CCAC | Chan Tsz King destaca língua portuguesa em Pequim

O comissário contra a Corrupção (CCAC) disse em Pequim que, “por razões históricas, o português, além do chinês, é também uma língua oficial de Macau”, motivo pelo qual o território “terá algumas vantagens no desempenho do papel de ponte entre a China e os países de língua portuguesa”.

Discursando na quarta-feira em Pequim no âmbito do 3º Fórum “Uma Faixa, Uma Rota” para a Cooperação Internacional, Chan Tsz King, disse ainda que os países de língua portuguesa que têm relações comerciais com a China e Macau podem participar nesta iniciativa criada por Xi Jinping, adiantou, citado por um comunicado do CCAC.

Chan Tsz King esteve em Pequim na comitiva liderada pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng. O responsável falou durante o debate “Rota da Seda Íntegra”, que decorreu no Centro Nacional de Convenções de Pequim.

20 Out 2023

António Trindade destaca problemas de execução da plataforma de Macau

O presidente da CESL Asia, empresa de capital chinês e português, apontou ontem dificuldades na utilização de Macau como plataforma económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa.

“Existem uma série de problemas. Não há uma economia muito grande entre Portugal e a China, não há uma relação muito importante directa da economia, e é uma pena, porque a China até foi quem lançou o conceito da plataforma”, disse António Trindade, que falava aos jornalistas à margem da abertura da 1.ª Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), organizada no âmbito da Feira Internacional de Macau (MIF).

Fundada em 1987, a CESL Asia, empresa de matriz portuguesa em Macau, opera na área de serviços de alto valor na consultadoria e operação de infra-estruturas críticas, públicas e privadas, tendo adquirido em 2019, no Alentejo, o Grupo Monte do Pasto, o maior produtor português de bovinos.

Para já, na Ásia, o Monte do Pasto faz negócio apenas com Macau e Hong Kong. São ainda vários os obstáculos para chegar ao outro lado da fronteira, nomeadamente o facto de Portugal “não poder vender carneiro e vaca” à China.

A questão logística, continuou Trindade, é outro entrave, já que “não existe uma rede de logística directa entre Portugal e Macau, ou mesmo entre Portugal e Hong Kong ou Portugal e Ásia”. “Podia haver uma muito maior vontade, não é política nem dos conceitos, que estamos todos de acordo que faz sentido a diversificação, mas uma maior execução. Quando abriram os casinos, também se fizeram opções em Macau para dar aos casinos novas condições para se instalarem no mercado novo e fizeram-no em tempo recorde”, exemplificou.

Podemos entrar?

Para o empresário português, a solução aqui passa por “se focar na plataforma e na Grande Baía” – este é um projecto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 80 milhões de habitantes e com um produto interno bruto (PIB) superior a um bilião de euros.

Na C-PLPEX, que decorre até 22 domingo, o Monte do Pasto vai apresentar a Autentico Foods, uma marca dada a conhecer há poucos meses em Portugal e que envolve outros empresários “que produzem igualmente produtos sustentáveis e ‘premium’, mas que não tinham marca própria nem exportavam directamente com marca própria”.

Um dos desígnios do novo plano, projecta António Trindade, é estabelecer um conceito de restaurante português “que seja internacionalizável”, à semelhança de outros países europeus. “Um dos problemas que nós temos [é que] a comida portuguesa é conhecida, mas não é exportada enquanto comida internacional, como vemos a italiana ou a espanhola”, disse.

20 Out 2023

Fernanda Ilhéu | Economista quer ver mais produtos portugueses legais na China

Economista, docente universitária e presidente da Associação Amigos da Nova Rota da Seda, sediada em Portugal, Fernanda Ilhéu participou no III Fórum Faixa e Rota para Cooperação Internacional e falou com os media chineses sobre o evento, o trabalho da sua Associação e as relações China-Portugal, sublinhando que no campo das relações comerciais a balança tende demasiado para um dos lados.

Começando por fazer um balanço positivo da sua participação no evento, Fernanda Ilhéu afirmou que a iniciativa chinesa permite obter uma “imagem mais global” dos acontecimentos actuais e expressou o desejo de que a iniciativa mantenha “uma estratégia de desenvolvimento sustentável” e que crie “confiança nos diversos países para continuarem a trabalhar em conjunto”.

A Associação Amigos da Rota da Seda, instituição a que preside, é um think tank que, explica, analisa a cooperação Portugal-China e estuda possibilidade de desenvolver essa cooperação no contexto do memorando de entendimento assinado entre os dois países aquando da visita de Xi Jinping a Portugal em 2018. “Fazemos permanentemente conferências, estudos, almoços de networking, várias iniciativas que divulgam o que está a acontecer e analisam o que pode ser feito”, expande.

“Existe uma vontade de cooperar, tem existido nos últimos anos bastante investimento da China em Portugal, nós esperamos que continue”, afirma. Essa disponibilidade, elabora, existe no sector empresarial e governamental. “Por exemplo, durante a Covid houve uma boa cooperação entre o governo português e chinês, primeiro na ajuda à China e depois na ajuda da China a Portugal”.

No sector do “ensino da língua portuguesa, existem cerca de 60 universidades na China com estudos de português, existe uma boa colaboração a nível das trocas culturais. Também ao nível do turismo começamos agora a ver outra vez o turismo chinês a chegar a Portugal. Os investimentos da China em Portugal têm sucesso, portanto, estou a falar da participação de empresas chinesas no capital de empresas portuguesas”.

“As empresas portuguesas, que têm parcerias com a China, estão satisfeitas com esses parceiros e têm fortalecido as suas empresas, têm criado dimensão e têm expandido a sua actividade internacional. Nesses sectores do investimento destacamos a energia, a saúde, a parte financeira, a parte da construção, portanto, tem variado”, prossegue.

No entanto, a entrevistada deixa a ressalva de que “existe um aspecto que não tem tido muito sucesso, que é o aspecto comercial”. “A nossa balança de pagamentos está muito deficitária e existem muitos produtos que nós poderíamos vender à China se tivéssemos licenças de importação do lado chinês. Os produtos, muitas vezes, têm clientes, mas não podem entrar na China porque não têm certificado, não têm licença. Mas era importante que fosse desbloqueado, são problemas burocráticos, que por vezes levam muitos anos e nós não compreendemos porque é que estão tanto tempo parados”, adverte.

Fernanda Ilhéu conclui as suas declarações destacando o potencial da cooperação trilateral entre Portugal, a China e os países de língua portuguesa. “Penso que poderia haver uma maior colaboração trilateral, e penso que deveria haver maior trabalho do governo português, do governo chinês, das empresas portuguesas e das empresas chinesas, no sentido de, em conjunto, encontrarem modelos de negócio e de desenvolvimento em colaboração com esses países de língua portuguesa, nomeadamente com os países africanos de língua portuguesa”, conclui.

in Diário do Povo (editado)

20 Out 2023

Avião de vigilância canadiano “expulso” dos céus chineses

Um avião canadiano CP-140 entrou ilegalmente no espaço aéreo chinês sobre o ilhéu Chiwei e aproximou-se várias vezes da zona marítima próxima da China Oriental e do Estreito de Taiwan. “A Força Aérea chinesa tratou do assunto em plena conformidade com a lei”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional chinês, Wu Qian, na quarta-feira, depois de o Ministro da Defesa canadiano, Bill Blair, ter alegadamente classificado a intercepção como “inaceitável, perigosa e imprudente”.

“O lado canadiano está a exagerar a questão e a ignorar os factos, com o objectivo de confundir a opinião pública internacional. As ilhas Diaoyu e as suas ilhas afiliadas são território inerente à China. As acções do Canadá infringem gravemente a soberania da China e ameaçam a sua segurança nacional. Podem facilmente dar origem a mal-entendidos e erros de avaliação, são de natureza flagrante e extremamente perigosas”, afirmou Wu.

“A China condena veementemente esta situação e apresentou uma representação severa junto do Canadá, referiu, advertindo a parte canadiana para pôr termo a qualquer comportamento provocatório a fim de evitar uma escalada da situação.

Alegando estar a realizar uma missão para controlar o embargo económico imposto pela ONU à Coreia do Norte, o avião de vigilância canadiano, um CP-140 Aurora, terá sido interceptado várias vezes durante a sua patrulha de oito horas ao largo e em torno da costa chinesa na segunda-feira.

Enquanto o Canadá está a dar destaque ao incidente com o avião CP-140, o Departamento de Defesa dos EUA realizou na terça-feira uma conferência de imprensa e divulgou algumas imagens e vídeos recentemente desclassificados de comportamentos operacionais coercivos e arriscados do PLA ao longo do último ano contra aviões americanos que operavam legalmente no espaço aéreo internacional nas regiões do Mar da China Oriental e do Sul.

Ely Ratner, secretário adjunto da Defesa para os Assuntos de Segurança do Indo-Pacífico, afirmou na conferência de imprensa que “desde o outono de 2021, assistimos a mais de 180 incidentes deste tipo, mais nos últimos dois anos do que na década anterior… E quando leva em consideração os casos de intercepções coercitivas e arriscadas do PLA contra outros estados, o número aumenta para quase 300 casos contra aeronaves dos EUA, aliados e parceiros nos últimos dois anos”.

Quando questionado sobre se o Pentágono encoraja os aliados e parceiros a divulgar ao público os comportamentos inseguros dos chineses, para que o público possa compreender melhor o que os chineses estão a fazer, Ratner disse aos meios de comunicação social: “A nossa posição é que essa é a história que eles têm para contar, são as decisões soberanas que eles têm de tomar sobre a divulgação dessa informação. Penso que, na nossa perspectiva, acreditamos que a transparência em torno desta questão é importante para uma melhor compreensão deste comportamento”.

O almirante John C. Aquilino, comandante do Comando Indo-Pacífico dos EUA, também mencionou na conferência de imprensa outra questão semelhante, em que a Guarda Costeira da China impediu os navios filipinos de invadir as águas perto do Ren’ai Jiao da China (também conhecido como Ren’ai Reef) no Mar do Sul da China.

“Os EUA, o Canadá e as Filipinas cooperaram e coordenaram-se obviamente para criar uma opinião pública negativa sobre a China. Pode-se ver que os EUA estão a reunir aliados para lançar uma ofensiva de opinião pública sobre a ‘ameaça da China’, disse Zhuo Hua, um especialista em assuntos internacionais da Escola de Relações Internacionais e Diplomacia da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim.

20 Out 2023

China acusa EUA de causar enormes perdas com limites no acesso a chips avançados

A China fez ontem duras críticas à última actualização pelo departamento de Comércio dos Estados Unidos sobre controlos de exportação, que impedem a exportação para o país asiático de ‘chips’ semicondutores avançados e do equipamento necessário para os fabricar.

A revisão das regras pelo Governo norte-americano foram anunciadas na terça-feira, cerca de um ano depois de os controlos de exportação terem sido lançados pela primeira vez, para evitar a utilização de ‘chips’ com utilização militar, incluindo o desenvolvimento de mísseis hipersónicos e inteligência artificial.

O ministério do Comércio da China afirmou que os controlos são “impróprios” e instou Washington a levantá-los o mais rapidamente possível. A mesma fonte disse que, uma vez que a indústria de semicondutores é altamente globalizada, as restrições impostas aos ‘chips’ utilizados em sistemas de inteligência artificial e outras aplicações avançadas estão a impedir o comércio normal e as actividades económicas.

As restrições violam as regras do comércio internacional e “ameaçam seriamente a estabilidade das cadeias de abastecimento industrial”, afirmou, em comunicado. “As empresas de semicondutores dos EUA sofreram enormes perdas e as empresas de semicondutores de outros países também foram afectadas”, lê-se na mesma nota.

O ministério do Comércio chinês afirmou que Pequim vai tomar “todas as medidas necessárias” para salvaguardar os seus direitos e interesses, sem dar quaisquer pormenores.

Numa conversa com os jornalistas, a secretária do Comércio dos EUA, Gina Raimondo, disse que as restrições se destinam a proteger as tecnologias com claras implicações para a segurança nacional ou os direitos humanos.

“A grande maioria dos semicondutores permanece sem restrições. Mas quando identificarmos ameaças à segurança nacional ou aos direitos humanos, agiremos de forma decisiva e em conjunto com os nossos aliados”, apontou.

As actualizações resultaram de consultas com a indústria e da realização de análises tecnológicas. Vai agora existir uma zona cinzenta que será monitorizada para detectar ‘chips’ que possam ser utilizados para fins militares, mesmo que não satisfaçam os limiares das limitações comerciais.

As exportações de circuitos integrados para empresas sediadas em Macau ou em qualquer outro local sujeito a um embargo de armas pelos EUA podem também ser restringidas, visando evitar que os países e regiões em causa contornem os controlos e forneçam circuitos integrados à China.

As actualizações também introduzem novos requisitos que tornam mais difícil para a China fabricar ‘chips’ avançados noutros países. A lista de equipamento de fabrico abrangido pelos controlos de exportação também foi alargada, entre outras alterações.

Raimondo afirmou que os limites impostos a estes chips não se destinam a prejudicar o crescimento económico da China. Numa reunião realizada em agosto, Raimondo e os seus homólogos chineses concordaram em trocar informações sobre os controlos das exportações.

Está prevista a participação de funcionários chineses numa cimeira do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico em São Francisco, em novembro.

O Presidente Joe Biden sugeriu que poderia reunir-se à margem da cimeira com o Presidente chinês Xi Jinping, embora a reunião ainda não tenha sido confirmada. Os dois líderes reuniram-se no ano passado após a cimeira do G20 em Bali, na Indonésia, pouco depois de terem sido anunciados os controlos das exportações.

20 Out 2023

Fórum Faixa e Rota termina com acordos de 97,2 mil milhões

O 3º Fórum da Iniciativa Faixa e Rota terminou ontem em Pequim com acordos comerciais no valor de 97,2 mil milhões de dólares, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi. Wang declarou numa conferência de imprensa que o fórum foi “um sucesso total”, uma vez que “todas as questões da agenda” foram abordadas, o que mostrou aos representantes dos 110 países presentes que “não vieram falar por falar”.

O ministro afirmou ainda que a China está empenhada em construir uma “economia global aberta” e em desenvolver uma “economia digital com um ambiente não discriminatório”. Segundo o chefe da diplomacia chinesa, o Fórum terminou ainda com 458 acordos e mais de cem mil oportunidades de formação.

Xi Jinping, Presidente da China, disse que o país vai abrir ainda mais o “comércio transfronteiriço e o investimento nos serviços e expandir o acesso ao mercado de produtos digitais” e reformar as empresas estatais e grupos que atuam na economia digital, os direitos de propriedade intelectual e os contratos públicos.

De acordo com dados do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, a iniciativa lançou mais de 3.000 projetos na última década, com um investimento conjunto de cerca de um bilião de dólares, e criou 420.000 postos de trabalho.

Designado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, como o “projecto do século”, em 2013, a iniciativa foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. A construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas voltaria a ligar o leste da Ásia e a Europa, através da Ásia Central.

Mas a iniciativa tornou-se, entretanto, no principal programa da política externa de Xi Jinping. Na última década, mais de 150 países em todo o mundo aderiram à Faixa e Rota.

Segundo um estudo realizado pela AidData, unidade de pesquisa sobre financiamento internacional, com sede nos Estados Unidos, nos primeiros cinco anos desde o lançamento (2013-2017), a China financiou, em média, 83,5 mil milhões de dólares por ano em projetos de desenvolvimento no estrangeiro, cimentando a liderança como principal financiadora internacional.

O aumento líquido, de 31,3 mil milhões de dólares por ano, em relação aos cinco anos anteriores (2008-2012), é equivalente ao financiamento anual médio dos Estados Unidos, que ocupam a segunda posição, no período 2013-2017.

20 Out 2023

Wang Yi | “Modernizar o mundo em conjunto”

“O terceiro Fórum Faixa e Rota para Cooperação Internacional regista outro marco importante no processo de construção conjunta da Iniciativa Faixa e Rota, afirmou o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, na quarta-feira, destacando o “sucesso total” do fórum. “O consenso mais importante alcançado neste fórum é abrir uma nova etapa de cooperação de alta qualidade”, disse Wang.” A nova etapa de cooperação criará ainda mais oportunidades para a economia global e tornar-se-á uma vantagem para a situação global.

“A maior visão deste fórum é modernizar o mundo em conjunto”, disse Wang. “A Iniciativa Faixa e Rota (IFR) criou uma plataforma de cooperação para o desenvolvimento comum e ajudou muitos países em desenvolvimento a acelerar a sua marcha em direção à modernização”. Durante o fórum, foram alcançados um total de 458 resultados, muito mais do que o segundo, revelou Wang. “Nos últimos 10 anos a cooperação Faixa e Rota alcançou conquistas históricas, abrindo um caminho de cooperação, oportunidade e prosperidade que leva ao desenvolvimento comum”, apontou ele.

Wang observou que “a IFR tornou-se o bem público internacional mais popular e a maior plataforma de cooperação internacional do mundo. A Faixa e Rota é uma plataforma aberta e todos os países são bem-vindos a participar dela a qualquer momento”.

O ministro expressou a esperança de que as iniciativas de conectividade de outros países também permaneçam abertas e evitem a criação de cliques exclusivos. “A China está pronta para se alinhar com todas as outras iniciativas de conectividade”, afirmou.

Wang também rejeitou a alegação de que a Parceria para Infraestruturas e Investimentos Globais, lançada pelos EUA, tem como alvo a Iniciativa Faixa e Rota, chamando a narrativa de mais um caso de politização de questões económicas.

20 Out 2023

Jogo | Sands China com lucros de 231 milhões de dólares

A empresa que explora os casinos The Venetian e The Parisian obteve um lucro de 231 milhões de dólares entre Julho e Setembro. O presidente da Las Vegas Sands, Robert Goldstein, mostrou-se confiante no potencial do crescimento dos lucros

 

A operadora de casinos Sands China anunciou ontem um lucro de 231 milhões de dólares no terceiro trimestre deste ano. Em igual período do ano passado, a Sands China tinha registado um prejuízo líquido de 472 milhões de dólares, de acordo com um comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong.

As receitas líquidas totais da Sands China aumentaram para 1,78 mil milhões de dólares entre Julho e Setembro, em comparação com 251 milhões de dólares no mesmo período do ano passado.

O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) ajustado da Sands China foi de 631 milhões de dólares contra uma perda de 152 milhões de dólares no terceiro trimestre de 2022, indica o mesmo comunicado dos resultados da Las Vegas Sands, que detém controla a Sands China.

O presidente e director executivo da Las Vegas Sands, Robert Goldstein, destacou “a recuperação dos segmentos de jogo e não jogo” durante o trimestre e “a oportunidade de continuar” a investir para “melhorar a atracção turística de Macau para os viajantes de toda a região, incluindo estrangeiros” que visitam o território.

Em comunicado, Robert Goldstein destacou também que “o compromisso de décadas” da concessionária em “investimentos que melhoram a atracção turística de Macau” e de apoio ao “desenvolvimento de Macau como um centro mundial de comércio de turismo” colocam a Sands numa posição “robusta” para atingir “um crescimento forte, com a recuperação das viagens e do turismo”.

Maré baixa em Setembro

Em Setembro, as receitas do jogo em Macau caíram 13,2 por cento. Em comparação com Agosto, com os casinos a arrecadarem 14,9 mil milhões de patacas.

Com o fim das restrições sanitárias impostas durante a pandemia da covid-19, Macau recebeu 17,6 milhões de visitantes nos primeiros oito meses do ano, quatro vezes mais do que no mesmo período do ano passado, mas ainda dois terços do valor registado entre Janeiro e agosto de 2019.

A indústria do jogo, a principal fonte de receita via impostos do Governo do território, representava mais de metade do produto interno bruto (PIB) de Macau em 2019 e dava trabalho a quase 68 mil pessoas no final de 2022, ou seja, a quase 20 por cento da população empregada.
Macau é o único local na China onde o jogo em casino é legal. Operam no território seis concessionárias (Sands, MGM, Wynn, Melco, Galaxy e SJM), cujo contrato de concessão para os próximos dez anos entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2023.

20 Out 2023

Portugal | Secretário de Estado aponta a ligações além da cultura

De passagem pelo território, o secretário de Estado da Economia do Governo português, Pedro Cilínio, disse querer alargar o leque de áreas de cooperação com o território, indo além da cultura. O governante destacou as energias renováveis e economia azul

 

O secretário de Estado da Economia defendeu ontem à Lusa, em Macau, que Portugal quer “ir além” das ligações culturais com a região chinesa e apostar em novas áreas de negócio como energias renováveis e economia azul.

“Macau, visto por si, é um território que tem limitações geográficas, tem limitações até ao nível do seu potencial de mercado, e tem vindo a ser explorado até agora muito numa lógica daquilo que são as ligações culturais que existem com Portugal. Nós queremos ir além disso”, disse Pedro Cilínio, presente na abertura da 1ª Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), organizada no âmbito da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa).

As ligações culturais “promovem a base daquilo que pode ser um potencial de desenvolvimento de negócio futuro”, que passa “também por outras áreas de negócio, além daqueles que são os sectores que hoje em dia são pontes de ligação” e que são “potenciados pela presença portuguesa no território”, acrescentou Cilínio.

O secretário de Estado deu como exemplo os sectores das energias renováveis ou da economia azul, apontando para a representação de empresas nestes sectores na C-PLPEX. “O Fórum Oceano está aqui com uma representação muito forte, porque a área da economia azul é um tema importante para o desenvolvimento da Grande Baía, e Portugal, neste âmbito, tem um conjunto de ‘know-how’, de especialidades que podem vir a potenciar esse tipo de ligações”, considerou.

A Grande Baía é um projecto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 80 milhões de habitantes e com um produto interno bruto (PIB) superior a um bilião de euros, semelhante ao PIB da Austrália, Indonésia ou México, países que integram o G20.

Obstáculos e afins

Quanto às queixas que têm sido vocalizadas por empresários portugueses sobre os obstáculos à entrada no mercado chinês, Cilínio disse que Portugal tem trabalhado “em contínuo” para que “sejam identificadas as dificuldades e encontradas as soluções” e para que estas “possam ser acauteladas naquilo que são os desenvolvimentos futuros para o território e para a Grande Baía”. A Grande Baía, sublinhou, “é um projecto muito interessante” e com “muitos passos a dar”.

“Percebemos hoje que esse caminho e essa visão é muito clara e acreditamos que esses passos, que passam por tudo o que tem a ver com a facilitação dos negócios das empresas dos países de língua portuguesa nesta região, irão acontecer”, disse.

Ao notar que China e Portugal estão a iniciar outro capítulo no palco da cooperação económica, Pedro Cilínio lembrou que, numa primeira fase, o investimento chinês “verificou-se por entradas em activos estratégicos e activos relevantes em Portugal”.

“Mas, neste momento, estamos a falar já de intenções de investimento concreto em áreas importantes para o desenvolvimento da nossa economia e é nessa fase que estamos a apostar”, referiu, nomeando áreas “de interesse para Portugal e para o espaço europeu”, como a mobilidade eléctrica e a sustentabilidade.

No primeiro semestre deste ano, o investimento chinês em Portugal “cresceu dez por cento face ao semestre anterior”, alcançando “cerca de 3,5 mil milhões de euros de investimento”, frisou.

20 Out 2023

Comércio | Feira sino-lusófona vista como apoio de Pequim a Macau

A criação da 1.ª Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX) é vista como “um apoio de alto nível” de Pequim por um dos organizadores, que destaca ainda o “muito interesse” dos empresários lusófonos por encontros “cara-a-cara”

 

A criação da 1.ª Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), que começou ontem em Macau, reflecte o apoio político das autoridades de Pequim, disse à Lusa um dos organizadores. Mais de 260 expositores oriundos de países lusófonos estão a participar, até domingo, na C-PLPEX, a 28ª Feira Internacional de Macau (MIF) e a Exposição de Franquia de Macau (2023MFE), a decorrer em simultâneo.

A primeira C-PLPEX surge após seis edições da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa, que “era apenas uma feira local para atrair compradores da China continental”, disse o director do escritório em Portugal da Perfeição Companhia Lda, empresa de Macau que apoiou a organização do evento. Este ano, “a feira vai ser de alto nível, organizada pelo Governo da RAEM, com o apoio do Ministério do Comércio da China”, sublinhou João Li.

A primeira C-PLPEX, “em vez de ser apenas uma parte da MIF, é separada e transformada numa feira independente”, disse à Lusa Bella Huang, gestora de projectos na Perfeição. “Podemos ver que o Governo está mais concentrado em desenvolver os laços entre a China e os países de língua portuguesa”, defendeu Huang.

“Macau é um mercado muito pequeno, mas vamos trazer muitos fornecedores e clientes de elevada qualidade, que podem encontrar bons parceiros” na RAEM, defendeu João Li. De acordo com o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), dos mais de 260 expositores vindos dos países de língua portuguesa, 76 são do Brasil, que regista assim o maior número de sempre de expositores, marcas e delegações.

Encontros aliciantes

João Li disse que, após quase três anos de restrições à entrada na China, devido à pandemia de covid-19, os empresários lusófonos “têm muito interesse em poder encontrar-se cara-a-cara” com empreendedores chineses. “Durante a pandemia organizámos muitas sessões de bolsas de contacto através da Internet, mas não é a mesma coisa. A presença física é muito importante”, sublinhou o director do escritório em Portugal da Perfeição.

Os expositores de língua portuguesa presentes abrangem indústrias como tecnologia de ponta, finanças modernas, turismo, criatividade cultural, comidas e bebidas, entre outras, salientou o IPIM no domingo, em comunicado. Bela Huang recordou o papel importante que advogados e contabilistas vindos de países lusófonos têm desempenhado em Macau, mas defendeu que, para “desenvolver indústrias diversificadas, são precisos talentos em outras áreas”.

A gestora da Perfeição deu como exemplo a aposta nos veículos eléctricos, na última edição do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau, em Agosto, e disse que a C-PLPEX “quer atrair mais indústrias diversas, como comércio electrónico”.

20 Out 2023

Trânsito | Estudada circulação em Guangdong através Hengqin

As autoridades de Zhuhai estão a estudar a possibilidade de o posto fronteiriço da Ilha da Montanha ser utilizado para permitir a entrada de veículos de Macau na província de Guangdong, no âmbito do programa “Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong”.

A novidade foi revelada ontem pelo vice-secretário-geral do Governo Municipal de Zhuhai, Peng Su, durante um seminário sobre o desenvolvimento industrial da cidade vizinha integrado na Feira Internacional de Macau, que decorre até domingo no The Venetian.
“Actualmente, os veículos de Macau viajam para Zhuhai apenas através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. No entanto, estamos a explorar a possibilidade de o ponto fronteiriço de Hengqin também abrir as portas a estes veículos, o que aumentaria a conveniência das viagens entre Macau e Zhuhai”, afirmou Peng Su, de acordo com o portal Macau News Agency.

O projecto tem sido muito popular entre a população de Macau, mas tem encontrado alguns desafios face à procura, e dado que a circulação está limitada a duas mil quotas diárias, apesar de vários pedidos para haver um aumento.

Anteriormente, Ho Iat Seng justificou o limite com a falta de capacidade dos acessos para a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, mas, posteriormente, mudou de versão e deu a entender que o aumento das quotas diárias teria de partir da decisão das autoridades do Interior.

20 Out 2023

IAM | Afastada revisão de normas para utilização de espaços públicos

O Instituto dos Assuntos Municipais (IAM) afasta a revisão do Regulamento Geral dos Espaços Púbicos, por considerar que o conteúdo é “abrangente”. Foi desta forma que O Lam, vice-presidente do IAM, respondeu a uma interpelação do deputado Lam Lon Wai.
No documento, Lam Lon Wai questiona o tipo de medida que está a ser adoptado para garantir que os espaços públicos são mantidos em boas condições de utilização e limpos.

A resposta de O Lam garante que a utilização dos espaços em condições de higiene é promovida junto de não-residentes e turistas de fora: “Com o aumento do número de trabalhadores não-residentes e de turistas após a epidemia, o IAM, através da impressão e distribuição de materiais de divulgação em várias línguas, da iniciativa do “Plano de Divulgação da Campanha de Limpeza da Cidade de Macau”, em conjunto com vários grupos estrangeiros em Macau, e do reforço da sensibilização nos postos fronteiriços e nas zonas turísticas, entre outros meios diversificados, eleva a consciência sobre a higiene ambiental dos respectivos indivíduos”, foi respondido.

Além disso, o IAM considera que as multas para quem cospe ou deixa lixo no chão são aplicadas sempre que necessário. “O Instituto para os Assuntos Municipais tem vindo a prestar atenção ao estado de higiene ambiental dos bairros de Macau, enviando regularmente pessoal para inspeccionar ruas de diferentes zonas”, foi sublinhado. “Em caso de detecção de infracções ao Regulamento Geral dos Espaços Públicos, proceder-se-á de imediato à autuação”, foi garantido.

20 Out 2023

Zhuhai lança campanha para atrair jovens de Macau e de todo o mundo

A campanha de atracção de talentos de Zhuhai para 2023, um esforço de colaboração entre Zhuhai e a Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin, teve início na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau no dia 14 de Outubro, avançou na quarta-feira o Governo da cidade vizinha.

O evento deste ano, com a duração de três meses, irá abranger mais de 70 faculdades e universidades em mais de 20 cidades nacionais e estrangeiras. Tanto o número de rotas de recrutamento como o de universidades no estrangeiro atingiram um número recorde.

Mais de 100 empresas líderes em Zhuhai disponibilizarão mais de 5.000 postos de trabalho, dos quais o salário anual mais elevado é de 1,35 milhões de yuan, enquanto mais de 200 postos de ensino em 16 escolas estarão também disponíveis, bem como 258 postos em 12 hospitais.

Nos próximos cinco anos, as autoridades de Zhuhai prometem introduzir 100 titulares de doutoramentos de universidades de renome no país e no estrangeiro e formar um grupo de quadros superiores e pessoal técnico que se encontram em falta. O Projecto de Prática para Jovens Talentos Excepcionais de Faculdades e Universidades de Prestígio Mundial levará a cabo uma actividade de duas semanas que combina a sensibilização para as cidades transfronteiriças e a prática profissional de alta qualidade.

Além disso, será concedido um subsídio de até 100 milhões de yuans a equipas e projectos de inovação e empreendedorismo de alto nível que sejam introduzidos em Zhuhai, juntamente com serviços de cadeia completa como a disponibilização de espaços para a indústria 5.0 e um fundo de desenvolvimento industrial de 30 mil milhões de yuans.

Alto nível e calibre

Para os talentos de alto calibre, será recompensado um máximo de 8 milhões de yuans, bem como um desconto de 50 por cento na compra de uma casa bem mobilada até 200 metros quadrados. Os titulares de um doutoramento podem receber até 250 000 yuan de subsídio de subsistência, um desconto de 50 por cento na compra de uma casa e um desconto de 40 por cento no aluguer de uma casa bem mobilada até 120 m2.

Os titulares de um mestrado ou de uma licenciatura podem beneficiar de um subsídio de subsistência máximo de 38 000 yuan. Além disso, os talentos que se instalam em Zhuhai podem usufruir de conveniências na educação dos filhos, no emprego do cônjuge.

20 Out 2023

Palestina | Solução de dois Estados é “muito urgente”, diz UE

A presidência espanhola da União Europeia (UE) defendeu ontem que é “muito urgente” trabalhar na solução dos dois Estados, Israel e Palestina, para terminar o ciclo de violência no Médio Oriente.

“Só conseguiremos pôr termo a uma tragédia que já foi repetida demasiadas vezes se conseguirmos materializar de uma vez por todas a solução dos dois Estados, vivendo um ao lado do outro em paz e segurança. Isto passa por um acordo definitivo”, disse o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Albares, intervindo na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, em nome da presidência espanhola do Conselho da UE.

A UE, sustentou Albares, deve agir com “clareza e firmeza”, mostrando “um compromisso firme contra o terrorismo e violência, com a paz, a justiça e a humanidade”. A UE deve demonstrar “solidariedade para com as vítimas, sem distinção de religião ou nacionalidade” e agir “de forma unida para impedir que esta tragédia se repita”, declarou.

19 Out 2023

Israel | Pelo menos 471 mortos no ataque a hospital em Gaza

Pelo menos 471 pessoas foram mortas no ataque que atingiu um hospital na Faixa de Gaza, indicou ontem um novo balanço emitido pelo Ministério da Saúde do Governo Hamas, que controla o enclave palestiniano. Na noite de terça-feira, e na sequência do ataque, o ministério tinha-se referido a pelo menos 200 mortos, com o Hamas a acusar Israel de responsabilidade por este mortífero ataque ao hospital Al Ahli da cidade de Gaza.

Israel atribuiu a responsabilidade à Jihad islâmica, uma outra organização islamita armada de Gaza, que desmentiu categoricamente.

O Ministério da Saúde do Governo do movimento islamita palestiniano também actualizou o número de vítimas, anunciando que pelo menos 3.478 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, para além de 12.065 feridos. A mesma fonte não esclareceu se estavam já incluídas no balanço as centenas de pessoas mortas ao início da noite de terça-feira no hospital de Gaza.

Marcelo em choque

O presidente da República de Portugal declarou-se ontem chocado com o bombardeamento de um hospital em Gaza, tenha sido intencional ou não, mas escusou-se a apontar responsáveis, recomendando mais silêncio e diplomacia perante o conflito entre Israel e Hamas.

“Não me vou pronunciar sobre essa matéria, primeiro, porque não tenho elementos, segundo, porque não devo pronunciar-me sobre essa matéria. Há instâncias diversas internacionais e depois há diligências nacionais múltiplas”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em reposta aos jornalistas, em Namur, durante a sua visita de Estado à Bélgica.

Sobre a explosão de terça-feira no Hospital Al-Ahli, na Cidade de Gaza, o Presidente da República considerou que “chocou a todos, e provavelmente foi um choque universal”, lamentando as numerosas vítimas civis. “O nosso primeiro pensamento vai para as vítimas daquilo que ocorreu, como foi, por exemplo, quando também aconteceram bombardeamentos a estabelecimentos de saúde com vítimas civis na Ucrânia”, referiu.

O chefe de Estado defendeu que “este é o momento de fazer tudo para que verdadeiramente haja futuro numa situação e numa região que tem sofrido muito ao longo do tempo” e que “isso ganha com o silêncio, com a diplomacia, se possível, mais do que com o falar publicamente na matéria”.

Interrogado sobre o apelo do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para que haja um cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas, Marcelo Rebelo de Sousa disse apenas que compreende a posição de António Guterres, sem a subscrever.

“Eu queria dizer só sobre isso é que compreendo perfeitamente a posição do secretário-geral das Nações Unidas, porque está, no exercício do seu mandato, preocupado com a situação”, respondeu, acrescentando: “É um apelo perfeitamente compreensível, porque corresponde ao que tem sido a linha orientadora da sua actuação em diversas situações no mundo”.

19 Out 2023

Cooperação Faixa e Rota: Zarpar novamente após 10 anos de Sucesso e Glória

Por Liu Xianfa *

Em 18 de Outubro de 2023, o terceiro Fórum Faixa e Rota para a Cooperação Internacional foi inaugurado em Pequim, com representantes de mais de 140 países e mais de 30 organizações internacionais participando neste grande evento. Na cerimónia de abertura, o presidente chinês, Xi Jinping, analisou a grande jornada de 10 anos da cooperação Faixa e Rota, resumiu as suas realizações e experiência notáveis, e delineou solenemente oito medidas principais para apoiar a cooperação de alta qualidade da Faixa e Rota, dando início a um novo capítulo da cooperação Faixa e Rota na próxima década de ouro.

A cooperação Faixa e Rota é uma sinfonia magnífica de história e realidade.

A Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), enraizada na história, responde a questões levantadas pela realidade. Na história, os nossos antepassados criaram uma Rota da Seda terrestre ligando a Ásia, a Europa e a África, e abriram uma Rota da Seda marítima ligando o Oriente e o Ocidente, iniciando uma nova fase de intercâmbios amigáveis entre os povos e moldando o espírito da Rota da Seda que caracteriza por paz e cooperação, abertura e inclusão, aprendizagem mútua e benefício mútuo. Em 2013, o presidente Xi Jinping revelou a BRI e revigorou as antigas rotas da seda na nova era. Actualmente, o mundo está a passar por grandes mudanças nunca vistas num século. A globalização económica enfrenta contracorrentes e a economia mundial enfrenta o risco de recessão. Cerca de 90% dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas “descarrilaram” e quase um terço dos objectivos estagnou ou até regrediu. A atenção do mundo está focada em Pequim, esperando que a China lidere o caminho. Neste momento crítico, o Presidente Xi Jinping, no seu discurso de abertura, declarou que a China dará oito passos importantes, incluindo a construção de uma rede multidimensional de conectividade rodoviária e de cintura, o apoio a uma economia mundial aberta, a realização de cooperação prática para apoiar uma Faixa e Rota de alta qualidade, promoção do desenvolvimento verde, avanço da inovação científica e tecnológica, apoio ao intercâmbio entre pessoas, promoção da cooperação baseada na integridade do Cinturão e Rota e fortalecimento da construção institucional para a cooperação internacional Faixa e Rota, injectando assim um forte impulso na cooperação Faixa e Rota de alta qualidade e modernização mundial.

A cooperação Cinturão e Rota é uma convergência perfeita de conceitos e práticas.

É excelente tanto em ideias quanto em resultados reais. A BRI está alinhada com o conceito de uma comunidade global de futuro partilhado e foi bem recebida pela comunidade internacional como um bem público e uma plataforma de cooperação, e alcançou resultados sólidos. Mais de 150 países e mais de 30 organizações internacionais assinaram documentos de cooperação Faixa e Rota com a China, estabelecendo mais de 3.000 projectos de cooperação, gerando quase um bilião de dólares americanos em investimentos e registrando conquistas frutíferas na conectividade física, institucional e interpessoal: foi lançado um grande número de projectos emblemáticos e programas “pequenos mas inteligentes”; a cooperação na Rota da Seda da Saúde, na Rota da Seda Verde, na Rota da Seda Digital e na Rota da Seda da Inovação registou progressos constantes; foram criadas mais de 20 plataformas especializadas de cooperação multilateral; os intercâmbios e a conectividade entre pessoas foram aprofundados. Foram estabelecidos importantes princípios orientadores para a cooperação de alta qualidade Faixa e Rota, que incluem o princípio de “planear juntos, construir juntos e beneficiar juntos”, a filosofia da cooperação aberta, verde e limpa, e o objectivo de procurar cooperações de alto-padrão, centrada nas pessoas e sustentável. Todas estas conquistas florescentes compuseram uma sinfonia inspiradora na nova era.

A cooperação Cinturão e Rota beneficia tanto a China como o mundo.

A BRI, proposta pela China, pertence ao mundo inteiro. Sob a orientação da BRI, a China está a abrir ainda mais as suas portas ao mundo, com as suas regiões do interior a transformarem-se de “laterais” em “avançados”, e as regiões costeiras a atingirem novos patamares na sua abertura. O mercado da China tornou-se ainda mais integrado com o mercado global. A BRI injectou um novo impulso na economia global, criou novas oportunidades para o desenvolvimento global e melhorou a capacidade de desenvolvimento e o bem-estar das pessoas das partes interessadas.

As pesquisas mostram que, devido à BRI, o custo do comércio global foi reduzido em 1,8%, o comércio entre os países participantes aumentou entre 2,8% e 9,7%, o comércio global aumentou entre 1,7% e 6,2% e o rendimento global aumentou 0,7 % e 2,9%. Até 2030, os projetos de transportes da BRI poderão ajudar a retirar 7,6 milhões de pessoas da pobreza extrema e 32 milhões de pessoas da pobreza moderada. O secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou o facto de a BRI ter trazido esperança e progresso a milhares de milhões de pessoas no mundo.

Dez anos é apenas o prólogo. Enfrentando mudanças que têm consequências para o mundo, para os nossos tempos e para a história, a BRI, zarpando novamente a partir de um novo ponto histórico, abrirá definitivamente uma nova janela de oportunidade para a China e o mundo com produtos de maior qualidade e desenvolvimento de maior nível, e tornará realidade o desejo das pessoas por uma vida feliz em um ritmo mais rápido.

* Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China na Região Administrativa Especial de Macau.

19 Out 2023

Xi pede a Putin esforços para salvaguardar justiça internacional

O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou ontem ao homólogo russo, Vladimir Putin, para que faça “esforços” no sentido de “salvaguardar a justiça internacional”, durante um encontro à margem do 3.º Fórum da Iniciativa Faixa e Rota.

Citado pela agência Xinhua, o líder chinês elogiou o estado das relações entre os dois países e sublinhou que a “confiança política está a aprofundar-se de forma constante”, com uma “coordenação estratégica estreita e eficaz e o comércio bilateral em máximos históricos”.

Xi e Putin reuniram após a cerimónia de abertura do 3.º Fórum da Iniciativa Faixa e Rota, que está a decorrer em Pequim. “Encontrámo-nos 42 vezes nos últimos dez anos. Desenvolvemos uma boa relação de trabalho e uma profunda amizade”, afirmou. Durante a reunião, Xi congratulou-se com o facto de os governos dos dois países “estarem a pôr em prática os importantes consensos” a que os dois líderes chegaram nas reuniões anteriores.

“A confiança política mútua está a aprofundar-se de forma constante e a cooperação estratégica é eficaz e estreita. O comércio bilateral atingiu máximos históricos, caminhando firmemente para o objetivo que estabelecemos de 200 mil milhões de dólares por ano”, acrescentou o líder chinês.

Recordando que no próximo ano se assinala o 75.º aniversário desde o estabelecimento das relações entre os dois países, Xi disse que a China quer trabalhar com a Rússia para “compreender a tendência histórica do desenvolvimento global com base nos interesses dos nossos dois povos”. “Temos de enriquecer ainda mais a cooperação bilateral, refletindo a nossa responsabilidade enquanto potências, e continuar a contribuir para a modernização dos nossos dois países”, afirmou o líder chinês.

“Temos de fazer esforços para salvaguardar conjuntamente a justiça internacional” e “promover o desenvolvimento global”, acrescentou. Citado pela Xinhua, Putin afirmou durante a reunião que a Iniciativa Faixa e Rota “deve ser reconhecida como um bem público global” e que espera que mais países adiram ao projecto chinês no futuro.

O líder russo viajou para a China com uma grande delegação de altos funcionários, incluindo dois vice-primeiros-ministros e responsáveis pelos negócios estrangeiros, desenvolvimento económico, transportes ou finanças.

19 Out 2023

PIB chinês cresceu 5,2% no terceiro trimestre, o que promete realização da meta anual de 5%

“A China está altamente confiante em cumprir sua meta de crescimento para 2023”, disse nesta quarta-feira Sheng Laiyun, vice-chefe do Departamento Nacional de Estatísticas (DNE). “O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,2% nos primeiros três trimestres deste ano, pavimentando uma base sólida para o país atingir sua meta de crescimento anual do PIB de cerca de 5% em 2023”, revelou Sheng. “Para cumprir a meta de crescimento anual, o PIB da China precisa cumprir uma meta de crescimento de pelo menos 4,4% no quarto trimestre”, acrescentou.

“O ímpeto crescente no processo da recuperação económica, uma série de políticas pró-crescimento e uma base relativamente baixa em relação ao mesmo período do ano passado contribuirão para o crescimento económico do país no quarto trimestre”, de acordo com Sheng.

“Houve uma recuperação positiva e melhoria na oferta e procura durante os primeiros nove meses. Além disso, as expectativas e a situação operacional do sector da economia real também mostraram sinais positivos”, disse Sheng, acrescentando que a operação económica continuará seu bom ímpeto no quarto trimestre.

O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,2% em termos anuais nos primeiros três trimestres de 2023, atingindo mais de 91,3 biliões de yuans nos primeiros três trimestres. No terceiro trimestre de 2023, o PIB chinês registrou uma expansão anual de 4,9%.

“Nos primeiros três trimestres deste ano, diante de um ambiente internacional severo e complexo e as árduas tarefas de reforma, desenvolvimento e estabilidade internas, todas as regiões e departamentos fizeram grandes esforços para impulsionar o desenvolvimento de alta qualidade e estabilizar o emprego e os preços”, disse o DNE.

As vendas de bens de consumo da China aumentaram 6,8% nos primeiros três trimestres, para mais de 34,2 biliões de yuans, acrescentou o órgão. A produção industrial de valor agregado do país, um importante indicador económico, subiu 4,0% nos três primeiros trimestres, segundo DNE.

O investimento em activos fixos subiu 3,1% nos primeiros três trimestres, para 37,5 biliões de yuans, enquanto a produção de serviços de valor agregado do país aumentou 6,0% ano a ano no mesmo período, indicaram os dados.

A taxa de desemprego urbano pesquisada na China ficou em 5,3% nos três primeiros trimestres de 2023. O rendimento per capita da China foi de 29.398 yuans nos primeiros três trimestres, alta anual de 6,3%, de acordo com os dados. Descontando os factores de preço, o rendimento disponível per capita subiu 5,9% em relação ao ano passado.

“Este crescimento económico nos primeiros três trimestres de 2023 estabeleceu uma base sólida para a China cumprir sua meta de crescimento para o ano inteiro”, segundo o DNE. A meta de crescimento para o ano inteiro de 2023 foi fixada em cerca de 5%.

19 Out 2023

Baidu apresenta Ernie 4.0 que diz rivalizar com ChatGPT

A tecnológica chinesa Baidu anunciou ontem uma nova versão do seu modelo de inteligência artificial (IA), o Ernie 4.0, que diz rivalizar com a norte-americana ChatGPT, nomeadamente o GPT-4. O presidente executivo (CEO) da Baidu, Robin Li, apresentou o Ernie 4.0 na conferência anual da tecnológica, em Pequim.

O executivo referiu que o modelo alcançou compreensão, raciocínio, memória e produz, através de algoritmos, e cria novos conteúdos. “Não é inferior em nenhum aspecto ao GPT-4”, acrescentou o responsável, salientando que o modelo mais recente foi “significamente melhorado” em comparação com o ‘bot’ Ernie original.

A Baidu é pioneira entre uma série de empresas chinesas que concorreram na criação de modelos de IA, depois do ChatGPT, da Open AI, ter impulsionado a corrida a modelos de inteligência artificial generativa, no final do ano passado. Pequim vê a inteligência artificial como uma indústria chave para concorrer com os EUA e pretende tornar-se um líder global até 2030.

A Baidu, sediada em Pequim, começou como uma empresa de motores de busca e, ao longo da última década, investiu fortemente em tecnologia de inteligência artificial, como a condução autónoma e, mais recentemente, IA generativa para se manter competitiva. O Ernie Bot foi lançado em março pela Baidu e, em agosto, foi disponibilizado ao público. O Ernie 4.0 ainda não está disponível ao público em geral.

19 Out 2023

Fórum “Uma Faixa, Uma Rota” | Presidente Xi condensou dez anos de experiências da iniciativa

O presidente chinês, Xi Jinping, falou nesta quarta-feira no seu discurso de abertura do terceiro Fórum Faixa e Rota para Cooperação Internacional sobre as experiências extraídas da cooperação da iniciativa na última década. “Aprendemos que a humanidade é uma comunidade com um futuro partilhado”, explicou Xi. “A China só pode se sair bem quando o mundo está indo bem. Quando a China vai bem, o mundo vai ficar ainda melhor.”

“A China tornou-se no parceiro comercial importante de mais de 140 países e regiões e uma fonte primária de investimento para mais nações. Tanto o investimento chinês no exterior quanto o investimento estrangeiro na China aumentaram a amizade, a cooperação, a confiança e a esperança”, disse o presidente.

“A cooperação de benefício comum é o caminho certo para o sucesso no lançamento de grandes iniciativas que beneficiam todos. Quando os países adoptam a cooperação e agem em conjunto, um abismo profundo pode ser transformado numa via, os países sem litoral podem ser ligados por terra e um lugar de subdesenvolvimento pode ser transformado numa terra de prosperidade”, acrescentou.

Segundo o presidente chinês, “os países que tomam a liderança no desenvolvimento económico devem dar a mão aos seus parceiros que ainda não o alcançaram. Devemos todos tratar-nos como amigos e parceiros, respeitar-nos, apoiar reciprocamente e ajudarmos uns aos outros a termos sucesso. Como diz o ditado, quando se dá rosas aos outros, a fragrância permanece na nossa mão. Em outras palavras, ajudar os outros também é ajudar a si mesmo. Ver o desenvolvimento dos outros como uma ameaça ou tratar a interdependência económica como um risco não tornarão a sua própria vida melhor nem acelerarão o seu próprio desenvolvimento”, concluiu o presidente chinês.

Xi apontou ainda que o espírito da Rota da Seda de paz e cooperação, abertura e inclusividade, aprendizagem e benefício mútuo é “a fonte de força mais importante para a cooperação da Iniciativa Faixa e Rota”.

“Certa vez, eu disse que os pioneiros das antigas rotas da seda conquistaram seu lugar na história não como conquistadores com navios de guerra, armas, cavalos ou espadas. Em vez disso, eles são lembrados como emissários amigáveis liderando caravanas de camelos e navios à vela carregados de mercadorias”, assinalou Xi. “A cooperação da Iniciativa Faixa e Rota baseia-se na crença de que a chama aumenta quando todos colocam lenha na fogueira e que o apoio mútuo permite que possamos ir longe”, acrescentou.

“Essa cooperação busca proporcionar uma boa vida não apenas para as pessoas de apenas um país, mas também para as pessoas de outros países. Promove conectividade, benefício mútuo, desenvolvimento comum, cooperação e resultados vantajosos para todos”, disse ainda Xi que não deixou de apontar os obstáculos: “a confrontação ideológica, a rivalidade geopolítica e a política de blocos não são escolhas para nós. Somos contra as sanções unilaterais, a coerção económica, a dissociação e a interrupção da cadeia de suprimentos”, sublinhou. “O que foi alcançado nos últimos 10 anos demonstra que a cooperação Iniciativa Faixa e Rota está do lado certo da história. Representa o avanço de nossos tempos e é o caminho certo para frente”, concluiu Xi.

19 Out 2023

Uma Faixa, Uma Rota | Líderes mundiais encontram-se em Pequim e comentam iniciativa

O Presidente chinês, Xi Jinping, reuniu-se com os líderes mundiais que vieram para o terceiro Fórum Faixa e Rota para a Cooperação Internacional em Pequim, na terça-feira, à medida que mais chefes de Estado, líderes governamentais e funcionários, bem como líderes de organizações internacionais chegavam à capital da China.

Na terça-feira, Xi reuniu-se com líderes como o Presidente da Indonésia, Joko Widodo, o Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, o Primeiro-Ministro da Hungria, Viktor Orban, o Presidente do Chile, Gabriel Boric, o Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, o Presidente do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev, o Primeiro-Ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, e o Primeiro-Ministro da Papua-Nova Guiné, James Marape.

No mesmo dia, chegaram mais dirigentes de diferentes países e organizações internacionais, incluindo o Presidente russo Vladimir Putin, o Secretário-Geral da ONU António Guterres, o Presidente argentino Alberto Fernandez, o Presidente vietnamita Vo Van Thuong, o Presidente da Mongólia Ukhnaa Khurelsukh e o Primeiro-Ministro de Moçambique Adriano Maleiane.

Chegaram também dirigentes de outros países, nomeadamente o Primeiro-Ministro do Paquistão, Anwar-ul-Haq Kakar, o Primeiro-Ministro da Tailândia, Srettha Thavisin, o Presidente do Quénia, William Ruto, o Primeiro-Ministro do Camboja, Hun Manet, o Presidente do Laos, Thongloun Sisoulith, o Presidente do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, e o Presidente da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, alguns dos quais se reuniram com dirigentes chineses.

Para além dos líderes em exercício, muitos antigos líderes e figuras não governamentais também vieram ao Fórum este ano, incluindo uma delegação de peritos franceses que também veio a Pequim e se reuniu com altos funcionários chineses.

Durante as conversações com o presidente chinês, todos os líderes estrangeiros mencionaram as realizações que tinham criado com a China no âmbito da IFR na última década e apreciaram a contribuição e a ajuda da China para o desenvolvimento dos seus países, segundo a Xinhua. Também se opuseram ao acto de “dissociação” e ao chamado “de-risking”, que visa conter a China e servir um objetivo hegemónico, e alguns deles, que estão profundamente preocupados com as questões actuais, como a crise da Ucrânia e o conflito israelo-palestiniano, também prometeram manter a comunicação e a coordenação com a China para promover a resolução política e a mediação.

“Para compreender corretamente a natureza da IFR, temos de começar por reconhecer que os membros do Sul Global, ou os países em desenvolvimento, são os principais participantes, representando o futuro pólo de crescimento do mercado mundial. A IFR está em linha com a tendência de crescimento do Sul Global”, disse Huang Renwei, director-geral executivo do Instituto Fudan para a Iniciativa Faixa e Rota e Governação Global, ao Global Times. “A IFR fornece a base económica para o Sul Global, ligando países relacionados e formando novos e maiores mercados”, disse Huang. “Alguns países querem separar a China do Sul Global, mas o facto é que os países do Sul não se vão separar da China, mas sim cooperar mais estreitamente com a China”, observou.

O Sul Global também fala

Os países do Sul Global são os principais participantes, bem como os que mais beneficiaram da IFR, e os convidados do Sul Global que vieram a Pequim, expressaram a sua confiança e grandes expectativas na IFR.

Muhammad Zamir Assadi, investigador em diplomacia e membro do Centro de Imprensa China-Sul da Ásia e Sudeste Asiático, disse que “o fórum é de grande importância, uma vez que dezenas de líderes internacionais vieram à China para participar nele e também transmite uma mensagem à comunidade internacional de que os desenvolvimentos de alta qualidade alcançados no âmbito da IFR na última década são notáveis e satisfatórios. Mostra-nos também que a cooperação vantajosa para todos com a consulta mútua está a obter resultados benéficos para todos”. “O Corredor Económico China-Paquistão foi anunciado como um projecto emblemático da IFR, e tem mostrado resultados tangíveis. O investimento no projecto também ajudou a impulsionar vários sectores no Paquistão”, afirmou Assadi, que também espera que haja mais intercâmbios nos domínios da educação e da medicina entre a China e o Paquistão.

“O Paquistão tem muita confiança no projeto IFR e essa confiança não será afetada por qualquer outra situação. A confiança estará sempre presente, uma vez que a IFR fez um excelente trabalho na transformação de vários sectores no Paquistão, e acreditamos que o BRI trará resultados duradouros e mais tangíveis para o mundo”, afirmou o especialista paquistanês.

Yahya Nawanda, Comissário Regional de Simiyu, na Tanzânia, disse que “temos muitos projectos na Tanzânia que foram construídos por empresas chinesas e o mais influente, que todos os tanzanianos conhecem, é o projecto ferroviário Tanzânia-Zâmbia”. “Também queremos estabelecer ligações com outros países como o Ruanda e o Burundi”, disse Nawanda. “Temos de levar para casa tudo o que estamos a estudar e a testemunhar aqui na China, para podermos ajudar o nosso povo e as nossas nações.”

Gan Tiam Loo, vice-presidente da Associação de Interação Malásia-China, disse que “uma ligação de corações entre pessoas de diferentes culturas sempre foi significativa para uma operação bem-sucedida da IFR. Com a proposta da iniciativa, a sociedade local na Malásia demonstrou uma atitude acolhedora e de apoio à iniciativa. Tal pode ser comprovado pela participação activa dos dirigentes estatais e do público em geral no estudo e no intercâmbio com a China”.

Espero que, no futuro, a IFR possa continuar a partilhar a “solução chinesa” e a “sabedoria chinesa” com outros países e que, através desta nova forma de cooperação internacional, seja possível manter a paz regional e alcançar um desenvolvimento rápido. “Espero que os povos do mundo transformem a sua busca por uma vida melhor em realidade dentro da comunidade do futuro partilhado, e alcancem um mundo de grande harmonia com a ICR”, disse Gan.

O brinde de Xi

No banquete de boas-vindas, o presidente chinês, Xi Jinping fez um brinde, durante o qual, entre outras, proferiu as seguintes afirmações:

“A primavera é das flores e o outono é da colheita. Desde a proposta da Iniciativa Faixa e Rota há uma década, a China e os parceiros têm trabalhado de mãos dadas e advogado o espírito da Rota da Seda, caracterizado por paz e cooperação, abertura e inclusão, aprendizagem mútua e benefícios mútuos.

“Juntos, temos contribuído para a conectividade global e temos criado plataformas para a cooperação económica internacional. Juntos, somos uma força motriz para o crescimento global. Juntos, temos realizado milhares de projectos de cooperação com resultados sólidos. Juntos, temos escrito um capítulo magnífico da promoção de um mundo conectado e temos trilhado um caminho em busca da prosperidade individual e colectiva para todos. Nenhuma das conquistas caiu do céu ou foi concedida por outros. Elas só são possíveis com trabalho árduo, sabedoria e coragem dos governos, empresas e povos dos parceiros. Gostaria de propor que saudemos todos que têm participado e contribuído para a cooperação Faixa e Rota.

“A cooperação Cinturão e Rota busca desenvolvimento, promove resultados de ganhos partilhados e inspira esperança. Da história humana sabemos que uma colheita abundante não seria possível sem espírito diligente e esforços incessantes, os quais garantem resultados sustentáveis que beneficiam gerações futuras. É a responsabilidade que cabe a nós, líderes políticos desta geração, cumprir para as pessoas de hoje e as futuras gerações.

“O mundo de hoje está longe de ser tranquilo. A economia mundial enfrenta uma maior pressão descendente, enquanto o desenvolvimento global enfrenta múltiplos desafios. Entretanto, estamos convictos de que é irresistível a corrente histórica de paz, desenvolvimento, cooperação e benefícios mútuos, é irresistível a aspiração dos nossos povos por uma vida melhor, e é irresistível o desejo dos países de alcançar desenvolvimento e prosperidade comuns. Desde que nos mantenhamos firmes no nosso compromisso com cooperação e desenvolvimento comuns, alcançaremos os novos êxitos na cooperação Faixa e Rota, a qual reflecte o espírito dos nossos tempos. E dessa maneira, criaremos com esforços conjuntos um futuro melhor para a humanidade.”

19 Out 2023

Pianista e compositora de jazz Carla Bley morreu aos 87 anos

A compositora e pianista de jazz Carla Bley morreu terça-feira, em casa, em Willow, no estado de Nova de Nova Iorque, anunciou o seu companheiro, o baixista Steve Swallow. “Depois de uma carreira de mais de 70 anos e de quase 60 álbuns, a compositora e pianista Carla Bley deixou-nos na manhã desta terça-feira aos 87 anos”, lê-se na mensagem divulgada pelo músico, citada pelo jornal The New York Times.

Carla Bley, criadora “irrepreensivelmente original”, foi “responsável por mais de 60 anos de provocações astutas no jazz e em torno dele”, escreve o jornal norte-americano. De acordo com Steve Swallow, citado pelo The New York Times, Carla Bley morreu na sequência de um tumor cerebral.

Lovella May Borg, de nome de baptismo, nasceu em Oakland, Califórnia, em 11 de Maio de 1936. Estudou música com o pai, o músico Emil Carl Borg, professor de piano e organista de igreja. Bley, porém, fez quase toda a formação por si mesma.

Descobriu o jazz aos 12 anos, através do vibrafonista Lionel Hampton, o que a levaria a Nova Iorque, o centro da cena jazz da época, quando tinha ainda 17 anos. Aí se cruzavam músicos como Miles Davis e John Coltrane, Dizzy Gillespie e Count Basie, o músico residente do clube Birdland, onde Carla Bley começou por vender cigarros, só para poder ouvir os seus heróis.

Não tardou a ser notada. Primeiro, o pianista canadiano Paul Bley, com quem se casou em 1957 e que a encorajou a compor. Depois o também pianista George Russell, que a desafiou a escrever para o seu sexteto, e o saxofonista Jimmy Giuffre, que gravou peças suas como “Ictus” e “Jesus Maria”.

Beat e Grândola

Na década de 1960, fundou a Jazz Composers Guild, que se batia por melhores condições de trabalho para os músicos. A associação acabaria por se transformar na Jazz Composer’s Orchestra, que Carla Bley fundou com o trompetista austríaco Michael Mantler, o seu segundo marido.

Em 1969, começou a compor para a Liberation Music Orchestra, do contrabaixista Charlie Haden, à qual viria a associar-se, e com a qual gravou “Grândola, vila morena”, de José Afonso, no álbum “The Ballad of the Fallen”, de 1983.

O nome de Carla Bley tornou-se conhecido e regular em Portugal, na viragem dos anos de 1980 para os anos de 1990, primeiro com festivais como o Jazz em Agosto, da Fundação Calouste Gulbenkian, depois, um pouco por todo o lado, tendo actuado em Lisboa, no Porto, em Coimbra, em Espinho, nos principais festivais de jazz do país, nas principais salas, da Gulbenkian à Casa da Música, onde actuou com a Orquestra Jazz de Matosinhos.

19 Out 2023

FRC | Música clássica hoje em destaque nas “Soirées Musicales”

A Fundação Rui Cunha apresenta hoje uma sessão de música clássica intitulada “Soirées Musicales”, inserida no ciclo “Os Sons da Praia Grande”. A partir das 18h30, os pianistas Peggy Lau e Chi-Kit Lam, a flautista Kubi Kou e a violetista Kati Ho Weatherly vão interpretar Chopin, Liszt, Dvořák e Rachmaninoff

 

Os amantes de música clássica podem hoje ouvir um painel de músicos na Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 18h30, num concerto intitulado “Soirées Musicales”, evento inserido no ciclo “Os Sons da Praia Grande”. Segundo um comunicado da FRC, o evento é gratuito e traz a Macau o reconhecido pianista e professor de Hong Kong, Chi-Kit Lam, que vai tocar com alguns músicos de Macau, nomeadamente a pianista Peggy Lau, a flautista Kubi Kou e a violetista Kati Ho Weatherly.

O concerto do fim de tarde de hoje é “uma oportunidade única de assistir a uma viagem pelo mundo da música clássica” através de uma “tapeçaria sonora” dos mais conhecidos compositores deste género musical a nível mundial, indica a FRC em comunicado.

O programa inclui composições para piano, flauta e viola de arco, de compositores como o polaco Frédéric Chopin, o húngaro Franz Liszt, o checo Antonín Dvořák e o aclamado compositor russo Sergei Rachmaninoff. Vão constar ainda no repertório interpretações composições do dinamarquês Joachim Andersen, o suíço, naturalizado norte-americano, Ernest Bloch, e ainda o argentino Astor Piazzolla.

Virtuosidades musicais

Segundo o mesmo comunicado, Chi-Kit Lam é um “pianista virtuoso, conhecido pelas suas proezas técnicas e profunda expressão musical”, apresentando composições como Scherzo nº 2 de Chopin e os restantes nocturnos bem conhecidos deste compositor.

O público poderá ainda ouvir o conjunto de músicos nos “ritmos vibrantes das ‘Danças Eslavas’ de Dvořák, nas variações fascinantes das ‘Rapsódia sobre um Tema de Paganini’, de Rachmaninoff, ou na ‘Balada e Dança dos Silfos’, de Andersen, com as suas harmonias que enchem o ar e transportam para um mundo de imaginação e maravilha”, descreve a FRC.

As composições evocativas de Piazzolla, incluindo “Oblivion” e “Libertango”, juntamente com o “Concertino para Flauta, Viola e Piano”, de Bloch, revelam uma “rara combinação de instrumentos que marca uma estreia em Macau e realça a interacção harmoniosa entre eles”.

Chi-Kit Lam iniciou a formação musical na Academia de Artes Performativas de Hong Kong e concluiu o doutoramento em Artes Musicais na Universidade de Kansas. Além disso, estudou piano com Jack Winerock e Pedagogia do Piano com o pioneiro Scott McBride Smith. Foi professor na Oklahoma Panhandle State University e na Universidade do Kansas, nos EUA, e mais recentemente na Faculdade de Piano da Universidade de Hainan, na China.

O músico de Hong Kong já se apresentou pelo mundo inteiro como solista, em importantes concertos e festivais de música, e também como orador e professor, em conferências e masterclasses sobre música e pedagogia, indica a FRC.

19 Out 2023

Justiça | Kong Chi negou receber subornos

Kong Chi disse ontem em tribunal que nunca recebeu subornos, em mais uma sessão de julgamento no processo em que o procurador-adjunto do Ministério Público (MP) está acusado de crimes de corrupção passiva para acto ilícito, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, violação de segredo de justiça e prevaricação.

Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a resposta foi dada quando o juiz questionou sobre o facto de, no escritório de Kong Chi, terem sido descobertas folhas com notas que continham nomes das pessoas envolvidas nos casos em investigação, bem como o número dos processos.

O arguido explicou que, quando assumiu o cargo de procurador-adjunto do MP, muitas pessoas o procuravam para saber em que fase estavam os processos de investigação ou lhe pediam ajuda. Desta forma, Kong Chi considerou “normal” ter estas notas no seu escritório, ainda que muitos fossem nomes de amigos, frisando que não se tratava de pagamento de subornos.

O juiz confrontou ainda Kong Chi sobre a oferta de um apartamento por parte de outra arguida que serviu para criar uma associação. O responsável disse que desconhecia a morada da casa em questão, e que sempre considerou que era a moradia permanente da arguida.

Kong Chi foi também acusado de trocar renminbis frequentemente com essa arguida, mas explicou ontem que sempre foram trocadas pequenas quantias, entendendo não ser um problema de índole criminal ou com gravidade.

19 Out 2023