Concerto G-Dragon | CPSP confirma trabalhadores ilegais

O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) confirmou mesmo que houve trabalhadores ilegais na realização do concerto dos G-Dragon, tendo trabalhado em postos de venda de produtos.

Segundo declarações citadas pelo jornal Ou Mun, trata-se de três mulheres naturais do interior da China que são suspeitas de facilitarem o emprego ilegal, enquanto 68 trabalhadores ilegais investigados são estudantes do Interior da China que estudam em Macau. Além disso, apenas um trabalhador não residente (TNR) está envolvido.

As autoridades policiais suspeitam de que há duas empresas envolvidas, sendo que os suspeitos recrutaram trabalhadores nas redes sociais na qualidade de voluntários para vender lembranças durante o concerto. Todos os trabalhadores ilegais disseram às autoridades que não foram pagos.

Já os TNR, prestaram serviços numa categoria profissional diferente daquela que está associada ao seu blue card. Questionados sobre quantos ilegais receberam dinheiro e quanto tempo prestaram serviço durante o concerto, os agentes do CPSP afirmaram que não possuem ainda informações.

11 Jun 2025

Empresa chinesa constrói acessos a Inhambane e porto da Beira

O ministro dos Transportes e Logística moçambicano, João Jorge Matlombe, disse ontem à Lusa que Moçambique irá assinar contratos com uma empresa chinesa para construir estradas de acesso a Inhambá e ao porto da Beira.

Matlombe explicou que irá assinar hoje os contratos, um envolvendo “financiamento directo” e outro uma parceria público-privada (PPP), com o grupo estatal China Road and Bridge Corporation (CRBC).

A CRBC vai construir uma estrada com quase 78 quilómetros para melhorar o acesso à província de Inhambane, no sul de Moçambique, que o ministro descreveu como “uma zona turística importante”. Matlombe assumiu que o custo do projecto “vai mesmo ser assumido pelo próprio Estado”, uma vez que “não tem demanda que justifique uma PPP ou um investimento directo privado”.

Pelo contrário, o dirigente defendeu que, de acordo com um estudo já realizado”, a estrada de ligação ao porto da Beira, “do ponto de vista do modelo de negócios, permite que qualquer investidor recupere o seu investimento”. O ministro sublinhou que o porto da Beira “é um dos maiores da zona sul do país” e que o novo acesso será “um corredor alternativo” que irá facilitar, por exemplo, “a saída dos camiões do porto” para o vizinho Zimbabué.

Encontros em Macau

O ministro falava à margem de uma sessão do 16.º Fórum e Exposição Internacional sobre o Investimento e Construção de Infraestruturas (IIICF, na sigla em inglês), que está a decorrer até quinta-feira em Macau. Matlombe revelou que já tem pelo menos cinco encontros marcados em Macau com membros do Governo de Botsuana, Angola, Cabo Verde e República Democrática do Congo (RDCongo).

Em cima da mesa vai estar o corredor logístico na zona norte, que liga Maláui, Zâmbia e RDCongo, para “capitalizar a utilização do porto de Nacala”, referiu o dirigente. Matlombe revelou que o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos moçambicano, Fernando Rafael, também viajou para a região.

O responsável pela tutela dos Transportes e Logística disse que, durante a estadia em Macau, o colega de Governo “também vai assinar alguns acordos para o programa de massificação da habitação social para os jovens”.

11 Jun 2025

Arraial de S. João | Torre de Macau em festa nos dias 21 e 22

O Arraial de S João está de regresso, mas continua a não se realizar no bairro de São Lázaro como era habitual há uns anos. A festa está marcada para o espaço polivalente da Torre de Macau, nos dias 21 e 22 do presente mês, das 14h30 às 22h.

Segundo uma nota da organização, à semelhança do que aconteceu no ano passado, haverá “tendas de artesanato, de petiscos e de jogos, com muita música proporcionada por bandas locais”. O arraial é da iniciativa da Associação dos Macaenses (ADM) com o subsídio da Fundação Macau, contando com o apoio logístico da Torre de Macau, a colaboração de outras associações como a Associação dos Jovens Macaenses (AJM), Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) a Casa de Portugal em Macau (CPM), o Instituto Internacional de Macau (IIM).

O arraial, mais do que uma festa em homenagem a um santo popular, corresponde a um esforço comunitário para manter a tradição de comemorar a data histórica de 24 de Junho de 1622, em que, por benção de S. João, a população de Macau resistiu e derrotou a força expedicionária holandesa, preservando Macau com as características que lhe são próprias. Esta data foi assinalada durante séculos, como o dia da Cidade de Macau.

Segundo a mesma nota, a realização do arraial “é fundamental e justificativa para que lhe seja reconhecido o seu lugar no Património Cultural Intangível da RAEM”.

11 Jun 2025

FRC | Lúcia Lemos apresenta hoje a exposição “Metamorfoses”

Como parte integrante do cartaz das comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas, a Fundação Rui Cunha acolhe, a partir de hoje, a mostra “Metamorfoses”, da autoria de Lúcia Lemos. A mostra faz uma retropectiva do trabalho da fotógrafa, artista e ex-directora da Creative Macau

 

A Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h, a exposição “Metamorfoses”, de Lúcia Lemos, que faz uma retrospectiva do seu percurso artístico, com trabalhos e composições de diferentes géneros. O evento encontra-se inserido no Programa das Festividades de “Junho, Mês de Portugal na RAEM”.

“Metamorfoses” reúne 44 peças que vinculam expressões e estéticas artísticas diversas, como a gravura, fotografia, instalação, pintura e cerâmica. Lúcia Lemos utiliza materiais orgânicos para dar corpo às ideias, e significados à sua arte, nas diferentes linguagens e formas que foi experimentando e aprendendo ao longo da vida, agora com maior liberdade e tempo para explorar.

A mostra emerge de “transformações vividas e observações visuais pessoais do espaço físico – Macau – onde me permiti contaminar, sem nunca deixar de praticar a portugalidade, como sentido de pertença do lugar de onde parti há quatro décadas”, reflecte a artista, citada numa nota da FRC. Lúcia Lemos aposentou-se recentemente do projecto Creative Macau que fundou em Agosto de 2003.

Uma espécie de simbiose

Segundo Lúcia Lemos, a retrospectiva que agora expõe ao público significa também a simbiose de construção e maturação da sua “identidade, modelada pelas mudanças de adaptação e adopção à metamorfose do novo lugar”.

“A arte e o processo artístico procuram formas de integração e ligação do ser humano à natureza e ao mundo que o rodeia”, acrescentou.

Lúcia Lemos construiu uma carreira profissional que cruzou várias artes e estéticas, tendo começado pela obtenção de um diploma em Gestão de Artes em 2001. Posteriormente, instalou o Centro de Indústrias Criativas – Creative Macau, que coordenou por mais de 20 anos, e lançou o Festival Internacional de Curtas de Macau.

Participou em mais de 50 exposições colectivas em Macau e noutros lugares, com alguns trabalhos premiados e linguagens artísticas variadas. Desde 2002, exibiu individualmente fotografia a preto e branco em Berkeley, Curitiba, Lisboa, Macau, Monza, Palermo, Porto, Salzburgo e Xangai. A mostra vai estar patente até ao dia 21 de Junho.

11 Jun 2025

Comércio | Prolongado até Dezembro inquérito ‘antidumping’ sobre carne de porco europeia

O Ministério do Comércio da China anunciou ontem que vai prolongar até Dezembro a investigação por concorrência desleal às importações de determinados produtos de carne de porco provenientes da União Europeia (UE), iniciada em Junho de 2024.

Em comunicado publicado no seu portal oficial, o ministério justificou a extensão da investigação “atendendo à complexidade do caso”, fixando como novo prazo 16 de Dezembro.

O inquérito, lançado em 17 de Junho de 2024, tinha inicialmente uma duração prevista de um ano, com a possibilidade de extensão “em circunstâncias especiais”, como já havia sido sinalizado na altura. A investigação incide sobre carne de porco e miudezas, tanto refrigeradas como congeladas, bem como gordura e derivados, com origem na UE.

Pequim iniciou esta medida como retaliação às taxas alfandegárias impostas por Bruxelas sobre veículos eléctricos fabricados na China, alegando que os subsídios estatais recebidos por este sector criam distorções na concorrência face às marcas europeias. Apesar das tensões, nos últimos meses registou-se uma ligeira aproximação entre a China e a UE, nomeadamente após o impacto da guerra comercial iniciada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

O comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, que visitou a China em Março, afirmou recentemente que Bruxelas e Pequim “partilham interesses mútuos significativos na resolução dos desafios bilaterais e globais” e sublinhou que é “igualmente importante enfrentar as divergências”.

Segundo o responsável europeu, as duas partes estão “a trabalhar arduamente” para alcançar avanços antes da cimeira bilateral agendada para Julho, na China, ocasião em que se celebrará o 50.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Pequim e Bruxelas.

11 Jun 2025

Quénia | País estuda com a China investimento na criação de fábricas de vacinas

Quénia e China iniciaram conversações para a criação de centros de produção de vacinas e medicamentos no país africano, um projecto avaliado em 500 milhões de dólares, informaram segunda-feira as autoridades quenianas.

O ministro da Saúde queniano, Aden Duale, realizou segunda-feira uma “reunião estratégica” com uma delegação chinesa liderada pela embaixadora do país asiático no Quénia, Guo Haiyan, para discutir o estabelecimento de centros locais de produção de vacinas e produtos farmacêuticos com tecnologia chinesa, afirmou o ministério da Saúde do Quénia em comunicado.

A iniciativa visa “fortalecer as cadeias de abastecimento do Quénia, reduzir a dependência das importações, criar emprego de acordo com a agenda de desenvolvimento do Governo” e posicionar o Quénia como líder continental no processo de fabrico de produtos sanitários, uma visão que se espera que se torne realidade até 2028 com o apoio do Governo chinês, explicou o departamento de Duale.

O ministro queniano também acolheu com satisfação a oferta da China de 500 bolsas de estudo e 20 programas anuais de intercâmbio, considerando-a um investimento fundamental para a futura liderança do Quénia nesse sector.

11 Jun 2025

EUA | Estudantes chineses enfrentam incertezas sobre estudar no país

Apesar das afirmações de Trump de que os EUA “adoram receber estudantes chineses”, o número de recusas de vistos a jovens chineses é cada vez maior

 

He Qixuan, uma estudante de Xangai, exultava de alegria quando na última sexta-feira atendeu o telefonema da Lusa e contou que o seu visto para estudar nos Estados Unidos tinha sido aprovado. “Vou festejar! É o primeiro passo para estudar no estrangeiro!”, disse à Lusa a jovem candidata ao mestrado em Estudos dos Media Emergentes na Universidade de Boston, depois de uma entrevista no consulado dos Estados Unidos em Xangai, onde, como ela, na mesma fila, quase 200 candidatos que aguardavam entrevistas receberam aprovação.

Se a cena parece ilustrar o compromisso assumido pelo Presidente norte-americano na conversa telefónica com o homólogo chinês, Xi Jinping, na passada quinta-feira – e dar corpo à afirmação de Donald Trump de que os EUA “adoram receber estudantes chineses” -, os sinais de Washington sobre o tema são mais do que contraditórios, na perspectiva de diversas fontes chinesas em declarações à Lusa.

A agência Yi Si, sediada em Guangzhou, especializada no apoio de estudantes chineses que pretendem estudar no estrangeiro, dá conta da crescente preocupação com a rejeição de vistos entre os candidatos que recorrem aos seus serviços.

“Tenho dois estudantes da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau a quem foram negados os vistos para estudarem nos Estados Unidos já por três vezes”, disse à Lusa o director da agência, Christ Feng, observando que o consulado dos EUA “não forneceu quaisquer razões” para as rejeições.

“Durante a anterior presidência de Trump, eram os estudantes de informática os que enfrentavam as taxas de rejeição mais elevadas, mas agora os candidatos de todas as especialidades correm o risco de ser recusados”, acrescentou Feng.

Recusas agressivas

Xiangning Wu, uma professora associada do Departamento de Governo e Políticas Públicas da Universidade de Macau, disse à Lusa que, nos últimos anos, o número de alunos seus que estudam nos Estados Unidos “tem vindo a diminuir”, devido ao “aumento das propinas” e a “razões de segurança”.

Wu referiu ainda que as recusas de visto têm visado maioritariamente os estudantes de ciências e engenharia, o que tem feito com que estes alunos acabem por fazer as especializações em Hong Kong e Singapura. As descrições parecem encontrar ressonância no que o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou em comunicado na véspera do telefonema entre Trump e Xi na semana passada.

Segundo o comunicado do Departamento de Estado, os Estados Unidos vão começar a “revogar agressivamente” os vistos concedidos aos estudantes chineses, e a medida terá como foco principal os estudantes com ligações ao Partido Comunista Chinês (PCC) e os que se encontrem nos Estados Unidos a estudar em áreas sensíveis.

“Sob a liderança do Presidente Trump, o Departamento de Estado trabalhará com o Departamento de Segurança Interna para revogar agressivamente os vistos concedidos a estudantes chineses, incluindo aqueles com ligações ao Partido Comunista Chinês ou estudando em áreas críticas”, informou Rubio.

“Também vamos rever os critérios de concessão de vistos para aumentar o escrutínio de todos os futuros pedidos de visto da República Popular da China e de Hong Kong”, acrescentou o secretário de Estado norte-americano.

Apoios caseiros

Esta determinação foi escutada com a devida atenção na China. A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) em Macau disse à Lusa que está a preparar-se para “assistir” cerca de 200 estudantes da região administrativa especial chinesa a estudar nos Estados Unidos, assim como outros que aí pretendam prosseguir os estudos.

“A DSEDJ comunicou com instituições terceiras em Macau e solicitou-lhes que estejam atentas aos últimos desenvolvimentos e prestem a necessária facilitação e assistência aos estudantes que se encontram nos Estados Unidos, ou que pretendem estudar nos Estados Unidos, com o objectivo de se transferirem para outros países”, indicou a instituição em comunicado enviado à Lusa.

No ano lectivo de 2022/2023, o número total de estudantes chineses nos Estados Unidos era de 289.526, representando aproximadamente 27,4 por cento do número total de estudantes internacionais dos EUA, e encabeçando a lista pelo 14.º ano consecutivo, de acordo com o relatório Portas Abertas, financiado pelo Departamento de Estado norte-americano.

Jing Wu, Lusa

11 Jun 2025

Obras | Rede de drenagem altera circulação

Várias vias do território estarão encerradas ao trânsito devido aos trabalhos de desobstrução da rede de drenagem, a cargo do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).

Assim, haverá alterações de circulação entre quinta e sexta-feira em zonas como a Travessa do Bem-Estar, Rua de Brás da Rosa ou Avenida do Almirante Lacerda, entre outras. Entre sábado e segunda-feira, a circulação será reduzida em zonas como a Travessa dos Vendilhões, Rua de Nossa Senhora do Amparo e Travessa da Caldeira, entre outras. O encerramento ao trânsito será faseado, funcionando de madrugada entre as 1h30 e 5h30.

Patane | Trânsito condicionado na Avenida Marginal

A empreitada de construção da passagem superior para peões na Avenida Marginal do Patane, que arrancou há cerca de um ano, irá obrigar ao condicionamento do trânsito, por fases, entre amanhã e 9 de Agosto, de acordo com um comunicado conjunto divulgado ontem pelas direcções de serviços de Obras Públicas e para os Assuntos de Tráfego.

Entre amanhã e domingo, o troço da Avenida Marginal do Patane junto a Van Sion Son Chun terá o trânsito condicionado e, a partir da próxima semana até ao fim do mês será a vez do cruzamento entre a Rua Sul do Patane e a Avenida Marginal do Patane. As obras vão prosseguir, afectando várias secções das vias da zona, até 9 de Agosto. As autoridades indicaram que a empreitada estará concluída em Setembro.

11 Jun 2025

Análise | Fecho de casinos-satélite com impacto mais complexo para SJM

O anúncio do encerramento de 11 casinos-satélite até ao final deste ano foi recebido por analistas e especialista do sector como uma “surpresa negativa”. Numa sucessão de notas divulgadas ontem, em reacção ao anúncio de segunda-feira, vários analistas realçaram a maior complexidade para a SJM da transição para um período sem casinos-satélite, face à expectável suavidade transitória para as concessionárias Melco e Galaxy.

Recorde-se que dos 11 espaços de jogo que vão encerrar, nove operavam sobre a licença da SJM, restando apenas os casinos da Ponte 16 e do L’Arc Macau. Para já, ainda não se sabe se a concessionária irá adquirir toda a propriedade ou apenas os espaços de jogo, mas qualquer que seja a decisão irá requerer a aprovação do Governo.

Numa nota divulgada ontem, a JP Morgan Securities indica que o impacto do encerramento das operações dos casinos-satélite que operavam com as licenças da Melco e Galaxy será “insignificante” para as concessionárias, uma vez que os seus resultados representam percentagens mínimas nas operações dos dois grupos.

A SJM está numa situação completamente diferente. Apesar das operações dos casinos-satélite apenas representarem cerca de 4 por cento dos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês), um volume “controlável”, o realinhamento de cerca de 440 mesas de jogos dos casinos-satélite irá acrescentar milhares de trabalhadores às folhas de pagamento de salários da empresa. Se a SJM não acrescentar de forma significativa a sua quota de mercado graças às novas mesas de jogo, o fluxo de trabalhadores pode resultar em prejuízos para a empresa, indicam os analistas da JP Morgan.

Por outro lado, a CLSA destacou a surpresa do fim das operações de alguns casinos-satélite que vinham apresentando lucros, como o Casino Kam Pek Paradise.

11 Jun 2025

Casinos-satélite | Davis Fong diz que fechos se devem ao mercado

O académico Davis Fong considerou que o encerramento de 11 casinos-satélite se deve ao funcionamento do mercado e ao facto de as concessionárias e as empresas que exploram os casinos-satélite não terem chegado a acordo sobre o pagamento pela exploração dos casinos. A posição do académico, e ex-deputado nomeado pelo Chefe do Executivo, foi tomada em declarações ao Jornal Ou Mun.

Na óptica de Davis Fong, o fim destes espaços deveram-se principalmente ao desencontro das posições entre os operadores e as concessionárias do jogo, dado que com as alterações à lei do jogo, as empresas que exploram os casinos-satélite deixaram de ser pagas de acordo com as receitas dos casinos, e apenas podem ser pagas através da chamada retribuição do contrato de exploração do jogo, ou seja, um pagamento mensal fixo.

O director do Instituto de Estudos sobre a Indústria do Jogo da Universidade de Macau desvalorizou ainda o impacto do encerramento destes casinos na economia local, ao indicar que actualmente decorre um período de transição para os casinos-satélite, e que nos últimos dois anos e meio era conhecida a possibilidade do encerramento. Por este motivo, indicou Davis Fong, muitos restaurantes mudaram de localização do ZAPE para o NAPE, para se prepararem para o novo cenário, sem estes casinos.

Embora ser conhecido como especialista na área do jogo, Davis Fong não se coibiu de considerar que mesmo sem casinos o ZAPE continua a ser uma área com valor comercial, e que os comerciantes daquela zona devem pensar em novas forma de atrair outros clientes. Fong deixou como sugestão o desenvolvimento do comércio nocturno.

O ex-deputado também opinou que os funcionários dos casinos-satélite ligados a áreas que não-jogo vão enfrentar dificuldades em obter um novo emprego, pelo que defendeu que as concessionárias devem arranjar alternativas de emprego para os futuros desempregados.

11 Jun 2025

Casinos-satélite | FAOM diz que vai ajudar na procura de emprego

A Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) garante que vai continuar a comunicar com as empresas do jogo, os casinos-satélite e o Governo, a fim de garantir o acompanhamento necessário dos funcionários que vão deixar de ter trabalho nos casinos-satélite.

Segundo o jornal Ou Mun, a FAOM diz ter recebido vários pedidos de ajuda dos trabalhadores antes do anúncio de encerramento dos espaços de jogo a funcionar fora dos empreendimentos das seis concessionárias.

Agora, a FAOM sugere que caso as mesas de jogo sejam transferidas para outro lado e estes trabalhadores fiquem sem emprego, cabe às empresas encontrar alternativas de trabalho para estas pessoas.

Em relação aos funcionários contratados pelas próprias entidades gestoras dos casinos-satélite, e não pelas operadoras, a FAOM defendeu a prioridade ao seu recrutamento. De frisar que na segunda-feira a Melco, Galaxy e SJM Resorts anunciaram os planos de fechar casinos satélite sob sua alçada, salas Mocha e relocalizar mesas de jogo, prometendo garantir a devida transferência dos trabalhadores para outros postos de trabalho.

11 Jun 2025

Neto Valente teme que comunidade portuguesa perca influência

Ouvido pela TDM Rádio Macau, Jorge Neto Valente, advogado e presidente da Fundação da Escola Portuguesa de Macau (FEPM) disse que é “altura de nos interrogarmos quanto tempo será necessário para a influência dos portugueses desaparecer por completo [em Macau]”.

Estas palavras foram proferidas tendo em conta as crescentes dificuldades para a obtenção da residência, apesar de, segundo a Lei Básica, os cidadãos com nacionalidade portuguesa terem direito à residência. Neto Valente falou à rádio no contexto das celebrações do 10 de Junho – Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas.

“Para a cultura portuguesa não há melhor do que ter portugueses. Quando nós estamos a assistir à saída de alguns portugueses, ao desaparecimento [deles] por emigração ou por falecimento de portugueses que não são substituídos porque a dificuldade de trazer portugueses para Macau tem vindo a aumentar, é altura de nos interrogarmos quanto tempo será necessário para a influência dos portugueses desaparecer por completo”, referiu.

Para o ex-presidente da Associação dos Advogados de Macau, “não são os chineses que aprendem português e muito bem, e são pessoas válidas, talentosas, mas não são eles que vão trazer a cultura, que vão promover a cultura portuguesa em Macau”, referindo que tudo depende da “decisão política” de definir o futuro deste panorama.

Desta forma, Neto Valente pede uma “visão”, que se trace um “caminho óbvio”, pois, caso contrário, “Macau vai-se diluindo, perde a sua identidade, deixa de ser Macau”. Este disse ainda acreditar que haverá, da parte das autoridades, “discernimento suficiente e visão”.

Faltam qualificados

Também ouvida pela TDM Rádio Macau, Maria Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau, frisou que “desde que se começou a enfrentar essa nova situação que me tem preocupado muito, e cada vez me preocupa mais” a crescente saída de portugueses e a não renovação da comunidade.

“Como se fazem omeletes sem ovos?”, questionou, salientando como é que Macau pode “ser um ponto de difusão da língua portuguesa e um polo de diferença, como a China quer, se não tiver os ingredientes necessários para essa afirmação?”. E deixa um exemplo concreto da falta de técnicos para a Escola de Artes e Ofícios da Casa de Portugal, sentida com a saída de portugueses.

“Tem saído muita gente qualificada e sentimos essa falta ao nível das muitas actividades que realizamos. Há profissões que não são académicas, e dou um exemplo: preciso de técnicos que saibam mexer nos fornos de cerâmica”, disse.

11 Jun 2025

Tóquio | Porta-aviões chinês entrou em águas do Japão

O Ministério da Defesa do Japão revelou ontem que um porta-aviões chinês e restante frota entraram em águas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) japonesa, no passado sábado, numa altura de tensões na relação entre os dois países.

De acordo com o ministério japonês da Defesa, o porta-aviões Liaoning, dois contratorpedeiros de mísseis guiados e um navio de reabastecimento rápido navegaram a cerca de 300 quilómetros do ponto mais oriental do Japão, a ilha Minamitori, no sábado.

De acordo com um comunicado, depois de o Liaoning e os navios que o acompanhavam terem deixado a ZEE japonesa, realizaram no domingo exercícios de descolagem e aterragem de caças e helicópteros.

O ministério da Defesa japonês disse que destacou um navio para a zona, de forma a acompanhar a situação. Esta foi a primeira vez que um porta-aviões chinês entrou nesta parte da ZEE do Japão no Oceano Pacífico, disse um porta-voz do ministério à agência de notícias France-Presse.

“Acreditamos que os militares chineses estão a tentar melhorar as suas capacidades operacionais e a sua capacidade de conduzir operações em áreas remotas”, acrescentou. A crescente presença militar da China e a utilização de meios navais e aéreos para reivindicar territórios disputados estão a preocupar os Estados Unidos e os seus aliados na região da Ásia-Pacífico.

O porta-voz do Governo, Yoshimasa Hayashi, afirmou ontem numa conferência de imprensa que o Governo japonês “transmitiu uma mensagem apropriada à parte chinesa”, sem especificar se tinha apresentado um protesto formal.

10 Jun 2025

Cabrita defende em Pequim manutenção de Macau num espaço de direitos fundamentais

O ex-ministro português Eduardo Cabrita defendeu ontem, em Pequim, que Macau deve manter-se como um espaço de respeito pelos direitos fundamentais, destacando a importância da autonomia e do sistema jurídico próprio da região, de matriz portuguesa.

“É essencial, antes de mais, para a população de Macau”, afirmou Cabrita à agência Lusa, à margem de um simpósio a propósito do 5.º aniversário da Lei de Segurança Nacional em Hong Kong, organizado pela Academia de Ciências Sociais da China, um grupo de reflexão (‘think tank’) sob tutela do Conselho de Estado (Executivo) chinês.

Durante a intervenção, o ex-governante destacou vários artigos da Lei Básica de Macau, incluindo os que garantem igualdade legal, liberdades civis e protecção contra detenções arbitrárias ou tratamentos desumanos.

Em 2020, na sequência dos protestos que originaram confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança em Hong Kong, Pequim impôs uma lei de segurança nacional na antiga colónia britânica. No ano passado, o Conselho Legislativo de Hong Kong aprovou nova legislação que complementa esse enquadramento legal.

Sem comentários

Eduardo Cabrita, que trabalhou em Macau entre 1989 e 1996, recusou comentar a situação na antiga colónia britânica.

“O essencial é garantir que aquilo que são os princípios fundamentais de autonomia e de Macau como um espaço de respeito pelos direitos fundamentais sejam assegurados”, disse o antigo ministro, à margem do simpósio, que contou com a participação da ex-secretária da Justiça de Hong Kong Teresa Cheng Yeuk-wah e do presidente da Fundação Macau, Wu Zhiliang.

Lembrando que não tem acompanhado “vivencialmente” a realidade actual de Macau, Cabrita enalteceu o trabalho que “visou garantir a manutenção de um sistema jurídico assente no respeito pelos direitos fundamentais e num sistema de direito com origem numa matriz portuguesa, com princípios tão únicos como a proibição da pena de morte ou o respeito pelos direitos fundamentais”, que diferenciam a Região Administrativa Especial do continente chinês.

“É essa a vontade daqueles que tiveram responsabilidades no processo de transição, que trabalharam para este futuro, que queremos continuar a seguir e a desejar que seja garantido”, vincou. A Lei Básica, criada a 31 de Março de 1993, rege Macau desde a transferência da administração de Portugal para a China em 1999, no âmbito do princípio “Um país, dois sistemas”, que permitiria a coexistência das sociedades capitalistas de Hong Kong, Macau e Taiwan no regime comunista chinês.

A ‘miniconstituição’ traduz estipulações da Declaração Conjunta Luso-Chinesa Sobre a Questão de Macau, assinada por Portugal e pela China em 1987, depositada nas Nações Unidas como acordo internacional, na qual é permitido a Macau “exercer um alto grau de autonomia e a gozar de poderes executivo, legislativo e judicial independentes”, bem como manter “inalterados durante 50 anos o sistema capitalista e a maneira de viver anteriormente existentes”.

10 Jun 2025

Hong Kong | Executivo mantém ligação ao dólar norte-americano

O Chefe do Executivo de Hong Kong garantiu, num excerto de uma entrevista divulgado ontem, que vai manter a moeda local ligada ao dólar norte-americano, apesar da guerra comercial entre Washington e Pequim. Em entrevista ao diário de Hong Kong South China Morning Post, John Lee Ka-chiu disse que a indexação do dólar local à moeda dos Estados Unidos tem sido “um dos factores fundamentais para o sucesso” da região.

Desde 1983, ainda antes da transição de administração do Reino Unido para a China, que o dólar de Hong Kong está ligado exclusivamente à moeda norte-americana, podendo flutuar numa faixa entre 7,75 e 7,85 unidades por dólar.

Algo que também significa que o regulador financeiro do território, a Autoridade Monetária de Hong Kong (HKMA, na sigla em inglês), segue as subidas e descidas da taxa de juro de referência impostas pela Reserva Federal dos Estados Unidos.

Em Maio, a HKMA teve de intervir por várias vezes no mercado, comprando um total de 16,7 mil milhões de dólares norte-americanos para enfraquecer a moeda local. Isto depois do dólar de Hong Kong ter atingido o limite superior da faixa de flutuação, devido à valorização das moedas asiáticas e ao aumento do investimento em acções listadas na bolsa da cidade.

Além de investidores estrangeiros, também os investidores da China continental têm comprado mais acções locais, em parte graças a um mecanismo, lançado em 2014, que liga as bolsas de Hong Kong e de Xangai, a ‘capital financeira’ chinesa.

Numa entrevista realizada a propósito do terceiro aniversário da sua administração, John Lee negou que o sistema financeiro dependa unicamente da ligação ao dólar dos Estados Unidos. O Chefe do Executivo prometeu criar mais produtos financeiros para reforçar o papel de Hong Kong como o maior centro mundial para negócios na moeda da China continental, o renminbi.

10 Jun 2025

Economia | Regista deflação pelo quarto mês consecutivo em Maio

O índice de preços no consumidor (IPC), o principal indicador da inflação na China, caiu pelo quarto mês consecutivo em maio, descendo 0,1 por cento em termos homólogos, o mesmo valor registado em Abril e Março.

Ainda assim, o indicador, divulgado ontem pelo Gabinete Nacional de Estatística (NBS, na sigla em inglês) do país asiático, sofreu uma queda menos acentuada do que as previsões da maioria dos analistas, que esperavam uma descida de 0,2 por cento.

Por outro lado, os analistas esperavam que os preços se mantivessem ao mesmo nível de Abril, mas a tendência mensal em Maio também foi negativa: os preços no consumidor caíram 0,2 por cento face ao quarto mês de 2025. O risco de deflação na China, a segunda maior economia do mundo, agravou-se no último ano, suscitado por uma profunda crise imobiliária, que afectou o investimento e o consumo.

A deflação consiste numa queda dos preços ao longo do tempo, por oposição a uma subida (inflação). O fenómeno reflecte debilidade no consumo doméstico e investimento e é particularmente perigoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.

Dong Lijuan, estatístico do NBS, preferiu sublinhar que a inflação subjacente – uma medida que elimina o efeito dos preços dos alimentos e da energia devido à sua volatilidade – subiu 0,6 por cento, em termos homólogos.

“O IPC passou de alta para queda na comparação mensal, principalmente devido à queda dos preços da energia”, explicou o especialista, que insistiu que “as políticas de aumento do consumo continuam a ser eficazes, dado que os preços em algumas áreas apresentaram variações positivas”.

As autoridades da China têm sublinhado repetidamente nos últimos meses que impulsionar a fraca procura interna é uma das principais prioridades económicas para 2025, que tem sido marcado pela guerra comercial com os EUA.

9 Jun 2025

Exportações sobem menos do que esperado sob efeito da guerra comercial

As exportações da China aumentaram menos do que o esperado em Maio, de acordo com estatísticas oficiais reveladas ontem, repercutindo a diminuição do volume de mercadorias enviadas para os EUA em plena guerra comercial.

De acordo com as alfândegas chinesas, as exportações aumentaram 4,8 por cento em termos homólogos no mês passado. O valor ficou abaixo das previsões dos economistas inquiridos pela agência de notícias financeiras Bloomberg, que esperavam um crescimento de 6 por cento.

Depois de Genebra em Maio, norte-americanos e chineses iniciaram ontem uma nova ronda de conversações em Londres, com o objectivo de prolongar a trégua comercial e chegar a um acordo duradouro sobre a redução das sobretaxas aduaneiras impostas reciprocamente.

As exportações chinesas para os Estados Unidos totalizaram 28,8 mil milhões de dólares em Maio, contra 33 mil milhões de dólares em Abril, registo equivalente a uma queda de 12,7 por cento. Em contrapartida, as exportações chinesas para o Vietname aumentaram ligeiramente em Maio, atingindo 17,3 mil milhões de dólares.

Futuro incerto

“A guerra comercial entre a China e os Estados Unidos levou a uma queda acentuada das exportações para os EUA, mas isso foi compensado por um aumento das exportações para outros países”, escreve Zhang Zhiwei, economista da Pinpoint Asset Management, numa nota.

“As perspectivas comerciais permanecem muito incertas nesta fase” e podem surgir problemas “à medida que o efeito de antecipação se desvanece”, observou Zhang, referindo-se aos compradores estrangeiros que tinham aumentado as encomendas de produtos chineses em antecipação de possíveis aumentos das sobretaxas dos Estados Unidos.

No outro prato da balança comercial, as importações chinesas caíram 3,4 por cento em Maio, refletindo a fraca procura e as crescentes pressões comerciais sobre a segunda maior economia do mundo. As conversações sino-americanas em Londres marcarão as segundas negociações formais entre os dois países, desde que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou uma ofensiva comercial global em Abril.

Do lado norte-americano, a delegação incluirá o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, e o representante comercial da Casa Branca, Jamieson Greer. Tal como em Genebra, o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, lidera a delegação de Pequim.

Estas discussões seguem-se a uma troca telefónica na quinta-feira entre Donald Trump e o homólogo chinês Xi Jinping, que o Presidente dos Estados Unidos descreveu como “muito positiva”.

9 Jun 2025

Moeda | Brasil prepara emissão inédita de dívida pública em yuan na China

A guerra comercial lançada por Donald Trump leva cada vez mais países a procurarem alternativas ao dólar norte-americano

 

O Brasil pretende emitir títulos de dívida soberana no mercado chinês ainda este ano, numa operação inédita, quando o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforça os laços comerciais e de investimento com a China.

Brasília planeia emitir títulos denominados na moeda chinesa, o yuan, no mercado de capitais da China continental, e quer também regressar ao mercado de obrigações denominadas em euros, revelou ontem o secretário-adjunto do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, citado pelo jornal britânico Financial Times.

“A ideia é que, ainda este ano, façamos uma nova emissão sustentável em dólares, como no ano passado, além de emissões na Europa e ‘obrigações panda’ na China”, afirmou Durigan, em entrevista ao FT. “A União Europeia quer negociar com o Brasil a expansão do comércio bilateral, tanto em termos de transações como também possibilitando ao Brasil a opção de emitir dívida na Europa”, acrescentou. “O mesmo pode acontecer com a China”, frisou.

O Governo brasileiro tem vindo a reforçar os laços comerciais com Bruxelas e a consolidar relações com Pequim, num contexto da guerra comercial lançada pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O bloco sul-americano Mercosul, do qual o Brasil faz parte, espera que o aguardado acordo comercial com a União Europeia seja aprovado até ao final do ano.

Na quinta-feira, Lula reuniu-se com o Presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris, e apelou ao apoio de Paris ao acordo. Macron tem resistido à ratificação do tratado, alvo de forte oposição por parte dos agricultores franceses.

Os planos para emitir títulos de dívida soberana na China surgem num momento em que o Governo brasileiro procura atrair mais investimento do país asiático, que é de longe o maior parceiro comercial do Brasil. A China está igualmente a tentar reforçar a sua influência económica na América Latina.

A operação testará também o apetite dos investidores internacionais pela dívida brasileira, num contexto de crescente cepticismo face à política económica de Lula, que tem apostado num maior papel do Estado na economia para impulsionar o crescimento e reduzir a desigualdade. A estratégia de aumento da despesa tem gerado críticas entre empresários, que acusam o Governo de agravar a inflação, elevar as taxas de juro e colocar em risco a sustentabilidade da dívida pública.

Jogo do mercado

Esta semana, o Brasil colocou 1,5 mil milhões de dólares em obrigações a cinco anos com uma taxa de juro de 5,68 por cento e 1,25 mil milhões de dólares em dívida a dez anos a 6,73 por cento, na segunda emissão de dívida ‘offshore’ em 2025.

Os custos de financiamento no Brasil aumentaram depois de o banco central ter elevado a taxa diretora para 14,75 por cento, numa tentativa de conter a inflação. Os críticos acusam o Executivo de Brasília de não agir com firmeza para resolver o défice orçamental crónico e o crescimento da dívida.

A agência Moody’s elevou o ‘rating’ de longo prazo do Brasil em Outubro passado para um nível abaixo do grau de investimento, o que permitiu acesso a capital mais barato. No entanto, em Maio, a agência reviu em baixa a perspectiva de positiva para estável, citando progressos mais lentos do que o esperado na política orçamental.

9 Jun 2025

SMG | Nova tempestade tropical daqui a três dias

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) anunciaram ontem a ocorrência, no prazo de três dias, de uma tempestade tropical que deverá passar pela ilha de Hainão e zona oeste da província de Guangdong, tendo origem num sistema de baixas pressões no Mar do Sul da China.

Prevê-se que este sistema se intensifique dentro de dois dias, e que deverá deslocar-se em direcção à região entre a Ilha de Hainan e a província de Guangdong (Oeste) até ao final da semana, podendo trazer chuvas fortes, ventos intensos e agitação marítima. Entretanto, os SMG apontam para a previsão de tempo muito quente para hoje, com céu geralmente pouco nublado e vento fraco.

As temperaturas devem oscilar entre os 27 e 33ºC, sendo que a humidade relativa no ar se deverá situar entre os 65 e 95 por cento. Já ontem, os SMG explicavam no seu website que estas temperaturas se devem à influência “de um anticiclone em grande altitude”.

9 Jun 2025

Reciclagem | Associação ecológica defende incentivos e multas

A Associação de Ecologia de Macau espera que o Governo crie um mecanismo de incentivos e penalizações para promover a reciclagem de resíduos, depois de o Relatório do Estado do Ambiente de Macau 2024 ter demonstrado que não só aumentou a produção de resíduos per capita, como também diminuiu o volume de resíduos recicláveis recolhidos, que passou de uma taxa de 24,5 por cento em 2021 para 21,7 por cento no ano passado.

Em declarações ao jornal Ou Mun, o vice-presidente da associação Joe Chan destacou a falta de eficácia da reciclagem, algo que só com pode ser alterado com incentivos. Para tal, refere que as leis devem ser alteradas para incentivar a redução de resíduos e a separação de lixo e que se devem cobrar multas para quem não separa o lixo.

O ambientalista argumentou que desde a pandemia, as entregas ao domicílio de refeições e bebidas aumentaram consideravelmente, assim como as encomendas de taobao, criando mais lixo e subcarga para o tratamento de resíduos. Joe Chan acha também que o programa de pontos verdes não é aliciante.

9 Jun 2025

Rua da Tercena | Edifício em ruínas demolido

Membros da Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) executaram “recentemente” uma ordem de demolição de um edifício em ruínas na Rua da Tercena.

Segundo um comunicado desta entidade, “verificaram-se o desmoronamento da cobertura e a acumulação de grande quantidade de materiais diversos no edifício em ruína”, sendo que depois de uma vistoria se confirmou que o edifício em questão corria o risco de queda, “tendo sido remitido um ofício e publicado um edital a exigir aos proprietários a contratação de profissionais qualificados dentro do prazo fixado para a elaboração dos projectos de obra e trabalho de demolição”.

Porém, o prazo concedido pela DSSCU terminou sem que os proprietários do prédio tenham agido em conformidade com o pedido, pela que a DSSCU procedeu à demolição do edifício, sendo as despesas correspondentes imputadas aos responsáveis, é explicado.

Segundo o Regime jurídico da construção urbana, de 2021, “os proprietários dos edifícios devem assumir a responsabilidade de reparar e conservar o edifício”, estando estipulado que “decorridos 10 anos após a emissão da licença de utilização e em cada cinco anos subsequentes, devem proceder à obra de reparação e conservação do mesmo”.

9 Jun 2025

TSI | Creche Smart vence caso judicial contra IAS

A Zonta Club de Macau, responsável pela gestão da creche Smart, venceu o primeiro caso no Tribunal de Segunda Instância (TSI) para evitar o fim do financiamento pelo Instituto de Acção Social (IAS). A decisão foi tomada na semana passada e divulgada pela associação, através de um comunicado nas redes sociais.

A creche Smart é financiada pelo IAS, mas desde Março que foi tornado público que o Governo pretendia cortar todo o financiamento e recuperar as instalações e equipamentos onde funciona a instituição. Os motivos nunca foram revelados publicamente, com o IAS a limitar-se a responder que se devia a falta de acordo sobre certos detalhes contratuais.

No entanto, a associação recusou sempre este desfecho e avançou para os tribunais. Na semana passada, o TSI decidiu a favor da associação: “Em nome do Zonta Club de Macau, recebemos a decisão final do tribunal com gratidão e vamos respeitá-la. Apelamos ao presidente do Instituto de Acção Social que execute imediatamente a ordem do tribunal, cumpra as principais responsabilidades do Instituto de Acção Social, preste assistência ao funcionamento da creche e pare de gastar os fundos públicos em processos judiciais desnecessários”, reagiu a associação, através da director da Creche, Christiana Ieong Pou Yee.

A Zonta Club de Macau admite que todo o caso tenha sido criado devido à intervenção pessoal do presidente do IAS, Hon Wai, mas pede-lhe que tenha em conta que a continuação da batalha jurídica só vai gastar mais fundos públicos. A direcção da associação lamentou também que o novo Governo tivesse de “gastar demasiada energia” com problemas do passado.

No fim-de-semana, o Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) também admitiu estar a analisar uma queixa contra a decisão do IAS. No entanto, Ao Ieng Song, em declarações à imprensa em língua chinesa, recusou entrar em pormenores, uma vez que o caso se encontra a ser analisado.

9 Jun 2025

Ensino Superior | Candidaturas a bolsas de estudo abrem a 23 de Junho

As candidaturas para os três planos do “Programa de bolsas de estudo para o ensino superior” do Fundo Educativo para o próximo ano lectivo abrem a 23 de Junho. A Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) anunciou ontem que os interessados podem submeter as suas inscrições através da aplicação para telemóvel da “Conta Única de Macau”, ou do website da DSEDJ.

O Fundo Educativo vai organizar uma sessão de esclarecimento no próximo sábado, na Escola Secundária Luso-Chinesa de Luís Gonzaga Gomes, para dar a conhecer as bolsas de mérito e de estudo, assim como as condições de candidatura. Os estudantes interessados podem inscrever-se nas escolas que frequentam.

As bolsas de estudo abrangem cursos do ensino superior, desde os pré-universitários aos de doutoramento. A bolsa-empréstimo destina-se a apoiar estudantes com dificuldades económicas, enquanto as bolsas de mérito têm como destinatários “alunos com excelentes resultados académicos”, com bases nos resultados do último ano lectivo. Será também atribuída uma bolsa para alunos que prossigam estudos em Portugal e uma para estudos em áreas especializadas, como big health, finanças modernas, tecnologia de ponta, cultura, turismo, convenções e exposições.

9 Jun 2025

CCAC recebeu mais de 50 denúncias relacionadas com as eleições

O Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) recebeu mais de 50 queixas relacionadas com as eleições para a Assembleia Legislativa de 14 de Setembro, das quais 17 estão a ser investigadas pelas autoridades. A informação foi revelada pela comissária Ao Ieng Song, em declarações à imprensa em língua chinesa, citadas pelo jornal Ou Mun.

Entre as queixas recebidas, a responsável do CCAC confirmou que houve denúncias de corrupção eleitoral visando a compra de votos. No entanto, Ao Ieng Song recusou divulgar mais pormenores sobre as queixas, por se encontrarem sob investigação.

Apesar disso, a comissária abordou as queixas públicas de que houve associações a entregar dinheiro aos residentes para assinarem os formulários de constituição das comissões de candidaturas. Cada lista precisa de recolher pelo menos 300 assinaturas de residentes, e um máximo de 500 assinaturas. Cada residente apenas pode assinar por uma comissão eleitoral, e sem as assinaturas não é possível apresentar uma lista para participar nas eleições.

Ao Ieng Song confirmou que houve várias associações a entregarem dinheiro a diferentes pessoas, relacionada com apoios aos familiares de falecidos, ou no âmbito das celebrações do Ano Novo Chinês, mas excluiu a existência de corrupção ou outras ilegalidades. Segundo a responsável, as entregas denunciadas publicamente aconteceram ainda antes do período de recolha das assinaturas para a constituição das comissões eleitorais.

Avisos à navegação

Apesar de dar a bênção ao comportamento destas associações, Ao Ieng Song avisou para que tenham cuidado e que as actividades viradas para o bem-estar da população não devem ser associadas às actividades eleitorais que também desenvolvem.

Além disso, a comissária contra a Corrupção defendeu que o CCAC tem um mecanismo de protecção muito completo para receber as queixas sobre potenciais casos de corrupção durante a campanha eleitoral. Ao Ieng Song pediu também aos residentes que tenham conhecimento de casos de compra de votos que apresentem queixa.

9 Jun 2025