Exposição | Realidade das empregadas de Hong Kong em Lisboa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] realidade das empregadas domésticas filipinas que residem em Hong Kong vai estar exposta em Lisboa na exposição “Arquivo e Democracia”, com fotografias de José Maçãs de Carvalho. A iniciativa estará patente no novo Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia e é inaugurada amanhã.

“José Maçãs de Carvalho. Arquivo e Democracia”, com curadoria de Ana Rito, reúne trabalhos fotográficos e videográficos da obra do fotógrafo num projecto desenvolvido no oriente. A exposição documenta um acontecimento protagonizado por uma comunidade de empregadas domésticas filipinas, que se reúnem nas ruas do centro de Hong Kong, habitando-as como se de uma casa ou um quarto se tratasse, fazendo coincidir o espaço público com o espaço privado.

“As filipinas são imigrantes e ocupam o último lugar da pirâmide social de Hong Kong. São as empregadas domésticas dos chineses, ganham miseravelmente e não podem, nem em grupo, alugar quartos. Por isso dormem nas casas onde trabalham, nas cozinhas, em camas desmontáveis. Têm um dia de folga que é o domingo e invadem, literalmente, o centro da cidade”, explica o artista numa nota sobre a exposição.

A exposição “Dimensões Variáveis”, também inaugurada amanhã no MAAT, tem curadoria de Gregory Lang & Inês Grosso e vai propor “um novo olhar e novos diálogos sobre a relação entre artistas e arquitectura”, com obras de mais de 40 artistas e arquitectos portugueses e estrangeiros.

6 Fev 2017

Cinema | Joshua Wong em documentário “inspirador” para norte-americanos

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m documentário sobre o jovem de Hong Kong que fundou o movimento Scholarism está a dar que falar nos Estados Unidos. “Joshua: Teenager vs. Superpower” foi distinguido com o prémio do público Sundance Film Festival

O activista Joshua Wong, que se tornou o rosto dos protestos pró-democracia em Hong Kong há dois anos, quando ainda era um adolescente, é a estrela de um documentário que está a inspirar os norte-americanos, conta a Agência Lusa.

Assinado pelo cineasta Joe Piscatella, “Joshua: Teenager vs. Superpower” é o novo documentário sobre o jovem activista de Hong Kong, que no final de Janeiro conquistou o prémio do público no Sundance Film Festival na competição dedicada ao World Cinema Documentary.

“A reacção [do público norte-americano] foi muito, muito boa. (…) Tivemos conversas muito interessantes nas sessões”, disse à Lusa o também activista de Hong Kong Derek Lam, que acompanhou Joe Piscatella e Joshua Wong ao Sundance Film Festival, nos Estados Unidos.

O documentário, que acompanha o activismo de Joshua Wong, aborda directa e indirectamente vários acontecimentos relacionados com a sociedade chinesa, incluindo a repressão estudantil na Praça de Tiananmen, a 4 de Junho de 1989, em Pequim, e a transição de Hong Kong da soberania britânica para a China, a 1 de Julho de 1997, explicou Derek Lam.

“Este filme é uma introdução muito boa sobre a situação política em Hong Kong”, para aqueles que se interessam pela “história ou em saber por que é que é uma cidade tão diferente de outras na China”, disse.

“O ponto principal” é que o público ocidental “vai ficar a saber mais sobre a situação política em Hong Kong”, disse Derek Lam, afirmando que “talvez o mais importante” é que o filme inspira as pessoas a lutar pela defesa dos ideais em que acreditam.

Milhares de pessoas têm-se manifestado nos Estados Unidos em protesto contra a eleição, tomada de posse, e medidas de Donald Trump desde que é Presidente.

“Muitas vezes nas sessões de perguntas e respostas [após a exibição do filme] falavam do Presidente [Donald] Trump e perguntavam-nos o que podiam fazer. Talvez este filme lhes dê alguma inspiração: se queres mesmo mudar a tua situação, é altura de te afirmares”, disse.

Em Hong Kong nem por isso

Além da distinção no Sundance Film Festival, o documentário “Joshua: Teenager vs. Superpower” foi seleccionado pela Netflix, serviço norte-americano de televisão pela Internet.

Já a exibição em Hong Kong é vista como “difícil” por Derek Lam. “As salas de cinema têm uma autocensura muito grande. É quase impossível”, disse.

No ano passado, o filme “Ten Years”, sobre a próxima década em Hong Kong sob a influência chinesa – eleito “melhor filme” nos Hong Kong Film Awards –, foi um sucesso de bilheteira até ter sido retirado das salas de cinemas da antiga colónia britânica pelo que vários observadores apontaram como razões políticas.

Nascido em 1996, Joshua Wong era um aluno do secundário quando, aos 14 anos, fundou o grupo estudantil Scholarism, que liderou a luta contra a disciplina de Educação Nacional que o Governo de Hong Kong pretendia introduzir nas escolas em 2012.

Joshua Wong continuou os protestos de rua, ficando internacionalmente conhecido como o rosto das manifestações pró-democracia e em prol do sufrágio universal para a eleição do Chefe do Executivo que paralisaram várias zonas de Hong Kong durante 79 dias em 2014.

Esses protestos, conhecidos por “Umbrella Movement” [Movimento dos Guarda-Chuvas], acabaram, no entanto, por ser desmobilizados pelas autoridades, sem qualquer concessão por parte do Governo, mantendo-se o ‘status quo’ na escolha do líder da cidade por um colégio eleitoral de apenas 1200 membros, a maioria ligados a interesses pró-Pequim.

Em 2016, Joshua Wong co-fundou o partido político Demosisto, que defende a realização de um referendo sobre a “autodeterminação” e o futuro estatuto de Hong Kong após 2047.

Em Setembro, o Demosisto elegeu Nathan Law, de 23 anos, como o mais novo deputado de Hong Kong. Na altura, com apenas 19 anos, Joshua Wong não se candidatou por não ter a idade mínima exigida de 21 anos.

O agora estudante universitário de 20 anos continua também a participar em fóruns e palestras, tendo sido notícia quando foi impedido de entrar na Malásia e Tailândia, e já este ano atacado em Taiwan, juntamente com outros activistas e deputados, por manifestantes pró-Pequim. “Não ganhámos a última batalha”, disse, afirmando, no entanto, que continua “optimista em ganhar a guerra”, disse à AFP Joshua Wong.

6 Fev 2017

Hong Kong | Empregadas domésticas protestam contra Trump

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]erca de 200 pessoas convocadas pela Aliança Internacional dos Migrantes de Hong Kong voltaram domingo a protestar contra a ordem do Presidente Donald Trump para vetar a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países muçulmanos e refugiados.

Sob o lema “Abaixo o veto!” e “Parem a tirania de Trump!”, os manifestantes percorreram várias ruas de Hong Kong, deslocando-se até ao Consulado dos Estados Unidos para protestarem contra a medida do Presidente norte-americano que foi entretanto revogada por um juiz mas pode voltar a entrar em vigor.

A maioria dos participantes no protesto foram mulheres de origem indonésia, que residem na cidade com um visto especial para trabalharem como empregadas domésticas e que usaram a sua única folga semanal para estar na manifestação.

Hong Kong tem uma comunidade de cerca de 340 mil trabalhadores domésticos, a maioria mulheres, quase metade da Indonésia e cujas condições de trabalho têm sido duramente criticadas por sindicatos, já que têm um salário mínimo de 500 dólares norte-americanos mensais e são obrigados a viver em casa das famílias que os contratam, sendo que o seu visto não lhes permite obter residência permanente.

Em comunicado, a activista, representante do grupo e organizadora do protesto Eni Lestari qualificou a ordem de “racista, anti-imigrante e anti-refugiados”.

“Com as suas políticas e ordens, a presidência de Trump representa uma ameaça à solidariedade, ao entendimento racial e à justiça que muitos de nós defendemos e promovemos. Não permitiremos que isso aconteça”, afirmou Lestari.

“Os muçulmanos não são terroristas” e “Contra a islamofobia” eram algumas das mensagens que se podiam ler nos cartazes dos manifestantes, que gritavam “Não ao veto, não ao muro”, em referência à intenção da administração Trump de erguer um muro na fronteira com o México.

À espera de asilo

Trata-se do segundo protesto que acontece em Hong Kong contra a política migratória de Trump desde que este tomou posse no passado dia 20 de Janeiro.

A marcha anterior aconteceu na passada quarta-feira, 1 de Fevereiro, e atraiu uma centena de pessoas, incluindo políticos, activistas e representantes de grupos religiosos de Hong Kong.

A ex-colónica britânica acolhe cerca de 11 mil requerentes de asilo, segundo dados oficiais de Setembro de 2016, dos quais meio milhar são menores e a maioria vem do Vietname, Índia e Paquistão.

A situação destes requerentes de asilo tem sido debatida publicamente nos últimos meses, dado que a sua condição não permite que trabalhem em Hong Kong e o processo para obterem o estatuto de refugiado pode durar anos.

Enquanto esperam recebem subsídios sociais no valor de 400 dólares norte-americanos mensais.

6 Fev 2017

Filipinas | Duterte põe fim a negociações com rebeldes maoistas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, pôs fim às negociações de paz com insurgentes comunistas depois de tanto Governo como rebeldes terem cancelado unilateralmente o cessar-fogo que tinha como objectivo acabar com o conflito de décadas.

Duterte, um autoproclamado socialista que chegou a libertar líderes comunistas de modo a impulsionar as negociações de paz, condenou enfaticamente os insurgentes por terem recomeçado as hostilidades, dizendo estar pronto para um conflito prolongado.

“Disse aos soldados para se prepararem para uma longa guerra. Disse que [a paz] não surgirá na nossa geração”, afirmou no sábado à noite.

Os dois lados declararam separadamente cessar-fogos em Agosto, e o acordo informal funcionou, ao mesmo tempo que continuavam as discussões em Roma.

O Presidente disse estar agora a ordenar aos negociadores do Governo para “fazerem as malas e regressarem a casa”, deixando as negociações com os líderes rebeldes que decorrem no estrangeiro.

“Não estou interessado em falar com eles. Recuso-me a falar mais do assunto”, disse aos jornalistas.

“Estamos a combater há 50 anos. Se querem estender por outros 50 anos, que seja”, afirmou.

A ordem surgiu depois de os rebeldes terem anunciado, na semana passada, o fim do seu cessar-fogo de cinco meses, acusando o Governo de Duterte de traição e abusos de direitos humanos. O Governo respondeu cancelando também o seu cessar-fogo unilateral.

Duterte acusou também o Novo Exército Popular, uma força comunista com 4.000 membros, de matar quatro soldados em ataques na semana passada, dizendo que uma das vítimas foi atingida com 76 balas.

A insurgência comunista no país, que começou 1968, é uma das mais antigas do mundo e já causou a morte de cerca de 30 mil pessoas, de acordo com o exército.

6 Fev 2017

EUA| Recurso de Trump para repor decreto sobre imigrantes rejeitado

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal de recurso norte-americano rejeitou ontem o pedido da administração do Presidente Donald Trump para restabelecer imediatamente a aplicação do decreto que impede a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países muçulmanos.

O Departamento de Justiça tinha recorrido no sábado à noite da decisão do juiz federal que bloqueou a aplicação do decreto, assinado há oito dias por Donald Trump, para impedir cidadãos de sete países muçulmanos e refugiados de entrarem nos Estados Unidos.

O Governo do Presidente dos Estados Unidos iniciara no sábado o processo de recurso da decisão de um juiz federal.

Num documento apresentado no Tribunal de Recurso do Nono Circuito, com sede em São Francisco (Califórnia), Trump e o seu gabinete recorreram formalmente da decisão judicial que bloqueou temporariamente a polémica ordem executiva e já abriu as portas do país a imigrantes e refugiados.

A notificação do recurso foi apresentada em nome de Trump, do secretário de Segurança Nacional, John Kelly, do secretário de Estado, Rex Tillerson, e dos Estados Unidos.

As partes recorrem “da decisão de 3 de Fevereiro” que “restringe a aplicação de parte da ordem executiva de 27 de Janeiro para proteger o país da entrada de terroristas estrangeiros”, segundo a notificação apresentada no tribunal.

O documento dá início a um processo de recurso que, segundo especialistas legais, vai seguir-se de um pedido de suspensão da decisão judicial que bloqueou o veto migratório, e de um relatório que expõe os motivos por que, do ponto de vista do Governo, o tribunal de recurso deve aceder ao pedido.

Actualmente, mantém-se a decisão do juiz federal James Robart, que bloqueou na sexta-feira a aplicação do decreto de Trump com efeito imediato em todo o país, o que obrigou o Governo a revalidar milhares de vistos e a alterar os seus protocolos de actuação em relação aos imigrantes anteriormente vetados.

6 Fev 2017

Relatório | Liberdades de Hong Kong diminuíram

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] organização norte-americana Freedom House considera que Hong Kong é menos livre do que há um ano, devido à interferência nos assuntos da cidade pela China, um país que mantém como “não livre”, segundo parte do relatório anual publicada ontem.

Hong Kong foi novamente classificada como “parcialmente livre”, mas a sua pontuação global em termos de direitos políticos e liberdades civis passou de 63 para 61 em 100.

O relatório da Freedom House indica que “a violação das liberdades no território por Pequim” está reflectida, entre outros aspectos, na recente interpretação da Lei Básica (miniconstituição da cidade) para impedir dois deputados pró-independência eleitos de tomarem posse no Conselho Legislativo (parlamento).

A interpretação da Lei Básica de Hong Kong por Pequim aconteceu em Novembro, cerca de dois meses depois das eleições para o Conselho Legislativo de 4 de Setembro.

Em Outubro, Baggio Leung e Yau Wai-ching prestaram juramento, mas pronunciaram a palavra China de forma considerada ofensiva e acrescentaram palavras próprias ao texto da tomada de posse, comprometendo-se a servir a “nação de Hong Kong”.

Os juramentos foram considerados inválidos e em Novembro, quando o caso estava a correr na justiça em Hong Kong, o Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular da China, numa rara interpretação da Lei Básica da região, considerou que os dois eleitos não podiam repetir o juramento do cargo e tomar posse como deputados.

A Freedom House também referiu as detenções pelas autoridades do interior da China de cinco livreiros ligados a uma editora de Hong Kong – um caso tornado público há cerca de um ano, após os respectivos desaparecimentos no final de 2015 – e apontou retrocessos na independência académica e liberdade de imprensa.

“Os defensores da liberdade de imprensa em Hong Kong continuaram a criticar o crescimento repentino da pressão pró-Pequim sobre a expressão jornalística, acusando os proprietários dos ‘media’ de incentivarem a autocensura para favorecer os interesses do Governo central”, indica o relatório.

Tendências negativas

Já a China obteve 15 pontos em 100 no índice de liberdade do ‘think tank’, que coloca o país na categoria “não-livre”, e abaixo de países como o Irão, a Rússia e a República Democrática do Congo.

A Freedom House referiu que o Partido Comunista chinês apertou o controlo sobre vários aspectos da governação no país, enquanto o Presidente, Xi Jinping, consolida o seu poder.

Também advertiu que a China está numa “tendência descendente”, reflectindo “o efeito arrepiante” gerado por uma lei relacionada com a cibersegurança e com o aumento da vigilância na Internet, além de denunciar “as longas penas de prisão aplicadas a advogados de direitos humanos, activistas e crentes religiosos”.

Aprovada em 2016, a lei sobre a cibersegurança visa, segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, “controlar, defender e gerir os riscos da cibersegurança e as ameaças internas ou vindas do estrangeiro, protegendo informação chave de ataques, intrusão, alterações e danos”, e tem sido muito criticada por organizações empresariais estrangeiras e grupos de defesa dos Direitos Humanos.

A Freedom House não faz referência a nenhum relatório sobre Macau na sua página de Internet.

A organização Freedom House foi criada em 1941 pelo advogado do Partido Republicano norte-americano Wendel Wilkie e por Eleanor Roosvelt, mulher do Presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosvelt.

O relatório anual sobre “Liberdade no Mundo” é publicado desde 1972.

Globalmente, a organização apontou o declínio da liberdade a nível mundial pelo 11.º ano consecutivo, numa altura em que “as forças populistas e nacionalistas conseguem ganhos significativos em Estados democráticos”.

Em 195 países ou territórios avaliados, 87 foram classificados como “livres”, 59 “parcialmente livres” e os restantes “não livres”.

3 Fev 2017

Arte | Decreto de Donald Trump mina exposições e intercâmbios

A decisão de barrar a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de vários países muçulmanos está a ter consequências práticas aos mais diversos níveis. Há curadores e artistas com projectos que passaram a ser impossíveis. Existe ainda o receio de que Donald Trump acabe com o financiamento para a arte

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] alerta é deixado por artistas e curadores que trabalham com arte do Irão: a impossibilidade de acesso aos Estados Unidos para aqueles que constam da lista de países malditos definida por Donald Trump está a ameaçar o intercâmbio, a organização de exposições e a realização de residências artísticas.

O Art Newspaper conta que dois artistas iranianos cancelaram uma viagem dos Estados Unidos para o Canadá, com receio de terem problemas no regresso a casa, apesar de serem detentores do cartão de residência permanente. Iam à cerimónia de inauguração de uma exposição de arte contemporânea no Museu Aga Khan.

A publicação explica que até mesmo os cidadãos iranianos que têm passaporte americano ou os que residem nos Estados Unidos há muitos anos se sentem ameaçados e inseguros. Para reforçar a sensação de incerteza, as notícias que dão conta dos planos da Administração Trump em relação ao fundo nacional para as artes: diz-se que o Presidente quer acabar com este mecanismo.

O responsável pela revista online Reorient, Joobin Bekhrad, cancelou, por enquanto, as viagens para os Estados Unidos. Bekhrad faz um trabalho significativo na divulgação da arte do Médio Oriente e tem dupla nacionalidade – é iraniano e canadiano. “Dizem que, por ser também canadiano, não devo ter razões para me preocupar, mas não acredito”, explica. “Vou sentir falta de ir a exposições, mas penso que não valem a humilhação.”

Sanções para a arte

Têm sido realizadas várias exposições importantes de artistas iranianos nos Estados Unidos. O Warhol Museum confirmou esta semana que vai para a frente com uma mostra do artista iraniano (também com nacionalidade americana) Farhad Moshir, programada para Outubro. “O artista aborda tradições e o isolacionismo histórico do Irão, demonstrando, em simultâneo, o poderoso apelo e influência da cultura ocidental no seu país natal”, declarou um porta-voz do museu.

Já a curadora Roya Khadjavi-Heidari que, no ano passado, organizou uma exposição de arte iraniana e cubana no nova-iorquino Rogue Space, admite estar preocupada com um projecto que tem em mãos: uma iniciativa agendada para Abirl, composta por 30 trabalhos de três irmãos do norte do Irão, Morteza, Mojtaba e Sina Ghasemi.

Khadjavi-Heidari está fortemente envolvida em programas de intercâmbio cultural e o decreto presidencial tem um forte impacto no seu trabalho. “Julgo que não se pensou nas consequências, é uma medida que vai trazer muitas complicações. A arte nunca fez parte das sanções, sempre conseguimos trazer obras com alguma facilidade”, aponta. “Estou preocupada. Será impossível a estes três artistas conseguirem os vistos de entrada.”

Em Paris, a curadora Leila Varasteh recorda que, mesmo sem a iniciativa de Donald Trump, já era difícil fazer chegar ao Ocidente obras de artistas iranianos, por causa das sanções a Teerão propostas pelos Estados Unidos e que os países europeus subscreveram.

“É difícil ir buscar arte e não posso pagar aos artistas porque, se o fizer, congelam as minhas contas bancárias”, explica. “Durante a Administração Obama, houve ainda uma pequena esperança que agora desapareceu. É uma pena porque as trocas culturais entre os Estados Unidos e o Irão eram fantásticas. Tudo aquilo que vem do Irão está a ser cancelado, de dentro do país e também dos iranianos que vivem no estrangeiro.”

Ainda assim, os protestos nos Estados Unidos e na Europa contra as novas interdições de entrada em solo norte-americano fazem com que Leila Varasteh diga que “a esperança está a voltar aos poucos”.

Medo de estar, medo de sair

Nascida no Irão, a artista Bahar Behbahani vive em Brooklyn e tem dupla nacionalidade. Com uma exposição neste momento em New Hampshire, confessa não se sentir segura, não obstante o facto de ter passaporte norte-americano.

Behbahani tem sido aplaudida por uma série de trabalhos que têm por base os jardins persas. Em 2007 fez um filme sobre uma mulher no Irão que observa um jardim perfeito, mas fá-lo de pernas para o ar. Na semana passada, diz a artista, teve a mesma sensação de deslocamento e estranheza nos Estados Unidos. “Quase dez anos depois, senti-me de novo ao contrário. Na última semana senti-me confrontada com a minha nacionalidade, mas também com o facto de ser artista. Não é relevante de onde se vem, quando nos sentimos ameaçados com as notícias de que o fundo para as artes poderá ser eliminado. Isso também é uma ameaça”, afirma. “Não sou só eu a ter esta sensação. Há tantos americanos que se sentem também de pernas para o ar, em vários aspectos. São tempos difíceis para todos.”

O artista iraniano Shahpour Pouyan, a viver em Nova Iorque com um cartão de residência permanente, diz sentir-se “preso”. “Não posso deixar o país e, como artista, tudo isto significa que não posso fazer exposições e mostrar os meus trabalhos lá fora”, explicou ao New York Times. Shahpour Pouyan é um dos artistas que cancelou a viagem ao Canadá.

3 Fev 2017

Vhils apresenta trabalho na embaixada portuguesa em Banguecoque

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] português Alexandre Farto, que assina como Vhils, vai criar este mês uma obra na embaixada de Portugal em Banguecoque, que será a primeira do artista na Tailândia.

De acordo com o Instituto Camões, a peça, criada “no muro exterior da embaixada de Portugal, situada no terreno oferecido em 1820 pelo Rei Rama II”, será inaugurada no próximo dia 10.

Contactado pela Lusa, Alexandre Farto adiantou tratar-se de uma obra isolada em Banguecoque, que será a primeira que fará na Tailândia, mas escusou-se a revelar qual o seu conteúdo.

A obra é uma iniciativa da embaixada de Portugal e do Centro Cultural Português em Banguecoque, com o apoio do Instituto Camões e do Minor Group.

Alexandre Farto cresceu no Seixal, onde começou por pintar paredes e comboios com graffiti, aos 13 anos, antes de rumar a Londres, para estudar Belas Artes, na Central Saint Martins, depois de não ter conseguido média para uma faculdade portuguesa.

A técnica que notabilizou Vhils consiste em criar imagens, em paredes ou murais, através da remoção de camadas de materiais de construção, criando uma imagem em negativo. Além das paredes, já aplicou a mesma técnica em madeira, metal e papel, nomeadamente em cartazes que se vão acumulando nos muros das cidades.

Em 2014, Alexandre Farto inaugurou a sua primeira grande exposição numa instituição portuguesa, o Museu da Electricidade, em Lisboa: “Dissecação/Dissection” atraiu mais de 65 mil visitantes em três meses.

Esse ano ficaria também marcado pela colaboração com a banda irlandesa U2, para quem criou um vídeo incluído no projecto visual “Films of Innocence”, que foi editado em Dezembro de 2014, e é um complemento do álbum “Songs of Innocence”.

Em 2015, o trabalho de Vhils também chegou ao espaço, através da Estação Espacial Internacional, no âmbito do filme “O Sentido da Vida”, do realizador Miguel Gonçalves Mendes.

Em Março do ano passado, inaugurou a primeira exposição individual em Hong Kong, “Debris”, no topo do Pier 4, uma mostra que reflecte a cidade e a identidade de quem nela habita para ver e, sobretudo, “sentir”. Em Dezembro, chegou a vez de Macau, com um mural nos jardins do Consulado de Portugal. Foi a primeira obra de Vhils numa representação diplomática portuguesa.

Ainda no ano passado, Vhils recebeu o prémio personalidade do ano 2015 da Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal.

Paralelamente ao desenvolvimento da sua carreira criou, com a francesa Pauline Foessel, a plataforma Underdogs, projecto cultural que se divide entre arte pública, com pinturas nas paredes da cidade, e exposições dentro de portas, em Lisboa.

3 Fev 2017

Trump oferece ajuda militar ao México contra os “bad hombres”

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]e acordo com uma transcrição a que a Associated Press e CNN tiveram acesso, o Presidente norte-americano sugeriu enviar tropas para o México, durante um telefonema com o seu homólogo mexicano, Enrique Peña Nieto, noticia o Público. Os dois meios, citam, no entanto, transcrições ligeiramente diferentes do telefonema que aconteceu na última sexta-feira, depois de o Presidente mexicano se ter recusado a encontrar pessoalmente com Donald Trump.

“Vocês têm um monte de bad hombres [homens maus]. Não estão a fazer o necessário para os travar. Penso que os vossos militares estão assustados. Os nossos militares não, por isso talvez os envie para que tratem disso”, cita a Associated Press, questionando uma possível ameaça norte-americana ao México.

Já a CNN relata uma versão ligeiramente diferente, aparentemente menos dúbia sobre o tom da conversa entre os dois líderes. “Vocês têm um monte de hombres durões para os quais podem precisar de ajuda. Estamos dispostos a ajudá-los, mas eles têm de ser eliminados e vocês [México] não têm feito um bom trabalho nisso”, transcreve a CNN. O canal afirma que a fonte da AP não se trata de uma transcrição, mas de notas do telefonema, feitas por assessores.

Em entrevista à Radio Formula, Eduardo Sanchez, porta-voz do Presidente mexicano, garantiu que a oferta de Trump não constituía uma ameaça. Foi sim, “uma conversa produtiva”, esclareceu também Sean Spicer, porta-voz da Casa Branca.

Não são, para já, conhecidos mais detalhes sobre se o apoio militar norte-americano no combate a gangues irá avançar ou quando irá acontecer.

A Associated Press afirma ainda que os dois líderes concordaram em não falar publicamente sobre quem pagará a factura do muro.

3 Fev 2017

Deputado de Hong Kong impedido de entrar em Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado pró-democracia de Hong Kong Raymond Chan disse na sua página de Facebook que foi impedido de entrar em Macau na passada segunda-feira, por poder constituir uma ameaça para a estabilidade interna da região, informou a imprensa local.

Raymond Chan disse que viajava sozinho para visitar alguns amigos e afirmou não compreender como é que ele poderia representar uma ameaça para a segurança em Macau.

Citado pela Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), o deputado disse que o seu colega de partido, Christopher Lau, tinha sido autorizado a entrar em Macau um dia antes, no domingo.

O impedimento de entrada em Macau acontece com alguma regularidade, com a grande maioria dos casos a serem tornados públicos pelos próprios visados, muitos dos quais políticos ou activistas da região vizinha.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) não tem por hábito apresentar motivos concretos. Depois de confirmar à Agência Lusa que uma pessoa foi impedida de entrar no território na segunda-feira, a PSP disse não ter “nada a referir e comentar” sobre “um caso particular”.

Entre os últimos casos divulgados pela imprensa está o do ex-deputado pela Association for Democracy and People’s Livelihood (ADPL) Frederick Fung, que foi impedido de entrar em Macau em Dezembro passado. Na altura, Frederick Fung disse que já tinha sido impedido de entrar em Macau três vezes.

Em Outubro de 2016, quando o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, esteve em Macau, dois ex-activistas e um cineasta de Hong Kong foram igualmente impedidos de entrar na cidade, com o mesmo argumento de que representam uma ameaça à segurança.

Outros casos conhecidos de figuras impedidas de entrar em Macau são os de membros do Partido Democrático de Hong Kong, incluindo da antiga deputada e ex-presidente do Partido Democrático de Hong Kong Emily Lau.

As autoridades recusam-se a revelar o número de pessoas que proibiram de entrar no território, as razões pelas quais o fizeram ou a sua procedência, sob o argumento de que essas informações são confidenciais.

“Os dados estatísticos de ‘recusas de entrada’ são classificados como dados e informações ‘reservados’, pelo que não há lugar para a sua divulgação”, afirmou a PSP, no início de Janeiro, em resposta escrita enviada à Lusa.

Contudo, nem sempre foi assim. Pelo menos durante o mandato do anterior secretário para a Segurança, a PSP chegou a divulgar dados sobre as pessoas proibidas de entrar em Macau, a pedido dos jornalistas.

2 Fev 2017

Wong Kit Cheng quer instruções claras sobre qualidade do ar para as escolas

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng sugere ao Governo a criação de regras claras para as escolas adoptarem nos dias de má qualidade do ar. Citada pelo Jornal do Cidadão, a deputada considera que “as instruções dadas pelas autoridades em relação às actividades ao ar livre são apenas conselhos, e as escolas não são obrigadas a cumpri-las”.

Sendo assim, os Serviços Meteorológicos e Geofísicos, em conjunto com os Serviços de Saúde, Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) e Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), deveriam, na opinião da deputada, “criar um sistema conjunto para coordenar e reagir à situação da má qualidade do ar”. “A DSEJ deveria estudar e criar uma série de instruções para as escolas seguirem no caso de má qualidade do ar, para suspender a totalidade ou parcialidade das actividades ao ar livre”, acrescentou Wong Kit Cheng.

A deputada, que representa a União Geral das Associações de Moradores (UGAMM) e a Associação Geral das Mulheres, referiu ainda que o Governo deveria instalar mais equipamentos para medir a qualidade do ar nas várias zonas do território.

“Só há cinco postos de verificação da qualidade do ar e na zona de maior densidade populacional só existem dois postos de verificação. Neste sentido, se os aparelhos não conseguem mostrar o estado da poluição de cada zona, os cidadãos não conseguem saber a situação real. Sugiro que se aumentem os postos de verificação do ar e mudança de qualidade do ar, a fim de conseguir alertas de forma pontual”, defendeu.

A deputada acredita que, apesar de o Governo continuar a dizer que os dias de má qualidade do ar se têm mantido estáveis, Macau continua a sofrer a influência do smog vindo do Continente.

“Sugiro que os serviços do Governo devem reagir o mais depressa possível para prevenir os impactos causados pela poluição atmosférica. Embora os SMG tenham declarado que os dias de má qualidade do ar têm sofrido um retrocesso, Macau fica no Delta do Rio das Pérolas e sofremos a influência da poluição registada em Shenzhen ou Zhongshan. O vento poluído passa por Macau, por isso também há a possibilidade de termos dias com smog”, concluiu.

2 Fev 2017

Salário mínimo | Ella Lei questiona atraso anunciado pelo Governo

O Governo já anunciou que o salário mínimo universal poderá não ser implementado em 2018 ou 2019, o que faz Ella Lei questionar as razões para esse atraso. A deputada quer saber do andamento dos trabalhos sobre a legislação

 

[dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a última reunião do Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS), o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, deixou no ar a ideia de que o salário mínimo universal não deverá ser implementado em 2018, nem sequer em 2019. A falha de mais uma meta levou a deputada Ella Lei a entregar ao Governo uma interpelação escrita. O Executivo tinha apontado como objectivo a entrada em vigor da medida aquando do terceiro aniversário da implementação do salário mínimo para as profissões de limpeza e segurança dos edifícios habitacionais.

“Vários deputados questionaram porque é que o Governo não implementou o salário mínimo em todas as áreas. O Governo prometeu o prazo de três anos para a implementação do salário mas, infelizmente, no espaço de um ano mudou de ideias para a realização dessa lei. Como é que os cidadãos podem confiar no Executivo?”, questionou a deputada eleita pela via indirecta, que no hemiciclo representa a Federação das Associações dos Operários de Macau.

“Se o Governo continua a não cumprir as suas promessas vai destruir a imagem da RAEM. Como é que o Executivo vai punir os responsáveis que não fazem bem o seu trabalho?”, questionou ainda Ella Lei, que deseja saber tudo o que já foi feito em termos de análise e estudo em prol do salário mínimo universal.

“Durante o ano de 2016, que trabalhos foram feitos neste sentido? Quais as conclusões e o processo? As autoridades podem oferecer um calendário exacto sobre os trabalhos concretizados, incluindo os trabalhos que já estão a ser realizados? Qual o calendário para a consulta pública e a entrega da proposta de lei para que, em 2019, o salário mínimo possa ser concretizado plenamente?”, escreveu.

Tudo por fazer

Um dia após a reunião do CPCS, o secretário Lionel Leong garantiu que o objectivo da Administração é atingir o consenso possível. “O Governo vai respeitar as opiniões da sociedade e da Assembleia Legislativa, iniciando de forma pragmática os trabalhos de consulta e os procedimentos legislativos”, apontou, acrescentando que a data de entrada em vigor do salário mínimo universal “tem de respeitar as opiniões da sociedade e o processo legislativo, designadamente as opiniões dos deputados”.

Apesar das declarações de Lionel Leong, Chui Sai On, Chefe do Executivo, disse aos jornalistas que o salário mínimo universal “será uma realidade, no ano de 2019”. Segundo a Rádio Macau, Chui Sai On frisou que essa “é uma das prioridades e objectivos deste Governo”.

Ella Lei lembrou que, desde 1999, o Executivo não realizou quaisquer consultas ou estudos quanto à implementação de um salário mínimo, com excepção para os trabalhos relativos aos limites mínimos a pagar a quem trabalha na área da segurança e limpeza dos edifícios.

“De acordo com a lei laboral, o Governo deve assegurar o salário mínimo e mobilizar essa política. A lei já define claramente que Macau precisa de implementar uma política de salário mínimo. Desde a transferência de administração, o Governo não começou qualquer trabalho relativo à implementação da lei, e o sector laboral solicita que o Governo dê mais atenção aos grupos de pessoas que recebem salários baixos e que ofereça medidas de apoio”, rematou a deputada.

2 Fev 2017

Jogo | Receitas subiram 3,1 por cento em Janeiro

A tendência da recta final de 2016 manteve-se no primeiro mês de 2017. Janeiro chegou ao fim com os casinos a darem sinais positivos sobre a recuperação do sector do jogo. Ambrose So acredita que o Galo vai despertar a indústria

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s casinos fecharam em Janeiro com receitas de 19,255 mil milhões de patacas, uma subida de 3,1 por cento face ao período homólogo de 2016, indicam dados oficiais ontem divulgados.

Este é o sexto mês consecutivo em que as receitas dos casinos registam uma subida, após 26 meses de quedas anuais homólogas da principal indústria do território, segundo as informações publicadas pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).

Os casinos de Macau fecharam 2016 com receitas de 223,210 mil milhões de patacas, uma queda de 3,3 por cento face ao cômputo de 2015.

O ano passado foi o terceiro ano consecutivo de quebra depois de uma diminuição de 34,3 por cento em 2015 e de 2,6 por cento em 2014.

A importância do galo

Os resultados de Janeiro foram anunciados poucos dias depois de o presidente executivo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Ambrose So, ter dito que espera que o Ano do Galo traga “crescimento renovado e prosperidade”.

No jantar anual de ano novo da SJM, Ambrose So lembrou como a indústria do jogo viu o início de 2016 acompanhar a “tendência descendente dos dois anos anteriores”, mas no final do ano verificou-se “a refrescante retoma de algum crescimento”, referindo-se à subida das receitas dos casinos.

“O mercado precisa de despertar e, para isso, o galo chega mesmo a tempo. Como toda a gente sabe o galo é o despertador do reino animal. Antecipamos que vai trazer crescimento renovado e prosperidade para Macau”, afirmou.

Em relação ao Grand Lisboa Palace, aquele que deverá ser o último projecto a inaugurar na vaga de novos casinos, em 2018, o responsável fez referência a “progressos positivos na construção”.

Os dados mais recentes da SJM indicam uma queda de 11,1 por cento nas suas receitas de jogo no terceiro trimestre de 2016, comparando com o mesmo período de 2015.

A SJM não esteve sozinha na diminuição do dinheiro arrecadado. A Wynn Macau anunciou há dias que os lucros da operadora caíram 26,6 por cento, para 46,6 milhões de dólares norte-americanos, no último trimestre de 2016, em comparação com o mesmo período de 2015.

Os dois projectos da Wynn em Macau – um no centro da cidade que opera desde 2006 e o novo Wynn Palace, que abriu a 22 de Agosto no Cotai – geraram receitas de 917,1 milhões de dólares nos três últimos meses do ano, mais 65 por cento em termos anuais. Este foi o primeiro trimestre completo a contar com os ganhos do novo projecto.

2 Fev 2017

AMCM prevê crescimento da economia de 0,2 por cento

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] economia de Macau deverá voltar a crescer a um ritmo sustentável em 2017, após dois anos de contracção e de ter retomado o crescimento no terceiro trimestre do ano passado, prevê a Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

“A economia de Macau é susceptível de voltar a crescer a um ritmo sustentável depois de oito trimestres de ajustamento negativo. O crescimento económico positivo foi iniciado no terceiro trimestre [de 2016], sobretudo devido a uma melhoria no ‘net trade’”, refere o Boletim de Estudos Monetários da AMCM.

A AMCM cita as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), de que a economia em Macau vai crescer 0,2 por cento este ano e 0,4 por cento em 2018, depois de uma contracção de 4,7 por cento em 2016.

A queda da economia esteve associada à diminuição das receitas dos casinos, que caíram continuamente entre Junho de 2014 e Julho de 2016, arrastando o PIB da cidade. Mas a parte final do ano mostrou sinais de recuperação da indústria, com Dezembro a marcar o quinto mês consecutivo de subida das receitas em termos anuais homólogos.

O relatório da Autoridade Monetária observa que as receitas da indústria do jogo retomaram a trajectória de crescimento, apontando também as novas aberturas de ‘resorts’ integrados previstas para este ano e para o próximo.

Além disso, refere que “os projectos de infra-estruturas transfronteiriças, como a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e o novo terminal marítimo na Taipa serão concluídos, sustentando o crescimento económico”.

Inflação, mas pouca

A AMCM refere que “a fraca procura interna (…) pode continuar em 2017”, mas que “não deverá prolongar-se para 2018”, quando é esperada “a retoma do crescimento do consumo privado a par da recuperação económica”.

“No entanto, os riscos associados ao ajustamento da política monetária dos Estados Unidos, o ritmo de valorização da pataca em relação às moedas não estão indexadas ao dólar, o desempenho económico dos parceiros comerciais da região, e a direcção do ajustamento do preço da propriedade, terão um papel importante em influenciar as perspectivas de crescimento de Macau a curto prazo”, adverte a Autoridade Monetária.

O regulador antecipa que “a inflação irá permanecer em níveis baixos em 2017, principalmente devido a vários factores externos e internos, incluindo a estabilidade dos preços das propriedades e rendas, e a valorização da pataca”. “Contudo, a esperada recuperação na procura agregada deverá conduzir a um ligeiro aumento da inflação”, refere.

Também estima que “o mercado de trabalho continue robusto”, com pouco espaço para o crescimento da taxa de desemprego, que foi de 1,9 por cento em 2016.

“A grande proporção de trabalhadores estrangeiros num contexto de pleno emprego forneceu ao Governo uma ‘almofada’ suficiente para ajustamentos na política e o Governo tem uma posição clara, sustentada na preservação do emprego para os residentes locais”, acrescenta.

Além de referir o contributo da estabilidade financeira e monetária para a resiliência da economia, o relatório refere também que Macau “manteve a sua competitividade graças à contínua valorização das moedas dos seus principais mercados turísticos”, nomeadamente o interior da China, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul e Japão.

A Autoridade Monetária observa ainda que a cooperação regional com o interior da China e Hong Kong “vai ser um factor de sucesso do desenvolvimento” de Macau, e que “as pequenas e médias empresas e os jovens empreendedores devem participar activamente” neste processo.

2 Fev 2017

Organizadores do Clockenflap trazem Sonar, festival de música electrónica, a Hong Kong

Hong Kong recebe, em Abril, a primeira edição do Sónar, um festival criado há mais de 20 anos em Barcelona. A iniciativa é sobretudo para quem gosta de música electrónica, mas não só. As novas tecnologias vão ser tema de conversa

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]m Barcelona dura três dias; a estreia em Hong Kong é mais modesta. No próximo dia 1 de Abril, realiza-se na região vizinha o festival Sónar, um evento que junta música, criatividade e tecnologia. A organização está a cargo dos responsáveis pelo Clockenflap.

“Respeitado por fãs de música de todo o mundo devido ao seu alinhamento ecléctico, a produção de grande qualidade e o apoio de artistas importantes da música electrónica, o Sónar representa mais um marco no panorama cultural de Hong Kong”, escrevem os organizadores na apresentação do festival.

Através da ligação entre música, criatividade e tecnologia, “o Sónar ganhou uma merecida reputação por juntar os amantes da música electrónica e pessoas criativas de diferentes disciplinas e comunidades, oferecendo uma plataforma única de colaboração cultural”, diz-se também.

O festival foi lançado em Barcelona em 1994. Desde então que tem recebido uma diversidade de músicos e de criativos. No ano passado, contou com a presença de 115 mil pessoas de mais de cem países.

Aqui ao lado, o Sónar vai ser realizado no Hong Kong Science Park, em cinco palcos diferentes, ao ar livre mas também em recintos fechados. Começa às 11h de sábado e prolonga-se pelas primeiras horas de domingo. A organização ainda não divulgou o cartaz, mas promete desde já que o público pode contar com “uma curadoria experiente que junta artistas de renome e novos talentos”. O festival vai ser composto por performances de diferentes géneros, de concertos a actuações de DJs, com sets para quem gosta de dançar, mas também com abordagens à música electrónica experimental.

O espaço dos criativos

À semelhança do que acontece com o festival espanhol, o Sónar de Hong Kong integra o Sónar +D, um congresso de tecnologias criativas que junta uma série de actividades ligadas à inovação. Assim, estão programados workshops, palestras e uma exposição. A organização promete ainda oferecer experiências de realidade virtual. “É uma oportunidade única para as pessoas trocarem ideias e explorarem o espaço onde a criatividade e a tecnologia se encontram, num ambiente divertido e inspirador”, prometem os responsáveis pelo evento.

Ainda sem um alinhamento divulgado ao público, os organizadores do festival, que se realiza em Tai Po, garantem desde já que vai haver um sistema de transportes para tornar o destino mais conveniente a todos aqueles que se queiram juntar ao primeiro Sónar de Hong Kong.

2 Fev 2017

Hong Kong | Mais um desaparecimento gera especulação sobre interferência da China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] mistério sobre um alegado novo desaparecimento em Hong Kong, desta vez de um milionário chinês, está a gerar desde o início da semana especulação sobre a interferência da China na cidade, segundo a imprensa local e internacional.

O paradeiro do empresário Xiao Jianhua, um dos homens mais ricos da China, é incerto depois de os meios em língua chinesa publicados no estrangeiro terem noticiado que foi levado de Hong Kong por agentes de segurança do interior da China na semana passada.

Estas notícias relacionam o desaparecimento de Xiao Jianhua com a campanha anti-corrupção, que muitos críticos acreditam estar a ser usada para visar os adversários políticos do Presidente chinês, Xi Jinping.

Um anúncio de página inteira publicado ontem no Ming Pao – um dos jornais em língua chinesa publicado em Hong Kong – e atribuído ao próprio empresário Xiao, diz que ele “sempre amou o partido [Comunista, no poder] e o país” e que irá encontrar-se em breve com a imprensa.

“Eu pessoalmente acredito que o governo chinês é civilizado e respeita o Estado de Direito”, refere o anúncio.

“Eu não fui raptado”, acrescenta.

Xiao, que diz na declaração ser cidadão canadiano, insistiu que estava a receber tratamento médico por doença, rejeitando mais uma vez a informação – publicada na segunda-feira pela sua empresa numa conta da rede social WeChat – de que tinha sido raptado.

O empresário já tinha anteriormente negado ser alvo de uma investigação e de que tinha ido viver para Hong Kong em 2014 para escapar à campanha anti-corrupção iniciada dois anos antes pelo Presidente Xi.

Xiao, de 46 anos, é o fundador do Tomorrow Group, sediado em Pequim, um conglomerado com negócios em sectores como a tecnologia, finanças ou energia, com ligações a líderes comunistas.

Em 2014, Xian reconheceu à imprensa norte-americana que geria activos da família de Xi Jinping.

É ilegal para agentes do interior da China operarem na região chinesa.

Outros casos

Em 2015, o desaparecimento de cinco livreiros com actividade em Hong Kong, e conhecidos por publicarem livros sobre a vida privada de líderes chineses, gerou preocupação sobre a alegada interferência da China na cidade.

Um dos livreiros, Lee Bo, que desapareceu de Hong Kong, sem que exista qualquer registo da sua passagem na fronteira com a China, gerou a condenação internacional e protestos na cidade de que o Estado de Direito estava a ser violado.

Lee insistiu sempre que passou a fronteira para a China voluntariamente.

Já o livreiro Lam Wing-kee disse – que desapareceu depois de passar a fronteira -, disse quando regressou a Hong Kong, oito meses mais tarde, que tinha sido sequestrado por “forças especiais” da polícia chinesa.

“Depois do fiasco do caso de Lee Bo, as pessoas estão muito preocupadas e questionam-se se os residentes de Hong Kong ou as pessoas que residem legalmente em Hong Kong estarão protegidas”, afirmou James To, do Partido Democrático, à AFP.

James To disse que há uma “suspeita credível” sobre a violação do princípio “Um país, dois sistemas”, que governa a região.

O Financial Times escreveu que Xiao foi levado por agentes da segurança pública chineses de um apartamento do hotel Four Seasons, em Hong Kong.

Outras notícias na imprensa local informam que Xiao vivia no hotel, em aluguer de longa duração, protegido por mulheres guarda-costas.

O hotel disse ontem que estava em curso uma “investigação activa”, e que não podia fazer mais comentários.

Questionada sobre o caso de Xiao, a polícia de Hong Kong disse que recebeu um pedido de assistência por causa de “um cidadão do interior da China” no sábado, mas que o familiar desistiu do pedido mais tarde.

Disseram que a pessoa é referida como tendo passado o posto fronteiriço entre Hong Kong e a China na sexta-feira, escreve a AFP.

O consulado do Canadá adiantou que estava a par das notícias e que os oficiais estavam “em contacto” com as autoridades.

Xiao acrescentou no anúncio publicado no Ming Pao que era um residente permanente de Hong Kong, e que possuía passaporte diplomático.

“Por favor, não se preocupem”, referiu Xiao.

2 Fev 2017

Filipinas | Amnistia Internacional denuncia assassínios a soldo e corrupção

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Amnistia Internacional (AI) denunciou ontem “crimes contra a humanidade” na campanha anti-droga do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, assegurando que esta encobre assassínios a soldo, falsificação de atestados e roubos levados a cabo pela polícia.

“A polícia estabeleceu como principal alvo as pessoas pobres e indefesas de todo o país, colocando ‘provas’, recrutando assassinos a soldo, roubando quem mata e falsificando atestados”, disse a organização não-governamental num novo relatório intitulado “Se és pobre matam-te: execuções extrajudiciais nas Filipinas”.

Para elaborar este documento, a AI examinou 33 casos em que foram assassinadas 59 pessoas em diversas partes do país e entrevistou 110, incluindo testemunhas, familiares de vítimas e agentes das forças de segurança.

Um dos agentes confessou à organização que a polícia lhes paga entre 8.000 e 15.000 pesos (entre 150 e 280 euros) por cada execução, e ainda recebem uma comissão nas funerárias mais próximas.

A organização afirma que “se não forem tomadas imediatamente medidas decisivas, a comunidade internacional deve recorrer ao Tribunal Penal Internacional para uma investigação preliminar a estes homicídios, incluindo a participação de altos funcionários do Governo”.

Voltamos dentro de momentos

O relatório foi publicado dois dias depois de Duterte ter suspenso temporariamente a sua campanha anti-droga para se centrar em “limpar” a polícia, depois do escândalo do assassínio de um sul-coreano ter evidenciado a corrupção e arbitrariedade das forças de segurança.

O Presidente comprometeu-se, no entanto, a retomar a campanha em breve e admitiu mesmo prolongá-la até 2022 (inicialmente estava previsto terminar em junho). Esta “guerra contra as drogas” matou, em sete meses, 7.000 pessoas, 2.527 às mãos de agentes, em alegados confrontos com suspeitos.

Segundo a AI, em muitos casos as vítimas renderam-se sem resistência mas ainda assim foram baleadas.

A organização também assegurou que as listas de traficantes e viciados – ou seja, potenciais vítimas – incluem indivíduos que não têm relação com drogas, tendo os seus nomes sido adicionados por “vinganças pessoais ou devido aos incentivos para matar muitas pessoas”.

“Não é uma guerra contra as drogas, mas uma guerra contra os pobres. Com provas fracas, as pessoas acusadas de consumir ou vender drogas são assassinadas por dinheiro”, resume o relatório.

2 Fev 2017

Salário mínimo | Lionel Leong fala em respeito pelas opiniões de todas as partes

O secretário para a Economia e Finanças quer cumprir a promessa feita em relação ao salário mínimo universal, mas deu ontem a entender que é necessária uma posição unânime para que o diploma vá para a frente. Lionel Leong recordou que a última palavra será sempre dos deputados

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m dia depois de o assunto ter estado a ser discutido em sede de concertação social, com os representantes do patronato a mostrarem-se pouco entusiasmados com a ideia, Lionel Leong voltou a falar da implementação do salário mínimo no território.

Em comentários feitos à margem de uma reunião na Assembleia Legislativa (AL), o secretário para a Economia e Finanças explicou que, no que toca à plena implementação do salário mínimo, “o Governo vai respeitar as opiniões da sociedade e da AL, iniciando de forma pragmática os trabalhos de consulta e os procedimentos legislativos”.

“Na elaboração de diplomas que têm grande importância para a vida da população, o Governo deve proceder, sem dúvida alguma, à consulta pública”, defendeu, citado em comunicado oficial. Seguir-se-á a entrega da proposta ao Conselho Executivo e à AL, “depois de analisadas e ponderadas as opiniões e sugestões recolhidas”.

Lionel Leong vincou que o Executivo espera que a implementação do salário mínimo se concretize no prazo de três anos, contados a partir da entrada em vigor da lei referente aos trabalhadores de limpeza e de segurança. No entanto, sublinhou que a data de entrada em vigor do diploma “tem de respeitar as opiniões da sociedade e o processo legislativo, designadamente as opiniões dos deputados”.

O governante referiu ainda que os trabalhos para o salário mínimo universal estão directamente ligados ao balanço que está a ser feito sobre a legislação que se aplica a apenas parte dos trabalhadores. O Executivo já deu início aos trabalhos da revisão da lei do salário mínimo para os empregados do sector da limpeza e segurança de empreendimentos habitacionais.

Por que fogem os junkets?

Leong respondeu ainda a questões relacionadas com os promotores do jogo, tendo afirmado que “o aperfeiçoamento contínuo da fiscalização junto dos promotores de jogo é favorável ao desenvolvimento saudável e ordenado do sector”.

Confrontado com a queda do número de junkets, o secretário indicou que “há promotores de jogo que entram e saem de Macau”, considerando que a diminuição poderá estar relacionada com várias causas, entre elas a “maior atenção do Governo ao sector com o lançamento de instruções internas”. Os junkets poderão estar a abandonar a actividade no território devido a maior regulamentação, mas Lionel Leong também não exclui a possibilidade de que as mudanças se devam ao ambiente económico. Há uma década que não se registava um número tão baixo de promotores autorizados a trabalhar em Macau.

“Independentemente das razões, o Governo tem de elevar as condições de acesso ao mercado por parte dos promotores de jogo, no sentido do sector registar um desenvolvimento de maior qualidade, mais honesto, saudável e ordenado”, concluiu o secretário.

1 Fev 2017

Nova lista de exportações interditas para a Coreia do Norte

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China proibiu as exportações para a Coreia do Norte de materiais e tecnologias que possam ser utilizados para construir equipamento militar, como componentes para desenvolver mísseis ou sensores, informou ontem o ministério do Comércio.

A lista, composta sobretudo por produtos químicos e ligas raras, inclui também programas informáticos, maquinaria, câmaras de alta velocidade e motores de aviões.

O ministério explicou que as medidas, que entraram em vigor na quarta-feira, estão em linha com as últimas sanções contra o regime de Pyongyang, aprovadas pelas Nações Unidas em Novembro, em resposta a ensaios nucleares.

O jornal oficial Global Times sugere que a aprovação da lista, nas vésperas da passagem do ano novo lunar na China, terá sido feita por nesta altura, no ano passado, a Coreia do Norte ter testado o lançamento de um míssil e, em 2013, ter realizado o seu terceiro teste nuclear.

Recados de Pequim

O anúncio “é também um aviso para o lado norte-coreano não realizar outro teste nuclear durante o festival da Primavera”, disse Jin Qiangyi, especialista na Universidade Yanbian, usando outro termo para o ano novo lunar, citado pelo jornal.

A China é o principal parceiro comercial e fonte de ajuda económica da Coreia do Norte, mas a postura de Pyongyang, que tem desafiado as Nações Unidas com testes com mísseis balísticos e armas atómicas, tem resultado num afastamento entre os dois países comunistas.

No entanto, Pequim teme uma queda do regime, que poderia levar uma enorme vaga de refugiados a entrar no país e ao estabelecimento de tropas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul junto às suas fronteiras.

No início do mês, o Presidente norte-americano, Donald Trump, queixou-se que a China “não ajuda com a Coreia do Norte”, apesar de beneficiar dos laços comerciais com os EUA.

O novo secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, acusou mesmo a China de fazer “promessas vazias” na questão da Coreia do Norte e ameaçou impor sanções contra empresas chinesas que violem as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

“Se a China não cumprir com as sanções aprovadas pelas Nações Unidas, será apropriado que os EUA ponderem acções que forcem ao cumprimento”, afirmou Tillerson, no início deste mês.

1 Fev 2017

Cristiano Cannata | De Manhattan à Praia Grande

[dropcap style≠’circle’]É[/dropcap] um longo caminho. Nascido e criado em Florença, Cristiano Cannata é um rookie de Macau com uma longa história de trabalho longe da sua terra natal. Começou a trabalhar no território a 1 de Outubro do ano passado e, para já, não podia estar mais satisfeito com a opção profissional e pessoal que fez. “Pela primeira vez em muitos anos, chego ao meu apartamento, fecho a porta e tenho a sensação de que estou em casa”, conta. “É a segurança, o ambiente, as pessoas que aqui vivem”, justifica.

O manager do Caffe B, um restaurante italiano junto ao Lago Sai Van, veio do Laos para Macau. Mas a história das viagens deste homem, que assume ter espírito nómada, começou em 2001. “Descobri que a Europa era um pouco apertada para mim e segui os meus sonhos. Mudei-me para os Estados Unidos, para Nova Iorque, com uns trocos no bolso.” Antes de entrar em detalhes sobre os anos norte-americanos, faz uma declaração: “Tenho de dizer que Nova Iorque foi a melhor escola possível em termos de trabalho”.

Até se abrirem as portas do universo da hospitalidade, Cristiano Cannata quis ser técnico de medicina dentária. Foi para isso que estudou, depois de ter começado a trabalhar, em tempo parcial, num laboratório. Tinha apenas 13 anos. “Ia à escola de manhã e depois aprendia uma profissão”, recorda.

A partir do momento em que a idade lhe deu a possibilidade de entrar em bares e clubes, surgiu mais um part-time. Foi então que apareceram novas perspectivas.

Os ataques de 11 de Setembro de 2001 adiaram a viagem para os Estados Unidos, mas em 2002 era trabalhador a tempo inteiro num bar em Nova Iorque. De empregado de bar passou a gerente, do bar saltou para o restaurante, foi empregado de mesa, tornou-se no responsável máximo pelo espaço onde trabalhava. O caminho fez-se até que, em 2006, aconteceu “a grande mudança” da vida do italiano, uma mudança ainda maior do que a ida para a América.

Maravilhosa Turquia

“Trabalhava no Paper Moon, em Manhattan, e tive a oportunidade de abrir um restaurante do mesmo grupo em Ancara, na Turquia. Precisavam de um gerente. Fui para a Turquia e descobri o país. Foi amor à primeira vista”, diz. Projecto em andamento, regressou a Nova Iorque em Junho de 2007, onde acabou por ficar mais três anos e meio. Questões familiares puseram um ponto final no sonho americano: voltou para Itália, mas o regresso a casa fez-se de forma temporária. Passados três meses tinha, de novo as malas feitas.

O destino que se seguia já era conhecido. Com contrato assinado com uma multinacional italiana, foi abrir um espaço na Turquia. Istambul, explica, tem muitos pontos de encontro com Itália. “É uma cidade muito cosmopolita. É Nova Iorque com 2000 anos de história.”

Dois anos depois desta nova mudança, a empresa pediu-lhe para ir para Miami. “Não gosto da Florida. Ofereceram-me um lugar em Ibiza, mas acho que já sou demasiado velho para ir para lá”, sorri.

A experiência que se seguiu foi a estreia na Ásia. “Fui para o Laos.” Cannata não esconde que sentiu um choque cultural e civilizacional, “vindo da civilização para um sítio que é, tecnicamente, terceiro mundo”. Mas o italiano, que sempre trabalhou em projectos com uma ligação ao seu país, acredita que “tudo acontece por uma razão”. A descoberta da Ásia permitiu-lhe perceber que, “às vezes, corremos em demasia”.

Macau do nada

Os três anos e meio no Laos – com um intervalo de oito meses entre os dois restaurantes que abriu no país – serviram para que a Ásia lhe ficasse “na pele”. Ainda tentou prolongar a estadia, mas pouco mais havia para fazer. “No meu trabalho, é preciso motivação. Vender o mesmo menu e ver os mesmos clientes durante três anos torna-se um pouco pesado. Não havia nada mais que pudesse desenvolver”, afirma.

Em Março deixou o Laos e, mais uma vez, era a Turquia que se perspectivava no horizonte, “para um projecto grande” que, lamenta o italiano, foi cancelado por causa da situação política no país. “Foi aí que dei por mim à procura de emprego. Macau surgiu do nada.”

O que Cristiano Cannata sabia de Macau era apenas “de filmes antigos e que era a Las Vegas da Ásia”. Mas veio até cá para uma entrevista e achou a empresa “muito sólida”. “É uma empresa japonesa. O projecto é muito interessante, há oportunidades de crescimento, e gosto muito de Macau”, resume. “Sinto-me muito seguro, é uma cidade limpa, multiétnica, com pessoas muito interessantes”, acrescenta o manager.

O facto de aqui existirem muitas nacionalidades agrada a um homem que já passou por contextos culturais muito distintos. “Os anos de Nova Iorque ensinaram-me a lidar com sociedades multiétnicas. Basta andar no metro e ir do sul para o norte que, dependendo da paragem onde se está, o sotaque pode ser completamente diferente, com comunidades diferentes. É preciso ter uma mente muito aberta”, observa. “Gosto desse lado em Macau, de ser multiétnico, mas sem o ritmo apressado de vida que se encontra em Hong Kong ou em Nova Iorque.”

O facto de ser um rookie faz com que ainda lhe seja difícil fazer uma avaliação justa do território. Mas já detectou uma falha: para certas coisas, é preciso ir a Hong Kong. “Ando à procura de uma livraria e ainda não encontrei. Mas não tenho muito tempo para explorar a cidade, por isso talvez a culpa seja minha.” Estas “pequenas coisas” não diminuem a sensação de paz que aqui encontrou. Macau dá a ideia de ser a casa.

1 Fev 2017

Kung Hei Fat Choi | Olá mundo cruel!

O primeiro dia do Ano Novo Lunar na China ocorre a 28 de Janeiro de 2017 mas o início do ano, sob a égide do Galo, um dos 12 animais que representam os ramos terrestres, terá início no Princípio da Primavera (Lichun). Devido aos ajustamentos do calendário solar, este ano acontece a 3 de Fevereiro. Neste artigo, seguimos as previsões de Lei Koi Meng (Edward Li).

[dropcap]N[/dropcap]o zodíaco chinês, o Galo (no quotidiano chamado em mandarim Ji, 鸡) denomina-se nos ramos terrestres You (酉) e este ano está conectado com o caule celeste Ding (丁), o Elemento Fogo. O nome do ano é Ding You (丁酉, em cantonense Ting Yao), Tímido Galo ou Galo Solitário que, no ciclo de 60 anos, (60 Jia Zi, 六十甲子) corresponde ao número 34.

Como o ramo terrestre You é sempre metal e o caule celeste corresponde este ano a Ding, o Elemento Fogo, encontra-se portanto o metal por baixo do fogo, que desta vez é yin, ao contrário do fogo yang do ano que está a terminar.

Ano emocionalmente complicado, por trazer muitos riscos, que devem ser evitados, requer um grande esforço pessoal e exige que se saia da zona de conforto pois, refugiando-se aí, será um ano difícil, com desapontamentos e conflitos.

O Tai Soi (o Deus de cada um dos 60 anos do ciclo) deste ano lunar de 2017 é Tang Jie, capitão da dinastia Tang.

Galo

Máxima para o ano: Só pelo amor, a sua vida fará sentido e encontrará uma direcção.
• A palavra que definia o Galo em 2016 era Cansado, já para este ano é Crescer. Os nativos de Galo, como se encontram no ano do seu signo, tem um ano Fai Tai Soi, isto é, contra o Tai Soi. Galo com galo leva à luta entre galos. Tem o seu coração aprisionado, mas contará com duas estrelas da sorte: Jin Gui, a estrela do Cofre Dourado, que trará sorte em assuntos financeiros e acumulação de ganhos, e a estrela Jiang Xing (General) está ligada à autoridade e ao poder. Tendo o quarto ou escritório virados para Oeste evite permanecer neles.
Carreira: Se trabalha por conta de outrem, com a ajuda da estrela da sorte do General vai ser promovido e obter um melhor salário. Se é patrão contará com uma boa cooperação dos seus empregados e um grande apoio dos seus parceiros, ou sócios. É promissor criar o seu próprio empreendimento.
Amor: Com o coração aprisionado, não é bom ano para as relações conjugais, ou encontrar um parceiro. Estando a carreira em franco progresso, nela se vai envolvendo e tenderá a esquecer a família, o que poderá levar à linha vermelha. Tente não se deixar invadir por essa possível relação complicada, pois irá atrapalhar a sua carreira, bem como a relação em causa. É um ano para a carreira, não perca tempo a encontrar um parceiro amoroso.
Saúde: Com o ano contra o Tai Soi, estará também sobre a influência de duas más estrelas, Jian Feng (Fio da Lâmina da Espada), operação clínica, e Fu Shi (Corpo Morto), que representa morte, que poderá ocorrer por desastre, principalmente para os nativos que nasceram no Outono e Inverno. Nos meses de Abril, Maio, Agosto e Setembro precisa de ter mais cuidado e, por isso, sugere-se no início do ano ir ao Templo oferecer sacrifícios a Tai Soi.
Dinheiro: Ano de desenvolvimento, de revolução e de mudança. Vai atingir um novo estádio na sua carreira, pelo que será bafejado com mais dinheiro. Mas note que, como é um ano bastante emotivo, o dinheiro não lhe trará Felicidade e precisará de se enriquecer pelo espírito.

Cão

Máxima para o ano: Não importa trovoada, vento ou chuva. Sol no seu coração é suficiente.
• A palavra deste ano para os nativos de Cão é Esperar. Não vai conseguir encontrar um caminho para seguir. Não terá estrelas da sorte para o ajudar. Mesmo sem saber, provocará problemas, tanto a si como aos outros. Deverá ter paciência, observar, mas não tomar nenhuma acção.
Carreira: Este ano a sua mente não está clara e sente-se sem grande energia. Sem ideias, facilmente segue as dos outros e, por isso, comete erros. Aprecie a sua liberdade. Se faz alguma coisa é mau, por isso mantenha-se quieto. Menos é mais.
Amor: Sem grande apoio para o amor, não tome iniciativas, espere que elas surjam. Faça amizades, mas não espere encontrar a sua cara-metade.
Saúde: Devido à má estrela Bing Fu (Sinal de Doença) vai sentir uma tristeza e pressão dentro de si. Tenho cuidado para resolver esse modo de estar, vá correr, saia e divirta-se. É conveniente fazer um exame clínico. Não coloque altas as expectativas, a vida simples é o caminho da Felicidade. Relaxe e estude mais. Cuidado ao sair para o exterior.
Dinheiro: Ano para esperar. Ninguém o pode ajudar, apenas você sozinho vai tratar de si. É fácil ser magoado pelos seus colegas de trabalho e amigos. É um ano de trabalho para ganhar o salário, mas nada mais conseguirá. Boa saúde e segurança é o objectivo do ano.

Porco

Máxima para o ano: Céu e Terra não são fáceis de mudar, mude-se a si mesmo.
• A palavra para este ano é Retornar. Os nativos de porco esti- veram na mó-de-cima, mas este ano o sentido é inverso. Por isso, deve o caminho ser feito passo a passo e, como não vai ter ajuda, irá andar e trabalhar sozinho.
Carreira: Tem apenas uma estrela da sorte, Tian Yi Gui Ren, ligada à criatividade. Traz uma elevada expectativa/aspiração mas à sua volta ninguém o ajuda e, sem ela, correcto tempo, correcto lugar e um bom parceiro, não terá hipóteses. Por isso, entre os factos e os desejos há um grande fosso, encontrando-se estes muito separados. Não pense prosseguir sempre para a frente; com um passo atrás consegue uma melhor visão e com clareza percebe o que à frente se encontra. Por isso, este ano não poderá fechar-se em si: deverá abrir a sua mente, o seu coração e pedir ajuda aos outros. Se cortar pela raiz o problema, quando ele ainda está no início, este resolve-se. Terá quatro más estrelas: a estrela Tian Gou, que o levará a facilmente criar conflitos, representa acidentes, gastos monetários imprevisíveis, alguém o engana ou casa assaltada; a estrela Diao Ke, que se relaciona com a morte de um familiar; a estrela Qiu Yu, que levará a ter problemas com a justiça, por isso, quando assinar algum documento deve ter muito cuidado; e a estrela Po Sui que se refere a uma separação. Assim, cada passo é dado sobre uma camada na de gelo, pronto a quebrar.
Amor: A vaga emocional é grande. Os casais devem ser pacientes entre eles, pois uma pequena discussão pode aumentar e levar à separação. Para as pessoas singulares, a quinta e a décima segunda Lua são bons meses para desenvolver as relações; mas não tenha pressa, nem force para que aconteçam: siga o destino como ele é apresentado.
Saúde: Com tantas más estrelas, que o colocam sob grande pressão, controle as suas emoções, relaxe mais, viaje mais e trabalhe menos. Coloque-se fora do centro da crise. Durma mais, estude mais, faça mais exercício físico e espere pelo momento certo.
Dinheiro: Se não tiver grandes expectativas, poderá ter boas surpresas.

Rato

Máxima para o ano: Ouça o coração e o mundo mudará.
• A palavra para os nativos é Alegria, Contentamento. É nativo de um dos quatro bafejados animais do zodíaco chinês deste ano e contará com a protecção de cinco estrelas da sorte.
Carreira: Tem três estrelas da sorte: Tian De e Fu Xing, estre- las protectoras que lhe limparão o caminho, assim como Fu De, que lhe trará riqueza material e protecção. Protegido por estas três estrelas, terá a ajuda de muita gente e boas relações com quem à sua volta se encontra. Ainda não terminou de pensar e já as coisas estão feitas! Assim, este ano basta seguir os seus planos, que facilmente os atingirá. Importante é a acção e não só falar.
Amor: Contará aqui também com duas estrelas da sorte. A auspiciosa superestrela Tian Xi (Celeste Virtude), que transforma pequenos infortúnios em bons acontecimentos e que, ampliada pela Xian Chi, propicia o casamento e boas relações com todas as pessoas. Um bom ano para casar. Para os solteiros, deve usar as horas entre as 5 e as 7 da tarde e conseguirá o que pretende. Se já for casado/a poderá ter um lho/a.
Saúde: Cuidado com pequenos acidentes, como cair. Não fale muito, pois poderá criar discussões. As mulheres grávidas devem tomar cuidado e os homens com problemas de próstata. Nas- cidos em 1960 e 1984 poderão necessitar de fazer uma cirurgia. Não abuse da bebida e comida.
Dinheiro: Terá ajuda de alguém no trabalho e, quanto mais se esforçar, mais vai ganhar.

Búfalo

Máxima para o ano: Encontrando-se no cume, imagina-se a continuar a subir a montanha. Quando está no sopé, imagina-se a nadar no oceano. Juntando os dois, surge a Sabedoria.
• A palavra para este ano é Imenso. O Galo e Búfalo combinam- -se muito bem, por isso terá dupla Felicidade. É nativo de um dos quatro animais, dos doze do zodíaco chinês, para quem este ano será promissor.
Carreira: Terá cinco estrelas da sorte a ajudar. A Jin Gui (Cofre Dourado) traz sorte em assuntos nanceiros e acumulação de ganhos e, em conjunto com Jiang Xing (General) e Ba Zhuo (Oito Assentos), ligadas à carreira e poder, leva a que ninguém o pare. Não importa qual seja o seu desejo, conseguirá sempre atingir o que pretende. Vai ser ajudado por imensas pessoas importantes e conseguirá encontrar um parceiro para cooperar. A sua posição tornar-se-á mais alta e com isso, mais pessoas o respeitarão. Já as outras duas estrelas da sorte, Tian Jie e Jie Shen, ajudarão a resolver os problemas. Se quiser vento, terá vento; se quiser chuva, terá chuva.
Amor: Terá um ano com uma vida emocionante e muita gente gostará de si. Mas com a má estrela Bai Hu (Tigre Branco), sobre- tudo a parte feminina, deverá ter muito cuidado para não se apaixo- nar por pessoas casadas, devendo transferir essa relação para uma amizade e daí, com apoio, tirar proveitos. Não perca tempo com ciúmes, só lhe criam problemas.
Saúde: Atenção! Está sobre a influência de duas más estrelas: Bai Hu e Xue Ren (Fio da lâmina com sangue). Por vezes não terá uma mente clara e nesses momentos poderá facilmente sofrer acidentes. Deve no início do ano ir ao templo oferecer sacrifícios ao Tai Soi. Quando não se sentir contente ou precisar de ajuda, procure as pessoas amigas nativas de Rato, Galo e Serpente.
Dinheiro: Um bom ano para bater um novo recorde na carreira, logo o dinheiro também virá com abundância.

Tigre

Máxima para o ano: Não seja o número 1, seja Único. Viver coloca-o a voar.
• A palavra do ano é Florescer. Sem grandes ondas no passado ano, neste é um dos quatro ani- mais que se encontram no topo. Cumprimente-se a si mesmo.
Carreira: Com quatro estrelas da sorte, Zi Wei e Long De, que representam conquistar poder e ser promovido, coloca o tigre com asas, sendo por isso muito bom ano para a carreira. Como gosta de criar novos negócios, terá grande apoio e a sua posi- ção social subirá três degraus, progredirá na carreira, tornar-se-á famoso e rico. As outras duas estrelas da sorte são Ci Guan (Perfeitas palavras) e Guo Yin Gui Ren (Carimbo do país, poderoso), que fazem quando falar ser logo reconhecido e aceite, por isso terá rápido apoio dos outros. Aja pela sua especial via. Mas terá também duas más estrelas, Tian E (Catástrofes provenientes do Céu) e Bao Bai (Perdedor, falhar) o que quer dizer que, por vezes, ocorrerão algumas mudanças que não poderá controlar. Signi ca isso dever projectar planos de longo prazo e escutar mais ideias. Quanto mais pressa, menos velocidade.
Amor: Mesmo sendo este ano a sua carreira o principal ponto, haverá tempo para se dedicar à família. Os solteiros devem lembrar-se que a segunda, a sexta e a décima segunda Lua lhes dará hipóteses de encontrar a sua cara-metade.
Saúde: Não trabalhe exces- sivamente fora de horas e so- bre stress. Para os nascidos em 1950, 1974 e 2010, cuidado pois estão sobre a ameaça de uma lâmina, isto é, uma provável ope- ração cirúrgica. No Outono e Inverno coma mais carneiro, que o tornará mais calmo e relaxado.
Dinheiro: Trabalhando mais, mais recebe.

Coelho

Máxima para o ano: Se estiver com boa sorte, avance, mas com azar, que quieto.
• A palavra para este ano é Espera. O Coelho, animal no lugar oposto a Galo, para este ano encontra-se também ele contra o Tai Soi (Chong Tai Soi, que signi ca mudança e ir contra), assim vai deixar algo e o novo tomará lugar ao velho. Se tiver o seu quarto, ou escritório, virado a Oeste evite aí permanecer.
Carreira: A estrela da sorte Tai Ji Gui Ren signi ca que haverá alguém a ajudá-lo. Como ano de mudança, para bom ou mal só depende como o encara. Assim, seguindo as mudanças, poderá tentar reorganizar a sua companhia, mudar de casa, decorá-la de novo, emigrar, mudar de emprego… O caminho é de árduo trabalho, mas mudar é melhor que car quieto. As más estrelas são Da Hao (gastar uma fortuna) e Yue Kong (mês va- zio), significando que as mudanças lhe levarão imenso dinheiro e terá decisões muito difíceis. Quando as coisas estão fora da sua possibilidade, que de fora. Importante é manter o que tem e, na mudança, encontrar uma nova direcção.
Amor: Grandes ondas na parte emocional, por isso deverá ter muito cuidado. Os casais terão entre eles de ter muita paciência, transformando os grandes problemas em pequenos, senão o divórcio. Se quiser reparar a relação, faça-o na sexta e décima primeira Lua. Os solteiros devem gozar a sua liberdade, pois não é ano destinado a encontrar parceiro.
Saúde: O Galo, com direcção Oeste, representa metal e o Coelho, cuja direcção é Leste, representa madeira, por isso este ano o metal corta a madeira. Assim, precisa no início do ano ir ao templo fazer sacrifícios ao Tai Soi. O oitavo mês é o mais peri- goso. Quem nasceu no Outono e Inverno deverá ter muito cuidado com o fígado, mãos e pés. Se for condutor de veículos deverá tomar redobradas precauções.
Dinheiro: Ano de mudança. Para o bem ou para o mal só depende como o avalia e da sua decisão. Importante é a saúde e não o dinheiro, por isso mantenha-se em segurança.

Dragão

Máxima para o ano: Quando olha desde o cume, nada lhe reti- ra a vista; abrindo o seu coração sente a pulsação, sendo daí que provem o Bem ou o Mal.
• A palavra para este ano é Paz. Como combina com Galo (Liu He, seis que combinam em cooperação e em paz), este ano para os nativos do Dragão é como estar sentado num barco a pescar, em segurança, paz e sem problemas.
Carreira: Muitas pessoas cooperam e apoiam. As estrelas da sorte Yue De e Di Jie podem ajudá-lo a resolver problemas, transportá-lo de uma posição perigosa para uma segura e colocá-lo num lugar de onde pode seguir em frente. Vai chegar a um novo patamar.
Amor: Duas estrelas da sorte, Xian Chi e Yue De, combinam-se e tornam este um bom ano para casar ou para o nascimento de uma criança. Realize uma se- gunda lua-de-mel. Aos solteiros, usem o seu fogo para captar a pessoa certa.
Saúde: Sem grandes problemas, apenas não deve trabalhar intensamente e ficar nervoso. Relaxe, abra o seu coração e fale mais com as pessoas. Os nascidos em 1940 e 2000 facilmente terão acidentes, por isso, tenha cuidado quando sair de casa.
Dinheiro: É um ano para transformar os seus inimigos em amigos. Com a Paz conseguirá mais e use a bondade para ter harmonia, o que lhe trará dinheiro e felicidade.

Serpente

Máxima para o ano: Desconstrua a sua imagem para encontrar
a verdadeira.
• A palavra para este ano é Prestígio. Em ano de Galo, serpente é um dos três animais que com ele estão em harmonia (San He, três que se combinam). É também um dos quatro animais que este ano se encontram no topo.
Carreira: As quatro estrelas da sorte – San Tai (Ter o Carimbo) e Jiang Xing (Estrela do General, ligada à carreira, autoridade e ao poder) – colocam-no a dominar, numa muito importante posição, com poder de decidir e de chefiar os seus subordinados. Já as estrelas da sorte, Jin Gui (Cofre Dourado, que traz sorte em assuntos nanceiros e acumulação de ganhos, logo todo o dinheiro vem parar à frente da porta) e Di Jie (Resolve o problema e previne desastres) levam a um desenvolvimento tão rápido que logo atinge o topo. Precisa de não ser impetuoso e acalmar-se, só assim pode manter a sua boa sorte por longo tempo. Mas com as más es- trelas, Wu Gui (Cinco fantasmas, que representa as pessoas que nas suas costas lhe fazem mal) e Guan Fu, deve tomar muito cuidado e não colocar como garantia a sua palavra.
Amor: Ano de boas relações. Os solteiros, na quinta e nona Lua, terão grandes possibilidades de encontrar a pessoa certa, mas com um ano tão bom na sua carreira, coloque essas boas relações viradas para o seu trabalho.
Saúde: Sem grandes problemas, apenas necessita de se preocupar com as suas impetuosas emoções. Tenha calma e não entre em competições.
Dinheiro: Excelente momento para ganhar dinheiro e fazer bons investimentos, pois terá múltiplas e diferentes maneiras de o conseguir. Deve lembrar-se que cooperação e paz criam tudo o que pretende e necessita.

Cavalo

Máxima para o ano: É vencedor se não pensar no que ganha
ou no que perde.
• A palavra para este ano é Emoção. Terá duas grandes estrelas
da sorte para o ajudar emocionalmente, por isso se tiver suficientes amigos e interiormente estiver estável, não quererá saber de nada mais.
Carreira: A superestrela da sorte Tai Yin (a Lua, que reverte ocorrências negativas em positivas, pois em paz combina bem yin e yang) permite-lhe criar um negócio com um seu colega de sexo oposto. A estrela da sorte Hong Luan (Sorte no Amor) representa, para os homens, a sua esposa ser a sua Riqueza e, para as mulheres, o marido ser o seu Poder. Assim, com um bom casamento terá uma vida fácil e feliz, e aliadas com a estrela Tian Chu (Cozinha do Céu), uma comida saborosa. Por isso, goze a vida e não se preocupe com o restante.
Amor: Com as duas boas es- trelas Tai Yin e Hong Luan não perca a hipótese deste ano casar ou pelo menos encontrar a sua cara-metade. Para os casados, será um ano de grande harmonia.
Saúde: Cuidado com o útero, bexiga e próstata, especialmente para os nascidos em 1954 e 1990. No sexto e décimo primeiro mês tenha muita atenção pois está propenso a ter acidentes. Sendo um ano animado, cheio de convívios sociais, não abuse da comida e bebida e especialmente da vida nocturna. Importante é fazer exercício físico.
Dinheiro: Com uma relação harmoniosa terá abundância, mas não é ano de pensar em fazer dinheiro. Goze a sua liberdade com amigos e tire prazer da vida.

Cabra

Máxima para o ano: O valor de umas pessoas não está conec- tado com o quanto tem ou ganha, mas quanto não gasta.
• A palavra para este ano é Sereno/Tranquilo. Terá um enorme espaço para fazer o que deseja, sem exteriores problemas.
Carreira: A estrela da sorte An Lu (Dinheiro Sombra) significa que conseguirá muito dinheiro fora das suas expectativas e ninguém vai saber que o tem. Já a estrela da sorte Hong Yan (Sorte no Amor) promove uma vida emocionante e socialmente feliz. É um ano relaxante, em que poderá fazer tudo o que quiser. Mas deve contar com a má estrela Qiu Yu (Aprisionado), pois será o seu inimigo ao bloquear-se dentro de si. Abra o coração e liberte-se, sentir-se-á livre.
Amor: Ano para se apaixonar e casar. Os casais estão como peixes dentro de água. As boas relações com os amigos permitem-lhe uma boa cooperação. Sensível às emoções, este ano elas não o irão abalar.
Saúde: É melhor fazer exames clínicos para detectar e prevenir problemas de coração e no sistem sanguíneo. Tenha especiais cuidados com problemas nos membros inferiores, que o afectarão no andar. Controle as emoções e não se feche; saia de casa, encontre-se com amigos ou família, e com eles desabafe as suas tristezas, verá o Sol brilhar.
Dinheiro: Pode fazer tudo o que deseja, pois conseguirá tudo o que aspira e, mesmo sem prestar atenção, consegue ganhar. Ano de dinheiro e amor. Não precisa de perguntar o que os outros pensam de si, viva sem receio e par- tilhe os seus proveitos.

Macaco

Máxima para o ano: Aceite as mudanças, rejeite ser picuinhas e hipercrítico.
• A palavra para este ano é Florescente. Pode passar todo este ano com um sorriso na boca. Terá uma activa vida social, de boas relações com pessoas diferentes. O seu desenvolvimento segue a sua vontade.
Carreira: A superestrela da sorte Tai Yang (Sol) torna-o mui- to activo e encantador, o que poderá ajudar a não ter problemas no emprego. Se o seu sócio for do sexo oposto combina muito melhor. Já a estrela da sorte Xian Chi, propiciadora do casamento e de boas relações entre as pessoas, permite cooperar com diferentes pro ssões e poderá mostrar o seu talento como chefe. Agarre esta hipótese para tentar criar grupos de diferentes áreas pro ssionais e coloque-se como maestro. Mas terá duas más estrelas, Hui Qi (Energia Suja) e Tian Kong (Va- zio Céu), o que significa não dever tomar decisões, pois quando alcança esse objectivo, logo tomará outra decisão e assim quererá mais e mais.
Amor: As duas estrelas da sorte, Tai Yang e Xian Chi, tornam o amor maior que o Céu. O amor dá-lhe uma grande confiança e é bom ano para casar, ter lhos e tornar-se chefe. Use a sua facilidade de falar e comunicar para criar boas relações, que o ajudarão a encontrar importantes apoios. Mas, cuidado, não misture amor com outras relações, pois tal só lhe trará problemas.
Saúde: Atenção ao seu aparelho reprodutor, útero, bexiga, próstata e pele. Os nascidos em 1944, 1980 e 2004 deverão tomar cuidado para tentar evitar os acidentes. Uma activa vida social faz esquecer a sua saudável vida regrada. Não crie discussões, pois estas só trazem problemas e, com uma pacífica actuação, soluciona-os.
Dinheiro: É ano para realizar os desejos há muito tempo aguardados. O Amor dá a hipótese de o dinheiro ir chegando até si. Não precisa de trabalhar duramente, pois conseguirá o que deseja, harmonia e Amor. A carreira poderá atingir o apogeu.

28 Jan 2017

“Os Resistentes – Retratos de Macau” #5

“Os Resistentes – Retratos de Macau” de António Caetano Faria • Locanda Films • 2014


Realizador e Editor: António Caetano Faria
Produtores: Tracy Choy e Eliz L. Ilum
Câmara e Cor: Gonçalo Ferreira
Som: Bruno Oliveira
Assistente de Câmara: Nuno Cortez-Pinto
Editor Assistente: Hélder Alhada Ricardo
Sonorização e Mistura de Som: Ellison Keong
Música: Orquestra Chinesa de Macau – “Capricho Macau” de Li Binyang
27 Jan 2017

Jogo | Número de junkets continua a cair

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau conta com 126 promotores de jogo autorizados a exercer actividade, o número mais baixo desde 2006, reflexo da actual conjuntura do mercado de grandes apostadores dos casinos.

Segundo uma lista publicada ontem em Boletim Oficial pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), existem 126 operadores licenciados para exercer este ano a actividade de promoção de jogos de fortuna ou azar em casino – conhecidos como ‘junkets’ –, dos quais 110 pessoas colectivas e 16 singulares, ou seja, menos 15 do que o total de angariadores de grandes apostadores autorizados a operar no ano passado.

Embora o filão dos ‘junkets’ tenha vindo a recuar, trata-se do mais baixo número registado desde 2006, ano em que eram 78, de acordo com os dados compilados pela Agência Lusa com base na lista publicada anualmente pela entidade reguladora.

Existiam 141 promotores de jogo licenciados para operar em 2016, contra 183 em 2015, 216 em 2014, e 235 em 2013, ano em que se registou o pico e a partir do qual a lista de ‘junkets’ começou a encolher. Nesse ano, o jogo VIP representava dois terços de toda a receita angariada pelos casinos.

Em 2012 eram 219, em 2011 contabilizaram-se 193 e em 2010 um total de 169. Em 2009 eram 153, em 2008 registaram-se 186, enquanto em 2007 um total de 160.

Os ‘junkets’ constituem peças fundamentais no xadrez do jogo de Macau, dada a tradicional elevada dependência dos grandes apostadores.

Os casos de desvios de fundos de salas VIP de casinos – foram tornados públicos três num intervalo inferior a dois anos, com o mais recente no início de 2016 – levaram as autoridades a elevar as exigências, nomeadamente em termos da contabilidade, apertando o cerco à actividade no quadro de um maior esforço regulatório e de fiscalização.

Pelos dados publicados pela DICJ, o segmento VIP contribuiu para 53,2 por cento das receitas arrecadadas pelos casinos ao longo do ano passado. Embora continue a deter a maior fatia, a proporção do jogo VIP nas receitas totais tem vindo a diminuir. No cômputo de 2015, foi de 55,3 por cento, enquanto em 2014 correspondeu a 60,4 por cento – isto quando chegou a ser superior a 77 por cento.

Macau contava, no final do ano passado, com 6287 mesas e 13.826 slots espalhadas por 38 casinos.

26 Jan 2017

Fórum Macau | Fundo financia projectos no Brasil e em Cabo Verde

O fundo da China de mil milhões de dólares destinado a investimentos de e para o universo lusófono aprovou financiamento para um projecto de energia solar no Brasil. E está prestar a aprovar outro de hotelaria em Cabo Verde. O anúncio foi feito ontem em Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] nova foi divulgada em Macau, durante uma sessão de apresentação do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa aos empresários de Macau – no valor de mil milhões de dólares –, de modo a que estes possam também concorrer a financiamento para projectos em países lusófonos.

O director-geral adjunto do departamento de gestão do fundo, Song Feng, afirmou que, além dos dois projectos em Angola e Moçambique já anteriormente revelados, foi financiado um terceiro no Brasil, “um projecto solar que pode atingir uma capacidade de 200 megawatts na sua produção”. O projecto tem um investimento total de 200 milhões de dólares e conta com financiamento de 20 milhões do fundo, que pretende “posteriormente injectar mais”.

E David Chow também

Referindo que há “meia dúzia de projectos na fase final de análise”, Song Feng chamou a atenção para um de “uma empresa de Macau que investiu em Cabo Verde num hotel de cinco estrelas”, numa referência ao projecto do empresário David Chow, director executivo da Macau Legend.

Este projecto “ainda está na fase de análise mas quase a finalizar” e deverá receber também 20 milhões de dólares de financiamento – Chow investiu cerca de 300 milhões de dólares. “Já finalizámos quase todas as etapas, só falta uma aprovação para poder arrancar esse projecto”, que o fundo espera que consiga “trazer mais vantagens financeiras” ao país.

O projecto de David Chow, cônsul honorário de Cabo Verde, prevê a construção de uma estância turística no Ilhéu de Santa Maria, situado defronte da capital, Cidade da Praia, que cobrirá uma área de 152.700 metros quadrados e inaugura a indústria de jogo no país.

Quanto à candidatura do projecto do terminal do Porto de Sines, em Portugal, Song Feng disse apenas que ainda está a ser analisada, e não revelou o valor do financiamento, indicando apenas que o fundo atribui entre cinco e 50 milhões de dólares, consoante a envergadura dos projectos.

Em Macau quanto antes

Em Outubro do ano passado, o presidente do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, Chi Jianxin, revelou que a sede do fundo deverá ser transferida de Pequim para Macau, indicando que tal poderia acontecer ainda em 2016. Ontem, a directora-geral da empresa de gestão do fundo, Jin Guangze, disse apenas que a equipa está “a trabalhar nos aspectos jurídicos” para que tal se “concretize o mais rápido possível”.

O fundo, com o valor global de mil milhões de dólares, tinha aprovado já o financiamento de dois projectos: um proveniente da Angola e um chinês para Moçambique.

Um projecto agrícola em Moçambique, da empresa chinesa Wanbao, foi o primeiro a obter financiamento do fundo, criado oficialmente em Junho de 2013 por iniciativa conjunta do Banco de Desenvolvimento da China e do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau. Avaliado em aproximadamente 200 milhões de dólares, o projecto, na região do baixo Limpopo, perto da cidade de Xai-Xai, obteve “luz verde” do fundo, que contribuiu com apenas 10 milhões de dólares.

O segundo projecto, proveniente de Angola, está relacionado com o fornecimento de equipamentos para a distribuição de electricidade.

26 Jan 2017