Hoje Macau China / ÁsiaSingapura | Ministros da Defesa australiano e chinês reúnem-se após três anos de tensão Os dois responsáveis mantiveram uma conversa de mais de uma hora, à margem do fórum de segurança “Shangri-la Dialogue”, que decorreu este fim-de-semana em Singapura Os ministros da Defesa da Austrália e da China reuniram-se ontem pela primeira vez em três anos, um “primeiro passo importante” após um longo período de tensão. A reunião entre Richard Marles e o seu homólogo chinês Wei Fenghe, que durou mais de uma hora, ocorreu à margem do fórum de segurança “Shangri-la Dialogue” em Singapura. “Foi uma oportunidade de ter uma conversa muito franca e completa durante a qual levantei uma série de questões que preocupam a Austrália”, disse o ministro da Defesa australiano, Richard Marles, confirmando a reunião aos jornalistas em Singapura. De acordo com Richard Marles, também vice-primeiro-ministro da Austrália, “é realmente importante neste momento ter linhas abertas de diálogo”. “As relações entre a Austrália e a China são complexas. E é justamente por essa complexidade que é realmente importante dialogarmos neste momento. Foi um primeiro passo importante”, continuou. A China não fez ainda comentários sobre a reunião. O representante de Camberra especificou que, entre outros assuntos que preocupam a Austrália, levantou a recente interceptação pela China de um avião da força aérea australiana sobre o Mar da China Meridional, uma área estratégica onde colidem as reivindicações territoriais de Pequim e de meia dúzia de países: Brunei, Filipinas, Indonésia, Malásia, Taiwan e Vietname. No congelador Tratou-se da primeira reunião de alto nível desde Janeiro de 2020, destacou a ABC, quando as relações diplomáticas começaram a congelar entre os dois países como resultado de várias divergências, incluindo a exclusão por motivos de segurança das empresas chinesas Huawei e ZTE da participação na rede 5G da Austrália. Desde então, as relações deterioraram-se devido a questões como a militarização do gigante asiático ou a aprovação na Austrália de leis contra interferência estrangeira e espionagem. A China, que ficou particularmente incomodada com o pedido da Austrália de uma investigação independente sobre a origem da covid-19, respondeu impondo tarifas de importação a vários produtos australianos. As tensões entre vários países, como Estados Unidos, Canadá e Austrália, com a China desempenharam um papel importante durante o fórum de segurança, que começou na sexta-feira e terminou ontem, que também contou com a presença de chefes de defesa de dezenas de países, incluindo o dos EUA, Lloyd Austin.
Hoje Macau EventosExposição de caligrafia e pintura de “Lee Chau Ping e Alunos” na FRC A Fundação Rui Cunha inaugura na quarta-feira, às 18h30, a Exposição de Caligrafia e Pintura de “Lee Chau Ping e Alunos”, uma mostra conjunta do Mestre Lee e 43 aprendizes que colaboram nas suas aulas, oficinas e actividades artísticas. As actividades são organizadas pela Associação de Amizade das Artes, Pintura e Caligrafia de Macau, presidida por Lee Chau Ping. A mostra dá a conhecer cerca de 44 peças de pintura e caligrafia, uma por cada participante, e reflectem a preocupação de Lee Chau Ping em ‘promover a cultura da caligrafia e pintura chinesa, bem como a arte, com o objectivo de reunir entusiastas para estudar a sua essência, para que os membros possam pesquisar, aprender e observar os outros durante estas actividades’, pode ler-se no manifesto da iniciativa. O propósito da exposição, é ainda ‘fornecer uma plataforma para exibir as obras de pintura e caligrafia dos alunos. E é uma boa oportunidade para criar e praticar esta arte, permitindo que os alunos comuniquem com outros, cultivando a alfabetização cultural, incentivando sentimentos, enriquecendo a sua vida espiritual e levando adiante a cultura e as tradições chinesas para serem transmitidas de geração em geração’, considera o mestre. Escola de Lingnan Lee Chau Ping calígrafo e pintor local, é conhecido como discípulo do estilo artístico da Escola de Pintura de Lingnan. Nascido em 1959, o artista começou a sua carreira como designer de interiores, formado pelo Instituto de Design e Indústria de Hong Kong. A paixão pelas artes vem da infância, tendo aprendido pintura e caligrafia chinesas por influência do pai, quando tinha uns seis anos de idade. O percurso académico levou-o depois para o mundo do design e da gestão de negócios. Seguiu para a Canadian Public Royal University, onde fez um Master of Business Administration, passou pela Princeton University, onde obteve um PhD em Gestão, e ainda pela Renmin University of China, para uma graduação em Administração de Empresas. A exposição vai estar patente até ao dia 25 de Junho.
Hoje Macau SociedadeCESL Asia lança em Hong Kong carne sustentável do Alentejo A empresa de Macau CESL Asia vai começar a comercializar em Hong Kong carne de vaca sustentável produzida no Alentejo, disse à Lusa o presidente António Trindade. “Neste momento, está a chegar [a Hong Kong] o primeiro contentor, foi estabelecida uma parceria com os distribuidores locais e vai ser lançada agora” a marca de carne ‘True Born’, produzida pelo Monte do Pasto, sublinhou o empresário. António Trindade salientou que, além dos desafios logísticos causados pela pandemia de covid-19, a ‘True Born’ “não é só uma marca nova, é uma área nova, que pouco existe no mercado” da região administrativa especial chinesa. O Ministério da Agricultura anunciou em 2020 que seis empresas portuguesas, incluindo uma do Alentejo, estavam habilitadas a exportar carne de bovino para Hong Kong. A carne é produzida no Monte do Pasto, uma área de montado alentejano, em Cuba, no distrito de Beja, onde a empresa tem contribuído para aumentar o investimento e a produção económica da zona rural. Cerca de 98 por cento da produção do Monte do Pasto é exportada, disse o presidente da CESL Asia, nomeadamente para Israel e outros mercados do Médio Oriente e do Norte de África. A marca ‘True Born’ já é comercializada em Macau. António Trindade lamentou, no entanto, não ser ainda possível exportar para a China, algo que considera “incompreensível”. Casas de pasto Em 2019, Portugal assinou um acordo de cooperação para facilitar, através da simplificação de procedimentos, a exportação de produtos alimentares para a China, incluindo a carne de ovino e de bovino. O Monte de Pasto anunciou na quarta-feira a aquisição da Herdade das Gregas de Cima, com 455 hectares, elevando para 4.200 hectares a área que a empresa vai dedicar a agricultura de regadio e pecuária sustentável. António Trindade disse que a compra representa um aumento de quase 15 por cento na área disponível, o que irá permitir à empresa começar a apostar também na produção de carne de ovino. As vendas do Monte do Pasto têm vindo a aumentar, tanto no que toca ao volume de carne como às receitas, “o que hoje em dia não é difícil, porque os preços estão a subir”, lembrou o presidente da CESL Asia. Em 2021, “foram quase 50 por cento acima do que tínhamos planeado e este ano vai continuar a aumentar, menos porque nem sequer temos ainda capacidade para produzir mais”, admitiu o empresário.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | País quer construir milhares de centros de testagem e de quarentena Apesar dos custos económicos e sociais, a China mantém-se comprometida com a estratégia de zero casos no combate à pandemia da covid-19 A China está a construir centenas de milhares de centros permanentes de testagem à covid-19 e a expandir as instalações de quarentena em muitas das suas maiores cidades, como parte da política de ‘zero casos’. Em Xangai, no distrito de Minhang, novas medidas de bloqueio e testes em massa foram ontem anunciadas, abrangendo mais de dois milhões de pessoas. A directiva foi emitida uma semana após o Governo chinês ter declarado a vitória da cidade contra o vírus, depois de duas semanas de um bloqueio altamente restritivo. Medidas de confinamento, totais ou parciais, em dezenas de cidades puseram o país à beira da recessão, pela segunda vez em três décadas. Os indicadores económicos do trimestre actual são sombrios: as vendas de automóveis em Abril caíram quase para metade, em relação ao período homólogo, e os gastos no setor retalhista caíram 11 por cento. Embora as medidas tenham sido relaxadas em várias cidades, este mês, o programa lançado pelas autoridades relativo às infraestruturas para conter o vírus, indica que a política de tolerância zero à doença é para manter. As autoridades estão a desenvolver estratégias que permitam testar populações inteiras no espaço de 24 horas. As principais cidades chinesas devem agora ter locais de teste disponíveis a não mais de 15 minutos a pé das casas dos moradores, e instalações temporárias estão a ser substituídas por centros permanentes, fornecidos por empresas médicas privadas. As 31 províncias e regiões do país também estão a seguir ordens de Pequim para preparar novos hospitais e instalações de quarentena, para o caso de ocorrer um surto de grandes dimensões, como aquele que atingiu Xangai. Yanzhong Huang, especialista em políticas de saúde pública do Conselho de Relações Externas, um centro de reflexão com sede em Nova Iorque, disse que as medidas demonstram o compromisso de Pequim com a estratégia de ‘zero casos’, “apesar do crescente custo social e económico associado a esta abordagem”. “O Governo acredita que pode superar o vírus. Mas sabemos que isto não é realista para a variante Ómicron. E, para uma variante ainda mais transmissível, isto tornar-se-á ainda menos viável”, apontou. Em construção Em Abril, 400 hospitais improvisados tinham já sido concluídos ou estavam em fase de construção, com capacidade para mais de 560.000 camas, segundo a Comissão Nacional de Saúde. Autoridades em cidades com mais de 10 milhões de pessoas foram informadas de que pelo menos 1.500 camas hospitalares devem estar disponíveis em instalações de quarentena centralizadas, além de centros de apoio, que podem ser convertidos com alguns dias de antecedência. “A capacidade para internamentos e isolamento deve ser reforçada, e hospitais designados (…) e pontos de isolamento centralizados devem ser planeados e preparados com antecedência”, escreveu no mês passado Ma Xiaowei, alto funcionário da Comissão, no Qiushi, o principal jornal do Partido Comunista Chinês. Num exemplo de rápido progresso, Ningbo, uma cidade com oito milhões de habitantes, abriu a sua primeira instalação centralizada para quarentenas no mês passado, com 4.356 quartos. A maioria das grandes cidades chinesas já instituiu requisitos para testes regulares de covid-19. Em Pequim é necessário ter um teste negativo para o vírus, realizado nas 72 horas anteriores, para aceder a supermercados, restaurantes ou transportes públicos. Lanzhou, uma cidade do noroeste, com quatro milhões de habitantes, tem capacidade para testar cerca de 150.000 pessoas diariamente. A política da China foi bem-sucedida em conter a doença e manter o número de mortos baixo, em comparação com o resto do mundo. Mas muitas pessoas estão cansadas com a perspectiva de que a política se prolongue. “É uma loucura total”, comentou um residente de Pequim. “A comunidade científica considera a política insustentável, mas isto foi já convertido numa acção de mobilização das massas”, afirmou outra residente. Oito cidades na China e 74 milhões de pessoas estão agora sob bloqueio total ou parcial, em comparação com 133 milhões de pessoas há uma semana e 355 milhões de pessoas em Abril, segundo uma pesquisa divulgada pelo banco japonês Nomura. Segundo a mesma fonte, se todas as cidades adoptassem o requisito de teste de 72 horas, como em Pequim ou Xangai, seriam abrangidas 814 milhões de pessoas e o custo ascenderia a 1,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
Hoje Macau China / ÁsiaRússia e China justificam veto a mais sanções à Coreia do Norte na ONU A Rússia e a China justificaram hoje perante a Assembleia-Geral da ONU o seu veto a uma proposta norte-americana para sancionar a Coreia do Norte, na primeira vez em que as potências foram obrigadas a explicar-se. Em abril passado, as Nações Unidas aprovaram uma resolução que exige a convocação automática de uma sessão plenária da Assembleia Geral sempre que se registar um veto no Conselho de Segurança, medida que procura dissuadir o uso desse privilégio a que só cinco países têm acesso: Rússia, China, Estados Unidos da América (EUA), França e Reino Unido. Assim, em cumprimento com esta nova norma, os 193 Estados-membros da ONU reuniram-se hoje para ouvir as explicações da Rússia e da China, que em 26 de maio bloquearam uma resolução que procurava endurecer as sanções internacionais a Pyongyang em resposta aos seus últimos testes de mísseis. Esse texto proposto pelos EUA recebeu o apoio de 13 dos 15 membros do Conselho de Segurança, mas não foi adiante devido ao “não” de Moscovo e Pequim. O embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, assegurou que o seu país procura sempre cooperar com os demais membros do Conselho de Segurança para tentar chegar a um consenso e evitar vetos, mas deixou claro que, nesta ocasião, era impossível para ele apoiar a resolução dos EUA. “Os Estados Unidos devem assumir a responsabilidade por isso”, disse Zhang, que acusou Washington de forçar uma votação quando sabia que nem a China nem a Rússia apoiavam a iniciativa. Conforme referiu, o seu país levantou inúmeras opções alternativas que foram rejeitadas pelos EUA, a quem Pequim atribuiu o atual bloqueio em discussões com a Coreia do Norte. “Desde que a República Popular Democrática da Coreia adotou medidas de desnuclearização em 2018, os Estados Unidos não retribuíram essas iniciativas positivas e não abordaram as preocupações legítimas e razoáveis” da Coreia do Norte, insistiu. O representante chinês referia-se assim aos gestos que o regime de Kim Jong-un tem feito nos últimos anos, suspendendo os seus testes nucleares e os seus ensaios de armas, que levaram a contactos com a administração norte-americana do agora ex-presidente Donald Trump (2017-2021). Essas negociações, no entanto, não ofereceram nenhum progresso concreto e Pyongyang retomou os seus lançamentos de mísseis, com repetidos testes em desafio às resoluções da ONU. A Rússia, por sua vez, ressaltou que impor mais sanções à Coreia do Norte não ajudará em nada e criticou a fixação dos EUA por apostar nesse caminho de pressão e não no diálogo. Washington, por sua vez, considera que é justamente a inação do Conselho de Segurança diante dos lançamentos de mísseis norte-coreanos está a ser interpretada por Pyongyang como “uma luz verde para agir com impunidade e aumentar a tensão”.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia descriminaliza consumo de canábis para fins medicinais O cultivo e posse de canábis foi hoje descriminalizado para fins medicinais na Tailândia, que se torna no primeiro país asiático a retirar a droga da lista de substâncias proibidas no país. De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), o Governo tailandês disse que está a promover a canábis apenas para uso médico, advertindo que fumar em público ainda pode estar sujeito a pena de prisão de três meses e uma multa de 25 mil bahts. Por outro lado, extratos de canábis continuam a ser ilegais se contiverem mais do que 0,2% de tetrahidrocanabinol (THC), a principal substância psicoativa da planta. A Tailândia, que se destaca na indústria do turismo de saúde, está a tentar apostar na marijuana medicinal, com benefícios geralmente derivados de outras substâncias canabinóides que a planta contém, ainda de acordo com a AP. “Devemos saber como usar a canábis”, disse recentemente, numa entrevista à imprensa, o ministro da Saúde Pública tailandês Anutin Charnvirakul, o grande impulsionador da marijuana no país. “Se tivermos sensibilizados para isso, a canábis é como o ouro, é algo valioso que deve ser promovido”, acrescentou. Anutin Charnvirakul referiu que o Governo prefere “aumentar o conhecimento” sobre a utilização da canábis entre a população do que vigiar as pessoas e puni-las. “Tudo deve ter um meio termo”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaComércio externo da China recupera em maio com levantamento de medidas de confinamento O comércio externo da China recuperou, em maio, face ao atenuar das medidas de prevenção epidémica em Xangai e outros importantes centros industriais do país, segundo dados das alfândegas chinesas hoje divulgados. As exportações subiram 16,9%, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 308,3 mil milhões de dólares, acima do crescimento de 3,7%, alcançado em abril. As importações subiram 4,1%, para 229,5 mil milhões de dólares, depois de terem aumentado 0,7%, no mês anterior. O comércio externo da China foi este ano prejudicado pela queda na procura global e pelas restrições impostas em várias cidades e províncias, para prevenir o alastrar de surtos de covid-19, sob a estratégia de ‘zero casos’. Xangai, sede do porto mais movimentado do mundo, sofreu um bloqueio de dois meses. Também a província de Jilin foi sujeita a medidas de confinamento altamente restritivas. Em Pequim ou Cantão as medidas de confinamento foram parciais. A queda no consumo interno, devido às medidas de prevenção, também afetou as importações, nos meses anteriores. Os analistas reduziram as estimativas de crescimento económico da China para até 2% este ano, bem abaixo da meta oficial, estipulada pelo Partido Comunista, de “cerca de 5,5%”. Alguns analistas preveem uma recessão para este trimestre, antes do início de uma recuperação gradual. A maioria das fábricas, lojas e outros negócios, em Xangai, Pequim e outras cidades, foram autorizadas a reabrir, mas devem precisar de semanas ou meses para retomar os níveis normais de atividade. “As exportações mostraram uma resiliência considerável em maio, apesar do impacto do prolongado bloqueio de Xangai”, disse Rajiv Biswas, da S&P Global Market Intelligence, num relatório. “A perspetiva para o segundo semestre de 2022 é de uma recuperação mais forte das importações, à medida que a procura doméstica recupera”, acrescentou. O excedente comercial da China aumentou 82,3%, em relação ao mesmo período do ano anterior, para 78,8 mil milhões de dólares. O porto de Xangai informou que o número de contentores de carga movimentados diariamente recuperou para 95% dos níveis normais, no final de maio. No entanto, o acumular de dezenas de milhares de contentores provavelmente causarão atrasos que serão sentidos em todo o mundo. O valor conjunto das importações foi impulsionado pelos preços globais mais altos do petróleo e de outras matérias-primas, mas o volume de mercadorias compradas ao exterior registou um crescimento mais lento. As autoridades responderam às reclamações sobre o custo crescente da estratégia de ‘zero casos’ de covid-19 através de uma abordagem mais direcionada, que inclui o isolamento de prédios ou complexos residenciais onde casos são detetados, em vez do bloqueio de cidades inteiras. A economia da China cresceu 4,8% no primeiro trimestre do ano, em termos homólogos. Isto representou uma melhoria, em relação à taxa de 4%, alcançada nos últimos três meses de 2021, mas os indicadores económicos do trimestre atual são sombrios. As vendas de automóveis em abril caíram quase para metade, em relação ao período homólogo. Os gastos no setor retalhista caíram 11%. O Partido Comunista está a tentar sustentar o crescimento com benefícios fiscais para os empresários, crédito mais acessível e o lançamento de obras públicas. O Banco Mundial alertou, esta semana, que estas políticas podem atrasar os esforços de Pequim para incentivar o crescimento baseado no consumo, em vez do investimento alimentado pela dívida. Alto endividamento “acarreta mais riscos no futuro”, disse o economista-chefe do Banco Mundial para a China, Ibrahim Chowdhury, em comunicado.
Hoje Macau SociedadeNaturais de Portugal representam 0,3% da população total de Macau A população que nasceu em Portugal representava em agosto do ano passado 0,3% do total de habitantes de Macau, segundo os resultados finais do Censos 2021. No documento indica-se que 2.213 pessoas que vivem em Macau nasceram em Portugal, contra 1.835 contabilizados em 2011, mas que representavam também há dez anos 0,3% da população total da região administrativa especial chinesa, onde viviam em agosto de 2021 682.070 pessoas. Nos resultados do Censos 2021 dá-se conta que vivem no território 8.991 pessoas de nacionalidade portuguesa (+3.971) e que 13.021 pessoas possuíam ascendência portuguesa (+4.915), representando 1,9% da população total. Os números reportam a agosto de 2021, mas há alguns dados a ter em conta. Por um lado, segundo dados oficiais enviados pelas autoridades à Lusa, mais de 1.600 pessoas com passaporte português abandonaram o território nos últimos dois anos, sendo que a entrada de estrangeiros, portugueses incluídos, tem estado barrada desde o início da pandemia. E Macau só passou a autorizar, excepcionalmente, a entrada de portugueses não residentes há duas semanas. Por outro, a última estimativa dada à Lusa pelo Consulado-geral de Portugal na região administrativa especial chinesa apontava para 170 mil portadores de passaporte português entre os residentes em Macau e em Hong Kong, sendo que o regime jurídico chinês não reconhece a dupla nacionalidade. Os dados finais do Censo 2021 dão conta também que mais de metade da população de Macau nasceu fora do território: 400.689 pessoas contra 281.381 que nasceram na região administrativa especial chinesa, ou seja, 41,3% dos habitantes. Da população imigrante, 43,8% nasceu no interior da China, contra 41,3% nascida em Macau. Ainda segundo o documento, o crescimento da população em Macau está a abrandar e o número de idosos mais do que duplicou numa década. “O índice de dependência de idosos cresceu substancialmente, passando de 8,9% em 2011 para 16,6%, tal significa que em 2011 um idoso era sustentado por 11 adultos e em 2021 um idoso passou a ser sustentado por seis adultos, isto é, sustentar idosos tornou-se num peso maior”, salientou-se no documento. O crescimento populacional foi de 23,5% face a 2011. Verificou-se uma subida de 50,3% na população até aos 14 anos e de 12% entre os 15 e os 64 anos, mas o aumento mais significativo foi entre as pessoas com mais de 65 anos: mais 107,2% numa década. Entre 2011 e 2021 registou-se ainda uma diminuição no número médio de membros por agregado familiar. Outro dado em destaque diz respeito ao aumento significativo das habilitações académicas: em 2021, 30,2% da população com idade igual ou superior a 15 anos tinha o ensino superior, um crescimento de 99,9% em dez anos. A região administrativa especial chinesa, um dos territórios mais povoados do mundo, registou em agosto de 2021 uma densidade populacional superior à de 2011 (18.454 pessoas por km2), passando para 20.620 pessoas por km2 em 2021, salientou a Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). A mediana de idade da população total aumentou de 37 anos em 2011 para 38,4 anos em 2021. O crescimento da população feminina voltou a superar a masculina: 25,9% contra 20,8%, existindo agora 88,5 homens por cada 100 mulheres. Após mais de 400 anos sob administração portuguesa, Macau passou a ser uma Região Administrativa Especial da China em 20 de dezembro de 1999.
Hoje Macau EventosPintora Paula Rego morreu aos 87 anos A pintora Paula Rego, uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas a nível internacional, morreu na manhã de ontem em Londres, aos 87 anos, disse à agência Lusa fonte próxima da família. De acordo com o galerista Rui Brito, a artista “morreu calmamente em casa, junto dos filhos”. Paula Rego estudou nos anos 1960 na Slade School of Art, em Londres, onde se radicou definitivamente a partir da década de 1970, mas com visitas regulares a Portugal, onde, em 2009, foi inaugurado um museu que acolhe parte da sua obra, a Casa das Histórias, em Cascais. Nascida a 26 de janeiro de 1935, em Lisboa, foi galardoada, entre outros, com o Prémio Turner em 1989, e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2013, além de ter sido distinguida com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada em 2004. Em 2010, recebeu da Rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau de Oficial, pela sua contribuição para as artes. Em 2019, recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Governo de Portugal. O Governo vai decretar, em articulação com o Presidente da República, luto nacional pela morte da pintora Paula Rego, indicou ontem à agência Lusa fonte do Ministério da Cultura. Em Braga, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já lamentou a morte da pintora, destacando a sua projecção no mundo. Questionado pelos jornalistas, em Braga, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que era a artista plástica portuguesa “com maior projecção no mundo” desde a morte de Vieira da Silva. “É uma perda nacional. Certamente eu falarei com o senhor primeiro-ministro [António Costa] para ponderar como assinalar em termos de luto nacional essa perda, porque tem uma projecção muito longa, muito rica e muito prestigiante para Portugal”, disse o chefe de Estado. Segundo o Presidente da República, era uma artista plástica “muito completa”, com projecção mundial durante “longas décadas”. “Há longas décadas que Paula Rego não é só muito importante em Portugal, em Inglaterra, onde vivia e onde eu pude visitá-la no seu estúdio em 2016, mas por todo o mundo”, reforçou. Marcelo Rebelo de Sousa mencionou que esteve com o filho da pintora recentemente “na inauguração da exposição em Londres, depois em Haia e depois em Espanha, em Málaga” e que essa exposição “era uma recolha e uma homenagem numa altura em que se sabia que Paula Rego estava já doente, bastante doente”. “Nenhum de nós podia imaginar que pudesse desaparecer”, acrescentou. O Presidente da República transmitiu à família da pintora “os sentimentos de todo o povo português”.
Hoje Macau VozesEncontro de Escritores de Língua Portuguesa em Luanda-Capital da Cultura da CPLP, em 2022 Decorreu em Luanda nos dias 3, 4 e 5 de maio, o Encontro de Escritores da Capital da Cultura da CPLP, em 2022. Organizado pela Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa dos Observadores Consultivos da CPLP, coordenada pela UCCLA no Biénio de 2021-2022, a convite da CPLP. A organização angolana do Encontro de Escritores foi da responsabilidade das Direções do Arquivo Histórico Nacional, da Biblioteca Nacional, do Ministério da Cultura de Angola e da União de Escritores Angolanos. A cerimónia de abertura decorreu no dia 3 de maio, no histórico e bonito Palácio de Ferro, com a presença dos Ministros do Turismo e da Cultura presentes em Luanda, tendo sido presidida pelo Sr. Ministro da Cultura e do Turismo e Ambiente de Angola, Dr. Filipe Zau, em representação da Presidência Angolana em exercício da CPLP. Intervieram igualmente o Secretário Executivo da CPLP, Zacarias da Costa, o Coordenador Cultural da UCCLA e Coordenador da Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa, da CPLP, Rui Lourido e o Secretário Geral da União de Escritores Angolanos – U.E.A., David Capelenguela. Seguidamente os escritores fizeram uma breve apresentação do seu trabalho. O Encontro refletiu, a 4 de maio, sobre os desafios que se colocam ao Português enquanto Língua de Cultura (ciência e inovação). Num contexto de rápido desenvolvimento de novas tecnologias, da globalização e no impacto da pandemia de COVID19. Os escritores tiveram a oportunidade de debater os condicionalismos que afetam a circulação dos próprios escritores no espaço da CPLP. Tendo sido sugerida a dispensa da obrigatoriedade de visto para escritores convidados por entidades literárias dos respetivos países. Foram igualmente debatidos três outros subtemas: como promover a circulação do livro no espaço da CPLP; independentemente do tipo de suporte, papel ou digital, o livro deve ser encarado na sua dupla função de fruição do lazer, quer como instrumento de aprendizagem da complexidade e diversidade das sociedades Humanas, seja nas ciências Humanas, seja nas ciências exatas. O livro com recurso e apoio de texto, desenho, vídeo, som, música, promove a curiosidade, a imaginação, o sonho. Os escritores refletiram ainda, sobre a necessidade do mais amplo acesso ao livro, através das bibliotecas, criando polos de bibliotecas nos bairros e nos jardins, nos centros comerciais, nas escolas, refeitórios e prisões, … (deslocalização do livro para os computadores e para os telemóveis). No processo de cativar novos públicos, cada vez mais jovens, as autoridades públicas não podem esquecer os idosos, hoje mais numerosos e isolados nas nossas cidades. Participaram como oradores escritores e agentes culturais de todos os países de Língua Portuguesa, nomeadamente: Lopito Feijóo (Angola, Membro da U.E.A.), Yola Castro (Angola, Membro da U.E.A.), Daniel Gociante Patissa (Angola, Membro da U.E.A.), David Capelenguela (Angola, S.G. da U.E.A.), João Anzanello (Brasil), Anna Cunha – ilustradora (Brasil), José Luís Tavares (Cabo Verde), Amadu Dafé (Guiné -Bissau), Ungulani Ba ka Kossa -Francisco Cossa (Moçambique), Rui Lourido (Coordenador Cultural da UCCLA e Coordenador da Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa, da CPLP), Afonso Cruz (Portugal), Rachel Caiano – ilustradora (Portugal), Olinda Beja (São Tomé e Príncipe) e Luís Costa (Timor). Integrando a Capital da Cultura da CPLP 2022, realizou-se a XII Reunião de Ministros da Cultura da CPLP (presencial em Luanda e três ministros online, a 4 de Maio), que aprovou o Plano Estratégico e o Plano de Ação de Cooperação Cultural Multilateral da CPLP (2022-2026). Nesta sessão, os ministros ouviram a apresentação do plano de atividades da Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa, dos Observadores Consultivos da CPLP, para o ano de 2022, apresentado pelo seu Coordenador Rui Lourido. O qual destacou a ampla abrangência temporal e geográfica das iniciativas. Algumas de caráter temporário, mas outras permanentes. A vasta abrangência geográfica destas iniciativas reflete-se na inclusão de mais de 11 espaços (Angola: Luanda; Espanha: Galiza, Olivença; Brasil, Cabo Verde; Guiné-Bissau; Macau/China; Índia; Portugal e Timor). O plano inclui uma grande variedade tipológica de iniciativas, (cerca de 57), que se podem agrupar nas seguintes 10 áreas: Encontros literários (Angola, Brasil, Cabo Verde, Portugal), conferências (ex. Galiza, Brasil, Portugal), projetos literários (sobre a pandemia, …), lançamento de livros (Gramática, …), concursos e prémios literários, bibliotecas digitais e físicas, leituras e entrevistas on-line, cursos de LP, A língua vai ao comércio local (Olivença), exposições, feiras do livro, Espetáculos (festivais, recitais de poesia, concertos, dança, teatro), oficinas lúdico didáticas, ciclos de cinema, programas de Rádio, e o apoio ao Museu da Língua Portuguesa de S. Paulo (Brasil). O Encontro de Escritores da Capital da Cultura da CPLP, de 2022, abriu-se a novos públicos e partilhou com a população mais jovem e, em especial, com os estudantes da área da comunicação do Instituto Médio de Economia de Luanda (IMEL, 4 maio) e com os da Universidade Agostinho Neto, para assinalar o dia 5 de maio, Dia Mundial da Língua Portuguesa. Nesta universidade, o Coordenador Cultural da UCCLA e da Comissão Temática, apresentou o vencedor de 2022, do Prémio de Revelação Literária da UCCLA/CML: Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, e convidou os presentes a candidatarem-se com uma obra original. Seguidamente os escritores apresentaram o seu trabalho e responderam às perguntas entusiasmadas dos estudantes e professores. Utilizemos duas citações do mais jovem escritor, o guineense Amadu Dafé, que nos refere “Quer numa como noutra instituição de ensino superior, partilharam-se conhecimentos, histórias e experiências de vida, afetividades, sonhos e momentos poéticos”. No dia 6, antes de regressar aos seus países de origem, os escritores realizaram visitas guiadas à importante Biblioteca Nacional e ao grandioso edifício do novíssimo Arquivo Histórico de Angola, novamente Dafé – “onde se fechou o ciclo com a sensação de missão cumprida e oficializando, com a declamação de poemas do Agostinho Neto ao sabor do funji e outras especialidades gastronómicas e culturais angolanas”. Rui Lourido Coordenador cultural da UCCLA Coordenador da Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa, da CPLP
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança nacional | Ofertas de até 14.000 euros por denúncias de “ameaças” O novo regulamento de segurança do Estado surge em vésperas da preparação do 20.º Congresso do Partido Comunista e visa conter as ameaças à soberania do país A China anunciou ontem que vai oferecer recompensas até ao equivalente a 14.000 euros a quem denunciar acções consideradas uma ameaça à segurança nacional, numa altura em que o Partido Comunista prepara a realização do 20.º Congresso. O Ministério da Segurança do Estado disse que o novo regulamento, que estabelece critérios para as recompensas, foi introduzido com efeito imediato. Qualquer pessoa que relate um alvo claro ou uma pista verificável, para acções ainda não conhecidas pelo Estado e consideradas prejudiciais à segurança nacional, vai ser elegível para recompensa, assim que tal for confirmado pelos investigadores. Citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, um porta-voz do ministério disse que o regulamento incentiva os cidadãos a relatar estas ameaças, constituindo uma medida de segurança concreta na preparação para o Congresso do Partido Comunista, que se realiza no Outono. O Congresso deve atribuir ao secretário-geral, Xi Jinping, um terceiro mandato, quebrando com a tradição política das últimas décadas, que limitava o exercício do cargo a dois mandatos de cinco anos. As leis de segurança nacional e contra a espionagem da China abrangem acções que ameaçam a soberania e a segurança do país. Tabela de preços Sob o novo regulamento, os informantes vão ser elegíveis para recompensas em dinheiro, num sistema de quatro níveis. Uma pista no nível mais baixo dá direito a uma recompensa de cerca de 10.000 yuan. O nível mais alto – uma pista considerada como “extremamente significativa” – dá direito a mais de 100.000 yuans. Os cidadãos podem transmitir informações utilizando as suas identidades reais ou de forma anónima, por telefone, correio electrónico, carta ou pessoalmente. As autoridades vão decidir, num prazo de 30 dias, se a denúncia dá direito a uma recompensa, sendo o pagamento feito pelas agências municipais do ministério. Isto ocorre depois de um homem, de 37 anos, ter sido preso pela polícia de segurança nacional, na cidade de Hangzhou, no leste do país, acusado de conspirar com forças anti-China estrangeiras, e de usar a Internet para incitar a “secessão” e a “subversão” do poder do Estado. A imprensa estatal identificou o homem pelo apelido Ma e informou que se trata do director de pesquisa e desenvolvimento de uma empresa de tecnologia de informação. Fontes oficiais acusaram-no de cooperar com “forças externas” para derrubar o Governo chinês.
Hoje Macau SociedadeCondenado a seis meses após remover bloqueador de rodas O Tribunal de Segunda Instância (TSI) condenou um indivíduo a seis anos de prisão, suspensa na execução pelo período de 1 ano, após este ter removido, com as próprias mãos, um bloqueador colocado na roda traseira do seu veículo. A decisão, chega depois de o Tribunal Judicial de Base (TJB) ter absolvido o suspeito do crime de “destruição de objectos colocados sob o poder público” por considerar que este desconhecia a lei. No entanto, o argumento levou o Ministério Público (MP) a apresentar recurso. O caso ocorreu na Rampa do Observatório na Taipa, lugar onde um agente do CPSP encontrou o veículo do indivíduo mal-estacionado e em falta relativamente ao pagamento do imposto de circulação, pelo que avançou para o bloqueio do veículo. No entanto, o indivíduo “não se dirigiu nem telefonou ao Departamento de Trânsito do CPSP para tratar das formalidades de desbloqueamento”, removendo “por si próprio” o bloqueador e tirando o carro do local. Contas feitas, por considerar que “o conhecimento imperfeito das disposições legais concretas não deve, nem pode ser motivo para isenção da responsabilidade jurídica” e “o desbloqueamento sem permissão viola a lei”, o TSI deu razão ao MP e condenou o suspeito a 6 meses de prisão.
Hoje Macau PolíticaIFT | Secretária pede que alunos não se deixem afectar pela pandemia A secretária para os Assuntos Sociais e Cultural, Elsie Ao Ieong U, apelou ontem aos estudantes do Instituto de Formação Turística que não se deixem afectar pela nova situação económica e pela covid-19. A mensagem foi deixada durante a cerimónia de licenciatura dos estudantes do IFT, que decorreu ontem. “Espero que, perante as mudanças sociais e económicas causadas pela pandemia de COVID-19, possam seguir em frente com a cabeça erguida, mantendo a vossa aspiração inicial, adquirindo mais conhecimentos, lutando incessantemente pelo alcance dos vossos objectivos e contribuindo para o desenvolvimento de Macau!”, apelou a secretária. No entanto, Elsie deixou ainda uma mensagem para o IFT, para o qual traçou objectivos para os próximos anos, pedindo à instituição que contribua para a diversificação da economia. “Espero que o IFTM consolide as próprias características e vantagens, desenvolvendo modelos de ensino que correspondam às novas conjunturas, que se baseiem nos novos horizontes e que integrem novas tecnologias, promovendo a integração indústria-academia-investigação”, afirmou. A secretária apontou ainda que a instituição tem de contribuir para a criação de “uma marca do ensino superior” de Macau.
Hoje Macau PolíticaEnsino superior | Coutinho pede protecção de direitos adquiridos José Pereira Coutinho quer saber como é que o Governo vai garantir a manutenção dos direitos adquiridos dos trabalhadores das instituições de ensino superior, quando estes deixarem de ser considerados trabalhadores da Administração. A pergunta faz parte de uma interpelação divulgada ontem, após o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, ter revelado que o Executivo tem a intenção de reduzir de 38 mil para 35 mil o número de trabalhadores da função pública. Actualmente, os trabalhadores das instituições de ensino superior estão abrangidos pelo regime da função pública, mas o Executivo pretende alterar esta realidade, por sentir que existe “necessidade de aumentar a flexibilidade na gestão dos recursos humanos”. O objectivo é aumentar a competitividade nas condições oferecidas para os quadros altamente qualificados. No entanto, o deputado ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) mostra-se preocupado e diz não compreender a necessidade de mudar o actual regime. José Pereira Coutinho teme ainda que seja violado o artigo 98.º da Lei Básica, que define que os funcionários públicos têm direito a uma aposentação paga pela RAEM e podem manter os vínculos com a Administração. Por último, Coutinho questionou ainda se o Governo vai ouvir as associações de trabalhadores públicos sobre as possíveis mudanças.
Hoje Macau China / ÁsiaInundações no centro da China afectam mais de 800 mil pessoas As fortes chuvas e inundações ocorridas na província de Jiangxi, no centro da China, afetaram, até à data, mais de 800 mil pessoas, informou hoje a imprensa estatal. As chuvas causaram danos em 80 cidades e vilas da província, que tem 45 milhões de habitantes. Segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, cerca de 32 mil pessoas foram retiradas pelas autoridades, entre 28 de maio e esta segunda-feira. Não foram relatadas mortes. As autoridades locais estimam que as chuvas causaram danos em mais de 76 mil hectares de terras agrícolas e prejuízos no valor de 1.160 milhões de yuans. O governo provincial cancelou hoje o protocolo de resposta às cheias, de nível 4, que se mantinha em vigor, após o nível de precipitação ter diminuído. No verão passado, inundações no centro da China, após chuvas de intensidade sem precedentes nas últimas décadas, causaram mais de 300 mortes, com bairros inteiros e estações de metro a ficarem submersas na província de Henan. Durante a cobertura das inundações, jornalistas ocidentais foram assediados pela população local, depois de as contas oficiais do Partido Comunista Chinês (PCC) nas redes sociais terem apelado às pessoas que “procurassem repórteres da BBC” e “alertassem as autoridades” quando os encontrassem. Após uma investigação, o PCC concluiu, em janeiro deste ano, que o governo da cidade de Zhengzhou, capital de Henan, e outras agências locais foram “culpados de negligência e abandono do dever” e que “ocultaram ou atrasaram informações sobre pessoas mortas e desaparecidos no desastre”, informou na altura a Xinhua. Song Lianchun, meteorologista do Centro Meteorológico Nacional, declarou no ano passado: “Não podemos dizer que um evento climático extremo seja causado diretamente pelas mudanças climáticas, mas, a longo prazo, o aquecimento global causa um aumento na intensidade e frequência desses eventos”.
Hoje Macau EventosExposição | “Lusografia” inaugurada amanhã na galeria Amagao Chama-se “Lusografia” e é mais uma exposição a ser inaugurada, amanhã, às 18h30, no âmbito do ciclo de actividades comemorativas do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões das Comunidades Portuguesas. A mostra, que estará patente entre sexta-feira e o dia 4 de Setembro, na galeria Amagao, no Artyzen Grand Lapa Macau, apresenta 70 obras de 20 artistas portugueses que vão desde a serigrafia, à gravura ou artes plásticas. Podem ser vistos trabalhos de nomes bem conhecidos como é o caso dos pintores, já falecidos, Cruzeiro Seixas, um dos últimos representantes do surrealismo português, e Júlio Pomar. Destaque ainda para a presença de trabalhos de Paula Rego ou Graça Morais, dois dos nomes mais importantes da pintura portuguesa contemporânea feita no feminino. Macau está também representado com o trabalho de Alexandre Marreiros, artista e arquitecto, e de Isabel Rasquinho. O público poderá ainda ver trabalhos de Manuel Cargaleiro, pintor e ceramista português, e Vhils, autor de diversos trabalhos de arte urbana expostos em todo o mundo. Em Macau, Vhils tem o rosto de Camilo Pessanha esculpido num mural exposto junto ao consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong. Uma nota divulgada sobre a exposição dá conta que “Portugal tem uma longa tradição na gravura, serigrafia e artes gráficas afins”. “A produção de múltiplos de alta qualidade de uma obra de arte torna-a acessível a um público mais amplo. Além do valor estético e individual, estas obras tornam-se objectos de colecção”, pode ler-se.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China oferece seguro de saúde para eventuais efeitos colaterais de vacina A China está a oferecer seguros para idosos preocupados com os efeitos colaterais da vacina contra a covid-19, visando aumentar a taxa de inoculação para níveis que permitam ao país relaxar a estratégia ‘zero casos’. Dezenas de cidades em toda a China estão a oferecer à população com 60 ou mais anos um seguro de saúde gratuito, que cobre despesas até 500.000 yuan se adoecerem – ou pior – devido a efeitos secundários das vacinas contra o novo coronavírus, de acordo com a imprensa local. Estes seguros também cobrem o pagamento à família, caso seja provado que a morte de um familiar ocorreu devido à vacina. Só em Pequim, cerca de 60.000 idosos inscreveram-se para obter o seguro. À semelhança de outros países, um grande número de pessoas na China tem dúvidas sobre a segurança das vacinas, apesar da falta de evidências sobre efeitos colaterais graves. Rumores sobre a suposta relação entre vacinas e doenças graves, como leucemia e diabetes tipo 1, propagaram-se nas redes sociais chinesas. Até ao mês passado, menos de dois terços da população chinesa com 60 anos ou mais tinha recebido uma dose de reforço, como é recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Estima-se que cerca de 100 milhões de chineses não estejam vacinados ou não tenham recebido a dose de reforço. Isto suscita receios de que possa haver milhões de hospitalizações e mortes, caso o Governo chinês prescinda da estratégia de ‘zero casos’ de covid-19. A grande maioria da população chinesa foi inoculada com as vacinas desenvolvidas pelas farmacêuticas chinesas Sinovac ou Sinopharm. Ambas requerem três doses para manter um alto nível de eficácia, segundo um estudo da Universidade de Hong Kong (HKU). A China não aprovou as inoculações usadas na Europa ou Estados Unidos, da Moderna ou BioNTech/Pfizer, de RNA mensageiro. A vasta escala da população idosa suscetível de doença grave ou morte na China levou as autoridades a aplicar medidas de bloqueio, para acabar com surtos que se alastraram a várias cidades. Xangai, a ‘capital’ económica da China, sofreu um bloqueio de dois meses, que abrangeu todos os seus 26 milhões de moradores. Noutras partes do país, dezenas de milhões de pessoas enfrentaram medidas de confinamento, mais ou menos rígidas. As medidas afetaram os negócios e o mercado de trabalho, suscitando preocupações sobre os efeitos a longo prazo da estratégia de ‘zero casos’ de covid-19 para a economia do país. A China anunciou já que não vai acolher o principal campeonato de futebol de clubes da Ásia, no próximo ano, como estava programado, apesar de ter realizado com sucesso os Jogos Olímpicos de Inverno, dentro de uma ‘bolha sanitária’, em fevereiro. Na segunda-feira, os organizadores do Festival Internacional de Cinema de Xangai disseram que o evento vai ser adiado para o próximo ano.
Hoje Macau China / ÁsiaOrganização não-governamental pede à Tailândia para ajudar refugiados rohingyas Em vez de deter os rohingyas ou recusar a entrada das suas embarcações, a Tailândia deve acolher estes refugiados da minoria muçulmana de Myanmar e ajudá-los a requerer asilo, disse a Human Rights Watch (HRW). Num relatório divulgado hoje, a diretora interina da organização não-governamental (ONG) para a Ásia, Elaine Pearson, disse que “o governo tailandês deve pôr um fim à política de prender sumariamente os rohingyas resgatados e atirar as chaves para um canto”. O governo do primeiro-ministro tailandês Prayut Chan-ocha tem tratado os rohingyas como “imigrantes ilegais”, mantendo mais de 470 pessoas “por tempo indeterminado” em “prisões miseráveis”, refere o relatório. Em 04 de maio, a Marinha da Tailândia encontrou e deteve um grupo de 59 rohingyas, incluindo cinco menores e 23 mulheres, abandonados numa ilha no sul do país enquanto tentavam chegar à Malásia. A Marinha tailandesa garantiu que irá apreender qualquer barco que conseguir chegar às costas do país e prender os homens, mulheres e crianças a bordo sob acusações de entrada ilegal, lamentou a HRW. A Marinha vai ainda manter a política de intercetar as embarcações com rohingyas, minoria muçulmana não reconhecida em Myanmar, em águas tailandesas e “empurrar esses barcos” para a Malásia ou a Indonésia, sublinhou o relatório. “Isso equivale a uma continuação da política de repressão mortal da Tailândia, que resultou no desaparecimento de barcos rohingya em alto mar e na morte de pessoas”, disse a organização não-governamental. Há anos que a Tailândia diz que não quer aceitar os rohingyas como refugiados, mas, de acordo com o direito internacional, não pode rejeitar sumariamente os requerentes de asilo antes de fazer “uma avaliação completa e justa”, disse a HRW. A Tailândia deve permitir que o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) “faça uma triagem” de todos os rohingyas que chegam ao país, “para identificar e ajudar aqueles que procuram o estatuto de refugiado”, acrescentou Elaine Pearson. A Tailândia também não permite que os rohingyas se registem como trabalhadores migrantes legalmente documentados, ao contrário de outras pessoas vindas de Myanmar (antiga Birmânia), sublinhou o relatório. As numerosas travessias realizadas este ano fazem lembrar a crise de refugiados de 2015, quando várias embarcações com centenas de rohingya permaneceram durante semanas à deriva, depois de serem recusadas pelas autoridades da Tailândia, Malásia e Indonésia. Desde 2017 que a situação dos rohingyas piorou, quando uma operação militar no estado de Rakhine, oeste de Myanmar, provocou milhares de mortes e o êxodo de 725 mil membros desta minoria muçulmana para o vizinho Bangladesh. Segundo os investigadores da ONU, a operação militar foi “uma limpeza étnica com traços de genocídio”, pela qual generais birmaneses enfrentam agora acusações perante o Tribunal Penal Internacional, em Haia.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Japão reforça sanções contra Rússia O Japão vai adotar novas sanções contra Moscovo, na sequência da invasão da Ucrânia, penalizando bancos e a exportação de bens que contribuam para reforçar infraestruturas industriais russas, anunciaram hoje as autoridades nipónicas. A decisão do Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês vai afetar duas instituições bancárias da Rússia, o Banco de Crédito de Moscovo e o Banco Agrícola da Rússia, e o Banco de Desenvolvimento e Reconstrução da Bielorrússia, país aliado de Moscovo. “Para deter a Rússia o mais rapidamente possível e procurar a via do diálogo é necessário ajudar a Ucrânia e tomar medidas fortes contra a Federação”, disse o porta-voz do Ministério japonês, Hirokazu Matsuno, numa conferência de imprensa. O responsável observou que o país vai continuar a tomar medidas com base na evolução da situação. Do plano de novas sanções faz também parte o congelamento de bens com capacidade para fortalecer as infraestruturas industriais russas, embora não tenham sido divulgados mais pormenores a este respeito. A decisão do executivo de Tóquio foi tomada quase um mês depois de ter anunciado outra ronda de sanções contra a Rússia, incluindo o congelamento de bens de 141 personalidades, incluindo o primeiro-ministro, Mikhail Mishustin. Noutras rondas de sanções, o Japão decidiu deixar de exportar semicondutores e componentes para ‘microchips’ que pudessem ser utilizados pela indústria militar russa, suspendendo também a vendas de carros de luxo para a Rússia. A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. A ofensiva militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Hoje Macau PolíticaJogo | Governo vai rever em baixa estimativa de 130 mil milhões O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, revelou que o Governo vai rever em baixa a estimativa anual das receitas de jogo fixadas pelo Governo em 130 mil milhões de patacas. Segundo a TDM-Rádio Macau, a tomada de posição surgiu ontem no seguimento de o responsável ter sido convidado a comentar as receitas brutas de jogo de 3,34 milhões de patacas registadas em Maio e que se traduziram numa queda de 68 por cento em termos anuais. Recorde-se que, entre Janeiro e Maio, o montante arrecadado foi de 23.79 mil milhões de patacas, contra os 42.48 mil milhões de patacas, registados em Maio de 2021. Questionado sobre o impacto do encerramento dos casinos-satélite na taxa de desemprego do território, Ho Iat Seng disse acreditar que a maioria vai continuar a operar e que, por isso, não haverá consequências de maior. “As informações que tenho é que a maior parte dos casinos satélite vão continuar. Até hoje ainda não tenho o número concreto de quantos vão encerrar até ao final de Junho, porque ainda há procedimentos de avaliação, mas sei que a maior parte dos casinos- satélite vão continuar a funcionar”, começou por apontar. “Se não houver muitos casinos-satélite a encerrar, acho que a situação do desemprego de Macau não vai ser agravada”.
Hoje Macau PolíticaQueda de azulejos | Coutinho quer que Governo resolva problema José Pereira Coutinho defende que o Governo tem a obrigação de resolver o problema da queda de azulejos nos edifícios do Lago e Ip Heng, uma vez que tem responsabilidades na construção que apresenta deficiências. A afirmação faz parte de uma interpelação escrita, no seguimento de um relatório do Comissariado Contra a Corrupção, que atribuiu responsabilidades às entidades públicas, empreiteiros e entidades fiscalizadoras. “Vai o Governo assumir as devidas responsabilidades pelas graves deficiências de construção resolvendo definitivamente o problema e assumindo integralmente as respectivas despesas com a substituição integral dos azulejos?”, questionou José Pereira Coutinho. O deputado ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) considera também que a situação dos azulejos nos edifícios é um “perigo” para os residentes dos blocos habitacionais, pelo que é urgente rectificá-la. Por outro lado, o deputado quer saber se após a investigação do CCAC vai ser aberto um inquérito. “Vai o Governo ordenar um inquérito imparcial para apuramento da verdade dos factos e assacar as responsabilidades civis e disciplinares e outras que eventualmente venham a ser detectadas?”, perguntou. Ainda no mesmo documento, o deputado alerta para que muitos perigos estão presentes nos edifícios e que o seu escritório continua a receber queixas de famílias preocupadas.
Hoje Macau China / ÁsiaEscola Portuguesa de Díli leva Timor-Leste a quarto lugar mundial em calculo matemático Um aluno timorense do 7.º ano da Escola Portuguesa de Díli foi o terceiro classificado entre quase 52.300 estudantes de todo o mundo num concurso internacional de cálculo matemático, levando Timor-Leste ao quatro lugar entre os países participantes. Simplício de Deus foi o terceiro mais rápido da sua categoria na 16.ª Edição do concurso Supertmatik International Mental Math Competition, com Timor-Leste a ficar em quarto lugar na competição atrás de Malta, Espanha e Portugal. A classificação de Timor-Leste colocou o país à frente de nações como o Canadá, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Reino Unido, Alemanha e China. Alunos da Escola Portuguesa conseguiram resultados de destaque noutros grupos escolares, com Graciela Santos a ser 47.ª entre 10.430 alunos do 1.º ano, Susana Rosa a ser 51.ª entre 46.200 alunos do 4.º ano e Maria Salve Rainha a ser 52.ª entre 41.720 alunos do 8.º ano. O concurso envolve centenas de milhares de estudantes entre os 06 e os 15 anos de todo o mundo que competem entre si para resolver um jogo de exercícios matemáticos. Na sua 16ª edição, o concurso conta com a participação de alunos da Escola Portuguesa de Díli há vários anos. A mesma escola obteve também bons resultados num outro concurso, o Canguru Matemático, que envolve todas as escolas portuguesas em Portugal e no resto do mundo. Nas categorias – que vão do 1.º ao 12.º ano – o melhor resultado da escola portuguesa de Díli foi o de Sangjoon Park, que ficou na 60.ª posição entre 6.428 alunos.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA e Coreia do Sul disparam oito mísseis balísticos em resposta a Pyongyang As forças armadas dos EUA e da Coreia do Sul lançaram hoje oito mísseis balísticos para as águas ao largo da costa oriental da península coreana, um dia após o Norte ter também disparado oito mísseis balísticos. O lançamento envolveu um míssil americano e sete sul-coreanos, disparados 10 minutos após terem sido enviadas notificações para os reguladores de segurança aérea e marítima, de acordo com o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul e das Forças dos EUA na Coreia. O lançamento teve como objetivo demonstrar a capacidade de responder com rapidez e precisão a eventuais ataques norte-coreanos, disseram os militares do Sul. O Presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol disse hoje num discurso que o seu governo irá procurar obter “capacidades de segurança fundamentais e práticas” para combater a crescente ameaça de mísseis e armas nucleares por parte de Pyongyang. “Os programas de armas nucleares e mísseis da Coreia do Norte cresceram a um ponto em que não são apenas uma ameaça à península coreana, mas ao nordeste da Ásia e à paz mundial”, disse Yoon. A Coreia do Sul “responderia severamente a qualquer tipo de provocação norte-coreana”, garantiu o Presidente. A Coreia do Norte disparou no domingo oito mísseis balísticos para as águas ao largo da costa oriental, três dias depois de exercícios militares conjuntos das forças armadas norte-americanas e sul-coreanas. Estas foram as primeiras manobras conjuntas dos dois países depois do novo Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, que prometeu uma política mais firme em relação a Pyongyang, ter sido empossado no cargo, no início de maio. Desde novembro de 2017 que um porta-aviões não participava nestes exercícios. Há muito que a Coreia do Norte protesta contra a realização deste tipo de manobras, que vê como um ensaio geral para uma invasão do país. “O exercício reforçou a determinação dos dois países em responder energicamente a qualquer provocação norte-coreana, ao mesmo tempo que demonstrou o empenho dos Estados Unidos em proporcionar uma dissuasão alargada”, de acordo com uma nota divulgada pelas forças armadas sul-coreanas. Há semanas que Seul e Washington advertiram para a possibilidade de Pyongyang realizar um sétimo teste nuclear e o primeiro desde 2017. A Coreia do Norte, que regista um surto de covid-19, retomou entretanto a construção de um reator nuclear, de acordo com novas imagens de satélite. O líder norte-coreano Kim Jong-un tinha suspendido os testes nucleares e de mísseis de longo alcance durante as conversações com o então Presidente norte-americano Donald Trump, mas as conversações fracassaram em 2019. A Coreia do Norte quebrou esta moratória autoimposta ao disparar um míssil intercontinental (ICBM) no final de março.
Hoje Macau China / ÁsiaSector dos serviços na China contraiu em Maio pelo terceiro mês consecutivo A actividade no sector dos serviços da China contraiu pelo terceiro mês consecutivo, em Maio, segundo um indicador elaborado pelo sector privado, reflectindo o impacto das medidas de prevenção epidémica no país. O Índice de Gestores de Compras (PMI), elaborado em conjunto pela publicação económica Caixin e o grupo Markit, subiu para 41,4 pontos, acima da marca de Abril, de 36,2 pontos, face ao levantar de algumas das restrições impostas em Xangai e outras cidades. No entanto, neste indicador, uma marca acima dos 50 pontos implica expansão e, abaixo, uma contração. Analistas consideram que a debilidade no setor dos serviços, que responde por cerca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) da China e metade dos empregos urbanos, provavelmente vai persistir, enquanto o país mantiver a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19. A pesquisa da Caixin revelou que novos negócios, incluindo novos pedidos de exportação, caíram pelo quarto mês consecutivo em Maio, uma vez que as restrições à mobilidade restringiram o consumo e interromperam as operações. Isto refletiu-se no mercado de trabalho: dados oficiais revelaram que a taxa de desemprego na China subiu para 6,1%, em abril, a maior desde Fevereiro de 2020, e bem acima da meta do governo para 2022, de menos de 5,5%. “A leitura [para o sector dos serviços] em Maio foi a segunda mais baixa desde Fevereiro de 2020, já que a pandemia da covid-19 na China ainda pesa fortemente na actividade”, disse Wang Zhe, economista do Caixin Insight Group. “O emprego permaneceu em território de contração desde o início deste ano. O impacto da pandemia atingiu o mercado de trabalho. As empresas não estão muito motivadas a aumentar as contratações. Como resultado, o número de negócios pendentes no setor de serviços cresceu ainda mais”, apontou Wang. Para estabilizar a situação num ano politicamente sensível, o Governo chinês anunciou recentemente um pacote de 33 medidas, que abrangem políticas fiscais, financeiras, de investimento e industriais, embora analistas digam que a meta oficial de crescimento económico, de “cerca de 5,5%”, vai ser difícil de alcançar se o país não prescindir da política de ‘zero casos’ de covid-19. “É necessário que os formuladores de políticas prestem mais atenção ao emprego e aos serviços logísticos. Remover obstáculos nas cadeias de fornecimento e na industria e promover a retoma do trabalho e da produção vai ajudar a estabilizar e proteger o mercado de trabalho”, apontou Wang. O economista disse que subsídios deviam ser distribuídos para pessoas cujos rendimentos foram afetados pelas medidas de prevenção epidémica. O PMI composto de Maio, que inclui manufactura e serviços, subiu para 42,2 pontos, de 37,2 no mês anterior. A actividade fabril encolheu menos acentuadamente em maio, mas ainda assim registou a segunda maior queda desde fevereiro de 2020, sugerindo que a recuperação continua a ser frágil. O Caixin PMI é compilado pela S&P Global a partir de respostas a questionários enviados a gestores de compras na China.