Imobiliário | Preços de casas novas caem pelo 22º mês consecutivo

Os preços das casas novas na China caíram pelo 22º mês consecutivo em Março, apesar das medidas do Governo para travar a prolongada crise no sector. Os preços em 70 cidades seleccionadas caíram 0,11 por cento, em relação ao mês anterior, de acordo com dados divulgados ontem pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) do país asiático. A queda em Fevereiro foi do mesmo valor percentual.

Entre as localidades mencionadas, 41 registaram descidas nos preços das casas novas em comparação com 45 em Fevereiro. Entre estas, 24 – incluindo algumas importantes como Xangai ou Shenzhen – registaram aumentos, mais do que no mês anterior (18).

Os dados do GNE também revelaram uma queda de 0,2 por cento no preço das casas em segunda mão em Março, um ritmo mais moderado do que o registado no mês anterior (0,3 por cento). No caso deste tipo de imóveis, 56 das 70 cidades registaram descidas, quatro mantiveram-se ao mesmo nível que em Dezembro e dez registaram subidas.

Nos últimos meses, as autoridades chinesas continuaram a anunciar medidas para travar a queda do mercado imobiliário, uma questão que preocupa Pequim devido às suas implicações para a estabilidade social, uma vez que a habitação é um dos principais veículos de investimento das famílias chinesas.

Uma das principais causas do recente abrandamento da economia chinesa é precisamente a crise do sector imobiliário, cujo peso no PIB nacional – somando os factores indirectos – foi estimado em cerca de 30 por cento, segundo alguns analistas.

17 Abr 2025

Malásia ao lado da China em matéria de comércio

A Malásia “está ao lado da China” em matéria de comércio, afirmou ontem o primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, no início de uma visita do Presidente chinês, Xi Jinping, ao país do Sudeste Asiático. “Estamos ao lado do Governo chinês, para o bem-estar do nosso povo e pelos nossos interesses económicos nacionais, bem como para o desenvolvimento geral e a estabilidade do nosso país”, disse Anwar à televisão estatal chinesa CGTN.

Xi, que está a realizar uma visita de uma semana a três países do Sudeste Asiático, foi recebido por uma salva de 21 tiros ao chegar ao palácio nacional para uma audiência com o rei da Malásia, o sultão Ibrahim Iskandar, acompanhado pelo primeiro-ministro Anwar.

A visita ocorre numa altura em que Xi tenta apresentar o seu país como defensor do comércio livre e fonte de estabilidade para os países da região, que são os principais alvos da guerra tarifária lançada pelo líder norte-americano, Donald Trump.

Pequim e Kuala Lumpur devem assinar acordos destinados a aumentar as exportações malaias, incluindo óleo de palma e durião, aumentar o afluxo de turistas e estudantes chineses para o país do Sudeste Asiático e a partilha de tecnologia chinesa em sectores como as energias renováveis.

Em contrapartida, os analistas alertaram para o facto de a China esperar que a Malásia e os seus vizinhos do Sudeste Asiático a apoiem como a principal potência da região – um alinhamento que poderá provocar uma reacção de Washington.

Extensão à ASEAN

Na Malásia, Xi deve discutir um acordo de comércio livre entre a China e os 10 membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), uma vez que a Malásia preside à associação este ano.

Citado pela imprensa chinesa, o secretário-geral da ASEAN, Kao Kim Hourn, afirmou que o acordo vai eliminar muitas das taxas alfandegárias entre a China e os membros do bloco. “Vamos reduzir as tarifas para zero em muitos casos e depois expandi-las para todas as áreas”, afirmou, numa entrevista à CGTN.

A Malásia é sede de vários projectos da Iniciativa Faixa e Rota, incluindo um projecto ferroviário chinês no valor de 11,2 mil milhões de dólares. A China é também o maior parceiro comercial e uma das principais fontes de investimento directo estrangeiro da Malásia. Xi visitou já o Vietname e parte a seguir para o Camboja.

17 Abr 2025

Hong Kong | Envio de encomendas para os Estados Unidos suspenso

Os correios de Hong Kong anunciaram ontem a suspensão do envio de encomendas para os Estados Unidos, em resposta à imposição, “de forma abusiva”, de tarifas pelas autoridades norte-americanas. Envios postais apenas com documentos, sem mercadorias, não vão ser afectados

 

“O Hongkong Post não vai definitivamente cobrar quaisquer tarifas aduaneiras em nome dos EUA e vai suspender a aceitação de envios postais que contenham bens destinados aos EUA”, refere um comunicado dos correios.
Para as encomendas via marítima e terrestre, a decisão tem efeito imediato “devido ao maior tempo de envio”, e para o correio aéreo, entra em vigor a 27 de Abril, indica a nota.

No caso de “correio de superfície com bens que ainda não tenham sido expedidos para os EUA”, o Hongkong Post vai organizar a devolução e o reembolso dos portes a partir de 22 de Abril. Os Estados Unidos “não estão a ser razoáveis, estão a intimidar e a impor direitos aduaneiros de forma abusiva”, refere o comunicado.

Donald Trump assinou uma ordem executiva, na semana passada, que põe fim às isenções de direitos aduaneiros sobre pequenas encomendas da China, como as enviadas pelos gigantes do comércio eletrónico Shein e Temu.

A China e os Estados Unidos entraram numa escalada no que diz respeito às tarifas: Washington impôs sobretaxas de 145 por cento aos produtos chineses que entram em território norte-americano, além das que existiam antes do regresso de Donald Trump à Casa Branca. Pequim retaliou com uma taxa que alcança agora os 125 por cento.

Um decreto presidencial emitido por Donald Trump, em 2020, eliminou o tratamento preferencial concedido a Hong Kong. A antiga colónia britânica é, por isso, igualmente afetada pela sobretaxa de 145 por cento imposta à China.
“Para o envio de artigos para os EUA, o público de Hong Kong deve estar preparado para pagar taxas exorbitantes e irrazoáveis devido aos actos irrazoáveis e agressivos dos EUA. Os outros envios postais que contenham apenas documentos, sem mercadorias, não vão ser afectados”, concluiu o Hongkong Post.

Resposta à letra

O principal responsável do Partido Comunista Chinês para os assuntos de Hong Kong e Macau e os líderes dos governos das duas regiões acusaram na terça-feira os Estados Unidos de impor tarifas para sabotar a China. “Os EUA têm alvo as nossas tarifas, eles têm como alvo a nossa própria sobrevivência”, disse Xia Baolong, director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, sob a tutela do Conselho de Estado.

“Apesar de Hong Kong ser a maior fonte de excedente comercial dos EUA, os Estados Unidos ainda impuseram tarifas elevadas. Isto é extremamente arrogante e descarado”, disse Xia. Os EUA, continuou o dirigente, “não podem tolerar a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong e são o maior manipulador sinistro que mina os direitos humanos, a liberdade, o Estado de direito, a prosperidade e a estabilidade em Hong Kong”.

Já o líder do Governo da região administrativa chinesa, John Lee Ka-chiu, acusou os Estados Unidos de, numa “lógica perversa”, impor tarifas para proteger a sua “hegemonia sem escrúpulos”. “Os Estados Unidos opõem-se ao comércio livre, interrompem o comércio global e as cadeias de abastecimento (…), prejudicando gravemente o sistema de comércio multilateral e o processo de globalização”, lamentou John Lee.

Também o líder do Executivo de Macau criticou, no mesmo dia, os Estados Unidos pela “imposição abusiva de impostos aduaneiros a todos os seus parceiros comerciais”, incluindo a China, “sob vários pretextos”. Durante a inauguração de uma exposição a propósito do Dia da Educação da Segurança Nacional, Sam Hou Fai disse que Washington “devastou severamente o sistema de comércio multilateral (…) e prejudicou a estabilidade da ordem económica mundial”.

A Lusa perguntou aos Correios de Macau se a empresa vai seguir os mesmos passos da sua congénere de Hong Kong, mas o departamento postal não respondeu em tempo útil.

17 Abr 2025

Albergue SCM | Arte multimédia de cinco artistas em exposição

“Verses of Rain in Late Spring – New Media Art Exhibition” abriu portas ontem na galeria do Albergue SCM. A mostra exibe trabalhos de arte multimédia de Cindy Ng Sio Ieng, Kit Lei Ka Ieng, Wang Tou Kun, Chon Iap Lam e Xiaoqiao Li

 

O Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM) tem uma nova exposição em exibição desde ontem. Trata-se de “Verses of Rain in Late Spring – New Media Art Exhibition” [Versos da Chuva no Final da Primavera – Exposição de Arte de Novos Media] e apresenta trabalhos de cinco artistas: Cindy Ng Sio Ieng, Kit Lei Ka Ieng, Wang Tou Kun, Chon Iap Lam e Xiaoqiao Li.

Segundo uma nota de imprensa divulgada pela organização, os artistas “utilizam fotografia digital, instalações sonoras digitais interactivas, pintura computorizada e tinta invisível” para fazer uma nova interpretação da “sabedoria ecológica contida nos 24 termos solares”, criando um novo vocabulário artístico.

Na mesma nota descreve-se que as obras expostas “simulam efeitos de luz e sombra naturais através de técnicas de iluminação virtual, criando a estética da beleza da Primavera”. São também utilizados “dados sonoros em tempo real na condução das instalações, através dos quais o público pode experimentar o ritmo da coexistência” de todos os elementos expostos.

Esta “criação interdisciplinar rompe com as formas narrativas tradicionais da arte, explorando questões de tecnologia e desenvolvimento sustentável”, refere a organização, que diz ainda pretender “proporcionar ao público uma experiência filosófica cíclica” com base no poder da chuva e na ideia de que “a chuva nutre todos os grãos”. Assim, encoraja-se “a contemplação da relação entre tecnologia e natureza enquanto se aprecia a arte”.

Várias dimensões

Patente até ao dia 28 de Maio, esta mostra foi organizada pelo CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau, tendo Cindy Ng Sio Ieng como curadora.

Cindy Ng Sio Ieng indica que a exposição remete para o período final da Primavera, “com a chegada da estação das ‘chuvas de grãos'”, quando se revela uma poesia própria da estação que “flui pelo mundo”. Nesta mostra existem “luz e sombra virtuais que simulam a dança da natureza”, enquanto o uso de dados sonoros pelos artistas, em tempo real, serve “para impulsionar o ritmo da coexistência”.

No caso do artista Wang Tou Kun, natural de Macau, a fotografia digital é o meio utilizado para se expressar artisticamente. Formado na Universidade de Massachusetts Dartmouth, com especialização em meios digitais e fotografia, o artista expressa as suas experiências pessoais, tanto na época como no meio ambiente, e explora “a relação entre a realidade e o virtual através do processamento de meios digitais, num conceito que descreve como ‘pós-fotografia'”.

Nesta mostra no Albergue SCM Wang Tou Kun apresenta “The Interconnected Nature Forest Shadow”, inspirada no próprio ambiente do pátio do Albergue SCM, um espaço no meio do bairro de São Lázaro, com árvores antigas.

Assim, apresentam-se imagens “em camadas fluidas de tecido transparente”, em que as árvores espelham “sombras dançantes” e em que “as fissuras das paredes de tijolo e os veios das folhas” se interligam.

O artista apresenta ainda a série de imagens “9+2: Kunyu Wanguo Quantu”, focadas nas 11 cidades que compõem a área da Grande Baía. “Utilizando capturas de ecrã de websites, o artista recolhe extensivamente imagens relacionadas com estas cidades”, recorrendo depois a “técnicas de colagem digital, fundindo habilmente as capturas de ecrã para construir uma paisagem surreal de cidades interligadas”, descreve a organização.

Chon Iap Lam, outro artista participante, é designer de luzes em teatro e apresenta a obra “Two-Dimensional Tree”, onde utiliza instalações de luz e sombra “para desconstruir a relação entre árvores antigas e as suas sombras, bem como as caraterísticas bidimensionais e tridimensionais das sombras”.

Assim, “no espaço onírico criado pela instalação de luz, o público pode sentir as sombras das árvores a balançar, como se estivesse imerso numa floresta de tecido transparente, rodeado por várias silhuetas de árvores”, descreve a curadora da mostra. Com este trabalho, Chon Iap Lam mostra “a experiência profissional em design de luzes, reflectindo-se o seu espírito exploratório no domínio da arte digital”.

Por sua vez, Xiaoqiao Li, professor no Departamento de Artes Criativas da Universidade Metropolitana de Hong Kong, apresenta um trabalho de animação digital intitulado “Phantom Terrain: Landscapes Reimagined Through Gaussian Point Clouds”, onde emprega tecnologia 3D para criar paisagens que exploram a fronteira entre a realidade e o virtual.

Já a artista Kit Lei Ka Ieng apresenta “Unfold”, uma obra interactiva que “utiliza codificação para permitir que os padrões de crescimento das plantas se alterem em resposta a melodias musicais, transitando perfeitamente entre as formas de gotículas de água e cristais”. A artista tem-se dedicado à arte multimédia, com foco em imagens digitais, instalações sonoras e novos meios de comunicação.

17 Abr 2025

Assédio | Idoso detido por tocar em aluna da primária

Um residente de 80 anos foi detido no domingo por, alegadamente, tocar na zona das nádegas de uma menina que frequenta o ensino primário. Segundo o jornal Ou Mun, o episódio ocorreu no passado dia 10 de Abril na Avenida General Castelo Branco.

A menina terá contado o sucedido à mãe quando chegou a casa, seguindo-se da apresentação da queixa ao Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Segundo o jornal, as autoridades recorreram a câmaras de videovigilância para confirmar o ocorrido e o homem foi detido por volta das 14h.

O suspeito, de apelido Wong, pode ser acusado do crime de agressão sexual a menor. O caso foi transferido para o Ministério Público para posterior investigação.

17 Abr 2025

Autocarros | Nova paragem junto ao edifício Mong Son

A partir de amanhã serão instaladas duas novas paragens de autocarro junto ao edifício Mong Son, na Avenida de Venceslau de Morais, para sete carreiras. Segundo uma nota da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), as novas paragens foram organizadas tendo em conta “a entrada de novos residentes no edifício Mong Son e as necessidades de deslocação”.

Assim, a paragem “Av. Venc. Morais / Edf. Mong Son” fica localizada em frente ao Bloco 1 do Edifício Mong Son, enquanto a paragem “Edf. Mong Son” fica na via interior do edifício. Assim, sete carreiras de autocarros que circulam na área passarão a incluir estas paragens nos seus percursos.

Destaque ainda para o facto de as carreiras 1A, em direcção ao Fai Chi Kei, carreira 10, para as Portas do Cerco; 28B, em direcção ao Terminal da Ilha Verde e 29, em direcção à Ilha Verde pararem junto ao edifício Mong Son depois de pararem na “R. Bend / DSAL”. A carreira 2, na direcção à Alameda da Tranquilidade, após parar na CEM, faz escala na paragem “Av. Venc. Morais / Edf. Mong Son”.

17 Abr 2025

Almirante Sérgio | Pilar caiu na rua sem provocar feridos

Um pilar caiu ontem na Rua Almirante Sérgio, mas não provocou feridos. Segundo o jornal Ou Mun, as autoridades acompanharam o incidente de imediato e foi realizada uma inspecção para apurar as causas da queda.

Segundo uma primeira análise de uma equipa da Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP), o pilar que caiu tinha uma função meramente decorativa, não constituindo perigo para a estrutura do edifício residencial situado ao lado.

Faltam ainda apurar as causas da queda, que se deu numa altura em que se realizam obras viárias na rua. Desta forma, os responsáveis da DSOP comunicaram com o empreiteiro da obra a fim de assegurar todos os cuidados necessários para evitar novos incidentes. Aquando do momento da queda do pilar, os trabalhadores não estavam a fazer escavações no solo.

Foto: Jornal Ou Mun

17 Abr 2025

Macauport | Lucro de 565,8 mil patacas no ano passado

A Macauport apresentou um lucro de cerca de 565,8 mil patacas em 2024, apesar de considerar que as condições de operação ao longo do ano não foram satisfatórias. Os resultados mostram uma quebra acentuada em comparação com 2023, quando os lucros tinham sido de 9 milhões de patacas.

“Após a proposta de relocação de pontes-cais do Porto Interior ter sido protelada e a entrada em funcionamento da Ponte de Hong Kong-Zhuhai-Macau, as condições operacionais da Macauport não foram, de um modo geral, satisfatórias em 2024, tendo afectado o rendimento proveniente da prestação de serviços, que desceu para 1.854.000”, foi explicado no relatório divulgado ontem no Boletim Oficial.

“O lucro antes de impostos baixou para 813.954 patacas. Deste resultado, após a dedução da retribuição a pagar ao Governo da RAEM, nos termos do contrato de concessão, o lucro líquido apurado no exercício corrente foi de 565.772 patacas”, foi acrescentado.

A Macauport é responsável pela gestão da operação do Terminal de Contentores do Porto de Ká-Hó e tem como principal accionista a Marban Corporation, empresa registada no paraíso fiscal das Bahamas. A Marban tem uma participação de 55 por cento e está ligada ao universo da STDM, pelo que as filhas de Stanley Ho, Pansy Ho e Daisy Ho, fazem parte da estrutura dirigente.

O outro grande accionista da empresa é a RAEM, com uma participação de 31,8 por cento. A empresa estatal Nam Kwong é outro dos grandes accionistas, com uma participação de 12 por cento.

17 Abr 2025

Óbito | Morreu Elaine Wynn, co-fundadora do grupo Wynn Resorts

Elaine Wynn morreu na passada terça-feira com 82 anos. A co-fundadora do grupo de hotéis e casinos Wynn Resorts deixa uma marca como empresária, filantropa e “defensora incansável de Las Vegas, das crianças e da sua educação”, refere a empresa que ajudou a fundar

 

A empresária bilionária e filantropa Elaine Wynn, co-fundadora do grupo de hotéis e casinos Wynn Resorts, morreu aos 82 anos, informou esta terça-feira a empresa.

“Como co-fundadora e uma das maiores accionistas da Wynn Resorts, ajudou a criar e a transformar a empresa numa das mais amadas marcas de resorts de luxo do mundo”, refere o comunicado, que não detalha as circunstâncias da sua morte.

“Foi uma defensora incansável de Las Vegas, das crianças e da sua educação, e das artes”, acrescenta o obituário, que refere que a empresária celebrou recentemente o 20º aniversário do Hotel Wynn em Las Vegas, tendo também criado o Hotel Encore.

Elaine Wynn, que nasceu em Nova Iorque em 1943, adoptou o sobrenome do seu ex-marido Steve Wynn, o herdeiro de salões de bingo da Costa Leste, com quem casou e de quem se divorciou duas vezes e que, ao longo de 44 anos, ajudou a moldar Las Vegas.

Os Wynn criaram as cadeias de luxo Wynn Resorts e Mirage Resorts, e é-lhes atribuída a revitalização da zona hoteleira conhecida como Strip, incluindo o hotel Bellagio, com a sua famosa fonte, ou o hotel Mirage, com o seu espantoso vulcão.

Em Macau, onde a operadora iniciou actividades depois da liberalização do jogo, a Wynn detém vários empreendimentos de jogo e resort integrado, nomeadamente o Wynn Macau e o Wynn Palace no Cotai, através da empresa Wynn Macau Ltd.

Em Fevereiro a Wynn Resorts voltou a ser reconhecida como uma das “empresas mais admiradas do mundo”, uma distinção atribuída pela revista Fortune. A Wynn Resorts recebeu a classificação mais elevada para um resort de casino, obtendo “uma boa pontuação na categoria de qualidade de produtos / serviços”, descreve uma nota oficial da Wynn sobre a distinção.

Divórcio definitivo em 2010

A empresária divorciou-se definitivamente de Steve Wynn em 2010, mas continuou a ser a maior accionista individual da Wynn Resorts e dedicou-se também ao trabalho filantrópico, especialmente nas artes e na educação, recordam os meios de comunicação locais.

Figuras políticas de Las Vegas lamentaram a sua morte, incluindo a presidente da Câmara Shelley Berkley, que disse que Elaine tinha planeado abrir um museu de arte na cidade, e o governador do Nevada, Joe Lombardo, considerou-a uma “mulher de negócios visionária”.

A nível pessoal, Elaine teve duas filhas com o magnata Steve Wynn, com quem teve um divórcio que se intensificou quando foi acusado de assédio sexual em 2018, um escândalo que o obrigou a retirar-se da sua empresa e que, segundo sugeriu, tinha sido “instigado” pela ex-mulher.

Segundo o relatório anual de 2024 da Wynn Resorts, publicado a 31 de Dezembro, Elaine Wynn detinha cerca de 8,85 por cento das acções ordinárias em circulação, sendo a segunda maior accionista da empresa, atrás do bilionário americano Tilman Fertitta. Segundo a revista Forbes, o património líquido de Elaine Wynn, relativamente a este ano, era de 1,9 mil milhões de dólares.

17 Abr 2025

AMCM | Reservas cambiais caem para os 235,8 mil milhões

No final de Março, as reservas cambiais da RAEM cifravam-se em 235,8 mil milhões de patacas, o que representou uma descida de 2,3 por cento face a Fevereiro, de acordo com os dados mais recentes da Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Em Fevereiro, as reservas tinham atingido os 241,5 mil milhões de patacas.

No final de Março de 2025, as reservas cambiais da RAEM corresponderiam a cerca de 11 vezes a circulação monetária, ou 90,6 por cento do agregado monetário M2 em patacas.

O agregado M2 corresponde aos valores da circulação monetária e dos depósitos à ordem somados aos depósitos de poupança, os depósitos com pré-aviso, os depósitos a prazo, outros depósitos e os certificados de depósitos.

No final de Março, a taxa de câmbio efectiva da pataca, ponderada pelas suas quotas do comércio, foi de 105,2, representando um decrescimento de 1,55 pontos em comparação com os dados registados no mês anterior e um crescimento de 1,08 pontos relativos face a Março de 2024, implicando que globalmente, a pataca caiu mensalmente face às moedas dos principais parceiros comerciais de Macau, mas subiu anualmente.

17 Abr 2025

Instituto Cultural | Choi Kin Long nomeado vice-presidente

Choi Kin Long foi nomeado, em comissão de serviço, como vice-presidente dos Instituto Cultural (IC) pelo período de um ano. A escolha da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, foi publicada ontem no Boletim Oficial.

Choi encontrava-se a desempenhar estas funções, desde Outubro, mas em regime de substituição, num cargo que se encontrava vago. Choi é licenciado em Engenharia Civil pela University de Chiao Tung de Taiwan e tem dois mestrados, um em Gestão de Engenharia pela University de Tecnologia de Sydney e outro em Administração Pública pelo Instituto Nacional de Administração da China.

O novo vice faz parte dos quadros do IC desde Setembro de 2009, tendo desempenhado as funções de técnico superior, chefia funcional, chefe de divisão de salvaguarda do Património Cultural e chefe do Departamento do Património Cultural.

17 Abr 2025

Singapura | Parlamento dissolvido abre caminho a eleições gerais

O parlamento de Singapura foi dissolvido, abrindo caminho para eleições gerais nas quais o Partido de Acção Popular (PAP), que governa o país há muito tempo, tentará fortalecer o seu domínio, sob o comando do primeiro-ministro Lawrence Wong. O Departamento Eleitoral definiu o dia 3 de Maio como data para as eleições.

A vitória está praticamente garantida para o PAP, que lidera Singapura desde sua independência, em 1965. Wong, que tomou posse como quarto líder de Singapura em Maio do ano passado, quer conquistar uma vitória mais robusta, depois de o PAP ter sofrido um revés nas eleições de 2020 devido ao crescente descontentamento dos eleitores com o Governo.

Wong sucedeu Lee Hsien Loong, que renunciou após duas décadas no comando do país. A saída de Lee marcou o fim de uma dinastia familiar iniciada pelo seu pai, Lee Kuan Yew, o primeiro líder de Singapura que transformou a ilha numa das nações mais ricas do mundo durante os 31 anos que esteve no cargo.

Nas eleições de 2020, realizadas durante a pandemia de covid-19, o PAP manteve a maioria absoluta, com 83 dos 93 assentos parlamentares, mas perdeu lugares para a oposição, que aumentou representação parlamentar de seis para 10, a maior já registada.

16 Abr 2025

Pequim, Hong Kong e Macau acusam EUA de atacar sobrevivência da China

O principal responsável do Partido Comunista Chinês para os assuntos de Hong Kong e Macau e os líderes dos governos das duas regiões acusaram ontem os Estados Unidos de impor tarifas para sabotar a China. “Os EUA têm alvo as nossas tarifas, eles têm como alvo a nossa própria sobrevivência”, disse Xia Baolong, diretor do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau, sob a tutela do Conselho de Estado.

“Apesar de Hong Kong ser a maior fonte de excedente comercial dos EUA, os Estados Unidos ainda impuseram tarifas elevadas. Isto é extremamente arrogante e descarado”, disse Xia. “Os EUA não podem tolerar a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong e são o maior manipulador sinistro que mina os direitos humanos, a liberdade, o Estado de direito, a prosperidade e a estabilidade em Hong Kong”, acrescentou o dirigente.

Xia falava num discurso pré-gravado, transmitido durante a inauguração de uma exposição em Hong Kong, a propósito do Dia da Educação da Segurança Nacional. “Quem tente levar-nos de volta à pobreza e à fraqueza é nosso inimigo”, alertou o dirigente. “Aqueles que traem os interesses nacionais e torcem pelo inimigo em momentos críticos nunca serão tolerados”, acrescentou.

Palavras de chefes

Hoje, na mesma cerimónia, o líder do Governo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, acusou os Estados Unidos de, numa “lógica perversa”, impor tarifas para proteger a sua “hegemonia sem escrúpulos”. “Os Estados Unidos opõem-se ao comércio livre, interrompem o comércio global e as cadeias de abastecimento (…), prejudicando gravemente o sistema de comércio multilateral e o processo de globalização”, lamentou John Lee.

O Chefe do Executivo garantiu que Hong Kong “manterá o seu estatuto de porto franco com tarifas basicamente nulas” e irá apresentar uma queixa contra os Estados Unidos junto da Organização Mundial do Comércio.

Também o líder do Governo de Macau criticou ontem os Estados Unidos pela “imposição abusiva de impostos aduaneiros a todos os seus parceiros comerciais”, incluindo a China, “sob vários pretextos”. Também durante a inauguração de uma exposição a propósito do Dia da Educação da Segurança Nacional, Sam Hou Fai disse que Washington “devastou severamente o sistema de comércio multilateral (…) e prejudicou a estabilidade da ordem económica mundial”.

16 Abr 2025

Sam Hou Fai teme défice mas vai rever orçamento para reforçar apoios

O novo líder do Governo de Macau admitiu ontem recear um défice em 2025, devido à desaceleração nas receitas do jogo, mas reiterou que irá rever o orçamento da região para reforçar os apoios sociais.
“Estou preocupado, se as receitas de jogo só alcançarem 15 mil milhões [de patacas por mês], poderá resultar em défice orçamental”, disse Sam Hou Fai aos deputados.

Recorde-se que Ho Iat Seng tinha previsto receitas de jogo de 240 mil milhões de patacas em 2025, ou 20 mil milhões por mês. Mas, nos primeiros três meses do ano, os casinos de Macau registaram receitas totais de 57,7 mil milhões de patacas, abaixo da meta fixada pelo Governo, apesar de um aumento de 0,6 por cento em comparação com o mesmo período de 2024.

“Temos de ter um sentimento de risco”, alertou Sam Hou Fai, durante o debate das Linhas de Ação Governativa (LAG) para 2025, na Assembleia Legislativa. A Lei Básica exige que as contas públicas se mantenham em terreno positivo.

O líder do Governo lembrou que a China – de longe a principal fonte de turistas para Macau – caiu em deflação (queda anual dos preços ao consumidor) em Março, pelo segundo mês consecutivo, “mas as poupanças aumentaram”. Sam Hou Fai defendeu que estes dados mostram que a população chinesa tem também “um sentimento de risco”, que já vinha antes do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciar uma guerra comercial com a China.

Tamanho é relativo

Na segunda-feira, na conferência de imprensa após a apresentação das LAG, o Chefe do Executivo admitiu que as tarifas impostas por Trump terão um impacto “mais indirecto” em Macau. Sam Hou Fai apontou como prováveis consequências a diminuição, tanto do consumo das famílias locais, como uma quebra no número de visitantes e no consumo, sobretudo em caso de desvalorização do renmimbi.

Ainda assim, o líder do Governo garantiu ontem que irá rever o orçamento para 2025, preparado pelo antecessor, para medidas como a criação de um fundo, no valor de 10 mil milhões de patacas, para apoiar pequenas e médias empresas.

Sam Hou Fai admitiu que as despesas correntes, com apoios sociais e com a função pública, “só vão aumentar, não diminuir”, mas preferiu concentrar-se na diversificação das receitas públicas.
Nos primeiros dois meses de 2025, os impostos sobre o jogo representaram 89,3 por cento das receitas correntes do Governo de Macau.

16 Abr 2025

Tarifas | UBS aponta para crescimento económico de 3,4%

O UBS AG acrescentou ontem a uma série de revisões em baixa do crescimento da economia chinesa a previsão mais pessimista entre os principais bancos, prevendo que vai expandir-se apenas 3,4 por cento este ano, reflectindo o impacto das tarifas norte-americanas.

O banco suíço, que anteriormente previa um crescimento de 4 por cento em 2025, manteve a sua estimativa para o próximo ano em 3 por cento. Ambas as previsões são as mais baixas de todas as projecções compiladas pela agência Bloomberg.

“O choque tarifário coloca desafios sem precedentes às exportações da China e vai desencadear um grande ajustamento na economia doméstica”, escreveram os economistas do UBS, incluindo Tao Wang, numa nota publicada ontem.

O Goldman Sachs Group e o Citigroup estão entre os bancos globais que reduziram as suas perspectivas para a China nos últimos dias, com a maioria dos economistas a duvidar que Pequim consiga atingir o objectivo oficial de crescimento de cerca de 5 por cento este ano.

Se os actuais aumentos das taxas alfandegárias se mantiverem, é provável que arrastem o crescimento do produto interno bruto da China em mais de 2 por cento, apesar dos estímulos adicionais esperados de Pequim, segundo o UBS. Os economistas admitiram que a sua opinião tem “margens de erro elevadas”, devido à “incerteza extremamente grande” que rodeia a guerra comercial em curso.

As exportações para os EUA deverão cair dois terços nos próximos trimestres e o total dos envios para o estrangeiro poderá cair 10% em termos de dólares este ano, acrescentaram.

“Pensamos que alguns dos outros parceiros comerciais da China também poderão aumentar as tarifas sobre os produtos chineses nos próximos meses, mas provavelmente apenas sobre produtos específicos e não em magnitudes semelhantes às das tarifas dos EUA”, afirmaram.

16 Abr 2025

Xi Jinping homenageia Ho Chi Minh com visita ao seu mausoléu

O Presidente chinês, Xi Jinping, homenageou ontem o herói da independência do Vietname, Ho Chi Minh, com uma visita ao seu mausoléu em Hanói, no âmbito de uma visita ao país integrada num périplo pelo Sudeste Asiático.

À cabeça de uma delegação chinesa de alto nível e com o secretário-geral do Partido Comunista do Vietname, To Lam, o principal dirigente do Vietname, Xi Jinping levou oferendas ao mausoléu de Ho Chi Minh (1890-1969) na capital vietnamita.

Ho Chi Minh, o mais importante líder revolucionário do Vietname, foi o primeiro presidente da República Democrática do Vietname (Vietname do Norte) de 1951 até à sua morte e é ainda hoje venerado pela maioria dos vietnamitas.

Apesar da oposição do líder à criação de templos e estátuas em seu nome, seis anos após a sua morte, na sequência da vitória do Norte comunista sobre o Sul pró-americano na Guerra do Vietname, o mausoléu onde repousam os seus restos mortais foi construído em Hanói e tornou-se uma das principais atrações da capital.

Durante a visita de Xi ao país do Sudeste Asiático, o Vietname e a China assinaram 45 acordos de cooperação, em áreas como a inteligência artificial (IA), o comércio de produtos agrícolas e a cooperação aduaneira.

Acertar agulhas

A visita de Xi ao país vizinho, com o qual Pequim também mantém tensões, sobretudo relacionadas com disputas territoriais, está carregada de simbolismo e surge numa altura em que ambas as partes ponderam opções face à guerra comercial do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Pequim enfrenta taxas de 145 por cento, às quais respondeu com taxas de 125 por cento, enquanto o Vietname está a negociar reduções nas tarifas de 46 por cento anunciadas e depois temporariamente suspensas por Washington.

Continuando o seu périplo pelo Sudeste Asiático, que considera uma “prioridade diplomática” dadas as profundas relações comerciais entre os dois actores – a China é o principal parceiro comercial da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) – Xi deslocou-se ontem à Malásia, segunda paragem de uma viagem que terminará no Camboja.

16 Abr 2025

China-EUA | Analistas estimam que ruptura de mercados pode custar biliões

Uma dissociação entre os mercados de capitais da China e dos Estados Unidos pode custar 2,5 biliões de dólares num “cenário extremo”, advertiu o banco de investimento Goldman Sachs

 

Os investidores norte-americanos poderiam ser obrigados a vender cerca de 800 mil milhões de dólares em acções chinesas negociadas nas bolsas norte-americanas, em caso de dissociação, afirmaram analistas do banco. A China poderia liquidar as suas participações no Tesouro dos EUA e em acções, no valor de 1,3 bilião de dólares (mais 1,1 bilião de euros) e 370 mil milhões de dólares, respectivamente.

O risco de dissociação entre as duas maiores economias do mundo poderá ir para além do comércio, segundo o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, que disse que a opção de retirar empresas chinesas da lista das empresas negociadas nos mercados de capitais dos EUA “está em cima da mesa”.

A Administração de Donald Trump impôs já uma taxa de 145 por cento sobre produtos oriundos da China, enquanto Pequim contra-atacou com uma taxa de 125 por cento sobre todos os bens oriundos dos Estados Unidos e outra de 25 por cento sobre determinados produtos.

“Nos mercados de capitais, os investidores em acções estão muito concentrados no risco renovado de exclusão dos ADR (American Depositary Receipts) chineses”, afirmaram os analistas do Goldman no relatório.

Se a ameaça se concretizar, afectará cerca de 300 empresas, incluindo algumas das maiores empresas tecnológicas da China, que estão cotadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE) ou no Nasdaq, com uma capitalização bolsista conjunta de 1,1 biliões de dólares, de acordo com a Comissão de Análise Económica e de Segurança EUA-China.

De acordo com James Wang, director de estratégia para a China do UBS Investment Bank Research, a exclusão das empresas chinesas dos EUA poderia ter implicações fundamentais significativas, incluindo a redução do acesso a um maior volume de capital nos EUA, a potencial redução dos múltiplos de avaliação, devido à perda da base de investidores e a uma menor liquidez. “No entanto, notamos que o levantamento de capital a partir de ADRs [lotes de ações de uma empresa não-americana negociadas em bolsas de outros países] diminuiu nos últimos anos, enquanto o papel de Hong Kong aumentou”, acrescentou.

Retorno a casa

O grupo Alibaba é a maior empresa chinesa cotada nos EUA, com uma capitalização bolsista actual de 257 mil milhões de dólares. A rival de comércio electrónico PDD Holdings é a segunda, com um valor de mercado de 125,7 mil milhões de dólares.

Em 2022, cinco empresas estatais chinesas – PetroChina, China Petroleum and Chemical Corp, China Life Insurance, Aluminium Corporation of China e Sinopec Shanghai Petrochemical – deixaram de ser cotadas nos EUA devido a uma disputa em matéria de auditoria. A crise foi posteriormente resolvida depois de as autoridades reguladoras de ambas as partes terem chegado a um acordo para permitir a realização de inspecções de auditoria em Hong Kong.

Desde então, muitas empresas cotadas nos EUA procuraram obter cotações secundárias em Hong Kong ou converteram-se num estatuto de dupla cotação primária para evitar a ameaça de exclusão nos EUA.

“Acreditamos que a potencial admissão à cotação em Hong Kong destas empresas poderia provavelmente catalisar uma reavaliação, dada a flexibilidade de os investidores norte-americanos converterem os seus ADR em acções de Hong Kong” em caso de um evento de liquidez perturbador, afirmaram os analistas do Goldman.

16 Abr 2025

Fundação Rui Cunha acolhe lançamento de livro sobre vida útil dos edifícios

O Centro de Investigação DOCOMOMO Macau lançou um convite para a apresentação do livro “Como Prolongar a Vida Útil dos Edifícios”, que resulta de uma investigação da Docomomo Macau sobre os exemplos mais significativos da arquitectura moderna do século XX.

O evento está agendado para 23 de Abril, pelas 18h30, na Fundação Rui Cunha e vai contar com a participação dos arquitectos Cecilia Chu, Bernard Brennan e Rui Leão, numa conversa moderada por Francisco Ricarte.

De acordo com os organizadores, o serão tem o “objectivo de levar a importância do movimento moderno à atenção do público, das autoridades, dos profissionais e da comunidade educativa preocupada com o ambiente construído, e promover o desenvolvimento de técnicas e métodos de conservação adequados e divulgar este conhecimento entre as profissões”.

Ao longo da conversa vai ainda ser abordada a conservação do património arquitectónico, o que, segundo os organizadores, tem como plano de fundo as grandes ameaças cada vez mais intensas. “Nas últimas décadas, o património arquitectónico do século passado pareceu mais ameaçado do que em qualquer outro período. Isto deve-se principalmente ao facto de muitas destas obras-primas não serem consideradas elementos do património, de as suas funções originais terem mudado substancialmente e de as suas inovações tecnológicas nem sempre terem resistido a tensões a longo prazo”, foi comunicado.

“Uma vez que a utilização funcional pode mudar ao longo do tempo, os edifícios bem concebidos são capazes de se adaptar a novos tipos de utilização e prolongar a sua utilidade quando a sua durabilidade ultrapassa o papel do seu inquilino original”, foi acrescentado.

Vozes de intervenção

Em relação aos oradores, Cecilia Chu é professora associada na Escola de Arquitectura da Universidade Chinesa de Hong Kong, formada em história urbana e com experiência em design e conservação. Bernard Brennan é associado da Wilkinson Eyre e professor assistente adjunto na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Hong Kong (HKU). Como arquitecto profissional, trabalhou numa vasta gama de projectos de reutilização adaptativa em cenários históricos, incluindo recentemente o local do State Theatre em Hong Kong.

Por sua vez, o Rui Leão é um arquitecto cuja prática abrange projectos de arquitectura e de planeamento urbano, principalmente em Macau. Trabalha no ensino da arquitectura e em trabalhos editoriais relacionados com as áreas do património e do urbanismo. É licenciado em arquitectura pela Faculdade de Arquitetura da FAUP Porto, Portugal, em 1993, e tem um doutoramento em Arquitectura e Urbanismo pela RMIT, o Royal Melbourne Institute of Technology, na Austrália.

16 Abr 2025

PME | Associação aplaude medida de bonificação de juros

O presidente da Associação Comercial Federal Geral das Pequenas e Médias Empresas de Macau, Wu Keng Kuong, considera que a medida de bonificação de juros nos empréstimos para o comércio local “vai permitir satisfazer as necessidades mais urgentes das empresas”.

Foi desta forma, de acordo com o jornal Ou Mun, que o também empresário reagiu à medida anunciada por Sam Hou Fai, na segunda-feira, durante a apresentação das Linhas de Acção Governativa.

Apesar deste aspecto positivo, Wu pediu às pequenas e médias empresas (PME) para analisarem a capacidade para pagar as dívidas, no caso de decidirem recorrer ao mecanismo. Wu apelou também às PME para ponderarem os seus modelos de negócio e se a actividade que exercem é economicamente viável.

Neste sentido, o responsável defendeu que o Governo deve disponibilizar aconselhamento às PME para fazerem a avaliação, assim como aumentar a literacia financeira dos empresários. “É necessário fornecer assistência financeira para o desenvolvimento sustentável das pequenas e médias empresas, controlando simultaneamente os riscos do sistema financeiro e assegurando a estabilidade do ambiente económico global”, afirmou Wu.

Ao mesmo tempo, o empresário destacou a necessidade das empresas se modernizarem e adaptarem-se aos novos modelos de consumo.

16 Abr 2025

Timor-Leste | Hospital de referência abre inquérito a morte de doente

O Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV), em Díli, reconheceu ontem a falta de assistência a um doente que morreu no domingo naquele estabelecimento hospitalar de Timor-Leste e vai abrir um inquérito.

“É verdade que reconhecemos a falta de assistência médica e isso poderá ter levado à morte do nosso paciente, que estava internado já quase há uma semana”, afirmou aos jornalistas Vidal de Jesus Lopes, director do Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico do HNGV.

Vidal de Jesus explicou que a direcção do HNGV já recebeu o relatório dos médicos e enfermeiros que estiveram de serviço durante a noite, e que vai criar uma equipa independente para investigar o caso. “O paciente morreu devido a uma hemorragia, mas é preciso apurar se foi isso que causou a morte ou se houve outro motivo”, salientou.

Segundo a família do doente, um homem de 81 anos, terá sido sempre assistido por estudantes estagiários do curso de medicina. “É verdade que houve uma falha da nossa parte, pois os nossos profissionais seniores deveriam ter supervisionado melhor. Vamos corrigir isso”, reconheceu o director hospitalar.

O director do Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico do HNGV afirmou também que os funcionários do hospital atendem sempre os doentes com “cuidado, dedicação e sentido de responsabilidade”. “Reconhecemos que qualquer actuação dos estagiários deve ser supervisionada pelos profissionais seniores. Para o futuro, assumimos esta responsabilidade e vamos trabalhar para que situações como esta não se repitam”, afirmou.

Vidal de Jesus lamentou também que muitas vezes os doentes já cheguem ao hospital com situações de saúde muito complicadas para quais já não é possível tratamento.

15 Abr 2025

Coreia do Sul | Ex-presidente nega insurreição

O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, negou ontem ter cometido qualquer acto de insurreição durante a tentativa de impor a lei marcial em Dezembro

“Descrever um acontecimento que durou apenas algumas horas, que não foi violento, e concordar imediatamente em descrever o pedido de dissolução da Assembleia Nacional como uma insurreição (…) parece-me juridicamente infundado”, declarou perante o Tribunal Central de Seul, que após duas audiências preliminares começou ontem a julgar o caso, que pode resultar numa condenação Yoon Suk Yeol a prisão perpétua ou mesmo a pena de morte.

Destituído pelo Tribunal Constitucional em 4 de Abril, depois de ter sido suspenso do cargo em meados de Dezembro, Yoon enfrenta agora acusações criminais. Apesar das pesadas penas a que foi sujeito, encontra-se em liberdade, tendo a sua prisão preventiva sido anulada por razões processuais em 8 de Março.

Como todos os arguidos, o antigo chefe de Estado teve de começar por dizer o seu nome, data de nascimento e morada. A acusação incrimina Yoon Suk Yeol de “querer provocar uma revolta, com o objectivo de derrubar a ordem constitucional”, salientando que a lei marcial foi preparada com antecedência e que foram dadas ordens ao exército para cortar a electricidade e partir as janelas do Parlamento.

Yoon, antigo procurador-geral, eleito chefe de Estado em 2022, começou ontem a refutar as acusações ponto por ponto. A maioria dos especialistas espera que o processo seja longo, fazendo comparações com o do ex-presidente Park Geun-hye, que foi destituído em Março de 2017, mas cuja condenação final por tráfico de influências e corrupção só foi proferida pelo Supremo Tribunal em Janeiro de 2021.

“O veredicto em primeira instância deverá ser proferido por volta do mês de Agosto, mas o processo envolve cerca de 70 mil páginas de provas e numerosas testemunhas. Se o tribunal considerar necessário, o julgamento poderá ser prolongado”, declarou à agência de notícias France-Presse o advogado Min Kyoung-sic.

Olhar para trás

Entre outros, o tribunal vai ouvir o testemunho de dois oficiais do exército citados pelos procuradores, um dos quais afirmou ter recebido ordens dos seus superiores “para retirar os deputados reunidos na Assembleia Nacional para impor a lei marcial”.

Na noite de 3 para 4 de Dezembro de 2024, Yoon Suk Yeol impôs de forma inesperada a lei marcial, enviando o exército para bloquear o parlamento, dominado pela oposição. No entanto, poucas horas mais tarde, um número elevado de deputados conseguiu reunir-se para votar pelo levantamento da lei marcial, numa crise que apanhou o país de surpresa.

Se for condenado, Yoon será o terceiro antigo presidente da Coreia do Sul a ser condenado por insurreição, depois de Chun Doo-hwan e Roh Tae-woo, em 1996, por um golpe de Estado efectuado em 1979.
De acordo com o advogado Min Kyoung-sic, o tribunal poderá aplicar a Yoon a jurisprudência do julgamento de Chun e Roh, uma vez que as suas acções “também envolveram a utilização coerciva das forças armadas”.

15 Abr 2025

Xi diz que proteccionismo não leva a lado nenhum, antes de périplo asiático

O Presidente chinês, Xi Jinping, considera que o proteccionismo “não leva a lado nenhum” e que uma guerra comercial “não produzirá vencedores”, noticiou a imprensa local, antes de o dirigente visitar o Vietname.

Xi vai realizar esta semana um périplo pelo Sudeste Asiático para reforçar as relações comerciais do seu país e tentar reforçar a confiança na China como um parceiro de confiança, ao contrário dos Estados Unidos, que lançaram uma ofensiva comercial global. O Presidente chinês vai deslocar-se ao Vietname, Malásia e Camboja, onde se reunirá com os seus homólogos, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Estas são as primeiras visitas internacionais de Xi Jinping este ano.

“Os nossos dois países devem salvaguardar firmemente o sistema comercial multilateral, a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais e um ambiente internacional de abertura e cooperação”, escreveu o líder chinês no jornal vietnamita Nhan Dan, de acordo com a agência noticiosa oficial da China.

“Uma guerra comercial e uma guerra tarifária não produzem vencedores, e o proteccionismo não leva a lado nenhum”, sublinhou.

A visita do Presidente chinês ocorre numa altura em que o país asiático tenta emergir como um parceiro estável em contraste com os Estados Unidos, cujo Presidente Donald Trump lançou uma ofensiva comercial com novas taxas alfandegárias fixadas em 145 por cento sobre os produtos chineses, excluindo algumas isenções. Esta medida abalou os mercados mundiais e levou Pequim a retaliar.

O Vietname está a negociar uma redução de 46 por cento das tarifas norte-americanas que, após a suspensão temporária de 90 dias anunciada por Trump, poderá entrar em vigor a partir de Julho.
Xi Jinping chegou ontem ao Vietname, onde deve permanecer dois dias, na sua primeira viagem ao país vizinho desde Dezembro de 2023.

Os dois países mantêm relações económicas fortes. No entanto, são regularmente perturbadas por disputas territoriais no Mar do Sul da China, particularmente devido a reivindicações concorrentes do arquipélago das Paracels. A China reivindica a quase totalidade das ilhotas do Mar do Sul da China, enquanto os outros países costeiros (Filipinas, Vietname, Brunei, Malásia) têm reivindicações rivais.

É a falar

Xi Jinping garantiu num artigo publicado num jornal vietnamita que Pequim e Hanói são capazes de resolver estes litígios através do diálogo. “Devemos gerir as disputas de forma adequada e salvaguardar a paz e a estabilidade na nossa região”, escreveu Xi. “Com a nossa visão, somos plenamente capazes de resolver correctamente as questões marítimas através de consultas e negociações”, apontou.

Xi sublinhou a necessidade de Pequim e Hanói “reforçarem a coordenação” em vários sectores, como a educação, a agricultura, as infra-estruturas e a tecnologia. Durante a sua visita, a segunda em menos de 18 meses, os dois países assinarão cerca de 40 acordos bilaterais sobre uma vasta gama de questões.

A China é o principal parceiro comercial do Vietname há mais de duas décadas e, em 2024, o comércio bilateral ultrapassou os 260 mil milhões de dólares (228 mil milhões de euros), segundo dados oficiais.
Nos últimos anos, o Vietname, outrora inimigo histórico dos EUA, aproximou-se de Washington com o objectivo de diversificar as suas exportações, o principal motor económico do país. Durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), muitas empresas mudaram-se da China para o Vietname para evitar as tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses.

15 Abr 2025

Tarifas | Pequim pede a Washington diálogo justo e baseado no respeito

A China afirmou que as tarifas de Donald Trump prejudicam a ordem económica e comercial internacional e apelou a Washington para “resolver os problemas através de um diálogo justo baseado no respeito mútuo”. Apesar de tudo, as exportações chinesas subiram 12,4 por cento em Março

 

“Exortamos os Estados Unidos a corrigir imediatamente a sua abordagem errada e a resolver as diferenças comerciais através do diálogo”, disse ontem o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa.

Lin vincou que “os EUA colocam os seus interesses à frente do bem comum da comunidade internacional, o que é um exemplo típico de intimidação tarifária”. O porta-voz reiterou que “numa guerra comercial ninguém ganha” e que “o proteccionismo não oferece nenhuma saída”.

A guerra comercial desencadeada por Trump intensificou-se a 2 de Abril, com o anúncio de “tarifas recíprocas” contra o resto do mundo, uma medida que retificou uma semana depois, perante a queda dos mercados e o aumento do custo de financiamento da dívida norte-americana.

Mas enquanto suavizava a sua ofensiva com a maioria dos países, aplicando uma tarifa generalizada de 10 por cento, decidiu aumentar as taxas sobre a China, que estão agora fixadas em 145 por cento. Entretanto, este fim-de-semana, Washington decidiu isentar muitos produtos tecnológicos chineses. Trump disse no domingo que as tarifas sobre semicondutores serão implementadas “num futuro próximo” e que anunciará as taxas ainda esta semana, como parte da sua guerra comercial.

No domingo, a China classificou a isenção de tarifas sobre certos produtos electrónicos chineses como “um pequeno passo” para que os Estados Unidos “corrijam a sua prática errada” e instou Washington a “cancelar completamente” as taxas.

Para Pequim, as tarifas norte-americanas “não só violam as leis económicas e de mercado básicas, como também ignoram a cooperação complementar e a relação oferta – procura entre os países”.

Pedidos e encomendas

As exportações da China aumentaram 12,4 por cento em Março, em termos homólogos, à medida que as empresas se apressaram a concluir encomendas, antes da entrada em vigor das tarifas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As importações caíram 4,3 por cento, de acordo com dados divulgados pela Administração das Alfândegas da China.
Segundo a mesma fonte, as exportações da segunda maior economia do mundo aumentaram 5,8 por cento, nos primeiros três meses do ano, em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as importações caíram 7 por cento.

O excedente comercial da China com os Estados Unidos foi de 27,6 mil milhões de dólares em Março, tendo as exportações chinesas aumentado 4,5 por cento. No primeiro trimestre do ano, o país asiático registou um excedente de 76,6 mil milhões de dólares nas trocas comerciais com os EUA.

Tendo em conta as tarifas aplicadas pela Casa Branca aos produtos chineses, importa referir que os maiores aumentos nas exportações foram para os países do Sudeste Asiático, que viram as importações oriundas da China saltar quase 17 por cento, em Março, em relação ao período homólogo. As exportações para África aumentaram mais de 11 por cento.

O Presidente chinês, Xi Jinping, partiu ontem para o Vietname (ver texto secundário), como parte de um périplo que também inclui Malásia e Camboja, visando reforçar laços comerciais com outros países asiáticos que também enfrentam tarifas pesadas, embora na semana passada Trump tenha adiado a respectiva aplicação por 90 dias. As exportações da China para o Vietname aumentaram quase 17 por cento no mês passado, em relação a Março do ano passado, enquanto as importações caíram 2,7 por cento.

Liu Daliang, porta-voz da Administração das Alfândegas chinesas, disse que a China enfrenta uma “situação externa complexa e grave”, mas que “o céu não vai cair”.

Questionado sobre a queda das importações chinesas, Liu disse aos jornalistas que a China é há 16 anos consecutivos o segundo maior importador do mundo, aumentando a sua quota das importações globais de cerca de 8 para 10,5 por cento. “Actualmente e no futuro, o espaço de crescimento das importações da China é enorme e o grande mercado chinês será sempre uma grande oportunidade para o mundo”, afirmou.

15 Abr 2025

FRC | Ung Vai Meng apresenta hoje “Linhas • Sensação”

É hoje inaugurada na galeria da Fundação Rui Cunha (FRC) a mostra “Linhas • Sensação” do artista Guilherme Ung Vai Meng. A exposição, em jeito de celebração do 13º aniversário da Fundação Rui Cunha (FRC), pode ser vista até ao dia 5 de Maio. A mostra reúne 21 trabalhos de Ung Vai Meng, “incluindo esboços ao ar livre realizados em Pequim, Macau, Portugal e Itália”, bem como “representações de bailarinos capturadas na escuridão dos teatros”.

O público pode também ver “três peças criadas especialmente para esta mostra, que têm o corpo humano como tema central”, em que “através de manchas de aguada, o artista explora uma estética minimalista que oscila entre o abstrato e o figurativo, com um ritmo quase musical”, é descrito pela organização.

Destaque ainda para a realização, amanhã, a partir das 18h30, da palestra sobre pintura linear, ministrada pelo próprio Ung Vai Meng, no auditório do rés-do-chão da FRC.

Ung Vai Meng foi o primeiro Director do Museu de Arte de Macau, à data da inauguração do espaço em 1999, e Presidente do Instituto Cultural de Macau, entre 2010 e 2017. É membro da Associação de Belas Artes de Macau e membro fundador do CAC (Círculo de Amigos da Cultura), exercendo actualmente funções como Professor Convidado e Mentor de Doutoramentos na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST).

15 Abr 2025