Hong Kong | Dono do Apple Daily detido por conluio com forças estrangeiras

O empresário Jimmy Lai foi ontem detido ao abrigo da nova lei de segurança nacional. Pelo menos, sete outras pessoas foram detidas, incluindo dois filhos do magnata, e a redação do Apple Daily foi sujeita a buscas, enquanto os jornalistas transmitiam a operação nas redes sociais

 

[dropcap]”F[/dropcap]oi detido em casa, cerca das 7h. Os nossos advogados estão a caminho da esquadra”, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) Mark Simon, um dos colaboradores de Lai. Simon acrescentou que outros membros do grupo de comunicação social dirigido por Jimmy Lai também tinham sido detidos.

Momentos antes, na rede social Twitter, Mark Simon tinha anunciado: “Jimmy Lai está agora a ser detido por conluio com potências estrangeiras”.
Um responsável da polícia disse, a coberto do anonimato, à AFP que Lai foi detido por conluio com forças estrangeiras, um dos crimes previstos na nova lei de segurança nacional, e por fraude.
Através do Twitter, Mark Simon indicou ainda que a polícia estava a fazer buscas na casa de Lai e na do filho. O South China Morning Post adianta que o próprio Mark Simon, que não se encontra em Hong Kong, é procurado pela polícia.

Mais de duas centenas de polícias estiveram envolvidos na operação que tomou o edifício da Next Digital, a empresa que detém o Apple Daily, em Tseung Kwan O. Em declarações ao South China Morning Post, fontes policiais afirmaram que a operação não teve como alvos departamentos editoriais ou repórteres.
No entanto, dezenas de agentes das forças de segurança entraram na sede do grupo ao final da manhã, com os jornalistas do jornal Apple Daily a difundir em directo as imagens das buscas policiais, na rede social Facebook.

Nas imagens, vê-se o chefe de redação do diário, Law Wai-kwong, a pedir à Polícia que não toque em nada antes de os advogados do grupo verificaram o mandado judicial, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Os agentes ordenaram aos jornalistas que se levantassem e alinhassem para proceder à verificação da identidade, enquanto outros faziam buscas na redação.

Escrito nas estrelas

Jimmy Lai, de 72 anos, é o proprietário de duas publicações pró-democracia e frequentemente críticas de Pequim, o diário Apple Daily e o Next Magazine.

Visto por numerosos habitantes de Hong Kong como um herói e único magnata do território crítico de Pequim, Jimmy Lai é descrito nos meios de comunicação oficiais chineses como “um traidor”, que inspirou as manifestações pró-democracia realizadas na região chinesa, e o líder de um grupo de personalidades acusadas de conspirar com nações estrangeiras para prejudicar a China.

Em meados de Junho, duas semanas antes de ser aprovada a nova lei de segurança nacional, Jimmy Lai disse à AFP esperar a detenção. “Estou pronto para ir para a prisão. Se isso acontecer, terei oportunidade de ler livros que ainda não li. A única coisa que posso fazer é ser positivo”, afirmou.
Para o empresário, a nova lei “vai substituir” o regime legal de Hong Kong e “destruir o estatuto financeiro internacional” da cidade.

A lei da segurança nacional criminaliza actos secessionistas, subversivos e terroristas, bem como o conluio com forças estrangeiras para intervir nos assuntos da cidade.

11 Ago 2020

Jogo | Cabo Verde admite atrasos em casino da Macau Legend

O hotel e casino a ser construído no ilhéu da Praia representa um investimento de 2,4 mil milhões de patacas para a Macau Legend, mas as obras decorrem a ritmo reduzido, devido à pandemia mundial

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo cabo-verdiano admite que a pandemia de covid-19 deverá atrasar a conclusão do hotel-casino que o grupo Macau Legend está a construir na Praia, mas acredita que o investimento, de aproximadamente 2,4 mil milhões de patacas, não está em causa.

Em declarações à agência Lusa, o ministro do Turismo, Carlos Santos, garantiu que tal como o empreendimento que o grupo do empresário David Chow está a implantar entre o ilhéu de Santa Maria e o litoral da Praia, os grandes investimentos no sector turístico em Cabo Verde não foram colocados em causa pelos promotores, até ao momento, apesar das consequências da covid-19.

“Creio que não. E nem temos tido sinais nesse sentido [da pandemia colocar em causa investimento do grupo Macau Legend]. Aliás, digo que a esmagadora maioria dos investidores que estão a fazer investimentos em Cabo Verde […] com a realização dos voos de repatriamento solicitaram ao Governo autorização para fazerem chegar os seus técnicos a Cabo Verde para dar continuidade aos projectos”, afirmou Carlos Santos.
O grupo Macau Legend anunciou em Março que prevê inaugurar no final de 2021 o hotel-casino na cidade da Praia, em Cabo Verde, após em 2019 ter previsto a conclusão da obra para o final do corrente ano.
“Em Cabo Verde, a construção do novo complexo de hotel e casino está em andamento e esperamos uma abertura gradual deste negócio no final de 2021”, apontou o grupo, em comunicado, mas adiantando que o “plano de construção do complexo hoteleiro e casino está actualmente a ser analisado”.

Possíveis atrasos

“Não tem havido manifestação de vontade de desistir. É muito bom, significa que os empresários e os investidores estão a acreditar no país, no destino Cabo Verde e na capacidade de continuar a crescer, nas oportunidades de negócio que temos”, insiste Carlos Santos, apesar de as obras do futuro hotel-casino decorrerem há vários meses com poucos trabalhadores no local e sem avanços visíveis, além da construção da ponte que liga a Praia (ilha de Santiago) ao ilhéu de Santa Maria, concluída há vários meses.
“As informações são as normais. Nós temos tido informações que eles continuam com as obras. Obviamente que neste momento, com a pandemia, houve um desacelerar, mas não temos tido informações contrárias, de que há desistência, e entendemos que aquela obra é para continuar, porque é um investimento de grande porte. E vai continuar de certeza”, garantiu o ministro.

Ainda assim, um novo atraso na conclusão da empreitada, que Carlos Santos garante ser um “projecto estruturante para o turismo em Cabo Verde”, não é descartada: “Provavelmente terá de haver aí algum atraso, precisamente por causa das paragens que existiram. Mas estamos esperançados que no que diz respeito aos grandes investimentos as coisas continuarão”.

Acordo de 2015

Em 2015, David Chow assinou com o Governo cabo-verdiano um acordo para a construção do empreendimento, tendo sido lançada a primeira pedra do projecto em Fevereiro de 2016. Trata-se do maior empreendimento turístico de Cabo Verde, com um investimento global previsto de 250 milhões de euros [2,4 mil milhões de patacas] – cerca de 15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano – para a construção de uma estância turística no ilhéu de Santa Maria, que cobrirá uma área de 152.700 metros quadrados, inaugurando a indústria de jogo no arquipélago.

A obra envolve a construção de um hotel com ‘boutique casino’, de 250 quartos, uma grande piscina e várias instalações para restaurantes, bares e estabelecimentos comerciais, além de uma marina.
Contudo, uma minuta de adenda ao acordo entre a empresa e o Governo cabo-verdiano, de Abril de 2019, refere que, “considerando que, face à evolução da envolvente nacional do empreendimento nos últimos dois anos, o promotor sugeriu, e o Governo entendeu aceitar, uma proposta de realização do projecto de investimento por fases”. Assim, nesta primeira fase do projecto, que deveria então estar concluída dentro de 22 meses, serão investidos 90 milhões de euros [848 milhões de patacas].

David Chow recebeu uma licença de 25 anos do Governo de Cabo Verde, 15 dos quais em regime de exclusividade na ilha de Santiago. Esta concessão de jogo custou à CV Entertaiment Co., subsidiária da Macau Legend, cerca de 11,2 milhões de patacas.

11 Ago 2020

Turismo | Coutinho quer quotas para residentes nos ‘resorts’

O deputado quer que o Governo aproveite a revisão dos contratos de exploração de jogo para exigir às concessionárias a criação de quotas para residentes continuarem a usufruir dos hotéis e ‘resorts’ quando a entrada de turistas do Interior da China for normalizada. A proposta vai ser apresentada ao Chefe do Executivo

 

[dropcap]O[/dropcap]deputado da Assembleia Legislativa (AL) José Pereira Coutinho defendeu ontem que o Governo deve passar a exigir aos casinos uma quota turística para residentes, nos ‘resorts’ de luxo, durante a revisão das concessões do jogo.
À agência Lusa, o deputado disse que as medidas do Governo de incentivo ao turismo doméstico resultaram, assim como os pacotes de descontos promovidos pelas concessionárias do jogo que exploram os ‘resorts’ integrados. No entanto, defende Pereira Coutinho, é preciso dar continuidade a essa política. “Tendo em conta a pandemia e as restrições de deslocação de residentes de Macau para o exterior, o Governo introduziu medidas extremamente positivas em articulação com as concessionárias de jogo, o que permite que, sobretudo aos fins-de-semana e feriados, as famílias possam usufruir de hotéis e ‘resorts’, locais de diversão muito virados para as famílias, muitas das quais nunca tinham sequer entrado naqueles locais”, explicou.
“As medidas introduzidas estão a resultar, como é o caso da aquisição de bilhetes a preços módicos, o que fez com que, aos fins-de-semana, em especial o último que passou, as concessionárias estivessem lotadas”, acrescentou.

Investimento interno

É neste contexto que o deputado vem defender que “na revisão dos contratos seja introduzida uma percentagem para os residentes de Macau poderem, no futuro, continuar a beneficiar dessas medidas, mesmo quando começarem a surgir mais turistas do continente”.
“Esta quota turística local deveria fazer parte da responsabilização das concessionárias para com o território, porque a maior parte dos lucros não é investida em Macau”, salientou.
A proposta vai ser apresentada ao líder do Governo “no âmbito do diálogo permanente com o Chefe do Executivo”, para se deixar a mensagem de que as acções foram positivas, mas que merecem continuidade”, sustentou.
O Governo de Macau prometeu avançar com um concurso público até 2022, ano em que terminam as licenças de exploração do jogo.

11 Ago 2020

Tudo o Que se Atribui a Zhao Boju

Paulo Maia e Carmo

[dropcap]Z[/dropcap]hao Xigu (activo c.1195 – c. 1242) um influente crítico de arte da dinastia Song, no seu tratado curiosamente intitulado «Relação de Pura Alegria da Caverna do Eremita» (Dongtian Qinglu Ji) insurgiu-se contra os pintores que, antes de pintar, já tinham escolhido os títulos das pinturas, tornando-as assim indiferentes às surpresas proporcionadas pelo próprio acto de pintar.

Esses pintores, de entre aqueles que vieram para o Sul em 1127, «não levavam a sério a pintura, não estudavam os dez mil livros, não enchiam o olhar com pinturas antigas nem viajavam de carro ou a cavalo pela metade do território debaixo do céu.» Porque «só então podiam pegar no pincel. De outro modo não entenderiam a actividade» da pintura. Os que a entendessem, escreveu «nem deixariam traços do pincel», ideia que exprime a supremacia do espírito sobre a técnica, que é o que deve prevalecer.

Zhao Xigu alinha-se com aquela que seria qualificada como a «pintura dos letrados» (wenrenhua) e é por isso desafiante saber quem eram aqueles que ele via como pintores exemplares. De um deles a expressão «sem traços de pincel» (wubiji) noção estética e filosófica, tornar-se-ia literal e a mera alusão ao pintor, um estimado referente. Chamava-se Zhao Boju e o seu nome confundir-se-ia com o de um irmão mais novo, igualmente pintor, Zhao Bozhu no qual a mudança de um caracter quase não modifica a pronúncia do nome. Sabe-se que um deles viveu entre 1120 e 1182, do outro apenas que viveu até 1162. O facto de os dois serem muitas vezes referidos em conjunto por Chen Jiru, Dong Qichang ou Shen Hao não ajuda à distinção.

Zhao Boju foi porém um nome associado ao revivalismo da pintura dos Tang, das paisagens azuis e verdes (qinglu) e ouro e jade (jinbi) associadas a Li Sixun (651-716-18). O pintor que, segundo alguns biógrafos terá nascido na Província de Hebei e trabalharia na Academia de Huizong (r.1100-1126) tornar-se-ia um favorito do imperador Gaozong (r. 1127-1162) sendo filho do pintor Zhao Lingrang (activo em 1070-1100) que era descendente do fundador dos Song, Tazu (r.960-975). São-lhe atribuídas obras como «Cores de Outono sobre rios e montanhas» (rolo horizontal, a tinta e cor sobre seda, 56,6 x 323,2 cm) datada de 1160 e que se encontra no Museu do Palácio, em Pequim e que poderia justificar uma curiosa atribuição de uma suposta «Paisagem de Outono» que foi apresentada na corte de Hongwu, o primeiro imperador dos Ming (r.1368-1398) que sem bases factuais lhe outorga a autoria.

Muitas outras pinturas em museus por todo o mundo lhe são atribuídas sempre com um ponto de interrogação. O que não se pode negar é que, se não os traços do pincel é o espírito de Zhao Boju como queria Zhao Xigu, que permanece vivo na memória daqueles que ao longo dos séculos foram limpando a poeira para ver quais eram afinal as suas fugidias pinturas.

10 Ago 2020

Covid-19 | Fabricantes de máscaras chineses lutam pela sobrevivência

[dropcap]R[/dropcap]egulamentos mais rígidos e preços em queda estão a causar uma luta pela sobrevivência entre os fabricantes de máscaras da China, à medida que a pandemia da covid-19 tornou o mercado mais competitivo.
“Desde Abril, as encomendas caíram entre cinco e seis vezes”, lamentou Yang Hao, director comercial da CCST, empresa da cidade de Shenzhen especializada em purificadores do ar, mas que se converteu num fabricante de máscaras de protecção respiratória no auge da epidemia.
Primeiro país afectado pelo novo coronavírus, a China rapidamente se consolidou como o principal fabricante de máscaras a nível mundial. Pequim não hesitou em utilizar essa capacidade no plano diplomático, com doações ao exterior divulgadas pelos órgãos oficiais de Pequim.
Entre Março e Maio, o país asiático exportou mais de 50 mil milhões de máscaras, de acordo com os dados das alfândegas chinesas. Isto representa 10 vezes a produção total deste tipo de equipamento face ao mesmo período do ano anterior.
Centenas de empresas embarcaram na corrida pelo fabrico de máscaras, à medida que a necessidade de equipamento de protecção contra o coronavírus aumentou em todo o mundo e os preços dispararam.
A construtora de automóveis chinesa BYD, por exemplo, converteu-se em poucas semanas no maior fabricante do mundo de máscaras, com capacidade para 5 milhões de unidades por dia.
Segundo a consultora Tianyancha Business Database, quase 74.000 empresas registaram-se como fabricantes de máscaras na primeira metade do ano, face a menos de 6.000, no ano anterior. O mês de Abril representou metade daquele número.
No entanto, o mercado ficou saturado, apesar de o uso de máscara continuar a ser usual ou mesmo obrigatório em vários países, face ao ressurgimento da epidemia nas últimas semanas.
“Há muitos pequenos produtores não qualificados e isso levou à queda dos preços”, explicou o analista Wilfred Yuen, do banco de investimento BOCI, de Hong Kong, citado pela agência France-Presse.
Como resultado, várias fábricas encerraram e trabalhadores ficaram com salários por receber, levando a protestos, segundo o China Labour Bulletin, uma revista que reporta sobre a sociedade civil do país.
O gestor de vendas de uma empresa de produtos médicos com sede em Hebei, perto de Pequim, disse vender agora as suas máscaras com prejuízo, com um preço de venda “de cerca de 0,4 yuans, contra 1,7 yuans, no auge da epidemia”.
A matéria-prima comprada no auge da epidemia custou então “30 vezes mais” do que agora.

Em risco

A consultora Daxue Consulting observou que a corrida ao fabrico de máscaras “levou a uma queda geral da qualidade e a um aumento nas fraudes”.
Depois de várias reclamações sobre a suposta qualidade da produção chinesa, Pequim apertou drasticamente os critérios de exportação, em Abril. Os fabricantes são agora obrigados a apresentar uma certificação do país de destino.
A situação acabou por afectar vários importadores, incluindo empresas portuguesas, que após terem pago à cabeça encomendas de máscaras ficaram com o equipamento retido nas alfândegas chinesas e não conseguiram, até à data, reaver o dinheiro, segundo empresários contactados pela agência Lusa.
Os países europeus, entretanto, começaram também a produzir as suas próprias máscaras, usando máquinas compradas na China, segundo Yang Hao.
A América Latina, região do mundo com maior número de casos, é hoje o principal cliente da empresa, a par dos Estados Unidos.
No entanto, as exportações para os EUA são feitas “por meio de um terceiro país”, devido às tensões comerciais com Washington, explicou Yang.
O jornal em língua inglesa Global Times estimou recentemente que 95 por cento dos fabricantes chineses podem fechar até ao final do ano.

10 Ago 2020

Actor Alberto Villar morre aos 87 anos

[dropcap]O[/dropcap] actor Alberto Villar, morreu sábado aos 87 anos, em Lisboa, onde estava hospitalizado, confirmou à Lusa fonte familiar.
Nascido em 1933, Villar estreou-se como amador no Grupo Miguel Joaquim Leitão, em Leiria, e, como profissional, em 1959, na companhia itinerante de Rafael de Oliveira, onde se manteve até 1961, e com a qual percorreu o país em sucessivas digressões.
A sua carreira foi marcada por várias digressões, tanto em Portugal como no estrangeiro, nas distintas companhias a que pertenceu, nomeadamente na de Amélia Rey Colaço/Robles Monteiro, Metrul, onde foi também encenador, na de Francisco Ribeiro, ou no Teatro de Todos os Tempos e na Companhia Independente de Teatro e no Teatro Experimental de Cascais (TEC).
No Teatro Nacional D. Maria II, desde a sua reabertura, em 1978, participou em várias peças, designadamente, “Auto da Geração Humana”, “O Judeu”, “Pedro, o Cru”, “Auto de Santo António”, “As Fúrias”, “Ricardo II”, “Felizmente Há Luar”, “As Alegres Comadres de Windsor” ou “Os Filhos do Sol”. A sua carreira de mais de 50 anos está muito associada ao D. Maria II, onde esteve em cena quando se deu o incêndio no edifício, em 1968.
“Foi um dia muito triste”, recordou, numa entrevista à agência Lusa, referindo “a força e o ânimo da Sra. D.ª Amélia [Rey-Colaço] para [continuar] como companhia, noutro teatro”.

Lápis azul

Estrearam em seguida, no então Teatro Avenida, em Lisboa, “A Invasão”, de Miguel Franco, em que fez parte do elenco. A peça “saiu de cena pouco depois da estreia, proibida pela Censura, após uma ida ao teatro do almirante Américo Thomaz”, então Presidente da República.
“Ficámos todos arrasados, mas seguimos em frente pois a companhia dependia da bilheteira, já que era muito curto o apoio do Estado”, afirmou.
Não foi a primeira vez que Villar sentiu a repressão da Censura. Em 1973 fez parte do elenco da peça “Fonte de Ovejuna”, de Lope de Vega, segundo versão de Natália Correia, pelo TEC, numa encenação de Carlos Avilez.
“A estratégia era apresentar a peça em Espanha e, confiando numa boa apresentação e recolher boas críticas, como aconteceu, e apresentá-la depois em Portugal, contornando a Censura Prévia”.
A peça em que no final as actrizes despiam as blusas e de peito nu se dirigiam à plateia foi apresentada em Portugal, mas com advertência das autoridades de “apenas o ser no concelho de Cascais”, contou numa entrevista à agência Lusa.
Uma das últimas vezes que surgiu em palco foi em 2015, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, na peça “Cyrano de Bergerac”, de Edmond de Rostand, que João Mota encenou.
Alberto Villar era o nome artístico de José Alberto do Espírito Santo, nascido em Leiria a 2 de Novembro de 1933.
Alberto Villar contracenou, entre outros, com os actores Raul Solnado, Camilo de Oliveira, Eunice Muñoz, Catarina Avelar, Guida Maria, Rita Ribeiro e Alina Vaz, com quem codirigiu o projecto “Viagens ao Teatro”, que esteve em cena, em Lisboa, durante 25 anos.

10 Ago 2020

Terminadas pinturas em dois murais na Rua de 5 de Outubro

[dropcap]O[/dropcap]O “Plano das Lojas com Características Próprias” foi lançado no início do mês passado, e a primeira fase teve como foco a Rua de 5 de Outubro, comunicou a Direcção dos Serviços de Economia (DSE). Houve 41 lojas com características reconhecidas, cumprindo os requisitos de terem produtos característicos ou serviços de alta qualidade, elementos culturais e sucessão de técnicas, reconhecimento social, estilo inovador e boa reputação.

O objectivo da DSE passa por remodelar as imagens distintivas de diferentes zonas e criar pontos populares para mostrar as histórias e cultura locais de Macau através de murais de pintura. Foram concluídos os trabalhos dois murais, e vão começar “em breve” os trabalhos da terceira pintura, esperando o Governo que a iniciativa promova o fluxo de pessoas que visita essas zonas.

“As lojas participantes concordam, em geral, que o plano pode produzir efeitos da marca e desempenhar um papel activo na promoção e divulgação (…) para encontrar novas oportunidades de negócios quando os turistas voltarem a Macau após a epidemia”, pode ler-se na nota.

A Rua de 5 de Outubro é descrita pela DSE como uma zona “rica em história” e com “grande concentração de lojas e restaurantes característicos”. As primeiras lojas receberam apoio da DSE para entrar na plataforma de consumo Meituan Dianping, do Interior da China, para que os turistas tenham informações sobre os seus negócios.

“Com o desenvolvimento social e o avanço da informação tecnológica, as PME devem procurar mudança pela inovação, especialmente havendo um grande espaço para a exploração de marcas, elevação do valor acrescentado de serviços e produtos, desenvolvimento científico, tecnologia e as aplicações on-line”, defendeu a DSE.

O organismo criou um projecto para as lojas características, com instrutores de consultoria a dar orientações às empresas, em conjunto com o Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau. Estão ainda planeados workshops nas áreas de vendas online, serviço de qualidade e venda, aplicação técnica e gestão de riscos e de operações.

10 Ago 2020

FRC | Conferências abordam facetas de Eça de Queiroz, da diplomacia à ópera

O 120.º aniversário da morte do escritor Eça de Queiroz vai ser assinalado em Agosto e Setembro na Fundação Rui Cunha, num ciclo de conferências que aborda o autor português em três facetas, da diplomacia à ópera. O programa é organizado em parceria com a Associação dos Amigos do Livro em Macau e o Instituto Português do Oriente

 

[dropcap]O[/dropcap] programa comemorativo dos 120 anos da morte de Eça de Queiroz, organizado pela Fundação Rui Cunha, a Associação dos Amigos do Livro em Macau e o IPOR – Instituto Português do Oriente, arranca em 13 de Agosto, quinta-feira, às 18h30, no auditório Stanley Ho, com uma conferência sobre a carreira diplomática do escritor, apresentada por Carlos Frota, primeiro cônsul-geral de Portugal no território.

Uma das questões mais pertinentes sobre a carreira diplomática de José Maria de Eça de Queiroz é saber quanto prevalecia o olho de jornalista e de romancista cáustico na defesa dos interesses de Portugal.
O autor que ficaria para a história como um dos nomes maiores do realismo literário português, ingressou na carreira diplomática em 1873 com a nomeação para cônsul de Portugal em Havana. Durante o auge da produção literária, desempenhou funções consulares em Newcastle e Bristol, em Inglaterra, seguindo-se Paris como destino profissional, em 1888.

Conversa com música

A 20 de Agosto, também às 18h30, é a vez de a professora Ana Paula Dias apresentar “Eça na ópera”, na Fundação Rui Cunha, a propósito das referências à música clássica e árias líricas nos seus romances.
A sessão, que vai incluir alguns trechos musicais alusivos à obra de Eça, falecido em 16 de Agosto de 1900, integra-se nas “Conversas Ilustradas com Música”, produzidas pelo escritor Shee Vá na Fundação Rui Cunha, cujo ciclo actual tem como tema “A ópera na literatura – Ouvir com os olhos”.

A fechar o programa, no dia 1 de Setembro, também na Fundação Rui Cunha, o mote é a internacionalização, tradução e adaptação da obra do escritor, com a exibição do filme mexicano “O Crime do Padre Amaro”, do realizador Carlos Carrera, com Gael Garcia Bernal, Ana Claudia Talacon e Sancho Garcia.
A controversa adaptação do romance homónimo de Eça foi nomeada para o Óscar de melhor filme estrangeiro em 2002.

A sessão é precedida de uma conferência pela professora Dora Nunes Gago.
Todas as sessões serão em português e a entrada é livre, mas sujeita a limite, em virtude do cumprimento das medidas sanitárias regulamentares em vigor.

10 Ago 2020

Habitação | Preços sobem 0,6 por cento

[dropcap]O[/dropcap] índice global de preços da habitação entre Abril e Junho, foi de 266,2, representando um crescimento de 0,6 por cento, em relação ao período anterior, ou seja, entre Março e Maio de 2020. Detalhando os dados divulgados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o índice de preços das habitações da Península de Macau foi de 266,7 e o índice referente à Taipa e Coloane foi de 257,3, traduzindo-se num crescimento de 0,6 por cento, em ambos os casos. Já o índice de preços das habitações construídas foi de 286,1, tendo subido 0,9 por cento em relação ao período anterior. Em termos do ano de construção, tanto o índice das habitações pertencentes ao escalão dos 11 aos 20 ano e até 5 anos, cresceram 2,7 por cento e 1,7 por cento, respectivamente. Em sentido contrário, as habitações do escalão dos 6 aos 10 anos de construção baixaram 1,4 por cento. Analisando por alturas, os edifícios até sete pisos mantiveram o seu valor, ao passo que os com mais de sete andares aumentaram 0,4 por cento.

10 Ago 2020

MGM | Grant Bowie deixa cargo de director executivo

[dropcap]O[/dropcap] neozelandês Grant Bowie, que durante longos anos foi o CEO da MGM China, abandonou o cargo de director executivo. A informação foi avançada pela companhia num comunicado à Bolsa de Hong Kong e o afastamento foi explicado com os “planos de reforma” de Bowie, que já a 31 de Maio deste ano tinha pedido para deixar a posição de CEO. Apesar desta saída, o executivo vai continuar envolvido nos trabalhos da operadora de jogo até aos finais de 2022, nas funções de consultor. No mesmo documento enviado à Bolsa de Hong Kong, foi igualmente tornado público que Ayesha Khanna Molino foi nomeada para o cargo de directora não-executiva da MGM. Anteriormente, Molino desempenhou funções na MGM Resorts International, empresa americana que fez uma parceria com Pansy Ho, filha de Stanley Ho, para a criação da operadora MGM China.

10 Ago 2020

Censos 2021 | Inquérito piloto até 22 de Agosto

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) vai realizar o Inquérito Piloto, até 22 de Agosto, nas áreas em redor da Estrada da Areia Preta e da Avenida de Venceslau de Morais. O inquérito piloto, que teve início no sábado, pretende testar a concepção dos questionários e os processos de trabalho dos Censos 2021. No próximo ano vão realizar-se os Censos decenais, com o objectivo de recolher dados actualizados sobre a população e os agregados familiares de Macau. Os destinatários do inquérito piloto dos Censos 2021 são todos os indivíduos que residem ou permanecem nas fracções habitacionais, industriais e comerciais situadas no âmbito estatístico do inquérito. As fracções a inquirir receberão no início de Agosto uma carta-aviso emitida pela DSEC.

10 Ago 2020

SS | Lei Chin Ion rejeita discriminação a pessoal do privado

[dropcap]O[/dropcap] director dos Serviços de Saúde (SS), Lei Chin Ion, disse que o Governo dá oportunidades de formação a licenciados em medicina e médicos no público e no privado “com uma atitude não discriminatória”. A afirmação foi feita em resposta a uma interpelação escrita de Chan Iek Lap.

O deputado indicou que as despesas com os serviços de saúde aumentaram de 1,1 mil milhões no início da transferência de soberania para oito mil milhões nos últimos anos e reconheceu o investimento na formação. No entanto, apontou que o sector privado não tem o mesmo acesso aos seminários e cursos organizados para a classe profissional. Defendeu assim a criação de uma instituição para a formação contínua ao nível dos cuidados de saúde primários para os profissionais do privado terem “oportunidades de aprendizagem iguais” às dos trabalhadores do sector público.

Lei Chin Ion defendeu que os profissionais de saúde devem assumir as suas próprias responsabilidades, nomeadamente ao manterem os seus conhecimentos e competências médicas actualizados. “Com base na experiência obtida, mesmo que o Governo da RAEM invista recursos na organização de cursos relevantes, como cursos na área da medicina familiar (…), os resultados previstos, nomeadamente a inscrição por parte dos profissionais de saúde e o desempenho académico não foram satisfatórios”, declarou.

10 Ago 2020

Ambiente | Sulu Sou quer mais restrições a plásticos descartáveis

[dropcap]A[/dropcap] cobrança de taxa de sacos de plástico foi criada “tarde”, mas tratou-se de “um primeiro passo crítico” para a política do poluidor-pagador. A ideia foi defendida por Sulu Sou numa interpelação escrita ao Governo. O deputado considera que a consciência da sociedade para a redução de plástico continua a aumentar e que muitas pessoas esperam que o Executivo tome o próximo passo “de forma mais decisiva”, no sentido de legislar restrições ao uso dos outros plásticos descartáveis.
“Apesar de o plástico ser apenas um tipo de resíduo sólido, o seu tempo de decomposição natural é superior a mil anos e a taxa de reciclagem é extremamente baixa. Depois de ser processado por um incinerador de lixo, liberta gases altamente tóxicos, causando séria poluição ambiental”, descreveu o deputado.
Observando que já se passou mais de um ano desde a implementação da taxa sobre os sacos de plástico, questionou que ferramentas vão ser usadas para avaliar a situação e a efectividade da redução dos sacos. Sulu Sou também quer saber se há algum objectivo faseado de redução deste tipo de resíduos.
Para além disso, o deputado pediu pormenores sobre a calendarização da promessa da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental em banir caixas de comida de esferovite em 2021. Nomeadamente sobre as fases de investigação, consulta e legislação até à adopção da medida. Outra das dúvidas que coloca é se vai simultaneamente ser restringido o uso de outros produtos de plásticos descartáveis ou de esferovite, e se vai ser encorajada o recurso a produtos biodegradáveis.

10 Ago 2020

Hong Kong | Situação “grave” justifica reforço de medidas

[dropcap]A[/dropcap] coordenadora do Núcleo de Prevenção e Vigilância da Doença, Leong Iek Hou justificou a exigência imposta a quem vem de Hong Kong de apresentar um teste de ácido nucleico emitido nas últimas 24 horas, com a existência de muitos casos confirmados, cuja fonte ainda se desconhece. “Sendo uma situação epidémica relativamente grave, os requisitos de certificação de amostragem foram aumentados a fim de garantir a segurança dos trabalhadores”, esclareceu a responsável por ocasião da conferência de actualização sobre o novo tipo de coronavírus. Quanto à forma de cálculo do período de validade do teste, Leong Iek Hou explicou que o certificado de amostra relevante é considerado válido por 24 horas a partir das 00h do primeiro dia após a amostra. O número de mortes provocadas pela covid-19 em Hong Kong chegou ontem às 51, avançou ontem o South China Morning Post. Também durante o dia de ontem foram registados, pelo menos, 70 novos casos.

10 Ago 2020

Quarentena | Doze portugueses isentos de entrar em Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap]té 4 de Agosto, 12 portugueses conseguiram sair de Macau para Portugal com isenção de quarentena em Hong Kong, avançou a TDM – Rádio Macau. As autorizações foram dadas com base em razões humanitárias ou de saúde, com a ajuda do consulado. O cônsul-geral Paulo Cunha-Alves disse à rádio que os pedidos que passam pelo consulado demoram pelo menos dez dias até terem resposta. Seis foram recusados. “A isenção de quarentena apenas é concedida em casos excepcionais devidamente fundamentados e documentados, com base em razões sérias e genuínas de ordem humanitária ou de saúde”, explicou, frisando tratar-se de “um serviço complexo”.

10 Ago 2020

Turismo | Macau adere à Organização das Cidades do Património Mundial

Macau aderiu na sexta-feira à Organização das Cidades do Património Mundial, por ser um “símbolo de unidade e exemplo de fusão e coexistência da cultura oriental e ocidental”. Em ano de pandemia, especialistas comentam as diferenças entre Macau e Veneza em termos de riscos para o património

[dropcap]S[/dropcap]egundo o comunicado do Governo de Macau, foi realizada na sexta-feira a “Cerimónia de Afiliação da Região Administrativa Especial de Macau na Organização das Cidades do Património Mundial (OWHC)” através de videoconferência.
Durante a cerimónia, o presidente da OWHC e também presidente da Câmara de Cracóvia, Polónia, Jacek Majchrowski afirmou que “Macau é um raro exemplo de um lugar aonde ao longo dos séculos, houve uma convergência estética, cultural, de arquitectura e de diferentes técnicas do Oriente e do Ocidente”, segundo o comunicado.
Por essa razão, apontou a mesma nota, Jacek Majchrowski, “expressou estar muito feliz por poder dar as boas-vindas a Macau nesta sua adesão à OWHC, como símbolo de unidade e exemplo de fusão e coexistência da cultura oriental e ocidental”.
Segundo o Governo, esta adesão “facilitará a obtenção de informações internacionais sobre preservação do Património Mundial e a participação de Macau em eventos relevantes, aprendendo a experiência de outros locais no que diz respeito à preservação de propriedades do património mundial, potenciando assim ainda mais a reputação internacional de Macau como cidade Património Mundial”.
Macau foi representando pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U.
O território tornou-se na terceira cidade chinesa a aderir à organização, depois de Suzhou e Dujiangyan.
A Organização das Cidades Património Mundial foi fundada a 8 de Setembro de 1993 em Fez, Marrocos. É composta por mais de 300 cidades nas quais estão localizados sítios incluídos na Lista do Património Mundial da UNESCO.
O centro histórico de Macau foi inscrito na lista do Património da Humanidade da UNESCO em 15 de Julho de 2005, tendo sido designado como o 31.º local do Património Mundial da China. A classificação integra vários edifícios históricos construídos pelos portugueses, incluindo o edifício e largo do Leal Senado, a Santa Casa da Misericórdia, as igrejas da Sé, de São Lourenço, de Santo António, de Santo Agostinho, de São Domingos, as Ruínas de São Paulo e Largo da Companhia de Jesus ou o Farol da Guia.

Cidade suspensa

A pandemia suspendeu a pressão turística em Macau, que em 2019 recebeu o dobro dos visitantes de Veneza, mas especialistas apontam diferenças entre as duas cidades, ambas património mundial da UNESCO, a começar pelos riscos para o património.
No ano passado, Macau foi visitada por perto de 40 milhões de turistas, numa área com 30 quilómetros quadrados – mais que Paris (38 milhões), Veneza (20) ou Portugal (27 milhões), depois de o país se tornar um destino popular.
Em Macau, antes da crise sanitária, a cada segundo entravam, em média, 1,2 turistas – mais de 70 por minuto, 4.500 a cada hora, cerca de 109 mil por dia.
O cartoonista Rodrigo de Matos, que colabora com o jornal Ponto Final e o semanário Expresso, ilustrou as enchentes num ‘cartoon’ de 2017: uma lata de sardinhas com a marca “Macau”. “Antes da covid era o dia a dia, principalmente no centro da cidade: havia zonas em que era praticamente impossível uma pessoa andar, fazia lembrar uma discoteca”, recorda.
A viver no território desde 2009, o cartoonista nunca tinha visto “a cidade tão vazia”, tirando durante “o ocasional tufão”, e acredita que “melhorou a qualidade de vida” dos residentes. “Aproveitamos para ver algumas partes da cidade a que normalmente não vamos, devido à enchente de pessoas. Para quem não conhecia o centro histórico, é a altura ideal”.
Quem por estes dias passeia no território encontra uma cidade vazia, do centro histórico deixado pelos portugueses aos mais de 40 casinos. No Venetian Macau só os funcionários vestidos de ‘gondolieri’ evocam a presença humana, à excepção do ocasional visitante.
O presidente do Conselho Internacional de Arquitectos de Língua Portuguesa (CIALP), Rui Leão, que chegou ao território no final dos anos 1970, critica a enorme transformação da cidade desde a liberalização do jogo, em 2002. “Nos últimos anos estamos submetidos a um excesso [de turistas] que é verdadeiramente aflitivo”, com consequências “em tudo”: “deixa de se ter cafés ou mercearias de bairro” no centro histórico, exemplifica.
As queixas são as mesmas de Veneza ou Barcelona, e, mais recentemente, Lisboa: gentrificação, aumento do preço do imobiliário, poluição, degradação dos monumentos.
Mas se Macau sofre de igual pressão turística, “a situação é diferente”, defende Leão. “O turista que vai a Veneza ou a Lisboa vai lá por causa do património, da arquitectura, da cidade em si”, enquanto em Macau “as pessoas vêm pelos casinos”, explica. Por essa razão, “em Veneza e Lisboa o património está salvaguardado, porque é muito claro que sem aquele património não há turismo. Em Macau, não há essa consciência: o património pode desaparecer, e tem desaparecido”, lamenta.

Brilhantina e decadência

Do alto da escadaria das ruínas de São Paulo, vê-se o Grand Lisboa, a joia da coroa do antigo magnata Stanley Ho, num território em que os casinos rivalizam com o património autêntico deixado pelos portugueses.
“Temos o Venetian, que é a imitação de Veneza, o Parisian, com a imitação da torre Eiffel, e vamos ter o Londoner”, aponta a arquitecta Maria José de Freitas, a viver em Macau desde 1997, dois anos antes da transferência para a China.
Para a doutoranda em patrimónios de influência portuguesa, é esta “espécie de Disneylândia” que atrai “os milhares de turistas da China que procuram uma atmosfera europeia”, com as visitas ao centro histórico a não passarem de um apontamento. “Eles passam pelas ruínas de São Paulo para tirar uma fotografia e dizer ‘estive aqui’, não têm tempo sequer para ler as placas”, critica.
A visita deixa, apesar disso, marcas no centro histórico, inscrito como Património da Humanidade em 15 de Julho de 2005. “As ruínas de São Paulo estão constantemente a ser percorridas por turistas, e os autocarros e a poluição, e todo o tráfego rodoviário na zona, são extremamente prejudiciais”, sublinha.
A arquitecta aponta que continua sem haver um plano de protecção do legado português em Macau, previsto na lei de salvaguarda do património de 2013, aprovada oito anos após a inscrição na Unesco.
Sem balizas legais, o património deixado pelos portugueses viu-se rapidamente cercado pela pressão imobiliária, com o Governo a autorizar a construção de casinos na península e edifícios a despontar em torno da área protegida.

Terra à vista

A polémica mais recente envolve o Farol da Guia, o primeiro farol na costa sudeste da Ásia, ameaçado pelos planos de construir um edifício de 90 metros. O caso levou a Associação Novo Macau a apresentar queixa ao Comissariado contra a Corrupção, em 23 de Julho, um mês depois de o Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia se ter queixado à UNESCO.
Em 2017, o Comité do Património Mundial da UNESCO criticou o Governo pelo “possível impacto de empreendimentos de grande altura nas paisagens do Farol da Guia e da Colina da Penha”, alertando que a falta do plano de salvaguarda do património pode pôr em perigo o seu estatuto.
Para Rui Leão, a degradação não parece fácil de inverter, quando 80 por cento do PIB de Macau vem das receitas do jogo, o grande chamariz de turistas.
“Qualquer economia monofuncional é um sítio onde não há muito debate”, lamenta o arquitecto, considerando que o território se arrisca a perder o que faz a sua diferença: um património de cinco séculos, na encruzilhada entre oriente e ocidente.
“Isso faz com que Macau não seja um sítio alienado ou insuportável, como Doha [capital do Qatar] ou o Dubai, em que pode haver muito dinheiro, mas não há mundo: são cidades ‘fake’, feitas de nada”, defende.

10 Ago 2020

Covid-19 | Escolhidos os vencedores de concurso que visa combater o vírus através da arte 

Estão escolhidos os vencedores do concurso “Calling Macau Students to Fight Vírus with Art”, promovido pela Associação de Cultura e Arte Chinesa e apoiado pela Sociedade de Jogos de Macau. No total participaram 1,489 estudantes de 52 escolas primárias e secundárias, números que revelam, para a organização, “a determinação dos estudantes de lutar contra a doença em conjunto com a sociedade”

 

[dropcap]O[/dropcap] concurso “Calling Macau Students to Fight Virus with Art”, criado para levar os alunos de Macau a expressarem a sua luta contra o novo coronavirus, já tem os seus vencedores escolhidos. A iniciativa, organizada pela Associação de Cultura e Arte Chinesa de Macau e apoiada pela Sociedade de Jogos de Macau (SJM) recebeu um total de 1,489 projectos artísticos candidatos, feitos por alunos de 52 escolas primárias e secundárias. Segundo um comunicado, “a impressionante resposta teve como significado a determinação dos estudantes em lutarem contra a doença em conjunto com a sociedade”. O júri seleccionou um total de 216 trabalhos.

Liao U Hei, da escola Fu Luen, venceu na categoria “Chinese Calligraphy – Primary Junior”, enquanto que na categoria “Chinese Calligraphy – Primary Senior” venceu o aluno Leong Wai I, da escola Hou Kong. Na categoria “Chinese Calligraphy – Secondary Junior” o estudante Leong Hio Cheng, da escola Hou Kong, arrecadou o primeiro prémio.

Ainda na categoria “Chinese Calligraphy – Secondary Senior”, Ng Weng Lam, também da escola Hou Kong, obteve a primeira classificação. Relativamente à categoria “Painting – Primary Junior”, Leong Sam Ut, também da escola Hou Kong, arrecadou o primeiro prémio. O concurso tinha ainda mais duas categorias na área da pintura. Em todas as categorias do concurso foram atribuídos o segundo e terceiro prémios, tendo sido também concedidas 20 menções honrosas. Os alunos vencedores foram contemplados com um prémio pecuniário que poderão usar na compra de livros, além de receberem o respectivo certificado.

O tema deste concurso era “Love in the Time of Coronavirus” [O amor em tempos de coronavírus] e tinha como principal objectivo “encorajar os estudantes a expressar os seus sentimentos de preocupação relativamente à pandemia, contribuindo para os esforços concertados da sociedade na luta contra a doença”.

Além disso, o concurso pretendia, “ao mesmo tempo, promover a cultura chinesa e a criatividade nas artes no seio das gerações mais jovens”.

“Atitude positiva”

Ambrose So, presidente da Associação de Cultura e Arte Chinesa de Macau e CEO da SJM, disse estar “impressionado” com o elevado número de projectos artísticos apresentados a concurso. “Agradecemos sinceramente a participação das escolas – directores, professores e estudantes – por fazer desta actividade um sucesso frutífero neste período desafiante. Conseguimos compreender a preocupação por parte dos jovens relativamente a esta pandemia global através dos seus trabalhos”, disse, citado pelo mesmo comunicado.

Daisy Ho, presidente-executiva da SJM, afirmou que os trabalhos apresentados pelos alunos “não apenas reflectem as suas técnicas e criatividade mas também revelam uma atitude positiva no combate à doença”.

“A SJM está muito satisfeita por poder colaborar com a Associação de Cultura e Arte Chinesa de Macau nesta actividade e poder permitir aos estudantes partilharem as suas mensagens de amor junto da comunidade através da caligrafia e pintura”, frisou a empresária, filha do falecido magnata Stanley Ho.

Devido à pandemia, não é possível realizar a cerimónia de entrega de prémios, cuja data será anunciada posteriormente. No júri deste concurso participaram veteranos de caligrafia chinesa ou profissionais do meio artístico, tal como Ung Si Meng, Lai Ieng, Lok Hei, Kuan Kun Cheong, Li Tak Seng, Chan Heng Sang, Ho Loi Seng, Ieong Keang Sang and Fok Chi Chiu.

7 Ago 2020

BNU | Lucros do 1.º semestre caíram 20% em relação a 2019

[dropcap]O[/dropcap] Banco Nacional Ultramarino (BNU) registou uma perda de 20 por cento nos lucros no primeiro semestre do ano, em comparação a igual período de 2019, devido ao impacto da pandemia do coronavírus na economia. Uma perda que o presidente do BNU admitiu, em declarações à Lusa, poder ser semelhante até ao final do ano, entre 15 e 20 por cento, em contraste com o crescimento de 25 por cento registado em 2019.

A situação só pode melhorar com o regresso da emissão pela China de vistos individuais para Macau e, consequentemente, do mercado turístico de massas, que ajude os casinos e por arrasto a restante economia do território, sublinhou Carlos Álvares. Uma previsão mais optimista também só é possível com o aparecimento de uma vacina para a covid-19 que restaure a confiança das pessoas em viajar, salientou o responsável da instituição, do grupo Caixa Geral de Depósitos.

No ano passado, os lucros do banco foram de 366,8 milhões de patacas, que correspondeu a um crescimento de 18 por cento em relação a igual período de 2018. Agora caíram para 253,9 milhões de patacas.

Carlos Álvares salientou que o crédito e os depósitos cresceram enquanto as comissões ligadas aos cartões de crédito e seguros diminuíram, o que já era esperado neste cenário de crise. Já as comissões financeiras associadas à compra de acções em bolsa e ao investimento em fundos imobiliários subiram, acrescentou.

7 Ago 2020

TSI | Anulada rescisão de contrato para arrendar habitação social

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) inverteu uma decisão tomada pelo Instituto da Habitação (IH) de rescindir um contrato de arrendamento de habitação social no edifício Fai Tat, comunicou o gabinete do presidente do Tribunal de Última Instância.

Em causa, está um requerente de habitação social a quem em 2016 o IH tinha feito uma audiência escrita por ter um património líquido do agregado familiar acima do valor fixado por lei. O requerente explicou que um montante de 50.745 renminbis na sua conta bancária pertencia à sua irmã mais nova. Ainda assim, o organismo decidiu terminar a relação contratual. De seguida, o requerente recorreu para Tribunal Administrativo, e quando a decisão foi negativa avançou para o TSI.

O TSI observou que o montante na conta não ultrapassa o limite se for provado que é da irmã. “Uma vez que é facto relevante a titularidade da quantia depositada, a Administração tem o dever de procurar a verdade do facto e averiguar se a quantia pertence à sua irmã mais nova, tal como disse o recorrente”, diz a nota.

Frisando que a justificação do recorrente não devia ter sido negada de imediato, o tribunal defendeu ainda que “a maior parte dos residentes não tem bom conhecimento sobre as formalidades e funcionamento dos serviços públicos”. E como o caso está relacionado com a interpretação das regras de habitação pública “deve o serviço competente facilitar os residentes e tratá-los duma forma não burocrática”. Assim, o tribunal concluiu que o IH “não investigou suficientemente o caso” e violou o Código do Procedimento Administrativo.

7 Ago 2020

Turismo | Excursões na Ilha da Montanha em preparação

[dropcap]A[/dropcap] directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, afirmou que se estão a preparar excursões à Ilha da Montanha para os residentes de Macau. A informação foi divulgada numa reunião com Leong Sun Iok e dirigentes do sector de turismo, comunicou o deputado.

De acordo com a nota, as excursões vão ser lideradas por guias turísticos da RAEM. A iniciativa da DST de excursões locais “Vamos! Macau!” já contou com a participação de 110 mil residentes, e beneficiou mais de 400 guias turísticos. A maioria dos participantes tinha menos de 14 anos, ou acima dos 50. O deputado aponta que Helena de Senna Fernandes prevê que a abertura de escolas em Setembro limite o crescimento das excursões locais, lutando assim pela recuperação de vistos de turismo da China Continental e promovendo a oferta turística para atrair esses visitantes.

Na reunião, Leong Sun Iok pediu o combate aos atrasos de pagamento dos salários de guias turísticos. A dirigente do sector, Wu Wai Fong, quer que as autoridades lancem mais medidas para apoiar os guias turísticos porque a iniciativa “Vamos! Macau!” acaba no fim de Setembro. Pediu ainda novos cursos para elevar o nível profissional dos guias.

7 Ago 2020

25 activistas de Hong Kong acusados de participarem em vigília proibida em memória de Tiananmen

[dropcap]V[/dropcap]inte e cinco activistas pró-democracia foram hoje indiciados por participarem, em Junho, na vigília anual em Hong Kong contra a repressão em Tiananmen em 1989, que tinha sido oficialmente proibida devido aos riscos associados com a pandemia de covid-19.

Entre eles estão várias figuras do movimento, como Joshua Wong, o magnata da imprensa Jimmy Lai e líderes da Aliança de Apoio aos Movimentos Democráticos e Patrióticos da China, que organiza a vigília desde 1990. A acusação é a de “participarem conscientemente num comício não autorizado”. Lee Cheuk-yan, presidente da Aliança, foi indiciado por ter organizado a vigília a 4 de Junho, em Victoria Park.

Essa vigília atrai geralmente multidões e é a única celebração que visa denunciar a repressão em Tiananmen na China. Porém, as autoridades da ex-colónia britânica proibiram-na em junho, pela primeira vez em 30 anos, acreditando que esse encontro realizado durante uma pandemia constituía “uma grande ameaça à vida e à saúde do público”.

“É óbvio que o regime está a planear uma nova vaga de repressão contra ativistas. Como as nossas vozes podem não ser ouvidas tão cedo, esperamos que o mundo possa continuar a defender a liberdade e os direitos humanos” em Hong Kong, apelou Joshua Wong, numa mensagem na rede social Facebook. Os 25 activistas foram convocados para comparecer perante a justiça a 15 de Setembro.

7 Ago 2020

Beirute/Explosões | China envia equipa de médicos para o Líbano

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês vai enviar uma equipa de médicos e equipamento para o Líbano, após a explosão do porto que fez mais de 5.000 feridos e pelo menos 137 mortos, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O porta-voz do ministério, Wang Wenbin, disse que o Presidente chinês, Xi Jinping, enviou uma mensagem de condolências ao presidente do Líbano, Michel Aoun, após a explosão.”Como um país amigo do Líbano, a China está disposta a continuar a prestar assistência, dentro das suas capacidades, para o Líbano superar as dificuldades”, disse Wang, em conferência de imprensa.

A China é um grande cliente do petróleo e gás do Médio Oriente e, nos últimos anos, tentou aumentar a sua influência na região, como alternativa aos EUA e à Europa. O país asiático contribui também com soldados para operações de manutenção da paz das Nações Unidas no sul do Líbano.

Duas fortes explosões sucessivas sacudiram Beirute na terça-feira, causando, pelo menos 137 mortos e mais de 5.000 feridos, segundo o último balanço feito pelas autoridades libanesas. Até 300.000 pessoas terão ficado sem casa devido às explosões, segundo o governador da capital do Líbano, Marwan Abboud.

As violentas explosões deverão ter tido origem em materiais explosivos confiscados e armazenados há vários anos no porto da capital libanesa.

O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, revelou que cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio estavam armazenadas no depósito do porto de Beirute que explodiu.

6 Ago 2020

Hiroshima assinala 75.º aniversário do bombardeamento com apelos à assinatura de tratado nuclear

[dropcap]H[/dropcap]iroshima assinalou hoje o 75.º aniversário do bombardeamento atómico da cidade japonesa, com o autarca da cidade a criticar o Governo Japonês por se recusar a assinar o tratado de proibição de armas nucleares.

O apelo foi feito pelo presidente da Câmara de Hiroshima, Kazumi Matsui, a cerca de 800 pessoas reunidas no Parque da Paz da cidade, entre as quais primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e sobreviventes do ataque nuclear contra a cidade a 06 de Agosto de 1945.

Há precisamente 75 anos, em Hiroshima, às 08:15, hora local, era lançada a primeira bomba atómica em cenário de Guerra, pelo bombardeiro norte-americano Enola Gay. A bomba tinha o nome de código “Little Boy”, três metros de comprimento, 71 cm de largura e uma potência equivalente a 13 quilotoneladas de TNT, provocando a morte a 140.000 pessoas.

Três dias depois, os Estados Unidos lançaram, a 9 de Agosto de 1945, uma segunda bomba atómica sobre Nagasaki, à capitulação do Japão e ao fim da Segunda Guerra Mundial. “Apelo ao Governo japonês para que atenda ao apelo do Hibakusha [pessoas afectadas pela explosão] para assinar, ratificar e tornar-se parte do Tratado de Proibição de Armas Nucleares”, disse o presidente da câmara.

O tratado foi aprovado na ONU a 7 de Julho de 2017 por 122 estados membros, mas para que entre em vigor precisa de ser ratificado por pelo menos 50 nações, e até agora apenas 40 o fizeram.

O Japão, tal como as potências nucleares, ficou de fora desta iniciativa, que adere ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear, que restringe a posse de armas atómicas e que entrou em vigor há meio século após ter sido assinado pela grande maioria das nações do mundo, incluindo o Japão.

Estes dois tratados, sublinhou o autarca, são “instrumentos críticos para eliminar as armas nucleares”.

“Agora, mais do que nunca, os líderes mundiais devem reforçar a sua determinação para que este quadro legal funcione eficazmente”, insistiu, perante as cerca de 800 pessoas, um décimo dos participantes que assistiram no ano passado à cerimonia, que desta vez teve de ser reduzida devido ao risco de propagação da covid-19.

O presidente da câmara de Hiroshima falou após a apresentação de oferendas de flores num memorial relativa à tragédia a que se seguiu um momento de silêncio enquanto um sino tocava, na mesma hora em que a bomba caiu sobre Hiroshima.

Numa mensagem posterior, o primeiro-ministro japonês evitou qualquer conversa sobre o Tratado de Proibição de Armas Nucleares, mas disse que o seu país lutará “com tenacidade” para alcançar um mundo livre de armas nucleares. Do domingo será a vez de se assinalar o 75.º aniversário Nagasaki.

6 Ago 2020

Identificados 37 novos casos de covid-19 na China nas últimas 24 horas

[dropcap]A[/dropcap] China registou 37 novos casos confirmados de coronavírus na quarta-feira, 27 dos quais contágios locais na região oeste de Xinjiang, onde um surto surgiu há quase um mês, informou hoje a Comissão Nacional de Saúde. Todos os casos em Xinjiang ocorreram por contágio local. Em Liaoning, a província no nordeste da China onde há outro surto activo, foram registados três novos casos. O país identificou ainda sete casos entre viajantes oriundos do exterior.

É o sexto dia consecutivo em que a China regista menos de cinquenta infecções, depois de na semana passada ter tido três dias seguidos acima de cem.

As autoridades de saúde detalharam que, até à meia-noite local, 10 pacientes receberam alta, pelo que o número total de casos activos na China continental se fixou em 837, entre os quais 34 permanecem em estado grave.

A Comissão não anunciou novas mortes por covid-19, mantendo-se o total desde o início da pandemia em 4.634, entre as 84.528 pessoas infetadas oficialmente diagnosticadas na China.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 701 mil mortos e infectou mais de 18,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

6 Ago 2020