Museu do Oriente quer impôr-se “pela diferença e exotismo”, afirma directora

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] diretora do Museu do Oriente, Joana Belard da Fonseca, afirmou, numa entrevista à agência Lusa, que a entidade pretende impôr-se “pela diferença e exotismo” na oferta cultural de Lisboa, através de um acervo com mais de 17 mil peças.

O museu, que celebra este ano uma década de existência, fica localizado em Alcântara, junto ao rio Tejo, e as celebrações passam por uma programação de exposições, concertos, palestras e oficinas, até 27 de maio, com entradas gratuitas aos domingos.

“Nós temos uma coleção com peças muito significativas da presença portuguesa na Ásia, com diversos objetos que resultam do encontro de culturas e, por outro lado, a coleção Kwok On, que é muito específica, sendo poucos os museus da Europa com uma semelhante”, disse a responsável à Lusa.

De acordo com a diretora do museu, o orçamento global da Fundação Oriente para 2018 é de 4,3 milhões de euros e o valor para aquisição de peças para o museu é de 950 mil euros este ano.

Os visitantes podem encontrar no Museu do Oriente, os biombos Namban, máscaras, marionetas, mobiliário, armaduras, e gravuras, trajes e diversos objetos de cerimoniais que integram um acervo composto globalmente por cerca de 17.000 peças provenientes de países como a Índia, Indonésia, Malásia, Tailândia, Camboja, Turquia e China.

O museu recebeu 450.725 visitantes em dez anos de funcionamento e Joana Belard da Fonseca apontou que a filosofia é “criar um grande dinamismo na Casa do Oriente em Portugal”, disse, citando o fundador, Carlos Monjardino.

“Temos a intenção de trazer novo público e fidelizar o que nós já temos. O nosso público tem vindo a crescer, os estrangeiros são já 40%, sobretudo franceses e alemães”, referiu.

Atualmente, o museu tem patente a exposição “Um Museu do Outro Mundo”, com cerca de uma centena de peças, num diálogo de obras do acervo, com novas obras do artista José de Guimarães, até 03 de junho.

O Museu do Oriente, que abriu portas em maio de 2008, foi distinguido em 2009 como o melhor museu português desse ano pela Associação Portuguesa de Museologia (APCOM).

Localizado em Alcântara, o museu foi instalado após obras de recuperação e adaptação do edifício originalmente desenhado pelo arquiteto João Simões, construído em 1939, um dos símbolos da arquitetura portuária do Estado Novo.

O novo projeto é da autoria dos arquitetos João Luís Carrilho da Graça e Rui Francisco.

Constituída em 18 de março de 1988, a Fundação Oriente tem como objetivos a realização e o apoio a iniciativas de carácter cultural, científico, educativo, artístico e social, sobretudo em Portugal e em Macau.

Também desenvolve iniciativas de defesa do património cultural ligado à língua e à história da presença de Portugal no Oriente, a promoção dos estudos orientais em Portugal e dos estudos internacionais sobre a presença portuguesa na Ásia.

Com delegações em Macau, na Índia e em Timor-Leste, a Fundação Oriente desenvolve também um programa de bolsas de estudo de investigação, de doutoramento e de língua e cultura portuguesa e línguas e culturas orientais, promovendo ainda o ensino da língua portuguesa em Macau, Goa e Timor-Leste.

Biombo e capacete cerimonial Namban são “joias raras” do Museu do Oriente
 Um biombo Namban do século XVII e um capacete Namban datado de 1600 fazem parte das peças mais significativas da coleção do Museu do Oriente, em Lisboa, de onde estão proibidas de sair devido ao seu valor e raridade.

Estas são algumas das preciosidades que a entidade acolhe, dentro de uma coleção iniciada já em 1988 pela Fundação Oriente, que viria a inaugurar o museu em 2008, indicou à agência Lusa a diretora, Joana Belard da Fonseca.

A responsável foi entrevistada pela Lusa a propósito das celebrações dos 30 anos da Fundação Oriente e dos dez anos do Museu do Oriente, que envolvem uma vasta programação de exposições, concertos, palestras e oficinas, até 27 de maio, e entradas gratuitas aos domingos.

Questionada sobre os “tesouros” do Oriente guardados pelo museu, a diretora, que acompanhou o nascimento do espaço, há dez anos, e a sua evolução, indicou que tanto o biombo como o capacete Namban não podem sair pela sua preciosidade e fragilidade, embora sejam várias as solicitações de outros museus de todo o mundo.

O biombo Namban foi comprado num leilão em Nova Iorque, em 1999, e representa o encontro entre os missionários jesuítas e os japoneses. Normalmente, os artistas Namban criavam sempre uma peça sobre a chegada de uma embarcação, e outra com a partida.

“Esta peça só saiu uma vez do museu, em 2012, para uma exposição em Florença, na Itália”, recordou a diretora, enquanto o capacete cerimonial, que surge frequentemente nas pinturas dos biombos, comprado em Nova Iorque, em 2000, nunca saiu.

Outra das preciosidades da coleção do Museu do Oriente é um outro biombo Namban da segunda metade do século XVIII, adquirido em 1993, em Londres, que representa o território de Macau de um lado e de Cantão do outro.

“Consideramos que é um grande risco estas peças saírem”, justificou Joana Belard da Fonseca, acrescentando que, à medida que a entidade vai fazendo missões para adquirir peças daquele lado do mundo, vai descobrindo a sua raridade.

No entanto, o Museu do Oriente cede outras da sua coleção de 3.000 peças dedicada à presença portuguesa na Ásia, e outro conjunto, também do acervo, de características muito específicas, que é a Kwok On, que reúne 14.000 obras.

“Esta coleção Kwok On é única no mundo. França e Holanda têm peças semelhantes, mas a nossa, pela sua dimensão, é muito significativa e continua a ser estudada”, comentou a responsável, indicando que a Fundação Oriente oferece bolsas de estudo a investigadores para realizar este trabalho, resultado que muitas vezes contribui para realizar novas exposições e espetáculos.

A aquisição de novas peças para enriquecer o acervo tem continuado ao longo dos anos através da realização de ´missões´ para encontrar determinadas peças que vão enriquecer alguns dos núcleos, ou através de compras em leilões nacionais e internacionais.

Há também depósitos de peças, de particulares ou entidades institucionais, como é o caso do protocolo de depósito firmado com o Museu Nacional Machado de Castro, nos anos 1990.

“Antes da criação do museu já eram emprestadas peças”, indicou a responsável à Lusa, nomeadamente para exposições que decorreram, entretanto, na Austrália, França, Espanha, Itália, Tailândia e Macau, entre outros países.

De acordo com Joana Belard da Fonseca, licenciada em História e com uma pós-graduação em museologia e património, que começou a sua ligação à Fundação Oriente ainda muito jovem, como voluntária, o Museu do Oriente, em Lisboa, recebeu 450.725 visitantes em dez anos de funcionamento.

Estes visitantes passaram pelas exposições entre maio de 2008, quando o museu foi inaugurado, e janeiro de 2018.

Ainda segundo as estatísticas da entidade, 97.846 espetadores assistiram a cerca de 500 espetáculos de música, teatro, dança e cinema nestes dez anos.

Foram também apresentadas 115 exposições temporárias, 34.111 pessoas participaram nos mais de 700 cursos, oficinas e palestras realizadas no museu, 13.328 usaram o Centro de Documentação, onde se realizaram dez festas do livro, e 39.317 recorreram a diversas atividades do serviço educativo.

No Centro de Reuniões do museu, ao longo dos dez anos, foram realizados cerca de 1.700 eventos, nos quais participaram 141.600 pessoas, segundo os dados da fundação.

Atualmente, o museu tem patente a exposição “Um Museu do Outro Mundo”, com cerca de uma centena de peças, num diálogo de obras do acervo, com novas obras do artista José de Guimarães, até 03 de junho.

O Museu do Oriente, que abriu portas em maio de 2008, foi distinguido em 2009 como o melhor museu português desse ano pela Associação Portuguesa de Museologia (APCOM).

Possui um património museológico com máscaras, mobiliário, armaduras, mapas, têxteis, biombos, porcelanas, terracotas, desenhos e pinturas, entre outros objetos.

Localizado em Alcântara, o museu foi instalado após obras de recuperação e adaptação do edifício originalmente desenhado pelo arquiteto João Simões, construído em 1939, um dos símbolos da arquitetura portuária do Estado Novo.

O novo projeto é da autoria dos arquitetos João Luís Carrilho da Graça e Rui Francisco.

Constituída em 18 de março de 1988, a Fundação Oriente tem como objetivos a realização e o apoio a iniciativas de carácter cultural, científico, educativo, artístico e social, sobretudo em Portugal e em Macau.

Também desenvolve iniciativas de defesa do património cultural ligado à língua e à história da presença de Portugal no Oriente, a promoção dos estudos orientais em Portugal e dos estudos internacionais sobre a presença portuguesa na Ásia.

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