Economia | Xi Jinping e Guterres unidos contra o proteccionismo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente chinês, Xi Jinping, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, concordaram que é necessário promover o multilateralismo face a correntes proteccionistas que “danificam a ordem internacional”, informou ontem a agência Xinhua.

O encontro decorreu no domingo, na véspera do arranque do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que traz a Pequim dezenas de chefes de Estado e do Governo dos países africanos.

Citado pela Xinhua, Xi Jinping afirmou que a ONU continua a ser a “bandeira do multilateralismo” e que o mundo precisa do organismo “mais do que nunca”. “É necessário uma ONU mais forte, face à ascensão do unilateralismo e do proteccionismo, que constituem um duro golpe para a ordem internacional e o sistema global de governação”, afirmou.

O líder chinês garantiu ao secretário-geral da ONU que Pequim não deseja obter contrapartidas políticas ou privilégios em África.

Citado pela agência, o português afirmou que a ONU valoriza a cooperação entre a China e o continente africano, assinalando que o crescimento do país asiático é uma “tendência imparável” e de grande importância para o desenvolvimento e paz mundiais.

Pequim tem vindo a reclamar maior protagonismo na governação de assuntos globais, desde a ascensão ao poder, em 2017, do Presidente norte-americano, Donald Trump, que rasgou compromissos internacionais sobre o clima, comércio livre, migração ou nuclear.

4 Set 2018

Angola | João Lourenço grato por ajuda chinesa na reconstrução do país

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente angolano, João Lourenço, agradeceu domingo, em Pequim, ao homólogo chinês, Xi Jinping, a ajuda ao processo de reconstrução nacional em Angola, país que foi devastado por uma guerra civil. Segundo noticiou ontem o Jornal de Angola, João Lourenço falava durante a recepção oficial que lhe foi oferecida por Xi e afirmou que Angola encontrou na China um parceiro que está a ajudar a construir o país e que foi o país asiático “quem estendeu a mão na fase de reconstrução nacional”.

“Estamos a reconstruir o nosso país com o financiamento chinês também”, afirmou, numa intervenção breve na sala de audiências do Grande Palácio do Povo, após ter sido recebido pelo homólogo chinês, em que foi analisada a cooperação bilateral.

Em relação ao continente em geral, João Lourenço reconheceu que a China tem desempenhado um papel importante no processo de desenvolvimento de África, processo que “requer uma certa atenção”. “As nossas parcerias no passado não deram certo e, em poucas décadas, a China estendeu-nos a mão e os resultados são visíveis em praticamente todo o continente”, reconheceu.

4 Set 2018

China/África | Xi Jinping garante empréstimos sem “condições políticas”

Xi Jinping, afirmou ontem que apoia a inclusão de África no projecto de infra-estruturas internacional, perante líderes e empresários chineses e africanos, garantindo que o investimento de Pequim não tem “condições políticas”. Para já, o valor total do empréstimo ronda os 60 mil milhões de dólares

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou ontem, no Fórum de Cooperação China-África, em Pequim, 60 mil milhões de dólares em assistência e empréstimos para países africanos. “A China decidiu emprestar um total de 60 mil milhões de dólares, no formato de assistência governamental e através de investimento e financiamento de instituições financeiras e empresas”, disse.

A China “está pronta a reforçar a cooperação” com África, visando “construir um desenvolvimento de alta qualidade, que se ajuste às condições nacionais e seja inclusivo e benéfico para todos”, afirmou. Xi garantiu que o investimento chinês no continente não acarreta “condições políticas”, numa reacção às acusações de que Pequim deseja aumentar a sua esfera de influência através do plano internacional de infraestruturas Nova Rota da Seda. O líder chinês frisou que “a cooperação China/ África”, no âmbito da Nova Rota da Seda, é uma “forma de atingir prosperidade comum, com benefícios para ambos os povos”. “A China não interfere nos assuntos internos de África e não impõe a sua vontade sobre África”, apontou.

O Presidente chinês falava na cerimónia de abertura do Diálogo de Alto Nível entre Líderes e Representantes Comerciais de China e África, que antecede o Fórum de Cooperação China/África (FOCAC).

Bancos estatais e outras instituições da China estão a conceder enormes empréstimos para projectos lançados no âmbito daquela iniciativa, que inclui a construção de portos, aeroportos, autoestradas ou malhas ferroviárias ao longo da Europa, Ásia Central, África e sudeste Asiático. Críticos apontam para um aumento problemático do endividamento, que em alguns casos coloca os países numa situação financeira insustentável.

Caras novas

O FOCAC traz a Pequim dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano. Nas vésperas do Fórum, Xi reuniu com dezenas de líderes africanos, incluindo os presidentes de Angola, João Lourenço, e de Moçambique, Filipe Nyusi.

A cimeira contará com três novos países, incluindo São Tomé e Príncipe, que se junta aos restantes países africanos de língua portuguesa, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique. As restantes estreias são o Burkina Faso e a Gâmbia, que elevam assim para 53 o número de nações africanas com relações com a China.

Desde 2015, a média anual do investimento directo da China no continente fixou-se em 3.000 milhões dólares, com destaque para novos sectores como indústria, finanças, turismo e aviação.

O primeiro Fórum de Cooperação China-África aconteceu em Pequim, em 2006, e a segunda edição decorreu na África do Sul, em 2015.

4 Set 2018

PCC acusa ocidente de “dor de cotovelo” face ao papel da China

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m jornal oficial chinês afirmou ontem que o ocidente sente “dor de cotovelo” face ao papel cada vez mais proeminente da China em África, ilustrando a insistência de Pequim de refutar acusações de neocolonialismo no continente.

O editorial do Global Times, jornal em inglês do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista da Chinês, surge numa altura em que o Fórum de Cooperação China/África junta, em Pequim, dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano.

O jornal denuncia a “retórica” na imprensa e por parte de políticos ocidentais, de que a China está a pilhar os recursos naturais do continente e a conduzir estes países para a armadilha do endividamento.

“Preferem revelar dor de cotovelo, ao invés de reflectirem por que é que a colaboração de África com os Estados Unidos e a Europa ficou para trás”, acusa o jornal. O “problema fundamental” é que o ocidente menospreza África e “trata o continente como se fosse o seu quintal”, acrescenta.

Num discurso proferido ontem perante líderes e empresários chineses e africanos, também o Presidente chinês, Xi Jinping, garantiu que o investimento de Pequim não acarreta “condições políticas”, apoiando a inclusão de África no projecto de infra-estruturas internacional lançado pela China, a Nova Rota da Seda.

Mundos e fundos

“A China não interfere nos assuntos internos de África e não impõe a sua vontade sobre África”, afirmou Xi, notando que “os projectos desenvolvidos no continente visam resolver obstáculos ao desenvolvimento”. “Os recursos para a nossa cooperação não são para ser gastos em projectos fúteis, mas nos sítios em que mais são necessários”, disse.

Segundo a unidade de investigação China AidData, desde 2000, Pequim concedeu mais de 110.000 milhões de dólares em financiamento aos países africanos. O país asiático é, desde 2009, o maior parceiro comercial de África. Pelas estatísticas chinesas, nos primeiros seis meses deste ano, o comércio bilateral aumentou 16 por cento, em termos homólogos, para 98.800 milhões de dólares.

4 Set 2018

Incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro destruiu 20 milhões de peças

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, que foi consumido por um incêndio na noite de domingo, tinha um dos maiores acervos histórico e científico do país, com cerca de 20 milhões de peças. A instituição, criada há 200 anos, foi fundada por D. João VI, rei de Portugal, e era o mais antigo e um dos mais importantes museus do Brasil.

Entre as peças do acervo estavam a colecção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador D.Pedro I, e o mais antigo fóssil humano encontrado no Brasil, baptizado de “Luzia”, com cerca de 11.000 anos.

O Museu Nacional do Rio de Janeiro era o maior museu de História Natural e Antropologia da América Latina e o edifício tinha sido residência da família Real e Imperial brasileira. Entre os milhões de peças que retratavam os 200 anos de história brasileira estavam igualmente um diário da Imperatriz Leopoldina e um trono do Reino de Daomé, dado em 1811 ao príncipe regente D. João VI.

Nas colecções de Etnologia estavam expostos objectos que mostravam a riqueza da cultura indígena, cultura afro-brasileira, culturas do Pacífico. Segundo a edição brasileira do El País, o acervo tinha ainda o maior e mais importante acervo indígena e uma das bibliotecas de antropologia mais ricas do Brasil.

A instituição, ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), era alvo de cortes orçamentários há pelo menos três anos. Os alunos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da universidade chegaram mesmo a criar ‘memes’ (imagens ou vídeos que se espalham de forma viral) em que mostravam fósseis à espera de verba, ironizando os cortes.

Em 2015, o museu chegou a ficar fechado por dez dias após uma greve de funcionários da limpeza, que reclamavam salários atrasados. Nas redes sociais, investigadores, alunos e professores brasileiros partilham depoimentos, lamentando o ocorrido e atribuindo a tragédia aos cortes orçamentais dos últimos anos.

O vice-director do Museu Nacional considerou o incêndio uma “catástrofe insuportável”. “O arquivo de 200 anos virou pó. (…) São 200 anos de memória, ciência, cultura e educação, tudo transformado em fumo por falta de suporte e consciência da classe política brasileira”, afirmou o responsável, sublinhando: “O meu sentimento é de imensa raiva por tudo o que lutamos e que foi perdido na vala comum”.

Segundo disse, no aniversário de 200 anos da instituição nenhum ministro de Estado aceitou participar da comemoração: “É uma pequena mostra do descaso”, sublinhou. O responsável adiantou ainda que a instituição estava prestes a fechar uma negociação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) que incluía um projecto de prevenção de incêndios.

Antes destas declarações, o Ministério da Educação brasileiro já tinha lamentado as consequências do incêndio no Museu Nacional, sublinhando que serão feitos todos os esforços para auxiliar a Universidade Federal do Rio de Janeiro, que geria o museu, a recuperar o património histórico. O presidente do Brasil, Michel Temer, reagiu, em comunicado, considerando a perda “incalculável”.

4 Set 2018

IC | Obra de Wu Li lembrada com exposição no Museu de Arte de Macau

“Para além da paisagem: exposição comemorativa do 300º aniversário da morte de Wu Li” é o nome da iniciativa do Instituto Cultural para recordar a carreira e o trabalho multifacetado do homem que também foi artista, poeta e missionário jesuíta, falecido em 1718

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]a sexta-feira abre ao público, no Museu de Arte de Macau (MAM), a mais recente iniciativa do Instituto Cultural (IC) para recorda a obra deixada por Wu Li, que chegou a Macau em 1680 e produziu obras na área da poesia e pintura, além de ter sido missionário jesuíta.

A exposição, intitulada “Para além da paisagem: exposição comemorativa do 300º aniversário da morte de Wu Li”, apresenta um total de 84 obras de caligrafia e pintura “de períodos diferentes de Wu Li”, bem como de “alguns dos seus mentores e amigos”, aponta um comunicado do IC.

Esta é “a primeira exposição a solo de grande escala de Wu Li e quase metade das peças são apresentadas publicamente pela primeira vez, sendo uma mostra panorâmica das realizações culturais e artísticas de Wu Li”. O objectivo da iniciativa, de acordo com o IC, é fazer com que o público “e os visitantes possam apreciar um belo conjunto de algumas das melhores pinturas da dinastia Qing e experienciar o encanto da fascinante cultura chinesa”.

O trabalho desenvolvido por Wu Li foi também recordado num documentário produzido por James Jacinto e Silvie Lai em 2015, com o nome “As crónicas de Wu Li no Colégio de São Paulo”, que recriou o ambiente vivido em Macau no século XVII e que teve o monumento Ruínas de São Paulo como pano de fundo.

Da China para Macau

Nascido em 1632 e natural de Changshu, na província de Jiangsu, Wu Li ganhou à nascença o nome Qili e “nome de estilo Yushan”. “Devido à existência de um poço muito profundo (mo jing) de Yan Zi onde Wu Li vivia, Wu Li ganhou o epíteto de ‘Mo Jing Dao Ren’ (Taoista do Poço Profundo)”, explica o IC.

Durante o período Kangxi, Wu Li veio a Macau com Philippus Couplet, um jesuíta belga, e residiu no Colégio de S. Paulo onde estudou latim e teologia, e depois regressou a Jiangsu. Em 1682, ingressou na ordem dos jesuítas como frade. Foi ordenado padre em Nanjing em 1688 e começou a pregar na zona de Xangai, onde faleceu.

O comunicado do IC aponta que a criação de Wu Li se manifestou em várias facetas, como poesia, prosa, música além de outras formas de arte. Além disso, “as suas obras combinavam os pontos fortes das várias escolas e subordinavam-se sobretudo a temas da natureza, sendo particularmente conhecido pelas suas obras em pintura de paisagem”.

Wu Li foi também “um dos ‘Seis Mestres de Qing’, juntamente com Wang Shimin, Wang Jian, Wang Yuanqi, Wang Hui e Yun Shouping, tendo uma influência profunda na história da arte chinesa e no desenvolvimento do Catolicismo na China”.

4 Set 2018

Nanotecnologia | UM patenteou sistema para engenharia genética

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Universidade de Macau (UM) patenteou um sistema de nanotecnologia que pode ser utilizado para desenvolvimento científico na área da engenharia genética, disse à Lusa o investigador-chefe do projecto. O projecto ‘Sistema de Micromanipulação Automática com Sensores de Força’ foi recomendado para prémio de Invenção Tecnológica dos Prémios de Ciência e Tecnologia de Macau 2018 e “algumas empresas na China demonstraram grande interesse” nesta tecnologia, disse à Lusa Xu Qingsong.

“As aplicações práticas do sistema de micromanipulação automatizado incluem a microinjeção de células biológicas para engenharia genética, injecção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), caracterização de propriedades mecânicas celulares para diagnóstico de doenças”, explicou o professor associado da Faculdade de Ciência e Tecnologia, da Universidade de Macau.

De acordo com a Universidade de Macau, esta tecnologia de escala nanométrica “permite uma elevada taxa de sobrevivência para a célula injectada, uma vez que as células sofrem de uma força mínima durante o processo de injecção”.

Este equipamento “produzirá resultados mais consistentes e confiáveis do que a operação manual e poderá reduzir significativamente a carga de trabalho” a todos aqueles que têm como missão manusearem o equipamento. Xu Qingsong afirmou ainda que a tecnologia para ser comercializada as empresas precisam agora de negociar com a Universidade de Macau, detentora da patente.

4 Set 2018

Canídromo | ANIMA diz que mudança dos animais é “desperdício de dinheiro”

Albano Martins, presidente da Sociedade Protectora dos Animais de Macau – ANIMA, defendeu que os galgos deveriam ficar no terreno do Canídromo até ao início do aproveitamento do espaço pelo Governo, considerando um “desperdício de dinheiro” os planos de relocalização

 

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]e acordo com a edição de ontem do jornal Macau Post Daily, estão a ser instalados os contentores em Coloane, junto ao asilo Vila Madalena, para acolher os cerca de 500 galgos que estão actualmente no terreno onde operou o Canídromo durante décadas.
Contudo, e perante os receios dos idosos e funcionários do lar com futuras complicações decorrentes da presença dos animais, Albano Martins, presidente da Sociedade Protectora dos Animais de Macau (ANIMA), defende que os animais deveriam ficar no terreno que foi concessionado à Yat Yuen até este começar a ser desenvolvido pelo Governo.

“Há muito tempo que a ANIMA diz que o terreno do Canídromo não vai ser, de todo, desenvolvido no próximo ano, e por isso os animais não deveriam andar a mudar de um lado para o outro. Isso obriga a um enorme esforço de reorganização, que já está a ser feito. A Yat Yuen paga tudo mas não é essa a questão, tem a ver com o facto dos animais e dos voluntários estarem habituados a um espaço. Não era necessário a criação de um novo espaço temporário.”

Além disso, o também economista acredita que a relocalização dos animais para uma zona provisória é mero despesismo.

“O que se está a fazer é um desperdício de dinheiro. Os animais vão sair todos dali no espaço de um ano, então porque não deixá-los numa zona onde as pessoas já estão habituados a vê-los há mais 60 anos? Vai-se para uma zona onde as pessoas já estão a levantar problemas. E aí já se sabe como é, quando se levantam reacções o Governo tem medo”, apontou.

O terreno está localizado no Largo da Cordoaria, em Coloane, e, de acordo com informação publicada na imprensa de Hong Kong, será propriedade de uma família ligada aos negócios das salas VIP dos casinos, que tem como patriarca alguém que terá sido líder da seita Shui Fung. No passado dia 6 de Agosto, Albano Martins defendeu que preferia a mudança dos animais para Coloane, pois, no seio do leque de opções apresentadas pelo IACM, esta era a melhor.

Prazos não são problema

A notícia avançada ontem pelo Macau Post Daily dá conta de receios de familiares dos idosos instalados no lar relativamente a problemas de higiene e barulho. A ANIMA assume “abraçar” esta opção, mas Albano Martins garante que vai ficar “muito irritado” se surgirem novos obstáculos.

“Os contentores têm alguma dignidade, mas é um espaço temporário e emprestado. Já apareceu no jornal a informação de que, no futuro, podem ser levantados problemas, o que me deixa bastante preocupado. Não estamos a abdicar dos animais, e temos de os levar para um sítio onde todos possam trabalhar com calma”, acrescentou.

“O Governo não os vai matar, a ANIMA não tem espaço para eles. Não há espaços em Macau para os animais, e o único lugar que há é o Canídromo, que nunca vai ser desenvolvido no próximo ano e meio.”

Não estão, sequer, em causa, problemas com a prorrogação do prazo de utilização do terreno no Fai Chi Kei, ainda que o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) tenha dado um prazo de 60 dias à Yat Yuen para tirar dali os animais.

“Havia o problema da prorrogação do prazo quando a Yat Yuen era a concessionária, mas agora a ANIMA está envolvida no projecto. Temos um acordo, e agora trata-se de fazer o que a ANIMA tem vindo a pedir, que é deixar-nos ficar lá a trabalhar”, rematou Albano Martins.

4 Set 2018

Saúde | Vacinação contra a gripe na segunda quinzena do mês

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde garantiram ontem que a vacinação contra a gripe sazonal 2018/19 terá início na data prevista, ou seja, na segunda quinzena do mês. O esclarecimento surge na sequência de informações de que na região vizinha pode ser adiado devido a atrasos no fornecimento. Em comunicado, os Serviços de Saúde indicam ter adquirido 150 mil doses da vacina antigripal e que a prioridade na administração da vacina, que é gratuita, será dada aos grupos de alto risco. A composição do antigénio da vacina antigripal para 2018/19 do hemisfério norte foi actualizada e é adequada contra a gripe sazonal que pode ocorrer eventualmente de Fevereiro a Agosto de 2019.

4 Set 2018

IC | “Antigas muralhas da cidade” alvo de restauro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto Cultural (IC) vai proceder, a partir de sexta-feira, ao restauro das “antigas muralhas da cidade”, também conhecido como o troço próximo da Igreja da Penha. De acordo com um comunicado, “durante a realização das obras serão colocadas vedações no parque do miradouro de Nossa Senhora da Penha a separar os peões da área de trabalho, mas estes trabalhos não terão impacto no horário de funcionamento do miradouro”. Prevê-se que os trabalhos de restauro estejam concluídos em meados de Novembro.

4 Set 2018

Táxis | Aplicação da MOME permite oferecer “prendas” para chamar taxistas

mTaxi é o nome da aplicação lançada pela empresa de Joe Liu que permite o pagamento de um montante extra, conhecido como ‘prenda’, para aumentar as hipóteses de chamar um táxi com sucesso

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]aplicação móvel mTaxi, que permite aceder ao serviço de táxis no território, está a ser colocada em causa, devido à opção que tem de oferta de “prendas” a taxistas. “Prenda” é o termo utilizado no sector para os incentivos monetários dados pelos clientes com o objectivo de atrair um táxi quando o passageiro é informado que todas as viaturas estão ocupadas.

Segundo a informação disponível nas plataformas onde é possível descarregar a aplicação, esta foi lançada no dia 15 de Agosto e é propriedade da empresa MOME LTD, uma subsidiária da empresa MacauPass. Também de acordo com a descrição da mTaxi, esta é a aplicação do género em Macau com maior número de taxistas registados para fornecerem os seus serviços.

O HM entrou em contacto com a MOME para compreender o funcionamento do pagamento de “prendas” e a decisão de integrar este tipo de opção na aplicação móvel, mas até ao fecho da edição não recebeu qualquer resposta.
No entanto, para Andrew Scott, presidente da Associação dos Passageiros de Táxi de Macau (MPTA, na sigla inglesa) critica a inclusão da opção do pagamento de “prendas” e justifica que os preços que os taxistas podem cobrar estão definidos pela legislação em vigor.

“Os preços pagos pelo serviço de táxi são definidos pela DSAT. Na tabela de preços oficial não há qualquer referência a ‘prendas’. Todos percebemos que ‘prendas’ é um eufemismo para o pagamento extra, que encoraja os taxistas a irem ao encontro de determinado cliente durante as horas mais ‘ocupadas’”, começou por explicar Andrew Scott, ao HM.
“Se o taxista está disponível, tem a obrigação moral e legal de fornecer os seus serviços, independentemente do pagamento das chamadas ‘prendas’. A criação de um sistema de ‘prendas’ implica o pagamento extra de um montante que faz com que os taxistas fiquem disponíveis, enquanto que o não pagamento significa que os taxistas deixam de estar disponíveis. Não é uma forma justa de operar”, acrescentou.

Por esta razão, Andrew Scott defende que a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) deve intervir. O HM contactou também a DSAT para perceber a legalidade desta opção, mas até ao fecho da edição não recebeu resposta.

Prática habitual

Segundo um conhecedor do sector dos táxis, que pediu para não ser identificado, a prática do pagamento de “prendas” está enraizada no sector local. A diferença é que agora surge uma aplicação a traze-la abertamente a público.
“Os táxis pretos sempre recorreram às centrais [de telefone] e, por vezes, para angariarem um maior número de clientes usam esse sistema de ‘prendas’. As telefonistas dizem ao cliente que não há táxis disponíveis. Depois, o cliente oferece um determinado número de ‘prendas’, em que cada uma é, por exemplo, 10 patacas”, explicou a fonte, ao HM. “Depois, as operadoras comunicam por rádio essa informação do pagamento extra para que surja um taxista disponível”, completou.

Segundo a mesma fonte, o sistema é do conhecimento da DSAT há vários anos. “É uma questão cuja legalidade nunca foi muito bem explicada. Se uma pessoa oferece o montante por sua vontade, então não deveria ser ilegal. Mas, por outro lado, não consta na tabela de preços aprovada”, defendeu. “Na altura em que Wong Wan era o director da DSAT, e até antes, a questão foi discutida, mas a DSAT considerou que não existiam provas suficientes para a actuar”, revelou.

A empresa MOME LTD dedica-se a soluções de marketing e desenvolvimento de aplicações móveis e é uma subsidiária da MacauPass, companhia de pagamentos electrónicos. Joe Liu é a cara mais conhecida da empresa, que fundou. Além disso, o empresário, que é filho do empresário Alfred Liu e sobrinho de Liu Chan Wan, membro do Conselho do Executivo, é também director da empresa de autocarros Transmac e da própria MacauPass.

4 Set 2018

Segurança | Comissão de Defesa do Estado entra em vigor daqui a um mês

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi ontem publicado em Boletim Oficial (BO) um despacho que oficializa a Comissão de Defesa da Segurança do Estado em Outubro. O mesmo despacho dá conta que as responsabilidades da comissão são “organizar e coordenar os trabalhos da RAEM relativos à defesa da soberania, da segurança e dos interesses do desenvolvimento do Estado, bem como estudar sobre a implementação da respectiva programação e das orientações e solicitações do Chefe do Executivo”. É também pedido a esta comissão a “análise, estudo e avaliação da conjuntura da RAEM relacionada com a segurança do Estado e com a estabilidade da sociedade, planear os respectivos trabalhos e emitir opiniões e sugestões”. Além disso, tem também como função “organizar a promoção da construção do regime jurídico relacionado com a segurança do Estado”.

4 Set 2018

Ella Lei critica falta de rigor na apreciação de pedidos de apoio do FDIC

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m nome da transparência do destino dado ao erário público, Ella Lei exige definição de critérios claros na apreciação dos pedidos de apoio por parte do Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial (FDIC). A deputada da Federação das Associações dos Operários de Macau critica a falta de rigor patente nomeadamente no facto de o FDIC não revelar pormenores sobre as iniciativas que subsidia, como sejam os resultados ou até a adesão às mesmas. Algo que serviria para a própria sociedade julgar se vale a pena o Governo apoiar determinado projecto ou actividade.

Em declarações ao Ou Mun, Ella Lei sustentou que os empréstimos, aparentemente irrecuperáveis, de 212 milhões de patacas concedidos à companhia aérea Viva Macau geraram um sentimento de desconfiança relativamente aos apoios aprovados pelo FDIC, pelo que defende ser preciso criar regras e critérios de apreciação. Dados publicados pelo mesmo jornal indicam que, no segundo trimestre, o FDIC aprovou subsídios a seis actividades organizadas por associações locais totalizando mais de um milhão de patacas.

Apoios questionados

A deputada da Federação das Associações de Operários de Macau pôs em causa igualmente os apoios destinados a ajudar as pequenas e médias empresas (PME), que perfazem mais de 90 por cento do tecido empresarial de Macau. Isto porque, segundo exemplificou, há empresas de grande dimensão (com mais de 100 funcionários), de ramos como arquitectura e turismo, a beneficiar de milhares de patacas no âmbito da Bonificação de Juros de Créditos para Financiamento Empresarial.

Um cenário que, na perspectiva da deputada, mostra estar errada a direcção do referido programa – dado que foi pensado para ajudar as PME – e que os fundos públicos não estão a ser usados com precisão, exigindo mudanças.

Relativamente ao caso da Viva Macau, Ella Lei apontou que, apesar de estar em curso uma investigação por parte do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), é preciso apurar não só se a empresa declarou falência num acto de má-fé, mas também se na apreciação dos empréstimos por parte do FDIC foram seguidos os procedimentos legais.

4 Set 2018

Justiça | Comissão de Apoio Judiciário volta a analisar pedido recusado

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]director dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ), Liu Dexue, garantiu ao deputado Au Kam San que o pedido de apoio judiciário apresentado por uma assembleia de condóminos será novamente analisado depois de ter sido recusado.

“Em relação ao caso referido, o funcionário informou o requerente das normas relativas a litigante de má fé já mencionadas e elaborou um auto de declaração sobre isto, o qual depois de ter sido assinado pelo requerente foi submetido, juntamente com outros documentos relacionados, à apreciação da comissão de apoio judiciário”, pode ler-se.
Além disso, Liu Dexue acrescentou que, aquando da apresentação dos pedidos, “o funcionário responsável [da comissão de apoio judiciário] informa os requerentes do disposto nos artigos do regime geral de apoio judiciário que envolvem os seus direitos e deveres, assegurando que os requerentes tomam conhecimento do procedimento e das normas relativas ao regime”.

No passado mês de Junho, Au Kam San denunciou numa interpelação escrita o caso em que foi recusado um pedido de apoio judiciário apresentado por um grupo de condóminos, que alegaram não ter capacidade financeira para custear as despesas do tribunal.

“Recentemente, houve um edifício que foi alvo de uma acção instaurada em tribunal devido a um conflito de administração ou titularidade. O requerimento foi indeferido, visto que, com base na justificação do indeferimento, tal assembleia não tem qualidade de pessoa colectiva ao nível jurídico e, portanto, não preencheu o requisito de ser beneficiário do apoio judiciário”, referiu o deputado da ala pró-democrata.

4 Set 2018

Imobiliário | Agnes Lam confirma encontro com lesados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]deputada Agnes Lam confirmou que esteve reunida com seis pessoas que se queixam de terem sido burlados num esquema que envolve a empresa TH Group Limited, representada em Macau por Onida Lam, irmã da legisladora. “Seis pessoas vieram ao meu escritório no dia 23 de Agosto e pediram-me para arranjar um encontro com a minha irmã. Foi esse o pedido que me foi feito”, disse Agnes Lam, ao HM. A deputada não se quis alongar nos comentários, mas prometeu mais esclarecimentos durante o dia de hoje, através de um comunicado de imprensa. Segundo a MASTV, 66 pessoas de Macau queixam-se que foram enganadas após investirem entre 33,6 milhões e 44,8 milhões de dólares de Hong Kong em imobiliário na Indonésia, através da empresa TH Group Limited. Apesar da promessa de que as casas que alegadamente estavam a comprar ficariam concluídas em 2015, tal nunca aconteceu e posteriormente as pessoas foram informadas pelo Consulado Geral da Indonésia em Hong Kong que os contratos assinados são considerados inválidos. Onida Lam terá sido a pessoa responsável pela angariação de investidores em Macau.

4 Set 2018

Aterros | Mak Soi Kun quer saber qual foi o impacto ambiental

 

Que prejuízos as obras dos aterros acarretaram para o meio ambiente de Macau? É o que pergunta o deputado Mak Soi Kun

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]questão é colocada por Mak Soi Kun numa interpelação oral que há-de levar membros do Executivo ao hemiciclo para responder: “Quais foram os prejuízos que as obras de aterro acarretaram para o meio ambiente de Macau?”

A interrogação surge numa altura em que estão construídos três (A, B e E) de cinco aterros, dado que, na perspectiva do deputado, antes de avançar para os remanescentes dois, o Governo devia ter em mãos informações relativamente ao impacto que as obras dos primeiros exerceram sobre o ambiente. “Aquando do início das obras de aterro das zonas C e D, o Governo deve proceder a uma avaliação complexa dos aterros já concluídos e estabelecer comparações entre os dados citados no relatório de avaliação e prejuízos reais para o ambiente, mediante estudos e análises científicas, se ficar a saber se a qualidade do ambiente melhorou ou piorou”.

Mak Soi Kun referia-se ao relatório de avaliação do impacto ambiental do plano da zona dos novos aterros, encomendado, em 2015, à Academia de Planeamento Urbano e Concepção da China. As conclusões do estudo indicaram ser “inevitável” a pressão sobre o ambiente decorrente das obras de aterro, embora admitindo que seria “possível”, através do recurso a medidas de protecção ambiental, “controlar eficazmente o eventual ruído do trânsito e do aeroporto, a poluição do água do mar, os prejuízos dos resíduos sólidos [ou] o risco de acidentes”.

À espera de plenário

“Porém, alguns cidadãos consideram que a intenção original do relatório de avaliação do impacto ambiental era prever o que se deve fazer ao nível da prevenção, com vista a evitar que o ambiente seja poluído pelas obras de aterro e reduzir as respectivas influências negativas”, observa o deputado, instando, por isso, o Governo a facultar dados a este respeito.

A interpelação oral de Mak Soi Kun figura como uma das 19 que aguardam marcação de um plenário para o efeito, algo que apenas terá lugar depois do dia 16 de Outubro, data em que arranca a próxima sessão legislativa.

 

4 Set 2018

Entrevista | Inocência Mata, académica: “O Homem é igual em todo mundo”

Inocência Mata, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, passou os últimos quatro anos na Universidade de Macau. Dias antes de regressar a Portugal, a académica revela o que leva de cá. Mais que a experiência de ensino, Macau deu-lhe uma nova perspectiva e maior relativização das coisas do quotidiano

[dropcap]Q[/dropcap]uatro anos em Macau. O que é que leva daqui?
Levo uma nova aprendizagem do outro. Aqui, não só me senti diferente como, de facto, o sou. Levo também uma aprendizagem cultural e humana que por mais que eu lesse nunca conseguiria conhecer desta forma, com o sentir na pele. Sou professora e investigadora na área das culturas. É verdade que já tinha a percepção que cada cultura tem uma lógica e o importante é entender essa lógica, independente de aderirmos ou concordarmos com ela. Temos que a entender o porquê, e só assim é que podemos interagir. Mas repito, não temos que concordar com ela. Eu, por exemplo, não concordo com todas as lógicas culturais mesmo das culturas que me são afectas. Há aspectos da cultura que são nefastos ao desenvolvimento humano. Mas o importante é entender a lógica. Nesta perspectiva, o que aprendi cá vai-me ajudar a relativizar as coisas ainda mais.

Como?
Já sou uma pessoa que relativiza, até porque tenho uma família feita de diferentes. Não apenas em termos étnico raciais, mas também em termos sociais. A minha avó materna era negra lavadeira e o meu avô materno era médico branco. Cresci com esta diferença e foi ela que me enriqueceu. A minha avó mal sabia falar português e o que nos contava eram histórias em crioulo e o meu avô obrigávamos a ler os clássicos portugueses. Sempre fui uma pessoa que cresceu na diferença. Além de uma vivência pessoal também estudo nesta área. O ter vivido de forma tão intensa o lugar do outro como aconteceu cá, vai certamente predispor-me para entender coisas que eu à partida recusava. Continuarei a recusar, mas já lhes entendo a tal lógica.

Pode dar alguns exemplos?
As relações aqui não são baseadas na confiança. Isto chocava-me imenso no início. Chocava-me só de pensar que tinha que mostrar todos os originais de documentos porque aqui se partia do princípio de que estaria a mentir. Isto era quase uma afronta. Com o tempo fui entendendo o porquê.

FOTO: Sofia Mota

Como é que se aprende a lidar com esse tipo de características que por vezes são, como diz, chocantes?
Bem, ao princípio é a indignação e uma pessoa barafusta. Depois vai-se percebendo a lógica que é bastante prosaica. Por outro lado, acho que existe um certo autismo para se perceber que apesar do nome, a China não é propriamente o centro do mundo.

Sente que essa centralidade ou essa percepção de centralidade se vive aqui?
Não sei se existe esta consciência ou se o sistema social ou da administração se constrói com base nessa lógica. Mas sei que o que mais me incomoda nem é bem essa centralidade, mas sim a rasura do indivíduo.

Como assim?
Aqui, quando há uma norma é para ser aplicada sempre sem que se tenha em conta, alguma vez, o contexto. Não há uma adaptação. Há que ter em conta situações especiais.

E o que mais apreciou por cá?
Tive o privilégio de conhecer a China com chineses. Todas as vezes que estive no continente, e foram muitas, foi sempre com chineses e isso fez com que eu não conhecesse apenas a China turística. Deu-me oportunidade de, por exemplo, ir ao mercado. Foi com esse tipo de experiência que percebi que, pelo menos no continente, as pessoas se deliciam com o diferente e achei isso muito bonito. Na China, perante a diferença as pessoas são simpáticas, e olham, e perguntam. Percebo perfeitamente esta curiosidade. Existe uma pré-disposição para conhecer a alteridade. Por outro lado, esta alteridade que referi no início da conversa foi vivida de forma muito positiva. Outra coisa de que gostei muito aqui foi da comida. Em Portugal gostava muito de ir a restaurantes chineses e muitos amigos me diziam que aquilo não era comida chinesa. Aqui conheci realmente o que era. Nos primeiros tempos que cá estive, ia sozinha aos restaurantes e não gostava do que comia porque nem sabia o que estava a pedir, quando comecei a ir com amigos de cá, tudo mudou. Foi também cá que desfiz muitos mitos acerca do oriente. O conhecimento que se tem no ocidente acerca deste lado do mundo é ainda uma construção que tem por base o próprio ocidente. Existe uma invenção do oriente pelo ocidente e isso é uma coisa normal porque criamos, naturalmente, mitos acerca daquilo que desconhecemos. O que me aconteceu aqui foi um desfazer disso mesmo. Foi uma aprendizagem cultural e também uma aprendizagem do humano.

Para uma pessoa que lida com culturas, quer a nível pessoal como profissional, foi uma mais-valia?
Sim, sem dúvida, até porque o meu conhecimento de culturas parava na Índia. E tudo muda quando se passa do Índico. Aprendi muito.

É conhecida por ser pioneira na produção de ensaios em língua portuguesa acerca do período pós-colonial. É nestes ensaios que também se debruça acerca das diferenças entre independência e liberdade.
Pode ser que no espaço da língua portuguesa de facto tivesse sido “pioneira” a debruçar-me sobre este assunto. Os estudiosos das ciências sociais tinham até há pouco tempo uma certa autocensura relativamente a esta matéria. Tendo em conta África, é preciso notar que no final dos anos 50, início de 60, começaram a aparecer livros de escritores africanos que já diziam que a conquista da independência não significou a conquista da liberdade. Há dois livros que são fundamentais para perceber que esta reflexão desde as primeiras independências africanas. São “Man of the people” de Chinua Achebe, e “Os sóis das independências” de Ahmadou Kourouma, que já mostram que os sóis das independências dos anos 60 estavam bem crepusculares. Independência não é sinónimo de liberdade. Nem é sinónimo de liberdade nem é sinónimo de viragens de mentalidade e das formulações culturais. É preciso dizer que a ideologia nacionalista, obviamente necessária à conquista da independência, era uma ideologia igualmente monolítica. Era uma ideologia que não admitia a diferença. Uma coisa é a independência, e aí acho que todos os povos têm direito à sua autonomia, e outra coisa é a gestão da sociedade e as liberdades têm que ver com a gestão da sociedade e dos regimes. Não apenas dos regimes políticos, porque o regime pode ser multipartidário e ainda assim extremamente ditatorial. Também o multipartidarismo não é sinónimo de democracia. Temos exemplos: o de São Tomé e Príncipe actualmente e, até há pouco tempo, o de Angola em que havia o multipartidarismo e não se podia dizer que houvesse democracia. Há um discurso que associa o facto de se ter eleições de quatro em quatro anos ser sinónimo de democracia, e daí? O importante é a gestão interna desse complexo de diferenças que é a sociedade. É na busca destas perspectivas de poder que me interesso pelos estudos pós-coloniais. O pós-colonial não é uma categoria da cronologia, é uma categoria da epistemologia. O pós-colonial é uma categoria de análise e que tem que ver com a forma como as relações de poder se estabelecem na sociedade, sejam elas no âmbito político partidário, mas também relações de poder no âmbito de género, de classe de etnia, raça etc. É aqui que me interessa estudar o pós-colonial e estas relações de poder, e não estou a inventar nada até porque neste aspecto Michel Foucault já inventou tudo acerca de como é que estas relações se estabelecem e se actualizam na sociedade. Se nós virmos bem, estas relações de poder depois da independência, pouco ou nada mudaram.

Porquê?
Porque o Homem é igual em toda a parte do mundo e sendo igual na sua natureza, se não é forçado a distribuir o poder, ele não o faz. Tenho amigos que me dizem, quando se fala, por exemplo, da corrupção em Angola: “mas em França também há corrupção”. Sim, lá está, o Homem é igual em todo o lado, mas no exemplo da França há mecanismos em que o próprio sistema neutraliza muitos actos de corrupção e se falarmos da Noruega o sistema blinda mesmo esses actos. É preciso que as suas sociedades arranjem sistemas que blindem a possibilidade de corrupção. Isto não quer dizer que o norueguês seja melhor homem que o angolano, mas o norueguês já sabe que se for caçado é fortemente punido.

Também estuda as relações de poder dentro das diferenças de género. Como estamos no que respeita às desigualdade e na transformação desse tipo de relação?
Tenho um projecto no centro de estudos comparativos e que trata precisamente o género, a normatividade e as representações. Não se trata apenas da condição feminina. A condição feminina é realmente central mas aqui é sobretudo a ideia da normatividade e da representação vista quer no discurso literário quer na imprensa. A imprensa, nos países africanos, particularmente, é muito machista. Diz-se tradicionalista, só que a tradição é machista. Por outro lado, tenho amigas, também académicas, mas que a sua forma de se afirmarem e de serem reconhecidas é com frases como: “cozinham muito bem”. Não estou a dizer que não se faça isso, mas isto significa que os estereótipos de género vivem debaixo da pele das pessoas e elas assumem esse estereótipo, esta normatividade. Elas são excelentes profissionais mas nunca se apresentam como tal. As minhas amigas assumem o trabalho tradicionalmente associado à mulher como uma mais-valia da sua feminilidade. O que é quase um boicote à luta pela igualdade de género. São pessoas que, claro, lutam contra a violência domestica, por exemplo. No entanto, fazem um discurso que continua a confinar a mulher a um espaço privado. É isso que quero desenvolver nos meus estudos. Não é apenas a condição feminina, mas o discurso da normatividade. Trabalhar sobre a condição feminina tem de se ir além de tratar do planeamento ou do aleitamento que são assuntos muito importantes, mas não é essa a minha luta.

É uma mulher da literatura. Quais são os seus livros favoritos?
São tantos e isso depende muito das fases em que estou. Livros inesquecíveis: dois são de Gabriel Garcia Marques, o “Cem anos de solidão” e “Amor em tempos de cólera”. Depois, claro, “Os Maias” do Eça e o “Anna Karenina” de Liev Tolstói. Dentro dos autores africanos é “Lueji” do Pepetela. Também gosto muito da “Montanha mágica” do Thomas Mann e mesmo de “Os três mosqueteiros”. Agora, por exemplo, estou na fase de “O conde de Monte Cristo”, de como um injustiçado regressa à vida.

Ensinou cultura na Universidade de Macau. Como é trazer culturas do ocidente para a China?
É fantástico. Nós aqui descentramo-nos. O que nós pensamos que é lógico e evidente, aqui não é. Temos de sair da nossa cultura para que possamos olhar para ela e explicá-la. O que eu acho que estou a explicar, segundo a normalidade, não é a normalidade para o outro e é o outro que me faz ver isso.

Existe uma invenção do oriente pelo ocidente e isso é uma coisa normal porque criamos, naturalmente, mitos acerca daquilo que desconhecemos.

4 Set 2018

Macau vai organizar Festival Internacional de Artes que inclui Dia de Portugal

[dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau vai organizar o Festival Internacional de Artes em 2019 que vai integrar outros eventos já existentes no território, entre os quais as festividades do Dia de Portugal, anunciou hoje à lusa o Instituto Cultural (IC) de Macau.

Algumas concessionárias do jogo no território já foram contactadas pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, a fim de “organizar e convidar artistas de todo o mundo para realizarem exposições de artes visuais contemporâneas” nos seus ‘resorts’ integrados, explicou à Lusa o IC.

A 16.ª edição do Festival Juvenil Internacional de Dança, a 30.ª Festival de Artes de Macau e as comemorações do dia de Portugal vão ser alguns dos eventos que vão ser integrados no festival, que promete impulsionar “o turismo através da cultura permitindo aos turistas experimentarem mais projetos culturais ricos em Macau”, afirmou o IC.

A data deste evento internacional ainda não foi anunciada mas terá a “duração de quatro meses e um programa abrangente”, declarou Alexis Tam, em comunicado, após a 10.ª reunião dos Ministros da Cultura da China, Japão e Coreia do Sul, realizada na quinta-feira na cidade de Harbin, capital da província de Heilongjiang, China.

Nesta ocasião, o responsável pela cultura do território teve um encontro bilateral com o ministro da Cultura da China, Luo Shugang, para desenvolver, entre outras, a promoção do intercâmbio entre o Interior da China e Macau e a cooperação cultural entre a China e os Países de língua Portuguesa, já que o território é “o ponto onde as culturas oriental e ocidental se encontram e integram”.

Durante a reunião ministerial, que contou com a presença dos ministros da China, Japão e Coreia do Sul, Alexis Tam e do secretário para os Assuntos Internos de Hong Kong foram ainda definidos “projetos de cooperação como o Festival de Artes da China, Japão e Coreia do Sul, o Fórum de Educação Artística e Cultural da China, Japão e Coreia do Sul”, entre outros, de acordo com o comunicado divulgado pelas autoridades do território.

4 Set 2018

Alta-comissária da ONU insta à libertação dos dois jornalistas condenados em Myanmar

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Alta-Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, instou hoje o Governo birmanês a libertar dois jornalistas locais da agência Reuters condenados a sete anos de prisão por divulgarem segredos oficiais enquanto investigavam um massacre de rohingyas.

No seu primeiro dia no cargo de representante da ONU, Bachelet classificou como uma “paródia” o julgamento a que foram submetidos os repórteres, considerando “de interesse público” a informação que divulgaram sobre o massacre.

“Penso que esta é uma notícia terrível e chocante, e insto o Governo [de Myanmar, antiga Birmânia] a libertá-los de imediato”, insistiu.

Wa Lone e Kyaw Soe Oo foram detidos quando investigavam um massacre de membros da minoria muçulmana rohingya na aldeia de Inn Dinn.

As autoridades acusaram-nos de violar uma lei da era colonial: terem obtido documentos secretos, neste caso, sobre operações militares no estado de Rakhine que desencadearam, há um ano, o início do êxodo de 700.000 rohingyas para o Bangladesh.

Em sua defesa, os jornalistas argumentaram não ter pedido acesso a documentos secretos, pelo que não sabiam serem secretos aqueles que lhes foram fornecidos e que tinham em sua posse.

Michelle Bachelet indicou que, na próxima semana, o Alto-Comissariado da ONU para os Direitos Humanos divulgará um relatório sobre a liberdade de expressão em Myanmar.

Repórteres Sem Fronteiras exortam Suu Kyi a libertar jornalistas da Reuters

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) qualificou ontem de “iníqua” a condenação na Birmânia a sete anos de prisão de dois jornalistas da Reuters e exortou a dirigente e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi a libertá-los.

Num comunicado, a RSF considera que ontem “foi um dia negro para a liberdade de imprensa na Birmânia”, assinalando que “o único crime (dos jornalistas) foi fazerem o seu trabalho”.

Os dois jornalistas birmaneses, Wa Lone e Kyaw Soe Oo, acusados de “violação do segredo de Estado” por investigarem o massacre de muçulmanos rohingyas pelo exército birmanês, foram condenados hoje a sete anos de prisão.

O secretário-geral dos RSF, Christophe Deloire, considera no comunicado que o julgamento “coloca em causa o processo de transição democrática na Birmânia”. Segundo os RSF, “durante as audiências preliminares, um agente da polícia confessou que os seus superiores criaram um ardil para entregar documentos supostamente confidenciais aos dois jornalistas e depois prendê-los”.

A União Europeia, as Nações Unidas e organizações dos direitos humanos já criticaram a condenação dos jornalistas na Birmânia, que a RSF classifica em 137.º lugar num total de 180 países em termos de liberdade de imprensa.

4 Set 2018

Paul McCartney acredita ter visto Deus quando estava sob o efeito de drogas psicadélicas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ex-Beatle Paul McCartney afirmou numa entrevista a um jornal britânico publicada hoje que acredita ter visto Deus numa ocasião em que estava sob o efeito de substâncias psicadélicas.

Na entrevista ao The Sunday Times, o músico, de 76 anos, relatou que na altura se sentiu “humilde” perante tal experiência.

“Era enorme. Uma parede imensa da qual eu não conseguia ver o topo e eu estava no fundo. Qualquer outra pessoa diria que era apenas a droga, a alucinação, mas nós sentimos que tínhamos visto uma coisa superior”, disse Paul McCartney.

Nos últimos anos dos Beatles, a música do emblemático quarteto de Liverpool foi fortemente influenciada pelo uso de drogas psicadélicas.

Na mesma entrevista, McCartney afirmou acreditar que os seus familiares mais próximos que já morreram, incluindo a sua mulher Linda, continuam a olhar por ele.

McCartney está atualmente a promover um novo álbum com músicas inéditas, intitulado “Egypt Station” e com data de lançamento a 07 de setembro, e uma tournée para 2019 já com várias datas para os Estados Unidos e para a Europa.

Os Beatles terminaram em 1970, deixaram mais de uma dezena de álbuns, e só dois músicos da formação ainda estão vivos, Paul McCartney e Ringo Starr.

3 Set 2018

Tenor português Luís Gomes vence dois prémios no concurso Operalia

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tenor português Luís Gomes venceu na categoria de zarzuela e recebeu o prémio do público para melhor voz masculina, no concurso internacional de canto lírico Operalia, que decorreu no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa.

“Luís Gomes vence o Prémio zarzuela (‘ex-aequo’ com Pavel Petrov) e o prémio do público para melhor voz masculina”, anunciou a organização, em comunicado.

Emily D’Angelo, representante do Canadá/Itália, e o bielorrusso Pavel Petrov são os vencedores do prémio do Operalia 2018, concurso internacional de canto lírico fundado por Plácido Domingo, que se realizou este ano pela primeira vez em Portugal. D’Angelo venceu ainda o prémio do público para melhor voz feminina, o prémio zarzuela e o prémio Birgit Nilsson.

O tenor português Luís Gomes estudou no Conservatório Nacional de Lisboa, na Escola Superior de Música de Lisboa e na Guildhall School of Music and Drama em Londres, onde se licenciou em Canto e fez mestrado em Ópera.

Passou pela Royal Opera House e, em junho, estreou-se no palco do Teatro Nacional de São Carlos, em “La Traviata”, com um papel que vai voltar a interpretar em outubro no Coliseu do Porto.

Além de Luís Gomes, na final de Ópera estavam qualificados Migran Agadzhanyan (Rússia), Rihab Chaieb (Canadá), Emily D’Angelo (Canadá/Itália), Samantha Hankey (EUA), Johannes Kammler (Alemanha), Long Long (China), Pavel Petrov (Bielorússia), Sean Michael Plumb (EUA), Simon Shibambu (África do Sul), Marina Viotti (Suíça/França) e Arseny Yakovlev (Rússia).

Na final de Zarzuela estiveram Emily D’Angelo, Luís Gomes, Pavel Petrov, Josy Santos (Brasil) e Vanessa Vasquez (Colômbia/EUA).

O Concurso Mundial de Ópera Operalia, que já vai na 26.ª edição, é uma iniciativa criada pelo tenor e maestro espanhol Plácido Domingo, atual diretor-geral da Ópera de Los Angeles (Califórnia).

O júri do concurso integra, sobretudo, diretores-gerais de teatros de ópera internacionais, entre os quais Patrick Dickie (diretor artístico do S. Carlos), Anthony Freud (da Ópera Lírica de Chicago), Joan Marabosch (do Teatro Real de Madrid) e a soprano Marta Domingo, mulher de Plácido Domingo.

A primeira edição do Operalia realizou-se em 1993, em Paris, tendo já acontecido em cidades como Tóquio, Hamburgo, Budapeste, Milão, Moscovo, Pequim, Verona, Los Angeles, Cidade do México, Londres, Madrid e Guadalajara.

3 Set 2018

Economia | Comércio externo subiu 21,7 por cento até Julho

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]comércio externo de Macau subiu 21,7 por cento entre Janeiro e Julho, totalizando 58,01 mil milhões de patacas. Segundo dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), Macau exportou bens avaliados em 7,11 mil milhões de patacas (+5,6 por cento) e importou mercadorias avaliadas em 50,90 mil milhões de patacas (+24,4 por cento) nos primeiros sete meses do ano. Por conseguinte, o défice da balança comercial atingiu 43,79 mil milhões de patacas, traduzindo um agravamento de 28,1 por cento.

As exportações de Macau para a China (1,18 mil milhões de patacas) diminuíram 3,9 por cento, devido à forte queda (82,6 por cento) das vendas a Xangai, à semelhança do que sucedeu com as destinadas aos Estados Unidos (86 milhões de patacas) que sofreram uma queda de 16,8 por cento. Em contrapartida, as vendas para Hong Kong (4,43 mil milhões de patacas) e União Europeia (120 milhões patacas) aumentaram 8,3 e 4,2 por cento, respectivamente, em comparação com os primeiros sete meses do ano passado.

Já as importações de Macau de produtos da China (17,45 mil milhões de patacas) subiram 29,4 por cento, em linha com as compras à União Europeia (12,81 mil milhões de patacas) que cresceram 21,2 por cento entre Janeiro e Julho, indica a DSEC.

As trocas comerciais entre Macau e os países de língua portuguesa atingiram 482 milhões de patacas nos primeiros sete meses do ano – contra 356,7 milhões em igual período do ano passado. As exportações de Macau para o universo lusófono ascenderam a 24 milhões de patacas (contra 700 mil patacas), enquanto as importações sofreram um aumento de 28,5 por cento em termos anuais homólogos para 458 milhões de patacas.

3 Set 2018

Governo apoiado pela ONU declara estado de emergência em Trípoli, capital da Líbia

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo de Acordo Nacional da Líbia, apoiado pela ONU em Tripoli, declarou hoje o estado de emergência na capital, após uma semana de intensos combates entre milícias rivais, os piores desde o início da guerra civil, em 2014.

“Exige-se a adoção de todas as medidas militares e civis para garantir a segurança da população e proteger tanto a propriedade privada como as instalações e instituições públicas vitais”, explicou o Governo de Acordo Nacional (GNA) em comunicado.

Na nota, o executivo dirigido por Fayez al-Serrakh anuncia a formação de um gabinete de crise para gerir o estado de emergência e adverte as partes em conflito de que terão de enfrentar as consequências se tentarem aproveitar a ocasião para avançar nos seus objetivos.

Os combates, que já fizeram 50 mortos, mantêm encurralados sem acesso a eletricidade e água corrente milhares de civis, entre os quais várias centenas de migrantes amontoados em centros de detenção.

Nos últimos dias, a violência intensificou-se, com a entrada no conflito de milícias procedentes de outras cidades, em particular das cidades-Estado de Misrata e Zintan e das localidades de Tarhouma e Zawia, esta última um dos núcleos das máfias que fazem tráfico de pessoas na Líbia.

Os últimos a juntar-se aos esforços em favor de um acordo foram os membros do Conselho de Anciãos da Líbia, que formaram uma célula de emergência para tentar fazer com que todas as partes concordem em negociar.

Os combates, que mataram 20 civis e fizeram mais de 200 feridos, começaram no passado domingo numa zona densamente povoada do bairro meridional de Salehdin, próxima do antigo aeroporto internacional de Tripoli, o ponto estratégico cobiçado pelas partes em conflito.

3 Set 2018

‘Storm Surge’ | Dados de vigilância em tempo real até ao final do ano

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) esperam receber, até ao final do ano, dados de vigilância em tempo real de estações marítimas flutuantes construídas pelo Instituto de Ciência do Rio das Pérolas, que irão permitir reforçar a capacidade de vigilância e de previsão do fenómeno de ‘storm surge’ (subida anormal do nível da água). Em comunicado, divulgado na sexta-feira, os SMG indicam que as informações a receber, no âmbito da cooperação com o instituto, vão proporcionar “referências importantes”, na medida em que incluem dados sobre a profundidade da água, as correntes marítimas, a altura das ondas, bem como a velocidade e direcção do vento e a pressão atmosférica, entre outros. No total, existem cinco estações marítimas flutuantes colocadas na zona marítima próxima de Macau. O Instituto de Ciência do Rio das Pérolas funciona sob alçada da Comissão de Recursos Hídricos do Rio das Pérolas do Ministério de Recursos Hídricos da China.

3 Set 2018