Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Japão envia aviões militares para ilha próxima após detectar drone chinês O Japão enviou ontem aviões militares para Yonaguni, a ilha japonesa mais próxima de Taiwan, após a detecção de um drone chinês, quando a tensão entre Pequim e Tóquio está a aumentar nas últimas semanas. “Confirmamos que um drone suspeito de ser chinês sobrevoou o espaço aéreo entre a ilha de Yonaguni e Taiwan na segunda-feira”, declarou ontem o Ministério da Defesa japonês na rede social X. A Força Aérea “enviou aeronaves” em resposta a este incidente, acrescentou o Ministério japonês. Na segunda-feira, a China criticou fortemente as declarações feitas no dia anterior pelo ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi. O ministro japonês, que estava em visita a Yonaguni, afirmou que o plano de instalação de mísseis terra-ar de médio alcance naquela ilha estava “dentro do prazo”. “O envio de armas ofensivas do Japão para as ilhas do sudoeste, próximas de Taiwan, visa deliberadamente criar uma tensão regional e provocar um confronto militar”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, numa conferência de imprensa. Ontem, Koizumi declarou aos jornalistas que os mísseis “não se destinam a atacar outros países (…) e claramente não contribuem para o aumento da tensão na região”. A tensão entre a China e o Japão aumentou desde que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, declarou, em 07 de novembro, que as operações armadas contra Taiwan poderiam justificar uma intervenção militar japonesa para defender a ilha. A China, que reivindica Taiwan como parte do seu território, consideraram estas declarações como uma provocação. Yonaguni alberga uma base das Forças de Autodefesa do Japão desde 2016, apesar das objecções iniciais dos habitantes locais. Tóquio anunciou a sua intenção de implantar mísseis terra-ar de médio alcance na ilha para se defender de ataques de mísseis e aeronaves.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong proíbe importações de Santarém devido à gripe aviária A região de Hong Kong proibiu ontem a importação de carne de ave e derivados, incluindo ovos, do distrito de Santarém, na sequência da detecção de casos de gripe aviária. O Centro para a Segurança Alimentar (CFS, na sigla em inglês) de Hong Kong sublinhou que a decisão foi tomada “para proteger a saúde pública”, na sequência de notificações da Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH, na sigla em inglês). De acordo com dados oficiais citados num comunicado do CFS, o território semiautónomo chinês não importou carne de ave ou derivados de Portugal nos primeiros nove meses de 2025. O CFS disse já ter contactado as autoridades portuguesas e que vai acompanhar “de perto” a situação e as informações emitidas pela WOAH. “Serão tomadas as medidas adequadas em resposta ao desenvolvimento da situação”, acrescentou. O CFS também proibiu ontem, pelo mesmo motivo, a importação de carne de ave e derivados de algumas regiões da Polónia, Itália, Bélgica, Irlanda e Reino Unido. Em 18 de novembro, Hong Kong já tinha proibido a importação de carne de ave e derivados, incluindo ovos, do distrito do Porto, na sequência da detecção de casos de gripe das aves. Medida semelhante foi tomada no dia seguinte pela vizinha região chinesa de Macau. Doença confirmada Na segunda-feira, a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) portuguesa confirmou um foco de gripe aviária numa capoeira doméstica de galinhas e patos, no distrito de Santarém. De acordo com informação publicada pela DGAV, o número total de focos detectados, este ano, subiu para 39. A DGAV tem vindo a alertar que o risco de disseminação da gripe das aves é, neste momento, elevado em Portugal e pediu a adopção de medidas de segurança. As aves domésticas em estabelecimentos localizados nas zonas de alto risco, incluindo capoeiras domésticas e aves em cativeiro, têm de estar, obrigatoriamente, em cativeiro, de acordo com as regras determinadas pela DGAV. Já nas zonas de protecção e vigilância é proibida a circulação de aves, o repovoamento de aves de espécies cinegéticas, feiras, mercados e exposições, a circulação de carne fresca e de ovos para incubação e para consumo humano, bem como a circulação de subprodutos animais. A DGAV precisou que todas as infracções a estas normas serão punidas. Em 11 de Novembro, a DGAV alertou num edital que a gripe aviária provoca “mortalidade muito elevada, especialmente nas aves de capoeira”. Tal tem “um impacto importante (…) na produção avícola, uma vez que constitui motivo de suspensão da comercialização de aves vivas e seus produtos nas zonas afetadas e pode ser motivo de impedimento de exportação de aves e produtos”, acrescentou. A transmissão do vírus H5N1 para humanos acontece raramente, tendo sido reportados casos esporádicos em todo o mundo. Contudo, quando ocorre, a infecção pode levar a um quadro clínico grave.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong quer banir duas organizações de exilados O secretário para a Segurança de Hong Kong, Chris Tang Ping-keung, disse ontem que quer banir duas organizações criadas no estrangeiro por exilados da região semiautónoma chinesa, que acusou de separatismo. Na segunda-feira, o Governo do território anunciou que estava a ponderar proibir a organização Parlamento de Hong Kong (Hong Kong Parliament), criada no Canadá, e a União Democrática para a Independência de Hong Kong (Hong Kong Democratic Independence Union; HKDIU), estabelecida em Taiwan. Num comunicado, o executivo de Hong Kong disse que tinha enviado notificações por escrito às duas organizações, permitindo-lhes apresentar alegações antes de uma eventual proibição. Ontem, numa conferência de imprensa, Chris Tang confirmou que os dois grupos têm uma semana para responder às alegações, mas deu a entender que a decisão já foi tomada. “Analisei as provas relevantes e acredito que a proibição é uma medida necessária para salvaguardar a segurança nacional”, sublinhou o dirigente. “O objectivo destas duas organizações é dividir o país e subverter o poder do Estado. Promovem a chamada autonomia, ou seja, a independência de Hong Kong, e o que descrevem como constituição de Hong Kong”, disse o secretário. “Na verdade, isto mina o sistema básico da nossa Constituição nacional e também prejudica o poder de Hong Kong e do nosso país”, garantiu Tang, citado pela imprensa local. O dirigente aconselhou os habitantes de Hong Kong a não participarem nas actividades das duas organizações e lembrou que, de acordo com a lei de segurança nacional aprovada em Março de 2024, arriscam uma pena de prisão de até 14 anos. Crimes e detenções Tang recordou que a justiça da cidade já emitiu mandados de detenção para 19 membros da organização Parlamento de Hong Kong e que um colaborador do grupo foi condenado a 12 meses de prisão. Em 13 de Novembro, um tribunal considerou Lan Fei, de 19 anos, culpada do crime de sedição por ter aparecido em dois vídeos, publicados em Abril e Maio, que promoviam a eleição para a organização Parlamento de Hong Kong. Quatro membros da União Democrática para a Independência de Hong Kong já foram detidos – incluindo um jovem de 16 anos – e estão a aguardar julgamento, enquanto um outro membro é procurado por apelar ao boicote das eleições para o parlamento local de 07 de Dezembro. Em 2018, o governo de Hong Kong baniu o Partido Nacional de Hong Kong, um movimento pró-independência, numa decisão sem precedentes desde a transferência de soberania da antiga colónia britânica, em 1997. John Lee Ka-chiu, o então secretário para a Segurança e actual líder do Governo, justificou na altura a proibição com a protecção da segurança nacional, da segurança pública, da ordem pública e da liberdade e dos direitos dos cidadãos.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Xi defendeu junto de Trump a importância do regresso de Taiwan à China Numa conversa telefónica entre os dois presidentes, Xi Jinping enfatizou a importância de manter as boas relações alcançadas após a reunião em Busan e aproveitou para voltar a sublinhar que o regresso de Taiwan à China é uma parte importante da ordem internacional O Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu junto do seu homólogo norte-americano a importância de o território de Taiwan voltar à China, que admite retomá-lo pela força, informou segunda-feira a agência de notícias chinesa Xinhua. Numa conversa telefónica entre ambos, o Presidente chinês disse a Donald Trump que os dois países devem “manter a dinâmica das suas relações” após a reunião de Outubro na Coreia do Sul e “sublinhou que o regresso de Taiwan à China é uma parte importante da ordem internacional do pós-guerra”, segundo a Xinhua. Xi também salientou que Pequim e Washington já “lutaram lado a lado contra o fascismo e o militarismo” e que agora “deviam salvaguardar conjuntamente os resultados vitoriosos da II Guerra Mundial”, de acordo com a agência chinesa. Trump e Xi reuniram-se pela primeira vez desde 2019 em Outubro, em Busan, na Coreia do Sul, e mantiveram conversações que foram acompanhadas de perto, no meio de uma guerra comercial entre os dois países. A batalha entre as duas maiores economias do mundo, que abrange tudo, desde terras raras a soja e taxas alfandegárias, abalou os mercados e interrompeu as cadeias de abastecimento durante meses. Xi também disse a Trump que a “bem-sucedida” reunião de Busan ajudou a “produzir impulso no movimento constante do gigantesco navio das relações sino-americanas”, de acordo com a agência de notícias France Presse (AFP). “Desde a reunião de Busan, as relações sino-americanas mantiveram-se estáveis e continuaram a melhorar, o que foi muito bem acolhido pelos dois países e pela comunidade internacional”, acrescentou Xi. Ameaças nipónicas Ainda na segunda-feira a China advertiu o Japão que o projecto de instalar mísseis perto de Taiwan é um desenvolvimento “extremamente perigoso”, depois de declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre a ilha nacionalista. “A implantação de armas ofensivas pelo Japão nas ilhas do sudoeste vizinhas de Taiwan visa deliberadamente criar tensões regionais e provocar um confronto militar”, disse a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning em Pequim. Mao reagia a declarações do ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, que afirmou no domingo que o objectivo de colocar mísseis terra-ar em Yonaguni, a ilha japonesa mais próxima de Taiwan, estava “no bom caminho”. Os governos de Pequim e Tóquio estão envolvidos num clima de tensão desde que Takaichi afirmou em 07 de Novembro que operações armadas contra Taiwan podiam justificar uma intervenção militar japonesa para defender a ilha. Pequim, que reivindica Taiwan como parte do território da China, vê nas palavras de Takaichi uma provocação. Visita em Abril O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou segunda-feira uma visita a Pequim em Abril, que será retribuída com uma deslocação do seu homólogo aos Estados Unidos no final do próximo ano. Donald Trump fez o anúncio poucas horas depois de ter conversado com Xi por telefone, altura em que, segundo indicou, ambos discutiram assuntos como o conflito na Ucrânia, o combate ao opióide fentanil e o comércio de soja. A chamada telefónica ocorreu quase um mês depois de ambos se terem encontrado na cidade sul-coreana de Busan. As autoridades chinesas confirmaram o telefonema, sem mencionar as visitas de estado dos dois líderes, relatando que os assuntos discutidos incluíram a Ucrânia, comércio e Taiwan. Após a conversa, o líder da Casa Branca considerou, numa mensagem na sua rede Truth Social, a relação com Pequim como “extremamente forte”, mas não fez referência à sensível questão de Taiwan.
Hoje Macau SociedadeDengue | Registado novo caso importado Um homem com 29 anos foi identificado como o 31.º caso importado de febre da dengue ao longo deste ano. A informação foi divulgada ontem pelos Serviços de Saúde. “Trata-se de um homem de 29 anos que chegou a Macau vindo das Filipinas no dia 19 de Novembro para visitar familiares […] No dia da sua chegada, apresentou febre e dores musculares, mas não procurou assistência médica. No entanto, devido à persistência dos sintomas, no dia 23 de Novembro dirigiu-se ao Centro Hospitalar Conde de São Januário para receber tratamento”, foi revelado. O doente, com nacionalidade das Filipinas “encontra-se internado no hospital, com o estado clínico considerado estável”. As pessoas com quem coabitou não apresentaram “qualquer indisposição”. As autoridades procederam à eliminação química de mosquitos no local onde o homem ficou hospedado. Gripe | Doenças associadas em alta em Outubro Dados dos Serviços de Saúde (SS) relativos às doenças de declaração obrigatória mostram que, em Outubro, as patologias do foro da gripe dominaram, com 3.505 casos de influenza, 202 casos de infecção por enterovírus e 25 casos de escarlatina. Segundo um comunicado oficial, “as doenças que apresentaram alterações significativas em relação ao mês anterior foram a Influenza (aumento de 226,7 por cento), a infecção por enterovírus (aumento de 92,4 por cento) e a escarlatina (aumento de 25,0 por cento)”, é declarado. Relativamente aos casos de dengue, foram notificados em Outubro 12 casos, bem como 17 casos de febre chikungunya, três locais e 14 importados. Há um total de 45 doenças de declaração obrigatória.
Hoje Macau SociedadeDSAL | Mais de 20 vagas para empregos de hotelaria na Galaxy Abriram hoje inscrições para o plano de desenvolvimento de elites da Galaxy, para contratar e formar quadros qualificados locais, oferecendo 21 vagas de emprego para o ramo da hotelaria. O plano é lançado em parceria com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), seguindo a filosofia “primeiro contratação, depois formação”, abrindo “oportunidades de formação profissional e de prática em contexto real de trabalho aos residentes de Macau”, é descrito pela direcção de serviços. O prazo para entregar candidaturas termina a 7 de Dezembro. Os cargos em questão são do ramo da hotelaria, 13 para agentes de “frente de loja” e oito para mordomo, ou como é indicado pela DSAL “agente – butler”. Antes de começarem funções, os candidatos passam por uma fase de formação em inglês, técnicas de gestão de nível elementar e intermédio, conhecimentos sobre vinhos e bebidos espirituosas e técnicas da “arte do chá”. Findo o prazo para apresentar candidaturas, no dia 10 de Dezembro, será realizada uma palestra para dar a conhecer os cursos de formação, seguida de entrevistas aos candidatos.
Hoje Macau SociedadeMelco | Mocha Hotel Royal encerra portas 28 de Dezembro A concessionária do jogo Melco anunciou ontem que a sala de jogos Mocha Hotel Royal vai encerrar às 23h59 de 28 de Dezembro. O anúncio foi feito através de um comunicado, em que a concessionária garante que “os procedimentos de encerramento vão ser implementados de acordo com a legislação da RAEM” e em coordenação com a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Na mesma mensagem, que segue o modelo das comunicações anteriores, a Melco garante que vai assegurar o emprego dos residentes locais. Além de anunciar o fim das operações do Mocha Hotel Royal, a concessionária encerrou no final de segunda-feira à noite ontem o espaço Mocha Hotel Grand Dragon. A DICJ fez um comunicado sobre o encerramento a garantir que fiscalizou os procedimentos e que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) acompanhou os trabalhadores, de forma a poderem proteger os seus direitos laborais.
Hoje Macau SociedadeComércio | Electrodomésticos Tai Peng anuncia encerramento A conhecida cadeia de venda de electrodomésticos Tai Peng Rádio anunciou o encerramento no final deste ano, de acordo com um anúncio publicado no jornal Ou Mun, numa altura em que vários negócios locais enfrentam cada vez mais concorrência do Interior da China. No anúncio é indicado que o encerramento se deve ao facto de o proprietário se pretender reformar. Na mensagem de despedida, a empresa, que tinha pelo menos três lojas em Macau, agradeceu a todos os clientes e indicou que os últimos 56 anos de operação “passaram num piscar de olhos”. A empresa deixou ainda o desejo que os electrodomésticos vendidos ao longo dos anos continuem a servir os cidadãos.
Hoje Macau SociedadeIPIM | Moçambique vai receber encontro sino-lusófono em 2026 O Governo de Macau disse ontem que a edição de 2026 do Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa vai decorrer em Moçambique. “O encontro será realizado em Moçambique no próximo ano”, disse o presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), Che Weng Keong. Este ano, o encontro empresarial da China e dos países de língua portuguesa decorreu pela primeira vez em Malabo, capital da Guiné Equatorial, durante três dias, no final de Julho. Em Julho passado, o IPIM disse num comunicado que o evento tinha reunido “mais de 500 representantes dos governos e do sector empresarial” da China e dos países de língua portuguesa. De acordo com o IPIM, o encontro contou com “cerca de 40 empresários e representantes económicos e comerciais” da China continental, de Macau e da vizinha zona económica especial de Hengqin (ilha da Montanha). O evento anual tem sido realizado de forma rotativa nos países de língua portuguesa desde 2005, tendo, no entanto, sido suspenso durante quatro anos, durante a pandemia de covid-19. O encontro regressou em 2024, tendo decorrido em Macau e coincidindo com a sexta conferência ministerial do Fórum de Macau, que incluiu a assinatura do plano de ação do organismo até 2027. Num debate no parlamento local sobre as Linhas de Ação Governativa (LAG) na área da Economia e Finanças para 2026, Che Weng Keong falou ontem também sobre o programa para atrair empresas internacionais para a região. O Plano para o Desenvolvimento Económico no âmbito de Apoio ao Estabelecimento da Primeira Loja em Macau foi lançado em 01 de Novembro e a primeira fase de candidatura decorre até ao final de Janeiro de 2026. Na sessão, Che disse que “mais de 500 empresas (…), incluindo marcas de Portugal” já contactaram o IPIM para saber mais sobre o programa, que fornece um apoio de até um milhão de patacas. A iniciativa foi apresentada em Lisboa e no Porto, no início de Outubro, por responsáveis do IPIM, que realizaram depois apresentações em Madrid e Barcelona.
Hoje Macau SociedadeOuro | Isenção fiscal no Interior ajuda Macau A Associação das Ourivesarias de Macau disse ontem à Lusa que o recente corte numa isenção fiscal à compra de ouro na China continental poderá beneficiar o mercado do território. Desde 1 de Novembro que as autoridades chinesas reduziram de 13 por cento para 6 por cento a isenção sobre o Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) em certas compras de ouro efectuadas por empresas. No entanto, Hong Kong e Macau não são abrangidas pela nova política. “Esta é uma boa notícia para a indústria”, disse a vice-presidente da Associação das Ourivesarias de Macau. “A diferença de preços entre a China continental e Macau alargou-se, levando a um aumento do negócio com visitantes que agora compram ouro aqui por necessidade”, acrescentou Lei Cheok Kuan. Lei reconheceu que ainda não se registou um aumento imediato do volume de negócios, “devido a algumas pessoas da China continental não poderem vir imediatamente a Macau”. Pequim impõe limites ao número e duração das visitas dos habitantes da China continental a Macau, assim como à vizinha Hong Kong. No entanto, Lei notou uma tendência clara: “entre aqueles que há muito se interessam por joalharia de ouro ou investem no metal, a diferença de preço é um factor significativo nas suas decisões de compra quando estão a visitar Macau”. Impacto no outro lado A mudança de política está a afectar o mercado da China continental. O World Gold Council notou nas redes sociais que os fabricantes e grossistas de joalharia de ouro chineses implementaram aumentos generalizados de preços, “com a subida a reflectir o encargo fiscal adicional suportado pelas empresas”. O grupo joalheiro Chow Tai Fook anunciou a 3 de Novembro que “ajustou os preços” de alguns produtos e está a “gerir proactivamente o impacto do aumento dos custos na aquisição e produção de ouro”. O Chow Tai Fook, um dos maiores grupos chineses de joalharia, encerrou mais de mil lojas de retalho na China continental durante os primeiros nove meses de 2025, mantendo uma rede de 5.663 lojas. Contudo, o World Gold Council esclareceu que os investidores em barras e moedas de ouro que comprem produtos de investimento directamente a membros da principal bolsa de ouro da China, a Shanghai Gold Exchange, “não serão afectados de forma alguma”. O preço do ouro, historicamente considerado um activo de refúgio em tempos de incerteza, estava ontem a baixar 0,52 por cento, às 15h41, com a onça (equivalente a 31,1 gramas) a ser negociada a 4.094,5 dólares, longe do máximo histórico, 4.347,86 dólares, fixado a 20 de Outubro.
Hoje Macau China / ÁsiaGás natural do Greater Sunrise deve ser processado em Timor-Leste, diz PM O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, insistiu ontem que o gás natural do Greater Sunrise deve ser processado em Timor-Leste e que aquele projecto é essencial para o desenvolvimento do país. “A posição do Governo sobre o Greater Sunrise sempre foi clara. O gás natural do Greater Sunrise deve ser processado em terra, em Timor-Leste”, afirmou Xanana Gusmão, num discurso proferido na sessão de abertura do V Fórum de Energia, Mineração e Negócios de Timor-Leste. O fórum, que vai decorrer até quarta-feira, junta parceiros internacionais, investidores e empresas de cerca de 70 países e visa apresentar as oportunidades de desenvolvimento nos sectores de energia e mineração. Segundo o primeiro-ministro timorense, aquele projecto é “essencial para o desenvolvimento nacional”, porque vai proporcionar novas oportunidades para os jovens timorenses adquirirem competências e participarem em indústrias emergentes. “Garantirá que evitemos a chamada ‘maldição dos recursos’, o processamento em terra vai assegurar que o valor gerado pelo Greater Sunrise permanece em Timor-Leste e apoia a construção da Nação”, afirmou o líder do Governo timorense. O projecto vai também reforçar a segurança energética de Timor-Leste e criar milhares de empregos, salientou Xanana Gusmão. O primeiro-ministro disse também que a posição de Timor-Leste é baseada em “avaliações especializadas” que “confirmaram que um gasoduto de águas profundas desde o campo até à costa sul é viável e consistente com os padrões internacionais de engenharia”. “Mantemos o nosso compromisso de avançar com o Greater Sunrise de maneira comercialmente sólida, tecnicamente robusta e alinhada com os interesses do nosso povo”, afirmou. Outras recursos Na intervenção, Xanana Gusmão destacou também as “novas oportunidades” no sector mineiro e dos minerais críticos, incluindo ouro, cobre, magnésio e outros recursos. “O desenvolvimento dos nossos recursos minerais em terra apoiará a diversificação económica, fortalecerá competências técnicas e criará empregos, especialmente nas comunidades rurais”, disse. O Governo de Timor-Leste autorizou sábado a assinatura de um acordo de cooperação com a australiana Woodside Energy para estudos para processar e exportar gás do Greater Sunrise para o país. Segundo o Governo timorense, o acordo “representa um importante passo para a avaliação técnica, comercial e regulatória conjunta de uma futura unidade de LNG em território timorense”. “As negociações conduzidas pelo Ministério do Petróleo e Recursos Minerais com a Woodside Energy, titular de direitos sobre o campo do Greater Sunrise, criaram as condições necessárias para formalizar esta cooperação, que permitirá aprofundar os estudos essenciais ao desenvolvimento do projeto”, salienta o comunicado. A Austrália e Timor-Leste realizaram, em Outubro, negociações bilaterais para desenvolver o projecto Greater Sunrise, incluindo mecanismo de governação e os regimes fiscais do projecto. O acordo de fronteira marítima permanente entre Timor-Leste e a Austrália determina que o Greater Sunrise, um recurso partilhado, terá de ser dividido, com 70 por cento das receitas para Timor-Leste no caso de um gasoduto para o país, ou 80 por cento se o processamento for em Darwin.
Hoje Macau China / ÁsiaBolsa | PCC expulsa ex-responsável de regulador de mercado As autoridades disciplinares da China anunciaram ontem a expulsão do Partido Comunista Chinês (PCC) de Wang Huimin, ex-membro da direcção do regulador do mercado bolsista por “graves violações da disciplina e da lei”. Wang cometeu várias infracções, incluindo abuso de poder, aceitação de subornos e uso de influência para favorecer terceiros em processos como ofertas públicas de venda e promoções profissionais, de acordo com comunicados publicados pela Comissão Central de Inspecção Disciplinar (CCDI, na sigla em inglês), o principal órgão anti-corrupção interno do PCC, e pela Comissão Nacional de Supervisão, o equivalente estatal. A investigação concluiu que Wang, também antigo chefe da equipa de inspecção do órgão anti-corrupção da Comissão Reguladora do Mercado de Valores da China, “perdeu os seus ideais”, “traiu a sua missão original” e desviou-se das directrizes centrais do partido. O comunicado sublinha que o ex-funcionário “violou a disciplina enquanto a fazia cumprir” e “violou a lei enquanto a aplicava”, expressões com as quais a CCDI descreve como especialmente graves estes comportamentos, num cargo responsável pela supervisão da integridade interna do regulador do mercado bolsista. Wang, que também é acusado de manter uma “conduta familiar inadequada” ao não controlar os familiares, teria continuado a aceitar benefícios ilícitos mesmo após o XVIII Congresso do PCC, realizado em 2012, apesar das repetidas advertências da liderança central. O caso foi encaminhado para o Ministério Público para um eventual processo criminal.
Hoje Macau China / ÁsiaDoze ligações aéreas entre China e Japão sem voos Doze ligações aéreas entre a China e o Japão apareciam esta manhã com 100 por cento dos voos cancelados na plataforma independente de tráfego aéreo DAST, na sequência da crise diplomática entre os dois países devido a Taiwan. As rotas sem operações incluem ligações entre cidades chinesas como Nanjing, Pequim, Shenzhen, Chengdu e Xangai, entre outras, com aeroportos japoneses como Kansai (Osaka), Fukuoka, Sapporo e Nagoya, de acordo com os dados da DAST. A plataforma, utilizada como referência por vários órgãos de imprensa chineses, mostra ainda que várias destas rotas preveem continuar com cancelamentos nos próximos dias. Os dados da DAST indicam ainda que a taxa de cancelamento de voos programados para o Japão irá alcançar um pico de 21,6 por cento no dia 27 de Novembro, o índice mais elevado num mês. Entre as 20 rotas mais movimentadas, algumas apresentam taxas de cancelamento particularmente elevadas, como Tianjin-Kansai (65 por cento), Nanjing-Kansai (59,4 por cento), Guangzhou-Kansai (31,3%) e Xangai Pudong-Kansai (30,1 por cento). As companhias aéreas chinesas têm vindo a ajustar as operações para o Japão há vários dias, depois de uma série de alertas emitidos, na semana passada, pelos Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ministério da Cultura e Turismo, Ministério da Educação e pelas missões diplomáticas chinesas, que recomendaram evitar viagens não essenciais para o país vizinho. A reação chinesa surgiu depois de, em 07 de Novembro, a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, ter declarado que um potencial ataque chinês a Taiwan poderia justificar a intervenção das Forças de Autodefesa do Japão, palavras consideradas por Pequim como “uma ameaça de uso da força”. Impacto negativo A tensão estendeu-se aos sectores do turismo e da aviação, com diversas agências de viagens chinesas a reportarem um aumento dos pedidos de cancelamento de viagens para o Japão, enquanto companhias aéreas chinesas, incluindo de Hong Kong e Macau, activaram políticas excecionais, oferecendo reembolsos ou alterações sem penalizações. O Japão recebeu 7,49 milhões de visitantes chineses nos primeiros nove meses do ano, segundo dados da Organização Nacional de Turismo do Japão, fazendo da China o maior mercado emissor. Analistas citados pela televisão estatal chinesa CCTV alertam que uma queda substancial no número de turistas chineses poderá ter um impacto significativo na economia do Japão, numa altura em que parte da procura está a migrar para outros destinos asiáticos. De acordo com plataformas de reservas chinesas como a Qunar, a Coreia do Sul tornou-se o principal destino para viagens internacionais a partir da China, enquanto Tailândia, Vietname, Malásia, Hong Kong e Macau também estão a registar um aumento do interesse dos viajantes.
Hoje Macau China / ÁsiaHK: Relações com Japão devem respeitar “a dignidade” da China O líder do Governo de Hong Kong disse ontem que os laços com o Japão devem respeitar “a dignidade” da China, mas recusou confirmar o corte de relações com o consulado-geral japonês na região. A relação com o Japão “deve estar alinhada com a dignidade da nação e com os benefícios dos habitantes de Hong Kong”, disse John Lee Ka-chiu aos jornalistas. Horas antes, a imprensa japonesa avançou que Hong Kong tinha ordenado, no domingo, o corte imediato das relações oficiais com o consulado-geral do Japão e cancelou um programa de intercâmbio de estudantes, face ao agravamento da disputa diplomática sino-nipónica devido a Taiwan. John Lee não confirmou o corte de relações, mas admitiu que “as declarações extremamente erradas” da primeira-ministra japonesa “deterioraram gravemente o clima para os intercâmbios entre a China e o Japão”. Em 07 de novembro, Sanae Takaichi disse que Tóquio poderia recorrer à força se Pequim tentasse ocupar ou bloquear Taiwan, algo que o Governo chinês classificou de “interferência intolerável”. “Estas palavras feriram profundamente os sentimentos do povo chinês e põem em causa a ordem internacional do pós-guerra. Nenhum chinês as pode aceitar”, afirmou John Lee. “Isto faz-nos duvidar da eficácia de muitos intercâmbios. Vamos acompanhar de perto o desenvolvimento”, disse o chefe do Executivo da região semiautónoma chinesa. Em suspenso O gabinete de Educação de Hong Kong anunciou a retirada de 18 estudantes e professores do programa JENESYS, uma iniciativa lançada por Tóquio em 2007 e na qual a antiga colónia britânica participava desde 2008. A viagem, que deveria acontecer entre 07 a 13 de Dezembro, incluía aulas em escolas japonesas, alojamento com famílias japonesas e visitas a locais históricos. “Depois de avaliar o aumento de incidentes contra cidadãos chineses e de dar prioridade à segurança dos estudantes e professores, foi decidido não participar”, declarou o organismo. Hong Kong suspendeu também, por tempo indeterminado, um fórum empresarial previsto para 18 de Novembro sob a égide da agência governamental Invest Hong Kong, depois de as autoridades locais proibirem a presença de pessoal consular japonês. Foi igualmente cancelada uma reunião de alto nível sobre cooperação económica prevista para o início de Dezembro com o cônsul-geral japonês.
Hoje Macau China / Ásia MancheteTaiwan | China avisa Japão para perigo de instalar mísseis em ilha próxima As tensões entre Pequim e Tóquio continuam a evoluir após as declarações da nova primeira-ministra japonesa sobre a antiga Formosa. As autoridades chinesas avisam agora o governo nipónico sobre os perigos de instalar mísseis na região A China advertiu ontem o Japão que o projecto de instalar mísseis perto de Taiwan é um desenvolvimento “extremamente perigoso”, depois de declarações da primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre a ilha. “A implantação de armas ofensivas pelo Japão nas ilhas do sudoeste vizinhas de Taiwan visa deliberadamente criar tensões regionais e provocar um confronto militar”, disse a porta-voz da diplomacia chinesa Mao Ning em Pequim. Mao reagia a declarações do ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, que afirmou no domingo que o objecivo de colocar mísseis terra-ar em Yonaguni, a ilha japonesa mais próxima de Taiwan, estava “no bom caminho”. A porta-voz chinesa acusou o Japão, cuja Constituição proíbe políticas belicistas, de ter ajustado “de forma considerável” a política de segurança nos últimos anos e de procurar dotar-se de capacidades ofensivas. Na opinião da China, estas tendências reflectem que “as forças direitistas japonesas estão a tentar activamente quebrar as restrições da Constituição pacifista”, o que, advertiu Mao, está a “empurrar o Japão e a região para o desastre”. “Esta tendência, conjugada com as declarações erróneas da primeira-ministra, Sanae Takaichi, é extremamente perigosa”, disse Mao, citada pelas agências de notícias espanhola EFE e France-Presse (AFP). Os governos de Pequim e Tóquio estão envolvidos num clima de tensão desde que Takaichi afirmou em 07 de Novembro que operações armadas contra Taiwan podiam justificar uma intervenção militar japonesa para defender a ilha. Pequim, que reivindica Taiwan como parte do território da China, vê nas palavras de Takaichi uma provocação. “A China está determinada e é capaz de defender a soberania territorial nacional”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China durante uma conferência de imprensa regular. Mao recordou que o Acordo de Potsdam, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), “proibiu expressamente que o Japão voltasse a armar-se” e insistiu que a Constituição japonesa consagra o princípio de “defesa exclusivamente defensiva”. “A China nunca permitirá que as forças japonesas de extrema-direita subvertam o curso da história, nem permitirá a interferência de forças externas nos assuntos de Taiwan, nem o ressurgimento do militarismo japonês”, afirmou. Encontros adiados A porta-voz diplomática chinesa anunciou também o adiamento indefinido da décima cimeira entre a China, o Japão e a Coreia do Sul, prevista para janeiro, numa cidade japonesa. “Nas circunstâncias actuais, não existem as condições para celebrar a cimeira”, disse Mao, referindo que as declarações japonesas sobre Taiwan prejudicaram a cooperação entre os três países asiáticos. Yonaguni alberga uma base das Forças de Autodefesa japonesas desde 2016, apesar das objecções iniciais dos habitantes. Tóquio anunciou a intenção de instalar na ilha mísseis terra-ar de médio alcance para a defender contra ataques de mísseis e aeronaves. Mao Ning pediu de novo a Tóquio que “leve a sério” as preocupações da China, “retire as declarações erróneas sobre Taiwan” e mostre sinceridade através de “acções concretas”. Na sexta-feira, a líder japonesa recusou-se a retirar as declarações sobre Taiwan, por considerar que se trata da “posição coerente” do Governo japonês. Takaichi reiterou ainda o desejo de ter relações benéficas com a China num novo apelo ao diálogo.
Hoje Macau EventosIIM | Visita aos bairros históricos marcada para 6 de Dezembro O Instituto Internacional de Macau (IIM) vai realizar duas visitas comunitárias guiadas aos bairros históricos de Macau, no próximo dia 6 de Dezembro. Os passeios, intitulados “Bairros Macaenses: Raízes de uma Cidade Multicultural”, vão ter uma duração de cerca de uma hora e meia, com a primeira sessão marcada para as 14h30 e a segunda a partir das 15h. Os passeios vão começar no Largo do Lilau, passando pela Rua Central, Largo de Santo Agostinho, Rua da Felicidade, e terminam no espaço Dimensões M, na Rua do Barão nas imediações do Seminário de São José, “onde haverá um convívio e um beberete”, indica o IIM. A iniciativa do IIM conta com o apoio da Fundação Macau, e será organizada em parceria com a Associação dos Embaixadores do Património de Macau, e colaboração da Associação dos Jovens Macaenses e da Language Exchange and Culture Promotion. As visitas foram pensadas em conjugação com o vigésimo aniversário da inscrição do Centro Histórico de Macau na Lista do Património Mundial e os interessados já se podem inscrever nas redes sociais do IIM e da Associação dos Embaixadores do Património de Macau. O evento é gratuito e terá um limite de participação de 50 pessoas para duas sessões separadas (25 pessoas em cada sessão). O IIM refere que o objectivo da iniciativa é proporcionar ao público, em especial às camadas mais jovens, conhecimento sobre as vivências e estórias dos bairros históricos, assim como a sua identidade cultural.
Hoje Macau SociedadeEstacionamento | Mais parques com cobrança de meia hora A partir de 3 de Dezembro vai ser possível pagar por apenas períodos de meia hora em mais sete parques de estacionamento públicos. A informação foi divulgada ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). “Para melhor corresponder às necessidades de estacionamento de curta duração dos cidadãos e aumentar a eficiência na utilização dos recursos públicos, a DSAT irá alargar a partir de 3 de Dezembro a medida de facilitação da tarifação de meia hora a mais sete parques de estacionamento público”, foi comunicado. Os sete parques onde a medida vai ser implementada são o Parque de Estacionamento Público do Parque Central da Taipa, Parque de Estacionamento Público da Rua da Ponte Negra, Parque de Estacionamento Público do Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, Parque de Estacionamento Público do Edifício Lago, Parque de Estacionamento Público do Edifício Iat Sang, Parque de Estacionamento Público de Chun Su Mei e Parque de Estacionamento Público do Edifício Iat Fai. O modelo de pagamento de períodos de estacionamento de meia hora vai ser assim alargado para 22 estacionamentos públicos no total. Nos restantes espaços, os cidadãos vão continuar a ter de pagar pelo menos o período de uma hora, se pretenderem utilizar os parques. Após a implementação do novo modelo, a tarifa de estacionamento durante o dia para veículos ligeiros será de 3 patacas por meia hora, e a tarifa nocturna de 1,5 patacas por meia hora. Para motociclos e ciclomotores, a tarifa de estacionamento de dia será de 1 pataca por meia hora, e a tarifa nocturna de 0,5 patacas por meia hora.
Hoje Macau PolíticaPME | Pedido centro de incubação na zona industrial O deputado Ip Sio Kai defendeu ontem a revitalização da zona industrial do território, nomeadamente no Parque Concórdia, em Coloane, e no Parque Industrial Transfronteiriço Zhuhai-Macau, construído na Ilha Verde, ambos geridos pela Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau. “Tínhamos uma zona industrial, passaram-se 20 anos e a política não mudou. Essa zona está um bocado atrasada, e como não há comércio, começa a apagar-se. Não sei se podemos dialogar com as autoridades de Zhuhai para que haja políticas de apoio para melhorar essa zona.” O deputado falou em incentivos às pequenas e médias empresas, para que seja criado “um local de encubação, e só depois desse período é que iriam para Hengqin e, num outro passo, para a Grande Baía”, à semelhança de projectos de incubação semelhantes em Shenzhen. Da parte do secretário Tai Kin Ip, foi referido que é necessário dialogar com o Governo Central.
Hoje Macau Manchete PolíticaCasinos-satélite | Secretário diz que três mil trabalhadores serão afectados No debate sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa para a área da Economia e Finanças, o secretário Tai Kin Ip garantiu que haverá cerca de três mil funcionários dos casinos-satélite afectados pelo seu encerramento, mas que será garantido emprego para todos O Governo prometeu ontem que irá tentar garantir o emprego dos cerca de três mil funcionários dos quatro ‘casinos-satélite’ que ainda vão encerrar até ao final do ano. O secretário para a Economia e Finanças, Anton Tai Kin Ip, confirmou que, após o encerramento de seis ‘casinos-satélite’, 1.300 trabalhadores já foram reintegrados nos quadros das concessionárias de jogo. Além disso, 29 trabalhadores terão pedido apoio na busca por emprego, foi referido no hemiciclo. O primeiro a encerrar foi o Grandview, no final de Julho, seguido do Grand Dragon, em 22 de Setembro. O Emperor Palace e o Waldo fecharam no final de Outubro, enquanto o Legend Palace encerrou em 12 de Novembro e o Casal Real na terça-feira passada. “Restam ainda quatro ‘casinos-satélites’ que vão encerrar, com cerca de três mil trabalhadores envolvidos”, disse Anton Tai, na Assembleia Legislativa (AL), durante o debate das Linhas de Acção Governativa (LAG) na área da Economia e Finanças para 2026. O Ponte 16, com 1.025 funcionários vai encerrar na sexta-feira, depois da concessionária SJM Resorts ter desistido da compra da propriedade onde se situa o ‘casino-satélite’. Outro ‘casino-satélite’, o Fortuna, encerra a 10 de Dezembro, de acordo com uma nota interna da dona da propriedade, a empresa Kou Seng Holdings, citada ontem pelo portal de notícias de jogo GGRAsia (ver página 7). Também devem fechar portas até ao final do ano mais dois ‘casinos-satélite’, Landmark e Kam Pek Paradise, ambos sob a tutela da SJM, fundada pelo magnata do jogo Stanley Ho Hung Sun (1921-2020). A 9 de Junho, o Governo anunciou que as concessionárias de jogo tinham comunicado o fim da exploração de todos os 11 ‘casinos-satélite’, onde trabalhavam cerca de 5.600 residentes. Linha de contacto “Ao longo dos anos, temos uma linha aberta para apoiar os trabalhadores dos casinos. Até agora, recebemos 29 casos de pedidos de ajuda” de funcionários de ‘casinos-satélite'”, revelou Anton Tai. “Vamos continuar a trabalhar, passo a passo, para uma transição suave dos trabalhadores dos ‘casinos-satélite'”, acrescentou o secretário. Em Junho, o então secretário para a Administração e Justiça, André Cheong Weng Chon, exigiu às operadoras a garantia de um emprego para os trabalhadores locais afectados. O único dos 11 ‘casinos-satélite’ que deverá permanecer aberto é o Royal Arc. Em 20 de Novembro, a SJM confirmou a aquisição da empresa que detém o Royal Arc por 1,75 mil milhões de dólares de Hong Kong. A empresa tinha inicialmente revelado planos para adquirir os hotéis onde se situam o Ponte 16 e o Royal Arc e pedir às autoridades para assumir a gestão direta dos espaços de jogo.
Hoje Macau Grande PlanoMulheres timorenses vítimas de violência sexual da guerra exigem fim da discriminação Reportagem de Domingos Freitas, da agência Lusa A associação Pirilampo, que representa mulheres vítimas de violência sexual entre 1974 e 1999, exige que o Estado timorense as apoie, depois de anos de discriminação por parte da sociedade e das suas famílias. “Continuamos a lutar sozinhas porque fomos vítimas no passado, não por vontade própria. Sofremos as consequências da política deste país desde 1974, por querermos a autodeterminação. Por causa dessas decisões políticas, nós, mulheres, fomos alvo de muitas violações sexuais”, disse à Lusa Maria Isabel da Silva, presidente da Pirilampo, no âmbito dos 50 anos da declaração unilateral da independência e da ocupação indonésia. Maria Isabel da Silva acusou o Estado timorense de não lhes ter concedido reconhecimento que possa ajudar a recuperar a sua coragem e dignidade. “Criámos a Pirilampo porque sabemos que não somos sobreviventes de pouca importância. Somos sobreviventes de violência sexual ocorrida durante a guerra, entre 1974 e 1999. Queremos recuperar a dignidade, porque muitas enfrentam estigmas nas suas comunidades e até dentro das próprias famílias”, explicou Maria Isabel da Silva. A presidente da Pirilampo explicou que a organização tem como missão apoiar mulheres sobreviventes de violência sexual através da assistência social, legal e económica para que se tornem cidadãos fortes e independentes. A associação defende também os direitos das vítimas e sobreviventes que continuam sem voz, para que possam obter reconhecimento e atenção do Estado ou do Governo. Maria Isabel da Silva esclareceu que a visão da Pirilampo é contribuir para que a sociedade timorense nunca mais permita que ninguém seja vítima de graves violações dos direitos humanos, sobretudo de violência sexual, incluindo assédio, abuso, violação ou casamento forçado. A presidente da Pirilampo lamentou também que os aspetos culturais discriminem mulheres que engravidaram ou tiveram filhos de homens não identificados. “Por vezes são consideradas prostitutas, restos dos militares indonésios. Estes são insultos que nos foram dirigidos durante muito tempo”, disse. Com apoio da Associação Chega Ba Ita (ACBIT) e da Asia Justice and Rights (AJAR), várias vítimas participaram em atividades diversas e, em 22 de outubro de 2022, estas organizações ajudaram-nas a criar o Klibur Sobrevivente Feto Pirilampo 1974-1999, para aliviar o sofrimento e as dificuldades enfrentadas. A Pirilampo já registou 455 mulheres sobreviventes de violência sexual, das quais 87 deram à luz crianças resultantes dessas violações. Até hoje aquelas crianças, muitas vezes apelidadas “crianças da guerra”, enfrentam uma vida muito difícil, devido à discriminação por parte da família, da sociedade e, sobretudo, na administração pública. “Chamam-lhes filhos de pais desconhecidos, filhos de homens do mato, de milícia. Isso afeta muito a sua autoestima e muitos recusam ir à escola”, alertou a presidente. Maria Isabel Silva explica que muitos destes jovens também não conseguem obter documentos básicos, como certidões de batismo da Igreja ou documentos do Estado. Vivem em zonas remotas, dependem da agricultura e não têm acesso adequado à saúde e à educação. A presidente apelou ao Governo para prestar atenção e reconhecer estas pessoas como qualquer outro cidadão, para que também os seus filhos possam viver em liberdade e igualdade. “Estamos vivas. Não pedimos nada, não pedimos dinheiro. O dinheiro do Estado não chega para pagar a nossa dignidade. Perdemos o corpo, carregamos dor e o trauma. Só queremos recuperar o nosso ser completo. Não pedimos dinheiro”, disse, emocionada, Maria Isabel Silva. Ainda há discriminação Fernanda Guterres e Maria Gusmão nasceram depois de as suas mães terem sido violadas por soldados indonésios, durante a ocupação de Timor-Leste, e até hoje continuam a enfrentar discriminação no seu país. As duas carregam o estigma de serem “crianças da guerra”, nome que é atribuído a pessoas que nasceram de mulheres violadas entre 1974 e 1999, durante o conflito entre várias fações timorenses e durante a ocupação indonésia. “Eu não me sinto livre, porque continuo a enfrentar discriminação da sociedade. Os colegas dizem-me palavras que me magoam, e eu própria tenho receio de fazer amizades devido às palavras duras que me dizem”, afirmou à Lusa Fernanda Guterres, que trabalha na organização não-governamental ACBIT, que apoia, com a Asia Justice and Rights (AJAR), as “crianças da guerra” e as mulheres vítimas de violência sexual durante a ocupação a ultrapassarem as dificuldades e traumas que marcaram as suas vidas. “Sinto um pouco de liberdade apenas quando participo em sessões de oratória ou em formações dadas pelas irmãs, que encorajam os jovens a enfrentar a realidade”, salientou. O relatório da Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação (CAVR), divulgado há 20 anos, e que recolheu testemunhos de centenas de vítimas de violência sexual, refere que a maioria foi cometida pelas forças de ocupação da Indonésia. “Somos Crianças da Guerra porque as nossas mães foram forçadas e engravidadas por outros homens durante a ocupação. Caso contrário, os invasores teriam matado toda a família. Para salvar a própria vida, muitas mulheres timorenses sofreram violência sexual”, explicou Fernanda Guterres. Como consequência dessa violação forçada, as “crianças da guerra” continuam a ser alvo de insultos e estigmas. “Não tens pai”, “és filho do inimigo” ou “filho de milícia”, são alguns dos insultos que aquelas mulheres continuam a ouvir. Quando era pequena, a mãe de Fernanda Guterres dizia-lhe que o pai estava vivo, mas ela nunca o conheceu. Mais tarde, descobriu que ele não existia, mas a mãe nunca o admitiu explicitamente. “Perguntei muitas vezes pela minha mãe e pelo meu pai. A minha mãe dizia sempre ‘o teu pai está aí’, e dizia para não acreditar se alguém dissesse o contrário. Mas nunca o conheci. No fim, percebi que não tinha pai”, disse. Fernanda Guterres recorda também, com mágoa, as tentativas de violência sexual de membros da comunidade, unicamente devido ao passado da sua mãe. “A família e também alguns vizinhos tentaram abusar de mim. Quando já era adulta, deixei de ficar calada e pedi à minha família para enfrentarmos quem tentasse fazer-me mal”, contou a jovem de 28 anos. Hoje, Fernanda tem a sua própria família, com três filhos, e disse ter encontrado um companheiro que a apoia plenamente. “Conheci o meu marido graças ao plano de Deus. Ele soube do passado da minha mãe e toda a sua família soube também, mas nunca me discriminaram. Sempre me acolheram bem. O meu marido apoia-me, dá-me coragem. O passado ficou para trás. Agora olhamos para o futuro e para os nossos filhos. É isso que me dá força”, afirmou. “Vivemos uma vida simples. Não temos empregos formais, mas mantemos sempre respeito e entendimento mútuo. Quando surge algum problema em casa, conversamos e procuramos solução juntos”, disse. Fernanda Guterres conseguiu obter documentos da Igreja ou do Estado, graças ao apoio de pessoas que a ajudaram a regularizar tudo. Maria Gusmão também reconheceu que a sua mãe foi vítima de violência sexual por militares indonésios. “Quando era pequena, na escola primária e no pré-secundário, sofri discriminação devido ao conflito que a minha mãe enfrentou. Diziam que eu era filha de milícia, filha do inimigo. Ouvia isso com os meus próprios ouvidos”, afirmou a jovem de Covalima. Recorda igualmente que alguns elementos da sua comunidade chegaram a proibir as crianças de brincar consigo. Mais tarde, na universidade e até dentro da família, continuou a enfrentar discriminação. Apesar disso, Maria Robinson apelou às outras jovens para não perderem a vontade de lutar, nem a esperança, mesmo perante a discriminação, salientando que o Estado deve dignificar as mulheres que foram vítimas de violência sexual e também os seus filhos. Maria Robinson conseguiu obter documentos porque o seu padrasto aceitou colocar o seu nome nas certidões de nascimento. Questionada sobre o sentimento de liberdade, respondeu que apenas se sente “um pouco livre”, sublinhando que ainda hoje enfrenta discriminação, estigma e injustiça. “Desde a família, à sociedade, à comunidade e até ao nosso próprio Estado”, afirmou a jovem de 25 anos. Maria Robinson completou recentemente a licenciatura na Universidade da Paz (UNPAZ) e trabalha também na organização não-governamental ACBIT. Timor-Leste assinala em 28 de novembro os 50 anos de declaração unilateral da independência e da ocupação indonésia, em 7 de dezembro de 1975. A restauração da independência aconteceu em 20 de maio de 2002, depois da realização de um referendo pela autodeterminação em 30 de agosto de 1999.
Hoje Macau EntrevistaTimor-Leste / Independência – Mari Alkatiri: Proclamação foi antecipada pela presença militar indonésia Entrevista de Isabel Marisa Serafim, da agência Lusa O líder da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri, disse que a proclamação unilateral da independência estava prevista para 01 de dezembro de 1975, mas foi antecipada porque as tropas indonésias já se encontravam no território. “Estava inicialmente marcada para 01 de dezembro”, disse Mari Alkatiri, em entrevista à Lusa por ocasião dos 50 anos de declaração da unilateral da independência, que se assinalam na sexta-feira, e da ocupação indonésia, nove dias depois, em 07 de dezembro. Em novembro, Mari Alkatiri fazia um “safari” por vários países africanos, principalmente aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que passou pela participação na declaração da independência de Angola, em 11 de novembro de 1975. “Depois dessa ‘tour’, desse ‘safari’ africano, regressei ao país. Na altura estava em Maputo para preparar o meu regresso e recebi um telefonema do Nicolau Lobato para não regressar, porque precisávamos de ter alguém fora do país”, recordou, salientando que não acatou a ordem do então vice-presidente da Fretilin. “Então voltei a Díli em 22 ou 23 de novembro e o comité central e comité político militar estava reunido no atual quartel-general da Polícia Nacional de Timor-Leste, era sede provisória da Fretilin, e discutia-se a proclamação para 01 de dezembro”, explicou. No dia 28 de novembro, Mari Alkatiri, então com 25 anos, recordou que Nicolau Lobato foi ter a sua casa e disse que era preciso proclamar a independência naquele dia. “Saímos os dois num carrito dele para Lahane onde estava Xavier do Amaral [antigo presidente da Fretilin] e transmitimos isso a Xavier Amaral, que disse claramente para esperarmos mais três ou quatro dias. Dissemos que não havia tempo para esperar e decidimos fazer a proclamação nesse dia à tarde”, disse. “Felizmente que não só a Constituição estava pronta, mas também a bandeira já estava pronta. Foi a minha mãe que coseu a bandeira. Havia condições mínimas para a proclamação da independência”, afirmou o atual secretário-geral da Fretilin, que também escreveu o texto da proclamação. “Quando começo a falar destes dias não é só memória, eu participei ativamente na proclamação unilateral da independência, embora se tente cortar a minha fotografia, politiquices, mas a verdade é que só há uma pessoa ainda viva que participou ativamente na proclamação há 50 anos, sou eu”, salientou. No primeiro Governo timorense, liderado por Nicolau Lobato e que só durou nove dias, Mari Alkatiri foi nomeado ministro de Estado para os Assuntos Políticos. Nocolau Lobato liderou a luta contra a ocupação ondonésia e foi assassinado em dezembro de 1978. A restauração da independência aconteceu em 20 de maio de 2002, depois da realização de um referendo pela autodeterminação em 30 de agosto de 1999 e de 24 anos de resistência contra a Indonésia. Uma questão de egos Mari Alkatiri afirmou também, na mesma entrevista, que os “egos” estão a impedir Timor-Leste de suplantar os desafios e que é preciso uma cultura de liderança mais democrática, inclusiva e abrangente. “Se nós conseguimos na altura, com todas as dificuldades, com todos os desafios suplantar, à velocidade da luz quase, porque é que hoje não conseguimos? É essa questão, a questão da causa. Quando a causa une, a jornada pode decorrer, com muitos atropelos aqui e acolá, mas vai conseguir e vai vencer”, disse Mari Alkatiri em entrevista à Lusa por ocasião dos 50 anos de declaração unilateral da independência, que se assinalam na sexta-feira. Questionado sobre a razão para não haver união, o líder da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) disse que são os “egos”. “Eu estou a acompanhar o debate orçamental, quando nós continuamos a pensar de uma forma ‘cantineira’ os assuntos do Estado, não vamos a lado nenhum”, criticou o antigo primeiro-ministro timorense, cujo partido optou por se abster na votação final global do Orçamento do Estado. Sobre as críticas contra as opções da atual governação, Mari Alkatiri disse não saber se alguma vez houve uma opção. “Estratégia não vejo. Há uns acertos aqui e acolá, tenta aqui e acolá, mas não há estratégia, mas defende-se bastante o planeamento estratégico, investimento estratégico, mas não vejo”, afirmou. “Há necessidade de uma cultura de liderança muito mais democrática, muito mais inclusiva, muito abrangente, com sentido de missão e visão no futuro”, salientou o secretário-geral da Fretilin. O dirigente partidário alertou também para que não se aguarde que a “bomba rebente”. “A bomba retardatária está aí, a bomba-relógio está aí, espero não termos de fazer, depois disso, a apologia da verdade, depois da bomba rebentar”, salientou. Questionado sobre se a “bomba” é a insatisfação, o ex-primeiro-ministro disse: “completa”. “Um país que após 24 anos de restauração de independência, com os meios que teve para trabalhar, porque é que falhou? Falta de sentido de inclusão. Nós estamos a construir um Estado, fala-se de Estado de Direito Democrático, é verdade? Ou oligárquico”, questionou. As novas gerações Ainda em relação aos jovens, que representam a maioria dos cerca de 1,4 milhões de habitantes de Timor-Leste, Mari Alkatiri disse que estes se sentem perdidos. “Os jovens são naturalmente mais generosos quando são mais considerados, ou mais revoltosos, quando revoltados. Há duas facetas aqui na juventude, a de generosidade quando abraçam uma causa, outra, é uma reação muito mais violenta de confrontação”, disse. Salientando que mais de 70% da população tem menos de 35 anos, Mari Alkatiri advertiu que daquelas “duas gerações já estão sacrificadas” devido à educação “sem qualidade” e uma “saúde cada vez pior” e “sem perspetivas”. “Agora, todos nós falamos que o dinheiro do petróleo vai acabar, estou a ver que para o Governo a alternativa para o petróleo, é o petróleo”, disse. O capital do Fundo Petrolífero de Timor-Leste era em setembro de 18,95 mil milhões de dólares (16,4 mil milhões de euros). “Ficámos a sonhar com o Sunrise e como costumo dizer enquanto sonhamos com o Sunrise, teremos o ‘sunset’, porque não há política, não há planos, não há programas”, acrescentou. Mari Alkatiri referia-se ao campo de gás Greater Sunrise, localizado a 150 quilómetros de Timor-Leste e a 450 quilómetros de Darwin, cujo projeto tem estado envolto num impasse, com Díli a defender a construção de um gasoduto para o sul do país, e a Woodside, segunda maior parceira do consórcio, a inclinar-se para uma ligação à unidade já existente em Darwin. O consórcio é constituído pela timorense Timor Gap (56,56%), a operadora Woodside Energy (33,44%) e a Osaca Gás (10,00%). O Governo de Timor-Leste anunciou no sábado a assinatura de um acordo de cooperação com a australiana Woodside Energy para estudos para processar e exportar gás para o país. Discussões que faltam O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri, defendeu a necessidade de “todos juntos” discutir o que falhou nos últimos 24 anos, após a restauração da independência, em maio de 2002. “Fala-se muito de novos paradigmas e o velho paradigma, estamos prontos para nos sentarmos todos juntos para discutir o velho paradigma, porque é que falhou? Não”, afirmou o antigo primeiro-ministro timorense, em entrevista à Lusa por ocasião dos 50 anos de declaração unilateral da independência, que se assinalam na sexta-feira. Para Mari Alkatiri, todos contribuíram com a “sua parte positiva, com a sua parte negativa”, mas é preciso perceber as falhas em “termos individuais”, em “termos coletivos” e haver “responsabilização”. Questionado pela Lusa sobre as razões pelas quais não há essa discussão, o líder da oposição timorense respondeu que um “líder que não se consegue sentar à mesa, não é um líder”. “O líder deve saber que há um momento de se sentar à mesa. Eu fiz propostas. Quando voltei em 2018, disse ‘este meu voto é para que o povo possa vencer’, não disse para a Fretilin vencer. A mensagem era clara, era tempo de pensarmos todos em conjunto. Fiz a campanha a dizer Fretilin ganha, Xanana ganha”, afirmou Mari Alkatiri. O líder da Fretilin disse que a resposta tem sido “de vingança, de ódio”. “De tal forma que para se vingar de mim atinge centenas de pessoas, famílias. Se é comigo, venha falar comigo, não tem de prejudicar os outros, mas isso é uma questão pontual”, afirmou, referindo-ae ao primeiro-ministro timorense, XAnana Gusmão. A questão fundamental, continuou Maria Alkatiri, é “ter sentido de missão, visão de futuro e ter uma causa comum”. “O que é determinante é saber todo o dinheiro que se gastou, o que se fez. Um balanço de desempenho do coletivo e do individual. Quando estávamos a fazer a guerra, sabíamos o que queríamos, restaurar a independência, 24 anos depois da restauração da independência não sabemos para onde vamos”, lamentou o dirigente. Mari Alkatiri disse também estar “muito preocupado” com o relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), que alertou em 11 de setembro para a proliferação de redes criminosas em Oecussi, enclave timorense no lado indonésio da ilha de Timor, salientando que as recentes investigações mostram uma contaminação da região. “Já está a ser absorvido pelo cartel de mafiosos, que estão a entrar aqui em toda a sua força. Fechamos quiosques e achamos que estamos a combater a máfia. Estou muito preocupado”, disse. Para o futuro, Mari Alkatiri afirmou que vai continuar a lutar, mas para “criar massa crítica”. “A minha luta agora não é a preocupação com os ciclos eleitorais, mas como posso criar realmente uma massa crítica verdadeira em Timor-Leste. Acabemos com a cegueira, muitos dos nossos intelectuais académicos emprenham pelos ouvidos, mas não ficam grávidos”, salientou. O líder da Fretilin disse também, a todos da sua geração, que é tempo de se pôr “egos” de parte e voltar-se a “pensar em conjunto”, salientando que têm mais cinco anos para o fazer. “O próximo mandato de governação deve ser produto do entendimento se queremos realmente que este país vá para a frente”, afirmou Mari Alkatiri, salientando que o povo timorense merece “muito mais e muito melhor” do que o que foi dado até hoje.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Japão e Reino Unido reafirmam cooperação A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, e o seu homólogo britânico, Keir Starmer, reafirmaram este sábado a cooperação em matéria de segurança à margem da Cimeira dos Líderes do G20, que terminou ontem na África do Sul. Takaichi e Starmer “concordaram em continuar a cooperar em questões de segurança” e também “acordaram em colaborar estreitamente nas áreas da economia e da segurança económica”, afirmou ontem o gabinete da primeira-ministra japonesa, que deu conta dos resultados de uma reunião entre os dois líderes em Joanesburgo na véspera. No primeiro encontro entre Takaichi e o homólogo britânico desde que a governante assumiu o cargo no mês passado, ambos os líderes reafirmaram também a intenção de trabalharem “estreitamente” com os Estados Unidos por um Indo-Pacífico “livre e aberto”. As declarações surgem no contexto de forte tensão diplomática entre Tóquio e Pequim, desde que Takaichi afirmou no Parlamento japonês que um ataque militar da China contra Taiwan poderia justificar a intervenção das Forças de Autodefesa (Exército) japonesas (ver página 12). Pequim respondeu com duras repreensões e represálias económicas, ao mesmo tempo que exigiu que Takaichi se retratasse e aconselhou os seus cidadãos a não viajarem para o Japão, o que provocou centenas de suspensões de voos. Takaichi recusou na sexta-feira retratar-se sobre as afirmações em relação a Taiwan e manteve que essa é a “posição coerente” do governo japonês. Ao mesmo tempo, a governante reiterou o desejo de manter relações benéficas com a China e lançou um novo apelo ao diálogo. Tóquio manifestou-se disponível a um encontro entre Takaichi e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, nas reuniões bilaterais do G20, sendo que a China tinha dito na passada segunda-feira que não há nenhum encontro previsto entre os dois líderes durante a cimeira.
Hoje Macau China / ÁsiaVietname | Pelo menos 90 mortos numa semana devido a chuvas torrenciais O número de mortos no Vietname em uma semana de chuvas torrenciais que afectam o país subiu ontem para 90, contra 55 vítimas mortais registadas na véspera, enquanto 12 pessoas continuam desaparecidas, informaram as autoridades. Inundações e deslizamentos de terra causados pelas chuvas intensas e prolongadas estão a afectar províncias do centro e do sul do país, com Dak Lak e Khanh Hoa como as mais castigadas, com cerca de cinquenta mortos, segundo dados divulgados pelo ministério vietnamita da Agricultura e Meio Ambiente. Após dias de isolamento, as autoridades conseguiram distribuir ajuda – alimentos, suprimentos e roupas, entre outros – nas áreas mais afectadas e remotas de Dak Lak, que ficaram dias sem electricidade, sinal de telefone ou água potável e cujos habitantes continuam a usar canoas, barcos e pranchas de surf para se deslocarem, informam os meios oficiais. Imagens publicadas pela imprensa vietnamita mostram casas completamente submersas, bem como ruas com água acumulada à altura da cintura dos cidadãos. O primeiro-ministro do Vietname, Pham Minh Chinh, reuniu-se em videoconferência com os governos de várias das províncias afetadas a partir da África do Sul, onde participa como convidado na Cimeira de líderes do G20, que terminou ontem em Joanesburgo. Os danos causados pela tempestade estão estimados em cerca de nove biliões de dongs (cerca de 297 milhões de euros), de acordo com avaliações oficiais. O governo vietnamita distribuirá 1,1 biliões de dongs (cerca de 36,3 milhões de euros) em apoios à recuperação das províncias de Khanh Hoa, Dak Lak, Lam Dong e Gia Lai. Embora as chuvas tenham diminuído desde sexta-feira, a precipitação persiste em vários pontos da metade sul do Vietname, indica a plataforma Zoom.earth, enquanto os trabalhos de busca e salvamento continuam.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Hamas acusa Israel de ter violado quase 500 vezes cessar-fogo O Governo do Hamas, que controla a Faixa de Faza, denunciou ontem que Israel violou 497 vezes o mais recente cessar-fogo em Gaza, promovido pelos Estados Unidos e em vigor desde 10 de Outubro. Segundo o balanço, 27 dessas violações ocorreram no sábado, quando uma nova vaga de ataques israelitas em todo o enclave palestiniano causou 24 mortos e 87 feridos. “Condenamos nos termos mais firmes as contínuas e graves violações sistemáticas do acordo de cessar-fogo por parte das autoridades de ocupação israelitas”, afirmou o gabinete político do Hamas em comunicado. Ao longo dos 44 dias desde a assinatura do cessar-fogo, o Governo de Gaza contabiliza a morte de 342 civis – a maioria crianças, mulheres e idosos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza –, 875 feridos e 35 detenções arbitrárias em incursões e rusgas para além da chamada ‘linha amarela’. A ‘linha amarela’ é a demarcação imaginária para a qual as tropas israelitas recuaram, embora ainda dentro de Gaza, quando o cessar-fogo entrou em vigor. Entre essa linha e as fronteiras de Gaza com Israel e com o Egipto, todo o perímetro, mais de 50 por cento do enclave, está sob controlo militar israelita. O novo balanço das autoridades do enclave sobre as violações ao cessar-fogo inclui 142 tiroteios contra civis, habitações, bairros residenciais e tendas de deslocados, 21 incursões de veículos em zonas residenciais e agrícolas, cruzando a ‘linha amarela’, 228 bombardeamentos terrestres, aéreos e de artilharia e 100 demolições de habitações e infraestruturas civis. Ontem, o Hamas acusou Israel de violar a trégua “com falsos pretextos” e apelou aos mediadores (Estados Unidos, Egipto e Qatar) para “intervirem urgentemente e pressionar para que estas violações cessem de imediato”. “Responsabilizamos totalmente a ocupação [israelita] por todas as repercussões humanitárias e de segurança decorrentes destas violações e afirmamos que a sua agressão contínua irá minar qualquer esforço internacional para manter a calma”, acrescenta o comunicado do Governo do Hamas. Do outro lado Por seu lado, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou no sábado ter lançado os mais recentes ataques, depois de um alegado combatente do Hamas ter cruzado a ‘linha amarela’ e atacado soldados israelitas. “Em resposta, Israel eliminou cinco combatentes de alto escalão do Hamas”, garantiu o gabinete de Netanyahu. Desde o início da ofensiva militar israelita, desencadeada após os ataques do Hamas a 07 de Outubro de 2023, morreram 69.733 habitantes de Gaza, entre eles mais de 20.000 crianças, devido ao fogo israelita, e 170.863 ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.