Hoje Macau SociedadePorto Interior | Turistas fizeram acampamentos selvagens Tam Chan Lam, membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central, revelou que nos feriados do 1º de Maio turistas acamparam no Porto Interior. A informação foi avançada, com as respectivas fotografias, na reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central que decorreu na quarta-feira. Segundo o conselheiro, a entrada de muitos turistas por ocasião da Semana Dourada gerou a uma escalada muito acentuada dos preços dos quartos de hotéis. Tal realidade levou a que os turistas com menos dinheiro optassem por acampar em algumas zonas da cidade mais escondidas, junto dos passeios, como aconteceu no Porto Interior. Tam Chan Lam afirmou ter recebido várias queixas de moradores da zona, que se mostraram preocupados com perigos relacionados com a falta de condições de higiene e segurança. O conselheiro alertou ainda para a situação de turistas que passaram a noite nas praias do território, longe dos hotéis. Face a este fenómeno, Tam apelou às autoridades para aumentar a supervisão, de forma a acabar com casos de “acampamentos ilegais” e pediu medidas de toda a sociedade para que sejam criadas condições para que estes turistas possam encontrar hotéis que sirvam as suas necessidades. Entre as medidas adoptadas, Tam Chan Lam avançou a possibilidade de as autoridades emitirem mais licenças para pensões.
Hoje Macau SociedadePJ | Luta em casino resulta em 13 proibições de entrada As autoridades anunciaram ontem que 13 pessoas vão ficar proibidas de entrar no território, depois de um caso de pancadaria num casino, durante os feriados do 1.º de Maio. A situação tornou-se viral, após vários vídeos terem circulado nas redes sociais. Numa conferência de imprensa que decorreu ontem de manhã, os representantes da Polícia Judiciária (PJ) afirmaram que “qualquer tipo de luta violenta nunca vai ser tolerado” e que os “meios legais à disponibilização” vão ser activados, para obrigar os responsáveis a assumirem as responsabilidades legais. Segundo as explicações da PJ, num primeiro momento, foram detidas 10 pessoas, com idades entre os 22 e 48 anos, quase todas naturais de Shandong. As autoridades consideraram que os detidos tinham cometido o crime de ofensa à integridade física, pelo que vão ficar proibidos de entrar no território por um período de quatro a cinco anos. Mais tarde, foram detidas outras três pessoas que na óptica das autoridades incentivaram a luta, embora não tenham participado, pelo que ficam proibidas de entrar no território durante um ano. Além das medidas de proibição de entrada, a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) anunciou que os visados vão ficar barrados de entrar nos casinos durante dois anos. Esta medida apenas tem efeitos práticos para os três últimos detidos, uma vez os primeiros 10 detidos ficam impedidos de entrar em Macau pelo menos quatro anos. As punições apresentadas foram justificadas não só com a natureza do alegado crime, que foi encarado como um atento à ordem e segurança públicas, mas também pelos danos para a imagem de Macau.
Hoje Macau Manchete Sociedade1º de Maio | Macau recebeu quase meio milhão de turistas durante feriados Entre 29 de Abril e 3 de Maio, o território recebeu 491.968 turistas e ultrapassou todas as expectativas das autoridades. Feito o balanço, a média diária de turistas ficou perto de 100 mil, mais de três vezes maior do que em igual período de 2022 Macau recebeu perto de meio milhão de visitantes durante os cinco dias da chamada Semana Dourada do 1.º de Maio, um dos picos turísticos da China continental, foi ontem anunciado. De acordo com dados divulgados pelo Corpo da Polícia de Segurança Pública (CPSP), a RAEM acolheu 491.968 turistas entre 29 de Abril e 3 de Maio. O pico foi atingido no domingo, dia em que Macau recebeu 133.911 visitantes, o valor diário mais elevado desde o início de 2020, antes do início da pandemia. A média diária de turistas ficou perto de 100 mil, mais de três vezes maior do que em igual período de 2022, altura em que algumas das principais cidades chinesas, incluindo Pequim e Xangai, enfrentavam confinamentos devido a surtos de covid-19. Durante os primeiros três dias dos feriados do 1.º de Maio em 2019, a cidade recebeu 531.503 visitantes, uma média diária de mais de 177 mil. Os dados ficaram também muito acima da previsão feita na semana passada pela directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes: uma média de 70 mil visitantes por dia. Na quarta-feira, o vice-presidente da Associação das Agências de Turismo de Macau disse numa conferência de imprensa que a Semana Dourada estava a ser melhor do que as expectativas. Tang Ka Man revelou que cerca de 300 excursões organizadas tinham vindo da China continental para Hong Kong e Macau durante os feriados. Quartos mais caros Na mesma conferência de imprensa, a vice-presidente da Associação dos Hoteleiros de Macau, Wong Lai Mei, disse que a ocupação hoteleira era, em média, de 85 por cento, semelhante a 2019, e que os preços dos quartos estavam mesmo 2 por cento acima dos níveis pré-pandemia. No entanto, em 15 de Abril, o presidente da Associação dos Hotéis de Macau, Luís Heredia, disse à televisão pública TDM que cerca de 15 por cento dos quartos iriam permanecer fechados durante os feriados do 1.º de Maio devido à falta de mão de obra. De acordo com o CPSP, quase 2,7 milhões de pessoas atravessaram as fronteiras do território durante os cinco dias, sendo que a maioria passou pelas Portas do Cerco, no norte da península. Macau, que à semelhança da China seguia a política ‘zero covid’, anunciou em meados de Dezembro o cancelamento gradual da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos de rigorosas restrições. A China levantou em 6 de Fevereiro todas as restrições devido à pandemia de covid-19 nas deslocações para Hong Kong e Macau, permitindo o reinício das excursões organizadas para as duas cidades.
Hoje Macau EventosAcadémica diz que eventuais compensações impedem pedido de desculpa pela escravatura O professor de História Mundial Manuel Barcia, especializado em escravidão no Atlântico, defendeu, em declarações à Lusa, que o receio de se pagarem eventuais compensações tem impedido Portugal e outros Estados de pedirem desculpa pela escravatura. No 25 de Abril, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu que Portugal deve um pedido de desculpa, mas acima de tudo deve assumir plenamente a responsabilidade pela exploração e pela escravatura no período colonial. “O problema é que, se [Portugal] pedir desculpas, está a colocar-se numa posição, do ponto de vista legal, em que pode ter que pagar” compensações, sublinhou na quarta-feira Manuel Barcia, após uma palestra realizada em Macau. “Os políticos em todas as partes estão muito assustados com isso”, disse o professor na Universidade de Leeds, no Reino Unido, apontando o caso do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, que na semana passada se recusou a pedir desculpa pelo papel que o país teve no comércio de escravos. Um pedido formal de desculpas por parte do Estado português seria “uma coisa mínima depois de tudo o que aconteceu”, defendeu Manuel Barcia. “Mas a resposta tem de ser dada pela gente que descende dos escravos. São eles que têm de dizer se precisam” de um pedido de desculpa, acrescentou o académico cubano. A posição de Marcelo Rebelo de Sousa foi assumida no discurso na sessão solene comemorativa do 49.º aniversário do 25 de Abril na Assembleia da República, a propósito da sessão de boas-vindas ao Presidente brasileiro, Lula da Silva. “Também isso nos serve para nós olharmos para trás, a propósito do Brasil. Mas seria também possível a propósito de toda a colonização e toda a descolonização, e assumirmos plenamente a responsabilidade por aquilo que fizemos”, considerou. “Não é apenas pedir desculpa – devida, sem dúvida – por aquilo que fizemos, porque pedir desculpa é às vezes o que há de mais fácil, pede-se desculpa, vira-se as costas, e está cumprida a função. Não, é o assumir a responsabilidade para o futuro daquilo que de bom e de mau fizemos no passado”, defendeu. Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que a colonização do Brasil teve “de mau, a exploração dos povos originários, denunciada por António Vieira, a escravatura, o sacrifício do interesse do Brasil e dos brasileiros”. “Um pior da nossa presença que temos de assumir tal como assumimos o melhor dessa presença. E o mesmo se diga do melhor e do pior, do pior e do melhor da nossa presença no império ao longo de toda a colonização”, acrescentou. Manuel Barcia defendeu que foi só devido à pressão do Reino Unido que Portugal aboliu por completo a escravatura, em 1869. Apesar de Portugal ter sido o primeiro país europeu a abolir a importação de escravos, em 1761, a medida só abrangia as colónias na Índia e a metrópole, onde havia “muito pouco” sentimento antiesclavagista, disse o académico. Barcia lembrou ainda que, apesar da abolição, Portugal continuou a permitir, a partir de Macau, o comércio de chineses, em condições de escravatura por dívidas, para o continente americano, incluindo para Cuba.
Hoje Macau China / ÁsiaReportagens em Hong Kong, Myanmar e Taiwan premiadas Reportagens sobre a covid-19 em Hong Kong, abusos militares em Myanmar e tráfico humano de estudantes africanos em Taiwan estão entre os vencedores dos Prémios de Imprensa de Direitos Humanos de 2023, foi ontem anunciado. Os prémios, promovidos pela organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) e pela escola de jornalismo da Universidade Estadual do Arizona, distinguem reportagens de destaque sobre questões de direitos humanos em toda a Ásia e são anunciados no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. “Estes prémios reconhecem os jornalistas que estão a lançar luz sobre algumas das questões mais críticas do nosso tempo na Ásia”, disse a directora executiva da HRW, Tirana Hassan. “Este tipo de jornalismo, muitas vezes realizado em condições extraordinariamente difíceis, é essencial para expor as violações dos direitos humanos e estamos entusiasmados por homenagear estes corajosos repórteres”, acrescentou. Distinções e categorias As 16 categorias de prémios receberam 406 candidaturas de 33 países. As inscrições, para reportagens publicadas em chinês ou inglês durante 2022, foram avaliadas por um painel de jornalistas, editores e especialistas em direitos humanos. “Os premiados deste ano fazem agora parte de uma orgulhosa tradição de reportagens sobre direitos humanos na Ásia – uma tradição que pretendemos expandir para outras regiões nos próximos anos para reconhecer um jornalismo de direitos humanos tão impressionante e impactante de todo o mundo”, disse Battinto L. Batts Jr., reitor da escola de jornalismo da Universidade Estadual do Arizona. A agência de notícias Reuters recebeu o primeiro prémio de reportagem de investigação em inglês pelo trabalho sobre os abusos militares em Myanmar (antiga Birmânia) contra os rohingya e os activistas da democracia. O prémio para reportagens de investigação em chinês foi atribuído ao The Reporter, um meio de comunicação sem fins lucrativos de Taiwan, pela reportagem sobre o tráfico de seres humanos de estudantes africanos por universidades de Taiwan: “Os jornalistas descobriram uma rede criminosa que levou o governo de Taiwan a apresentar queixa contra os infractores”. “Com múltiplas entrevistas aprofundadas, os jornalistas deram um rosto humano a esta questão. Alguns dos estudantes afectados acabaram por conseguir retomar os seus estudos”, sublinhou a ONG. O prémio principal para as notícias de última hora em chinês foi atribuído ao Ming Pao, um jornal sediado em Hong Kong, por uma série de artigos sobre a forma como a quinta vaga de covid-19 atingiu Hong Kong na Primavera de 2022.
Hoje Macau EventosRestauração | Novo restaurante de dumplings abre em Lisboa Foto de Eduardo Martins Miss Dumpling – Restaurant & Wine Bar é o novo espaço dedicado à cozinha chinesa que acaba de abrir portas em Lisboa, no número 25 da Travessa dos Mastros, no bairro de Santos. O projecto tem o cunho de Song, chinesa a viver em Portugal há vários anos e de Hélder Beja, ex-residente de Macau, jornalista e antigo director do Festival Literário Rota das Letras. A equipa do restaurante é ainda composta por pessoas da China, de Portugal, do Brasil, da Ucrânia e da Índia. Depois de dois anos a levar os jiaozi mais tradicionais da China às casas de muitos lisboetas através de um serviço de entregas, e aos mercados de street food da cidade, Song encontrou finalmente uma morada permanente, servindo jiaozi recheados de diferentes carnes e vegetais, de camarão, vegetarianos e vegan – preparados na hora ao vapor ou fritos. A carta é a ainda composta por uma variedade de outros pratos, quase todos à base de legumes e vegetais, onde se destacam o Rei Cogumelo, feito de lascas de cogumelos king-oyster; o Verde e Amarelo, salada de pepino e tofu desidratado; ou a Cama de Beringela, preparado à base de farripas de beringela. Em todos eles, combinações de pimentas de Sichuan, malaguetas e os muitos molhos da gastronomia chinesa são ingredientes essenciais para um menu dinâmico, com novos pratos a surgirem com regularidade – especialidades chinesas à base de arroz e de noodles serão das primeiras novidades para breve. O restaurante alia à cozinha chinesa o melhor que o vinho português tem para oferecer, com uma selecção de vinhos monocasta de todo o país – um branco e um tinto sempre servidos a copo e funcionando como “vinho da casa”, e uma lista de garrafas únicas constantemente renovada. Para os apreciadores de cerveja, além das marcas nacionais não podia falar a chinesa Tsingtao.
Hoje Macau EventosSheyla Zandonai dá palestra sobre união do jogo com a cidade Acontece esta quinta-feira, às 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC) a palestra “Urbanismo do Jogo, Turismo e Início da Modernização” protagonizada pela docente e antropóloga Sheyla Zandonai. Esta iniciativa conta com o apoio do departamento de História e Património da Universidade de São José (USJ). A história da modernização urbana de Macau, desde o advento de um regime colonial de facto em meados do século XIX, tem sido contada através da história do desenvolvimento de infra-estruturas, como é o caso da recuperação da zona ribeirinha, da remodelação da cidade, com a adopção dos planos urbanísticos e das mudanças de estilo arquitectónico. No entanto, pouco se tem dito sobre a forma como a história da modernização de Macau se sobrepõe à história da urbanização induzida pelo jogo e como esta se encontra ligada à génese do turismo em Macau e no sul da China em geral. Esta história parece também um pouco desligada da sua existência espacial. Onde se localizaram os primeiros empreendimentos de Macau relacionados com o jogo e porquê? Como é que a transição da era do licenciamento do jogo para os primeiros anos do monopólio do jogo, na década de 1930, se materializou na paisagem urbana? A palestra analisa o papel do jogo como incubadora de novos tipos e formas urbanas na intersecção das racionalidades coloniais e das modernidades europeias e chinesas no âmbito da categoria de turismo mais alargada em que se insere. Argumenta-se que os esforços de modernização da Macau portuguesa na viragem do século XX evidenciam a emergência do jogo como uma força modeladora da sua imagem urbana e colonial. Docência e estudos De frisar que Sheyla Zandonai lançou, no ano passado, o livro ““The City in Review – Episodes of hope and not so in Macau”, que não é mais do que uma colectânea de crónicas publicadas na imprensa nos media em língua inglesa sobre estas temáticas. Sheyla S. Zandonai lecciona no departamento de História da Universidade de Macau, sendo doutorada em Antropologia Social e Etnologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS). É autora de várias publicações sobre Macau e recebeu o Prémio de Mérito 2022 para a Investigação de Macau em Ciências Humanas e Sociais atribuído Fundação Macau e Ciências Sociais na China Press pelo seu trabalho sobre a calçada portuguesa realizado em parceria com a também investigadora e docente Vanessa Amaro. Os seus actuais interesses de investigação incluem história urbana, modernidade colonial, negócios de lazer, património e jogo.
Hoje Macau China / Ásia“EUA prontos para conversar com a China”, aponta embaixador norte-americano O embaixador norte-americano na China, Nicholas Burns, garantiu na terça-feira que os Estados Unidos da América (EUA) estão “prontos para conversar” com a China, embora admitindo a necessidade de melhores canais entre os dois Governos. “A nossa visão é que precisamos de melhores canais entre os dois Governos e canais mais profundos e estamos prontos para conversar. É particularmente importante fazer isso quando se tem grandes problemas e grandes desentendimentos no relacionamento”, disse o diplomata numa entrevista ao The Stimson Center, um ‘think tank’ sem fins lucrativos com sede em Washington. “Nunca tivemos vergonha de falar e esperamos que os chineses se encontrem connosco a meio do caminho”, acrescentou Burns, que assumiu o cargo em Dezembro de 2021. Num balanço do seu trabalho desde que chegou a Pequim, Nicholas Burns admitiu que o relacionamento entre os dois países continua complicado. “Acho que desde que cheguei à China, há 14 meses, vimos uma continuação de todo aquele relacionamento difícil em que tentamos estabilizar os laços entre nós, aprofundar os canais entre nós. E, claro, eu represento o Presidente Joe Biden. Temos uma política muito clara. E o que estamos a tentar fazer desde que o Presidente assumiu é investir na força do nosso próprio país, nessa competição de longo prazo com a China no campo económico, tecnológico e de segurança militar”, disse. O diplomata garantiu que Washington não procura conflitos com Pequim e acredita que um maior diálogo seria construtivo para as relações entre ambas as potências. “Não queremos um conflito com a China. Não queremos voltar a uma Guerra Fria com a China. Precisamos de maior estabilidade nesta relação. (…) Queremos estabilidade no relacionamento”, insistiu. Da turbulência Os comentários de Burns surgem quando o executivo de Biden procura restaurar um diálogo mais amplo com a China num momento em que as tensões permanecem conturbadas devido a questões como Taiwan, comércio e alegada espionagem, após um balão chinês ter entrado no espaço aéreo norte-americano e que levou ao cancelamento de uma viagem do secretário de Estado, Antony Blinken, à China em Fevereiro passado. Sobre a viagem de Blinken, Burns reiterou que será remarcada “quando as condições forem apropriadas para a sua visita”, acrescentando que os EUA estão prontos para “um envolvimento mais amplo”. “É difícil para mim prever, neste momento, quando esse tipo de envolvimento vai ocorrer novamente, mas nunca apoiamos o congelamento desse relacionamento”, disse Burns. No entanto, o diplomata afirmou que, depois do Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês, conseguiu ter “boas” reuniões com autoridades chinesas, e apontou ainda o encontro de Joe Biden com o homólogo chinês, Xi Jinping, em Bali, como “um intercâmbio muito bom e produtivo”. Laços reafirmados Burns enfatizou que nas últimas semanas tem conseguido manter uma comunicação consistente com altos funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, considerando isso “um bom sinal”. O embaixador disse que a política de Washington em relação a Taiwan – uma fonte crescente de tensão com Pequim – não mudou. Mas pediu à China que renuncie ao uso da força nas suas negociações com a ilha autónoma. Sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, Nicholas Burns afirmou que a imprensa chinesa responsabiliza diariamente os Estados Unidos e a NATO pelo conflito, algo que considera “obviamente um absurdo”. “O que precisamos ver da China é que pressione a Rússia a retirar as suas tropas, para que a Ucrânia possa ter todo o seu território de volta e ser totalmente soberana novamente em todos os aspectos dessa palavra. Seria útil se a China pressionasse a Rússia a parar de bombardear escolas, hospitais e apartamentos ucranianos”, disse. “Vimos tremendas perdas de vidas apenas nos últimos dois meses por ataques aéreos russos e ataques de drones contra civis ucranianos. Então, é isso que gostaríamos e tenho a certeza que é isso que os países europeus gostariam, é isso que a Ucrânia quer da China. Certamente gostaríamos de ver a China ser muito mais dura em relação aos russos”, acrescentou o diplomata veterano.
Hoje Macau China / ÁsiaONU |”Posição da China sobre Ucrânia não mudou”, diz diplomata chinês A posição de Pequim sobre a Ucrânia “não mudou”, garantiu ontem à Lusa um diplomata chinês após um voto favorável da China numa resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) que mencionava a agressão russa em termos condenatórios. “O nosso voto a favor é para a resolução inteira e não deve ser considerado um apoio daquele parágrafo. (…) A posição da China sobre a Ucrânia não mudou”, disse à Lusa uma fonte oficial da missão da China junto da ONU, que preferiu não se identificar. Em causa, está a votação de uma resolução na Assembleia Geral da ONU na segunda-feira, que foi promovida por países democráticos europeus e dedicada à cooperação entre as Nações Unidas e o Conselho da Europa. Contudo, apesar de o foco não ser o conflito da Rússia na Ucrânia, a resolução continha um parágrafo que referia os “desafios sem precedentes que a Europa enfrenta actualmente após a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia, e anteriormente contra a Geórgia, e o fim da participação da Federação Russa no Conselho da Europa”. No parágrafo também se apelava “ao reforço da cooperação entre a ONU e o Conselho da Europa, nomeadamente para restabelecer e manter prontamente a paz e a segurança com base no respeito pela soberania, integridade territorial e independência política de qualquer Estado, garantir a observância dos direitos humanos e do direito internacional humanitário durante as hostilidades, fornecer reparação às vítimas e levar à justiça todos os responsáveis pelas violações do direito internacional”. De acordo com o diplomata chinês, trata-se de “uma longa resolução que se concentra na cooperação entre as Nações Unidas e o Conselho da Europa”, em que Pequim “se absteve de votar neste parágrafo específico”. “Para referência, em Novembro passado, a China adoptou a mesma posição de voto sobre a Resolução da Assembleia Geral da ONU sobre ‘Cooperação entre as Nações Unidas e a Iniciativa da Europa Central'”, referiu ainda o representante de Pequim. Saudações ucranianas Apesar do aparente distanciamento da China em relação aos termos condenatórios da agressão russa, autoridades ucranianas saudaram o voto chinês, que ocorreu menos de uma semana após o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter falado pela primeira vez, por telefone, com seu homólogo chinês, Xi Jinping, desde o início da invasão russa. “A China votou a favor de uma resolução da ONU que se refere à Rússia como um (Estado) agressor”, saudou Iryna Konstankevych, vice-presidente do comité de informação do Parlamento ucraniano, segundo o ‘site’ da instituição. Konstankevych lembrou que, além da China, países “considerados amigos da Rússia”, como Cazaquistão, Arménia, Índia e Brasil, também votaram a favor da Resolução. Na visão do embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, a Rússia fracassou na sua “tentativa de remover desta resolução a menção de agressão contra a Ucrânia”. Contudo, apesar do optimismo das autoridades ucranianas, vários analistas desvalorizaram o voto de Pequim, sublinhando o carácter não vinculativo da resolução. “Acho que a importância do voto da China está a ser exagerada. A minha intuição é que a China decidiu apoiar a resolução, pois viu que a maioria dos membros da ONU era a favor de adoptá-la. A China não gosta de parecer isolada na ONU”, disse à Lusa o analista Richard Gowan, do International Crisis Group. “Não estou convencido de que a votação pretendia enviar um sinal político significativo à Rússia. No final de contas, trata-se de um parágrafo de uma resolução não vinculativo da ONU. Isso não vai manter o Presidente russo acordado à noite de preocupação”, avaliou Gowan. A diplomacia ucraniana trabalha activamente há meses para que a China não apoie a Rússia com armas e defenda o princípio da integridade territorial na Ucrânia e a conversa de Zelensky com Xi Jinping foi interpretada por Kiev como um sinal positivo nas relações com Pequim. Números trágicos A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento. A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas. A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.709 civis mortos e 14.666 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
Hoje Macau Via do MeioTrês ensaios de prosa chinesa Tradução de André Bueno Nota sobre o Pavilhão Yueyang Considero que a beleza de um lugar consiste por completo no lago Dongting. Este lago, bordeado ao longe pelas montanhas que envolvem o rio azul, estende suas águas sem limite nem obstáculo. Refulgente pela manhã, sombrio a noite, mil são suas facetas mutáveis. Assim é a paisagem do Pavilhão Yueyang, tal como descreveram os antigos. Viajantes e poetas, que se reúnem aqui com freqüência, podem permanecer indiferentes ao encanto da natureza? Quando chove sem cessar e o céu leva meses sem despejar-se, quando um vento lúgubre uiva furioso, criando ondas turbulentas, quando o sol e as estrelas têm seu brilho velado, quando as colinas e montanhas se desvanecem, quando viajantes e comerciantes deixam de circular, quando os mastros se rompem e os remos se quebram, quando está escuro já ao entardecer, quando os tigres rugem e os macacos urram, os que estão longe de sua terra natal e a levam no coração, os que sofrem calúnias e injustiças, ao subir neste pavilhão e testemunharem tal espetáculo de desolação, sentem exacerbar-se suas emoções e dores. Mas, quando a primavera é aprazível e a paisagem luminosa, quando a água esta límpida e não se distingue do céu, quando o lago é uma imensa turquesa, quando as gaivotas voam soltamente e se reúnem em bando, quando os peixes saltam, quando nas margens as íris e as orquídeas exalam seu perfume; ou quando um véu negro oculta o céu, quando brilha a lua a mil léguas, quando seu brilho se derrama como ouro liquido através de seu reflexo imóvel semelhante a um disco de jade a flor d’água, quando o canto dos pescadores se responde por todas as partes, o gozo que se sente então é imenso, o coração fica despojado e a alma exultante. Se esquecem as honras e os ultrajes, e com um copo de vinho na mão, respira-se a brisa. A felicidade então não tem limites. Se a reação dos sábios de outros tempos não foi essa como acabei de descrevê-la, qual seria a razão? Esses homens não tomavam o externo como motivo de alegria e nem o pessoal ou o interno como motivo de pena. Se ocupavam altos cargos na corte, sua preocupação era o povo; se estavam exilados, entre rios e lagos, o objeto de sua solicitude era o príncipe. Esses homens viviam na inquietude tanto quando serviam como quando caiam em desgraça. Quando desfrutavam, então? Para isso só há uma resposta: se preocupavam antes com o que se preocupava o mundo, e se alegravam depois que o mundo tivesse se alegrado. Se não forem estes homens, quem eu tomarei por guia? Fan Zhongyan (989-1052) O Pavilhão do Velho Bêbado Uma multidão de montanhas rodeia Chu. No sudoeste se encontram os picos, os bosques e os vales mais belos. O que se vê, ao longe, imponente, verde e exuberante é o monte Iangya. Caminhando seis ou sete léguas para o monte, se começa a ouvir o rumor de uma torrente que flui borbotando por um desfiladeiro; é a cascata quente. E no lugar em que o desfiladeiro forma um reentrância, o pavilhão do velho bêbado se alça nas alturas junto a cascata. Quem o construiu? Foi o ermitão budista Zhixian. Quem deu esse nome? Foi o governador. O governador vem com seus amigos para beber no pavilhão. Apenas começa a beber e se embriaga. Com sua idade avançada, se fez chamar de velho bêbado. A embriaguez do velho bêbado não vem do vinho, senão de sua estada entre os montes e os rios. O gozo da paisagem penetra em seu coração e se manifesta por meio do vinho. Quando sai o sol, as névoas do bosque se dissipam; quando as nuvens regressam para a montanha, as rocas se escurecem. Essa sucessão de luz e sombra são o que dão o amanhecer e o anoitecer ao monte. Os campos florescem, exalando suaves aromas; as arvores, em seu esplendor, estendem suas frondosas sombras. O vento sopra lúgubre, trazendo o sereno; o céu é alto e límpido, o caudal dos rios baixa, e afloram as pedras do leito. Assim são as estações na montanha. Se alguém sobe à alba e regressa ao acaso, ao longo das quatro estações, os aspectos da paisagem vão mudando, proporcionando ao caminhante um prazer infinito. Cantam os trabalhadores do vale; os passantes descansam debaixo das árvores; os que encabeçam as marchas gritam com os que estão mais para trás; homens curvados pelo peso de suas cargas vão e vem e cessar. Era uma excursão das gentes de Chu. Vão pescar na cascata: as águas são profundas, os peixes são grandes. Adicionam água da torrente ao vinho, a água é deliciosa e deixa o vinho picante. Os manjares do monte, as verduras do campo dispostas em abundancia são o festim do governador. O deleite do festim não procede da música que o acompanha. Alguns desfrutam do tiro com arco, outros jogando xadrez, cartas ou go. Sentados ou em pé, os convidados cantam e conversam em grande algazarra; o homem de rosto violáceo e cabelo calvo e enevoado no meio de todos os outros é o governador bêbado. Pouco a pouco, o sol do entardecer se põe atrás das montanhas, as silhuetas das pessoas se dispersam e se agitam: o governador e seu séqüito começam a voltar. O bosque escurece, o canto dos pássaros se espalha para quem quiser ouvir; os passantes se vão, e as aves se alegram. As aves sabem desfrutar os montes e rios, mas não entendem o gozo que estes produzem nos homens. Os homens sabem desfrutar dos passeios, mas não entendem o gozo que este produzem no governador. O bêbado que pode experimentar este gozo e, uma vez desanuviado, contá-lo por escrito, é o governador. E quem é o governador? Ouyang Xiu, de Liuling. Ouyang Xiu (1007-1072) Discurso de amor sobre os Lotos Das flores que crescem entre as ervas e as árvores, no solo ou na água, muitas são as que podem agradar. Tao Yuanming, o grande escritor, adorava os crisântemos. A partir da dinastia Tang, as pessoas começaram a gostar das peônias. Somente eu, porém, gosto dos lotos. Brota sem mácula do lodo, se banha em água turva. Não é sofisticado nem chamativo; seu talo é oco e erguido, não tem ramos nem galhos. Seu perfume é puro a distância, distinto, sem máculas. Pode ser visto de longe, mas podemos chegar perto dele e ficar brincando com sua flor por puro divertimento. Enquanto isso, o crisântemo é, entre as flores, a que mais se oculta deste mundo. A peônia vermelha é, entre as flores, a que mais representa a riqueza e a nobreza. O lótus, no entanto, representa o sábio. Desgraçadamente, desde Tao Yuanming, poucos são os que apreciam o crisântemo; quanto ao lótus, acho que sou o único, e mais ninguém além de mim. No entanto, todos os outros parecem apreciar as peônias… Zhou Dunyi (1017-1073) In Dez Ensaios de Prosa Chinesa, tradução de André Bueno, Agbook, 2011 André Bueno escreve em português do Brasil.
Hoje Macau Manchete SociedadeMetro Ligeiro | Recorde de passageiros batido no mês passado Perto de 6.500 passageiros usaram diariamente o Metro Ligeiro durante o mês de Abril. A média diária traduz-se no recorde absoluto dos últimos três anos, desde que o transporte deixou de ser gratuito O Metro Ligeiro de Macau registou, em média, cerca de 6.500 passageiros por dia em Abril, o número mais elevado desde que o meio de transporte começou a cobrar tarifas, em Fevereiro de 2020. De acordo com dados oficiais divulgados pela operadora, a Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, a média de passageiros aumentou mais de um terço, em comparação com Março, e quase quadruplicou em relação ao mesmo mês de 2022. O Metro Ligeiro foi inaugurado a 10 de Dezembro de 2019 e esse mês continua a deter o recorde, com uma média diária de 33 mil passageiros, seguido de Janeiro de 2020, com uma média de 16 mil, sendo que em ambos os meses as viagens eram gratuitas. Em Fevereiro de 2020, com o início da cobrança de tarifas e a detecção dos primeiros casos de infecção pelo novo coronavírus em Macau, a média diária de passageiros caiu para 1.100. O Metro Ligeiro voltaria a registar este valor mínimo em Julho de 2022, mês em que a cidade esteve em confinamento durante duas semanas devido a um surto de covid-19. Este meio de transporte opera actualmente apenas uma linha, na ilha da Taipa, com uma extensão de 9,3 quilómetros e 11 estações, com uma frequência de 10 a 15 minutos, durante quase 17 horas diárias. Durante os feriados do 1.º de Maio, um dos picos turísticos da China continental, o operador do Metro Ligeiro aumentou a frequência de circulação das carruagens para intervalos de entre nove e 12 minutos. Com a extensão do Metro Ligeiro, as autoridades preveem que o volume de passageiros atinja 137 mil pessoas por dia, em 2030. A ligação do metro até à Barra, no sul da península de Macau, através do piso inferior da Ponte Sai Van, já começou a ser testada, anunciou no início de Março a Direcção dos Serviços de Obras Públicas. Em Março de 2021, arrancou a construção da linha de Metro Ligeiro entre o território e Hengqin, que vai custar 3,5 mil milhões de patacas, e deverá estar concluída até 2025. Projecções e derrapagens O Governo lançou no final de Outubro os concursos para a concepção e construção da Linha Leste do Metro Ligeiro, que fará a ligação ao norte da península de Macau. As Linhas da Acção Governativa para 2023 prevêem que a construção da Linha Leste do Metro Ligeiro arranque na primeira metade do ano e esteja concluída até ao final de 2028. O Metro Ligeiro, uma das principais obras públicas de Macau desde a transferência da administração de Portugal para a China, em 20 de Dezembro de 1999, sofreu significativas derrapagens financeiras, bem como nos prazos de execução. A primeira linha, prometida durante mais de uma década, custou 10,2 mil milhões de patacas.
Hoje Macau SociedadeIPOR perdeu mais de meio milhar de alunos no ano passado O Instituto Português do Oriente (IPOR) perdeu mais de meio milhar de alunos no ano passado embora o ensino do português esteja a ganhar um novo fôlego pós-pandémico, disse à Lusa o director da instituição. “A redução de alunos em 2022 aconteceu, estou convencido, devido à pandemia [de covid-19]. São sobretudo alunos do interior da China, das zonas fronteiriças com Macau, que estavam constantemente a enfrentar as restrições de mobilidade e acabaram por suspender ou anular as inscrições”, explicou Joaquim Ramos Coelho. Em 2021, o IPOR contava com 4.140 formandos, mas no final de 2022 o número desceu para os 3.458, precisou. Isto apesar da aposta no ensino ‘online’ e em cursos para fins específicos em áreas como turismo, economia, hotelaria. “Agora retomámos com bastante força” e “a retomar, reforçando, muitas coisas ao mesmo tempo”, através do “aprofundamento de vários projectos planeados em 2019”, afirmou o director do IPOR. Joaquim Ramos Coelho destacou, tanto na formação de professores como de alunos, o reforço de ações na Austrália e na ligação com universidades na Indonésia, Vietname e na China, onde se continua a apostar na presença em Pequim, mas também no centro de línguas na cidade chinesa de Chengdu, onde se está “a colaborar na formação na língua portuguesa de médicos e pessoal de saúde que saem depois em ações de cooperação para os países lusófonos”. Esta é a forma, salientou, de se responder ao compromisso estabelecido pelos presidentes português e chinês de se aprofundar o conhecimento da língua entre os dois povos, que se traduz nas ações do IPOR, com o apoio do Instituto Camões, e, de forma recíproca no estabelecimento de vários Instituto Confúcio em Portugal.
Hoje Macau PolíticaTaiwan | Critérios de residência podem ser alterados O Conselho dos Assuntos do Interior em Taiwan está a ponderar alterar os critérios de atribuição de residência na Ilha Formosa para pessoas nascidas em Macau. A informação foi avançada no início desta semana pelo jornal Taipei Times, de Taiwan, e afecta igualmente os nascidos em Hong Kong. Actualmente, as pessoas nascidas em Macau ou Hong Kong que não tenham familiares no Interior podem candidatar-se para obter o estatuto de residente permanente, depois de um ano a viver na Ilha Formosa. No entanto, segundo a informação avançada por uma fonte anónima ligada ao Governo de Taiwan, com as novas alterações, os residentes de Macau sem familiares no Interior vão ter de esperar quatro anos para se poderem candidatar a residente permanente. A medida, avançou a fonte anónima, tem como objectivo tornar o processo de residência permanente mais rigoroso para os residentes das RAEs, de forma a evitar potenciais riscos à segurança. Também à luz das alterações, os residentes permanentes de Macau nascidos no Interior vão precisar de passar seis anos em Taiwan, antes de terem acesso ao estatuto do residente permanente. Este regime será equiparado ao aplicado aos cônjuges do Interior casados com pessoas com passaporte de Taiwan.
Hoje Macau EventosPatuá | Miguel de Senna Fernandes pede investimento de Portugal Há muito que se observa o risco de extinção do patuá, crioulo de Macau, e Miguel de Senna Fernandes, responsável pelos Doci Papiaçam de Macau, faz agora um apelo para que em Portugal se aposte mais no seu estudo, em prol da preservação de um modo de comunicação muito próprio de uma comunidade O encenador do “único teatro activo” em patuá, que este ano celebra 30 anos de existência, considera que Portugal deve “investir mais no estudo” deste crioulo de Macau, de base portuguesa e em risco de extinção. “Portugal pode até dar-nos respostas a muitas questões que muitas vezes nós não conhecemos. Como é que linguisticamente determinada forma de expressão apareceu, por exemplo”, disse à Lusa Miguel de Senna Fernandes, responsável pela companhia de teatro Dóci Papiaçám di Macau (Doce falar de Macau). A língua crioula de Macau, preservada sobretudo através deste grupo de actores amadores, que levam a palco uma peça por ano, sofreu forte influência da língua portuguesa. “Se não chega a 80%, é 70% do português”, notou o também presidente da Associação dos Macaenses. “Há muita coisa que vem naturalmente de outras influências, do malaio, do concanim, mas o grosso, por exemplo, na formação de verbos, é muito de português (…). Do cantonês, existe uma grande influência também, não na grafia, mas no aspecto semântico”, explicou. Considerado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como “gravemente ameaçado”, o nível antes da extinção, o patuá foi criado por imigrantes portugueses em Macau ao longo dos últimos 400 anos, e foi desaparecendo devido à obrigação de aprendizagem do português nas escolas, imposta pela administração portuguesa. Miguel de Senna Fernandes não sabe quantas pessoas dominam o crioulo, no pequeno território chinês ou na diáspora, mas admite serem “muito poucos”. Sustenta que o patuá “tem o seu valor”, conferindo à comunidade macaense uma “dimensão de tradição, uma dimensão de profundidade em termos históricos e em termos de vivência”. “Há que saber o que somos nós, que passado temos. (…) Não nos podemos esquecer de onde viemos. E o patuá está numa situação de alguma contradição. Quando falamos de língua, é necessário que a língua tenha dignidade quando é utilizada. E a contradição está em que ninguém fala patuá”, notou. “Bom trabalho” do CCCM Portugal “pode sempre fazer mais”, seja através da Casa de Macau, do Centro Científico e Cultural de Macau – “que está a fazer um bom trabalho” – ou “de uma comunidade macaense falante de patuá” a residir no território: “E por que não a partir daí reconstruir ou pelo menos preservá-lo?”. “Seria ridículo falar num museu de línguas, mas é quase como isto, uma espécie de um salão, um engenho museológico”, apontou. Referindo que “começam agora a existir muitas iniciativas” em Macau para “fomentar o patuá fora dos Doçi”, nomeadamente através da Associação de Jovens Macaenses e da recém-criada Associação de Estudos da Cultura Macaense, Senna Fernandes declarou que tem ainda um projecto pessoal: “Há 30 anos que ando para escrever e não publiquei nada, mas eu vou fazê-lo”, frisou, observando que “até este momento o único patuá que se vê [publicado] é do Adé”, como era conhecido o poeta macaense José dos Santos Ferreira (1919-1993). “Eu vou fazê-lo porque é uma outra interpretação do patuá”, disse. A China incluiu em 2021 na lista de património cultural imaterial nacional o Teatro em Patuá. Uma peça sobre a pandemia O grupo Dóci Papiaçám di Macau nasceu a 30 de Outubro de 1993, ano da morte de Adé e por ocasião da visita do então Presidente português Mário Soares a Macau e da reabertura, após obras de recuperação, do D. Pedro V, primeiro teatro de estilo ocidental na China. Miguel de Senna Fernandes integrou o projecto desde esse primeiro momento, levando à cena a peça “Olâ Pisidénte” (Ver o Presidente), apresentando “ao Presidente da República as preocupações” da comunidade macaense: a integração nos quadros de Portugal, após a transferência de administração do território para a China, em 1999, e questões relacionadas com a nacionalidade. “O grupo tem sido um bom divulgador da própria língua”, sublinhou o encenador ao fazer um balanço de três décadas de trabalho. “O teatro é uma maneira fantástica de aprender qualquer língua”. Este ano, o dramaturgo traz ao palco do Centro Cultural de Macau, entre 26 e 28 deste mês, o retrato de uma cidade livre da pandemia. Macau livrou-se das restrições anti-pandémicas, mas não da sátira dos Doçi. Com “Chachau-Lalau di Carnaval” (Oh, que arraial), é criado um novo programa de revitalização dos bairros no território e um quarteirão é selecionado como experiência piloto. Aí terá lugar um arraial. Ou melhor, um carnaval. “Macau quer ser um sítio alegre e arranja sempre esse subterfúgio do arraial ou do carnaval, como queiram chamar. É carnaval para aqui, carnaval para acolá. A palavra carnaval entra até nos pedidos dos subsídios, é a coisa mais louca que pode haver”, comenta. A peça, que volta a contar este ano com vários números musicais e trabalhos em vídeo, é interpretada em patuá, com momentos em português e cantonês. Pela primeira vez, vai escutar-se mandarim, pela voz de uma personagem que chega do interior da China, “mas que rapidamente começa a falar cantonês”. Senna Fernandes chama a atenção para “uma nova realidade” em Macau. “Fala-se tanto da Grande Baía e eu continuo sem saber o que é isto, há que integrar este elemento numa outra forma numa peça em patuá”, complementou. “Independentemente do que as pessoas possam pensar, o mandarim é uma língua que não é de Macau (…), mas, claro, por razões oficiais, por razões de Estado, e tudo mais, é óbvio e é legítimo que se espere que a comunidade também fale a língua nacional”, disse.
Hoje Macau SociedadeNúmero de alunos e docentes cresceu durante a pandemia O número de cursos de português, de estudantes e docentes em Macau cresceu desde 2020, apesar das restrições e impacto causado pela pandemia de covid-19, segundo dados das autoridades enviados à Lusa. “Nos últimos anos, o número de unidades escolares das escolas do ensino não superior que ministram cursos de língua portuguesa, de cursos, de estudantes e de docentes, em geral, tem aumentado de forma estável”, assinalou a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). Por um lado, “o número de turmas dos cursos de língua portuguesa, nos currículos regulares, actividades extracurriculares ou actividades de complemento curricular, ministrados pelas escolas, aumentou de 445 no ano lectivo de 2020/2021, para 467 no ano letivo de 2022/2023”, destacou. Os serviços indicaram ainda que o número de estudantes que frequentam cursos de português subiu, no mesmo período, de cerca de 9.300 para 10.200. Um crescimento que se verificou também no número de professores, passando de 100 para mais de 120. Ainda no ensino não superior, “as unidades escolares que ministram cursos de língua portuguesa mantiveram-se basicamente inalteradas”, já que “36 escolas ministram cursos de língua portuguesa, com o apoio e o destacamento de pessoal da DSEDJ e das escolas oficiais”. No ensino superior verifica-se “uma situação estável”: cinco instituições ministraram mais de 20 cursos de língua portuguesa, com o número de estudantes a passar de 1.500 para mais de 1.600. “Além disso, de acordo com as estatísticas resultantes da atribuição do ‘Subsídio para Aquisição de Material Escolar a Estudantes do Ensino Superior’ da DSEDJ, dos anos letivos de 2020/2021 a 2021/2022, em cada ano lectivo, cerca de 200 estudantes deslocaram-se, em média, a Portugal, para frequentarem cursos do ensino superior”, salientaram os mesmos serviços. Os números, que coincidem com os anos de pandemia, traduzem uma tendência de crescimento verificada desde 1999, ano da transição.
Hoje Macau EventosLivro em português e tétum de Gonçalo M. Tavares lançado em Timor O lançamento de uma edição bilingue em português e tétum do livro “Os velhos também querem viver”, de Gonçalo M. Tavares, é uma das várias iniciativas que esta semana assinalam em Timor-Leste o Dia da Mundial da Língua Portuguesa. O livro, produzido numa iniciativa do Centro de Língua Portuguesa (CLP) – Projecto FOCO.UNTL (Universidade Nacional Timor Lorosa’e), tem como objectivo “contribuir para um maior protagonismo da língua portuguesa e da língua tétum, enquanto línguas oficiais num cenário multilingue e multicultural como é o caso de Timor-Leste”. A edição resulta de uma candidatura submetida à Linha de Apoio de Tradução e Edição (LATE), “com o objectivo central de promover a tradução e a edição no estrangeiro de obras escritas em língua portuguesa”. A LATE é organizada, financiada e promovida conjuntamente pela Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) e pelo Camões, I.P. Ter FOCO Um dos projectos da cooperação portuguesa no sector da educação e da língua portuguesa, o projecto FOCO.UNTL (Formar, Orientar, Certificar e Otimizar com a UNTL) tem colaborado com o CLP em várias dimensões, como a leccionação na UNTL e de cursos de língua portuguesa, investigação, produção de materiais didático-pedagógicos e publicações. Além do livro, o CLP e o FOCO.UNTL têm previsto divulgar durante a semana vários testemunhos em vídeo recolhidos na comunidade timorense, bem como organizar diversas oficinas de escrita criativa, de linguística e ensino de língua e de poesia. A iniciativa “Português no Bairro”, também apoiada pelo CLP, apresenta no sábado uma leitura dramatizada da obra “O Lafaek e a Manu-liin”, com a estreia de um teatro fantoches, criado a partir da adaptação intercultural da obra infantojuvenil “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”, do autor brasileiro Jorge Amado. Outras iniciativas estão igualmente previstas para esta semana, incluindo um debate realizado hoje sobre a língua portuguesa na comunicação social timorense, organizado pelo Consultório da Língua para Jornalistas e pelo Centro Cultural Português. Prémios e apoios Amanhã, serão divulgados os vencedores do IX Prémio de Língua Portuguesa, galardão anual instituído pela Fundação Oriente para reconhecer o melhor trabalho de língua portuguesa de jovens estudantes timorenses. A iniciativa conta com o apoio do Ministério do Ensino Superior, Ciência e Cultura, do Centro Cultural Português – Díli, do Centro de Língua Portuguesa da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), do BNU Timor e do Leitorado Guimarães Rosa da UNTL. As comemorações oficiais estão a ser organizadas este ano pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense, em colaboração com o Ministério da Educação. O palco será o maior centro comercial do país, o Timor Plaza, durante todo o dia de sábado, com vários momentos musicais, poesia, um espetáculo de circo de um artista brasileiro, danças tradicionais e discursos.
Hoje Macau EventosJazz | “The Bridge” e “Chak Seng Latin Group” actuam este sábado A fim de celebrar o Dia Internacional do Jazz, que se assinalou no último domingo, o Clube de Jazz de Macau promove, este sábado, um concerto com dois grupos musicais locais, “The Bridge” e “Chak Seng Latin Group”. O evento acontece no Grand Lisboa Palace a partir das 19h Os eventos musicais promovidos pelo Clube de Jazz de Macau estão de regresso e, desta vez, o concerto serve para celebrar o Dia Internacional do Jazz que se celebrou este domingo. O Clube, que teve o apoio da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), leva ao palco do “Grand Pavillion”, no Grand Lisboa Palace, no Cotai, o espectáculo com duas bandas de jazz locais, os “The Bridge” e o colectivo “Chak Seng Latin Group”. O cartaz apresenta não apenas sonoridades de jazz, mas faz também uma fusão com outros estilos musicais. A banda “The Bridge” já é bem conhecido do público local, pois há cerca de 30 anos que actua em inúmeros locais e salas de espectáculos do território. O grupo é composto por sete músicos, nomeadamente Phil Reavis, Humphrey Cheong, Wilson Chan, Ramon Joaquin, Andrew Cheong, José Chan e Ray Elma. Por sua vez, o “Chak Seng Latin Group” é liderado pelo pianista de jazz e saxofonista Lam Chak Seng, residente de Macau e formado pelo Conservatório Real de Haia, na Holanda. O músico actua ainda com o guitarrista Chen Hanchong, o vocalista Chen Xiaoman, o saxofonista Zhang Yichen, o trompetista Tong Xiaoshu, o baterista de Guangdong Chen Qing Xiang e ainda o baixista Zhu Nan. Todos são músicos experientes que já actuaram em diversos festivais de música não apenas na Ásia, mas por todo o mundo. O grupo é conhecido do grande público pelas actuações versáteis que passam por sonoridades diversas que vão além do jazz e que incluem a música latina, pop e raras adaptações do jazz chinês tocado e composto no sudeste do país. No ano passado o grupo recebeu o convite para actuar na competição China Blackpool Latin Dance na província de Guangdong. Lembrar Herbie Hancock O concerto tem um custo de 300 patacas e termina por volta das 23h. Esta iniciativa, além do apoio da SJM, teve o suporte do Fundo de Desenvolvimento da Cultura. A edição deste ano do Dia Internacional do Jazz teve como objectivo lembrar o enorme percurso musical de Herbie Hancock, pianista americano nascido em Chicago, com 83 anos. A efeméride, promovida pela UNESCO, incluiu uma série de concertos realizados em todo o mundo, de Pequim a Washington, com vista a reduzir as diferenças culturais entre povos com recurso ao jazz, para que, através da música, se promova um mundo com um maior diálogo entre os povos. Macau adere, assim, com o concerto de sábado, a esta iniciativa de cariz global. De frisar que desde 2021 que o Clube de Jazz de Macau não promovia espectáculos no território. A última iniciativa, intitulada “Jazz on the Rocks”, contou com músicos locais e as cantoras Annie e Winnie. Também em 2021 o Dia Internacional do Jazz foi celebrado com os “The Bridge” e “Tomos Griffiths Big Band”.
Hoje Macau SociedadeCPSP | Detectadas 14 infracções de taxistas Durante o período da Semana Dourada dos feriados de Maio, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) detectou 14 infracções cometidas por taxistas, de acordo com os dados citados pelo canal chinês da Rádio Macau. Entre as 14 infracções, 10 estavam relacionadas a falta de respeito pelas filas de espera para recolher passageiros, e as restantes quatro com cobrança excessiva, recuso do transporte de clientes, escolha de percurso mais longo e ainda por negociação do preço. Os quatro casos que não estão relacionados com filas de espera foram encaminhados para o Ministério Público.
Hoje Macau PolíticaAmbiente | Lei Chan U questiona metas de lixo O deputado Lei Chan U quer saber se o Governo acredita que o objectivo de reduzir o volume médio de resíduos urbanos produzidos diariamente per capita para 1,48 quilogramas até 2026 pode ser atingido. A pergunta faz parte de uma interpelação escrita, em que o legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau pede ao Governo que apresente o relatório intercalar de avaliação sobre a implementação do Planeamento de Gestão de Resíduos Sólidos de Macau (2017 – 2026). Quando este plano foi formulado, em 2016, o volume médio de resíduos urbanos produzidos diariamente per capita era de 2,11 quilogramas. No sentido de proteger o ambiente, Lei Chan U defende ainda que nos últimos anos houve vários desenvolvimentos sociais e económicos, pelo que é necessário rever a Lei de Bases do Ambiente, que entrou em vigor em 1991.
Hoje Macau SociedadeDeutsche Bank | Sands lidera mercado de jogo De acordo com as estimativas do Deutsche Bank, a concessionária Sands China lidera o mercado do jogo em Macau, com uma quota de mercado de 25,8 por cento. A estimativa tem por base dados disponibilizados até ao final de Fevereiro, e foi revelada ontem. De acordo com a mesma fonte, a Galaxy encontra-se no segundo lugar, a nível das receitas do jogo, com uma quota de mercado de 19 por cento, seguida pela MGM, que chegou aos 16,3 por cento. Wynn Macau, com 14,2 por cento, Melco, 13,1 por cento, e SJM, 11,6 por cento, ocupam os últimos lugares da “tabela”, de acordo com as estimativas do banco de investimento.
Hoje Macau SociedadeIAS | Publicada lista de admissão em creches As listas de admissão em creches subsidiadas para o próximo ano podem ser consultadas desde ontem no portal www.childcare.ias.gov.mo, que faz parte da Rede de Informação de Serviços de Cuidados à Criança na RAEM. A informação foi revelada ontem em comunicado pelo Instituto de Acção Social (IAS). Em caso de confirmação da admissão segue-se o processo de inscrição nas respectivas creches, que vai decorrer entre 9 e 11 de Maio. “A maioria das creches subsidiadas irão organizar, entre o dia 9 e 11 de Maio, a inscrição para as crianças da lista efectiva. As creches irão comunicar, de imediato, com os pais das crianças da lista suplente para efectuar as formalidades de inscrição, quando ocorrerem desistências”, acrescenta ainda o IAS. Segundo as regras em vigor, cada criança apenas pode ser inscrita numa creche subsidiada pelo Governo.
Hoje Macau SociedadeConstrução | Salários desceram no primeiro trimestre No primeiro trimestre deste ano, o salário diário médio dos trabalhadores da construção foi de 792 patacas, uma redução de 0,8 por cento em termos trimestrais, revelaram dados publicados ontem pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No período em análise, o salário diário médio dos trabalhadores residentes cresceu 1,5 por cento, para a média de 989 patacas. No pólo oposto, os salários dos trabalhadores não-residentes teve uma quebra de três por cento, para 700 patacas. Entre Janeiro e Março, os salários diários médios do assentador de tijolo e estucador (700 patacas) e o salário do operário de máquina electromecânica (840 patacas) desceram 8,4 por cento e 2,1 por cento, respectivamente, face ao quarto trimestre do ano passado. No entanto, os salários diários médios de um canalizador/montador de tubagens de gás (831 patacas), soldador (923 patacas) e instalador de alumínio/vidro (857 patacas) aumentaram 5,7 por cento, 4,6 por cento e 3,9 por cento, respectivamente. Quanto aos materiais de construção, no primeiro trimestre do corrente ano o preço médio do varão de aço com estrias de secção redonda subiu 0,8 por cento para 6.173 patacas por tonelada, enquanto o preço do betão pronto caiu 0,1 por cento, para 1.100 patacas por metro cúbico. No trimestre o índice de preços dos materiais de construção dos edifícios de habitação foi de 125,9, mais 0,6 por cento, em termos trimestrais. O índice de preços da pedra britada, o do mármore e o do cimento subiram 5,4 por cento, 4,1 por cento e 2,2 por cento, respectivamente.
Hoje Macau SociedadeIlhas | Leong Chon Kit quer IA na caça aos mosquitos Leong Chon Kit, membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas, defendeu a utilização de tecnologia com recurso à inteligência artificial para lidar com os mosquitos e roedores no território. A posição foi tomada antes da ordem do dia da reunião de ontem, que decorreu no Salão do Complexo Comunitário de Seac Pai Van. Segundo Leong, os principais pontos da cidade em que existem ratos deviam ter instalado um sistema térmico para registar os movimentos dos animais, de forma a compreender como melhor “atacar” o problema. Para o conselheiro, com a inteligência artificial seria igualmente possível estudar o fenómeno das pragas de roedores e conseguir tomar as medidas de prevenção adequadas. Quanto ao problema dos mosquitos, Leong Chon Kit apontou a necessidade de se instalar um sistema de monitorização da reprodução deste tipo de insectos, de forma controlar as pragas nas alturas críticas do ano. Por sua vez, Wong Leong Kuan, coordenador-adjunto, considerou que actualmente o Mercado Municipal de Coloane tem poucos vendedores frequentes, o que contrasta com o que se passa na vila, cada vez com mais turistas. Neste sentido, Wong Leong Kuan sugeriu que além de vender comida e vegetais, o mercado possa abrir algumas bancas para a venda de produtos mais atractivos para os turistas, de forma a aproveitar melhor o espaço.
Hoje Macau Grande Plano MancheteTimor-Leste | Legislativas a 21 de Maio. Partidos com expectativas elevadas CNRT e Fretilin, os dois partidos timorenses com maior expressão política, têm elevadas expectativas para as eleições legislativas que decorrem no país no próximo dia 21. O KHUNTO confia na possibilidade de vir a duplicar o número de deputados A campanha para as eleições legislativas de Timor-Leste, marcadas para o próximo dia 21, já corre a todo o gás e os partidos candidatos mostram confiança na obtenção de bons resultados. No caso do partido timorense KHUNTO, a previsão é de que possa vir a duplicar os lugares no parlamento, passando de cinco para 11, com vitórias em vários municípios do país, o que ajudará a dar o triunfo à plataforma que sustenta o actual Executivo. Marito Magno, conselheiro nacional do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) disse, em entrevista à Lusa, que a “plataforma continuará a ter maioria no parlamento” e “vai até aumentar esse poder”. Magno refere-se ao acordo entre o KHUNTO, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) e o Partido Libertação Popular (PLP), do actual Governo, de que continuarão a formar uma plataforma para governar depois das eleições. “Vamos aumentar. A Fretilin está muito sólida no terreno, nós vamos aumentar para 11 cadeiras, no mínimo, e o PLP vai manter ou aumentar também”, referiu. “No nosso caso temos a referência do apoio de 56 mil votos à nossa candidata presidencial. Mas agora os nossos números são ainda maiores. No mínimo 80 mil. Esperamos ganhar em Ainaro, Manufahi e Manatuto. Apesar de Manatuto ser a terra de Xanana Gusmão, o KHUNTO vai ganhar”, afirmou. Garante que o CNRT não vai ser o mais votado e que se for, está “excluída hipótese de apoiar um Governo CNRT”, vincando que o partido continua na plataforma que governa actualmente. De frisar que, na última quinta-feira, o vice-presidente do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), tido como a maior força da oposição no país, disse, também à Lusa, estar confiante numa maioria absoluta, argumentando ter consolidado a sua estrutura e ter visto grande apoio antes e durante a campanha “Estamos 100% confiantes na maioria absoluta. Estamos a trabalhar no terreno. E a maioria em que estamos a pensar não é mais que a resposta do povo, o povo que sofreu durante o período da covid-19 e nos últimos anos”, disse Tomás Cabral. “O CNRT começou em 2007 e tem-se vindo a transformar em todo o território, com uma evolução grande, mais estruturas a nível das 2.225 aldeias, estruturas mais bem preparadas a todos os níveis”, vincou ainda. Essa evolução, explica, assenta também na criação e crescimento de três estruturas — mulheres, jovens e profissionais do partido — que envolveu formação técnica dos quadros e “formação especial a quadros políticos”. “Estamos a trabalhar para maioria absoluta. O presidente do partido e o partido estão a trabalhar forte para podermos ter uma maioria. E população em si está a perceber qual o caminho que quer seguir”, afirmou. Apesar de ter estado, desde a sua criação, como primeira ou segunda força política no país, o CNRT acaba por ser necessariamente conectado ao seu líder, Xanana Gusmão, o que leva alguns a questionar que futuro terá o partido, sem a cara mais conhecida da política nacional. “Quem diz que não vai haver CNRT depois de Xanana só está a tentar fazer propaganda política. Se fosse assim, quando as nossas bases de apoio à resistência foram destruídas em 1979, a luta contra a indonésia teria acabado. E não ocorreu isso”, explica. “O CNRT está a trabalhar, a organizar-se, tem uma estrutura própria, já. Com Xanana ou sem Xanana estamos a construir, a fortalecer as estruturas”, insiste. Sinal mais Marito Magno, conselheiro do KHUNTO, avalia positivamente a convivência no atual Governo – rejeita acusações de que os três partidos actuavam quase de forma separada no Executivo – e dá como exemplo da solidez as reuniões regulares dos líderes máximos dos três partidos. “Não é verdade que cada partido puxe para si. Todas as decisões são tomadas em conselhos de ministros e as grandes medidas, cesta básica, apoio a trabalhadores e subsídio do fim do ano, por exemplo, são apoiadas por todos”, disse. “A oposição sempre gosta de criticar. Mas o oitavo Governo é diferente. Fez um orçamento virado para o povo, para a comunidade. E por isso a comunidade sente grande satisfação com a política do Governo”, sublinhou. Magno, que é um dos responsáveis pela elaboração do programa e da campanha eleitoral, vincou que o partido tem estado nos últimos anos a consolidar toda a sua estrutura, que vai “desde o conselheiro máximo até às aldeias” do país. “A situação é muito diferente relativamente ao passado, porque então não tínhamos essa estrutura de bases. Agora chegamos a todo o território. Em cada aldeia temos no mínimo 42 pessoas”, referiu. “Houve muitas mudanças, inclusive na estratégia. Cada membro tem competência para recrutar e mobilizar novos militantes, no quadro do sistema do juramento”, disse. Bases sólidas Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, afirmou, há seis dias, à Lusa, que o partido está “muito sólido”, mais coeso e com a estrutura ainda mais consolidada até à base, o que dá confiança de vitória nas legislativas. “Está muito sólido. Tenho descido até às bases e notamos essa força desde as aldeias até ao nível nacional. Não é apenas o Comité Central que está muito sólido, mas são todas as estruturas”, disse. Alkatiri explica que “pela primeira vez na vida”, durante a pré-campanha e a campanha, desceu até às aldeias e ainda mais “até às knuas” — as estruturas bases tradicionais da organização do país. Uma oportunidade “para perceber melhor o porquê de o povo estar ainda a sofrer, com uma taxa de subnutrição e de pobreza tão elevada, depois de termos gastos 16 mil milhões de dólares nos últimos anos, sem contar os apoios internacionais”. Um processo que permitiu avaliar melhor as necessidades no terreno e, ao mesmo tempo, fortalecer a própria estrutura do partido, com unidades nas aldeias e células nas knuas (tribos). “Temos que identificar líderes naturais no seio do povo. Isso é muito importante porque eles e elas é que vivem com a comunidade, que melhor a conhecem”, refere. “Mobilização sem organização é só festa. A mobilização com organização é a realidade e isto é a diferença entre o que fazemos agora e o que os outros fazem, especialmente o CNRT”, considerou. Apesar de a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) se apresentar sozinha – como o tem feito, aliás, desde as primeiras eleições para Assembleia Constituinte -, o partido assinou um acordo de plataforma política com os seus actuais parceiros no Governo, o Partido Libertação Popular (PLP) e o KHUNTO. PLP e KHUNTO estão no Governo por terem feito parte de uma coligação pré-eleitoral Aliança de Mudança para o Progresso, AMP) com o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) que venceu as antecipadas de 2018 com maioria absoluta. A saída do CNRT do Governo levou à entrada da Fretilin que o viabilizou e permitiu que terminasse o mandato. “Se a posição da plataforma que temos hoje se mantiver depois das eleições, quer queiram quer não, governamos em termos percentuais. Isso não vai acontecer, haverá quem suba, quem desça e quem se mantenha. Mas a Fretilin vai subir e compensará qualquer um deles, no caso de descerem”, disse. Mais do que isso, porém, Alkatiri refere que a plataforma foi uma base que existe desde 2020, mas que ao longo da governação contou com o apoio de outros partidos, o que “mostra que há sensibilidade e uma real vontade de cooperar” na governação. “Se houver mais partidos, menos votados, mas com representação no parlamento, temos que os saber incluir. E iria mais longe ainda, para dizer que o ideal seria um entendimento com o CNRT para se poderem corrigir algumas medidas tomadas até agora, incoerentes e inconsistentes”, disse. Questionado sobre que avaliação faz do trabalho da plataforma na governação, Alkatiri recorda que a plataforma liderou o país em momentos “muito difíceis”, como a pandemia da covid-19 e desastres naturais. “Não é fácil gerir um governo de três partidos, de tantos membros, numa situação dessas. Mas no essencial, para servir o povo, serviu-se bem e mesmo na pandemia. Timor-Leste foi dos países menos afectados em termos de óbitos e isso significa que houve um esforço para servir” a população, afirmou. CNE | Comissão lamenta feridos e incidentes O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) timorense lamentou ontem os vários incidentes que ocorreram na parte leste do país durante a primeira metade da campanha eleitoral e que causaram vários feridos. “Lamentamos profundamente os incidentes que têm ocorrido na campanha, especialmente na parte leste, na zona de Viqueque. O processo está em investigação pela polícia e pelo Ministério Público”, disse José Belo em conferência de imprensa. “Como órgão eleitoral lamentamos esta situação e voltamos a apelar a todos os cidadãos para que mantenham um bom comportamento, moderando a sua acção. Mesmo pequenos incidentes têm impacto na imagem do país dentro e fora”, vincou. José Belo fez uma conferência de imprensa de balanço da primeira metade da campanha, que começou a 19 de Abril e decorre até 18 de Maio, destacando várias questões detectadas pelas equipas da CNE no acompanhamento dos partidos. Notando que a campanha, em geral, “tem corrido bem”, Belo voltou a relembrar os partidos políticos para que sejam disciplinados e evitem a participação de crianças em actos de campanha e, ao mesmo tempo que “evitem levar militantes de uns municípios para os outros”, o que pode causar “riscos adicionais”. José Belo referiu-se igualmente à participação de grupos de artes marciais (GAM) em actos de campanha, referindo que está em curso a campanha de partidos políticos e, como tal, não deve servir “representar a filiação de artes marciais a partidos”. Nesse sentido apelou a que não se usem símbolos de artes marciais na campanha e se evite referência à afiliação a GAM.