China/África | Xi Jinping garante empréstimos sem “condições políticas”

Xi Jinping, afirmou ontem que apoia a inclusão de África no projecto de infra-estruturas internacional, perante líderes e empresários chineses e africanos, garantindo que o investimento de Pequim não tem “condições políticas”. Para já, o valor total do empréstimo ronda os 60 mil milhões de dólares

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou ontem, no Fórum de Cooperação China-África, em Pequim, 60 mil milhões de dólares em assistência e empréstimos para países africanos. “A China decidiu emprestar um total de 60 mil milhões de dólares, no formato de assistência governamental e através de investimento e financiamento de instituições financeiras e empresas”, disse.

A China “está pronta a reforçar a cooperação” com África, visando “construir um desenvolvimento de alta qualidade, que se ajuste às condições nacionais e seja inclusivo e benéfico para todos”, afirmou. Xi garantiu que o investimento chinês no continente não acarreta “condições políticas”, numa reacção às acusações de que Pequim deseja aumentar a sua esfera de influência através do plano internacional de infraestruturas Nova Rota da Seda. O líder chinês frisou que “a cooperação China/ África”, no âmbito da Nova Rota da Seda, é uma “forma de atingir prosperidade comum, com benefícios para ambos os povos”. “A China não interfere nos assuntos internos de África e não impõe a sua vontade sobre África”, apontou.

O Presidente chinês falava na cerimónia de abertura do Diálogo de Alto Nível entre Líderes e Representantes Comerciais de China e África, que antecede o Fórum de Cooperação China/África (FOCAC).

Bancos estatais e outras instituições da China estão a conceder enormes empréstimos para projectos lançados no âmbito daquela iniciativa, que inclui a construção de portos, aeroportos, autoestradas ou malhas ferroviárias ao longo da Europa, Ásia Central, África e sudeste Asiático. Críticos apontam para um aumento problemático do endividamento, que em alguns casos coloca os países numa situação financeira insustentável.

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O FOCAC traz a Pequim dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano. Nas vésperas do Fórum, Xi reuniu com dezenas de líderes africanos, incluindo os presidentes de Angola, João Lourenço, e de Moçambique, Filipe Nyusi.

A cimeira contará com três novos países, incluindo São Tomé e Príncipe, que se junta aos restantes países africanos de língua portuguesa, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique. As restantes estreias são o Burkina Faso e a Gâmbia, que elevam assim para 53 o número de nações africanas com relações com a China.

Desde 2015, a média anual do investimento directo da China no continente fixou-se em 3.000 milhões dólares, com destaque para novos sectores como indústria, finanças, turismo e aviação.

O primeiro Fórum de Cooperação China-África aconteceu em Pequim, em 2006, e a segunda edição decorreu na África do Sul, em 2015.

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