiveram três estrelas. Outras instituições do ensino superior locais não constam no ranking. A Universidade de Pequim e de Tsinghua ocupam os lugares cimeiros no relatório de avaliação. Há 14 anos que este documento é elaborado para servir de orientação a alunos e professores.

4 Abr 2016

Clã – “O Tal Canal”

“O Tal Canal”

Adoro a tua luz, a tua cor, o teu sinal
Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal
Adoro a tua voz, a tua escrita, a tua oral
Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal
Adoro o teu olhar, teu gaguejar, teu ar fatal
Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal
Adoro a tua grelha, a tua taxa, o teu jornal
Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal

O Tal Canal (o Tal Canal)
O tal canal (o Tal Canal)
O tal o tal o tal o tal o Tal Canal

Adoro o teu andar, teu ondular sinusoidal
Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal
Adoro os teus botões e etcetera e tal
Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal
Adoro assim ligar-te e desligar-te no final
Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal
Adoro e em geral dá-me a impressão que faço mal
Mas posso lá passar sem ti, sem o Tal Canal!

O Tal Canal (o Tal Canal)
O tal canal (o Tal Canal)
O tal o tal o tal o tal o Tal Canal

Clã

MANUELA AZEVEDO / HÉLDER GONÇALVES / MIGUEL FERREIRA / PEDRO BISCAIA / PEDRO RITO

2 Abr 2016