Relatório de habitação pública com opiniões divergentes

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] vice-presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Kwan Tsui Hang não considera realistas os dados apresentados no relatório final do estudo sobre a procura de habitação pública. Para a já ex-deputada a previsão do aumento da procura de casas económicas até 19.212 fracções em 2021 não é possível porque em 2013 foram contabilizados mais de 40 mil agregados familiares a candidatar-se à habitação económica e não foram agora analisadas as razões do “desaparecimento” dos candidatos.

Kwan Tsui Hang tem ainda em conta que o rendimento médio dos residentes é de 18 mil patacas, o que significa que o número de famílias com baixas remunerações deveria ser cada vez mais reduzido. No entanto, com a previsão do relatório relativa ao aumento de candidatos, situação que exige um baixo rendimento por parte dos interessados, os dados mostram-se contraditórios.

A vice-presidente da FAOM está preocupada com as consequências que um mau cálculo possa vir a ter se o Governo proceder ao planeamento da habitação pública baseado nos dados do relatório.

Já Agnes Lam, em declarações ao jornal Ou Mun, refere que o documento relativo à habitação pública é de confiança. No entanto, a agora deputada não deixa de alertar para a necessidade de actualização de informação. “As previsões foram feitas com base em informações passadas e as autoridades devem melhorar o planeamento que já existe”, aponta.

Agnes Lam sugere que sejam criadas áreas para instalações públicas e que não seja permitida a construção de auto-silos em caves situadas em zonas baixas da cidade.

17 Out 2017

Pansy Ho diz que Macau precisa de “novas ofertas”

Macau precisa de inovar na oferta que disponibiliza aos turistas. A ideia foi deixada por Pansy Ho, empresária e secretária-geral do Fórum de Economia de Turismo Global

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] secretária-geral do Fórum de Economia de Turismo Global de Macau, Pansy Ho, afirmou ontem que a cidade vai “liderar a invenção de novas experiências turísticas” e continua a ser um local privilegiado para entender as preferências dos chineses.

“Precisamos desesperadamente de novas ofertas, caso contrário não conseguimos acompanhar, as pessoas já cá vieram e podem desviar-se para outro lado. Como podemos garantir que vamos continuar a atrair 30 e tal milhões de turistas por ano? Claramente temos de nos reinventar”, disse a também presidente da MGM China, num encontro com a imprensa durante a 6.ª edição do fórum. 

“Da próxima vez que [os turistas] vierem não será só para ver um excelente ‘resort’, experimentar um restaurante de que nunca tinham ouvido falar. De cada vez que vêm queremos que pensem que Macau é o local onde haverá sempre a próxima nova experiência. Não apenas a nova, mas a próxima nova. Vamos liderar a invenção de novas experiências turísticas. Por isso temos de dizer às pessoas que estamos comprometidos em fazê-lo”, afirmou.

Pansy Ho lembrou que Macau “experienciou um crescimento acelerado” no ramo do turismo, atraindo “os principais operadores de hotelaria”, mas que agora quer desenvolver uma “personalidade única” que vá além de “marcas de hotel”.

“As pessoas não vão gostar mais de Macau devido a um fórum. Mas temos de ter algo para usar como meio de promover, de dizer às pessoas que conquistámos um certo progresso”, disse, referindo-se ao evento que termina esta terça-feira.

Do ponto de vista do sector, afirmou, Macau continua a ser um local privilegiado, ao entender bem as preferências dos turistas chineses.

“Se vens para esta parte do mundo queres cobrir os diferentes segmentos. A China é tão grande, é o maior mercado do mundo [de turismo]. É preciso compreender as divisões geográficas, culturais. Como promover? É diferente no norte e no sul. Se querem perceber as preferências [dos chineses] devem vir a Macau. Porquê? Porque Macau e Hong Kong, as duas regiões administrativas especiais, foram as primeiras a beneficiar da abertura aos turistas chineses. Tivemos um grande papel a moldar forma como os turistas chineses entendem as suas férias”, explicou.

MGM abre mesmo em Janeiro

Para Pansy Ho, “Macau mudou, transformou-se e vai continuar a transformar-se”. Os parceiros do fórum “vão perceber que Macau tem a capacidade de ser pioneiro, porque beneficia do número de visitantes, podemos ser pioneiros na próxima geração do desenvolvimento do turismo”.

Em 2016 Macau recebeu cerca de 31 milhões de turistas, a maior parte vindos da China.

A empresária confirmou ainda que o novo projecto da MGM na ‘strip’ de casinos do Cotai vai ser inaugurado a 29 de Janeiro, após sofrer “alguns atrasos”, também devido ao impacto do tufão Hato, que atingiu a cidade a 23 de Agosto.

17 Out 2017

Festival de Nova Iorque volta a Macau

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] NY Portuguese Short Film Festival volta à Casa Garden. A sétima edição do evento traz a Macau, nos próximos dias 25 e 26, um documentário, um concerto e uma selecção de 11 curtas-metragens.

Dia 25 é a data para a exibição de “Os Portugueses do Soho, uma história que mudou de geografia”, um documentário de Ana Miranda. O filme conta a história dos emigrantes portugueses que chegaram ao SoHo após a Segunda Guerra Mundial. “Através de sua história, descobrimos a história deste bairro, bem do coração de Manhattan e da cidade de Nova York”, lê-se na apresentação do evento. O documentário pretende ainda “ser a voz e o registo inédito da vida destes portugueses”.

Depois do filme é tempo de Rita Red Shoes subir ao palco para um concerto.

O dia seguinte é preenchido com as curtas do festival de Nova Iorque. Na tela vão passar “Tu” de Hugo Pinto
, “Foi o Fio” (Curta Convidada) de Patrícia Figueiredo, “Quarto em Lisboa” de Francisco Carvalho, “Alvanéu” de André C. Santos
, “Manuel” de Bruno Carnide
, “The Amazing Ordinary Man” de Paulo Portugal e “Ribbon Tooth” de Sara Gouveia.

O NY Portuguese Short Film Festival (NYPSFF), organizado pela primeira vez em Junho de 2011, foi o primeiro festival de curtas-metragens portuguesas nos Estados Unidos. A iniciativa mostra o trabalho da nova geração de jovens realizadores.

17 Out 2017

Britânico quis “testar” aviso de que seria impedido de entrar em Hong Kong

[dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]m activista britânico, impedido de entrar em Hong Kong na quarta-feira, afirmou ontem que quis “testar” se era real o aviso que disse ter recebido de Pequim de que podia não ser autorizado a entrar na região.

Em entrevista à Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), Benedict Rogers disse que, antes da viagem para a antiga colónia britânica, tinha sido avisado de que podia não passar no controlo da imigração, apesar de ter garantido na embaixada chinesa em Londres de que a visita à cidade era a título pessoal.

“Eu não sabia se o aviso era grave, ou se era apenas uma ameaça para me fazer desistir de ir. Mas eu assumi que se fosse uma ameaça séria, então [as autoridades] chinesas tinham de fazer isto publicamente e oficialmente e aos olhos do mundo”, disse Rogers.

“Queria ver o que acontecia. Eu queria testar, (…) se desistisse naquela altura e dissesse que não ia para Hong Kong porque a embaixada chinesa me disse para não ir, então ninguém ia saber da interferência da China nas políticas de imigração em Hong Kong”, sublinhou.

Rogers, que é vice-presidente da comissão de Direitos Humanos do Partido Conservador britânico, viveu em Hong Kong durante cinco anos (1997-2002).

 

Embaraços diplomáticos

O activista está no centro de uma disputa diplomática entre o Reino Unido e a China desde que na quarta-feira foi impedido de entrar na região administrativa especial chinesa, sem nenhuma explicação oficial.

Rogers admitiu que esteve nos últimos meses a preparar a criação de uma organização sem fins lucrativos com o objectivo de permitir às pessoas de Hong Kong falar sobre a “erosão das liberdades”.

O activista afirmou que não estava a tentar visitar Hong Kong em nome do Governo britânico, tendo acrescentado que tinha desistido do plano de visitar na cadeia o líder estudantil Joshua Wong, o rosto dos protestos pró-democracia em 2014.

Em reacção ao caso, a chefe do executivo, Carrie Lam, disse na semana passada que os assuntos de imigração são da competência do Governo de Hong Kong, mas que qualquer pessoa pode ser impedida de entrar na cidade, caso Pequim considere tratar-se de uma questão de relações externas.

Londres pediu explicações “urgentes” sobre o caso e Pequim disse na semana passada que é da sua soberania decidir quem pode entrar em território chinês e que tem a responsabilidade de todas as relações externas relacionadas com Hong Kong.

Segundo a Lei Básica (miniconstituição) do território, há duas matérias que são da competência do Governo central: as relações externas e a defesa. A imigração é da responsabilidade de Hong Kong.

Hong Kong passou para a soberania chinesa em 1997, sob o princípio “Um país, dois sistemas”, ao abrigo do qual o território goza de elevado grau de autonomia e de liberdades e garantias não observadas na China.

As vozes críticas acusam a acção de Pequim, denunciando o que consideram ser a interferência do Governo central nos assuntos de Hong Kong com a conivência do governo local.

A sensação de erosão das liberdades na cidade tem sido contestada através de significativos protestos populares e pela oposição, cada vez mais acérrima, dos grupos parlamentares do chamado campo democrático.

17 Out 2017

Carrie Lam admite recusa de entrada a ex-governador britânico, Chris Patten

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] chefe do Executivo de Hong Kong admitiu a possibilidade de Chris Patten ser impedido de entrar no território onde foi governador, dias depois de a medida ter sido aplicada a um ativista britânico.

“Eu não posso excluir qualquer possibilidade, porque as políticas de imigração mudam consoante os casos”, disse Carrie Lam numa entrevista na rádio, quando questionada se pessoas como Chris Patten, que fala sobre os assuntos de Hong Kong, podiam ser impedidas de entrar na região.

Chris Patten foi o último governador do Reino Unido em Hong Kong, entre 1992 e 1997, até à transferência para a soberania chinesa. Visita a cidade com regularidade, participando em fóruns, palestras e seminários, sendo conhecido pelas posições a favor da democratização de Hong Kong.

As declarações de Carrie Lam surgiram depois de o ativista britânico Benedict Rogers ter sido impedido de entrar em Hong Kong na quarta-feira, dia em que a chefe do Executivo apresentou as suas primeiras linhas de ação governativa para 2018.

Benedict Rogers viveu em Hong Kong durante cinco anos (1997-2002) e é cofundador e vice-presidente da comissão dos Direitos Humanos do Partido Conservador britânico.

Carrie Lam manteve a posição que já tinha manifestado na quinta-feira de que que os assuntos de imigração são da competência do governo de Hong Kong, mas que qualquer pessoa pode ser impedida de entrar na cidade se Pequim considerar tratar-se de uma questão de relações externas.

“De acordo com a Lei Básica (miniconstituição) e [o princípio] ‘Um país, dois sistemas’, a Região Administrativa Especial de Hong Kong tem um elevado grau de autonomia. Temos as nossas políticas de imigração, alfândegas, etc. Mas quando são questões de relações externas é um assunto do Governo Central”, disse na entrevista à Rádio e Televisão Pública de Hong Kong.

A governante referiu também que “nos casos de imigração não cabe ao chefe do Executivo de Hong Kong dizer isto ou aquilo”.

“Tem de ser decidido pelas autoridades da imigração, de acordo com as políticas e de acordo com os detalhes de cada caso”, acrescentou.

Lam afirmou que não podia revelar detalhes sobre a forma como o governo de Hong Kong trabalha com o governo de Pequim.

Por outro lado, a responsável disse que queria esclarecer qualquer mal-entendido de que os Serviços de Imigração de Hong Kong estão a ser controlados pelo Governo Central.

O caso de Benedict Rogers está no centro de uma disputa diplomática entre o Reino Unido e a China.

O ministro dos Negócios Estrangeiros inglês, Boris Johnson, reagiu ao incidente, afirmando que o seu governo queria uma “explicação urgente” sobre o impedimento de entrada do ativista na antiga colónia britânica.

A China fez saber através de uma porta-voz da diplomacia chinesa que Pequim tem o direito de decidir quem entra em território chinês e que já apresentou uma queixa formal ao Reino Unido pela “interferência nos assuntos internos chineses”.

Em agosto, Rogers esteve envolvido num protesto no exterior do parlamento britânico com outros ativistas de Hong Kong.

Além de criticar a prisão dos ativistas Joshua Wong, Nathan Law e Alex Chow, do movimento pró-democracia que se manifestou nas ruas de Hong Kong em 2014, o britânico também manifestou preocupação com o que considera ser a deterioração do princípio “Um país, dois sistemas”, ao abrigo do qual o território goza de elevado grau de autonomia e de liberdades e garantias não observadas na China.

Benedict Rogers disse que quer lançar uma organização não-governamental para monitorizar questões sobre os direitos humanos e liberdades na antiga colónia britânica, segundo a edição de sexta-feira do South China Morning Post.

Os detalhes sobre o projeto serão apresentados no final do mês, disse o ativista ao jornal.

O sentimento de erosão das liberdades que Hong Kong tem vivido nos últimos anos, atribuído à ação de Pequim, tem vindo a ser contestado em protestos populares e pela oposição, cada vez mais acérrima, dos grupos parlamentares do chamado campo democrático.

15 Out 2017

Vinte activistas de Hong Kong declarados culpados de desobediência durante ‘Occupy Central’

[dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]inte ativistas de Hong Kong, incluindo o jovem Joshua Wong, que está atualmente preso, foram condenados por desafiarem as autoridades quando aplicavam uma ordem de tribunal para desimpedir uma das zonas ocupadas pelo movimento pró-democracia em 2014.

O caso remonta a 26 de novembro de 2014, quando os ativistas foram detidos por desrespeitarem uma decisão judicial para desocupar e reabrir ao trânsito a Nathan road, uma via movimentada da zona de Mong Kong, que esteve mais de dois meses bloqueada durante os protestos conhecidos como ‘Occupy’ ou ‘Umbrella Revolution’. A ordem judicial foi aplicada na sequência de uma ação interposta por associações de táxi e minibus da cidade.

Entre os 20 ativistas condenados estão Joshua Wong, que foi o rosto dos protestos pró-democracia de 2014 e cofundador do Partido Demosisto, e Raphael Wong, da Liga dos Sociais Democratas (LSD). Ambos os ativistas estão presos desde agosto, na sequência de diferentes julgamentos relacionados com protestos.

Onze ativistas, incluindo Joshua Wong, que cumpre seis meses de prisão, tinham-se declarado culpados em julho do crime de desobediência, enquanto outros nove recusaram fazê-lo. Os 20 foram todos condenados hoje, dia em que Joshua Wong faz 21 anos.

Apoiantes gritaram “Feliz Aniversário” antes de a sessão do julgamento começar. No final, um grupo no exterior da sala do Tribunal Superior cantou-lhe uma canção de parabéns.

Após ter sido conhecida a decisão, o ativista foi levado novamente para a prisão, onde será transferido para uma ala de adultos por ter atingido a maioridade.

A sentença, que pode ser multa ou pena de prisão, será conhecida em data a divulgar. Joshua Wong e Raphael Wong poderão ter as respetivas penas de prisão prolongadas.

Lester Shum, outro dos líderes estudantis do ‘Occupy’ que se declarou culpado, disse hoje que “mais e mais perseguições políticas vão ocorrer” sob o governo de Carrie Lam, apoiado por Pequim.

Em agosto, Joshua Wong e outros dois líderes estudantis foram condenados a prisão depois de o secretário da Justiça ter pedido recurso das sentenças anteriormente aplicadas por reunião ilegal numa ação que esteve na origem da ocupação das ruas em prol do sufrágio universal.

Os protestos pró-democracia de 2014 ocuparam várias zonas de Hong Kong durante 79 dias. O último acampamento foi desmantelado em meados de dezembro.

O sentimento de erosão das liberdades que Hong Kong tem vivido nos últimos anos, atribuído à ação de Pequim, tem vindo a ser contestado em protestos populares e pela oposição, cada vez mais acérrima, dos grupos parlamentares do chamado campo democrático.

Entre os receios manifestados está o de que a independência do sistema judiciário de Hong Kong esteja a ser minada.

15 Out 2017

Fórum Luso-Asiático acusa Portugal de se ter “desligado” da comunidade portuguesa em Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente do Fórum Luso-Asiático, Arnaldo Gonçalves, acusou Portugal de se ter “desligado” da comunidade portuguesa em Macau desde que este deixou de ser território português.

“Portugal acompanhou as questões da China e de Macau enquanto Macau foi território português”, afirmou à Lusa Arnaldo Gonçalves.

O Presidente daquela associação considera que, a partir desse momento, notou “nos vários governos e presidentes da República” um “desligamento relativamente à realidade” de Macau.

O Fórum Luso-Asiático, uma associação de cooperação e intercâmbio de Portugal com a Ásia e a China, organizou hoje uma palestra, em Lisboa, no âmbito do seu 20.º aniversário, denominada “Construir Pontes — derrubar muros — A relação especial Portugal/China”.

Para o responsável, a postura do governo português contrasta com o interesse de outros países relativamente à região de Macau.

“Enquanto outros países começam a relação, nós temos uma de 440 anos com a China e deixamo-la fugir entre os dedos como areia”, sublinhou, considerando a situação “incompreensível”.

“Por um lado, Portugal está preocupado com o Brasil, e muito bem, está preocupado com a nossa comunidade em Angola e Moçambique, e muito bem, mas depois não se preocupa com Macau”, referiu.

Segundo Arnaldo Gonçalves, o número de emigrações para Macau “aumentou devido à situação económica portuguesa” que levou muitos jovens para essa região à procura de um “projeto completo de vida” e de “enraizamento local”.

O responsável destacou que “nunca houve um acompanhamento dessas famílias que, às vezes, vivem com enormes dificuldades”.

“As autoridades portuguesas só se interessam com o seguinte: há 2.000 expatriados portugueses, brancos, em Macau e há mais 6.000 macaenses (filhos de mãe chinesa e pai português)”.

Para Arnaldo Gonçalves, há ainda outros 10.000 habitantes, que são “um fenómeno do fim dos anos (19)80”, altura em que começou a ser discutida a aplicação da declaração conjunta, e que são um grupo de chineses que “começou a mexer-se para continuar com a nacionalidade portuguesa”.

De acordo com o sistema constitucional português, os nascidos de mãe portuguesa e pai português, ou só de mãe portuguesa ou só de pai português, ou nascidos nas províncias ultramarinas têm a nacionalidade portuguesa.

Arnaldo Gonçalves considera também que, em termos económicos, Portugal deve atrair as empresas chinesas para áreas mais variadas.

“Não é dar o ‘golden visa’ para pessoas que vêm a Portugal, compram casa e ao fim de seis meses a vendem com enorme lucro”, apontou.

O responsável destacou ainda a existência, desde 2000, de um fórum económico e comercial da China para os países de língua portuguesa com um fundo de investimento sediado em Macau.

“É uma estrutura de diálogo e de troca de informações e impressões entre a China e os vários países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e esse fórum era também para facilitar os investimentos cruzados, quer da China nos países da CPLP, quer dos países da CPLP na China”, explicou.

No entanto, Portugal nunca apresentou uma proposta para o financiamento, contrariamente a Angola, Moçambique e ainda Timor-Leste, que já apresentaram projetos.

“Portugal, nestes anos todos que existem do fórum, nunca apresentou um projeto de uma iniciativa, de uma empresa, de um investimento, qualquer coisa”, lamentou, acrescentando que “é uma oportunidade perdida”.

O presidente do Fórum Luso-Asiático disse ainda que a China tem mostrado interesse em investir na comunicação social em Portugal, inclusive na Agência Lusa, processo que, defendeu, “o governo português tem de acompanhar de perto”.

“Com um grupo de ‘media’ português controlado pela China, tenho um bocado de receio que haja uma triagem das notícias que sejam desfavoráveis” como se verifica em órgãos de comunicação social chinesa, sublinhou.

15 Out 2017

Eduardo Catroga diz que Macau tem potencial para desenvolver energias eólica e solar

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, Eduardo Catroga, considerou que existe “potencial a médio e a longo prazo” para desenvolver as energias eólica e solar em Macau.

Os parques eólicos ‘offshore’, que já existem na Europa e na China continental, e a energia fotovoltaica “são ideias que precisam ser estudadas” pelo Governo, disse Eduardo Catroga à Rádio Macau, à margem da cerimónia de lançamento de um livro comemorativo da Central Térmica de Macau.

“Na nossa ótica, como observadores externos, fará sentido a energia eólica offshore, nas zonas marítimas de Macau. Como fará também sentido o desenvolvimento da geração distribuída em termos de energia fotovoltaica. Macau tem bastante sol e muitos telhados. Existe aí um potencial para, a médio longo prazo, desenvolver este vetor”, afirmou.

“São ideias para amadurecer”, sublinhou Eduardo Catroga, lembrando que a EDP é líder mundial nesta área.

A EDP é parceira da Companhia de Eletricidade de Macau (CEM) há várias décadas e está presente na estrutura accionista da empresa através da Sociedade Energia Ásia Consultoria.

15 Out 2017

Presidente do Fosun sobe três lugares na lista dos mais ricos da China

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente do grupo Fosun, Guo Guangchang, que detém várias empresas em Portugal, subiu três lugares na lista dos mais ricos da China, para a 25.ª posição, segundo a unidade de investigação Hurun.

A fortuna pessoal de Guo Guangchang, 50 anos, subiu 40%, face a 2016, para 9.300 milhões de dólares, detalha a Hurun Report Inc.

Presidente de um grupo de investimento internacional, Guo é também um dos 42 multimilionários com assento no principal órgão de consulta do Partido Comunista Chinês e do Governo da China.

A Fosun é o maior accionista do banco Millennium BCP e detém a seguradora Fidelidade, o grupo Luz Saúde e uma participação de 5,3% na REN – Redes Energéticas Nacionais.

A Hurun Report Inc, uma unidade de investigação fundada em 1999 pelo contabilista britânico Rupert Hoogewerf, publica anualmente uma lista dos mais ricos da China.

Xu Jiayin, presidente do gigante chinês do imobiliário Evergrande, ascendeu ao primeiro lugar, com uma fortuna de 43.000 milhões de dólares.

Tudo junto, os dez mais ricos da China valem 248.000 milhões de dólares – quase 13% mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) português.

13 Out 2017

Filipinas | Polícia suspende “guerra contra as drogas”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] polícia nacional das Filipinas suspendeu ontem as suas operações na sequência da polémica “guerra contra as drogas” depois de o Presidente do país, Rodrigo Duterte, ter colocado a campanha nas mãos da Agência Antidroga (PDEA).

“Delegamos a nossa tarefa à PDEA. Vamos procurar outras coisas para trabalhar, mas drogas por agora não”, declarou o director da polícia nacional, Ronald Dela Rosa, numa conferência de imprensa.

De acordo com Dela Rosa, a polícia vai levar a cabo uma “limpeza interna” tendo como alvo a corrupção, depois de vários escândalos que afectaram a imagem das forças policiais na campanha.

O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, atribuiu em exclusivo à agência antidroga do país (PDEA) a liderança da polémica “guerra contra a droga” e afastou a polícia da campanha, após uma onda de escândalos e protestos.

Duterte ordenou a todas as entidades do Governo que “reservem à PDEA, como única agência, a gestão das campanhas e operações contra aqueles que, directa ou indirectamente, estejam envolvidos ou relacionados com drogas ilegais”, de acordo com um memorando a que agência de notícias espanhola Efe teve ontem acesso.

O memorando especifica que a liderança da PDEA “não significa uma diminuição dos poderes de investigação do Departamento Nacional de Investigação (NBI) nem da Polícia Nacional relativamente a todos os delitos” relacionados com droga.

Popularidade em queda

A ordem presidencial tem lugar após uma série de escândalos em torno da sangrenta campanha em que mais de 3.900 suspeitos foram abatidos pela polícia.

Estima-se que o número total de mortes seja superior a 7.000 se somados os homicídios de supostos toxicodependentes e traficantes atribuídos a indivíduos ou patrulhas de moradores.

A morte de três jovens e outras irregularidades cometidas no âmbito da “guerra contra a droga” nos últimos meses causaram mal-estar na sociedade filipina, algo que se traduziu, no mês passado, na maior manifestação contra Duterte e numa queda do apoio popular ao Presidente – de 78% em Junho para 67% em Setembro.

13 Out 2017

Mar do Sul da China | Presença norte-americana criticada

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério da Defesa Nacional da China expressou na quarta-feira a sua forte oposição à entrada não autorizada de uma embarcação de guerra norte-americana nas águas da China na costa das ilhas Xisha no Mar do Sul da China, indica o Diário do Povo.

A força naval da China enviou uma fragata, dois aviões-caça e um helicóptero para avisar a embarcação norte-americana que se afastasse, indicou o ministério em um comunicado.

O destroyer Chafee da armada norte-americana entrou na terça-feira nas águas territoriais da China ao redor das ilhas Xisha, indicou o ministério, que acrescentou que a provocação violou a soberania e a segurança da China, afectou a confiança mútua entre os dois exércitos e a estabilidade regional.

O exército chinês fortalecerá mais sua capacidade de defesa naval e a aérea para salvaguardar a soberania e a segurança, pode ler-se no comunicado.

“Trata-se de uma etapa crítica para o desenvolvimento da relação entre os exércitos chinês e norte-americano. Pedimos que os EUA tomem medidas firmes para corrigir os seus erros e injectem energia positiva às relações bilaterais”, disse o ministério.

13 Out 2017

Hong Kong | Carrie Lam liga recusa de entrada de activista britânico a Pequim

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, ligou ontem a recusa de entrada do activista britânico Benedict Rogers na região a uma eventual decisão de Pequim, num programa da Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK).

Benedict Rogers, que é vice-presidente de um comité de direitos humanos do Partido Conservador e um crítico da China, foi impedido de entrar em Hong Kong depois de aterrar na cidade proveniente de Banguecoque na quarta-feira, dia em que Carrie Lam apresentou as políticas do seu Governo para o próximo ano.

Questionada num programa radiofónico sobre se Pequim tinha tomado a decisão de impedir a entrada de Rogers em Hong Kong, Carrie Lam respondeu: “Não posso revelar detalhes, mas de acordo com a Lei Básica (miniconstituição), o Governo central é o responsável pelas relações externas. Espero que todos consigam entender isso”.

Segundo a Lei Básica, há duas matérias que são da competência do Governo central: as relações externas e a defesa. A imigração é da responsabilidade de Hong Kong.

Carrie Lam não respondeu se a decisão da recusa de entrada do activista na região chinesa foi tomada no âmbito das relações externas, mas disse que a Lei Básica de Hong Kong não confere um elevado grau de autonomia em todos os aspectos.

“A autonomia [de Hong Kong] não quer dizer tudo, não é isso que está escrito na Lei Básica”, afirmou.

“É preciso ver se o processo de imigração envolve relações externas”, disse.

Estas declarações no programa radiofónico têm lugar um dia depois de Carrie Lam se ter escusado a comentar o incidente.

“Não faço comentários sobre casos individuais de entradas [no território]. Estou certa de que esta é uma questão das autoridades da imigração”, disse, numa conferência de imprensa após à apresentação das suas primeiras linhas de acção governativa no Conselho Legislativo (LegCo).

Carrie Lam lidera o executivo de Hong Kong há três meses, depois de ter sido eleita em Março deste ano.

Ecos da ilha

Londres já pediu explicações sobre o impedimento de entrada do activista na antiga colónia britânica.

Rogers viveu em Hong Kong entre 1997 e 2002.

Além de criticar a prisão dos activistas Joshua Wong, Nathan Law e Alex Chow, do movimento pró-democracia que tomou as ruas de Hong Kong em 2014, o britânico também manifestou preocupação com o que considera ser a deterioração do princípio “Um país, dois sistemas”, ao abrigo do qual o território goza de elevado grau de autonomia e de liberdades e garantias não observadas na China.

O The Guardian citou Rogers a dizer que não lhe tinha sido dada qualquer explicação sobre a recusa de entrada em Hong Kong.

“É absolutamente bizarro… Eu recebi um aviso de que isto podia acontecer, por isso estava mentalmente preparado, mas estava à espera que não acontecesse. Sinto-me muito chocado”, disse Rogers ao jornal britânico após ter sido impedido de entrar na Região Administrativa Especial chinesa.

13 Out 2017

MIF | Feira destaca relações entre Macau, Guangdong e Angola

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] fórum para o comércio e investimento entre Angola, província de Guangdong e Macau vai ser um dos destaques da edição de 2017 da Feira Internacional de Macau (MIF), entre 19 e 21 de Outubro.

A 22.ª edição da MIF terá Angola como “país parceiro” e Guangdong como “província parceira”, contando com a presença de empresários e representantes políticos que vão apresentar durante o fórum, no dia 19, os últimos desenvolvimentos económicos e o ambiente de investimentos, indicou, em comunicado, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), responsável pela organização da feira.

Além da assinatura de protocolos, o fórum contará com sessões de promoção dos mercados e apresentação de temas empresariais de Angola, Guangdong e Macau enquanto plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa.

A 22.ª MIF vai contar com várias zonas de exposição, além de conferências e seminários de promoção sobre diversos temas, bolsas de contactos, destacando-se ainda a mesa-redonda sobre construção de infra-estruturas da província de Jiangsu (leste), Macau e os países lusófonos e a terceira edição do fórum de jovens empresários entre a China e os países de língua portuguesa.

O crescente interesse nos produtos e serviços dos países lusófonos levou à criação de um espaço individualizado na MIF, designado como PLPEX (Exposição dos Países de Língua Portuguesa), anunciou à Lusa, em Julho, Glória Batalha, administradora do IPIM.

Glória Batalha esclareceu que esta decisão de individualizar e colocar a PLPEX ao lado da MIF é o resultado de um trabalho estratégico de reforçar o papel de Macau como plataforma de cooperação entre a China e o bloco lusófono, como definido por Pequim.

13 Out 2017

Cancro | Wong Kit Cheng pede mais diagnósticos gratuitos

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng enviou uma interpelação escrita ao Governo onde pede mais serviços de diagnóstico gratuitos de cancro para assegurar a saúde da população. Wong Kit Cheng lamenta que os requisitos para participar em rastreios gratuitos sejam demasiado exigentes, uma vez que este tipo de serviço só está disponível a quem tenha entre 60 e 70 anos. A responsável acredita que este âmbito de idades deve ser alargado para que mais residentes possam participar nos rastreios.

Na interpelação, a deputada reeleita, que toma posse esta segunda-feira, entende que algumas instituições locais oferecem gratuitamente serviços de diagnóstico de cancro de mama. Na visão de Wong Kit Cheng, cabe aos Serviços de Saúde organizarem mais rastreios gratuitos para mulheres com alto risco de desenvolverem a doença, para que possam ser tratadas atempadamente.

Por outro lado, a deputada acha que os programas de diagnóstico dos tipos de cancro cervical e colorretal tiveram bons resultados, tendo levado a uma redução da taxa de mortalidade.

13 Out 2017

Si Ka Lon | Relatório sobre habitação pública pode ser pouco exequível

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ideia deixada pelo relatório sobre habitação pública em que o  Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, considera que as 14 mil fracções de habitação pública na zona A dos novos aterros, juntamente com as outras fracções previstas em outras localizações, vão colmatar as necessidade de habitação pública do território pode não ser realista.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o deputado Si Ka Lon salienta a insatisfação dos residentes quando procuram este tipo de habitação. A razão, sublinhou, tem que ver com a pouca oferta adivinhada para um futuro próximo.

De acordo com Si Ka Lon, é fundamental que as autoridades procedam à alteração legislativa necessária. A sugestão do deputado não é nova e Si Ka Lon pretende a instauração de um regime periódico de candidaturas à habitação pública de modo a que haja uma oferta de casas de acordo com a procura.

Ainda sobre o mesmo relatório, o deputado lamenta a falta de atenção dada à classe média da população. Trata-se de uma faixa de residentes que não está qualificada para concorrer à habitação social ou pública e não tem nenhuma estrutura legal que a apoie na aquisição ou aluguer de casa.

Imprevistos de fora

No futuro, e como foi dado a conhecer no relatório desta semana, o Governo prevê que a oferta de casas públicas seja maior do que a procura já dentro de nove anos, sendo que sugere que se “guardem”  parte das fracções da zona A dos novos aterros. Sobre isto, Chan Ka Leong, membro do Conselho para os Assuntos de Habitação Pública, lembrou os atrasos nas obras já ocorridos, salientando que “há factores imprevistos durante a construção de habitações”.

Chan Ka Leong está preocupado com o plano do Governo com objectivos traçados para menos de uma década e acha que não foram tidos em conta possíveis atrasos futuros. Como tal, sugere que o Executivo continue a trabalhar para a construção das 28 mil fracções públicas na zona A dos novos aterros, e que as autoridades não se esqueçam de complementar as estruturas com um bom planeamento geral que inclua o trânsito.

13 Out 2017

Fundo de Cooperação do Fórum Macau | Investimento em indústria e energia em destaque

Energia e indústria foram ontem as áreas de investimento em destaque na acção de promoção do Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China Países de Língua Portuguesa, que reuniu em Macau perto de uma centena de participantes

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] acção de promoção do Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China Países de Língua Portuguesa que decorreu ontem no território destacou o investimento no sector industrial e energético.

Na intervenção inicial, o director dos Serviços de Economia de Macau, Tai Kin IP, afirmou esperar que as empresas do território possam “produzir vantagens multiplicadoras” para a exploração do mercado dos países lusófonos e “ampliar o espaço de desenvolvimento”, nomeadamente nas áreas da energia e da indústria transformadora, em conjunto com as firmas do interior da China.

O objectivo desta acção de promoção é apresentar critérios e formas de investimento, procedimentos de candidatura e ambiente de investimento nos países de língua portuguesa aos empresários de Macau, disse.

A instalação da sede do Fundo em Macau “contribui para a participação das empresas” locais em projectos realizados em países lusófonos e traz “novos destaques para o desenvolvimento financeiro com características próprias de Macau” e “promove o desenvolvimento diversificado da economia” da Região Administrativa Especial chinesa, acrescentou Tai Kin Ip.

Reforço positivo

A iniciativa de cooperação anunciada em 2010, o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa viu o seu papel reforçado com o anúncio da instalação do Fundo em Macau, o que contribui para implementar ainda mais o apoio do Estado [chinês] aos trabalhos de construção de Macau como plataforma de serviço para a cooperação comercial entre Pequim e o bloco lusófono.

A instalação do Fundo, criado oficialmente em Junho de 2013, foi concretizada já este ano em Macau.

A subdirectora do departamento para os Assuntos Económicos e encarregada da divisão de Comércio do Gabinete de Ligação em Macau, Chen Xing, lembrou que desde a criação deste fundo se registou uma “subida drástica” da cooperação económica entre a China e o bloco lusófono [Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste].

“Muitas empresas de países de língua portuguesa abriram sucursais na China, que também está a realizar muitas obras em países de língua portuguesa, no valor de nove mil milhões de dólares” norte-americanos, disse a responsável, sublinhando que esta cooperação abrange áreas como a marítima, a tecnologia, os recursos humanos, a financeira e a medicina, entre outras.

Com a iniciativa “uma Faixa, uma Rota” e a necessidade de industrialização dos países de língua portuguesa, o Fundo de Cooperação ajuda Macau a desempenhar o papel de plataforma.

Pequim estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que se reúne a nível ministerial de três em três anos.

Por seu lado, a representante do Fundo, Jin Guanze, destacou os projectos no Brasil, Angola e Moçambique, no valor de 650 milhões de dólares norte-americanos, como resultado da crescente promoção que reforça a capacidade do Fundo, para a qual destacou também a importância do desenvolvimento do projecto de integração regional Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

Até Julho passado, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa subiram 31,29 por cento, em termos anuais homólogos, atingindo 67,61 mil milhões de dólares, de acordo com dados dos Serviços de Alfândega chineses.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, seguindo-se Angola e em terceiro lugar Portugal.

13 Out 2017

Indústrias criativas | Angela Leong quer mais espaços

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ngela Leong está preocupada com a sobrevivência das pequenas indústrias criativas no território. Em comunicado, a deputada ligada ao jogo recorda as dificuldades que o sector das industrias criativas estão a viver. Em causa está o aumento das rendas das fracções em edifícios industriais, espaços que têm sido ocupados pelo sector. Além dos custos elevados, são também locais que se encontram em más condições de conservação pelo que Angela Leong apela ao Governo para proceder às remodelações necessárias de modo a poder ceder mais locais às pequenas empresas.

A opção por fracções em edifícios industriais, apesar de cara, é ainda a mais  suportável para os arrendatários, pelo que poderia também ser aproveitada de outra forma, considera. Para a deputada, “tratam-se de espaços capazes de dar uma nova dinâmica à criação artística e promover o desenvolvimento local”, refere.

Neste sentido, Angela Leong não tem dúvidas: Cabe ao Governo definir, de uma vez por todas, uma acção de revitalização dos prédios industriais e rever a legislação nesse sentido.

12 Out 2017

Eleições | Ho Ion Sang vai “abordar” caso dos pequenos-almoços

Ho Ion Sang, deputado reeleito, promete analisar o caso ocorrido no dia das eleições, em que a sua lista foi acusada de dar pequenos-almoços aos eleitores. No canal chinês da Rádio Macau, o deputado pediu novas medidas para resolver a falta de habitação

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] líder da lista número dois que concorreu às eleições, Ho Ion Sang, promete analisar um caso ocorrido no dia da votação que o voltou a eleger como deputado. No programa “Fórum Macau” do canal chinês da Rádio Macau, o deputado reeleito explicou que muitas instituições locais, que lidam com a terceira idade, oferecem uma grande variedade de serviços aos residentes idosos, o que inclui a oferta de refeições.

Apesar de ter desvalorizado o caso, considerado um acto de corrupção eleitoral pela Associação Novo Macau, Ho Ion Sang lembrou que é importante abordar o assunto para garantir eleições mais limpas no futuro.

A Novo Macau fez uma queixa junto do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), mas André Cheong, comissário, já defendeu publicamente que nem tudo pode ser considerado um acto de corrupção eleitoral, sendo que, neste caso, poderá tratar-se de mera propaganda.

Na manhã de ontem, Ho Ion Sang, ligado à União Geral das Associações de Moradores (UGAMM, ou kaifong), comentou o mais recente relatório divulgado pelo Instituto da Habitação (IH) sobre o fornecimento de habitação pública nos próximos anos.

O IH concluiu que a falta de habitação pública só deverá ser resolvida em 2024, mas Ho Ion Sang considera que é essencial resolver a falta de novas casas nos próximos anos, sendo necessário olhar para os terrenos que faltam recuperar pela Administração.

Quanto às dificuldades da população na compra de casa, Ho Ion Sang referiu que os trabalhos posteriores do Governo sobre as políticas de habitação pública são muito importantes, esperando que sejam avançadas novas medidas.

Ai o financiamento

Um ouvinte ligou para o programa e confrontou Ho Ion Sang quanto à necessidade de fiscalizar o aproveitamento dos fundos públicos atribuídos às associações.

O deputado reeleito disse concordar que estas entidades privadas sejam alvo de uma maior fiscalização, tendo falado do caso dos kaifong. Ho Ion Sang deixou claro que todos os projectos subsidiados pela associação foram declarados às entidades competentes, com o intuito de avaliar para onde foi o dinheiro.

O convidado do programa “Fórum Macau” acrescentou ainda que, desde 2007, os kaifong têm publicado no seu website os orçamentos anuais e os relatórios de trabalho.

Esta questão foi levantada pelo activista Jason Chao, que alertou para a falta de transparência no uso de dinheiros públicos.

“Infelizmente, esta lei vai legalizar a zona cinzenta de usar os recursos públicos nas campanhas eleitorais. Por isso, a Novo Macau está a propor a inclusão das associações empresariais e de associações que recebem subsídios públicos na lista dos que não têm elegibilidade para o papel de apoiante da campanha eleitoral”, disse Jason Chao.

Quanto ao cenário político, Ho Ion Sang lembrou que o Executivo precisa de clarificar a execução das políticas, com base na realidade do território. Também o candidato eleito defende uma mudança na lei eleitoral caso se chegue a um consenso sobre esta matéria junto dos cidadãos, para que os responsáveis possam trabalhar de acordo com a lei.

12 Out 2017

Tufão Hato | Mais de cem pessoas participaram em consulta pública

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m total de 131 pessoas participaram na consulta pública organizada pelo Gabinete de Estudo das Políticas para a elaboração do “Relatório de Trabalho do Grupo de Especialistas sobre a avaliação dos danos causados pela passagem do tufão “Hato” em Macau com o auxílio da Comissão Nacional da China para Redução de Desastres”. O período de consulta terminou esta terça-feira, sendo que, segundo um comunicado, a maioria das opiniões “deram uma nota positiva ao relatório”. Foi ainda considerado que “o relatório analisou globalmente os danos causados pela passagem do tufão Hato e a situação de resposta ao desastre, bem como apresentou propostas gerais para melhorar a capacidade de reacção de Macau a catástrofes naturais.”. O mesmo comunicado explica ainda que “associações, residentes, especialistas e académicos pronunciaram-se sobre o aperfeiçoamento da cooperação hidrográfica entre Macau e regiões vizinhas, bem como a forma de implementação do relatório”.

12 Out 2017

FMI | Relatório prevê crescimento da economia de Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] mais recente relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), o “World Economic Outlook”, voltou a fazer previsões positivas sobre o desempenho económico do território este ano e em 2018. Segundo um comunicado difundido pela Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM), o FMI “subiu a previsão do crescimento económico global deste ano e do próximo, respectivamente, para 3,6 e 3,7 por cento”.

Os números correspondem a “uma subida igual de 0,1 ponto percentual em comparação com as previsões feitas em Abril e Julho do ano em curso”. O FMI subiu também as previsões de crescimento económico para este ano, “a qual ajustou o nível estimado em Abril, na ordem dos 2,8 para 13,4 por cento”.

Em relação ao próximo ano, o FMI “subiu também as previsões sobre o crescimento económico local para 2018, do nível de 1,7 para 7,0 por cento”.

No que diz respeito à inflação, “é previsível uma descida da taxa de inflação do ano em curso, de 2,0 para 1,5 por cento, enquanto que a do próximo ano se manterá em 2,2 por cento”, afirmam os analistas do FMI.

Já a taxa de desemprego vai manter-se nos dois por cento. “No que diz respeito às finanças públicas, o FMI prevê que a conta financeira integrada do Governo para este ano e o próximo se mantenha positiva”, acrescenta o mesmo comunicado.

12 Out 2017

PCC | Comité Central reúne-se para preparar Congresso

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC) iniciou ontem um plenário para preparar o XIX Congresso da organização, o mais importante evento da agenda política chinesa, que arranca na próxima semana, em Pequim.

Segundo a agência oficial Xinhua, o plenário serviu para debater vários documentos, que serão depois votados durante o Congresso, incluindo uma emenda à Constituição do partido e dois relatórios sobre os trabalhos do PCC, e o seu órgão anticorrupção, durante os últimos cinco anos.

O Comité Central é composto pelos 200 membros mais poderosos do regime chinês.

Segundo a Xinhua, os documentos recolhem opiniões e sugestões de legisladores chineses, representantes regionais e outras instituições.

Durante o XIX Congresso do PCC, que arranca no próximo dia 18, serão eleitos os novos membros do Comité Central, e dentro deste um novo Politburo (actualmente formado por 24 membros) e um Comité Permanente (sete), a cúpula do poder na China.

A direcção da poderosa Comissão Central de Disciplina e Inspecção do PCC, o órgão máximo anticorrupção do partido, que nos últimos anos puniu 1,4 milhão de membros da organização, será também renovada.

O XIX Congresso irá prolongar o mandato do actual secretário-geral do PCC, Xi Jinping, por mais cinco anos, esperando-se ainda a inclusão das suas teorias na constituição do partido, reflectindo o seu estatuto como mais poderoso líder da China nas últimas décadas.

A grande dúvida é quem acompanhará Xi no Comité Permanente, já que cinco dos sete actuais membros têm já mais de 68 anos, a idade prevista para que se retirem, segundo as regras do partido.

12 Out 2017

FMI aumenta previsão de crescimento chinês

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou na terça-feira a sua previsão de crescimento económico para a China em 2017 e 2018, graças ao contínuo apoio político e desempenho mais forte que o esperado durante a primeira metade do ano.

Na sua Perspectiva Económica Mundial mais recente, o FMI prevê que a economia chinesa cresça 6,8% neste ano e 6,5% no próximo ano, ambos 0,1 pontos percentuais acima do prognóstico anterior, revelado de Julho.

A revisão da previsão de 2017 reflecte “o resultado mais forte que o esperado no primeiro semestre do ano sustentado pela flexibilização prévia na política e pelas reformas no lado da oferta”, segundo a organização.

A economia chinesa expandiu 6,9% no primeiro semestre deste ano, muito acima do objectivo anual de 6,5%, estabelecido pelo governo.

A revisão para a previsão de 2018 reflecte principalmente a expectativa de que as autoridades manterão uma combinação de política suficientemente expansionista para cumprir a meta de duplicar o produto interno bruto (PIB) entre 2010 e 2020, indicou o FMI.

Embora as taxas de crescimento da China de 2019 a 2022 tenham sido revistas, aumentando os valores em 0,2 pontos percentuais, o FMI sugeriu às autoridades chinesas que intensificassem os recentes esforços para travar a expansão do crédito e fortalecer a resiliência financeira.

“Seria aconselhável deixar de dar ênfase aos objectivos de crescimento a curto prazo e focar-se mais em reformas que elevarão a sustentabilidade do crescimento”, disse o FMI.

12 Out 2017

Angola é o terceiro maior destino do investimento exterior

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ngola é o terceiro maior destino do financiamento chinês além-fronteiras, segundo a unidade de investigação AidData, que aponta que Pequim está perto de igualar Washington como principal fonte de empréstimos aos países em desenvolvimento.

A pesquisa, difundida pela unidade de investigação AidData, da universidade norte-americana de William & Mary, analisa o financiamento oriundo da China, que publica poucos detalhes sobre os fluxos de capital para o exterior.

Em 15 anos, e até 2014, Pequim doou ou emprestou 354,4 mil milhões de dólares a outros países. Durante o mesmo período, Os EUA doaram ou emprestaram 394,6 mil milhões de dólares.

Angola surge no estudo da AidData como o terceiro maior beneficiário do financiamento de Pequim, apenas atrás da Rússia e Paquistão, dois países que fazem fronteira com a China. O país africano recebeu de Pequim um total de 16.556 milhões de dólares.

Lado a lado

A base de dados AidData, que reúne milhares de fontes, é analisada por académicos da William & Mary e das universidades de Harvard e Heidelberg.

“Ao nível mais alto, pode-se dizer que os EUA e a China são agora rivais nos gastos, no que toca às suas transferências financeiras para outros países”, escreve o director executivo da AidData, Bradley C. Parks.

A opacidade do financiamento chinês suscita preocupações de apoio a regimes corruptos e redução dos padrões de protecção ambiental e direitos humanos, que doadores ocidentais tentam reforçar.

A maioria do financiamento chinês parece servir o crédito à exportação e outros critérios que visam promover os objectivos chineses, mas produzem pouco beneficio nos países destinatários, segundo Parks.

“A maior fatia do financiamento não visa permitir um crescimento económico significante para os países receptores”, afirma.

Pequim não participa em sistemas de informação globais sobre financiamento. Publicou alguns números em 2011 e 2014, mas com poucos detalhes.

David Dollar, economista no Brookings Institution, em Washington, e antigo director para a China do Banco Mundial, considera que os dados da AidData revelam que o financiamento chinês não descrimina a má governação.

Dollar dá os casos de Angola, Venezuela e Paquistão.

Bradley C. Parks nota que o financiamento chinês vai para países que votam alinhados com Pequim nas Nações Unidas. O responsável da AidData diz que “isso não parece bem”, mas que uma análise aos EUA e outros países ocidentais demonstra a mesma tendência.

“De certo modo, Pequim copiou uma página da cartilha dos tradicionais doadores ocidentais”, afirmou Park.

12 Out 2017

Hong Kong | Reforma política só quando CE for respeitado, defende Carrie Lam

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Chefe do Executivo de Hong Kong disse ontem que a reforma política só será relançada quando quem liderar o governo for tratado com respeito por todos os deputados ao entrar no Conselho Executivo.

“Tem de haver a condição certa para avançar com questões controversas, caso contrário, Hong Kong será novamente arrastado para o fundo”, disse Carrie Lam, citada pela Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK).

Em conferência de imprensa, Carrie Lam criticou alguns deputados do campo democrata por gritarem palavras de ordem e protestarem aquando da sua entrada no Conselho Legislativo (LegCo) na manhã de ontem para apresentar as suas primeiras linhas de acção governativa para o próximo ano.

Em 18 de Junho de 2015, o campo pró-democrata chumbou a proposta de reforma política para a eleição do Chefe do Executivo de Hong Kong, por discordar de Pequim, que aceitava o sufrágio universal desde que os candidatos ao cargo fossem pré-seleccionados.

Com a rejeição do plano de reforma política, manteve-se o ‘status quo’, ou seja, em Março deste ano, a actual chefe do Executivo de Hong Kong foi eleita por um comité de cerca de 1.200 membros, com um total de 777 votos.

Carrie Lam disse que nos últimos três meses, desde que tomou posse a 1 de Julho, tem trabalhado bastante para demonstrar o seu respeito pelo Conselho Legislativo: “Tenho trabalhado arduamente todos os dias para melhorar a minha relação com o Conselho Legislativo. Mas como é que eles me trataram hoje quando eu entrei no Conselho Legislativo?”

“Então isso é o que eu quero dizer sobre a condição certa. Digamos que um dia, quando entrar no Conselho Legislativo, todos os membros da Legco pelo menos demonstram algum respeito mínimo, talvez esse seja a altura adequada para abordar questões tão controversas”, disse.

Feridas abertas

Nas linhas de acção governativa para 2018, Carrie Lam escreveu que “o movimento ilegal Occupy Central lançado por algumas pessoas levou a conflitos sociais e afectou gravemente o desenvolvimento económico e social de Hong Kong”.

“Enquanto Chefe do Executivo responsável (…), compreendo totalmente as aspirações da sociedade, em particular da geração mais jovem, ao sufrágio universal. Contudo, não podemos ignorar a realidade e embarcar impulsivamente na reforma política uma vez mais”, referiu.

As primeiras linhas de acção governativa da primeira mulher chefe do Executivo de Hong Kong incluíram, entre outras, medidas políticas para a construção de mais habitação pública e subsídios de transportes.

Carrie Lam terminou o discurso afirmando que Hong Kong “não está longe” da sua visão da cidade como um lugar “de esperança e felicidade”.

Hong Kong “não perdeu as suas vantagens intrínsecas. As pessoas de Hong Kong continuam a ser brilhantes e o espírito de Hong Kong não foi corroído”, disse, ao concluir a apresentação das suas primeiras linhas de acção governativa.

O líder do Partido Democrático de Hong Kong, Wu Chi-wai, disse à RTHK que estava desiludido com as primeiras linhas de acção governativa de Carrie Lam.

“Ela não pensou que o problema vem da estrutura política. Ela acusou que o problema que temos, de uma sociedade dividida, é basicamente por causa do movimento Occupy Central”, afirmou Wu Chi-wai.

12 Out 2017