Andreia Sofia Silva China / Ásia MancheteFinancial Times afirma que Hong Kong recusou renovar visto a editor [dropcap]O[/dropcap] Financial Times revela hoje que Hong Kong recusou renovar o visto de trabalho de um editor do jornal, que realizou, em Agosto, uma palestra de um activista pró-independência do território. “As autoridades de Hong Kong rejeitaram o pedido de renovação do visto de trabalho de Victor Mallet, editor do serviço Ásia do Financial Times”, disse uma porta-voz do jornal a partir da sede em Londres. “Esta é a primeira vez que temos esta situação em Hong Kong, e não recebemos qualquer justificação para a rejeição” da renovação do visto, indicou. O departamento de Imigração da antiga colónia britânica escusou-se a comentar o caso. Mallet, um experiente jornalista que assumiu a vice-presidência Clube de Correspondentes Estrangeiros em Hong Kong (FCC, sigla em inglês), desencadeou forte controvérsia com o antigo chefe do Executivo da região administrativa especial chinesa Leung Chun-ying depois de o clube ter decidido organizar uma palestra com Andy Chan, líder do Partido Nacional de Hong Kong, pró-independência. O partido foi ilegalizado a 24 de setembro passado, numa decisão sem precedentes anunciada pelo secretário para a Segurança, John Lee Ka-chiu. O FCC recusou ceder ao pedido do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês de cancelar a palestra, reiterando como prioridade a defesa da liberdade de expressão. Este pedido, o primeiro deste tipo desde 1997, data da transferência de soberania do Reino Unido para a China e surge numa altura em que Pequim continua a reforçar o domínio sobre Hong Kong que, ao abrigo da lei básica local, goza de liberdade de expressão e poder judicial independente. Maya Wang, da organização não-governamental Human Rights Watch, afirmou, em comunicado, que a rejeição do visto de trabalho para Mallet era “chocante e sem precedentes”, mostrando uma intolerância crescente relativamente a opiniões divergentes das autoridades. Victor Mallet, de 58 anos, é jornalista há mais de três décadas na Ásia, Europa, Médio Oriente e África. O HM tentou obter um esclarecimento junto do jornalista, que não quis prestar comentários. Victor Mallet foi um dos convidados da última edição do festival literário Rota das Letras. Em declarações à Macau News Agency, José Carlos Matias, presidente da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM), disse que a não renovação do visto a Victor Mallet constitui um “sinal preocupante”. “Lamentamos esta decisão, sendo um sinal preocupante. Victor Mallet foi convidado do Festival Rota das Letras em Março para um workshop, a que a AIPIM se associou, onde partilhou com jornalistas locais a sua valiosa experiência. É um nome grande do jornalismo, especialmente na Ásia, que infelizmente se vê forçado a sair de Hong Kong”, disse José Carlos Matias.
Paul Chan Wai Chi Um Grito no Deserto VozesRealojamento dos galgos [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] canídromo Yat Yuen de Macau, a única pista de corrida de galgos da Ásia, encerrou oficialmente este ano, após ter proporcionado entretenimento aos aficcionados durante mais de oito décadas. Este encerramento tinha sido anunciado pelo Governo da RAEM, dois anos antes, quando em 2016 comunicou que o canídromo teria de mudar de instalações até 2018. Em 2017, o Governo fez saber que o prazo da concessão da Companhia de Corridas de Galgos Macau (Yat Yuen), S.A., do exclusivo da exploração das corridas de galgos na Região Administrativa Especial de Macau, iria ser prorrogado, com início em 1 de Janeiro de 2017 e terminaria em 20 de Julho de 2018. Por outras palavras, a Companhia de Corridas de Galgos Macau tinha dois anos para preparar a mudança e o encerramento das instalações. No entanto, a situação não foi encarada de forma séria e os proprietários tentaram por todos os meios estender o prazo de concessão do exclusivo da exploração das corridas de galgos, de forma a ocuparem indefinidamente o Campo Lin Fung. Foram sempre persistindo neste objectivo até o prazo estar a chegar ao fim, e desta forma não planearam atempadamente o realojamento dos galgos, que foram sendo usados neste negócio como trunfos na manga dos responsáveis. Embora seja prática corrente no mundo dos negócios maximizar o que se tem a seu favor, neste caso os animais acabaram por ser as vítimas desta má gestão. Por insistência do Governo da RAEM, a Companhia de Corridas de Galgos Macau acabou por sair na data marcada. As diversas propostas que tinham apresentado para realojamento dos animais revelaram-se impraticáveis. Falaram em colocá-los em 11 vivendas e em alugar um prédio desocupado no distrito Pac On, na Taipa, para criar um centro de adopção dos cães. Mas nenhuma destas propostas resultou. Finalmente, os mais de 500 galgos irão ser temporariamente realojados numa quinta em Coloane, adjacente ao Asilo Vila Madalena. Segundo se sabe, esta quinta era usada para cultivar plantas decorativas, que eram posteriormente vendidas nas feiras na véspera do Ano Novo Lunar. Mas como a produção local de plantas ornamentais foi substituída pelas que se importam da China, o negócio e a quinta foram abandonados. O IACM afirmou que não lhe parecia haver qualquer problema em alojar os cães numa quinta desocupada, tal como se mantêm cães em locais em construção para fins de segurança, uma prática local bastante comum. Mas alojar no espaço desta quinta mais de 500 animais vai criar uma série de problemas e esta situação não deverá ser menosprezada. O realojamento dos animais vai exigir que se cimente o solo da quinta e que se instale um sistema de esgotos e de drenagem para os mais de 100 contentores que vão ser instalados para acolher os animais. Este empreendimento implica obras em larga escala e necessitaria da aprovação das autoridades competentes, antes de se iniciarem os trabalhos de construção. Caso contrário a construção seria considerada ilegal. E realmente foi o que se veio a verificar, porque as obras começaram sem autorização e já foi emitida uma ordem provisória de suspensão, que não foi acatada pela Companhia de Corridas de Galgos. No entanto as autoridades não consideraram o incumprimento da ordem como um crime de desobediência qualificada. A omissão de acções por parte do Governo encontra-se sem dúvida sob o slogan “actuação em obediência à lei”. O Asilo Vila Madalena em Coloane acolhe um grupo de idosos vulneráveis, ao cuidado de um grupo de freiras que vivem em isolamento, indiferentes aos assuntos mundanos. Mas mesmo assim, estas frágeis freiras têm um grupo de simpatizantes que lutam para que se lhes faça justiça. Após a comunicação social ter feito a cobertura do realojamento dos galgos, na quinta adjacente ao Asilo Vila Madalena, o Chefe do Executivo e dois secretários visitaram o local. Os representantes da Companhia de Corridas de Galgos Macau e da organização que supervisiona o bem estar dos animais estiveram também presentes, a fim de se debruçarem sobre toda a problemática do realojamento. O Governo da RAEM também reiterou que os direitos e os interesses dos idosos do Asilo são a sua prioridade deste caso. À partida, a controvérsia sobre o realojamento chegará ao fim ainda esta semana. Desde que a instalação dos galgos na quinta não afecte os vizinhos idosos, os animais irão permanecer no local até estar terminado o processo da sua adopção, o que se prevê venha a acontecer num prazo de seis a oito meses. Caso este processo não tenha um final feliz, os cães regressarão ao Canídromo de Yat Yuen e os responsáveis serão penalizados por não terem tratado a tempo e horas do seu realojamento. Há ainda a salientar, que depois do processo de adopção estar concluído, a quinta não voltará a servir como local de cultivo porque o solo vai ser todo cimentado. Nessa altura, irá o Governo exigir que os responsáveis voltem a tornar o terreno arável?
José Navarro de Andrade h | Artes, Letras e IdeiasNão voltarás a Casablanca [dropcap style≠‘circle’]Q[/dropcap]ue se saiba nenhum dos participantes na conferência de Casablanca de 1943, reunindo Roosevelt, Churchill, De Gaulle e respectivos áulicos, fez menção ao Rick’s Café, onde seria suposto desenfadarem de noite dos imbróglios e subtilezas diplomáticas que os Aliados entre si enredavam de dia. Tê-lo-iam as autoridades encerrado depois de averiguado o assassinato do major Strasser? Terão Rick e Renault cumprido a intenção de incorporarem as forças da França livre em Brazzaville tal como os ouvimos combinar? Acerca disto resignemo-nos a uma perpétua ignorância. Certo e seguro é, contudo, que Rick e Ilsa nunca mais voltariam encontrar-se depois daquelas noites, em Dezembro de 41, de mortificante espera em Casablanca. Tal certeza tem inabalável base numa evidência. Se por acaso ou deliberação eles houvessem estado posteriormente juntos, fosse para caírem nos braços um do outro, ou para constatarem quão irremediável era a sua divergência, ou mesmo enquanto dois estranhos sem desejo de exumarem o passado; em qualquer das situações alguém teria filmado uma reunião tão querida e suspirada pelos milhões de corações românticos fendidos com o rasgo de virtude que separou Rick de Ilsa. E se não houve filme é indubitável não tenha havido reincidência. Após um intervalo de 20 anos voltei a ser convidado para casamentos, agora a título de parente dos pais dos noivos. Não arrisco encalhar na periférica “Mesa 19” do filme (que é parvo, mas fere) porque me destinam assento no respeitável quadrante dos tios, daqueles que têm idade para desfrutarem do copo-d’água sem se engasgarem nas dúvidas existenciais próprias de quem sente o futuro a pedir-lhes contas. Em contrapartida é usual os comensais destas mesas tomarem a oportunidade como óptima para mansamente se embriagarem, sem culpa nem ostentação. Assim aproveitam bem o espírito da boda dando largas à melancolia e, nos casos mais melindrosos, ao remorso, interpelando o seu próprio e longínquo matrimónio. Onde estariam àquela hora se em vez do vínculo que os conduziu ali se tivessem decidido por alguma das alternativas em seu tempo preteridas? Nada disto é proferido, claro, porque a ocasião é de alegria e alegria se deve exibir; é só um pathos latente e sigiloso, para não envenenar a festa. Afastei-me um pouco dos animados grupos que beberricavam sangria de frutos vermelhos (nome da moda de um xarope que rebuça vinho mau ou estraga vinho bom) à procura de um canto onde fumar. Ao lado do cinzeiro estacionava uma senhora encanecida e franzina, que evolava a classe indiscutível das avós insubmissas, das de gin em chávenas de chá, voz grave de timbre arranhado, clube de bridge, pele de muitos verões e cigarros finos de mentol. Duas ou três larachas de circunstância não eram trocadas quando desferiu à queima-roupa: – Tu és o Zé Navarro? – O artigo definido suscita sempre um certo alarme, que fiz por apaziguar com a ironia de uma frase feita de filme americano: – Quem pergunta por ele? – Sou a Quica… O passado equipara-se à má ficção, redigida por um escritor parcial e volúvel, incapaz de criar um nexo de causa e efeito naquilo que narra. Da Quica não me lembrava de nada a não ser da vivíssima memória que dela retivera: cenas fragmentadas, instantâneos soltos, expressões espontâneas, o contorno de uma silhueta esfumada, um par de cenários fixados pelo que neles aconteceu, roupa de inverno enrodilhada numa cadeira, um hálito. E estas nebulosas reminiscências de modo nenhum se vinculavam à pessoa diante de mim. – Reconheci-te pela voz. Na expressão dela, que há-de ter reflectido o meu pasmo, transpareceu a mais nua e desprevenida sinceridade. Através do estrago que o tempo trabalhara nas feições do outro, ambos tínhamos acabado de aferir a justa medida do nosso descalabro físico desde aqueles impetuosos e desprevenidos dias de prazimento na década de 80. Trocamos impressões durante um cigarro. Eram díspares e desfasadas as nossas entrecortadas recordações. O embaraço mútuo impediu de partilhar com aquela desconhecida a memória de peripécias e desenvolturas que decerto também ela guardava. À saída do banquete procurei-a para me despedir, mas não a vi mais. Ao contrário de Rick e Ilsa, a Quica e eu não fomos poupados ao desencanto com que a passagem do tempo conspurca o passado.
António de Castro Caeiro h | Artes, Letras e IdeiasVerões [dropcap style≠‘circle’]E[/dropcap]stes dias de calor abrandam o dia. Mesmo o vento nas ruas que lhe estão expostas é quente. Ou então não mexe uma palha. Percebe-se a lentidão dos gestos como uma tentativa de arrefecimento. O mais pequeno gesto convoca uma libertação energia. Apesar da inércia destila-se. O céu azul e as praias lotadas atestam a persistência do verão no outono. Outrora, havia um mundo vivido pelas férias grandes, início de anos lectivos, reencontros. Há quem nunca tivesse saído de anos escolares. Talvez só saia desse ritmo anual quem não tenha contacto com escolas, por não ter filhos. A pujança do verão impõe-se, ainda. Agora, pelas suas características meteorológicas. Ou alguém nos traz os verões passados. Os verões da infância eram cheios de noites de calor insones, antecipando manhãs de praia e sestas a seguir ao almoço. Os da juventude eram dias e noites sem amanhã, com os ruídos da idade, céu estrelado, romance, feliz ou infeliz, pequenos almoços nas padarias de um qualquer local e dias mal dormidos no parque de campismo ou, pior ainda, na praia. Também podia haver o resguardo. A antecipação de um ano lectivo particularmente exigente suscitava a leitura. As tardes desses verões passadas no campo ou na praia tinham o ritmo voraz das leituras, variavelmente feitas de pé ou deitados, gramática, poesia, romance. Acompanhada de café com limão e gelo lia-se a Crítica da Razão Pura de Kant a inventar as condições de possibilidade da experiência. Há os verões da doença de familiares. Há os verões com as mortes de familiares, no princípio, meio ou fim. Há mortes que se antecipam e outras, não. Esses verões são oceanos em que não se mergulha. Atravessa-se a estação sem estar nela. O alívio vem com as primeiras chuvas, os primeiros dias frios, quando se passa a usar a roupa de inverno e se arruma a roupa de verão. Delineia-se, contudo, sempre o mesmo verão, um verão que está inscrito em nós pelo universo, pelos dias grandes, pelo calor, pela luz. Ou talvez seja o próprio princípio, a própria ideia de princípio. O primeiro ano cósmico inculca-se-nos nas nossas cabeças. Não o esquecemos e não podemos lembrar-nos dele, vivido o tempo primordial como o tempo pré-natal, sem verdadeiramente cá estarmos. Mas essa inscrição lança-nos e projecta-nos para um futuro a haver numa outra possibilidade. E alguém aparece. Não é alguém em abstracto nem é geral. É alguém que tem ainda em si inscrito o verão e põe em prática ainda o da sua infância. É um verão de dias longos de praia, banhos atlânticos, travessias de rios, fins de tarde, jantares à conversa e, quando é noite, abraços e beijos. E se achássemos que tínhamos tido verões, afinal não os tínhamos tido. Foram verões só literários, ficções de possibilidades, atestados pelo que cremos ser os verões dos outros. Mas é possível que, tarde na vida, sem contar verdadeiramente com nada surja como uma brisa ou a leve corrente do rio a encher, um verão partilhado, na verdade, inaugurado por um outro aí comigo.
José Simões Morais h | Artes, Letras e IdeiasO IV Centenário celebrado em Shanghai [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] colónia portuguesa de Shanghai em 1898 conta para cima de oitocentos portugueses e prepara-se para realizar a sua primeira festa. Seria bom todos estarem de mãos dadas para a festa se realizar com o maior esplendor possível. “São dirigidos convites para se fazerem representar nos festejos, aos diplomatas que na ocasião se acharem em Shanghai, bem como aos representantes das diferentes colónias. Também às autoridades locais, aos conselhos municipais e forças de terra e mar, à imprensa local, a várias associações de comércio, indústria, ciência, instrução, religião, etc. e a diferentes escolas”. Com uma colorida descrição da festa o correspondente do Echo Macaense relata: “Muito antes de alvorecer o dia 17 de Maio de 1898, a maior parte dos portugueses já se achavam levantados. Uma grande multidão de senhoras e cavalheiros encheu a rua onde se acha actualmente o Consulado de Portugal, não obstante a grande chuva e muita trovoada que se fazia. Às 5 horas, uma banda de amadores nossos rompeu a sinfónica música de alvorada, subindo nessa ocasião girândolas de foguetes. Após pequena pausa tocaram o Hino da Carta [executado obrigatoriamente desde 1834 nas solenidades públicas, está ligado com a Carta Constitucional outorgada por D. Pedro IV]; a bandeira das sagradas quinas, devidamente encimada da flâmula, foi arvorada majestosamente entre hurras dos espectadores e confusão dos panchões. Depois os nossos músicos foram tomar café, oferecido pelo nosso digníssimo cônsul”. O Porvir refere ter sido “a bandeira portuguesa hasteada no consulado à alvorada, percorrendo em seguida uma banda de música de amadores portugueses as principais ruas de Hongkew [onde habitam portugueses] até ao Club de Recreio, tocando o hino nacional e o hino do centenário. A maior parte dos navios surtos no porto içaram a bandeira portuguesa, que se viu também flutuar nos estabelecimentos e casas dos principais negociantes e residentes”. “Não obstante as bátegas de água que caíram constantemente, as diferentes subcomissões não desanimaram, foram continuando com os diversos trabalhos e conseguiram assim cumprir à risca, e com muito brilhantismo, o programa. Só o Te Deum, se verificou às 4 horas do dia marcado, em vez de 5 horas e meia, como estava anunciado”, menciona o Echo. Está a Diocese de Shanghai nas mãos da Propaganda Fide. Continuando n’ O Porvir, “Na tarde do mesmo dia houve um solene Te Deum na igreja de St. Joseph na Concessão francesa, oficiando o reverendíssimo bispo Garnier e assistindo àquele acto religiosos muitas pessoas de todas as nacionalidades, notando-se entre elas sua Exa. Tsai Tantai e o seu secretário, o Sr. Cheng, magistrado do tribunal misto, todo o corpo diplomático e consular, os oficiais dos diferentes vasos de guerra surtos no porto, os voluntários e os bombeiros. Em seguida ao ofício divino, o reverendíssimo bispo Garnier tomou a palavra e usou dela enaltecendo a brilhante história de Portugal no passado, em termos eloquentíssimos e altamente penhorantes para nós. Embora esse passado já se tenha ido, é-nos todavia grato vermos um grande vulto eclesiástico da França, dessa França que é nossa irmã, e que deve ser sempre nossa amiga, prestar-lhe homenagem pública, reconhecer-lhe a primazia na espinhosa vereda da civilização. Isto chega a convencer-nos, a nós os portugueses, de que ainda não somos pequenos de todo, e que a grandeza do nosso glorioso passado histórico ainda se reflecte sobre nós. Trabalhamos para a civilização, buscamos o bem de todos, como podemos, e se um dia tivermos de morrer, a Humanidade nos faça o epitáfio que merecemos, e que pode ser, pouco mais ou menos o seguinte: “Aqui jaz Portugal, que, depois de ter dado ao Mundo novos mundos, só pequeno quinhão deles guardou para si. ETERNA GLÓRIA LHE SEJA FEITA.” Ao “bispo Garnier brindaram os nossos compatriotas luso-shanghaenses com um magnífico prie-Dieu, como amostra do seu reconhecimento”. Diz o Echo: “A Igreja de S. José, onde se celebrou o Te Deum, estava ricamente ornada, sobressaindo em vários pontos apropriados, as bandeiras das quinas. A bando dos amadores nossos estava presente, tocando os hinos da carta e de Vasco da Gama, entre e depois da função”. No Club de Recreio Após a cerimónia religiosa na Igreja de St. Joseph, todos foram para o Club de Recreio, onde houve uma recepção pelo “nosso ilustre e queridíssimo amigo Sr. Joaquim M. Travassos Valdez, digno e estimadíssimo cônsul-geral de Portugal em Shanghai”, segundo O Porvir. No Club de Recreio, reuniu-se “a nossa comunidade para se congratular com ele pelo fausto acontecimento que a pátria comemorava naquele dia. Usou da palavra o nosso distinto compatriota Sr. Adelino Diniz, fazendo uma primorosa resenha da História de Portugal, desde Afonso Henriques até quase aos nossos dias, evidenciando e apoteosando, com brilhante colorido os feitos dos nossos heróicos antepassados, e terminando com as seguintes palavras felizes: <Portugueses! Curvemo-nos perante a gigantesca figura da nossa histórica nacional! Honra e glória a Vasco da Gama! Viva Portugal! Viva El-Rei! Viva a família real! Viva o digníssimo representante de Portugal em Shanghai!>”. Segue o Echo Macaense, “O Sr. Adelino Diniz fez nesta ocasião um discurso apropriado, concluindo por pedir ao nosso digníssimo representante para transmitir o seguinte telegrama de congratulação”. Segundo O Porvir, “Depois disso foi entregue a sua Exa. para lhe dar o devido destino, o seguinte telegrama congratulatório da comunidade luso-shanghaense: <Ferreira d’ Amaral Comissão Vasco da Gama – Lisboa. Comissão de Shanghai congratula o Rei e a Nação pelo grande feito marítimo que tanto brilhantismo deu a Portugal>. O ilustre cônsul, possuído do ardor desse patriotismo que de há muitos anos lhe conhecemos, respondeu ao Sr. Diniz em termos adequados e dignos da ocasião”. Terminou o Sr. Valdez com calorosos vivas feitos aos conselhos municipais de Shanghai, à comunidade portuguesa e aos residentes de Shanghae, ao corpo diplomático e “ao exército e armada nacionais, se bem que só aquele, o exército no Model Settlement, o próprio sr. cônsul, o próprio Sr. Valdez, brioso oficial de cavalaria do exército do reino.” Continuando n’ O Porvir, “O edifício do consulado esteve iluminado com bonitos lampiões de cores, e lindamente decorado, tocando primeiramente a banda de música na sua frente, e depois nas frentes das casas de todos os portugueses que iluminaram as fachadas das suas residências em honra da ocasião”. Segundo o Echo Macaense “a municipalidade da Concessão francesa, pela sua parte, ornamentou e iluminou a avenida marginal. O resto da avenida até Hongkew também foi ornada e iluminada”. Iluminação que permanecerá nas noites seguintes de 18, 19 e 20 de Maio, e tal como no reino e colónias, os três primeiros desses dias de gala serão feriados depois do meio-dia e completo feriado no dia 20 de Maio. Apesar da chuva, o primeiro dia de festejos corre conforme o programa.
João Santos Filipe DesportoWuhan é o desafio que se segue para Rodolfo Ávila no CTCC O piloto local entra este fim-de-semana em acção na sexta ronda do Campeonato de Carros de Turismo da China e espera voltar a ter andamento para lutar pelos lugares da frente [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]pós conquistar a pole-position e um pódio no fim-de-semana passado, Rodolfo Ávila regressa às pistas este fim-de-semana em Wuhan, em prova a contar para a sexta ronda do Campeonato de Carros de Turismo da China (CTCC, em inglês). Numa altura em que ocupa o quarto lugar do campeonato a 50 pontos da liderança, ocupada por Ye Hong Li (KIA), o piloto do Volkswagen Lamando tem como principal objectivo ajudar a equipa amealhar pontos. “Neste campeonato os objectivos são diferentes. Claro que o título de pilotos também é importante mas o principal é o de construtores. É a prioridade para a equipa e neste momento já estamos um pouco atrasados. Por isso queremos acumular o máximo de pontos possível”, disse Rodolfo Ávila, ao HM. A VW está em segundo do campeonato com 179,5 pontos a 52,5 da líder KIA, com 232. Depois da participação de André Couto na ronda do fim-de-semana passado, em Wuhan, Ávila vai ter como colega de equipa Colin Turkington, o vencedor deste ano do Campeonato Britânico de Carros de Turismo (BTCC). Esta é uma estreia para o piloto da Grã-Bretanha. “Acho que temos tido um bom andamento e que podemos recuperar pontos. Nesta corrida voltamos a contar com pilotos de grande nível, como o Colin [Turkington] que vem correr com a VW. Não vai ser fácil mas vamos todos dar o nosso melhor”, acrescentou. Sobre o facto de no ano passado a VW ter sido campeã e este ano estar atrás da KIA, Ávila elogiou o trabalho do construtor adversário. “Houve equipas que estavam em desvantagem e investiram muito, principalmente a KIA, que fez mais testes e investiu mais no orçamento”, indicou. “Também no início do campeonato não contribuí muito com pontos devido a problemas técnicos no carro e porque tive alguns incidentes”, reconheceu. Atrás da vitória Ávila parte para esta ronda do campeonato depois de ter sido o piloto mais rápido nas sessões de qualificação das duas rondas anteriores. Por este motivo, é normal que o local tenha a vitória no pensamento, porém reconhece que a tarefa não vai ser fácil. “Sinto que a vitória está próxima e é um dos meus objectivos. Mas é sempre um bocado complicado porque o nosso carro não é o mais forte nos arranques e este ano também não tenho tido muita sorte”, afirmou. Já em relação ao traçado de Wuhan, o piloto destacou o investimento do ano passado para este: “É uma pista bastante engraçada. Do ano passado para este sofreu algumas alterações e está mais longa. Se não estou em erro foi acrescentado quase um quilómetro o que criou uma recta longa extra, em relação ao ano passado”, apontou. “Mas dá para ver que há uma diferença enorme, houve um investimento em infra-estruturas e no asfalto”, frisou.
Diana do Mar EventosJoão Miguel Barros vence prémio internacional de fotografia [dropcap style≠‘circle’]J[/dropcap]oão Miguel Barros foi distinguido no International Photography Awards 2018, conquistando o primeiro lugar na categoria de desporto dedicada a fotógrafos não profissionais, com o trabalho “Blood, Sweat and Tears” (“Sangue, suor e lágrimas”). O conjunto encontra-se dividido em duas partes. O primeiro retrata momentos intensos de um combate de boxe entre o pugilista chinês Fanlong Meng e o ganês Emmanuel Omari Danso, a que assistiu, em Macau, há um ano; enquanto o segundo versa sobre os treinos de Emmanuel Danso, os seus companheiros de sonho e os lugares onde acontecem. Advogado de profissão em Macau, João Miguel Barros, que foi co-director da revista de cultura e artes visuais SEMA (1979-1982) começou recentemente a expor os seus trabalhos fotográficos, tendo publicado o livro de fotografia “Between Gaze and Hallucination” (2017). É ainda curador freelancer na área da fotografia contemporânea.
Andreia Sofia Silva EventosVera Paz fotografou “As Noivas de São Lázaro” [dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]hama-se “As Noivas de São Lázaro” e é a exposição que marca a estreia da actriz Vera Paz na área da fotografia. Mas é também um exercício de olhar a realidade de uma outra forma, neste caso as sessões fotográficas que habitualmente os casais chineses fazem antes de casar, com diversas poses e vestidos. Ao HM, Vera Paz contou que viu, pela primeira vez, um casal a tirar fotografias deste género em 2015, em Kowloon, Hong Kong. “Este projecto surgiu de um acaso. Uma vez fui a Hong Kong em 2015, quando cheguei, estava em Kowloon à noite e no meio de uma passadeira estava um casal. Ela estava vestida de amarelo e parecia saída dos anos 50, e tinha uma flor na cabeça. Estavam no meio do trânsito e daquele caos e eu pensei ‘o que é que estas almas estão aqui a fazer’. Estavam a ser fotografados para o seu álbum de noivado. Primeiro pensei que fosse uma cena de cinema, mas não.” O facto de Vera Paz trabalhar no Albergue SCM levou-a a retratar a realidade das fotografias de casamento com um maior foco no bairro de São Lázaro. “Comecei a trabalhar aqui em 2015 e nas minhas idas e vindas aqui no bairro comecei a ver as noivas a serem fotografadas. Decidi fotografá-las também porque tudo aquilo me parecia saído de um filme. Elas produzem-se para essas fotografias e é como se fossem personagens. Para mim elas eram personagens, nunca olhei para elas como noivas.” Vera foi fotografando nos últimos quatro anos com o seu iPhone, sem ter pretensões de ser considerada uma fotógrafa. Mostrar ao público 30 das muitas imagens que captou nos últimos quatro anos acabou se revelar algo natural. “Foi um acaso, isto aconteceu-me. É o meu olhar sobre este bairro, que é único aqui em Macau, e na China, pois tem muitas influências cruzadas, é um cenário vivo. Não penso continuar a fotografar noivas, porque gosto é de fotografar pessoas, e Macau é muito rico em pessoas.” Mais do que um baile A exposição, que estará patente no Albergue SCM entre os dias 10 e 24 de Outubro, será mais do que um salão de baile. Vera Paz decidiu ir buscar várias referências, inclusivamente musicais, para criar aquilo a que chama de instalação. “Nunca pensei no álbum de casamento. Pensei que existe sempre o baile [num casamento], então decidi criar uma banda sonora. Decidi pôr temas que vão desde os anos 50 até aos nossos dias, com várias referências, como Edith Piaf a Jacques Brel, portugueses, italianos. Mas depois pensei que não era apenas o baile, mas a questão do cinema e da eternidade, do que projectamos para sempre, isto porque quando as pessoas se casam acreditam que aquele momento é para sempre. É interdisciplinar, não consegui conceber aquilo apenas como uma exposição.” Para Vera Paz, as sessões fotográficas dos casais representam uma encenação, pelo que ela decidiu captar o outro lado. “Comecei a fotografar as poses, mas estas eram quase sempre as mesmas, então às tantas começou a interessar-me o que acontecia entre as poses, entre aquela encenação. Passei a olhar para os momentos em que aconteciam coisas de verdade, a realidade, o que acontecia nos fragmentos. As poses são muito anti-natura, muito estáticas, as pessoas quase nem respiram.” “As Noivas de São Lázaro” surge também porque Vera Paz nunca viu no território o retrato fotográfico desta realidade. Mas constitui também uma elegia a São Lázaro. “Acho que é um bairro um bocado esquecido, apesar de fazer parte do percurso histórico. Acho que poderia ter vida e não tem. Gostava que fosse conhecido de outra forma. Acho que as fotografias merecem ser vistas, é uma realidade plástica e nunca vi uma exposição deste género”, concluiu.
Andreia Sofia Silva EventosD’As Entranhas apresenta espectáculo em Novembro É na pensão San Va, lugar onde filmou Wong Kar Wai, que será apresentada, em Novembro, a peça de teatro “Vale de Bonecas” que o colectivo d’As Entranhas apresentou em Lisboa em 2014. São histórias de mulheres depois dos 40 anos e, sobretudo, depois do beijo que selou o casamento com o dito príncipe encantado [dropcap style≠‘circle’]T[/dropcap]odos viram personagens de filmes de animação como a Branca de Neve ou a Bela Adormecida encontrarem os seus príncipes encantados, mas poucos sabem como ficou a sua vida depois do casamento e do beijo que selou o “e foram felizes para sempre”. É essa a história, transposta para a vida real, que o colectivo teatral d’As Entranhas vai mostrar em Novembro, na pensão San Va. Trata-se de uma iniciativa da companhia teatral portuguesa, criada em 1999, e que desde 2015 existe em Macau, pela mão da sua fundadora e também actriz, Vera Paz. “Vale das Bonecas” é o nome da peça que já esteve em cena em Lisboa, no Teatro Turim, em 2014. Vera Paz contou ao HM o processo de adaptação de uma encenação diferente das outras. “Esta peça conta a história de quatro mulheres depois dos 40 anos, a partir de quatro personagens da Disney. Vai ser na pensão San Va, por ter um cenário que serve os propósitos deste espectáculo, porque sai um pouco do âmbito tradicional”, contou. “As actrizes estão fechadas, interpretam monólogos de 20 minutos, e o público é que roda à volta delas. Temos a Branca de Neve, Cinderela, Bela Adormecida e a Bela e o Monstro, mas a peça não tem a ver com essas personagens, tem a ver com a vida delas depois do beijo, do final feliz. Abordamos o que aconteceu com aquelas mulheres”, acrescentou Vera Paz. Em Lisboa, o espectáculo aconteceu num centro comercial, pelo que haverá ligeiras adaptações quando a peça acontecer na histórica pensão. “Elas estavam fechadas nas lojas e tinham as suas casas lá dentro, e as pessoas rodavam. Aqui em Macau vamos transpor esta realidade para o universo da pensão. O D’Entranhas trabalha muito com esta dramaturgia experimental e esta relação muito directa com o público, e isso vai manter-se aqui.” Vera Paz acrescenta que “vão ser feitas adaptações de fundo só porque o espaço físico é diferente, mas o conceito é o mesmo”. Desafios do palco Em Macau desde 2015, Vera Paz tem tentado realizar produções teatrais no território, mas tudo tem estado parado, à excepção de uma presença no festival literário Rota das Letras no ano passado. “É um desafio diário. Quando vim para Macau tive uma fase em que não aconteceu nada, mas não consigo não fazer. Vou trazer agora este espectáculo e tentar fazer uma produção. Gostaria de integrar actores locais, mas acho que as comunidades vivem de costas voltadas, às vezes parece que não se encontrem. Há falta de comunicação.” A questão da língua faz com que a peça “Vale das Bonecas” seja apenas em português. Contudo, Vera Paz acredita que há lugar para os não falantes da língua, por se tratar de um espectáculo com uma grande componente estética. “Tenho muita pena mas era difícil passar os monólogos para chinês. Plasticamente é um espectáculo muito rico e com uma proximidade muito intensa. Gostava que fosse possível ao público chinês ver e perceber. Trabalhamos muito com estas linhas e espaços não convencionais, alternativos.” “Gostava de continuar a fazer esse trabalho criativo aqui em Macau, com a comunidade também, embora a língua seja uma barreira. Se não for teatro físico a palavra pode ser uma barreira”, concluiu a actriz e fundadora do grupo.
Hoje Macau China / ÁsiaRepresentantes da Coreia do Sul visitam Pyongyang Uma comissão sul-coreana com mais de 160 membros está desde ontem em Pyongyang para celebrar o histórico encontro dos dois líderes coreanos em 2017 [dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap] ma delegação da Coreia do Sul iniciou ontem uma visita de três dias a Pyongyang para comemorar a histórica cimeira realizada entre os dois vizinhos em 2017, em mais um passo de reaproximação dos dois países. A delegação sul-coreana é chefiada pelo ministro da Unificação da Coreia do Sul, Cho Myoung-gyon e é composta por cerca de 160 pessoas. Na sexta-feira, a delegação vai participar na cerimónia de comemoração da segunda cimeira da história entre os dois países, onde o ex-líder da Coreia do Norte, Kim Jong-il, recebeu o Presidente sul-coreano Roh Moo-hyun. É esperado ainda que o ministro da Unificação da Coreia do Sul tenha um encontro com o seu homólogo norte-coreano, para discutirem a implementação do acordo assinado entre os dois países em meados de Setembro. O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, assinaram em meados de Setembro uma declaração conjunta, que poderá ser importante para o futuro diálogo sobre a desnuclearização da península, entre Pyongyang e Washington. Durante a cimeira, que durou três dias, os ministros da Defesa das duas Coreias, que tecnicamente continuam em guerra, assinaram ainda um histórico acordo militar, que reduz a possibilidade de se produzirem choques fronteiriços entre os respectivos exércitos. Na declaração conjunta, Kim jong-un prometeu visitar Seul “num futuro próximo”, o que a acontecer tornará Kim no primeiro líder norte-coreano a visitar a capital da Coreia do Sul desde que a península foi dividida em Norte e Sul no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. O falecido pai de Kim, Kim Jong-il, prometeu fazê-lo quando líderes sul-coreanos o visitaram em Pyongyang, em 2000 e 2007, mas a viagem a Seul nunca aconteceu. Amigo americano No próximo domingo é a vez do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, deslocar-se Pyongyang e encontrar-se com o líder Kim Jong-un para tentar acelerar o processo de desnuclearização do regime de Pyongyang. Pyongyang já advertiu Washington que uma eventual declaração de fim da Guerra da Coreia não pode ser moeda de troca nas negociações sobre desnuclearização, mas o fim das sanções ao país poderá ser um passo nesse sentido. Se Washington pretende progressos na desnuclearização norte-coreana deve suspender as sanções, declarou na terça-feira a agência de notícias norte-coreana. Os Estados Unidos recusaram categoricamente até agora qualquer alívio das sanções internacionais. Washington quer primeiro ver o fim da desnuclearização da península e que esta seja verificada de forma independente. A Guerra da Coreia (1950-53) terminou com a assinatura de um armistício, mas nunca foi assinado um tratado de paz, por isso os dois países continuam tecnicamente em guerra.
Hoje Macau China / ÁsiaInteresse da China por África despertou as outras potências Ahmed Ouyahia, de visita a Lisboa para participar na V Cimeira Luso-Argelina, salientou o papel da China no desenvolvimento económico do continente africano. [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro argelino afirmou ontem, em Lisboa, que o interesse da China por África criou “dinâmica económica” e despertou o interesse da Europa e de outros continentes para uma região anteriormente pouco apelativa. A China já tem uma presença “substancial” na Argélia, em sectores como a construção e o desenvolvimento económico e o país magrebino é signatário do memorando de entendimento relativo à nova Rota da Seda, a ambiciosa iniciativa chinesa de infraestruturas de transportes para facilitar o comércio entre Ásia, Europa e África, lançada pelo Presidente Xi Jinping. “Pensamos que a África ganhou muito com isto. Antes dos chineses terem chegado, com a sua ajuda, o seu interesse pelas matérias-primas (…) muitas outras regiões desenvolvidas do mundo olhavam para África com pouco interesse”, disse, em entrevista à Lusa, Ahmed Ouyahia, que ontem visitou Portugal, no âmbito da V Cimeira Luso-Argelina. “No nosso caso, somos um país possuidor de alguns recursos próprios como o petróleo, os chineses têm vindo trabalhar, fazemos contratos e pagamos no fim. Noutros países africanos, têm ajudado África a desenvolver-se com recurso ao crédito e comprando matérias primas. Desde que a China esta cá [África], criou uma dinâmica, importante para este continente e para o resto do mundo”, sublinhou o governante argelino. Bons parceiros A China apoiou a revolução argelina contra a França, da qual resultou, há 56 anos, a independência da Argélia, e é actualmente o seu principal parceiro económico. A cooperação económica, concretizada em 13 acordos em diversas áreas, foi um dos principais temas do encontro que Ahmed Ouyahia teve ontem com o seu homólogo António Costa, mas os dois governos comprometeram-se também a reforçar a cooperação policial e aprofundar os mecanismos de prevenção e combate à criminalidade organizada e terrorismo. “Uma ameaça que existe em todos os países”, lembrou o primeiro-ministro argelino, mas que “a Argélia praticamente conseguiu acabar” após 15 anos de luta. Questionado sobre as migrações, outro tema que tem dominado a agenda política europeia, disse que Portugal e Argélia têm uma visão convergente sobre o assunto. “O problema não é levantar muros, é de gerir e resolver as suas razões [das migrações]”, salientou o primeiro-ministro argelino, acrescentando que o tema do desenvolvimento tem estado ausente na análise deste problema.
Hoje Macau SociedadeJorge Neto Valente vai recandidatar-se à AAM [dropcap style≠‘circle’]J[/dropcap] orge Neto Valente, actual presidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM), deverá recandidatar-se à presidência da associação, bem como os restantes corpos dirigentes, anunciou ontem José Rocha Diniz, administrador do Jornal Tribuna de Macau, no habitual espaço de comentário de que dispõe na TDM. O HM tentou confirmar a notícia junto do próprio Jorge Neto Valente, mas até ao fecho da edição não foi possível estabelecer contacto. Até ao momento, apenas o advogado Sérgio de Almeida Correia mostrou intenções de formalizar uma lista para as eleições que decorrem entre os dias 1 e 15 de Dezembro deste ano.
João Santos Filipe SociedadeO MP aceita derrota no caso contra Jason Chao em que acusava o activista de difamar Wang Jianwei [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Ministério Público (MP) atirou a toalha ao chão e aceitou a derrota no caso movido contra o activista Jason Chao por difamação ao professor da Universidade de Macau (UM) Wang Jianwei. Em causa estavam três artigos publicado na página do Facebook da plataforma Macau Concealers, ligada à Associação Novo Macau, entre o final de 2014 e o início de 2015. A decisão do Tribunal Judicial de Base (TJB) foi tomada no dia 6 de Setembro, o que significa que o prazo legal para interpor recurso já foi ultrapassado. Até ontem Jason Chao ainda não tinha sido notificado de qualquer recurso, facto que fez com que o activista desse o caso por encerrado. “Já passaram os 20 dias que havia para interpor o recurso, por isso se tivesse havido uma decisão de fazer o processo subir para o Tribunal de Segunda Instância eu já teria sido informado. É seguro dizer, nesta altura, que Wang aceitou a decisão do tribunal”, afirmou Jason Chao, ao HM. O HM contactou o MP para confirmar a informação e perceber as razões que levaram o organismo a aceitar a derrota. Contudo, até ao fecho da edição de ontem, não houve qualquer resposta. Segundo Wang, também ele não podia recorrer, uma vez que não foi constituído como assistente. “Uma vez que o caso foi iniciado pelo MP, eram eles que tinham de recorrer. Como não estou constituído como assistente, não posso recorrer. Mas, pessoalmente, não concordo com a decisão”, afirmou Wang Jianwei, ao HM. Leitura semelhante foi feita por Jason Chao: “Como o Wang nem sequer foi constituído como assistente, nem teve acesso imediato à sentença, já para não mencionar o direito de recorrer da decisão”, explicou o activista. Acusação insuficiente Na altura da leitura da sentença, a juíza Chao Im Peng referiu que a acusação carecia de força probatória. No que diz respeito à acusação, ficou demonstrado que um dos artigos que o MP atribuía ao portal Macau Concealers era apenas a partilha de uma peça jornalística escrita por um outro jornal de Macau. “A acusação carece de provas sobre os autores dos artigos publicados e sobre as responsabilidades nos três artigos de Jason Chao, no que diz respeito à verificação dos factos, assim como à sua publicação”, consta na sentença, lida pela juíza Chao Im Peng, no passado dia 6 de Setembro. “O tribunal entende que as provas apresentadas são insuficientes para condenar o arguido”, foi acrescentado
Hoje Macau SociedadeIniciadas obras de reconstrução do prédio Sin Fong Garden [dropcap style≠‘circle’]R[/dropcap]ealizou-se ontem a cerimónia de início das obras do edifício Sin Fong Garden. A reconstrução vai demorar dois anos e meio, sendo um dos anos dedicado à demolição. Segundo a TDM, a reconstrução vai seguir a planta original. O prédio, que vai manter 30 andares, vai ter 144 apartamentos e 48 lugares de estacionamento, bem como um espaço comercial. Os problemas no edifício Sin Fong foram conhecidos em Outubro de 2012, quando foram detectadas fissuras em pilares do segundo piso tendo sido ordenada a evacuação do edifício perante o perigo de derrocada, deixando mais de 100 proprietários impedidos de usufruírem das suas casas.
Diana do Mar SociedadeAnima entrega hoje carta ao IACM a pedir adopção de galgos A Anima vai entregar hoje uma carta a pedir a adopção dos galgos, após o acordo da Yat Yuen, desde que satisfeitas duas condições: os animais ficam no Canídromo e a Yat Yuen assegura os custos durante um ano. Um cenário que estará em risco no caso de o IACM decidir multar a empresa por abandono [dropcap style≠‘circle’]É[/dropcap] numa resposta positiva à carta que vai entregar hoje ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) que recai a derradeira esperança da Anima – Sociedade Protectora dos Animais relativamente à situação dos galgos. Segundo o presidente da Anima, Albano Martins, a proposta, constante da missiva, figura como “a solução mais airosa de todas” e permitirá pôr termo a uma “guerra esquisita” envolvendo “questões de face”. “Amanhã [hoje] vai seguir uma carta da Anima a pedir a adopção dos animais. A solução, que acho que é a única, tem já acordo da Yat Yuen”, afirmou Albano Martins ao HM. À luz do proposto, “a Anima assume a responsabilidade de todos os animais” desde que “satisfeitas duas condições”: os mais de 500 animais mantêm-se no Canídromo e a Yat Yuen assegura os custos durante um ano. Albano Martins duvida, porém, que a empresa do universo da STDM esteja disponível para arcar com as despesas se o IACM a obrigar a pagar uma outra factura, ou seja, uma multa entre 20 mil a 100 mil patacas por cada animal por abandono. Esse é, contudo, o cenário mais provável a avaliar pelas declarações do presidente do IACM, José Tavares, que reconheceu ser difícil concretizar, até sábado, a transferência dos animais do Canídromo para o terreno na Cordoaria, em Coloane, e deu também a entender que não há margem para alargar o prazo. Isto porque a Yat Yuen foi impedida de mover os galgos do Canídromo por ter falhado as exigências do Governo ao nível do isolamento de som das instalações, que ficam paredes meias com o Asilo Vila Madalena. “Eu não sei exactamente o que está a acontecer neste momento. A única coisa que sei é que não há luz verde para qualquer animal ser transferido para a Cordoaria. Portanto, deduzo que o IACM se prepara para multar a Yat Yuen e que os animais vão ficar no Canídromo” à sua responsabilidade, afirmou Albano Martins, indicando que “a Anima deixou de dialogar com o IACM depois de essa guerra entre o IACM e a Yat Yuen se ter intensificado”. “A Anima saiu fora desse campeonato. Aguardamos que haja uma decisão sensata que, claro, tem de vir do IACM e só depois é que nós entramos. Estamos à espera de saber qual é o destino que se vai dar aos animais”, apontou Albano Martins. Para o presidente da Anima, caso a Yat Yuen seja penalizada com as pesadas multas previstas e os animais fiquem no Canídromo à guarda do IACM emerge a pergunta: “Como é que se vão adoptar os animais e quem vai pagar a factura?”. “O Governo vai financiar uma operação que vai custar dezenas de milhões de patacas?”, insistiu, lembrando o discurso oficial de que “os dinheiros públicos não são para mexer”. Posto isto, uma coisa é certa para Albano Martins: “A Anima não fará parte de uma decisão que seja desastrosa”. “A Anima só irá auxiliar os animais se houver uma solução viável do ponto de vista financeiro e do trabalho. Não vamos para a frente de olhos vendados tentar salvar animais quando não temos condições para isso. O IACM cortou-nos as condições, nem fala connosco, só com a Yat Yuen, portanto, deduzo que estamos fora dessa parada”, sublinhou. Até aos tribunais O problema pode ser ainda mais complexo, adverte Albano Martins: “Se o IACM multar a Yat Yuen o que vai acontecer é muito simples: a Yat Yuen vai recorrer aos tribunais e os animais vão ficar pendurados – não vão ser nem da Yat Yuen nem do Governo até que saia uma decisão da justiça”. A Albano Martins preocupa apenas os animais. “Questões de dinheiro é com a Yat Yuen, questões de face é com o IACM – eles que façam o que entenderem. A única coisa que me preocupa são os animais. Se o caso for para tribunal [os galgos] não podem ir para lado nenhum”, realçou. Olhando para as sucessivas reviravoltas que têm acontecido desde que o Canídromo fechou portas, o presidente da Anima fala de um “processo numa terra que está habituada a não tomar decisões”. “Isto não é decisão nenhuma: como diz um amigo meu chinês é chutar para fora das quatro linhas – nem para a frente, nem para trás, nem para o lado”. “Ninguém do Governo está a querer resolver o problema de forma responsável e saudável porque o que está em causa é uma solução para os animais”.
Hoje Macau SociedadeDadores de sangue premiados hoje [dropcap style≠‘circle’]R[/dropcap]ealiza-se hoje, pelas 18h30, a cerimónia de atribuição de prémios aos dadores de sangue – 2018. Serão distinguidos os dadores de sangue que, até ao final do ano passado, deram sangue por 10 vezes ou em múltiplos de cinco, num total de 1017 pessoas. Serão atribuídas taças e prémios de honra aos dadores de sangue que já doaram 25, 30, 40, 50 e sucessivamente até 130 vezes. Estarão também presentes representantes de 56 escolas, instituições e associações, indicaram os Serviços de Saúde em comunicado.
Hoje Macau SociedadeIPOR quer reforçar língua portuguesa na Tailândia e no Vietname [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] novo director do Instituto Português do Oriente (IPOR), em Macau, disse ontem à Lusa que vai reforçar a colaboração com o Vietname e a Tailândia, países onde a procura da língua portuguesa está a aumentar a passos largos. Aprofundar a colaboração com os “pontos de rede” do Sudeste Asiático e dar resposta a esse aumento da procura pelo ensino do português são os principais objectivos de Joaquim Coelho Ramos, que sucedeu em Setembro a João Laurentino Neves, responsável pela entidade nos últimos seis anos. Entre os principais “pontos de rede” onde vai apostar numa “linha de intervenção”, o novo director do IPOR destacou o Vietname e a Tailândia, mas sem descartar Austrália e Timor-Leste. Só no espaço de um ano, o IPOR deu formação, através de cursos gerais ou específicos, a cerca de cinco mil alunos, um “número que tem vindo sempre a aumentar”, frisou Joaquim Coelho Ramos. No Vietname, em particular, o responsável realçou a existência de novos projectos especiais e de escolas privadas para dar resposta à procura da aprendizagem da língua. “Penso que há uma aproximação muito grande entre o Oriente e aquilo que é hoje a CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], um projecto que está a crescer internacionalmente e a definir aquilo que são os seus objectivos, não só na área da cultura, da língua naturalmente, mas também na economia”, disse. O português é, por isso, “um despertar natural, porque, ao fim e ao cabo, é um instrumento de aproximação às áreas geográfica, geopolítica e de mercado”, disse. Joaquim Coelho Ramos mostrou-se ainda entusiasmado com o reforço de uma “diplomacia cultural”, prioridade definida pelo novo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Paulo Cunha Alves, durante um encontro com jornalistas na quarta-feira. “Vejo isso com grande entusiasmo. A ideia é articularmos esse trabalho” da diplomacia cultural, afirmou.
João Santos Filipe SociedadeConhecimento de línguas vantajoso para alunos de Macau Os vogais do Conselho de Juventude acreditam que a capacidade dos alunos locais para dominarem o inglês e o português pode fazer a diferença na altura de competir com os compatriotas da Grande Baía. O ensino das duas línguas pode sair reforçado nas próximas LAG [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] conhecimento do inglês e do português é considerado como uma das vantagem dos jovens de Macau face aos alunos das outras cidades da Grande Baía. O ponto de vista esteve ontem em discussão durante o Conselho de Juventude, que teve lugar no edifício da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) e poderá ser reforçado nas próximas Linhas de Acção Governativa (LAG). “Houve membros da comissão que sublinharam o facto dos jovens terem uma capacidade superior no domínio das línguas inglesa e portuguesa”, começou por explicar Wong Ka Ki, Chefe da Divisão de Formação e Apoio ao Associativismo Juvenil da DSEJ. Contudo, quando questionado sobre o facto de grande parte dos jovens não dominarem as línguas mencionadas, Wong apontou que existe a possibilidade de ser uma das prioridades para a área da educação nas próximas LAG. “Há vogais que acham que as línguas são uma das vantagens e que se deve ajustar as LAG para reforçar essa aposta. Foi uma questão colocada e que pode ser apresentada no próximo ano”, acrescentou. Na reunião participaram também o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, e o director da DSEJ, Lou Pak Sang. Segundo Wong, Alexis Tam mostrou-se aberto à possibilidade de reforçar a aposta no ensino destas línguas. “Ele reconheceu a importância. Disse que era uma boa iniciativa para as LAG, até porque dá muita importância à promoção da cultura dos jovens”, vincou. Ainda no que diz respeito às vantagens e perspectivas futuras dos mais novos, os membros da DSEJ foram parcos em palavras, mas Chan Iok Wai, Chefe do Departamento da Juventude da DSEJ, disse que as escolas locais vão visitar as cidades que, além de Macau e Hong Kong, incluem Dongguan, Foshan, Guangzhou, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai. Segundo Chan, que com as visitas de estudo os jovens vão conseguir perceber os pontos em que terão de melhorar para se manterem competitivos no âmbito do projecto nacional. Apoios às escolas Na reunião foram ainda abordados os materiais distribuídos às escolas no seio do ensino sobre as catástrofes naturais. Na conferência de imprensa foram prometidos apoios para as escolas que sofreram danos causados pelo tufão Mangkhut. Também ontem, Alexis Tam entregou os Prémios Juventude 2017. A Associação Voluntária de Jovens de Macau com Habilidade Artística, a Associação de Shaoguan de Macau e a Associação Geral de Estudantes de Chong Wa de Macau foram distinguidas com os Prémios Actividades Juvenis. A rede de Serviços Juvenis Bosco, a Associação Geral de Estudantes de Chong Wa de Macau e a Associação de Juniores de Hou Kong receberam os Prémios Educação Cívica.
Andreia Sofia Silva PolíticaGPDP exige clarificação dos objectivos do registo de comunicações [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Gabinete de Protecção dos Dados Pessoais (GPDP) emitiu ontem um comunicado onde esclarece alguns conteúdos do parecer relativo ao regime jurídico da intercepção e protecção de comunicações, enviado ao gabinete do secretário para a Segurança, e que continua sem tradução para português. O comunicado dá conta que, apesar de haver uma concordância com a implementação do diploma, o GPDP recomenda que a lei deve “regulamentar claramente as finalidades de utilização dos registos de comunicações”. É também pedido que sejam claras “as regras de utilização de registos de comunicações”, tendo como referência “os artigos 159 e 162 do Código do Processo Penal, para oferecer diferentes esquemas de autorização para discussão pública”. O novo regime jurídico deve também “regulamentar claramente os princípios para o tratamento de ficheiros de dados pelos operadores”. Além disso, o GPDP pede também que lhe sejam atribuídos mais poderes neste âmbito. “Recomendamos que sejam atribuídas ao GPDP as competências relacionadas com a fiscalização do cumprimento do dever de conservação de registos de comunicações pelos operadores, definido pelo regime jurídico”. Há legitimidade No seu parecer jurídico, o GPDP defende também que “a legitimidade, adequação e especificação do processo de intercepção [de comunicações] são suficientes” e que “o novo regime jurídico não envolve a vigilância e intercepção de comunicações em larga escala e não direccionada”. Por esse motivo, “não é necessário acrescentar regulamentos no regime jurídico para que os serviços que aplicam a lei possam usar esses métodos para interceptar as comunicações”. No que diz respeito à conservação dos registos de comunicação, a proposta de lei contém disposições que “não envolvem o conteúdo, pelo que podem cumprir as garantias originais”. Ainda assim, o GPDP acredita que “é necessário desenvolver regras de utilização de forma explícita”. Estes registos podem ser mantidos pelas autoridades pelo período de um ano, questão sobre a qual o GPDP não levanta qualquer objecção.
Victor Ng PolíticaNg Kuok Cheong e Au Kam San propõem debate no hemiciclo sobre o metro Os dois deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San lançam em conjunto um debate na Assembleia Legislativa (AL). Em causa estão os vários problemas que apareceram ligados ao metro ligeiro como a derrapagem orçamental, o atraso nas obras e os prejuízos no funcionamento. [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s deputados pró-democratas Ng Kuok Cheong e Au Kam San entendem que apesar do Metro Ligeiro ser um projecto no qual foi investida uma avultada soma de dinheiro oriunda dos cofres públicos, ao longo dos anos os problemas que foram surgindo também foram muitos. Na nota justificativa de debate, os deputados recordam que em 2007 o Governo planeava investir 4,2 mil milhões patacas para a construção do Metro Ligeiro. Em 2009, o custo do projecto já tinha sido aumentado para 7,5 mil milhões e o Governo garantiu a entrada em funcionamento da primeira fase do transporte ferroviário em 2015. Entretanto, com o Chefe do Executivo a anunciar em 2013 a mudança na linha da ZAPE o arranque das operações da primeira fase foi adiado até 2018. Ainda assim, os proponentes do debate recordam que até agora não começou nenhuma obra na península de Macau. Os dois deputados duvidam da eficiência económica do Metro Ligeiro e consideram que o projecto vai continuar a desperdiçar os subsídios, uma vez que a projecção de custos não tem parado de subir e apenas se foca ainda no segmento da Taipa. “Se o sistema do Metro Ligeiro não está estendido à península de Macau, vai tornar-se num projecto que conta com subsídios mas sem eficiência”, lê-se na nota. Tendo em conta o recente relatório do Comissariado de Auditoria (CA), os deputados estão preocupados com o desperdício contínuo de dinheiro dos cofres públicos e com a confusão nas obras para o Metro Ligeiro. Como tal, os dois legisladores defendem que o Governo reveja minuciosamente o sistema de transporte público e responda às questões como à sua eficiência económica, o calendário para a extensão à península de Macau para atenuar a pressão do trânsito, a tolerância aos atrasos nas obras e a falta de controlo do orçamento. A lei de Nick O presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau, Nick Lei, critica o facto de terem passado muitos anos sem haver uma data para a conclusão das obras do Metro Ligeiro. Em declarações ao Jornal do Cidadão, o dirigente associativo mostrou reservas quanto à viabilidade do projecto e questionou se valeria a pena gastar um valor muito elevado para melhorar o trânsito local, salientado que é preciso ter em conta o factor de eficiência económica. Face à opinião que exige suspensão de avanço do Metro Ligeiro, Nick Lei considera que não há informação suficiente para a sociedade discutir o assunto. Para isso, o presidente pede que o Governo divulgue as despesas da construção de cada linha e o planeamento.
Hoje Macau PolíticaComissariado de Auditoria em encontro da Organização das Instituições Superiores de Controlo da CPLP [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Comissário da Auditoria, Ho Veng On, participou, na qualidade de observador, na X Assembleia-Geral da Organização das Instituições Superiores de Controlo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (OISC/CPLP) que decorreu em Díli, entre 26 e 28 de Setembro. O impacto da colaboração das instituições públicas e privadas na melhoria dos trabalhos das instituições superiores de controle figurou como o tema central do evento, de acordo com um comunicado divulgado ontem pelo organismo. No texto que apresentou, Ho Veng On destacou que o Comissariado da Auditoria tem vindo a promover a boa governação dos recursos financeiros públicos nomeadamente através da realização de auditorias aos serviços e organismos públicos tidas por oportunas para ajuizar sobre a eficácia, economia e eficiência dos programas ou dos investimentos públicos de grande dimensão, segundo a mesma nota.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHotel Estoril: Scott Chiang e Alin Lam condenados ao som da “Sinfonia da Retaliação” O ex-presidente da Novo Macau denuncia a existência de um movimento de perseguição política às vozes dissonantes e frisa que os agentes policiais ouvidos em tribunal confessaram que queriam deter as pessoas que afixaram a faixa contra Alexis Tam no ex-hotel de Stanley Ho [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap]s activistas ligados à Novo Macau Scott Chiang e Alin Lam foram ontem condenados pela prática do crime de “introdução em lugar vedado ao público” e vão ter de pagar multas de 3 mil patacas e 4,5 mil patacas, respectivamente. Em causa está a entrada de ambos no Hotel Estoril, a 11 de Agosto de 2016, quando decorria o Festival de Mestre de Wushu, e colocaram uma faixa no edifício a acusar Alexis Tam de ser um assassino do património local. “Os dois arguidos alegaram que não sabiam que era proibido entrar no edifício. Na visão do tribunal, o Hotel Estoril é gerido pelo Instituto Cultural (IC) e vedado do exterior. Por isso, as afirmações de que não sabiam da existência de uma proibição de entrada são desconfiáveis”, leu a juíza Leong Fong Meng. “Os dois arguidos sabiam claramente que o acto podia resultar em sanções nos termos legais e por isso ficou comprovado o crime de introdução em lugar vedado ao público para os dois”, acrescentou. Os dois activistas acabaram absolvidos do crime de dano. “A polícia não conseguiu confirmar se o buraco existente na rede tinha sido feito recentemente ou há mais tempo. Os dois arguidos negaram a acusação e não existem provas suficientes que mostrem que o buraco foi feito pelos arguidos. Por isso, em relação ao crime de dano estão absolvidos”, afirmou Leong. A juíza fez questão de frisar que o crime não é “grave”, mas que como houve violação da lei é necessário que haja punição. Caso os arguidos falhem o pagamento das respectivas multas, Scott Chiang vai ter de cumprir 20 dias de prisão e Alin Lam 30 dias. A situação de Lam é mais complexa do que a de Scott Chiang, uma vez que o primeiro já tinha sido condenado no ano passado pelo crime de ofensa à integridade física, devido a um acidente de viação. Mesmo assim, não vai ter de cumprir pena. “Sinfonia da retaliação” À saída do tribunal, Scott Chiang considerou que o caso teve motivações políticas e que existe um movimento para silenciar as vozes discordantes das políticas do Governo. “Se olharmos numa perspectiva mais abrangente, há uma sinfonia de retaliações. (…) Há tendência para utilizar os tribunais com estas acusações e suprimir as vozes indesejadas. E algumas acusações têm sido mais eficazes do que outras”, começou por dizer. “Por exemplo, o outro caso em que estive envolvido [culpado, em conjunto com o deputado Sulu Sou, de violar a lei de manifestações] gerou muita atenção e levou as pessoas a questionar-se se não houve uma retaliação. Foi um caso que gerou um clima de medo entre alguns cidadãos, que começou a duvidar do que podem fazer”, acrescentou. O ex-presidente da Novo Macau questionou ainda o clima que se vive na RAEM: “Como é que este tipo de casos pode acontecer numa sociedade normal? São feitos todos os tipos de acusações só porque há pessoas que fazem coisas com que não se concorda? É por isso que digo que há uma sinfonia de retaliação em curso”, apontou. Em relação à condenação, Scott Chiang reafirmou que tanto ele como Alin não sabiam que não podiam entrar no Hotel Estoril e que apesar da pena poder parecer reduzida é “difícil de engolir”. Depois, voltou a apontar às motivações políticas das autoridades. “Até durante o julgamento, os polícias ouvidos admitiram que só correram para o hotel com o objectivo de prender os responsáveis pela faixa. Mas sabemos que pendurar uma faixa não é um crime”, apontou. “Isso diz muito sobre o seu profissionalismo, até porque afixar uma faixa não é um crime”, concluiu. Além desta condenação, Scott Chiang foi condenado pela violação da lei de reunião e manifestação, durante o protesto contra uma doação da Fundação Macau à Universidade de Jinan de 100 milhões de renimibis. Chiang foi condenado, a par do agora deputado Sulu Sou, mas acabou por recorrer para o Tribunal de Segunda Instância.
João Luz Manchete PolíticaSondagens dão vitória a Bolsonaro na segunda volta das presidenciais Este domingo os brasileiros vão às urnas escolher o próximo Presidente da República. A principal esgrima política é entre Haddad, e um Partido Trabalhista ferido por vários escândalos, e o candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro, que lidera nas sondagens. O HM falou com eleitores e auscultou as suas expectativas para um dos mais importantes actos eleitorais da curta história da democracia brasileira [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] ebulição política no Brasil não é de agora, mas pode estar prestes a atingir o clímax. Desde a destituição de Dilma Rousseff, e mesmo durante o curto mandato de Michel Temer, o fantasma da extrema-direita tem pairado por cima do panorama político brasileiro, criando terreno fértil para a ascensão política de Jair Bolsonaro. De acordo com uma sondagem da Datafolha, que tentou levantar o véu sobre uma provável segunda volta, Jair Bolsonaro recolhe 44 por cento dos votos, contra 42 por cento de Fernando Haddad, uma diferença que está dentro da margem de erro e que constitui empate técnico. Os restantes 14 por cento dos inquiridos mostraram-se indecisos ou inclinados a votar em branco ou nulo, uma vez que o voto é obrigatório. Uma sondagem do Instituto Ibope revela que na primeira volta Bolsonaro reúne 31 por cento das intenções de voto, dez pontos percentuais à frente de Haddad. Em terceiro lugar surge Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista, com 11 por cento. Mais abaixo surge Geraldo Alckmin, do Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB), com 8 por cento, e Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, com 4 por cento. A confiar nesta projecção, a segunda volta, ou turno como se diz com sotaque brasileiro, acontecerá no dia 28 de Outubro. No entanto, é de referir que Bolsonaro tem vindo a subir nas sondagens. Nesta matemática de intenções, importa recordar que em 2014 quase 25 por cento do eleitorado decidiu a direcção do voto no próprio dia da eleição. Outro dos dados a reter é a subida dos eleitores que afirmam que jamais vão votar em Jair Bolsonaro (45 por cento), o antigo capitão do exército que tem proferido inúmeras declarações racistas e misóginas. Como sinal da crescente polarização política que o Brasil atravessa, também a rejeição total de Haddad se cifra nos 42 por cento. Primeiro será necessário ir a votos este fim-de-semana. Por cá, Roberval Teixeira e Silva já marcou o domingo para exercer o seu direito. “Vou a Hong Kong votar no consulado brasileiro. É um momento bastante especial no mundo e no Brasil com uma luta radical contra o conservadorismo que tem aparecido em todo o lado”, revela o director do Centro de Pesquisa para os Estudos Luso-Asiáticos da UM. O académico, que vive em Macau há 13 anos, encara esta eleição como um momento decisivo na história do país. “Luto contra a extrema-direita que está a tentar chegar perto do poder através da presidência e do voto. Vou exercer o meu direito de evitar que isso aconteça, esse é o meu objectivo”, explica Roberval Teixeira e Silva. Cácio Borges Inhaia está no polo oposto. Apesar de não poder votar, o gerente empresarial adianta que, se pudesse, o seu voto iria para Jair Bolsonaro. “Ele não tem qualquer escândalo. Estou confiante que ele ganhe já no primeiro turno. Vejo pelos meus amigos que o Brasil quer mudança.” Apelo do abismo Quanto às características de Bolsonaro que mais seduzem Cácio Borges Inhaia, a ideia de integridade surge no topo, nomeadamente quanto às políticas de família. “Ele preza muito a família, algo que no Brasil está muito perdido”, refere o brasileiro residente em Macau. Quando confrontado com algumas propostas do candidato da extrema-direita, como o corte nas licenças de maternidade, o residente de Macau refere que não leu sobre isso e descreve a forma como os meios de comunicação social escrevem mentiras sobre o seu candidato de eleição. É de referir que Bolsonaro proferiu algumas declarações polémicas quanto à natalidade de famílias pobres. “Devemos adoptar uma rígida política de controle da natalidade. Não podemos mais fazer discursos demagógicos, apenas cobrando recursos e meios do governo para atender a esses miseráveis que proliferam cada vez mais por toda esta nação.” As palavras são de Jair Bolsonaro, que se declarou a favor da pena de morte e de políticas de restrição da natalidade entre os pobres como forma de controlar a criminalidade e baixar o custo dos apoios sociais. Um pouco à imagem da eleição que conduziu Donald Trump à Casa Branca, os campos partidários no Brasil estão extremamente polarizados, reduzindo a troca de argumentos e ideias a insultos, desinformação e propaganda. Cristina Sant’Anna, empresária e activa opositora da ditadura militar, refere precisamente a falta de qualidade da discussão política. “Qualquer debate sobre candidatos é conversa de surdo. Ninguém ouve ninguém. Cada um já tem seu candidato e será refractário a qualquer informação, notícia, evidência contra ele. E é só ódio daqui pra frente. Minha preocupação é que essas eleições romperam o lacre da cultura de ódio às minorias, que faz parte da cultura brasileira desde sempre”. A residente de São Paulo é da opinião de que Bolsonaro trouxe à tona e legitimou o ódio aos negros, gays, pobres, mulheres e a “ideia de que uma elite branca, masculina, preconceituosa e discriminatória tem o direito de subjugar os demais sectores da sociedade aos seus mandos e desmandos”. História a repetir-se Com um passado de defesa da democracia, que lhe valeu uma curta estadia na prisão durante a ditadura militar, Cristina Sant’Anna encara a actual situação política do Brasil com apreensão. No entanto, não baixa os braços. “Não tivemos escolha no golpe promovido pelo exército, que resultou na ditadura. Mas agora temos”. A candidatura de Bolsonaro, que repetidas vezes manifestou desdém quanto ao processo democrático, assusta a empresária e alguns dos seus amigos. Em particular, uma amiga cujos pais foram perseguidos durante o fascismo ao ponto de terem de se exilar. Curiosamente, o pai da sua amiga chegou a cônsul do Brasil, mesmo no exílio. A actual campanha ressuscitou fantasmas de tempos de forte repressão política. “Se o desgraçado for eleito o que faremos? Teremos de fugir? Vai haver perseguição, porque afinal estamos todos expondo nossas ideias nas redes sociais? A mãe da minha amiga nem dorme mais. Tem sequelas até hoje, stress pós-traumático”, confessa a empresária. A violência também assusta Cristina Sant’Anna, além das palavras de Jair Bolsonaro até à realidade nas ruas. “Os grupos de direita, skinheads aí incluídos, estão atacando quem se manifesta nas ruas. Espancaram a criadora de um grupo chamado Mulheres contra Bolsonaro, que já tem mais de 3 milhões e meio de mulheres.” A tirar um doutoramento em História, com particular incidência na ditadura militar, Gisele Lobato entende que o fascismo não se desvaneceu totalmente em 1985. “Nunca acabou simbolicamente. Houve uma abertura política, redemocratização feita lenta e gradualmente pelos próprios militares, uma amnistia que impediu qualquer julgamento dos crimes que cometeram… faltou a ruptura”, teoriza a também jornalista que divide casa entre São Paulo e Lisboa. Quando fala de ditadura, Gisele Lobato não o faz no sentido literal, até porque o controlo das altas patentes militares não se sente na sociedade brasileira como no passado. “Falo das estruturas sociais, da violência estatal (vide nossas polícias, que têm apoio para matar diante do desespero da população com a violência urbana)… E a falta de ruptura impediu a revisão dessas estruturas, e ficou o mito de que a ditadura era boa, de que os comunistas estão por aí e são maus.” Sem preferência Também à imagem da eleição que tornou Donald Trump Presidente dos Estados Unidos, o sufrágio de domingo também deixa grande parte do eleitorado face à decisão de qual o mal menor, além da fadiga resultante da falta de identificação com qualquer candidato. Roberval Teixeira e Silva destaca esta particularidade nos eleitores que vivem em Macau. “Há quem diga que é melhor deixar para lá, votar em branco, não ir, existe essa postura de desistência. Especialmente entre as pessoas que têm uma relação menos próxima com o Brasil.” O restante eleitorado brasileiro que reside à beira do delta do Rio das Pérolas divide-se entre Bolsonaro, ou anti-PT e os anti-bolsonaristas. Entre as pessoas que convivem com o académico, a maior tendência é para votar contra o candidato da extrema-direita, sem qualquer expectativa de eleger um candidato com quem se identifiquem em absoluto. “Nenhum partido é puro, não existe essa ilusão, todos entram em jogos e esquemas de todos os tipos que nem imaginamos. De maneira geral, as pessoas parecem não ter um candidato ideal. muitas vezes, os votos vão mais contra alguém do que a favor de alguém. A minha posição é contra o fascismo.”
Hoje Macau DesportoFutebol | Hélder Costa estreia-se na selecção portuguesa e Éder regressa [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] avançado Hélder Costa estreou-se hoje nos convocados da seleção portuguesa de futebol, para os jogos com a Polónia e a Escócia, numa lista em que se destaca o regresso de Éder e a ausência de Cristiano Ronaldo. Cristiano Ronaldo (Juventus) continua de fora das convocatórias da seleção portuguesa e vai manter-se, pelo menos, na próxima ronda de jogos em novembro. “Houve uma conversa tripartida, entre o jogador, o presidente da Federação [Fernando Gomes] e concordámos que o jogador não estaria disponível nestas duas convocatórias. Nesta e na próxima”, disse Fernando Santos. Apesar de não ir ser convocado para estas duas datas para jogos internacionais, em outubro e em novembro, o selecionador disse que no futuro Ronaldo continua disponível para representar a seleção. Hélder Lopes, do Wolverhampton, é a única estreia nos convocados de Fernando Santos, aos quais regressa Éder (Lokomotiv Moscovo), autor do golo que deu o triunfo a Portugal no Euro2016. Recuperado da lesão que o afastou do Mundial2018, Danilo (FC Porto) também está de volta às escolhas, assim como o lateral Kevin Rodrigues (Real Sociedad). De fora, em relação à convocatória para os jogos com a Croácia e com a Itália, saíram Raphael Guerreiro (Borussia Dortmund), Gelson Martins (Atlético de Madrid) e Rony Lopes (Mónaco). Portugal defronta a Polónia em Chorzow, em 11 de outubro, na segunda jornada da Liga das Nações, visitando três dias depois a Escócia, num encontro particular. Lista de 25 jogadores: Guarda-redes: Beto (Goztepe, Tur), Cláudio Ramos (Tondela) e Rui Patrício (Wolverhampton, Ing). Defesas: Cédric Soares (Southampton, Ing), João Cancelo (Juventus, Ita), Kevin Rodrigues (Real Sociedad, Esp), Luís Neto (Zenit, Rus), Mário Rui (Nápoles, Ita), Pedro Mendes (Montpellier, Fra), Pepe (Besiktas, Tur) e Rúben Dias (Benfica). Médios: Bruno Fernandes (Sporting), Danilo Pereira (FC Porto), Gedson Fernandes (Benfica), Pizzi (Benfica), Renato Sanches (Bayern, Ale), Rúben Neves (Wolverhampton, Ing), Sérgio Oliveira (FC Porto) e William Carvalho (Bétis, Esp). Avançados: André Silva (Sevilha, Esp), Bernardo Silva (Manchester City, Ing), Bruma (RB Leipzig, Ale), Éder (Lokomotiv Moscovo, Rus), Gonçalo Guedes (Valência, Esp) e Hélder Costa (Wolverhampton, Ing).