Atletas de Cabo Verde querem ouro na Maratona de Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] delegação desportiva cabo-verdiana que vai à 36ª edição da Meia Maratona Internacional de Macau, Galaxy Entertainment 2017, deixa Lisboa esta quinta-feira a fim de poder participar na prova que se realiza no domingo, 3 de Dezembro. A chefe da comitiva, Glenga Aguilar, deixou a Cidade da Praia esta quarta-feira para se juntar aos atletas Sandra Teixeira e Nelson Cruz na capital portuguesa, de onde partirão para Macau, com escala em Dubai e Pequim.

A federação nacional da modalidade traçou como meta desta competição a conquista de “uma medalha de ouro”, o que seria feito inédito para Cabo Verde em mais de sete participações. Sandra Teixeira é vencedora das edições 2015 e 2016 da prova de São Silvestre da Praia e Nelson Cruz vice-campeão de São Silvestre no último ano, ganhou o campeonato de Portugal de corta mato no ano transacto.

Na Meia Maratona Internacional de 2016, Cabo Verde conquistou duas medalhas de prata, êxitos alcançados pelos atletas Ruben Sança (cabo-verdiano residente nos EUA) e Crisolita Rodrigues (São Vicente).

A Maratona Internacional de Macau é uma prova reconhecida pela Federação Internacional de Atletismo, IAAF, e conta anualmente com o concurso de alguns dos melhores atletas do mundo, sobretudo representantes do Quénia e da Etiópia, países que tradicionalmente dominam as provas de resistência.

O evento é organizado conjuntamente pelo Instituto do Desporto do Governo da Região Administrativa Especial de Macau e pela Associação de Atletismo de Macau, China.

O convite para Cabo Verde participar com dois atletas partiu directamente do presidente do Comité Olímpico e Desportivo de Macau, China, Charles Keng Chi Lo, ao Comité Olímpico Cabo-verdiano.

30 Nov 2017

Hong Kong : Chow Tai Fook compra anel por 270 milhões

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Christie’s vendeu, em Hong Kong, um anel com um diamante rosa incrustado de 14,93 quilates por 32 milhões de dólares (cerca de 270 milhões de patacas), tornando-o numa das mais caras jóias arrematadas em leilão na Ásia.

A pedra, de formato oval, colocada num anel de platina e rodeada de diamantes rosados mais pequenos, foi vendida na terça-feira durante uma licitação de pouco mais de três minutos, de acordo com a leiloeira. A peça não alcançou o valor máximo de 42 milhões de dólares norte-americanos (35,4 milhões de euros) estimado inicialmente pela Christie’s.

Com os diamantes rosados a figurarem como as mais exclusivas e valiosas do mundo entre as pedras preciosas da sua classe, a Ásia converteu-se, nos últimos anos, um ponto-chave para o leilão de peças de grande valor, onde é elevada a procura por diamantes de qualidade.

Em Abril, a leiloeira londrina Sotheby’s estabeleceu um recorde, em termos de valor, ao vender um diamante rosa de 59,6 quilates, denominado de “Estrela Rosa”, por 71,2 milhões de dólares (60 milhões de euros).

A pedra preciosa foi arrematada em leilão pela Chow Tai Fook Enterprises, consórcio de empresas de Hong Kong presente nos sectores da hotelaria, casinos e imobiliário, que detém uma extensa rede de joalharias sob o mesmo nome com mais de 2.000 lojas em Hong Kong, em Macau, e na China.

A empresa adquiriu, em 2010, um diamante de 507 quilates por 35,3 milhões de dólares norte-americanos (29,8 milhões de euros), batendo o recorde do preço mais elevado alguma vez pago por um diamante em bruto, superado este ano pela “Estrela Rosa”.

Esta pedra bateu o recorde que pertencia anteriormente ao diamante “Oppenheimer Blue”, vendido por 57,5 milhões de dólares (48,5 milhões de euros) pela leiloeira Christie’s, em Genebra, em maio de 2016.

Um mês antes, a Sotheby’s Hong Kong estabeleceu um recorde na Ásia, ao vender por 32 milhões de dólares norte-americanos (27 milhões de euros) o maior diamante oval azul alguma vez visto num leilão.

30 Nov 2017

Julgamento de taiwanês é usado para “propaganda política”

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m porta-voz da parte continental da China disse que qualquer tentativa de usar o julgamento e a sentença do taiwanês Lee Ming-che para “propaganda política” fracassará. Ma Xiaoguang, porta-voz do Departamento dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, enfatizou quarta-feira que a condenação e a sentença de Lee têm base em factos claros e provas evidentes.

“Os ataques infundados contra a parte continental por algumas pessoas de Taiwan prejudicaram seriamente as relações através do Estreito”, disse Ma em conferência de imprensa, ao comentar as críticas de Taiwan de que a condenação de Lee “prejudicou os laços”.

Ma observou que “respeito mútuo às vias de desenvolvimento e sistemas sociais de cada lado é a linha final para as relações através do Estreito”. “Respeitamos o actual sistema e estilo de vida dos compatriotas de Taiwan, mas isso não significa que o lado de Taiwan possa impor suas ideias políticas na parte continental”, comentou. “Isso também não significa que certas pessoas em Taiwan possam violar arbitrariamente a lei da parte continental sob o pretexto de ‘democracia e liberdade'”, disse.

Lee foi condenado a cinco anos na prisão por “subverter o poder do Estado”. A sentença foi aplicada na terça-feira pelo Tribunal Popular Intermediário da cidade de Yueyang, na Província de Hunan. Um cidadão da parte continental, Peng Yuhua, foi condenado a sete anos de prisão no mesmo caso.

Os dois homens foram destituídos de seus direitos políticos por dois anos. Eles disseram que não apelarão. Ma disse que o processo seguiu as regras e que os direitos e interesses dos dois foram totalmente assegurados durante a investigação e processo de julgamento. A família de Lee, acompanhada por algumas pessoas da ilha, esteve presente na decisão do tribunal em Yueyang, garantiu.

30 Nov 2017

Pequim expressa “profunda preocupação” com míssil norte-coreano

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês ontem expressou a sua “profunda preocupação” com o último míssil balístico intercontinental lançado na terça-feira pela Coreia do Norte, capaz de transportar uma grande ogiva nuclear e chegar a todo o território dos Estados Unidos. “A China expressa profunda preocupação e oposição ao lançamento (…) e urgentemente exorta a Coreia do Norte a atender as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e parar as acções que levam tensões na península”, afirmou Geng Shuang, porta-voz dos Negócios Estrangeiros chinês.

“Continuaremos a defender a desnuclearização da península, bem como uma solução pacífica para a questão através do diálogo e da negociação”, acrescentou. Geng sublinhou que Pequim sempre cumpriu as suas obrigações internacionais rigorosamente e que a via militar “não é a melhor alternativa” para a resolução da crise norte-coreana.

A televisão estatal da Coreia do Norte anunciou o lançamento “bem sucedido” – o primeiro em Pyongyang após dois meses e meio sem realizar testes balísticos -, que foi autorizado e testemunhado pessoalmente pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Trata-se de um novo modelo de míssil balístico intercontinental, batizado de Hwasong-15, capaz de atingir o maior alcance alguma vez conseguido por um projéctil norte-coreano, o que representa um avanço perigoso no programa de armamento deste país.

Alguns especialistas acreditam que o míssil teria capacidade para ter viajado num voo normal com mais de 13.000 quilómetros, o suficiente para chegar a Washington ou a qualquer parte continental dos Estados Unidos.

A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, anunciou que o seu governo defende novas sanções contra a Coreia do Norte, a quem pediu para abandonar os ensaios e respeitar a legalidade.

Além disso, Nauert leu uma declaração da secretária de Estado, Rex Tillerson, na qual anunciou que irá propor, juntamente com o Canadá, avançar na próxima reunião do Comando das Nações Unidas (UNC) com o contingente que controla a Zona Conjunta de Segurança (JSA) que separa as duas Coreias.

Por seu lado, o primeiro-ministro sul-coreano, Lee Nak-yon, disse hoje que o novo lançamento não foi completado com total sucesso, já que o projéctil perdeu o contacto com o centro de controlo a meio da sua trajectória.

30 Nov 2017

Albergue SCM | Mercado de Natal com mais animação e solidariedade

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]rtesanato, gastronomia, espírito natalício e o ambiente único do bairro de São Lázaro são alguns dos ingredientes para a concretização de um evento especial próprio da época: o Mercado de Natal.

Cerca de 15 expositores estarão presentes na 2ª edição do Mercado de Natal, apresentando os seus produtos personalizados, feitos à mão, em áreas bastante distintas, desde bijutaria, cerâmica, decoração, doçaria, entre outras, proporcionando, aos visitantes, ideias originais para prendas de natal. Para esta segunda edição que há maior qualidade no trabalho dos artesãos, “esperando por isso que esta iniciativa seja também uma forma de agraciar o esforço dos nossos artesãos em elevarem o seu nível de qualidade de ano para ano” realça Cátia Silva, manager do Bad Bad Maria, responsável pelo Mercado de Natal. “Os vendedores nossos parceiros têm vindo a preparar as suas criações para surpreender neste natal e não faltarão presentes para todos os gostos”, garante Cátia Silva.

Está prevista animação musical pela Banda da Escola Portuguesa de Macau; pintura de uma estrela de natal por meninos do 1º ciclo que depois será colocada numa árvore do mercado; apresentação de um espetáculo de dança pelo Grupo de Artes Performatvas ArtFusion e também workshops que tornarão este dia numa autêntica festa para toda a família

O evento assume, desde a sua génese, iniciativas de responsabilidade social, e este ano vai ser promovida a recolha de bens alimentares para doar a uma instituição de solidariedade social de Macau: Casa das Irmãs Missionárias da Caridade. “A época natalícia é um ótimo momento para apelar mais à solidariedade entre as pessoas”, justifica Cátia Silva.

Com mais novidades, animação e maior qualidade a organização do Mercado de Natal espera superar o marco dos 2000 visitantes da primeira edição nesta iniciativa organizada por Bad Bad Maria e que irá decorrer no sábado, 9 de Dezembro, das 11h às 18h. O apoio institucional é do Albergue SCM, em São Lázaro, Macau.

30 Nov 2017

Ho Ion Sang | Mais poder, menos infiltrações

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Ho Ion Sang entende que a situação de envelhecimento nos prédios com mais de 30 anos é cada vez mais grave, e que problemas, que causam incómodos a vários moradores, como bloqueios nas instalações de drenagem e infiltrações são cada vez mais frequentes.

Numa interpelação escrita, o deputado dos Kaifong lamenta que, apesar do Executivo ter criado em 2009 o Centro de Interserviços para Tratamento de Infiltrações de Água nos Edifícios, os funcionários estão sem poderes para entrar nos domicílios com vista à investigação e à obtenção de provas, que permitam encontrar soluções para os casos. Em causa, para o deputado, está a insuficiência legislativa no que diz respeito aos poderes dos funcionários.

“Caso não se aperfeiçoem as leis vigentes e o mecanismo de tratamento de infiltrações de água, estima-se que os problemas de infiltrações de água, assim como as suas consequências possam ficar mais complicados e será cada vez mais difícil resolver essas questões”, lê-se no documento.

Tendo em conta os cidadãos que se queixam da dificuldade em encontrar entidades adequadas para verificação de infiltração de água, Ho Ion Sang quer aprofundar a cooperação entre o Governo e os organismos profissionais, assim como colocar informação em páginas electrónicas sobre os técnicos capazes de proceder à verificação deste problema. O objectivo de disponibilizar a informação passa por permitir aos cidadãos que procurem por sua conta as fontes das infiltrações. Além disso, o deputado quer uma revisão da lei para garantir aos funcionários o poder de entrada nos domicílios a fim de resolver as questões de infiltrações de água.

30 Nov 2017

Costa : Sines como “nova porta” do gás natural na Europa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro desejou ontem que Sines se torne a “nova porta” de entrada do gás natural na Europa, melhorando assim a “segurança energética” do continente, ao invés da atual sujeição à Rússia ou à Argélia. “Por exemplo, a segurança da Europa em matéria energética tem tudo a ganhar com a criação e desenvolvimento de um novo terminal que nos permita receber gás natural na fachada atlântica, no Porto de Sines, e diversificar as fontes de abastecimento da Europa, hoje dependentes da Rússia ou da Argélia. Podemos ser a nova porta para melhorar a segurança energética da Europa”, disse António Costa. O líder do executivo socialista discursava num evento sobre a estratégia portuguesa para a próxima década, em Lisboa. “A defesa da Europa não se faz só com maior investimento em capacidade militar. Faz-se também investindo na ciência e desenvolvimento, novas competências e capacidades”, declarou.

França : Greenpeace “ataca” central nuclear

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m grupo de membros da Greenpeace entrou ontem na central nuclear de Cruas-Meysse, no sul de França, para denunciar a insegurança deste tipo de instalações e o seu fácil acesso. A organização não-governamental indicou que cerca de 20 activistas entraram na central pelas 6:20 para alertar contra a “extrema vulnerabilidade” das piscinas de combustível nuclear usado. Os activistas quiseram “denunciar a inacção” da energética EDF, operadora dos 58 reactores nucleares em solo francês, face aos alertas sobre o “risco nuclear”. Alguns dos activistas subiram a uma dessas piscinas, enquanto outros deixaram a marca da sua mão, para “demonstrar a sua acessibilidade”. A Greenpeace recordou que no passado dia 12 de Outubro outro grupo entrou na central de Cattenom, no noroeste do país, para evidenciar também a sua fragilidade. “Desde então, a EDF não fez nada”, acrescentou a ONG, que indicou que os seus activistas conseguiram entrar hoje no local “em menos de dez minutos” e alertou que as piscinas de combustível são as que mais radioactividade contêm e não estão suficientemente protegidas de ataques exteriores.

29 Nov 2017

Amnistia denuncia papel da Shell em crimes cometidos na Nigéria

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Amnistia Internacional instou ontem a Nigéria, o Reino Unido e a Holanda a investigarem o envolvimento da gigante petrolífera Shell em assassínios, violações e tortura cometidos pelo regime militar nigeriano na região de Ogoniland, na década de 1990. Num relatório ontem divulgado, intitulado “Uma Iniciativa Criminosa – O envolvimento da Shell na violação de direitos humanos na Nigéria dos anos 1990” e assente em documentos internos da empresa anglo-holandesa, a Amnistia Internacional (AI) sustenta que essas e outras provas apontam para “a cumplicidade da Shell numa vaga de crimes atrozes cometidos pelo Governo militar nigeriano nos anos 1990”.

O relatório da organização não-governamental de defesa dos direitos humanos inclui não só uma análise sem precedentes de milhares de páginas de documentos internos da companhia petrolífera e de depoimentos de testemunhas, como o próprio arquivo da AI correspondente a esse período.

Segundo a Amnistia, a campanha levada a cabo pelo regime militar da Nigéria para silenciar os protestos dos Ogonis contra a poluição causada pela Shell levou a “graves e generalizadas violações dos direitos humanos, constituindo muitas delas crimes”. “As provas que vimos mostram que a Shell repetidamente encorajou o exército nigeriano a arranjar uma solução para os protestos da comunidade, mesmo sabendo o horror a que isso conduziria – massacres ilegais, violações, tortura, o incêndio de aldeias”, declarou a diretora de Assuntos Globais da AI, Audrey Gaughran.

Segundo a responsável, “durante essa brutal ofensiva, a Shell até forneceu aos militares apoio material, incluindo transporte, e pelo menos num caso pagou a um comandante militar conhecido por violar os direitos humanos”. “Que a empresa nunca tenha respondido por isso é escandaloso, [porque] é inquestionável que a Shell desempenhou um papel fundamental nos devastadores acontecimentos ocorridos em Ogoniland nos anos 1990 – mas agora acreditamos que há matéria para uma investigação criminal”, defendeu. A Shell sempre negou qualquer envolvimento nas violações de direitos humanos, mas nunca houve uma investigação sobre essas acusações.

29 Nov 2017

Papa Francisco na Birmânia

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] papa reuniu-se ontem com um grupo de 17 líderes, representantes das diferentes religiões presentes na Birmânia e instou-os a defender a sua identidade, a não terem medo da diferença e a “não se deixarem colonizar”. Num país onde 90% da população é budista, mas com 135 etnias reconhecidas e a presença de várias confissões, Francisco quis manter uma reunião com os seus representantes. O encontro com os líderes budistas, islâmicos, hindus, judeus, anglicanos e católicos birmaneses durou 40 minutos e usou da palavra o bispo John Hssane Hgyi, seguido dos diferentes representantes, informou o porta-voz do Vaticano, Greg Burke. No seu discurso, Francisco falou em espanhol e recordou que “é bonito ver os irmãos reunidos”, mas, acrescentou, “unidos não quer dizer iguais, a unidade não é uniformidade”.

O sumo pontífice lamentou que se esteja a assistir a “uma tendência para a uniformidade”, que definiu como “uma colonização cultural”. “Cada um tem os seus valores, as suas riquezas, e também as suas deficiências. E cada confissão tem as suas tradições, as suas riquezas. E isto apenas pode acontecer se vivermos em paz”, disse. “A paz constrói-se no coro das diferenças. A unidade acontece sempre na diversidade”, segundo o texto do discurso, proporcionado pelo gabinete de imprensa do Vaticano. Jorge Bergoglio instou os líderes birmaneses a “entender a riqueza das diferenças étnicas, religiosas e populares” que representam. “Não tenhamos medo das diferenças (…) Construam a paz e não se deixam igualar pela colonização”, disse. Após a reunião, Francisco reuniu-se em privado com o líder budista, Sitagu Sayadaw, a quem disse que a única via para alcançar a paz é a convivência entre irmãos.

Respeito por todos

O papa Francisco considerou, ainda ontem, que o futuro da Birmânia passa pelo “respeito por todos os grupos étnicos”, após a dirigente Aung San Suu Kyi se ter comprometido a proteger os direitos e a promover a tolerância “para todos”. Num discurso diante das autoridades civis da Birmânia na capital administrativa, Naypyidaw, Francisco considerou que o futuro do país passa pela paz, fundada “no respeito por todos os grupos étnicos e pela sua identidade”, numa alusão à minoria muçulmana dos rohingya, que não nomeou.

Antes, a líder do governo birmanês e prémio Nobel da Paz tinha declarado que o objetivo do governo é “destacar e reforçar a beleza da diversidade” da Birmânia “protegendo os direitos, promovendo a tolerância e garantindo a segurança para todos”.

No seu segundo dia de visita à Birmânia, o papa evitou mais uma vez utilizar a palavra rohingya, como foi aconselhado, para evitar um eventual incidente diplomático e religioso. Francisco pediu “respeito pelo Estado de direito e por uma ordem democrática que permita a cada indivíduo e a cada grupo – sem excluir ninguém – dar a sua contribuição legítima para o bem comum”.

Falando igualmente diante do presidente birmanês, Htin Kyaw, com quem se encontrou em privado antes, juntamente com Aung San Suu Kyi, o papa defendeu que as comunidades religiosas do país “têm um papel privilegiado a desempenhar na grande tarefa de reconciliação e integração nacional”. “As diferenças religiosas não devem ser uma fonte de divisão e desconfiança, mas um impulso para a unidade, o perdão, a tolerância e uma sábia construção da nação”, adiantou. Francisco insistiu que as religiões “podem contribuir também para erradicar as causas do conflito, construir pontes de diálogo, buscar a justiça e ser uma voz profética em favor daqueles que sofrem”.

29 Nov 2017

Vhils inaugura exposição em Hong Kong

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] artista português Alexandre Farto, que assina Vhils, inaugura na quinta-feira em Hong Kong “Remains”, uma exposição composta por trabalhos novos desenvolvidos e inspirados naquele território.

Em “Remains”, que estará patente na galeria Over the Influence, Vhils irá apresentar “um novo conjunto de trabalhos, desenvolvidos e inspirados em Hong Kong”, de acordo com o texto de apresentação da mostra. A galeria refere que o trabalho do artista português “está há muito ligado ao contexto urbano e reflete e espelha a experiência humana de habitar uma megalópolis contemporânea”. “Remains” é inaugurada na quinta-feira ao final do dia e estará patente entre sexta-feira e 05 de janeiro.

Em maio, Vhils inaugurou a sua primeira exposição individual em Macau, “Debris”, nas Oficinas Navais de Macau, que deveria ter ficado patente até 05 de novembro. No entanto, em agosto teve que ser cancelada devido a danos nas peças e no local, causados pelo tufão Hato. A par da exposição, realizou naquele território uma série de murais. Em Junho, estreou-se a solo em Pequim, no Cafa Art Museum, com a exposição “Imprint”, constituída inteiramente por trabalhos novos, cerca de 70 retratos esculpidos em baixo relevo, que espelham “a reflexão contínua do artista sobre a relação entre as cidades contemporâneas e os seus habitantes”.

A sua primeira exposição individual em Hong Kong, “Debris”, foi inaugurada em Março do ano passado. Uma mostra que reflecte a cidade e a identidade de quem nela habita para ver e, sobretudo, “sentir”.

29 Nov 2017

Revolução dos Lavabos : a vez do luxo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] governo da China inaugurou um lavabo público em Pequim com televisão, internet sem fios, caixas electrónicas e estações para carregar telemóveis e carros eléctricos. A casa-de-banho fica na estação da Praça Fuqian em Fangshan, um distrito no sudoeste de Pequim. Segundo a Xinhua, a construção é parte do programa “Revolução dos Lavabos “, cujo objectivo é melhorar os padrões sanitários da China para atrair mais turistas internacionais. A indústria do turismo da China já renovou 68 mil lavabos nos últimos três anos (cerca de 19% do objectivo final) transformando-os em locais “universalmente adequados”, afirma a agência do país. O plano é construir e actualizar outros 64 mil lavabos entre até 2020. Mas o projecto também tem sofrido críticas por parte dos moradores. Segundo reportagem do The New York Times, alguns reclamam que as construções são desperdício do dinheiro público: “É apenas uma casa-de-banho “, diz Lei Junying, 74, um agricultor aposentado que mora em Fangshan, em entrevista ao jornal americano. E acrescentou: “O governo pede às pessoas que paguem impostos. Por que não doam esse dinheiro para os bairros pobres?”

29 Nov 2017

Cartas inéditas entre Saramago e Jorge Amado publicadas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] troca de correspondência entre José Saramago e Jorge Amado, durante cinco anos, regista uma “bela amizade”, nascida na velhice, e testemunha desabafos políticos, crises de saúde e anseios literários, entre os quais o Nobel por que ambos suspiravam.

A publicação inédita da troca epistolar que os dois escritores de língua portuguesa mantiveram regularmente, entre 1992 e 1997, acaba de chegar às livrarias, numa edição ilustrada com ‘fac-símiles’ e fotos raras, pela Companhia das Letras, intitulada “Com o mar por meio”.

A amizade entre os dois teve início quando “já iam maduros nos anos e na carreira literária”, o primeiro com 80 anos, e o segundo com menos dez anos, segundo a editora. O vínculo tardio, porém, não impediu que os escritores criassem fortes laços de amizade e fraternidade, que se estenderam às suas companheiras de vida, Zélia Gattai e Pilar del Río.

Uma dessas cartas, entre muitas outras, dá nota dessa relação, quando José Saramago escreve a Jorge Amado, em 1993, por ocasião do seu aniversário: “Esta mensagem vai em letra gorda para que não se perca nos azares da transmissão nem um só sinal da nossa amizade, deste carinho tão bonito que veio enriquecer de um sentimento fraterno uma relação nascida tarde, mas que, em lealdade e generosidade, pede meças à melhor que por aí se encontre”.

Este livro nasce de uma coincidência ocorrida quando a filha de Jorge Amado, Paloma, juntamente com a Fundação Casa Jorge Amado, estava a trabalhar as cartas trocadas com José Saramago – no âmbito da organização do acervo do pai, iniciada em 2015 – e, em troca de mensagens com Pilar del Río, tomou conhecimento de que a Fundação José Saramago planeava também fazer um livro.

A organização e selecção de cartas, feita por Paloma Jorge Amado e Ricardo Viel, da Fundação José Saramago, só foi possível por Jorge Amado ter sido um “homem muito disciplinado e organizado, qualidades exacerbadas pelos anos de militância comunista”, que, com “o advento das copiadoras”, passou a reproduzir as cartas enviadas, conta a filha do brasileiro, na introdução do livro.

São cartas, bilhetes, cartões, faxes e mensagens várias, enviados ao longo dos anos, com troca de ideias sobre questões, tanto da vida íntima, como da conjuntura contemporânea, social e política, sobre a qual partilhavam a mesma visão comunista.

Várias mensagens são reveladoras do afecto entre os dois casais, uma das quais assinada por José e Pilar, na qual se referem ao “manjar supremo que é a amizade”. A saúde e a velhice também são amiúde referidas, e Jorge Amado escreve, em 1995, esperar que o trabalho ocupe os seus “dias de velhice – velhice não é coisa que preste”.

As cartas reflectem também o anseio que os dois escritores partilhavam por receber prémios literários e a alegria que cada um deles sentia de saber que o outro o recebera. Em Julho de 1993, José Saramago escreve ao seu amigo, a propósito da atribuição do Prémio Camões a Rachel Queiroz, que não discute os méritos da premiada, mas não entende “como e porquê o júri ignora ostensivamente (quase apeteceria dizer: provocadoramente) a obra de Jorge Amado”.

No ano seguinte, Jorge Amado receberia então o prémio, e José Saramago escreveria “finalmente o Camões para quem tão esplendidamente tem servido a língua dele!”, acrescentando: “Será preciso dizer que nesta casa se sentiu como coisa nossa esse prémio?”. Mas a vez de Saramago chegou em 1995 e, em resposta às felicitações enviadas por Jorge Amado, o autor português confessou: “Em nenhum momento da vida, desde que o prémio existe, me passara pela cabeça que um dia poderiam dar-mo. Aí está ele, para alegria minha e dos meus amigos, e raiva de uns quantos ‘colegas’ que não querem admitir que eu existo…”.

Também o Nobel era tema frequente e José Saramago chega a partilhar, numa missiva para Jorge Amado, em 1994, o desejo de que o prémio lhes fosse atribuído em conjunto, ideia que o escritor brasileiro recebeu com regozijo, considerando-a “magnífica”, mas temendo que “os suecos da Academia” dividissem “o milhão entre Lobo Antunes e João Cabral”.

No entanto, os anos passavam e o prémio não chegava para nenhum deles, levando José Saramago, em 1997, a escrever, em desabafo, a Jorge Amado, que os membros da Academia não gostam da língua portuguesa e que “não têm metro que chegue para medir a estatura de um escritor chamado Jorge Amado”.

Nesse mesmo ano, a correspondência entre os dois cessou devido ao agravamento da saúde do coração e dos olhos de Jorge Amado, que foi perdendo a visão mais rapidamente do que se esperava, acabando por mergulhar numa profunda depressão, que o deixava dias inteiros deitado num cadeirão na sala, com os olhos fechados.

A 8 de Outubro de 1998, Zélia sentou-se a seu lado e deu-lhe a notícia de que o “seu amigo José Saramago vinha de ganhar o Prémio Nobel”, conta a filha. “Como num passe de mágica, um milagre luso-sueco, Jorge pulou do cadeirão, chamou Paloma, pediu que se sentasse no computador, que ele iria ditar uma nota”.

Foi a última carta. Brindou com champanhe, fez a festa com a mulher e a filha e “foi dormir contente”. “No dia seguinte, não quis mais abrir os olhos”.

29 Nov 2017

Chineses esgotam presunto espanhol

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s elites chinesas estão a descobrir o presunto ibérico e, depois do recente levantamento de restrições à sua importação, a procura pelo produto gourmet aumentou de tal forma que há quem tema em Espanha não conseguir ter o presunto na mesa este Natal. O produto chegou ao Oriente com a crise. “A crise económica foi um incentivo para sairmos para o exterior e isso permitiu que muitos conhecessem o presunto e se apaixonassem por ele”, disse René Lemeé, director de Exportación de Cinco Jotas, a primeira empresa a negociara com a China, ao El País. Os chineses tomaram o gosto ao presunto e, desde 2014, a China tornou-se no maior mercado estrangeiro do produto. Mas a procura está a ser excessiva e os produtores espanhóis não estão a conseguir satisfazer a procura porque um bom presunto – de porco preto e alimentado a bolotas – demora anos a ser produzido. Só a cura pode levar entre 36 a 48 meses. Um presunto de 7,5 kg pode custar entre 150 a 600 euros e, este ano, o preço já aumentou 10 por cento. “A subida do preço é inevitável”, disse Roberto Batres, que exporta presunto, vinho e azeite para a China. “As empresas licenciadas para negociar com a China não têm presunto de bolota suficiente para satisfazer a procura chinesa.” A procura é tal que algumas empresas chinesas já começaram a importar pernas de porco preto congeladas e estão a tentar fazer a cura à moda espanhola. “São muito salgados”, garante Roberto Batres.

29 Nov 2017

Empresas chinesas ameaçam império americano de comércio online

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]acebook e Amazon perderam o estatuto de empresas com o maior valor de mercado. Adivinhe quem se senta agora na cabeceira da mesa.

Os grupos chineses Tencent e Alibaba já alcançaram o Facebook e a Amazon em termos de valor de mercado, um reflexo da emergência das gigantes tecnológicas na China, país onde smartphones e pagamentos electrónicos são omnipresentes.

A Tencent, campeã de jogos e operadora do popular aplicativo de mensagens WeChat  tornou-se, na semana passada, o primeiro grupo tecnológico chinês a valer mais de US$ 500 mil milhões, superando o Facebook. O líder chinês de comércio on-line Alibaba, cotado em Wall Street, está logo atrás, e aproxima-se da também norte-americana Amazon.

Trata-se de um verdadeiro desafio às maiores empresas de Silicon Valley, que até então estavam no selecto grupo dos cinco maiores valores de mercado do mundo. Apenas em 2017, as cotações das chinesas Tencent e da Alibaba duplicaram – bem como sua margem de lucro.

“O sucesso  explica-se, antes de mais, pela descolagem da internet móvel, estimulada pelos fabricantes chineses de smartphones baratos”, explica Shameen Prashantham, da Escola de Comércio CEIBS, baseada em Xangai. Cerca de 724 milhões de chineses conectam-se à rede pelo telemóvel, segundo o governo: isso aumenta significativamente as bases de utentes e o volume de dados colectados, pois “as leis sobre a privacidade são menos protectoras aqui que no Ocidente”, explica Prashantham.

Actualmente, a Tencent beneficia da adesão dos utentes ao jogo “Honor of Kings”, enquanto o seu aplicativo WeChat (troca de mensagens, rede social, comércio digital e jogos) tem mil milhões de utentes, apesar da rigorosa censura ao conteúdo. Já a empresa Alibaba controla metade do e-commerce chinês entre empresas e consumidores.

Ambas as plataformas beneficiam dos problemas dos concorrentes norte-americanos no mercado chinês: o Facebook está proibido na China; o e-Bay recusa entrar no mercado chinês e a Amazon tem dificuldade de descolar na nuvem chinesa. Contudo, “a Tencent não imitou as fórmulas ocidentais. A empresa forçou-se a inovar. Deve-se a ela o desenvolvimento do pagamento electrónico”, insiste Huang Hao, pesquisador na Academia Chinesa de Ciências Sociais.

A Tencent permitiu que utentes do WeChat trocassem cartões de presentes electrónicos, enquanto a Alibaba criou sua plataforma de pagamento on-line Alipay.  “Até meu avô de 88 anos se acostumou a comunicar e a pagar via WeChat”, afirma Zhao Chen, da empresa de investimentos tecnológicos Plug-and-Play.

 

29 Nov 2017

Comércio externo | Transacções sobem 5,4 por cento

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] comércio externo de Macau subiu 5,4 por cento nos primeiros dez meses do ano, em termos anuais homólogos, atingindo 69,87 mil milhões de patacas, indicam dados oficiais divulgados ontem.

De acordo com a Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), entre Janeiro e Outubro, Macau exportou bens avaliados em 9,37 mil milhões de patacas – mais 10,3 por cento – e importou produtos avaliados em 60,50 mil milhões de patacas, ou seja, mais 4,7 por cento , em termos anuais homólogos.

Por conseguinte, o défice da balança comercial nos dez primeiros meses do ano atingiu 51,13 mil milhões de patacas.

Em termos de mercados, as exportações para a China totalizaram 1,78 mil milhões de patacas, reflectindo uma subida de 21,1 por cento relativamente a igual período do ano transacto.

As vendas para Hong Kong (5,46 mil milhões de patacas), para a União Europeia (160 milhões de patacas) e para os Estados Unidos (152 milhões de patacas) subiram 15,5 por cento , 7,8 por cento e 20,8 por cento , respectivamente, em termos anuais homólogos, segundo a DSEC.

As exportações para os países de língua portuguesa cifraram-se em 700 mil patacas, traduzindo um ‘tombo’ de 88,2 por cento face ao período homólogo de 2016.

Já do lado das importações, Macau comprou à China produtos no valor de 19,94 mil milhões de patacas nos primeiros dez meses do ano, ou seja, menos 5,7 por cento em termos anuais homólogos.

A mesma tendência foi verificada nas importações de mercadorias dos países de língua portuguesa (521 milhões de patacas) que diminuíram 3,9 por cento.

Em sentido inverso, as compras à UE (15,54 mil milhões de patacas) aumentaram 12,4 por cento.

29 Nov 2017

General investigado por corrupção suicida-se

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m alto cargo do exército chinês, o general Zhang Yang, membro da Comissão Militar Central (CMC), foi encontrado morto em casa no passado dia 23 de Novembro, após cometer suicídio, informa a agência oficial Xinhua. Segundo confirmaram fontes da investigação, o militar foi encontrado enforcado em casa.

Zhang, diretor do departamento de trabalho político e membro da Comissão Militar Central, tinha caído em desgraça dentro do Partido Comunista da China (PCC) e estava a ser investigado por possíveis crimes de corrupção.

Funcionários da CMC decidiram no final de Agosto manter “conversações” com Zhang devido à sua alegada implicação nos casos dos ex-generais Guo Boxiong e Xu Caihou, ambos ex-vice-presidentes da CMC, segundo informação oficial.

Os investigadores consideravam que Zhang tinha cometido graves violações legais e de disciplina, e suspeitavam que ocultava um grande volume de propriedades, fruto de subornos que alegadamente tinha recebido.

Guo Boxiong foi vice-presidente da Comissão Militar Central entre 2003 e 2013 e em 2016 foi condenado a prisão perpétua por aceitar subornos, em troca de promoções e deslocalizações.

Xu Caihou foi o oficial militar com o cargo mais elevado na história da República Popular da China a ser investigado por corrupção.

O caso começou em 2014 e Xu foi acusado de receber subornos em grande escala, em troca de facilitar promoções dentro do exército. No entanto, Xu morreu em 2015, vítima de um cancro, antes de ser julgado.

Um semanário chinês revelou em 2014 que Xu armazenava no sótão de sua casa o dinheiro, estátuas e pedras preciosas obtidas graças a estas manobras, e que foram necessários dez camiões para transportar os bens que tinha acumulado.

29 Nov 2017

Lei de Terras | Governo recupera terreno de forma definitiva

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] canal chinês da Rádio Macau noticiou ontem que a empresa Macau – Obra de Aterro, Lda perdeu o recurso apresentado junto do Tribunal de Última Instância (TUI) relativo à declaração de caducidade de um terreno em frente ao Centro Cultural de Macau.

O concessionário exigia também que fosse retirada a ordem de despejo de materiais e equipamentos do referido terreno, uma ordem que foi decretada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT).

Este foi um dos terrenos citados no relatório do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) como tendo recebido uma concessão com um prazo de 25 anos. Contudo, nesse período de tempo, “a Administração Pública não lhes deu tratamento atempado”.

A concessão provisória do terreno expirou em Julho de 2015, sendo que a Macau – Obras de Aterro, Lda já tinha delegado à Companhia de Desenvolvimento Fomento Predial Sei Pou Limitada o direito de desenvolver aquele pedaço de terra. A finalidade do terreno destinava-se à construção de um edifício com 23 pisos para habitação, comércio, hotel e estacionamento.

O TUI considerou que a acção de despejo decretada pela DSSOPT foi fruto da declaração de caducidade de concessão, tendo sido apenas um acto de execução autorizado pelo Chefe do Executivo.

29 Nov 2017

Taiwan : Presidente de considera “inaceitável” condenação de activista

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m tribunal chinês condenou ontem o activista e professor taiwanês Lee Ming-che por “subversão do poder do Estado” através de opiniões e comentários expressados fora do território chinês. A sentença foi emitida pelo tribunal intermédio de Yueyang (província de Hunan). Lee, de 42 anos, disse que não vai recorrer da decisão, informaram os meios de comunicação de Taiwan.

Este é o primeiro caso de extraterritorialidade numa condenação a críticos da China, o primeiro cidadão não-chinês e membro de uma organização não-governamental processado no país e o primeiro taiwanês condenado por subversão contra o poder de Pequim.

O gabinete presidencial de Taiwan classificou como “inaceitável” e “lamentável” a condenação, ontem, do activista pró-democracia taiwanês Lee Ming-che a cinco anos de prisão por alegados crimes de “subversão contra o poder do Estado”.

“Difundir a democracia não é crime”, e é inaceitável que Lee seja condenado por partilhar as suas ideias sobre a democracia com amigos na China através da Internet, de modo a demonstrar o seu interesse pelo desenvolvimento da democracia e da sociedade civil na China, disse o porta-voz presidencial Alex Huang, em conferência de imprensa.

A presidência taiwanesa instou Pequim a “libertar Lee Ming-che o quanto antes” e afirmou que a sentença “prejudicou seriamente” os laços bilaterais e vai contra a convicção taiwanesa na “liberdade e democracia”.

O Conselho de Assuntos da China Continental, de Taiwan, acrescentou que as actividades de Lee “não representam qualquer perigo para a segurança e estabilidade” da China, e que “virar as costas aos valores universais de democracia e direitos humanos” vai “prejudicar a imagem internacional” da China.

Um tribunal da província chinesa de Hunan condenou a cinco anos de prisão o activista e professor taiwanês Lee Ming-che por “subversão do poder do Estado”, através de opiniões e comentários expressados nas redes sociais fora da China.

Um comunicado conjunto de várias organizações governamentais de Taiwan critica a condenação como “uma violação dos direitos humanos” e “do ordenamento jurídico chinês”. “Esta sentença é ridícula: não é apenas uma flagrante violação dos direitos humanos, mas mostra a debilidade de um regime que tem de recorrer a esta repressão para se manter no poder”, disse à agência Efe a secretária executiva da Associação Pró-Direitos Humanos de Taiwan, Eeling Chiu.

Chiu também instou a Presidente taiwanesa a emitir uma condenação contra a sentença e criticou o abuso de que representa condenar na China um taiwanês por acções registadas em Taiwan. “A China não tem jurisdição sobre actos registados em Taiwan e esta sentença é um abuso de extraterritorialidade”, disse.

29 Nov 2017

Cimeira da CEEC : China é “oportunidade” para o continente europeu

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro húngaro Viktor Urban não tem dúvidas: a Europa empobrecida precisa de novas fontes de investimento. Chinesas, é bom de ver.

A cimeira da CEEC – que reúne 16 países da Europa Central e do Leste – com a China decorreu esta segunda-feira em Budapeste. Esta foi a sexta cimeira anual do chamado “16+1”, integrada por China, Hungria, Albânia, Bulgária, Bósnia, República Checa, Croácia, Estónia, Letónia, Lituânia, Macedónia, Montenegro, Polónia, Roménia, Sérvia, Eslováquia e Eslovénia.

O objectivo é o desenvolvimento da cooperação aduaneira e turística com o Império do Meio. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, anfitrião da cimeira que contou com os chefes de Estado e de governo dos 17 países, referiu: “Precisamos de recursos externos, tanto técnicos como financeiros, para desenvolver esta região. Os recursos europeus não são suficientes, por isso damos as boas vindas à ideia de uma nova ordem económica, uma vez que a China quer envolver-se no processo de desenvolvimento da região”.

O primeiro-ministro chinês afirmou que nos próximos cinco anos a China tenciona importar cinco biliões de dólares de mercadorias e bens e fazer investimentos da ordem dos 700 mil milhões Acordos aduaneiros para aligeirar os procedimentos de mobilidade de pessoas e trânsito de mercadorias e o aumento do fluxo turístico de chineses para a o Leste e centro da Europa, estiveram na ordem do dia. Os países da CEEC têm planos criar um novo serviço aéreo com ligações entre regiões europeias e asiáticas.

Dinheiro e mais dinheiro

O Banco Chinês de Desenvolvimento garantirá US$ 2 mil milhões para um fundo de desenvolvimento dos países da região, antecipou o primeiro-ministro, que também prometeu US$ 1000 milhões numa segunda etapa do projecto para investimentos e projectos de cooperação.

Nos últimos anos, Pequim promoveu investimentos na região e criou esse formato diplomático para tentar exercer influência sobre a Europa Oriental, segundo alguns analistas. O projecto faz parte da estratégia chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”. O objectivo é formar um novo corredor comercial através de maciços investimentos, estreitando relações entre Ásia e Europa.

Um exemplo dessa cooperação é uma nova ligação de comboio entre Hungria e Sérvia, construída com um empréstimo chinês que cobrirá 80% do custo total de 1,75 milhão de euros.

Depois de se reunir com os líderes da região, Li Keqiang afirmou que o encontro foi “bem-sucedido” e que vários acordos foram assinados. O presidente da Hungria, Viktor Orban, que tem uma relação tensa com a UE, destacou que a China não só representa uma possibilidade para a Hungria, mas para todo o continente. Além disso, defendeu que o grupo “16+1” também beneficia o bloco europeu.

“Para que a região possa se desenvolver, precisamos de fontes tecnológicas e financeiras externas, já que os fundos europeus em si não são suficientes. A época actual é marcada pelo auge da Ásia e da China”, disse Orban depois do encontro.

A China também ofereceu 5 mil bolsas de estudo para estudantes do centro e do leste da Europa no país, anunciou Li Keqiang.

Na reunião, os participantes decidiram que o próximo encontro do grupo “16+1” será realizado na Bulgária. O primeiro-ministro do país, Boiko Borisov, disse em Budapeste disse que os projectos da nova aliança e da UE não concorrem entre si, mas se complementam.

Depois da Hungria, o primeiro-ministro da China viaja hoje, quarta-feira, para Sochi, na Rússia, onde participará de uma reunião da Organização de Cooperação de Xangai (SCO).

 

29 Nov 2017

Malo Clinic demarca-se de fecho em Macau

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente da Malo Clinic, Paulo Maló, afirmou ontem que a ordem de encerramento do Hospital Taivex/Malo, em Macau, não abrange a sua empresa, que partilha o mesmo espaço. “O que se passou foi que as autoridades de Macau encerraram temporariamente o hospital Taivex/Malo e não a Malo Clinic em Macau”, disse o empresário à agência Lusa.

Em declarações por via telefónica, o empresário português esclarece que a Malo Clinic detém em Macau apenas a actividade ligada à medicina dentária e não à actividade relacionada com outras áreas médicas, que são responsabilidade de outras entidades. “A Taivex/Malo não é a Malo Clinic”, frisou Paulo Malo, notando que as duas entidades têm estruturas accionistas diferentes.

Na semana passada, os Serviços de Saúde de Macau informaram que “o Hospital Taivex/Malo está suspenso até 21 de maio de 2018 devido à prática de procriação medicamente assistida, tráfico e contrabando de medicamentos de oncologia, falta de condições de higiene e segurança para a prestação de cuidados de saúde”.

As instalações do hospital foram, entretanto, encerradas, o que na prática afecta o funcionamento da Malo Clinic, explica o empresário. “O que acontece é que como a Malo Clinic partilha o mesmo espaço e está sob a mesma licença, provavelmente não vamos conseguir ter acesso às nossas instalações”, explicou. “Mas estamos fechados não porque fizemos algo de errado, mas por que a Taivex/Malo fez algo contra a lei”, acrescentou.

A Malo Clinic prestava cuidados de medicina dentária em Macau no hospital de Dia Taivex/Malo e ao abrigo da licença atribuída àquela unidade hospitalar. Além do encerramento das instalações do Hospital Taivex/Malo, foram aplicadas duas multas: uma no valor de 103.000 patacas, a quatro médicos e um enfermeiro, e outra de 76.000 patacas, por técnicas ilegais de procriação medicamente assistida e prestação de serviços de oncologia, sem autorização dos Serviços de Saúde.

28 Nov 2017

Pequim : Petição contra expulsão de trabalhadores migrantes

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de cem intelectuais chineses assinaram uma petição a pedir ao governo do município de Pequim que pare de expulsar dezenas de milhares de trabalhadores migrantes, após um incêndio que causou 19 mortos. Depois de um dos mais graves incêndios, dos últimos anos, na capital chinesa, que terá começado nos sistemas de refrigeração na cave do edifício, as autoridades lançaram uma campanha de 40 dias para inspeccionar as construções da cidade.

Nos subúrbios da capital, muitas das construções que acolhem trabalhadores migrantes são ilegais, assim como os negócios que servem estas comunidades. Pequenas lojas e restaurantes nos subúrbios de Pequim estão a ser encerrados e os moradores expulsos, com apenas alguns dias, ou mesmo horas de aviso prévio, de acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

A petição, assinada por 112 académicos, advogados e artistas chineses, classificou a campanha de “cruel” e “grave violação dos Direitos Humanos”. “O desenvolvimento de Pequim é não só fruto do trabalho árduo dos seus cidadãos, mas também do sacrifício e contribuição de pessoas de outras partes do país”, lê-se no documento, difundido ‘online’. “Pequim deve agradecer aos cidadãos chineses, em vez de esquecer e retribuir às pessoas do país com arrogância, discriminação e humilhação, sobretudo ao grupo com rendimento mais baixo”, acrescentou.

Mais de 400 pessoas viviam no edifício que ardeu este mês. Entre os 19 mortos, oito eram menores de idade. O incêndio ocorreu também numa altura em que as autoridades têm lançado várias obras para embelezar a capital, que resultaram no encerramento de vários negócios.

Pequim é sede de um município com perto de 22 milhões de residentes, que são, na sua maioria, trabalhadores migrantes. Os altos preços do imobiliário e o restrito sistema de residência da capital, conhecido como “hukou”, mantêm muitos destes trabalhadores em bairros degradados na periferia.

28 Nov 2017

Hong Kong : Legco pede devolução de salários a deputados desqualificados

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselho Legislativo de Hong Kong está a pedir a quatro ex-deputados a devolução dos salários e apoios financeiros auferidos durante nove meses, desde a tomada de posse em Outubro até os seus juramentos serem declarados inválidos em Julho. Os ex-deputados Lau Siu-lai, Nathan Law, Leung Kwok-hung e Edward Yiu devem individualmente ao Conselho Legislativo (LegCo) da antiga colónia britânica entre 2,7 e 3,1 milhões de dólares de Hong Kong, informa a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK).

A decisão para tentar recuperar o dinheiro foi anunciada ontem pelo presidente do LegCo, Andrew Leung, após uma reunião especial da comissão do LegCo. “Temos de seguir a decisão do tribunal de primeira instância. E porque estão envolvidos fundos públicos, temos de agir com prudência nesta questão”, afirmou Andrew Leung.

O presidente do LegCo disse que a comissão vai enviar uma carta aos quatro deputados que perderam os respectivos assentos em Julho, os quais terão quatro semanas para responder. Leung admitiu que a tentativa de recuperar o dinheiro pode ser contestada em tribunal. O Tribunal Superior de Hong Kong indicou que a decisão para desqualificar os quatro ex-deputados pró-democracia tem efeitos retroactivos até Outubro, quando foram prestados os juramentos.

Entre os quatro desqualificados estão o radical Leung Kwok-hung, mais conhecido por “Long hair” (“cabelo comprido”) e a professora universitária Lau Siu-lai, que em Setembro recorreram da decisão do tribunal. Já os ex-deputados Nathan Law e Edward Yiu decidiram não apresentar recurso.

O LegCo está também a tentar recuperar 1,8 milhões de dólares de Hong Kong em salários e apoios financeiros de Sixtus Leung e Yau Wai-ching, os primeiros dois ex-deputados a serem desqualificados, em Novembro, pela forma como prestaram juramento. Estes dois jovens, que tinham sido eleitos pelo grupo localista ‘Youngspiration’, recusaram devolver o dinheiro e o LegCo avançou com uma acção na justiça.

O Conselho Legislativo de Hong Kong é composto por 70 deputados. Com a desqualificação de seis, todos eles do campo pró-democracia e anti-Governo, as forças pró-Pequim passaram a estar em maioria. Eleições intercalares vão ser realizadas em 11 de Março para preencher quatro dos seis lugares deixados vagos por desqualificação.

28 Nov 2017

China | Presidente quer casas-de-banho limpas

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China deve continuar a melhorar as casas-de-banho do país como parte de sua “revolução das casas-de-banho”, voltada para o desenvolvimento do turismo nacional e melhorar a qualidade de vida das pessoas, disse o presidente Xi Jinping.

A construção de casas-de-banho limpas é uma importante parte para impulsionar a civilização urbana e rural e mais esforços devem ser feitos tanto nas cidades como nas áreas rurais para melhorar as casas-de-banho, disse Xi numa instrução recente sobre o avanço da revolução das casas-de-banho executada no sector turístico.

A par com a revolução das casas-de-banho, a China deve construir melhores instalações e serviços públicos para impulsionar a indústria turística, disse Xi.

Xi enfatizou há muito tempo a importância da revolução das casas-de-banho para promover a qualidade da indústria turística. Segundo o presidente, os funcionários públicos devem fazer esforços consistentes e tomar medidas para lidar com os assuntos existentes há muito tempo e corrigir os maus hábitos no turismo.

As autoridades locais estão actualmente mais cientes da importância das casas-de-banho, acreditando que melhores banheiros não só são benéficos para o turismo, mas também podem melhorar o ambiente de trabalho e vida da população, além de promover o nível geral da civilização da sociedade.

Ao visitar áreas rurais, Xi costumava perguntar aos moradores locais sobre as condições das casas-de-banho, e enfatizou muitas vezes que casa-de-banho limpas para os moradores rurais são importantes para a construção de uma “nova zona rural”.

A China lançou uma revolução das casas-de-banho em todo o país em 2015 com o objectivo de as tornar mais limpas e mais reguladas.

As casas-de-banho nas zonas rurais e nos destinos turísticos tinham uma má reputação. Nas áreas rurais, algumas eram nada mais do que abrigos temporários cercados por espigas de milho, e outras eram covas perto de chiqueiros. Nos destinos turísticos, os visitantes frequentemente sentiam falta de casa-de-banho, más condições higiénicas e falta de trabalhadores de saneamento.

Até o final de Outubro deste ano, a China construiu ou melhorou 68 mil casas-de-banho nos destinos turísticos, 19,3% mais que o objectivo.

A revolução das casas-de-banho tem sido expandida gradualmente dos destinos turísticos para cobrir o país inteiro, das cidades para as áreas rurais. O país planeia construir ou melhorar outros 64 mil casas-de-banho nos destinos turísticos de 2018 a 2020, segundo um plano de acção divulgado pela Administração Nacional de Turismo da China.

28 Nov 2017

BRICS discutem sistema alternativo para o comércio do ouro

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s países do BRICS produzem e consomem volumes impressionantes de ouro e querem continuar a fazê-lo sem ser através dos centros europeus tradicionais. O Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul estão a dicutir a possibilidade de criar um sistema de compra e venda de ouro separado dos tradicionais centros de comércio, disse o vice-presidente do Banco Central da Rússia, Sergei Shvetsov.

“O sistema tradicional [de comércio de ouro], baseado em Londres e parcialmente em cidades suíças, é cada vez menos relevante à medida que estão a surgir novos centros de comércio, sobretudo na Índia, China e África do Sul”, disse no fim de semana durante uma conferência sobre o mercado de metais preciosos.

“Estamos a falar da possibilidade de estabelecer um único [sistema de] comércio de ouro tanto dentro do BRICS como a nível de contactos bilaterais”, informou Shvetsov, acrescentando que o sistema, levando em conta os impressionantes níveis actuais de consumo e produção do metal precioso nos países do bloco, levaria à criação de novos pontos de referência a nível internacional.

De acordo com o vice-presidente, o Banco Central russo já firmou um memorando com a China para desenvolver o comércio bilateral de ouro. O banco espera que em 2018 seja lançado o sistema de comércio bilateral com Pequim.

Segundo os dados do Conselho Mundial de Ouro, a Rússia é o maior comprador oficial de ouro e o terceiro maior produtor mundial. Desde o início das sanções, o Banco Central russo compra cerca de 100 toneladas de ouro por ano.

Por seu lado, durante os últimos meses, a China contribuiu mais que qualquer outro país para o crescimento da procura por barras de ouro.

28 Nov 2017