Itália | Bolsas Armani produzidas por trabalhadores chineses explorados

Uma empresa do grupo da marca de luxo Giorgio Armani foi colocada sob administração judicial pelo tribunal de Milão, por alegadamente ter subcontratado uma empresa não autorizada, que empregava trabalhadores chineses que eram explorados.

A empresa em questão é a Giorgio Armani Operations, controlada e supervisionada pela Giorgio Armani, e que é responsável pelas colecções e acessórios do prestigiado grupo italiano, especificou o tribunal na sua decisão, citada pela agência France-Presse (AFP).

Segundo o tribunal, a empresa terá recorrido a um fornecedor, a Manifatture Lombarde, que por sua vez recorreu a subcontratantes que utilizavam oficinas chinesas na província de Milão e empregavam imigrantes indocumentados, para a produção de bolsas, artigos de couro e acessórios Armani. O tribunal nomeou um consultor pelo período de um ano, que trabalhará ao lado dos gestores para melhorar o relacionamento com os fornecedores.

A finalidade desta medida “não é repressiva”, mas “bastante preventiva” com o objectivo de “proteger a sociedade o mais rapidamente possível” da “infiltração criminosa”, pode ler-se na decisão do tribunal de Milão, no seu acórdão de 3 de Abril.

O contrato do subcontratante oficial da Armani, Manifatture Lombarde, incluía um código de ética e uma proibição explícita da própria utilização de subcontratantes, embora, de acordo com a investigação conduzida pelos carabinieri [polícia militarizada italiana], este subcontratante não tivesse oficina de produção. De acordo com a investigação, a empresa Manifatture Lombarde subcontratou a produção a “oficinas chinesas”, que empregam principalmente cidadãos chineses e paquistaneses que trabalhavam em condições que violam as regras fundamentais de segurança.

Os trabalhadores, obrigados a “aceitar condições de trabalho particularmente desvantajosas que resultam numa exploração real”, trabalharam nomeadamente um número de horas superior ao oficialmente declarado.

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