Sérgio de Almeida Correia desiste de candidatura à AAM

[dropcap]P[/dropcap]or entender “não haver condições” que permitam levar avante a sua candidatura à presidência da Associação dos Advogados (AAM), Sérgio de Almeida Correia desistiu de apresentar uma lista para a direcção. A decisão foi anunciada ontem, na véspera do fim do prazo para a formalização das listas

“Ciente de que não faz sentido vencer com uma lista amputada da colaboração de colegas que estimo e que trabalham em escritórios que, no seu conjunto, representam cerca de uma centena de advogados que, por razões várias, se viram impedidos de participar, considero não haver condições que permitam levar avante um projecto amplo de participação que melhor servisse a AAM e a RAEM”, diz Sérgio de Almeida Correia, num comunicado enviado ontem à noite às redacções.

Na nota, redigida em português e em chinês, o advogado tece duras críticas ao actual presidente da AAM, acusando-o de gerar “um clima de receio” relativamente à alternativa apresentada: “Logo após ser conhecida a minha pré-candidatura, o actual presidente proferiu uma série de declarações e desencadeou um conjunto de acções que passaram por um ataque à minha pessoa e à advocacia que pratico, destinado a desacreditar-me aos olhos dos meus pares, o que gerou nos espíritos um clima de receio relativamente às intenções da minha candidatura”.

No comunicado, sublinha que Jorge Neto Valente, embora “no poder de forma praticamente ininterrupta” desde meados da década de 1990, está no direito de se recandidatar. No entanto, “escusado seria que invocasse a minha pré-candidatura como razão, excepcional, nas suas palavras, para dar o dito por não dito”, assinala o advogado, para quem tal demonstra “a inutilidade dos discursos que, ao longo dos anos, proferiu de cada vez que invocava cansaço para continuar a presidir à AAM”.

O advogado condena ainda a incoerência: “O presidente da AAM critica a falta de renovação do TUI [Tribunal de Última Instância], mas ele próprio só sairá de cena quando for ele a escolher o sucessor e este corresponder ao perfil que ele deseja”. “Desde a primeira hora, em vez de aceitar uma disputa com nobreza e lealdade, mostrou-se agastado e necessitou de tocar os sinos a rebate, agitando papões e antecipando uma lista de ‘ruptura e de confronto’ que só ele viu”, lamenta.

Sérgio de Almeida Correia realça, porém, que “desde o início” ficou claro que o seu objectivo era “fortalecer a AAM” – “e não dividi-la”. Isto porque, “dividida já ela está”, argumenta, sustentando que “quem vai às assembleias-gerais há muito viu isso”.

“Procurei um debate sério e elevado sobre as questões de advocacia, alertando os meus colegas para o que estava a suceder e para o futuro”, observa, afirmando que fez “em consciência” o que entendeu que podia fazer, respeitando nomeadamente as regras do jogo democrático, o princípio ‘um homem, um voto’ e o Código Deontológico.

Ponto de viragem

Defendendo que “a eternização do poder fragiliza as instituições”, retirando-lhes “voz e discernimento”, Sérgio de Almeida Correia vinca que “a falta de renovação da AAM segmentou e dividiu a classe”. “Não há advogados de primeira e de segunda. Não há portugueses e chineses. Há apenas advogados. Gente que trabalha, honrada, que cumpre. Gente que devia conhecer os critérios que determinam muitas das opções da AAM”, observa.

Apesar da saída de cena, Sérgio de Almeida Correia entende que a sua candidatura marcou um ponto de viragem: “A minha intervenção gerou um debate nunca visto na classe e na sociedade sobre o papel da AAM e dos advogados na RAEM”. “De hoje em diante nada será como antes”, enfatiza.

Sérgio de Almeida Correia sublinha ainda que sua disponibilidade para servir os advogados e os residentes da RAEM “continuará a ser total” e, a fechar, endereça uma mensagem a todos os que o apoiaram, pedindo-lhes “compreensão” relativamente a “uma decisão que, sendo tão difícil quanto foi a de avançar, é, uma vez mais, pessoal”.

O HM tentou contactar o presidente da AAM e agora único candidato, Jorge Neto Valente, para obter uma reacção, mas sem sucesso.

30 Out 2018

Governo: “Estejam preparados porque o preço do gás natural vai aumentar”

[dropcap]O[/dropcap] Governo vai aumentar os preços do gás natural, adiantou ontem o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. “Estejam preparados porque vai aumentar o preço do gás natural, porque actualmente o preço é bastante baixo e vai ser actualizado. Os actuais edifícios têm que decidir a instalação das canalizações de gás natural nas reuniões de condomínio. Não sei se o Instituto da Habitação (IH) pode subsidiar a instalação dessas canalizações. Nas habitações públicas já estão todas instaladas.”

Esta tarde, no hemiciclo, um responsável do Governo explicou que a actualização dos valores se deve, em parte, à própria reestruturação da Sinsoky, a concessionária responsável pelo fornecimento e instalação de gás natural. “Na altura da assinatura do contrato de concessão, o preço do combustível era diferente. Na altura foi afixado o limite máximo. Com o ajustamento do preço os valores relativamente ao outro tipo de gás vão aproximar-se. Esperamos que essa tarifa venha a ser estável. O gás natural ainda não chegou a Macau e a concessionária já está a iniciar o lançamento das condutas.”

Em Agosto, o Governo garantiu ao deputado Au Kam San que estaria a ser planeada a construção de dois gasodutos, sendo que o fornecimento de gás natural é uma realidade sobretudo no Cotai, pois os hotéis têm uma maior capacidade em termos de equipamentos. Mais de 7400 casas estão a usar gás natural, ou seja, dez por cento.

“A primeira fase já foi concluída, mas na segunda fase, devido às variações de preços no mercado e à reestruturação da Sinosky, a realização dos trabalhos foram mais lentos”, explicou um representante do Executivo.

“A Sinosky entrou em contacto com o Governo para arranjar uma solução a fim de abastecer gás natural a baixo preço em Macau. Vamos rever a lei para que os novos prédios tenham espaço para a instalação de gasodutos. Locais como as habitações públicas e hospital das ilhas vão ser uma prioridade”, frisou o mesmo responsável.

30 Out 2018

Raimundo do Rosário, o secretário ecológico

Deputados exigiram leis e regulamentos para a redução de resíduos e do uso do plástico. Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, admitiu que vai taxar o uso de sacos plásticos, sendo esta “uma prioridade”, bem como o depósito de resíduos nos aterros sanitários, sem avançar com datas concretas.
Além disso, Raimundo do Rosário revelou estar preocupado com a necessidade de protecção do meio ambiente.

“Comungo da mesma opinião da maioria dos deputados. Sobre os plásticos concordo plenamente com a redução do seu uso, e em termos de política de protecção ambiental sempre encorajei os directores para que se desloquem mais a pé e não de carro. Detesto ver seis ou sete veículos de cor preta na rua. É como uma epidemia.”

O secretário pediu ainda uma recolha de informações sobre o facto de, na União Europeia, 24 países terem aprovado a utilização de produtos descartáveis. “As garrafas de plástico também afectam o ambiente e nas minhas reuniões só uso copos de vidro. Cada pão é metido num saco de plástico, porque é que não se colocam mais pães num só saco”, exemplificou.

Vários deputados afirmaram que devem ser estabelecidas parcerias com as concessionárias de jogo. “As palhetas que usamos podem ser substituídas por outro tipo de material e penso que as concessionárias também estão dispostas a colaborar nessa política de protecção ambiental”, defendeu Wu Chou Kit.

30 Out 2018

Habitação pública | Obras do edifício bairro da Ilha Verde concluídas

Relativamente ao edifício do bairro da Ilha Verde estão concluídas as obras, explicou Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, no hemiciclo. “Está concluído o projecto e dentro de semanas vamos emitir a licença de ocupação. As obras deveriam estar concluídas em finais de 2016 mas no inicio de 2017 entrou em vigor a lei do ruído e as obras tiveram de parar ao fim de semana e isso levou a um atraso. As obras atrasaram-se até 2017 e depois chegaram os tufões, mas já estão concluídas.”

Arnaldo Santos, presidente do Instituto da Habitação (IH), adiantou na Assembleia Legislativa (AL) que a maioria das chaves do edifício Cheng Tou, composto por fracções públicas, já foi distribuída aos candidatos a uma casa do Governo.

“No dia 3 recebemos a licença de utilização por parte da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e começamos a distribuir as chaves. Até ao dia de hoje cerca de 50 por cento das chaves já foram distribuídas e estamos à espera da comunicação com os bancos em relação às fracções que serão hipotecadas. Estamos a fazer de forma muito célere esse trabalho e os bancos já têm mais funcionários a trabalhar para essas fracções.”

O secretário defendeu também que o funcionamento do IH, no que diz respeito aos processos das habitações públicas, melhorou nos últimos anos. “Depois de termos falado aqui do metro ligeiro já devem saber que a última responsabilidade recai sobre o secretário. O IH tem vindo a registar melhorias no seu trabalho, na realização das escrituras, todos os trabalhos têm vindo a ser acelerados, não sei se concordam comigo. Mas claro que pode melhorar ainda mais.”

30 Out 2018

AL | Governo garante que novos aterros não alteraram meio ambiente

O deputado Mak Soi Kun quis saber, no debate da Assembleia Legislativa (AL), mais detalhes sobre o estudo de impacto ambiental dos novos aterros, mas o Governo garantiu que não houve efeitos nefastos em termos de poluição das águas.

“Monitorizámos as águas mais profundas nas zonas B e D dos novos aterros, e os valores são quase os mesmos aos que se registavam antes da construção”, apontou um responsável da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA). “Quanto às obras nas zonas C e D, vamos continuar a exigir aos empreiteiros para cumprirem os indicadores e as fiscalizações. Pedimos aos empreiteiros para que controlem a qualidade da água. A DSPA também pediu aos construtores para que tomem medidas a fim de evitar que os resíduos sejam espalhados no solo, e essas medidas já estão a surtir efeitos”, frisou.

O mesmo governante adiantou ainda que o problema dos maus cheiros na zona da Areia Preta não só está melhor como será resolvido. “São os esgotos ilegais que são despejados naquela zona que causam o mau cheiro, não tem a ver com a poluição”, explicou o secretário Raimundo do Rosário.

“Vamos eliminar a sujidade na zona da Areia Preta, acumulou-se lodo nos últimos anos e de acordo com as sugestões de um relatório é melhor utilizar bio-técnicas, com plantas marítimas, para absorver a sujidade do lodo”, apontou o responsável da DSPA.

30 Out 2018

Novos aterros | Governo assinou contrato para obras na zona C

Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, anunciou esta tarde na Assembleia Legislativa que foi assinado hoje um novo contrato para o arranque das obras na zona C dos novos aterros.

“Tenho uma novidade: foi assinado esta manhã um contrato para as obras da zona C dos novos aterros, por isso vai avançar mais um projecto”, referiu o secretário em resposta ao deputado Mak Soi Kun.

O ano passado, o secretário garantiu que o aterro na zona C estaria pronto nesse mesmo ano, sendo que este ano deverá ficar concluída a zona D.

30 Out 2018

Deputada diz que metro ligeiro foi “um erro”

[dropcap]A[/dropcap] deputada Song Pek Kei defendeu esta tarde na Assembleia Legislativa que o projecto do metro ligeiro “foi um erro”. “Está a fazer um melhor trabalho do que o seu antecessor porque antes as obras estavam paradas. Não será um erro da nossa parte construir o metro ligeiro, uma vez que Macau é um lugar muito pequeno? Se no futuro houver uma redução dos impostos do jogo quem vai suportar essas despesas? Creio que foi um erro construirmos o metro ligeiro, porque serão as próximas gerações a pagar”, frisou a deputada que, no hemiciclo, é parceira de bancada de Si Ka Lon.

O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, garantiu que já não se preocupa com questões de derrapagens orçamentais e que está focado na realização dos diversos projectos. “Gostaria de dizer que ao longo de dez anos o GIT promoveu muitos estudos e temos dado prioridade à estação da Barra e depois será o segmento leste. Eu é que assumo as responsabilidades e decido quais são as prioridades, se começamos do lado esquerdo ou direito.”

No debate desta tarde, Raimundo do Rosário brincou também sobre o elevado número de processos judiciais ligados à sua tutela, em parte devido à declaração de nulidade das concessões de terrenos sem aproveitamento. “Tenho cada vez mais casos judiciais na minha área e começo a pensar se o secretário deve ser um engenheiro ou um jurista”, rematou.

30 Out 2018

Raimundo do Rosário pede desculpas por erro na adjudicação do metro ligeiro

Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, assumiu a responsabilidade no erro de adjudicação do contrato da obra do Parque de Materiais e Oficinas do Metro Ligeiro. O governante promete mais novidades nas LAG e diz que não haverá derrapagem no orçamento do segmento da Taipa

[dropcap]F[/dropcap]oi um debate de confissões, explicações e também de compromisso. Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, assumiu ontem na Assembleia Legislativa (AL) que é o principal culpado pelos erros de adjudicação, apontados pelo Tribunal de Última Instância (TUI), do contrato de construção do Parque de Materiais e Oficinas do Metro Ligeiro. “Peço autorização ao presidente (Ho Iat Seng) para, através deste plenário, pedir desculpas à população por este erro. Quanto à responsabilidade, sendo o secretário o responsável por este serviço, é minha. Em relação às providencias a tomar no futuro, já reuni com os directores de modo a avaliar a melhor forma para evitar que situações dessas se voltem a repetir.”

Raimundo do Rosário já deu garantias de que não será realizado um novo concurso público, uma vez que o Parque de Materiais e Oficinas está praticamente concluído. Além disso, defendeu o profissionalismo do júri que decidiu a adjudicação criticada pelo tribunal. “A avaliação das propostas é feita por quatro ou cinco pessoas que são funcionários da linha da frente. Esse trabalho é feito além do trabalho que têm no dia-a-dia. Não recebem qualquer remuneração suplementar e nem por isso aliviamos o trabalho do seu dia-a-dia.”

Num debate lançado pelas interpelações dos deputados José Pereira Coutinho e Chui Sai Peng, muitos membros do hemiciclo elogiaram Raimundo do Rosário por ter assumido as responsabilidades. Este garantiu que o Metro Ligeiro é um projecto feito por gente nova e sem experiência. “É uma empreitada feita por pessoas inexperientes, e se alguma falha acontecer, a responsabilidade cabe ao secretário. Por exemplo, nas obras da zona A dos novos aterros, houve departamentos que me disseram que não conseguem fazer certos trabalhos mas eu, mesmo assim, exigi que continuassem.”

Novidades nas LAG

Como é o grande responsável, Raimundo do Rosário referiu que é também a si que lhe cabe a decisão face às prioridades. Com o segmento da Taipa em fase de conclusão, o secretário adiantou o que virá a seguir. “Quando debatermos as Linhas de Acção Governativa (LAG) vou falar sobre o orçamento do segmento de ligação entre a Taipa e Macau e espero que no próximo ano, ainda no meu mandato, possa saber o orçamento para a linha de Seac Pai Van e quando será finalizado.”

O secretário acrescentou ainda que está a ser elaborado um estudo sobre a linha este do metro. “Temos de ver linha a linha”, defendeu. “Referi, em 2016, que íamos dar prioridade à linha da Taipa, que tem 11 estações, e que iria entrar em vigor em 2019. Neste momento, estamos a analisar a linha este, que vai do Pac On, vai a Macau e termina nas Portas do Cerco, mas não tenho capacidade para falar de todo o plano, com as estações e os quilómetros.”

Raimundo do Rosário deu também garantias de que o Metro Ligeiro vai continuar a ser construído de forma faseada. “Estamos a fazer o trabalho por fases e por linha. Depois da Taipa será a linha de Seac Pai Van e depois a linha este. Em cada fase podemos parar e interromper o projecto, podemos fazer mais uma linha.”

O deputado José Chui Sai Peng introduziu o tema do orçamento e, mais uma vez, Raimundo do Rosário falou apenas dos números que poderia falar. O segmento da Taipa deverá ficar-se mesmo pelas 11 mil milhões de patacas, valor que está dividido em três tranches. “A maior é para as carruagens, 3,6 mil milhões serão para a linha da Taipa e 2,6 mil milhões são para o Parque de Materiais e Oficinas. Estamos confiantes de que não vamos ultrapassar esse valor.”

O secretário deu ainda mais explicações sobre os contratos das carruagens encomendadas à Mitsubichi. “Achei que não deveriam ser feitos dois contratos, que eram de 800 milhões de patacas, e depois fundiram-se num único contrato, de 360 milhões, pelo que não constitui um prejuízo.”

30 Out 2018

Casa Branca diz que Trump “há só um” perante comparações com Bolsonaro

[dropcap]A[/dropcap] porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, reagiu com cepticismo às comparações entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o mandatário eleito no Brasil, Jair Bolsonaro, vencedor das eleições de domingo no país sul-americano. “Só há um Donald Trump, na minha opinião”, afirmou Sanders durante uma conferência de imprensa na Casa Branca.

Bolsonaro foi apelidado durante a campanha eleitoral de Donald Trump brasileiro, devido à sua confessa admiração pelo Presidente norte-americano e o seu extenso historial de declarações de teor machista e racista, além do hábito de rebater as críticas, classificando-as de ‘fake news’ (notícias falsas).

Sanders também respondeu a uma pergunta sobre se a Casa Branca planeia exigir garantias ao novo governo de Bolsonaro de que respeitará os direitos humanos e as normas democráticas.

“Promovemos os direitos humanos em todo o mundo. Valorizamos a nossa longa relação com o Brasil e veremos que o acontece a partir de agora”, acrescentou a porta-voz.

Trump falou no domingo por telefone com Bolsonaro, pouco depois de se confirmar a vitória nas urnas, e hoje deu conta dessa conversa através da sua conta oficial no Twitter.

“Tive uma boa conversa com o recém-eleito Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que ganhou as eleições por uma margem substancial. Acordámos que os EUA e o Brasil trabalhem estreitamente em matéria comercial, militar e tudo o resto”, escreveu Trump.

“Excelente chamada, expressei-lhes as minhas felicitações”, acrescentou. Por seu lado, a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, disse em comunicado que os EUA e o Brasil “partilham uma colaboração vibrante baseada no compromisso mútuo de promover a segurança, a democracia, a prosperidade económica e os direitos humanos”.

 

Ministro da Casa Civil prevê dias difíceis para o novo Governo

O actual ministro brasileiro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou hoje que o novo Governo liderado por Jair Bolsonaro terá um caminho árduo pela frente e sublinhou a necessidade de união no país. “Não teremos dias fáceis não, teremos dias de dificuldade e precisaremos de estar unidos”, afirmou Padilha em entrevista à imprensa brasileira, segundo a Agência Brasil.

Entre as dificuldades apontadas pelo ministro está a negociação da reforma da Previdência no Congresso, que o governo de Jair Bolsonaro pretende iniciar, sob uma nova forma, em 2019. Padilha disse acreditar que o período de adaptação, estimado de 90 a 120 dias, entre o novo Presidente da República e o poder Legislativo não será suficiente para aprovar um novo modelo de reforma.

“Vai precisar de mais de 90 dias para o fazer. Seria bom aproveitar esses 60 dias [ainda do governo de Michel Temer] para ver até onde se avança”, recomendou Eliseu Padilha, ministro que atua como articulador político desde o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Padilha quis ainda relembrar que “o Congresso é soberano e só ele decide” as questões fundamentais do país. “O Executivo tem limitações e o Congresso pode não sancionar o que o novo governo quer”, observou o atual ministro da Casa Civil.

O político afirmou também que “a eleição de Bolsonaro não se fundou em alianças partidárias” e que o Presidente eleito terá de conversar com os partidos e não apenas com as bancadas temáticas, como a evangélica, a ruralista e da segurança, tal como Bolsonaro fez durante a sua campanha.

“Ele [Bolsonaro] veio sem aliança. Agora chegou a vez de dialogar com o Congresso Nacional e isso terá de ser feito via partidos, pois são eles que controlam os seus deputados e os seus votos”, afirmou.

O ministro apontou ainda dois grandes desafios para o novo governo: reduzir o défice público e a criação de empregos. “Nós (Governo de Temer) já geramos 800 mil empregos este ano, chegaremos a um milhão, mas isso precisa de continuar e acelerar”, disse.

Eliseu Padilha será substituído pelo deputado federal Onyx Lorenzoni, do partido Democratas, que tem feito o trabalho de articulação política de Bolsonaro e foi já indicado para a ocupar o Ministério da Casa Civil que, segundo a lei brasileira, deve apoiar direta e imediatamente o Presidente da República no desempenho das suas atribuições.

30 Out 2018

Presidente cubano Miguel Díaz-Canel visita China na próxima semana

[dropcap]O[/dropcap] presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, vai visitar a China a partir da próxima semana e participará na feira International Import Expo, que decorre em Xangai, “capital” económica do país, informou ontem o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.

Trata-se da primeira visita de Díaz-Canel ao país asiático. “Acreditamos que, com esta visita, continuaremos a fortalecer os nossos laços bilaterais de amizade” afirmou, em conferência de imprensa, Lu Kang.

Também os presidentes da República Dominicana e El Salvador, Danilo Medina e Salvador Sánchez Cerén, respetivamente, vão visitar o país asiático entre 31 de Outubro e 8 de Novembro, a convite do Presidente chinês, Xi Jinping.

A feira internacional de Xangai, que decorre entre 5 e 10 de Novembro, contará ainda com a participação do presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, entre outros líderes internacionais.

El Salvador, República Dominicana e Panamá romperam recentemente relações com Taiwan, passando a reconhecer Pequim como a capital de toda a China. Na International Import Expo participam ainda o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, e o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev.

30 Out 2018

Moeda chinesa recua face ao dólar dos EUA para valor mais baixo em dez anos

[dropcap]A[/dropcap] moeda chinesa caiu ontem para o nível mais baixo em dez anos face ao dólar norte-americano, aproximando-se da barreira de um dólar para sete yuan, numa altura de fricções comerciais com Washington. Ao meio dia de ontem, na China, 6,9644 yuans valiam um dólar norte-americano, a cotação mais baixa desde Maio de 2008.

Washington acusa Pequim de práticas de concorrência desleal, nomeadamente a desvalorização da moeda chinesa, como forma de estimular as exportações. O yuan não é inteiramente convertivel, sendo que a sua cotação pode variar, no máximo, dois por cento por dia face a um pacote de moedas internacionais.

Este mês, no entanto, o Departamento do Tesouro norte-americano recusou classificar a China como manipulador de moeda, mas afirmou que mantém o país sob vigia. As autoridades chinesas prometeram evitar a “desvalorização competitiva”, num período de disputas comerciais com os Estados Unidos em torno das ambições chinesas para o setor tecnológico.

O presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias de 25% sobre 250 mil milhões de dólares de importações oriundas da China.

A queda do yuan apoia os exportadores chineses face à subida das taxas alfandegárias nos EUA, ao reduzir o preço dos seus bens na moeda norte-americana, mas encoraja os investidores a tirar dinheiro da China, levando a um aumento nos custos de financiamento de outras indústrias domésticas.

O nível de um dólar para sete yuan pode reforçar a atenção dos EUA para com o valor da moeda chinesa. Um relatório publicado ontem pelo banco japonês Mizuho Bank prevê que as autoridades chinesas “permaneçam firmes” e previnam uma “capitulação para um nível inferior a sete dólares”.

Desde Abril, a moeda chinesa caiu quase 10%, face ao dólar norte-americano, à medida que os indicadores da economia chinesa abrandam e a Reserva Federal norte-americana aumenta as taxas de juro.

O Banco do Povo Chinês (banco central do país) pode comprar ou vender moeda – ou pedir aos bancos comerciais do país que o façam – controlando assim a oscilação do valor do yuan.

30 Out 2018

Escritório Rato, Ling, Lei & Cortés assina protocolo com Universidade Católica

[dropcap]O[/dropcap] Escritório Rato, Ling, Lei & Cortés – Advogados (Lektou) assinou ontem um protocolo de cooperação com a Universidade Católica Portuguesa que inclui, entre outras áreas, colaboração na leccionação de cadeiras e seminários da licenciatura, programas de estágio, bolsas sociais, prémios de excelência, divulgação de programas académicos, cursos especializados de formação profissional em áreas jurídicas e promoção de colóquios e conferências sobre temas de natureza jurídica.

Segundo um comunicado, enviado às redacções, através do protocolo foi incluída no plano de estudos, em Setembro, uma nova cadeira do curso daquela instituição subordinada ao Direito da RAEM que tem como regente Jorge Pereira da Silva, director da Escola de Lisboa. Conta também com a colaboração dos advogados da Lektou Frederico Rato, Pedro Cortés, Óscar Alberto Madureira, bem como com Beatriz Madureira.

Já no segundo semestre, os alunos podem ainda frequentar a cadeira de Direito do Jogo, um sector fulcral na economia de Macau e de relevada importância para aqueles que pretendam desenvolver a sua carreira em Macau.

De acordo com a mesma nota, o escritório compromete-se com a divulgação na RAEM e nas suas áreas de influência (China e Hong Kong) dos programas académicos da instituição de ensino superior, em especial os programas de Mestrado (LLM) da Católica Global School of Law.

30 Out 2018

Negligência provoca mortes em Taiwan

[dropcap]N[/dropcap]o passado dia 21, ocorreu um trágico acidente ferroviáro na Estação de Xinma em Sulan, Taiwan. Morreram 18 pessoas e 190 ficaram feridas. A maioria das vítimas eram crianças. Os corpos dos mortos e dos feridos ficaram espalhados por toda a parte. Algumas mães foram vistas a abraçar os filhos moribundos. Foram cenas chocantes, que entristeceram os elementos das equipas de resgate.

O comboio acidentado fazia a ligação entre a floresta da Cidade New Taipei e Taitung e cumpria um horário que apenas se efectua aos domingos. No momento do acidente, 366 passageiros atravessaram a Estação Xinma em Yilan, a uma velocidade de 140 Kms por hora. Ao contornar a curva, o comboio chocou com a plataforma e descarrilou. Oito carruagens embateram numa central eléctrica. Os cabos e a estrutura metálica pressionaram a composição e alguns carris viraram-se e perfuraram as carruagens, que acabaram por ficar em forma de W.

A Procuradoria de Yilan Taiwan levou a cabo uma investigação preliminar e concluiu que o acidente se deveu a excesso de velocidade. O maquinista encontra-se sob forte suspeita. O Tribunal Distrital de Yilan irá julgar o caso; o maquinista saiu em liberdade, sob fiança de 500.000 dólares de Taiwan.

A secção 276 (1) do Código Penal de Taiwan estipula,

“Aquele que causar a morte de terceiros devido a negligência é condenado a uma pena de prisão que pode ir até 2 anos, ou a uma multa que poderá ascender a 2.000 yuans.”

A secção 276 (2) estipula,

“As pessoas envolvidas numa actividade económica e que, nesse âmbito, por negligência provoquem a morte de terceiros, serão condenadas a uma pena de prisão até 5 anos ou ao pagamento de uma multa que poderá ascender a 90.000 yuans.”

Em Taiwan, existe o conceito de “negligência laboral”. Este crime é regulado pela secção 276 (1) do Código Penal. Se a morte tiver sido provocada por:

• negligência,
• violação dos deveres estatutários de protecção de terceiros, ou
• descuido.

De acordo com o sentido literal da expressão “negligência laboral”, os acidentes ocorridos terão de estar relacionados com erro humano no exercício de funções.

Mas o conceito legal vai mais longe. Por exemplo, agricultores que criem gado, ou que cultivem os campos nas montanhas, precisam de utilizar carrinhas para se deslocar. Sem estes veículos não podem trabalhar. Desta forma, se tiverem um acidente, poderá cair no âmbito da “negligência laboral”. A inclusão da estrada no local de trabalho do agricultor baseia-se na teoria de “casualidade” da lei penal; ou seja, “sem uma determinada acção, não teria havido uma certa consequência.” A casualidade está formalmente correcta, mas não abarca todo o quadro do crime. Por exemplo, no caso de morte por esfaqueamento, se houver uma impressão digital do suspeito na faca, a acusação que sobre ele impende será de assassínio. Embora esta afirmação seja correcta, não explica o motivo da acção. Sem se apurar o motivo do crime é difícil condenar o suspeito. O uso do conceito de “casualidade” pode ser um pouco redutor.

Hoje em dia, o âmbito da “negligência laboral” está confinado ao exercíco “da actividade principal e de actividades subsidiárias”. No caso do agricultor que precisa de conduzir uma carrinha, a condução é uma actividade subsidiária.

A negligência implica que o erro “não foi intencional”, ou aconteceu porque “embora devesse ter prestado atenção, não o fez”, ou por “podendo prever o resultado, não ter acreditado que efectivamente fosse acontecer”.

Em regiões onde não existe o conceito de “negligência laboral”, os procuradores lançam mão de acusações alternativas. Por exemplo, em Hong Kong se um motorista de autocarro provocar um acidente que provoque mortes, o Governo acusa-o de assassínio.

O conceito de “negligência laboral” torna estas situações mais claras. Este crime é obviamente não intencional. A legislação ajuda a distinguir o crime de homicídio do crime de assasínio.

30 Out 2018

Feio

[dropcap]É[/dropcap] a componente estética aquela que mais define a vida como estrutura organizada da multiplicação pelo ciclo do acasalamento, qual lembrança perdida de uma harmonia. Se a vida, essa, sempre se refaz pelo invencível ciclo harmónico da regeneração, isso indica que dentro de cada coisa viva existe um pouco desta experiência incrível: um programa geométrico de um longínquo gérmen-memória de imortalidade.

Vivemos nós de estereótipos estetizantes que, quase sempre, e caso a atenção nos falhe, poderão contribuir para o martírio de uma conduta de comunicação, a partir das noções mais vastas desse mecanismo. Implantados no mapa ideológico, trajar as vestes do mito social, requer a flutuação de princípios para o ajustar a essa vertente, onde o poder é a causa mais interessante da luxúria do feio. Uma certa arquitectura segue no corpo da ideia…

Na medida em que a flutuação comportamental estética modela as ondas do espaço social, podemos nós, como nas batalhas, medir a tensão dos ritmos presentes, e há que salientar que todas as épocas trouxeram para o espaço público a sua estética do feio, como o mundo clássico no vasto diálogo moral entre tais princípios. Salientar que o fantástico disforme da cultura helénica foi um fenómeno absolutamente extraordinário. Percorrendo todas as deformidades elas acompanhar-nos-iam até ao seu extremar. Escatológica a força do destino!

O disforme pode ser uma urgência em acabar de vez com o insuportável sorriso dos incautos. «Não deveria, portanto, odiar quem me detesta? Não farei pactos com os meus inimigos. Sou um infeliz e eles partilharão comigo a minha infelicidade». Muito semelhante a uma frase de Rilke, que define a beleza como princípio do terrível. As vanguardas ocuparam-se, há mais de cem anos, a olhar para dentro das vísceras das belas imagens e a devolverem-nos o conjunto sem o qual a visão que rege a outra parte ficaria sempre inacabada, e muitos não conseguiram fazer a transição da decoração para a transgressão, ficando-se no efeito algo perverso das coisas bonitas – e é claro- bonito não quer dizer nada e, no entanto, será sempre bonito dizer-se do bonito que as coisas são.

A prodigalidade da desmesura pode em muito contribuir para desventrar pântanos onde muitos pensam ser Narcisos e esse espectro atroz da contemplação nas fétidas águas dos seus cânones será imprudentemente a maravilha, a forma de arte completa, vista por quem a observa em outras latitudes. Devolver o cenário de uma excrescência será esse o trabalho mais sério de um artista ou de todo aquele que perscruta os sinais do estranho horror que emana da vida. Podem os que escrevem aleijar todas as fontes verbais ao sair do labirinto de um ordeiro Minotauro que, doloso, segue a nossa sombra para se entreter no seu martírio de fera só. Tudo podemos experimentar na longa marcha que cria o insólito com que muitos olhos, mesmo abertos, ao contemplar, não vêem a liberdade total que será sempre a conquista definitiva do próprio mérito.

Não queremos poesia de género nenhum.
Queremos truques mágicos de saco,
Procurando tapar na existência um fatal buraco.
E apesar de esforço insano não tapamos nenhum.

Wilhelm Klemm – Expressionismo alemão

Há no entanto algo que escapou a uma filtragem atenta e se precipita agora na antecâmara provável dos horrores, esse algo que não tem código na nossa outrora e quase obscena arte do feio, um fenómeno que ultrapassou as torres de vigia de como olhávamos o esquartejamento das imagens… uma outra dimensão que a fealdade não alcança. Já muito alucinámos acerca da devastação dos medos, eles tornaram-se modelares, competitivos mas o que se avizinha não nos deve estarrecer nem surpreender, na medida em que não temos esses sentidos para os contemplar, mas onde certamente somos a via por onde uma repugnância qualquer se fará sentir. Acéfala e gregária, a nossa vida avança para o cume de um estertor que não há registo, pese embora a distância da quimera de cada um na felicidade ardilosa que teima em não chegar. O nosso repouso celular deixou entrar um festim de exterminadores implacáveis. Já não há braço, modelagem, ferocidade, génio, garbo, convicção para a metamorfose de um cerco em volta do mundo.

O “código criminal” do feio pode ser uma qualquer mágoa acelerada para anunciar desastres e também um local de exílio perante a falta de compaixão, foi Isaías que anunciou que um Messias sem beleza diante do qual se tapa o rosto, considerado como um leproso iria ajudar-nos a salvar-nos de males maiores. Há instantes mais cruéis que olharmos no olho de um Ciclope, e desventuradamente o grotesco se desfez para dar origem ao medonho.

Salientar que chegam até nós as trombetas de uma regressão – não fosse nada definitivamente andar para trás – avança de outra maneira com mais pujança que o antigo braço que vemos chegar quase tão repentinamente como os furacões.

30 Out 2018

Poemas de Li Bai

DESPEDINDO-ME DE MENG HAORAN

[dropcap]C[/dropcap]om uma mão, o meu velho amigo diz adeus à Torre Amarela.
Desce o rio para leste e atravessa a luz leitosa dos salgueiros de Abril.
Ao longe, a brisa apaga a solitária vela no longínquo azul,
Vejo a corrente do rio Yangtze a arrastar tudo para o céu.

 

A BELA NA ESTRADA

Altivo, o cavalo esmaga flores no seu galope.
De chicote em riste, afasto as nuvens do meu caminho.
Uma rapariga bela sorri, mostra o seu saiote que parece ouro,
E aponta ao longe o pavilhão vermelho onde se prostitui.

30 Out 2018

Filipinas | Duterte coloca Alfândega sob controlo das Forças Armadas

[dropcap]O[/dropcap] Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, colocou os serviços da Alfândega daquele país sob o controlo “temporário” das Forças Armadas depois daquela entidade não ter conseguido interceptar mais de uma tonelada de drogas escondidas em contentores.

“Todos os altos comandantes serão substituídos pelos militares, (…) enquanto resolvemos como enfrentar a corrupção neste país”, disse Duterte no domingo em Davao.
Na semana passada, Duterte anunciou que substituiria todos os altos funcionários da Alfândega depois da Agência Antidrogas ter informado que tinha entrado no país metanfetamina no valor de 11 mil milhões de pesos.

“Com este tipo de jogo sujo com que alguns estão a brincar, sou forçado a pedir ao Exército que assuma o controlo”, disse Duterte, que tem travado uma guerra contra a droga que já custou milhares de vidas.

Em Agosto, as autoridades encontraram restos de drogas no porto de Cavite, dias depois de meia tonelada de metanfetaminas ter sido interceptada escondida nos elevadores do porto de contentores de Manila, o que leva a crer que os estupefacientes tenham ainda assim acabado por entrar no país.

No seu discurso de domingo, Duterte disse que o restante pessoal da alfândega está num “estado flutuante”, já que a maioria foi acusada de corrupção e reportam diretamente ao Gabinete do Presidente.

30 Out 2018

Chan Weng Hon fotografou os refugiados do Vietname em Macau

Entre 1977 e 1991 chegaram a Macau milhares de refugiados do Vietname. Em 1981, durante mais de um mês, todos os dias, o fotojornalista Chan Weng Hon foi fotografar estas pessoas e o seu dia a dia. A exposição “Boat People”, patente até 14 de Novembro na Galeria 1844, conta esta história em 42 imagens

[dropcap]C[/dropcap]omo nasceu esta exposição?
A maioria das imagens foi tirada em 1981. Na altura trabalhava no Jornal Tai Chung Pou. O Governo de Macau aceitou abrigar os vietnamitas que fugiam da guerra. Estes refugiados queriam primeiro chegar a Macau ou a Hong Kong para depois poderem ir para outros sítios como os Estados Unidos ou Inglaterra, por exemplo. As pessoas chegavam a Macau todos os dias, em barcos muito pequenos completamente cheios. Vinham à procura de um abrigo temporário. Recordo que no início ainda não existia nenhum abrigo para as acolher, pelo que acabavam a monte numa espécie de campo, onde o barco as deixava, na Taipa. Mas acabou por se arranjar três locais para instalar estas pessoas: na Ilha Verde, na Taipa e em Ka Ho. Estamos a falar de pessoas que chegavam sem nada. Todos os dias, durante mais de um mês, apanhava o autocarro para a Taipa para poder tirar fotografias.

Como era a chegada destas pessoas a Macau?
Acho que ao princípio estas pessoas só pensavam numa forma de poder ir de Macau para outro sítio. Penso que não era a sua intenção cá ficarem e encaravam a vinda para Macau como temporária. Por outro lado sentiam-se seguras por ter aqui um local onde estar enquanto não podiam ir para mais lado nenhum. Penso que a sensação era também de alívio porque sabiam que já não tinham que se preocupar muito mais. À chegada, mal saíam do barco passavam por uma inspecção. O objectivo das autoridades era verificar se ninguém transportava nada perigoso, especialmente armas como pistolas ou facas.

FOTO: Sofia Margarida Mota

Que impressão ficou desta altura e destas pessoas?
Muitas vezes quando as pessoas fogem para outros países acabam por se isolar e às vezes criam problemas e envolvem-se em conflitos. Mas neste caso nada disso aconteceu. A sensação que ainda hoje tenho e que me marcou foi a de chegada de famílias inteiras em condições muito precárias e que só queriam estar num ambiente de calma e de paz e era isso que transmitiam também.

Tinha algum contacto com eles?
Não. O meu trabalho era ir ali, todos os dias, e fotografar. Uma vez com as fotografias tiradas tratava de imediato de ir para o jornal para as passar aos meus colegas que escreviam para acompanharem os seus artigos.

Qual é a sua imagem favorita?
Não está nesta exposição. Foi comprada por uma companhia ligada ao estudo da história de Macau por ser um documento histórico. Mas aqui tenho esta [uma imagem no túnel da Taipa]. Gosto especialmente dela porque consegui juntar todos os refugiados que na altura estavam ali para tirar uma fotografia de grupo. Ao lado estava o posto da policia. Do que me recordo estas pessoas eram bem recebidas pelas autoridade.

© Chan Weng Hon

Estas imagem foram tiradas em 1981 e só agora estão a ser expostas pela primeira vez. Porquê tanto tempo para mostrar este trabalho?
Quando fiz as fotografias vendi algumas para quem se dedicava ao estudo da história local. Mas acho que agora é o momento de mostrar esta parte da história local principalmente aos mais novos. São pessoas que vieram para Macau e que acabaram por viver aqui durante algum tempo e fazem parte de um momento histórico que está muitas vezes esquecido. Hoje em dia já pouca gente se lembra desta altura. Macau é conhecido agora por ser o destino de muitos filipinos, vietnamitas ou indonésios que vêm à procura de trabalho, mas ninguém se lembra do tempo em que recebíamos refugiados.

O que espera desta exposição?
Espero dar a conhecer mais sobre o que se passou em Macau, principalmente às gerações mais novas que não fazem ideia desta parte da história local.

Que diferenças sente entre Macau daquela altura e o território actualmente?
Penso que a maior diferença está na forma como as pessoas de Macau recebem quem vem de fora. Quando acolhemos os vietnamitas, os residentes não se importaram que as pessoas viessem para cá e recebiam bem quem aqui chegava. Mas agora, não é assim. Talvez seja porque entretanto Macau recebeu muitas pessoas de fora como os emigrantes filipinos. Talvez isso tenha feito com que os residentes pensem, sem razão, que vão ficar sem os seus empregos. As pessoas agora afastam-se de quem para cá vem. Não pensam que quem vem para Macau trabalhar também vem de circunstâncias que envolvem pobreza. Não querem saber disso.

30 Out 2018

Austrália proíbe funcionários de viajarem na Lion Air

A queda de um avião da companhia aérea indonésia ‘low cost’, Lion Air, vem engrossar ainda mais a lista de acidentes aéreos que ocorrem nas ligações entre as ilhas do arquipélago asiático. A bordo do Boeing 737 seguiam 188 pessoas

 

[dropcap]O[/dropcap] Governo australiano anunciou ontem ter proibido funcionários do Governo e contratados a voar com a companhia indonésia Lion Air, até que pelo menos esteja concluída a investigação sobre o acidente de ontem.

As autoridades indonésias informaram ontem que um avião da companhia aérea Lion Air caiu no Mar de Java, com 188 pessoas a bordo, 13 minutos após ter descolado do aeroporto de Jacarta.
“Depois da queda de um avião da Lion Air hoje (ontem), funcionários do Governo australiano e contratados foram instruídos a não voar com a Lion Air. A decisão será revista quando forem claros os resultados da investigação ao acidente”, explica o alerta.

A curta mensagem não formaliza qualquer recomendação a outros cidadãos australianos. O avião seguia da capital indonésia para Pangkal Pinang, na ilha de Samatra, num voo que tinha uma duração prevista de uma hora. O avião Boeing 737-800, da companhia aérea de ‘low cost’ Lion Air, partiu de Jacarta por volta das 06:20 de ontem.

A página de internet da Flightradar, que regista o percurso dos voos, mostra num mapa a trajectória da aeronave em direção a sudoeste, um desvio para sul e depois para nordeste antes de desaparecer repentinamente sobre o Mar de Java, não muito longe da costa.

Dependências fatais

A Indonésia, um arquipélago do sudeste asiático de 17.000 ilhas e ilhotas, é altamente dependente de ligações aéreas, sendo que os acidentes são comuns. Em Agosto, uma criança de 12 anos sobreviveu a um acidente aéreo que matou oito pessoas numa área montanhosa da remota província de Papua (leste).

Em Dezembro de 2016, 13 pessoas morreram quando um avião militar se despenhou perto de Timika, outra região montanhosa de Papua. Em Agosto de 2015, um ATR 42-300 da companhia aérea indonésia Trigana Air, que transportava 49 passageiros e cinco tripulantes, todos indonésios, caiu nas Montanhas Bintang. Nenhum sobrevivente foi encontrado.

30 Out 2018

Rota da Seda | Seguradora alerta para planeamento “inadequado”

Muitos dos projectos exteriores impulsionados pelo investimento chinês enfrentam derrapagens orçamentais de grande dimensão. O director da China Export and Credit Insurance Corporation,Wang Wen, denuncia as enormes perdas financeiras e deixa o aviso de que poderá acontecer “um grande desastre” se nada for feito

 

[dropcap]O[/dropcap] planeamento de alguns dos principais projectos de infraestruturas lançados pela China além-fronteiras tem sido “absolutamente inadequado”, resultando em grandes perdas financeiras, advertiu ontem o director da seguradora de crédito estatal da China.

Citado por um jornal de Hong Kong, Wang Wen, que dirige o China Export and Credit Insurance Corporation, disse que os empreiteiros e financiadores de projectos no âmbito da iniciativa chinesa ‘Nova Rota da Seda’ precisam de reforçar a sua gestão de risco para “evitar um desastre”.

Wang Wen exemplificou com os erros na execução da linha ferroviária entre Adis Abeba e o Djibuti, inaugurada no início deste ano, e com um custo de construção fixado em quatro mil milhões de dólares.
Segundo o responsável, a dívida contraída para a construção da linha teve já que ser reestruturada, devido à subutilização da infraestrutura, por falhas de energia.

“A capacidade de planeamento da Etiópia é fraca, mas mesmo a ajuda do Sinosure [China Export and Credit Insurance Corporation] e do banco chinês que concedeu o crédito foi insuficiente”, afirmou.
Wang Wen apontou outros projectos financiados pela China, incluindo refinarias de açúcar com escasso fornecimento de beterraba-sacarina, planta usada na produção de açúcar ou linhas ferroviárias subutilizadas na América Latina.

Bancos estatais e outras instituições ligadas ao Governo chinês estão a conceder enormes empréstimos para projectos lançados no âmbito da ‘Nova Rota da Seda’, um gigantesco plano de infraestruturas que inclui a construção de portos, aeroportos, autoestradas ou malhas ferroviárias ao longo da Europa, Ásia Central, África e sudeste Asiático. Críticos da iniciativa apontam para um aumento problemático do endividamento dos países envolvidos e insustentabilidade dos projectos que, em alguns casos, coloca estes países numa situação financeira volátil.

Caminhos de milhões

Com 796 quilómetros de extensão, a linha ferroviária entre Adis Abeba e o Djibuti, que dá acesso marítimo à Etiópia, foi construída pelas estatais chinesas China Rail Engineering Corporation e China Civil Engineering Construction Corporation. Grande parte do financiamento, mais de 3.300 milhões de dólares, foi contraído junto do Export-Import Bank of China.

O Sinosure, que dá garantia de pagamento ao projecto, já desembolsou, até agora, quase mil milhões de dólares, segundo Wang. Em Setembro passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou no Fórum de Cooperação China-África, em Pequim, 60 mil milhões de dólares em assistência e empréstimos para países africanos, no âmbito da ‘Nova Rota da Seda’.

O financiamento inclui 15 mil milhões de dólares em doações, empréstimos sem juros e sob condições preferenciais; 20 mil milhões em linhas de crédito; a criação de um fundo especial de dez mil milhões para financiar o desenvolvimento; um fundo especial de cinco mil milhões para financiar importações do continente africano e dez mil milhões em investimento directo por empresas chinesas.

30 Out 2018

Música | Orquestra de Macau apresenta “Artes Florescentes” esta sexta-feira

[dropcap]“A[/dropcap]rtes Florescentes” titula o concerto que a Orquestra de Macau (OM) apresenta na próxima sexta-feira, pelas 20h, na Igreja de S. Domingos. A entrada é livre e os bilhetes vão ser distribuídos no local uma hora antes da actuação.

Em comunicado, o Instituto Cultural indica que vão subir ao palco juntamente com a OM, sob a batuta do maestro assistente, Francis Kan, Law Tak Yin e Kelly Chan Wing Ka, premiados no 36.º Concurso para Jovens Músicos de Macau, e Shihan Wang, vencedor do 1.º prémio na Categoria de Violino no 2.º Concurso Internacional para Jovens Músicos Mozart de Zhuhai.

Na primeira parte vão ser interpretados o Concerto para Violino e Orquestra em Ré Maior (1.º andamento) de P. I. Tchaikovsky e o Concerto para Flauta n.º 7 em Mi menor (1.º andamento) de Devienne, enquanto na segunda o Concerto para Violino n.º 3 em Sol Maior de W. A. Mozart.

30 Out 2018

Cinema | Extensão a Macau do DocLisboa entre 5 e 10 de Novembro

A extensão a Macau do DocLisboa está à porta. Entre os dias 5 e 10 de Novembro, vão ser exibidos 14 filmes, com destaque para a estreia no Oriente de “Pé San Ié – O poeta de Macau”, um ensaio visual sobre o exílio de Pessanha. A edição deste ano apresenta ainda os filmes vencedores do Sound & Image Challenge 2017 e EU Short-film Challenge 2017

 

[dropcap]E[/dropcap]stá aí a grande festa do cinema documental. Pela sexta vez, chega a Macau a extensão do festival DocLisboa, que já vai na 16ª edição. Entre os dias 5 e 10 de Novembro, vão ser exibidos 14 filmes, com início na Cinemateca Paixão e continuação na Sala Dr. Stanley Ho, no Consulado-Geral de Portugal em Macau.

A cerimónia de abertura do evento, organizado pelo IPOR, tem como destaque a estreia em “casa” de “Pé San Ié – O poeta de Macau”. A sessão inaugural marca a primeira vez que o ensaio cinematográfico sobre o “exílio do maior poeta simbologista português: Camilo Pessanha” é exibido em Macau, lê-se no comunicado que anuncia a extensão do DocLisboa. Da autoria de Rosa Coutinho Cabral, produzido por Maria Paula Monteiro, o filme conta com a participação de Carlos Morais José, que “interpreta vários personagens e ajuda a realizadora a encontrar a singularidade deste poeta “fin de siécle”, na longínqua cidade de Macau onde viveu, escreveu e morreu”. O filme será exibido às 18h de 5 de Novembro na Cinemateca Paixão.

Em comunicado, a organização destaca o sucesso com que o género documental tem contribuído para a internacionalização do cinema português, “como atestam os mais de vinte prémios nacionais e internacionais que vários títulos portugueses inseridos neste género fílmico receberam, só durante a primeira metade de 2018”. A extensão do DocLisboa tem como objectivo celebrar esse sucesso e reforçar “o desenvolvimento das trocas culturais entre Portugal e a RAEM”, “naquilo que é hoje um eixo fundamental da estratégia nacional para a promoção da cultura e das artes”.

Som e imagem

Outro dos pilares do cartaz deste ano da passagem do DocLisboa por Macau é a exibição dos filmes vencedores dos concursos Sound & Image Challenge 2017 e EU Short-film Challenge 2017.

Assim sendo, a partir das 18h do dia 6 de Novembro, terça-feira, são exibidos no Auditório Dr. Stanley Ho, no Consulado-Geral de Portugal em Macau, uma série de películas premiadas nos concursos mencionados. Este dia arranca com a exibição de “Cheirar o cheiro”, de autoria de Chu Hio Tong, que venceu o Prémio Identidade Cultural de Macau do Sound and Image Challenge. O filme gira em torno do início da relação amorosa entre John e Faye, um fascínio totalmente dominado pelo olfacto e que leva a uma frustrante troca de identidade desvendada, precisamente, pelo cheiro.

O dia prossegue com a exibição de “Overlunch”, que ganhou o prémio EU short film challenge / EU short film challenge award. A película, de autoria de Helen Chai Sam I, foca-se na forma como quatro funcionários de escritório decidem o sítio onde vão almoçar. Diariamente, os diversos cenários por onde passam os colegas de trabalho reflectem ângulos e visões sobre “propaganda eleitoral, política e as implicações morais da persuasão”. Ainda no dia 6 de Novembro é exibido “Vira Chudnenko”, de Inês Oliveira. O filme foca-se num episódio trágico que chocou Portugal, quando quatro cães esfacelaram uma mulher até à morte.

Documentos lusófonos

Na quarta-feira, dia 7 de Novembro, é exibido “Spell Reel”, de Filipa César. O filme resulta do arquivo de material audiovisual de Bissau e explora a forma apaixonada como nasce o cinema guineense, “enquanto parte da visão descolonizadora de Amílcar Cabral, o líder da libertação assassinado em 1973”. A película de Filipa César é exibida às 18h30, no Auditório Dr. Stanley Ho.

No dia seguinte, o destaque vai para “O Canto do Ossobó”, de autoria de Silas Tiny, um filme que retrata as maiores roças de produção de cacau em São Tomé e Príncipe durante o período colonial português. A película fez-se com o regresso do cineasta ao seu país onde encontrou vestígios de um passado marcado pelo trabalho forçado frequentemente equiparado à escravatura.

“Ramiro”, de Manuel Mozos, é exibido no dia 9 de Novembro, também às 18h30 no Auditório Dr. Stanley Ho nas instalações do consulado. O filme retrata a vida de Ramiro, um “alfarrabista em Lisboa e poeta em perpétuo bloqueio criativo. Vive, algo frustrado, algo conformado, entre a sua loja e a tasca, acompanhado pelo cão, pelos fiéis companheiros de copos e pelas vizinhas: uma adolescente grávida e a avó a recuperar de um AVC”.

A sexta sessão da extensão de Macau do DocLisboa é marcada por “Altas cidades de ossadas”, de João Salaviza, um filme que explora as questões filosóficas sobre o que é o ser humano num contexto despido de tecnologia.

Finalmente, a fechar a extensão de Macau do DocLisboa, é exibido no dia 10 de Novembro, às 17h30, no Auditório Dr. Stanley Ho, o documentário “Camilo Pessanha – 150 anos depois”, de autoria de Rosa Coutinho Cabral. A película centra-se na vida e obra do autor de Clepsydra e encerra, em beleza, a festa do cinema documental.

30 Out 2018

Salários | Motoristas de Zhuhai deixaram passageiros pendurados

[dropcap]N[/dropcap]o primeiro fim-de-semana de funcionamento da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, após a abertura à circulação, verificou-se uma baixa frequência de veículos. O motivo prende-se com os autocarros de turismo, de cor dourada, cujos motoristas deixaram vários turistas pendurados sem transporte.

Uma fonte ligada ao sector, ouvida pelo jornal All About Macau, explicou que os motoristas entendem que há uma grande diferença salarial entre os três territórios ligados pela ponte. Em Hong Kong, um motorista pode receber 20 mil dólares de Hong Kong, em Macau esse valor chega a ser mais elevado dada a grande procura e pouca oferta de profissionais. Em Zhuhai, os motoristas ganham mais de dez mil yuan por mês, mas representantes do sector duvidam que a maioria receba perto deste valor.

Não se sabe ainda quando o protesto vai terminar e quando a circulação dos autocarros volta à normalidade. Em Macau, apesar de terem circulado, num período de tempo, autocarros de cinco em cinco minutos, acabaram por se registar filas de espera de passageiros.

A empresa que opera os chamados autocarros dourados não explicou as razões que levaram a que os serviços tenham sido afectados. As autoridades de Macau e Zhuhai ainda não reagiram a esta questão. Não foram divulgadas as cláusulas dos contratos dos motoristas.

30 Out 2018

DSAT diz que trânsito junto à nova ponte não se alterou

[dropcap]L[/dropcap]am Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), referiu, de acordo com o Jornal do Cidadão, que necessita de mais tempo para avaliar o estado do trânsito junto à nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, nomeadamente junto da Rotunda da Amizade e zona da pérola oriental.

Ainda assim, a DSAT comparou os dados do trânsito no local entre os dias 18 e 25 deste mês e não notou grandes diferenças em termos de circulação de veículos. Dados divulgados pelas operadoras de veículos pesados de transporte de passageiros junto da DSAT revelam, no entanto, que os autocarros chegaram atrasados entre um a cinco minutos no passado dia 25, comparando com o dia 18. Quanto ao estudo sobre o reordenamento do trânsito na Rotunda da Amizade, já foi iniciado por uma empresa privada, mas Lam Hin San não ficou satisfeito com o resultado apresentado. Por essa razão, a empresa foi convidada a refazer o seu trabalho.

Por sua vez, o presidente da Assembleia Geral dos Kaifong (União Geral das Associações dos Moradores de Macau), Leong Heng Kao, em declarações ao jornal Ou Mun, referiu que o Governo deve dar prioridade à melhoria do trânsito na zona nordeste. Sabendo que a zona da pérola oriental é o único acesso à Ponte da Amizade e à Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Como tal, é expectável que a circulação de veículos aumente consideravelmente, o presidente prevê, portanto, que a pressão do trânsito na zona da Areia Preta aumente.

Neste sentido, pede que as autoridades construam o mais cedo possível os canais que ligam a zona A dos novos aterros às outras zonas do território. Têm sido muitas as vozes que se juntam ao coro de projecções que temem que a entrada em funcionamento

da ponte que faz a maior travessia marítima do mundo gere o caos no trânsito da zona norte da península de Macau. Em relação a este assunto, Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, relativizou o impacto da infra-estrutura. “Trânsito haverá sempre. No primeiro dia, as coisas podem não correr tão bem, mas, por enquanto, não há notícias de problemas”, referiu no dia da inauguração da Ponte HKZM.

30 Out 2018

Conferência assinala 40 anos de Portugal-China e 20 anos de RAEM

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Politécnico de Macau (IPM) e o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos portugueses (CCISP) vão organizar, na primeira metade do próximo ano, uma conferência comemorativa dos 40 anos do restabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e a China e os 20 anos da RAEM. A informação consta de um comunicado divulgado ontem pelo IPM que não faculta, porém, mais detalhes.

Segundo a mesma nota, o presidente do IPM, Im Sio Kei, esteve reunido na sexta-feira com o presidente do CCISP, Pedro Dominguinhos, um encontro que teve como objectivo reforçar a cooperação estratégica entre o sistema de ensino superior de Macau e de Portugal, iniciada em 2004. Uma colaboração em múltiplas áreas que, de acordo com o IPM, traduziu-se já em inúmeras iniciativas, desde palestras à publicação conjunta de materiais didácticos, bem como na participação de mil estudantes portugueses e chineses em programas de intercâmbio entre o IPM e membros do CCISP.

O intercâmbio de estudantes e a mobilidade de professores no âmbito de futuros programas de mestrado e doutoramento e o desenvolvimento de projectos de investigação conjuntos em áreas como a inteligência artificial, tradução e ensino de línguas figuram entre as linhas de intervenção prioritárias identificadas para o futuro.

30 Out 2018