Ucrânia | Conversa entre Xi e Zelensky mostra responsabilidade da China

O Presidente chinês a conversou ao telefone com o seu homólogo ucraniano na busca de caminhos que levem a uma solução pacífica para o conflito desencadeado pela Rússia

 

A conversa por telefone entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, “demonstra responsabilidade” e o “sincero desejo da China” de promover uma “solução política” para a guerra, defendeu ontem um jornal oficial.

Em editorial, o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, considerou que o diálogo prova que a China, “como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e como grande potência responsável, deseja promover uma solução política com sinceridade e sem interesses próprios”.

“A China está firmemente do lado da paz e do diálogo” e “está sempre do lado correcto da História”, defendeu o jornal. “Tanto a Rússia como a Ucrânia saudaram os nossos esforços para promover a paz, e as potências europeias também esperam que desempenhemos um papel maior”, lê-se no editorial.

Xi Jinping reclama um papel maior para a China na resolução de questões internacionais. Num triunfo para o líder chinês, o Irão e a Arábia Saudita anunciaram, no mês passado, em Pequim, um acordo para restabelecerem as relações diplomáticas, cortadas por Riade em 2016.

Vários líderes europeus, incluindo o Presidente francês, Emmanuel Macron, a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, visitaram Pequim, nas últimas semanas, visando encorajar a China a usar a sua influência junto de Moscovo para pôr fim ao conflito.

Referindo que “até a Casa Branca saudou o telefonema [entre Xi e Zelensky]”, o Global Times lembrou que o reconhecimento internacional “ressalta o valor especial dos esforços da China numa situação tão complexa e em mudança”.

“A China pode comunicar directamente com todas as partes envolvidas, procurar consenso e receber respostas positivas”, apontou o jornal.

A mediação de Pequim é possível porque a “China sempre aderiu a uma posição objectiva e justa, e demonstrou a sua responsabilidade como grande potência”, acrescentou. “Este papel e influência não podem ser substituídos no mundo de hoje”.

Primeiro passo

Foi a primeira vez que Xi falou com Zelensky desde o início da invasão russa da Ucrânia, apesar de ter reunido por várias vezes com o homólogo russo, Vladimir Putin.

Xi disse ao líder ucraniano que a China vai enviar um representante especial para os assuntos da Eurásia para a Ucrânia e outros países, com o objectivo de “lançar uma comunicação profunda com todas as partes visando encontrar uma solução política para a crise”.

Destacou também que a “evolução complexa da ‘crise’ na Ucrânia” teve um grande impacto na situação internacional, ao mesmo tempo que garantiu que o seu país “sempre esteve do lado da paz”.

O Presidente chinês explicou ao homólogo ucraniano que o “respeito pela soberania e integridade territorial” é a “base política” das relações entre Pequim e Kiev e transmitiu o seu desejo de “promover o desenvolvimento da parceria estratégica entre os dois países”.

28 Abr 2023

Feriados | Previstas enchentes nas ruas e hotéis

O presidente da Associação dos Hoteleiros de Macau, Lou Chi Leong, estima que a taxa de ocupação hoteleira atinja os 90 por cento durante a Semana Dourada do Dia do Trabalhador.

Citado pelo canal chinês da Rádio Macau, Lou Chi Leong indicou que no passado os quartos apresentavam preços irracionais, porque as plataformas de venda online aumentaram artificialmente os montantes. Contudo, Lou acredita que depois da intervenção da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), o cenário não se vai repetir este ano.

Em relação ao preço de mil patacas por noite nos hotéis mais baratos, como pensões, o presidente da associação considerou que se trata do mercado a funcionar e que os preços foram comunicados antecipadamente à DST. Para o responsável, desde que os clientes concordem com o preço, também não devem ser levantados problemas.

Por seu turno, o presidente da Associação de Inovação e Serviços de Turismo de Lazer de Macau, Paul Wong, indicou que se regista um aumento de 30 por cento do número de excursionistas durante os dias úteis.
Sobre os dias da Semana Dourada, o dirigente associativo acredita que devem ficar acima de 80 mil por dia.

28 Abr 2023

China | Jornalista enfrenta acusações de espionagem

A família de um jornalista chinês, que trabalhou num jornal afiliado do Partido Comunista, disse que o repórter enfrenta acusações de espionagem, depois de ter sido detido num encontro com um diplomata japonês num restaurante.

Dong Yuyu, director-adjunto do departamento editorial do Diário de Guangming até ser detido, em Fevereiro de 2022, encontrava-se regularmente com jornalistas e diplomatas estrangeiros para compreender as tendências mundiais. Mas as autoridades chinesas consideraram aqueles contactos com diplomatas estrangeiros como prova de espionagem, de acordo com uma declaração da família, divulgada na segunda-feira. Dong é o mais recente caso do que Pequim considera serem interferências estrangeiras.

Não sendo membro do Partido Comunista, Dong era uma das vozes mais favoráveis à reforma no Diário de Guangming e escrevia artigos a favor de um sistema jurídico independente, indicou a família.

Em 2006-2007 Dong frequentou a Universidade de Harvard com uma bolsa da instituição de ensino norte-americana. No Japão, foi bolseiro na Universidade de Keio, em 2010, e quatro anos mais tarde, foi professor visitante na Universidade de Hokkaido.

Em 2017, uma investigação das autoridades do partido concluiu que alguns artigos de Dong eram “antissocialistas”, tendo sido ameaçado de despromoção, acrescentou a família. Em Fevereiro de 2022, Dong foi detido quando almoçava com um diplomata japonês num restaurante de um hotel, em Pequim, onde se encontrava frequentemente com amigos estrangeiros, de acordo com a mesma nota.

O diplomata também foi detido, o que provocou um forte protesto do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão, tendo sido libertado horas depois. No mês passado, a família do jornalista foi informada que Dong seria julgado, mas a data ainda não é clara, indicou. Na China, a espionagem pode ser punida com uma pena de prisão superior a dez anos.

27 Abr 2023

EUA e Filipinas usam munições reais contra navio no maior exercício conjunto de sempre

Milhares de tropas norte-americanas e filipinas atacaram ontem um navio, com foguetes de alta precisão, ataques aéreos e fogo de artilharia, como parte dos maiores exercícios de guerra de sempre realizados entre os dois países.
Os exercícios decorreram em águas filipinas no disputado mar do Sul da China, que é reclamado quase na totalidade por Pequim, apesar dos protestos dos países vizinhos.

O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., assistiu à demonstração de poder de fogo norte-americano a partir de uma torre de observação, na cidade costeira de San Antonio, na província de Zambales, no noroeste do país – a mais recente indicação de seu forte apoio à aliança de Manila com Washington.

Marcos ordenou que os seus militares mudem o foco, de batalhas anti-rebelião para a defesa externa, à medida que as acções cada vez mais agressivas da China no mar do Sul da China se tornam uma preocupação para Manila.

A mudança nos objetcivos da defesa filipina está em sintonia com o objectivo do governo norte-americano de reforçar um arco de alianças na região do Indo-Pacífico para melhor combater a ascensão da China.

Sentado ao lado da embaixadora dos EUA, MaryKay Carlson, e os seus principais assessores de Defesa e segurança, Marcos usou um par de binóculos para observar a trajectória dos foguetes do Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade dos EUA, ou HIMARS, um lançador múltiplo de foguetes e mísseis, que é montado num camião, e que se tornou uma arma crucial para as tropas ucranianas que lutam contra as forças invasoras russas.

Os exercícios assemelharam-se a um cenário de guerra real, com as explosões e fumo causados pelo fogo de artilharia e os helicópteros de ataque AH-64 Apache a sobrevoar os céus.

“Este treino aumentou o realismo e a complexidade dos exercícios, uma prioridade fundamental partilhada entre as Forças Armadas das Filipinas e os militares dos EUA”, disse o tenente-general William Jurney, comandante das Forças do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA no Pacífico.

Cerca de 12.200 militares dos EUA, 5.400 forças filipinas e 111 contrapartes australianas participaram nos exercícios chamados Balikatan, os maiores desde que começou a ser realizado há três décadas. A embarcação alvo das forças aliadas era um navio de guerra desactivado da marinha filipina, que foi rebocado cerca de 18 a 22 quilómetros mar adentro.

Oficiais militares filipinos disseram que as manobras reforçam a defesa costeira do país e as capacidades de resposta a desastres e que não visavam nenhum país.

Oposição sínica

A China opôs-se a exercícios militares envolvendo forças dos EUA na região no passado, bem como ao aumento dos efetivos militares dos EUA, alertando que estas operações aumentam as tensões e prejudicam a estabilidade e a paz regionais.

Em Fevereiro, Marcos aprovou uma presença militar mais ampla dos EUA nas Filipinas, permitindo que lotes rotativos de forças norte-americanas utilizem mais quatro bases militares filipinas. Tratou-se de uma reviravolta acentuada, face à política do seu antecessor Rodrigo Duterte, que temia que uma presença militar norte-americana maior pudesse antagonizar Pequim.

A China opôs-se fortemente à decisão, que permite às forças dos EUA estabelecer postos de vigilância no norte das Filipinas, do outro lado do mar de Taiwan, e nas províncias filipinas ocidentais voltadas para o mar do Sul da China.

A China alertou que o aprofundamento da aliança de segurança entre Washington e Manila e os seus exercícios militares conjuntos não devem prejudicar a segurança e interesses territoriais chineses ou interferir nas disputas territoriais entre Pequim e os países vizinhos.

27 Abr 2023

Dia Internacional dos Museus celebrado com jogos e workshops

Sob o tema “Museus, Sustentabilidade e Bem-estar” decorre este ano mais uma edição do “Carnaval do Dia Internacional dos Museus” a partir do dia 14 de Maio. A ideia é celebrar a efeméride, instituída a 18 de Maio de 1977, com uma série de actividades que vão desde os jogos aos workshops. A cerimónia de abertura do evento, que integra grande parte dos espaços museológicos geridos pelo Instituto Cultural (IC), arranca dia 14 de Maio no Centro de Ciência de Macau, onde, a partir das 14h, serão organizados “jogos de cabine, workshops e jogos online”.

No entanto, nesse dia, todos os museus do território promovem, entre as 14h e as 18h, diversas iniciativas como é o caso do jogo “Múltiplas Perspectivas sobre Museus” ou “Vamos começar por conhecer as exposições do Museu de Macau”, sem esquecer as oficinas nas áreas da xilogravura, impressão e cerâmica.

Para assinalar o dia i, os museus estarão abertos ao público gratuitamente ao longo do mês de Maio, sendo que cada espaço terá o seu calendário de exposições, workshops ou visitas guiadas a propósito desta celebração.

Cultura e GP

O Museu do Grande Prémio de Macau é um dos que estará aberto gratuitamente no dia 18. Nesse dia será realizado o workshop “Impressão de carros de corrida em sacos ecológicos”, tendo com pano de fundo a 70.ª edição do Grande Prémio. Nos domingos de 21 e 28 de Maio, às 10h30 e 15h30, decorrem ainda os workshops “Produção de badges de carro de corrida em cera” e “Pintura do carro dos seus sonhos”, podendo inscrever-se crianças dos quatro aos 14 anos com os seus pais.

Entre os dias 14 de Maio e 3 de Junho os interessados podem ainda participar no “Jogo Online do Carnaval do Dia Internacional dos Museus de Macau 2023”. Com o rol de actividades organizadas em Macau pretende-se “realçar a essência cultural de Macau, criando um ambiente intensamente cultural e festivo para as comunidades”.

27 Abr 2023

Divisas | Yuan mais usado do que dólar em operações transfronteiriças

Pela primeira vez na história, a utilização da moeda chinesa ultrapassou a da divisa norte-americana nas transacções internacionais

 

A China realizou em Março, pela primeira vez, mais transacções transfronteiriças com a sua moeda do que com o dólar norte-americano, num novo marco nos planos de Pequim para reduzir a sua dependência da divisa norte-americana.

Segundo uma análise difundida ontem pela Bloomberg Intelligence, baseada em dados do Governo chinês, o uso do yuan neste tipo de operações atingiu o recorde histórico de 48 por cento, em Março, quando o uso do dólar nas transacções internacionais chinesas caiu para 47 por cento.

Em 2010, a China praticamente não utilizava o yuan para liquidar este tipo de transacções, utilizando quase exclusivamente o dólar. Estes dados são calculados com base no volume de todo o tipo de transacções transfronteiriças realizadas no país, incluindo a compra e venda de acções, através das ligações entre as praças financeiras da China Continental e de Hong Kong.

“O aumento do uso do yuan pode ser uma consequência natural da abertura pela China da sua conta de capital”, disse Stephen Chiu, analista de câmbio da Bloomberg. No entanto, a moeda chinesa ainda tem uma participação de apenas 2,3 por cento nos pagamentos globais, segundo dados do sistema internacional de pagamentos SWIFT.

A China tem tentado internacionalizar o yuan desde 2009, visando reduzir a dependência do dólar em acordos comerciais e de investimento e desafiar o papel da moeda norte-americana como a principal moeda de reserva do mundo. Esta questão tornou-se mais urgente à medida que fricções políticas e a prolongada guerra comercial e tecnológica entre Pequim e Washington resultaram na imposição de sanções contra várias entidades chinesas.

O debate sobre a fragmentação do mercado monetário e a diluição do domínio do dólar norte-americano foi renovado também pelas sanções impostas pelo Ocidente contra a Rússia. A China reforçou a cooperação com Moscovo, a nível de sistemas de pagamento, promovendo o uso do yuan nas trocas comerciais bilaterais.

O dólar é utilizado em 84,3 por cento das trocas comerciais a nível global, segundo dados recentes divulgados pelo jornal britânico Financial Times. Mas a participação do yuan mais do que duplicou desde a invasão da Ucrânia, de menos de 2 por cento para 4,5 por cento, reflectindo o maior uso da moeda chinesa no comércio com a Rússia.

Na terça-feira, o Conselho de Estado (Executivo) chinês reiterou a sua intenção de aumentar o uso do yuan para liquidar operações internacionalmente.

“A internacionalização do yuan está a acelerar à medida que outros países buscam uma moeda de pagamento alternativa para diversificar os riscos, já que a Reserva Federal [dos EUA] perdeu alguma credibilidade”, disse Chris Leung, economista do DBS Bank.

O especialista notou, no entanto, que o dólar norte-americano vai manter-se por muito tempo como a moeda de escolha mundial: “A participação do yuan nos pagamentos globais pode ser para sempre pequena”.

Ajuda brasileira

Este mês, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, atacou, em Xangai, o domínio do dólar norte-americano como moeda de reserva mundial e apelou para o uso de outras divisas na relação comercial entre Brasil e China.

“Eu todos os dias me pergunto por que motivo os países estão obrigados a fazer o seu comércio em dólar”, afirmou o chefe de Estado brasileiro, na sede do Novo Banco de Desenvolvimento, criado pelo BRICS, o bloco de economias emergentes que junta Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. “Nós precisamos de ter uma moeda que dê aos países um pouco mais de tranquilidade”, acrescentou.

Michael Pettis, professor de teoria financeira na Faculdade de Gestão Guanghua, da Universidade de Pequim, escreveu então na sua conta oficial no Twitter que as afirmações de Lula são “palavras de político” e “não de quem conhece o balanço de pagamentos global”.

“Ele não percebe que o que importa não é a moeda em que o comércio brasileiro é denominado. Podem ser dólares, yuan, reais, euros ou até o ringgit da Malásia”, apontou. “O que importa são os activos em que os exportadores desejam acumular o produto das suas exportações”, afirmou.

Para os exportadores brasileiros acumularem o yuan nas suas trocas com a China, Pequim teria que executar reformas no sistema financeiro e monetário que são incompatíveis com o seu modelo de governação, apontou.
Pettis considerou que a “rigidez” do sistema financeiro da China, em contraste com o mercado de capitais “aberto” dos Estados Unidos, “impede o yuan de assumir maior predominância como moeda de reserva”.

“A China teria de abdicar do controlo sobre as contas correntes e de capital” e “aceitar um sistema de governação no qual as decisões de uma ampla gama de autoridades estariam sujeitas a um processo legal transparente e previsível”, para que o yuan pudesse, “pelo menos parcialmente”, ameaçar a posição do dólar, afirmou o académico, que vive no país asiático há duas décadas.

27 Abr 2023

TDM | Empresa gasta mais com menos pessoas

Apesar de ter reduzido em oito o número de trabalhadores, a TDM aumentou no ano passado os gastos com o pessoal em 1,08 milhões de patacas, de acordo com os dados publicados no Boletim Oficial. Em 2021 a empresa tinha 653 trabalhadores e 319,28 milhões de patacas em custos com recursos humanos.

No ano passado, com quadros constituídos por 645 pessoas, os gastos com o pessoal atingiram 320,36 milhões de patacas, no que foi um aumento de 0,34 por cento, em ano de contracção económica. Em relação aos resultados finais, a empresa que recebeu subsídios de 314,51 milhões de patacas do Governo fechou o ano com um prejuízo de 2,43 mil milhões de patacas. Em 2021, o prejuízo tinha sido de 5,67 mil milhões de patacas.

27 Abr 2023

BNU | Agência Sede reaberta com pompa e circunstância

A sede agência do Banco Nacional Ultramarino (BNU) foi ontem reaberta oficialmente, oferecendo ao público “um novo espaço, com uma disposição moderna e funcional”, indicou a instituição em comunicado.

A fachada histórica do edifício integra agora com um interior moderno, “resultando numa verdadeira simbiose entre o passado e o futuro, e que procura acompanhar as tendências de design da era digital”, indica o banco, acrescentando que “o conceito de design interior é inspirado na icónica caravela do BNU, que representa o espírito aventureiro português e uma abordagem multicultural”.

A cerimónia de abertura contou com um painel de convidados de honra presidido pela vice-diretora-geral do departamento de assuntos económicos do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, Yang Hao.

Em declarações à TDM, o presidente da comissão executiva do BNU, Carlos Cid Álvares afirmou acreditar que passou a haver possibilidade de empresas portuguesas investirem na zona de cooperação aprofundada, em Hengqin, na sequência da recente visita de Ho Iat Seng e de empresários locais a Portugal.

À margem da cerimónia de reabertura, Carlos Cid Álvares mostrou-se agradado com a visita da delegação da RAEM a Portugal, que integrou, assinalando o apoio à continuidade da actividade bancária em Macau pelo principal accionista do BNU, a Caixa Geral de Depósitos.

27 Abr 2023

Comunidade | Amélia António alerta para morte de associações

Amélia António, presidente da Casa de Portugal, alertou para as dificuldades criadas pelas novas regras de financiamento da Fundação Macau, que ameaçam a sobrevivência de várias associações locais. A mensagem foi deixada em declarações à Rádio Macau.

Segundo a responsável, em causa está a nova regra que só “permite libertar os últimos 10 por cento dos apoios do ano anterior, e a primeira tranche do ano em curso, depois da Fundação Macau ter dado como aprovadas” as contas das associações. Este processo não tem um limite temporal, o que faz com que as associações tenham de sobreviver durante vários meses à base do seu próprio financiamento, ou através do recurso ao crédito.

“Não se sabe quando acontece [a aprovação das contas e libertação dos apoios]. Estamos a acabar Abril e a entrar em Maio, não recebemos ainda os 10 por cento de 2022. Não recebemos nada deste ano. Portanto, como se viveu, Dezembro, Janeiro, Fevereiro, Março e Abril?”, questionou. “Já são cinco meses que se está a funcionar sem essas verbas recorrendo ao crédito bancário”, explicou. “As associações não podem viver nesta base, é impossível. Este modo de funcionamento é a morte das associações”, acrescentou.

As declarações de Amélia António foram prestadas à margem de um jantar de celebração do 25 de Abril organizado pela Casa de Portugal no restaurante Lusitanus.

27 Abr 2023

Bélgica | Ho Iat Seng reúne com chineses ultramarinos

O Chefe do Executivo reuniu na terça-feira em Bruxelas com representantes dos chineses ultramarinos na Bélgica, a quem pediu “o reforço da ligação com o sector empresarial de Macau, a fim de aproveitarem conjuntamente as novas oportunidades de desenvolvimento”.

Ho Iat Seng fez ainda uma apresentação sobre o desenvolvimento de Macau e a zona de cooperação aprofundada em Hengqin, deixando “um convite aos chineses ultramarinos para visitarem Macau, a Zona em Hengqin e a Grande Baía na procura de novas oportunidades de desenvolvimento e cooperação”.

O embaixador da China na Bélgica, Cao Zhongming, afirmou que “a RAEM, apoiada pelo País e ligada ao mundo, tem vantagens e características únicas”, acrescentando que irá trabalhar para “aprofundar, com o Governo da RAEM, um intercâmbio e cooperação mais abertos e estreitos com os países europeus, com o objectivo de impulsionar o desenvolvimento da economia, sociedade e turismo cultural de Macau”.

O representante dos chineses ultramarinos na Bélgica e presidente do Conselho para a Promoção da Reunificação Pacífica da China na Bélgica, Zhu Haian, disse que os chineses ultramarinos no país têm apoiado e participado de forma activa na construção e desenvolvimento nacionais, a fim de impulsionar a reunificação pacífica da China.

27 Abr 2023

MNE | Prometido combate a interferências externas em Macau

O adjunto do Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Le Rong, garantiu que irá “impedir e coibir resolutamente a interferência de forças externas nos assuntos da RAEM”. O compromisso foi assumido na terça-feira, num encontro com o Chefe do Executivo interino, André Cheong, de acordo com um comunicado emitido ontem pelo Gabinete de Comunicação Social.

O responsável afirmou dar apoio “à participação da RAEM em várias actividades para melhorar continuamente a sua influência internacional, e apoiar o desenvolvimento da diversificação adequada da economia local”.
Le Rong acrescentou que o Governo Central vai continuar a demostrar ao mundo o sucesso da implementação em Macau do princípio “Um País, Dois Sistemas”.

Por sua vez, André Cheong referiu que actualmente, “144 países e territórios concedem, aos titulares do Passaporte da RAEM, a isenção de visto ou visto à chegada”. O governante local referiu que gostaria que o MNE “continuasse a apoiar a promoção do Passaporte da RAEM no exterior, principalmente para facilitar a entrada nos países incluídos nos destinos de viagem mais frequentes para os residentes de Macau.”

27 Abr 2023

Lubuds Group quer criar uma “Pequena Lisboa” no coração de Macau

Um grupo empresarial de Honk Kong avançou ontem à Lusa que quer criar uma “Pequena Lisboa” no coração de Macau, com restaurantes lojas, mercados ao ar livre e festivais, com direito a viagens de eléctrico.

Entre as Ruínas de São Paulo e a Igreja de São Lázaro, o grupo já conta com projectos como os restaurantes Albergue 1601 e Portucau, a taberna 3 Sardines, a “nano-cervejaria” Lazaro Brewing e uma loja de recordações. No início de Maio, a Travessa da Paixão vai passar a acolher o Lata e Porto, focado em enlatados de peixe e no vinho do Porto.

A “Pequena Lisboa”, que vai ser apresentada à Direcção dos Serviços de Turismo e às seis operadoras de casinos, deverá integrar um mínimo de 18 conceitos relacionados também com os países de língua portuguesa e gastronomia macaense numa distância de cinco minutos a pé.

O projecto, que já contempla experiências como oficinas de pintura de azulejos, prevê a extensão da calçada portuguesa nas zonas circundantes ao Consulado-Geral de Portugal em Macau, duas pequenas rotas de eléctrico, o fecho ao trânsito de algumas ruas cuja marca é o legado arquitectónico português, bem como a criação de esplanadas, para além do aluguer de trajes tradicionais portugueses complementado com um serviço prestado por um fotógrafo profissional.

Uma das linhas do eléctrico pretende garantir a viagem entre as imediações do consulado e a Igreja de São Lázaro. A outra poderia assegurar uma viagem entre uma das ruas que serve o consulado e a Fortaleza do Monte.

Das ruas à praça

O grupo propõe-se igualmente a criar todos os fins-de-semana “um calendário estimulante de eventos culturais, festivais de rua, festivais gastronómicos, concertos e mercados ao ar livre associados aos países de língua portuguesa”.

Os eventos mais pequenos teriam lugar nas ruas do Bairro de São Lázaro, enquanto os eventos maiores, como concertos e exposições, podem estender-se à Praça do Tap Seac e ao Pavilhão Multidesportos, muito porque a praça é um dos maiores espaços urbanos ao ar livre da cidade, com vista para alguns dos edifícios mais icónicos da arquitectura portuguesa em Macau.

O Lubuds Macau, subsidiário do Lubuds Group com uma forte presença em Hong Kong, conta com mais de mil colaboradores. O investimento em Macau, que não foi divulgado pelo grupo empresarial, vai traduzir-se também na exploração do restaurante na Casa das Recepções das Casas-Museu da Taipa, cuja concessão foi decidida este mês pelo Instituto Cultural de Macau. Este restaurante vai avançar com uma parceria com a Associação dos Macaenses, indicou o grupo.

26 Abr 2023

Portugal | Lula diz que protesto do Chega foi “cena de ridículo” e “papelão”

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, desvalorizou ontem o protesto do Chega durante o seu discurso no parlamento, considerando que as “pessoas quando não têm uma coisa boa para aparecer” fazem “essa cena de ridículo”, um “papelão”.

“Quem faz política está habituado a isso. Eu acho que essas pessoas quando voltarem para casa e deitarem a cabeça no travesseiro vão falar: que papelão nós fizemos”, disse Lula da Silva aos jornalistas, à saída da sala das sessões da Assembleia da República.

O chefe de Estado brasileiro disse que não viu um incidente, mas apenas “10 pessoas ou meia dúzia de pessoas protestarem, o que é a coisa mais natural na democracia”.

“Eu às vezes lamento porque as pessoas quando não têm uma coisa boa para fazer, para aparecer, as pessoas fazem essa cena de ridículo. Eu sinceramente não sei como é que estas pessoas vão chegar em casa, olhar nos seus filhos, nos seus pais e falar que estiveram na assembleia a participar num evento praticamente de homenagem à revolução dos cravos, porque foi para isso que eu vim aqui a convite do Presidente Rebelo”, afirmou.

Depois da sessão de cumprimentos, Lula da Silva considerou que a forma como a delegação brasileira foi recebida em Portugal “é uma coisa extraordinária”. “Eu só tenho que agradecer ao presidente da Assembleia [da República], ao Presidente Marcelo e ao primeiro-ministro António Costa pelo carinho e tratamento”, afirmou.

Insultos e vergonha

O presidente da Assembleia da República avisou ontem que “chega de insultos e de porem vergonha no nome de Portugal”, depois dos deputados do partido liderado por André Ventura terem levantado cartazes durante o discurso do chefe de Estado brasileiro.

Mal Lula da Silva iniciou a sua intervenção na sessão solene de boas vindas, os deputados do Chega levantaram-se e empunharam três tipos de cartazes, onde se liam “Chega de corrupção”, “Lugar de ladrão é na prisão” e outros com as cores das bandeiras ucranianas.

O Presidente do Brasil continuou o seu discurso durante mais alguns minutos, mas mal houve uma pausa, as bancadas à esquerda e do PSD aplaudiram entusiasticamente, enquanto os deputados do Chega batiam na mesa, em jeito de pateada, o que levou Augusto Santos Silva a intervir.

“Os deputados que querem permanecer na sala têm de se comportar com urbanidade, cortesia e a educação exigida a qualquer representante do povo português. Chega de insultos, chega de degradarem as instituições, chega de porem vergonha no nome de Portugal”, afirmou Santos Silva, visivelmente irritado.

26 Abr 2023

Planeada revisão eleitoral para órgãos de gestão distritais em Hong Kong

Hong Kong está a planear reformar o último grande órgão de representação política, maioritariamente composto por representantes eleitos pelo povo, disse ontem o líder da região. O Chefe do Executivo, John Lee, disse, em conferência de imprensa, que o Governo não vai permitir que os 18 órgãos administrativos distritais, actualmente existentes, se tornem uma plataforma para defender a independência de Hong Kong ou intervir na administração do território.

“Haverá múltiplas formas de entrada e certos elementos da eleição serão reservados”, disse Lee. “Isto permitirá que os patriotas com a ambição de servir nas suas áreas participem através de múltiplos canais”, acrescentou, sem pormenorizar. De acordo com as actuais regras eleitorais, a maioria dos assentos do conselho é eleita diretamente pelos eleitores. Lee afirmou que uma revisão em curso ajudará a despolitizar aqueles órgãos municipais.

Mudam-se os tempos

A corrida para os lugares de representante distrital da cidade não é normalmente alvo de grande atenção internacional, uma vez que os conselheiros se ocupam principalmente de assuntos municipais.

Mas a eleição assumiu uma importância simbólica depois de o campo pró-democracia da cidade ter obtido uma vitória esmagadora nas últimas eleições, no auge dos protestos antigovernamentais em 2019. Em 2021, Hong Kong alterou as leis eleitorais, com uma redução da capacidade de voto do público e um aumento do número de legisladores pró-Pequim que tomam decisões para a cidade.

Muitos conselheiros distritais, eleitos há quatro anos, demitiram-se em 2021 depois de as autoridades terem introduzido a exigência de prestarem um juramento de fidelidade à cidade. As demissões em bloco seguiram-se a notícias na imprensa local de acordo com as quais os representantes eleitos podiam ter de reembolsar os salários, caso fossem posteriormente desqualificados do cargo. Esta possibilidade não foi confirmada, nem desmentida pelo Governo de Lee.

26 Abr 2023

Futuro | Uso da Inteligência Artificial cresce exponencialmente

Em 2022, o Conteúdo Gerado por Inteligência Artificial (CGIA) tomou a Internet de assalto, desde modelos de Inteligência Artificial (IA) como DALL-E 2 e Stable Diffusion, que explodiram na arte, até modelos de conversação como o ChatGPT, que exibem um desempenho de nível humano. As pessoas perguntam: vai a IA substituir os criadores? Porque é que a utilização do CGIA cresceu tão subitamente? Significará que a IA está a entrar numa nova era e onde nos irá conduzir? Qual será o impacto do CGIA na economia e na sociedade, e como é que as diferentes entidades o devem percepcionar?

O Tencent Research Institute realizou um fórum intitulado “CGIA: Tendências e Perspectivas da IA na Nova Era”, discutindo o desenvolvimento actual e as práticas da indústria da tecnologia AIGC e as oportunidades e desafios futuros. Participaram Xin YAO, Professor Catedrático da Universidade do Sul de Ciência e Tecnologia, Weiwen DUAN, Director do Departamento de Filosofia da Ciência e Tecnologia da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Yuntao WANG, engenheiro-chefe adjunto da Academia Chinesa de Tecnologias da Informação e Comunicação, Baoyuan WU, Professor Associado da Universidade Chinesa de Hong Kong, Jun YIN, Director do Centro de Tecnologia de Conteúdo Digital da Tencent Games e Shuming SHI, Chefe do Centro de Processamento de Linguagem Natural da Tencent, tendo como moderador Jian YANG, vice-presidente da Tencent.

 

Jian Yang: Como vê a explosão do CGIA (Conteúdo Gerado por Inteligência Artificial) na segunda metade de 2022? O CGIA representa a próxima era da tecnologia da IA?

Xin Yao: A explosão do CGIA é um sucesso abrangente. Embora a IA tenha uma longa história na geração de conteúdos, ainda não avançou tanto quanto hoje devido a dados, poder computacional e limitações da tecnologia de algoritmos. Um factor importante que contribui para o grande interesse no CGIA é o facto de ter excedido as expectativas das pessoas, tornando-o particularmente interessante. Contudo, temos ainda de considerar os avanços tecnológicos que o CGIA tem feito. Em primeiro lugar, alcançar resultados que excedam as expectativas das pessoas em relação ao avanço tecnológico é relativamente fácil. Por exemplo, em áreas como imagens, diálogos, e mesmo música, pode gerar peças que possuem um certo estilo de compositor mas que não são inteiramente idênticas. No entanto, muitos acreditam que a AIGC pode ser um caminho eficaz para a IGA (inteligência geral artificial), o que requer uma consideração cuidadosa. Isto porque o CGIA gera conteúdo através de uma grande quantidade de dados e poder computacional, em comparação com o processo conceptual a que o ser humano se submete ao criar conteúdo. Por exemplo, quando olho para muitas imagens, o meu cérebro passa por um processo abstracto e depois regressa ao espaço da imagem para criar uma nova imagem. Não tenho a certeza se o CGIA tem actualmente tais funções abstractas incorporadas. Se uma máquina tiver visto um milhão de fotos de cães e gatos, não irá gerar conceitos como quatro pernas, pêlo, etc. Em segundo lugar, à medida que o CGIA se desenvolve e envolve campos científicos e tecnológicos ou aplicações verdadeiramente relacionadas com o bem-estar nacional, pode haver desafios adicionais, pois é difícil assegurar que o conteúdo gerado pelo CGIA cumpre certos constrangimentos. Deixem-me usar uma analogia. Podemos agora enviar muitas moléculas para um sistema de IA, o que pode gerar novas moléculas para si. Embora o desenvolvimento de drogas a partir destas moléculas seja concebível, pode haver uma lacuna entre o conceito teórico e a aplicação prática. Até que ponto estamos a alcançar a chamada IGA? Estas são questões que requerem contemplação e exploração.

Jun Yin: As minhas opiniões são consistentes com as do Professor Yao. Seja a partir da abordagem ampla da utilização da IA para gerar conteúdo ou da perspectiva estreita do desenvolvimento de modelos linguísticos profundos e grandes, resulta da experiência e investigação acumuladas. A erupção do CGIA hoje em dia deve-se a múltiplos factores, incluindo a recolha de uma grande quantidade de conjuntos de dados abertos de alta qualidade, avanços teóricos como o modelo de difusão, e novo hardware informático como o GBT3 com modelos maiores e mais eficazes. No passado, pode não ter havido dispositivos informáticos tão poderosos para apoiar modelos de formação a esta escala e, mesmo agora, o custo de formação de tais modelos é ainda muito elevado. A combinação destes factores tornou a geração de imagens ou texto muito mais viável do que antes. Penso que isto explica porque é que o CGIA explodiu em popularidade nesse ano. Em comparação com as primeiras redes neurais profundas, o desenvolvimento do CGIA ainda não passou por uma mudança de paradigma fundamental. Portanto, não podemos concluir que o ChatGPT tenha alcançado inteligência geral artificial (IGA) simplesmente porque tem um bom desempenho na geração de conversas e parece inteligente. O ChatGPT não compreende verdadeiramente o que diz e apenas cria a impressão de que compreende o conteúdo gerado, que ainda está longe da inteligência humana. A próxima era da IA precisa de se concentrar em várias direcções essenciais. Por um lado, deve ser capaz de aprender de forma autónoma. Tal como os humanos, alguma da sua lógica de raciocínio deve ser explicável ou compreensível, e ser capaz de executar tarefas através de domínios. Por outro lado, da perspectiva da implementação industrial, como a utilização de métodos de IA para ajudar na geração de conteúdos de jogos, ainda está longe das normas profissionais da indústria de jogos, seja na geração de imagens, texto, modelos 3D, ou animações de personagens, ou na utilização do ChatGPT para criar scripts de jogos ou diálogos NPC (Non-Player Character).

Jian Yang: Em resumo, a AIGC pode estar à beira de uma mudança quantitativa a qualitativa, e é difícil dizer se realmente sofreu uma mudança qualitativa. Continua a basear-se no paradigma do passado, progredindo apenas devido aos avanços noutras condições tecnológicas. Por conseguinte, resta saber se a AIGC está verdadeiramente em conformidade com os princípios inerentes à inteligência humana ou AGI geral no futuro. Qual é o estado actual e a prática industrial do AIGC? Quais são algumas aplicações e direcções representativas?

Yuntao Wang: Relativamente à prática industrial actual do AIGC, a tecnologia pode ser classificada em texto, áudio, imagem e vídeo, e espaço virtual com base nos modos de processamento.
(1) Texto. Inclui principalmente a criação ou a edição de conteúdos de texto, como a criação de artigos, a conversão de estilos de texto e o diálogo de perguntas e respostas. As aplicações típicas incluem robots de escrita, chatbots, etc.
(2) Áudio. Inclui a conversão de texto em fala (TTS), a conversão da fala e a edição da fala, bem como conteúdos não orais, como a criação de música e a edição de som de cenas, com aplicações típicas que incluem dobragem inteligente, actuações virtuais, composição musical automática e criação de canções.
(3) Imagem e vídeo. Inclui a geração ou edição de conteúdos de imagem e vídeo, como a geração facial, a substituição facial, a edição de atributos de caracteres, a manipulação facial e a manipulação da postura. Tecnologias como a geração, o melhoramento e o restauro de imagens são também relevantes. As aplicações representativas incluem filtros de beleza, troca de rostos, repetições de imagens, modificação de estilos e pintura com IA.
(4) Espaço virtual. Inclui principalmente a geração ou edição de personagens digitais e cenas virtuais, como a reconstrução 3D e a simulação digital. As aplicações típicas incluem metaversos, gémeos digitais, motores de jogos, modelação 3D e RV (realidade virtual).
Em termos de aplicações do CGIA, há vantagens significativas no fornecimento de conteúdos mais diversificados, dinâmicos e interactivos. O CGIA alcançou melhorias inovadoras significativas em sectores com um elevado nível de cultura digital e exigências de conteúdos diversificados, tais como os meios de comunicação social, o comércio electrónico, o cinema e a televisão, e o entretenimento. O CGIA +media promove a convergência dos media através da colaboração homem-máquina. O tempo que um robot demora a gerar um relatório aprofundado foi reduzido dos 30 segundos iniciais para menos de dois segundos. Além disso, o CGIA +e-commerce centra-se no desenvolvimento de modelos 3D de produtos para melhorar a experiência de compra em linha através de exposições e ensaios virtuais de produtos. O CGIA também é utilizado para criar âncoras virtuais para aumentar as vendas de transmissões em directo. O CGIA +filme e televisão expande o espaço criativo do cinema e da televisão para melhorar a qualidade das produções. Actualmente, os produtos já estão a fornecer novas ideias para a criação de guiões, tais como serviços de escrita inteligente para a selecção de guiões, incluindo o filme “Hi, Mom” e “The Wandering Earth”. O CGIA também fornece serviços de processamento de imagem baseados em IA para edição e pós-produção de filmes e televisão, incluindo o filme “Amazing China” e a remasterização do filme “Street Angel”, lançado em 1937. CGIA +entertainment gera imagens divertidas e conteúdo audiovisual. Existem também alguns exemplos de desenvolvimento de aplicações centradas no consumidor para explorar o metaverso. No entanto, embora o CGIA tenha algumas aplicações práticas nos sectores médico e industrial, ainda se encontra na fase exploratória de uma integração mais profunda da indústria e da implementação da lógica empresarial.

Shuming Shi: O CGIA registou avanços significativos em termos de progresso tecnológico global. Há cinco anos, apenas a geração de TTS era considerada utilizável no domínio do CGIA. Há três anos, era inimaginável que a IA pudesse gerar imagens relevantes e de alta qualidade de acordo com o texto. Anteriormente, a maior parte da geração de texto baseava-se em modelos específicos, que tinham um âmbito de aplicabilidade limitado. Com o aparecimento de modelos linguísticos de grande dimensão e a melhoria contínua dos modelos linguísticos, o CGIA tornou-se cada vez mais impressionante. Tanto o Stable Diffusion como o ChatGPT surpreendem as pessoas com a sua robusta compreensão de texto e geração de conteúdos.

É claro que a China ainda precisa de fazer mais esforços para fazer avançar o CGIA. A grande maioria do trabalho está a ser feito por algumas instituições de investigação nos Estados Unidos, que lideraram todo o domínio da tecnologia de IA. Por conseguinte, temos também de nos esforçar por contribuir mais para o desenvolvimento da IA.
Quanto às aplicações comerciais, uma direcção proeminente é a assistência aos seres humanos, como a criação assistida por IA, com o CGIA a desempenhar um papel auxiliar. Pode não ser significativo para o CGIA gerar muitas imagens de forma independente, mas quando as pessoas precisam dele, o CGIA pode produzir imagens requintadas com base nalgumas instruções, que são uma combinação de sugestões. Depois, através de testes repetidos e da interacção com eles, o AIGC pode ajudar a maioria das pessoas que não são boas a desenhar a criar. O mesmo se aplica à criação de texto. Com a ajuda do AIGC, a eficiência na continuação e reescrita do texto será maior e pode também inspirar o nosso pensamento. Portanto, objectivamente, o CGIA melhora a nossa produtividade e a eficiência do trabalho. Quanto às aplicações comerciais, a mais directa é a criação assistida por IA, e outros aspectos ainda precisam de ser mais explorados. É claro que algumas pessoas perguntam se o ChatGPT pode substituir os motores de busca, mas, de momento, parece pouco provável. Pode apenas completar uma parte das funções dos motores de pesquisa, mas não os pode substituir totalmente.
Em resumo, o progresso tecnológico é muito rápido e ultrapassa as expectativas; em segundo lugar, há muito espaço para a imaginação na comercialização, mas ainda não explorámos o aspecto mais crítico.

Jian Yang: Porque é que o CGIA é tão importante? Que tipo de valor e significado tem? Em que domínios pode trazer mudanças? Para além do aspecto material, que tipo de impacto pode ter a nível espiritual e de valores?

Weiwen Duan: Vou falar principalmente de quatro aspectos: Em primeiro lugar, o CGIA proporciona uma nova forma de criação de conteúdos, mas deve ser também uma nova forma de percepção cognitiva. Agora, quando o AIGC gera conteúdos, as ideias individuais tornam-se mais importantes.
Em segundo lugar, o AIGC é uma nova ferramenta de aprendizagem e investigação, porque capacita os indivíduos com capacidades criativas de nível superior. Por exemplo, recentemente, tem havido controvérsia sobre se muitas teses de licenciatura já podem ser escritas utilizando o CGIA e as pessoas pensam que é batota. Se examinarmos cuidadosamente a maior parte das teses de licenciatura actuais, já copiam e colam [de outro sítio], mas fazem-no habilmente. No entanto, a utilização do CGIA pode facilitar a conclusão da pesquisa e do processamento da literatura e melhorar a eficiência da aprendizagem. No trabalho de investigação, o CGIA pode tornar-se uma ferramenta rotineira e benéfica no processo de colaboração da cognição homem-máquina.
Em terceiro lugar, pode envolver o metaverso, que é a criação de um mundo virtual. A arte da IA combina todas as possibilidades, à semelhança da teoria dos mundos possíveis de Saul Kripke. No passado, o cérebro do indivíduo tinha um acesso limitado a estes recursos de dados potenciais. Mas o CGIA pode combinar totalmente estes recursos de acordo com a sua imaginação e tornar-se uma máquina para criar mundos possíveis. Por conseguinte, o potencial do metaverso expandiu-se significativamente e podemos combinar toda a riqueza espiritual, ideias criativas e património cultural da humanidade para criar. (De acordo com o filósofo americano Saul Kripke, os factos modais são interpretados como factos sobre mundos possíveis, em que o mundo real é apenas aquele em que o maior número possível de aspectos do mundo são semelhantes aos nossos).
Em quarto lugar, tem havido algumas aplicações interessantes do AIGC, uma das quais é a prevenção do autismo. Muitas pessoas têm ansiedade social, pelo que podem criar uma pessoa digital com quem conversar. Uma artista utilizou o seu diário de infância para treinar a IA e acabou por ter uma conversa com o seu “eu” mais novo. Isto permitiu-lhe compreender o que a preocupava durante a adolescência e obter um efeito terapêutico. Por conseguinte, o CGIA também pode contribuir para a autoconsciência e a auto-cura espirituais e até tornar-se o nosso bom companheiro, que nos permite ajudar-nos a nós próprios e assumir uma nova vida através da IA para ganhar maior força espiritual.

Hoje Macau / Pekingology

26 Abr 2023

Novo governador do Banco do Japão mantém flexibilização monetária

O novo governador do Banco do Japão (BoJ) disse hoje que a instituição manterá a sua ampla estratégia de flexibilização monetária, que inclui taxas ultra baixas, porque a inflação ainda não é suficientemente forte para considerar a retirada destas medidas.

“Neste momento, a tendência da inflação está abaixo dos 2%, pelo que devemos continuar a flexibilização monetária”, disse o novo governador do BoJ, Kazuo Ueda, hoje durante um discurso no parlamento japonês.

Ueda tomou posse no início deste mês, e entre quinta-feira e sexta-feira presidirá à primeira reunião do conselho de política monetária do BoJ sob o seu mandato, que decidirá se o banco central prosseguirá ou não com a sua estratégia de estímulo pouco ortodoxo de uma década.

O novo governador disse que, quando a inflação na terceira maior economia do mundo exceder os 2%, o BoJ “terá de normalizar a sua política de estímulos”.

Embora o índice de preços no consumidor (IPC) tenha atingido 3,1% em março passado, o BoJ espera que este indicador atinja um pico nos próximos meses e abrande para menos de 2%, o objetivo fixado pelo banco central japonês, no ano fiscal em curso, de acordo com Ueda.

Para que o BoJ repense a sua estratégia atual, “as previsões da tendência da inflação para os próximos seis meses, um ano ou um ano e meio deverão ser bastante fortes e próximas de 2%”, sublinhou Ueda.

Questionado se o BoJ está a considerar alterar o seu plano para controlar a curva de rendimento das obrigações do Estado, Ueda disse que isto dependeria da evolução da economia, da inflação e de outros fatores.

O banco central japonês mantém as suas taxas de juro de referência negativas e o objetivo para os juros das obrigações a 10 anos em torno de 0%, embora no final do ano passado tenha decidido permitir mais espaço para a curva dos juros destes ativos, que foi interpretado pelos mercados como um indicador de futuras subidas de taxas.

Contudo, tanto o governador cessante, Haruhiko Kuroda, como Ueda insistiram na necessidade de manter as atuais medidas de flexibilização, dada a situação da economia japonesa, e apesar da aceleração da inflação nos últimos meses devido principalmente à subida global dos preços da energia e das matérias-primas.

Ueda admitiu no seu discurso parlamentar de hoje que o BoJ “já fez muitas estimativas sobre como uma normalização (da sua política monetária) poderia afetar as suas finanças e os mercados”, embora tenha evitado dar pormenores.

24 Abr 2023

Guatemala | China aconselha país a desenvolver relações com Pequim

A China aconselhou ontem a Guatemala a “desenvolver relações” com Pequim, defendendo que seria do “interesse fundamental” do país da América Central, no dia em que o Presidente guatemalteco, Alejandro Giammattei, chegou a Taiwan, para uma visita oficial.

A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, disse, em conferência de imprensa, que reconhecer o princípio ‘Uma só China’ responde às “aspirações do povo da Guatemala”, um dos 13 países com os quais Taipé mantém relações diplomáticas oficiais.

“A China é a segunda fonte das importações e o quinto destino das exportações da Guatemala”, disse a porta-voz, acrescentando que aderir ao princípio ‘Uma só China’ é a “tendência dos tempos actuais” e uma “causa justa a nível internacional”.

Mao alertou que as autoridades em Taipé estão a “enganar-se a si próprias e aos outros” com “actividades separatistas” que “não vão ser capazes de deter a tendência histórica da inevitável reunificação da China”.
Giammattei, que foi recebido ontem em Taipé pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, vai reunir durante a sua viagem com a líder taiwanesa, Tsai Ing-wen, que lhe oferecerá um banquete de Estado e a Ordem de Jade Brilhante com Grande Cordão, a mais alta condecoração concedida por Taiwan, e que só pode ser usada por chefes de Estado.

A visita de Giammattei à ilha ocorre apenas algumas semanas depois de Tsai ter visitado a Guatemala, durante um périplo que também incluiu Belize e duas paragens nos Estados Unidos, o que gerou uma reacção por parte da China.

24 Abr 2023

Espaço | Aplicação de 3D em estudo para construir na Lua

A China planeia usar o seu programa de exploração espacial para testar a viabilidade do uso de tecnologia de impressão 3D na construção de edifícios na superfície da Lua, informou ontem a imprensa local.

A sonda Chang’e-8, cuja data de lançamento ainda não foi anunciada, vai ter como missão investigar o ambiente e a composição mineral da Lua, bem como verificar se a impressão 3D pode ser utilizada nestas superfícies, disse o cientista Wu Weiren, da Administração Espacial da China, citado pelo jornal oficial em língua inglesa China Daily.

“Se quisermos estar presentes na Lua a longo prazo, temos que instalar estações com o uso de materiais lunares”, disse o especialista.

Várias universidades chinesas, como a Tongji e a Jiatong, começaram a estudar possíveis aplicações da tecnologia de impressão 3D no satélite natural da Terra. A Chang’e-8 vai ser a terceira sonda a pousar na Luna, na próxima fase do programa de exploração lunar da China. A Chang’e-6 e a Chang’e-7 devem ser lançadas primeiro.

O programa Chang’e (em homenagem a uma deusa que, segundo uma lenda chinesa, vive na Lua) começou com o lançamento de uma primeira sonda em 2007. O país asiático investiu milhares de milhões de dólares no seu programa espacial nas últimas décadas.

A China enviou o seu primeiro astronauta para o espaço em 2003. No início de 2019, aterrou uma nave espacial no outro lado da Lua, uma estreia mundial. Em 2020, trouxe de volta amostras da Lua e finalizou o Beidou, o seu sistema de navegação por satélite, um concorrente do GPS norte-americano. Em 2021, a China aterrou um pequeno robô em Marte e planeia enviar humanos para a Lua até 2030.

24 Abr 2023

Diplomacia | China diz que respeita soberania de todos os países

Pequim veio a terreiro clarificar a sua posição sobre a integridade territorial das nações que fizeram parte da antiga União Soviética

 

A China assegurou ontem que “respeita a soberania e a integridade territorial de todos os países”, após o seu embaixador em França ter questionado se os ex-Estados soviéticos têm “estatuto efectivo” perante o Direito internacional.

“A posição da China é consistente e clara: a China respeita a soberania e a integridade territorial de todos os países e adere aos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático Mao Ning, em conferência de imprensa regular.

“A União Soviética era um estado federal e, como tal, estava sujeita ao Direito Internacional como um todo. Isso não nega o facto de, após a sua dissolução, cada membro ter adquirido o seu estatuto de Estado soberano”, acrescentou. Os comentários do embaixador chinês em Paris, Lu Shaye, geraram polémica nas redes sociais.

Através da rede social Twitter, o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, descreveu os comentários como “inaceitáveis” e indicou que a “UE só pode assumir que as declarações não representam a política oficial da China”.

Numa entrevista ao canal de televisão LCI, Lu Shaye considerou, na sexta-feira passada, que as antigas repúblicas soviéticas, incluindo não apenas a Ucrânia, mas também, por exemplo, os países Bálticos, não são verdadeiramente independentes, ignorando as fronteiras internacionalmente reconhecidas da Europa Central e do Leste. A própria China reconhece oficialmente estes países como Estados soberanos desde 1991.

“Estes países ex-União Soviética não têm um verdadeiro estatuto no Direito Internacional porque não há nenhum acordo internacional a materializar o seu estatuto de soberania”, afirmou Lu.

Embaixadores convocados

Entretanto, os governos da Lituânia, Letónia e Estónia convocaram ontem os embaixadores chineses nos seus países.
“Os três Estados bálticos convocaram os embaixadores chineses hoje [ontem] para pedir esclarecimentos” sobre a posição da China, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis.

“[Queremos] lembrá-los de que não somos países pós-soviéticos, mas países que foram ocupados ilegalmente pela União Soviética (URSS)”, declarou Landsbergis, à margem de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), no Luxemburgo.

Para Landsbergis, no caso dos países bálticos, Pequim repete a mesma narrativa utilizada pelos russos sobre a Ucrânia. “Ouvimos isso de Moscovo e agora é replicado por outro país que é seu aliado político. [A China] questiona o conceito de independência e soberania, algo perigoso nos dias de hoje”, declarou o ministro lituano.

Landsbergis apelou à solidariedade aos parceiros europeus e pediu que ajudem “da forma que puderem”, seja convocando os embaixadores chineses, rejeitando as declarações ou pedindo explicações à China.

24 Abr 2023

Analectos – as conversas de Confúcio

Tradução de Rui Cascais
Revisão e notas de Carlos Morais José

LIVRO IV

里仁 – (Li Ren)

ESCOLHER A BENEVOLÊNCIA

4.1. O Mestre disse: “Ao fixar residência num local, a maior atracção deverá ser a presença de pessoas benevolentes. Como se pode chamar sábio a alguém que, tendo essa escolha, não faz questão de habitar entre pessoas benevolentes?”58
4.2. O Mestre disse: “Quem não é benevolente é incapaz de suportar as adversidades, nem a própria felicidade, por muito tempo. As pessoas benevolentes contentam-se em ser benevolentes: assim lucra o sábio.”59
4.3. O Mestre disse: “Só a pessoa benevolente – e apenas ela – sabe amar e sabe odiar.”60
4.4. O Mestre disse: “Se os objectivos de alguém forem baseados numa conduta benevolente, não incorrerá em erro.”

4.5. O Mestre disse: “Riqueza e honra são o que as pessoas desejam, mas se forem uma consequência de desvios da Via, não quero parte nelas. A pobreza e a desgraça são o que as pessoas deploram, mas se forem consequência de seguir a Via, não as evitarei. De onde obteriam o seu nome as pessoas exemplares (君子 junzi) se abandonassem a benevolência? As pessoas exemplares não a deixam de lado nem pela duração de uma refeição. Quaisquer que sejam as suas preocupações ou dificuldades, nunca deixam de agir de forma benevolente.”61

4.6. O Mestre disse: “Ainda não conheci ninguém que verdadeiramente ame a conduta benevolente e verdadeiramente deteste qualquer comportamento que se lhe oponha. Quem ama a benevolência, nada considera superior. A quem horrorizam os comportamentos contrários à benevolência, jamais permitirá que tal conduta desumana contamine a sua prática do bem. Haverá alguém capaz de se dedicar, pelo espaço de um só dia, a aplicar uma conduta benevolente? Eu, por exemplo, nunca conheci alguém sem força para o fazer! Quanto aos que não têm força para tal, suponho que existam tais pessoas – eu, por exemplo, também ainda não as conheci!”62
4.7. O Mestre disse: “Os erros das pessoas diferem de grupo para grupo. Através da observação destes erros, poder-se-á compreender a benevolência.”63
4.8. O Mestre disse: “Tendo pela manhã conhecido a Via, poderei morrer à noite.”64
4.9. O Mestre disse: “Os letrados (士shi) que, tendo estabelecido o objectivo de percorrer a Via, se envergonham das roupas e das comidas simples, não merecem que se lhes dirija a palavra.”
4.10. O Mestre disse: “As pessoas exemplares, caminhando pelo mundo, não são nem a favor nem contra nada, outrossim seguem o que é justo (義 yi).”
4.11. O Mestre disse: “As pessoas exemplares prezam a sua excelência; as pessoas menores prezam as suas terras. As pessoas exemplares prezam a justiça; as pessoas menores prezam o pensamento do lucro.”
4.12. O Mestre disse: “Agir com vista a ganho pessoal conduzirá a muito ressentimento.”
4.13. 子曰:「能以禮讓為國乎?何有?不能以禮讓為國,如禮何?」
4.13. O Mestre disse: “Se o soberano for capaz de ordenar o Estado através dos ritos e da deferência para com os outros, que mais será preciso? Mas, se não for capaz disto, de que servirá cumprir os ritos?”65
4.14. O Mestre disse: “Não te preocupes em não ter uma posição oficial, preocupa-te em ter as qualidades necessárias para a obter. Não te preocupes se ninguém te conhece, esforça-te para te tornares numa pessoa digna de ser conhecida.”
4.15. O Mestre disse: “Sheng, meu amigo! A minha Via é, do princípio ao fim, ligada por um único fio (貫guan).” Mestre Zeng replicou: “Assim é.” Quando o Mestre partiu, os discípulos perguntaram: “A que se referia ele?” E Mestre Zeng respondeu: “A via do nosso Mestre consiste unicamente em lealdade (忠zhong) e indulgência (恕shu).”66
4.16. O Mestre disse: “A pessoa exemplar compreendem aquilo que é justo; a pessoa menor compreende aquilo que lhes traz lucros.”
4.17. O Mestre disse: “Quando encontras pessoas de carácter excepcional deves tentar caminhar a seu lado; ao encontrar pessoas de baixo carácter, deves olhar para dentro e examinar-te.”67
4.18. O Mestre disse: “Ao servirem vossos pais e mães, falem gentilmente. Ao verem que não seguem as vossas sugestões, permaneçam em respeito e nada façam em contrário. Por mais que eles estejam errados, não exprimam qualquer ressentimento.”
4.19. O Mestre disse: “Enquanto o vosso pai e mãe viverem, evitem as viagens longínquas e, se o fizerem, assegurem-se de que o vosso destino é conhecido.”
4.20. O Mestre disse: “Uma pessoa que, por três anos, se abstém de alterar os modos de seu pai pode ser chamado filial.”
4.21. O Mestre disse: “Os filhos devem saber a idade do seu pai e sua mãe. Por um lado, trata-se de uma fonte de alegria, por outro de inquietude.” 68
4.22. O Mestre disse: “Os antigos detestavam falar por vergonha de não poderem pessoalmente honrar a sua palavra.”69
4.23. O Mestre disse: “É deveras muito raro que alguém cometa erros se mantiver sempre o controlo de si .”
4.24. O Mestre disse: “A pessoa exemplar deseja ser lenta a falar e rápida a agir.”70
4.25. O Mestre disse: “As pessoas virtuosas (德 de) não vivem sós: têm sempre vizinhos.”
26. Ziyou disse: “Se, no serviço do teu senhor, fores zeloso em demasia atrairás a desgraça; se, na tua amizade, fores zeloso em demasia serás ostracizado.”71

Notas
58. Encontrámos duas interpretações para esta passagem. A primeira em Xunzi: “ A raiz da planta lan huai cheira a doce angélica, mas se a mergulhares em água fedorenta nem a pessoa exemplar se acercará dela, nem o vulgo a usará. Isto não acontece pela falta de fragrância do material original, mas por causa daquilo em que se encontra mergulhado. Como tal, a pessoa exemplar assegura-se de escolher cuidadosamente a povoação em que habita, assegurando-se também de que se associa a homens bem-criados ao viajar. Deste modo, evita a corrupção e se acerca do que é correcto.” A segunda em Mêncio, que explicitamente comenta esta passagem dos Analectos: “Será o fabricante de flechas menos benevolente do que o fabricante de armaduras? E, no entanto, o único medo do fabricante de flechas é que os homens não sejam feridos pelas suas flechas, e o único medo do fabricante de armaduras é que os homens não sejam protegidos pelas suas armaduras. (…) A escolha de uma profissão, portanto, é uma coisa em que é necessário ter muita cautela. A benevolência é a dignidade mais honrosa conferida pelo Céu e o lar tranquilo em que o homem se deve sentir bem. Uma vez que ninguém nos pode impedir de o ser, se ainda não somos benevolentes – isto não é ser sábio. Da falta de benevolência e da falta de sabedoria resultará toda a ausência de correcção e rectidão”. Embora aqui o “lugar de residência” seja a esfera de actividade, a ideia geral é semelhante: é preciso ter cuidado ao escolher o seu ambiente.
59. Kong Anguo comenta: “Alguns não podem permanecer constantes na adversidade porque a adversidade constante os motiva a fazer o mal, e não podem gozar de felicidade duradoura porque caem inevitavelmente na arrogância e preguiça”. A sentença de Confúcio parece querer dizer que a pessoa benevolente, tanto na adversidade como na felicidade, tem a sabedoria de se manter benevolente, ou seja, não se deixa tomar pela maldade nem pela indulgência, mantendo sempre um equilíbrio. Há um certo estoicismo nesta ideia que nos remete, por exemplo, para Marco Aurélio, quando afirma que deve a sua mãe “a piedade, a liberalidade, o hábito de me abster não apenas de fazer mal, mas de me ater a um mau pensamento. E ainda: a simplicidade de um regime de vida e a aversão pelo tipo de existência que levam os ricos” (Marco Aurélio, I.2).
60. A benevolência não é um “amor incondicional”, também porque na sua vertente de “humanidade” terá sempre de ter em conta o bem comum e não apenas o indivíduo. Por isso, a pessoa benevolente detesta o que ou quem é ou age contra a humanidade. Alguém que simplesmente tudo amasse seria certamente prejudicial e, de certo modo, egoísta pois, pelo seu amor, não teria em conta o mal que daí poderia advir contra os outros, ainda que para ele fosse suportável ou admissível se tomado por um amor a todos os seres e a todos os comportamentos. Como veremos, “a benevolência mata”.
Jiao Xun 焦循 (1763-1820) comenta: “A pessoa benevolente ama o que é realmente digno de admiração nos outros e odeia o que é genuinamente odiável neles. É por isso que se diz que uma tal pessoa é “capaz de amar outros e odiar os outros”. ” Apenas a pessoa benevolente é um juiz preciso e imparcial de carácter, capaz de amar a virtude nos outros sem inveja e odiar o vício nos outros sem malícia.”
61. Ser rico ou ser pobre, não implica ou impede uma conduta benevolente. A pessoa exemplar preocupa-se com o seu comportamento e a obtenção de riqueza não a deve fazer tergiversar. Do mesmo modo, se uma conduta benevolente, implicar cair na pobreza, uma pessoa exemplar não deve evitá-la. Xunzi vai mais longe: “Onde há benevolência não há pobreza ou dificuldades; onde falta a benevolência não há riqueza ou honra” (Xunzi, 23)
62. Zhu Xi comenta, sublinhando a importância da vontade:
“O Mestre admite que nunca viu alguém que verdadeiramente amasse a benevolência ou alguém que verdadeiramente odiasse o que não é benevolente. Parece que alguém que verdadeiramente amasse a benevolência apreciaria genuinamente o que é para ser verdadeiramente amado na benevolência e, assim, nada sob o céu punha à sua frente. Aquele que odiasse o que não é verdadeiramente benevolente genuinamente compreenderia o que é odioso no que não é verdadeiramente benevolente e, assim, ao sempre praticar a verdadeira benevolência seria capaz de se afastar do não é verdadeiramente benevolente, impedindo assim que sequer uma pequena quantidade alcançasse a sua própria pessoa. Ambos são assuntos de virtude perfeita e, por essa razão, difíceis de encontrar.
‘Haverá alguém capaz de se dedicar, pelo espaço de um só dia, a aplicar uma conduta benevolente? Eu, por exemplo, nunca conheci alguém sem força para o fazer!’
“Isto quer dizer que, enquanto aqueles que amam a verdadeira benevolência e odeiam o que não é verdadeiramente benevolente não podem ser encontrados, mesmo assim pode haver pessoas que são realmente capazes de se dedicar vigorosamente por um único dia ao verdadeiramente benevolente – porque ele próprio nunca viu uma pessoa cuja força não seja capaz de o fazer. Parece que fazer a verdadeira benevolência existe em cada um: deseja-a, e aí está ela, porque para onde a vontade vai o coração também vai [Mêncio 2A.2]. Assim, enquanto que é difícil ser verdadeiramente benevolente, chegar a este ponto é bastante fácil.
‘Quanto aos que não têm força para tal, suponho que existam tais pessoas – eu, por exemplo, também ainda não as conheci!’
“Suponho (蓋 gai)” expressa uma dúvida. “Existam tais pessoas” refere-se aos que a isso se devotam, mas cuja força não é capaz de o realizar. Na verdade, as capacidades do coração de cada pessoa variam. Por esta razão, ele suspeita que, de facto, podem ocasionalmente existir os que desejam seguir em frente, mas que, por confusão e fraqueza, não conseguem; e que apenas por acaso ele nunca conheceu tais pessoas. E parece que, embora não se atreva a considerar isso fácil, ao mesmo tempo que lamenta que as pessoas não estejam dispostas a dedicar-se à verdadeira benevolência.
“Aqui também se diz que embora a verdadeira benevolência, como virtude perfeita, é difícil para os homens, se um aprendiz for realmente capaz de se dedicar a ela, não existe razão para que não possa alcançá-la. Quanto aos que a ela se dedicam, mas não conseguem alcançá-la, nunca conheceu tais pessoas.”
63. Todos somos passíveis de errar, de exercer comportamentos reprováveis, aliás, é muito provável que erros sejam por todos nós cometidos. A frase de Confúcio parece querer dizer que os erros variam, mas não variam infinitamente e podem ser agrupados, quiçá atribuídos a um grupo, como se não se tratassem de erros individuais, mas decorrentes de uma pertença a um conjunto no qual se está inserido. Daí que se possa compreender melhor a benevolência, porque a análise de cada tipo de erro (e não serão assim tantos), dar-nos-á uma ideia do que os homens são capazes e compreender do que os homens são capazes ajudar-nos-á a escapar a esses erros e, portanto, exercer a benevolência. Kong Anguo comenta: “O facto das pessoas menores (xiaoren) não serem capazes de agir como pessoas exemplares (junzi) não é culpa delas, pelo que se deve ser compreensivo e não culpabilizá-las. Se observarmos os seus erros, podemos colocar tanto os dignitários como os tolos nos seus devidos lugares, e isto é o que significa ser benevolente”.
64. Apresentamos aqui a tradução mais literal possível. Contudo, os comentadores, com as suas explicações, complexificaram esta famosa frase, atribuindo-lhe diversos sentidos. Um deles é: “Tendo sabido pela manhã que a Via está a ser praticada, poderei morrer à noite sem remorsos”. Partindo desta leitura, Luan Zhao 欒肇 (act. 266– 285) comenta: “A Via é usada para salvar as pessoas. O sábio preserva-se para pôr a Via em prática. O objectivo é salvar as pessoas com a Via e não salvar-se a si mesmo com a Via. É por isso que lemos que se a Via fosse genuinamente ouvida pelo mundo de manhã, mesmo que se morresse nessa noite, estaria tudo bem. [Confúcio] sente-se magoado pela Via não estar a ser posta em prática, e além disso, deixa claro que está mais preocupado com o mundo do que com ele próprio.
Já para Zhu Xi a leitura deveria ser a seguinte: “Tendo pela manhã aprendido a Via, poderei morrer à noite sem remorsos.” E comenta: “Se alguém for capaz de ouvir a Via, a sua vida fluirá fácil e a sua morte chegará pacificamente, e não sentirá remorsos”.
65. No Comentário de Zuo é dito: “A deferência governa os ritos. (…) Numa época ordenada, a pessoa exemplar estima o talento e é deferente com os seus inferiores, enquanto as pessoas comuns cuidam dos trabalhos agrícolas para servir os seus superiores. Desta forma, o ritual prevalece, tanto em cima como em baixo; caluniadores e mal-intencionados são ostracizados e não há conflitos. A isto chama-se uma virtude excelente. Quando uma época declina em desordem, os senhores pavoneiam as suas realizações a fim de dominar o povo comum e as pessoas comuns gabam-se das suas aptidões a fim de usurparem os senhores. Assim, tanto os de cima como os de baixo, não cumprem a propriedade ritual, originando simultaneamente desordem e crueldade, porque surgem conflitos a propósito do que é bom. A isto chama-se virtude obscurecida. É um princípio constante que, desta situação, resulta inevitavelmente o colapso dos reinos.” (Duque Xiang, Ano XIII) Zhu Xi comenta: “A deferência é a substância do ritual. Esta passagem diz que se a própria substância do ritual for utilizada para governar o estado, então como poderá haver qualquer dificuldade? Mas se não for, então, embora o ritual possa ser ornamentalmente perfeito, de que serve para governar o estado?” Na governação, distingue-se entre a forma do ritual e a sua substância, a deferência (讓rang). Portanto, se o governante não for deferente para com os governados, qualquer ritual perderá a sua eficácia. Para Confúcio, ritualmente, ou seja, no seu comportamento, pois este é explanado no ritual, o governante terá de ser condescendente e ouvir os outros, as suas queixas e exigências, mostrando assim que lhes tem respeito. Não basta percorrer formalmente apenas os vários passos dos rituais, é preciso fazê-lo imbuído do seu espírito (substância), isto é, a deferência implícita nas suas regras. Se o Mestre insiste continuamente na relação entre governo e ritual, também percebe perfeitamente que o segundo não poderá ser algo destituído de autenticidade (誠 cheng), um mero teatro do poder, sem um conteúdo real e sincero, originário de um coração rectificado e íntegro. Só assim poderá estabelecer uma relação eficaz entre governante e governados.
66. Sheng é o nome próprio de Mestre Zeng (Zengzi). Lealdade (忠 zhong) e indulgência (恕 shu) aqui significam “exigência em relação a si mesmo” e “indulgência em relação aos outros”. O caracter zhong é composto de um “meio” (中 zhong) sobre um “coração” (心) e, por isso, remete para própria rectificação de si mesmo e para a prática do meio (中庸 zhongyong), ou seja, um comportamento justo e constante, uma procura incessante do equilíbrio nas suas acções e pensamentos, como um funâmbulo, nas palavras de Anne Cheng, que procura equilibrar-se e avançar no arame da rectidão. Este equilíbrio só existe num movimento em relação aos outros: é aqui que surge a necessidade de indulgência. Mais à frente (XV,24), Confúcio explica que shu se desdobra na famosa regra de ouro: “Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”. Esta palavra poderia igualmente ser traduzida por “consideração”, “compaixão” ou “compreensão”. Os comentadores sujeitaram a palavra 忠 zhong a diversas leituras. Wang Bi 王弼 (226-249), por exemplo, define zhong como “esgotar totalmente as próprias emoções”. Zhu Xi pertence a esta linha de pensamento que define zhong como “esgotar-se” ou “fazer o máximo”. Outros entendem que zhong envolve uma espécie de atenção aos deveres rituais de cada um, particularmente como subordinado político. Entendido desta forma, ser “leal” (忠 zhong) envolve o cumprimento dos deveres e obrigações próprios de um papel ritualmente definido. Esta virtude deve ser temperada pela virtude da “indulgência” (恕 shu): a capacidade de se colocar imaginariamente no lugar de outro. Resta saber, no caso de zhong, a quem ou a quê se deve lealdade pois poderá implicar opor-se a um governante que exerça o poder de forma imprópria, na medida em que a lealdade é devida a uma ideia e a uma prática e não a uma pessoa.
67. Ou seja, imitar as virtudes e evitar os vícios observados nos outros. A ênfase aqui é na acção: não só ver as qualidades dos outros, mas também usar esta percepção como uma oportunidade de auto-aperfeiçoamento. Como Jiao Yuanxi 焦袁熹 (1660-1725) explica, “O olhar mencionado nesta passagem refere-se àquilo que qualquer pessoa pode facilmente perceber… a dificuldade reside inteiramente em começar realmente a fazer algo a esse respeito. A intenção do Sábio ao estabelecer este ensino não era meramente criticar as pessoas por não terem um conhecimento verdadeiro, mas antes repreendê-las por falta de sinceridade de compromisso ou coragem para pôr em prática a sua vontade”.
68. De 4.18 a 4.21, trata-se de sentenças sobre a piedade filial em que se prescreve, entre outros aspectos, que o dever para com os seus pais ultrapassa qualquer outro e a tudo se sobrepõe.
69. Wang Yangming 王阳明 (1472-1529) comenta: “Os antigos valorizavam a acção e eram, portanto, tímidos com as suas palavras. Não se atreviam a falar de ânimo leve. Hoje em dia, as pessoas valorizam as palavras e, por isso, falam alto e tagarelam sem sentido à mais leve instigação”.
70. Wang Fuzhi 王夫之 (1619-1692) comenta: “Em relação às falhas que podem afligir o aluno, nenhuma é mais preocupante do que o descuido, e poucas tarefas são iniciadas ou completadas por aqueles que são casuais no seu comportamento. O descuido revela-se em linguagem que corre como água, que é tagarelado em todo o lado sem que se repare no que se diz. Comprovação de excesso de casualidade é encontrado no próprio comportamento – em comportamentos excessivamente avançados ou excessivamente retirado, que é errático e desrespeitoso, que é tímido e cobarde sem sequer um a realizá-lo. Só esta falta de propensão para ser lento a falar e rápido a agir é que impede a ambição estabelecida da pessoa exemplar de florescer.”
71. Não deverás, portanto, estar sempre a chamar atenção para as faltas e os erros, quer do teu superior, quer dos teus amigos. Algo que pode ser a tentação de um seguidor de Confúcio. De acordo com os pontos anteriores, é mais importante agir do que falar.

24 Abr 2023

Reservatório | Passagem para peões fechada mais de um ano

Estará encerrada ao público, entre sexta-feira e Julho do próximo ano, a passagem superior para peões situada entre o parque do reservatório e a Avenida da Amizade. O encerramento deve-se às obras de construção da via de acesso (A2) entre a zona A dos novos aterros e a península de Macau.

Para a realização da obra será ainda necessário demolir temporariamente o acesso da passagem superior para peões, situado ao lado da Avenida da Amizade, no intuito de articular com a construção do viaduto, sendo também realizados trabalhos de aperfeiçoamento da passagem superior para peões. Estes incluem a ligação ao lado oeste da zona A dos novos aterros.

24 Abr 2023

UMTec | 2022 fechou com lucro de 2,6 milhões

A UMTec, empresa detida pela Universidade de Macau, registou no ano passado um lucro de 2,6 milhões de patacas. Os resultados foram publicados no portal do Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, liderado por Sónia Chan.

A UMTec é detida a 100 por cento pela Universidade de Macau e dedica-se a actividades “investigação profissional”, “consultadoria, transferência de tecnologias e apoio técnico”.

As receitas da empresa de 18 milhões de patacas deveram-se quase exclusivamente a contratos de prestação de serviços. Ao longo do ano, a UMTec financiou a subsidiária Companhia de Formação Tecnológica da UMTec, que opera em Zhuhai e é gerida por residentes do Interior, em mais de 50 mil patacas.

24 Abr 2023

Turismo | Março com 1,96 milhões de visitantes

Em Março, Macau recebeu 1,96 milhões de turistas, o que significa um aumento de 271,4 por cento, em termos anuais e de 22,8 por cento, face a Fevereiro. Os dados foram publicados ontem pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

No mesmo período, os números de turistas individuais (979.152) e de excursionistas (977.715) subiram 522,7 por cento e 164,5 por cento, respectivamente, em termos anuais. No entanto, o tempo de permanência dos visitantes foi de 1,2 dias, idêntico ao mês homólogo do ano transacto.

O período médio de permanência dos turistas (2,2 dias) teve uma redução de 1,4 dias, enquanto o dos excursionistas (0,3 dias) aumentou 0,2 dias. O comunicado da DSEC deixa de fora o número de turistas internacionais. Contudo, indica que entre os 1,96 milhões de turistas, 1,24 milhões vinham do Interior, 622 mil de Hong Kong e 27 mil de Taiwan.

24 Abr 2023

Empresas públicas | AL abre excepções na atribuição de subsídios

As empresas de capitais públicos que não tenham influência dominante no sector de actividade que exploram, e empresas subordinadas, vão ficar à margem da atribuição dos subsídios de exploração e funcionamento. Estes apoios serão concedidos apenas a empresas de capitais integralmente públicos e empresas de capitais públicos com influência dominante, indicou ontem Ella Lei, a deputada que preside à comissão permanente que está a analisar na especialidade o “regime jurídico das empresas de capitais públicos”.

De acordo com a TDM – Rádio Macau, Ella Lei indicou que o Governo introduziu algumas alterações ao diploma para determinar os factores tidos em conta para atribuir estes subsídios a empresas de capitais públicos. Os representantes do Governo revelaram ainda que existem, actualmente, seis empresas subsidiadas, mas que com os novos critérios estabelecidos na lei que ainda voltará ao hemiciclo uma deixará de preencher os requisitos de atribuição.

Na reunião de ontem, os deputados ficaram também a saber que serão estabelecidos novos requisitos para a constituição de empresas de capitais públicos.

24 Abr 2023