Tarifas | Índia compra aos EUA 10% das importações de gás liquefeito

A Índia anunciou ontem que assinou um contrato com os Estados Unidos para o fornecimento do equivalente a 10 por cento das importações actuais de gás liquefeito de petróleo (GLP), com o objectivo de diversificar as fontes de hidrocarbonetos.

O acordo surge depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter imposto, em Agosto, uma sobretaxa de 50 por cento sobre todos os produtos indianos que entrem nos Estados Unidos, em retaliação às compras de petróleo russo por Nova Deli. O inquilino da Casa Branca repete desde Agosto que o primeiro-ministro indiano Narendra Modi concordou em renunciar às compras de petróleo russo, uma afirmação que Nova Deli nunca confirmou.

A Índia e os Estados Unidos negociam há vários meses um acordo de livre comércio, mas as discussões esbarram, nomeadamente, na abertura do mercado agrícola indiano aos produtores norte-americanos. O ministro indiano do Petróleo e Gás Natural, Hardeep Singh Puri, anunciou agora que o seu país decidiu comprar aos Estados Unidos 2,2 milhões de toneladas de GPL por ano, “uma novidade para o mercado indiano”.

No âmbito dos esforços envidados para fornecer à população indiana abastecimento seguro e barato de GPL, intensificámos a diversificação das nossas fontes de importação”, explicou o ministro num comunicado.

No mês passado, a empresa petrolífera semipública indiana HPCL-Mittal Energy anunciou a suspensão das compras de crude russo. Por outro lado, o grupo privado Reliance Industries anunciou que estava a reavaliar a política de compras, à luz das sanções americanas.

Quinta maior economia do mundo, a Índia continua a apresentar números de crescimento impressionantes — 7,8 por cento em termos homólogos nos três meses de Abril a Junho deste ano — impulsionados pelo aumento das despesas públicas e da confiança dos consumidores.

18 Nov 2025

Coreia do Sul | Propostas conversações ao Norte para evitar incidentes na fronteira

A Coreia do Sul propôs ontem conversações à Coreia do Norte para estabelecer um traçado claro da linha de demarcação militar fronteiriça e evitar incidentes entre os dois exércitos, anunciou o Governo sul-coreano.

A proposta foi feita pelo exército da Coreia do Sul “para evitar confrontos acidentais e reduzir a tensão militar”, justificou o vice-ministro da Defesa sul-coreano, Kim Hong-cheol, numa conferência de imprensa em Seul. Kim afirmou que soldados norte-coreanos atravessaram repetidamente a linha militar para o lado sul da Zona Desmilitarizada “enquanto construíam estradas tácticas e colocavam vedações e minas”.

As tropas sul-coreanas emitiram avisos por rádio e dispararam tiros de aviso para forçar os norte-coreanos a recuar para o seu lado, disse Kim, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP). O vice-ministro referiu que as recentes incursões se devem “à perda de numerosos marcos da linha de demarcação”.

Os marcos foram instalados ao abrigo do Acordo de Armistício de 1953, que permitiu um cessar-fogo na Guerra da Coreia, iniciada em 1950. A linha de demarcação situa-se no interior da Zona Desmilitarizada, uma zona tampão de quatro quilómetros de largura que se estende por 250 quilómetros através da península coreana, na Ásia oriental.

O armistício pôs fim à guerra de 1950-53, mas Seul e Pyongyang ainda estão tecnicamente em guerra, devido à ausência de um tratado de paz.

18 Nov 2025

Bangladesh | Ex-PM condenada à morte pela repressão dos protestos de 2024

Um tribunal do Bangladesh condenou ontem a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina à morte por ter ordenado a repressão violenta dos protestos que levaram à sua deposição no Verão de 2024.

“Todos os elementos (…) que constituem crimes contra a humanidade estão presentes. Nós decidimos impor apenas uma sentença: a pena de morte”, declarou o juiz Golam Mortuza Mozumder, do tribunal de Daca. Sheikh Hasina, que fugiu para a Índia em Agosto de 2024, estava a ser julgada à revelia desde Junho por um tribunal da capital do Bangladesh.

No final do julgamento, os juízes consideraram-na culpada de crimes contra a humanidade – incluindo o incitamento ao assassínio e de ordenar mortes -, de acordo com a sentença. Hasina sempre negou as acusações das autoridades judiciais do Bangladesh. Em Julho e Agosto de 2024, os protestos antigovernamentais que a obrigaram a fugir do país, após quinze anos no poder, fizeram pelo menos 1.400 mortos, segundo as Nações Unidas, a maioria civis.

Num país já sob intensa tensão política e com as eleições parlamentares marcadas para daqui a três meses, esta decisão estava a ser muito aguardada. A polícia da capital foi colocada em alerta máximo e um grande número de agentes foram mobilizados para a zona em redor do tribunal e em todos os pontos-chave da cidade, observaram os jornalistas da agência de notícias AFP.

“Esperamos que o tribunal aja com prudência e sabedoria, que seja feita justiça e que esta decisão marque o fim dos crimes contra a humanidade e sirva de exemplo”, declarou o procurador responsável pelo caso, Tajul Islam, na semana passada. O responsável da acusação tinha pedido no mês passado que Sheikh Hasina fosse condenada à morte.

Contraponto

Sheikh Hasina pronunciou-se em Outubro a vários órgãos de imprensa estrangeiros, incluindo a AFP, para rejeitar todas as acusações contra si, que considerou infundadas. As gravações apresentadas pela procuradoria, sugerindo que esta teria autorizado o uso de “armas letais” contra os manifestantes, foram “tiradas do contexto”, afirmou a ex-primeira-ministra.

“Um veredicto de culpada já está predeterminado, infelizmente”, referiu Hasina, argumentando que “este é claramente um processo com motivações políticas”. Os problemas legais de Sheikh Hasina não terminam com este julgamento. É também alvo de inúmeras denúncias sobre vários assassinatos e raptos ao longo dos seus mandatos, pelos seus adversários políticos e organizações não-governamentais (ONG).

Uma comissão de inquérito estimou recentemente que o Governo da primeira-ministra ordenou o desaparecimento de mais de 250 membros da oposição. Após vencer as eleições parlamentares no início de 2024, consideradas fraudulentas, o partido Hasina, a Liga Awami, foi agora banido pelo actual Governo interino do Bangladesh liderado pelo Prémio Nobel da Paz, Muhammad Yunus.

Na oposição durante o Governo de Hasina, o Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP, na sigla em inglês) é considerado o favorito nas próximas eleições.

18 Nov 2025

Seul | Detectados sinais de tortura em estudante morto no Camboja

O Serviço de Medicina Legal da Coreia do Sul identificou sinais de tortura no cadáver de um estudante universitário que morreu no Camboja, em Agosto, e apontou para um traumatismo forte.

Seul está a levar a cabo uma campanha contra as ciberburlas e outros crimes através da Internet e o excesso de tempo passado a interagir com ecrãs digitais por parte da população em geral. Segundo o jornal Korea Herald, a vítima de 22 anos foi identificada com o nome Park e o seu corpo encontrado em 08 de Agosto, na província cambojana de Kampot, cerca de três semanas, após partir da Coreia do Sul.

A polícia do Camboja indicou na altura que havia hematomas e feridas consistentes com maus-tratos continuados e que três cidadãos chineses foram acusados da morte do sul-coreano, estando outros dois suspeitos foragidos.

Este caso desencadeou a campanha nacional da Coreia do Sul contra o cibercrime galopante em países como Camboja e Myanmar (antiga Birmânia), uma vez que os serviços de informações e o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país relataram diversos casos de sequestro relacionados com o fenómeno.

Em Outubro, as autoridades sul-coreanas proibiram os seus cidadãos de viajar para as cidades cambojanas Bavet e Kampot, no sul daquele país, e lançaram um aviso para a evacuação da província Sihanoukville. No olho do furacão, está o conglomerado empresarial Prince Group, sediado em Phnom Penh, e seu presidente, Chen Zhi, sancionado pelos governos do Reino Unido e dos Estados Unidos da América por suspeita de manobrar uma rede de crimes daquele tipo.

O Prince Group detém participações, de maior ou menor escala, em mais de 30 países, e há suspeitas das autoridades daqueles estados de haver prática de tráfico humano, com recurso a instalações semelhantes a prisões, no Camboja, para executar crimes informáticos industriais, através da Internet.

18 Nov 2025

Japão | Mobilizada Força Aérea após avistamento de drone

As tensões entre o Governo nipónico e as autoridades chinesas aumentam na sequência das palavras proferidas pela primeira-ministra japonesa, violentamente repudiadas pelo cônsul chinês no território

O Japão anunciou ontem a mobilização da sua Força Aérea após ter detectado um drone, alegadamente de origem chinesa, na zona entre a ilha japonesa de Yonaguni e Taiwan, quando está a aumentar a tensão entre Tóquio e Pequim.

“No sábado, 15 de Novembro, foi confirmado que um veículo aéreo não tripulado, alegadamente de origem chinesa, sobrevoou a zona entre a ilha de Yonaguni [a ilha mais ocidental do Japão, no arquipélago das Ryukyu] e Taiwan. Em resposta, foram mobilizados caças (…) da Força Aérea de Autodefesa do Japão”, declarou o Ministério da Defesa japonês na rede social X. Em 07 de Novembro, a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, afirmou que um ataque a Taiwan poderia justificar a intervenção das Forças de Autodefesa do Japão.

Em resposta, a China chamou o embaixador japonês em Pequim alertando-o que o preço a pagar seria “doloroso”. O Ministério da Defesa da China defendeu ainda que as declarações de Takaichi foram “extremamente perigosas” e uma “grave interferência” nos assuntos internos chineses.

A tensão aumentou depois de o cônsul chinês em Osaka, Xue Jian, o cônsul-geral da China em Osaka, Xue Jian, defender num ‘post’ na rede social X, que, entretanto, apagou, que o melhor seria “cortar essa cabeça suja sem a menor hesitação”, sem especificar a quem se referia exactamente, mas citando um artigo de imprensa que relatava as declarações da governante japonesa.

Ontem, o líder de Taiwan pediu à China que “exerça moderação” e “demonstre a conduta de uma grande potência”, numa altura de tensões entre Pequim e Tóquio devido ao estatuto da ilha. William Lai Ching-te enfatizou que os recentes ataques da China contra o Japão “estão a afectar gravemente a paz e a estabilidade no Indo-Pacífico”, em declarações citadas pela agência de notícias pública taiwanesa CNA.

Manobras em curso

A China proibiu a navegação em parte do mar Amarelo, desde ontem até quarta-feira, para realizar exercícios militares, anunciou a Administração de Segurança Marítima (MSA, na sigla em inglês). O aviso da MSA, difundido no sábado pela comunicação social, referiu que vão ser realizados exercícios com munições reais no centro do mar Amarelo, que fica localizado entre a China e a península coreana.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês emitiu também um alerta, na sexta-feira, no qual desaconselha as viagens para o Japão devido à deterioração do ambiente de segurança. Um aviso replicado, no sábado, pelas autoridades das duas regiões semiautónomas chinesas de Macau e Hong Kong.

As principais companhias aéreas chinesas anunciaram, também no sábado, o reembolso total dos voos com destino ao Japão, após o apelo do Governo. O Japão enviou ontem um diplomata à China para abordar as recentes tensões em relação a Taiwan, avançou a agência de notícias japonesa Kyodo, citando fontes governamentais. O dirigente do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês vai reunir-se com as autoridades chinesas hoje, acrescentou a Kyodo.

18 Nov 2025

Washington espera concluir acordo com Pequim até fim de Novembro

O secretário norte-americano do Tesouro, Scott Bessent, disse no domingo que “espera” que o acordo entre os Estados Unidos e a China sobre as exportações de terras raras possa ficar formalmente concluído em dez dias.

“Ainda não finalizámos o acordo”, mas “esperamos fazê-lo até ao Dia de Acção de Graças”, ou seja, 27 de Novembro, declarou Bessent na cadeia televisiva Fox News. O responsável da administração norte-americano pela pasta da Economia também se disse “convencido” de que “a China cumprirá os seus compromissos”, mas caso contrário, advertiu, Washington dispõe de “muitos mecanismos” para retaliar.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, reuniram-se no final de Outubro para atenuar o conflito comercial entre as duas maiores potências económicas do mundo. Na sequência desta reunião, Pequim aceitou suspender, por um ano, restrições adicionais impostas algumas semanas antes às exportações de terras raras, que contêm os metais cruciais para o sector tecnológico mundial.

Acerto de contas

Essas terras são extraídas em vários países, incluindo os Estados Unidos, mas a China detém quase um monopólio no processamento destas matérias para as tornar utilizáveis na indústria.

Segundo Scott Bessent, o acordo sino-americano prevê que as terras raras “circulem livremente como antes de 4 de Abril”, data em que Pequim tinha imposto várias restrições à exportação em resposta às tarifas alfandegárias decretadas pela administração de Donald Trump.

No âmbito do acordo anunciado no final de Outubro, Washington vai reduzir de 57 por cento para 47 por cento as tarifas alfandegárias aplicadas aos produtos chineses que entram no mercado americano. A China comprometeu-se também a comprar 12 milhões de toneladas de soja aos Estados Unidos até ao final do ano, e 25 milhões por ano depois disso.

18 Nov 2025

Hong Kong | Detidas 15 pessoas suspeitas de branquear quase 130 milhões de euros

O alegado grupo criminoso fazia empréstimos avultados através de uma empresa legítima criada para o efeito. A operação resultou ainda na apreensão de relógios e outros produtos de luxo, além de grandes quantidades de dinheiro vivo

A polícia de Hong Kong deteve 15 pessoas suspeitas de pertencerem a um grupo que terá branqueado 1,16 mil milhões de dólares de Hong Kong (128,6 milhões de euros) provenientes de actividades criminosas. De acordo com a imprensa da região semiautónoma chinesa, a polícia anunciou que cinco dos detidos – três homens e duas mulheres – foram já acusados de branqueamento de capitais e terão sido ontem presentes a tribunal.

Os restantes suspeitos, sete homens e três mulheres com idades entre 27 e 62 anos, permanecem detidos, acrescentou a polícia, no domingo à noite.

Uma investigação identificou um alegado grupo criminoso que terá usado 21 contas bancárias pessoais e três contas de empresas para branquear 1,16 mil milhões de dólares de Hong Kong desde 2016. O grupo criou uma empresa financeira, aparentemente legítima, dedicada à concessão de empréstimos de elevado valor, mas cujas operações eram alegadamente usadas para a lavagem de dinheiro.

As detenções aconteceram numa operação lançada na quinta-feira, na qual a polícia também apreendeu relógios, joias e bolsas de luxo, documentos bancários e 24,7 milhões de dólares de Hong Kong em dinheiro. Mais tarde, a polícia congelou aproximadamente 1,6 milhões de dólares de Hong Kong, alegadamente provenientes de actividades criminosas, em contas bancárias pertencentes a três dos detidos.

Jogo abaixo

A operação decorreu em quatro diferentes locais de Hong Kong, onde a polícia suspeitava que decorriam actividades ilegais de jogos de fortuna e azar. A vizinha região de Macau, a capital mundial do jogo, é o único local na China onde o jogo em casino é legal.

Em Hong Kong apenas são legais as apostas em corridas de cavalos e em jogos de futebol, todas operadas pela mesma empresa, o Hong Kong Jockey Club (HKJC), em regime de monopólio. O parlamento do território aprovou em 11 de Setembro a legalização das apostas em jogos de basquetebol, que tem como um dos objectivos desviar fundos do mercado ilegal para circuitos controlados, segundo o Governo local.

O HKJC disse que deve começar a aceitar apostas em jogos de basquetebol em Setembro de 2026, início da próxima época da NBA, a liga masculina norte-americana de basquetebol.

18 Nov 2025

IIM | Banda desenhada bilingue celebra Batalha de Macau de 1622

O Instituto Internacional de Macau (IIM), em co-edição com a Mandarina Books, vai lançar o livro de banda desenhada bilíngue “Vitória, vitória – episódio da nossa história”, que “oferece uma visão refrescante e notavelmente divertida sobre a Batalha de Macau de 1622, um episódio decisivo na história do território”, indica o IIM em comunicado.

O lançamento do livro, previsto para 4 de Dezembro a partir das 18h, realizar-se-á durante a feira de livros no pavilhão polidesportivo do Tap Seac, situado no Jardim Vasco da Gama. A apresentação vai estar a cargo de Rodrigo de Matos, cartoonista da obra, Miguel de Senna Fernandes, em representação da Associação dos Macaenses (ADM) e António Monteiro, Secretário-Geral do IIM.

Segundo o IIM, “Vitória, vitória – episódio da nossa história” é “mais do que uma simples recriação histórica”, seguindo uma linha satírica “inteligente e afectuosa”, seguindo a linha criativa do cartoonista Rodrigo de Matos.

Como o título deixa entender, a obra “aborda os eventos do cerco holandês de forma humorística e irreverente”, e “estabelece uma ligação espirituosa com as celebrações actuais do Dia de São João Baptista, padroeiro de Macau, cuja festa comemora precisamente essa vitória histórica. O resultado é uma obra que ri da História e das suas tradições, sem nunca deixar de as celebrar”.

A equipa que criou a banda desenhada é composta por António Monteiro na concepção, Rodrigo de Matos nas ilustrações e Catarina Mesquita no texto. A obra, que contou com o apoio financeiro do Fundo de Desenvolvimento da Cultura, vai estar disponível em português e chinês, vai custar 180 patacas e poderá ser comprada nas livrarias de Macau e nas plataformas digitais do IIM e da Mandarina.

18 Nov 2025

Cancro do colo do útero | Cerca de 40 mil mulheres vacinadas

Mais de 40 mil residentes completaram a vacinação até Outubro, no âmbito do programa de vacinação contra o cancro do colo do útero. Os números foram avançados ontem pelos Serviços de Saúde (SS), data em que se assinalou o Dia para a Eliminação do Cancro do colo do útero da Organização Mundial de Saúde.

Os mesmos dados indicam que a taxa de vacinação para residentes do sexo feminino que fizeram 13 anos entre 2022 e 2024 ultrapassou os 95 por cento. De acordo com os SS, o cancro do colo do útero ocupa o oitavo lugar entre os cancros mais comuns entre as mulheres no território. Nos últimos anos, os SS indicaram que a incidência e taxa de mortalidade do cancro do colo do útero diminuíram em cerca de 30 por cento.

18 Nov 2025

Burla | Professor detido por enganar dois homens

Um homem do Interior foi detido, depois de ter apostado nos casinos 400 mil dólares de Hong Kong de outros dois homens. O caso foi revelado ontem pela Polícia Judiciária (PJ) e citado pelo jornal Ou Mun. Inicialmente, o suspeito pediu o dinheiro aos dois homens, que estavam nos casinos para fazer empréstimos ilegais de dinheiro.

O indivíduo perdeu todas as fichas nas mesas de jogo e não conseguiu devolver o dinheiro. Foi nessa altura que os homens, com um prejuízo de 400 mil dólares de Hong Kong, chamaram as autoridades. Como resultado, os três acabaram detidos. O jogador por burla e os restantes pelo crime de troca ilegal de dinheiro para o jogo.

Fronteiras | Mais de 100 aparelhos electrónicos apreendidos numa semana

Entre os dias 7 e 13 deste mês, os Serviços de Alfândega (SA) detectaram oito casos de contrabando nos postos fronteiriços das Portas do Cerco e de Hengqin, que resultaram na acusação de oito pessoas, residentes de Macau e do Interior da China, por alegadas infracções à lei do comércio externo.

Segundo um comunicado emitido pelos SA, foram interceptados 134 produtos electrónicos antigos, principalmente telemóveis, 5.210 gramas de charutos, 31,8 quilos de alimentos não declarados e 100 quilos de frutas sem inspecção sanitária. Os bens foram escondidos em roupas, pertences pessoais ou viaturas.

18 Nov 2025

Habitação Económica | Mais de duas mil famílias escolheram casas

O presidente do Instituto de Habitação (IH), Iam Lei Leng, afirmou ontem que mais de 2.000 famílias participantes no concurso de 2019 seleccionaram habitação económica. Em declarações no programa Fórum Macau da Ou Mun Tin Toi, citadas pela Rádio Macau, Iam Lei Leng disse igualmente que dos 2.000 agregados familiares, cerca de 1.000 encontram-se em fase de conclusão dos procedimentos de entrada nas novas casas.

Em relações a compras futuras, Iam Lei Leng referiu que um despacho do Chefe do Executivo publicado em Outubro, veio ajustar a base de cálculo do sobrepreço da concessão de terrenos, o que vai permitir uma redução do preço das habitações económicas compradas entre 2021 e 2023.

Quanto às infrações detectadas com as frações de habitação económica ao longo deste ano, Iam Lei Leng revelou que até ontem tinha sido recebidas 14 denúncias.

No mesmo programa, o director dos Serviços de Solos e Obras Públicas, Lei Weng Leong, assegurou que o Governo continua os trabalhos de identificação de reservas de terrenos para uso temporário. Esses espaços, são destinados a Campos Livres, estacionamento de veículos, varandas urbanas e estações de ECOPontos, como forma de responder às solicitações da sociedade.

18 Nov 2025

Hengqin | Sam Hou Fai divide com Meng Fanli comissão de gestão

A composição da Comissão de Gestão e da Comissão Executiva da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin foi alterada, com Sam Hou Fai e o governador da província de Guangdong, Meng Fanli, a assumirem o cargo de Chefe da Comissão de Gestão. A novidade foi revelada ontem pelo Gabinete de Comunicação Social, que cita a página oficial da Comissão Executiva da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin.

Segundo os ajustes anunciados, o secretário para a Administração e Justiça, Wong Sio Chak, assume o cargo de Subchefe Permanente. Os cargos de subchefes da comissão de gestão foram divididos pelo secretário para a Segurança, Chan Tsz King, e a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, O Lam, assim como os vice-governadores de Guangdong Zhang Hu e Zhang Guozhi, o secretário do comité municipal de Zhuhai do PCC Chen Yong.

No que diz respeito à Comissão Executiva, o secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip, assume o cargo de Chefe da Comissão Executiva. Nie Xinping, Fu Yongge, Li Chong, da parte de Guangdong, e Cao Jin Feng e Cheong Kok Kei da parte de Macau assumem cargos de subchefes, sendo o cargo de secretário-geral da Comissão de Gestão assumido por Nie Xinping e Tai Kin Ip.

18 Nov 2025

Redes sociais | Sancionadas mais de 11.000 contas por uso indevido de IA

A China sancionou mais de 11.000 contas nas redes sociais por utilizarem ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para substituir celebridades em vídeos e transmissões com fins publicitários, informou sexta-feira o regulador chinês.

A Administração do Ciberespaço da China (CAC, sigla em inglês) revelou que alguns perfis utilizaram ferramentas de IA para recriar a imagem de figuras públicas em transmissões ao vivo, vídeos curtos e outros formatos, com o objectivo de divulgar mensagens comerciais que poderiam ser interpretadas como autênticas.

Segundo as autoridades, estas acções constituem falsificação de informação e “prejudicam gravemente o ecossistema digital”. Em comunicado, a CAC menciona exemplos de conteúdos eliminados, como imitações de celebridades difundidas ao vivo para promover produtos, que acumularam um número significativo de interacções antes de serem retiradas.

O regulador explica que durante a operação desenvolvida nas últimas semanas, as plataformas eliminaram mais de 8.700 publicações consideradas irregulares e agiram contra mais de 11.000 contas que usavam a aparência de personalidades conhecidas sem autorização.

Nos últimos meses, os reguladores chineses realizaram várias campanhas para identificar o “uso indevido” de IA, um sector em grande desenvolvimento na China nos últimos meses. No ano passado, o Ministério da Ciência e Tecnologia da China emitiu directrizes que proíbem o uso de IA generativa para a criação directa de declarações em documentos de investigações científicas.

Várias empresas de tecnologia chinesas, como a Baidu ou a Alibaba, apresentaram nos últimos meses serviços baseados em IA, embora tenham surgido dúvidas sobre a aplicação deste tipo de tecnologia no país asiático devido à forte restrição imposta pelas autoridades.

17 Nov 2025

Filipinas | Milhares em manifestação de três dias contra a corrupção

Milhares de filipinos reuniram-se ontem em Manila para iniciar uma manifestação de três dias anticorrupção, enquanto a Justiça investiga um alegado desvio de milhões de dólares destinados a infraestruturas inexistentes ou defeituosas para responder a desastres.

Milhares de cidadãos das Filipinas aguardavam ontem, debaixo de chuva, para o início da manifestação que começa três dias depois de o Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., ter garantido, em declarações à televisão, que os principais responsáveis pela corrupção estariam na prisão antes do Natal.

Segundo as autoridades citadas pela agência de notícias EFE, cerca de 314 mil pessoas aderiram à Marcha pela Transparência e uma Melhor Democracia, uma manifestação que se deve prolongar até amanhã, convocada pelo grupo cristão Igreja Ni Cristo (INC), uma influente comunidade centenária.

O protesto, que contou com a presença de seguidores da INC de várias regiões do arquipélago filipino, ocorre enquanto várias equipas de resgate continuam a procurar mais de 120 pessoas desaparecidas após a passagem de dois tufões que afectaram mais de cinco milhões de pessoas este mês, e que provocaram até ao momento 250 mortos.

As reivindicações anticorrupção foram objecto de mobilizações naquele país asiático e provocaram a queda dos líderes das duas câmaras do Congresso filipino. De acordo com estimativas do executivo, os projectos “fantasmas” de controlo de inundações teriam causado prejuízos ao erário público de 1.771 milhões de euros só nos últimos dois anos.

17 Nov 2025

Três detidos em Hong Kong por alegados pedidos a boicote eleitoral

As autoridades de Hong Kong anunciaram sábado a detenção de três pessoas por alegadamente apelarem ao voto nulo ou ao boicote das eleições para o parlamento local, marcadas para 07 de Dezembro. Os três detidos, entre 55 e 66 anos, “partilharam publicações online que incitavam outras pessoas a não votar ou a votar de forma inválida”, referiu a Comissão Independente Contra a Corrupção (ICAC, na sigla em inglês) de Hong Kong.

O órgão prometeu “conduzir o caso de acordo com a lei e os procedimentos estabelecidos” e, após a conclusão da investigação, decidir, em conjunto com o Ministério Público, sobre a instauração ou não de um processo judicial. No entanto, no mesmo comunicado, o ICAC “condena veementemente os criminosos que tentaram interferir e minar as actuais eleições do Conselho Legislativo [parlamento], divulgando mensagens online para incitar outras pessoas a não votar”.

A comissão recordou que, desde a revisão da lei eleitoral, em 2021, 12 pessoas foram condenadas por “publicamente, incitar os eleitores a não votar, votar em branco ou nulo”, um crime punido com pena de prisão até três anos.

No final de Outubro, o secretário para a Segurança de Hong Kong, Chris Tang Ping-keung, tinha recordado que apelar ao voto em branco nas eleições para o parlamento da região administrativa especial chinesa pode constituir um crime. “Quero reiterar que estas acções não só violam potencialmente a lei eleitoral, mas também a lei de segurança nacional de Hong Kong”, acrescentou Chris Tang.

Na sequência dos protestos, por vezes violentos, de 2019, Pequim impôs uma lei de segurança nacional, com crimes cuja punição inclui a pena perpétua, que reprimiu a dissidência política em Hong Kong. “Tomaremos medidas de fiscalização decisivas com base em provas, se necessário”, acrescentou o secretário.

Por exemplo

Chris Tang deu como exemplo o antigo deputado Ted Hui Chi-fung, que descreveu a votação como “uma farsa, totalmente alheia à opinião pública”, que “merece ser boicotada”, devido à exclusão da oposição. “Se os cidadãos acharem mesmo que um boicote dá demasiado trabalho, talvez simplesmente ignorá-la por completo reflicta melhor os verdadeiros sentimentos dos habitantes de Hong Kong”, escreveu Ted Hui na rede social Facebook.

Ted Hui fugiu para a Dinamarca em Dezembro de 2020 e em Agosto passado recebeu asilo na Austrália, depois de ser acusado de crimes contra a segurança nacional de Hong Kong.

Também no final de Outubro, o líder do Governo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, disse que a cidade iria inspirar-se nas legislativas da vizinha região de Macau, em Setembro, para fazer das eleições de Dezembro “um sucesso”. Nas eleições de Setembro para o parlamento de Macau, o número de votos nulos ou em branco mais do que duplicou em comparação com as últimas eleições, em 2021, ultrapassando 13 mil.

17 Nov 2025

Furtividade crítica

Pavilhão de Vila Franca de Xira • A Reinvenção do Real – Arte Contemporânea Portuguesa na Colecção do Museu do Neo-Realismo

Lam Kongchuen

Pela tarde passei pela Praça do Tap Seac com Carlos Marreiros, um renomado artista de Macau, explorando os segredos de cada canto enquanto discutíamos a nova exposição na Galeria do Tap Seac, «Re-shaping Reality».

À medida que o pano continua a subir sobre os três meses da «Art Macau: Bienal Internacional de Arte de Macau 2025», o Pavilhão Português «Pavilhão Sila Free Town: Remodelando a Realidade – Arte Contemporânea Portuguesa da Coleção do Museu do Novo Realismo», na secção Pavilhão da Cidade, representa muito mais do que uma mera mostra de arte contemporânea portuguesa. Intitulada «Re-shaping Reality», ela aproveita o poder de treze artistas portugueses da colecção do Museu do Novo Realismo para construir um «local intelectual» tenso dentro do Museu Tap Seac.

Isto serve não só como um eco continental ao tema geral da Bienal do curador Feng Boyi, «What the hell are you doing here?» (O que raio estás a fazer aqui?), mas também como um acto profundamente relevante de «discrição» e «presença» dentro da posição única de Macau como um caldeirão da cultura sino-portuguesa. A inovação aqui não reside na tecnologia mediática deslumbrante, mas na sua abordagem curatorial e nas conotações das obras. Ela habilmente contorna as narrativas simbólicas frequentemente vistas em exposições de arte ocidentais realizadas em contextos orientais, apontando directamente para a missão central da arte nesta era pós-globalização: como, através de uma reimaginação crítica, encontrar uma âncora «localizada» preciosa e caminhos para a compreensão intercultural dentro das nossas realidades existenciais cada vez mais virtualizadas e fragmentadas.

Quando a minha filha e eu entramos no espaço expositivo de «Re-shaping Reality», ela também se deparou com uma reformulação da realidade. As crianças operam segundo as suas próprias regras da realidade, enquanto os adultos continuam a brincar como crianças.

A aterragem no mundo real do legado «pós-minimalista»

O discurso curatorial da exposição «Re-shaping Reality» está claramente enraizado na tradição crítica emergente do pós-minimalismo desde os anos 60 e 70. Como Hal Foster elucidou, essa tradição libertou a arte do isolamento formalista, comprometendo-a com intervenções e tentativas de transformar a realidade social. A «reconfiguração crítica da realidade» enfatizada pelos curadores David Santos e José Maçãs de Carvalho constitui a continuação contemporânea dessa linhagem. Não se limita a «refletir» a realidade, mas desconstrói-a, questiona-a e recompõe-na através da «desmaterialização» da arte, do «campo expandido» da instalação e da «efemeridade» do processo.

A apresentação desta linhagem em Macau traz uma inovação contextual extraordinária. A própria história de Macau é uma crónica em camadas de realidades continuamente «refeitas». A implantação da cultura católica, a resiliência das suas comunidades, a expansão da indústria do jogo e o seu atual posicionamento estratégico como «Uma Base» formam colectivamente uma realidade extremamente complexa. As obras do Museu da Cidade Vila Franca de Xira não abordam a identidade portuguesa através da nostalgia ou do exotismo, mas apresentam a faceta mais reflexiva e crítica da sua arte contemporânea. Esta abordagem evita precisamente a armadilha da «museificação» comum nas trocas culturais sino-portuguesas, onde a arte é reduzida a artefactos exibiáveis. Em vez disso, apresenta um Portugal vivo e pensante, a debater-se com os seus próprios desafios contemporâneos. Esta postura estabelece uma base igualitária e profunda para o diálogo: não estamos apenas a transmitir informações sobre coleções, mas a partilhar e trocar «métodos» para navegar pelas dificuldades contemporâneas.

Entre elas, a instalação de Miguel Palma explora a delicada interação entre a produção industrial e os ecossistemas. Exibida em Macau — uma cidade altamente artificial que depende de um consumo substancial de energia e recursos —, a sua interrogação sobre «como a tecnologia molda a vida moderna» desvia-se naturalmente do contexto europeu para a Ásia Oriental, ressoando com preocupações comuns sobre sustentabilidade e antropocentrismo. Essa ressonância não decorre do simbolismo cultural, mas de dilemas existenciais comuns.

Do legado do «pós-minimalismo» aos dilemas da «realidade», isto marca a chegada desta linhagem crítica a Macau.

O meio como bisturi da realidade

A conotação «inovadora» de «remodelar a realidade» é igualmente evidente na utilização hábil e profundamente significativa dos meios de comunicação pelos artistas. Empregando diversos meios, como pintura, instalação, fotografia e vídeo, eles não se envolvem em malabarismos formalistas, mas sim transformam cada meio num bisturi para dissecar facetas específicas da realidade. Os artistas participantes incluem: Alice Geirinhas, André Cepeda, Carla Filipe, Pedro Cabral Santo, Fernando José Pereira, Luciana Fina, Luísa Ferreira, Manuel Santos Maia, Miguel Palma, Paulo Mendes, Rita Barros, Valter Vinagre e José Maçãs de Carvalho.

As práticas fotográficas de Luísa Ferreira e Rita Barros representam duas abordagens distintas para lidar com o tempo e a memória. O início da carreira de Ferreira como fotojornalista imbui o seu trabalho com uma sensibilidade documental sóbria. O seu foco nas lojas antigas de Lisboa cria uma curiosa intertextualidade quando exposto em Macau, ressoando com os bairros em desaparecimento e os negócios de longa data da própria cidade. Aqui, a fotografia torna-se uma ferramenta para capturar a «camada em perigo» da realidade, documentando não apenas espaços, mas um ritmo de vida e uma ética comunitária ameaçados pela maré implacável da globalização. Barros, há muito radicado em Nova Iorque, apresenta uma série fotográfica que funciona mais como um arquivo de memória fluido e intercultural. Em Macau — uma cidade de imigrantes — as narrativas da diáspora, do pertencimento e das identidades mutáveis transportadas por estes rostos ressoam diretamente com as emoções complexas dos espectadores sobre o «lar» e as «terras estrangeiras». A sua fotografia não remodela a superfície da realidade, mas sim a estratigrafia temporal e as estruturas emocionais subjacentes. A fotografia e o arquivo tornam-se, assim, a sua «política da memória».

A obra de instalação de Miguel Palma e Manuel Santos Maia, no entanto, direciona a sua crítica para sistemas mais amplos. Os trabalhos colaborativos de Palma com engenheiros e biólogos muitas vezes se assemelham a modelos mecânicos intricados, mas disfuncionais, revelando metaforicamente o absurdo e as crises que se escondem por baixo do otimismo tecnológico da sociedade moderna. A prática multimédia de Maia destaca-se na construção de espaços narrativos ricos em símbolos e metáforas dentro de locais específicos. No espaço branco da Galeria de Arte de Taipa, as suas obras criam «subsistemas» distintos e instigantes, convidando os espectadores a entrar e refletir sobre a lógica operacional do «macrossistema» social externo em que habitam. Esta capacidade de «modelar» realidades sistémicas através de instalações artísticas e submetê-las a crítica representa uma das ferramentas mais potentes da arte contemporânea para o envolvimento social. Como críticos do sistema, eles expandem a relação entre instalação e local.

As explorações de Fernando José Pereira e Luciana Fina no domínio das imagens em movimento dedicam-se a remodelar os nossos padrões de perceção. A investigação de Pereira sobre a relação entre vídeo e música perturba a hierarquia convencional entre o visual e o auditivo, criando uma experiência sinestésica que, por si só, desafia a nossa perceção singular e linear da realidade. Fina navega pela interseção entre cinema e artes visuais, abordando frequentemente temas como migração e identidade. A sua linguagem cinematográfica, imbuída de contemplação poética e efeitos de distanciamento, sacode o público da anestesia das narrativas mainstream, obrigando-o a confrontar indivíduos e realidades marginalizados. Num «mundo saturado de imagens» dominado por vídeos curtos e recomendações algorítmicas, a sua prática defende a dignidade das imagens em movimento como um meio sério e crítico. São reconstruidoras da perceção, redescobrindo a relação oculta entre imagem e som.

A prática de Carla Filipe e Alice Geirinhas tem uma forte fisicalidade e um lado ativista. Filipe constrói híbridos de retratos sociais e autobiografia através da apropriação de artefactos e documentos. O seu trabalho «cresce nas ruas», imbuído do calor do artesanato e da perspicácia política. A exploração do feminismo e da igualdade de género por Geirinhas coloca a política da identidade pessoal no centro da sua criação. Os seus trabalhos lembram-nos que a «remodelação da realidade» diz respeito não só a grandes narrativas e sistemas, mas também a cada corpo e identidade específicos e politizados. Em Macau — um território onde diversas identidades culturais se entrelaçam — a sua arte oferece perspetivas inestimáveis para examinar a interseccionalidade de género, classe e identidade cultural. A pintura e a ação são inseparáveis; a sua prática artística constitui uma intervenção corporal.

Benjamin utilizou o bisturi na obra-prima de Rembrandt, A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, como metáfora da tecnologia, utilizando técnicas mediáticas para alcançar uma «proximidade» com a realidade. Como bisturi da realidade, as práticas multidimensionais deste grupo de artistas contemporâneos portugueses representam uma manifestação concentrada da «proximidade» da arte com a realidade.

«Vila Franca de Xira» como metodologia

Vila Franca de Xira não é apenas uma localidade portuguesa; no âmbito curatorial de «Re-shaping Reality», funciona também como uma metodologia. Outro aspeto inovador da curadoria reside na sua utilização habilidosa do ADN cultural local de Vila Franca de Xira. Famosa pela sua tradição taurina, esta prática cultural — imbuída de elementos ritualísticos, da estética da violência e de apostas de vida ou morte — constitui, por si só, uma interpretação altamente simbólica e antiga da «realidade». Embora o discurso curatorial não o afirme explicitamente, os elementos inerentes à cultura das touradas — confronto, ritual, risco, carnaval público e sacrifício individual — exibem uma profunda afinidade estrutural com o espírito que sustenta a prática artística contemporânea crítica.

Os artistas funcionam como os toureiros da nossa era, enfrentando não um touro tangível, mas bestas mais colossais e abstratas: o capitalismo globalizado, a alienação tecnológica, a política de identidade, o esquecimento histórico. Os seus esforços criativos constituem uma competição intelectual — realizada em arenas públicas (o mundo da arte, a sociedade) — rica em adornos ritualísticos (exposições, inaugurações, debates). Considere a lente de André Cepeda capturando «espaços esquecidos ou rejeitados» — não são eles ruínas urbanas «derrotadas» pelas correntes económicas? Da mesma forma, a observação fria, quase antropológica, de Valter Vinagre nas suas obras parece um confronto silencioso com a lenta passagem do tempo.

Colocar a arte originária de uma cidade famosa pela tourada tradicional em Macau — uma cidade carnavalesca moderna que simboliza capitais culturais e a indústria do entretenimento — constitui, por si só, uma metáfora magistral. Tanto a tourada como o jogo envolvem risco, sorte e desempenho, mas a primeira carrega consigo a tragédia clássica e a dignidade ritual, enquanto a segunda se inclina mais para a gratificação instantânea consumista e a probabilidade matemática. Este diálogo latente entre contextos culturais enriquece a exposição com uma camada interpretativa profunda: como é que a «realidade» da nossa era foi remodelada de um confronto ritualístico e direto entre o homem e o destino para uma experiência de consumo imersiva meticulosamente concebida por algoritmos e capital? Os artistas de Hila Free Town resistem e expõem esta «remodelação» através da sua prática crítica.

Como metodologia, «Sila Free Town» incorpora a dialética entre a metáfora da tradição das touradas e a crítica contemporânea.

Remodelar a própria «remodelação»

Remodelar a própria «remodelação» oferece uma revelação inovadora para o paradigma do intercâmbio cultural sino-português. Em última análise, o maior valor inovador da exposição «Remodelar a Realidade» reside no seu potencial para remodelar o próprio paradigma do «intercâmbio cultural sino-português». As práticas do Museu da Cidade Livre de Hila aventuram-se corajosamente nas águas profundas do pensamento. Elas demonstram que a prática artística verdadeiramente vital vai além da exibição de obras acabadas em galerias; envolve partilhar como os artistas, nos seus estúdios, nas ruas e nas profundezas das suas mentes, se envolvem numa «luta» com as realidades complexas em que vivemos. Partilha «métodos», «consciência dos problemas» e «coragem crítica». Quando um espectador de Macau se depara com a instalação de Carla Filipe, construída a partir de tecidos antigos e documentos de arquivo, não percebe apenas uma obra exótica, mas potencialmente uma inspiração sobre como materiais humildes podem produzir comentários sociais poderosos. Quando um estudioso de renovação urbana se depara com a fotografia de André Sepeda, descobre um vocabulário visual novo através do qual pode examinar as transformações urbanas de Macau.

Esta exposição funciona como um «espelho crítico», refletindo tanto as fissuras e perplexidades da sociedade portuguesa contemporânea como convidando simultaneamente o público de Macau a discernir os contornos e texturas da sua própria realidade dentro da sua superfície. Consegue alargar a experiência estética da arte a uma reflexão profunda sobre a própria vida, transcendendo as fronteiras geográficas e culturais. Lembra-nos que a «realidade» nunca é fixa, mas perpetuamente narrada e construída. Uma das funções mais preciosas da arte contemporânea é fornecer-nos as ferramentas e a coragem para remodelar essas narrativas.

No grande quadro da «Art Macau», a exposição Free Town de Hila pode não ter sido a mais impressionante em termos visuais, mas a sua densidade intelectual e engenhosidade curatorial tornaram-na uma «operação secreta» verdadeiramente inovadora. Penetra silenciosamente na superfície do intercâmbio cultural, atingindo as profundezas da ressonância intelectual.

Infunde ao posicionamento estratégico do Centro de Intercâmbio Cultural Sino-Português uma vitalidade crítica indispensável e um espírito contemporâneo. Não só revela o estado atual da arte contemporânea portuguesa, mas, mais significativamente, convida-nos a participar num diálogo contínuo sobre como vemos, como pensamos e como vivemos. Este é, precisamente, o objetivo final perseguido por toda a grande arte.

(Contribuições para este artigo de Cherry Tsang e Lin Kanyi)

17 Nov 2025

Comércio | Tradição do ouro persiste apesar do preço do metal

Reportagem de Jing Wu, da agência Lusa

A tradição da compra e oferta de ouro em Macau está a segurar a actividade das ourivesarias, que, não obstante os preços recorde do metal precioso, mantêm o volume de transações, ainda que com menos peso total transacionado

O comércio do ouro em Macau mantém uma invulgar estabilidade, apesar dos preços recorde nos mercados internacionais deste activo de refúgio, clássico em tempos de turbulência financeira.

“Historicamente, uma mudança dramática no preço do ouro desencadeia uma reacção clara — muitas pessoas ou compram ou vendem”, afirmou à Lusa a vice-presidente da Associação das Ourivesarias de Macau, Lei Cheok Kuan. “Tipicamente, os preços altos incentivam a venda e os preços baixos estimulam a compra. Mas agora não estamos a ver praticamente nenhuma mudança em qualquer direcção”, acrescentou.

O preço do ouro estava a descer na sexta-feira, com a onça a ser negociada a 4.108,59 dólares, abaixo do máximo histórico de 4.347,86 dólares verificado a 20 de Outubro.

Lei, que também é proprietário de uma ourivesaria no coração de Macau, junto às icónicas Ruínas de São Paulo, explicou que a procura, motivada pela cultura local, permanece intocada. As pessoas continuam a comprar ouro “por necessidade”, para os casamentos, onde este metal se assume como pedra angular das tradições matrimoniais chinesas.

Na montra da loja de Lei, grandes braceletes douradas, intricadamente decoradas com dragões e fénices, testemunham esta prática quase ritualística. Um par daquelas argolas é considerado essencial entre os adornos de qualquer noiva, juntamente com brincos, um anel e um colar de ouro a condizer.

“O negócio é sempre bom durante o Ano Novo Chinês e o Festival do Meio do Outono, pois as pessoas compram ouro para terem sorte e para os casamentos”, sublinhou Lei. “Quando as pessoas compram por necessidade, o negócio é bom. Não importa quão alto seja o preço, têm de comprar”, explicou ainda, elaborando sobre o “profundo significado cultural” associado às ofertas em ouro.

“Quando uma filha casa ou um filho toma uma mulher por esposa, é essencial que familiares e amigos testemunhem a ocasião. Não se ver uma única peça de joalharia em ouro seria considerado vergonhoso; os chineses vêem isto como uma questão de honra”, disse.

Dieta dourada

Por detrás das aparências, no entanto, alguma coisa está a mudar nesta actividade que a tradição mantém viva. Embora o número de artigos comprados possa ser elevado, observou Lei, o peso real do ouro nos objectos de ourivesaria está a diminuir, uma tendência acelerada pelo ‘design’ e fabrico assistidos por inteligência artificial (IA).

Em seguida, o empresário apontou para um par de braceletes na montra: “Esta é feita usando artesanato tradicional — mais de 110 gramas cada. Agora, olhe para a de cima. Aquela é feita à máquina, apenas 30 gramas. Qual escolheria comprar?”, perguntou, salientando como as técnicas modernas criam peças de aparência maior com menos ouro. “Assim, surgiu a situação actual em que o número de artigos é grande, mas o peso total comprado está a tornar-se cada vez menos”, concluiu.

Esta mudança foi confirmada pela veterana casamenteira e ‘wedding planner’ Lei Chau Tong, com mais de 30 anos de experiência de aconselhamento, e a quem não passou despercebido o declínio claro na quantidade de ouro comprado para casamentos tradicionais.

“Agora, a maioria das noivas usa apenas dois pares de braceletes de dragão-e-fénix e um colar. Isto é menos de metade da quantidade que víamos quando os preços do ouro estavam mais baixos”, disse. Um par daquelas braceletes pode custar cerca de 40.000 patacas, sublinhou.

“Este ano, com os preços do ouro tão altos, o poder de compra é inevitavelmente menor. Mas para os pais de um casal, a joalharia em ouro é ainda uma ‘peça fundamental'”, sublinhou também.

A mudança é visível, reforçou Lei Chau Tong, desde logo na redução significativa do número de joias de ouro oferecidas pelos familiares, mas também no tipo de prendas que dão. “Antes, os parentes da noiva apresentavam braceletes de dragão-e-fénix grossas e pesadas. Agora, com o preço do ouro a disparar, os presentes são muitas vezes apenas uma bracelete fina ou um par de anéis. Alguns simplesmente dão dinheiro”, disse.

Ouro inteligente

Longe vai a opulência de outros tempos: “Uma vez atendi uma noiva que trouxe uma mala de 28 polegadas apenas para guardar as joias de ouro. Só as ‘braceletes de dragão-e-fénix’ somavam quase sessenta pares — duas a envolver-lhe o pescoço, uma à volta da cintura e uma sucessão delas a cobrir-lhe os braços até cima. Tinha ainda vários colares, mais do que poderia alguma vez usar”, relatou, para em seguida acrescentar que esta tinha sido a família mais abastada que serviu.

Do outro lado do mercado, no dos compradores, um representante da “Gold Smart”, uma empresa que opera sete ATM de reciclagem ‘self-service’ de ouro em toda a península de Macau, sublinhou que o negócio aumentou cerca de 20 por cento em dois meses.

Estas máquinas, algumas localizadas perto de casinos, fornecem preços em tempo real e dinheiro instantâneo em troca de peças em ouro, e “tipicamente servem cerca de 500 pessoas por mês”, disse à Lusa o representante, que não se quis identificar. Ou seja, se a ourivesaria moderna encontrou recursos para manter o volume de negócios, conservando por perto os compradores tradicionais, a verdade é que o momento é também o da emergência de uma nova vaga de vendedores, que não resiste aos preços historicamente elevados.

17 Nov 2025

CPSP | Detido por ameaçar o patrão devido a despedimento

Na quarta-feira passada, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) recebeu a denúncia de um comerciante que terá sido ameaçado pelo seu empregado. Por temer pela segurança, o indivíduo contactou a polícia e o funcionário acabou por ser detido, no mesmo dia, na zona das Portas do Cerco. Segundo um comunicado emitido pelo CPSP, o empregador terá recebido ameaças através de uma aplicação de chat.

A crispação entre os dois indivíduos terá resultado da alegada intenção do patrão em despedir o suspeito, que terá lançado ameaças para que o patrão lhe pagasse, o mais rapidamente possível, os ordenados referentes aos meses que teria ainda a receber até terminar o vínculo laboral.

O suspeito, um trabalhador não-residente do Interior da China, terá ainda subtraído uma faca que estava na loja, e que foi encontrada entre os seus bens pessoais quando foi interceptado pelas autoridades. O caso foi encaminhado ao Ministério Público pelas práticas de detenção não justificada de arma e outros instrumentos, ameaça e furto.

17 Nov 2025

Economia | Associação Económica preocupada com crédito malparado

O rácio de empréstimos e depósito, assim como o crédito malparado e os preços da habitação foram as áreas de maior preocupação demonstrada no mais recente Índice de Prosperidade publicado pela Associação Económica de Macau.

Segundo a entidade, a descida a níveis negativos destas categorias merece a atenção redobrada do Governo de Sam Hou Fai. No relatório que acompanha a actualização do índice, a associação citou dados da Autoridade Monetária de Macau de que revelaram que o rácio empréstimos/depósitos de residentes aumentou anualmente 0,68 pontos percentuais para 4,63 por cento em Setembro, o rácio mais alto desde Novembro de 2004.

Devido ao encerramento gradual dos casinos-satélite, a associação alertou que o valor das lojas nas proximidades destes espaços, assim como a capacidade para pagar empréstimos bancários, pode baixar. Ao mesmo tempo, os preços de habitações e escritórios também continuam a cair, podendo impactar a qualidade dos activos bancários. Ainda assim, a associação prevê que a economia de Macau se vai manter estável entre Novembro e Janeiro.

17 Nov 2025

Grande Baía | Secretário diz que segurança é base fundamental

O secretário para a Segurança, Chan Tsz King, salientou a importância fulcral da área da sua tutela e da cooperação regional para garantir que o projecto de integração da Grande Baía é um sucesso, e para promover o princípio “Um País, Dois Sistemas”.

Numa publicação divulgada no portal do gabinete de Chan Tsz King, o secretário defende que “a cooperação estreita entre as polícias de Guangdong, Hong Kong e Macau é a força nuclear para construir uma linha de defesa segura da Grande Baía e garantir o desenvolvimento regional de alta qualidade, tornando-se uma garantia indispensável na construção da Grande Baía”.

O governante admite que o aumento dos fluxos transfronteiriça na região, e “as formas de prática de crime cada vez mais complexas e obscuras” constituem grandes desafios para a segurança de Guangdong, Hong Kong e Macau, em particular no que toca a burlas cibernéticas e criminalidade relacionada com droga.

É também elogiada a eficácia da cooperação regional em termos de segurança, em particular em 2025, ano em que se realizaram “em Hong Kong e Macau novas eleições para a Assembleia Legislativa e em simultâneo outros eventos de grande envergadura”, nomeadamente os Jogos Nacionais.

17 Nov 2025

Hong Kong | Condutores de Macau podem estacionar perto de aeroporto

Passou a ser possível, desde sábado, a condutores de Macau e da província de Guangdong deixar os seus veículos num parque de estacionamento automatizado perto do Aeroporto Internacional de Hong Kong antes de apanharem voos.

A iniciativa “Park and Fly”, a primeira fase do programa “Viagens para o Sul para Veículos de Guangdong”, permite a veículos com matrículas da RAEM ou de Guangdong entrarem em Hong Kong através da Ponte Hong Kong – Zhuhai – Macau. Os condutores podem usar autocarros shuttle para o aeroporto, sem terem de passar pela alfândega de Hong Kong.

O parque de estacionamento designado tem cinco andares e actualmente disponibiliza 1.800 lugares, que a longo prazo serão aumentados para 3.000 lugares. Nos primeiros três dias, o estacionamento custa 100 dólares de Hong Kong, e 50 dólares de Hong Kong por dia a partir do quarto dia.

Segundo a Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego, até às 18h de sexta-feira, mais de 4.700 automóveis ligeiros particulares de Macau fizeram o registo para usar o parque de estacionamento. Deste total, mais de 270 automóveis ligeiros particulares de Macau já tinham efectuado com sucesso a marcação prévia para utilizar o Parque de Estacionamento para Viajantes Aéreos (“Park & Fly” Car Park) do Aeroporto Internacional de Hong Kong.

Aeroporto | Mais canais de inspecção inteligente

A Autoridade de Aviação Civil (AACM) anunciou ontem o aumento do número de canais de inspecção inteligente no Aeroporto Internacional de Macau, que desde ontem passou para sete passagens. O incremento, segundo a AACM, irá melhorar “a precisão e a eficiência da inspecção, reduzindo o tempo de espera dos viajantes e melhorando ainda mais a conveniência e o conforto da viagem”.

As novas vias estão equipadas com dispositivos de inspecção inteligente, incluindo scanners corporais, prateleiras de bagagem com recolha automática e tecnologia de análise de imagens corporais.

A optimização dos canais centrais de inspecção tem sido feita faseadamente, com os primeiros dois canais a funcionar desde Outubro, e deverá ficar concluída e pronta para prestar serviço após a realização de testes em Dezembro. Os novos equipamentos são a resposta para “o aumento contínuo do número de passageiros” e “crescentes exigências de segurança”.

17 Nov 2025

GP | O programa das corridas deste fim-de-semana

Hoje

06:00 Fecho do Circuito

06:30-07:00 Inspecção do Circuito

07:45-08:45 57.º Grande Prémio de Motos de Macau – Qualificação

09:15-09:55 Corrida de Fórmula 4 de Macau – Taça do Mundo de F4 da FIA – Treinos Livres 2

10:15-10:55 Grande Prémio de Macau – Taça do Mundo de FR da FIA – Treinos Livres 2

11:10-11:40 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4) – Qualificação

12:10-12:40 Corrida da Guia Macau – Kumho FIA TCR World Tour Event of Macau – Qualificação 1

12:55-13:10 Corrida da Guia Macau – Kumho FIA TCR World Tour Event of Macau – Qualificação 2

13:30-14:10 Corrida de Fórmula 4 de Macau – Taça do Mundo de F4 da FIA – Qualificação

14:30-15:10 Grande Prémio de Macau – Taça do Mundo de FR da FIA – Qualificação 2

15:40-16:10 Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA – Qualificação 1

16:30-16:55 Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA – Qualificação 2

18:00 Abertura do Circuito

Amanhã

06:00 Fecho do Circuito

06:30-07:00 Inspecção do Circuito

07:10- 07:30 57.º Grande Prémio de Motos de Macau – Aquecimento

09:10-10:00 57.º Grande Prémio de Motos de Macau – Corrida (12 voltas)

10:25-11:05 Macau Roadsport Challenge – Corrida (9 voltas)

11:40-12:45 Corrida de Fórmula 4 de Macau – Taça do Mundo de F4 da FIA – Corrida Classificativa (8 voltas)

13:20-14:00 Corrida da Guia Macau – Kumho FIA TCR World Tour Event of Macau – Corrida 1 (10 voltas)

14:35-15:40 Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA – Corrida Classificativa (12 voltas)

16:15-17:20 Grande Prémio de Macau – Taça do Mundo de FR da FIA – Corrida Classificativa (10 voltas)

18:00 Abertura do Circuito

Domingo

06:00 Fecho do Circuito

06:30-07:00 Inspecção do Circuito

08:00-08:40 Taça GT – Corrida da Grande Baía (GT4) – Corrida (9 voltas)

09:15-10:20 Corrida de Fórmula 4 de Macau – Taça do Mundo de F4 da FIA – Corrida (10 voltas)

11:00-11:40 Corrida da Guia Macau – Kumho FIA TCR World Tour Event of Macau – Corrida 2 (10 voltas)

12:35-13:50 Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA – Corrida (16 voltas)

14:00-14:25 Evento Especial

15:15-15:20 Dança do Leão

15:30-16:35 Grande Prémio de Macau – Taça do Mundo de FR da FIA – Corrida (15 voltas)

18:00

** Abertura do Circuito

14 Nov 2025

Tencent | Lucros de 20,2 mil milhões de euros até Setembro

A tecnológica chinesa Tencent registou um lucro líquido de 166.582 milhões de yuan nos primeiros três trimestres do ano, uma subida de 17 por cento face ao mesmo período de 2024.

Num comunicado enviado ontem à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa indicou que a faturação total cresceu 14 por cento em termos homólogos, para 557.395 milhões de yuan. Entre Julho e Setembro, a empresa aumentou as receitas em 15 por cento e os lucros em 19 por cento, um “crescimento sólido” sustentado por tendências positivas nas áreas dos videojogos, serviços financeiros digitais e publicidade.

Embora outras gigantes tecnológicas chinesas, como a Alibaba, estejam a dominar os destaques na área da inteligência artificial (IA), a Tencent destacou os ganhos da sua “aposta estratégica” no sector, nomeadamente na segmentação de anúncios e retenção de utilizadores nos seus videojogos. A inteligência artificial está também a ser usada para melhorar a eficiência na programação e produção de jogos e vídeos.

A empresa salientou as capacidades do seu modelo Hunyuan, que considera “líder do sector” na geração de imagens e conteúdos em 3D, e anunciou novos investimentos no assistente de IA Yuanbao e na integração de funcionalidades avançadas na rede social WeChat.

Por partes

Entre os três grandes segmentos de negócio da Tencent, a publicidade registou o maior crescimento no terceiro trimestre (+21 por cento), impulsionada pela utilização de IA na alocação de anúncios. Ainda assim, continua a ser o sector com menor peso nas receitas, atrás dos serviços financeiros (+10 por cento) e dos serviços de valor acrescentado (+16 por cento) – que incluem videojogos e redes sociais e representam quase metade do total.

Os videojogos viram as receitas crescer 15 por cento no mercado chinês, com lançamentos como Delta Force, e 43 por cento a nível internacional, graças ao desempenho de títulos da Supercell, como Clash of Clans. As redes sociais aumentaram a faturação em 5 por cento, com destaque para as plataformas de ‘streaming’, música e minijogos.

A WeChat, equivalente chinês ao WhatsApp – bloqueado na China –, atingiu 1.414 milhões de utilizadores activos mensais no final de Setembro, mais 32 milhões do que há um ano. A Tencent é actualmente a empresa com maior capitalização bolsista da China e uma das 20 maiores do mundo, destacando-se como líder global em videojogos e desenvolvedora da popular rede social WeChat.

14 Nov 2025

Crime | Detido por agredir e extorquir ex-namorada

Um residente local foi detido por suspeitas de ter agredido a ex-namorada com bofetadas e por, alegadamente ter extorquido dinheiro à vítima durante o período em que mantiveram uma relação amorosa.

Segundo o jornal O Mun, a Polícia Judiciária recebeu a denúncia da vítima na quarta-feira. As autoridades indicaram que a mulher morava com o suspeito desde 2021, mas que tudo desabou quando tentou terminar a relação na noite da passada terça-feira. O homem terá então agredido a vítima com chapadas na cara e empurrando-a para chão, actos que terão resultado em ferimentos no rosto e joelho.

O suspeito ainda roubou o telemóvel da vítima e pediu o pagamento de 70 mil patacas que a mulher, supostamente, lhe deveria na sequência de gastos que terá desembolsado com a vítima. Receosa com a sua segurança, a mulher terá transferido 20 mil patacas para a conta do suspeito.

Após ter prometido pagar o restante da verba exigida, a família convenceu-a a denunciar o caso às autoridades. O caso foi encaminhado ao Ministério Público pela suspeita de prática dos crimes de exortação e ofensa simples à integridade física.

14 Nov 2025