Hoje Macau EventosAlbergue SCM | “Mass Junket”, de Alexandre Marreiros, inaugura hoje Organizada pelo CAC – Círculo de Amigos da Cultura de Macau, a nova exposição individual do artista e arquitecto Alexandre Marreiros é hoje inaugurada a partir das 18h30 no Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau. Esta é a oportunidade para ver 30 peças dispostas em 11 conjuntos sobre temáticas sobre o consumo, comunicação e o mundo globalizado Alexandre Marreiros, arquitecto e artista, está de volta às exposições em nome individual. Desta vez é com “Mass Junket – Exposição Individual de Alexandre Marreiros” que será inaugurada hoje, a partir das 18h30, na galeria A2 do Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCM), podendo ser vista até ao dia 10 de Dezembro. Segundo um comunicado de imprensa do Albergue SCM, esta mostra contém 30 peças compostas por 11 conjuntos, revelando “as mais recentes criações” do autor com diferentes formatos criativos, incluindo a pintura, a colagem e a gravura. “Através da combinação de cores vibrantes e da utilização de técnicas interdisciplinares, a exposição convida o público a explorar os fenómenos da globalização, os hábitos de consumo, os meios de comunicação e as suas relações com a sociedade e a humanidade”, aponta o mesmo comunicado. Acima de tudo, esta exposição é também uma referência ao sector motriz de Macau – o jogo – e ao gradual desaparecimento dos junkets, sendo que Alexandre Marreiros trabalha criativamente esta temática. Num texto da sua autoria, o artista explica que “Mass Junket” constrói “um espaço mediador de reflexão e um território de interrogação”, em torno dos termos “massas” e “promotores de jogo”, sendo estes “conceitos separados e desiguais, mas que acontecem dentro do mesmo espaço pertencendo ao mesmo tempo”. “Quis representar essa separação, essa antagónica relação de coisas opostas, mas que se pertencem, e levantar questões. Questões que têm a ver com o tempo, neste caso o passado com a extinção dos junkets, o futuro com abertura de Macau para as chamadas: massas. O presente é este, em que apresento esta exposição. Diria mesmo que esta exposição é sobre tempo, resgatando um passado recente e questionando um futuro próximo”, adiantou o autor. Mudança constante Alexandre Marreiros diz observar o território “como um organismo em constante mudança e reflexo do seu tempo”, com os casinos a ocuparem “uma considerável parte desta paisagem, quase como moderadores de espaço e inevitavelmente geradores de aspectos socioeconómicos”. Existe, para o artista, “uma relação directa entre a cidade e o ‘gaming’ [jogo], que se traduziu em economia, em arquitectura, em histórias e numa cultura aliada a esses pressupostos”. Assim, com “Mass Junket”, Alexandre Marreiros quer que o visitante experiencie estes dois mundos diferentes, mas paralelos. Há, portanto, uma “representação das massas através da pintura e dos ‘junkets’ através da instalação no chão, onde o tacto e a visão se misturam”. Desta forma, quem vê a exposição “é convidado a fazer parte da obra, ao pisar e caminhar sobre a instalação e sentir a transição entre o chão duro de granito, e as macias alcatifas de lã feitas à mão”, sendo que “as cores, padrões e desenhos desta instalação são parte integrante deste corpo de trabalhos, formando uma composição, que pode ser vista, pisada e sentida através do tacto”. “Um novo preâmbulo” Alexandre Marreiros entende que com a extinção das salas VIP de jogo, onde outrora se movimentavam muitos milhões através dos junkets, “criou-se um novo preâmbulo no desenvolvimento desta cidade”, sendo certo que “estas salas serão demolidas e passarão a ser uma memória remota no tempo de Macau”. Foi este ponto que o artista quis “reinterpretar”, sendo também uma “reflexão” sobre o tempo em que habita e uma forma de questionar de “como se construirá abrindo-se para as massas”. Neste contexto, a ideia de “Massa” é uma “representação do futuro, num tempo em que a cidade de Macau se quer abrir a receber um grande número de pessoas e não exclusivamente ligada à indústria do jogo”. Ao mesmo tempo, “Mass Junket” é uma “homenagem às massas – não as de conveniência, é bom salvaguardar, não as de modas ou de tendências, mas aquelas que serão porventura invisíveis, anónimas que geram e participam da sua própria cultura numa complexidade global”. É, portanto, uma “homenagem ao desconhecido, ao original, ao anti-cânone, que é belo, não fazendo parte de um modelo, de uma moda, que não segue tendências ou padrões, que não faz parte de um embelezamento de rede social”. Da identidade Nascido em Cascais, Portugal, em 1984, Alexandre Marreiros estudou artes e obteve o grau de mestre em arquitectura pela Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa, tendo apresentado o seu trabalho em nove exposições individuais e mais de 30 colectivas na China, Macau e Lisboa. O seu trabalho tem sido desenvolvido a partir do desenho, construindo a ideia de um território que questiona a relação do homem com os lugares onde vive, levando à possibilidade de operar em diferentes espaços e manipular diferentes tempos. Utilizando uma variedade de técnicas que na maior parte do seu trabalho se interligam, desde o desenho, colagens, serigrafias, pintura, da fotografia à instalação – onde estas técnicas surgiram e são apresentadas em conjunto. Com esta mistura improvável de técnicas, Marreiros constrói um vocabulário peculiar e cria as suas narrativas.
Hoje Macau China / ÁsiaFronteira | China e Myanmar discutem segurança O ministro da Segurança Pública da China abordou ontem com a junta militar do Myanmar (antiga Birmânia) a estabilidade na fronteira entre os dois países, após confrontos entre o exército do Myanmar e grupos étnicos armados. De acordo com a imprensa do Myanmar, Wang Xiaohong abordou com o ministro da Administração Interna, Yar Pyae, “medidas de cooperação em matéria de segurança” para manter a paz ao longo da fronteira. O encontro decorreu em Nepiedó, a capital do Myanmar desde 2005. Segundo as Nações Unidas, mais de 6.000 pessoas terão sido deslocadas em quatro dias devido aos combates no norte do país. Várias centenas terão fugido para a China. Na sexta-feira, uma aliança entre três grupos étnicos lançou uma série de ataques coordenados no Estado de Shan, junto à fronteira com a China e local previsto para a construção de um grande projecto ferroviário financiado por Pequim, no âmbito da Iniciativa Faixa e Rota. O Exército de Libertação Nacional Taaung (TNLA), o Exército Arakan (AA) e a Aliança Democrática Nacional do Myanmar (MNDAA) anunciaram, entretanto, a tomada de várias posições militares e estradas estratégicas. Os três movimentos envolvidos nos combates representam um total de 15.000 combatentes. Estes movimentos lutam regularmente contra as forças governamentais pela autonomia e pelo controlo dos recursos. Pelo menos dez postos militares na província de Shan foram atacados desde sexta-feira, segundo a junta. China e Birmânia partilham uma fronteira de 2.129 quilómetros.
Hoje Macau China / ÁsiaDefesa | Singapura pede à China que lidere redução de tensões na região No encerramento do Fórum de Xiangshan, organizado pela China, o ministro da Defesa de Singapura, Ng Eng Hen, alertou para as consequências devastadoras de uma guerra na Ásia e apelou a Pequim para assumir um papel de liderança no aliviar das tensões regionais O ministro da Defesa de Singapura instou ontem a China a liderar a redução das tensões na Ásia, alertando que uma guerra como a da Ucrânia ou entre Israel e Hamas seria devastadora para a região. No último dia de uma conferência anual sobre Defesa organizada pela China, Ng Eng Hen sublinhou a importância da comunicação entre exércitos para gerir crises, manifestando a esperança de que os Estados Unidos e a China retomem a utilização da sua linha directa militar. “A paz é precária e nunca é um dado adquirido em nenhuma parte do mundo”, observou. “O que aconteceu na Europa e no Médio Oriente nunca se deve repetir aqui. Temos de fazer tudo o que pudermos para o evitar”, apelou. O Fórum de Xiangshan, que decorreu no norte de Pequim, reuniu responsáveis pela Defesa de dezenas de países e organizações. A China, que recentemente demitiu o seu ministro da Defesa, foi representada por Zhang Youxia, vice-presidente da Comissão Militar Central, o braço político das Forças Armadas chinesas. O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, aproveitou o fórum para realçar o aprofundamento dos laços entre Rússia e China, numa altura em que o país enfrenta isolamento internacional, devido à invasão da Ucrânia. Shoigu foi recebido por uma guarda de honra militar antes de reunir com Zhang na segunda-feira. Citado pela agência de notícias russa Tass, Zhang afirmou que a China está pronta para responder com a Rússia às ameaças e desafios de segurança e “manter conjuntamente o equilíbrio estratégico global e a estabilidade”. Referindo-se às disputas territoriais no Mar do Sul da China e à ameaça nuclear da Coreia do Norte, Ng disse que é “vital que as instituições militares e de Defesa se empenhem para reduzir o risco de erros de cálculo e acidentes”. O responsável enalteceu os códigos que foram adoptados para gerir encontros militares não planeados no mar e disse que deveriam ser alargados para incluir as guardas costeiras, que frequentemente se defrontam em águas disputadas. Diálogo à vista Pequim reivindica a quase totalidade do Mar do Sul da China, via marítima fundamental para o comércio mundial, apesar das reivindicações das Filipinas, Vietname, Malásia e Brunei. O diálogo com os EUA em questões de Defesa está congelado desde Agosto de 2022 quando a então líder da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, se deslocou a Taiwan numa visita polémica e considerada pelas autoridades chinesas como altamente provocatória. Mas as duas partes parecem estar a reiniciar o diálogo, incluindo sobre segurança, antes de uma possível reunião entre os Presidentes Joe Biden e Xi Jinping, em Novembro. Os EUA enviaram uma representante ao fórum de Xiangshan, Cynthia Carras, directora principal do Departamento de Defesa para a China, Taiwan e Mongólia. Ng pediu à China que garanta às outras nações que não constitui uma ameaça à medida que se torna mais poderosa. “Quer a China o aceite ou não, quer o queira ou não, já é vista como uma potência dominante e deve, portanto, actuar como uma potência benevolente”, defendeu. A China tem procurado apresentar-se como potência global não ameaçadora e diferente das potências ocidentais. Um funcionário do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, citando o presidente do país, disse na conferência que a China salvaguardaria melhor a paz mundial através do seu próprio desenvolvimento. “Este caminho não é nem o velho caminho da colonização e da pilhagem, nem o caminho tortuoso seguido por alguns países que procuram a hegemonia quando se tornam fortes. É antes o caminho certo do desenvolvimento pacífico”, disse Nong Rong, ministro-adjunto dos negócios estrangeiros.
Hoje Macau Via do MeioMas porque é que os alunos chineses não falam? Por Li Guofeng No fim de setembro, estive numa conferência numa universidade portuguesa. Uma das comunicações falava sobre as diferenças culturais entre Portugal e a China, dois países que têm histórias, crenças, costumes, etc., tão diferentes. O orador, como tem origem chinesa, abordou a diferença cultural entre os dois países numa abordagem do pensamento, ou seja, todas as acções que explicitamente são diferentes resultam do pensamento tradicional do respectivo povo/país. Depois de acabar a comunicação, um participante, que também é um professor que conheço, lançou uma pergunta ao orador: “Mas o Senhor Professor, podia dizer-me, afinal, porque é que os alunos chineses não falam nas aulas?” Pois. É uma boa pergunta. Eu fui um aluno chinês naquela instituição onde se realizou a conferência (e continuo a ser um aluno chinês, mas desta vez já em Lisboa). A pergunta lançada é uma situação existente. Nos últimos anos, o número dos estudantes chineses em Portugal tem aumentado duma forma substancial em todos os ciclos, licenciatura, mestrado e doutoramento. Entretanto, creio que a maior parte continua a ser os estudantes que vêm cá para fazer intercâmbios da licenciatura e para tirar mestrado. Como estes estudantes são principalmente do curso de Língua Portuguesa na China, os cursos que eles frequentem em Portugal também são os relacionados com a língua, por exemplo, Português Língua Estrangeira (PLE), Linguística, Literatura etc. O que acontece é que, em algum destes cursos, a maioria dos alunos é chineses (ou até, sem exagero nenhum, são todos chineses). Muito diferentes dos alunos portugueses, ou dos ocidentais em geral, os chineses não são activos e não gostam de dar as suas opiniões/comentários (muito menos críticas) nas aulas. Já me aconteceu várias vezes que o professor português queria ouvir falar os alunos e deixavam-lhes alguns minutos para perguntas e dúvidas, mas, como não esperava, ninguém levantou a mão e a sala estava totalmente silenciosa. O professor, obviamente, sentia-se desmotivado, “triste” ou até irritado (no caso de alguns). Yiri weishi, zhongsheng weifu/一日为师,终生为父 Os chineses têm um entendimento distinto, em comparação à cultura ocidental, dos professores. Na cultura do País do Meio, o professor não é apenas uma profissão qualquer, mas sim um papel importante para o crescimento da geração futura e, por conseguinte, para o desenvolvimento da nação. Por isso, a sociedade atribui relevância elevada aos professores. Yiri weishi, zhongsheng weifu/一日为师,终生为父, é uma frase vinda da dinastia Tang (618-907), literalmente quer dizer “Professor por um dia, pai para sempre”, ou seja, o papel de professor tem o mesmo peso dum pai numa sociedade que era eminentemente patriarca e paternalista. Na língua chinesa tradicional, a palavra “professor” é xian sheng/先生, literalmente significa alguém nasce antes de mim, ou seja, mais velho do que eu. Na cultura chinesa, a velhice é o símbolo da saberia porque os velhos, naturalmente, têm mais experiências de vida e conhecimentos deste mundo do que os ainda jovens. Portanto, devido à sua importância e sabedoria, no entendimento chinês, o professor é símbolo de autoridade e verdade. Portanto, tudo o que o professor nos dá é válido, verdadeiro e certo, onde está o espaço de discussão? Se um aluno disser aos colegas que o professor está errado, todos vão rir dele, em vez de pensar se o professor está realmente a cometer erros. Ren huo yizhang lian/人活一张脸 Mesmo que o professor esteja evidentemente enganado, é provável que também ninguém aponte o erro. O que está em causa aqui é a questão de face/面子. A importância da face na vida social dos chineses tem sido um tema muito quente nos trabalhos académicos. Há uma frase popular muito conhecido: Ren huo yizhang lian, shu huo yizhangpi/人活一张脸, 树活一张皮, o que significa a face é tão importante para o ser humano como a casca para uma árvore. Se o professor for criticado pelos alunos na aula, então, onde está a autoridade e face do professor? Portanto, resumindo, mergulhando neste ambiente educativo, da escola primária até ao ensino superior, os estudantes chineses vêm o professor como uma figura paterna, à qual se deve o maior respeito e face. Desta forma, não valorizam o pensamento crítico e estão sempre tímidos nas aulas, porque o que diz o professor é, nos seus entendimentos, certíssimo. Entretanto, isto não significa que os alunos chineses não pensam e não são inteligentes. (Muito ao contrário … vejam lá nas universidades americanas, os alunos chineses estão sempre no topo) Quer dizer, a abordagem pedagógica é uma escolha do docente. Ao contactar estudantes duma outra cultura, seria compensatório ajustar um pouco as técnicas didácticas. Um outro participante na mesma conferência ajudou a responder à dúvida daquele professor, dizendo que: Quando eu era docente, conversava normalmente com os alunos num outro sítio fora da sala de aula, por exemplo, casa de chá, café ou enquanto na durante uma refeição. Fora das aulas, os alunos chineses falam e falam muito. É verdade. Normalmente, depois de acabar a aula e o público basicamente sai, há sempre alguns alunos chineses que rodeiam o professor para conversar, em voz suave, tirando dúvidas ou partilhando acontecimentos interessantes. Mas as coisas mudam. À medida que os jovens chineses têm mais contacto com culturas diversificadas e começaram a viver numa atmosfera mais aberta, a sua timidez reduz-se gradualmente nos últimos anos. Contudo, de qualquer maneira, ainda não chegou (e provavelmente nunca chegará) ao mesmo nível de abertura dos estudantes ocidentais na sala de aula. Posto isso, ao receber cada vez mais estudantes chineses, não seria interessante e útil conhecer também, mesmo um pouco, a cultura deles? Seja para lazer, seja para melhoria do trabalho pedagógico. Doutorando do ISCSP/Bolseiro CCCM-FCT
Hoje Macau Via do MeioChina Por Henry Miller Mesmo em menino, o nome China evocava em mim estranhas sensações. Significava tudo quanto era vasto, maravilhoso, mágico e incompreensível. Dizer China era virar as coisas de cabeça para baixo. Como é maravilhoso que esse mesmo nome China desperte no velho que está a escrever estas palavras os mesmos estranhos e incríveis pensamentos e sentimentos. Uma das lembranças especiais que eu tenho da China é que ela esteve à frente do mundo em tudo. Seja em cozinha, cerâmica, pintura, teatro, arquitectura ou literatura, a China sempre foi a primeira. Impressionante e absurda ilustração disso é o facto de no Japão de hoje, segundo me contaram, os melhores restaurantes serem chineses. Só há uma arte em que para mim os chineses nunca se desenvolveram: a música. Para meus ouvidos ocidentais, a música chinesa tem um som horroroso. (Contudo, quando vivia em Paris, um viajante que regressava deixou-me uma colecção de discos chineses. Depois de algum tempo, acostumei-me um pouco àquela música esquisita, mas nunca fiquei apaixonado por ela.) Talvez eu esteja errado, mas duvido que a China já tenha produzido um Beethoven, um Bach, um Mozart, um Debussy ou um Schumann. Recentemente, lendo uma biografia de Gengis Cã, fiquei surpreso ao descobrir que o seu exército penetrara a muralha da China (no século XI) exactamente como os alemães circundaram a Linha Maginot. O que talvez pareça incrível aos chineses de hoje é que, de acordo com alguns eruditos, a grande Muralha foi construída em dois ou três dias! Todo homem, mulher e criança foram postos a trabalhar, de acordo com o relato. Ouvi um dia uma história igualmente espantosa na sala egípcia do Louvre. O francês que me levou lá para ver o forro do templo de Denderah apontou para o zodíaco sobre nossas cabeças, o qual, disse ele, indicava que a história egípcia datava de 40 000 anos e não de cinco mil, como geralmente nos contam. Nós do mundo ocidental somos muito novos, meros bebés em comparação com os hindus, chineses e egípcios, para mencionar apenas alguns povos. E, com nossa juventude, vão as nossas ignorância, estupidez e arrogância. Pior ainda, a nossa intolerância, a nossa incapacidade até mesmo para tentar compreender os modos de outros povos. Nós, nos Estados Unidos, somos talvez os piores pecadores. Pensem, por exemplo, que não foram nossos estadistas que conseguiram abrir a porta da China, mas um punhado de jovens e entusiásticos jogadores de pingue-pongue! Quando me disseram pela primeira vez que eu poderia escrever uma matéria para uma revista chinesa — sobre o assunto que eu escolhesse — fiquei virtualmente sem fala. Depois senti-me aterrorizado. Mas finalmente o que me fez voltar a mim foi a lembrança de que aquilo que eu mais amava nos chineses era humanidade. O ditado romano aplica-se aos chineses ainda mais do que os romanos: “Nada humano está abaixo de mim.” Essa qualidade humana combinada com um belo senso de humor é o atributo salvador de um grande povo. Eu devia também acrescentar a capacidade de persistir, manter-se firme em qualquer circunstância. No famoso livro Siddartha, Hermann Hesse faz seu herói dizer: “Eu sou capaz de pensar, sou capaz de esperar e sou capaz de passar sem.” Para mim essas qualidades tornam um homem invencível, especialmente “esperar e passar sem”. Os Estados Unidos não conhecem nem uma nem outra. Talvez seja por isso que com 200 anos de idade já mostram sinais de estar a cair aos pedaços. Quando vivi em Paris (1930-1940), meu amigo Lawrence Durrell apelidou-me de “homem com alicerce chinês”. Nunca recebi maior cumprimento. Penso sempre que é possível eu ter sangue oriental em minhas veias. Com isso, quero dizer mongol ou chinês. Muitas pessoas, quando se encontram comigo pela primeira vez, perguntam se eu não tenho sangue asiático. Isso sempre me agrada imensamente. Nunca quis ser tomado como descendente dos alemães, como sou. Mesmo nos meus escritos, noto que tenho afinidade com os chineses. Eu digo o que é, o que foi, o que está acontecendo. Não me entrego a longas análises psicológicas. Penso que o comportamento do personagem deve falar por si mesmo. E, no entanto, o escritor que eu mais admiro é o russo Dostoievski. Certamente, ninguém poderia estar mais longe dos chineses do que Dostoievski. Pergunto a mim mesmo como será que os chineses consideram a sua obra. Será ele amado ou evitado? Para mim, sem Dostoievski haveria um fundo buraco negro na literatura mundial. A perda de Shakespeare, que também deve parecer um homem selvagem para os chineses, não seria tão grande quanto a de Dostoievski. É estranho que eu nunca tenha visto os países que mais desejava visitar: Índia, China, Tibete, Japão, Islândia. Mas vivi com eles na minha mente. Uma vez tentei persuadir o editor de uma revista britânica a deixar-me fazer uma viagem a Lhassa, Timbuctu e Meca, sem escalas intermediárias. Mas não tive sorte. Todas as três cidades parecem lugares misteriosos e vivem em minha imaginação. Tenho consciência de que em toda esta matéria eu não fiz distinção entre a República Popular da China e Formosa (República da China). Eu não estou interessado em ideologias ou política. Acho que pessoas são pessoas em toda parte, mesmo na região mais negra da África. Quando penso na China, penso nos chineses como um povo, não nas coisas que os dividem. Os Estados Unidos tentam dar ao mundo uma imagem de nação unificada, “una e indivisível”. Nada poderia estar mais longe da verdade. Nós somos um povo dilacerado por conflitos, dividido de muitas maneiras e não apenas regionalmente. A nossa população contém algumas das pessoas mais pobres e mais abandonadas do mundo. Provavelmente contém também as pessoas mais ricas de qualquer país do mundo. Há preconceito de raça em alto grau e desumanidade para com o homem mesmo entre os caucasianos dominantes. Como sugeri antes, os Estados Unidos estão-se a enterrar rapidamente. Acredito que os países antigos, pobres na sua maior parte, tomarão conta em muitos poucos anos. E o povo que inventou os fogos de artifício sobreviverá àqueles que inventaram a mortal bomba atómica. Nós, americanos, talvez um dia cheguemos a todos os planetas e tragamos de cada um deles pequenas quantidades de solo, mas nunca chegaremos ao coração do universo, que reside na alma até da mais pobre e mais baixa das criaturas humanas. Receio que o velho adágio “Irmãos sob a pele” não seja mais verdadeiro, se é que o foi algum dia. As nações ocidentais não merecem confiança, por mais democráticos que possam vir a ser seus governos. Enquanto os ricos governarem, será caos, guerras, revoluções. Os líderes para os quais nos voltarmos não estão em evidência. É preciso descobri-los. Deve-se lembrar, como disse certa vez Swami Vivekananda, que “antes de Gautama houve vinte e quatro outros Budas”. Hoje não podemos mais contar com salvadores. Cada homem precisa de contar consigo mesmo. Como disse certa vez um grande sábio: “Não contes com milagres, tu és o milagre.” 1976
Hoje Macau SociedadeDSAL | Feira vai oferecer 300 empregos para portadores de deficiência A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) vai organizar no dia 5 de Dezembro uma feira de emprego destinada a pessoas portadoras de deficiência, onde serão disponibilizadas 200 ofertas de trabalho. As inscrições para o evento abriram hoje e os interessados podem inscrever-se até 15 de Novembro. O evento conta com a participação de 23 empresas, abrangendo sectores como hotelaria, turismo integrado, restauração, retalho, serviços de jardinagem e arborização, actividades desportivas, serviços de limpeza e segurança. As mais de 200 vagas são para cargos como recepcionista, vendedor de bilhetes, pessoal de apoio de tecnologias de informação, coordenador do departamento de quartos, empregado de restauração, empregado de serviços domésticos de quartos. Vão ser disponibilizadas vagas também para coordenador do departamento dos recursos humanos, auxiliar de escritório, bagageiro, costureiro, assistente de cozinha, florista, empregado de lavandaria, assistente dos serviços de bebidas, assistente de armazém, assistente de tipografia, empregado de loja, empacotador, agente de segurança privada e empregado de limpeza. A feira de emprego realiza-se no centro de formação de técnicas profissionais da DSAL, no Istmo de Ferreira do Amaral, nº 101-105ª.
Hoje Macau Manchete SociedadeTrabalho | Mais 20 mil não-residentes até Setembro Pelo oitavo mês consecutivo, o número de trabalhadores sem estatuto de residente em Macau subiu em Setembro em quase 20 mil desde o início do ano. O aumento de não-residentes dos últimos oito meses surge depois de Janeiro ter registado o nível mais baixo em quase uma década O número de trabalhadores não-residentes aumentou consecutivamente entre Fevereiro e Setembro, com a subida deste segmento populacional e importante fonte de mão-de-obra a crescer em quase 20 mil pessoas desde o início do ano. Segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública, no final de Setembro, a Região Administrativa Especial de Macau tinha 170.286 trabalhadores não-residentes, mais 1.458 do que no final de Agosto e o valor mais elevado desde Junho de 2021. As estatísticas, divulgadas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, revelam que Macau ganhou 19.866 não-residentes desde Janeiro, mês em que a mão-de-obra vinda do exterior caiu para menos de 152 mil, o número mais baixo desde Abril de 2014. A cidade tinha perdido quase 45.000 não-residentes (11,3 por cento da população activa) desde o pico máximo de 196.538, atingido em Dezembro de 2019, no início da pandemia. O sector da hotelaria e da restauração foi o que mais contratou desde Janeiro, ganhando quase dez mil trabalhadores não-residentes, seguido da construção civil (mais 3.629) e dos empregados domésticos (mais 1.862). As novas contratações vieram colmatar estes dois sectores, os mais atingidos pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, de onde foram despedidos mais de 17.600 funcionários não-residentes desde Dezembro de 2019. Anos negros O secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lei Wai Nong, reconheceu a 3 de Fevereiro que os hotéis locais têm sentido falta de pessoal e garantiu que iria negociar com as empresas ligadas ao turismo para “resolver o problema com que o sector se está a deparar”. As declarações do governante foram proferidas numa altura em que o número de não-residentes tinha atingido um dos mais baixos níveis da última década. Em Janeiro deste ano, o número de trabalhadores sem estatuto de residente tinha caído para menos de 152 mil, o mais baixo desde Abril de 2014. As estatísticas de Janeiro culminaram um declínio que se foi acentuando desde o início da pandemia, com a perda de quase 44.700 trabalhadores não-residentes (11,3 por cento da população activa) desde o pico máximo de 196.538 atingido em Dezembro de 2019. No espaço de três anos, os grupos mais afectados pela perda de vínculo laboral foram, naturalmente, aqueles que mais contribuíram para a população activa, com quase 17.000 trabalhadores do Interior da China, 9.500 das Filipinas e 7.400 do Vietname a perderem o emprego em Macau.
Hoje Macau SociedadeDSSCU | Mais de 2 mil apartamentos em construção No terceiro trimestre deste ano estavam em construção cerca de 2.027 apartamentos para habitação, de acordo com os dados revelados ontem pelos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU). Os apartamentos estão divididos por 45 prédios, e acrescentam ao território 1.094 lugares de estacionamento para veículos ligeiros e 373 para motociclos e ciclomotores. No mesmo período, estavam em fase de concepção mais 97 empreendimentos, que correspondem a 6.555 apartamentos, 3.862 estacionamentos para veículos ligeiros e 1.152 para motociclos e ciclomotores. Entre Junho e Setembro, foram ainda alvo de vistoria sete empreendimentos, com 215 fracções, 38 estacionamentos para veículos ligeiros e 15 para motociclos e ciclomotores. Ao mesmo tempo, dois prédios com 6 apartamentos receberam a licença de utilização. Quanto aos hotéis, oito estavam em construção, que vão disponibilizar 3.317 quartos, numa área bruta de construção de 142.707 metros quadrados, e ainda 1.005 lugares de estacionamentos para veículos ligeiros e 291 para motociclos e ciclomotores. Oito eram também os hotéis em fase de concepção, com 1.308 quartos, uma área bruta de 61.177 metros quadrados e 226 estacionamentos para veículos ligeiros e 112 para motociclos e ciclomotores.
Hoje Macau PolíticaTap Seac | Queda de residente leva Ron Lam a criticar Governo O deputado Ron Lam acusa o Instituto do Desporto (ID) de não assumir responsabilidades na supervisão da segurança no pavilhão polidesportivo do Tap Seac, no contexto da queda de uma residente devido ao chão molhado. O ID disse que o seguro iria compensar financeiramente a residente, mas esta foi depois informada que, afinal, não teria direito a nenhuma compensação. Na conferência de imprensa de ontem sobre o acidente, Ron Lam acusa o Governo de apenas ouvir o lado da companhia de seguros e de não ter feito uma investigação ao ocorrido. A seguradora concluiu que o ID nada tem de pagar porque os funcionários deixaram avisos sobre os cuidados a ter com o chão molhado. No entanto, as gravações das câmaras de videovigilância mostram que os avisos só foram colocados no lobby e não no local onde a mulher caiu. “Suspeita-se que a declaração da empresa [que faz as limpezas no pavilhão] foi falsificada, e a seguradora também não assumiu o dever de ver as gravações da videovigilância para ter acesso à verdade. Choca-me que o Governo não tenha percebido a verdade do caso após as nossas explicações”, disse o deputado.
Hoje Macau PolíticaFronteira | Eliminada declaração de saúde As autoridades alfandegárias do Interior da China eliminaram a obrigação de preenchimento da declaração de saúde, imposto ao abrigo do combate à pandemia, para entrar na China. A medida entrou em vigor às 00h de hoje e retira a barreira adicional nos postos fronteiriços em que era exigido a apresentação de um código QR, a derradeira obrigação desde que deixaram de ser pedidos testes negativos à covid-19 para atravessar a fronteira. Porém, as autoridades alfandegárias chinesas realçam que deve apresentar declaração de saúde quem “apresente sintomas de doenças infecciosas, tais como febre, tosse, dificuldade em respirar, vómitos, diarreia, erupção cutânea, hemorragia subcutânea, ou quem tenha sido diagnosticado com doenças infecciosas”. “As pessoas que ocultem ou evitem quarentena são legalmente responsáveis, quem provocar a propagação de doenças infecciosas ou representar um risco grave de propagação são criminalmente responsáveis”, é acrescentado no comunicado.
Hoje Macau PolíticaMeteorologia | SMG reuniu com congénere de Xangai O director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), Leong Weng Kun, quer que as relações entre Macau e Xangai se desenvolvam de forma estável e a longo prazo, principalmente no que diz respeito à “prevenção de desastres naturais”. O objectivo foi deixado num encontro com a Administração Meteorológica do Município de Xangai, que enviou à RAEM uma delegação liderada por Feng Lei. Por sua vez, o director Feng Lei afirmou que ficou “inspirado” pela visita, que foi especialmente útil “no que diz respeito à aplicação da gestão de risco de desastres e da previsão de probabilidades”. O director do Interior considerou também que para o futuro deve ser equacionada a cooperação com mais áreas geográficas, nomeadamente ao nível do “alerta antecipado de vários tipos de desastres”. Num comunicado dos SMG, a visita foi justificada com o “fim de continuar a promover a cooperação e o intercâmbio meteorológico entre o Interior da China e Macau”. O encontro serviu também para trocar “impressões sobre os serviços meteorológicos, as técnicas de previsão e alerta antecipado de vários tipos de desastres nas cidades e o sistema de previsão de tempestades tropicais”. Também foi deixado o desejo que o encontro sirva para “estabelecer uma base para a construção de um mecanismo estável de intercâmbio e cooperação a longo prazo entre as duas regiões e promover, em conjunto, o desenvolvimento integrado dos assuntos meteorológicos”.
Hoje Macau China / ÁsiaONU alerta para bombardeamentos junto a três hospitais em Gaza As Nações Unidas alertaram ontem que durante o fim de semana, Israel bombardeou os arredores de três hospitais de Gaza, incluindo o mais importante do enclave, Al-Shifa, onde estão milhares de pacientes e deslocados internos. No seu relatório diário sobre a situação em Gaza, que pode ser actualizado graças ao regresso das telecomunicações ao enclave palestiniano no domingo, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA, na siga em inglês) indicou que houve ataques próximos dos hospitais de Al-Shifa, Al-Quds (ambos na capital Gaza) e do Hospital Indonésio, na parte norte do território palestiniano. “Os dez hospitais ainda operacionais, na cidade de Gaza e no norte do enclave, receberam repetidas ordens de evacuação nos últimos dias”, afirmou a ONU, acrescentando que cerca de 117 mil pessoas deslocadas internamente estão abrigadas nestas instalações, juntamente com milhares de pacientes. No balanço da ONU recorda-se o apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para suspender estas ordens de evacuação, uma vez que na opinião da agência de saúde das Nações Unidas, “é impossível retirar os pacientes sem colocar as suas vidas em risco”. Ordem em colapso Outro motivo de preocupação para a ONU, é o saque no sábado de vários armazéns de ajuda humanitária da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), um sinal, segundo as Nações Unidas, de que “a ordem civil está a colapsar depois semanas de guerra e cerco severo”. No domingo, houve um aumento no número de camiões com ajuda humanitária autorizados a entrar em Gaza através da passagem de Rafah (Egipto), para 33, elevando o total desde o início destas entradas, em 21 de Outubro, para 117, dos quais cerca de 70 destes levaram material médico. De acordo com a ONU, que cita números do Ministério da Saúde de Gaza, 302 palestinianos morreram no enclave, elevando o número de mortes desde o início das hostilidades em 07 de Outubro para 8.005, incluindo 3.324 crianças e 2.062 mulheres, além de 1,4 milhões de deslocados internos. Na Cisjordânia, a morte de mais quatro palestinianos nas últimas 24 horas elevou o número de vítimas das forças de segurança israelitas e dos colonos judeus nas últimas três semanas para 115, incluindo 33 crianças, enquanto cerca de mil pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas. Em Gaza “os ataques aéreos parecem estar a destruir sistematicamente áreas residenciais inteiras”, denunciou o relatório das Nações Unidas, que citou bombardeamentos como o de Jabalia (norte de Gaza) que causou 26 mortes no domingo, deixando outras 14 pessoas soterradas entre os escombros. Num ambiente onde o sul de Gaza já não é visto como mais seguro do que o norte, “as pessoas deslocadas internamente deslocam-se de uma área para outra com base na possibilidade de obter água e alimentos”, indicou o relatório da ONU.
Hoje Macau EventosLivraria Portuguesa | “Ser Psiquiatra” apresentado esta quinta-feira O livro “Ser Psiquiatra – Uma Vida Entre Voos e Famílias”, do psiquiatra português José Gameiro, será apresentado esta quinta-feira na Livraria Portuguesa a partir das 18h00. A sessão contará com a presença do autor. Esta é uma obra que procura descrever como tem sido, ao longo de quarenta anos, trabalhar com pessoas que estão em sofrimento ou querem prevenir o sofrimento que prevêem surgir das circunstâncias da vida. “Ser Psiquiatra” fala de voos reais, de voos com as famílias, com os casais, com as pessoas, mas também da história pessoal e familiar do autor e de como ela influenciou e, em algumas situações, condicionou a sua forma de estar na actividade clínica. O livro descreve também as diferenças entre encarar a psiquiatria e os seus quadros clínicos como um mero conjunto de sintomas ou colocando a ênfase nas pessoas, com as quais é preciso conversar para, em conjunto, encontrar alternativas que as façam sentir-se melhor. Finalmente, fala também sobre as aprendizagens nascidas da terapia de casais e famílias e o modo como isso nos leva a olhar o ser humano sempre tentando perceber a forma como se relaciona com os outros. José Gameiro nasceu em Lisboa, em 1949. Licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa, é psiquiatra desde 1980. Doutorou-se em Psicologia e Saúde Mental na Universidade do Porto. É membro fundador da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar. Assina, no jornal Expresso, a crónica “Diário de um psiquiatra”. É piloto de aviões desde 1987. A organização do evento está a cargo do jornal Ponto Final, Livraria Portuguesa e Associação dos Médicos de Língua Portuguesa de Macau.
Hoje Macau EventosCinema | Festival de cariz lusófono arranca na próxima semana Decorre entre os dias 10 e 24 de Novembro o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, com um cartaz preenchido por filmes, documentários e workshops sujeitos ao tema “O Vestuário no Cinema”. Destaque para a exibição de “Miúcha, a voz da Bossa Nova”, documentário brasileiro de 2022 dos realizadores Daniel Zarvos e Liliane Reis Miúcha, um dos nomes sonantes da Bossa Nova, género musical brasileiro, é a figura em destaque no documentário “Miúcha, a voz da Bossa Nova”, escolhido para encerrar o Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que acontece entre os dias 10 e 24 deste mês. O evento, que decorre em várias salas de cinema no território, nomeadamente nos cinemas Galaxy e Cinemateca Paixão, integra o extenso programa do 5.º Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Sob o tema “O Vestuário no Cinema”, apresentam-se mais de 20 filmes e documentários em chinês e português, incluindo-se ainda exibições ao ar livre, conversas pós-projecção e workshops, “permitindo ao público apreciar a estética da cinematografia”, descreve o Instituto Cultural (IC), em comunicado. O festival inclui quatro secções, nomeadamente “O Vestuário no Cinema”, “Estreia de Filmes Chineses e Lusófonos”, “Exibição de Filmes sobre Macau” e “Exibição ao Ar Livre”. Dia 10 é dia para apresentar o filme chinês “Bom Outono, Mamã”, nos cinemas Galaxy. O filme conta uma história que decorre numa aldeia de cana-de-açúcar do Sul, onde a família de Fong-tai (representada por Shu Qi) aguarda o nascimento de um novo membro da família. No entanto, uma mudança acidental quebra a serenidade e a beleza e Fong-tai inicia o caminho do despertar, para encontrar a sua família e encontrar-se a si própria. Por sua vez, o documentário sobre Miúcha será exibido ao ar livre dia 24, no Jardim Secreto do Grand Lisboa Palace. O documentário biográfico apresentará ao público a história lendária da cantora, que se libertou dos grilhões da tradição para alcançar a sua própria estética musical. Miúcha, irmã de Chico Buarque, outro grande nome da Bossa Nova, chegou a cantar composições de Tom Jobim, colaborando com vários músicos. Bilhetes já à venda Depois da exibição de “Bom Outono, Mamã”, serão exibidas as restantes películas entre os dias 11 e 23 de Novembro na Cinemateca Paixão. Os bilhetes estão à venda desde ontem. Entretanto, também no dia 11, decorre o workshop de acessórios de ópera cantonense no espaço Anim’Arte Nam Van S11. Enquanto isso, dia 18, acontece, na antiga fábrica de panchões Iec Long decorre a exibição ao ar livre de filmes de animação chineses e lusófonos, decorrendo também, no mesmo dia e local, um workshop de criação de personagens de animação para pais e filhos. A 19 de Novembro tem lugar, no espaço Anim’Arte NAM VAN S11, um workshop de dança folclórica portuguesa para pais e filhos. Mais detalhes do cartaz serão divulgados posteriormente.
Hoje Macau China / ÁsiaAmérica Latina e Caribe em Pequim para cimeira empresarial A 16ª Cimeira Empresarial China-América Latina e Caribe (ALC) será realizada de 2 a 3 de novembro em Pequim pela primeira vez, com o objectivo de promover o comércio e o investimento da China na região. A cimeira é realizada anualmente na China e nos países da ALC em rotação. Foram realizadas com sucesso 15 sessões em Chongqing, Hangzhou, Chengdu e outros lugares na China, bem como no Chile, Colômbia, Peru e México, entre outros países. Cerca de 400 representantes de organizações internacionais, autoridades governamentais de países da ALC, representantes de associações empresariais e empresas confirmaram participação na cimeira, que envolve 26 países da ALC, como Argentina, Brasil, Chile e Colômbia, segundo Sun Xiao, secretário-geral da Câmara de Comércio Internacional da China. Guo Huaigang, director do subconselho de Pequim do Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional, disse que “no ano passado, Pequim candidatou-se com sucesso para sediar a cimeira, e isso abre uma nova janela de oportunidade para a cooperação económica e comercial entre a cidade e os países da ALC”. A cimeira deste ano, com o tema “Inovação Aberta, Desenvolvimento Compartilhado”, “exibirá plenamente as características da capital, mostrando a liderança exemplar e o papel como capital de Pequim na situação geral da cooperação China-ALC”, de acordo com Guo. “Os países da ALC são ricos em recursos energéticos e Pequim tem tecnologias avançadas em energia verde e veículos de nova energia. Os dois lados têm uma boa base e um amplo espaço para cooperação. Os dois lados são ricos em recursos culturais e turísticos. Há também um enorme potencial de cooperação em indústrias culturais, turismo transfronteiriço e intercâmbios entre pessoas”, concluiu Guo.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping enfatiza formação de forte senso de comunidade da nação chinesa, incluindo todos os grupos étnicos Enquanto presidia uma sessão de estudo colectivo do Gabinete Político do Comité Central do PCC, Xi Jinping enfatizou “a criação de um forte senso de comunidade para a nação chinesa a fim de promover o desenvolvimento de alta qualidade do trabalho do Partido em assuntos étnicos na nova era”. “Devem ser feitos esforços para permitir que o povo cultive a consciência de que pessoas de todas as etnias estão na mesma comunidade, onde compartilham o bem e a desgraça e permanecem unidas nos bons e maus momentos”, frisou Xi. Elogiando as novas conquistas históricas no trabalho do Partido sobre assuntos étnicos desde o 18º Congresso Nacional do PCC em 2012, Xi disse que “o importante pensamento do Partido sobre o fortalecimento e melhoria do trabalho foi formulado e uma nova fronteira foi aberta na adaptação das teorias marxistas de etnicidade para o contexto chinês e as necessidades dos tempos”. Observando as novas circunstâncias e tarefas no trabalho do Partido sobre assuntos étnicos desde o 20º Congresso Nacional do PCCh em 2022, Xi garantiu que “nenhum grupo étnico será deixado para trás na construção de um grande país socialista moderno em todos os aspectos”. “É necessário estabelecer um sistema teórico científico e sólido para a comunidade nacional chinesa”, assinalou Xi, sublinhando que “devem ser feitos esforços para integrar as teorias étnicas marxistas com as realidades específicas e a excelente cultura tradicional da China”. Xi pediu foco na construção da civilização chinesa moderna, com o objetivo de estabelecer uma base espiritual e cultural sólida para forjar um forte sentido de comunidade para a nação chinesa e enfatizou o fortalecimento da educação das teorias, linhas, princípios e políticas do Partido entre pessoas de todos os grupos étnicos e a promoção da evolução criativa e do desenvolvimento inovador da excelente cultura tradicional chinesa. “Esforços abrangentes devem ser feitos para promover a língua chinesa padrão falada e escrita e o uso de livros didácticos unificados compilados pelo Estado”, acrescentou. Pedindo mais intercâmbios e interações entre os diferentes grupos étnicos, Xi sublinhou que deve ser promovida “a mobilidade populacional e a habitação integrada entre vários grupos étnicos, numa tentativa de promover continuamente a unidade e o progresso étnico”. Xi destacou ainda a melhoria dos meios de subsistência das pessoas e “a garantia de que os benefícios do desenvolvimento sejam entregues de forma justa às pessoas de todos os grupos étnicos”, além de encetar esforços “para contar melhor as histórias da nação chinesa e intensificar a comunicação pública sobre o sentido de comunidade da nação chinesa”. “Os comités do Partido e os governos de todos os níveis devem aderir à abordagem correcta e distintamente chinesa para lidar com os assuntos étnicos, e as autoridades devem dar as devidas contribuições para a unidade e o progresso étnico”, conclui o presidente.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Revelado número de funcionários punidos este ano Um total de 405.000 funcionários de todos os níveis foram punidos durante os primeiros nove meses deste ano, de acordo com um comunicado publicado no portal da Comissão Central de Inspecção Disciplinar (CCDI) do Partido Comunista da China e da Comissão Nacional de Supervisão no domingo, acrescentando que 34 eram funcionários superiores a nível provincial ou ministerial. “A China tratou de mais de 36.000 casos relacionados com a corrupção com impacto no interesse público no primeiro semestre de 2023, com mais de 52.000 indivíduos a receberem críticas, educação, assistência ou punição”, anunciou a mais alta autoridade de supervisão e anti-corrupção da China. De janeiro a setembro de 2023, as autoridades de inspecção e supervisão disciplinar de todo o país receberam 2,617 milhões de relatórios, dos quais 819.000 eram denúncias ou acusações. Dos 470.000 casos registados, 133.534 funcionários de todos os níveis estavam envolvidos. De acordo com a declaração, as autoridades de inspecção e supervisão da disciplina reforçaram de forma consistente o seu trabalho de inspecção, abrangendo a implementação de políticas de apoio ao interesse público e punindo actos de desvio de fundos, apropriação indevida, falsas denúncias e extorsão. A formação e a rectificação da equipa oficial nacional de inspecção e supervisão disciplinar também continuam em curso. No primeiro semestre de 2023, o sistema nacional de inspecção e supervisão da disciplina recebeu um total de mais de 20 200 denúncias ou relatórios públicos envolvendo funcionários de inspecção e supervisão da disciplina. Além disso, foram tratadas mais de 18 700 denúncias relacionadas com funcionários de inspecção e supervisão disciplinar, tendo 2 482 funcionários sido objeto de relatórios disciplinares, 1 647 punidos e 73 transferidos para órgãos judiciais. As autoridades de inspecção disciplinar também se concentraram na investigação de casos de suborno, tendo arquivado 12.000 casos de suborno e transferido 2.365 suspeitos de crimes para os órgãos procuradores. Zhuang Deshui, director-adjunto do Centro de Investigação para a Construção da Integridade Governamental da Universidade de Pequim, disse que é urgente estipular o sistema de funcionamento, as responsabilidades de trabalho e o mecanismo das comissões de inspecção disciplinar das instituições do Partido e do Estado. “Todos os departamentos dos órgãos centrais e estatais precisam de melhorar o sistema de inspecção disciplinar de acordo com as condições reais, promover as organizações do Partido e os membros do Partido a implementarem rigorosamente, e reforçar a consciência de tomar a iniciativa de realizar a supervisão e aceitar conscientemente a supervisão”, disse Zhuang.
Hoje Macau SociedadeGrande Prémio | 80 por cento dos bilhetes vendidos Em contagem decrescente para o arranque da 70.ª edição do Grande Prémio de Macau (GPM), já foram vendidos 80 por cento dos bilhetes para os últimos dois dias do evento, garantiu ontem a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, na cerimónia religiosa tradicional, Pai San, de arranque do maior evento do desporto automóvel do território. Elsie Ao Ieong U considerou, citada por um comunicado, que “os trabalhos preparatórios para o 70.º Grande Prémio de Macau decorrem com sucesso”, esperando que, com o evento, “se atraia mais turistas” para Macau. Prevista ocupação de 90 por cento A Direcção de Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, antevê que durante os dois fins-de-semana em que se disputa o Grande Prémio de Macau a taxa de ocupação hoteleira seja superior a 90 por cento. A previsão foi feita ontem, à margem da Cerimónia Religiosa Tradicional (Pai San) para o 70.º Grande Prémio de Macau. Segundo a responsável, com o aproximar das provas o turismo está a promover o evento das regiões vizinhas através de “diferentes plataformas” e até em países do estrangeiro. Além disso, para aumentar o nível de produtos turísticos, Maria Helena de Senna Fernandes adiantou também que o Museu do Grande Prémio vai estar aberto até às 21h nos dias de prova. Este ano, como parte das celebrações do 70.º aniversário, o Grande Prémio realiza-se em dois fins-de-semana entre 11 e 12 de Novembro e entre 16 e 19 de Novembro.
Hoje Macau SociedadeBalança comercial | Défice de 31,14 mil milhões no 3.º trimestre O défice da balança comercial no terceiro trimestre deste ano foi de 31,14 mil milhões de patacas, indicam dados ontem divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Neste período, os valores de exportação e importação de mercadorias atingiram 3,15 mil milhões e 34,29 mil milhões de patacas, respectivamente, registando-se subidas de 6,4 e 20,3 por cento, respectivamente, face ao mesmo trimestre de 2022. Olhando para os nove meses do ano, de Janeiro a Setembro, verifica-se que o défice da balança comercial foi de 96,28 mil milhões de patacas, mais 4,18 mil milhões de patacas em relação aos primeiros nove meses do ano passado. De Janeiro a Setembro deste ano, o valor exportado foi de 9,51 mil milhões de patacas, uma quebra de 6,1 por cento face a idêntico período de 2022. Por sua vez, a reexportação foi de 8,35 mil milhões de patacas, enquanto a exportação doméstica teve o valor de 1,17 mil milhões de patacas. Ambas registaram quebras de 3,1 e 23,4 por cento, respectivamente. O valor importado de mercadorias foi de 105,80 mil milhões de patacas, ou seja, mais 3,5 por cento, em termos anuais. Ao nível das exportações por destino, exportaram-se mercadorias para o interior da China no valor global de 688 milhões de patacas de Janeiro a Setembro, uma quebra de 28,7 por cento. Além disso, o valor exportado de mercadorias de Macau para os países de língua portuguesa foi de 662 mil patacas, uma quebra de 51,1 por cento. Pelo contrário, o valor exportado de mercadorias para os países pertencentes à iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” foi de 361 milhões de patacas, mais 20,8 por cento.
Hoje Macau SociedadeComércio | Aumento de 935 lojas em um ano Entre 2021 e 2022, nasceram mais 935 estabelecimentos de comércio por grosso e retalho em Macau, segundo dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em 2022 registaram-se, no total, 15.824 estabelecimentos deste sector em actividade, incluindo os arrendatários nos mercados municipais e vendedores de rua com lugar fixo. Foram registados 65.269 trabalhadores, mais 2.330 em termos anuais. As receitas deste ramo de actividade económica foram de 105,01 mil milhões de patacas, registando-se uma queda homóloga de 6,4 por cento. Destaque para o comércio a retalho e para um aumento anual das receitas dos supermercados de 6,9 por cento, tendo obtido receitas totais em 2022 de 6,06 mil milhões de patacas. Por sua vez, dentro da área do retalho, o número de arrendatários nos mercados municipais e vendedores de rua com lugar fixo totalizou 1.234, menos 125 face a 2021, existindo nesta área 2.061 pessoas, menos 316.
Hoje Macau Manchete SociedadePonte do Delta | 36 milhões de passagens fronteiriças em cinco anos Cinco anos depois da sua inauguração, a Ponte Hong Kong – Zhuhai – Macau aproximou três territórios, proporcionou 36 milhões de passagens fronteiriças, e a travessia de 7,5 milhões de veículos. Até ao fim de Setembro, o total de bens importados e exportados através de Zhuhai pela ponte foi de mais de 718 mil milhões de yuans Desde que foi inaugurada, a 23 de Outubro de 2018, a circulação na Ponte Hong Kong – Zhuhai – Macau (ou Ponte do Delta) tem aumentado, atingindo na actualidade o maior volume de tráfego, muito por culpa das políticas que permitem a circulação de veículos com matrículas das regiões administrativas especiais na província de Guangdong. Em jeito de balanço, e de celebração do quinto aniversário da inauguração da maior ponte marítima do mundo, o Diário do Povo publicou ontem um artigo a apontar que, desde a abertura, a ponte facilitou 36 milhões de passagens fronteiriças e 7,5 milhões de travessias de veículos. Importa salientar, que mais de metade do tempo desde que foi inaugurada, a Ponte do Delta conheceu pouco tráfego devido à pandemia que eliminou as passagens transfronteiriças durante três anos. Ao longo deste ano, passaram na ponte 2,35 milhões de veículos. Tendo em conta que a larga maioria das travessias são realizadas por autocarros, é indicado pelo Diário do Povo que mais de 7 milhões das viagens foram feitas por residentes de Macau e Hong Kong. Durante os feriados da Semana Dourada, foram registadas mais de meio milhão de travessias. Até ao final de Setembro, o volume total de bens importados e exportados que saíram do Interior da China por Zhuhai e que usou a ponte chegou aos 718,75 mil milhões de yuans. Nos últimos cinco anos, a Ponte do Delta foi instrumental no aumento das trocas comerciais, passando o comércio a abranger 230 países e regiões, face a 105 em 2018. Abraço pelo mar Enquanto símbolo físico que materializa o conceito do projecto da Grande Baía, a Ponte do Delta é apontada pelas autoridades do Interior da China, Macau e Hong Kong como um ponto fulcral no fluxo de pessoas, capital e mercadorias. No dia do quinto aniversário da ponte, o Diário do Povo ouviu algumas pessoas que por lá passam. Às 08h, Su Guiping, um guia turístico com 38 turistas da província de Hubei a seu cargo, preparava-se para atravessar a ponte em direcção a Hong Kong para começar uma visita de quatro dias às regiões administrativas especiais. “Muitos turistas querem ver a ponte”, afirmou o guia. Na manhã de 20 de Outubro, o posto fronteiriço do lado de Zhuhai acumulava uma fila de camiões de mercadorias com destino a Hong Kong. Um dos veículos pesados pertencia à empresa de Zhuhai Haimiao Aquaculture Import and Export, que fornece pescado fresco. O gestor da empresa, Weng Xipeng, indicou que a abertura da ponte permite a chegada à meia-noite a Hong Kong de peixe apanhado à tarde, que chega à mesa dos consumidores no dia seguinte. “A nossa eficiência melhorou significativamente e o produto chega ao consumidor mais fresco”, indicou. Com 400 mil toneladas de ferro, espalhados ao longo de 55 quilómetros de estrada, quase sete quilómetros em túneis subaquáticos, a Ponte do Delta permite a ligação entre Zhuhai e Macau a Hong Kong em 45 minutos.
Hoje Macau EventosPalestra sobre a obra do arquitecto José Maneiras na próxima quarta-feira O Centro de Investigação DOCOMOMO Macau organiza, na próxima quarta-feira, 1 de Novembro, uma palestra dedicada à vida e obra do arquitecto local José Maneiras. “Construir o Século XX – José Maneiras: A visão do arquitecto”, protagonizada pela académica Ana Vaz Milheiro, decorre na Fundação Rui Cunha a partir das 18h30. Ana Vaz Milheiro é Professora Associada da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa e investigadora integrada do DINÂMIA’CET do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). A palestra “José Maneiras: A visão do arquitecto” celebra a vida pública do arquitecto José Maneiras que viu na arquitectura a possibilidade de moldar uma sociedade progressivamente mais igualitária, com acesso a melhores e mais justas condições de vida. Nascido em Macau em 1935 e licenciado pela antiga Escola de Belas Artes do Porto em 1962, José Maneiras dedicou toda a sua vida profissional ao território, desde o período que antecedeu a transferência de soberania de Macau “até à plena integração de Macau na República Popular da China”. Uma de muitas A palestra tem como objectivo “reflectir criticamente sobre como a profissão de arquitecto pode continuar a significar mudança olhando para o passado comum”. Este evento faz parte da série de palestras “Construir o Século XX”, um projecto da DOCOMOMO Macau que teve início no ano passado. A 8 de Novembro decorre a sessão “Raul Chorão Ramalho e a escola Pedro Nolasco (EPM)”, enquanto no dia 6 de Dezembro será apresentada a palestra “Oseo Acconci e a sua arquitectura”. Ana Vaz Milheiro tem sido responsável por projectos de investigação centrados em questões de arquitectura e urbanismo nas antigas colónias portuguesas africanas, e em projectos residenciais de arquitectos que trabalharam em Macau durante a administração portuguesa. Recentemente premiada com uma bolsa ERC Advanced Grant 2024-2028, Ana Vaz Milheiro escreve para o jornal português “Público” e foi editora-adjunta do JA-Jornal Arquitectos, onde escreveu sobre o arquitecto José Maneiras e Macau.
Hoje Macau EventosÓbito | Actor Matthew Perry, da série ‘Friends’, faleceu aos 54 anos O actor norte-americano Matthew Perry, conhecido por interpretar a personagem Chandler Bing na série televisiva ‘Friends’, foi encontrado morto em casa aos 54 anos, avançou no sábado a imprensa norte-americana. De acordo com o jornal Los Angeles Times, o actor foi encontrado morto no jacuzzi de casa em Los Angeles, no oeste dos Estados Unidos, onde se terá afogado. Não foram encontrados no local nem drogas nem qualquer sinal que sugerisse um acto criminoso, segundo fontes policiais não identificadas citadas pelo mesmo jornal e pelo portal noticioso TMZ, que foi o primeiro a avançar a morte de Perry. Um inspector da polícia de Los Angeles, Drake Madison, confirmou à agência de notícias Associated Press que agentes tinham sido chamados à casa para “investigar a morte de um homem com cerca de 50 anos” por volta das 16h10 de sábado (hora local). O actor, que confessou publicamente ter sofrido diversos episódios de dependência de drogas e álcool ao longo da vida, tornou-se famoso por interpretar a personagem Chandler Bing na série ‘Friends’, que durou 10 temporadas, entre 1994 e 2004. Perry foi nomeado para os Emmy, os prémios norte-americanos de televisão, uma vez pelo seu papel em ‘Friends’ e mais duas vezes por interpretar um conselheiro da Casa Branca na série ‘Os Homens do Presidente’. O actor também teve vários papéis de destaque no cinema, sendo o protagonista, com Salma Hayek, da comédia romântica ‘Só os Tolos Se Apaixonam’, e da comédia policial ‘The Whole Nine Yards’, ao lado de Bruce Willis.
Hoje Macau EventosUPM | Concerto de piano com composições de Harry Ore amanhã Decorre amanhã no auditório da Faculdade de Artes e Design da Universidade Politécnica de Macau (UPM) o concerto “Returning Home – A Concert of Harry Ore’s Piano Works”, às 20h. Harry Ore, nascido em 1885 e falecido em 1972, foi um pianista e compositor judeu da Letónia, tendo começado a viajar pelo Oriente em 1915, acabando por se estabelecer em Hong Kong em 1921, embora também tenha criado raízes em Macau. Ore passou muito tempo na China, nas regiões da Guangdong, Macau e Hong Kong, bem como no Sudeste Asiático, onde desenvolveu apresentações musicais e actividades pedagógicas e criativas até à sua morte. Faleceu em Hong Kong com 87 anos. Segundo um comunicado da UPM, Harry Ore é considerado o “primeiro compositor de piano ao estilo cantonense”, sendo as suas obras consideradas uma “pérola esquecida”. O concerto conta com a participação dos professores Xian Jinsong, Jin Lai e Zhang Yiming do Departamento de Piano do Conservatório de Música de Xinghai. Estará também presente o pianista Choi Sown Le, que foi aluno de Harry Ore durante mais de quatro anos, tendo “uma profunda compreensão pela música deste compositor”. Todos os pianistas vão tocar em Macau as composições mais emblemáticas de Harry Ore, a fim de “celebrar este velho amigo de Macau e agradecer a sua contribuição para a música cantonense”. A entrada é gratuita.