Hoje Macau China / ÁsiaBanguecoque volta a ser palco de uma marcha de Orgulho LGBTQ+ uma década e meia depois A capital da Tailândia voltou a ser ontem palco de uma marcha do Orgulho LGBTQ+, a primeira em quase 16 anos, com os participantes a sublinharem a circunstância de que a verdadeira igualdade está ainda muito longe. A marcha Naruemit Pride 2022 – Naruemit significa “criação” em tailandês – foi organizada por uma coligação de organizações não-governamentais (ONG), apoiadas pelo novo governador da cidade, Chadchart Sittiput. Manifestantes de todos os géneros, defensores da liberdade sexual, feministas, prostitutas, travestis, etc., reuniram-se numa das principais autoestradas da metrópole tailandesa para a primeira marcha de Orgulho LGBTQ+ oficial desde 2006. O país do sudeste asiático, uma monarquia conservadora de crença maioritária budista, tem uma comunidade LGBTQ+ altamente visível, mas muitos dos seus membros enfrentam graves dificuldades e discriminação. “Não queremos mais direitos do que outros géneros, queremos apenas os direitos básicos”, afirmou à AFP Maysa Petkam, uma concorrente num concurso de beleza transgénero. “Espero que a lei do Casamento para Todos passe, para que haja leis que protejam e lutem contra a desigualdade de género”, acrescentou, sublinhando que a sua comunidade ainda é segregada diariamente. O casamento entre pessoas do mesmo sexo continua a ser ilegal na Tailândia. O Governo rejeitou uma proposta de lei em março último.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Erupção de vulcão provoca coluna de cinzas de um quilómetro Um vulcão no sudeste das Filipinas entrou ontem em erupção, provocando uma coluna de cinzas com um quilómetro de altura, segundo o Instituto Filipino e Vulcanologia (Phivolcs), que emitiu um alerta às populações. Foram registadas explosões no vulcão Bulusan, que está a cerca de 500 quilómetros a sudeste de Manila, durante 17 minutos este domingo, segundo as autoridades filipinas, que já tinham registado actividade sísmica anormal na região nos últimos dias. O Phivolcs revelou que foram registados 77 terramotos com origem vulcânica nas 24 horas anteriores à erupção. A nuvem provocada pela erupção cobriu de cinzas as povoações de Juban e Casiguran, na província de Sorsogon, e foi emitido um alerta às populações de nível 1, numa escala em que 5 é o de maior perigo. Não há registo de feridos ou mortos e as autoridades filipinas disseram não ser expectável, neste momento, uma erupção de maiores dimensões. O arquipélago das Filipinas está situado sobre o Anel de Fogo do Pacífico, uma região com intensa actividade sísmica, e tem 23 vulcões activos. O Bulusan é um dos vulcões mais activos do país. A maior erupção registada até hoje nas Filipinas foi a do vulcão Pinatubo em Junho de 1991, em que morreram 850 pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Seul denuncia disparo de oito mísseis balísticos A Coreia do Norte disparou ontem oito mísseis balísticos para as águas ao largo da costa oriental, na sequência de três dias de exercícios militares conjuntos das forças armadas norte-americanas e sul-coreanas. “As nossas forças armadas detectaram o lançamento de oito mísseis balísticos de curto alcance, a partir do sector de Sunan, em Pyongyang, e em direcção ao mar de Leste”, disse o Estado-maior sul-coreano, numa referência ao mar do Japão. Estes disparos prolongaram-se por 30 minutos, precisou, em comunicado. “Os nossos militares reforçaram a vigilância em antecipação de novos lançamentos. A Coreia do Sul e os Estados Unidos cooperam estreitamente e estão totalmente preparados”, acrescentou. Este novo disparo ocorre três dias depois dos exercícios de grande escala dos exércitos norte-americanos e sul-coreanos, com a participação do porta-aviões USS Ronald Reagan, de 100 mil toneladas e propulsão nuclear. Estas foram as primeiras manobras conjuntas dos dois países depois do novo Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, que prometeu uma política mais firme em relação a Pyongyang, ter sido empossado no cargo, no início de Maio. Desde novembro de 2017 que um porta-aviões não participava nestes exercícios. Há muito que a Coreia do Norte protesta contra a realização deste tipo de manobras, que vê como um ensaio geral para uma invasão do país. “O exercício reforçou a determinação dos dois países em responder energicamente a qualquer provocação norte-coreana, ao mesmo tempo que demonstrou o empenho dos Estados Unidos em proporcionar uma dissuasão alargada”, de acordo com a mesma nota das forças armadas sul-coreanas. Um investigador do Instituto Asan de Estudos Políticos Go Myong-hyun considerou que o número invulgarmente elevado de mísseis lançados de uma só vez pela Coreia do Norte parecia ser uma retaliação aos exercícios. “Parece que lançaram oito mísseis porque, aos olhos da Coreia do Norte, a escala das manobras conjuntas aumentou”, disse. Retoma nuclear No mês passado, numa cimeira em Seul com Yoon, o Presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu que Washington podia, se necessário, utilizar “meios estratégicos” para dissuadir Pyongyang. Horas depois da partida de Biden da região, o regime de Kim Jong-un disparou três mísseis, incluindo um Hwasong-17, considerado o míssil balístico intercontinental mais potente do arsenal norte-coreano. Há semanas que Seul e Washington advertiram para a possibilidade de Pyongyang realizar um sétimo teste nuclear e o primeiro desde 2017. A Coreia do Norte, que regista um surto de covid-19, retomou, entretanto, a construção de um reactor nuclear, de acordo com novas imagens de satélite. Kim Jong-un tinha suspendido os testes nucleares e de mísseis de longo alcance durante as conversações com o então Presidente norte-americano Donald Trump, mas as conversações fracassaram em 2019. A Coreia do Norte quebrou esta moratória auto-imposta ao disparar um míssil intercontinental (ICBM) no final de Março.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Diplomacia chinesa defende reforço da cooperação O chefe da diplomacia chinesa esteve em Timor-Leste na sequência do périplo pelos pequenos países do Pacífico Sul. Durante a visita, Wang Yi destacou a contribuição chinesa para o desenvolvimento do país e o aumento substancial das exportações de Timor-Leste para a China O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês comprometeu-se sábado a reforçar e a expandir a cooperação da China com Timor-Leste e saudou o relacionamento de duas décadas entre os dois países. “Já estabelecemos esta parceria e gostaríamos de elevar a parceira entre a China e Timor-Leste a um novo patamar, criando um bom exemplo de respeito mútuo, benefícios mútuos e para o desenvolvimento comum entre países”, disse Wang Yi, aos jornalistas em Díli. “Já realizámos projectos exemplares na área da rede eléctrica, estradas e porto e isso ajuda muito o desenvolvimento das infraestruturas do país. As exportações de Timor-Leste para a China aumentaram 90 por cento e o café de Timor-Leste é cada vez mais procurado na China”, disse. Wang Yi falava aos jornalistas numa curta conferência de imprensa, com apenas três perguntas no total, no final de um encontro com o Presidente timorense, José Ramos-Horta. “A China é a segunda maior economia do mundo e membro do conselho permanente da ONU e é um país em desenvolvimento e está sempre ao lado dos outros países em desenvolvimento. Visitei Timor-Leste para ouvir as necessidades de Timor-Leste e promover colaboração bilateral e ajudar Timor-Leste a acelerar o desenvolvimento e elevar a vida do povo”, afirmou. O encontro com os jornalistas não estava previsto na agenda da visita e realizou-se depois de várias críticas, incluindo do Conselho de Imprensa timorense, pela recusa do governante chinês de prestar declarações aos meios de comunicação social. Questionado sobre as preocupações em alguns países, incluindo Austrália e Estados Unidos, sobre os interesses da China na região, Wang Yi disse tratarem-se de relações normais que Pequim tem vindo a promover. “A China quer desenvolver relações amigáveis com todos os países, não apenas no Pacífico. Fomos a África, à América Latina e ao Médio Oriente também”, afirmou. “Se a nossa viagem à região ajuda a motivar outros países a darem mais atenção a estas regiões e encorajar outros países a ajudar o desenvolvimento destas regiões, então porque não? Isto é normal e creio que é positivo para todo o mundo. Se não, é injusto deixar estas regiões abandonadas e esquecidas pelo mundo”, sublinhou. Relações saudáveis Durante a visita foi possível chegar a “vários consensos”, incluindo a “defesa do multilateralismo e do papel central da ONU para enfrentar os desafios” do planeta, disse Wang Yi, salientando que a China “continua a apoiar a adesão de Timor-Leste à ASEAN [Associação de Nações do Sudeste Asiático]”. Em concreto, no caso de Timor-Leste, o ministro destacou a colaboração no sector da saúde, comprometendo-se a enviar mais material de apoio e vacinas para combater a pandemia da covid-19 e equipas médicas. “Nos últimos 20 anos, as nossas equipas médicas já trataram 300 mil doentes em Timor-Leste. Vamos enviar mais equipas médicas de acordo com as necessidades de Timor-Leste”, disse. Sobre as duas décadas de relações bilaterais, Wang Yi lembrou que foi o próprio Ramos-Horta, então ministro dos Negócios Estrangeiros, que “assinou o comunicado conjunto”. Por seu lado, José Ramos-Horta afirmou que o encontro serviu para analisar as relações bilaterais, tendo agradecido à China pelos “20 anos de relações bilaterais, de apoio que tem dado em infraestruturas, educação e saúde”, com centenas de jovens a estudar na China. O chefe de Estado disse ter pedido a Wang Yi para que, no quadro da reunião do G-20, se discuta o perdão ou a reestruturação da dívida dos países em desenvolvimento. “Pedi a atenção do MNE [ministro dos Negócios Estrangeiros] e da China, no quadro da reunião do G20, e como consequência da pandemia e da guerra na Ucrânia que agravou a situação económica mundial, para seriamente a comunidade internacional ver a questão do perdão ou reestruturação de dívidas dos países do terceiro mundo, a única possibilidade para esses países poderem recuperar economicamente”, disse. Questionado sobre os receios, no ocidente, relativamente à acção da China no Pacífico, Ramos-Horta disse que “não há razões para alarme” e lembrou que Pequim sempre teve interesses na zona, por exemplo, na pesca. “Estes países do Pacífico tem feito muito lóbi com a China para ter mais apoios e a China está a responder a isso. Esses acordos pontuais com um ou outro país, não afectam os interesses de longa data de países como a Austrália e os Estados Unidos”, afirmou. “A China está a levar isto com muita naturalidade e sem qualquer emoção. Estão a querer apoiar o Pacífico, como apoiam países em África ou na América Latina, algo que têm feito ao longo de décadas”, disse. “Eu gostaria de ver uma relação expandida com a China, mas advogo apenas os programas e pedidos do nosso Governo que é quem define as áreas prioritárias em que precisa de apoio da China e isso será sujeito a acordos”, acrescentou. Ramos-Horta disse que durante a reunião não se falou “sobre segurança marítima ou segurança no Pacífico” e afirmou que a delegação chinesa até considerou “divertido as reacções de outros países à visita do ministro ao Pacífico”.
Hoje Macau EventosIC | Lançada exposição online sobre canhões antigos O Instituto Cultural (IC) acaba de lançar a “exposição online de canhões antigos”, uma plataforma digital que exibe o modelo em três dimensões dos quatro canhões antigos que foram encontrados em estaleiros de construção nas zonas do Porto Interior e Cotai. Neste momento estes canhões estão sob protecção e gestão do Museu de Macau, sendo sujeitos a um trabalho de análise e restauro desenvolvido pelo Instituto de Investigação Social e Cultural e ao Laboratório de Conservação do Património da Faculdade de Humanidades e Artes da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. O público poderá ver esta exposição no site do Museu de Macau, uma vez que, nesta fase, “os canhões não estão em condições de serem fisicamente expostos”, devido “ao grau avançado de deterioração, em consequência do longo período em que estiveram enterrados”. Prevê-se que o trabalho de restauro dure vários anos, aponta o IC em comunicado. A descoberta dos quatro canhões antigos veio “enriquecer a variedade de canhões antigos existente em Macau”, além de dar uma “noção mais completa sobre a disposição de canhões no território durante a era moderna”. Para o IC, trata-se de mais uma prova viva do “papel marítimo da área marítima da Taipa e Coloane enquanto um importante ponto da rota comercial entre a China e o Ocidente e um local de atracagem e reparação das embarcações vindas do estrangeiro”. O IC descreve ainda esta descoberta como “fundamental enquanto referência histórica para mais investigações sobre o passado militar do território”, bem como da defesa costeira e comercial. A exposição pode ser vista no website: www.macaumuseum.gov.mo/oldCannons/index.html
Hoje Macau EventosEstudantes de Macau gravam vídeos para dar “a conhecer melhor a cultura portuguesa” Um grupo de estudantes de uma escola de matriz chinesa de Macau tem gravado vídeos, que passam nos autocarros da cidade, com o intuito de dar “a conhecer melhor a cultura portuguesa”, através de provérbios. O próximo vídeo, que foi gravado na semana passada no Consulado-geral de Portugal em Macau, explica, num formato cómico, a expressão “rato de biblioteca”. “É alguém que estuda todos os dias”, explicou Bernice à Lusa. Bernice estuda português há sete anos na Escola Secundária Pui Ching, numa turma que começou por publicar vídeos na plataforma YouTube e que agora colabora com uma empresa local que produz conteúdo, nomeadamente para os transportes públicos de Macau. “Eles gostam desta maneira de aprender a língua portuguesa porque não têm de ir para a escola e aprendem fora da sala de aula”, sublinhou Miki Tong Weng U, uma das professoras. “Através dos vídeos, eles têm de falar, porque quando estamos na sala de aula, só praticamos a capacidade de leitura ou compreensão oral”, disse Miki. “Há poucas oportunidades para os alunos falarem na língua portuguesa”, lamentou a docente. Em Maio, vários professores chineses disseram à Lusa que as restrições à entrada de estrangeiros, devido à pandemia de covid-19, têm reduzido o contacto dos estudantes com falantes nativos de português, dificultando a aprendizagem. As dificuldades das escolas de Macau em recrutar docentes de português já tinham levado o Governo a anunciar, em 14 de Abril, um programa-piloto para levantar as restrições fronteiriças a alguns estrangeiros, incluindo professores portugueses. Sapos e gatos “Quando leio os livros e também no YouTube vejo muitos vídeos sobre os provérbios ingleses e acho que os provérbios portugueses também são muito interessantes”, explicou Miki. Um dos vídeos que os estudantes da Pui Ching já gravaram é dedicado à expressão “engolir sapos”. “Em português é muito diferente do chinês. Nós dizemos “engoli um gato”, em cantonês”, disse a professora. Um dos vídeos gravados na semana passada, que dá destaque a petiscos portugueses, nasceu da expressão “ser um bom garfo”. “Eu acho que um bom garfo significa alguém que gosta de comer e comer muitas coisas e então é como eu”, explicou à Lusa, com uma risada, um outro estudante, que adoptou o nome português Dragão. “A reacção da audiência é bastante boa (…) porque o conteúdo é bastante engraçado”, disse Miki. “Os vídeos ajudam bastante os cidadãos de Macau a conhecer melhor a cultura portuguesa”, acrescentou. A professora acredita que os vídeos deram aos alunos motivação, não apenas para aprender português na Pui Ching, mas também para “continuar os estudos em relação com a língua portuguesa”. Muitos dos alunos já pensam em estudar em universidade portuguesas. Tanto Dragão como uma outra estudante, Célia, têm planos para ingressar na Universidade de Porto após terminarem o ensino secundário. Outra estudante, também chamada Miki, só começou este ano lectivo a estudar português, mas já sabe o que quer fazer no futuro. “Quero estudar Direito, mas a língua portuguesa é uma língua importante em Macau”, disse.
Hoje Macau Manchete SociedadeMigrantes | Associações alertam para ‘máfia da imigração’ de trabalhadores domésticos Com o alargamento do plano de entrada de trabalhadores domésticos a todas as nacionalidades, as associações de migrantes em Macau estão a alertar os trabalhadores para as fraudes de intermediários e o aproveitamento por parte das agências de recrutamento Associações de migrantes em Macau alertaram para as falsas promessas de emprego da ‘máfia da imigração’, que cresceram assim que foi anunciada a abertura das fronteiras do território para trabalhadores domésticos. A União de Trabalhadores Migrantes da Indonésia (UTMI) publicou na quinta-feira na rede social Facebook um alerta para a comunidade indonésia que está a pensar em emigrar para Macau, avisando para os “intermediários-fantasma”. “Os anúncios com falsas promessas, algo que já acontecia antes da pandemia [de covid-19], começaram a crescer assim que o Governo de Macau anunciou a abertura para as empregadas domésticas. Pedem muito dinheiro, como 26 milhões de rupias indonésias [14.500 patacas] para tratarem do processo legal, e as pessoas acabam sem dinheiro e sem trabalho, porque os intermediários desaparecem”, explicou Yosa Wari Yanti, segundo a Lusa. Recentemente, a UTMI reuniu-se com representantes do consulado indonésio a quem pediram acções para garantir que o processo seja feito em segurança, de forma a evitar este tipo de fraudes. A União Progressista dos Trabalhadores Domésticos de Macau partilha dos mesmos receios, mas à Lusa também disse estar preocupada com abusos das agências de recrutamento de Macau. “A nossa preocupação é muito grande, até porque algumas agências estão a ficar com o dinheiro dos trabalhadores mesmo sem que os documentos tenham sido encaminhados ou o processo concluído”, salientou a filipina Jassy Santos, lamentando que as autoridades não tenham assegurado “uma política que protegesse os trabalhadores”. Macau abriu a fronteira a todos os trabalhadores domésticos em Maio, mas a medida resultou em pouco mais do que seis dezenas de pedidos, tendo sido aprovados também pouco mais de metade. Ao ritmo da pandemia A abertura a trabalhadores domésticos contrasta com a proibição de entrada de estrangeiros (com a excepção recente de portugueses) e de não-residentes no território, que mantém desde 2020 a política de ‘casos zero’. A medida contrasta também com a discussão política sobre a necessidade de se reforçar a contratação de trabalhadores locais, mas em sintonia com os debates parlamentares sobre a necessidade de se aliviar as restrições de entrada de empregadas domésticas, mão-de-obra muito ligada em Macau às comunidades filipina, indonésia e vietnamita, que auferem salários muito aquém da mediana salarial mensal no território. Segundo dados da UTMI, uma empregada doméstica recebia entre três mil a cinco mil patacas por mês. Com a falta de mão-de-obra actual, o vencimento mensal terá passado para valores entre as quatro mil e as seis mil patacas. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, a mediana do rendimento mensal da população empregada era de 16 mil patacas. Mas para a União Progressista dos Trabalhadores Domésticos de Macau “pouco mudou” com a pandemia no que diz respeito ao vencimento e protecção das empregadas domésticas, lembrando o facto de estes trabalhadores terem sido excluídos da lei do salário mínimo, que entrou em vigor em Novembro de 2020.
Hoje Macau SociedadeVaríola dos macacos | Integração na lista de doenças transmissíveis Macau vai rever a legislação para incluir a varíola dos macacos na lista de doenças transmissíveis, anunciaram as autoridades na quinta-feira. “Vamos entregar uma proposta à Assembleia Legislativa para uma alteração da lei, para incluir a varíola dos macacos como uma doença transmissível”, revelou na conferência semanal da Saúde Tai Wa Hou, dos Serviços de Saúde de Macau. Apesar de o território não ter detectado nenhum caso, o responsável revelou que as autoridades já elaboraram orientações sobre a doença, dando a conhecer “as manifestações clínicas, período de incubação, os grupos de risco”, entre outros. “Ao mesmo tempo, estamos a contactar os profissionais do sector e também a preparar sessões de formação para o sector conhecer melhor a doença (…) e reforçar a capacidade de despistagem”, vincou Tai Wa Hou, segundo a agência Lusa. O também médico da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário disse que, com base na situação mundial, Macau “não deve menosprezar a doença e deve estar preparado”. “Já negociámos com os agentes farmacêuticos sobre as vacinas e os medicamentos para ficarmos preparados,” concluiu. A varíola dos macacos, da família do vírus que causa a varíola, é transmitida de pessoa para pessoa por contacto próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados. O tempo de incubação é geralmente de sete a 14 dias e a doença tem uma duração média, de duas a quatro semanas. É endémica na África Ocidental e Central e menos perigosa que a varíola.
Hoje Macau EventosNovo livro aborda ligação de Ruy Cinatti a Timor-Leste “Senhor da Chuva” é o título de um novo livro ilustrado editado em Díli sobre a ligação do poeta e antropólogo português Ruy Cinatti a Timor-Leste, vincada com ‘pactos de sangue’ com duas famílias de chefes tradicionais. “Quando falava do Cinatti às pessoas, parecia estar a falar de uma lenda. Via a curiosidade que as pessoas tinham e daí esta ideia de um livro, que não pretende ser uma biografia, mas é sim uma exploração dessa rica ligação a Timor-Leste”, disse a autora Mara Bernardes de Sá à Lusa. “É mais um ponto de partida para descobrir Cinatti, um tributo. Um projecto que depois o artista Bosco Alves abraçou e que agora é publicado”, afirmou. O livro de Mara Bernardes de Sá, em Timor-Leste desde 2015, está ‘pintado’ com telas desenhadas propositadamente para o projecto pelo pintor timorense Bosco Alves, actualmente um dos mais conceituados do país. O primeiro exemplar foi entregue ao Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, aquando da visita a Timor-Leste e o lançamento oficial da obra decorre no Centro Cultural Português, na quinta-feira. Uma ligação antiga A autora explicou à Lusa que a ligação a Cinatti é praticamente tão antiga quanto a ligação a Timor-Leste, já que na primeira viagem ao país recebeu o livro “Condição Humana em Ruy Cinatti” de Peter Stilwell. “Foi a minha ligação a Ruy Cinatti e a Timor-Leste, lia como se ouvisse o poeta e estava encantada com a ilha, quando viajava levava comigo recortes de poemas e fotografias de Ruy Cinatti que deixava em lugares que sentia terem significado”, explicou. Depois, mais tarde, percebeu o vinco ainda mais forte do poeta e agrónomo português ao país, em virtude de dois pactos de sangue celebrados com Adelino Ximenes, então ‘liurai’ [chefe tradicional] de Loré, e Armando Barreto, ‘liurai’ de Ai-Assa. Natural de Chaves, Mara Bernardes de Sá tem obras publicadas, incluindo na antologia de poesia “Mouth Ogres”, em várias edições de autor de alguns livros infantis e com textos em livros, como “Timor Ruguranga” e “Olhares que falam”. Da nova obra e da exposição que a acompanha, fazem parte quatro telas pintadas especialmente para o livro por Bosco Alves, de 57 anos, artista que fez a primeira exposição, em Timor-Leste, em 2000, e já com obras em coleções privadas em vários países. A par da apresentação do livro, está patente uma exposição de vários documentos relacionados com Ruy Cinatti, espólio do Arquivo Nacional de Timor-Leste, incluindo vários livros, na maioria em primeiras edições e fotografias da vida do poeta. O livro é editado pela Plural Editores, do grupo Porto Editora, e a iniciativa é apoiada pela Embaixada de Portugal em Díli, Escola Portuguesa de Díli, Fundação Oriente, Camões-Instituto da Cooperação e da Língua e Arquivo e Museu da Resistência.
Hoje Macau Grande PlanoCovid-19 | Xangai saboreia fim de bloqueio que deve deixar cicatrizes Reportagem de João Pimenta, da agência Lusa Ansiedade e sensação de liberdade são sentimentos vividos pela população de Xangai que, desde terça-feira, viu o bloqueio de dois meses chegar ao fim. Para trás, ficam relatos de escassez de comida e falta de cuidados médicos. Muitas pessoas aproveitaram para deixar a cidade assim que puderam Os moradores de Xangai já saboreiam o fim de dois meses de bloqueio, mas “o terror” suscitado pela escassez de alimentos, violência e isolamento de casos positivos de covid-19 em condições degradantes deve deixar cicatrizes. “Ninguém pode compreender a ansiedade e o medo que sentimos nos últimos dois meses”, contou à Lusa Chiara, uma fotógrafa italiana radicada naquela que é considerada a capital económica da China. Um surto de covid-19 na mais populosa cidade do país, provocado pela variante Ómicron, altamente contagiosa, levou as autoridades chinesas a impor medidas de confinamento extremas, no âmbito da estratégia de “zero casos”. Durante dois meses, os cerca de 25 milhões de habitantes de Xangai foram proibidos de sair de casa. “Senti hoje o sol na cara, ao fim de 62 dias. Consegues imaginar? 62 dias”, descreveu à Lusa a chinesa Wang Hua. Todos os casos positivos, incluindo os assintomáticos, foram isolados em centros de quarentena: instalações improvisadas, com as camas distribuídas num espaço comum, sem chuveiros, e com uma casa-de-banho para centenas ou até milhares de pessoas. “O terror de saber que um teste positivo acarretaria ser enviada para um desses campos”, descreveu Chiara. “Algumas pessoas tentaram suicidar-se; animais de estimação foram mortos”, relatou. As cenas de violência, a falta de alimentos e a aplicação implacável e caótica das medidas de prevenção epidémica provocou protestos raramente vistos na China. Um alto funcionário do Partido Comunista da China em Xangai Li Qiang disse que a cidade fez grandes conquistas no combate ao surto por meio de uma luta contínua. Segundo a Reuters, a Disneyland de Xangai, que ainda não anunciou a data de reabertura ao público, apresentou ontem um espectáculo de luz ao vivo com a mensagem “celebrar o levantamento do bloqueio em Xangai”, enquanto que nas ruas os barbeiros voltaram a ter a agenda preenchida com pessoas que há muito tempos não cortavam a barba e o cabelo. Na rede social WeChat, muitas lojas começaram a anunciar os planos de reabertura. Melody Dong contou à Reuters que, assim que pôs os pés na rua, procurou ir comer hotpot e procurar carne grelhada, comidas que não conseguiu confeccionar em casa durante o período de confinamento. “Fui passear o cão à rua e o cão estava muito entusiasmado, porque passou mesmo muito tempo sem sair”, adiantou. Uma espécie de festa aconteceu na zona da antiga Concessão Francesa, onde pequenos grupos de pessoas saíram à rua e beberam champanhe. A cidade voltou ainda a preencher-se com os habituais grupos de dança nocturnos, que antes do confinamento se reuniam nas praças e ao longo do rio Huangpu. Na rede social Weibo, equivalente ao Twitter na China, um usuário escreveu: “A sensação hoje é quase como no tempo de escola. Na noite antes do início das aulas costumava estar cheio de expectativas para um novo semestre, mas ao mesmo tempo com muito receio no coração.” Pessoas ainda fechadas O Governo local assegurou que todas as restrições vão ser gradualmente suspensas, mas os comités de bairros locais ainda exercem um poder considerável para implementar medidas por vezes contraditórias e arbitrárias. O bloqueio reforçou os poderes destes comités, em quem o Partido Comunista Chinês confia para difundir directrizes e propaganda a nível local, e até mesmo para a resolução de disputas pessoais. Os comités tornaram-se alvo de críticas, sobretudo depois de terem proibido os moradores de saírem das suas casas, mesmo depois de as restrições oficiais terem sido relaxadas. “Senti-me sem esperanças”, contou à Lusa outra residente na cidade, que recusou ser identificada. “Um grupo de pessoas que nem sequer têm educação subitamente passou a ter o poder de decidir sobre a minha liberdade”. Os transportes públicos foram repostos em Xangai, assim como as ligações ferroviárias para outras cidades da China. Ainda assim, mais de meio milhão dos 25 milhões de habitantes de Xangai continuam trancados em casa, em comunidades residenciais onde foram detectados casos do novo coronavírus nos últimos 14 dias. Centros comerciais, supermercados, lojas de conveniência e farmácias reabriram, mas limitados a 75 por cento da capacidade total. Para ir ao supermercado, por exemplo, é necessário fazer reserva ‘online’ com antecedência, visando limitar as entradas. Xangai registou 15 novos casos nas últimas 24 horas, assinalando o declínio estável, desde que chegou aos mais de 20.000 casos por dia, em Abril. O bloqueio levou também a um êxodo de residentes chineses e estrangeiros, com multidões a formarem-se junto à Estação Ferroviária de Hongqiao. Numa altura, em que a maior parte do resto do mundo levantou praticamente todas as restrições, a China mantém a estratégia de ‘zero casos’, que visa extinguir surtos do novo coronavírus através de testes em massa e o isolamento de todos os infectados em instalações designadas pelo governo. Apesar da difícil situação vivida na cidade durante os dois meses de confinamento, foram raros os protestos por parte da população. Nas redes sociais foram divulgados vídeos de pessoas a bater em tachos e panelas nas janelas de casa à noite, à mesma hora, por exemplo. “O Governo de Xangai deveria apresentar um pedido público de desculpas a fim de obter a compreensão e o apoio da população e reparar os danos feitos à relação entre o Governo e a população”, escreveu no WeChat Qu Weiguo, professor da Escola de Línguas Estrangeiras da Universidade de Fudan, segundo a Reuters. “Compreensão” necessária Numa nota divulgada esta terça-feira, a Xinhua noticiou o encerramento do maior hospital de acolhimento de doentes covid-19. Com 50 mil camas dispostas no Centro Nacional de Exposições e Convenções, esta infra-estrutura fechou portas depois de dar alta aos últimos dois pacientes. No total, estiveram internados neste hospital de campanha um total de 174,308 doentes covid-19. Também na terça-feira a cidade retomou gradualmente as actividades normais de produção. Numa conferência de imprensa, Zong Ming, vice-presidente da Câmara Municipal de Xangai, explicou que as aulas presenciais vão ser retomadas gradualmente, nomeadamente para os dois últimos anos do ensino secundário e o terceiro ano do ensino médio, embora os alunos possam decidir se querem comparecer. Zong Ming adiantou também que Xangai “está ainda num estado crítico de prevenção e controlo da pandemia”, sendo por isso necessária “a continuação da compreensão, apoio e cooperação de toda a população”. O responsável frisou também que “cada residente deve aderir aos padrões da prevenção epidémica e medidas de controlo, manter o distanciamento social, tomar as vacinas [contra a covid-19] e cumprir com todos os regulamentos de prevenção epidémica”.
Hoje Macau Manchete SociedadeQuarentena | Mais hotéis depende da vontade de trabalhar em circuito fechado O presidente da Associação de Hotéis de Macau, Luís de Heredia, considera que o aumento do número de hotéis de quarentena está dependente da existência de trabalhadores disponíveis para trabalhar em circuito fechado. “O Governo vai fazendo as suas interpretações e vai tentando que haja operadores que lhes consigam fornecer esse tipo de serviço, mas tem que haver um compromisso porque nem sempre é fácil encontrar os trabalhadores que estejam dispostos a prestar esse serviço [em circuito fechado]”, disse à TDM-Rádio Macau. Sobre os efeitos da crise gerada pela covid-19, Luís de Heredia não se mostrou surpreendido com a redução do número de funcionários ao final do primeiro trimestre de 2022 e assegurou que o sector está a fazer tudo o que está ao seu alcance para assegurar os postos de trabalho dos locais e não residentes. “Se olharmos para os números estatísticos dos turistas, entravam quase entre 30 a 40 milhões, e agora se estivermos a fazer um cálculo para o ano serão seis, sete ou oito milhões. Não sabemos. É evidente que tem de haver uma actualização do número de trabalhadores. Mesmo assim, penso que praticamente todos os operadores e donos de hotéis têm feito um esforço para manter ao máximo os trabalhadores, tanto os locais como os TNR”, considerou.
Hoje Macau China / ÁsiaPacífico Sul | China vai nomear representante para nações insulares Na sequência do périplo do ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, pelos pequenos países do sul do Pacífico, com o intuito de firmar um acordo abrangente, Pequim anunciou a nomeação de um delegado especial para a região O Governo chinês anunciou ontem que vai nomear um enviado especial para as nações insulares do Pacífico Sul, reflectindo as crescentes ambições de Pequim para a região estratégica. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, está a realizar um périplo pelas nações insulares da região, tendo chegado ontem a Tonga, que continua a recuperar de uma enorme erupção vulcânica e um tsunami, que matou três pessoas em Janeiro e destruiu centenas de casas. No Tonga, Wang Yi reuniu com o rei, Tupou VI, e o primeiro-ministro, Siaosi Sovaleni. O ministro chinês assinou vários acordos com Sovaleni que abrangem quase todas as vertentes, desde a gestão de desastres até um projecto de melhoria do túmulo real. O embaixador chinês neste reino polinésio, Cao Xiaolin, disse em comunicado que os dois países já têm laços estreitos em várias áreas, incluindo comércio, infraestruturas e energias renováveis. O mesmo representante disse que a China disponibilizou vários programas de formação, que vão abranger cerca de 1.200 funcionários do governo tonganês. “A relação entre a China e o Tonga é uma pérola brilhante”, reforçou o embaixador. O governo do Tonga informou, por sua vez, que os dois lados tiveram “conversas frutíferas” e agradeceu à China por enviar dois aviões militares e dois navios da Marinha para entregar ajuda após o tsunami. Por partes Na segunda-feira, o governante chinês esteve nas Fiji sem conseguir assinar um amplo acordo multilateral de cooperação e segurança com 10 países do Pacífico, embora países como Samoa, Tonga, Kiribati, Papua Nova Guiné, Vanuatu, Ilhas Salomão, Niue e Vanuatu tenham concordado em cinco áreas de cooperação, que incluem recuperação económica após a pandemia de Covid-19 e novos centros para agricultura e desastres. Após a reunião nas Fiji, Pequim apresentou um documento oficial sobre a sua estratégia para a região, que inclui a nomeação de um enviado especial e uma colaboração mais próxima na luta contra a crise do clima, na segurança, covid-19, desastres naturais, infraestrutura, pesca e educação, entre outras questões. “A China e os países insulares do Pacífico, como países em desenvolvimento, compartilham uma ampla gama de interesses, incluindo a manutenção da paz e da estabilidade na região da Ásia -Pacífico, preservação da igualdade e justiça e promoção do desenvolvimento sustentável”, pode ler-se no documento oficial, emitido pela embaixada da China nas Fiji. No documento, as autoridades chinesas também propuseram a realização regular de um encontro entre Pequim e 10 nações do Pacífico Sul, incluindo Ilhas Salomão, Kiribati, Samoa, Fiji, Tonga, Vanuatu, Papua Nova Guiné, Ilhas Cook, Niuê e os Estados Federados de Micronésia. Em estudo Durante o encontro realizado entre Wang e os homólogos daqueles países, as nações insulares pediram mais tempo para estudar o acordo multilateral, designado de Visão de Desenvolvimento Conjunto China – Países Insulares do Pacífico, o que seria um importante pacto geopolítico. Wang assinou vários acordos bilaterais nesta viagem de 10 dias, que inclui uma paragem em Timor-Leste. A viagem do ministro chinês ilustra a tentativa de Pequim de ampliar a sua influência no Pacífico Sul.
Hoje Macau Manchete SociedadeGrande Baía | Inaugurada plataforma de negócios sino-portuguesa O Centro de Cooperação Internacional de Investimento e Comércio Sino Português (CCIICSP) pretende promover o investimento entre os países de língua portuguesa e a região da Grande Baía. A iniciativa é também o “reconhecimento, por parte da China, da relevância geoestratégica de Portugal” O Centro de Cooperação Internacional de Investimento e Comércio Sino Português (CCIICSP) é hoje inaugurado e visa promover projectos de investimento e comércio entre Portugal, países de língua portuguesa e a região da Grande Baía. De acordo com um comunicado do CCIICSP, citado pela agência Lusa, a partir de 1 de Junho vai ter lugar “a inauguração do Centro de Cooperação Internacional de Investimento e Comércio Sino Português – CCIICSP, com sede na cidade de Guangzhou, na China”, cuja sessão inaugural decorrerá em ‘streaming’, com a participação de ‘stakeholders’ públicos e privados chineses e portugueses. O CCIICSP resulta da parceria da “Porcham”, associação empresarial de negócios bilateral em vias de se transformar em Câmara de Comércio de Portugal na China, e da empresa “Cinco” com a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, “tendo como objectivo a prossecução de projectos de investimento e comércio entre Portugal, a diáspora portuguesa e os países de língua portuguesa com a região de Guangdong-Hong Kong-Macau Greater Bay Area (GBA) [Área da Grande Baía], e a ilha de Hainan”. De acordo com a nota, “a iniciativa constitui um importante passo na concretização da parceria estratégica entre Portugal e a China, estabelecida em 2005, e do forte impulso dado às relações bilaterais entre os dois países com a visita a Portugal do Presidente Xi Jinping, em 2018”. O mercado português “é hoje um dos maiores destinatários ‘per capita’ do investimento chinês na Europa”, é referido no comunicado. Distribuir jogo A criação do CCIICSP “é também o reconhecimento por parte da China da relevância geoestratégica de Portugal como interlocutor privilegiado e de primeira linha, na implementação do Acordo Abrangente de Investimento UE-China, celebrado em 2020, integrado na estratégia ‘The Belt & Road Initiative'”, refere a entidade. “Somos um consórcio dedicado a melhorar o ambiente de negócios e promover relações económicas construtivas e sustentáveis entre a República Popular da China e outros países com grande foco em países de língua portuguesa e países onde podemos alavancar a diáspora portuguesa”, afirma o ‘chairman’ do CCIICSP, Dário Silva, citado em comunicado. Dário Silva é um empreendedor português radicado na China há quase duas décadas e presidente da “Porcham”. “Ajudamos as empresas portuguesas a ter sucesso na China, bem como as empresas chinesas a ter sucesso no exterior, fornecendo suporte de ‘advocacy’, oportunidades de ‘networking’ [contactos], ‘insights’ e serviços de suporte empresarial”, acrescenta o responsável, salientando que o CCIICSP “é uma plataforma para empreendedores e profissionais se conectarem, partilharem recursos e construírem uma próspera comunidade internacional na Grande Baía, uma das regiões económicas em mais acelerado crescimento no mundo”.
Hoje Macau SociedadeKaifong | Estudo aponta que apenas 27% mostra vontade de ter filhos Um estudo da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAM) revelou que apenas 27 por cento dos inquiridos mostram vontade em ter filhos. De acordo com o inquérito dos Kaifong, citado pelo canal chinês da TDM-Rádio Macau, 75 por cento dos 1.643 entrevistados considera o “rendimento familiar” e o “ambiente de educação” factores determinantes quando é chegada a altura de decidir ter ou não filhos. Entre os entrevistados, com idades compreendidas entre os 18 e os 50 anos, 60 por cento apontaram ainda que “ter tempo suficiente para cuidar dos filhos” é o principal factor para aumentar a vontade de ter filhos. Por outro lado, mais de 50 por cento indicou ser importante ter “acesso a serviços de cuidados infantis” e “poder concorrer a habitação pública adequada ao número de filhos”. Perante os resultados do estudo, os Kaifong produziram uma lista de sugestões e tópicos de promoção da natalidade e qualidade de vida. Esta inclui a implementação de medidas favoráveis ao aumento do tempo passado em família, à melhoria do mercado de trabalho em Macau, ao alívio da inflação e à melhoria dos sistemas de cuidados infantis, educação e habitação pública. Dos 1.643 entrevistados, 70 por cento tinha entre 26 e 40 anos e cerca de 40 por cento não tem ou não quer ter filhos. Do total de inquiridos, 20 por cento diz respeito a pais.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Pequim pede a novo líder que resolva problemas sociais O primeiro-ministro chinês pediu ontem ao novo Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, para resolver os “problemas sociais” da cidade e desenvolver a economia, numa cerimónia, em Pequim. Li Keqiang salientou que o novo governo de Hong Kong deve “melhorar a subsistência das pessoas” e “unir os vários sectores da cidade para resolver os problemas sociais”, de acordo com a imprensa local. Na cerimónia, Li apresentou a carta que formaliza a nomeação de Lee, que vai tomar posse em 1 de Julho. O primeiro-ministro chinês garantiu que o governo central ia defender o princípio “um país, dois sistemas” – que tem governado Hong Kong desde o regresso à soberania chinesa em 1997 e permite um grau de autonomia e liberdades que não existem no continente – de uma “forma abrangente e precisa”, noticiou o jornal da região semiautónoma chinesa South China Morning Post (SCMP). “Também exerceremos plena e precisamente a jurisdição abrangente do governo central sobre Hong Kong, bem como o princípio de que Hong Kong é administrada por patriotas”, acrescentou. Segundo Li, Pequim vai “apoiar plenamente” o novo Chefe do Executivo de Hong Kong e o governo, “de acordo com a lei”, e salientou que a cidade devia “estudar os pontos fortes e as áreas em que se pode destacar”, e “compreender também o que o país precisa da cidade”, uma vez que “se integra” no desenvolvimento da nação. “O novo governo da cidade precisa de melhorar a sua eficiência e reforçar o estatuto de Hong Kong como centro internacional de finanças, comércio e transportes”, acrescentou o primeiro-ministro chinês. Com todo o gosto Em resposta, Lee, de 64 anos, disse aceitar a responsabilidade “com lealdade”, depois de ter sido eleito, em 8 de Maio, por 1.416 dos 1.461 membros da comissão eleitoral. Antigo inspector da polícia, Lee ocupava a pasta da Segurança quando Hong Kong foi palco de manifestações anti-governamentais, em 2019. Foi também fundamental na implementação da lei de segurança nacional, imposta em Junho de 2020 por Pequim para pôr fim aos protestos, cada vez mais violentos. Em Junho do ano passado, foi nomeado “número dois” no Executivo. A eleição do Chefe do Executivo foi adiada por seis semanas devido à pandemia da covid-19, e foi a primeira a realizar-se desde que Pequim impôs alterações ao sistema eleitoral da cidade, em 2021.
Hoje Macau PolíticaEmprego | Kaifong pedem mais apoios à contratação de residentes Os deputados da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, Ho Ion Sang e Ngan Iek Hang, têm esperança de que o Governo lance mais medidas para incentivar a contratação de residentes desempregados. Citado pelo jornal Ou Mun, Ho Ion Sang recordou que a pandemia dura há demasiado tempo e que muitas pequenas e médias empresas ficaram sem fluxo de capitais e estão num estado crítico, à beira da falência. O novo membro da “bancada” dos Kaifong na Assembleia Legislativa, Ngan Iek Hang, apontou a via fiscal para aliviar as despesas das empresas, nomeadamente através do aumento do montante máximo de isenção do imposto profissional até 20 mil patacas. O jovem deputado considera que o stress financeiro levou este ano ao aumento de suicídios e casos de violência doméstica e que as ramificações da crise económica afectam as famílias de múltiplas maneiras. Neste contexto, a situação dos cuidadores de idosos ou de pessoas com problemas de saúde incapacitantes foram destacadas pelo deputado, que considera ser necessário atribuir um apoio específico. Além da ajuda financeira, Ngan Iek Hang sugere que o Governo trabalhe com as associações para aliviar estas pessoas fornecendo cuidados a idosos e pessoas com doenças incapacitantes.
Hoje Macau PolíticaChina nomeia Zheng Xincong director do Gabinete de Ligação de Pequim em Macau O Conselho de Estado da China anunciou hoje a nomeação de Zheng Xincong para director do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM. Zheng Xincong, de 63 anos, antigo vice-governador da província de Fujian, e, até aqui, director-adjunto no Gabinete de Ligação de Pequim em Macau, foi também nomeado Conselheiro para os Assuntos de Segurança Nacional da Comissão para a Manutenção da Segurança Nacional de Macau. Em ambos os cargos, Zheng substitui Fu Ziying. No início de abril, o ex-director sublinhou que Macau “continua a enfrentar muitos desafios na defesa da segurança do Estado”, ao mesmo tempo que “continuam a existir interferências e infiltrações de forças externas”. A China aprovou no final do ano passado a criação de duas comissões em Macau para reforçar a defesa da segurança nacional.
Hoje Macau Grande PlanoJubileu | Isabel II, a rainha acidental que continua a fazer história Um capricho do destino colocou Isabel II no trono britânico, no qual acabou por ficar uns históricos 70 anos, tornando-se na monarca com o mais longo reinado, que se estendeu do pós-guerra ao pós-covid 19. Ao longo de sete décadas, a rainha cruzou-se com muitas figuras que marcaram a História e a atualidade internacionais como o primeiro primeiro-ministro da Índia, Jawaharlal Nehru, o imperador japonês Hirohito, o líder anti-apartheid e ex-Presidente sul-africano Nelson Mandela ou o primeiro Presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama. Já ao nível da política interna, desde que subiu ao trono, o Reino Unido teve 14 primeiros-ministros, tendo convivido com Winston Churchill, Margaret Thatcher, Tony Blair ou Boris Johnson. Ao mesmo tempo, viu encolher o extenso império britânico da era vitoriana, no qual se dizia que o sol nunca se punha, devido à descolonização, à transferência de Hong Kong para a China em 1997 e ao fim de laços com a coroa britânica, como fez os Barbados recentemente. Apesar das crescentes pressões, conseguiu proteger a família real dos ataques aos privilégios herdados e hoje é inquestionavelmente um pilar essencial de um país multiétnico cada vez mais fracturado por divisões políticas, sociais e até regionais. O nascimento de Elizabeth Alexandra Mary Windsor em 21 de abril de 1926 na casa dos avós maternos, em Londres, foi um acontecimento relativamente menor pois “Lilibet”, como era conhecida a menina de cabelos aos caracóis, não estava destinada ao trono. Porém, a história mudou de rumo quando o tio sem filhos, Eduardo VIII, abdicou em 1936 para se casar com Wallis Simpson, uma norte-americana divorciada, pondo fim a uma calma vida familiar. O irmão, e pai de Isabel, George VI, herdou o trono, abrindo o caminho da coroa à primogénita, que, no dia em que celebrou os 21 anos, prometeu dedicar a vida “seja longa ou curta” ao serviço do país. Durante a Segunda Guerra Mundial, permaneceu sobretudo no Castelo de Windsor, evitando os bombardeamentos de Londres, mas mais tarde serviu como voluntária no Serviço Territorial do Exército como motorista e mecânica. Em 20 de novembro de 1947, Isabel casou-se com Filipe, um primo afastado que renunciou aos títulos de príncipe da Grécia e da Dinamarca e à carreira na Marinha Real britânica para se consagrar ao papel de príncipe consorte. A cerimónia foi relativamente discreta devido aos tempos de crise após a guerra, e a princesa teve que usar senhas de racionamento para pagar os tecidos do vestido. O casal viveu em Malta entre 1949 e 1951, enquanto o príncipe Filipe cumpria uma comissão de serviço na Frota do Mediterrâneo. Quando George VI morreu aos 56 anos, em 1952, Isabel tornou-se rainha com apenas 25 anos, então mãe de dois filhos, Carlos (nascido em 1948) e Ana (1950). Teve mais dois filhos já em funções, André (1960) e Eduardo (1964). A cerimónia da coroação, na Abadia de Westminster em 02 de junho de 1953, foi transmitida pelo rádio em todo o mundo e, a pedido da rainha, pela primeira vez na televisão, atraindo uma audiência de milhões de pessoas. No exterior, multidões de populares resistiram à forte chuva para assistir à passagem da rainha. O papel da monarca britânica é essencialmente cerimonial e está acima das quezílias políticas, sabendo-se pouco do que pensa das decisões dos primeiros-ministros com quem conversa todas as semanas. Antes de ter delegado ao príncipe Carlos a Abertura de Estado do parlamento em abril passado, leu sempre com uma voz indiferente e aguda o programa do Governo, um compromisso ao qual só faltou três vezes em 70 anos. Além de chefe de Estado do Reino Unido, preside à Commonwealth, a organização de 54 países, incluindo 14 ex-colónias das quais continua a ser soberana, como Austrália, Canadá e Jamaica. Os súbditos, empregados e até alguns familiares chamam-lhe “Ma’am”, trato alternativo a “Sua Majestade”. Gosta de vestir-se com cores vivas, usa quase sempre de chapéu e nunca se separa da sua mala de mão. Apesar do respeito consensual que hoje merece, o reinado teve também muitos altos e baixos. O conto de fadas que foi o casamento em 1981 do príncipe herdeiro Carlos com Diana azedou rapidamente, apesar do nascimento dos dois filhos William e Harry. Em 1992 declarou “annus horribilis” o período que ficou marcado pelo desmoronamento dos casamentos de três dos seus filhos, Carlos, Ana e André, e pelo devastador incêndio no Castelo de Windsor, uma das residências oficiais. Em 1997, a rainha foi acusada de não estar em sintonia com a população que chorou a morte de Diana num acidente de viação em Paris, ao ter permanecido na propriedade rural na Escócia durante dias antes de regressar a Londres e agradecer pelas inúmeras flores e mensagens deixadas à porta do Palácio de Buckingham. Nas duas décadas seguintes, porém, conduziu uma reviravolta notável para a monarquia, ajudada por uma poderosa máquina de comunicação ativa não só nos tabloides, mas também nas redes sociais. A rainha cortou o orçamento do Palácio, e o casamento de William com a plebeia Kate (Catherine) Middleton ajudou a projetar a imagem de uma monarquia mais moderna. Durante os confinamentos da pandemia de covid-19, interveio com comunicações públicas cujo tom conciliou a gravidade da situação com uma mensagem de esperança. O sentido de abnegação ficou espelhado nas imagens das cerimónias fúnebres do marido, que morreu em abril de 2021 aos 99 anos, às quais assistiu afastada da família por causa das restrições em vigor. A reputação que construiu nos últimos anos de devoção sóbria permitiu também distanciar-se das polémicas causadas pelo príncipe Harry e a mulher Meghan Markle e pelos escândalos protagonizados pelo príncipe André. Apesar da especulação mais recente sobre a possibilidade de abdicar a favor do filho Carlos, de 73 anos, por causa das dificuldades de mobilidade que tem sentido, continua a cumprir estoicamente os deveres, seja por videoconferência ou em pessoa. Em meados deste mês, fez uma visita surpresa à nova linha do metro londrino, baptizada Elizabeth em honra da rainha, apesar dos “problemas de mobilidade” invocados nos últimos meses para faltar a várias cerimónias. Mesmo assim, é evidente o esforço do Palácio em reduzir a carga de trabalho da monarca nonagenária, com o príncipe Carlos e outros membros da família real a representá-la em visitas ao estrangeiro e outros compromissos públicos. Para trás ficam os tempos em que montava a cavalo e passeava os adorados cães de raça Corgi nas propriedades reais. Em 09 de setembro de 2015, a rainha tornou-se a monarca há mais tempo em funções, superando a trisavó Vitória. Isabel II visitou 132 países, percorreu mais de um milhão de quilómetros e fez milhares de discursos, mas nunca deu uma entrevista e a vida privada permanece em grande parte um mistério. Indiscrições raras de membros do Palácio revelaram que gosta de saber as intrigas de Westminster, ler as dicas de corrida de cavalos do jornal “Racing Post”, beber o ‘cocktail’ favorito Dubonnet com gin antes do almoço e fazer as palavras cruzadas. Além dos quatro filhos, tem oito netos e 12 bisnetos e a apenas a pandemia interrompeu a tradição de reunir a família no Natal. No prefácio de uma biografia escrita pelo antigo ministro Douglas Hurd, o neto William resumiu a personalidade da soberana como uma pessoa “bondosa e com sentido de humor, um sentido inato de calma e visão e amor pela família”.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE | Relações China-EUA não são um jogo de soma zero O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, que se encontra num périplo pelos países do sul do Pacífico, respondeu a Antony Blinken, que descreveu a China como “o desafio de longo prazo mais sério à ordem internacional”. Wang Yi sublinhou que o mundo não é como os EUA o vêem e apelou a um diálogo mais justo e construtivo por parte dos norte-americanos O conselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse este sábado que as relações entre China e EUA não são um jogo de soma zero e que os norte-americanos devem abordar os laços bilaterais com base nos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação de benefício recíproco. Em resposta a um recente discurso político do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que descreveu a China como “o desafio de longo prazo mais sério à ordem internacional”, Wang disse que há grandes equívocos nas visões dos EUA sobre o mundo, a China e as relações entre ambos, informa a agência estatal Xinhua. O mundo não é o que os Estados Unidos descrevem e a tarefa mais urgente da comunidade internacional é proteger conjuntamente a vida e a saúde humana, promover a recuperação económica mundial e salvaguardar a paz e a tranquilidade mundiais, o que exige o estabelecimento de uma comunidade com um futuro comum e a implementação de propósitos e princípios consagrados na Carta da ONU, assinalou Wang. O responsável destacou que a Iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota,” a “Iniciativa de Desenvolvimento Global” e a “Iniciativa de Segurança Global”, propostas pela China, ganharam amplo reconhecimento e apoio da comunidade internacional. A obsessão dos EUA com o “centrismo ocidental”, “excepcionalismo” e a mentalidade da Guerra Fria, assim como sua pressão pela lógica da hegemonia e da política do bloco, vão contra a tendência da história e só levarão ao confronto e à divisão da comunidade mundial. Na realidade, os Estados Unidos tornaram-se uma fonte de turbulência que prejudica a actual ordem mundial e um obstáculo que impede a democratização das relações internacionais, observou Wang. Enfatizando que a China não é o que os EUA imaginam, Wang salientou que há uma lógica histórica clara para o desenvolvimento e revitalização do país que tem um forte poder endógeno. A busca comum da modernização por 1,4 mil milhões de chineses representa um grande progresso para a humanidade, em vez de uma ameaça ou desafio para o mundo, ressaltou Wang, acrescentando que tal conquista é feita sob a forte liderança do Partido Comunista da China e é fruto da solidariedade, diligência e trabalho árduo do povo chinês que encontra o caminho do socialismo com características chinesas. Competição justa “O nosso objectivo é aberto, justo e honesto. É tornar a vida melhor para nosso povo e dar uma contribuição maior ao mundo, não substituir ou desafiar outros”, declarou Wang. “Estamos a levar a reforma, a abertura e a cooperação de benefício mútuo a um nível mais alto. Vamo-nos tornar uma versão melhor de nós mesmos e tornar o mundo um lugar melhor”, disse, citado pela Xinhua. “O que queremos dizer aos EUA é que as relações sino-americanos não são um jogo de soma zero projectado pelo lado norte-americano”, assinalou Wang. Os líderes chineses apontaram que se a China e os Estados Unidos puderem lidar adequadamente com seu relacionamento, isso seria importante para o futuro do mundo, uma questão do século que precisa ser bem respondida pelos dois países, acrescentou. Antes de responder à pergunta, o lado norte-americano deve primeiro estar ciente de que uma hegemonia unipolar não encontrará apoio, o confronto grupal não tem futuro, construir pequenos quintais com cercas altas significa auto-isolamento e atraso e dissociar e cortar suprimentos só prejudica os outros e a si mesmo, continuou. Os países podem encenar uma competição justa entre si e é natural que a China e os Estados Unidos tenham algumas disputas, mas não devem ser destrutivas, observou Wang. O povo chinês tem confiança e está pronto para realizar uma competição justa para ver quem pode governar melhor seu próprio país e quem pode fazer mais contribuições para o mundo. “Nunca cederemos à chantagem ou coerção e defenderemos firmemente a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da China”, disse o chanceler, sublinhando que o povo chinês tem a espinha dorsal e a determinação para fazê-lo e qualquer supressão e contenção só os tornará mais unidos. O lado norte-americano deve concentrar os seus esforços na aplicação dos princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação de benefício mútuo, de modo a encontrar o caminho para que os dois principais países, China e Estados Unidos, lidem adequadamente um com o outro na nova era, disse Wang. Wang esteve de visita às Fiji, a quarta paragem da sua viagem aos países insulares do Pacífico.
Hoje Macau SociedadeHotéis receberam menos 46,9% hóspedes em Abril O número de hóspedes nos hotéis de Macau caiu 46,9 por cento, em Abril, em comparação com igual mês do ano passado, indicou a Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No mês passado, os 121 hotéis e pensões do território, com um total de 39 mil quartos, hospedaram 369 mil pessoas, menos 46,9 por cento em termos anuais, acrescentou. Do Interior da China, hospedaram-se 244 mil pessoas nas unidades hoteleiras de Macau, menos 59,5 por cento em relação a Abril de 2021, embora o número de hóspedes locais (95 mil) tenha subido 55,8 por cento. A taxa de ocupação média hoteleira, em abril, foi de 29,5 por cento, menos 29,5 pontos percentuais, em termos anuais, de acordo com a DSEC. Nos quatro primeiros meses deste ano, a taxa de ocupação média hoteleira foi de 38 por cento, menos 10,5 pontos percentuais, relativamente ao mesmo período do ano anterior, tendo os estabelecimentos hospedado 1.744.000 pessoas, menos 18,8 por cento, face ao mesmo período de 2021. As medidas de restrição e controlo contra a covid-19 levaram Macau, que em 2019 contabilizou quase 40 milhões de visitantes, a fechar a fronteira a estrangeiros e impor uma quarentena obrigatória a quem chega de zonas consideradas de alto risco. A perda de milhões de turistas levou a quebras sem precedentes na indústria do jogo, fundamental na economia do território, que registou apenas 83 casos de covid-19 desde o início da pandemia, em Março de 2020. O jogo representa cerca de 80 por cento das receitas do Governo e 55,5 por cento do produto interno bruto (PIB) de Macau, numa indústria que dá trabalho a mais de 80 mil pessoas, ou seja, a 17,23 por cento da população empregada.
Hoje Macau PolíticaTrânsito | Coutinho sem tempo para “ouvir disparates” José Pereira Coutinho admitiu ter sido um dos sete deputados que abandonou a apresentação do Governo sobre o planeamento do trânsito até 2030, durante a fase de perguntas e respostas, por não ter tempo para “ouvir disparates”. “Não tenho tempo para ouvir disparates tais como o Metro Ligeiro vai resolver problema do trânsito e construção do teleférico, que vai ser mais um elefante branco para sustentar os vários elefantes que já cá existem e custam muito dinheiro dos contribuintes”, pode ler-se numa publicação partilhada no Facebook. “Tenho muito mais que fazer, atendendo todos os dias queixas dos cidadãos a reclamar que as coisas estão mais caras, desde as botijas de gás até aos principais géneros alimentícios que (…) perder tempo a ouvir estes disparates”, acrescentou.
Hoje Macau Manchete PolíticaGoverno apoia contratação de residentes desempregados com 20 mil patacas O Executivo vai atribuir um abono de 3.328 patacas mensais durante meio ano aos empregadores que contratarem “adicionalmente residentes desempregados”, numa nova medida de apoio ao emprego, anunciada na sexta-feira pelo Conselho Executivo. O apoio às entidades patronais tem como objectivo “incentivar a criação de mais postos de trabalho e estabilizar o emprego”, disse o porta-voz do Conselho Executivo André Cheong, em conferência de imprensa. “Ao empregador pode ser atribuído, de uma só vez, um abono de seis meses por cada trabalhador adicionalmente contratado, cujo valor total é de 19.968 patacas”, especificou o também secretário para a Administração e Justiça. A nova medida poderá ter um peso nos cofres do Governo de cerca de 300 milhões de patacas, segundo estimativas do director dos Serviços para os Assuntos Laborais, Wong Chi Hong, também presente na conferência de imprensa. “No orçamento, vamos depois configurar a taxa de desemprego em 5 por cento, com base em 15 mil pessoas, o que ronda cerca de 299,5 milhões de patacas”, afirmou. Céu é o limite Para incentivar a contratação de mais residentes desempregados, este novo programa não prevê limite para o número de subsídios atribuídos, notou Cheong. Determina, porém, que o trabalhador contratado se encontre no “desemprego nos 60 dias anteriores” ao início do trabalho e não seja cônjuge, viva em união de facto, tenha um “vínculo familiar até ao segundo grau e que viva em comunhão de mesa e habitação” com o beneficiário. Outros deveres cabem ao empregador, segundo o novo regulamento administrativo, referiu ainda o porta-voz: estes “devem manter o número de trabalhadores locais existentes” e também conservar uma relação laboral com o funcionário por um “período não inferior a 12 meses”. Caso o empregador não cumpra as obrigações exigidas, terá de restituir o montante do abono e assumir “a eventual responsabilidade legal”. O prazo para a contratação adicional de trabalhadores começa na quarta-feira e termina a 31 de Agosto.
Hoje Macau Grande Plano MancheteCovid-19 | Abertura “restritiva” a portugueses não-residentes divide empresários A permissão de entrada em Macau a portugueses não-residentes, “sem autorização prévia das autoridades de saúde”, não irá alterar significativamente a retoma da actividade económica, de acordo com empresários ouvidos pela Lusa. Apesar do reconhecimento da tendência positiva no que toca a restrições, a duração da quarentena continua a ser um obstáculo Macau permite, desde de sexta-feira, numa medida de excepção, a entrada de portugueses não-residentes no território, e empresários mostram-se divididos com decisão que obriga a um período de quarentena “bastante alargado”. António Pereira, empresário português, fez a última viagem de negócios a Macau em Dezembro de 2019, mas admite que só regressa à região, onde tem um escritório, “quando não houver mais quarentena”. O diretor-geral da TrevoTech International, empresa angolana focada na distribuição e comercialização de maquinaria pesada, não acredita que a nova medida do Governo de Macau, que permite desde sexta-feira a entrada de cidadãos portugueses não-residentes no território, possa beneficiar o negócio. “Pode ser uma vantagem em geral, para mim não é, não vou para ficar 14 dias em quarentena”, notou o empresário, que se divide entre Luanda e Lisboa, e que costumava viajar “uma ou duas” vezes por ano à China, país fornecedor da TrevoTech. Entre portas Depois de dois anos de portas fechadas a estrangeiros sem o estatuto de residente, Macau lançou uma medida de excepção que permite a entrada no território a nacionais portugueses sem autorização prévia dos serviços de saúde locais. O programa está limitado a quem, nos 21 dias anteriores à entrada, tenha estado na China, Hong Kong e Portugal e exige que sejam cumpridos 14 dias de quarentena num hotel. Para o presidente da CESL Asia, empresa com sede em Macau e uma “actividade de 30 milhões de euros a correr em Portugal”, a medida “ainda é bastante restritiva”, devido às quarentenas, embora “tenha alguma utilidade”. À Lusa, António Trindade defendeu a necessidade de uma maior mobilidade entre Portugal e Macau e de menores quarentenas, apontando que, embora durante a pandemia as plataformas ‘online’ tenham permitido “racionalizar muito as viagens”, não é possível aos empresários “deixar de ter contacto com o mercado e as pessoas para as servir”. O regresso à normalidade é, além disso, “muito importante” para a região administrativa chinesa: “O papel de Macau no plano de desenvolvimento da Grande Baía, que é de plataforma com a lusofonia, e das relações com Portugal e por aí fora, tudo isso precisa dessa abertura”, concluiu o dirigente da CESL Asia, empresa com cerca de 500 trabalhadores e que actua em diferentes áreas de negócio, que vão dos serviços às soluções tecnológicas. Visto exigente Já a Associação de Jovens Empresários Portugal-China (AJEPC) considera que a decisão “vai permitir que o tecido empresarial se comece a mobilizar e voltar a Macau” e que se “consiga ainda, durante este ano, compensar a balança comercial e aumentar as exportações”. “O período de quarentena continua a ser bastante alargado”, ressalvou o presidente da AJEPC, Alberto Carvalho Neto, salientando, no entanto, que para os empresários “que estejam a tentar recuperar negócios”, a observação médica num hotel não será uma limitação. “No sector do agroalimentar, acredito que haja empresários que estejam extremamente interessados em voltar rapidamente a reactivar o relacionamento”, frisou. No que diz respeito aos requisitos para entrar na China continental através de Macau, os empresários mostram-se mais pessimistas. Uma vez em Macau, um nacional português não-residente pode solicitar um visto para cruzar a fronteira, confirmou à Lusa a China Travel Service, agência autorizada a emitir documentos de viagem para a China. No caso de tratar-se de um empresário, além da vacinação completa, terá de permanecer em Macau pelo menos 28 dias antes de viajar, sendo necessária a apresentação de “uma carta-convite da empresa” na China, “a certificação da companhia e a cópia do documento de identificação do representante legal”, explicou uma funcionária da China Travel Service. Para ambos os vistos, de turismo ou negócios, é permitida uma única entrada por um período máximo de 30 dias no país, sendo que a atribuição do visto “não é 100 por cento garantida”, reforçou. “São períodos muito longos”, reagiu o director-geral da TrevoTech. “A não ser que sejam negócios demasiado grandes, não estou a ver os empresários a passarem por esse período, acho que essa restruturação com o lado da China ainda vai aguardar um pouco”, completou Alberto Neto Carvalho. Testados e certificados Além da necessidade de permanecer no Interior da China, Hong Kong ou Portugal nos 21 dias que antecedem a viagem rumo a Macau, e da obrigação de cumprir 14 de quarentena num hotel designado, é exigida uma panóplia de documentação a quem chega à RAEM ao abrigo da excepção. Assim sendo, os portugueses abrangidos pela medida têm de apresentar, como é óbvio, passaporte português válido, certificado de resultado negativo no teste à covid-19, certificado de vacinação e “confirmação de reserva emitido pelo hotel de observação médica”. Quanto aos documentos que comprovem que nos 21 dias anteriores à entrada em Macau o declarante não esteve em locais fora de Portugal, Interior da China e Hong Kong existem duas opções: pedir um atestado às entidades autárquicas de Portugal ou assinar uma declaração, sob compromisso de honra para o mesmo efeito. Importa referir que caso se venha a constatar que as informações não correspondem à verdade, o declarante pode ser acusado de prestação de declarações falsas. Na contagem dos 21 dias, é permitido a soma do tempo nos três territórios, ou seja, antes de entrar em Macau, o cidadão português pode passar sete dias em Portugal, outros sete no Interior da China e outros sete em Hong Kong. Aquando do anúncio da medida, as autoridades afirmaram que tiveram em conta “as necessidades dos residentes ou entidades da RAEM”, razões pelas quais decidiram “dispensar, a título excepcional, o cumprimento da medida por parte de determinado grupo de pessoas”, uma vez que “o intercâmbio entre pessoas de Macau e Portugal é necessário”.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai | Escola reabrem em Junho para receber alguns alunos As escolas do ensino básico e secundário de Xangai reabrirão em Junho para receber alguns alunos, disseram ontem as autoridades locais, num sinal de relaxamento do confinamento imposto à capital económica da China para conter a covid-19. Perante o ressurgimento da covid-19, que atinge a China há alguns meses, grande parte dos 25 milhões de habitantes da cidade foi obrigada a ficar em casa desde o início de Abril. Com a diminuição acentuada do número de casos positivos nas últimas semanas, várias restrições já foram levantadas. Entretanto, as pessoas geralmente só podem sair por algumas horas por dia. Os alunos do segundo e terceiro ano do ensino secundário, que devem fazer o exigente exame para a entrada na universidade, poderão regressar às escolas em 6 de Junho, disse Yang Zhenfeng, director-adjunto do Departamento de Educação de Xangai Os alunos do 9.º ano do ensino básico poderão voltar à escola a partir de 13 de Junho. Quanto aos demais alunos, terão que continuar a acompanhar as aulas por meios digitais em casa. “Uma organização especializada oferecerá testes PCR para professores e alunos (…) no final das aulas, para que possam obter os seus resultados antes que as aulas recomecem no dia seguinte”, disse Yang. Toca a vacinar O Ministério da Saúde chinês anunciou ontem 338 novos casos positivos em Xangai nas últimas 24 horas – contra os mais de 25.000 no final do mês passado. O longo confinamento e as restrições de viagem estão a afectar muito os habitantes e a economia local. No entanto, a autarquia já autorizou a reabertura de algumas fábricas e linhas de transporte público. A China, ao contrário da maioria dos países do mundo, ainda aplica uma estratégia de tolerância zero em relação à covid-19, com o objectivo de limitar ao máximo o número de mortes, utilizando os confinamentos massivos quando aparecerem alguns casos. As autoridades dizem ter poucas alternativas perante a variante Ómicron do novo coronavírus, muito contagiosa, e da taxa relativamente baixa de vacinação entre os idosos. Cerca de 80 por cento das pessoas com 60 anos ou mais receberam pelo menos duas doses da vacina contra a covid-19. As cidades estão a multiplicar os incentivos para aumentar a vacinação entre a população. Em Pequim, um distrito perto do Templo do Céu está a oferecer 1.000 yuans em vales para qualquer pessoa com 80 anos ou mais que decida receber a primeira dose.