China | Saída de investimento estrangeiro atinge nível recorde no segundo trimestre

O investimento directo de empresas estrangeiras na China caiu cerca de 14,8 mil milhões de dólares, entre Abril e Junho, na maior saída de investimento estrangeiro desde que há registo, segundo a agência Bloomberg.

Os dados, divulgados pela Administração Estatal de Câmbio (SAFE), mostram também que os passivos de investimento directo da balança de pagamentos – um indicador que acompanha o novo investimento estrangeiro no país, registando os fluxos de dinheiro ligados a entidades estrangeiras na China – caíram 4,6 mil milhões de dólares no primeiro semestre do ano.

Trata-se de um aprofundamento da tendência descendente registada no ano passado, quando os dados da SAFE revelaram o crescimento mais lento do investimento estrangeiro na China em três décadas, após uma queda de 82 por cento, em termos homólogos.

O valor de 2023 foi de 33 mil milhões de dólares, uma queda significativa em relação a 2021, quando a China bateu o seu recorde de receção de investimento estrangeiro com cerca de 344 mil milhões de dólares.

De acordo com projecções da agência Bloomberg, se a tendência registada no primeiro semestre deste ano se mantiver ao longo do segundo semestre, 2024 será o primeiro ano a registar um fluxo líquido negativo de investimento estrangeiro desde que a série histórica começou em 1990.

Apesar dos esforços de Pequim para atrair e reter investimento estrangeiro, factores como o aumento das tensões geopolíticas ou taxas de juro mais elevadas em outros países – tornando-os mais atractivos para a detenção de fundos do que na China – explicariam esta tendência.

Além disso, sectores específicos como o automóvel também reduziram o seu investimento, neste caso devido à rápida transição da China para os veículos eléctricos, o que fez com que alguns fabricantes estrangeiros reduzissem ou retirassem investimentos, notou a Bloomberg.

Os dados da SAFE podem também reflectir a evolução dos lucros das empresas estrangeiras ou a dimensão das suas actividades na China.

Conjunto de riscos

Os dados anteriormente divulgados pelo Ministério do Comércio, que não incluem os lucros reinvestidos e são menos voláteis do que os números da SAFE, apontavam para que o novo investimento directo estrangeiro na China no primeiro semestre tivesse atingido o seu nível mais baixo desde 2020, quando eclodiu a pandemia de covid-19.

A baixa procura interna e internacional, os riscos de deflação e os estímulos insuficientes, juntamente com uma crise imobiliária que ainda não terminou e a falta de confiança no sector privado são algumas das principais causas que os analistas citam para explicar a situação na segunda maior economia do mundo.

Perante esta situação e a queda do investimento estrangeiro, as autoridades chinesas renovaram várias vezes a sua promessa de maior abertura e condições iguais face à concorrência interna.

12 Ago 2024

Eléctricos | Pequim soma mais de 10 milhões de pontos de carregamento para veículos

O desenvolvimento da indústria de carros eléctricos no país segue a bom ritmo com um aumento de estações de carregamento na ordem dos 53 por cento, face ao mesmo período do ano passado

 

A China tem agora mais de 10 milhões de pontos de carregamento para veículos eléctricos em todo o país, entre os quais 3,2 milhões são estações públicas, de acordo com dados oficiais ontem divulgados.

No total, a China concluiu a instalação de 10,60 milhões de estações de carregamento até ao final de Julho, o que representa um aumento de 53 por cento, em termos homólogos, informou ontem a televisão estatal CCTV, que citou dados da Administração Nacional de Energia do país.

Entre estes, 3,209 milhões são pontos de carregamento públicos e os restantes 7,394 milhões são privados.

De acordo com a CCTV, nas cidades do leste do país, incluindo Hangzhou e Xangai, as autoridades estão a tentar expandir a utilização de estações de carregamento partilhadas, “o que permite aumentar a eficiência destes pontos em três vezes”.

Foram também construídas estações de carregamento ultra-rápido nas auto-estradas que ligam as cidades centrais de Chengdu e Chongqing, enquanto o país está agora a tentar acelerar a instalação de pontos de carregamento nas zonas rurais.

Aposta eléctrica

Segundo Zou Peng, secretário-geral executivo da Aliança para a Promoção de Infra-estruturas de Carregamento de Veículos Eléctricos da China (EVCIPA), o país tem “a maior rede de serviços de carregamento e partilha do mundo”.

“A potência total de carregamento e partilha ultrapassou os 160 milhões de quilowatts, que podem actualmente satisfazer as necessidades de carregamento de mais de 24 milhões de veículos de energia nova”, afirmou.

Numa tentativa de promover este tipo de energia automóvel e reduzir a grave poluição nas cidades chinesas, as autoridades de várias províncias anunciaram, nos últimos anos, todo o tipo de medidas, incluindo medidas fiscais, para promover a utilização de carros eléctricos.

A taxa de penetração dos veículos eléctricos no mercado atingiu 25 por cento em 2023 na China, em comparação com 15 por cento na Europa e 8 por cento nos EUA, de acordo com um estudo publicado no ano passado pela empresa de consultoria global Bain & Company.

12 Ago 2024

Turismo | DST leva gastronomia e cultura portuguesas a Xi’an

Dança folclórica, música e gastronomia portuguesas vão integrar a acção de promoção turística de Macau no noroeste da China, de 22 a 26 de Agosto, anunciou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

A Semana de Macau em Xi’an, capital da província de Shaanxi, vai levar espectáculos a uma popular praça pública no parque Qujiang, local com mais de 2.200 anos de história. Entre os espectáculos vão estar grupos de dança folclórica e bandas de música portuguesa, “para reflectir as características culturais chinesas e portuguesas de Macau”, acrescentou a DST, em comunicado.

A Semana de Macau em Xi’an vai ainda abranger um festival gastronómico, entre 20 de Agosto a 1 de Setembro, num hotel da cidade chinesa, acrescentou, na mesma nota.

Chefes de cozinha de Macau vão preparar um ‘buffet’ com pratos portugueses e macaenses, indicou a DST, referindo-se à gastronomia, considerada a primeira cozinha de fusão do mundo, da comunidade euro-asiática, com muitos lusodescendentes e raízes no território.

O comunicado lembrou que os voos directos regulares entre Xi’an e Macau vão recomeçar a 20 de Agosto, pela primeira vez desde o fim da pandemia da covid-19. Desde 6 de Março que os residentes de Xi’an passaram a poder requisitar vistos individuais para Macau, medida que alargou para 51 as cidades da China abrangidas pelo programa.

A DST, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin vão ainda procurar reunir empresários de Xi’an e de Macau. As três entidades vão organizar uma sessão de bolsa de negócios e uma conferência de promoção de eventos, para encorajar empresários das duas cidades a “explorar oportunidades de negócios em conjunto”, referiu a DST.

12 Ago 2024

Galaxy | Plano de emprego e formação com 20 vagas

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e a Galaxy anunciaram ontem o lançamento do “Plano de Desenvolvimento de Elites GEC (Área dos Serviços de Resort Integrado e Operações de Hotelaria)”, que irá disponibilizar 20 vagas.

O plano, cujo prazo de inscrição começa hoje e termina a 20 de Agosto, seguirá o regime de “primeiro contratação, depois formação”, possibilitando a “residentes de Macau que pretendem ingressar no sector dos serviços de lazer e turismo integrados”.

A iniciativa oferece 15 vagas para “maître d’hôtel” e cinco para “agente dos serviços de resort”. Os candidatos admitidos irão receber formações profissionais, incluindo em contexto de trabalho, “formação de técnicas profissionais, formação em atendimento cinco estrelas ao cliente, inglês prático de Linguaskills da Cambridge (oral) – Curso de formação em conversação inglesa para o sector de prestação de serviços. Os candidatos irão também receber as devidas certificações profissionais. O bom desempenho nas acções de formação será reflectido na “progressão e ajustamento salarial”, garante a DSAL.

12 Ago 2024

Jogo | Criminalização de trocas de dinheiro vai abalar preço das acções

Os analistas do banco de investimento Citigroup receiam que a criminalização das trocas ilegais de dinheiro contribua para afastar investidores do sector do jogo que dizem apresentar um ambiente fragilizado

 

A decisão do Governo de propor a criminalização da troca ilegal de dinheiro para o jogo vai ter impacto no valor das acções das concessionárias e contribuir para um maior ambiente de incerteza à volta da principal indústria do território. O aviso foi deixado pelo banco de investimento Citigroup, num relatório citado pelo portal GGR Asia.

“Na nossa opinião, as notícias sobre a decisão de criminalizar as actividades de troca de dinheiro pode criar ruído e levar a uma fragilização do valor das acções no curto prazo”, pode ler-se no relatório dos analistas George Choi e Ryan Cheung.

O documento indica também que o impacto da medida vai reflectir-se na criação de um ambiente de incerteza sobre o jogo, aumentando a desconfiança dos investidores. “Apesar de a maior parte dos jogadores recorrer a meios legítimos para levar os fundos para Macau […] tememos que as notícias negativas sejam mais um factor de incerteza que pode causar danos num ambiente de investimento no sector jogo que já se encontra fragilizado”, foi argumentado.

Apesar das notícias negativas, o relatório também indica que de acordo com as tendências mais recentes do mercado do turismo, “Macau continua a estar no entre o topo dos destinos exteriores preferidos para os turistas do Interior”.

Mudança de planos

Inicialmente, o Governo resistiu aos pedidos para avançar com a criminalização das trocas ilegais de dinheiro, por considerar que tinha os meios para lidar com o problema. No entanto, na sexta-feira foi tornado público que a mais recente versão da proposta de lei de combate aos crimes de jogo ilegal também passa a contemplar a criminalização das trocas de dinheiro.

A alteração, que ainda tem de ser aprovada pela Assembleia Legislativa, acontece depois do Ministério da Segurança Pública do Interior ter realizado uma reunião, a 5 de Julho, em que declarou que a troca ilegal de dinheiro em Macau era uma das principais preocupações a nível da segurança do país.

Com a criminalização, qualquer pessoa que troque ilegalmente dinheiro nos casinos arrisca-se a ter de cumprir uma pena de prisão que pode chegar aos cinco anos. Se a troca for realizada nas premissas dos casinos, existe uma presunção automática de que o dinheiro vai servir para jogar, pelo que durante o julgamento a acusação não vai precisar de fazer prova sobre este aspecto.

De acordo com Chan Chak Mo, presidente da comissão da Assembleia Legislativa que está a discutir a proposta de lei, a criminalização deverá ser aprovada até ao final do ano civil.

12 Ago 2024

Resíduos | Criticada ineficiência de tratamento e reutilização

Song Pek Kei quer saber como o Governo planeia executar as obras de expansão do Aeroporto Internacional de Macau face à fraca capacidade para separar e tratar materiais inertes de demolição e construção que podem ser usados nas obras de aterro.

Numa interpelação escrita, a deputada recordou que só na obra de expansão do aeroporto serão necessários 4,6 milhões de metros cúbicos de materiais para aterro e questionou o Governo sobre a capacidade do único Aterro para Resíduos de Materiais de Construção (ARMC) no fornecimento desse material.

A legisladora ligada à comunidade de Fujian citou o Relatório do Estado do Ambiente de Macau 2023, publicado no passado mês de Abril, que indicava o estado crítico da capacidade do ARMC. Situação agravada pela suspensão da instalação de triagem e armazenamento temporário de materiais inertes de demolição e construção e o cancelamento do aterro de cinzas volantes devido à lotação de capacidade do ARMC.

Song Pek Kei referiu ainda que o website da Direcção dos Serviços de Obras Públicas publicou o anúncio da recepção provisória da obra dos diques no ARMC em 2023, sem indicação de que os trabalhos já tenham acabado. O Governo estima que a obra acrescente a 1,96 milhões de metros cúbicos para depositar resíduos. A deputada questiona se já começaram a ser depositados na nova área.

Com o objectivo de aferir a capacidade de triagem e tratamento de resíduos, a deputada perguntou se será possível reiniciar a segunda e terceira fases da instalação de triagem e armazenamento temporário de materiais de demolição e construção e se o Governo procurou novos espaços para separar os resíduos que não podem ser reutilizados (lodos e lamas aquáticas, materiais de construção mistos e escórias).

12 Ago 2024

Taiwan | Admitida retirada de delegação de Macau em “último caso”

No início do mês, foi noticiada a recusa de visto a um funcionário da Delegação Económica e Cultural de Taipé em Macau, por não assinar declaração a reconhecer o princípio “Uma só China”. O Taipei Times avança que as autoridades da Formosa podem retirar a delegação da RAEM, em último caso, ou operar apenas com funcionários locais

 

O jornal Taipei Times avançou que o Conselho de Assuntos Continentais de Taiwan (MAC) pode considerar remover de Macau a Delegação Económica e Cultural de Taipé se não tiver condições funcionais para operar, nomeadamente em termos de mão-de-obra. A possibilidade foi avançada como o derradeiro cenário de ruptura, podendo a delegação manter as suas funções apenas com funcionários locais, à semelhança do que acontece actualmente em Hong Kong.

A questão foi levantada depois de as autoridades da RAEM terem negado o visto a um funcionário da delegação por este se ter recusado a assinar uma declaração a reconhecer o princípio “Uma só China”.

O Governo de Macau respondeu prontamente, manifestando “o seu mais firme repúdio e oposição relativamente a Taiwan distorcer os factos e difamar” a região “sobre as disposições para a rotatividade do pessoal” na Delegação Económica e Cultural de Taipé em Macau.

Além disso, o Executivo de Ho Iat Seng referiu que, de acordo com a Lei Básica e as directrizes para a ilha “traçadas pelo Governo Central após 1999, as instituições e o seu pessoal de Taiwan em Macau têm de cumprir o princípio” de ‘Uma só China”. Nesse sentido, o Governo da RAEM vincou ser “totalmente legítimo e razoável” que se exija à delegação e pessoal “que assinem um ‘termo de compromisso’”.

Objectivo político

O jornal da Formosa cita fontes próximas das autoridades de Taipé que apontam que se a delegação não conseguir operar de forma sustentável, e se continuar a ser exigida a assinatura do termo de compromisso, Macau poderá seguir o exemplo de Hong Kong e operar apenas com funcionários locais. Em último caso, a delegação poderá ser removida de Macau.

Quando as autoridades de Taiwan deram conta da recusa de risco, o Governo de Macau “realçou o objectivo político” por detrás da posição, argumentando que prejudicou “gravemente” a relação entre a RAEM e Taiwan. “O problema actual do pessoal da Delegação Económica e Cultural de Taipei em Macau resulta das acções insistentes e irresponsáveis das autoridades de Taiwan, cujas responsabilidades devem ser assumidas pelas autoridades de Taiwan”, rematou o Gabinete de Comunicação Social da RAEM.

12 Ago 2024

CECE | Membros eleitos destacam lado patriótico da eleição

Os vencedores das eleições deste domingo para a Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo elogiaram o lado patriótico deste acto eleitoral, uma vez que foi concretizado o princípio de “Macau governada por patriotas”.

Segundo o jornal Ou Mun, um dos vencedores, Chui Sai Cheong, deputado e presidente da Associação de Gestão de Macau, referiu que após assumir funções como membro deste colégio eleitoral vai contactar todos os candidatos ao cargo de Chefe do Executivo a fim de debater as suas opiniões sobre a sociedade.

Chui Sai Cheong disse ainda desejar uma nova liderança para a RAEM com maior eficácia administrativa e que possa prestar atenção ao bem-estar da população. O candidato eleito pelo sector profissional apontou que há ainda desequilíbrio no desenvolvimento económico após a pandemia, esperando que Pequim possa apoiar mais a economia local.

Frederico Ma, empresário eleito para a CECE pelos sectores industrial, comercial e financeiro, apontou que o novo Chefe do Executivo deve estar atento à questão da diversificação económica, procurando estimular a recuperação da economia. Deve ainda incentivar a transformação das pequenas e médias empresas, frisou.

Por sua vez, Fong Ka Fai, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau, afirmou que mais de 30 por cento dos candidatos à CECE são novas caras, e jovens, o que mostra que herdaram o espírito do amor à pátria e a Macau, sendo sucessores do princípio de “um país, dois sistemas”.

12 Ago 2024

Comissão Eleitoral | Conhecidos candidatos que falharam eleição

Chan Chon San, Chio Kuok Keong, Lei Chin Tou e Ng Iok Lon foram os excluídos da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE), que conta com pelo menos 18 portugueses e macaenses

Com Lusa 

 

Chan Chon San, Chio Kuok Keong, Lei Chin Tou e Ng Iok Lon foram os quatro candidatos que falharam a eleição para a Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE). Os resultados oficiais foram apresentados ontem, menos de 24 horas após a realização do sufrágio de domingo, que teve uma taxa de participação de 88,12 por cento, entre os 6.265 eleitores inscritos.

Na eleição dos membros da comissão estavam em disputa 344 lugares entre os 348 candidatos. No entanto, como a votação é dividida por diferentes sectores e subsectores, apenas havia concorrência para os subsectores da educação e do trabalho.

No subsector da educação havia 31 candidatos para 29 lugares. Contas feitas, os menos votados foram Chan Chon San, vice-director da Escola Tong Nam, com 58 votos, e Chio Kuok Keong, director da Escola Secundária Nocturna Xin Hua, com 52 votos. Os dois não eleitos ficaram a mais de 100 votos do último escolhido neste subsector, Carlos Alberto Anok Cabral, que recolheu 174 votos.

No pólo oposto, Van Iat Kio foi o mais votado na educação com 206 votos. Neste subsector, foi também candidato Fernando Chui Sai On, ex-Chefe do Executivo, que obteve 203 votos, ficando atrás do deputado Kou Kam Fai e Vong Kuoc Ieng.

Entre os 243 inscritos para votar, registou-se uma taxa de votação de 91,77 por cento e uma abstenção de 8,23 por cento. Entre os votantes, contaram-se 219 votos válidos, três votos nulos e um voto em branco.

Questão do trabalho

No subsector do trabalho, os não eleitos foram Ng Iok Lon, com 257 votos, e Lei Chin Tou, com 237 votos. Os dois são investigadores ligados à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) e ficaram a mais de 500 votos do último eleito neste subsector, Ao Chi Ieong, que reuniu 779 votos.

A nível do trabalho, Fong Kin Kuan foi o mais votado com 929 votos, num sector que tinha 1.049 eleitores. A taxa de participação foi 96,85 por cento e a abstenção ficou nos 3.15 por cento. Entre os 973 votos válidos, houve 42 votos nulos e um voto em branco.

A nível da eleição geral havia 6.265 eleitores inscritos, e contaram-se 5.521 votantes, o que significa uma taxa de participação de 88,12 por cento. Contabilizaram-se 744 eleitores, o que indica uma abstenção de 11,88 por cento. Entre os votantes, houve 156 votos nulos, 2,83 por cento, e 18 votos em branco, 0,33 por cento.

Portugueses e macaenses

Entre os escolhidos para a CECE constam pelo menos 18 portugueses e macaenses. No primeiro sector da comissão, definido como industrial, comercial e financeiro, foram escolhidos no domingo o urbanista Manuel Iok Pui Ferreira, Jorge Neto Valente e Carlos Rodrigues.

Nos subsectores cultural e educacional, foram nomeados o actor e cantor José Chan Rodrigues, o antigo presidente da televisão pública TDM-Teledifusão de Macau Manuel Pires e o presidente da Confraria da Gastronomia Macaense, Carlos Anok Cabral.

No subsector profissional, foram seleccionados os advogados Leonel Alves, Paulino Comandante e António Dias Azedo, os arquitectos Carlos Marreiros e André Ritchie, o secretário-geral adjunto do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, Casimiro de Jesus Pinto, e a tradutora e intérprete Manuela Aguiar.

No subsector do desporto, foram eleitos o piloto de carros de corrida Eurico de Jesus e João Manuel Paes D’Assumpção, filho do primeiro presidente da Assembleia Legislativa de Macau.

No sector do trabalho, serviços sociais e religião, foram escolhidos Daniela Fão, dirigente da Direcção dos Serviços de Turismo, o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Macau, António José de Freitas, e Duarte da Silva Rosário, dirigente do Instituto para os Assuntos Municipais.

12 Ago 2024

Patinagem no gelo | Leong Sun Iok pede condições de treino

O deputado Leong Sun Iok interpelou o Governo sobre a necessidade de criar infra-estruturas para a prática de patinagem no gelo, lembrando que o Governo prometeu aproveitar um terreno livre na Taipa para a construção de um parque e pista de gelo.

Assim, o deputado questiona, numa interpelação escrita, em que fase está essa iniciativa, lembrando que em Macau há falta deste tipo de infra-estruturas para que atletas possam treinar, obrigando a deslocações a Zhuhai. Leong Sun Iok pede ainda que o Executivo crie alternativas para os atletas durante o período de construção dos referidos parque e pista.

O deputado repetiu preocupações já apontadas pela associação que representa a modalidade, quanto à total ausência, em Macau, deste tipo de espaços para a prática de desportos no gelo. Leong Sun Iok argumenta que assim, não é possível formar ou encontrar potenciais atletas, nem prepará-los para competir.

12 Ago 2024

Chefe do Executivo | Eleições agendadas para 13 de Outubro

Pela primeira vez desde o estabelecimento da RAEM, as eleições para escolher o líder do Governo vão decorrer depois de Agosto. O agendamento foi anunciado num despacho assinado por Ho Iat Seng. Os candidatos vão ter um limite de 6,44 milhões de patacas para a campanha eleitoral

 

As eleições para a escolha do próximo Chefe do Executivo vão ser realizadas a 13 de Outubro, um domingo. O agendamento foi anunciado ontem, através da publicação no Boletim Oficial de um despacho assinado pelo actual líder do Governo, Ho Iat Seng.

A definição da data estava dependente das eleições de 344 dos 400 membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE), que decorreu no domingo, sem que tivesse havido qualquer reclamação tornada pública sobre o apuramento dos resultados.

A data confirma também que pela primeira vez desde a transferência da soberania, a 20 de Dezembro de 1999, as eleições para a escolha do líder do Governo vão decorrer depois de Agosto.

As primeiras eleições para a escolha do Chefe do Executivo, ainda durante a Administração Portuguesa, decorreram a 15 de Maio de 1999, e resultaram na eleição de Edmund Ho. No entanto, depois do estabelecimento da RAEM, a reeleição de Edmund Ho aconteceu a 29 de Agosto de 2004. Em 2009, Fernando Chui Sai On foi eleito Chefe do Executivo a 26 de Julho, e a sua reeleição aconteceu a 31 de Agosto de 2014. Mais recentemente, Ho Iat Seng foi escolhido para o primeiro mandato a 25 de Agosto de 2019.

A realização do acto eleitoral a 13 de Outubro é assim uma estreia, e acontece semanas depois do actual Chefe do Executivo ter estado de férias e recebido tratamento médico. A condição médica do líder do Governo não foi explicada publicamente, mas levou a rumores sobre a possibilidade da saúde de Ho Iat Seng o impedir de se candidatar a um segundo mandato. Recorde-se que o Chefe do Executivo regressou ao trabalho no final do mês passado.

Limite de 6 milhões

Ontem foi também publicado outro despacho oficial a impor um tecto orçamental para eventuais candidaturas à posição do Chefe do Executivo. No documento, também assinado pelo Chefe do Executivo, foi definido que os candidatos podem gastar praticamente 6,44 milhões de patacas para as acções de campanha eleitoral.

Actualmente, não há qualquer candidatura oficial, dado que os potenciais candidatos precisam reunir o apoio de 66 membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, que só agora ficou definida, e da aprovação da Comissão de Defesa do Estado de Macau.

No entanto, o empresário Jorge Chiang afirmou estar interessado em ir a votos, embora não tenha explicado como pretende reunir os apoios na CECE. Por sua vez, Ho Iat Seng ainda não manifestou a intenção de se recandidatar.

Desde a fundação da RAEM, nenhuma eleição para Chefe do Executivo teve mais que um candidato. A única vez que as eleições foram verdadeiramente disputadas foi a 15 de Maio de 1999, quando Edmund Ho e Stanley Au concorreram pelo cargo de Chefe do Executivo.

12 Ago 2024

Incumprimento no crédito das PME dispara para nível recorde

Na primeira metade do ano, o valor dos empréstimos não pagos pelas Pequenas e Médias Empresas (PME) subiu para o valor recorde de 4,6 mil milhões de patacas, de acordo com os dados mais recentes da Autoridade Monetária de Macau (AMCM).

Quando se compara o valor dos empréstimos não pagos nos primeiros seis meses deste ano com o montante referente à primeira metade do ano passado, observa-se um crescimento de 3,4 mil milhões de patacas, de 1,2 mil milhões de patacas para 4,6 mil milhões de patacas.

Desde 2014, altura em que o portal da AMCM apresenta as primeiras estatísticas sobre o incumprimento pelas PME, nunca o valor tinha chegado aos 3 mil milhões de patacas. O recorde anterior foi batido na segunda metade do ano passado, quando o montante não pago era de 2,9 mil milhões de patacas, ou seja, no semestre anterior.

Todavia, até ao final de 2022, os empréstimos não pagos das PME nunca tinham ultrapassado 700 milhões de patacas.

Tendência mais geral

O que também continua a subir é o rácio das dívidas não pagas, calculado pelo total dos empréstimos concedidos.

Actualmente, 5,7 por cento dos empréstimos concedidos são considerados não pagos, o que significa que por cada 100 milhões de patacas emprestados, 5,7 milhões ficam por pagar. No final 2.º semestre do ano passado, o rácio dos empréstimos não pagos não ia além dos 3,5 por cento, ou seja, por cada 100 milhões de patacas emprestados, 3,5 milhões não era pagos.

Também em termos do rácio existe um novo recorde, dado que desde 2014 até ao primeiro semestre de 2023, o rácio dos empréstimos não pagos pelas PME nunca tinha sido superior a 1 por cento.

As estatísticas mostram também que o valor dos créditos concedidos está a diminuir. Na primeira metade do ano passado, o valor dos créditos aprovados era de praticamente 85 mil milhões de patacas, mesmo que nem todo o montante fosse utilizado.

Nos primeiros seis meses desde ano, o montante dos empréstimos caiu para 81 mil milhões de patacas. A diferença foi explicada pela AMCM com o “reembolso de vários empréstimos de elevado montante”.

12 Ago 2024

USJ | Estudo destaca imparcialidade dos jornais ingleses

O jornal diário em língua inglesa Macau Daily Times é mais popular que o Macau Post Daily, mas ambos conseguem ser imparciais em relação ao Governo em termos de conteúdo noticioso. Um estudo da Universidade de São José indica existir espaço para que a imprensa inglesa seja mais influente e com impacto internacional

 

“Avaliação comparativa dos jornais de língua inglesa em Macau”, da autoria dos académicos José Manuel Simões e Cheila Alexis Pagan, da Universidade de São José (USJ), é o título do estudo que analisa o conteúdo noticioso e posicionamento de mercado dos jornais Macau Daily Times (MDT) e Macau Post Daily (MPD), os únicos periódicos diários em língua inglesa do território.

O artigo, publicado este mês no número “Comunicação, Arte e Cultura” da revista académica “Cultura Digital – Revista interdisciplinar de Arte & Ciência” conclui que o MDT “é o mais popular de entre os dois jornais de língua inglesa que cobrem a actualidade da região”. Os autores citam dados da Câmara de Comércio França-Macau que revelam que este jornal tem uma tiragem diária acima dos 17.500 exemplares, além de ter uma média diária de 300 mil visitas no website. Além disso, o MDT “apresentou uma maior percentagem de cobertura” noticiosa em relação ao MPD.

Para este trabalho os investigadores analisaram notícias dos dois periódicos durante cinco meses, entre Agosto e Dezembro de 2019, contando-se 200 jornais como amostra, resultando em 386 artigos de notícias divididos posteriormente em tabelas conforme critérios de análise, ou “medidas de desempenho”, como “Argumentos positivos”, “Neutralidade”, “Apoio Governamental”, “Contra o Governo”, “Imperialismo”, “Pluralismo”, “Cidadania” e “Auto-Cidadania”.

O estudo conclui que o MDT “regista mais dados que o MPD na maioria das medidas de desempenho”, sendo que “entre os dois jornais as medidas relativas a argumentos e relatórios contrários ao Governo”, bem como aos critérios do “imperialismo e pluralismo registaram dados mais elevados”.

Em contrapartida, é referido no estudo, “as medidas relativas à neutralidade e à auto-cidadania registaram a menor quantidade de dados”, tendo-se verificado “um equilíbrio na comunicação entre as medidas de desempenho, embora com uma frequência variada em ambos os jornais”.

Em cinco meses foram recolhidos 101 jornais do MDT com 238 artigos noticiosos. Em comparação com o MPD, o MDT “produziu mais dados em todas as medidas de desempenho, excepto na cidadania”. Por sua vez, “as medidas sobre argumentos contrários, com 31 por cento, ‘Imperialismo’, com 27 por cento, e ‘Pluralismo’, com 24 por cento, apresentaram a maior quantidade de dados entre os artigos publicados no MDT”. Ainda no que se refere ao MDT, as reportagens favoráveis ao Governo representaram 14 por cento, enquanto as desfavoráveis representaram 16 por cento do total das notícias publicadas.

Revelada imparcialidade

Os resultados revelam também que existe, nos dois jornais, “um relato equilibrado de argumentos positivos e negativos, uma vez que ambas as medidas são frequentemente encontradas em conjunto”, sendo que o MDT “apresentou uma frequência mais elevada de relatos equilibrados, uma vez que os artigos da amostra incluíam relatos positivos, negativos e neutros”. Já o MPD “apresenta um registo mais elevado de reportagens equilibradas em termos de inclusão de argumentos positivos e negativos nos artigos da amostra”.

Em termos gerais, os investigadores destacam que ambos os jornais “têm uma tendência para o relato adverso”, ou seja, crítico, sendo que “a elevada taxa de medição do argumento oposto indica que a imprensa inglesa é livre de investigar todo o tipo de actividades”. O estudo destaca também que “a inclinação para as notícias negativas mostra que a imprensa inglesa desempenha um papel crítico”.

“Os resultados na divulgação de informações de apoio e contra o governo são moderados em ambos os jornais, mas observáveis neste estudo quantitativo. Entre as duas medidas, a informação desfavorável ao Governo regista uma taxa percentual mais elevada em ambos os jornais, o que indica que os jornais não mostram parcialidade em relação ao Governo de Macau”, pode ainda ler-se.

No que diz respeito à imparcialidade noticiosa, os autores referem é importante ir além dos meros dados numéricos, sendo necessário “um estudo para determinar a força das tendências nas notícias”. Ainda assim, “os dados sobre a medição dos argumentos positivos e negativos indicam que os repórteres cobrem ambos os pontos de vista numa opinião, e os jornais não se envolveram apenas num lado do argumento”

Maior pendor económico

Os autores do estudo citam ainda dados de um inquérito de 2016 em que 75 por cento dos inquiridos revelou ter mais interesse por notícias das áreas económica e financeira, sobretudo notícias sobre a indústria do jogo, e que os leitores “eram essencialmente profissionais e empresários”.

Assim, pode estar em causa “a ênfase dos jornais [ingleses] nas actividades económicas, que são mais do interesse dos seus consumidores, do que em assuntos políticos”.

“Uma vez que os jornais de língua inglesa foram criados devido à necessidade provocada pela indústria do jogo, que trouxe mais leitores estrangeiros, é natural que haja menos notícias sobre assuntos governamentais e mais sobre actividades económicas na imprensa inglesa da região”, e que, neste contexto, “os consumidores de media da região desempenham um papel na produção das notícias”.

O estudo defende ainda que “em cada jornal deve haver mais diversidade de informação”, sendo importante que “o sistema mediático, em geral, apresente um leque de produção [noticiosa] que reflicta a diversidade da sociedade, especialmente nas dimensões críticas da região, política, religião, etnia, cultura”.

No caso concreto de Macau, “embora os jornais de língua inglesa demonstrem diversidade no seu conteúdo e reflictam a diversidade da sociedade, a divulgação de outras categorias de informação é negligenciada, uma vez que os jornais são concebidos para um mercado específico”.

O impacto entre a imprensa inglesa é, assim, diferente face aos jornais em línguas chinesa e portuguesa, os idiomas oficiais de Macau. O estudo conclui que “de um modo geral o impacto dos meios de comunicação social ingleses difere entre as comunidades locais e não locais”, pois enfrentam “barreiras linguísticas que colocam mais desafios, como o acesso às fontes, ainda que o inglês “seja amplamente utilizado e aceite na região”.

Assim, “os media ingleses não podem cobrir exaustivamente os assuntos políticos devido ao acesso limitado às fontes e à informação”, e que a imprensa inglesa, não sendo subsidiada pelo Governo como são os jornais chineses e portugueses, “sobrevive graças às receitas comerciais, tendo um desempenho satisfatório nesta situação”, lê-se no estudo. Porém, ressalva-se que “a investigação de várias actividades pode ser restringida devido à falta de financiamento”.

Actualmente, “e em comparação com os meios de comunicação chineses, os meios de comunicação ingleses têm menos impacto na sociedade de Macau”, mas são “valiosos para a comunidade anglófona dentro e fora de Macau”.

Ainda assim, os autores destacam o facto de “a imprensa inglesa de Macau estabelecer uma função de monitorização, educação e facilitação entre os consumidores”, com potencial para “serem influentes, uma vez que se posicionam como uma ‘lente internacional’ da sociedade de Macau”.

Segundos os académicos, os jornais ingleses de Macau podem, assim, constituir outro meio para compreender o Oriente além dos tradicionais periódicos e demais publicações na região.

12 Ago 2024

Bloomberg | Fundador da dona da Temu é o homem mais rico da China

O fundador da empresa de comércio electrónico chinesa Pinduoduo, operadora da conhecida plataforma Temu, Colin Huang, também conhecido como Huang Zheng, é o homem mais rico da China, segundo o índice de milionários da Bloomberg.

Com uma fortuna de 48.600 milhões de dólares, Huang superou Zhing Shanshan, o magnata de água engarrafada, que ocupava o primeiro lugar desde Abril de 2021, de acordo com a mesma fonte, citada pela Efe.

Em Março último, Huang já tinha sido identificado pelo Hurun Report, reconhecida como a versão chinesa da revista americana Forbes, como o empresário tecnológico mais rico da China, ultrapassando assim Pony Ma, da Tencent, e Zhang Yiming, da Bytedance, empresa que detém a rede social de partilha de vídeos curtos, TikTok.

Huang fundou a Pinduoduo em 2015, uma plataforma de comércio electrónico conhecida no gigante asiático pelos seus produtos a preços muito baixos e grandes promoções.

Em 2022, a Pinduoduo iniciou a sua expansão internacional sob a marca Temu, que, segundo a imprensa local, registou vendas de 20 mil milhões de dólares no primeiro semestre de 2024 – superando o valor total do ano passado, de cerca de 18 mil milhões de dólares.

A Temu expandiu rapidamente a sua presença para 75 países após o seu lançamento em Setembro de 2022 e concorre com rivais chineses como a Shein, TikTok Shop ou a filial internacional da Alibaba, AliExpress, dando-se a conhecer pela oferta de produtos com preços muito baixos.

A Temu enfrenta actualmente o escrutínio das autoridades da União Europeia (UE) ou dos Estados Unidos, que ponderam impor taxas alfandegárias a este tipo de plataformas chinesas que vendem a preços baixos.

12 Ago 2024

JO | Iúri Leitão primeiro português a conquistar duas medalhas numa edição

O ciclista Iúri Leitão tornou-se sábado no primeiro atleta português a conquistar duas medalhas numa edição dos Jogos Olímpicos, ao vencer o ouro no Madison, ao lado do compatriota Rui Oliveira, depois da prata no Omnium em Paris2024.

Depois de ter conquistado na quinta-feira a medalha de prata na prova de Omnium, Iúri Leitão chegou sábado ao lugar mais alto do pódio em equipa com Rui Oliveira, com ambos a vencerem a prova de Madison, com um total de 55 pontos, à frente da Itália, com Simone Consonni e Elia Viviani, segunda com 47, e da Dinamarca, com Niklas Larsen e Michael Moerkoev, terceira, com 41.

Numa edição de estreia lusa em provas masculinas do ciclismo de pista, Iúri Leitão e Rui Oliveira juntaram-se a Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Nélson Évora e Pedro Pichardo como campeões olímpicos, com Iúri a igualar o recorde de duas medalhas, mas com o feito de ser numa única edição.

Poucas horas depois de o canoísta Fernando Pimenta ter falhado o objectivo de medalha nos Jogos, ao ser sexto em K1 1.000 metros, e assim ficar impedido de se tornar no primeiro português a conquistar três medalhas, Iúri Leitão e Rui Oliveira atenuaram a desilusão lusa e, com o título olímpico, o primeiro juntou-se ainda ao restrito lote das duas medalhas.

O triunfo da dupla Iúri Leitão e Rui Oliveira no Madison em Paris2024 constituiu o sexto título olímpico do desporto português, o primeiro fora do atletismo, e o 32.º pódio luso de sempre.

12 Ago 2024

China | Rede roubava cadáveres para usar ossos em enxertos dentários

Uma rede criminosa foi acusada de roubar mais de 4.000 cadáveres de crematórios e laboratórios médicos na China para utilizar os ossos em enxertos dentários, avançou na sexta-feira a imprensa local.

O caso foi inicialmente exposto por Yi Shenghua, presidente do escritório de advogados Beijing Brave Lawyer. Segundo o representante, a polícia de Taiyuan, na província de Shanxi, norte do país, está a investigar as alegações de que os ossos foram utilizados para produzir enxertos ósseos alogénicos, normalmente feitos com ossos retirados durante uma cirurgia.

Citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, um porta-voz da procuradoria municipal de Taiyuan confirmou que os procuradores estão a investigar as alegações de que uma rede criminosa “roubou e revendeu cadáveres com fins lucrativos”.

O porta-voz recusou-se a revelar mais pormenores, dizendo apenas que a investigação ainda precisa de mais tempo, uma vez que o caso é “bastante complicado”. A indústria funerária estatal chinesa está actualmente no centro das atenções devido a uma série de detenções.

Citado pelo portal de notícias chinês Thepaper.cn, Yi disse que as provas lhe foram transmitidas por um “informador” e que sāo “autênticas”.

Uma publicação sua nas redes sociais referiu que uma empresa chamada Shanxi Aorui Biomaterials é suspeita de comprar ilegalmente cadáveres e membros das províncias de Sichuan, Guangxi e Shandong e de os utilizar para produzir enxertos ósseos.

Segundo o presidente do escritório de advogados, a empresa ganhou 380 milhões de yuans durante este período, principalmente com a venda dos ossos para enxertos dentários.

Os enxertos alogénicos são utilizados quando os pacientes não têm densidade óssea suficiente para os enxertos, mas o osso é normalmente retirado de pacientes que consentem ser submetidos a operações como a substituição da anca.

Sem limites

A polícia apreendeu mais de 18 toneladas de ossos e mais de 34.000 produtos semiacabados e acabados, de acordo com documentos publicados por Yi. O suspeito, de apelido Su, que era director-geral da empresa, confessou ter roubado mais de 4.000 corpos humanos de crematórios em Yunnan, Chongqing, Guizhou e Sichuan.

Funcionários dos crematórios de diferentes cidades alegadamente desmembraram os corpos para que pudessem ser transportados para a empresa de Su para serem processados, indicam documentos do processo. Os documentos referem ainda que outros 75 suspeitos foram detidos durante a investigação.

As autoridades estão também a analisar as alegações de que o centro de fígado do Hospital Universitário de Qingdao, em Shandong, vendeu ilegalmente cadáveres à empresa.

12 Ago 2024

A hipocrisia na suspensão das férias

As férias são designadas como o período de descanso a que têm direito os trabalhadores, funcionários públicos, estudantes e demais profissões. Provém do latim ‘feria, -ae’ que significava entre os antigos romanos, o dia em que, por prescrição religiosa, não se trabalhava.

Hoje em dia, as férias são algo que transmite felicidade, descanso, alegria, tristeza e problemas. Tristeza, porque nem todos os cidadãos podem ter uns dias de descanso e são tão pobres que são obrigados a trabalhar os 365 dias do ano. Conhecemos uma senhora que trabalha em limpeza de residências e de escritórios que nunca teve férias. O ripanço inerente às férias é merecido para todos quantos passam o ano a trabalhar arduamente. Institucionalizou-se, por maioria, que as férias fossem gozadas no mês de Agosto, talvez por ser o mais quente e as famílias poderem levar a pequenada a banhos pelas praias do país ou do estrangeiro. Famílias, que muitas vezes, são as férias que lhes criam problemas graves no futuro. Acontece que decidem ir conhecer Punta Cana ou Bali e, para isso, contraem um empréstimo bancário e depois é que são elas, porque o crédito fica difícil de ser pago por uma ou outra razão, especialmente se algum membro do casal, entretanto, ficou desempregado. Há muita gente que consegue mensalmente pôr de parte uma certa quantia para que no mês em que decide ter férias, o dinheiro não é problema para que o corpo e a mente possam descansar das dificuldades laborais durante o ano.

Em Portugal, as férias têm um outro lado da moeda. Os funcionários públicos vão quase todos em debandada e os serviços ressentem-se de tal forma que nos tribunais, hospitais, segurança social e finanças, quase tudo fica por decidir em Setembro. Neste sentido, existe uma classe que também não falha ao seu gozo de férias: os políticos. Os destinos são os mais variados e como o rendimento é bom podem escolher um hotel no Algarve topo de gama. O nosso principal político, o Presidente da República, não dispensa o Algarve. Todavia, o que mais detesto na política é a hipocrisia, a mentira e a propaganda. Marcelo rebelo de Sousa estava feliz e contente a banhos algarvios e, de repente, suspendeu as férias para se deslocar a Lisboa a fim de vir, a convite do primeiro-ministro, assistir à abertura de uma maternidade no Hospital de Santa Maria que, risivelmente, está fechada…

A atitude do Presidente Marcelo roçou o ridículo e o povinho ficou a pensar que daqui para a frente todas as obras que Luís Montenegro venha a inaugurar irá ter o Presidente a dar a sua bênção.

Mas, a maternidade no Hospital de Santa Maria tem história. Na cerimónia que decorreu na passada quinta-feira o Presidente Marcelo e o primeiro-ministro foram recebidos pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, precisamente a mesma pessoa que encerrou a maternidade no hospital quando era gestora do mesmo e quando pediu a demissão a António Costa, porque não conseguia comandar um barco quase a naufragar. Com a ministra lá estiveram alguns médicos e outros profissionais afectos ao PSD e ao CDS a receber as mais altas individualidades que foram inaugurar a abertura de uma maternidade fechada por falta de médicos e enfermeiros. E agora coloca-se outro problema, o qual diz respeito ao funcionamento futuro da maternidade que foi alvo de obras. Referimo-nos aos médicos e enfermeiros que têm de ser requisitados ao barreiro, a Almada, a Setúbal e a outros hospitais. A ministra deu-lhe para discursar e salientar que se tratava de uma obra “histórica”, quando não passa de um mamarracho de cimento fora do contexto arquitectónico da monumental fachada do principal hospital português. A ministra referiu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) estava a melhorar em todos os aspectos, mas esqueceu-se de mostrar aos ilustres convidados o caos que reina mesmo por baixo da nova maternidade, onde no Centro de Colheitas, o povinho sofre pela sua hora de atendimento, e como se trata de análises clínicas, há pessoas diabéticas que estão ali quase a desmaiar por estarem em jejum há mais de quatro horas. A ministra esqueceu-se igualmente que, à mesma hora que discursava, encontravam-se vários serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia encerradas pelo país e onde muitas grávidas interrogavam-se onde ter os partos. Já não referindo o caso tristíssimo e grave de negligência médica que se verificou nas Caldas da Rainha onde uma mulher, por duas vezes, foi-lhe negada a assistência médica e veio a abortar e a morrer. A hipocrisia de se suspender férias para nada, a mentira de se anunciar a abertura de algo que continua encerrado e a propaganda de afirmar que o Governo está cada vez a trabalhar melhor que o anterior são temas que levam os portugueses normais e atentos ao que se passa à sua volta a pensar que Portugal irá continuar na mesma: um país que não passa da cepa torta.

12 Ago 2024

Filme “Aventuras no Império”, de Rui Lopes, apresentado este mês em Lisboa

É exibido até ao final do mês, em Lisboa, no espaço Fidelidade Arte Lisboa, o filme-ensaio da autoria do académico Rui Lopes e intitulado “Aventuras no Império: Uma História Mal Contada”, integrado no ciclo de cinema que acompanha a exposição “O Chão é Lava!”.

Trata-se de um filme-ensaio que tem Macau como foco e que é o resultado da investigação que o autor, investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, está a realizar “sobre a história das representações de Portugal e do império projectadas na ficção cinematográfica e televisiva estrangeira durante o Estado Novo”, um tema que “tem revelado uma visão mais ambígua do país no exterior”, segundo disse o autor citado na nota que acompanha o projecto.

Macau é aqui um caso de estudo, sendo que “essa ficção combinava um imaginário turístico, de romance e casinos, com um sensacionalismo orientalista, com o vício e a violência, misturando uma retórica colonial e racista com um olhar crítico sobre o colonialismo português”, colonialismo esse tido como “corrupto e incapaz de controlar o contrabando e crime organizado”.

Os contrastes de Macau

Segundo a mesma nota, Rui Lopes quis “desmontar e remontar essas obras, pegando em vários tipos de fontes”, nomeadamente documentos escritos e nos próprios filmes, abordando essas mesmas obras “através de um outro objecto académico, usando a própria linguagem audiovisual para analisar as diferentes vozes e ideias que contribuíram para esta imaginação de Macau”.

O historiador escreveu o guião do filme-ensaio e trabalhou em parceria com o montador de filmes Rui Ribeiro, cruzando “excertos de mais de trinta filmes de ficção e séries televisivas sobre Macau produzidos em diferentes países nos anos 1930-70, intercalados com peças de imprensa, guiões, publicidade e relatórios da censura, permitindo vislumbrar diversos paradoxos e artifícios que materializaram um certo imaginário colonial e o espalharam pelo mundo”.

No dia 30 de Agosto, será a última exibição do filme que conta com a presença do autor para uma palestra. Esta conferência irá abordar “o contexto que moldou essa vaga de produções, desde a Guerra Fria às tensões e contradições geradas pelo estatuto semi-periférico do colonialismo português”.

Segundo informação sobre o filme-ensaio disponível no website da Culturgest, “para lá da propaganda do Estado Novo e de documentários anticoloniais, o império português foi ficcionado em policiais de Hollywood, em sagas de espionagem europeias e no cinema de acção de Hong Kong”.

Neste contexto, as “sampanas e casinos de Macau tornaram-se numa presença recorrente no ecrã, imaginados através de um olhar turístico e romântico”, com a ideia da “Monte Carlo do Oriente”, mas também “recheado de vício, pirataria, violência e corrupção”, sob a ideia da “cidade mais perversa do mundo”.

“Aventuras no Império” é, assim, “uma alucinante colagem audiovisual” que “permite vislumbrar diversos paradoxos e artifícios que materializaram esse imaginário colonial e o espalharam pelo mundo”.

12 Ago 2024

História | Lançado livro sobre primeira missão diplomática do Brasil à China

Corria o ano de 1879 quando a Marinha brasileira se aventurou pelos mares naquela que foi a primeira missão diplomática brasileira à China e consequente viagem de circum-navegação, concluída em 1883. A obra, de Marli Cristina Scomazzon e Jeff Franco, foi agora editada no Brasil pela “Dois Por Quatro”

 

Acaba de ser editado no Brasil o livro que relata a primeira volta ao mundo feita por uma tripulação brasileira, bem como os bastidores da primeira missão diplomática do país à China que aconteceu na mesma viagem, entre os anos de 1879 e 1883. O livro, que tem simplesmente como título “Primeira Circum-Navegação Brasileira e Primeira Missão do Brasil à China (1879)” é da autoria de Marli Cristina Scomazzon e Jeff Franco, e é editado pela “Dois Por Quatro”.

Segundo um comunicado, tratou-se de uma viagem realizada por 197 homens da Marinha brasileira, incluindo 22 oficiais, 126 marinheiros imperiais, 15 foguistas e 21 soldados navais. A jornada durou 430 dias, 268 de viagem e 162 passados nos portos. A viagem teve como comandante o capitão de fragata Júlio César de Noronha, sendo que muitos marinheiros morreram de diversas doenças. Uma delas foi o beribéri, doença que ocorre devido à carência da vitamina B1 e que se caracteriza pela ocorrência de perturbações digestivas, edemas e perturbações nervosas.

Além da viagem de circum-navegação, estava em causa uma importante missão diplomática à China, a primeira, que visava um acordo “para trazer ao Brasil mão-de-obra chinesa”. Tratou-se de uma missão “cercada de polémica no Brasil e no mundo” e que teve “como enviados extraordinários o diplomata Eduardo Callado e o contra-almirante Arthur Silveira da Motta, futuro barão de Jaceguai”.

Tema inédito

Os autores, Marli Cristina Scomazzon e Jeff Franco, prepararam-se para escrever esta obra com pesquisas em diversos arquivos brasileiros e de outros países, apostando num tema que nunca foi abordado na historiografia brasileira.

Citados pelo mesmo comunicado, os autores descrevem que a pretenderam “recuperar uma aventura levada com heroísmo por centenas de marinheiros anónimos, alguns dos quais até perderam a vida”.

“A viagem é um episódio da história brasileira que estava escondido em vários repositórios. Em outros arquivos foi possível recuperar os registros da primeira missão brasileira à China, envolvendo uma grande polémica, o que é um exemplo de como os factos evoluem na crónica da vida política do nosso país”, explicam os autores.

“Escrevemos este livro com muito entusiasmo por recuperar um tema até então inédito, uma parte interessante da memória nacional e também por ser uma história repleta de curiosidades”, refere a mesma nota.

Marli Cristina Scomazzon e Jeff Franco já tinham trabalhado juntos em outras obras de cariz histórico, nomeadamente “A Caminho do Ouro – norte-americanos na Ilha de Santa Catarina”, editado em 2015, e “História Natural da Ilha de Santa Catarina: o códice de Noronha”, lançado em 2017.

12 Ago 2024

Taça do Mundo de FR no GP Macau sem equipas chinesas

A Federação Internacional do Automóvel (FIA) emitiu um comunicado a anunciar as equipas que participarão na primeira edição da Taça do Mundo de Fórmula Regional (FR) da FIA que será disputada no programa da 71.ª edição do Grande Prémio de Macau de 14 a 17 de Novembro. Nenhuma das equipas seleccionadas é da República Popular da China.

Tradicionalmente disputado com carros de Fórmula 3 desde o início da década de 1980s, a prova principal do Grande Prémio de Macau será agora uma corrida para monolugares de Fórmula Regional, especificamente chassis Tatuus T-318 e motores Alfa Romeo. O comunicado, publicado na noite de sexta-feira, refere que “a edição deste ano do Grande Prémio de Macau, que utilizará pela primeira vez máquinas da Fórmula Regional da FIA, tem atraído a atenção das melhores equipas de quase todos os campeonatos de FR em todo o mundo, incluindo o campeonato japonês de FR, FRECA, FR Américas, FR Oceânia e FR Médio Oriente”.

Segundo o comunicado da FIA foram escolhidas doze equipas, mas na lista de inscritos apresentada pela entidade reguladora do desporto automóvel mundial apenas constam o nome de onze equipas, sendo que a equipa francesa Sainteloc Racing é mencionada a duplicar. A FIA não revelou quantos carros cada equipa irá inscrever, mas indicou, como o Hoje Macau já tinha revelado anteriormente, que o número total de participantes será limitado a 27 concorrentes, o que sugere que apenas algumas equipas, as quais não sabemos, competirão com um máximo de três carros.

O regulamento desportivo da primeira edição Taça do Mundo de FR da FIA é omisso no que respeita à forma como foi feita a selecção das equipas e quantos carros poderão trazer para o evento da RAEM. No entanto, este é bastante explicito a indicar que “qualquer decisão sobre se um piloto tem a experiência necessária [para participar na prova] será tomada a exclusivo critério da FIA.”

A selecção dos pilotos deverá começar agora, pois de acordo com o mesmo comunicado, “abre-se agora a porta para que jovens pilotos talentosos de todo o mundo se candidatem às equipas registadas e comecem o processo de se juntarem a uma das grelhas mais prestigiadas do desporto motorizado.”

Oportunidade perdida

Destaque a para a ausência de qualquer equipa do Reino Unido e da República Popular da China na lista de inscritos, sabendo que neste último caso existem carros no país e equipas que estavam interessadas em participar. Entre as equipas inscritas, há apenas duas equipas asiáticas, ambas japonesas, a Tom’s Formula e a TGM Grand Prix, visto que a SJM Theodore Prema Racing, não é mais que a estrutura da reputada equipa italiana com o apoio do entusiasta local Teddy Yip Jr.

Numa altura em que a China é uma super potência da indústria automóvel, as equipas do Interior da China e das duas Regiões Administrativas Especiais têm demostrado nos últimos anos estar ao nível das melhores do mundo. Basta recordar que os grandes construtores germânicos Audi, Mercedes e Porsche recorrem a estruturas chinesas para colocarem em pista os seus carros oficiais na Taça do Mundo de GT da FIA no Circuito da Guia. A inexistência de um campeonato de FR na China poderá ser um argumento para a rejeição das equipas chinesas, embora a equipa japonesa TGM Grand Prix tenha sido aceite à partida sem nunca ter participado numa prova de FR.

Equipas Inscritas:

ART Grand Prix

Evans GP

MP Motorsport

Kiwi Motorsport

Pinnacle Motorsport

PHM Racing

R-Ace GP

Sainteloc Racing

SJM Theodore Prema Racing

TGM Grand Prix

Tom’s Formula

12 Ago 2024

Automóveis | Vendas caiem em Julho. Exportações aumentam

As vendas de automóveis na China registaram uma queda de 10 por cento, em Julho, em termos homólogos, informou na sexta-feira a Associação de Automóveis de Passageiros da China, enquanto as exportações aumentaram cerca de 20 por cento.

No total, foram vendidos 1,6 milhões de automóveis de passageiros no país asiático, um declínio de 10 por cento em relação ao ano anterior. As exportações de veículos de passageiros fabricados na China aumentaram mais de 20 por cento, para 399.000 unidades.

Mais de metade dos veículos vendidos em Julho foram eléctricos e híbridos.

Para tentar aumentar a procura, o governo alargou os incentivos para encorajar os condutores a trocarem os seus automóveis mais antigos, a gasolina e a gasóleo, por veículos eléctricos.

Embora as vendas globais de automóveis tenham permanecido fracas, as vendas de veículos eléctricos aumentaram quase 30 por cento em Julho em relação ao ano anterior, para cerca de 991.000. Desse total, 887.000 foram vendidos na China e 103.000 foram exportados.

As vendas dos fabricantes de automóveis estrangeiros estagnaram ou caíram este ano, o que demonstra a intensa concorrência de preços num mercado saturado.

A quota de vendas de automóveis detida pelos fabricantes chineses tem vindo a crescer rapidamente e atingiu dois terços de todas as vendas de veículos em Julho, uma vez que as vendas dos seus veículos aumentaram 10 por cento, segundo o relatório.

A maioria dos veículos vendidos na China entre Janeiro e Julho tinha preços entre 100.000 yuan e 150.000 yuan, disse a associação da indústria.

A BYD exportou 31.000 veículos eléctricos e híbridos em Julho, enquanto as exportações da Tesla totalizaram 28.000, segundo o relatório.

12 Ago 2024

Os olhos do dragão oculto no traje da Imperatriz Zhang

Xuanren, mais conhecida como a imperatriz Gao (1032-1093), sendo regente entre 1085-93, tornar-se-ia um exemplo da flexibilidade do silente exercício do poder, tendo um papel decisivo e discreto no regresso do poeta Su Shi (1037-1101) do seu exílio em 1086.

O que seria recordado de modo elucidativo numa pintura atribuída ao pintor Zhang Lu (1464-1538) quando reinava uma outra formidável imperatriz. Nesse rolo horizontal, O regresso à corte de Su Shi (tinta e cor sobre papel,32,4 x 629,9 cm, no Museu de Arte de Berkeley, Universidade da Califórnia), o poeta é figurado a caminhar, rodeado de senhoras mas onde a imperatriz está significativamente ausente. E, se todos naquele tempo poderiam reconhecer essa ausência, a todos seria igualmente patente a coincidência do que então ocorria com a imperatriz viúva Xiaochengjing, mais conhecida pelo nome do seu clã, como imperatriz Zhang (1470-1541).

Num retrato póstumo (tinta e cor, 64,2 x 52 cm, no Museu do Palácio Nacional em Taipé) como era usual, feito antes de 1505 quando se dá a transição para o novo imperador seu filho, Zhu Houzhao (1491-1521) que reinaria como Zhengde, ela é mostrada com a sua imponente fengguan, a «coroa de fénix», no sebasto do seu vestido como era habitual, dois comuns e decorativos dragões bordados.

Porém do decote, nas vestes interiores notam-se como espreitando, oblíquos, dois grandes olhos de dragão que na sua assimetria denunciam o movimento, a poderosa e inquietante força do dragão. O nascimento desse seu filho fez parte da sua inédita trajectória de aquisição de poder, manifestada logo no facto singular de ser a esposa do único imperador adulto (Hongzhi, r. 1488-1505) que não teve outras esposas ou concubinas. Tendo casado em 1487, o filho de ambos só nasceria quatro anos depois, após ela ter participado em 1490 em elaboradas cerimónias propiciatórias dirigidas pelo quinquagésimo Mestre do Céu do Daoísmo, Zhang Guoxiang (c.1577-1612).

Zhang, a imperatriz, faria parte em 1493, de outro ritual em que como outros imperadores, foi ordenada sacerdotiza na Escola daoísta Zhengyi, do Tianshidao. A excepção será porventura, tê-lo feito seis anos antes do imperador seu marido.

Essa cerimónia de legitimação ficaria registada num longo rolo horizontal (tinta e cor sobre papel dourado, 54,6 x 2743 cm, no Museu de Arte de San Diego) que mostra, entre nuvens, uma procissão de seres celestiais, deuses, Zhang Guoxiang visto de frente e a figura da imperatriz vestida com as vestes adequadas mas estranhamente pintada sobre um papel diferente colado no rolo.

Numa longa inscrição refere-se Jiutian Xuannu, a «misteriosa Senhora dos nove céus», com quem se identifica a imperatriz e sobre quem uma fonte daoísta comenta; «De modo a sufocar o mal e fazer regressar a rectidão, foi preciso aprender a tornar-se invisível.»

12 Ago 2024

EPM | Conselheiros das comunidades saúdam decisão do Governo

Os conselheiros das comunidades portuguesas do círculo da China congratularam-se pelo “acompanhamento e apoio” do Governo “na resolução da situação vivida” na Escola Portuguesa de Macau nos “últimos dois meses e meio”. Além disso, deram conhecimento à DSEDJ e à DSAL do despacho do Governo português

Os conselheiros disseram reconhecer no despacho do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, que renovou os contratos de professores que haviam sido dispensados pela direcção da escola, “a vontade clara de resolver a questão de forma justa”, de acordo com um comunicado enviado às redacções.

Na quarta-feira, o ministro renovou por mais um ano as licenças especiais de cinco colaboradores da Escola Portuguesa de Macau (EPM), dispensados em Maio pela direcção da escola, num despacho assinado por Fernando Alexandre.

A decisão foi tomada na sequência de um relatório elaborado pela Inspecção Geral da Educação e Ciência (IGEC), depois de uma inspecção à EPM, realizada entre 12 e 25 de Julho.

Os conselheiros do círculo da China (Tóquio, Seul, Banguecoque e Singapura) saudaram o que consideraram ser “a resolução da situação dos professores”, bem como “a compreensão da importância de assegurar” o ensino do Português como Língua Não Materna (PLNM) “no estrito respeito da legislação em vigor”, indicaram na mesma nota.

Também destacaram “a definição dos mecanismos que permitirão monitorizar e assegurar o bom funcionamento dos órgãos administrativos e pedagógicos da EPM, garantindo um clima de trabalho com serenidade e confiança na instituição”.

Comunicação local

No relatório da IGEC concluiu-se que não existiram “critérios objectivos, imparciais e transparentes na cessação ou não renovação dos contratos com professores e nos novos recrutamentos de professores”, não tendo o director da EPM, Acácio de Brito, no cargo desde Dezembro, pedido previamente “ao órgão colegial de administração da entidade titular a emissão de critérios definidores ou de orientações”.

O relatório pediu a intervenção reguladora do Estado português para restabelecer “o bom funcionamento da EPM e poder iniciar-se o ano lectivo de 2024/2025 em plena normalidade, essencial para garantir a permanência e a difusão da língua e da cultura portuguesas” em Macau.

Entre outras conclusões, considerou ainda que a “incerteza e dúvidas criadas na comunidade escolar e nas comunidades locais servidas pela EPM pela forma como o Director lidou com a questão da propalada redução ou da eliminação da actividade lectiva do PLNM, dando ele próprio azo a esse clima de incerteza”.

“Esta decisão do Ministro da Educação, Ciência e Inovação demonstra o seu empenho em preservar esta instituição tão prezada e digna da confiança da comunidade local, tal como tem acontecido ao longo de mais de 25 anos de existência”, assinalaram os conselheiros.

No dia seguinte à divulgação do despacho assinado por Fernando Alexandre, o gabinete dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas do Círculo da China enviou missivas aos directores dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) e Serviços de Assuntos Laborais (DSAL) a dar conta das renovações das licenças especiais dos cinco profissionais dispensados e agradecendo a atenção de apoio dados pelos órgãos da Administração ao caso.

Na carta enviada ao director da DSEDJ, Kong Chi Meng, Rita Santos destaca que a decisão do Governo português assegura que a EPM “cumprirá integralmente a lei vigente na RAEM, nomeadamente no que diz respeito ao recrutamento de pessoal”.

Na comunicação com a DSAL, Rita Santos pediu o acompanhamento do órgão liderado por Wong Chi Hong relativamente a um caso de uma professora de inglês da EPM, “residente permanente de Macau, contratada localmente e injustamente despedida, ao passo que uma trabalhadora não-residente com as mesmas funções foi mantida ao serviço da EPM”. Com Lusa

12 Ago 2024

Venetian | G2E Asia entre 7 e 9 de Maio de 2025

A feira de jogo G2E Asia vai regressar a Macau no próximo ano, entre 7 e 9 de Maio, de acordo com um comunicado dos organizadores, a empresa Reed Exhibition. A data do evento é antecipada em cerca de um mês em relação ao evento deste ano.

De acordo com os números dos organizadores, a edição de 2024 da feira G2E Asia atraiu a Macau mais de 6.300 profissionais ligados ao sector do jogo, com 65 por cento a serem considerados visitantes internacionais.

“O evento conjunto apresentou uma mostra espectacular de mais de 100 expositores, distribuídos por 22.000 metros quadrados de espaço de exposição. Complementando o salão de exposições, houve duas linhas de conferências com mais de 30 sessões e uma impressionante lista de mais de 100 oradores”, pode ler-se no comunicado. “Esta convergência facilitou a troca de uma grande quantidade de conhecimentos e ideias entre os participantes”, foi acrescentado.

12 Ago 2024