Diana do Mar PolíticaDeputados aprovam fim da actividade ‘offshore’, mas pedem medidas para proteger trabalhadores [dropcap]A[/dropcap]pesar das reservas relativamente ao futuro dos 17000 trabalhadores de 355 empresas, foi aprovada ontem, por unanimidade, na especialidade, a proposta de lei que dita o fim da actividade ‘offshore’ em Macau a partir de 1 de Janeiro de 2021. Numa declaração de voto conjunta, os quatro deputados dos Operários (Lei Chan U, Ella Lei, Leong Sun Iok e Lam Lon Wai) deixaram claro, que apesar de concordarem com o diploma, dado que surge “em resposta a exigências internacionais” no âmbito do combate aos paraísos fiscais, há preocupações relativas ao futuro dos trabalhadores que “o Governo tem de encarar com seriedade”. “Muitos dos trabalhadores têm uma certa idade e estão preocupados com a possibilidade de não encontrarem um novo emprego”, pelo que “o Governo precisa de responder, adoptar medidas gerais para minimizar o impacto a causar pela lei”, afirmou Lei Chan U. O Executivo “precisar de ficar preparado” para a eventual retirada das empresas de Macau e para a consequente perda de emprego de trabalhadores, pelo que deve “definir planos para resolver eventuais conflitos laborais”, enfatizou. Pereira Coutinho foi um dos deputados a questionar o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, sobre os planos de contingência para o caso de haver um grande número de desempregados, indagando igualmente por medidas específicas a pensar nos trabalhadores, incluindo de idade mais avançada, que podem enfrentar dificuldades na reconversão profissional. Na réplica, Lionel Leong insistiu, por um lado, que face ao actual “ambiente de negócios de Macau”, não se antecipa uma retirada em massa das ‘offshore’ que, à luz do diploma, serão automaticamente convertidas em empresas normais desde que continuem a operar e, por outro, que os trabalhadores em causa “reúnem condições e competitividade para encontrar outro emprego”. Aproximadamente 60 por cento são contabilistas e administrativos, segundo dados oficiais. Dados actualizados no plenário de ontem pelo director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) indicam que pelo menos 13 empresas ‘offshore’ deram conta de que vão fechar portas, estando em causa 30 trabalhadores, todos do sexo feminino, com idades entre 39 e 60 anos. Do total, quatro solicitaram o apoio da DSAL, onde chegou também já uma queixa por despedimento.
Diana do Mar PolíticaDeputados colocam em causa exequibilidade da interdição de entrada nos casinos Os trabalhadores da indústria de jogo vão deixar de poder frequentar os casinos fora do horário de expediente. A medida – que entra em vigor daqui a um ano – figura da proposta de alteração à lei do condicionamento da entrada, do trabalho e do jogo nos casinos, aprovada ontem, na especialidade. Os deputados manifestaram, porém, dúvidas quanto à exequibilidade da aplicação e receios de que abra a porta a eventuais despedimentos [dropcap]N[/dropcap]os casinos só para trabalhar. Foi aprovada ontem, na especialidade, a proposta de lei que interdita os trabalhadores da indústria de jogo de frequentarem casinos fora do horário de expediente. A medida, que entra em vigor dentro de um ano, vai abranger um universo de 54 mil pessoas. Apesar de compreenderem a intenção legislativa que vai no sentido de diminuir o vício do jogo que, segundo estudos oficiais, afectam com maior incidência os trabalhadores do sector, os deputados levantaram uma série de dúvidas, desde logo no que toca à forma como vai ser executada a lei. Esta “mudança radical” de alargar o número de pessoas interditas de entrar nos casinos “vai acarretar muita pressão ao nível da implementação da lei”, afirmou Pereira Coutinho, lembrando que, além dos 54 mil trabalhadores da indústria do jogo, o diploma proíbe a entrada de pessoas interditas, a somar ainda aos aproximadamente 40 mil funcionários públicos que apenas podem ir ao casino pelo Ano Novo Chinês. “Quem é que dentro da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) vai aplicar a lei no terreno? Quantos inspectores temos?”, questionou o deputado, colocando em causa a capacidade da DICJ para fiscalizar até porque já sofre de “falta de pessoal”. Pereira Coutinho deu, aliás, exemplos de inspectores que têm de “cobrir” vários casinos, elencou as diversas funções que lhes são atribuídas, como ao nível do controlo do tabagismo, falando até da “luta interna” que se verifica no seio da DICJ na hora de marcar férias. Como funciona? Também Angela Leong pôs o dedo na ferida: “Os trabalhadores não podem entrar nos casinos, mas temos um problema. Como funciona?” “Muitas pessoas estão preocupadas com a exequibilidade da proposta porque agora tudo é feito a olho nu”, afirmou a também directora executiva da Sociedade de Jogos de Macau, dando o exemplo do controlo da entrada dos menores de 21 anos. Na réplica aos deputados, o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, reconheceu que, “com evolução do sector”, o pessoal da DICJ “é um pouco escasso”, mas que o seu universo será reforçado, prometendo acelerar o recrutamento “para fazer face as necessidades”. O director da DICJ, Paulo Martins Chan, complementou, sustentando que a fiscalização tem diferentes “modalidades”, incluindo uma nova que passa pela linha aberta durante 24 horas para denúncias, que irá permitir “uma melhor execução da lei”, manifestando ainda confiança de que os cidadãos estarão “conscientes” das novas regras. Castigo à vista Outra preocupação manifestada teve que ver com a possibilidade de os funcionários virem a ser perseguidos, após infringirem a lei, ao ponto de poderem ser despedidos. “As pessoas preocupam-se que ponha em causa emprego”, observou Leong Sun Iok, pedindo garantias de que tal não vai suceder, dado que, apesar de o Governo negar, “na prática”, existe “uma lista negra” de trabalhadores dos casinos. “De que medidas dispõe para assegurar que as empresas não abusam?”, questionou o deputado dos Operários. Lionel Leong foi taxativo na resposta: “A intenção legislativa não é estigmatizar pessoas. Nunca pretendemos afectar ou discriminar qualquer trabalhador. Podem ficar descansados”. O secretário para a Economia e Finanças afirmou ainda que, no futuro, vão ser levadas a cabo “acções de sensibilização” de modo a que os trabalhadores fiquem a conhecer a lei e as consequências de entrarem nos casinos”, com o director da DICJ a deixar claro que a sanção por uma eventual infracção não tem cariz disciplinar nem pode levar as concessionárias a avançar para um eventual despedimento, sendo apenas “pecuniária”, ainda que possa ser aplicada uma pena acessória. À luz do diploma, quem violar a lei é punido com multa de 1000 a 10000 patacas. Outros deputados, como Au Kam San, questionaram ainda a razão pela qual não se proíbe apenas o acto de jogar ao invés da entrada nos casinos propriamente dita, dado que muitos funcionam em ‘resorts’ integrados, que têm outra oferta, como lojas ou restaurantes. “Se entrarem pode ser um factor que atrai, podendo levá-los a enveredar pelo caminho do jogo e, por isso, não os queremos a deambular”, justificou o Governo. À luz do regime actual, os trabalhadores da indústria de jogo encontram-se apenas proibidos de jogar nos casinos explorados pela respectiva entidade patronal, mas podem tentar a sorte nos restantes fora do horário de expediente.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeQuebra de portugueses em Macau explicada por dificuldades na obtenção de BIR O relatório divulgado esta segunda-feira pelo Observatório das Migrações em Portugal dá conta de uma redução na entrada de portugueses em Macau no período entre 2013 e 2016. Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau, defende que os números se explicam pelas dificuldades na obtenção de bilhete de identidade de residente, mas há quem não consiga sequer blue card [dropcap]E[/dropcap]liana Sequeira e Natacha Fidalgo Gonçalves representam dois paradigmas diferentes da emigração portuguesa para Macau. Eliana, farmacêutica, chegou o ano passado pela aventura, Natacha Fidalgo Gonçalves chegou em 2011, desesperada por encontrar qualquer tipo de trabalho que servisse de sustento à sua família. O mais recente relatório do Observatório das Migrações referente a 2017 dá conta de uma redução progressiva do número de portugueses que emigram para Macau, no período compreendido entre 2013 e 2016. Emigrantes e analistas contactados pelo HM apontam como razões a melhoria da situação económica no país, mas também a dificuldade de acesso ao bilhete de residente permanente e até de um visto de trabalho. “Em 2016 o número de entradas de portugueses em Macau totalizou 150, menos 3.4 por cento do que em 2015. Em 2007, imigraram 146 portugueses para Macau, cerca do mesmo número de entradas em 2016. Durante este período, o aumento de portugueses foi progressivo até 2013, tendo havido uma diminuição de 2013 para 2016”, lê-se no documento. Em 2016, “as entradas de portugueses representaram 10.4 por cento das entradas totais em Macau”, sendo que “no contexto da emigração portuguesa, [o território] é a segunda região do mundo onde a entrada de portugueses mais tem impacto no total de entradas de estrangeiros no país de destino”. No que diz respeito à nacionalidade, o relatório não contém dados pelo facto de, em Macau, apenas ser possível adquirir o estatuto de residente permanente. A Direcção dos Serviços de Identificação (DSI) adiantou ao HM que também neste campo houve uma descida entre 2013 e 2016. Em 2013 obtiveram a residência permanente um total de 203 pessoas, número que se manteve em 2014. No ano seguinte esse valor baixou para 142, número que aumentou ligeiramente em 2016, com a atribuição de residência permanente a 145 pessoas. Casos escondidos Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), defende que os números espelham as dificuldades crescentes que os emigrantes foram encontrando junto dos serviços de emigração. “As pessoas foram encontrando cada vez mais dificuldade na busca de trabalho em Macau, pois não dominam a língua. Depois houve também dificuldades em conseguirem os seus documentos para estarem no território ou para conseguirem mesmo a residência.” A também advogada denota que as dificuldades no acesso à documentação não melhoraram. A redução de que fala o relatório espelha, sim, a desistência de muitos. “Tem havido menos pedidos, e por isso nota-se menos a dificuldade.” Natacha Fidalgo Gonçalves, professora de inglês, sabe casos de portugueses que nem conseguem o blue card, ou visto de trabalho, por não terem um curso superior. “As pessoas não estão incluídas nesse relatório porque não foram aceites para trabalhar”, começou por dizer. “Tenho visto pessoas que tentam trabalhar cá e que não conseguem sequer ter o blue card, porque não têm licenciatura. Se não forem trabalhadores qualificados e a ganhar determinado salário por mês, os pedidos são recusados, mesmo para blue card.” Nesse sentido, a professora defende uma maior flexibilidade no acesso ao mercado laboral de quem não tem uma licenciatura. “Não vejo que haja menos interesse em Macau, continuo a ver muita gente a vir para cá. Mas como é muito difícil trabalhar cá com a residência as pessoas acabam por ir embora.” Novas razões Natacha veio em 2011 quando Portugal pediu ajuda financeira ao Fundo Monetário Internacional (FMI), tendo deixado os dois filhos e o ex-marido no país. Nessa altura, buscava qualquer tipo de trabalho, tendo ficado em casa de amigos. “Vim para cá porque não conseguia arranjar trabalho em Portugal. Fui a várias entrevistas e muitas vezes nem cheguei a essa fase, porque já tinha feito 35 anos e era recusada à partida. Vim um bocado em desespero para tentar arranjar trabalho em qualquer lado.” Nesse período, Natacha deparou-se com dificuldades, pois sem o bilhete de identidade de residente (BIR) não conseguia nenhum contrato de trabalho. “Andei à procura de trabalho com bastante dificuldade, porque as pessoas querem trabalhadores que dominem o chinês. Todos os dias procurava trabalho, mas não tinha o BIR. Por causa disso não me davam a vaga, e sem o trabalho não queriam apostar no BIR. Foi uma coisa que acho que piorou desde essa altura”, assegura. Amélia António assegura que são cada vez menos as pessoas que chegam na mesma situação de Natacha. “Tenho tido menos conhecimento de novas situações desse género. Dá-me ideia que o tipo de pedidos deve ter sido um bocado alterado. As pessoas que vieram entretanto para Macau devem ter vindo já com situações previamente estabelecidas, não vieram apenas baseadas no apoio de amigos ou familiares para ver que tipo de trabalho conseguiriam encontrar.” Foi o caso de Eliana Sequeira, que está em Macau há apenas um ano. “Tive um convite de uma pessoa amiga que me recomendou para este cargo e depois de meses de testes e entrevistas disseram-me que tinha selecionada. Foi uma autêntica surpresa. Aceitei, mesmo estando numa fase boa da minha vida. Vim pela aventura, experiência e desafio e para trabalhar numa equipa multicultural.” Apesar das melhores condições salariais de Macau, não foi o ordenado que ditou a decisão de Eliana. “Depois de estar aqui é difícil pensar em voltar para Portugal e retroceder.” A farmacêutica reconhece que hoje as razões para emigrar para Macau mudaram. “Pelas pessoas que conheço desde que estou aqui, vêm mais pelo desafio e novas experiências. Já houve mais essa necessidade de sair por causa de arranjar novas oportunidades e pelo salário. Ainda há esses casos, mas vejo cada vez mais pessoas que vêm por outras razões.” O futuro em Angola O relatório do Observatório das Migrações revela que o Reino Unido continua a liderar a lista de países escolhidos pelos portugueses para emigrar. De acordo com o economista José Pãosinho, a tendência de diminuição de novos portugueses na RAEM é para continuar. “Esta diminuição vai manter-se, e Macau será cada vez menos um destino privilegiado. Se compararmos a situação actual com o que acontecia naqueles anos, apareciam aqui pessoas completamente desesperadas e à aventura, e agora isso já não se verifica. Não quer dizer que isso não aconteça ainda, mas já vêm mais enquadradas.” Com a concretização do Brexit, a opção pelo Reino Unido dará lugar a outros países europeus ou até Angola. “Caso as coisas em África mudarem substancialmente, Angola passará a ser um destino de eleição, em especial para os quadros técnicos. Quando o país estabilizar, haverá um imenso potencial de crescimento e acho que é um dos locais para as novas gerações se fixarem”, rematou o economista. Portugal regista saldo migratório positivo em sete anos Portugal teve um saldo migratório positivo em 2017, pela primeira vez em sete anos, com mais de 36 mil imigrantes a ultrapassarem as quase 32 mil pessoas que deixaram o país, revelou o relatório do Observatório das Migrações. Em 2017 imigraram para Portugal 36.639 pessoas, um valor apenas comparável com valores registados na década passada, como, por exemplo, em 2006, quando se registaram 38.800 entradas no país. Por outro lado, o número de pessoas que deixaram o país também diminuiu, passando de 38.273 em 2016, para 31.753 em 2017, o que subtraído ao número de pessoas que imigraram para Portugal, dá o saldo positivo de 4.886 pessoas. No entanto, Portugal continua a ser um país demograficamente envelhecido, sendo o quarto país da União Europeia a 28 com maior proporção de pessoas com mais de 65 anos, num total de 21,1 por cento. Também por isso, nos últimos anos, Portugal tem tido saldos naturais e saldos migratórios negativos, “o que induziu a saldos naturais totais negativos e a um efetivo decréscimo da população residente no país”. “A recuperação do saldo migratório no último ano não chegou para compensar o valor negativo do saldo natural (-23.432 pessoas), pelo que Portugal continua em 2017 a registar um saldo total negativo (-18.546 pessoas9)”, lê-se no relatório. Tanto em 2016 como em 2017, “os estrangeiros continuaram a contribuir de forma expressiva para os nascimentos em Portugal”, com as mulheres estrangeiras a serem responsáveis por 10 por cento do total de nados-vivos. Um facto com “importância significativa” já que a população estrangeira representa 4,1 por cento da população residente no país, com 421.711 pessoas, um número que, aliás, representa um aumento de 6 por cento face a 2016.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping diz que China “nunca vai procurar a hegemonia” [dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, garantiu hoje que o país “nunca vai procurar a hegemonia”, mesmo quando se aproxima do centro do palco internacional, durante as comemorações do 40.º aniversário de abertura à iniciativa privada. Num discurso de hora e meia, o chefe de Estado chinês repetiu o compromisso do país com o sistema multilateral de comércio e a abertura económica, sem mencionar as disputas comerciais em curso com os Estados Unidos. Xi assegurou que a China não se vai desenvolver “à custa dos interesses de outros países”. Mas a crescente influência de Pequim além-fronteiras tem suscitado divergências com as potências ocidentais, que vêem uma nova ordem mundial ser moldada por um rival estratégico, com um sistema político e de valores profundamente diferentes. Do Sudeste Asiático a África, o país tem alargado a presença através do gigantesco projecto de infra-estruturas ‘Uma Faixa, Uma Rota’, visto como uma versão chinesa do ‘Plano Marshall’, lançado pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, e que permitiu a Washington criar a fundação de alianças que perduram até hoje. Ao destacar que a China está “gradualmente a aproximar-se do centro do palco internacional”, Xi Jinping notou que o país adopta uma política de defesa nacional defensiva. “O desenvolvimento da China não constitui uma ameaça para outros países”, afirmou. “Não interessa o quanto se desenvolve, a China não vai procurar a hegemonia”, garantiu. Xi sublinhou ainda o papel do antigo líder Deng Xiaoping nas reformas económicas que salvaram o país do colapso, após uma década de violência e caos induzidos pela Revolução Cultural. Outras comemorações foram criticadas por minimizarem o contributo de Deng, considerado o arquitecto-chefe das reformas económicas, de forma a elevar o estatuto de Xi, o mais forte líder chinês desde Mao. Xi enfatizou ainda o papel do Partido Comunista na defesa da soberania do país. “Ninguém pode ditar ao povo chinês o que pode ou não fazer”, afirmou. O discurso não terá aliviado as preocupações de empresários e companhias estrangeiras, que esperavam que Xi aproveitasse o momento para anunciar medidas concretas de abertura do mercado, visando reduzir o domínio dos conglomerados estatais sobre a economia. Pequim é acusado de distorcer a concorrência ao subsidiar empresas chinesas e através de práticas comerciais “injustas”, como violações de propriedade industrial ou transferência forçada de tecnologia, em troca de acesso ao mercado. A taxa de câmbio da moeda chinesa, o yuan, que ainda não é totalmente convertível, continua a ser ditada pelas autoridades. Numa tentativa de forçar Pequim a realizar “mudanças estruturais”, o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias sobre 250 mil milhões de dólares de bens chineses. Porém, Xi Jinping considerou, no discurso, que os feitos económicos dos últimos 40 anos legitimam o “socialismo com características chinesas”, um modelo que permite a iniciativa privada, enquanto o papel dirigente do Partido Comunista (PCC) continua a ser o “princípio cardeal”. Xi assegurou que Pequim vai continuar a promover a abertura e o desenvolvimento, mas ao seu próprio ritmo. “Mudaremos resolutamente o que pode ser reformado, e não mudaremos, resolutamente, o que não pode ser mudado”, declarou.
Hoje Macau DesportoJosé Mourinho deixa comando técnico do Manchester United [dropcap]O[/dropcap] treinador português José Mourinho deixou hoje o comando técnico do Manchester United, anunciou o sexto classificado da Liga inglesa de futebol. “O Manchester United comunica que o treinador José Mourinho deixa o clube com efeito imediato”, refere a nota na página dos ingleses, acrescentando um agradecimento ao treinador e o desejo de sucesso para o futuro. Na curta nota, os ‘red devils’ explicam ainda que iniciaram um processo para a escolha de um novo treinador, mas que a equipa terá um interino a curto prazo. “Um novo treinador será indicado até ao final da actual época, enquanto o clube prosseguirá o processo de contratação de um treinador novo, a tempo inteiro”, acrescenta o comunicado. Mourinho, de 55 anos, chegou aos ‘red devils’ em 2016/17, época em que alcançou os únicos títulos no clube, a Taça da Liga inglesa, a Supertaça e a Liga Europa. Após 17 jornadas, o Manchester United ocupa o sexto lugar do campeonato, com 26 pontos, menos 19 do que o líder Liverpool. Na Liga dos Campeões, o Manchester United foi segundo na fase de grupos, atrás da Juventus, e nos oitavos de final defrontará os franceses do Paris Saint-Germain. O técnico português levou o clube ao segundo lugar do campeonato na época passada, depois de ter sido sexto na estreia.
Hoje Macau DesportoQuase 4 mil escolas primárias chinesas incluíram o futebol no currículo [dropcap]Q[/dropcap]uase quatro mil escolas primárias chinesas incluíram o futebol entre as suas disciplinas, desde que o Governo chinês lançou, em 2015, um plano para converter o país numa potência do futebol, segundo dados oficiais hoje divulgados. O ministério da Educação da China detalhou hoje que o futebol integra já o programa curricular de 3.916 escolas primárias. “Com uma perspectiva a longo prazo, a China está a alcançar um progresso constante, no seu plano de reforma e desenvolvimento do futebol, lançado em 2015, visando transformar o país numa potência do futebol, até 2050”, escreveu a agência noticiosa oficial Xinhua. O referido plano, aprovado pela Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o organismo máximo chinês encarregado da planificação económica, prevê a inclusão do futebol em 20.000 escolas, até 2020, e que a modalidade seja praticada, “com frequência”, por mais de 30 milhões de estudantes do ensino primário e secundário. “O futebol é um projecto a longo prazo na China. Falamos de mais uma ou duas gerações, até que o país possa alcançar o nível necessário para competir com êxito num campeonato do mundo”, afirma o antigo treinador das camadas jovens do clube chinês Guangzhou Evergrande, Marco Pezzaiuoli, citado pela Xinhua. Na segunda fase do plano, entre 2021 e 2030, a China espera que a sua selecção feminina volte a constar entre as melhores do mundo, depois de, em 1999, ter sido vice-campeã mundial, e que a masculina seja umas das melhores da Ásia. O objectivo final é colocar a selecção masculina entre “as melhores equipas do mundo”, até meados deste século. Desde a província de Jilin, na fronteira com a Coreia do Norte, à ilha tropical de Hainan, no extremo sul do país, mais de 100 treinadores portugueses vivem hoje no país asiático, alguns contratados por clubes e outros integrados no sistema de ensino público. O antigo treinador do FC Porto Vítor Pereira sagrou-se este ano campeão na China, pelo Shanghai SIPG, atribuindo o sucesso dos portugueses no país à sua “capacidade de adaptação” e “boa formação”. “Um dos segredos do treinador português é ter essa capacidade: chegamos a qualquer lado e adaptamo-nos”, afirmou à agência Lusa o técnico, no final da sua primeira época na China. A China, o país mais populoso do mundo, com quase 1.400 milhões de habitantes – mais do dobro de toda a União Europeia -, ocupa o 76.º lugar do ‘ranking’ da FIFA, atrás de Cabo Verde, Burkina Faso e muitas outras pequenas nações em vias de desenvolvimento. A única participação do país num Mundial ocorreu em 2002, quando, na Coreia do Sul e no Japão, não passou da fase de grupos, ao somar três derrotas, frente a Brasil, Turquia e Costa Rica.
Hoje Macau ReportagemCampo de internamento no noroeste da China exporta vestuário para os EUA [dropcap]P[/dropcap]eças de roupa fabricadas em campos de internamento na China onde se estima que mais de um milhão de muçulmanos estão detidos e sujeitos a doutrinação política poderão estar a ser vendidas nos EUA, noticia a Associated Press. Numa reportagem, a agência norte-americana descreve um complexo no extremo noroeste da China, com mais de trinta dormitórios, escolas, armazéns e oficinas, rodeado de arame farpado e centenas de câmaras de vigilância, enquanto dezenas de polícias armados guardam a entrada. Atrás dos portões, trancados, homens e mulheres costuram vestuário desportivo que pode acabar em recintos desportivos e escolas no Ocidente. Trata-se de um de vários campos de internamento, na região do Xinjiang, onde se estima que mais de um milhão de muçulmanos chineses estão detidos, sujeitos a doutrinação política e forçados a abdicar da sua língua e religião. As autoridades chinesas forçam alguns dos detidos a trabalhar em manufactura ou processamento de alimentos, dentro dos próprios campos de internamento ou em fábricas privadas. Uma investigação recente da agência Associated Press detectou encomendas a um dos campos de internamento no Xinjiang feitas pela Badger Sportswear, um importador do Estado norte-americano da Carolina do Norte. O Governo chinês diz que os campos são centros de “formação vocacional”, destinados a treinar uigures e cazaques, parte de um plano para trazer estas minorias étnicas muçulmanas para o mundo “moderno e civilizado”, e eliminar a pobreza no Xinjiang. E argumentam que as pessoas detidas nos centros assinaram acordos nos quais se comprometem a receber treino vocacional. Na segunda-feira, uma porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros acusou a imprensa estrangeira de fabricar “várias informações falsas” sobre os centros, sem avançar detalhes. “Essas reportagens são baseadas em rumores e destituídas de fundamento”, afirmou Hua Chunying, em conferência de imprensa. Mas o Comité da ONU para a Eliminação da Discriminação Racial e organizações não-governamentais estimaram já que um milhão de pessoas na China da minoria uigur e de outras minorias muçulmanas estão detidos em “centros contra o extremismo”, e que outros dois milhões estavam, de forma forçada, em “campos de reeducação”. O pagamento depende de acordo com a fábrica. Alguns não recebem nada, enquanto outros ganham centenas de dólares por mês, segundo relatos de antigos detidos, citados pela Associated Press. Um antigo jornalista para uma televisão do Xinjiang, entretanto exilado, revelou que durante o mês em que esteve detido, jovens eram levados todas as manhãs para trabalhar em carpintaria ou numa fábrica de cimento, sem compensação monetária. “O campo não pagava nada, nem um cêntimo”, afirmou, sob condição de anonimato, já que alguns dos seus familiares continuam a viver na região. Desde que, em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional, a China tem levado a cabo uma agressiva política de policiamento dos uigures. Em 2016, o secretário do Partido Comunista Chinês, Chen Quanguo, foi transferido para a região, após vários anos no Tibete, convertendo Xinjiang num estado policial. Para além dos campos de detenção extrajudicial, os uigures estão limitados na sua circulação por uma combinação de medidas administrativas e postos de controlo. Pequim diz que a repressão é necessária para combater o separatismo e extremismo islâmico, enquanto ativistas uigures afirmam que serve apenas para alimentar as tensões. Os homens e mulheres que trabalham no complexo de onde saíram produtos para a norte-americana Badger Sportswear trabalham numa fábrica detida pela firma chinesa Hetian Taida Apparel. A empresa diz que não está directamente afiliada com os campos de internamento, mas que a sua força de trabalho integra detidos, considerados “não problemáticos” pelas autoridades. “Estamos a dar o nosso contributo para erradicar a pobreza”, afirmou Wu Hongbo, presidente da empresa, citado pela Associated Press.
Hoje Macau Manchete SociedadeMacau vai substituir todas as canalizações de amianto em 2019 [dropcap]M[/dropcap]acau vai substituir, no próximo ano, todas as canalizações de amianto que ainda existem na cidade, numa altura em que cerca de 1% da rede contém este material considerado nocivo para a saúde. A garantia foi dada pela Sociedade de Abastecimento de Água de Macau, numa conferência de imprensa promovida pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), sobre a execução de obras viárias em 2019. O amianto é uma fibra mineral natural, abundante na natureza, com propriedades físicas e químicas como resistência mecânica às altas temperaturas, durabilidade, facilidade de ser trabalhada como um tecido, e com baixo custo. Em Portugal, o amianto foi muito utilizado na construção até aos anos de 1990. A partir de 1999, uma directiva comunitária veio determinar a proibição da utilização deste material, tendo sido transposta para a legislação nacional em 2005. Em 2015, em Macau, cerca de 2% (ou 16 quilómetros) das tubagens de abastecimento de água no território continham amianto, números avançados pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas num plenário da Assembleia Legislativa, durante o qual Raimundo do Rosário prometeu tentar resolver a situação. Um mês antes, o ex-deputado Chan Meng Kam tinha exigido saber quantas canalizações continham ainda aquela fibra, exortando o Governo a proibir o uso daquele material nocivo. Segundo Chan Meng Kam, a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau prometeu substiuir, em 2010, os cerca de 5% de canos de amianto que restavam na cidade, no prazo de cinco anos. A completar a tarefa em 2019, será com quatro anos de atraso. Na conferência de imprensa de hoje, a DSAT indicou que o número de obras viárias de grande dimensão vai aumentar ligeiramente no próximo ano, apesar de se preverem, no total, menos obras.
Hoje Macau DesportoMundiais de natação em Hangzhou | Federação portuguesa diz que objectivos foram superados [dropcap]O[/dropcap] Director Técnico Nacional (DTN) de natação considerou que a participação portuguesa nos Mundiais de piscina curta “ultrapassou os objetivos definidos”, com a obtenção de 14 recordes nacionais e três presenças em finais. A competição realizou-se em Hangzhou, China. “Esperamos que estes resultados se possam assumir como injeção motivacional para o próximo campeonato do mundo de piscina longa e para o que falta cumprir até ao final do ciclo Tóquio 2020”, afirmou José Machado, em declarações à Federação Portuguesa de Natação (FPN). José Machado destacou a “atitude competitiva” dos dez atletas que representaram Portugal na competição, que terminou no domingo. O DTN mostrou-se satisfeito com a qualificação “para duas finais individuais e uma de estafeta e 11 classificações individuais dentro dos 16 primeiros”. O responsável técnico, que considerou fundamental “o papel dos clubes e treinadores dos nadadores” lembrou ainda que “a competição fica marcada pela obtenção de 14 recordes nacionais absolutos, quatro dos quais foram batidos por duas vezes”. Antes da partir para a China, a seleção portuguesa realizou um estágio em Macau, que José Machado considerou ter sido uma mais-valia para os nadadores. Em Hangzhou, Portugal marcou presenças na final feminina dos 200 metros mariposa, na qual Ana Catarina Monteiro foi sexta, na final dos 800 metros estilos, que João Vital terminou no oitavo posto, e na final da estafeta masculina 4×200 metros livres, que o quarteto luso concluiu no sétimo lugar.
Hoje Macau SociedadeEmpregada doméstica suspeita de abuso sexual de menor [dropcap]U[/dropcap]ma empregada doméstica natural das Filipinas foi ontem apresentada ao Ministério Público (MP) por suspeitas de abuso sexual de um menor de três anos, na forma de sexo oral. De acordo com o jornal Exmoo News, a empregada doméstica começou a trabalhar nesta residência em Agosto do ano passado, sendo que, até Outubro deste ano, a criança passava mais tempo com ela devido ao facto dos pais terem de cuidar dos familiares idosos. A criança terá feito comentários com a mãe sobre os actos praticados pela empregada, tendo sido feita queixa junto da Polícia Judiciária. A empregada foi detida num apartamento localizado na Rua Nova à Guia, tendo admitido que cometeu o acto pelo menos uma vez. O caso está agora sob investigação.
David Chan Macau Visto de Hong Kong VozesConstituição chinesa e leis básicas [dropcap]N[/dropcap]o início deste mês, a comunicação social de Hong Kong divulgou uma entrevista com o Professor Wang Zhenmin. Professor de Direito da Universidade Tsinghua, Wang Zhenmin afirmou na entrevista que, após o regresso de Hong Kong à soberania chinesa, a Constituição chinesa deverá inevitavelmente vir a ser aplicada com carácter vinculativo. A promulgação da Lei Básica de Hong Kong (LBHK) não teve como objectivo a criação de uma outra “constituição”. A Constituição chinesa aplica-se sempre que na LBHK não exista legislação específica, ou nos casos em que a legislação não seja suficientemente clara. Não houve necessidade de incluir a Constituição chinesa no Anexo III da LBHK, porque esta é, por natureza, aplicável em Hong Kong. Rao Geping, professor de Direito da Universidade de Pequim, defende que a Constituição chinesa e a LBHK são os alicerces que consolidam o princípio “um País, dois sistemas”. As duas formam um todo e, de forma alguma, se deve sobrepôr a constitução chinesa à LBHK. No entanto, há quem apenas mencione a Lei Básica e ignore a Constituição. Esta é geralmente a atitude daqueles que se lhe opõem, com base numa determinada argumentação. Rao Geping acredita que é preciso estar vigilante. Em relação a Macau, este especialista considera que o trabalho de esclarecimento nesta área, está a ser mais bem feito do que na própria China continental. Shen Chunyao, Presidente da Comissão dos Assuntos Parlamentares do Comité Permanente do Congresso Nacional do Povo e Presidente do Comité Legislativo de Hong Kong, participou no simpósio dedicado ao “Dia da Constituição Nacional”, realizado no passado dia 4, em Hong Kong. Nessa ocasião, declarou que a Constituição chinesa é o simbolo da China, e que o seu alcance cobre o território nacional, incluindo Hong Kong. A Constituição e a LBHK constituem no seu conjunto a estrutura política e operacional da Região Admnistrativa Especial de Hong Kong (RAEHK). Sendo a Lei Básica de Hong Kong a autoridade máxima do sistema legal da cidade, qualquer lei, incluindo as leis originais de Hong Kong ao abrigo da lei comum, não podem , em circunstância alguma, entrar em conflito com ela. Shen afirmou ainda que a Constituição Chinesa é a lei fundamental e suprema de toda a China, e que o País tem uma só Constituição, cujo alcance cobre o território de Hong Kong. Após o regresso de Hong Kong à soberania chinesa, foi implementado o princípio “um País, dois sistemas”. Ou seja “dois sistemas” dentro de “um País”, princípio que incorpora a essência do estado de direito na China e dos valores consagrados na sua Constituição. A Constituição chinesa é detentora do supremo estatuto, e da suprema autoridade e supremos efeitos legais. Os povos de todas as nacionalidades, incluindo os habitantes de Hong Kong, terão de respeitar a dignidade da Constituição chinesa e garantir a sua implementação. Os artigos 31 e 62 da Constituição providenciam a base constitucional para a formulação da Lei Básica de Hong Kong, bem como a implementação das políticas subjacentes ao princípio “Um País, Dois sistemas”. Do ponto de vista legal, existe uma relação hierárquica entre a Constituição e a LBHK. A Constituição é a “lei mãe”; a LBHK derivou dela e estabelece um conjunto de princípios legais que lhe estão subordinados. Por outras palavras, as declarações destes peritos deixam bem claro que o estatuto da LBHK é inferior ao da Constituição da China. A Constituição prevalece sempre sobre qualquer outra Lei, em qualquer parte do País. Por este motivo, o seu efeito estende-se a Hong Kong, e deverá ser também implementada na RAEHK. Estas ressalvas legais centraram-se em Hong Kong. Quanto a Macau, a primeira questão centra-se na implementação da Constituição chinesa na cidade e também nas eventuais diferenças que este processo possa vir a ter nas duas RAEs. Em segundo lugar, se as duas Regiões Administrativas Especiais implementarem a Constituição chinesa, vir-se-ão a deparar com alguma legislação que não é considerada nas suas respectivas Leis Básicas? Esta é provavelmente uma das questões que preocupa um maior número de pessoas. Que tipo de lei é implementada, e como é implementada, é sem dúvida uma questão pertinente. A lei é um padrão que baliza o comportamento das pessoas, e também um fasquia que eleva a responsabilidade de cada um. O amor à Pátria decorre do sentimento de pertença. Orientadas por uma relação de confiança e de amor mutúos, sob a bandeira da implementação da lei, iremos sem dúvida ver a China e as RAEs tornarem-se cada vez mais harmoniosas, estáveis e prósperas. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado do Instituto Polotécnico de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Rui Valente não pensa em parar Rui Valente comemorou este ano trinta anos de carreira no automobilismo, mas a prova de encerramento de um ano que se queria de consagração não correu em nada como o desejado. Contudo, apesar da enorme frustração, o mais antigo piloto português de Macau em actividade não vai atirar a toalha ao chão [dropcap]D[/dropcap]epois dos infortúnios nas provas de apuramento dos pilotos locais, durante o verão no Circuito Internacional de Zhuhai, Rui Valente foi catapultado para a grelha de partida da Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) do 65º Grande Prémio de Macau. No entanto, o regresso à Corrida da Guia foi todo menos fácil e o resultado pouco memorável. A conduzir um Volkswagen Golf GTi TCR alugado a uma equipa chinesa pela primeira vez, Valente não conseguiu qualificar-se para as três corridas do WTCR que faziam parte do programa. “Fiquei mesmo arrasado”, confessou ao HM o piloto que competiu pela primeira vez no Circuito da Guia em 1988. “Depois da primeira qualificação fiquei totalmente desmotivado. Nunca consegui baixar dos 2 minutos 40 segundos. Perdia sempre muito tempo nos primeiros três sectores e só no último é que conseguia acompanhar os outros carros.” Para além dos vinte quilogramas suplementares que todos os “wild cards” foram obrigados a carregar pelo regulamento do WTCR, tal como outros pilotos locais, o piloto luso debateu-se com uma contrariedade antes mesmo do arranque. O facto de ter alinhado sem seguro em caso de acidente. “Num circuito em que qualquer pequeno erro se paga muito caro, não consegui colocar isso para trás das costas durante todo o fim-de-semana”, admite hoje Valente que também consente que não foi só essa a razão para ter ficado aquém das suas expectativas, mas sim “um conjunto de factores” que reunidos não jogaram a seu favor num fim-de-semana sempre muito intenso para os representantes da RAEM. Nunca digas nunca Embora a estreia no WTCR não se tenha traduzido na experiência que desejava, Valente não esconde que gostava de voltar ao campeonato mundial de carros de Turismo da FIA, mas com outro tipo de preparação. “Gostei muito de conduzir o Volkswagen Golf TCR e gostaria de voltar a correr no WTCR, mas para lá voltar teria que ser com outras condições. Fazer duas ou três corridas antes de Macau e participar com seguro. Mas isto custa muito dinheiro e é quase impossível”, reconhece Valente. Todavia, o habitual piloto do campeonato de carros de Turismo de Macau sabe que mesmo com todas as condições é muito difícil para um piloto local ombrear com os melhores do mundo da especialidade. “Está fora de questão pensar em andar lá à frente, porque os pilotos que correm no WTCR são de nível mundial e têm uma rodagem completamente diferente. Correm com estes carros o ano todo”, afirma. “Mas gostava de ter uma nova oportunidade…” Já a pensar em 2019 Fora de questão está por agora poisar o capacete. Valente espera voltar a competir já em Março do próximo ano quando arrancar mais uma edição do “GIC Challenge”, a competição de carros de Turismo organizada pelo Circuito Internacional de Guangdong que engloba as antigas categorias N2000, S2000 e Road Sport, e que se realiza nos meses de Março, Abril e Maio. “Estou a planear novamente correr no ‘GIC Challenge’, no circuito de Zhaoqing, e depois voltar competir no Campeonato de Macau de Carros de Turismo (MTCS, na sigla inglesa) com o meu MINI”, afirma. O MINI Cooper S poderá sofrer algumas modificações durante o defeso, de forma a torná-lo ligeiramente mais competitivo para fazer face à concorrência, mas nada extraordinário, visto que a regulamentação técnica expira no final de 2019. O calendário do MTCS, a competição organizada pela Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) que apura os pilotos de carros de Turismo locais para o Grande Prémio, ainda não tem o calendário da próxima temporada definido, podendo novamente regressar a Zhuhai para duas jornadas duplas, ou então, rumar a outro circuito no interior da China.
Luís Carmelo h | Artes, Letras e IdeiasA virtude dos fora de jogo [dropcap]N[/dropcap]o nosso tempo, cada desordem anunciada é um vitral a mais da nova catedral gótica que nos narra sempre o mesmo e repetido Génesis. Vejam-se as ruas de Paris. Um Génesis que, no entanto, deixou de ser imagem e reflexão para passar a ser apenas presente. Como uma estrada fechada em si mesma e delimitada, aqui e ali, pelas bermas da correcção ou então pelas bermas da explosão. O presente não é uma imagem; é um vórtice. Na linguagem da actual ministra da cultura, a net poderia ser descrita como uma espécie de tourada que dá a volta ao mundo inteiro. Uma civilização a virar-se do avesso. Deformada pelos bárbaros, mas sobretudo pela velocidade da rede que convoca e desconvoca milagres, bits e estocadas. Kundera glosou o tema da velocidade no conhecido romance A Lentidão (La Lenteur, 1997), fazendo coexistir tempos e personagens muito diversos que acabavam por contrastar, de modo paródico, com o ‘corre-corre’ ofegante dos nossos dias. Virilio, que morreu no início do passado mês de Setembro, tornou a velocidade na linha de força do seu pensamento, centrando-se nos mais diversos impactos causados pela acelaração da “omniurbe” global. A deformação, de que as fake news são hoje em dia apenas uma pequena parte, é uma das metáforas mais utilizadas para significar esta ruptura, este corte, este império ‘des-fáustico’. O futurismo já tinha remado, de modo inocente, no sentido deste extravase das formas. Mas o importante (diria mesmo, o objectivo) do vórtice que habitamos seria atingir um grau em que o ponto de partida e o ponto de chegada fossem um único. O fundamental – da instantaneidade tecnológica – seria atingir um grau em que o imediatismo do gesto se redimisse plenamente sem ter que experimentar a iniciação, a travessia, a viagem e a passagem. Estas ‘pontes’, aliás, foram os temas fortes da literatura ao longo de séculos, embora nada nos faça admirar que, daqui a não muito tempo, ela venha a ser evocada enquanto vestígio e prática de uma era entretanto já extinta. A literatura, tal como o amor, sempre foi uma forma de espera e não um clímax logo consumado (ou cyborguisado). ‘Estar aqui’ e ‘estar já lá’ no ponto de chegada, ao mesmo tempo: eis o desígnio supremo. Uma espécie de fora de jogo existencial. Nem mais. Afinal sempre existe um fim último (ou um ‘eschatón’) nos nossos dias. Razão pela qual esperar se tornou numa patologia alimentada pela impaciência. Esperar (pelo paraíso, pela sociedade perfeita, por Godot ou por Ulisses) deixou de ser um modo de percebermos a vida. Em vez dessa postura de miragem e tantas vezes de intolerância, o agora-aqui aparece cada vez mais como um novo patamar de compressão. Uma compressão que deforma, que virtualiza, que confunde o que eu sou com o que eu não sou. Um vórtice que comprime imagens e que nos exila do próprio tempo, o único dom, segundo Séneca, que estaria disponível para a livre fruição dos humanos. O “fast design” ilustra bem este abismado abreviar de processos. Esgotadas as patentes dos clássicos (um Charles e Ray Eames, um Girard, um Jacobsen, um Nelson, um Panton), não há hoje empresa que não se lance a copiá-las recorrendo a processos de produção e a materiais muito mais económicos. O resultado é uma espécie de ‘fast food’ aplicada a famosas poltronas, candeeiros e mesas que tendem a espalhar-se no mundo com uma celeridade ‘Kitty Cat’. É evidente que o meio cria e recria as suas divisões: de um lado, os que tentam cristalizar um tempo mitificado (como se os Pantons e os Eames fossem referências únicas); do outro lado, os bons anfitriões que reconhecem na economia, na massificação e na acelaração uma espécie de inevitável coerência da vida actual. O ‘fast design’ – que equivale à generalização das narrativas ‘light’ de supermercado – é uma das muitas facetas desta cadência meteórica que faz com que o ‘já’ se sobreponha sempre ao ‘ainda não’. Uma filosofia da impaciência que tende a reger hábitos, expressões e sentidos como se tudo fosse apenas óbvio. Um avesso sobreposto a um outro avesso, dando mostras de estar sempre do lado certo. Um Génesis ‘in media res’ e já não no início do caminho. Se este afã é um facto no design e nas meta-ocorrências que nos batem à porta, também se faz reflectir no teatro. Quarto Minguante é o título de uma peça que fui recentemente ver ao Nacional. O texto – inscrito numa linguagem forte e sólida – é da Joana Bértholo e baseia-se, como pretexto apenas, no reatar ritual de situações domésticas. Uma das personagens em cena, Lara, surge como uma espécie de ‘peça fora do baralho’. O seu papel passa por estar ‘a mais’ no jogo proposto e tal teria sido outro sobre azul, se, na última parte, ela não tivesse tomado a palavra (e se, ao longo de quase toda a peça, ela não tivesse sido tão interpelada pelos outros personagens em cena). Mas a ideia é, de qualquer modo, brilhante: no meio da azáfama, da velocidade e da desordem corrente da vida, imaginar um figurante radicalmente ‘outsider’ que acaba por nos dizer muito mais do que tudo o resto, simplesmente porque ‘não pertence’ à história. Está aquém ou para além do vórtice (ela, sim, é imagem). Trata-se de um fora de jogo existencial – que diz com ênfase “eu sou” – bem diverso daquele que a instantaneidade tecnológica visa, mas não deixa, certamente, de o metaforizar. A razão parece-me óbvia: estar ‘off’ tende cada vez mais a ser uma patologia e não uma escolha livre. Cada vez há menos lugar para quem sobreponha o ‘ainda não’ a um massificado ‘já’ de teor inevitavelmente compulsivo, repetitivo e hipnótico. E isto não é lenga-lenga teórica, não. O Brasil que o diga.
Amélia Vieira h | Artes, Letras e IdeiasAlerta Amarelo [dropcap]F[/dropcap]uncionamos nós por estímulos subliminares muito mais que por qualquer representação racional de modelos definidos e a segunda metade do século XX foi toda ela um código que gerou factos novos, inconcebíveis, a partir da manipulação desses efeitos. Como bem viu a semiótica, nunca há signos inocentes, sendo que possa haver uns mais inocentados que outros na vertente mágica das suas versões. O tempo que vivemos é sem dúvida uma esteira alarmante – há muitos alarmes – reais, imaginários, possíveis, em fabricação, outros, que nem chegamos a sentir os seus efeitos, mas, e dado que nos alarmam em dimensões nunca vistas poder-se-ia aplicar a formulação de uma atmosfera alarmista que se solta em todas as direcções.- O «Alerta Amarelo» não é contudo uma vicissitude climatérica em si mesma mas, e muito inconscientemente, o efeito da onda de propagação do Império do Meio que resolvemos nomear através da cor dos nossos receios. Não é novo este medo, mas era dito de forma natural e com laivos de visionarismo, o que não acarretava nomenclaturas de desastres ambientais nem de perigos a chegar às nossas janelas. Eram grandes reflexões acerca da política geoestratégica do mundo. As visões peripatéticas que olhavam já para uma Europa arabizada com tribos entrando pela Andaluzia adentro até Lisboa, perderam subitamente força passando àquilo que apelidamos de tempestade tropical. O que vemos por fim é esse anátema predestinado a consolidar-se sem estrondos ou atentados, o que deixa sorridentes os povos europeus tão fustigados por ameaças fruto dos seus perigosos interesses. Sejamos suficientemente razoáveis para entender que os perigos que nos ameaçam podem vir sempre de mais distante ou de um ângulo que não imagináramos. Só que, desta vez, cobriremos a estampa civilizacional com a paz amarela, que bem longe de um alarme, é uma marcha lenta do seu próprio sucesso. Quando nos dispomos a ver sabemos que o velho útero, o Império do Sol Nascente, está por todo o lado da nossa vida quotidiana e que as fontes energéticas já são do seu domínio. Não nos esqueçamos que findo o petróleo os países árabes que não desenvolveram uma sociedade científica, o que em termos de tempo, pode agora ser um tempo contado, e que estas diferenças são agora placas tectónicas que vão sem dúvida anunciar quem manobra a Barca dos destinos do mundo. Para uma Europa sempre tão guerreira vai-lhe fazer bem este abeirar de uma cultura mítica que mais que trazer paz pode trazer formas de abordagem filosóficas e sociais muito interessantes. Talvez tenhamos que experienciar uma contenção desconhecida e formas de colaborar menos vincadas. A nossa supremacia desmorona-se a cada ano que passa, e até nas revoluções em marcha o símbolo delas é amarelo. Coisas que andam nos sinais, no éter carregado de pólvora, nas entranhas dos nossos antigos medos e que saltaram como evidências para as actuais realidades. Longe vão os Alertas Vermelhos! Em todo o caso estaremos no início de uma verdadeira metamorfose e a crer pela nossa frágil propagação demográfica o que se passa é que não é necessário ter nenhum tipo de vidência para o que se segue. As fontes de produção que permitiram tais factos são tão distintas de tudo o que concebemos que olhamos para a não expansionista China milenar, ainda sem ver o que foi de grandioso uma tal marcha. E se a não ingerência nos seus assuntos internos abala a moral da periferia, isso não será um problema dela, mas nosso, que ao não reflectir numa epopeia humana, acha que tudo fica resolvido através da “linha de crédito” dos seus direitos civis. Seria bom! Mas não ficou. Temos uma herança de famintos às costas com problemas quase insolúveis, criámos as fontes paralisantes deste estertor e sabemos que estamos a dar as boas-vindas a quem nos pode aguentar com a quimérica noção de sermos Estados independentes. A bem dizer, já não somos nada. Pouco mais que a língua que cada um fala e todo o resto vem de todas as partes, e se a terra está gasta e mal gerida, nós também. Enquanto andamos nisto, tentamos que os dias não passem por cima das nossas cabeças ameaçadas até ao tutano, e, descrentes das reformas vamos vendo rebentar em todos os lados o grande princípio da insolvência. As leis sociais obedecem um pouco às leis físicas, a partir de um certo grau de obliquidade, não é em rigor possível que ele se reverta, a longa marcha para o fundo é estrondosa na sucção. Estamos à espera do quando, vendo deslizar pedaços com mais ou menos estrondo. Derrama-se agora um sabor almíscar dos antigos poemas de Han Shan que tanto influenciaram a vanguarda americana com suas casas na falésia: antigas pedras; as falésias erguem-se abruptas/os livros sobre os imortais / um volume ou dois / sob uma árvore por entre dentes, leio/. Todos nós estamos na nossa civilização à borda da falésia onde abruptamente veremos passar o tempo da nossa desdita, mas, ao invés de se pensar que África ocuparia os lugares chaves, nada disso se deu, nem teria sentido. Manobras extemporâneas de alianças mal começadas e que nunca deram certo. O sentido mercantil mudou as formas e num país ainda movido a ouro nos olhos luzidios dos exploradores não há mais nada do que ir deixando para trás saudades vãs. O alerta é Amarelo e assim irá ficar enquanto for alerta, e toda a Terra se tornar de mansinho uma terna tempestade tropical. Possamos nós ver os nossos saudosos poemas na versão do Meio e seguir perifericamente o sonho gentil dos vencidos numa visão de transcendência que lhes deu tanto brilho singular.
Hoje Macau China / ÁsiaBanco central volta a injectar liquidez no mercado [dropcap]O[/dropcap] Banco do Povo Chinês (banco central) injectou hoje 160 mil milhões de yuan no sistema financeiro do país, na primeira injecção de liquidez em mais de trinta dias, informou a agência noticiosa oficial Xinhua. O banco central da China efectuou aquela operação através de acordos de recompra (‘repos’), mecanismo que pressupõe a recompra posterior dos títulos vendidos dentro de um prazo estabelecido. Os ‘repos’ têm um vencimento de sete dias e taxas de juros de 2,55%. A operação visa manter níveis suficientes de liquidez e compensar o impacto causado pela emissão de novos títulos governamentais, destaca a Xinhua, que cita o banco central chinês. Em declarações à agência, o economista Hua Changchun diz esperar que o banco central mantenha a liquidez nas próximas semanas, visando resistir a pressões económicas negativas e à escassez de liquidez de final do ano. O banco central chinês tem optado cada vez mais por operações no mercado aberto na gestão da liquidez, ao invés de baixar as taxas de juros ou reduzir o coeficiente de reservas obrigatórias dos bancos.
Hoje Macau China / ÁsiaApple actualiza software depois de disputa com a Qualcomm [dropcap]A[/dropcap] Apple vai fazer uma actualização do software que os utilizadores de iPhones usam na China na próxima semana, com vista a modificar algumas funções. Esta actualização vai ter lugar depois de, na semana passada, um tribunal chinês ter acusado a empresa de ter violado algumas patentes da Qualcomm. A empresa liderada por Tim Cook já fez saber, de acordo com a Bloomberg, que está a levar a cabo várias medidas para garantir o total cumprimentos das regras. E que as actualizações de software agendadas para a próxima semana vão focar-se nas características dos dispositivos que estão cobertas por patentes, o que inclui o ajuste de fotografias e aplicações de gestão através do ecrã. À primeira vista, a decisão deste tribunal chinês representou uma vitória para a Qualcomm. Ambas as partes têm trocado argumentos. A fabricante de chips Qualcomm tem uma disputa mundial com a Apple em torno das taxas de licenciamento que são cobradas pelo uso de tecnologia presente em vários smartphones. A Apple, por outro lado, acusa a Qualcomm de abusar da sua posição de maior fabricante de chips para smartphone. Sendo que, a Qualcomm acabou por responder dizendo que a fabricante dos iPhone está a utilizar propriedade intelectual pela qual não está a pagar. “Tendo por base os modelos de iPhone que vendemos hoje na China, acreditamos que estamos a cumprir as regras”, disse a Apple em comunicado citado pela agência de notícias. “Para abordar qualquer possível preocupação sobre se estamos a cumprir com as regras, no início da próxima semana vamos fazer uma actualização do software dos utilizadores de iPhone na China, abordando pequenas funcionalidades de duas patentes em questão neste caso”. Na semana passada, a Qualcomm anunciou que um tribunal chinês aceitou as suas reclamações contra a Apple por alegada violação de patentes e que ordenou a empresa não vendesse alguns modelos de iPhone naquele país. “Valorizamos profundamente a nossa relação com os clientes e é raro recorrer aos tribunais para nos ajudarem, mas também acreditamos na necessidade de proteger os nossos direitos de propriedade intelectual”, disse Don Rosenberg, vice-presidente executivo da Qualcomm, citado num comunicado. Segundo o documento, um tribunal chinês de Fuzhou aceitou “dois pedidos preliminares” da Qualcomm contra quatro filiais chinesas da Apple e ordenou que “deixem imediatamente de violar duas patentes” para importar ou vender “sem autorização” vários dos seus produtos. Na sequência deste caso, e de acordo com a Blommberg que teve acesso à argumentação fornecida em tribunal, a Apple diz que uma proibição da China vai obrigá-la a resolver o diferendo que tem com a Qualcomm – um desfecho que pode prejudicar as empresas que vendem smartphones, uma vez que vai permitir uma subida das taxas de licenciamento. Entretanto, a companhia de Tim Cook já recorreu desta decisão do tribunal chinês.
Hoje Macau China / ÁsiaChina é líder global em construção de arranha-céus [dropcap]A[/dropcap] China destacou-se no mercado imobiliário em 2018 com a construção de 88 arranha-céus, segundo dados divulgados pelo relatório anual do Council of Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH). Esse número representa um marco na história da construção de arranha-céus num único país e superou em quase sete vezes os 13 prédios construídos nos EUA. Na última década, o mundo assistiu a um crescimento acentuado de arranha-céus. De acordo com o relatório anual do CTBUH, o número de novos prédios com mais de 200 metros de altura diminuiu para 143 este ano, uma queda pequena em relação a 2017, que registou o número recorde de 147 novos arranha-céus. A China foi responsável pela construção de 61,5% dos novos prédios citados no relatório. Catorze foram construídos em Shenzhen, no sul do país, que, pelo terceiro ano consecutivo, foi a cidade com mais construções novas, à frente de Dubai, Pequim, Nova York e Shenyang, no norte da China. Em 2018, o Citic Tower, um prédio de 108 andares e 528 metros de altura foi inaugurado em Pequim. Popularmente chamado de China Zun por causa de sua semelhança com um tipo de jarro chinês, com o qual se servia vinho nas cerimônias, a torre é agora o oitavo edifício mais alto do mundo. As cidades asiáticas dominaram o sector de construção de arranha-céus este ano, como na cidade de Ho Chi Minh, no Vietname, e em Changsha, na China, com prédios com mais de 400 metros de altura. O mercado imobiliário nos EUA também investiu na construção de arranha-céus. A nova sede da empresa de tecnologia Salesforce, em São Francisco, tem 326 metros de altura e é o prédio mais alto da cidade. Em Miami, o novo edifício residencial Panorama Tower, com 252 metros, destaca-se na paisagem. E o Comcast Technology Center, em Filadélfia, com 342 metros, é o arranha-céu mais alto construído fora da Ásia este ano. Segundo estimativas do CTBUH, em 2019, serão construídos entre 120 a 150 arranha-céus com 200 metros ou mais de altura. Mas o relatório apontou que o ritmo de construção de novos prédios na China pode diminuir por causa de problemas económicos internos. Essa desaceleração do sector de construção civil repercutiria não só na China, como também em projectos no exterior que dependem de financiamento privado ou estatal.
Hoje Macau China / ÁsiaVendas de imobiliário caem cerca de 14% em Pequim e Xangai. 34% em Cantão [dropcap]O[/dropcap] número de propriedades vendidas em Pequim e Xangai caiu 14,3% e 13,9%, respectivamente, em Novembro, face ao mês anterior, segundo dados hoje divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês. Em Cantão, a capital da província de Guangdong, que faz fronteira com Macau, a queda foi de 34,9%. Entre as setenta maiores cidades chinesas, cinco – Tianjin, Xiamen, Shenzhen, Jinhua e Wenzhou – registaram uma queda nos preços de novas habitações. No caso de imóveis em segunda mão, os preços caíram em 17 das 70 cidades, incluindo Pequim, Xangai, Cantão e Shenzhen. “É a primeira vez que vemos esta tendência em quatro anos”, afirmou Zhang Dawei, analista na Centaline Property Agency, agência imobiliária de Hong Kong, citado pelo jornal oficial China Daily. As autoridades chinesas implementaram, em 2017, um total de 270 restrições, em 110 cidades do país, incluindo dificultar a compra de uma segunda casa ou aumentar o pagamento inicial, visando travar a especulação imobiliária. Segundo um relatório publicado, em Novembro passado, pelo banco estatal de investimento Corporação Internacional de Capital da China (CICC), o mercado imobiliário chinês vai enfrentar uma recessão em 2019, confirmando o receio de vários analistas. O documento prevê um “decréscimo significativo” das vendas, investimento e novas construções, no próximo ano, o que já levou muitas promotoras a cancelar a compra de terrenos, face à contracção do mercado. Pequim “deve alterar as políticas destinadas a arrefecer o mercado imobiliário”, recomendou a CICC, nomeadamente através da redução do valor mínimo de entrada na compra de um imóvel, facilitar o acesso ao crédito ou reduzir as taxas de juro. O mercado imobiliário é um dos principais motores de crescimento da economia chinesa e os economistas temem que o sobre-endividamento dos construtores abale o sistema financeiro do país. Também um relatório publicado pela agência de avaliação de risco Standard & Poor’s (S&P) indicou que o preço do imobiliário na China atingiu o seu valor máximo e pode cair até cinco por cento, em 2019. A agência advertiu que as cidades pequenas são “muito mais vulneráveis” a uma possível desaceleração, o que poderá fazer com que o sector passe “rapidamente” de “motor de crescimento” a “travão ao crescimento”. Para os promotores imobiliários chineses, os grandes riscos são a “liquidez e refinanciamento”, lê-se no relatório, que apontou para o “panorama de financiamento mais desfavorável em anos”.
Hoje Macau China / ÁsiaUma Faixa, Uma Rota | Conselho internacional com figuras europeias [dropcap]A[/dropcap] China criou o Conselho Consultivo do Fórum Uma Faixa, Uma Rota para a Cooperação Internacional, uma organização de consulta política, que tem como objectivo proporcionar apoio intelectual ao fórum. Os seus membros incluem o ex-primeiro-ministro francês Jean-Pierre Raffarin e o ex-primeiro-ministro italiano Romano Prodi. Numa reunião, este domingo, o dirigente chinês Yang Jiechi sublinhou que a iniciativa tem conquistado amplo apoio da comunidade internacional. A iniciativa Uma Faixa, Uma Rota é um grande plano concebido pela China há cinco anos, que visa impulsionar a cooperação internacional através do comércio. “Esta iniciativa tem conquistado amplo apoio da comunidade internacional”, disse Yang Jiechi, um dos líderes do Partido Comunista da China (PCC) e director do Gabinete da Comissão dos Assuntos Externos do Comité Central do PCC, ao pronunciar no domingo um discurso na cerimónia de abertura da primeira reunião do Conselho Consultivo do Fórum Uma Faixa, Uma Rota na capital chinesa. “A construção conjunta de Uma Faixa, Uma Rota já é um amplo consenso internacional, e também uma oportunidade para impulsionar a economia mundial, promover a liberalização e a facilitação de comércio e investimento, cooperar para enfrentar os desafios comuns, e impulsionar e melhorar a globalização económica”, assinalou Yang. “A China está disposta a trabalhar com todas as partes para promover um desenvolvimento aberto, conectado, cooperativo e verde, enviar sinais positivos para apoiar firmemente o multilateralismo, unir-se para construir uma economia mundial aberta, fomentar uma parceria global com interconectividade e promover o desenvolvimento global”, disse o dirigente. Yang disse que o estabelecimento do conselho consultivo é um importante resultado da cooperação multilateral no marco da iniciativa Uma Faixa, Uma Rota e expressou a sua esperança de que os membros do conselho partilhem opiniões e sugestões para promover conjuntamente a cooperação internacional.
Hoje Macau EventosIC volta a lançar programa de subsídios para edição de álbuns [dropcap]O[/dropcap] “Programa de Subsídios à Produção de Álbuns de Canções Originais 2018”, uma iniciativa do Instituto Cultural (IC), começa a aceitar candidaturas a partir de hoje, aponta um comunicado. Cada álbum seleccionado pode receber até ao montante máximo de 150 mil patacas, bem como “opiniões e conselhos de um júri profissional”. O IC irá escolher o máximo de oito candidatos, sendo que as candidaturas terminam no próximo dia 31 de Janeiro. O dinheiro atribuído cobre as “despesas de produção musical, design da capa, bem como de impressão dos álbuns em suporte físico”. O objectivo deste programa de subsídios “tem como objectivo cultivar mais talentos musicais locais nas áreas da criação e da produção musicais, apoiar a produção de álbuns de canções originais e o respectivo esforço promocional, incentivando os músicos a produzirem e publicarem mais trabalhos de qualidade, preparando-se para a expansão do mercado”. O IC, além de conceder subsídios, pretende “oferecer mais oportunidades de actuação aos candidatos seleccionados, de modo a promover os frutos criativos resultantes dos subsídios e melhorar a compreensão do público de Macau em relação à música original local”. Os subsídios serão atribuídos tendo em conta os critérios de racionalidade de orçamento, grau de perfeição das propostas de produção de álbum, grau de compatibilidade entre o álbum, a respectiva imagem e o mercado-alvo e criatividade da composição e das letras, entre outros.
Hoje Macau EventosPun-Leung Kwan é o próximo cineasta residente da Cinemateca Paixão [dropcap]A[/dropcap] Cinemateca Paixão realiza entre 12 e 19 de Janeiro a terceira edição do programa cineasta residente, sendo que desta vez o convidado é Pun-Leung Kwan, de Hong Kong. De acordo com um comunicado da própria cinemateca, esta iniciativa inclui a realização de workshops de cinematografia e palestras com a presença de Pun-Leung Kwan. O cineasta de Hong Kong colaborou com outros realizadores aclamados da região vizinha como Wong Kar-Wai, Stanley Kwan Kam-Pang e Ann Hui. Kwan trabalha não só em produções cinematográficas premiadas, mas o seu entusiasmo também se estende à fotografia, curtas metragens e realização de documentários. A palestra de Pun-Leung Kwan acontece a 13 de Janeiro, entre as 15h00 e 17h00, e intitula-se “Os Meus Encontros Cinematográficos”. A ideia é partilhar as inspirações que a aprendizagem da cinematografia lhe proporcionaram em diferentes fases da sua carreira, contando com Nicole Chan como oradora convidada. Para participar nesta actividade, será necessária a inscrição, gratuita, até ao próximo dia 10 de Janeiro, por email. O workshop, por sua vez, acontece entre os dias 18 e 20 de Janeiro, e também acontece mediante inscrição e pagamento de 600 patacas. Serão aceites apenas cinco pessoas para esta actividade. Filmes e documentários O leque de actividades fica completo com a exibição de vários filmes da autoria de Pun-Leung Kwan ou que contaram com a sua colaboração. Incluem-se os documentários premiados como “Solto no Vento”, co-realizado com Hsiu-Chiung Chiang, e “2046”, no qual trabalhou como director de fotografia com Christopher Doyle. Nesta película, ambos ganharam o prémio de melhor cinematografia na 24ª edição dos Prémios de Cinema de Hong Kong. Os filmes “Miao Miao” e “Mais Que Azul”, nos quais Kwan trabalhou como director de fotografia, também serão exibidos na cinemateca.
Andreia Sofia Silva EventosAniversário da RAEM | Clube Militar recebe obras de 34 artistas A terceira edição da exposição “Pontes de Encontro” é inaugurada esta quinta-feira, 20, para celebrar os 19 anos de transferência de soberania de Macau para a China. José Duarte, ligado à curadoria da mostra, afirma que o objectivo é mostrar o que de melhor e de novo se tem feito no ano que agora finda [dropcap]A[/dropcap] agenda da Associação de Promoção de Eventos Culturais (APAC) encerra este ano com uma exposição que marca, ao mesmo tempo, os 19 anos de existência da RAEM. A terceira edição da mostra “Pontes de Encontro” é inaugurada esta quinta-feira, contando com obras de 34 artistas, entre eles Alexandre Marreiros, Ana Jacinto Nunes, Gu Yue, Luna Cheong e José Dores, entre outros. José Duarte, ligado à curadoria do evento, revelou ao HM que o objectivo é mostrar os trabalhos de artistas mais consagrados, e com mais tempo de carreira, e outros que estão a dar os primeiros passos. “Temos uma espécie de amostra daquilo que os artistas de Macau estão a fazer hoje, não só em termos de utilização de técnicas mais tradicionais, como os óleos, acrílicos ou desenho, mas também de algumas obras em meios mais contemporâneos. Temos trabalhos digitais e com outros instrumentos de desenho e pintura além dos tradicionais.” Num comunicado, a APAC considera que o conteúdo da exposição “transmite uma forte mensagem sobre a diversidade e vitalidade das artes em Macau”, uma vez que “ela floresce ao longo de vários caminhos”. “Pontes de Encontro” apresenta, portanto, semelhanças às anteriores edições, não se organizando “em torno de um tema, técnica ou estilo específico”. “Ela procura proporcionar um reflexo da actividade dos artistas, através de obras que são representativas das suas preocupações criativas, estéticas ou temáticas actuais”, defende a APAC. Mais mulheres José Duarte, economista que está também ligado à APAC, denota que, nos últimos anos, apareceram não só mais artistas como mulheres no mundo das artes. “Há um grande número de artistas novos, de jovens que estão a tentar ter a sua vida ligada às artes, e há também um grande número de mulheres. Estas têm aparecido nas duas últimas gerações e há um peso muito significativo se compararmos com gerações anteriores”, contou. “Pontes de Encontro” tenta, assim, “criar espaço para um diálogo visual entre artistas de diferentes gerações e estilos”. Neste sentido, este ano a exposição conta “com um maior número maior de trabalhos baseados em novos media”, sendo “um local de encontro para múltiplas ideias e formas de expressão”. A iniciativa acontece até ao dia 6 de Janeiro e conta com o apoio da Fundação Macau, da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), do Grupo Sam Lei, e do Comendador Ng Fok. José Duarte espera “um número de visitantes significativo”. “A localização do Clube Militar é bastante boa, por ser central e próximo dos circuitos dos turistas. Temos sempre um número elevado de turistas e espero que as pessoas apreciem a exposição”, concluiu.
Hoje Macau SociedadeDetida mulher por abandonar filha recém-nascida [dropcap]U[/dropcap]ma mulher, de 27 anos, oriunda da Birmânia, suspeita de ter abandonado a filha recém-nascida, foi detida e presente ontem ao Ministério Público. Segundo a Polícia Judiciária (PJ), a empregada doméstica deu à luz na sexta-feira na casa de banho dos patrões, que desconheciam que estava grávida, tendo o choro de bebé levado à descoberta da menina recém-nascida, embrulhada numa toalha, na borda do aparelho de ar condicionado localizado no exterior da janela. A mulher, que teve alta hospitalar no domingo, acabou por admitir ter dado à luz e abandonado a filha, recusando, no entanto, divulgar as razões pelas quais o fez. O crime é punível com pena de prisão de 2 a 5 anos. Se o abandono resultar em ofensa grave à integridade física pode chegar aos 8.
Hoje Macau SociedadePediatria | Novo centro de avaliação inaugura amanhã [dropcap]É[/dropcap] já amanhã que o novo centro de avaliação conjunta pediátrica, criado em colaboração com os Serviços de Saúde de Macau (SSM), a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude e o Instituto de Acção Social começa a receber os primeiros pacientes, substituindo a sede que vinha funcionando no Centro Hospitalar Conde de São Januário. De acordo com um comunicado dos SSM, a nova sede do centro terá o dobro o tamanho do actual, contando com 14 salas, tendo sido expandidas as áreas destinadas à terapia ocupacional e terapia da fala. Passa a haver “um acréscimo de salas destinadas à fisioterapia, dotadas de equipamentos e aparelhos de tratamento para proporcionar serviços de fisioterapia melhorados às crianças”.