Ilha Ecológica | Governo avalia situação dos golfinhos

O Governo continua a insistir na necessidade da criação de uma ilha artificial a sul de Coloane, dizendo agora que o impacto na espécie dos golfinhos brancos chineses será alvo de análise ambiental. É o que consta numa resposta a uma interpelação escrita do deputado Ron Lam

 

A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) assegura que todos os possíveis impactos na preservação da espécie do golfinho branco chinês, existente nas águas do Delta do Rio das Pérolas, serão avaliados no contexto da construção da chamada “Ilha Ecológica” a sul de Coloane.

A informação consta na resposta da DSPA, assinada pelo seu director, Raymond Tam, a uma interpelação do deputado Ron Lam U Tou. Referindo-se à segunda fase da avaliação de impacto ambiental do projecto, Raymond Tam declarou que “será publicado o texto de consulta sobre o ‘Relatório de Avaliação do Impacto Ambiental’, do qual constarão as informações da investigação feita sobre os golfinhos brancos chineses”. Enquanto isso, serão também divulgadas “as medidas de mitigação ambiental”.

A DSPA volta a esclarecer que a primeira fase de avaliação do impacto ambiental da “Ilha Ecológica” foi feita “com base nos critérios e modalidade constantes da Lei de Avaliação do Impacto Ambiental da República Popular da China (RPC) e das Medidas de Participação Pública na Avaliação do Impacto Ambiental”.

Recorde-se que a construção de uma “Ilha Ecológica” tem gerado polémica por se tratar de uma zona de aterro para materiais de construção numa área fértil na riqueza ambiental como é o caso de Coloane. A espécie do golfinho branco chinês está em vias de extinção e muitos ambientalistas têm defendido que a construção de uma “Ilha Ecológica” pode acelerar ainda mais o fim desta espécie animal.

A mesma resposta dá mais detalhes sobre o processo de avaliação de impacto ambiental. “A Lei de Avaliação do Impacto Ambiental da RPC especifica claramente que, caso a execução de um empreendimento só seja iniciada cinco anos após ter sido aprovada a avaliação do impacto ambiental, esta terá de ser novamente submetida para apreciação.”

Assim, “como está previsto que a construção da Ilha Ecológica ultrapasse o referido prazo, procedeu-se, primeiramente, à avaliação do impacto ambiental da primeira fase da obra, sendo que, quando for iniciado o planeamento da segunda fase, será tido em conta esse conteúdo da avaliação”, procedendo-se a uma “situação ambiental mais actualizada”. Far-se-á, assim, a segunda fase de avaliação ambiental “conforme os respectivos procedimentos”.

Sensibilidade e bom senso

Na resposta à interpelação escrita de Ron Lam U Tou, o Executivo volta a frisar a posição que mantém desde o início: que a “construção da ‘Ilha Ecológica’ é a solução a longo prazo para o tratamento de diversos tipos de resíduos de materiais de construção” e vai “beneficiar o futuro desenvolvimento urbano de Macau”.

“O Governo salientou várias vezes que a selecção do local da ‘Ilha Ecológica’ está dependente de factores como a natureza, a localização geográfica, as condições da qualidade da água e a situação actual da exploração e do aproveitamento das áreas marítimas, pelo que, após uma ponderação geral, a localização actual é a que apresenta melhor viabilidade”, adiantou ainda Raymond Tam.

23 Jun 2024

Cartão de consumo | Coutinho e Che propõem debate na AL

Pereira Coutinho e Che Sai Wang apresentaram uma proposta de debate na Assembleia Legislativa para discutir com o Governo formas de salvar o pequeno comércio da morte certa. Os deputados sugerem o retorno do cartão de consumo apoiar as PME e criar o hábito de “Consumir em Macau”. Pedem também um balanço ao modelo económico focado em Hengqin

 

“Não obstante as dezenas de milhões de visitantes anuais e os elevados investimentos e apoios financeiros concedidos pelo Governo de Macau às empresas e associações no âmbito da diversificação económica, o pequeno comércio vai ‘morrendo’ por falta de clientela e, neste momento, nem os investimentos financeiros em elementos não-jogo das concessionárias do jogo conseguem alterar este triste cenário”. Tendo em conta este panorama socioeconómico de encerramento de pequenas e médias empresas (PME), e ao estrangulamento do comércio tradicional, Pereira Coutinho e Che Sai Wang apresentaram um pedido de debate para discutir a situação na Assembleia Legislativa.

Na proposta de debate, os deputados ligados à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) pedem a atribuição do plano de benefícios de consumo por meio electrónico, também designado como cartão de consumo, de forma a “aliviar a pressão das famílias, aumentar a procura interna, criar o hábito de ‘Consumir em Macau’, apoiar as micro e as PMEs, evitar o aumento do desemprego, dinamizar a economia e estabilizar a sociedade”.

Os legisladores destacam que muitos dos negócios “moribundos” são de empresas tradicionais e familiares com dezenas de anos de actividade comercial e que é preciso “estancar” a situação e alterar o rumo pessimista da actividade económica e comercial da RAEM.

Tempo de agir

Coutinho e Che argumentam ainda que “a maioria dos principais bens essenciais de consumo é cada vez mais dispendiosa, desde a botija de gás até aos principais géneros alimentícios”, impactando com maior intensidade as famílias mais necessitadas. Como tal, são pedidas medidas concretas e eficazes que beneficiem toda a sociedade e que não sejam restritas a “um determinado sector de actividade económica (agências de viagem) ou bairro residencial (zona norte).

Os deputados defendem também o equilíbrio entre o modelo económico direccionado aos sectores da tecnologia, medicina tradicional chinesa, turismo e finanças modernas na Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin e o pequeno negócio local. Além disso, pedem ao Governo um balanço sobre o modelo económico de aposta nos sectores prioritários para a diversificação da economia e do desenvolvimento focado na Ilha da Montanha. A proposta de debate foi enviada na sexta-feira e ainda não foi admitida.

23 Jun 2024

Taiwan | Deputados e Alvis Lo favoráveis a pena de morte

O Supremo Tribunal Popular emitiu na sexta-feira directrizes para tribunais, procuradores e organismos de segurança pública e estatal da China no sentido de “punir severamente os defensores da independência de Taiwan por dividirem o país e incitarem a crimes de secessão, de acordo com a lei, e defender resolutamente a soberania nacional, a unidade e a integridade territorial”, segundo um comunicado publicado pela agência estatal Xinhua.

As directrizes foram recebidas entusiasticamente por algumas figuras políticas da RAEM, com destaque para o membro de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN), Lao Ngai Leong, os deputados Si Ka Lon, Iau Teng Pio e Chiu Sai Cheong, assim como o director dos Serviços de Saúde Alvis Lo e alguns dirigentes de associações tradicionais.

Durante a apresentação das novas orientações, foi sublinhado que a morte é a pena máxima para o “crime de secessão”

Em declarações ao jornal Ou Mun, Lao Ngai Leong defendeu ser prática comum noutros países a aplicação de penas pesadas contra separatistas. O responsável indicou que a decisão das autoridades nacionais é uma resposta forte à forma como o Partido Democrático Progressista, que insiste na independência de Taiwan e ignora as opiniões públicas dominantes na ilha.

O deputado Si Ka Lon afirmou que é o “dever sagrado de todo o povo chinês, incluindo os compatriotas de Taiwan, levar a cabo a grande tarefa da reunificação com a Mãe-Pátria.

Por seu turno, Chui Sai Cheong apontou que Macau como cidade internacional é o exemplo de êxito de “Um País, Dois Sistemas”, salientando a importância de prosseguir a reunificação e o grande rejuvenescimento da nação chinesa na nova era.

O presidente da Federação de Juventude de Macau e também director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, apontou que Hong Kong, Macau e Taiwan partilham o destino com a pátria.

23 Jun 2024

Inflação | Maio desacelera para valor mais baixo em mais de um ano

O Índice de Preços no Consumidor em Macau subiu 0,77 por cento em Maio, em termos anuais, o valor mais baixo desde Fevereiro de 2023, quando a região ainda recuperava da pandemia. Os custos com educação e saúde foram os que registaram maiores subidas de preços

 

A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) anunciou que durante o mês de Maio o Índice de Preços no Consumidor (IPC) cresceu 0,77 por cento face ao mesmo mês do ano passado, registando o valor mais baixo deste Fevereiro de 2023. Recorde-se que em Abril, o IPC tinha aumentado 0,92 por cento em termos anuais.

Num comunicado divulgado na sexta-feira, a DSEC justificou a desaceleração com uma descida de 2,99 por cento no custo dos transportes e de 0,9 por cento nos preços da recreação e cultura.

Além disso, os dados oficiais mostram uma queda de 15,6 por cento no preço da carne de porco, a mais popular entre os consumidores chineses.

Ainda assim, Macau registou uma subida de 1,2 por cento nos preços dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, sobretudo devido a um aumento de 2,4 por cento no custo das refeições adquiridas fora de casa.

Os gastos com gás natural e electricidade subiram 4,9 e 1,5 por cento, respectivamente, e o preço da gasolina e gasóleo para automóveis, aumentou 6,1 por cento.

Por outro lado, os gastos com os cuidados de saúde aumentaram 2,76 por cento, o custo das propinas do ensino superior cresceu 8,5 por cento e o preço dos apartamentos subiu 0,3 por cento. Isto depois de a Assembleia Legislativa ter aprovado, em 18 de Abril, o fim de vários impostos sobre a aquisição de habitações, para “aumentar a liquidez” no mercado imobiliário, defendeu na altura o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong.

Durante os últimos 12 meses terminados em Maio, o índice de preços da secção da educação foi o que registou o maior crescimento anual, chegando aos 6,19 por cento, seguido pelos preços da recreação e cultura (+ 5,93 por cento) e do vestuário e calçado com 4,48 por cento.

Efeitos secundários

Importa também referir que IPC da China continental, de longe o maior parceiro comercial de Macau, subiu 0,3 por cento em Maio.

Foi o quarto mês consecutivo em que a China registou inflação em termos anuais, depois de, no final de 2023 e no início deste ano, ter registado uma tendência deflacionária, também durante quatro meses. A deflação reflecte debilidade no consumo doméstico e no investimento e é particularmente gravoso, já que uma queda no preço dos activos, por norma contraídos com recurso a crédito, gera um desequilíbrio entre o valor dos empréstimos e as garantias bancárias.

Macau registou deflação durante 10 meses consecutivos, entre Setembro de 2020 e Junho de 2021, no pico da crise económica causada pela pandemia de covid-19.

Com o fim das restrições impostas pelo combate à covid-19, a região registou uma diminuição de 29,6 por cento no preço dos bilhetes de avião e de 3,1 por cento no custo das excursões e hotéis no exterior.

23 Jun 2024

Pequim acusa Bruxelas de exigir informação sem precedentes aos fabricantes de automóveis

A China disse ontem que não há precedentes para a quantidade e o tipo de informações solicitadas pela Comissão Europeia (CE) no âmbito da investigação aos subsídios atribuídos pelo Estado chinês aos fabricantes de veículos eléctricos.

“O tipo, o âmbito e a quantidade de informações recolhidas pela parte europeia não têm precedentes e excedem em muito os requisitos da investigação”, disse o porta-voz do Ministério do Comércio da China, He Yadong, em conferência de imprensa.

He afirmou que a CE exigiu pormenores sobre os componentes e as fórmulas das baterias, os custos de produção dos veículos, o fornecimento de peças e de matérias-primas, os canais de venda e os métodos de fixação de preços, os dados relativos aos clientes na Europa e a estrutura das cadeias de fornecimento.

“A CE indicou repetidamente, durante o inquérito, que a não-cooperação resultaria numa decisão desfavorável, obrigando as empresas a entregar essas informações”, acusou o porta-voz.

Apesar das empresas chinesas terem cooperado “tanto quanto possível”, a Comissão “continua a acusá-las injustamente de não cooperarem plenamente e aplicou taxas [alfandegárias] elevadas como punição”.

“As empresas chinesas estão chocadas e desiludidas”, acrescentou o porta-voz, acusando a CE de “não ter uma base objectiva e jurídica, desrespeitar as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e prejudicar a concorrência leal, a transformação ‘verde’ global e a cooperação aberta”.

“A China opõe-se totalmente a esta situação e tomará todas as medidas necessárias para defender firmemente os direitos legítimos das empresas chinesas”, afirmou.

Contra-ataque a postos

No dia 12, a CE anunciou tarifas adicionais de 21 por cento, em média, sobre as importações de carros eléctricos chineses, oferecendo uma taxa mais baixa às empresas que cooperaram (BYD, 17,4 por cento, e Geely, 20 por cento e uma taxa mais elevada de 38,1 por cento às que não cooperaram, visando especificamente a SAIC.

A queixa do Ministério do Comércio da China surge dias depois de uma conta de uma rede social operada pela televisão estatal CCTV ter acusado a Comissão Europeia de estabelecer requisitos “extremamente severos” e de reclamar segredos comerciais para a investigação.

Na segunda-feira, Pequim anunciou uma investigação sobre concorrência desleal contra certas importações de carne de porco da União Europeia (UE), uma aparente e antecipada retaliação pelas tarifas sobre carros eléctricos.

Dado que as tarifas sobre os veículos eléctricos vão entrar em vigor provisoriamente antes de 4 de Julho, mas só se tornarão definitivas em Novembro, Pequim exige que Bruxelas recue e aumenta a pressão comercial.

A imprensa oficial chinesa já avançou possíveis aumentos dos direitos de importação sobre os automóveis de grande porte ou uma nova investigação ‘antidumping’ sobre os produtos lácteos europeus.

21 Jun 2024

Cartão dourado

Depois de Xia Baolong, director do Gabinete de Trabalho de Hong Kong e Macau do Comité Central do Partido Comunista da China e director do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, ter visitado Macau e encorajado o Governo da RAEM a conjugar esforços para fazer do “cartão dourado” o símbolo de uma metrópole internacional destinada a brilhar, o Governo de Macau e as principais associações passaram, de um momento para o outro, a usar frequentemente a expressão “cartão dourado” nas suas conversas e discursos.

Na conferência de imprensa sobre o tema as “Oportunidades de Macau”, realizada a 17 de Junho, o Chefe do Executivo Ho Iat Seng disse aos jornalistas da China continental, de Hong Kong e de Macau que, de forma a que o “cartão dourado” fosse um símbolo de Macau como uma metrópole internacional destinada a brilhar, seria necessário reunir os esforços de todos os residentes, porque mesmo as questões mais insignificantes podem causar má impressão aos visitantes e que por isso devem ser evitadas.

Mas infelizmente, a 16 de Junho, o dia anterior ao encontro de Ho Iat Seng com a comunicação social, uma professora catedrática da Escola de Jornalismo e Comunicação da Universidade Chinesa de Hong Kong, que no ano anterior tinha conseguido vir a Macau sem qualquer problema, foi impedida de entrar sem que lhe fosse apresentado qualquer motivo, o que provocou o encerramento da sua palestra, agendada para essa tarde.

Enquanto o Governo da RAE se empenha arduamente para fazer o cartão dourado brilhar, os acima mencionados problemas “aparentemente insignificantes” podem facilmente provocar nas pessoas uma má impressão de Macau e lançar manchas indeléveis no referido cartão. O grupo de jornalistas que participou na conferência “Oportunidades de Macau” não aproveitou a oportunidade para pedir a Ho Iat Seng que comentasse a súbita interdição de entrada em Macau da Professora catedrática.

Durante a conferência, Ho Iat Seng designou a relação entre Hong Kong e Macau por “afecto fraternal” e disse ainda que Hong Kong seria sempre um “irmão mais velho” para Macau. Também expressou a sua gratidão para com o Governo da RAE de Hong Kong e agradeceu ao Chefe do Executivo John Lee pela sua orientação em muitas das iniciativas de Macau.

Quanto ao incidente isolado que ocorreu a 16 de Junho, em que um residente de Hong Kong viu negada a sua entrada em Macau, o sucedido não deve ter tido nada a ver com a orientação dada pelo Chefe do Executivo John Lee. Porque quando John Lee conduziu Hong Kong na transição da “estabilidade para a prosperidade”, era basicamente impossível para alguém que não fosse leal ou apoiante conquistar uma posição no sector educativo, especialmente se trabalhasse ou estivesse associado à área do jornalismo.

Portanto, de forma a fazer do cartão dourado um símbolo de Macau como uma metrópole internacional destinada a brilhar, o Governo de Macau não pode continuar a recorrer às medidas de confinamento e encerramento de fronteiras adoptadas na pandemia. Em vez disso, deve aprender com o discurso proferido por Li Qiang, o Primeiro-Ministro da China, durante a sua visita à Austrália, onde apelou a que ambos os países “defendam o respeito e a cooperação mutuamente benéficos, e procurem um entendimento comum, ao mesmo tempo que ultrapassam as diferenças”. Deve também procurar referências nos princípios orientadores propostos por Wang Huning, (Presidente do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês) durante a sua participação no Fórum dos Estreitos, onde afirmou que as relações entre os dois lados do estreito devem ser pacíficas, visando o desenvolvimento integrado, orientado para o intercâmbio e cooperativo.

Se a China e a Austrália podem promover o intercâmbio, e se pode haver interacção entre a China continental e Taiwan, porque é que não pode haver intercâmbio de civis entre Hong Kong e Macau? Aparentemente o cartão dourado para promover o intercâmbio comercial precisa de algum polimento para poder brilhar.

Por último, é preciso ter cuidado para que o cartão dourado de Macau não seja manchado com sangue. As vidas dos residentes de Macau são preciosas, e mesmo um só caso de suicídio é uma enorme tragédia. Numa primeira análise, ocorreram 22 suicídios em Macau no primeiro trimestre de 2024, menos 4 do que no trimestre anterior e menos 1 do que em igual período de 2023.

No entanto, uma análise mais detalhada mostra que o número de suicídios entre residentes de Macau no primeiro trimestre de 2024 foi de 21, o mesmo número do trimestre anterior. No mesmo trimestre de 2023, registaram-se 19 suicídios entre residentes de Macau.

Por outras palavras, a saúde mental dos residentes de Macau não registou qualquer melhoria. É compreensível que o Governo da RAE não publique os motivos destes suicídios de forma a evitar impactos negativos, mas a ocorrência consecutiva de casos de suicídio é inaceitável. Fugir ao problema ou encobri-lo nunca será solução. Os recentes suicídios de estudantes e professores são verdadeiramente devastadores e lamentáveis.

Contudo, durante a reunião plenária da Assembleia Legislativa realizada a 18 de Junho, dos 28 deputados que falaram nas Intervenções Antes da Ordem do Dia, apenas três mencionaram a questão da saúde mental, do ambiente escolar harmonioso e da redução da taxa de suicídio.

É bom que Macau tenha mais duas distinções, a “Cidade do Espectáculo” e a “Cidade do Desporto”, para além de já ser a “Cidade Criativa da Gastronomia”, mas é preciso ter cautela para que não venha a ser manchada com uma única gota de sangue.

Não existe de forma alguma qualquer relação causa/efeito entre a distribuição de cupões electrónicos de consumo e a taxa de suicídio. O que verdadeiramente importa é prestar atenção aos problemas dos residentes de Macau, ter muito cuidado com aos mais desfavorecidos e estar mais preocupado com os oprimidos. Dar brilho aos sapatos é fácil, mas polir os cartões dourados de Macau para os fazer brilhar é tudo menos fácil!

21 Jun 2024

FIA limita os GT a 23 carros no Grande Prémio

As inscrições estão abertas para a sétima edição da Taça do Mundo de GT da FIA, que será novamente realizada dentro do programa do Grande Prémio de Macau, cuja 71.ª edição se disputa de 14 a 17 de Novembro. A grande novidade é que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) impôs um tecto ao número de inscritos.

O evento de “sprint” da categoria GT3, de formato de piloto único, do mundialmente famoso Circuito da Guia contará novamente com duas corridas – a de qualificação com 12 voltas e a final com 16 – que foram vencidas no ano passado pelo italo-suíço Raffaele Marciello (Mercedes-AMG GT3).

A edição deste ano não deverá ter muitas diferenças em relação às anteriores, mas a grelha de partida vai estar limitada a 23 concorrentes, um número que a FIA não justificou quando, na pretérita semana, fez o anúncio da abertura do período de inscrições, que termina no próximo dia 29 de Julho, e da criação de uma plataforma para o efeito. Este número pode ser considerado aquele que a FIA vê como o mais adequado para a realização em segurança das corridas, mas também estará relacionado com as limitações de espaço no paddock.

O valor da pré-inscrição na prova por carro é de 3,000 euros, cerca de 25,900 patacas, e o valor final da inscrição a pagar é de 11,500 euros, cerca de 99,400 patacas, um valor igual a 2023, e que terá que ser pago até ao dia 29 de Agosto. A lista oficial de inscritos tem que ser confirmada, o mais tardar, até ao dia 25 de Outubro. A prova irá atribuir novamente um título de pilotos e um título de construtores, sendo que este último está pendente da participação de pelo menos três marcas na prova.

Quantidade e qualidade em harmonia

No ano passado, a Audi, a BMW, a Mercedes-AMG, a Ferrari e a Porsche marcaram presença na prova, quase todas elas colocando os seus pilotos de fábrica em carros assistidos por equipas da região ou provenientes da Europa. A prova de Macau mantém-se a mais importante para os carros da classe FIA GT3 no continente asiático e, este ano, o número de construtores poderá aumentar com a chegada de outras marcas, dado o interesse mostrado pela Aston Martin, Lamborghini e Ford na prova do território.

Em comunicado, Marek Nawarecki, Director Sénior da Velocidade da FIA, disse que “o regresso da Taça do Mundo de GT da FIA a Macau no ano passado revelou-se uma grande história de sucesso. As regras do GT3 estão a tornar-se cada vez mais fortes, com praticamente todos os construtores premium não só presentes nesta classe, mas também a desenvolver novos carros. Portanto, para 2024, estamos ansiosos por um evento talvez ainda mais forte, com alguns dos melhores pilotos de GT do mundo na grelha de partida e, esperamos, ainda mais construtores representados.”

Segundo o Regulamento Desportivo provisório da prova, a exemplo do ano passado, serão distribuídos um máximo de 80,750 dólares norte-americanos, cerca de 650 mil patacas, em prémios monetários. Este documento também contempla que todos os carros participantes tenham que estar disponíveis para acções promocionais do dia 9 ao 11 de Novembro. É de recordar que a Exposição de Carros e Motos do Grande Prémio de Macau, na Praça do Tap Seac, tem sido uma aposta ganha da Comissão Organizadora do evento para abrir as hostilidades.

21 Jun 2024

Índia | Pelo menos 35 mortos após consumo de bebida álcoólica adulterada

Pelo menos 35 pessoas morreram e 110 foram hospitalizadas, depois de consumirem bebidas alcoólicas adulteradas no estado de Tamil Nadu, no sul da Índia, declarou ontem fonte policial.

As autoridades iniciaram uma investigação para descobrir a origem do álcool contaminado com metanol, referiu a inspetora da polícia da região de Kallakurichi, que confirmou as mortes à agência de notícias EFE.

O chefe do governo de Tamil Nadu, MK Stalin, disse nas redes sociais estar escandalizado e referiu que suspendeu alguns dos principais funcionários da polícia e da administração da região. “As pessoas envolvidas no crime foram detidas e foram também tomadas medidas contra os agentes que não conseguiram evitá-lo”, declarou Stalin.

As forças de segurança detiveram um homem de 49 anos que estava na posse de cerca de 200 litros de álcool adulterado, de acordo com o jornal diário Hindustan Times. Dezenas de pessoas consumiram na terça-feira a bebida, que era vendida em embalagens de plástico, algo comum para bebidas alcoólicas mais baratas na Índia.

Nessa noite, muitas delas sentiram sintomas como diarreia, vómitos e visão turva, o que chamou a atenção das autoridades. O consumo de álcool ilegal e adulterado na Índia tende a ocorrer nas zonas rurais ou áreas mais desfavorecidas das cidades devido ao baixo preço, uma vez que o álcool vendido legalmente na Índia atinge preços comparativamente elevados.

Embora não em Tamil Nadu, as bebidas alcoólicas são ilegais em vários estados do país, como Bihar ou Gujarat.

Em 2019, pelo menos 155 pessoas morreram numa plantação de chá no estado de Assam, ao consumirem álcool adulterado, enquanto em 2011, mais de 130 pessoas morreram por beberem álcool ilegal comprado junto a uma estação ferroviária no estado de Bengala, no nordeste do país.

21 Jun 2024

Japão | Aliança entre Putin e Kim Jong-un piora segurança regional

O Japão disse ontem que a situação de segurança à volta do país é “cada vez mais difícil”, depois da Rússia e da Coreia do Norte terem assinado um tratado de assistência militar mútua em caso de ataque.

“O Japão está a observar o resultado do acordo entre a Rússia e a Coreia do Norte com grande interesse, uma vez que neste momento, é cada vez mais difícil o ambiente de segurança que rodeia o país, dado o reforço militar entre estas nações”, disse o porta-voz do Governo nipónico, Yoshimasa Hayashi, em conferência de imprensa.

De acordo com a agência de notícias EFE, Tóquio está preocupado com a possível cooperação técnico-militar entre Moscovo e Pyongyang, que, a acontecer, violaria as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

“A vontade da comunidade internacional é procurar a abolição do plano nuclear e de mísseis balísticos da Coreia do Norte, mas a Rússia estaria a violar esta resolução, com para obter armas para utilizar na invasão da Ucrânia”, acrescentou Hayashi.

A reacção do Japão surgiu depois de o dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, se terem reunido em Pyongyang, na quarta-feira, na primeira visita do líder de Moscovo à Coreia do Norte em mais de 24 anos.

21 Jun 2024

Guilin | Cidade sofre piores inundações desde 1998

A cidade de Guilin está a sofrer as piores inundações desde 1998, com aldeões retidos em casa, lojas submersas e uma estação de comboios suspensa, devido às fortes chuvas que continuam a assolar o sul da China.

Pelo menos nove pessoas morreram e centenas ficaram sem casa no sul do país. As autoridades de Guilin emitiram um alerta de emergência de inundação de nível 1 na quarta-feira, segundo a imprensa local. Ao fim da tarde, o nível da água na secção da cidade do rio Lijiang tinha subido para 148,55 metros – 2,55 metros para além do nível de alerta e um pouco acima do pico de 148,4 metros registado em 1998, informou a televisão estatal CCTV.

As inundações devastadoras de 1998 duraram dois meses e causaram estragos em 24 províncias. No total, morreram 3.004 pessoas. Segundo a CCTV, várias zonas de Guilin, na região autónoma de Guangxi Zhuang, foram afectadas pelas últimas chuvas. Até à data, 69 residentes foram resgatados das suas casas por barco.

As escolas e os autocarros foram suspensos e alguns pontos turísticos foram encerrados. A polícia de trânsito local disse na quarta-feira que várias estradas estavam inundadas e que uma via rápida tinha desmoronado parcialmente.

Os passageiros dos comboios foram aconselhados a utilizar a estação de Guilin Norte, depois de a praça pública da estação principal de Guilin ter ficado inundada. A estação de Guilin informou ontem na rede social Weibo que alguns comboios tinham sido suspensos e outros iam atrasar-se.

As tempestades que assolaram a região e provocaram inundações nas províncias vizinhas de Guangdong e Fujian deverão abrandar nos próximos dias, segundo o gabinete meteorológico. No entanto, Guilin pode esperar pelo menos mais dois dias de chuvas fortes.

21 Jun 2024

Banco Central | Taxa de juro de referência mantém-se em 3,45%

O Banco Popular da China (banco central) anunciou ontem que vai manter a taxa de juro de referência em 3,45 por cento pelo décimo primeiro mês consecutivo, indo ao encontro das expectativas dos analistas de que não haveria alterações.

Na actualização mensal, a instituição indicou que a taxa de juro de referência a um ano (LPR) vai-se manter nesse nível durante pelo menos um mês.

Este indicador, estabelecido como referência para as taxas de juro em 2019, é utilizado para fixar o preço dos novos empréstimos – geralmente destinados às empresas – e dos empréstimos a taxa variável que estão a ser reembolsados.

É calculado com base nas contribuições de preços de um conjunto de bancos – incluindo pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a créditos não produtivos – e tem como objectivo baixar os custos dos empréstimos e apoiar a “economia real”.

A última redução da taxa de juro a um ano ocorreu em Agosto de 2023, quando o Banco Popular da China anunciou uma redução de 10 pontos de base, de 3,55 por cento para os actuais 3,45 por cento, uma decisão mais prudente do que os analistas previram na altura, que apontavam para uma redução de 15 pontos de base.

Os especialistas consideraram que o banco central chinês optou pela prudência face à divergência com outras potências – onde a tendência das taxas tem sido de subida para conter a inflação – e à consequente pressão sobre a taxa de câmbio da moeda nacional, o yuan.

O banco central também indicou ontem que a LPR a 5 anos ou mais – a referência para o crédito à habitação – vai manter-se nos 3,95 por cento, embora neste caso o último corte tenha sido há quatro meses.

20 Jun 2024

Drones | Pequim diz que voos ilegais “põem em perigo a segurança nacional”

O Governo chinês advertiu ontem que a crescente utilização de veículos aéreos não tripulados (‘drones’) na agricultura, indústria ou entretenimento trouxe “um aumento das actividades de voo ilegais” que colocam a segurança nacional “em risco”.

O “uso indevido” destes aparelhos para fotografia aérea e levantamento topográfico levou a um “aumento das violações das zonas de exclusão aérea”, declarou o Ministério da Segurança do Estado chinês na conta oficial na rede social Wechat.

Nos últimos anos, as agências de segurança do Estado chinês interceptaram vários drones que voavam de forma irregular, capturando imagens de instalações secretas e partilhando-as na Internet, revelou o ministério.

Estas acções ilegais comprometeram “instalações militares chave” e a “integridade de informações geográficas importantes”, o que resultou em punições para os responsáveis.

O ministério citou alguns exemplos, como um caso ocorrido em Novembro de 2021, quando um entusiasta de um fórum da Internet com temática militar utilizou um drone com capacidades de vídeo de alta definição para captar imagens ilegais de um navio de guerra de nova geração, o que resultou na sua detenção e subsequente pena suspensa de um ano de prisão por pôr em perigo “a segurança de segredos militares”.

A actual regulação do país asiático proíbe a utilização de drones para fotografar instalações militares e outros locais sensíveis, bem como a aquisição e divulgação ilegais de segredos de Estado, afirmou o organismo, que exortou os entusiastas dos drones a respeitarem as leis e os regulamentos, a comportarem-se de forma responsável e a evitarem voar em zonas restritas.

20 Jun 2024

Mar do Sul | Pequim responsabiliza Manila por agravar tensões

Pequim responsabilizou Manila pelo incidente perto de um recife disputado no Mar do Sul da China, respondendo à divulgação de novas imagens que mostram guardas costeiros chineses armados com facas e um machado.

“Os navios filipinos (…) abalroaram deliberadamente os navios chineses. Estes marinheiros filipinos também atiraram água e objectos aos agentes da autoridade chineses. Estas práticas agravaram obviamente as tensões no mar”, declarou Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China.

As primeiras imagens foram divulgadas na segunda-feira mas, entretanto, novas imagens transmitidas na quarta-feira por Manila mostram elementos da Guarda Costeira da República da China armados.

Questionado sobre o novo vídeo, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, acusou Manila de tentar “culpar caluniosamente” Pequim pelo incidente.

“Esta operação levada a cabo pelas Filipinas não é, de forma alguma, um fornecimento de bens humanitários”, a versão defendida por Manila, disse Lin Jian. O general Romeo Brawner, chefe do Exército filipino, disse na quarta-feira que a tripulação filipina, em menor número, estava desarmada e tinha lutado “com as próprias mãos”.

Manila acusou Pequim de ter cometido um “acto de pirataria” contra as forças filipinas e exigiu a devolução dos objectos “saqueados” pelos chineses, incluindo sete espingardas, bem como uma indemnização pelo equipamento danificado.

20 Jun 2024

ELP | Xi Jinping pede “lealdade absoluta” e fim da corrupção

O líder chinês discursou numa conferência em Yanan para lembrar aos comandantes do exército o dever de lealdade ao Partido e a missão de acabar com a corrupção

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, exigiu ontem ao Exército de Libertação Popular (ELP), as Forças Armadas da China, “lealdade absoluta” ao Partido Comunista e sublinhou que “não pode haver lugar para a corrupção”.

Xi, também Presidente da poderosa Comissão Militar Central (CMC), dirigiu-se aos comandantes do exército durante uma conferência em Yanan, na província de Shaanxi, no noroeste do país, informou a imprensa local.

“Temos de deixar claro que as armas devem estar sempre nas mãos daqueles que são leais ao Partido, em quem se pode confiar. E temos de deixar claro que não há lugar para quaisquer elementos corruptos no exército”, disse Xi, citado pela agência de notícias oficial Xinhua.

As declarações surgem meses após a demissão de nove generais, na sequência do afastamento do ministro da defesa Li Shangfu, alegadamente envolvido num caso de corrupção em grande escala, e antes da terceira sessão plenária do Comité Central do PCC, em Julho, quando deverão ser reveladas as prioridades económicas do país para os próximos anos.

Xi sublinhou no seu discurso, segundo a Xinhua, que o ELP “não deve esquecer o espírito revolucionário dos fundadores do Partido” e deve estar preparado para enfrentar “um mundo instável e em mudança”.

“Estamos a enfrentar mudanças complexas e profundas no mundo, no nosso país, no Partido e no exército”, disse, acrescentando que o ELP tem de estar “preparado para lutar e vencer”, pelo que tem de fazer “um exame minucioso”.

“Os quadros [do ELP] a todos os níveis, mas os quadros superiores em particular, devem dar um passo em frente, ousar enfrentar as suas próprias falhas e defeitos”, disse Xi. Isto inclui “eliminar quaisquer elementos que encorajem a corrupção”, acrescentou, apelando a mais “mecanismos de controlo e supervisão”.

Limpeza do sistema

O PCC puniu 610.000 funcionários no ano passado, um número recorde que sustenta a persistente campanha anticorrupção de Xi, que consolidou o seu poder à frente do país durante o 20.º Congresso do Partido Comunista, em 2022.

No ano passado, Xi apelou a “um redobramento” da luta contra a corrupção, que disse ter obtido “uma vitória esmagadora”, embora tenha previsto mais punições porque “a situação ainda é grave”. A actual campanha visa sectores tão diversos como as finanças, o tabaco e os produtos farmacêuticos, enquanto críticos dizem que visa também afastar rivais políticos de Xi.

20 Jun 2024

Música clássica | Rachmaninoff e Korsakov no Venetian Theatre

A pianista francesa Lise de la Salle junta-se à Orquestra de Macau (OM) para a apresentação do concerto “70 Anos Atrás – Rachmaninoff”, agendado para o dia 6 de Julho, a partir das 20h, no Venetian Theatre.

Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), que promove o evento, em parceria com a Sands China, este espectáculo contra com direcção musical de Lio Kuokman, que é também maestro principal da OM. Serão interpretadas obras dos compositores russos Sergei Rachmaninoff e Nikolay Rimsky-Korsakov.

A francesa Lise de la Salle é uma jovem pianista muito conhecida, com álbuns premiados e concertos realizados em todo o mundo nos últimos anos. A artista demonstrou um talento extraordinário aos 4 anos de idade, logo no início da aprendizagem de piano. Cinco anos depois, aos 9 anos, realizou o seu primeiro concerto ao vivo na Rádio Francesa. Aos 16 anos, produziu o seu primeiro álbum, que foi distinguido com o prémio de “Melhor Álbum do Mês” atribuído pela eminente revista Gramophone. Desde então, tem estado activa no panorama musical internacional e foi solista com várias orquestras de topo. Em 2014, passou a ser a primeira artista permanente do Teatro de Ópera de Zurique, demonstrando, assim, o seu talento excecional.

Lise de la Salle irá interpretar a famosa “Rapsódia sobre um Tema de Paganini” e as “Danças Sinfónicas” de Sergei Rachmaninoff, duas obras que integram melodias famosas de músicos predecessores e do próprio Rachmaninoff. A OM irá também interpretar o “Capriccio Espagnol” de Rimsky-Korsakov, obra emocionante e calorosa que “demonstra plenamente o encanto único de cada instrumento de uma orquestra e que permite ao público apreciar bem as características de uma orquestra sinfónica”, descreve o IC. Os bilhetes para este espectáculo já se encontram à venda e custam entre 150 e 300 patacas.

20 Jun 2024

Concerto | Jazz na FRC com dois grupos juvenis

Acontece amanhã mais um concerto de jazz na Fundação Rui Cunha (FRC), a partir das 21h. Trata-se do concerto mensal “Saturday Night Jazz”, que este sábado recebe os grupos juvenis “Macau Youth Jazz Orchestra” (MYJO) e “Fanfantasy”.

A Orquestra Juvenil de Jazz de Macau (MYJO), da Associação de Promoção do Jazz de Macau (MJPA), foi criada em 2020. É constituída por alunos locais do ensino primário e secundário e está dividida em vários grupos. O grupo principal, dirigido por Gregory Wong, tem o formato de uma pequena Big Band, que consiste numa secção rítmica mais seis instrumentos de metal.

Este mesmo grupo já actuou no Centro Cultural de Macau, no Teatro Dom Pedro V e no festival HUSH Kids! desde 2021. Para este concerto, a banda apresentará repertório das Big Bands de jazz.

Por sua vez, “Fanfantasy” é um grupo formado recentemente por jovens músicos sob orientação da baterista profissional Fanfan Cheung da MJPA. O grupo é composto pelo guitarrista Sang, pelo pianista Kenny, pelo baixista Joviz e pelo baterista Fai. A banda apresentará um conjunto de músicas animadas e energéticas em vários estilos.

A Associação de Promoção de Jazz de Macau (MJPA), co-organizadora do Saturday Night Jazz com a FRC desde 2014, é uma associação artística local sem fins lucrativos, criada em 2010. O objectivo da MJPA é promover o jazz junto do público de Macau e proporcionar oportunidades aos músicos locais, contribuindo para múltiplos projectos vocacionados para a juventude e realçando, assim, a característica multicultural do território, aponta um comunicado.

20 Jun 2024

Cinemateca Paixão | Filmes e realizadores de Macau em foco

Nos próximos dias será possível descobrir, na Cinemateca Paixão, mais sobre o cinema feito em Macau e também conhecer as grandes inspirações dos realizadores locais. No cartaz “Panorama do Cinema de Macau” cabem longas-metragens, escolhas de realizadores, como é o caso de “O Atalante”, indicado por Ivo M. Ferreira. Destaque para a homenagem à actriz local Eliz Lao

 

A Cinemateca Paixão apresenta, até ao final do mês, o cartaz “Panorama do Cinema de Macau” que apresenta três secções: “Longa-metragem em curso”, que revela alguns dos filmes feitos por realizadores locais; “Realizadores locais e suas inspirações clássicas” e ainda “Feito em Macau”.

O filme “Beijando o chão que pisaste”, do realizador local Hong Heng Fai, foi exibido ontem, fazendo parte da secção “Longa-metragem em curso”. Também integrado nesta parte está “Sisterhood”, o filme premiado de Tracy Choi que a tornou num dos nomes mais conhecidos do panorama contemporâneo do cinema de Macau.

O filme é exibido amanhã às 16h30, num regresso à Cinemateca Paixão, cuja sessão contará com a presença da realizadora. Tracy Choi começou a filmar, de forma amadora, quando ainda estava no ensino secundário. Foi aí que percebeu a sua paixão pela imagem, que a levou a estudar cinema em Taiwan e Hong Kong.

Este domingo, às 16h30, será exibido “Chuva Passageira”, filme de 2017 que estreou numa das edições do Festival Internacional de Cinema de Macau. Este filme é da autoria de Chan Ka Keong, que sempre trabalhou nas áreas do design e artes plásticas antes de enveredar pelo cinema, algo que aconteceu em 2014. “Chuva Passageira” foi o seu primeiro projecto cinematográfico, que obteve apoio financeiro do Instituto Cultural, graças ao “Programa de Apoio à Produção de Longas-metragens” de 2013.

No domingo será também exibido “Embriagado de Amor”, filme de 2002 de Paul Thomas Anderson, integrado na secção “Realizadores locais e suas inspirações clássicas”. Para esta secção foi também escolhido, pelo realizador Ivo M. Ferreira, a obra “O Atalante”, um clássico de 1934 exibido na próxima quarta-feira a partir das 19h30.

Ivo M. Ferreira, realizador português ligado a Macau, onde rodou inúmeros filmes, nomeadamente “Hotel Império”, escolheu esta película que conta a história de Juliette, a rapariga da cidade, que se casa, após um namoro muito rápido, com o capitão Jean. É então que os dois vão morar no barco “L’Atalante”, começando o casal a traçar objectivos e perspectivas diferentes de vida. Quando Juliette decide sair do barco e ir para Paris, o marido começa a pensar que casar com ela foi um erro.

Este filme é de Jean Vigo, realizador que morreu de forma prematura aos 29 anos, resultado da doença pulmonar que o acompanhou ao longo da vida. Deixou apenas quatro filmes, sendo “O Atalante” o último da sua curta carreira. Apesar da curta vida, Jean Vigo tornou-se um dos cineastas franceses mais influentes do século XX.

Destaque ainda para a exibição, na próxima terça-feira, do filme “Uma Viagem na Primavera”, integrado na secção “Feito em Macau”.

A produção de 2023, de Taiwan, e com co-realização de Peng Tzu-Hui, conta a história de Khim-Hok, um idoso com deficiência numa perna que está dependente da esposa. Ambos vivem numa casa antiga nos arredores de Taipei, até que, com a morte repentina da esposa, Khim-Hok congela o corpo e continua a vida como se nada tivesse acontecido. É então que o regresso do filho de ambos força-o a alterar os planos até então traçados.

A vida de Eliz

Até ao final do mês decorre ainda a programação de “Descubra Macau – Actor em Foco”, desta vez dedicada a Eliz Lao. A actriz, apesar de ser natural de Macau, tem-se destacado em diversas produções de Hong Kong e China, não apenas no cinema, mas também em publicidade e apresentação de programas.

As exibições de filmes com Eliz Lao começam este sábado e estão agendadas para domingo, dia 23, sábado, dia 29, e domingo, dia 30.

Esta é a oportunidade para ver títulos como “Flor da Meia-Noite”, de Liu Yi-Hsuan, uma produção de Taiwan, ou “Até ao Fim do Mundo”, da realizadora local Emily Chan.

Este filme, passado no Inverno de 2012, numa noite em que “a lenda do fim do mundo chegou, um casal caminhou pelas ruas estreitas de Macau, relembrando os seus anos de amor e finalmente cumpriu a promessa que fizeram um ao outro”, lê-se na sinopse do filme.

Também de Emily Chan exibe-se a versão curta de “Our Seventeen”, uma história feita em 2017 polvilhada com “juventude, música e a história de um primeiro amor”.

A realizadora Tracy Choi escolheu também Eliz Lao para a sua curta-metragem experimental e narrativa “Caça”, de 2020. Trata-se de um filme feito com película analógica que, mais uma vez, aborda o universo das mulheres. Estas “estão sempre sob escrutínio”, pois “vestir-se com menos parece errado, mas fumar, ser rude e vestir de maneira masculina também parece estar errado”. Assim, a realizadora questiona, com o seu filme, as oportunidades que as mulheres têm para não ser observadas e, consequentemente, julgadas.

20 Jun 2024

SA | Desmantelado grupo que transportava lagostas vivas

Os Serviços de Alfândega (SA) de Macau desmantelaram um grupo de contrabando que transportava, de forma ilegal, lagostas vivas para o interior da China. Segundo o jornal Ou Mun, os contrabandistas operavam em três postos situados num edifício industrial no bairro Iao Hon, onde foram encontros 1.561 quilos de lagostas ainda vivas no valor de 1,2 milhões de patacas.

Os agentes dos SA apanharam três pessoas nos armazéns durante a operação de desmantelamento, tendo explicado ainda que os postos de contrabando terão começado a funcionar ainda este mês. Esta operação dos SA arrancou depois de uma denúncia recebida.

Os agentes explicaram que os responsáveis pelos armazéns encarregavam os contrabandistas de transportar para a China pequenas quantidades de lagosta de cada vez, a fim de tentarem escapar à vistoria das autoridades nas fronteiras. Em causa, pode estar a violação da lei do comércio externo, estando o caso agora sob investigação.

20 Jun 2024

Turismo | Estudo defende controlo de preços pelo Governo

Um estudo que analisa comportamentos de consumo dos turistas, tendo como exemplo as Ruínas de São Paulo, defende que os preços praticados em Macau podem tornar-se pouco vantajosos para os turistas chineses, pelo que é fundamental o Governo “estabelecer preços razoáveis” para estimular o consumo

 

Controlar os preços do turismo para que o consumo dos visitantes, sobretudo os oriundos da China, permaneça elevado deve fazer parte dos planos do Governo para os próximos tempos. A conclusão é do trabalho académico “Estudo Empírico sobre as Intenções de Consumo dos Turistas de Macau com base na regressão linear múltipla: O exemplo das Ruínas de São Paulo”, da autoria de Jiayang Cui, académico da Universidade Politécnica de Macau, com mestrado na área da ciência financeira. O artigo foi publicado recentemente na revista académica “SHS Web of Conferences”.

O artigo aponta que “para os residentes do continente os preços elevados de Macau podem constituir uma desvantagem”, tendo em conta que a “economia turística [do território] está a desenvolver-se muito rapidamente e os preços estão a subir”.

Assim, “se as condições forem as mesmas, quanto mais elevado for o preço de bens e serviços, menor será a procura por parte dos clientes”.

O trabalho acrescenta ainda que “quanto mais os preços de bens e serviços das atracções forem superiores aos preços médios locais, no mesmo período, maior será o efeito em termos de desincentivos”, pelo que “o controlo dos preços pelo Governo é fundamental”.

O autor tentou perceber o impacto de seis critérios no consumo de turistas tendo como base as Ruínas de São Paulo, nomeadamente a construção de infra-estruturas, serviços de transporte público, marketing, supervisão turística, nível de confiança e disposição dos visitantes para gastar dinheiro no local que visitam.

Conclui-se, assim, que “quando os turistas visitam as Ruínas de S. Paulo, as infra-estruturas, transportes públicos, serviços de mercado e a confiança dos turistas na atracção têm um impacto positivo significativo nas decisões de compra, enquanto os serviços turísticos locais”, nomeadamente a supervisão governamental, “não têm um impacto significativo na decisão de compra”.

Confiança é tudo

O estudo de Jiayang Cui denota também que “a construção de infra-estruturas tem um impacto positivo na intenção de consumo”, sendo que o papel cabe, novamente, ao Executivo, que deve “tomar medidas adequadas” de fomento ao consumo, criando “instalações públicas e prestando serviços à sociedade através da afectação racional de recursos”.

Também o grau de qualidade dos transportes públicos influencia a predisposição para gastar, pois “quanto mais conveniente for o transporte público para as Ruínas de S. Paulo, mais os turistas cultivarão o sentimento de consumo” neste local.

A única variável que não tem influência nos gastos dos turismos é a supervisão turística, pois raramente são “influenciados nas decisões de despesas pelo controlo governamental da qualidade e dos preços [do turismo], ou pelo mecanismo de reclamações”.

Mostra-se, assim, que “os serviços reguladores do turismo não têm grande influência” nos gastos dos turistas. Na sua grande maioria, estes visitam as Ruínas de São Paulo para “experimentar a gastronomia local e compreender o contexto histórico” deste monumento.

Destaca-se ainda neste trabalho a importância da confiança gerada no turista construída, por exemplo, com a informação que recebe em diversas campanhas publicitárias divulgadas nas redes sociais. Nelas são apresentadas “as famosas atracções de São Paulo” e as “especialidades, como a carne seca e os pãezinhos com carne de porco”, algo que “não difere daquilo que os clientes vêem nas visitas ao local”.

20 Jun 2024

Calor | Alerta para riscos de hipertermia

Os Serviços de Saúde (SS) lançaram ontem um alerta à população para que previna os efeitos da hipertermia, a subida da temperatura do corporal, que pode desencadear problemas de saúde. A síncope por calor é um dos efeitos destacados pelas autoridades que pode surgir devido às temperaturas elevadas. Os SS explicam que devido às altas temperaturas, “os vasos sanguíneos da epiderme dilatam, reduzindo a circulação de sangue no cérebro e nas diferentes partes do corpo, originando assim tonturas, pele húmida e fria e enfraquecimento do pulso”.

As autoridades indicam que a população também deve estar atenta às cãibras por calor, que ocorrem devido à grande transpiração, resultando no desequilíbrio de electrólitos no corpo, em particular, a perda de grande quantidade de sal (cloreto de sódio), levando a espasmos e convulsões musculares.

A consequência mais grave é a intermação, que resulta da exposição prolongada ao calor intenso ao ponto de alterar a fisiológica do organismo, afectando o sistema nervoso central e na perda das funções de ajustamento da temperatura corporal. O doente pode perder a consciência e, se não for socorrido, “sofrer de lesão cerebral irreversível ou até morrer”.

Como tal, os SS apelam à população para evitar actividades ao ar-livre durante períodos prolongados, ou aproveitar a manhã e anoitecer para essas actividades, assim como o uso de chapéu, guarda-chuva, vestir roupas soltas, de cores claras e transpiráveis. É também recomendada a ingestão de bebidas electrolíticas para repor a água perdida durante a transpiração e evitar chá, café e bebidas alcoólicas.

20 Jun 2024

Hengqin | Carl Ching diz que viagens pagas potenciam corrupção

Depois de entregar uma carta ao Chefe do Executivo sobre a possibilidade de a corrupção eleitoral aumentar com as viagens financiadas a Hengqin, Carl Ching, ex-candidato às eleições legislativas, voltou ontem a referir o assunto numa ida à ATFPM em que pediu ajuda a Coutinho e Che Sai Wang para abordarem o assunto no hemiciclo

 

A política de concessão de subsídios para a realização de viagens turísticas a Hengqin, intitulada “Plano de Apoio Financeiro Amor por Macau e Hengqin” e financiada pela Fundação Macau (FM), pode potenciar casos de corrupção. Quem o diz é Carl Ching, ex-candidato às eleições legislativas que ontem se deslocou à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) para pedir que os deputados José Pereira Coutinho e Che Sai Wang abordem o assunto na Assembleia Legislativa (AL), uma vez que, desde Maio, não houve reacção por parte do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, à carta apresentada.

O ex-candidato defende na carta que o apoio financeiro dado pela FM às associações pode servir para pagar subornos no âmbito das próximas eleições para a Assembleia Legislativa. Além disso, Carl Ching acredita que os critérios de atribuição de subsídios favorecem as grandes associações, pois é obrigatório que estas tenham sido constituídas antes de 31 de Dezembro de 2020, devendo ter uma sede fixa a funcionar como escritório e, pelo menos, um trabalhador. A entidade deve também pedir apoio para o mínimo de cinco grupos de visita.

Até à data, a FM já apoiou 46 associações para organizarem excursões a Hengqin, com mais de 134 mil participantes.

O plano de apoio decorre até 31 de Dezembro deste ano, sendo que as eleições para a AL decorrem nove meses depois, portanto, em 2025. Carl Ching acredita que se a FM atribuir o dinheiro de forma discricionária, sem avaliar bem os projectos das associações, estas podem usar o dinheiro para atrair votos, nomeadamente com a realização de viagens baratas e atribuição de cupões de consumo a eleitores.

Carl Ching destacou ainda que o número de eleitores recenseados tem diminuído nos últimos anos, o que mostra que as associações tradicionais, nomeadamente ligadas a comunidades oriundas da China, como Jiangmen ou Fujian, vão continuar a dominar as eleições por sufrágio directo. “Quando os assentos [no hemiciclo] estiverem monopolizados por estes grupos, quem é que vai votar?”, questionou.

Coutinho, o justiceiro

É certo que a ATFPM também se candidatou para receber apoio financeiro para as visitas a Hengqin, mas, para Carl Ching, esta entidade nem é das piores em comparação com outras associações chinesas tradicionais, por fazer poucas excursões deste género.

“Estes grupos realizam 100 a 200 excursões, mas a associação do deputado realiza menos de dez. Estas 100 ou 200 excursões têm, cada, entre quatro a oito mil participantes”, justificou.

Carl Ching afirmou ainda que a sua voz cívica e política é “insignificante”, sem poder para ser ouvida por deputados ou governantes. “Não vão ouvir a minha voz, por isso desejo que os dois deputados da ATFPM [mais Che Sai Wang] possam interpelar o Governo sobre o assunto e dêem o alerta na AL, para que as viagens a Hengqin não se transformem num meio de corrupção eleitoral.”

20 Jun 2024

DSAL | Feiras de emprego com 345 vagas na próxima semana

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) vai organizar nos dias 27 e 28 de Junho, quinta e sexta-feira da próxima semana, três feiras de emprego onde serão disponibilizadas 345 vagas. As inscrições estão abertas a partir de hoje até à próxima quarta-feira.

Segundo um comunicado divulgado ontem pela DSAL, os empregados são das áreas da venda ao retalho e hotelaria.

Na manhã do dia 27 de Junho, serão disponibilizadas 188 ofertas de emprego para venda a retalho de bens de consumo geral, para os cargos de gerente estagiário, chefe do grupo de empregados de loja, empregado de loja, operador de mercadoria e operador de caixa. Na parte da tarde, será a vez do sector da hotelaria, com 51 vagas para cargos como supervisor do departamento de recursos humanos, auditor, secretário, montador e reparador de instalações, porteiro de armazém e empregado dos serviços de quarto. Estas sessões decorrem no edifício da FAOM nos nº2-6 da Rua da Ribeira do Patane.

No dia seguinte, a feira de emprego decorre no 28.º andar do Hotel Okura, com a oferta de 106 vagas para trabalhar na hotelaria em cargos como supervisor de tratamento de uniformes, chefe de equipa de cozinheiros, supervisor de produtos alimentares, embaixador de serviços de restauração e motorista de limusina.

20 Jun 2024

DSEDJ | 300 alunos vão fazer formação em ciências e tecnologia

O director dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) indicou que, até ao fim do ano lectivo 2027/2028, 300 alunos do ensino secundário complementar possam concluir a formação em “ciência, tecnologia, engenharia e matemática”, áreas normalmente designadas pela sigla em inglês STEM. A projecção de Kong Chi Meng foi avançada em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lei Chan U.

As acções de formação, que vão ter lugar no Centro de Ciência, têm como objectivo “a formação de quadros qualificados nas áreas de STEM, necessários ao desenvolvimento social e o novo posicionamento assumido pelo Governo para as áreas económicas a investir. Assim sendo, as autoridades vão convidar investigadores científicos de instituições de ensino superior, pessoal de investigação e desenvolvimento e peritos de empresas tecnológicas para serem formadores. Pretende-se com estas iniciativas “promover a educação da generalização científica, apoiar o prosseguimento de estudos e o desenvolvimento diversificado dos jovens alunos”.

Ao longo de três anos, serão recomendados 100 alunos do 3.º ano do ensino secundário geral (9º ano) ou o 1.º ano do ensino secundário complementar (10º ano) de escolas de Macau, com especialidades na área da ciência e da tecnologia, para participar nas acções de formação.

20 Jun 2024

IIICF | Angola apela ao investimento privado chinês

O ministro da Energia e Águas de Angola apelou ontem em Macau ao investimento privado chinês na geração e fornecimento de electricidade no país africano. João Baptista Borges é um dos convidados do Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infraestruturas, que termina hoje no Venetian

 

O sector privado chinês pode ser a chave para solucionar os desafias que Angola atravessa em termos de geração e fornecimento de electricidade, indicou ontem o ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges.

Durante uma sessão do 15.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas (IIICF na sigla em inglês), que termina hoje no Venetian, o governante descreveu como “imprescindível a participação do investimento chinês em Angola”.

De acordo com dados oficiais, Angola atingiu em 2023 uma capacidade instalada de 6.200 megawatts (MW), um crescimento de 60 por cento sobre os 2.400 MW que o país gerava em 2015. Mas “o investimento na geração de energia em Angola é ainda predominantemente público”, admitiu Borges.

Em 10 de Maio, o presidente da Associação Angolana de Energias Renováveis, Vítor Fontes, disse que apenas 25 MW da actual capacidade instalada resulta de investimento privado e apontou o actual preço da tarifa de energia como demasiado baixo para atrair investidores.

João Baptista Borges recordou ontem que o Plano de Acção do Sector de Energia 2023-2027 de Angola prevê atingir uma capacidade instalada de geração de nove mil MW até 2027, assim como uma taxa de electrificação de 50 por cento do país.

De mãos dadas

Em 10 de Maio, o secretário de Estado para a Energia de Angola, Arlindo Bota, estimou que seja necessário investir cerca de 12 mil milhões de dólares para atingir esta taxa de electrificação.

As instituições financeiras e o sector privado são “chamadas a desempenhar um importante papel na concretização deste objetcivo”, acrescentou João Baptista Borges. O ministro descreveu o sector da energia como “uma oportunidade de interesse comum para o financiamento de projectos de investimento chinês directo”, nomeadamente através de parcerias público-privadas e entre empresas de Angola e da China.

Borges defendeu que a geração de energia em Angola é “uma oportunidade de mercado face ao potencial industrial do país, a sua integração económica regional, bem como o seu potencial interno de consumo”.

O governante destacou a assinatura de um acordo bilateral de protecção recíproca de investimentos entre Angola e a China, durante a visita a Pequim do Presidente angolano, João Lourenço, em Março.

O chefe de Estado disse na altura que conseguiu também, junto dos bancos estatais chineses EximBank e ICBC, prolongar o prazo para desembolso do financiamento da construção da barragem hidroeléctrica de Caculo Cabaça, no centro-norte do país.

20 Jun 2024