Sida | Macau quer chegar aos 90 por cento de diagnósticos até 2020

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Comissão de Luta contra a Sida reuniu na passada quinta-feira, tendo sido apresentados os últimos dados relativos a esta doença. Segundo um comunicado oficial, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, garantiu que até 2020 Macau pretende atingir as metas 90-90-90 da ONU. Significa isto que, até essa data, “90 por cento das pessoas infectadas devem estar diagnosticadas”. Dessas, “90 por cento devem estar em tratamento, e, neste grupo, 90 por cento devem ter uma carga viral indetectável, não podendo, assim, infectar terceiros”.

Lei Chin Ion adiantou ainda que “no próximo ano deve ser reforçado o trabalho de divulgação relativo à prevenção da SIDA na comunidade, reduzindo o número de casos através do aperfeiçoamento dos serviços de acompanhamento de indivíduos infectados”.

Leong Iek Hou, secretário-geral da Comissão de Luta Contra a Sida, apresentou os últimos dados sobre esta matéria, tendo referido que, entre Janeiro e Outubro, foram registados 16 casos de residentes locais que foram declarados infectados com VIH em Macau. Destes, a infecção em nove casos ocorreu por via heterossexual, em sete casos via homossexual.

“Em geral, os casos de infecção dos residentes locais são originados principalmente por contactos heterossexuais. No entanto, o número de casos de contacto homossexual ou bissexual nos últimos anos tem registado uma tendência de aumento”, adiantou a responsável.

Já Lei Lai Peng, chefe da divisão de Tratamento da Toxicodependência e Reabilitação do Instituto de Acção Social, disse que os serviços de manutenção de metadona “têm revelado bons resultados, com uma taxa de presença dos doentes de 87 por cento”. Nos primeiros nove meses do ano foram recolhidas 14.258 seringas.

11 Dez 2017

Doença das vacas loucas | Registado caso suspeito em Macau

[dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi detectado no Centro Hospitalar Conde de São Januário um caso suspeito de infecção por doença das vacas loucas, também conhecida como a doença de Creutzfeldt–Jakob. Segundo um comunicado dos Serviços de Saúde (SS), a mulher, de 60 anos e natural de Macau, está internada “em estado grave”, não existindo, até ao momento, quaisquer novidades sobre o caso, apurou o HM junto dos Serviços de Saúde.

Segundo um comunicado oficial, em Outubro a paciente “manifestou, durante uma estadia nos Estados Unidos, sintomas de hemiparesia, tendo manifestado também espasmos musculares, diminuição da força muscular dos membros, dificuldade de fala, entre outros, que gradualmente foram agravados”.

A doente foi internada no São Januário na quinta-feira, depois de ter recorrido a assistência médica nos Estados Unidos, em Zhongshan, no interior da China e Hong Kong, sem que a sua situação clínica tenha apresentado melhorias.

“A paciente não tem história familiar das doenças semelhantes, nem foi submetida a transfusões de sangue ou intervenção cirúrgica. De acordo com a história de contactos, história familiar, manifestações clínicas e Electroencefalograma (EEG), entre outros exames, a probabilidade de ter sido contraída a doença de Creutzfeldt–Jakob esporádica é muito elevada”, apontam os SS no mesmo comunicado. Em Macau foi relatado um caso de doença de Creutzfeldt–Jakob esporádica em 2012.

11 Dez 2017

UM | Wei Zhao garante que cumpriu a lei no processo de saída

De saída da Universidade de Macau, Wei Zhao garante que actuou dentro dos limites da lei e alerta o governo para a falta de competitividade do território na atracção de quadros qualificados

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] reitor da Universidade de Macau Wei Zhao garante que cumpriu a lei no âmbito da sua saída para a Universidade Americana de Sharjah. As declarações sobre a polémica relacionada com o não cumprimento de um período de nojo de seis meses foi deixada numa entrevista publicada pelo jornal Ou Mun.

Quando focou o assunto pelo qual está a ser investigado, Zhao sublinhou que “cumprir as leis é a obrigação mais básica dos cidadãos” e que “vai de certeza pôr esta obrigação na prática”.

Por outro lado, o reitor, que deixa o cargo a 8 de Janeiro, defendeu que o seu sucessor, Yonghua Song, devia chegar antes do início do seu mandato a bem do “interesse geral” da universidade.

Sobre o percurso de nove anos à frente da UM, que considerou cheio de mudanças, Wei Zhao explicou que não consegue seleccionar o momento mais marcante. Já em relação os momentos mais baixos, frisou que “só um idiota é que se sente sempre feliz, sem pensar nos seus arrependimentos”. Porém, não mencionou casos negativos concretos.

Se por um lado, Wei Zhao confessou estar agradado por ter testemunhado o desenvolvimento rápido da UM, por outro lado, admitiu sentir alguma mágoa na hora de sair. Quando lhe foi pedido que explicasse melhor esse sentimento, Wei afirmou ser algo que não consegue transmitir por palavras.

A construção da UM como uma das melhores universidades a nível mundial foi a meta que Wei Zhao definiu, quando tomou posse. Em jeito de balanço, o reitor considerou que o mais importante está conseguido e deu como exemplo a vontade dos estudantes locais se quererem inscrever e estudar na UM.

Guerra de talentos

Sobre o objectivo da UM formar um futuro Chefe do Executivo, Wei Zhao pediu confiança à população, sublinhando que sem essa meta a “existência da UM será insignificativa”. Wei reconheceu também que ao longo do percurso procurou sempre ir ao encontro das necessidades dos estudantes e da sociedade.

Face ao futuro, antes da tomada de posse na universidade para onde vai, o reitor espera poder descansar. “Nos últimos nove anos, as férias que gozei não chegaram a totalizar mais de 30 dias. Se calhar é por causa das minhas limitações, mas sempre fiz o maior esforço em prol do desenvolvimento da UM, e agradeço o prazer que tive ao servir o ensino superior de Macau”, apontou.

O reitor disse também que apesar de no passado ter defendido que os preços elevados do imobiliário são um dos grandes desafios para atrair talentos do exterior, que esse não é o maior obstáculo que da UM enfrenta, neste momento.

Nesse sentido, Wei Zhao alertou para o facto da concorrência pelos quadros qualificados estar a ficar cada vez mais intensa, apontando para as instituições de ensino superior do Continente. Se no passado as universidades do Interior da China apresentavam falta de competitividade, agora, diz, esse cenário está muito diferente.

Ao mesmo tempo, Wei Zhao considerou que Macau e Hong Kong apresentam competitividade para atraírem talentos estável, mas que não vai além de um nível médio. Como tal sugere que se comece por reconhecer este facto e que se coopere com as políticas do Governo, no âmbitos de melhorar as condições sociais.

11 Dez 2017

Obras Públicas | Novo regulamento da construção urbana quase concluído

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, garantiu ontem que a alteração do Regulamento Geral da Construção Urbana “está prestes a ser finalizada”, sendo que “os serviços competentes têm dedicado um grande volume de trabalho a este assunto”. “A revisão do referido regulamento representa um dos trabalhos de revisão legal de grande importância para o Governo, pelo que os serviços da área irão intensificar a comunicação e a coordenação com os serviços competentes”, adiantou a secretária. Sónia Chan explicou ainda que, depois da proposta de revisão estar concluída, “não será necessário alterar a actual e não oficial versão chinesa do regulamento”. A ausência de uma tradução oficial deste diploma de português para chinês, datado de 1963, foi apontada pelo director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, Li Canfeng. A secretária para a Administração e Justiça referiu ainda que, no que diz respeito à revisão geral das versões chinesas e portuguesas das leis, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Justiça irá necessitar de “algum tempo” para concluir esse trabalho, “devido à limitação de recursos humanos e dada a complexidade das tarefas”.

11 Dez 2017

Xi Jinping defende voz para “países em desenvolvimento”

Um fórum sobre direitos humanos em Pequim relembra a posição da China.

[dropcap style≠‘circle’]”A[/dropcap] comunidade internacional deve respeitar e reflectir a vontade das pessoas dos países em desenvolvimento à medida que os direitos humanos são formulados”, disse o presidente Xi Jinping, acrescentando que o estabelecimento de direitos humanos em todo o mundo não pode ser alcançado sem os esforços conjuntos dos países em desenvolvimento. Os comentários de Xi foram feitos numa mensagem de congratulações ao Fórum Sul-Sul dos Direitos Humanos, inaugurado em Pequim na quinta-feira.

O fórum de dois dias foi convocado pela primeira vez e centrou-se no estabelecimento dos direitos humanos para os cidadãos dos países em desenvolvimento.

Mais de 300 delegados, provenientes de mais de 70 países e organizações internacionais, participaram do fórum, sob a temática “Construindo uma Comunidade de Futuro Compartilhado para os Seres Humanos: Novas Oportunidades para o Desenvolvimento dos Direitos Humanos Sul-Sul”.

“Os direitos humanos podem e devem ser promovidos à luz das condições nacionais específicas e das necessidades dos povos”, reforçou Xi, apelando aos países em desenvolvimento que defendam a universalidade e as especificidades dos direitos humanos e aumentem constantemente o nível de protecção dos mesmos.

A mensagem de Xi dizia ainda que, “seguindo uma filosofia de desenvolvimento centrada nas pessoas, o Partido Comunista da China e o governo chinês sempre colocaram os interesses do povo acima de tudo e trabalharam arduamente para ir de encontro aos desejos das pessoas por uma vida melhor e melhorar o respeito e a protecção dos direitos fundamentais do povo chinês”.

O plano de desenvolvimento delineado no 19º Congresso Nacional do PCC dará um forte impulso ao desenvolvimento dos direitos humanos na China e acarretará “novas e maiores contribuições para o progresso da humanidade”, reiterou Xi.

A mensagem foi lida por Huang Kunming, membro do Comité Central do PCC, na cerimónia de abertura do fórum.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, que também discursou durante a cerimónia de abertura, disse que as práticas da China revelam que há mais formas de proteger os direitos humanos e que a China respeita outros países na escolha dos seus próprios caminhos de desenvolvimento e formas de protecção dos direitos humanos.

Yldiz Deborah Pollack-Beighle, ministra dos Negócios Estrangeiros do Suriname, disse que o pensamento sobre a construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade reflecte a aspiração da maioria dos países e vai de encontro aos interesses comuns da comunidade internacional.

Os direitos humanos não devem ser politizados e discutidos de forma conflituosa, reforçou, acrescentando que o fórum “reúne um grupo de países e especialistas de mentalidade semelhante num momento importante para a nova era dos direitos humanos”.

 

11 Dez 2017

Acreditação | Alunos de Serviço Social do IPM reuniram com deputado

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]e acordo com o Jornal do Cidadão, um grupo de estudantes do curso de Serviço Social do Instituto Politécnico de Macau (IPM) encontrou-se com o deputado Leong Sun Iok para apresentarem dúvidas sobre o regime de acreditação profissional e inscrição para assistentes sociais, actualmente em análise na especialidade na Assembleia Legislativa (AL).

Relativamente ao Conselho Profissional dos Assistentes Sociais, os estudantes reconheceram a sua importância, mas apontaram que existem falhas na sua composição, considerando que o sistema proposto pelo Governo pode levar a que os “que não são profissionais liderem [o processo de acreditação] dos assistentes sociais profissionais”.

Além disso, e uma vez que não foi clarificado na proposta de lei o conceito de “área de serviço social”, os estudantes preocupam-se que os membros, assim como o Conselho Profissional dos Assistentes Sociais, sejam pouco reconhecidos pela sociedade.

Os estudantes lembraram ainda que a proposta não esclarece as competências do presidente do Conselho Profissional dos Assistentes Sociais, esperando que esta e outras questões sejam abordadas nas próximas reuniões da 2ª comissão permanente da AL, onde o diploma está a ser discutido.

Citado pelo mesmo jornal, o deputado Leong Sun Iok disse que o Governo deve prestar mais esclarecimentos sobre o diploma para que se evitem situações de especulação. O deputado propõe que seja implementado um sistema de revisão, para que a lei possa ser revista periodicamente, de acordo com o futuro da profissão.

11 Dez 2017

PSP | Agentes condenados por corrupção passiva e abuso de poder

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]rês agentes da PSP de Macau viram confirmadas pelo Tribunal de Última Instância as penas de prisão de 18, 11 e nove anos por corrupção passiva, abuso de poder e violação de segredo. O caso, conhecido em Janeiro do ano passado, envolveu seis agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública, todos condenados no Tribunal Judicial de Base a penas que iam de um ano e nove meses de cadeia a 15 anos.

Todos os arguidos recorreram para o Tribunal de Segunda Instância (TSI) que agravou as penas a quatro dos envolvidos. Destes quatro, três levaram o caso ao Tribunal de Última Instância (TUI), que confirmou as condenações. Outros três arguidos recorreram apenas ao TSI, e destes um viu a pena agravada de 11 anos para 12 anos e seis meses, e os outros dois ficaram com as penas inalteradas, de quatro anos e de um ano e nove meses, respectivamente.

Os agentes foram acusados designadamente de auxiliar “pessoas que estavam interditas de entrar na Região [Administrativa Especial], para entrarem e saírem ilegalmente de Macau, e abrigar aquelas pessoas na permanência no território, recebendo “custas para a passagem” e “custas por protecção”, além de cancelarem e atrasarem ilicitamente a “instauração de processos de interdição de entrada” na Região.

11 Dez 2017

China acusa líder australiano de minar confiança mútua

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] China acusou o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, de minar a confiança mútua entre os dois países, depois de este ter acusado potências estrangeiras de tentar influenciar o processo político do seu país. O primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, disse esta semana que o seu Governo vai actualizar as leis relativas à espionagem e traição e proibir donativos a organizações políticas australianas por estrangeiros, visando evitar interferências na política interna australiana. O anúncio surge numa altura em que os EUA estão a investigar a alegada interferência da Rússia nas suas eleições e de crescentes preocupações quanto ao dinheiro e influência chineses na política australiana.
“As potências estrangeiras estão a exercer tentativas sem precedentes e cada vez mais sofisticadas de influência no processo político, aqui e no exterior”, disse Turnbull aos jornalistas. O porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros afirmou que os comentários de Turnbull “estão cheios de preconceito contra a China” e envenenaram as relações entre Pequim e Camberra.
A China é o maior parceiro comercial da Austrália e a principal fonte de donativos estrangeiros para entidades políticas do país.
A lei australiana não distingue doadores da Austrália ou de países estrangeiros. Na semana passada, o Governo de Camberra pediu o afastamento do senador da oposição australiana Sam Dastyari por este ter solicitado donativos a um empresário chinês, uma acção que passará a ser crime caso a proposta de Turnbull avance.
Segundo a nova legislação, passa a ser considerado crime actuar em benefício de uma entidade estrangeira, de forma a influenciar um processo político ou governamental. Uma outra lei vai proibir donativos estrangeiros a entidades políticas australianas.
Dastyari solicitou donativos ao empresário chinês Huang Xiangmo para cobrir despesas pessoais. Numa conferência de imprensa, organizada apenas para jornalistas chineses, o senador australiano deturpou a política australiana para as reclamações territoriais de Pequim no Mar do Sul da China.
O Governo australiano defende ainda o afastamento de Dastyari, por ter dado a Huang conselhos contra-espionagem, quando no ano passado disse ao empresário que deixasse o telemóvel dentro da sua mansão em Sidney enquanto iam lá fora falar.

11 Dez 2017

Orçamento 2018 | Parecer aponta falta de previsões macroeconómicas

Parecer da Comissão da Assembleia Legislativa, que analisa a lei do Orçamento de Macau para 2018, aponta a falta de previsões económicas a longo-prazo. A proposta orçamental não prevê a taxa de inflação ou o crescimento económico previsto para o ano que se avizinha

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] falta de previsões macroeconómicas figura como uma das lacunas da proposta de lei do Orçamento de Macau para 2018 sinalizadas no parecer da comissão da Assembleia Legislativa (AL) que analisou o diploma aprovado na generalidade em Novembro.

“Não se refere, nos documentos do orçamento apresentados pelo Governo, quais os pressupostos económicos (previsões) que foram adoptados na elaboração do orçamento para 2018. Por exemplo, a taxa do aumento económico ou a taxa de inflação para 2018, indicadores que estiveram em falta no decorrer da previsão económica”, refere o parecer da 2.ª Comissão Permanente da AL, datado de terça-feira.

O documento refere que cada serviço, após a avaliação interna do ano anterior, apresentou às Finanças o montante do seu orçamento para o próximo ano, “estando em falta uma base uniforme para a respectiva previsão, ou seja, qual foi a taxa do aumento económico em que se baseou a previsão”, quando, “para efeitos de uma avaliação racional, a elaboração do orçamento de cada serviço deve basear-se no mesmo pressuposto macroeconómico”.

“A previsão intercalar é um instrumento para o planeamento financeiro. Apesar de o orçamento ser de natureza anual, é indispensável, ao nível macroeconómico, a avaliação intercalar da previsão das receitas e despesas do Governo, no sentido de avaliar adequadamente a racionalidade do orçamento”, aponta o parecer. O documento realça ainda que o Fundo Monetário Internacional (FMI) propõe a inclusão de previsões intercalares de três anos.

Jogo imprevisto

“A previsão intercalar deve basear-se nos diversos pressupostos relacionados com as receitas e despesas do Governo, uns com a economia (isto é, os pressupostos económicos gerais), por exemplo, as variações reais do Produto Interno Bruto (PIB) ou a taxa tendencial do Índice de Preços no Consumidor projectadas para os anos seguintes”, diz o documento.

Em causa estão ainda “algumas actividades relacionadas com determinadas áreas do Governo”, refere aquela comissão permanente da AL, dando como exemplo as receitas de jogo, o número de visitantes ou o progresso das obras.

O parecer elabora um pouco mais sobre o caso concreto das receitas da indústria do jogo, principal motor da economia de Macau, apontando que “o Governo não esclarece a forma aplicada na respectiva estimação”, pelo que “desconhece-se os indicadores utilizados e as próprias hipóteses inerentes às previsões sobre o crescimento da economia no próximo ano”.

As receitas dos casinos “assumem um papel muitíssimo importante no que diz respeito à estabilidade financeira do Governo”, pelo que “a forma da sua estimação tem implicações relevantes nos orçamentos anuais” e “constituem mesmo factor decisivo com relação directa para a determinação do montante das despesas do Governo”, diz a comissão da AL.

“Por isso, há que uniformizar as previsões, sobre o crescimento económico, adoptadas para estimar as receitas do jogo e as respectivas previsões utilizadas na estimação das despesas do Governo, ou seja, efectuar a estimação das receitas e das despesas com base no mesmo indicador de crescimento económico do próximo ano, como por exemplo, 7 por cento, conforme resulta das previsões do FMI”, insiste a comissão da AL.

Elaborado o parecer, a proposta de lei do Orçamento de Macau para 2018 vai subir a plenário para ser votado na especialidade, não havendo ainda uma data para o efeito.

11 Dez 2017

Bloqueio marítimo é “declaração de guerra” para Coreia do Norte

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Coreia do Norte advertiu ontem que um bloqueio marítimo seria “uma declaração de guerra”, numa referência a uma das novas sanções que os Estados Unidos planeiam impor a Pyongyang após o recente lançamento de um míssil balístico. “As movimentações dos Estados Unidos para impor um bloqueio marítimo nunca podem ser toleradas, porque constituem uma clara violação da soberania e dignidade de um Estado independente”, diz um artigo de opinião publicado ontem no diário oficial Rodong Sinmun.

 

Washington “tenta abertamente impor um bloqueio marítimo contra a RPDC [República Popular Democrática de Coreia, nome oficial do país] para estrangular a sua economia em tempos de paz”, algo que, realça o mesmo artigo, faz parte do plano que os Estados Unidos aplicam “há décadas” para “aumentar o isolamento” da Coreia do Norte. O artigo, também reproduzido pela agência de notícias estatal KCNA, assinala que os tratados internacionais estabelecem que o bloqueio económico de um país em tempos de paz configura “um acto ilegal” sendo, aliás, “considerado como invasão”.

As novas sanções que Washington promove e as manobras aéreas levadas a cabo esta semana na península coreana – as maiores até à data – representam “abomináveis actos criminosos que visam empurrar a actual situação para uma fase de catastrófica e incontrolável de guerra”, sublinha Pyongyang. Neste sentido, o artigo adverte o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o “seu gangue”, de que “até o mais pequeno movimento para pôr em prática um bloqueio marítimo terá uma resposta imediata e implacável de autodefesa por parte da RPDC”.

 

O pior é o outro menino

Entretanto, o secretário-geral adjunto da ONU para os Assuntos Políticos terminou sábado a visita à Coreia do Norte, durante a qual ambas as partes acordaram “manter contactos de forma regular a vários níveis”, segundo os ‘media’ norte-coreanos. Pouco depois de o emissário da ONU ter deixado hoje Pyongyang, com destino a Pequim, os ‘media’ estatais norte-coreanos fizeram um balanço da visita de cinco dias, destacando o “profundo entendimento” entre as partes, insistindo que a actual crise na península coreana figura como consequência da “hostilidade” dos Estados Unidos.

Durante os encontros, a RPDC “clarificou a sua posição relativamente à salvaguarda da paz na península coreana e sobre a legitimidade das Nações Unidas”, escreveu a agência de notícias KCNA. Para Pyongyang, “a tensa situação na península é da inteira responsabilidade da política hostil dos Estados Unidos e das suas ameaças nucleares contra a RPDC”. Washington “revelou o seu esquema para executar um ataque nuclear preventivo de surpresa contra a RPDC, através dos maiores exercícios aéreos realizados até à data, envolvendo todo o tipo de bombardeiros estratégicos”, enfatizou o regime liderado por Kim Jong-un durante as reuniões com o norte-americano Jeffrey Feltman, segundo os ‘media’ norte-coreanos.

A delegação da ONU, por seu lado, manifestou a intenção de “ajudar a reduzir as tensões na península da Coreia à luz da Carta das Nações Unidas, que estabelece a missão de manter a paz e da segurança internacionais”, ainda de acordo com a KCNA. Feltman protagonizou a primeira visita de um responsável de Assuntos Políticos da ONU à Coreia do Norte desde o seu antecessor, o também norte-americano Lynn Pascoe, em Fevereiro de 2010.

11 Dez 2017

IPOR publica “Guia de conversação vietnamita-português”

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Instituto Português do Oriente (IPOR) apresentou hoje o “Guia de conversação vietnamita-português” para responder ao crescente interesse pela língua portuguesa no Vietname. Além de noções básicas sobre língua portuguesa, o guia apresenta vocabulário, estruturas gramaticais próprias, sinalética e gestos e expressões não-verbais documentados com imagens, abordando temas como socialização, alojamentos, estudos, visitas, deslocações, sair e fazer compras, de acordo com um comunicado do IPOR.

 

A cooperação desenvolvida entre o Vietname e o bloco lusófono aumentou o interesse pela língua portuguesa e actualmente 180 alunos frequentam o curso de licenciatura em português na Universidade de Hanói, que conta com a presença de um leitor de língua e cultura portuguesa da rede de ensino de português no estrangeiro.

A apresentação da nova edição decorreu no âmbito do terceiro encontro de pontos de rede de ensino de português, a decorrer no IPOR até sexta-feira. O guia, editado pelo IPOR e que resulta da colaboração entre o instituto e a Universidade de Hanói, vai estar à venda em livrarias em Macau e na capital vietnamita, onde vai decorrer uma sessão de lançamento no início do próximo ano.

11 Dez 2017

Clínica TaivexMalo recebe ordem de despejo

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] empresa que detém a licença da clínica TaivexMalo recebeu na quinta-feira uma ordem de despejo do Venetian Macau, hotel-casino onde se encontram as instalações, que incluem o consultório dentário Malo. De acordo com a notícia avançada pelo ‘site’ do jornal Tribuna de Macau, a TaivexMalo tem 40 dias para abandonar as instalações.

Em 24 de Novembro, os Serviços de Saúde de Macau anunciaram a suspensão da licença da TaivexMalo por seis meses, devido à prática ilegal de procriação médica assistida, tráfico e contrabando de medicamentos de oncologia e falta de condições de higiene e segurança.

Além do encerramento das instalações, até 21 de Maio de 2018, foram aplicadas duas multas a quatro médicos e um enfermeiro, e outra à clínica. “A licença de um médico foi suspensa por um período de 90 dias. Não houve nenhuma vítima resultante desta situação, no entanto não está excluída a possibilidade de uma sanção penal já que o caso foi remetido ao Ministério Público para acompanhamento”, de acordo com o comunicado divulgado então pelos Serviços de Saúde.

Em declarações à Lusa, o presidente da Malo Clinic, Paulo Maló, tinha afirmado que a ordem de encerramento das instalações da empresa PHC-Pacific Health Care, que detém a licença da TaivexMalo, não abrangia a sua empresa, mas afectou na prática o funcionamento, uma vez que partilhavam o mesmo espaço. O empresário esclareceu que a Malo Clinic detém apenas em Macau a actividade ligada à medicina dentária e não está relacionada com outras áreas médicas, responsabilidade de outras entidades.

11 Dez 2017

Tabaco: Mais de 6000 fumadores multados até Novembro

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]ais de 6.000 pessoas foram multadas em Macau até ao Novembro por fumarem em locais proibidos, informaram hoje os Serviços de Saúde. Entre 1 de Janeiro e 30 de Novembro, foram efetuadas 300.870 inspecções a estabelecimentos, ou seja, uma média diária de 943, durante as quais foram sinalizadas 6.262 violações à Lei de Prevenção e Controlo do Tabagismo, incluindo 11 relativas a ilegalidades nos rótulos dos produtos de tabaco.

Um total de 47,7% das multas foi aplicada a residentes de Macau (2.979), e igual número a turistas, enquanto as infracções cometidas por trabalhadores não residentes corresponderam a 311 ou 5% do total.

De acordo com os Serviços de Saúde, em 168 casos foi necessário o apoio das forças de segurança.

Nos casinos, onde foram efetuadas, a par com a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, 616 inspecções, 891 pessoas foram multadas, na maioria turistas (748 ou 84%).

Desde a entrada em vigor da Lei da Prevenção e Controlo do Tabagismo, a 01 de janeiro de 2012, foram multadas 44.204 pessoas, como resultado de mais de 1,5 milhões de inspecções, segundo os Serviços de Saúde.

A Lei da Prevenção e Controlo do Tabagismo tem vindo a ser aplicada de forma gradual, começando por visar a generalidade dos espaços públicos e prevendo disposições diferentes ou períodos transitórios para outros casos.

A 1 de Janeiro de 2015 entrou em vigor a proibição total de fumar em bares, salas de dança, estabelecimentos de saunas e de massagens.

Os casinos passaram a ser abrangidos dois anos antes, a 01 de janeiro de 2013, mas apenas parcialmente, dado que as seis operadoras de jogo foram autorizadas a criar zonas específicas para fumadores, que não podiam ser superiores a 50% do total da área destinada ao público.

Em Outubro de 2014, “as zonas para fumadores” foram substituídas por salas de fumo fechadas, com sistema de pressão negativa e de ventilação independente, passando a ser proibido fumar nas zonas de jogo de massas dos casinos e permitido apenas em algumas áreas das zonas de jogo VIP.

No verão do ano seguinte foi aprovada, na generalidade, uma proposta de lei que proibia totalmente o fumo nos casinos, mas o Governo viria, no entanto, a recuar na promessa inicial de “tolerância zero”.

A versão final da lei, aprovada na especialidade pela Assembleia Legislativa em meados de Julho e que entra em vigor em 1 de Janeiro de 2018, prevê a proibição de fumar em todos os recintos fechados, à excepção então dos casinos e dos aeroportos, os únicos dois locais onde as salas para fumadores são permitidas.

7 Dez 2017

Paraísos fiscais | China diz que decisão da UE sobre Macau é “inconsistente”

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China denunciou ontem a inclusão de Macau na lista de paraísos fiscais da União Europeia (UE) como “inconsistente com a realidade” do território, classificando a decisão de “unilateral e facciosa”.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Geng Shuang, frisou a inconsistência da decisão da UE, apoiando assim a resposta do Governo de Macau, que negou que o território seja um “ponto de fuga e evasão fiscal”.

“Quanto à notícia dada pela imprensa sobre a eventual inclusão de Macau na lista negra dos pontos de fuga e evasão fiscal pela UE, o Governo de Macau está a dar a maior importância ao assunto, reiterando que Macau não é absolutamente um alegado ponto de fuga e evasão fiscal ou um paraíso fiscal”, reagiu na terça-feira o gabinete do Secretário para a Economia e Finanças.

A lista negra dos pontos de fuga e evasão fiscal pela UE é o resultado final de meses de análise a vários países e territórios. As novas listas surgem no seguimento dos esforços europeus de combate à fraude e evasão fiscal, que receberam um novo fôlego depois de serem divulgadas extensas listas, como os Paradise Papers, que expõem a escala e abrangência dos esquemas de fuga ao fisco.

Em declarações ao jornal português Público, o fiscalista Nuno Sampayo Ribeiro disse que a reputação de Macau na Europa fica posta em causa, com eventuais consequências para a economia local e até para Portugal.

Esta decisão não é apenas “um facto grave para Macau, com o maior alcance político e económico”, mas também o é “para Portugal, em especial para o sector financeiro, particularmente agora que o país tem a presidência do Eurogrupo”.

Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado Adjunto e das Finanças de Mário Centeno, falou esta terça-feira sobre o caso de Macau, tendo dito que a inclusão na lista “não muda praticamente nada aquilo que é a relação entre os dois territórios, alegando que em questão estão unicamente os fluxos de capital” e que “quem quiser enviar dinheiro de Macau para Portugal terá apenas de justificar” de onde vem.

O grupo de países onde está inserido Macau, disse Sampayo Ribeiro, é considerado como “tendo deficiências graves, designadamente ao nível da transparência e da cooperação internacional. E é nesse grupo que fica Macau”. Está em causa uma “explosão reputacional” que “afectará severamente a reputação da economia local, em especial o sector bancário, e que terá expressão nos fluxos financeiros, incluindo com Portugal”, disse ao diário Público.

7 Dez 2017

IPM : Cinco novos prémios no concurso mundial de tradução chinês-português

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] atribuição de cinco menções honrosas a trabalhos que se distingam pela excelência são a novidade para a segunda edição do concurso mundial de tradução chinês-português, anunciou ontem o Instituto Politécnico de Macau (IPM). O objectivo de atribuir mais estes cinco prémios é encorajar “a participação de mais alunos” de todo o mundo e “não só de Macau, da China Interior, de Portugal e do Brasil”, como se verificou na primeira edição deste concurso, disse o presidente do IPM, Lei Heong Ieok.

“Queremos incentivar os alunos de todo o mundo, fortalecer e aumentar as suas capacidades e, através deste concurso, atrair mais equipas de outros países da Lusofonia”, sublinhou, numa referência aos países africanos de língua portuguesa.

O IPM “vai continuar a reforçar o ensino da língua portuguesa e manter a cooperação com Portugal”, disse Lei Heong Ieok, sublinhando o papel e a importância de Macau no ensino da língua portuguesa e na área da tradução chinês-português, fundamental na concretização da iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”.

As equipas concorrentes, compostas por dois ou três alunos e um professor orientador, terão três meses para traduzir um texto de português para chinês, contendo mais de cinco mil frases e sem ultrapassar as dez mil.

De acordo com o regulamento do concurso, organizado pelo IPM e pelo Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) do Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), no final de janeiro próximo terminam as inscrições e, a 01 de março os organizadores enviam o texto a traduzir para os concorrentes, que devem apresentar a 01 de junho o trabalho concluído. No final de julho são anunciados os vencedores do concurso.

O primeiro prémio é de 140 mil patacas, o segundo de 105 mil e o terceiro de 75 mil. Cada equipa que ganhar uma menção honrosa receberá 25 mil patacas. A organização vai atribuir um prémio especial para as equipas das instituições de ensino superior de Macau, de 68 mil patacas para o primeiro lugar e de 35 mil para o segundo.

A primeira edição do concurso contou com a participação de 48 equipas do interior da China, 27 de Macau, dez de Portugal e duas do Brasil.

7 Dez 2017

Xi Jinping promete China mais aberta ao mundo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, assegurou ontem que a China facilitará o comércio e investimento e estabelecerá um novo padrão de abertura ao mundo com novas alianças globais e maior liberalização económica.

Numa mensagem enviada ao Fórum Fortune Global, que arrancou ontem em Guangzhou, cidade do sul da China, Xi incitou as empresas estrangeiras a investir na China e a partilhar as oportunidades geradas pelas reformas e desenvolvimento do país.

“A China não fechará a porta ao mundo e continuará a forjar alianças globais, expandir interesses comuns com outros países e a impulsionar uma globalização económica mais aberta, inclusiva, equitativa e benéfica para todos”, afirmou.

Pequim tem assumido a defesa do livre comércio e da globalização, numa altura em que a liderança de Donald Trump, nos Estados Unidos, e o ‘Brexit’, na Europa, sugerem a emergência do proteccionismo nos países ocidentais.

No entanto, apesar da retórica da liderança chinesa, as empresas acusam a China, o maior mercado do mundo para vários bens de consumo e serviços, de interditar o acesso de capital externo a vários sectores, incluindo finanças e telecomunicações.

O país asiático ocupa o 59.º lugar, entre 62 países, do ‘ranking’ da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que avalia a abertura ao investimento directo estrangeiro.

Na mensagem difundida pela agência noticiosa oficial Xinhua, Xi Jinping disse que o país facilitará o comércio e investimento, visando maior integração da China no mundo e um ambiente de negócios mais aberto, transparente e regulado.

7 Dez 2017

Taiwan aprova lei para apagar símbolos de sua história autoritária

Chang Kai-chek e outros símbolos do regime nacionalista e do “terror branco” vão ser retirados

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s símbolos criados em homenagem ao ex-ditador nacionalista taiwanês Chang Kai-chek serão retirados da ilha após a aprovação de uma lei que pretende fechar um capítulo de seu passado autoritário. Os deputados taiwaneses aprovaram na terça-feira uma lei sobre a “justiça transicional”, que prevê a retirada obrigatória de todos os símbolos de homenagem e dos monumentos dedicados ao polémico dirigente. Estátuas serão derrubadas e os nomes de muitas ruas e escolas serão modificados.

A lei também abre o caminho para uma investigação exaustiva sobre o “terror branco” registado em Taiwan a partir de 1949, quando os nacionalistas do partido Kuomintang (KMT) fugiram da China continental após sua derrota às mãos das tropas comunistas de Mao Zedong. De 1949 a 1987, quando foi revogada a lei marcial, milhares de pessoas consideradas hostis ao governo foram torturadas e assassinadas sob o mandato de Chang e de seu filho.

Alguns taiwaneses lutam há muito tempo para limpar os nomes das pessoas que foram presas injustamente e das vítimas executadas, assim como para que os autores dos crimes sejam denunciados publicamente.

O governo autoritário de Chang Kai-chek deve ser “expurgado de toda legitimidade” porque viola a liberdade e a democracia, afirma a lei. “Com este objectivo, instituições, escolas, edifícios e espaços públicos não poderão contar com símbolos comemorativos do reinado autoritário”, destaca o texto. “Os símbolos e os sinais relacionados a este deverão ser retirados, renomeados ou eliminados”.

A presidente Tsai Ing-wen deverá ratificar a lei nas próximas duas semanas.

7 Dez 2017

Coreia do Sul : UE criticada por inclusão em lista de paraísos fiscais

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Ministério das Finanças da Coreia do Sul criticou ontem a União Europeia (UE) por incluir o país na lista negra de paraísos fiscais, argumentando que essa decisão “não está em conformidade com padrões internacionais”. Os ministros da Economia e Finanças da União Europeia (UE), reunidos na terça-feira em Bruxelas, adoptaram uma “lista negra” de 17 paraísos fiscais, por serem consideradas jurisdições não cooperantes, entre as quais figura a Coreia do Sul.

A inclusão da quarta economia da Ásia surge em resposta ao facto de ter “regimes fiscais preferenciais prejudiciais e de não se ter comprometido a corrigi-los ou aboli-los antes de 31 de Dezembro de 2018”, de acordo com o documento emitido pelo Ecofin.

Segundo um comunicado publicado hoje pelo Ministério das Finanças da Coreia do Sul, “a UE decidiu que o regime fiscal [de isenções] para empresas estrangeiras em zonas económicas especiais e outras zonas designadas” que se aplica na Coreia do Sul “entra dentro da classificação de regime tributário preferencial”.

Seul considera, no entanto, que “estas decisões da UE não se encontram em conformidade com padrões internacionais como os da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] e também vão contra acordos internacionais”.

Entre outros, o executivo sul-coreano advoga que, segundo o projecto BEPS [sigla do Plano de Acção para o Combate à Erosão Tributária e à Transferência de Lucros da OCDE], o sistema de apoio ao investimento sul-coreano não cai na qualificação de ‘regime preferencial’”.

Também considera que o bloco dos 28 estendeu o foco de aplicação ao sector manufactureiro quando, segundo Seul, os critérios do BEPS geralmente apenas limitam sectores como o financeiro ou de serviços.

A “lista negra” inclui Samoa Americana, Bahrein, Barbados, Granada, Guam, Coreia do Sul, Macau, Ilhas Marshall, Mongólia, Namíbia, Palau, Panamá, Santa Lúcia, Samoa, Trinidad e Tobago, Tunísia e Emirados Árabes Unidos. Além da lista de 17 jurisdições consideradas não cooperantes, a UE elaborou uma lista “cinzenta” de 47 jurisdições que se comprometeram a cumprir os critérios exigidos e que serão reavaliadas, entre as quais se conta Cabo Verde.

7 Dez 2017

Trabalho | Salário mínimo continua a causar confusão ao patronato

Programa Ou Mun Tin Toi foi palco de mais uma discussão sem espaço para esclarecimento e lógica. A FAOM não quer não empregadas domésticas abrangidas pela lei, o Governo concorda e junta empregados deficientes à exclusão. O patronato entende já atribui se assistência social suficiente

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), uma força de peso na política local, entende que as empregadas domésticas devem estar de fora da proposta de lei do salário mínimo, seguindo a lógica de discriminação a trabalhadores não residentes defendida pela organização.

A discussão da lei do salário mínimo teve como palco a edição de ontem do programa “Fórum Macau”, Ou Mun Tin Toi, do canal chinês da Rádio Macau, que contou com a presença da directora substituta da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Ng Wai Han.

De acordo com dados estatísticos, há cerca de 2800 trabalhadores locais a receber um salário inferior a 30 patacas por hora. Facto trazido para a discussão pelo vice-coordenador do conselho de direitos e interesses da FAOM, que recordou que Macau tem tentado implementar o salário mínimo há dezenas de anos. O representante dos operários entende que a proposta terá impactos reduzidos na sociedade e que será algo que pode garantir justiça social.

Do lado do patronato, Wang Sai Man, do Conselho Permanente da Concertação Social, acha que o Governo já disponibiliza apoios sociais suficientes e a vários níveis como, por exemplo, subsídios a quem tem rendimentos baixos. Como tal, o representante do patronato entende que o fardo dos salários mais baixos de Macau não deve ser suportado pelos patrões, mas sim pelos cofres públicos.

Aumento fantasma

Wang Sai Man é da opinião que a atribuição de apoios sociais pode ser a chave para terminar com a polémica que a discussão do salário mínimo tem suscitado.

Durante o programa, um ouvinte manifestou preocupação com o possível aumento dos preços nos consumidores após a entrada em vigor da proposta do Governo. Uma opinião totalmente alinhada com o representante do patronato, que argumentou que a fixação de um salário mínimo levará à subida dos ordenados dos funcionários de todos os sectores. Algo que terá como consequência inevitável a inflação.

Por seu lado, a directora substituta da DSAL, Ng Wai Han, confessou que o objectivo da legislação do salário mínimo é oferecer garantias básicas no âmbito de rendimentos aos funcionários, e que não terá impacto em rendimentos que não sejam tão baixos.

O representante dos empregadores sugeriu que as pequenas e médias empresas com poucos trabalhadores, empregadas domésticas e trabalhos em que seja difícil o cálculo de horas de trabalho estejam excluídos da proposta.

A representante da DSAL entende que além das empregadas domésticas, os trabalhadores deficientes não devem estar abrangidos pelo salário mínimo.

O fim da consulta pública para o caso está marcado para 27 de Dezembro, sendo que até agora o Governo recebeu até ao momento 41 opiniões por escrita relativas a esta matéria.

7 Dez 2017

Táxis vão pagar 150 yuans para atravessarem ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Comissão para o Desenvolvimento e Reforma de Guangdong tem duas propostas para a cobrança de portagens para a Ponte de Hong Kong-Zhuhai-Macau, que vão ser discutidas a 21 deste mês. Segundo a primeira opção, táxis e carros privados pagam 150 yuans por cada travessia, carrinhas pagam 60 yuans, camiões 115, autocarros e shuttles 450. Na segunda opção, os preços são quase todos semelhantes aos anteriores, com a diferença que os autocarros e shuttles apenas pagaram 200 yuans de portagem. A reunião de dia 21 de Dezembro vai ter lugar no Interior da China, em Zhuhai.

7 Dez 2017

Bandeiras ao contrário resultam em multas e suspensão

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s agentes dos Serviços de Alfândega responsáveis pelo içar da bandeira chinesa ao contrário, na Ponte Cais de Coloane, em Abril, e no Terminal Marítimo do Porto Exterior, em Julho, foram alvos de multas e suspensão. O desfecho dos dois casos foi conhecido ontem, através de um comunicado do Gabinete do Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak.

“Segundo o resultado das investigações, os dois agentes dos SA, envolvidos na ocorrência de Julho [Porto Exterior], foram punidos com pena de multa, sendo que o outro agente, também do mesmo serviço, envolvido no caso acontecido em Abril do corrente ano [Coloane], foi punido com pena de suspensão”, consta na nota de imprensa.

No mesmo comunicado, o secretário admite que havia vontade de instaurar processos disciplinares aos responsáveis, no entanto, “como existe dificuldade na recolha de provas”, tal não foi possível.

Wong Sio Chak aproveitou ainda os dois casos e a investigação para deixar uma mensagem às autoridades: “Quem cometer erros será punido. Quanto mais elevada for a posição, maior será a responsabilidade”, é sublinhado.

O secretário para a Segurança também “exigiu rigor aos outros serviços da sua tutela para que tomem estes casos como exemplos e referência e defendam escrupulosamente a dignidade das bandeiras nacional e regional”.

7 Dez 2017

Ex-deputado Cheang Chi Keong nomeado para a AMCM

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ex-deputado Cheang Chi Keong foi nomeado membro da Comissão de Fiscalização da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), substituindo Lao Pun Lap. A decisão foi tomada, a 15 de Novembro, pelo secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, e publicada, ontem, em Boletim Oficial. Cheang Chi Keong foi deputado durante vários anos e conta com uma vasta experiência no sector bancário, depois de ter trabalhado para a representação em Macau do Banco da China. Além disso, Cheang Chi Keong desempenhou anteriormente o cargo de Membro do Conselho Executivo, já durante o mandato de Fernando Chui Sai On.

Deputado Lam Lon Wai deixa conselho do IACM

O deputado Lam Lon Wai, eleito pela via indirecta pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), foi substituído por Un Oi Mou, no cargo de membro do Conselho Consultivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). Este conselho é liderado por António Azedo, tendo igualmente como membro Kevin Ho, sobrinho de Edmund Ho e accionista do grupo Global Media, em Portugal, que detém o Diário de Notícias. Além disso, ontem foi anunciada a renovação dos mandatos dos membros que fazem parte deste conselho consultivo do IACM, uma renovação que entra em vigor a 1 de Janeiro do próximo ano.

7 Dez 2017

Assembleia Nacional Popular | Já são conhecidos os 15 candidatos locais

São 15 os candidatos a delegados da APM por Macau e mais de metade estão a repetir a candidatura. As eleições têm data marcada para 17 de Dezembro e os lugares para os representantes de Macau apenas 12

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] prazo para apresentação de candidatura para as eleições dos delegados de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) terminou ontem e de acordo com o Jornal Ou Mun, Ho Iat Seng, Lao Ngai Leong, Ho Sut Heng, Paula Ling, actuais delegados de Macau à APN, já apresentaram as suas candidaturas para uma possível reeleição.

Si Ka Lon, deputado à Assembleia Legislativa (AL), entregou também, junto das autoridades, o boletim de inscrição e 325 cartas de nomeação. O também deputado referiu ainda que com base na sua carreira política enquanto tribuno reúne as condições para desempenhar o papel de ponte em prol da melhoria da qualidade de vida dos residentes. Para Si Ka Lon, a experiencia que tem reunido é de valor na medida em que se refere a trabalhos para um equilibrado desenvolvimento da sociedade e de fiscalização do próprio Governo.

Já Dominic Sio, ex-deputado à AL, entende que Macau precisa de participar de forma activa nos grandes projectos como é o caso da política “Uma Faixa, Uma Rota” e a “Grande Baía”. Dominic Sio puxou também da experiência arrecada enquanto deputado e membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês de Tianjin pelo que acredita ser capaz de contribuir para a cooperação inter-regional. O candidato entrou na corrida com 436 cartas de nomeação.

Kevin Ho, responsável da KNJ e sobrinho de Edmund Ho, apresentou 259 cartas de nomeação, e considera que os delegados à APN são representantes da população, sendo que se for eleito, promete que vai ouvir as opiniões dos residentes para que sejam transmitidas a Pequim.

Os do costume

O presidente da AL, Ho Iat Seng, recolheu 430 cartas de nomeação e fez saber que caso seja reeleito vai continuar, como habitualmente, a cumprir as suas tarefas e espera avançar com opiniões para a elaboração do código civil da China.

Outro dos delegados de Macau à APN que pretende continuar o mandato, Lao Ngai Leong, entregou 437 cartas de nomeação. Aos jornalistas confessou que tem assumido o cargo de delegado local de forma séria e garantiu que vai impulsionar o desenvolvimento da Grande Baía e aproveitar as políticas do Governo Central para melhorar as condições dos postos fronteiriços locais.

A delegada e também vice-presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Ho Sut Heng, reuniu 348 cartas de nomeação. No momento de candidatura a responsável sublinhou que se conseguir continuar o mandato, vai avançar com opiniões relativas a assuntos como a construção do país e os níveis de felicidade dos residentes.

Também Paula Lin pretende a reeleição. Para o efeito juntou 281 cartas de nomeação e referiu que estar atenta, especialmente, aos trabalhos jurídicos e judiciais, bem como fomentar a criação do primeira código civil nacional para poder sair até 2020.

De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, um total de 15 candidatos foram inscritos na corrida à APN. As eleições estão agendadas para o próximo dia 17 e são 12 as vagas para representantes de Macau.

Os 15 candidatos a delegados à APN são Ho Iat Seng, Chui Sai Peng, Lao Ngai Leong, Paula Ling, Ho Sut Heng, Ng Siu Lai, Si Ka Lon, Dominic Sio, Kevin Ho, Lok Po, Iong Weng Ian, Kou Hoi In, Fong Ka Fai, Wong Ian Man e Lai Sai Kei. Destes, oito estão em processo de reeleição.

7 Dez 2017

EUA e Coreia do Sul insistem em exercícios militares

China e Rússia haviam proposto que EUA e Coreia do Sul desistissem de grandes exercícios militares em troca da suspensão dos programas de armas da Coreia do Norte. Nada feito

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos e a Coreia do Sul realizaram exercícios aéreos conjuntos de larga escala nesta segunda-feira, um gesto que, segundo a Coreia do Norte, deixará a Península Coreana “à beira da guerra nuclear” e que ignorou pedidos de cancelamento feitos por Rússia e China.

As manobras acontecem uma semana depois de Pyongyang dizer que testou o seu míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) mais avançado e capaz de alcançar os EUA, parte de um programa de armas que vem desenvolvendo em desafio a sanções e críticas internacionais.

O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, disse ser “lamentável” que todas as partes não tenham “aproveitado a janela de oportunidade” apresentada por dois meses de calma relativa antes do lançamento norte-coreano mais recente.

China e Rússia haviam proposto que EUA e Coreia do Sul desistissem de grandes exercícios militares em troca da suspensão dos programas de armas da Coreia do Norte. Pequim classifica a ideia formalmente como proposta de “suspensão dupla”.

Os exercícios anuais EUA-Coreia do Sul, baptizados de Ás Vigilante, decorrerão até sexta-feira; e seis caças anti-radar F-22 Raptor estarão entre as mais de 230 aviões participantes.

No domingo o Comité de Reunificação Pacífica do País norte-coreano chamou o presidente norte-americano, Donald Trump; de “louco” e disse que as manobras “levarão a situação já crítica na Península Coreana à beira da guerra nuclear”.

Caças F-35 também se envolverão nos exercícios, que incluirão o maior número de caças de quinta geração; que já participaram do evento, segundo um porta-voz da Força Aérea dos EUA baseado na Coreia do Sul.

Cerca de 12 mil efectivos, inclusindo dos Fuzileiros Navais e da Marinha, juntar-se-ão às tropas sul-coreanas. Os aviões partirão de oito instalações militares dos EUA e da Coreia do Sul. Reportagens dos medias sul-coreanaos disseram que bombardeiros B-1B Lancer podem juntar-se aos exercícios nesta semana. Mas o porta-voz da Força Aérea norte-americana não as confirmou.

Na semana passada Trump disse que sanções adicionais de peso serão impostas a Pyongyang em reacção a seu teste de ICBM. No início deste mês o presidente inclui o regime numa lista de patrocinadores estatais do terrorismo, uma designação que permite a impor mais sanções.

6 Dez 2017