Hoje Macau China / ÁsiaPrimeiro-ministro japonês anuncia visita a Seul e encontro com Presidente sul-coreano O primeiro-ministro japonês anunciou hoje que planeia visitar Seul no domingo e segunda-feira, para conversações com o Presidente sul-coreano, num contexto de reaproximação entre os dois países aliados dos Estados Unidos. A visita, a primeira de um primeiro-ministro japonês à Coreia do Sul desde 2018, segue-se a uma reunião entre o líder do Governo nipónico, Fumio Kishida, e o chefe de Estado sul-coreano, Yoon Suk Yeol, em Tóquio, em meados de março, quando os dois países concordaram em levantar as restrições comerciais mútuas. As relações entre os dois vizinhos deterioraram-se nos últimos anos devido a disputas históricas que remontam à colonização japonesa da península coreana (1910-1945), como a questão das “mulheres de conforto” coreanas, escravas sexuais dos soldados japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, e os trabalhadores forçados coreanos em empresas japonesas. Mas os líderes dos dois países estão agora a tentar aproximar-se novamente, tendo como pano de fundo desafios regionais comuns, como a China e a Coreia do Norte. “Estamos a coordenar [a minha] visita à Coreia do Sul a 07 e 08 de maio, se as circunstâncias o permitirem”, disse Kishida no Gana, a segunda etapa de uma viagem que o levará a quatro países africanos, incluindo a Moçambique, na quarta-feira, e a Singapura. A visita a Seul, antes da cimeira dos líderes do G7, prevista entre 19 e 21 de maio em Hiroshima, no oeste do Japão, é “uma boa oportunidade para uma troca franca de pontos de vista sobre a aceleração das relações entre o Japão e a Coreia do Sul e sobre a rápida evolução da situação internacional”, disse aos jornalistas. Kishida disse esperar que a visita dê um novo impulso à “diplomacia de vaivém” entre os dois países, um mecanismo de reuniões regulares entre os seus líderes, suspenso desde dezembro de 2011 e que Kishida e Yoon concordaram em retomar. O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão anunciou na semana passada que tinha iniciado o processo de reintegração da Coreia do Sul na chamada “lista branca” de parceiros comerciais de confiança, depois de a ter retirado em 2019.
Hoje Macau China / ÁsiaBanco HSBC mais do que triplica lucros no 1.º trimestre do ano O banco HSBC, o maior da Europa, registou um lucro de 12.900 milhões de dólares no primeiro trimestre do ano, um aumento de 212% relativamente ao mesmo período de exercício financeiro anterior. Na demonstração de resultados que o grupo apresentou hoje à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotado, o presidente executivo, Noel Quinn, considerou que os bons resultados do trimestre provam que a estratégia do banco “está a funcionar” e destacou o comportamento dos três segmentos de negócios globais do HSBC. Os lucros do banco ficaram acima das previsões dos analistas, que esperavam valores na ordem dos 8.600 milhões de dólares. Os resultados do primeiro trimestre também incluem o retorno de uma incompatibilidade de 2.100 milhões de dólares relacionada com a venda dos negócios bancários comerciais em França. Refletem igualmente ganhos provisórios de 1.500 milhões pela compra da subsidiária britânica do Silicon Valley Bank (SVB), após o seu colapso, em março. O banco anunciou também a distribuição de dividendos trimestrais – pela primeira vez desde 2019 -, que ascenderão a 0,10 dólares por ação. As ações do HSBC na bolsa de valores de Hong Kong subiram quase 1% antes do anúncio, para 56,65 dólares de Hong Kong. De acordo com a informação divulgada hoje, a divisão de banca global e mercados do banco HSBC obteve lucros de 2.040 milhões de dólares no primeiro trimestre do ano e a divisão de banca comercial facturou 4.810 milhões de dólares. Já os lucros da divisão de banca pessoal ascenderam a 5.270 milhões de dólares. O conselho de administração da empresa também ratificou os seus planos de vender os negócios bancários no Canadá, mas adiantou que não prevê concluir a operação até 2024.
Hoje Macau China / ÁsiaSudão | China retira 493 pessoas, incluindo uma família brasileira A marinha chinesa anunciou ter retirado 493 pessoas do Sudão, incluindo 215 paquistaneses e uma família brasileira de seis pessoas, aproveitando os débeis cessar-fogos num país que entrou na terceira semana em guerra. De acordo com um comunicado, citado pela televisão oficial CCTV na segunda-feira, a marinha retirou da cidade costeira de Port Sudan, no Mar Vermelho, 272 chineses e cidadãos de mais cinco países. O navio militar Weishanhu chegou “sem incidentes” ao porto de Jeddah, na vizinha Arábia Saudita às 09.00 de sábado (07:00 em Lisboa), referiu a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. A China fez o que era possível para retirar do Sudão os cidadãos de “países amigos”, disse o responsável pela Ásia do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Liu Jinsong, ao embaixador do Paquistão em Pequim. O ministério tinha anteriormente dito que mais países estavam a pedir ajuda à China para retirar os seus cidadãos do Sudão. De acordo com a imprensa brasileira, um grupo de 12 jogadores e treinadores brasileiros, que trabalhavam no clube de futebol Al-Merreikh, com sede na capital Cartum, conseguiu deixar o país pela fronteira com o Egito e regressar ao Brasil na semana passada. Na altura a imprensa avançou, citando informações do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, que pelo menos sete brasileiros ainda se encontravam no Sudão, em segurança, à espera de serem retirados. O conflito já provocou cerca de 530 mortos e quase 4.600 feridos e levou à fuga de milhares de sudaneses para zonas do país mais seguras ou para nações vizinhas e à retirada de cidadãos estrangeiros, incluindo 20 portugueses. Os combates opõem desde 15 de abril as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e o exército sudanês, na sequência de tensões sobre a reforma do exército e a integração dos paramilitares nas forças regulares, no âmbito de um processo político que visa repor o país na via democrática, após o golpe de Estado de 2021. Tanto o Exército como as Forças de Apoio Rápido estiveram por detrás do golpe de Estado que derrubou o governo de transição do Sudão em outubro de 2021. Os dois lados acordaram o envio de representantes para negociações, em princípio na Arábia Saudita, afirmou na segunda-feira o representante das Nações Unidas no país. Caso a negociações venham a ter lugar, incidirão inicialmente no estabelecimento de um cessar-fogo “estável e confiável”, disse à agência de notícias Associated Press Volker Perthes, deixando, contudo, o alerta sobre as dificuldades para que as negociações aconteçam. Uma série de tréguas temporárias ocorridas na semana passada amenizou os combates apenas em algumas áreas, enquanto fortes batalhas continuaram noutras. Grupos humanitários têm tentado repor o auxílio num país em que quase um terço das 46 milhões de pessoas dependia da ajuda internacional antes do eclodir da violência.
Hoje Macau China / ÁsiaManila | ‘Apagão’ no aeroporto causa atrasos e cancelamento de voos domésticos Dezenas de voos domésticos foram ontem cancelados na capital das Filipinas devido a uma falha de energia no principal aeroporto de Manila, Ninoy Aquino, que no início do ano teve problemas que afectaram centenas de rotas. A Autoridade do Aeroporto Internacional de Manila informou através das redes sociais que a falha de energia, que ocorreu no início da madrugada, afectou principalmente o terminal 3 do aeroporto, embora a electricidade tenha sido restaurada ao início da manhã com recurso a geradores externos. Este problema provocou o cancelamento de 46 voos, de acordo com a última actualização, de e para a capital filipina, afetando as rotas para destinos turísticos como Cebu e Puerto Princesa, e grandes cidades como Davao. A energia de reserva está a fornecer electricidade às principais instalações, permitindo que os sistemas informáticos das companhias aéreas e dos serviços de imigração funcionem parcialmente e processem os passageiros que entram e saem”, informaram as autoridades, referindo que também são “esperados atrasos”. Ainda não foi determinada a causa da falha de energia. A 1 de Janeiro, cerca de 300 voos foram afectados por outro ‘apagão’, num início de ano caótico que durou vários dias naquele que é considerado um dos piores aeroportos do mundo em termos de infraestruturas e serviços, de acordo com um inquérito da revista Forbes em 2022.
Hoje Macau EventosEscritor e editor Luís Carmelo morre aos 68 anos O escritor Luís Carmelo, vencedor do Prémio de Ensaio da Associação Portuguesa de Escritores (APE) 1988 com “A tetralogia lusitana de Almeida Faria”, morreu domingo, em Lisboa, aos 68 anos, disse ontem à Lusa fonte próxima do escritor. Sem precisar as causas da morte do editor e escritor, a mesma fonte adiantou que o velório de Luís Carmelo decorrerá na terça-feira, das 17:30 às 22:30 na Basílica da Estrela, em Lisboa. Na quarta-feira, o velório continuará entre as 09:30 e as 13:00, hora em que o funeral sairá para o cemitério do Alto de S. João, onde o corpo do escritor será cremado, pelas 14:00. Autor de mais de 30 obras, Luís Carmelo nasceu em Évora em 25 de Agosto de 1954 e doutorou-se na Universidade de Utreque, Holanda. Cronista do Expresso e do jornal Hoje Macau, Luís Carmelo tem obra publicada na área do romance, poesia, ensaio. O escritor foi ainda finalista do Prémio Literário Casino da Póvoa/Correntes d´Escritas em 2019, com o livro de poesia “Tratado”. Autor de mais de 30 obras, Luís Carmelo nasceu em Évora e doutorou-se pela Universidade de Utreque, na Holanda. “Entre o Eco do Espelho” (1986), “Cortejo do Litoral Esquecido” (1988), “No Princípio era Veneza” (1990), “Sempre Noiva” (1996), “A Falha” (1998), “As Saudades do Mundo” (1999), “O Trevo de Abel” (2001), “Máscaras de Amesterdão” (2002), “O Inventor de Lágrimas” (2004), “E Deus Pegou-me pela Cintura” (2007), “A Dobra do Crioulinho” (2013), “Gnaisse” (2015), “Por Mão Própria” (2016), “Sísifo” (2017) e “Cálice” (2020) são os romances publicados por Luís Carmelo. Na tela O romance “A falha” foi adaptado ao cinema por João Mário Grilo, em 2002, a partir de argumento escrito pelo realizador e por Luís Carmelo. Na poesia, é autor das obras “Fio de prumo” , “Vão Interior do Rio”, “Ângulo Raso”, “Mymosidades”, editado pela sua própria editora, a Nova Mymosa, “As Mialgias de Agosto”, “Extintor de Achados”, “Tratado”, “Ofertório”, “Anatomia”, “O Pássaro Transparente”, “Lucílio”, “Biografia do Mundo” e “El Asombro Irrealizado”, uma antologia publicada em 2023 na Ciudad de México. Na ensaística, entre as obras de Luís Carmelo contam-se “A Tetralogia Lusitana de Almeida Faria”, “La Représentation du Réel dans des Textes Prophétiques”, a sua tese de doutoramento, “Sob o Rosto da Europa”, “Anjos e Meteoros. Ensaio Sobre a Instantaneidade”, entre outros. Luís Carmelo ensinava escrita e cultura na EC.ON Escrita Criativa Online, no Instituto Camões, na Universidade Aberta e no Âmbito Cultural El Corte Inglês. Escrito na rede “E agora pirou-se o Luís Carmelo (1954-2023), que fez questão de trabalhar até ao fim e por isso sairão ainda este ano uns tantos livros seus. Tínhamos algumas diferenças de opinião e gosto, mas sempre com algum afecto mútuo. Era um soldado da escrita: o seu exército, não sendo o meu, reconheci-o sempre como digno. Se houver um Valhalla para maníacos da coisa escrita, ele estará lá (merece) todos os dias a espadeirar com Odin, a morrer com Wittgenstein e a cear com Sísifo. Ou vice-versa”, escreveu Rui Zink, no Facebook.
Hoje Macau EventosConímbriga | Enterramentos infantis e muralha pré-romana descobertos Sondagens que seriam só de suporte a um projecto de conservação da muralha de Conímbriga acabaram por revelar algumas surpresas, como parte de um muro que se supunha existir antes da ocupação romana e enterramentos infantis, uma raridade. As quatro escavações junto à muralha romana que delimita Conímbriga, no concelho de Condeixa-a-Nova, avançaram no início de Março, cumprindo um desígnio muito específico – diagnóstico de locais onde se pretendia executar poços de drenagem numa empreitada de estabilização daquele património. Num dos locais, os arqueólogos encontraram uma parte de uma muralha da Idade do Ferro, prévia à ocupação romana de Conímbriga, confirmando aquilo que já se supunha existir, mas que nunca tinha sido encontrado, notou Virgílio Correia, arqueólogo do Museu de Conímbriga que dirigiu as escavações, juntamente com o director do espaço, Vítor Dias. O director do Museu de Conímbriga olha para as escavações e comenta: “Isto está melhor do que a encomenda”. Mas para o arqueólogo a “grande surpresa” centra-se nos seis enterramentos infantis encontrados, da altura da ocupação romana, “muito raros em todo o Império”. “Haverá duas ou três dezenas” de enterramentos infantis identificados em toda a zona de influência do Império Romano, sublinhou. Em Conímbriga, foram encontrados restos mortais de quatro bebés num dos locais de sondagens e outros dois noutro local de escavação. “Os enterramentos infantis são sempre uma surpresa, porque a prática de enterramentos infantis, para os romanos, é uma coisa muito complexa. Do ponto de vista jurídico, uma criança não era uma pessoa e, então, há todo o tipo de práticas estranhas. Havia muitas que eram deitadas para um monte de entulho. Não estava nada à espera”, contextualizou Virgílio Correia. As crianças deverão ter entre semanas a menos de um ano de idade e, face ao local onde foram encontradas, acredita-se que poderão ter sido enterradas quando aquela zona era uma espécie de estaleiro de obra, quando se avançava para a construção da muralha romana junto ao anfiteatro, que seria demolido. “Relativamente aos poucos enterramentos infantis que se conhecem no mundo romano, conhecem-se em situações estranhas, como crianças enterradas nos jardins de casas de Pompeia, ou entre entulhos de material que se estragava de um centro de produção de cerâmicas no sul de França”, avançou Virgílio Correia. No caso de Conímbriga, as crianças não estavam misturadas com entulho, mas terão sido enterradas com “poucos cuidados”. Para exposição Outra descoberta que entusiasmou a equipa é um pequeno tinteiro do tempo da ocupação romana que serviria para molhar a pena com que se escrevia. “É uma coisa excepcional, que aqui parece que se perde algures e vai dar ao entulho do anfiteatro”, constatou Virgílio Correia, antevendo que a peça possa acabar exposta no museu. As sondagens foram feitas junto à muralha romana, na zona que faria fronteira com o anfiteatro, que foi demolido para dar lugar àquela estrutura defensiva. Nas quatro escavações, encontram-se vestígios do século III ou IV antes de Cristo até à época medieval (séculos IX ou X depois de Cristo). Até o carvão e sementes carbonizadas encontradas serão posteriormente estudados.
Hoje Macau China / ÁsiaIndústria | Actividade contrai pela primeira vez em 2023 A actividade da indústria transformadora da China sofreu uma contração em Abril, pela primeira vez em 2023, de acordo com dados oficiais divulgados ontem, ficando abaixo das previsões dos analistas. O índice de gestores de compras, elaborado pelo Gabinete de Estatísticas da China (NBS, na sigla em inglês), passou de 51,9 pontos em Março para 49,2 pontos em Abril, longe do previsto pelos especialistas: 51,5 pontos. Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, enquanto abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade. O índice é tido como um importante indicador da evolução da segunda maior economia do mundo. Após ter registado em Fevereiro a maior expansão em mais de dez anos, em Abril a actividade da indústria transformadora da China caiu de novo na zona de contração, onde esteve durante a maioria de 2022. O NBS publicou ainda o índice de gestores de compras para o sector não transformador, incluindo construção e serviços. Este último indicador caiu também, de 58,2 pontos em Março para 56,4 em Abril. Num comunicado, um analista do NBS, Zhao Qinghe, culpou a ” insuficiente procura no mercado” e as “grandes oscilações dos preços de alguns produtos a granel” pela queda do índice no quarto mês do ano. O índice de expectativa da actividade económica, que mede a confiança das empresas não transformadoras na evolução do mercado, situou-se em 54,7, valor que, apesar de relativamente alto, é o menor até agora em 2023. O índice de produção integral, a radiografia combinada das indústrias transformadora e não transformadora, ficou em 54,4 pontos em Abril, 2,6 pontos abaixo do registado em Março. A economia da China registou um crescimento homólogo de 4,5 por cento, no primeiro trimestre do ano, impulsionada pelo aumento do consumo interno, após as autoridades abandonarem a estratégia de ‘zero casos’ de covid-19.
Hoje Macau China / ÁsiaCiberespaço | Sancionadas redes sociais por difusão de “informação prejudicial” As autoridades chinesas sancionaram diversas redes sociais do país por divulgação de “informação prejudicial” e incumprimento das “obrigações de gerir a informação publicada pelos utilizadores”, adiantou ontem a agência para a Administração do Ciberespaço da China. Em causa estão conteúdos relacionados com “pornografia, jogos de azar, superstições e prostituição”, tendo as sanções sido aplicadas no primeiro trimestre de 2023 às redes sociais Weibo (o equivalente chinês do Twitter, que está bloqueado na China) e Douban, e ao motor de busca Baidu. Os responsáveis por estas plataformas “foram intimados a apresentar os problemas existentes às autoridades do ciberespaço e a corrigi-los”, explicou a administração num comunicado citado pela EFE. A instituição informou ainda que, durante os primeiros três meses do ano, as autoridades ordenaram o encerramento de 55 aplicações e a cessação de actividade de 4.208 ‘sites’ “ilegais”. Em Março, a agência anunciou que, durante 2023, iria lançar uma série de campanhas especiais para “limpar” a Internet e “rectificar” problemas como a manipulação de informação através de contas falsas e ataques contra empresas privadas. A China é o país com mais utilizadores de Internet no mundo (mais de mil milhões) e um dos que exerce maior controlo sobre os conteúdos ‘online’, visível através do bloqueio de algumas das maiores plataformas ‘online’ do mundo, como Google, Facebook, Twitter e YouTube.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Detidas mais de 200 pessoas em operação contra máfias O Departamento de Crime Organizado e Tríades da polícia de Hong Kong prendeu mais de 200 pessoas numa operação contra as máfias na região administrativa especial chinesa, avançou domingo a imprensa local. A acção policial, apelidada de “Flowing Shade” (em português, “sombra fluida”), ocorreu entre quinta-feira e sábado, para combater o crime e as actividades das máfias chinesas, conhecidas como tríades. A operação incluiu raides em vários locais ligados ao crime organizado, o que resultou na apreensão de uma pequena quantidade de armas e drogas, assim como equipamento e material utilizado em jogo ilegal. Ao contrário da região vizinha de Macau, onde os jogos de fortuna e azar em casinos são legais, em Hong Kong apenas são autorizadas apostas em corridas de cavalos e em lotarias. A operação “Flowing Shade” terminou com a detenção de um total de 225 pessoas, entre as quais 141 homens e 84 mulheres com idades compreendidas entre os 15 e os 87 anos, das quais 71 são cidadãos não chineses. Os detidos são suspeitos de agressões com ferimentos, posse ilegal de armas, venda de bebidas alcoólicas sem licença, exploração de casas de jogo, tráfico de drogas perigosas, branqueamento de capitais, organização de lutas ilegais em locais públicos e reuniões ilegais. Alguns dos suspeitos já foram presentes a tribunal e acusados formalmente. Para continuar A polícia realizou também, na noite de sábado, uma operação conjunta chamada “Saara” na área de Tsim Sha Tsui, no centro de Hong Kong, para combater a contratação ilegal de trabalhadores vindos do exterior. A polícia, citada pela imprensa local, sublinhou que uma das suas prioridades é o combate às tríades e prometeu continuar a recolher informação e a realizar operações tanto contra crimes violentos como contra as actividades e fontes de rendimento das máfias. Em Fevereiro, numa outra operação contra as tríades, as forças de segurança de Hong Kong detiveram 234 pessoas e apreenderam drogas, armas, carros e contrabando. As tríades surgiram entre 1842 e 1930, quando membros de sociedades secretas da China imigraram para Hong Kong e formaram organizações de ajuda mútua. De acordo com especialistas, estas organizações estão envolvidas em actividades criminosas que vão desde o tráfico de drogas e prostituição até aos jogos de azar e extorsão. A polícia de Hong Kong registou 2.554 casos de crimes relacionados com as tríades no ano passado, o que representou um aumento de 35,3 por cento em relação a 2021.
Hoje Macau Via do MeioLivro V 公冶長 – (Gongye Chang) GONGYE CHANG 5.1. O Mestre comentou: “Gongye Chang será um bom marido. Mesmo tendo passado tempo na prisão, não foi por sua culpa.” Em seguida, o Mestre deu-lhe a sua filha em casamento.73 5.2. O Mestre comentou: “Quanto a Narong, quando a Via prevalece pelo reino, ele encontra emprego, mas quando a Via não prevalece, ele evita os castigos e a execução.” Em seguida, o Mestre deu-lhe a sua sobrinha em casamento.74 5.3. O Mestre comentou acerca de Zijian: “Trata-se verdadeiramente de uma pessoa exemplar (君子junzi). Se o reino de Lu não tinha quaisquer pessoas exemplares, onde foi ele obter o seu carácter?”75 4. Zizong perguntou: “E o que pensais de mim?” O Mestre respondeu: “Tu és um utensílio.” E Zizong perguntou: “Que espécie de utensílio?” E o Mestre respondeu: “És um utensílio hu lian (瑚璉).”76 5. Alguém afirmou: “Quanto a Yong, trata-se de uma pessoa benevolente, mas não eloquente.” O Mestre disse: “Qual é a utilidade da eloquência? Alguém que discute com argúcia ganha, frequentemente, a inimizade dos outros. Se ele é ou não uma pessoa benevolente, não o posso dizer, mas posso questionar qual a utilidade da eloquência.” 5.6. O Mestre recomendou que Qidiao Kai fosse procurar um posto. Mas ele replicou: “Não estou certo de que esteja à altura dele.” O Mestre ficou muito agradado. 5.7. O Mestre disse: “A Via não prevalece sobre a terra. Vou navegar em alto mar a bordo de uma jangada. O único a seguir-me será Zilu.” Zilu, ao escutar isto, ficou contente. O Mestre disse: “No caso de Zilu é certo que a sua coragem suplanta a minha, apesar de ele nada trazer consigo com o qual se possa construir a jangada.”77 5.8. Meng Wubo perguntou a Confúcio: “Será Zilu uma pessoa benevolente?” O Mestre respondeu: “Não estou certo de que o seja.” Wubo perguntou de novo e o Mestre respondeu: “Seria possível colocar Zilu à frente da administração dos impostos militares de um vasto reino de mil carros de combate, mas não estou certo de que seja uma pessoa benevolente.” “E quanto a Ranyou?”, perguntou Meng. O Mestre respondeu: “Seria possível colocar Ranyou à frente de uma cidade de mil famílias ou de um estado com cem carros de combate, mas não estou certo de que seja uma pessoa benevolente.” “E quanto a Zihua?”, perguntou. O Mestre respondeu: “Usando o seu cinto de seda e tomando o seu lugar na corte, Zihua pode ser enviado a parlamentar com convidados e visitantes, mas não estou certo de que seja uma pessoa benevolente.”78 5.9. O Mestre inquiriu a Zigong: “Se te comparares com Yan Hui, quem julgas ser melhor pessoa? Este respondeu: “Como poderia atrever-me a sequer considerar tais expectativas? Yan Hui, aprendendo uma coisa conhece dez, enquanto eu, aprendendo uma coisa conheço duas.” O Mestre disse: “Não estás à sua altura, nem tu nem eu estamos à sua altura.”79 5.10. Zaiwo estava a dormir durante o dia. O Mestre disse: “Não se pode esculpir madeira podre, nem erguer uma parede de estrume. Quanto a Zaiwo, qual é o sentido de o admoestar?” E o Mestre acrescentou ainda: “Tempos houve em que ao lidar com os outros, ao ouvir o que tinham a dizer, acreditava que o honrassem. Hoje, ao lidar com os outros, ao ouvir o que têm a dizer, observo o que fazem de seguida. Foi Zaiwo quem me fez mudar de atitude.”80 5.11. O Mestre disse: “Ainda estou para conhecer uma pessoa verdadeiramente aplicada (剛 gang).” Alguém lhe perguntou: “E Shen Cheng?”, ao que o Mestre respondeu: “Shen Cheng tem demasiados desejos, como poderia ser aplicado?”81 5.12. Zizong disse: “O que não quero que os outros me façam, também não quero fazer aos outros.” O Mestre respondeu: “Ci, isso está fora do teu alcance.”82 5.13. 子貢曰:「夫子之文章,可得而聞也;夫子之言性與天道,不可得而聞也。」 5.13. Zigong disse: “Podemos aprender com o refinamento cultural do Mestre, mas não o ouvimos discursar sobre a nossa natureza moral (性 xing) e a Via do Céu (天道 tiandao).”83 5.14. Quando Zilu aprendia algo, o seu único medo era aprender mais, antes de conseguir agir de acordo com o que aprendera.84 5.15. Zizong inquiriu: “Porque foi que Kong Wenzi recebeu o título póstumo de ‘culto’ (文wen)?” O Mestre respondeu: “Era diligente e amigo de aprender e não tinha vergonha de fazer perguntas aos de condição mais baixa – por isso recebeu o cognome de ‘culto’.”85 5.16. O Mestre fez notar que Zichan era conforme à Via da pessoa exemplar em quatro aspectos: cortês quando agia, respeitador quando servia os superiores, generoso com o povo comum e recto (義 yi) quando o chefiava.86 17. O Mestre disse: “Yen Pingzhong é muito bom (善 shan) nas suas relações com os outros: mesmo aos amigos mais antigos trata com respeito.”87 18. O Mestre disse: “Zang Wenzhong, ao preparar uma divisão para guardar a sua gigantesca tartaruga cerimonial, mandou esculpir montanhas nas colunas e pintar ervas aquáticas nas traves. No que pensava?”88 5.19. Zizhang perguntou: “Nas três ocasiões em que o Ziwen foi nomeado primeiro-ministro, nenhuma felicidade lhe assomou ao rosto; das três ocasiões em que foi demitido, nenhum ressentimento se lhe revelou no rosto. Enquanto demissionário fez tudo ao seu alcance para informar o novo ministro acerca de todos os assuntos correntes do reino. Que pensais dele?” O Mestre respondeu: “Ele era leal (忠zhong)”. E Zizhang prosseguiu: “Será que foi um exemplo de benevolência?” “Não estou certo,” disse o Mestre. “Que foi que fez que possa ser visto como benevolente?” Zizhang perguntou: “Quando Cuizi matou o governante de Qi, Chen Wenzi, que tinha um feudo de dez carros de combate, deixou tudo e partiu. Chegado a outro reino, Chen Wenzi disse: ‘São todos como o nosso ministro Cuizi’ e partiu. Chegado a outro reino, de novo disse o mesmo e partiu. Que pensas dele?” O Mestre respondeu: “Era certamente incorruptível.” Zizhang insistiu: “Mas será que exemplificou benevolência?” “Não estou certo, “ disse o Mestre. “ Que fez ele que possa ser visto como benevolente?”89 5.20. Ji Wenzi agiu apenas depois de ter pensado três vezes. Ao ouvir isto, o Mestre disse: “Duas vezes é o bastante.”90 5. 21. O Mestre disse: “Quanto a Ning Wuzi, quando a Via prevalecia sobre a terra era sábio; quando a terra ficou privada da Via era estúpido. Outros haverá que possam chegar ao seu nível de sabedoria, mas nenhum que possa chegar ao seu nível de estupidez.”91 5.22. O Mestre encontrava-se no reino de Chen e disse: “Para casa! Para casa! Lá, os meus jovens amigos são agressivos e ambiciosos, mas descuidam a prática. Com a elevada elegância dos letrados demonstram a sua cultura, mas não sabem como manuseá-la e dar-lhe forma.” 5.23. O Mestre disse: “Bo Yi e Shu Qi não guardavam rancores, por isso pouco ódio despertavam.”92 5.24. O Mestre disse: “Quem disse que Weisheng Gao é verdadeiro? Quando alguém lhe esmolou vinagre, ele foi esmolá-lo a um vizinho e depois ofereceu-o à pessoa como se fosse dele.”93 5.25. O Mestre disse: “Um discurso torneado e um porte cheio de obséquio e excessiva solicitude era o tipo de conduta que Zuo Qiuming considerava vergonhosa e eu também. Procurar a amizade de alguém desejando-lhes mal era o tipo de conduta Zuo Qiuming considerava vergonhosa e eu também.”94 5.26. Yan Hui e Zilu estavam com Confúcio quando ouviram do Mestre: “Porque é que vocês não me dizem aquilo que gostariam verdadeiramente de fazer?” Zilu disse: “Gostaria de partilhar os meus cavalos e carruagens, as minhas roupas e peles, com os meus amigos e, se estes as estragarem, não lhes querer mal.” Yan Hui disse: “Eu gostaria de evitar gabar-me das minhas capacidades e não exagerar os meus feitos.” Zilu disse: “Nós gostaríamos de ouvir o que tu, Mestre, mais gostarias de fazer.” O Mestre disse: “Eu gostaria de trazer paz e satisfação aos idosos, partilhar relações de entrega e confiança com os meus amigos e amar e proteger os jovens.”95 5.27. O Mestre disse: “Desisto! Ainda estou para encontrar alguém que reconheça os seus erros e seja capaz de interiormente se emendar.”96 5.28. O Mestre disse: “Por certo existem, numa cidade de dez mil lares, pessoas tão leais (忠 zhong) e confiáveis (信 xin) como eu, mas não haverá ninguém que a mim se compare no amor do estudo (好學 haoxue).97 Notas 73. A origem e a vida de Gongye Chang permanecem envoltas em mistérios e lendas. Sima Qian refere que nasceu em Qi, mas Kong Anguo situa o seu berço em Lu e dá-o como discípulo do Mestre. A razão pela qual foi preso também não é clara. A lenda diz que Gongye sabia a linguagem dos pássaros e que terá ouvido duas aves falar sobre a localização do corpo de uma vítima de homicídio. A história acrescenta que terá sido libertado depois de mostrar as suas extraordinárias capacidades ao carcereiro. Lendas e mistérios aparte, esta passagem mostra, sobretudo, como Confúcio mantinha a sua independência em relação às convenções sociais, preterindo-as em relação à sua própria moral de pessoa exemplar. Na China da sua época, ser preso era um estigma fortíssimo, pois os prisioneiros eram, geralmente, marcados, tatuados ou mutilados. Ao dar a sua filha em casamento a um homem que saíra da prisão, o Mestre mostra a sua distância em relação aos julgamentos sociais da sua época. O estigma social ligado aos antigos criminosos no início da China era enorme e inescapável, uma vez que os criminosos eram marcados, tatuados ou fisicamente mutilados. Ao dar a sua filha em casamento a um antigo criminoso, Confúcio está a desrespeitar os costumes convencionais e a fazer uma forte declaração sobre a independência da verdadeira moralidade em relação aos julgamentos sociais convencionais. Como explica Fan Ning 范甯 (339- 401), “ao dar a sua filha em casamento a Gongye Chang, a intenção de Confúcio era deixar bem claro a forma corrupta e excessiva como as punições eram administradas na sua época decadente e prestar encorajamento futuro aos que se apegavam verdadeiramente à rectidão”. Fu Guang 輔廣, discípulo de Zhu Xi, acrescenta: “Se tenho dentro de mim a Via da inocência e, no entanto, infelizmente, impus a culpa sobre mim do exterior, de que tenho de ter vergonha? Se eu tiver dentro de mim a Via da culpa, como me posso considerar digno de honra, mesmo que, por sorte, consiga de alguma forma evitar ser castigado externamente? Portanto, quando a pessoa exemplar comete uma pequena ofensa à porta fechada, em total privacidade, no seu coração fica tão mortificado como se tivesse sido flagelado publicamente na praça do mercado. Se, por outro lado, ele tiver a infelicidade de enfrentar o desastre sem culpa sua, e de ser punido na praça do mercado ou exilado para as terras bárbaras, ele aceitará tudo sem a menor vergonha.” 74. Zhu Xi comentou sobre Nan Rong que “por ser cauteloso quando falava e quando agia, seria capaz de encontrar emprego numa corte bem ordenada e evitar o infortúnio durante uma era desordenada”. O irmão mais velho de Confúcio era aleijado, por isso recaía no Mestre o dever de encontrar um marido para a sua sobrinha. 75. Zijian 子蹇 nasceu no reino de Lu durante a era Primavera-Outono. Foi um dos discípulos proeminentes de Confúcio. Estimado pelo Mestre pela sua pureza e piedade filial, tornou-se governador de Shanfu. Esta passagem também é entendida como uma crítica ao senhor de Lu, por não aproveitar as pessoas de valor ali existentes. 76. Como já vimos em 2.12., “uma pessoa exemplar não é um utensílio”, mas muito mais do que um mero especialista. Segundo os comentadores, hu e lian eram preciosos vasos de oferta de comida em jade, os vasos rituais mais importantes dos templos das dinastias Xia e Shang, respectivamente. Os comentadores salientam que “elaboração de Confúcio é de dois gumes: reconfortante, na medida em que Zigong não é vulgar utensílio, mas talvez ainda mais crítico porque os vasos hu e lian (瑚璉) eram ambos curiosidades antigas (já não utilizadas nos ritos de Zhou) e extremamente especializados (portanto raramente usados, mesmo durante os tempos de Xia e Shang). Zigong foi um estadista de grande sucesso, orador hábil e um bom negociante, mas Confúcio parece ter sentido que lhe faltava a flexibilidade e simpatia para com os outros, característica da benevolência. Zigong parece ser o discípulo designado ao longo dos Analectos para ilustrar falta de indulgência. Aqui, a sua adesão fastidiosa aos ritos leva Confúcio a chamar-lhe “vaso de sacrifício” de capacidade limitada. Em geral, ele é criticado por Confúcio por ser demasiado rigoroso com os outros. 76. Como já vimos em 2.12., “uma pessoa exemplar não é um utensílio”, mas muito mais do que um mero especialista. Segundo os comentadores, hu e lian eram preciosos vasos de oferta de comida em jade, os vasos rituais mais importantes dos templos das dinastias Xia e Shang, respectivamente. Os comentadores salientam que “elaboração de Confúcio é de dois gumes: reconfortante, na medida em que Zigong não é vulgar utensílio, mas talvez ainda mais crítico porque os vasos hu e lian (瑚璉) eram ambos curiosidades antigas (já não utilizadas nos ritos de Zhou) e extremamente especializados (portanto raramente usados, mesmo durante os tempos de Xia e Shang). Zigong foi um estadista de grande sucesso, orador hábil e um bom negociante, mas Confúcio parece ter sentido que lhe faltava a flexibilidade e simpatia para com os outros, característica da benevolência. Zigong parece ser o discípulo designado ao longo dos Analectos para ilustrar falta de indulgência. Aqui, a sua adesão fastidiosa aos ritos leva Confúcio a chamar-lhe “vaso de sacrifício” de capacidade limitada. Em geral, ele é criticado por Confúcio por ser demasiado rigoroso com os outros. 78. Ser realmente benevolente é um fim nunca atingível, um horizonte para o qual se deve caminhar, o trabalho sempre incompleto de uma vida. Por isso, Confúcio admite que Zilou, Ranyou e Zihua tenham capacidades específicas para exercer os cargos referidos, ainda que, tal como todos, não possam ser considerados pessoas totalmente benevolentes. Cheng Yaotian 程瑤田 (1725-1814) comenta: “Benevolência é tanto a coisa mais importante do mundo como a mais difícil de alcançar. É por isso que se diz que deve ser transportada pelo próprio, que é um fardo pesado, que só depois da morte se encontrará descanso, e que a Via é longa. Se uma pessoa pensar que ele próprio já atingiu este objectivo e poderia, portanto, descansar antes de ter atingido o fim da sua vida, este é certamente um sentimento do qual o Sábio não aprovaria”. 79. Zigong reconhece o valor de Yan Hui, o discípulo favorito, e o próprio Confúcio o considera “naturalmente” benevolente e, talvez para ser indulgente para com Zigong, considera Yan Hui superior a si próprio. 80. Fala-se aqui de aprendizagem, distinguindo dois aspectos: as capacidades inatas e a capacidade retórica. Usando duas comparações, Confúcio reconhece-se impotente, enquanto professor, de ensinar quem não tem à partida uma estrutura capaz de receber os seus ensinamentos. Por outro lado, graças a Zaiwo, um homem meramente palavroso mas que na prática não seguia o que pregava (qual o nosso Frei Tomás: “Faz o que ele diz, não faças o que ele faz”), o Mestre prescreve verificar com atenção se a prática corresponde às palavras antes de acreditar na pessoa que as profere. Wang Fuzhi comenta: “Quando se trata de aprendizagem, nada é mais crucial do que o esforço real e prático. Não vale a pena prestar atenção ao que se diz. Por sua vez, para conseguir aprender através do esforço e da prática, depende apenas de se ser diligente ou de se ser preguiçoso. Uma pessoa que é capaz de falar bem e, subsequentemente, se diz ser capaz de compreender, e que depois considera já ter compreendido e, portanto, já não é diligente quando se trata de exercer e praticar – tal pessoa deverá ser profundamente desprezada pela pessoa exemplar.” 81. O problema de Shen Cheng é que deseja coisas exteriores como fama, dinheiro, sexo, etc., ao invés de se concentrar e aplicar na sua rectificação interior. Huang Kan comenta: “Uma pessoa com uma vontade de ferro não é por natureza ambiciosa, mas Shen Cheng estava, pela sua natureza, cheio de emoções e desejos. Ora quando se está cheio de emoções e desejos, és levado a exigir ou procurar coisas de outras pessoas, e quando se é levado a exigir ou a procurar coisas de outras pessoas não se pode ser aplicado.” 82. Aqui temos um dos momentos em que é expressa a Regra de Ouro pela negativa. Zhu Xi comenta: “Este é o tipo de coisa com a qual uma pessoa genuinamente benevolente se preocupa e que não tem de ser instada ou forçada a fazer. É por isso que o Mestre considera que é algo que está fora do alcance de Zigong”. 83. Zigong parece querer dizer que Confúcio não se preocupa com questões demasiado abstractas, como a natureza moral (xing) que, segundo os neo-confucionistas nos é dada pelo Céu, ou por temas que não são deste mundo e sobre os quais não é possível realmente conhecer, como a Via do Céu, expressão por vezes tomada como “destino” ou “fado”. Para o Mestre, o fundamental é a rectificação moral e a aquisição de refinamento cultural, que nos permite sermos pessoas exemplares e não o que afasta o pensamento desse caminho e, simplesmente, não leva a lado nenhum senão a discussões vazias e sem alcance prático. 84. Quando aprende algo, Zilu não passa a uma nova lição até que tenha posto em prática com sucesso o que tinha aprendido. O foco é colocado na prática real, por oposição ao mero conhecimento teórico. Wang Yangming aproveita esta passagem para criticar a sua época: “Os nossos contemporâneos nunca estão sem conhecimento. Eles andam por todo o lado, acumulando conhecimentos inúteis sem nunca os manifestar em acção. Mesmo quando conseguem pôr algo em prática, não demostram nenhuma urgência, como a de Zilu. Matam o seu tempo e cumprem os seus deveres de forma superficial; (…) e, mesmo quando se deparam com esta passagem na sua leitura, continuam inconscientes da sua vergonha.” 85. Kong Wenzi 孔文子 (Mestre Kong, o Culto) é o título póstumo de Kong Yu, ministro do reino de Wei (falecido em 480 a.E.C.). Zigong está intrigado com o título póstumo de Kong Yu porque Kong era uma pessoa pouco virtuosa, conhecida pela deslealdade e luxúria. A resposta de Confúcio serve um duplo propósito. Por um lado, como uma declaração sobre o que constitui a virtude de ser culto — diligente, amigo de aprender e capaz de o fazer sem se importar de questionar os que lhe eram socialmente inferiores (diz-se que terá dirigido algumas perguntas a Confúcio) — e , por outro, diz-nos que o sábio se concentra nas qualidades positivas e não negativas das pessoas. Xue Xuan 薛瑄 (1389-1464) comenta: “O facto de o Mestre sublinhar a sua benevolência, em vez da sua óbvia maldade, ilustra a grandeza da Via do sábio e a majestade da Virtude do sábio. Confiando apenas nos relatos de pessoas posteriores, seria levado a pensar que Kong Yu era um homem indigno de ser discutido, e assim perderia esta oportunidade de aprender sobre a sua benevolência.” 86. Zichan 子產 é o nome de cortesia de Gongsun Qiao († 521 a.E.C.), um ministro no reino de Zheng. Com ele, podemos aprender algumas das características de uma verdadeira pessoa exemplar. Ainda jovem, destacou-se pela sua virtude, apesar de ir contra a opinião do seu pai. Assim reza no Comentário de Zuo: “Zichan disse: ‘Não há maior calamidade que um pequeno reino ter falta de virtudes cultas (wende), mas ter poderio militar [na sequência de um vitória de Zheng sobre Cai]. Se Chu nos invadir, seremos capazes de resistir? E se nos submetermos por certo o exército de Jin também virá. Se Jin e Chu invadirem Zheng, a partir daí não haverá paz por quatro ou cinco anos.’ Zi Guo, seu pai, zangou-se com ele e disse: ‘O nosso reino está em guerra e tem excelentes oficiais. Por essas palavras infantis, merecias que te cortassem a cabeça.’” (Duque Xiang, 8ºano). A história daria razão a Zichan. Mais tarde, no leito de morte, aconselhou o seu filho e sucessor a manter o equilíbrio entre clemência e severidade do seguinte modo: “Quando eu morrer, com certeza serás o meu sucessor. Só um homem de virtude pode levar o povo comum a submeter-se através da clemência. Depois, o melhor é a severidade. Quando um incêndio livremente se espalha, o povo contempla-o com medo. Logo, poucos morrerão nele. A água parece fraca e então o povo encara-a com ligeireza e muitos nela perecem. Por isso, um governo mole não se mantém’. (…) Sabendo que Zichan morrera, com lágrimas nos olhos, Confúcio disse: ‘Ele era um homem bom e gentil — um sucessor do estilo tradicional dos reis sábios de outrora!’.” (Comentário de Zuo,Duque Zhao, 20º ano) 87. No fundo, trata-se aqui de um aviso: quando as relações de amizade perduram por muito tempo, por vezes, perde-se o respeito devido aos amigos, por com eles se criar demasiada intimidade. Confúcio aconselha, portanto, a que se mantenha alguma distância e sobriedade nas relações de amizade. 88. Zang Wenzhong é o título póstumo do ministro de Lu Zang Sunchen († séc. VII a.E.C.). Os comentadores da dinastia Han afirmam que a posse das tartarugas sagradas por Zang era uma usurpação das prerrogativas de um lorde feudal. No entanto, Zhu Xi e outros argumentam que a posse das tartarugas sagradas fazia parte dos deveres ministeriais de Zang, e que o seu único erro foi decorar a sala com motivos que eram prerrogativa ritual do Filho do Céu. As críticas de Confúcio parecem ter menos a ver com as violações rituais de Zang do que com a sua falta de senso. As tartarugas gigantes eram usadas na adivinhação: a tartaruga era sacr ificada, perguntas aos espíritos eram gravadas na carapaça, onde depois se aplicava um ferro quente. O resultante padrão de fendas revelava as respostas dos espíritos. Zang aparentemente sentiu que decorações luxuosas no salão de adivinhação impressionariam os espíritos – uma tentativa de bajulação que Confúcio rejeita como sendo simultaneamente tola e inapropriada. 89. Determinados comportamentos, por mais virtuosos que sejam, não querem dizer que essa pessoa seja realmente benevolente. Nesta passagem descrevem-se duas virtudes importantes, mas a resposta do Mestre só indica quão difícil é atingir uma verdadeira perfeição moral. Zhu Xi comenta: Hoje em dia, as pessoas ficam logo de cabeça quente e vermelhas no rosto com a menor perda ou ganho. Ziwen recebeu a posição oficial, foi-lhe retirada três vezes e, ainda assim, não mostrou o menor sinal de prazer ou de ressentimento. Hoje em dia, as pessoas, mesmo que ocupem cargos menores, não estão dispostas perder tempo com resumos rápidos as suas acções oficiais aos seus sucessores, enquanto que Ziwen, não obstante ocupar uma posição tão destacada, dava um relato exaustivo e detalhado do estado das coisas oficiais ao novo primeiro-ministro. Hoje em dia, ainda que as pessoas tenham o mínimo de ligações a coisas materiais, não conseguem libertar-se delas. Wenzi, por seu lado, possuía um imenso domínio de dez juntas de cavalos e mesmo assim abandonou-o sem pensar duas vezes, como se fosse um velho par de sapatos… Temos de pensar na razão pela qual o sábio não endossou como benevolente o comportamento destes dois Mestres – tão elevado e excepcional como era – e a razão pela qual o seu comportamento não foi visto como esgotando completamente a virtude da benevolência. Se considerarmos isto cuidadosamente, e pensarmos também em como raramente se encontram os iguais a estes dois Mestres, impressionar-nos-á quão raro é ver o princípio da benevolência realmente realizado. 90. Nada deve ser excessivo, nem sequer a necessária prudência na condução da coisa pública, sob pena de não se conseguir agir quando tal é necessário ou só se agir quando é tarde demais. 91. A “estupidez” de Ning Wuzi é, obviamente, fingida. Ning Wuzi era um ministro no reino de Wei, que serviu durante os reinados dos duques Wen e Cheng. Sob as ordens do primeiro, o país era bem governado e gozou de um período de paz, no qual Ning se comnportava como um funcionário normal, mas com Cheng tudo se alterou. Então, Ning fingia não perceber as coisas e até uma certa dose de loucura para escapar às suas obrigações políticas como apoiar esta ou aquela facção. Isto é algo de relativamente comum ao longo da história da China e o Mestre elogia a sagacidade de Ning Wuzi. Sun Chuo comenta: “Apenas um estudioso profundamente realizado é capaz de esconder a sua sabedoria e esconder a sua reputação para se manter inteiro e para evitar danos. É fácil realçar a sua própria sabedoria para ganhar reputação, mas é difícil dispensá-la a fim de se proteger.” 92. Bo Yi e Shu Qi são personagens semi-lendários que se diz terem vivido no final da dinastia Shang. Ambos eram príncipes no reino Shang de Guzhu, filhos do governante Mo Yi. Quando o seu pai morreu, porque nem um nem outro desejava tirar o trono ao irmão, o lugar permaneceu vago. Quando a dinastia Shang caiu e veio a dinastia Zhou, foram para um exílio voluntário e alegadamente mataram-se à fome, recusando-se, por lealdade ao seu antigo rei, a comer o grão de Zhou. Os seus nomes são assim símbolos de rectidão, dever e, especialmente, de pureza. Mestre Cheng comenta: “Não guardar ressentimentos é a verdadeira medida da pureza”. 93. É nos pequenos actos do quotidiano que a virtude se revela. Para fazer um obséquio e ganhar fama, Weishang Gao mostra-se simpático mas comete uma mentira. Fan Ziyu comenta: “Dizer que algo está certo se estiver certo; dizer que algo está errado se estiver errado, dizer que se tem algo se o tem e dizer que não o tem se não o tem – isto é rectidão. Quando o sábio observa uma pessoa, concentra-se em como se comporta quando se trata de uma ninharia, a fim de prever como irá lidar com milhares de juntas de cavalos.” 94. Zuo Quiming 左丘明 (502-422 a.E.C.) é, geralmente, identificado como o autor do Zuo Chuan (Comentário de Zuo), uma obra que narra acontecimentos históricos e morais da era Primavera-Outono, sendo um dos clássicos confucianos, riquíssimo em adágios e situações que inspiram a mais alta moral. Esta passagem insurge-se contra a falsidade entre as pessoas e o fingimento que exclui a autenticidade (cheng) e, certamente, impede a benevolência, na medida em que é usado para proveito próprio. O fingimento e a falsidade são motivados pelos desejos egoístas que impedem a recuperação da natureza moral (xing) original com que o Céu a todos dota. 95. Zilu fala em se desfazer dos seus bens pessoais e Yan Hui em evitar a vaidade, ou seja, pensamentos virtuosos porque se trata em ambos os casos de dominar ou mesmo expurgar os desejos egoístas. Já a resposta de Confúcio é considerada, por alguns comentadores, como o zênite da mais alta virtude. Huang Kan comenta, através de um ditado: “Se confortas os idosos é porque certamente és filial e respeitoso. Se tens a confiança dos amigos é porque certamente não os enganas. Se os jovens te estimam, é porque certamente és compassivo e benevolente”. 96. A capacidade de reconhecer os seus erros e, além disso, empreender uma introspecção suficientemente íntegra que os altere parece ser, na opinião de Confúcio, muito difícil de encontrar nas pessoas. Zhu Xi comenta: “Raros são aqueles que, quando cometem um erro, são capazes de o perceber. Mais raros ainda são aqueles que, conscientes de que cometeram um erro, são capazes de os corrigir interiormente. Se alguém for capaz de se corrigir interiormente, então o seu sentido de arrependimento será profundo e urgente – uma necessidade para quem se quer mudar a si próprio. O Mestre lamenta porque receia nunca vir a conhecer tal pessoa, e isto deve ser visto como um aviso sério aos seus alunos”. 97. Lida de forma literal, esta passagem reafirma a necessidade de um contínuo estudo, eventualmente livresco. Assim a lê Zhu Xi, que comenta: “Apesar do Mestre ter nascido sábio [sheng zhi], permaneceu para sempre afeiçoado ao estudo. Ele diz isto, portanto, para motivar os outros. A passagem diz que uma constituição excelente é fácil de adquirir, mas a Via na sua perfeição é difícil de ouvir. Através da sua aprendizagem perfeita, pode-se tornar um sábio. Se não se empenhar na aprendizagem, não se pode evitar tornar-se nada mais do que um homem comum. Como não estar ser motivado?” No entanto, outros comentadores entendem que o amor ao estudo referido por Confúcio, na medida em que será superior às outras duas virtudes descritas como de algum modo fáceis de alcançar, se trata de um constante aperfeiçoamento moral no sentido de apurar interiormente a benevolência, uma constante correcção interna do seu próprio coração, obtida através do cultivo de si, algo que os livros por si só não proporcionam. Tradução – Rui Cascais Revisão e Notas – Carlos Morais José
Hoje Macau SociedadeFilipinas | DST participou em fórum APEC A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) participou na 61.ª Reunião do Grupo de Trabalho de Turismo da Cooperação Económica da Ásia-Pacífico (Asia-Pacific Economic Cooperation – APEC), que se realizou na cidade de Iloilo, nas Filipinas, entre 26 e 27 de Abril. A presença de Macau foi garantida através do subdirector da DST Ricky Hoi, e teve como objectivo a “troca de informações turísticas e planos de trabalho, bem como apresentar as estratégias do Governo para a promoção da recuperação do turismo e da economia”. No segundo dia do encontro, Ricky Hoi fez uma breve apresentação sobre a situação da indústria turística de Macau e a estratégia de desenvolvimento diversificado e adequado ‘1 + 4’ adoptada pelo Governo, bem como sobre os trabalhos prioritários para a promoção da recuperação do turismo e da economia. Sobre a retoma do sector do turismo, Hoi explicou aos presentes que a estratégia passa por penetrar no mercado internacional de visitantes, assim como promover os bairros comunitários como destinos turísticos alternativos, de forma a relançar a economia nestas áreas. A RAEM é membro convidado do Grupo de Trabalho de Turismo da APEC desde 2001, tendo a DST e a Direcção de Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico participado regularmente nas reuniões do Grupo de Trabalho de Turismo. Contudo, nos últimos três anos, devido à política de zero casos em Macau, a participação foi principalmente feita online.
Hoje Macau SociedadeAsma | Serviços atentos à “principal doença crónica” de Macau De acordo com os Serviços de Saúde (SS), a asma é a principal doença crónica que afecta crianças e adultos e a previsão aponta para o aumento de casos nos próximos anos, seguindo a tendência internacional. As autoridades indicam que em 2021 o número de doentes asmáticos era de 2.515, representando 0,4 por cento da população total no final do ano em causa. Entre estes casos, a faixa etária entre os 60 e os 74 anos representa o segmento da população com maior incidência de asma (25,6 por cento). Para marcar a data em que se assinala o Dia Mundial da Asma, os SS citam dados da Organização Mundial de Saúde que refere que em 2019 a asma afectava cerca de 262 milhões de pessoas e causou 461 mil mortes. Os sintomas mais comuns são tosse, aperto no peito e dificuldade em respirar, agravando-se frequentemente durante a noite ou com o exercício físico. Sendo difícil apontar uma causa para a asma, sabe-se que a probabilidade de contrair a doença pode ser hereditária, afectar pessoas que têm outras alergias como eczema e rinite, que tenham nascido de parto prematuro ou com peso abaixo do normal, que tenham exposição prematura a fumo do tabaco. A poluição atmosférica é outro factor que contribui para o aumento da taxa de incidência. Os SS enumeram entre os factores de risco mais comuns da asma o tabagismo, “poeiras, poluição do ar, baratas e seus excrementos, pelos de animais de estimação, fumo causado pela queima de papéis votivos, alimentos alérgicos (por exemplo, camarões, caranguejos e moluscos).
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Governo afasta vacinação de rotina e segue OMS O Governo recomenda que os grupos de alto risco devem tomar uma dose adicional da vacina bivalente contra a variante Ómicron. As novas orientações, que entraram ontem em vigor, seguem as recomendações da Organização Mundial de Saúde Apesar da vacinação nunca ter sido obrigatória em Macau, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus lançou uma série de novas recomendações para preparar uma eventual subida das infecções por covid-19 no território no futuro próximo. Tendo em conta a predominância da variante Ómicron, o Governo indica que “para as pessoas de alto risco, será necessária a administração de uma dose adicional da vacina bivalente contra a variante Ómicron (ou seja, vacina bivalente de mRNA contra a COVID-19)”. Apesar do comunicado do centro de coordenação de contingência referir que “será necessária” a toma da vacina, não especificando se esta é obrigatória ou não, em esclarecimentos ao Canal Macau da TDM as autoridades admitiram tratar-se apenas de uma sugestão. Assim sendo, com o objectivo de “aumentar a imunidade dos residentes contra a variante Ómicron, especialmente dos grupos de alto risco”, o Governo indica que a vacinação irá obedecer à “classificação de risco de acordo com as pessoas de diferentes grupos etários e o seu estado de saúde”. Afastando a hipótese de tornar a vacinação contra a covid-19 numa rotina, as autoridades vão concentrar esforços nos grupos de alto risco com maior probabilidade de desenvolver doenças graves ou consequências graves após infecção. Os grupos de risco incluem idosos, mulheres grávidas, indivíduos com doenças crónicas e profissionais de saúde da primeira linha, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde. Doses adicionais Com base nas novas recomendações, as autoridades referem que no geral todos os cidadãos devem completar a vacinação com três ou quatro doses, sendo que a última inoculação deve ser com a vacina bivalente de mRNA. Assim sendo, crianças entre seis meses e 17 anos, “sem situação de risco”, devem tomar três doses. Para cidadãos entre os 18 e 59 anos, são aconselhadas três ou quatro doses, com as autoridades a indicar que quem não tenha tomado dose da vacina bivalente deve fazê-lo seis meses depois da última dose ter sido administrada. A mesma recomendação é alargada a pessoas com mais de 60 anos de idade, mulheres grávidas (depois de 16 semanas de gestação) e profissionais de saúde da linha da frente, com a especificação que estes segmentos populacionais podem tomar duas doses da vacina bivalente de mRNA, respeitando o intervalo de seis meses desde a última inoculação. As autoridades sublinham que quem já tenha sido infectado com covid-19 não deve “reduzir o número de doses administradas”, sendo recomendável a vacina bivalente contra a variante Ómicron três meses após o último teste positivo. Os três meses de intervalo entre infecção e vacina podem ser reduzidos para 28 dias em casos de necessidades urgentes, como por exemplo, por motivos de viagem urgente para o estrangeiro. Para tal, o requerente deve “apresentar um pedido no posto de vacinação e assinar in loco o termo de consentimento”.
Hoje Macau PolíticaObras Públicas | MP confirma que não recorreu O Ministério Público (MP) reconheceu não ter recorrido da decisão que condenou os ex-directores das Obra Públicas, Li Canfeng e Jaime Carion com penas efectivas de prisão de 24 anos e 20 anos, respectivamente. Numa resposta enviada ao HM, depois do fecho da última edição, o MP indicou que “não interpôs recurso em relação ao processo mencionado”. A decisão não é uma surpresa, uma vez que o colectivo de juízes liderado por Lou Ieng Ha deu praticamente como provados todos os factos que constavam da acusação apresentada pelos delegados coordenadores do MP Lai U Hou e Sio In Ha.
Hoje Macau SociedadeCrime | Mulheres burladas em 19 mil yuan Duas mulheres foram burladas em cerca de 19 mil yuan, quando tentaram comprar dois bilhetes para concertos em Hong Kong. Os casos foram anunciados ontem pela Polícia Judiciária e aconteceram nos dias 24 e 25 de Abril. A primeira vítima acedeu a uma aplicação online no dia 24 de Abril e aceitou pagar 15,6 mil de renminbis por dois bilhetes. No entanto, depois de fazer o pagamento a aplicação apresentou sempre a mensagem de “erro de operação”, levando a vítima a suspeitar de que teria sido enganada. No segundo caso, outra mulher pensava que estava a comprar dois bilhetes a outra pessoa, que mais tarde os enviaria para Macau. Porém, depois de fazer o pagamento de 2,9 mil yuan percebeu-se que o envio nunca foi feito, nem que havia intenção de fazê-lo. Os dois casos estão sob investigação.
Hoje Macau SociedadeTrânsito | Parquímetros passam todos a ser electrónicos A partir de hoje os parquímetros na região deixam de aceitar moedas e passam apenas a aceitar o pagamento com Macau Pass, Cartão de Consumo ou meios electrónicos. Os avisos para a mudança foram deixados em várias máquinas do território, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, em zonas como a Areia Preta e Três Candeeiros. A medida é aplicada numa altura em que a Assembleia Legislativa discute os regimes jurídicos da “criação e emissão monetária” e “sistema financeiro”, que obrigam os comerciantes a aceitar moedas. Contudo, o Governo vem agora permitir que a concessionária responsável pela exploração dos locais de estacionamento tenha uma excepção. Ao canal chinês da Rádio Macau, uma idosa queixou-se da medida por considerar que o sistema de pagamento electrónico é complicado. Além disso, destacou que o estacionamento era uma boa forma de gastar as moedas que recebia nas transacções normais.
Hoje Macau SociedadePJ | Pancada no casino resolvida “de acordo com a lei” A Polícia Judiciária (PJ) emitiu ontem um comunicado a explicar que uma cena de pancadaria que ocorreu num casino de Macau foi resolvida “de acordo com a lei”. Segundo um vídeo que se tornou viral nas redes sociais no domingo à noite, dois grupos de pessoas envolveram numa autêntica batalha campal à volta de uma mesa de apostas. As imagens mostram cenas violentas, com vários murros e pontapés na cabeça de um dos indivíduos, mas também cadeiras a ser atiradas pelo ar. Ontem, e algumas horas depois da divulgação das imagens, a PJ reagiu e apontou que na origem do conflito que envolveu oito pessoas esteve uma disputa sobre uma aposta. Contudo, a polícia não explicou como a situação foi resolvida. O comunicado apenas indica que as autoridades actuaram “de acordo com a lei”. No entanto, ao contrário de outras situações, não houve indicação de o caso ter sido entregue ao Ministério Público, o que dá a entender que os indivíduos não vão responder criminalmente.
Hoje Macau Manchete PolíticaXinjiang | Responsável realça felicidade sem precedentes Representantes de Xinjiang visitaram Macau. O líder do Governo da região autónoma uigur realçou a estabilidade contínua da sociedade e o sentimento de felicidade e segurança, nunca antes registado em Xinjiang. Por sua vez, André Cheong apontou ao reforço da cooperação entre as regiões Macau recebeu a visita de representantes do Governo da Região Autónoma Uigur de Xinjiang. Na passada sexta-feira, André Cheong, na qualidade de Chefe do Executivo interino da RAEM, reuniu com o presidente do governo da região uigur, Erkin Tuniyaz e o vice-secretário do Partido Comunista Chinês da região. Erkin Tuniyaz referiu que nos últimos anos, a região de Xinjiang “está virada para o desenvolvimento de alta qualidade” e o desenvolvimento da economia, metas tornadas possíveis pela “estabilidade contínua da sociedade”, refere o Gabinete de Comunicação Social (GCS). O presidente do Governo de Xinjiang afirmou ainda que a estabilidade na região abriu caminho à “união e progresso dos grupos étnicos e a um grau de sentimento de realização, de felicidade e de segurança, nunca antes registado”. No plano da cooperação entre as duas regiões, Erkin Tuniyaz salientou que Xinjiang, enquanto área central da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, tem como objectivo intensificar a cooperação com Macau no âmbito da economia e comércio, ciências e educação, cultura e turismo e sector financeiro. Litania local Por sua vez, André Cheong “apontou que Xinjiang é uma região vasta, com recursos abundantes, belas paisagens naturais e fortes costumes étnicos, enquanto que Macau possui as suas vantagens únicas, particularmente o papel, cada vez mais importante, de plataforma de serviços para a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa”. O governante local referiu que neste último aspecto, do papel de Macau enquanto plataforma, o “desempenho é progressivamente mais evidente”. O Chefe do Executivo interino sublinhou ainda que, no futuro, Macau e Xinjiang devem “aprofundar a comunicação e ligação, fortalecendo a cooperação e intercâmbio”, sem especificar em que vertentes essa colaboração será reforçada. André Cheong fez também a habitual apresentação sobre a situação socioeconómica de Macau, repetindo que “o Governo da RAEM está determinado em promover a estratégia da diversificação adequada da economia de “1+4”, bem como a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.
Hoje Macau China / ÁsiaAirbus | Aberto primeiro centro de manutenção fora da Europa A fabricante aeronáutica europeia Airbus inaugurou ontem em Chengdu, cidade situada no sudoeste da China, o seu primeiro centro de manutenção de aeronaves fora da Europa, de acordo com a imprensa estatal chinesa. As instalações, com capacidade para acolher até 125 aviões, vão prestar serviços de estacionamento, armazenamento, manutenção, atualização, modificação, desmontagem e reciclagem de todo o tipo de unidades, segundo uma nota da Airbus citada pela agência noticiosa oficial Xinhua. O centro, que ocupa 717 mil metros quadrados, é o resultado da colaboração entre a empresa aeronáutica TARMAC Aerosave e o grupo chinês Aerotropolis Xingcheng, com sede em Chengdu, a capital da província chinesa de Sichuan. No início de Abril, durante a visita oficial do Presidente francês, Emmanuel Macron, à China, a Airbus anunciou a construção de uma segunda linha de montagem de aeronaves do modelo A320 de corredor único na sua fábrica em Tianjin, no nordeste da China. A linha deve entrar ao serviço no segundo semestre de 2025, o que lhe permitirá duplicar a capacidade de produção do consórcio no país asiático, disse então o diretor- executivo da Airbus, Guillaume Faury, que integrou a delegação empresarial que acompanhou Macron na visita à China. A actual fábrica em Tianjin não chega para responder à procura do país asiático, que representa cerca de 20 por cento das entregas da fabricante europeia. A Airbus prevê que o tráfego aéreo chinês cresça a uma taxa de 5,3 por cento ao ano nos próximos 20 anos, em comparação com um aumento de 3,6 por cento, a nível mundial. A visita do Presidente francês à China também resultou na aprovação pelas autoridades chinesas para formalizar um pedido de 150 aeronaves do modelo A320 de corredor único e dez do modelo A350, de corredor duplo e de longo alcance. O consórcio aeronáutico assinou ainda um memorando de entendimento (MoU) com a China National Aviation Fuel Group (CNAF) para cooperar com vista a um maior desenvolvimento do chamado combustível de aviação sustentável (SAF), visando diminuir as emissões de carbono do sector.
Hoje Macau China / ÁsiaJulgamento de rede luso-chinesa adiado devido à greve dos funcionários judiciais O início do julgamento de uma rede luso-chinesa de tráfico e comércio ilegal de meixão (enguia bebé) para o mercado asiático foi ontem adiado no Tribunal de Aveiro, em Portugal, devido à greve dos funcionários judiciais. A primeira sessão do julgamento estava marcada para ontem de manhã, mas acabou por não se realizar devido à paralisação convocada pelo Sindicato dos Funcionários Judiciais, que se iniciou na quarta-feira e se prolonga até 05 de Maio. Esta é a terceira vez que o início do julgamento é adiado. Na primeira vez, o adiamento ficou a dever-se à impossibilidade de notificar dois dos três arguidos de nacionalidade chinesa e, na segunda, ao facto de ter sido nomeado um novo advogado para um dos arguidos que pediu prazo para preparar a defesa. No banco dos réus iriam estar sentados quatro arguidos, incluindo um cidadão chinês, que estão acusados dos crimes de associação criminosa, contrabando e dano contra a natureza. O processo tem ainda mais dois cidadãos chineses como arguidos que vão ser julgados à parte por não terem sido localizados. O caso resultou da operação “Saragaço”, levada a cabo pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) em Março de 2018, que culminou com a maior apreensão de meixão registada até então em Portugal, cerca de 600 quilogramas, avaliados num valor superior a um milhão de euros. Espécie protegida Durante a operação foram realizadas várias buscas a residências em Aveiro e Coimbra, bem como a um viveiro de aquacultura, tendo sido encontrados 28 tanques com quase 500 quilos de meixão vivo, mais de 100 quilos de meixão congelado divididos em vários sacos, cerca de 32 mil euros em dinheiro e mais de uma centena de malas de viagem. Segundo a acusação do Ministério Público (MP), consultada pela Lusa, o cabecilha da rede era um empresário chinês a residir na Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, que se dedicava à compra de meixão a apanhadores/pescadores, que depois era colocado em viveiros e enviado para o mercado asiático por via aérea, no interior de malas de viagem. A rede envolvia ainda três homens de nacionalidade portuguesa que colaboravam com o principal arguido na recolha do meixão junto dos apanhadores, transporte e colocação em viveiros, além de tratarem de questões logísticas. O MP diz ainda que o principal arguido procedeu à angariação de pessoas em países asiáticos a quem pagava todas as despesas de deslocação para Portugal e estadia em território nacional tendo como único objectivo fazerem o transporte do meixão vivo. Por forma a manter o meixão vivo durante o tempo necessário à organização das referidas viagens e até acumularem as quantidades necessárias, os arguidos utilizavam um viveiro de aquacultura e várias habitações onde montaram ou construíram tanques com água. O meixão vivo é uma espécie protegida pela convenção CITES em virtude de nos últimos anos as suas populações terem diminuído em mais de 70 por cento, tendo elevada procura nos mercados asiáticos, quer na gastronomia, quer para fins agrícolas, onde chega a atingir um preço elevadíssimo.
Hoje Macau EventosLíngua portuguesa | “Pelé” incluído no dicionário Michaelis “Pelé” tornou-se a mais recente palavra da língua portuguesa, ao ser incluída como um novo adjectivo no dicionário Michaelis, como sinónimo de “excepcional, incomparável, único”. “Aquele que é fora do comum, que ou quem em virtude de sua qualidade, valor ou superioridade não pode ser igualado a nada ou a ninguém, assim como Pelé, apelido de Edson Arantes do Nascimento (1940-2022), considerado o maior atleta de todos os tempos; excepcional, incomparável, único. Ele é o pelé do basquete. Ela é a pelé do ténis. Ela é a pelé da dramaturgia brasileira”, lê-se no texto da Michaelis. A inclusão de “Pelé” no dicionário foi o resultado de uma campanha da Fundação Pelé, que recolheu 125.000 assinaturas na Internet em poucos meses. A campanha foi apoiada pelo Santos, o clube onde “O Rei” jogou a maior parte da sua carreira desportiva, e pelo grupo de comunicação social Globo. A Academia Brasileira de Letras (ABL), que rege a língua no país onde vivem dois terços dos falantes de português, lançou o seu próprio dicionário em 2021, mas ainda não inclui a palavra “Pelé”. Edson Arantes do Nascimento ‘Pelé’, considerado por muitos como o maior jogador de futebol de todos os tempos, morreu a 29 de Dezembro de 2022 aos 82 anos de idade, como resultado da falência de múltiplos órgãos devido ao cancro do cólon de que sofria desde o ano anterior. Até agora, é o único jogador a ter ganhado três Taças do Mundo com a sua equipa nacional: Suécia 1958, Chile 1962 e México 1970.
Hoje Macau EventosPaulina Chiziane recebe prémio em Lisboa a 5 de Maio A escritora moçambicana Paulina Chiziane vai receber o Prémio Camões, atribuído em 2021, no próximo dia 5 de Maio, numa cerimónia a decorrer no Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, anunciou o Ministério da Cultura. O prémio será entregue à autora de “Balada de Amor ao Vento” e “Ventos do Apocalipse” pelas mãos do primeiro-ministro, António Costa. A entrega do galardão acontece 10 dias depois da cerimónia de entrega do Prémio Camões a Chico Buarque, vencedor em 2019. Para o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, “a entrega do Prémio Camões à escritora moçambicana Paulina Chiziane é um momento de enorme significado e enorme simbolismo para a cultura em português. É a primeira mulher negra a receber aquele que é o prémio de maior prestígio da língua portuguesa”. Na altura da atribuição do prémio, o júri, que elegeu por unanimidade a escritora moçambicana, justificou a escolha com a “sua vasta produção e recepção crítica, bem como o reconhecimento académico e institucional da sua obra”. O júri referiu também a importância que Paulina Chiziane dedica nos seus livros aos problemas da mulher moçambicana e africana, e sublinhou o seu trabalho recente de aproximação aos jovens, nomeadamente na construção de pontes entre a literatura e outras artes. Para as mulheres Após receber a distinção, Paulina Chiziane dedicou o prémio às mulheres, considerando que este serve para valorizar o papel do sexo feminino numa altura em que o seu trabalho ainda é subvalorizado. Alguns dos seus livros foram publicados em Portugal e no Brasil, e estão traduzidos em inglês, alemão, italiano, espanhol, francês, sérvio, croata. Paulina Chiziane nasceu em Manjacaze, Moçambique, em 1955. Estudou Linguística em Maputo. Actualmente, vive e trabalha na Zambézia. Ficcionista, publicou vários contos na imprensa. O seu primeiro romance, “Balada de Amor ao Vento” (1990), foi publicado após a independência do país, e é também o primeiro romance publicado de uma mulher moçambicana. “Ventos do Apocalipse”, concluído em 1991, saiu em Maputo, em 1993, como edição da autora e foi publicado em Portugal, pela Caminho, em 1999, antecedendo “Balada de Amor ao Vento”, em Portugal, pela mesma editora, em 2003. A Caminho possui aliás os títulos da autora publicados em Portugal: “Sétimo Juramento” (2000), “Niketche: Uma História de Poligamia” (2002), “O Alegre Canto da Perdiz” (2008). Da sua obra fazem igualmente parte “As Andorinhas” (2009), “Na mão de Deus” e “Por Quem Vibram os Tambores do Além” (2013), “Ngoma Yethu: O curandeiro e o Novo Testamento” (2015), “O Canto dos Escravos” (2017), “O Curandeiro e o Novo Testamento” (2018).
Hoje Macau EventosLíngua Portuguesa | “Ler em Rede” integra projecto de digitalização Plataforma “Ler em Rede”, com conteúdos em português para estudantes não nativos, e desenvolvida pelo Instituto Português do Oriente e o Camões I.P., passa a integrar o projecto de Digitalização do Ensino Português no Estrangeiro, financiado com fundos públicos e apresentado na última sexta-feira na Alemanha Criado em Macau, o plano “Ler em Rede”, desenvolvido pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), o Camões I.P. e a empresa de tecnologia OMNI, passa a integrar o projecto de Digitalização do Ensino Português no Estrangeiro (EPE), desenvolvido pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e financiado com fundos públicos do Plano de Resolução e Resiliência [PRR]. Integrada no “Ler em Rede” encontra-se a plataforma “Viagem nas Palavras”, criada pelo IPOR e que já é utilizada em várias escolas de Macau. O projecto Digitalização do EPE arrancou no dia 21 de Abril em Hamburgo, Alemanha, com a entrega dos primeiros equipamentos a professores e alunos. Esta iniciativa tem como objectivo a qualificação da rede EPE através da disponibilização de equipamentos a todos os alunos e professores para a utilização de plataformas digitais de conteúdos em língua e cultura portuguesa. “Ler em Rede” pretende ser uma ferramenta para proporcionar a todos os jovens que aprendem português no âmbito da rede EPE a possibilidade de desenvolverem competências através de experiências pedagógicas de “qualidade, diversificadas, atractivas e criativas”, sempre dentro dos moldes definidos para o ensino do idioma de Camões a estrangeiros. Esta plataforma incentiva o percurso de autoaprendizagem, podendo também ser utilizada em contexto de sala de aula, como um recurso adicional à disposição dos docentes. Três níveis, 60 unidades Organizada em três níveis etários e com 60 unidades didácticas, o “Ler em Rede” incorpora “recursos tecnológicos inovadores” que visam promover uma aprendizagem centrada nas competências de leitura, mas que potencia também as áres da compreensão do oral e da escrita. O projecto Digitalização EPE beneficia cerca de 22.000 alunos da rede de cursos extracurriculares promovidos pelo Camões, I.P. em Espanha, Andorra, França, Reino Unido, Alemanha, Luxemburgo, Bélgica, Países Baixos e África do Sul, bem como na Austrália, Canadá, EUA e Venezuela. O investimento PRR do Camões, I.P., inserido na Medida TD-C19-i01-m13, representa um investimento global de 18,9 milhões de euros.
Hoje Macau China / ÁsiaMNE chinês pede unidade entre China e Ásia Central face a transformações globais O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, defendeu ontem a unidade e cooperação entre China e países da Ásia Central, face a um cenário internacional complexo e em “profunda transformação”. Num encontro na cidade chinesa de Xi’an com representantes do Uzbequistão, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Turcomenistão, para preparar a cimeira China – Ásia Central, que se realiza em Maio, Qin lembrou que o mundo entrou num “novo período complexo e de transformações”, segundo um comunicado citado pela imprensa estatal. “Quanto mais complexa é a situação, mais devemos manter a nossa unidade”, frisou. “A China e os países da Ásia Central são bons vizinhos, amigos, parceiros e irmãos. A nossa cooperação já alcançou uma série de conquistas históricas e importantes. O desenvolvimento regional atravessa um período de vitalidade sem precedentes”, disse o ministro chinês. Qin pediu a continuação da “construção conjunta” de projetos de infraestrutura vinculados à iniciativa “Faixa e Rota”, com “altos padrões e mais intercâmbio”. “Também devemos opor-nos a quaisquer forças estrangeiras que interfiram nos assuntos dos países regionais sob qualquer pretexto”, acrescentou Qin Gang. O objectivo é “tornar a Ásia Central um local para a cooperação com benefícios mútuos, em vez de uma [arena] para jogos geopolíticos”, frisou. Preparar terreno O encontro em Xi’an visou acertar os preparativos para a próxima Cimeira China – Ásia Central, que se vai realizar naquela cidade, no próximo mês, a fim de “consolidar a confiança mútua entre todas as partes e promover a conectividade, segurança e desenvolvimento”. “Esperamos que a cimeira abra um novo capítulo nas relações e traga novas oportunidades”, disse Qin. O comunicado sublinhou ainda que os diplomatas reunidos na cidade chinesa “elogiaram” a conversa telefónica de quarta-feira entre o Presidente chinês, Xi Jinping, e o homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, “que visou pôr fim ao conflito [na Ucrânia] e retomar o diálogo para a paz”. Os países da Ásia Central desempenham um papel – chave na iniciativa ‘Faixa e Rota’, o gigantesco projecto internacional de infraestruturas lançado pela China, que prevê a construção de auto-estradas, portos ou ligações ferroviárias, visando abrir novas vias comerciais entre o leste da Ásia e a Europa. A Rússia, que desde meados do século XIX é a principal potência na Ásia Central, vê assim o seu papel ameaçado, com os seus tradicionais aliados regionais a serem cobiçados pela China, Turquia e países ocidentais. Esta tendência acelerou desde a invasão russa da Ucrânia, embora Moscovo mantenha forte influência. Nos últimos meses, além de Xi Jinping, os presidentes da Rússia e da Turquia, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, respectivamente, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, visitaram a Ásia Central. Uma cimeira ‘online’ no formato 5+1 foi organizada por Xi, em Janeiro de 2022, por ocasião do 30.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e os diferentes estados da região após a desintegração da União Soviética.