Hoje Macau SociedadeTrânsito | Almeida Ribeiro em obras para melhorar sistema de drenagem [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) vai executar obras no sistema de drenagem e de repavimentação na Avenida Almeida Ribeiro. A obra, que será dividida em duas fases, vai ser executada de 30 de Junho a 31 de Agosto. A primeira parte da obra é executada na faixa de rodagem da Avenida de Almeida Ribeiro, desde a Avenida da Praia Grande até ao Beco do Senado; enquanto a segunda no local de ligação entre a Avenida de Almeida Ribeiro e a Rua do Guimarães.
Hoje Macau SociedadeTrânsito | Anúncio de aumento de multas gera protesto [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]e acordo com uma publicação de Cloee Chao, presidente da Associação Novo Macau para os Direitos dos Trabalhadores do Jogo, na sua página pessoal de Facebook, um grupo de residentes vai levar a cabo um protesto contra a possibilidade de virem a ser aumentadas as multas de trânsito, uma medida anunciada pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) esta terça-feira. A manifestação terá lugar no próximo dia 16, a partir das 15h, terminando, como é habitual, na sede do Governo. Ontem, à margem de um evento público, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, frisou que a proposta de aumento das multas e molduras penais está ainda em processo de consulta pública, não existindo uma decisão final. Por isso, o governante pediu para a população não se preocupar sobre o assunto.
Diana do Mar SociedadeSJM inaugura galeria da história do jogo no Hotel Lisboa [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Sociedade de Jogos de Macau (SJM) inaugurou ontem uma galeria da história do jogo. Localizada no Hotel Lisboa, a galeria conta com uma série de artefactos que oferecem um regresso ao passado. De ‘slot machines’ dos anos 1970, a campânulas, passando por distribuidores de cartas de madeira ou tômbolas obsoletas, há um pouco de tudo. A acompanhar a viagem figuram painéis expositivos, com fotos e texto, mas a informação disponível encontra-se apenas em chinês, à semelhança do que sucede com os conteúdos multimédia exibidos em ecrãs. A excepção encontra-se num pedaço de mármore preta com uma mensagem em português, chinês e inglês: “Ninguém poderá ganhar sempre. Aconselhamo-lo, prezado cliente, a encarar o jogo como mero passatempo e a arriscar apenas o que não lhe fizer falta”. A inscrição, com a “citação memorável” atribuída ao magnata de jogo Stanley Ho, chegou a estar à entrada do Casino Lisboa. Um acto que, segundo a SJM, mostra como a sua antecessora, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), foi “a primeira organização a chamar a atenção para o jogo responsável”. A galeria foi inaugurada pela administradora-delegada da SJM, Angela Leong, e pelo presidente do conselho de administração da SJM, Ambrose So, numa cerimónia que contou também com o subdirector da Direcção e Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), Leong Man Ion, e com o conselheiro do Departamento para os Assuntos Económicos do Gabinete de Ligação na RAEM, Wang Jiabao. A galeria, situada no Lisboa-Crystal Palace, encontra-se aberta entre as 12h e as 18h. A entrada é livre. A inauguração da galeria da história do jogo da SJM acontece nas vésperas da assembleia-geral da empresa, a ter lugar no próximo dia 12, que vai marcar a saída oficial de Stanley Ho, de 96 anos, dos cargos que ocupa na SJM que fundou, ficando como presidente emérito.
Diana do Mar Manchete SociedadeSJM | Ambrose So confiante na nova liderança Embora considere a figura de Stanley Ho insubstituível, o director executivo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Ambrose So, afirmou estar confiante na nova liderança [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]tanley Ho vai deixar a liderança da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) no próximo dia 12, passando o testemunho à filha Daisy Ho. Embora considere o magnata insubstituível, o director executivo da SJM, Ambrose So, manifestou-se confiante na estrutura que vai entrar em cena sobretudo nos tempos que se avizinham. “O Dr. Ho é uma figura importantíssima no grupo SJM e não pode ser substituído por ninguém dos nossos directores existentes”, afirmou ontem Ambrose So, à margem da abertura da galeria da história do jogo que a SJM inaugurou no Hotel Lisboa (ver texto em baixo). “Vai ser uma estrutura muito forte e achamos que é a melhor para seguirmos em frente e nos prepararmos para a extensão do contrato e o novo quando houver concurso”, afirmou. Questionado sobre a escolha para a liderança, Ambrose So destacou a experiência numa empresa cotada em bolsa (Shun Tak) e os conhecimentos no domínio das finanças de Daisy Ho, considerando que “vai ser um bom activo”. “Vai ser uma estrutura muito forte”, acrescentou. Daisy Ho, de 53 anos, vai assumir o cargo de presidente executiva do grupo SJM, enquanto Angela Leong (quarta mulher de Stanley Ho) e Timothy Fok (filho do também empresário Henry Fok) vão ser co-presidentes e directores executivos. Ambrose So vai ser promovido a vice-presidente, mas manter-se-á como director executivo, uma função para a qual será nomeada Ina Chan Un Chan, mãe de três filhos de Stanley Ho. Além de 2020 Quanto à prorrogação dos contratos da SJM e da MGM, que expiram em Março de 2020, por dois anos, de modo a que todos terminem no mesmo ano para se lançar o concurso público como exige a lei – o cenário mais provável segundo analistas –, Ambrose So garantiu não ter ainda qualquer pista: “Toda a gente acha que vai ser o arranjo lógico”, mas “não temos nenhuma confirmação do Governo”. Neste âmbito, Ambrose So afirmou que, a seu ver, há espaço para a entrada de um novo operador, ressalvando que tal “depende da decisão do Governo Central e do Governo de Macau relativamente a quantas concessões são boas para o desenvolvimento futuro de Macau”. “Dizem sempre que gostariam de regular a dimensão do jogo, mas não sei se isso se adequa à sua escala. É algo que têm de decidir”, argumentou. Já sobre eventuais futuros parceiros na nova licença de jogo, Ambrose So garantiu que essa hipótese não é uma carta fora do baralho: “Estamos abertos a considerar oportunidades”. Questionado ainda sobre a manutenção depois de 2020 dos casinos satélite, operados sob a bandeira da SJM, Ambrose So recordou que é algo “herdado do passado”, sem esconder a vontade de “conter o número”, desde logo porque a margem de lucro de operarem os próprios casinos é “muito melhor”. Ambrose So relativizou ainda as notícias avançadas hoje pelos portais GGRAsia e Macau News Agency, com base em informações de analistas da Sanford C. Bernstein e Morgan Stanley, de que foram removidas máquinas POS (point of sale) da UnionPay de lojas em casinos no Cotai. “A UnionPay pode instalar terminais em qualquer lugar em Macau mesmo que tenha de sair dos casinos. Por agora, não vejo qualquer impacto”, afirmou.
Sofia Margarida Mota SociedadeDSEJ | Ensino técnico profissional em consulta pública até 15 de Julho Está em consulta pública, até meados de Julho, o documento com as propostas para revisão do Regime do Ensino Técnico-Profissional do Ensino Não Superior. A iniciativa pretende actualizar a legislação e esclarecer a população relativamente a esta via de ensino que ainda é alvo de preconceito [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]omeçou ontem a consulta pública sobre a revisão do Regime do Ensino Técnico-Profissional do Ensino Não Superior que decorre até ao próximo dia 15 de Julho. De acordo com chefe substituto do departamento de estudos e recursos educativos dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Vong Iat Hang, é necessário proceder à actualização desta legislação na medida em que a existente já tem mais de duas décadas sem que se tenha procedido a qualquer alteração. Ao mesmo tempo, “a sociedade tem sofrido alterações e é necessário tomar medidas para responder às novas necessidades”, afirmou ontem em conferência de imprensa. Por outro lado, a consulta pública que está em curso pretende esclarecer a população acerca deste tipo de ensino que muitas vezes é “alvo de preconceito”, referiu. “Desta forma, os pais podem ter mais conhecimento e não pensar que a opção pelo ensino técnico profissional surge porque os filhos são maus alunos no secundário”, salientou. Caminho facilitado Entre os vários aspectos referidos no documento em consulta está o estabelecimento de um mecanismo de articulação com o ensino superior de modo possibilitar o seguimento dos estudos, facto que já se regista na esmagadora maioria dos estudantes do ensino técnico-profissional. “Noventa por cento dos alunos desta via de ensino prosseguiram os seus estudos e apenas dois por cento desistiram de estudar”, apontou Vong. Na opinião do responsável, a opção por este tipo de ensino pode mesmo representar uma mais valia para os estudantes uma vez que quando entram na universidade vão dotados de mais conhecimentos relativos à área escolhida. “Achamos que o ensino técnico-profissional não é só uma garantia para que o aluno tenha certos conhecimentos profissionais. Gostaríamos que o aluno possa prosseguir os seus estudos e ter uma melhor ligação com o ensino superior”, acrescentou. No ensino técnico-profissional os currículos são organizados em três vertentes. Uma ligada a disciplinas gerais e obrigatórias em que se inclui a matemática, línguas e tecnologias; uma outra em que se inserem as disciplinas de carácter específico à área escolhida e por último um estágio profissional relacionado directamente com a área de estudos do aluno, esclareceu o director substituto. A lei não permite que este tipo de estágios seja remunerado, no entanto, de acordo com o responsável, se as empresas concordarem a hipótese pode vir a ser considerada pelo Governo, sendo que as despesas serão suportadas pela empresa que acolhe o estagiário. Actualmente, existem nove escola a administrar cursos técnico-profissionais no território. No total, esta via de ensino é frequentada por 1300 alunos, distribuídos por 83 turmas de 36 cursos. Fundos de conhecimento Na conferência de imprensa realizada ontem no final da reunião plenária do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior foi ainda revelado pelo chefe do departamento de ensino dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Kong Ngai, que o Fundo de Desenvolvimento Educativo gastou 800 milhões de patacas para ajudar as escolas locais, quer a nível de melhorias de instalações, quer na promoção da qualidade do ensino. De acordo com o responsável, os gastos referentes a 2017 foram também aplicados na reconstrução de escolas danificadas com a passagem do tufão Hato. Deste fundo sairam ainda apoios para o ensino técnico-profisisonal.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeLai Chi Vun | Conselho do Património contra classificação dos estaleiros Em Abril de 2017, o Conselho do Património Cultural de Macau mostrou o seu apoio à classificação dos estaleiros de Lai Chi Vun. Porém, ontem a presidente do Instituto Cultural revelou que o mesmo conselho está contra a medida. Os gastos que a reconstrução poderá exigir e as limitações que as obras implicam para tentar manter as estruturas fiéis ao original foram as razões apontadas [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselho do Património Cultural de Macau voltou atrás e agora manifesta-se contra a classificação dos estaleiros navais de Lai Chi Vun. A posição foi dada a conhecer ontem pela presidente do Instituto Cultural (IC), Mok Ian Ian, após uma reunião do Conselho que decorreu na noite de terça-feira, à porta fechada. Participaram na referida reunião 17 membros, sendo que 14 se mostraram contra o avanço da classificação dos estaleiros como património cultural e apenas três se pronunciaram a favor, referiu Mok Ian Ian. As razões apontadas pelo Conselho prendem-se com aspectos ligados a despesas financeiras e limitações no que respeita às obras a efectuar. “A opinião dos membros do Conselho é que a restauração do património pode causar um grande custo e também consideraram os elementos a introduzir naquela zona para revitalizar os estaleiros” apontou a chefe do departamento do património cultural do IC, Wong Iat Cheong. No entender da maioria dos membros do conselho, os gastos implicados numa reconstrução conforme o projecto original, “sai muito caro ao Governo”. No entanto, não é ainda conhecido qualquer orçamento para um projecto deste género em Lai Chi Vun, admitiu Wong. A responsável adiantou ainda que o orçamento que o IC dispões para as questões relativas ao património é de 50 milhões de patacas. Aos gastos elevados junta-se a possibilidade de modificar as estruturas no processo de reconstrução. “Alguns membros consideram que se pode avançar para a revitalização e reconstrução sem os limites impostos pela classificação, que é legislada pela Lei da Salvaguarda do Património Cultural”, apontou. “Os membros acham que se deve fazer uma revitalização porque acreditam que desta forma é possível fazer alterações à construção e melhorar o ambiente de Lai Chi Vun”, sublinhou. Todos os membros concordam que a zona dos estaleiros precisa de ser objecto de revitalização “de modo a concretizar o valor da paisagem e da história da construção naval em Macau, sendo que o objectivo é ainda obter um maior benefício para a população”, acrescentou Mok Ian Ian. Questionada acerca do secretismo da reunião que se realizou na passada terça-feira, a presidente do IC argumentou que tal aconteceu “devido ao facto de a maioria do conteúdo da reunião envolver grandes interesses dos públicos.” Por isso, “a fim de assegurar que os discursos dos membros fossem respeitados, a reunião não foi aberta à comunicação social para evitar provocar preconceitos”. Opiniões contrárias No que respeita à consulta pública, que teve lugar entre Janeiro e Março e que integra o procedimento de classificação que está a decorrer, os resultados prévios mostram que a esmagadora maioria é da opinião de que o património de Lai Chi Vun deve ser classificado. “Oitenta por cento das opiniões concordam com a classificação, enquanto 20 por cento se mostraram contra”, disse Mok Ian Ian. Ao longo da consulta pública foram recolhidas 300 opiniões, sendo que 90 por cento das quais considera que os estaleiros têm valor que merecem ser preservados. “Noventa por cento das opiniões recebidas pelo IC reconhecem o valor dos estaleiros e a necessidade da sua revitalização devendo o plano para o efeito, reflectir a sua história e ser articulado com a paisagem existente”, esclareceu a presidente do IC. Ainda durante o período de consulta o IC organizou três sessões abertas que contaram com 200 pessoas no total e um seminário em que participaram 50 residentes. “Durante o seminário alguns especialistas disseram que a preservação dos estaleiros não implica necessariamente a preservação da sua aparência original na íntegra”, apontou. O relatório final desta consulta é dado a conhecer na semana que vem. Para já, não há decisões por parte do IC e Mok Ian Ian prefere não se manifestar acerca desta matéria. Wong Iat Cheong, por sua vez, salientou que o procedimento de classificação ainda está em curso dentro do prazo previsto que termina em Dezembro, e não implica a obrigatoriedade de uma classificação. Dia sim, dia não É de salientar que no início do mês de Abril do ano passado, o Conselho do Património Cultural de Macau apoiou a classificação dos antigos estaleiros navais de Lai Chi Vun, considerando a medida como o “primeiro passo” para a preservação da zona. A abertura do procedimento de classificação daquela zona – o último reduto da outrora importante indústria naval de Macau – dominou a reunião plenária do Conselho do Património Cultural, durante a qual houve consenso quanto à classificação do conjunto localizado na ilha de Coloane. O “valor histórico” e “paisagístico” do conjunto, “representativo” e “testemunho” da história de “uma indústria desaparecida” e até do “modo de vida da zona” foram destacados nas intervenções de vários membros do Conselho do Património Cultural. Alguns membros sublinharam a dificuldade de manter todas as infra-estruturas devido ao estado de degradação de algumas, enquanto outras intervenções defenderam a necessidade de incluir uma “visão de toda a baía” e uma “área de protecção mais alargada” no projecto de recuperação da zona. No final de Março, o Instituto Cultural (IC) anunciou a abertura de um procedimento de classificação, que suspende qualquer intervenção no local, até à conclusão do processo, no prazo de um ano, de acordo com a lei de Salvaguarda do Património Cultural.
João Santos Filipe Manchete PolíticaHemiciclo | Lei da Arbitragem aprovada por unanimidade na generalidade Levantou algumas questões, mas foi aprovada só com votos favoráveis. O Governo espera que a nova Lei da Arbitragem permita a Macau cumprir melhor a sua tarefa enquanto Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] nova Lei da Arbitragem foi aprovada ontem à tarde na Assembleia Legislativa por unanimidade, com os 29 votos dos deputados que estiveram presentes na sessão. Segundo Sónia Chan, existe a esperança de que este documento actualize a lei em vigor e possa servir para tornar Macau no centro de mediação para resolver diferendos entre a China e os Países de Língua Portuguesa. “É necessário aperfeiçoar o regime da arbitragem de forma a melhor concretizar a posição de desenvolvimento da Região Administrativa Especial de Macau como ‘um centro, uma plataforma’ […] assim como aproveitar activamente as vantagens da RAEM, no sentido de desempenhar ainda mais a função e o papel de Macau como Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, disse a secretária para a Administração e Justiça na apresentação do diploma. A necessidade de reformar a lei, anterior à transição, foi justificada com o facto de existir um regime jurídico que se aplica para a arbitragem interna e outro para a externa. Uma situação que segundo Sónia Chan “suscita dúvidas e controvérsias desnecessárias sobre a sua interpretação e aplicação”. Entre os deputados houve o reconhecimento do facto da arbitragem não estar a funcionar em Macau como nas outras regiões vizinhas. Segundo Zheng Anting, o único a apresentar dados, desde 1998 até 2017, apenas 599 casos foram resolvidos nos cinco centros de arbitragens existentes, o que representa uma média de 30 casos por ano. O facto de ter havido unanimidade na votação não afastou críticas de alguns deputados à lei e à postura do Governo, nomeadamente no capítulo da mediação. Por exemplo, o deputado José Pereira Coutinho fez questão de frisar que o Executivo tem responsabilidade pelo facto da arbitragem não se ter desenvolvido mais. “Desde a criação da RAEM até agora, houve um total desinvestimento da arbitragem em Macau. O Governo não incentiva e em muitas situações recusa a arbitragem para os próprios contratos que assina”, afirmou o deputado. Por sua vez, Agnes Lam questionou o facto do Governo não definir critérios mais apertados na nova proposta de lei para as pessoas que podem actuar como árbitros nos diversos centros. A lei exige apenas que as pessoas sejam maiores de idade. Em relação a este aspecto, o Executivo, através do director dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), Liu Dexue, explicou que se pretendem assegurar critérios que permitam que pessoas especializadas de várias áreas possam servir como árbitros, uma vez que os assuntos tratados nos centros de arbitragens, especialmente em questões comerciais, envolvem áreas muito diversificadas. Outro dos assuntos abordado foi a qualidade do árbitros para dar credibilidade ao sistema de mediação. O Governo prometeu estudar formas de atrair pessoas do estrangeiro considerada autoridades na área, assim como formar mais talentos bilingues a pensar nas funções de plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
Hoje Macau PolíticaPortugal | Edmund Ho realiza visita oficial ainda este mês [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro Chefe do Executivo da RAEM, Edmund Ho, vai estar presente em Portugal para uma visita oficial a realizar entre os dias 21 e 22 deste mês, noticiou ontem a Rádio Macau. Edmund Ho, actualmente a desempenhar o cargo de vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), vai liderar uma delegação composta por dirigentes e empresários, estando previstas reuniões com políticos portugueses e visitas a empresas. Está também agendado um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva. Além desta comitiva, Macau far-se-á representar por uma outra liderada pelo secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong. Nos dias em que Edmund Ho visita Portugal, vai decorrer em Lisboa o encontro de empresários da China e dos países de língua portuguesa, uma iniciativa do Fórum Macau. Este grupo está a ser coordenado pelo Instituto da Promoção do Comércio e do Investimento de Macau e integra cerca de 60 pessoas.
Hoje Macau Política10 de Junho | Ex-secretário de Estado participa nas comemorações [dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]osé Cesário, ex-secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e actual deputado à Assembleia da República, estará em Macau de sexta a quarta-feira para participar nos eventos de celebração do 10 de Junho – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em Macau e também em Pequim. Num comunicado enviado às redacções, José Cesário adiantou ainda que manterá “contactos e reuniões com várias entidades e membros das nossas comunidades locais”, tal como o embaixador português em Pequim, Vítor Sereno, cônsul-geral de Portugal em Macau, os membros do Conselho das Comunidades Portuguesas e ainda associações como a Associação dos Macaenses e a Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC).
Hoje Macau PolíticaTurismo | Cecília Tse com pausa de dois anos [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] vice-presidente da Direcção dos Serviços de Turismo, Cecília Tse Heng Sai, obteve uma licença sem vencimento de aproximadamente dois anos, que começa a 14 de Junho e termina a 13 de Junho de 2020. A informação foi publicada, ontem, no Boletim Oficial e diz respeito a um despacho assinado por Alexis Tam, secretário para os Assuntos Sociais e Cultural, a 18 de Maio. Segundo o estatuto dos trabalhadores da função pública, a licença tem de ter uma duração mínima de um ano e Cecília Tse não poderá regressar à DSAT se na altura não existirem vagas para o cargo que ocupa.
João Santos Filipe PolíticaAL | Agnes Lam considera que é preciso fazer mais para a época de tufões Ao contrário da versão de Wong Sio Chak, Agnes Lam considera que Macau não se está a preparar da melhor maneira para a época dos tufões. A legisladora fala em obras que demoram anos a concretizar e simulacros que não preparam a população mais afectada pela subida do nível da água [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo tem feitos exercícios e adoptado medidas para a época de tufões, mas a região ainda não está preparada. Esta é a opinião da deputada Agnes Lam, que deixou ontem o alerta na Assembleia Legislativa, durante as intervenções antes de ordem do dia. Anteriormente, Wong Sio Chak, secretário para a Segurança, já tinha considerado que o território está preparado para um tufão com a força do Hato. “É verdade que o Governo da RAEM procedeu à revisão e aperfeiçoamento dos mecanismos de prevenção de calamidades, aprendendo a lição do tufão Hato do ano passado, e prometeu que ia melhorar os trabalhos”, começou por dizer Agnes Lam. “Mas se fizermos uma avaliação, não é difícil verificar que ainda não estamos preparados para a chegada da época de tufões”, considerou. Na Assembleia Legislativa, a deputada mostrou-se preocupada com o tempo que as infra-estruturas consideradas essenciais para a prevenção das catástrofes vão demorar até ficarem concluídas. “A construção das infra-estruturas de prevenção é lenta, as diversas obras ainda estão na fase de planeamento. A construção das comportas no Porto Interior só vai arrancar em 2019, e desde a formulação da ideia em 2012 até à conclusão, o projecto vai demorar 10 anos”, frisou. No que diz respeito aos trabalhos mais simples, a situação não é muito diferente: “As obras de dimensão mais pequena, como muretes de protecção contra inundações, estações elevatórias de águas pluviais e esgotos com caixa de seccionamento de águas pluviais, vão demorar 2 a 3 anos”, acrescentou. Simulacros de elite A deputada criticou igualmente o Governo por não envolver a população nos simulacros, principalmente as pessoas que são mais afectadas pela subida do nível da água. “O simulacro [Peixe de Cristal] mobilizou cerca de 1700 pessoas e durou 5 horas, mas depois do exercício, não foi divulgada nenhuma informação sobre as formas de salvamento em caso de super-tufão”, apontou Agnes Lam. “O público não sabia que se tratava de um exercício para testar a coordenação interdepartamental em caso de calamidade, só sabia que o exercício de evacuação, em que os cidadãos comuns não puderam participar, envolveu apenas associações”, constatou. “Quando há tufões, os residentes da zonas baixas são os primeiros a ser afectados, por isso devem ser informados, através de simulacros, dos caminhos de fuga e evacuação mais rápidos, da localização dos abrigos mais próximos e seguros”, acrescentou. A deputada deixou assim o apelo ao Governo para que faça simulações com a população mais afectada. Agnes Lam pediu mesmo que algumas simulações coloquem cenários em que as coisas foram “um fracasso”, para se treinarem as respostas adequadas. Esta versão contraria a contada por Wong Sio Chak, mais precisamente quando, a 14 de Abril, o secretário afirmou numa conferência de imprensa: “Neste momento, somos capazes de enfrentar um tufão com a mesma intensidade do Hato”.
João Santos Filipe PolíticaImobiliário | Ella Lei alerta para ocorrência de burlas [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] deputada Ella Lei, ligada aos Operários, mostrou-se preocupada com os casos de burlas que envolve casas em Macau, que, de acordo com a legisladora, se tornam cada vez mais frequentes. Em causa está uma burla recente, na qual um residente conseguiu fazer-se passar por outra pessoa, com recurso a um bilhete de identidade de Hong Kong falso, e obteve autorização notarial para vender uma casa que não lhe pertencia. “A fim de reforçar a segurança nas transacções de imóveis, além da necessidade de aperfeiçoar os regimes de registo predial e de notariado, as autoridades competentes devem reforçar as acções de sensibilização, para os cidadãos ficarem mais alerta para este crime”, frisou a legisladora. Por outro lado, Ella Lei sugeriu “a necessidade de reforçar as medidas e regras de identificação dos proprietários”, até pelos danos que os elevados preços do mercado imobiliário acabam por causar às vítimas. “Actualmente, o preços dos imóveis em Macau é muito elevado, as transacções são de milhões e até dezenas de milhões de patacas, por isso há grandes perdas para o proprietário e para o comprador, se houver actos ilícitos de compra e vendas de imóveis”, sublinhou a membro da Federação das Associações dos Operários de Macau. “Consideramos que um caso já é um caso a mais. Espero que a Administração altere, quanto antes, o Código de Registo Predial e o Código do Notariado, para eliminar as lacunas vigentes”, vincou.
João Santos Filipe Manchete PolíticaPearl Horizon | Sector empresarial alinha-se com Governo e critica Polytex A sessão da Assembleia Legislativa de ontem ficou marcada por uma chuva de críticas à postura da Polytex. Mesmo entre os deputados próximos dos interesses empresariais, o tom foi de ataque e exigiu-se a responsabilização da empresa promotora do Pearl Horizon [dropcap style≠’circle’]J[/dropcap]osé Chui Sai Peng e Kou Hoi In são dois dois deputados com conhecidas ligações ao sector empresarial de Macau, mas ontem não hesitaram em alinhar-se com o Governo e atacar a Polytex, pela forma como tem lidado com o caso Pearl Horizon. Os dois legisladores adoptaram a visão do Governo e recordaram a “promessa” da empresa, que se tinha comprometido a não apresentar um pedido de indemnização ou compensação, no caso de não ter uma nova concessão do terreno. “A actual situação é clara como a água: a Polytex perdeu a acção no tribunal, mas está a utilizar o fundamento de que vai exigir uma indemnização ao Governo para fugir e arrastar a restituição do montante pago e a indemnização, que são ambas da sua total responsabilidade”, acusou Kou Hoi In. “A meu ver, a Sociedade de Importação e Exportação da Polytex, Limitada deve cumprir as responsabilidades contratuais e sociais, dar uma resposta justa aos condóminos, e devolver-lhes, quanto antes, o dinheiro pago pela compra das fracções, não devendo arrastar o caso indefinidamente”, acrescentou o também presidente da Associação Comercial de Macau. Já José Chui Sai Peng acusou a Polytex de “manifesta falta de sinceridade”, e atacou a empresa por ter prometido que não ia pedir qualquer compensação ou indemnização se não lhe fosse atribuída uma nova concessão do terreno. “A Polytex é uma empresa cotada na bolsa, portanto, devia, de imediato e em cumprimento do espírito do contrato e da sua obrigação social, tomar a iniciativa de discutir uma solução com os bancos e com os compradores, protegendo, na medida do possível, os interesses destes últimos”, apontou Chui Sai Peng. “Lamento que duas semanas após a divulgação da decisão do Tribunal de Última Instância a Polytex ainda não tenha manifestado a sua posição. Uma manifesta falta de sinceridade”, frisou o primo do Chefe do Executivo. Chui Sai Peng e Kou Hoi In não foram os únicos deputados a focar atenções no assunto. Entre as 17 intervenções antes da ordem do dia, 12 dos pedidos de palavra dos deputados focaram este assunto. Até Ng Kuok Cheong, que não tinha planeado mencionar o tema, acabou por alterar a sua intervenção em cima do momento e fazer umas breves notas sobre o assunto. Em nome próprio Quem também criticou a postura da empresa foi o deputado Ip Sio Kai, sublinhando a existência de compradores que “foram gravemente afectados devido ao impacto físico considerável que sofreram”. O legislador não referiu que é Director-Geral do Banco da China em Macau, instituição que tem continuado a exigir ao compradores o pagamento dos empréstimos. Contudo, Ip Sio Kai recordou que desde a decisão do Governo de recuperar o terreno até à decisão do TUI que já passaram 872 dias e acusou a Polytex de inactividade: “Durante esse período, o promotor teve tempo suficiente para tratar do caso, mas lamentavelmente ainda não resolveu o problema dos compradores das fracções em construção”, apontou. Ip Sio Kai sustentou que a empresa deve avançar imediatamente com a devolução do dinheiro aos compradores, e que depois poderá ir para os tribunais ou negociar com o Governo para receber uma indemnização. Polytex | Empresa diz que tem plano para compradores A Polytex já elaborou um plano para devolver o montante devido aos compradores e vai assumir as suas responsabilidades. A garantia foi deixada pelo grupo numa mensagem enviada aos proprietários e que o presidente da União dos Proprietários do Pearl Horizon, Kou Meng Pok, partilhou com o HM. Ainda de acordo com a mesma mensagem, a Polytex tem um plano de pagamento inicial que ainda vai ser revisto pelos advogados. A promotora destacou também que sempre esteve disponível para encontrar uma solução para a questão e que o Governo nunca apresentou uma solução viável.
Andreia Sofia Silva Manchete ReportagemBoracay | Fecho da ilha ao turismo está a provocar uma crise humanitária O fecho da ilha de Boracay, nas Filipinas, por um período de seis meses, devido à poluição do mar, deixou a sua população numa grave crise humanitária. Nenhum estrangeiro pode entrar na ilha e neste momento os locais dependem da ajuda de pessoas como Joven Antolin. O filipino transformou o hotel de que é dono numa autêntica cantina para quem precisa de uma refeição. A Caritas Macau promete accionar um plano de apoio aos mais necessitados [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]or estes dias no paraíso de Boracay reza-se muito a Deus, mais do que o habitual para uma população com uma grande ligação ao cristianismo. Desde que o Presidente Rodrigo Duterte decidiu fechar a ilha ao turismo por um período de seis meses, devido à poluição provocada pela falta de uma rede de esgotos, que 17 mil pessoas ficaram sem trabalho. Um dos mais graves efeitos secundários desta decisão é uma grave crise de fome, numa comunidade já por si muito pobre. Nos próximos meses terão de aprender a viver sem salário e sem acesso a bens essenciais como comida, cuidados médicos. Por vezes, são nestes períodos de aflição que o melhor das pessoas vem ao de cima. Uma vez que os estrangeiros estão totalmente proibidos de chegar a Boracay neste período, parte da população está dependente da boa vontade de Joven Antolin e da sua esposa. Joven, filipino com nacionalidade canadiana (tal como a sua esposa), é proprietário do Oasis Resort and Spa, que deixou de receber turistas para passar a servir de cantina a todos os que têm fome. Nas imagens que publica na sua conta pessoal de Facebook, podem-se ver filas enormes de crianças que aguardam pela refeição confeccionada na cozinha do hotel familiar situado no norte da ilha. Algumas levam comida na mochila para familiares que não comem há dias. A iniciativa de Joven Antolin, que também opera a ONG Strong Roots Ministry, começou no passado dia 1 de Maio. Ao HM, o responsável fala de um cenário catastrófico. “Decidimos neste período oferecer refeições à comunidade diariamente, porque sabemos que as famílias vão ter de guardar ao máximo as suas poupanças. Oferecemos também outro tipo de assistência, se necessário. Também damos material escolar gratuito a 1200 crianças de Yapak para aliviar os custos. É muito difícil [esta situação] para os locais, porque quase todos eles dependem do turismo”, contou. Joven Antolin conta com o apoio de amigos e das suas próprias poupanças para financiar esta iniciativa. As ajudam chegam à pequena ilha da província de Aklan vindas do Canadá, mas também de outras parte do mundo, inclusive de Macau. Cynthia Dehaas, a residir em Macau há sete anos, é a única pessoa do território a providenciar ajuda financeira para apoiar a comunidade de Boracay, uma vez que está impedida de entrar na ilha. Conheceu Joven Antolin depois de ter passado umas férias no seu hotel, onde também entrou em contacto com o trabalho feito pela Strong Roots Ministry. “Os estrangeiros não podem ir para Boracay. Inicialmente, tentámos ir como turistas mas com o objectivo de prestar apoio social, como voluntários, e pedimos ao Joven se era possível arranjar um visto nesse sentido. Não é sequer permitido, e durante seis meses todos os que não tiverem um passaporte filipino não podem entrar na ilha.” Cynthia considera que “as famílias estariam numa pior situação se esta ajuda não estivesse a acontecer”. “São cerca de 15 mil pessoas que vivem em Boracay e eles ajudam cerca de 600 pessoas por dia, na maioria crianças, e é dada comida e material escolar. A maior parte das pessoas depende do turismo para sobreviver e o fecho da ilha coloca a uma parcela grande da comunidade sem um trabalho e sem salário.” Cynthia Dehaas soube de toda a situação pelas redes sociais. “Ficámos hospedados no hotel e vimos como ele apoia a comunidade. Mantivemos o contacto e desde que foi anunciado o encerramento de Boracay, temos vindo a ajudar nesta acção. Ele tem sido muito activo nas redes sociais para mostrar a situação e as necessidades de apoio.” O HM contactou Paul Pun, secretário-geral da Caritas, no sentido de perceber se está a ser preparado algum mecanismo de apoio. Paul Pun garantiu que vai dialogar com a entidade congénere nas Filipinas para que possa ser accionado um fundo financeiro de apoio à crise humanitária que se vive em Boracay. “Não temos dado assistência especificamente a esta região. Sei que estão a ser muito afectados por esta decisão. Há cerca de dois meses lançámos o primeiro projecto nas Filipinas, e a Caritas tem vindo a prestar apoio em situações de catástrofes naturais. Começámos agora o primeiro programa de apoio à pobreza, que já dura há um ano e agora chegou às Filipinas. Vamos falar com a Caritas de lá para saber se podemos dar apoio com o nosso financiamento.” Este programa trabalha sobretudo ao nível do trabalho comunitário, levando pessoas a gerir espaços que possam ajudar os mais necessitados. Para tal, está reservado um orçamento de 20 mil dólares americanos, que deve ser dividido por dois anos. “Em Boracay poderia ser possível [accionar este plano], é um lugar onde a Caritas Macau poderia fazer algo. Muitos migrantes trabalham em Macau e servem a sociedade. Poderemos não ter capacidade para apoiar todos, mas vamos tentar que haja uma mudança de política para que não se prejudique a vida destas pessoas”, acrescentou Paul Pun. Diário da pobreza Na página pessoal de Facebook de Joven Antolin multiplicam-se relatos de desespero misturado com um sorriso nos lábios e a força necessária para atravessar os próximos meses. O dono e gerente do Oasis Resort and Spa partilha uma espécie de diário na rede social, na esperança de que alguém fora das Filipinas interceda pela população da ilha. “Dia 34. As refeições são gratuitas para todos aqueles que precisarem e estão disponíveis diariamente no Oasis. Também oferecemos refeições aos alunos da escola Yapak todas as segundas, quartas e sextas-feiras. A jovem paciente com problemas de coração tem realizado mais testes, tem água no coração e nos pulmões. O jovem com leucemia morreu, infelizmente, esta manhã.” Este é um exemplo de um post que retrata o dia-a-dia do casal Antolin. Uns dias antes, o post foi dedicado a panquecas. “Um amigo doou xarope de ácer e decidimos fazer panquecas e ovos para a refeição de hoje. Os que apareceram apreciaram muito, mas alguns procuravam também um pouco de arroz no prato. Os funcionários da cozinha tiveram um longo dia na cozinha, a preparar 450 panquecas. Uma empresa também doou garrafas de água”, lê-se. A 26 de Maio, uma criança tentou esconder alimentos para dar à mãe, que não comia há vários dias. “Uma menina de sete anos apareceu na fila para ter acesso a uma refeição. O pessoal deu-lhe comida mas reparei que ela foi para um canto, colocou a comida num saco de plástico e guardou-o na mochila. Perguntei-lhe porque tinha feito aquilo e disse-me que a sua mãe não tinha comido nada. Disse-lhe para voltar para a fila para buscar outra refeição e para trazer a mãe na próxima vez. Todos são bem-vindos.” Joven Antolin garante que as autoridades têm vindo a providenciar algum auxílio, mas que este não consegue colmatar as necessidades sentidas pela população. “Está disponível algum apoio do Governo mas não é suficiente, e as indemnizações são baixas. Contudo, as pessoas têm-se mantido positivas. Não foi dado qualquer apoio para os negócios relacionados com o turismo, apenas para os habitantes que trabalhavam no sector.” A ilha de Boracay ficou totalmente encerrada nos .últimos dias, com uma forte presença da polícia e da guarda costeira Um lugar que virou prisão A ligação do empresário ao seu país de origem voltou a surgir anos depois de ter a vida estabilizada no Canadá. Em 2007, Joven ficou chocado com a pobreza que viu na ilha. “Eu e a minha mulher ficámos durante cinco dias e voltámos depois em 2007 para visitar alguns amigos. Aí fomos dar uma volta pela ilha de mota e quando parámos em Yapak vimos uma escola muito pobre, com crianças descalças. Vi uma enorme beleza e pobreza ao mesmo tempo. E perguntei a Deus porquê. Então vendemos tudo e mudámo-nos para Boracay, onde já vivemos há nove anos.” Além de operar o hotel, Joven Antolin dá todo o tipo de assistência aos mais necessitados com a sua ONG. “Muito do dinheiro que ganho uso para ajudar a nossa comunidade. Providenciamos apoio na ida para a universidade a 120 crianças. Damos apoio médico e dentário, e ainda temos um programa de refeições gratuitas para as escolas.” Para pôr em prática o encerramento da ilha ao turismo, o Governo de Rodrigo Duterte recorreu às forças policiais nos primeiros dias, apesar de Joven ter referido ao HM que não foi usada violência. “A ilha de Boracay ficou totalmente encerrada nos últimos dias, com uma forte presença da polícia e da guarda costeira, algo que tem vindo a tornar-se comum. Muitos estão armados com metralhadoras e usam uniformes para que todos possam ver. Também têm vindo a controlar a multidão com armas perto da praia. Bem-vindos à penitenciária de Boracay.” Quando a decisão de Rodrigo Duterte foi anunciada, em Abril, estimou-se que 36 mil pessoas ficariam afectadas. Chegaram a decorrer protestos, mas não tiveram qualquer efeito prático.
Hoje Macau InternacionalDonald Trump suspende transferência de embaixada para Jerusalém por questões legais [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente norte-americano assinou um documento que suspende, durante seis meses, a transferência da embaixada dos EUA em Israel, apesar de ter inaugurado em maio uma nova instalação diplomática em Jerusalém. A Casa Branca confirmou que Donald Trump assinou o despacho na terça-feira, que mantém suspensa a aplicação de uma lei de 1995 que ordena ao executivo de Washington a transferência da embaixada em Israel de Telavive para Jerusalém. Esta aparente contradição de Trump com a sua própria política responde a uma exigência incluída naquela norma, que estabelece que se o Presidente não cumprir a transferência da embaixada para Jerusalém tem de dar uma explicação ao Congresso, de seis em seis meses, se não quiser perder fundos para a manutenção das embaixadas em todo o mundo. Apesar de o Governo de Trump ter inaugurado formalmente a delegação diplomática em 14 de maio passado, teve de cumprir a determinação legal, uma vez que a residência do embaixador David Friedman continua em Telavive. “A definição de ‘embaixada norte-americana’ inscrita na Lei da Embaixada, em Jerusalém inclui tanto as instalações da missão diplomática como a residência do embaixador”, explicou à agência Efe uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. Na ordem que assinou, Trump usou a mesma justificação que tinham usado os seus três antecessores para não transferir a embaixada para Jerusalém, a saber, a necessidade de “proteger os interesses de segurança nacional dos EUA”. No documento, “o Presidente reconhece que ainda tem de se manter suspensa a restrição dos fundos incluída na lei, até que se possa resolver o caso da residência do chefe da missão”, acrescentou aquela porta-voz. Esta situação não implica que se esteja a recuar na transferência da embaixada e a Casa Branca tenciona “trabalhar com o Congresso para eliminar a necessidade” de o Presidente ter de assinar mais documentos destes, adiantou. A Casa Branca admite que serão precisos anos – talvez uma década – para construir um edifício que permita transferir para Jerusalém o pessoal diplomático que está a trabalhar em Telavive. Atualmente, são menos de 10 os funcionários que foram transferidos para Jerusalém.
Hoje Macau China / ÁsiaCimeira entre Trump e Kim vai decorrer em hotel de luxo em ilha de Singapura – Casa Branca [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] encontro histórico entre o Presidente norte-americano e o líder norte-coreano vai decorrer num hotel de luxo na ilha Sentosa, em Singapura, a 12 de junho, anunciou a porta-voz da Casa Branca. O encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un vai começar às 09:00 (02:00 em Lisboa), indicou Sarah Sanders, na terça-feira, na sua páginal oficial da rede Twitter. “A cimeira de Singapura entre o Presidente dos EUA e o líder Kim Jong-Un será no Capella Hotel, na ilha Sentosa”. De acordo com a agência noticiosa norte-americana Associated Press, eram já visíveis, na terça-feira, os trabalhos preparatórios no ‘resort’, com as fachadas a serem pintadas, tapetes vermelhos a ser estendidos e a segurança reforçada na ilha, no sul de Singapura, com cerca de cinco quilómetros quadrados e 1.690 moradores. A reunião entre Trump e Kim será a primeira entre líderes destes dois países após quase 70 anos de confrontação iniciados com a Guerra da Coreia (1950-53) e de 25 anos de negociações fracassadas e de tensões por causa do programa nuclear do regime de Pyongyang. Depois de vários avanços e recuos, incluindo mesmo um anúncio por parte de Trump sobre o cancelamento da cimeira em reação “à hostilidade” manifestada pela Coreia do Norte, os dois lados retomaram os contactos e as negociações para o encontro histórico e confirmaram, novamente, a realização da reunião em Singapura a 12 de junho, a data avançada desde o início. A nova confirmação aconteceu na passada sexta-feira, depois de Trump ter recebido na Casa Branca, em Washington, o general Kim Yong-chol, apresentado como o braço direito do líder norte-coreano. No final do encontro, Trump declarou que a Coreia do Norte pretende desnuclearizar-se e sugeriu que o diálogo com Pyongyang será “um processo coroado de sucesso”. Após considerar que a reunião com o enviado norte-coreano “correu muito bem”, o chefe da Casa Branca reiterou que o encontro de dia 12 será “um começo”.
João Santos Filipe Ócios & Negócios PessoasKitroom Sports, loja de camisolas de futebol | Vestir a camisola Em Macau é frequente ver os adeptos de futebol utilizarem as camisolas dos clubes que mais gostam no dia-a-dia. Tin U com a loja Kitroom Sport alimenta a paixão local [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]pesar de Macau não ter um futebol com o nível e o mediatismo dos grandes campeonatos europeus, a verdade é que os fãs locais gostam de vestir as camisolas das grandes equipas e selecções. Foi a partir desta particularidade cultural, e também devido ao seu gosto pelas próprias camisolas, que Tin U decidiu abrir há oito anos uma representação da Kitroom Sports no território, marca que também está presente em Hong Kong e no Interior da China. “Considero que estou à frente de um negócio muito ligado à cultura local e por isso muito particular. Muito dificilmente uma loja que apenas vende camisolas de futebol se consegue sustentar por si na Europa ou noutras regiões. Acredito mesmo que para os europeus seja estranho ver as pessoas a utilizarem no dia-a-dia as camisolas dos clubes”, começa por admitir Tin U, ao HM. “Mas a verdade é que em Macau e Hong Kong as pessoas adoram utilizar as camisolas dos seus clubes e ídolos como roupa casual. Isso permite que um negócio como este se sustente”, explicou. Quando decidiu abrir o negócio, Tin U teve igualmente em conta a sua paixão. Contudo, as suas escolhas nem sempre são mais populares, apesar de admitir ser fã de Cristiano Ronaldo. Quando foi entrevistado pelo HM, Tin U vestia mesmo a camisola de treino da selecção dinamarquesa, que foi utilizada entre 2013 e 2015. Em vez do vermelho da bandeira dinamarquesa, o equipamento é azul. “A verdade é que tenho muito interesse pelo futebol e pelas camisolas dos clubes. Como me fui apercebendo que a cultura local tinha boas oportunidades de negócio para as camisolas dos principais clubes e selecções, achei que seria um bom negócio e do qual ia gostar”, admitiu o proprietário da loja Kitroom Sports em Macau. Em relação ao top de vendas, Tin U não tem dúvidas em apontar a liga inglesa como a fonte das camisolas mais populares. No topo estão Manchester United e Liverpool, embora outras equipas que se mostrem mais fortes possam facilmente saltar para o topo da tabela de vendas. “As camisolas que se vendem mais são dos clubes da Premier League, como Manchester United, Liverpool, Chelsea, Arsenal, entre outras”, indicou. Também a liga espanhola, principalmente Real Madrid e Barcelona fornecem alguns dos produtos mais apetecíveis. No que diz respeito às selecções, as vendas são orientadas pelos países tradicionalmente mais fortes no futebol. Entre as preferências dos locais está Portugal. “Portugal, Japão França, Espanha, Alemanha são as que vendem mais. Normalmente, são as equipas que vemos constantemente nos mundiais e europeus”, admitiu. Também em relação às vendas de camisolas de selecções, Tin U recorda o Europeu de 2016: “Nessa altura, a camisola portuguesa, principalmente após a vitória na final, esgotou. Foram muito rápidas as vendas”, recorda. Também no momento da pergunta que divide o mundo do futebol não vacila: “Entre Messi e Ronaldo prefiro o Ronaldo”, responde prontamente. Camisolas dos grandes Se por um lado, a camisola da selecção de Portugal é um sucesso nas vendas, o mesmo não acontece com os três grandes, Benfica, FC Porto e Sporting. Em causa está o facto da liga ter pouca expressividade junto dos residentes locais, apesar dos jogos serem transmitidos pela TDM. “Essas camisolas não vendem muito em relação às de outras ligas porque não são muitas as pessoas que vêem os jogos da Liga Portuguesa e isso afecta a vontade de comprar as camisolas”, justifica. O mesmo não acontece com as camisolas do futebol local, que sofreram um empurrão nesta última época com a campanha do Benfica de Macau na Taça AFC. Contudo, Tin U clarifica que o mercado das pessoas que compra camisolas dos clubes locais é muito diferente dos clientes habituais. “Há cada vez mais pessoas que gostam de comprar camisolas do futebol local. Mas é um mercado muito diferente, são as pessoas que apoiam essas equipas. Também por isso, nem todos os clubes têm camisolas para venda. Só Ka I, Sporting, Monte Carlo, Benfica de Macau e Chao Pak Kei têm produtos para venda”, confessa. No que diz respeito ao negócio, Tin U diz que o mais complicado é gerir as épocas altas e baixas. O Verão é um dos melhores períodos, com a realização das competições internacionais, como os mundiais e europeus, assim como o início das diferentes ligas. Contudo, o Inverno é uma fase mais complicada. “Após o Natal, e até ao final da época, é o período mais complicado para vender camisolas. Nessas alturas, temos de procurar outras soluções, como camisolas de clubes mais alternativos como japoneses ou de ligas de Europa de Leste. Temos de tentar diversificar um bocado nessa altura”, exemplifica. “As camisolas que se vendem mais são dos clubes da Premier League, como Manchester United, Liverpool, Chelsea, Arsenal.” Tin U, dono Kitroom Sports Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida No.28A
Tânia dos Santos Sexanálise VozesVelha Vagina [dropcap style≠’circle’]V[/dropcap]amos falar sobre a velhice, sobre ser-se velho e ser-se mulher: quando a vagina sofre de securas, quando os afrontamentos são constantes, quando a menstruação pára de aparecer mensalmente. O envelhecimento da nossa sexualidade não é de fácil compreensão porque está envolta em muitas falsas concepções e expectativas. Ora porque os velhinhos não são sexuais, ora são desinteressados, ora são ‘xéxés’ de todo. A menopausa durante muito tempo esteve sob o paradigma médico como uma ‘doença’, uma falha grave dos órgãos reprodutores, e não como um processo natural de desenvolvimento. Ora isto traz alguns problemas à partida: se há uma história que lida com a velhice de forma patológica, que esperança temos nós de percebê-la de outra forma? O que nos têm tentado convencer é que a menopausa pode ser ‘curada’ ou ‘revertida’, nomeadamente, com tratamentos hormonais. Estes tiveram o seu pico nos anos 70 (pelo menos nos Estados Unidos), e a sua utilização prolongou-se até os anos 90, mesmo que trouxessem riscos (há quem diga altos) de acidentes cardiovasculares. Hoje em dia, apesar de não ser um tratamento popular, a retórica continua a mesma, o que quero dizer com isto: ainda se tenta ‘curar’ a menopausa com tratamentos. O que não é descabido de todo porque de facto há alterações no corpo da mulher que são extremamente difíceis de gerir. Recomenda-se, contudo, cautela e tacto, para não perpetuar a noção de que a sexualidade feminina saudável deve ser equivalente a uma vagina jovem e roliça – porque isso só faz com que o corpo envelhecido seja visto como não-saudável, e doente. Claro que o cerne da questão está na visão heteronormativa e clássica do sexo, i. e., de que a penetração pénis-vagina é a única combinação possível (e digna) de sexualidade. De bem verdade que uma boa velha vagina pode sofrer alterações de forma a que penetração vaginal se torne mais dolorosa. Mas não limita a imaginação de criar outras possibilidades de sexualidade das quais os nossos corpos e as nossas mentes se possam sentir confortáveis. O que frequentemente acontece é que nós ficamos tão presos à ideia de que outras formas de sexualidade não são sexo de verdade, que a visão distorcida da velha (doente) vagina é, por vezes e infelizmente, inevitável. Espero que estejamos todos de acordo que são necessários mecanismos sociais para desfazer esta estupidez. Porque a velhice, essa sim é inevitável, agora como escolhemos vivê-la é que depende totalmente de nós – se soubermos que existem outras possibilidades. Os media são importantes nesta dinâmica, por exemplo: há uma deliciosa série norte-americana com a septuagenária Lily Tomlin e a octogenária Jane Fonda que tenta fazer isso mesmo, ao explorar o mundo sexual na terceira idade. Seja porque são necessários produtos sexuais para a mulher madura, como lubrificantes adequados ou vibradores, ou porque explora a possibilidade de ‘recomeçar’ a vida íntima numa idade avançada. Mas falar da sexualidade na velhice (e aos desafios é eles associados) sem falar da obsessão social pela juventude é descontextualizar por completo o problema. Idadismo – neologismo que nem todos os dicionários reconhecem – preconceito que tem como base a idade. Parece que no mundo ocidental andamos afectados com a tendência de julgar as velhas vaginas e os velhos pénis, na generalidade, como incompetentes. Ora, num mundo de desenvolvimento tecnocientífico, que tem aumentado a esperança média de vida, e com uma clara tendência de envelhecimento demográfico, urge uma nova visão sobre a velhice, e já agora, sobre o seu sexo.
João Santos Filipe DesportoFutebol | Bessa Almeida distinguido pelo consulado [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]onhecido como um apaixonado do futebol local e figura presente nos jogos do território com a sua máquina de fotografar, Bessa Almeida foi distinguido ontem pelo Consulado de Portugal e pela Casa de Portugal, ao receber duas camisolas assinadas pelos representantes das instituições. “Foi uma surpresa, porque me tinham pedido para passar no Consulado para receber uma camisola. Mas depois acabei por receber duas, uma para colocar dentro de moldura que está assinada pelo Cônsul [Vítor Sereno] e pela Dr.ª Amélia António [presidente da Casa de Portugal] e outra para vestir nos estádio”, relatou, ao HM, Bessa Almeida, também responsável pela página Macau Bolinha Bolão. “É normal trocarem-se e darem-se camisolas, mas chamarem-me assim e depois receber uma camisola assinada, deixou-me muito contente. É um presente muito especial até porque estamos no mês de Portugal!”, acrescentou. Depois de ter vivido vários anos em Macau, Bessa Almeida voltou a Portugal, ainda antes da transição, regressando definitivamente ao território em 2012. Desde então, tem sido uma presença constante nos estádios, também com o intuito, confessa, de promover o desporto-rei em Macau. Foi também por esse motivo que já anteriormente tinha recebido uma camisola do Sporting de Macau, assinada pelos responsáveis e jogadores.
Sérgio Fonseca DesportoAutomobilismo | Jovem piloto de Macau assina com equipa inglesa Depois de meses de impasse, o jovem piloto de Macau, Leong Hon Chio, mais conhecido no meio por Charles Leong, confirmou que vai participar no renovado Campeonato Asiático de Fórmula 3 na temporada de 2018 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] piloto de 16 anos conseguiu encontrar as condições necessárias para assinar pela Hitech Dragon GP, o braço asiático da experiente equipa inglesa Hitech GP. Na temporada passada, Leong conquistou o feito de ter vencido, de uma assentada, o Campeonato da China de Fórmula 4 e o Campeonato Asiático de Fórmula Renault 2.0. Para Oliver Oakes, o responsável máximo da Hitech GP, o piloto que deu os primeiros passos no automobilismo no Kartódromo de Coloane é uma forte contratação. “O seu sucesso nos últimos anos provam que ele é um piloto extremamente capaz e nós estamos confiantes que ele vai brilhar durante esta época”, afirma o inglês. Depois de analisar as propostas que tinha de várias equipas, Leong escolheu aquela apresentada pela formação baseada nos arredores do circuito de Silverstone. “Estou bastante entusiasmado por me juntar a uma equipa tão experiente que opera em múltiplos campeonatos. Estou plenamente confiante de que seremos competitivos na F3 Ásia este ano”, assevera o piloto. A Hitech Dragon GP irá inscrever três carros no campeonato certificado pela FIA, sendo que para além de Leong, também o sul-africano Raoul Hyman, um piloto que já conduziu de Fórmula 3 nos circuitos europeus, assinou para guiar um dos monolugares construídos pela Tatuus e igual para todos os concorrentes. O Campeonato Asiático de Fórmula 3 tem início marcado para o fim-de-semana de 13 e 14 de Julho na Malásia e na sua temporada de estreia é composta por cinco eventos, cada um com três corridas, passando pelos circuitos de Sepang, Ningbo e Xangai. Missão GP Ao assinar pela Hitech GP, Leong dá mais um passo rumo ao sonho de correr no Grande Prémio de Macau de Fórmula 3. A equipa britânica está presente no Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3 e conta estar entre nós no mês de Novembro para participar na corrida rainha da categoria. Os monolugares do europeu da especialidade são os utilizados na prova do Circuito da Guia, mais potentes e mais rápidos que aqueles que vão dar corpo à competição no continente asiático. O HM sabe que Leong não tem ainda nenhum acordo com a Hitech GP para a prova, mas este assunto deverá ser discutido mais tarde no ano. Desde 2015 que Macau não conta com nenhum representante na prova de Fórmula 3 do Grande Prémio. Caso o jovem piloto do território consiga alinhar na corrida, então estará finalmente habilitado a receber o subsídio para os pilotos de Macau que correm além fronteiras, o que será um apoio vital para que possa continuar a subir degraus na pirâmide do automobilismo mundial.
João Paulo Cotrim h | Artes, Letras e Ideias«As recordações ajudam a esquecer» Cervantes, Lisboa, 14 Maio [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]squeço com demasiada facilidade. Se a poeira pouco importa, algumas migalhas dos dias mereciam repousar na conserva da memória. Para digerir mais tarde. Foi um dia forrado a urgências e agitação, que não lembro, embora me tenham até impedido este exercício diarístico. Podia ter nevado que o esqueceria de igual modo. No fim da tarde dou comigo sentado em mesa posta perante plateia, como em segunda tremenda adolescência, tremendo. Que desejei eu para merecer estar ali na companhia de Luis García Montero, do seu tradutor, Nuno Júdice, do pintor Juan Vida, e de Chus Visor, desmesurado editor? As capas negras da colecção Visor (50 anos, mais de 2000 títulos de poesia) escondiam a potência do desejo, claro. Júdice despertou apetites adolescentes com prosa inesperada, sim. García Montero iluminou longas tardes na Andaluzia onde aprendi sinuosidades do coração, pois. E creio que chegámos a ele por Lorca e Alberti, seus companheiros, talvez meus, se me atrevo. Mas o encontro devo-o por completo ao versado em desejo, Javier [Rioyo], que orienta a conversa exemplarmente, despida de formalidades, aberta às ondas dos que se fazem presentes e podem afirmar, contar, lembrar. Alegria, como laranjas acabadas de colher, eis tudo. Em voo, que parte de 1982 e percorre nove livros até 2017, com «À Porta Fechada», a antologia apresenta bem este labor que faz do quotidiano superfície, uma pele, na aparência transparente, que esconde/revela as convulsões que são a sua matéria, a sua carne. «Em lembrança/ do seu assombroso odor a sobrevivência,/ quero atravessar a casa/ e despir-me às escuras,/ sem incomodar,/ sem acender sequer as luzes do espelho,/ para não me perguntar/ de que serve um oásis,/ se o coração conhece os desertos/ e sabe que o esperam/ como pegadas antigas que já vão à frente.» (de «Nocturno»). As escolhas de Nuno desenham um percurso de maturidade que nos põe a andar, com o autor, no fio da navalha e de costas para o futuro, como mandam os clássicos. Uma antologia assim, que propõe distintos caminhos torna-se lanterna. Os versos com os quais o poeta foi experimentando o tempo, o natural, a cidade, a memória e a palavra ajudaram-me de imediato a andar sobre estes dias movediços. Não que seja a função, mas sucedeu. Apanhemos os ossos do cadáver do tempo nas ondas desfeitas. Senti-me um pouco menos estrangeiro da minha intimidade. Terei aprendido a lição? «Estrangeiro na própria intimidade,/ não conhecem o meu nome/ nem as margens da plenitude,/ nem o cadáver do tempo escondido nas ondas./ Mas entendem a forma dos meus passos/ na areia que cai,/ se confundo o relógio com o deserto/ ou vigio a casa tal como ao horizonte,/ e na minha taça de dúvidas cabe o mundo,/ e no valor encontro cobardia,/ nos olhos a noite com a sua luz/ e o coração da criança/ numa alma de antigas corrupções.» Também acontece mundo e até política, essa arte de saber construir casas que nos abriguem, dúvidas onde caibam o mundo, e desejos que poderão sempre afundar-se. De «Meia estação»: «Contra o meu corpo,/ o seu passado e as suas razões,/ a história devolve-me/ o repto de viver/ como numa segunda adolescência.// Volto a temer aquilo que desejo,/ outro luxo encantado nesta parte/ de minhas horas tardias. Não preciso do mundo/ que discute e ama e transborda/ com as suas regras alheias/ no andar de baixo.// Quero a minha residência, embora a casa/ seja uma árvore doente. Aqui estão a memória/ de ter sido, os anos de anseios,/ a chuva do caminho em cada livro/ que ainda guardo e a janela/ para aquela cidade que só existe/ dobrada com a minha roupa.» Falo mais do que devia, como no verso que dá título à crónica, roubado ao poema que rompe todas as regras e sobre quase até ao corte, rompendo as regras, para sussurrar «nos unen mis recuerdos y sus ojos cerrados.» Na sessão, García Montero teve gesto de comovente generosidade, ao ler belíssimo ensaio sobre as afinidades que encontrava na poesia do seu tradutor. Outra lição que te fico a dever, Javier. Somos vizinhos da cidade que existe nas dobras. Mymosa, Lisboa, 15 Maio Recebo a mesa (quase) completa da noite anterior em visita de cortesia e amizade. Encontro-os cansados de tanta cultura e património e passeio, levo-os à sala de estar para assistir em directo à barbárie: em Alcochete anunciavam o desmando com fragmentos de imagens. Tentávamos a todo o custo trazer a conversa para poetas, leituras, antologias possíveis e impossíveis, comentários soltos, mas era impossível. Foi chegando gente, como se o plenário voltasse a ter assim, de Moçambique, de Macau, aqui do lado, mas era impossível. Estávamos em plena peça de absurdo, Ubu era imperador e desinteressante, usava barba e gritava às riscas. Museu Bordalo Pinheiro, Mercado Santa Clara, Lisboa, 18 Maio Corrida entre lado e outro para apresentações falhadas. O Museu sentiu-se incomodado com a opinião da apaixonada, Isabel [Castanheira], no seu «Una Piccola Storia d’Amore». Sou capaz de perceber, quando se troca carne por papéis, tendemos a perder noção do sangue. Mas não me caiu bem a deselegância de convidar e depois pedir desculpa por isso, em público. Aprendi a estimar mais quem coleciona sabendo do que quem pensa sem arriscar. Logo a seguir, o que parecia mal-entendido modernaço – convocar lançamento para a hora de jantar – reveliu-se arrogância de senhores para quem a criatividade se faz meio de fortuna. Era mesmo ali, no meio do nada, fosse hora ou sítio, que «O Sono Desliza Perfumado», em torno da publicidade ilustrada, do Jorge [Silva] devia ser apresentado. Como se não bastasse, ainda tivemos que ouvir o histérico dono do microfone a tentar correr com quem estava em lugar nenhum. Saudade dos pianistas de bordel. José, Lisboa, 21 Maio Deveria escrever hospytal de tantas vezes te visito? De qualquer modo, preparo-me com Garcia Montero, e atente-se no fulgurante título, «A Ausência é uma Forma do Inverno»: «assim dói uma noite,/ com esse mesmo inverno de quando tu me faltas,/ com essa mesma neve que me deixou em branco,/ pois de tudo me esqueço/ se tenho de aprender a recordar-te.» Horta Seca, Lisboa, 22 Maio Na minha parede pobre brilham traços de negro, morse de expansiva alegria, uma mulher de braços levantados. Júlio Pomar (1926-2018) entrou em mim pelos livros, como tantas outros, oriundos do Círculo de Leitores, iluminando textos de José Cardoso Pires, que, não fora a minha inépcia, poderia ter sido abysmado. Temos para um século de carnes e superfícies por desvendar. Não consegui ir, também por insanável melancolia, ao novo mausoléu oficial dos sem-basílica, o Teatro Thalia. (Quem o baptizou de mausoléu foi o saudoso Diogo Lopes, que, após assinar a recuperação, logo o inaugurou nessa triste função de forma do inverno, tendo sido depois seguido pelo vanguardista, Manel Reis.) Horta Seca, Lisboa, 23 Maio Desmonto em ápice inglório os originais irregulares (exemplo algures na página) da Cláudia R. Sampaio, a que demos, trocando mensagens e por causa de maiúsculas espontâneas, o título de «NÃO ESTAVA A GRITAR». Para mim, a pintura da Cláudia levanta sempre a voz, mas a das plantas e das flores, um jardim bonsai de ervas daninhas e iluminuras e anjos. E seres, dos que se soltam das palavras. E de nós. A jardineira faz selfies, ora ruivas, ora com palavras, mas que precisa sempre do enquadramento vegetal. Diz-nos que muito crescer tendo nós como epicentro da horta: asas, olhos, pétalas, fuste, cabelos, seios, coração, mesmo que seja «coração prefácio à espera de ser escrito».
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Visita de Putin considerada como de “grande significado” A futura visita do presidente russo Vladimir Putin à China é de grande significado para o planeamento da próxima fase das relações sino-russas, reiterou o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi [dropcap style≠’circle’]W[/dropcap]ang Yi comentou a importância da visita do líder máximo russo quando se encontrou com o seu homólogo, Sergei Lavrov, no passado domingo durante a reunião dos chanceleres dos BRICS, em Joanesburgo, África do Sul. O presidente Putin realizará uma visita de Estado à China entre os dias 8 e 10 de Junho e participará na cimeira da Organização de Cooperação de Shanghai (OCS), afirmou Wang. Esta será a primeira visita de Putin à China durante o novo mandato do presidente chinês, além do primeiro encontro entre Xi e Putin este ano. De acordo com informações veiculadas pela agência Xinhua a reunião reveste-se de grande significado para o planeamento para a próxima fase do crescimento das relações sino-russas, afirmou Wang. A China está disposta a reforçar a coordenação com o lado russo de modo a garantir que a visita seja bem-sucedida e frutífera, e sejam promovidos fortes impulsos ao desenvolvimento das relações bilaterais, assinalou o ministro chinês. A China e a Rússia devem fazer esforços conjuntos para que a cimeira da OCS em Qingdao, a primeira após a expansão da organização, continue a promover o “Espírito de Shanghai”, materializando os resultados positivos e práticos e transmitindo uma mensagem de solidariedade, reforçou. Por seu turno, Lavrov afirmou que Moscovo também encara o encontro entre os dois líderes máximos como sendo de grande importância à próxima visita de Estado de Putin à China. A Rússia está contente com os progressos obtidos na preparação para a visita e está disposta a fazer esforços em conjunto com a China para garantir que a mesma cumpra com todas as metas estipuladas, disse. Lavrov acrescentou ainda que a Rússia concorda totalmente com a China no seu pensamento sobre a actual situação internacional e deseja fortalecer a coordenação com Pequim nos mecanismos multilaterais, tais como a OCS, BRICS, G20 e ONU. Xinhua
Hoje Macau China / ÁsiaCorrupção | Ministro japonês abdica de um ano de salário depois de escândalo [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro das Finanças do Japão anunciou que vai abdicar de um ano de vencimento, depois de um escândalo de falsificação de documentos e de favorecimento ilícito ter vindo a público. “Entrego voluntariamente 12 meses do salário de ministro, enquanto este problema continuar a abalar a confiança do público no meu Ministério e em toda a administração” japonesa, declarou Taro Aso à imprensa. As revelações sobre este escândalo, em Março, têm abalado fortemente o Governo chefiado pelo primeiro-ministro, Shinzo Abe. Os nomes de Shinzo Abe e da mulher, Akie, assim como do próprio Taro Aso foram removidos de documentos relacionados com a venda de um terreno do Estado, a um preço quase dez vezes inferior ao do mercado, a favor de uma instituição educativa privada com ligações a Abe e à mulher. “Os documentos administrativos oficiais nunca deviam ter sido alterados antes de serem apresentados ao Parlamento e por isso estou arrependido”, sublinhou o ministro das Finanças. Taro Aso, que recusou demitir-se, recebe cerca de 30 milhões de ienes (235 mil euros) por ano. Membro de uma família de industriais, Aso é um dos governantes mais abastados do Governo japonês. Este caso levou ainda à aplicação de sanções a 20 membros do Ministério, muitos dos quais viram os salários reduzidos. De acordo com as últimas sondagens, a popularidade de Shinzo Abe caiu para os 40 por cento, o que poderá pôr em perigo a reeleição, em Setembro, para um terceiro mandato à frente do Partido Liberal Democrático (PDL).
Hoje Macau China / ÁsiaAmbiente | Veículos motorizados são a maior causa da poluição atmosférica [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China pretende estabelecer regulamentos mais apertados para controlar as emissões dos veículos motorizados, de modo a reduzir a poluição do ar, segundo o Ministério da Ecologia e do Meio-ambiente, segundo um relatório publicado na última sexta-feira. O ministério irá expandir a supervisão da qualidade dos produtos e motores a diesel, bem como incrementar o uso dos transportes ferroviários em serviços de logística visando reduzir a poluição atmosférica, segundo o relatório. Os camiões com motores a diesel, que representam apenas 7,8 por cento dos veículos motorizados da China, produzem 57,3 por cento do óxido de nitrogénio e 77,8 por cento das partículas poluentes no ar, os dois principais poluentes no país, de acordo com o relatório. Até ao ano de 2017, a China vinha sendo o maior produtor e comprador de veículos no mundo por nove anos consecutivos, com 310 milhões veículos a circularem nas rodovias até o final do ano passado, e com um aumento de 5,1 por cento em comparação com o ano anterior. Estes veículos foram responsáveis pela emissão de cerca de 43,59 milhões de toneladas de poluentes no ano passado, uma queda de 2,5 por cento em termos anuais, segundo o documento.