Hong Kong | Executivo mantém ligação ao dólar norte-americano

O Chefe do Executivo de Hong Kong garantiu, num excerto de uma entrevista divulgado ontem, que vai manter a moeda local ligada ao dólar norte-americano, apesar da guerra comercial entre Washington e Pequim. Em entrevista ao diário de Hong Kong South China Morning Post, John Lee Ka-chiu disse que a indexação do dólar local à moeda dos Estados Unidos tem sido “um dos factores fundamentais para o sucesso” da região.

Desde 1983, ainda antes da transição de administração do Reino Unido para a China, que o dólar de Hong Kong está ligado exclusivamente à moeda norte-americana, podendo flutuar numa faixa entre 7,75 e 7,85 unidades por dólar.

Algo que também significa que o regulador financeiro do território, a Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA, na sigla em inglês), segue as subidas e descidas da taxa de juro de referência impostas pela Reserva Federal dos Estados Unidos.

Em Maio, a HKMA teve de intervir por várias vezes no mercado, comprando um total de 16,7 mil milhões de dólares norte-americanos para enfraquecer a moeda local. Isto depois do dólar de Hong Kong ter atingido o limite superior da faixa de flutuação, devido à valorização das moedas asiáticas e ao aumento do investimento em acções listadas na bolsa da cidade.

Além de investidores estrangeiros, também os investidores da China continental têm comprado mais acções locais, em parte graças a um mecanismo, lançado em 2014, que liga as bolsas de Hong Kong e de Xangai, a ‘capital financeira’ chinesa.

Numa entrevista realizada a propósito do terceiro aniversário da sua administração, John Lee negou que o sistema financeiro dependa unicamente da ligação ao dólar dos Estados Unidos. O Chefe do Executivo prometeu criar mais produtos financeiros para reforçar o papel de Hong Kong como o maior centro mundial para negócios na moeda da China continental, o renminbi.

10 Jun 2025

Economia | Regista deflação pelo quarto mês consecutivo em Maio

O índice de preços no consumidor (IPC), o principal indicador da inflação na China, caiu pelo quarto mês consecutivo em maio, descendo 0,1 por cento em termos homólogos, o mesmo valor registado em Abril e Março.

Ainda assim, o indicador, divulgado ontem pelo Gabinete Nacional de Estatística (NBS, na sigla em inglês) do país asiático, sofreu uma queda menos acentuada do que as previsões da maioria dos analistas, que esperavam uma descida de 0,2 por cento.

Por outro lado, os analistas esperavam que os preços se mantivessem ao mesmo nível de Abril, mas a tendência mensal em Maio também foi negativa: os preços no consumidor caíram 0,2 por cento face ao quarto mês de 2025. O risco de deflação na China, a segunda maior economia do mundo, agravou-se no último ano, suscitado por uma profunda crise imobiliária, que afectou o investimento e o consumo.

A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente perigoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.

Dong Lijuan, estatístico do NBS, preferiu sublinhar que a inflação subjacente – uma medida que elimina o efeito dos preços dos alimentos e da energia devido à sua volatilidade – subiu 0,6 por cento, em termos homólogos.

“O IPC passou de alta para queda na comparação mensal, principalmente devido à queda dos preços da energia”, explicou o especialista, que insistiu que “as políticas de aumento do consumo continuam a ser eficazes, dado que os preços em algumas áreas apresentaram variações positivas”.

As autoridades da China têm sublinhado repetidamente nos últimos meses que impulsionar a fraca procura interna é uma das principais prioridades económicas para 2025, que tem sido marcado pela guerra comercial com os EUA.

9 Jun 2025

Exportações sobem menos do que esperado sob efeito da guerra comercial

As exportações da China aumentaram menos do que o esperado em Maio, de acordo com estatísticas oficiais reveladas ontem, repercutindo a diminuição do volume de mercadorias enviadas para os EUA em plena guerra comercial.

De acordo com as alfândegas chinesas, as exportações aumentaram 4,8 por cento em termos homólogos no mês passado. O valor ficou abaixo das previsões dos economistas inquiridos pela agência de notícias financeiras Bloomberg, que esperavam um crescimento de 6 por cento.

Depois de Genebra em Maio, norte-americanos e chineses iniciaram ontem uma nova ronda de conversações em Londres, com o objectivo de prolongar a trégua comercial e chegar a um acordo duradouro sobre a redução das sobretaxas aduaneiras impostas reciprocamente.

As exportações chinesas para os Estados Unidos totalizaram 28,8 mil milhões de dólares em Maio, contra 33 mil milhões de dólares em Abril, registo equivalente a uma queda de 12,7 por cento. Em contrapartida, as exportações chinesas para o Vietname aumentaram ligeiramente em Maio, atingindo 17,3 mil milhões de dólares.

Futuro incerto

“A guerra comercial entre a China e os Estados Unidos levou a uma queda acentuada das exportações para os EUA, mas isso foi compensado por um aumento das exportações para outros países”, escreve Zhang Zhiwei, economista da Pinpoint Asset Management, numa nota.

“As perspectivas comerciais permanecem muito incertas nesta fase” e podem surgir problemas “à medida que o efeito de antecipação se desvanece”, observou Zhang, referindo-se aos compradores estrangeiros que tinham aumentado as encomendas de produtos chineses em antecipação de possíveis aumentos das sobretaxas dos Estados Unidos.

No outro prato da balança comercial, as importações chinesas caíram 3,4 por cento em Maio, refletindo a fraca procura e as crescentes pressões comerciais sobre a segunda maior economia do mundo. As conversações sino-americanas em Londres marcarão as segundas negociações formais entre os dois países, desde que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou uma ofensiva comercial global em Abril.

Do lado norte-americano, a delegação incluirá o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, e o representante comercial da Casa Branca, Jamieson Greer. Tal como em Genebra, o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, lidera a delegação de Pequim.

Estas discussões seguem-se a uma troca telefónica na quinta-feira entre Donald Trump e o homólogo chinês Xi Jinping, que o Presidente dos Estados Unidos descreveu como “muito positiva”.

9 Jun 2025

Moeda | Brasil prepara emissão inédita de dívida pública em yuan na China

A guerra comercial lançada por Donald Trump leva cada vez mais países a procurarem alternativas ao dólar norte-americano

 

O Brasil pretende emitir títulos de dívida soberana no mercado chinês ainda este ano, numa operação inédita, quando o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforça os laços comerciais e de investimento com a China.

Brasília planeia emitir títulos denominados na moeda chinesa, o yuan, no mercado de capitais da China continental, e quer também regressar ao mercado de obrigações denominadas em euros, revelou ontem o secretário-adjunto do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, citado pelo jornal britânico Financial Times.

“A ideia é que, ainda este ano, façamos uma nova emissão sustentável em dólares, como no ano passado, além de emissões na Europa e ‘obrigações panda’ na China”, afirmou Durigan, em entrevista ao FT. “A União Europeia quer negociar com o Brasil a expansão do comércio bilateral, tanto em termos de transações como também possibilitando ao Brasil a opção de emitir dívida na Europa”, acrescentou. “O mesmo pode acontecer com a China”, frisou.

O Governo brasileiro tem vindo a reforçar os laços comerciais com Bruxelas e a consolidar relações com Pequim, num contexto da guerra comercial lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O bloco sul-americano Mercosul, do qual o Brasil faz parte, espera que o aguardado acordo comercial com a União Europeia seja aprovado até ao final do ano.

Na quinta-feira, Lula reuniu-se com o Presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris, e apelou ao apoio de Paris ao acordo. Macron tem resistido à ratificação do tratado, alvo de forte oposição por parte dos agricultores franceses.

Os planos para emitir títulos de dívida soberana na China surgem num momento em que o Governo brasileiro procura atrair mais investimento do país asiático, que é de longe o maior parceiro comercial do Brasil. A China está igualmente a tentar reforçar a sua influência económica na América Latina.

A operação testará também o apetite dos investidores internacionais pela dívida brasileira, num contexto de crescente cepticismo face à política económica de Lula, que tem apostado num maior papel do Estado na economia para impulsionar o crescimento e reduzir a desigualdade. A estratégia de aumento da despesa tem gerado críticas entre empresários, que acusam o Governo de agravar a inflação, elevar as taxas de juro e colocar em risco a sustentabilidade da dívida pública.

Jogo do mercado

Esta semana, o Brasil colocou 1,5 mil milhões de dólares em obrigações a cinco anos com uma taxa de juro de 5,68 por cento e 1,25 mil milhões de dólares em dívida a dez anos a 6,73 por cento, na segunda emissão de dívida ‘offshore’ em 2025.

Os custos de financiamento no Brasil aumentaram depois de o banco central ter elevado a taxa diretora para 14,75 por cento, numa tentativa de conter a inflação. Os críticos acusam o Executivo de Brasília de não agir com firmeza para resolver o défice orçamental crónico e o crescimento da dívida.

A agência Moody’s elevou o ‘rating’ de longo prazo do Brasil em Outubro passado para um nível abaixo do grau de investimento, o que permitiu acesso a capital mais barato. No entanto, em Maio, a agência reviu em baixa a perspectiva de positiva para estável, citando progressos mais lentos do que o esperado na política orçamental.

9 Jun 2025

SMG | Nova tempestade tropical daqui a três dias

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) anunciaram ontem a ocorrência, no prazo de três dias, de uma tempestade tropical que deverá passar pela ilha de Hainão e zona oeste da província de Guangdong, tendo origem num sistema de baixas pressões no Mar do Sul da China.

Prevê-se que este sistema se intensifique dentro de dois dias, e que deverá deslocar-se em direcção à região entre a Ilha de Hainan e a província de Guangdong (Oeste) até ao final da semana, podendo trazer chuvas fortes, ventos intensos e agitação marítima. Entretanto, os SMG apontam para a previsão de tempo muito quente para hoje, com céu geralmente pouco nublado e vento fraco.

As temperaturas devem oscilar entre os 27 e 33ºC, sendo que a humidade relativa no ar se deverá situar entre os 65 e 95 por cento. Já ontem, os SMG explicavam no seu website que estas temperaturas se devem à influência “de um anticiclone em grande altitude”.

9 Jun 2025

Reciclagem | Associação ecológica defende incentivos e multas

A Associação de Ecologia de Macau espera que o Governo crie um mecanismo de incentivos e penalizações para promover a reciclagem de resíduos, depois de o Relatório do Estado do Ambiente de Macau 2024 ter demonstrado que não só aumentou a produção de resíduos per capita, como também diminuiu o volume de resíduos recicláveis recolhidos, que passou de uma taxa de 24,5 por cento em 2021 para 21,7 por cento no ano passado.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o vice-presidente da associação Joe Chan destacou a falta de eficácia da reciclagem, algo que só com pode ser alterado com incentivos. Para tal, refere que as leis devem ser alteradas para incentivar a redução de resíduos e a separação de lixo e que se devem cobrar multas para quem não separa o lixo.

O ambientalista argumentou que desde a pandemia, as entregas ao domicílio de refeições e bebidas aumentaram consideravelmente, assim como as encomendas de taobao, criando mais lixo e subcarga para o tratamento de resíduos. Joe Chan acha também que o programa de pontos verdes não é aliciante.

9 Jun 2025

Rua da Tercena | Edifício em ruínas demolido

Membros da Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) executaram “recentemente” uma ordem de demolição de um edifício em ruínas na Rua da Tercena.

Segundo um comunicado desta entidade, “verificaram-se o desmoronamento da cobertura e a acumulação de grande quantidade de materiais diversos no edifício em ruína”, sendo que depois de uma vistoria se confirmou que o edifício em questão corria o risco de queda, “tendo sido remitido um ofício e publicado um edital a exigir aos proprietários a contratação de profissionais qualificados dentro do prazo fixado para a elaboração dos projectos de obra e trabalho de demolição”.

Porém, o prazo concedido pela DSSCU terminou sem que os proprietários do prédio tenham agido em conformidade com o pedido, pela que a DSSCU procedeu à demolição do edifício, sendo as despesas correspondentes imputadas aos responsáveis, é explicado.

Segundo o Regime jurídico da construção urbana, de 2021, “os proprietários dos edifícios devem assumir a responsabilidade de reparar e conservar o edifício”, estando estipulado que “decorridos 10 anos após a emissão da licença de utilização e em cada cinco anos subsequentes, devem proceder à obra de reparação e conservação do mesmo”.

9 Jun 2025

TSI | Creche Smart vence caso judicial contra IAS

A Zonta Club de Macau, responsável pela gestão da creche Smart, venceu o primeiro caso no Tribunal de Segunda Instância (TSI) para evitar o fim do financiamento pelo Instituto de Acção Social (IAS). A decisão foi tomada na semana passada e divulgada pela associação, através de um comunicado nas redes sociais.

A creche Smart é financiada pelo IAS, mas desde Março que foi tornado público que o Governo pretendia cortar todo o financiamento e recuperar as instalações e equipamentos onde funciona a instituição. Os motivos nunca foram revelados publicamente, com o IAS a limitar-se a responder que se devia a falta de acordo sobre certos detalhes contratuais.

No entanto, a associação recusou sempre este desfecho e avançou para os tribunais. Na semana passada, o TSI decidiu a favor da associação: “Em nome do Zonta Club de Macau, recebemos a decisão final do tribunal com gratidão e vamos respeitá-la. Apelamos ao presidente do Instituto de Acção Social que execute imediatamente a ordem do tribunal, cumpra as principais responsabilidades do Instituto de Acção Social, preste assistência ao funcionamento da creche e pare de gastar os fundos públicos em processos judiciais desnecessários”, reagiu a associação, através da director da Creche, Christiana Ieong Pou Yee.

A Zonta Club de Macau admite que todo o caso tenha sido criado devido à intervenção pessoal do presidente do IAS, Hon Wai, mas pede-lhe que tenha em conta que a continuação da batalha jurídica só vai gastar mais fundos públicos. A direcção da associação lamentou também que o novo Governo tivesse de “gastar demasiada energia” com problemas do passado.

No fim-de-semana, o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) também admitiu estar a analisar uma queixa contra a decisão do IAS. No entanto, Ao Ieng Song, em declarações à imprensa em língua chinesa, recusou entrar em pormenores, uma vez que o caso se encontra a ser analisado.

9 Jun 2025

Ensino Superior | Candidaturas a bolsas de estudo abrem a 23 de Junho

As candidaturas para os três planos do “Programa de bolsas de estudo para o ensino superior” do Fundo Educativo para o próximo ano lectivo abrem a 23 de Junho. A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) anunciou ontem que os interessados podem submeter as suas inscrições através da aplicação para telemóvel da “Conta Única de Macau”, ou do website da DSEDJ.

O Fundo Educativo vai organizar uma sessão de esclarecimento no próximo sábado, na Escola Secundária Luso-Chinesa de Luís Gonzaga Gomes, para dar a conhecer as bolsas de mérito e de estudo, assim como as condições de candidatura. Os estudantes interessados podem inscrever-se nas escolas que frequentam.

As bolsas de estudo abrangem cursos do ensino superior, desde os pré-universitários aos de doutoramento. A bolsa-empréstimo destina-se a apoiar estudantes com dificuldades económicas, enquanto as bolsas de mérito têm como destinatários “alunos com excelentes resultados académicos”, com bases nos resultados do último ano lectivo. Será também atribuída uma bolsa para alunos que prossigam estudos em Portugal e uma para estudos em áreas especializadas, como big health, finanças modernas, tecnologia de ponta, cultura, turismo, convenções e exposições.

9 Jun 2025

CCAC recebeu mais de 50 denúncias relacionadas com as eleições

O Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) recebeu mais de 50 queixas relacionadas com as eleições para a Assembleia Legislativa de 14 de Setembro, das quais 17 estão a ser investigadas pelas autoridades. A informação foi revelada pela comissária Ao Ieng Song, em declarações à imprensa em língua chinesa, citadas pelo jornal Ou Mun.

Entre as queixas recebidas, a responsável do CCAC confirmou que houve denúncias de corrupção eleitoral visando a compra de votos. No entanto, Ao Ieng Song recusou divulgar mais pormenores sobre as queixas, por se encontrarem sob investigação.

Apesar disso, a comissária abordou as queixas públicas de que houve associações a entregar dinheiro aos residentes para assinarem os formulários de constituição das comissões de candidaturas. Cada lista precisa de recolher pelo menos 300 assinaturas de residentes, e um máximo de 500 assinaturas. Cada residente apenas pode assinar por uma comissão eleitoral, e sem as assinaturas não é possível apresentar uma lista para participar nas eleições.

Ao Ieng Song confirmou que houve várias associações a entregarem dinheiro a diferentes pessoas, relacionada com apoios aos familiares de falecidos, ou no âmbito das celebrações do Ano Novo Chinês, mas excluiu a existência de corrupção ou outras ilegalidades. Segundo a responsável, as entregas denunciadas publicamente aconteceram ainda antes do período de recolha das assinaturas para a constituição das comissões eleitorais.

Avisos à navegação

Apesar de dar a bênção ao comportamento destas associações, Ao Ieng Song avisou para que tenham cuidado e que as actividades viradas para o bem-estar da população não devem ser associadas às actividades eleitorais que também desenvolvem.

Além disso, a comissária contra a Corrupção defendeu que o CCAC tem um mecanismo de protecção muito completo para receber as queixas sobre potenciais casos de corrupção durante a campanha eleitoral. Ao Ieng Song pediu também aos residentes que tenham conhecimento de casos de compra de votos que apresentem queixa.

9 Jun 2025

Melco e SJM anunciam encerramento de casinos-satélite

A empresa Melco Resorts and Entertainment anunciou ontem que irá encerrar até ao final deste ano um casino e três salas de máquinas de jogo em Macau, mas prometeu não despedir qualquer trabalhador. Num comunicado, a Melco indicou que o casino Grand Dragon e três das seis salas de jogos electrónicos, conhecidas como Mocha Clubs, “cessarão as suas operações antes do final de 2025”.

Os funcionários “serão destacados para trabalhar noutras propriedades da empresa em Macau, o que garantirá a continuidade do seu emprego”, sublinhou a operadora. Também as mesas de jogo do casino Grand Dragon e as máquinas de jogos electrónicos serão “transferidas e continuarão a operar noutros casinos ou áreas de jogo da empresa em Macau”, referiu a Melco.

A Melco anunciou que irá pedir ao Governo para continuar a operar as outras três salas de máquinas de jogo Mocha Clubs. O Grand Dragon e os Mocha Clubs são as únicas propriedades da Melco sob o modelo conhecido como ‘casino-satélite’, em que os espaços são geridos por outras empresas, que pagam à concessionária uma percentagem das receitas.

SJM também fecha

Nove dos 11 ‘casinos-satélite’ actualmente em operação estão sob a alçada da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), que também anunciou, em comunicado, mais encerramentos.

Na nota enviada às redacções, lê-se que vão fechar portas os casinos-satélite Casa Real, Emperor Palace, Fortuna, Grand View, Kam Pek Paradise, Landmark e Legend Palace, sendo que as operações continuam até ao término dos contratos em vigor. Em relação aos espaços de jogo da Ponte 16 e L’Arc, o conselho de administração da SJM Resorts vai “adquirir as propriedades onde se localizam o casino L’Arc e o casino Ponte 16”, tendo em conta “o alinhamento com os objectivos de longo prazo da SJM Resorts, a competitividade global do grupo

e as localizações estratégicas dos casinos satélite”. A mesma nota dá conta que “as negociações relativas às potenciais aquisições ainda não foram iniciadas e não foram celebrados acordos vinculativos”.

A operadora de jogo diz estar “empenhada em salvaguardar o emprego local em Macau”, referindo que “todos os residentes de Macau que trabalham actualmente nos casinos-satélite com encerramento previsto, independentemente de

serem empregados directamente pela SJM Resorts ou por seus parceiros terceirizados, receberão ofertas de emprego dentro do portfólio de propriedades da SJM Resorts”. Além disso, “aqueles que são funcionários da SJM Resorts irão manter os empregos e serão relocados para funções semelhantes relacionadas com o jogo em outros casinos, com base nas necessidades operacionais”, sendo que “os funcionários da SJM Resorts que sejam residentes também serão convidados a candidatar-se a cargos adequados no grupo”.

A SJM Resorts explica ainda que “não espera que a reestruturação tenha qualquer efeito adverso significativo nas operações, liquidez ou rentabilidade do grupo”.

9 Jun 2025

Myanmar | Xi manifesta vontade de “acelerar cooperação”

O Presidente chinês, Xi Jinping, enviou ontem uma mensagem ao chefe da junta militar de Myanmar, Min Aung Hlaing, expressando a vontade de “acelerar a cooperação de alta qualidade” entre a China e a antiga Birmânia.

Xi sublinhou que a amizade entre a China e Myanmar “resistiu ao teste do tempo e saiu reforçada”, segundo um comunicado divulgado no âmbito do 75.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas bilaterais, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

“Os dois países mantiveram uma boa vizinhança, aprofundaram a cooperação mutuamente benéfica e apoiaram-se firmemente nas questões relacionadas com os respectivos interesses fundamentais e preocupações essenciais, dando assim um excelente exemplo de intercâmbio amigável entre nações”, afirmou o chefe de Estado chinês.

A China atribui “grande importância” ao desenvolvimento dos laços com Myanmar e está disposta a trabalhar com o país, utilizando o 75.º aniversário dos laços diplomáticos “como uma oportunidade para acelerar a cooperação de alta qualidade no âmbito da Faixa e da Rota”, disse ainda Xi.

O Presidente chinês reuniu-se com Min Aung Hlaing no dia 09 de Maio em Moscovo, no que se acredita ter sido o primeiro encontro pessoal entre os dois desde o golpe de Estado levado a cabo pela Junta Militar em 01 de Fevereiro de 2021, com a prisão do Presidente eleito Win Myint, assim como da ex-lider do partido no Governo, Aung Suu Kyi, e de outros governantes e políticos.

Embora as trocas diplomáticas entre Myanmar e a China não tenham sido interrompidas pelo golpe, tornaram-se mais públicas ao longo dos anos, tal como a mediação de Pequim no conflito.

9 Jun 2025

Hong Kong usa IA para prever riscos de Alzheimer através de imagens da retina

Um centro de saúde de Hong Kong desenvolveu um sistema que utiliza tecnologias de inteligência artificial (IA) para prever o risco de doença de Alzheimer através da análise de imagens da retina, um avanço pioneiro no mundo.

O sistema analisa de forma não invasiva as imagens do fundo do olho, detectando alterações precoces nos vasos sanguíneos e nos nervos da retina que podem estar relacionadas com a doença de Alzheimer, permitindo identificar potenciais casos de risco anos antes do aparecimento de sintomas clínicos.

O Humansa Medical Center, um centro de saúde centrado na longevidade, desenvolveu o sistema em colaboração com a i-Cognitio Sciences, uma empresa de tecnologia oftalmológica da Universidade Chinesa de Hong Kong (CUHK).

A inteligência artificial da i-Cognitio foi validada com um vasto conjunto de dados, que inclui quase 13.000 imagens do fundo de olhos de 648 pacientes diagnosticados com Alzheimer e mais de 3.000 indivíduos com cognição normal.

Um estudo publicado em 2022 na revista Lancet Digital Health demonstrou que a tecnologia de inteligência artificial desenvolvida para a detecção do risco de Alzheimer atinge uma precisão de 80 por cento a 92 por cento em populações multiétnicas de diversos países.

A demência afecta cerca de um terço das pessoas com mais de 85 anos na região Ásia-Pacífico, segundo dados recentes. Em Hong Kong, a demência afecta 10 por cento da população com mais de 70 anos e a doença de Alzheimer é responsável por mais de metade dos casos diagnosticados.

Estudos científicos sublinham que até 45 por cento dos casos de demência poderiam ser evitados ou retardados através de intervenções precoces, salientando a importância da detecção precoce para atenuar o impacto da demência na população.

No entanto, os testes cognitivos convencionais e a imagiologia estrutural do cérebro apresentam uma precisão limitada, ao passo que os métodos avançados, como o PET amiloide e a análise do líquido cefalorraquidiano, são invasivos e menos acessíveis à população em geral.

Acção crucial

Neste contexto, este estudo desenvolveu um modelo baseado na aprendizagem profunda com uma abordagem que promete oferecer “uma solução simples, de baixo custo e pouco trabalhosa” para identificar potenciais doentes em ambientes comunitários e proporcionar uma precisão e sensibilidade adequadas.

Num esforço para realçar a relevância da IA no diagnóstico e nos cuidados de saúde do cérebro, Vincent Mok, director e fundador da i-Cognitio, destacou o papel fundamental da retina como janela para o cérebro. Segundo Mok, “através da fotografia do fundo do olho não invasiva, é possível identificar alterações nos vasos sanguíneos da retina e nos nervos da retina ligados à doença de Alzheimer”.

O especialista explicou que essas alterações na retina podem manifestar-se entre 10 a 15 anos antes que os sintomas clínicos da Alzheimer sejam evidentes, o que representa uma oportunidade crucial para uma intervenção precoce.

9 Jun 2025

Vice-primeiro-ministro chinês em Londres pra debater tarifas com os EUA

O vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, vai liderar a delegação chinesa nas negociações comerciais com representantes dos Estados Unidos, amanhã em Londres, anunciou sábado o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Num comunicado citado pela agência espanhola de notícias Efe, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês indicou que He Lifeng visitará o Reino Unido de 08 a 13 de Junho “a convite do governo britânico” e aproveitará a sua estadia no país para participar na “primeira reunião do mecanismo de consulta económica e comercial China-Estados Unidos”.

He, muito próximo do Presidente da China, Xi Jinping, foi encarregado de liderar as negociações comerciais realizadas no mês passado em Genebra com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que terminaram com uma trégua tarifária entre as duas potências.

O anúncio foi feito um dia depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter antecipado que a reunião sobre tarifas entre delegados comerciais dos EUA e da China, acordada na quinta-feira numa chamada telefónica com Xi Jinping, vai realizar-se esta segunda-feira, em Londres.

A conversa entre os dois líderes ocorreu depois de, na semana passada, Trump ter acusado a China, sem dar detalhes, de violar o acordo bilateral de pausa tarifária alcançado em maio, após o encontro em Genebra. Pequim respondeu argumentando que foi Washington quem violou o acordo, ao impor novas restrições sobre chips e o cancelamento de vistos para estudantes chineses, anunciado na semana anterior.

Guerra aberta

Os dois países tinham iniciado uma escalada de tarifas no dia seguinte ao anúncio feito por Trump, no início de Abril, das suas tarifas ditas “recíprocas”, impondo pelo menos 10 por cento sobre todos os produtos que entram nos Estados Unidos, independentemente da sua origem.

Os produtos chineses foram sujeitos a uma sobretaxa de 34 por cento, para além dos 20 por cento impostos no âmbito da luta contra o tráfico de fentanilo, um opiáceo que está a provocar uma grave crise sanitária nos Estados Unidos, e dos direitos aduaneiros que existiam antes da reeleição de Donald Trump.

Pequim retaliou com tarifas equivalentes, o que levou a uma guerra aduaneira com Washington, atingindo 125 por cento e 145 por cento, respectivamente, sobre os produtos de cada país, provocando um forte abrandamento do comércio entre os dois gigantes.

9 Jun 2025

Hong Kong | Descartada retaliação tarifária que comprometa “ADN de sucesso”

John Lee defende o estatuto da região administrativa especial como um porto livre e quer diversificar o mercado do território afastando-o cada vez mais dos Estados Unidos

 

O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, afirmou que as tensões entre Pequim e Washington não farão a cidade adoptar medidas de retaliação, que comprometeriam o seu “ADN de sucesso” e estatuto de zona portuária livre. Em entrevista ao diário de Hong Kong South China Morning Post, no terceiro aniversário da sua administração, Lee afirmou que o seu governo preparou “planos de contingência para os piores cenários”.

Garantiu também que está a tentar contrariar o impacto das taxas aduaneiras impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à China, que também afectam a região administrativa especial chinesa, apesar do regime “um país, dois sistemas”.

O líder de Hong Kong reafirmou que a metrópole manterá o seu estatuto de porto livre e excluiu a possibilidade de medidas de retaliação contra os EUA, mesmo que as relações entre Pequim e Washington se deteriorem. Lee rejeitou que esta atitude seja “passiva”, defendendo a estratégia como forma de preservar o estatuto económico de Hong Kong.

De acordo com a Lei Básica de Hong Kong, a mini-constituição que rege a cidade, a região manterá o seu papel de território aduaneiro independente da China e não imporá tarifas a não ser que a lei estipule o contrário, consolidando a posição de porto livre.

Por outras águas

Lee afirmou ainda que, nos dois anos que restam do seu mandato, o Governo de Hong Kong intensificará as medidas de diversificação dos mercados em benefício das empresas locais, reduzindo a exposição das mesmas aos Estados Unidos e incentivando a expansão para “oceanos azuis”, em regiões económicas de elevado potencial, como o Sudeste Asiático e o Médio Oriente.

“Com 180-190 economias globais, as oportunidades são vastas. Estamos a falar de reorientar estratégias, desenvolver novas capacidades e forjar alianças estratégicas”, afirmou, sublinhando a necessidade de consolidar a posição de Hong Kong enquanto centro financeiro e comercial mundial face às tensões geopolíticas.

Os Estados Unidos são o segundo maior mercado de exportação de Hong Kong, com um volume de 37,9 mil milhões de dólares em mercadorias em 2024, liderado por equipamentos e peças de telecomunicações e seguido por computadores, pedras preciosas, jóias, semicondutores e válvulas e tubos electrónicos.

9 Jun 2025

Fronteiras | Número de entradas e saídas ultrapassou 100 milhões

Desde o início do ano até às 14h de sábado, as autoridades contabilizaram 100 milhões de entradas e saídas nas fronteiras de Macau. Segundo os dados revelados ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública, a fasquia dos 100 milhões de movimentos fronteiriços ocorreu 18 dias mais cedo do que no ano passado.

As autoridades acrescentam que foi assim “batido mais uma vez novo recorde de tempo mais curto a atingir as cem milhões de passagens fronteiriças, com uma média diária de 0,6 milhões entradas e saídas de Macau, representando um aumento de 10,8 por cento em relação ao mesmo período do ano passado”.

O CPSP destaca também que o volume de passageiros/passagens no Posto Fronteiriço das Portas do Cerco ultrapassou 50 milhões no dia 30 de Maio, e que os postos de Hengqin e da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau atingiram o “fluxo anual de 10 milhões passagens fronteiriças, sucessivamente em 7 e 9 de Maio, mais cedo que o ano anterior”.

Os 100 milhões de entradas e saídas, cerca de 36,2 milhões foram residentes de Macau, enquanto os movimentos fronteiriços de visitantes chegaram quase aos 34 milhões. Desde o início do ano, até ao passado sábado, 25,9 milhões de trabalhadores não-residentes e familiares entraram e saíram de Macau.

O CPSP explica o aumento do fluxo de pessoas nas fronteiras este ano com o “impulso das políticas favoráveis a Macau como ‘uma entrada por semana’, ‘um visto de múltiplas entradas’ e ‘Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong’”.

9 Jun 2025

Facilitada entrada a estrangeiros através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau

O Corpo de Polícia de Segurança Pública anunciou que os turistas de 82 países, incluindo Portugal, Brasil e Cabo Verde, poderão entrar na região através da maior ponte marítima do mundo, sem precisar de sair do veículo.

A medida entra hoje em vigor na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e abrange todos os visitantes dos 82 países isentos de visto de entrada, disse o CPSP. Num comunicado divulgado na quinta-feira, a polícia adiantou que todos os turistas estrangeiros “munidos de passaporte válido”, independentemente da nacionalidade, poderão sair de Macau e entrar na ponte sem sair do veículo.

O objectivo da polícia é “promover o intercâmbio cultural internacional e ajudar Macau a tornar-se uma plataforma aberta ao exterior (…) e uma janela importante para o intercâmbio entre as civilizações chinesa e ocidental”. A polícia acrescentou que a medida, que abrange os veículos que possam transportar até nove pessoas, foi decidida “após uma avaliação aprofundada da procura de entrada e saída” no posto fronteiriço da ponte.

Para a outra margem

A Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, a mais longa travessia marítima do mundo, registou mais de 172 mil passageiros estrangeiros até ao final de Abril, um aumento de 70 por cento em comparação com o mesmo período de 2024. “Este aumento deve-se em grande parte à expansão das políticas de isenção de visto pela China, sendo que o posto fronteiriço terrestre de Zhuhai é o único no território continental chinês que oferece acesso rodoviário directo ao Aeroporto Internacional de Hong Kong”, avançou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

No final de Abril, o secretário para a Segurança de Macau anunciou planos para acelerar o controlo fronteiriço de visitantes estrangeiros, sem estatuto de residente ou autorização de trabalho, através da utilização de canais electrónicos automáticos. As autoridades irão expandir os equipamentos de auto-serviço para o Sistema de Recolha de Dados Biométricos, que passará a aplicar-se a todos os visitantes estrangeiros, explicou Wong Sio Chak.

O secretário acrescentou que o Governo irá estudar a extensão da tecnologia de reconhecimento por íris nos controlos fronteiriços a não residentes em 2025.

9 Jun 2025

DSAMA | Arrancam passeios marítimos de fim-de-semana

O “Passeio marítimo no período de defeso de pesca 2025”, organizado pela Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores de Macau, foi oficialmente inaugurado no sábado. Até 20 de Julho serão operadas três viagens marítimas diárias aos sábados e aos domingos, entre a doca da Ilha Verde e as águas próximas de Shizimen. As viagens, que duram cerca de uma hora e meia, têm partidas às 10h30, 14h30 e 16h30.

Os passeios custam 40 patacas por pessoa e estão limitados ao número máximo de 26 passageiros, sendo que cada pessoa só pode comprar um máximo de quatro bilhetes. A embarcação usada nos passeios é um barco tradicional de pesca de madeira com comprimento de cerca de 31 metros.

Num comunicado divulgado no sábado, a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) refere que o “itinerário permite ao público apreciar a paisagem do Porto Interior, das pontes e da modernização da zona comercial de Shizimen”.

A bordo da embarcação são exibidos aparelhos e equipamentos de pesca, assim como modelos de barco. Durante a viagem, os pescadores vão demonstrar técnicas tradicionais de tecelagem e partilhar histórias pessoais sobre a profissão. Os passeios contam o apoio da DSAMA e das concessionárias Galaxy, Melco, MGM e SJM.

9 Jun 2025

MUST | Sam Hou Fai promete ambiente favorável

O Chefe do Executivo discursou no sábado na cerimónia de graduação 2025 da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), prometendo que o Governo, “em colaboração com todos os sectores da sociedade, irá proporcionar mais oportunidades, um palco maior e um ambiente mais favorável para os estudantes e a geração jovem desenvolverem os seus talentos, trabalharem, criarem os seus próprios negócios e concretizarem as suas aspirações”.

Além do sucesso profissional, Sam Hou Fai expressou o desejo de que “o espírito patriótico e amor a Macau continue a ser transmitido de geração em geração, e que o princípio de ‘Um País, Dois Sistemas’ prossiga”.

Sam Hou Fai salientou o estímulo dado pelo Presidente Xi Jinping, que visitou a MUST em Dezembro do ano passado, trocando impressões com professores, estudantes e investigadores da universidade, e dando “orientações e atenção valiosas”.

9 Jun 2025

Ouro | Governo prepara nova lei para comércio

O Conselho de Consumidores começou a ouvir os comerciantes de ouro com o objectivo de alterar a legislação em vigor. A informação foi divulgada através de uma nota de imprensa.

“À medida da evolução das técnicas no sector e da mudança dos modelos de consumo nos anos recentes, o CC propõe a optimização do regime jurídico dos artigos de ouro de Macau, no sentido de permitir que o sector corresponda às necessidades reais no desenvolvimento do mercado, aumentando a sua competitividade e protegendo os direitos e interesses do consumidor”, foi explicado.

Houve assim três sessões de consulta com os comerciantes, embora as datas não tenham sido reveladas. O objectivo passa também por fazer com que Macau seja um centro mundial para a compra e venda de ouro. “O CC procedeu à organização e à análise das respectivas opiniões e irá optimizar o regime jurídico […] conforme a situação real, de maneira de contribuir para o posicionamento de Macau enquanto Centro Mundial de Turismo e Lazer”, foi acrescentado.

9 Jun 2025

Eleições | Listas candidatas caem para menos de metade

A comissão eleitoral recebeu até ao final do prazo nove pedidos de candidatura por sufrágio directo ao parlamento de Macau, menos de metade do que nas anteriores eleições, em 2021. O próximo passo será a apresentação das listas de candidatos e programas políticos até 26 de Junho

 

A Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) recebeu nove pedidos de listas candidatas às próximas eleições legislativas, menos de metade das listas que tentaram participar no acto eleitoral de 2021. Há quatro anos, houve 19 listas de candidatos à Assembleia Legislativa (AL), embora cinco listas e 21 candidatos – 15 dos quais pró-democracia -, tenham depois sido excluídos por “não defenderem a Lei Básica” e não serem “fiéis à RAEM”.

Num comunicado divulgado na sexta-feira, a comissão eleitoral sublinhou que, após terminar o prazo para a apresentação de pedidos, as comissões de candidatura que foram reconhecidas poderão apresentar a lista de candidatos e programa político até 26 de Junho. A lista apenas será “definitivamente admitida” para as eleições “após passar a verificação” dos candidatos, sublinhou o órgão eleitoral.

A Comissão de Defesa da Segurança do Estado irá determinar “se os candidatos defendem a Lei Básica e são fiéis” à RAEM e emitir um parecer vinculativo, do qual “não cabe reclamação nem recurso contencioso”.

Esta Comissão de Defesa da Segurança do Estado irá anunciar, o mais tardar, até 15 de Julho, a decisão sobre a verificação da lista de candidatos para as legislativas, marcadas para 14 de Setembro. A comissão eleitoral prometeu aplicar “de forma rigorosa” a nova lei eleitoral, aprovada depois das exclusões de 2021, “que visa uma maior implementação do princípio ‘Macau governada por patriotas'”.

Em bom português

Na terça-feira, ao apresentar o seu pedido de candidatura, o deputado português José Pereira Coutinho garantiu estar confiante de que não será desqualificado, apesar de ser – juntamente com o deputado Ron Lam – uma das poucas vozes críticas do Governo na AL.

“O facto de ser crítico não significa que não sou patriota, eu também sou patriota”, disse o antigo candidato à Assembleia da República portuguesa, em 2015, pelo partido Nós Cidadãos.

“Nós temos aqui trabalhado sempre para o bem de Macau e para o bem dos cidadãos de Macau”, acrescentou Pereira Coutinho. Trinta e três deputados integram a AL, sendo que 14 são eleitos por sufrágio directo, 12 por sufrágio indirecto, através de associações, e sete são nomeados posteriormente pelo chefe do Governo local.

No caso do sufrágio indirecto, a comissão eleitoral disse ter recebido seis pedidos de candidatura, mais um do que em 2021, para os cinco sectores: industrial, comercial e financeiro; trabalhadores; profissionais liberais; serviços sociais e educacional; e cultural e desportivo. Há quatro anos, as 19 listas iniciais de candidatos por sufrágio directo contavam com três lusodescendentes.

Dois deles, José Pereira Coutinho e Lídia Lourenço, estavam na lista da Nova Esperança, ligada à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau. O terceiro, o arquitecto Rui Leão, secretário-geral da União Internacional de Arquitectos, integrou a lista Observatório Cívico, encabeçada pela então deputada Agnes Lam.

Pereira Coutinho não revelou a composição da lista, mas garantiu a presença de Rita Santos, que pediu em Outubro a suspensão do mandato de conselheira das Comunidades Portuguesas para preparar as eleições. Pereira Coutinho renunciou em 2021 ao mandato de conselheiro das Comunidades Portuguesas, para o qual tinha sido eleito em 2015, pelo círculo da China, Macau e Hong Kong.

9 Jun 2025

Camões foi “grande ‘amador'” de Moçambique, influenciando a sua poesia

O académico Lourenço do Rosário destacou na sexta-feira que Luís de Camões influenciou poetas moçambicanos como um “grande ‘amador’”, pedindo mais pesquisas para descobrir um Camões acolhido na Ilha de Moçambique, no norte do país.

“Camões foi um grande amador, gostava muito de mulheres e uma das razões de ele estar sempre na prisão era exactamente porque ele tinha vários problemas com mulheres, sobretudo casadas (…). Ele chega em 1567, não tinha dinheiro para continuar a viagem para Portugal, não tinha dinheiro também para viver na Ilha de Moçambique”, descreveu o académico moçambicano Lourenço do Rosário, em declarações à imprensa, após proferir a palestra da abertura do segundo congresso sobre os 500 anos de Camões.

Moçambique acolhe o segundo congresso dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, dando ênfase à relação do poeta português com o oceano Índico e o território moçambicano. Lourenço do Rosário, ensaísta e professor de literatura, disse que Camões foi acolhido “no Macúti”, casas construídas com material local, “pelas mulheres muthianas” (mulher, na língua local de Nampula), quando chegou à Ilha de Moçambique.

“Ele faz aquele poema ‛Endechas a Bárbara Escrava’, que é um dos mais lindos poemas que escreveu sobre mulheres, portanto Camões sabia cantar a mulher”, acrescentou Lourenço do Rosário.

“Uma obrigação”

O ex-reitor da Universidade Politécnica de Maputo e também membro de júri do Prémio Leya criticou Portugal por não valorizar os feitos de Camões para o império português do Oriente, defendendo que não se pode “alienar esta realidade” de que o poeta “começou a escrever e terminou as suas obras em Moçambique”.

“Então, temos essa obrigação de resgatar essa leitura de Camões e ir ver o que ele de crítico tinha em relação à presença de Portugal no império do oriente”, disse o professor, pedindo pesquisa para assegurar a presença de Camões nas escolas a partir da sua ação no oriente.

A partir dessa perspectiva, Lourenço do Rosário lembrou também que Camões deve ser visto em Moçambique como alguém que foi “preso, expulso e degredado”, que lutou como militar e viveu pobre, tendo passado por “privações” no Oriente, antes de Portugal o apresentar ao mundo como um “grande poeta português”.

Lourenço do Rosário pediu mais pesquisas para influenciar as decisões políticas face à presença de Camões nos programas de ensino no país. “É preciso valorizar aquilo que é nosso, e Camões é nosso, porque ele escreveu aqui”.

“Há toda uma geração, grupo de [Eduardo] White, Nelson Saúte, Rui Knopfli, sobretudo os poetas que estão ligados à Ilha de Moçambique, têm muita influência da escrita do Camões, do olhar do Camões sobre o mundo, não só do ponto de vista do amor, mas também sobre a crítica social, portanto, acho que os pesquisadores moçambicanos têm muito material para descobrir e influenciar os nossos manuais escolares. Não aquele Camões heroico de Portugal, mas o Camões nosso, de Moçambique”, disse.

O embaixador de Portugal em Moçambique, também presente na abertura do congresso, destacou o movimento académico no enaltecimento de Camões como um “elemento unificador” de uma cultura e língua que “não é só dos portugueses”, apontando o poeta como “símbolo de projeção da comunidade de falantes do português no futuro”.

A Rede Camões em África e Ásia, que promove e incentiva estudos e publicações sobre Camões, realizou o primeiro congresso sobre os 500 anos do nascimento do poeta no ano passado, em Macau, sendo que, para 2026, se pretende levar o mesmo evento para Goa, fazendo um périplo por lugares onde este passou e viveu, explicou a organização.

Nascido há 501 anos, em 10 de Junho de 1524, em Lisboa, o poeta-soldado Luís Vaz de Camões viveu e escreveu cerca de dois anos na Ilha de Moçambique, na antiga rua do Fogo, onde também terá sentido que o amor “é fogo que arde sem se ver”.

8 Jun 2025

Citigroup | Despedidos 3.500 funcionários na China

O banco norte-americano Citigroup despediu cerca de 3.500 colaboradores da divisão de tecnologia na China continental, no âmbito de uma estratégia global de redução de custos e reestruturação operacional, informou ontem o jornal Financial Times.

Os cortes afectam uma divisão sediada nas cidades de Xangai e Dalian, responsável pela prestação de serviços informáticos a operações do Citigroup em mais de 20 países.

Segundo informou o banco, alguns dos postos de trabalho serão relocalizados para outros países, “para ficarem mais próximos dos negócios e produtos que apoiam”, sem, no entanto, revelar números ou destinos concretos. A instituição financeira indicou ainda que o processo deverá estar concluído “no início do quarto trimestre”.

“Apesar de ainda haver trabalho a fazer, muitos dos nossos esforços permitiram melhorar a eficiência da nossa forma de operar, da nossa força de trabalho e da presença global em termos de infraestruturas”, afirmou Marc Luet, responsável do Citi para o Japão, norte da Ásia e Austrália, citado pelo Financial Times.

O banco, que mantém presença na China continental desde 1902, garantiu que a decisão não terá impacto nas operações bancárias da sua subsidiária chinesa, com sede em Xangai, nem na equipa tecnológica baseada em Cantão, que continua a prestar serviços à China continental e a Hong Kong.

Terceiro maior banco dos Estados Unidos em termos de activos, o Citigroup tem procurado resolver desafios operacionais e de rentabilidade persistentes através de uma reestruturação profunda, que incluiu o despedimento de milhares de trabalhadores e uma simplificação da estrutura de gestão.

Este corte representa um dos maiores despedimentos registados entre grupos financeiros estrangeiros na China nos últimos anos, e reflecte uma tendência crescente de redução de quadros na área tecnológica.

6 Jun 2025

Mar do Japão | Seul resgata quatro norte-coreanos em barco à deriva

A Coreia do Sul anunciou ontem ter resgatado quatro norte-coreanos cujo barco estava alegadamente à deriva em águas territoriais no mar do Japão.

A Marinha sul-coreana “detectou um pequeno barco de madeira norte-coreano a cerca de 100 quilómetros da costa de Goseong”, na costa leste da Coreia do Sul, disse um porta-voz militar. De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, os resgatados tinham aparentemente atravessado a fronteira marítima acidentalmente e pediram para ser devolvidos à Coreia do Norte.

Os quatro foram entregues “às autoridades [sul-coreanas] competentes”, disseram os militares, acrescentando que o incidente aconteceu em maio. Os desertores norte-coreanos são normalmente sujeitos a interrogatórios pelos serviços de segurança sul-coreanos.

“Se desejarem regressar à Coreia do Norte, garantiremos o repatriamento rápido e seguro por razões humanitárias”, garantiu o Ministério da Unificação da Coreia do Sul. Seul afirmou que ainda aguarda uma resposta de Pyongyang sobre o repatriamento de dois norte-coreanos encontrados em circunstâncias semelhantes há três meses no mar Amarelo, localizado entre a China, a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.

No discurso de posse, na quarta-feira, o novo Presidente de centro-esquerda da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, disse que queria aproximar-se da Coreia do Norte, num discurso que contrasta com a linha dura do antecessor deposto Yoon Suk-yeol.

6 Jun 2025