Festival Cinema | Filme “Paddington 2” é a escolha de Mike Goodridge

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] segunda edição do Festival Internacional de Cinema de Macau é marcada pela exibição do filme familiar “Paddington 2”. Para o director, Mike Goodridge trata-se de uma escolha para satisfazer “toda a gente”. O festival pretende ser um evento para um leque diversificado de público e trazer ao território cinema comercial e de autor.

Um festival que agrade a todos os gostos foi a ideia deixada pelo director do II Festival Internacional de Cinema de Macau (FICM), Mike Goodridge, na passada sexta-feira, à margem da conferência da imprensa de apresentação do programa desta segunda edição do evento.

A iniciativa tem lugar entre 8 a 14 de Dezembro e a escolha dos filmes conta, este ano, com uma selecção variada, entre películas comerciais e de autor.  Mike Goodridge explicou que a opção tem que ver com o objectivo de “apelar a uma audiência que goste de filmes artísticos, mas também que agrade a um público mais vasto”, disse aos jornalistas.

Para o britânico, a opção de alargar o leque de exibições a filmes mais comerciais tem como objectivo chegar a um público mais alargado do que aquele que, à partida, seria o de filmes independentes. “Queremos que a audiência de Macau não fique desencorajada por estes filmes, não pense que são demasiado artísticos, ou estrangeiros, ou seja o que for, mas que os abrace”, referiu.

Para o efeito, Mike Goodridge optou pela escolha de filmes “que contam grandes histórias e têm temas universais”. “Seleccionámos deliberadamente filmes que promovam a reflexão e sejam acessíveis no que respeita à narrativa”.

O director ilustra em tom de brincadeira: “Se eu pudesse ver um filme filipino de sete horas, fá-lo-ia, mas não quero infligir isso a toda a gente porque sei que não é do gosto de todos”.

Urso de abertura

A acessibilidade das películas a serem projectadas começa logo com o filme seleccionado para abrir o evento no próximo dia 8 de Dezembro.

A eleição recaiu na personagem de contos infantis do também britânico Michael Bond, o urso Paddington. O filme será o número dois da saga e, de acordo com o director, é obrigatório. “Têm de ver este filme, é encantador. Queríamos um filme que agradasse a toda a gente, que toda a gente apreciasse, toda a família. Estes filmes são perfeitos e o segundo ainda é melhor que o primeiro”, explicou.

Por outro lado, “apesar de não ser um tipo de filme de festival, é extremamente bonito, é o filme de família perfeito. É uma óptima maneira de começar esta celebração do cinema”, continuou o director.

Este ano o FICM conta com a exibição de mais de 40 filmes. Para Mike Goodridge é um cartaz “muito forte e sem ser demasiado artístico ou demasiado estrangeiro”.

Competição de ouro

À semelhança do ano passado, os filmes em competição – um total de dez – são dedicados a novos realizadores. Destes, Mike Goodridge destaca dois premiados no Festival Internacional de Cinema de Veneza: “Custody”, de Xavier Legrand, e “Foxtrot”, de Samuel Maoz.

O júri será composto pelo realizador francês Laurent Cantet, a actriz  Joan Chen, a realizadora austríaca Jessica Hausner, o escritor britânico Lawrence Osborne e o realizador de Singapura Royston Tan.

Portugal vai estar representado, nesta edição, do FICM com o filme, também premiado, de Pedro Pinho, “A Fábrica de Nada”. A produção integra a rúbrica “Panorama” dedicada às películas que se destacaram em alguns dos mais prestigiados festivais internacionais de cinema. “A Fábrica de Nada” é, para o director do FICM, uma referência. “É sem dúvida o melhor filme português do ano, estreou no Festival de Cannes. É soberbo”, disse. Da mesma secção fazem ainda parte filmes oriundos da China, do Japão, da Malásia, Estados Unidos e França.

Aprender com os mestres

À semelhança da primeira edição do festival, este ano a organização continua com a secção “Aulas com os Mestres”. A segunda edição traz a Macau os realizadores de Hong Kong John Woo e Pang Ho Cheung para partilhar conhecimentos e experiência.

A acrescentar tem também lugar a parceria estabelecida com a Academia de Cinema Britânico. A iniciativa pretende dar oportunidade aos realizadores locais de ter acesso a formação específica de modo a produzirem uma das duas curtas-metragens a serem seleccionadas para projecção ainda durante o festival.

Mantendo a forma com que foi criado, o 2º Festival Internacional de Cinema de Macau vai contar com as secções “Fogo Cruzado” que integra as recomendações de realizadores reconhecidos e “Adagas Voadoras” dedicada do cinema asiático. A “Apresentação Especial” desta edição é dedicada ao “Último Imperador” de Bernardo Bertolucci, como forma de marcar o 30º aniversário do filme que conta a história de Pu Yi.

A conferência de imprensa da passada sexta-feira ficou ainda marcada pela posição secundária dada ao director Mike Goodridge. O britânico apresentou as linhas gerais do programa, não tendo, contudo, um local de destaque entre as individualidades presentes. Mike Goodrige foi nomeado em Junho para dirigir esta edição do evento que pretende promover o cinema no território, após a demissão, no ano passado, de Marco Mueller, a um mês do início do evento. Interrogado acerca da sua permanência à frente do FICM, Mike Goodridge afirma não tencionar fazer o mesmo que o seu antecessor.

6 Nov 2017

Amigo de juventude de Xi Jinping vai dirigir Escola do PCC

[dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]hen Xi, membro do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC) e amigo de juventude do Presidente da China, Xi Jinping, foi nomeado chefe da influente Escola do Partido, informou sexta-feira a agência oficial Xinhua.

Com esta nomeação, Xi continua a promoção dos seus aliados aos escalões máximos do poder do PCC, que se iniciou na semana passada com a renovação da cúpula do regime.

Chen compartilhou um quarto com Xi quando ambos estudavam na universidade.

A nomeação rompe ainda com a tradição dos últimos 20 anos, em que o cargo de “director ideológico” coube a um dos membros do Comité Permanente do Politburo (os sete líderes máximos do país), do qual Chen não faz parte.

Xi e Chen conheceram-se durante a Revolução Cultural (1966-76), na Universidade Tsinghua, situada no norte de Pequim, onde foram colegas de curso e de quarto.

Chen já ocupou o cargo de chefe do PCC naquela instituição, entre 2002 e 2008, e foi posteriormente vice-ministro da Educação e vice-presidente da Associação Chinesa para a Ciência e Tecnologia.

Liderar a Escola do Partido, o centro de formação dos altos quadros do regime, tem tradicionalmente servido de trampolim para outros cargos mais altos. Xi Jinping e o seu antecessor Hu Jintao já ocuparam aquele posto.

O próprio Mao Zedong, fundador da China comunista, dirigiu aquela Escola, antes do estabelecimento do regime (entre 1942 e 1947).

Pequim confia que Venezuela irá saldar a dívida

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo chinês, um dos principais credores da Venezuela, disse sexta-feira estar confiante de que o país sul-americano saldará a sua dívida, apesar de o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ter anunciado uma reestruturação da dívida externa. “Sabemos dessa notícia e também do compromisso da Venezuela em continuar a cumprir com as suas obrigações”, afirmou em conferência de imprensa Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Hua afirmou que Pequim “confia que o Governo venezuelano resolverá apropriadamente esta questão”. “A cooperação é mantida por instituições financeiras dos dois países, sobre as bases da igualdade, benefício mútuo e desenvolvimento comum. Até à data, todos os projectos têm funcionado correctamente e continuaremos a colaborar”, disse. Face à crise económica que afecta a Venezuela, Maduro pediu na quinta-feira que toda a dívida externa do país seja reestruturada.

6 Nov 2017

Ho Iat Seng acusado de desconhecer procedimentos da AL

A tradução dos documentos da Assembleia Legislativa nas duas línguas oficiais do território é um princípio legal. Chan Chak Mo devolveu um pedido de Pereira Coutinho apresentado apenas em língua portuguesa e agora a Assembleia Legislativa aconselha que, apesar do bilinguismo oficial, sejam requeridas as respectivas traduções. Pereira Coutinho está indignado

 

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, não tem conhecimentos dos procedimentos legais e administrativos vigentes no território é a ideia deixada pelo deputado José Pereira Coutinho ao HM como reacção à carta que recebeu da AL.

A missiva é a resposta justificativa à falta de tradução de um pedido deliberação em português, dirigido à 2ª comissão permanente da AL e recusado pelo deputado Chan Chak Mo, que preside a esta comissão.

O pedido de deliberação tinha como objectivo garantir uma maior transparência nos trabalhos da 2ª comissão permanente e vem no seguimento dos apelos de Pereira Coutinho à abertura ao público das reuniões da comissão.

Na carta assinada pelos serviços de apoio à AL pode ler-se que é adequado que sejam requeridos os serviços de tradução. “Aconselha-se a que, aquando da apresentação de documentos relativos aos trabalhos da AL, os deputados solicitem, atendendo à situação real, aos serviços de apoio para que a respectiva tradução seja feita pelo gabinete de tradução, a fim de garantir a realização ordenada dos trabalhos”, lê-se na resposta da Assembleia.

 

Ignorância legal

Para Pereira Coutinho, com esta abordagem, “o presidente da AL demonstrou ignorância nos procedimentos legais e administrativos vigentes na RAEM”. O deputado com ligações aos trabalhadores da função pública acrescenta ainda que “o presidente da AL, assim procedendo, faltou ao respeito total à língua portuguesa”.

Para Pereira Coutinho, a deliberação seguiu os trâmites normais, pelo que cabe à própria AL dar o devido encaminhamento para os serviços de tradução. “Dei entrada nos termos normais nos serviços de expediente da AL como qualquer cidadão se dirige a um organismo oficial pelo que cabe às estruturas internas redireccionarem o meu pedido para tradução caso assim entendam, e não o signatário”, diz.

Para Pereira Coutinho, a resposta que recebeu não é mais do que uma fuga às responsabilidades por parte de Ho Iat Seng. “Ele sacudiu a água do capote endossando o assunto à secretaria geral”, refere.

6 Nov 2017

Receitas dos casinos vão crescer a dois dígitos este ano

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lionel Leong, prevê um crescimento a dois dígitos das receitas de jogo para este ano, depois de os casinos terem fechado Outubro com o melhor desempenho mensal desde 2014.

Observando que “têm mantido uma tendência estável e positiva”, Lionel Leong estima um crescimento positivo de dois dígitos das receitas da indústria do jogo – principal motor da economia de Macau – face a 2016, indica um comunicado oficial.

As receitas de jogo atingiram no acumulado dos primeiros dez meses 220.010 milhões de patacas – mais 19,2 por cento face ao apurado entre Janeiro e Outubro do ano passado, segundo dados oficiais divulgados na quarta-feira.

O regresso das receitas de jogo a um crescimento positivo em 2017 é expectável face ao desempenho dos últimos meses, dado que, desde o início do ano, as receitas cresceram sempre a dois dígitos em termos anuais homólogos à excepção de Janeiro (+3,1 por cento).

A previsão de crescimento a dois dígitos para o cômputo de 2017 “significa que os resultados vão acabar por ultrapassar a previsão inicial”, pelo que “caso a tendência actual de aumento se mantenha no próximo ano, a estimativa é que em 2018 o valor orçamental das receitas do jogo seja ainda mais alto do que o deste ano”, refere a mesma nota citando Lionel Leong que, este mês, vai apresentar a proposta de Orçamento à Assembleia Legislativa.

 

Meses dourados

 

No entanto, o Governo normalmente adopta uma postura conservadora na previsão das receitas de jogo, feitas com base na estimativa do que irá arrecadar em impostos (35 por cento em directos e 4 por cento em indirectos).

A título de exemplo, Macau arrecadou só nos primeiros nove meses do ano em impostos directos sobre o jogo 68.641 milhões de patacas, um valor que reflecte uma execução de 95,5 por cento face ao Orçamento autorizado de 2017.

Outubro de 2017 marcou o 15.º mês de subida das receitas da indústria do jogo, depois de um ciclo de 26 meses consecutivos de quedas anuais homólogas.

6 Nov 2017

Portugal | Marcelo espera receber em 2018 homólogo chinês

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] chefe de Estado português afirmou ontem que espera receber em 2018 o Presidente da China, Xi Jinping, em visita de Estado a Portugal, e considerou que as relações luso-chinesas “atravessam porventura o melhor momento”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava no final da IV Gala Portugal-China, num hotel de Lisboa, na presença do ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, do embaixador da República Popular da China em Portugal, e do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, entre outros convidados.

“Terei grande satisfação em receber o senhor Presidente chinês [Xi Jinping] em visita de Estado, que, espero, possa concretizar-se em breve, talvez mesmo no próximo ano, em data a concretizar pelos canais diplomáticos usuais”, afirmou.

Antes, o Presidente da República referiu que, “no respeito da diversidade dos princípios constitucionais e institucionais de cada um dos países”, enviou “há dias” a Xi Jinping, também secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC) “uma mensagem de felicitações pelos sucessos do XIX Congresso do partido”, realizado em Outubro.

“O ímpeto de reforma e a visão da China do futuro aí consagrados enquadram-se na nossa própria perspectiva de expansão do relacionamento bilateral num mundo sem proteccionismos”, declarou.

Em alta

No início do seu discurso, de onze minutos, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que as relações bilaterais “atravessam porventura o melhor momento desde que a República Popular da China e a República Portuguesa estabeleceram relações diplomáticas, há quase quarenta anos”.

Segundo o chefe de Estado, os dois países vivem uma “fase de pujança e de crescimento estratégico”, com “grandes investimentos chineses nos sectores energético, segurador e financeiro”, que foi “iniciada com o Governo anterior e prosseguida durante este Governo”, e que saudou.

“Portugal, por seu turno, está agora, como membro fundador, no Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas, e encontramo-nos prestes a concluir um processo de emissão de dívida pública em renminbis [ou yuan], os chamados ‘panda bonds’, com tudo o que isto tem de pioneiro na zona euro, traduzindo um contributo específico para a internacionalização da moeda chinesa”, salientou.

Na perspectiva do Presidente da República, esta “nova fase” das relações luso-chinesas “é qualitativamente muito mais rica do que as anteriores, e bem mais diversificada”.

Como exemplos, apontou a cooperação na investigação científica e tecnológica, com “um centro sino-português de investigação em novos materiais, em Hangzhou” e “um centro de investigação sino-português em ciências do mar, em Xangai”.

No domínio da “economia azul”, mencionou que a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, se encontra actualmente na China, “chefiando uma delegação empresarial representativa de todos os sectores ‘azuis’, dos portos à biotecnologia, da logística à construção naval, do conhecimento dos oceanos às novas tecnologias de aplicação na exploração marinha”.

Caminhos do futuro

Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa fez referência à estratégia do Estado chinês “Uma faixa, uma rota”, na qual incluiu Portugal, dizendo que a dimensão marítima portuguesa constitui uma prioridade, “nomeadamente na valorização do porto de águas profundas de Sines, e toda a sua envolvente logística, incluindo a ligação ferroviária a Espanha e as conectividades entre a Ásia e a Europa”.

No plano da cultura, sublinhou “os festivais culturais que se preparam, em cada um dos dois países, para 2018 e 2019, e a concretização da abertura dum Centro Cultural de Portugal em Pequim e, simetricamente, do Centro Cultural Chinês em Lisboa”.

“Termino com mais esta nota positiva, assegurando que, como Presidente da República, me dedicarei com empenho ao reforço dos laços de amizade que unem Portugal e a República Popular da China”, concluiu, agradecendo em mandarim: “Xiéxié”.

O primeiro-ministro, António Costa, visitou a República Popular da China em Outubro do ano passado, ocasião em que foi recebido por Xi Jinping.

6 Nov 2017

Deputados votam hoje Regime jurídico da Habitação Social

A Assembleia Legislativa tem hoje uma agenda preenchida. Está marcada a votação na generalidade das propostas de lei relativas ao Regime Jurídico da Habitação Social, os benefícios fiscais à contratação de pessoas com deficiência e o regime para acreditação de assistentes sociais. Foram também pedidos debates por três deputados

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] ordem do dia de hoje da Assembleia Legislativa (AL) prevê uma tarde repleta de actividade. No capítulo das questões orçamentais, será apresentado o relatório de execução do orçamento de 2016, assim como o respectivo relatório de auditoria da conta geral do mesmo ano. Além disso, a câmara irá deliberar sobre a proposta de orçamento privativo da AL para o ano económico de 2018.

No plano legislativo, o dia tem uma agenda também recheada. Está prevista a votação na generalidade do diploma que vai regulamentar a habitação social. A ideia é actualizar as leis que regem o sector, uma vez que o crescimento económico, empurrado pelos lucros do sector do jogo, fez inflacionar o sector privado do mercado de arrendamento.

Dessa forma, o Governo tem vindo a trabalhar desde 2014 na lei que agora chega à AL e que vai estabelecer a forma e as condições de apresentação de candidaturas, a competência do Governo para a verificação do património, assim como um regime sancionatório.

Outra das propostas inscritas na ordem do dia prende-se com os benefícios fiscais à contratação de pessoas portadoras de deficiência.

 

Hato no debate

Também na agenda de trabalhos da AL está a votação na generalidade da proposta de lei que regula a acreditação profissional e inscrição para assistente social.

Há mais de sete anos que o Governo trabalha num regime legal que certifique e capacite profissionais do sector da assistência social. Após duas consultas públicas, o Instituto de Acção Social elaborou o diploma que hoje chega ao hemiciclo.

No capítulo dos debates, Sulu Sou começa o ano legislativo na pole position da iniciativa de discussão. Para uma das discussões, o jovem deputado pediu a presença do Director substituto da Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos, Raymond Tam, da subdirectora Leong Ka Cheng e de um meteorologista. O deputado pede a reforma total dos mecanismos de alerta de tufões, assim como da gestão interna dos serviços.

Por iniciativa do pró-democrata da Novo Macau será discutida a possível suspensão das obras de melhoramento do Terminal Subterrâneo das Portas do Cerco, e o início do planeamento geral do posto fronteiriço das Portas do Cerco para que este incorpore um centro modal de transportes.

Ainda na área dos transportes, Ella Lei requereu um debate sobre a melhoria dos transportes públicos, em detrimento do veículos privados.

Ng Kuok Cheong foi responsável pelo pedido de debate sobre os problemas sistémicos de infra-estruturas revelados pela passagem do tufão Hato.

6 Nov 2017

Associações apoiam órgão municipal sem poder político

Representantes da Associação Comercial de Macau e da Associação Geral das Mulheres mostram-se a favor da criação do futuro Instituto Municipal tal como é proposto pelo Executivo. Contudo, na primeira sessão de consulta pública sobre a proposta, ouviram-se vozes contra

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, reuniu com a Associação Comercial de Macau e Associação Geral das Mulheres de Macau com o objectivo de “aperfeiçoar os trabalhos governativos”, a poucas semanas do Governo apresentar as Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2018.

Segundo um comunicado oficial, os representantes das duas associações “manifestaram o apoio à criação de órgãos municipais sem poder político em conformidade com a Lei Básica”.

Além disso, ambas as associações “acreditam que, com a criação do órgão, podem reforçar-se as interacções entre os serviços comunitários e o público, proporcionando assim aos cidadãos serviços municipais de melhor qualidade”. Tanto a ACM como a AGM “mostraram interesses no âmbito das funções e disposição do pessoal do órgão municipal”, entre outras áreas.

Recorde-se que o Governo apresentou há semanas a proposta que determina a extinção do actual Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e a criação do futuro Instituto Municipal, cujos membros serão escolhidos pelo Chefe do Executivo.

 

Dúvidas futuras

Na passada sexta-feira decorreu a primeira sessão de consulta pública sobre o diploma, que, segundo um comunicado oficial, contou com a presença de 300 pessoas.

Das 29 intervenções, “houve participantes que consideraram que os membros do órgão municipal devem ser eleitos para elevar a participação dos residentes”. Há muito que esta é a bandeira dos deputados do campo pró-democrata.

Pelo contrário, outras pessoas “concordaram que a criação do órgão municipal não carece de ser através de eleição, pois o órgão municipal sob incumbência do Governo presta serviços aos residentes na área da cultura, recreio e salubridade do ambiente, bem como apresenta propostas de consulta ao Governo”.

A sessão de consulta pública incidiu também sobre a “questão do futuro dos trabalhadores do IACM, após a sua extinção”. Foram ainda exigidas melhorias no actual sistema de funcionamento no seio da Função Pública após a criação do Instituto Municipal.

Com a nova proposta, “espera-se reforçar as funções de consulta e coordenação interdepartamental, para que haja uma adaptação ao plano geral de reestruturação das funções do Governo e uma simplificação da criação de serviços e entidades públicas”. Tudo para “evitar a sobreposição das funções, para que os residentes possam ter um melhor serviço municipal”, aponta um comunicado oficial.

Na sessão, que contou com a presença da secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, ficou garantido, da parte do Governo, que, com o futuro Instituto Municipal, “será promovida a cooperação interdepartamental, a fim de melhor resolver os assuntos sociais que envolvem serviços interdepartamentais”.

O Governo adiantou também que “os interesses do pessoal do IACM não serão afectados, concretizando uma transição estável de funções”.

6 Nov 2017

Man United | Mourinho  quer aumento de três milhões

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]d Woodward, CEO do Manchester United, e Jorge Mendes, representante de José Mourinho, vão reunir-se em Janeiro para discutir o aumento de salário exigido pelo treinador português. Segundo o jornal The Mirror, Mourinho pretende um acréscimo de 3 milhões de libras (cerca de 3,4 milhões de euros) ao salário de 12 milhões de libras (13,5 milhões de euros) que acertou quando assinou pelo United, em maio de 2016. Na primeira época, Mourinho levou para Old Trafford três títulos – a Taça da Liga, a Supertaça e a Liga Europa – e foi graças a este último que os red devils asseguraram a presença na Liga dos Campeões.

Benfica | Lisandro Lopez pode sair em Janeiro

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] defesa-central Lisandro López não foi convocado para o jogo deste domingo com o Vitória de Guimarães, soma apenas quatro jogos esta época, não joga desde 12 de Setembro e, segundo A BOLA, o Benfica vai reavaliar a situação do argentino em Janeiro. A imprensa italiana, mais concretamente o site Calciomercato, deu conta da possibilidade de o jogador deixar a Luz na reabertura do mercado de transferências.

Futebol | Selecção sub-19 estreia-se com derrota

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] selecção de futebol local de sub-19 estreou-se na fase de grupos de apuramento para o Campeonato do escalão da Confederação Asiática de Futebol com uma derrota por 2-0, diante do Vietname. A partida foi realizada no Segundo Estádio do Distrito de Hsinchu, no Norte de Taiwan, onde Macau está a disputar o Grupo H, da fase de apuramento. Le Minh Binh foi o carrasco da selecção orientada por Iong Cho Ieng, ao marcar os dois golos do encontro, aos 58 e 66 minutos. No outro jogo do grupo, Taiwan venceu o Laos também por 2-0. A segunda jornada do grupo realiza-se hoje, com Macau a defrontar o Laos e Taiwan a ter pela frente o Vietname.

6 Nov 2017

Futsal | Macau procura apuramento para a Campeonato AFC

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] selecção do território sentiu ontem muitas dificuldades diante do Japão, ao perder por 11-0, mas ainda está a disputar um lugar no play-off de acesso ao Campeonato da Confederação Asiática de Futebol, que se realiza no próximo ano, em Taiwan.

A selecção de Macau está em Banguecoque a disputar o acesso ao Campeonato de Futsal da Confederação Asiática de Futebol (AFC) e recorre hoje à última esperança para se apurar para a competição. Depois de ter perdido com Taiwan, por 6-0, no sábado, e com o Japão, por 11-0, ontem, os locais têm pela frente a selecção da Mongólia. O vencedor deste encontro tem mais uma oportunidade para estar no próximo ano em Taiwan, ao segurar a vaga no play-off.

No entanto, a tarefa de Macau está longe de ser fácil. Ontem, os comandados por Ku Chan Chong foram “esmagados” pelo Japão, por 11-0. Antes já tinha perdido por 6-0, estando numa sequência de dois jogos sem golos.

Ontem, a selecção de Macau começou a sofrer logo de início e aos três minutos já perdia por 2-0. Até ao intervalo a selecção conseguiu limitar os danos e sofrer apenas mais um tento.

Contudo a segunda parte foi desastrosa e a formação do território sofreu oito golos, sem conseguir marcar. No final, o encontro acabou com uma derrota pesada por 11-0.

Por sua vez, a Mongólia, com que Macau vai disputar o acesso ao play-off, entrou a perder no apuramento por 5-1 frente, ao Japão, e diante de Taiwan foi goleada por 6-2.

Sábado menos drástico

No encontro de sábado, diante de Taiwan, Macau ainda aguentou 16 minutos, graças a um trabalho defensivo muito eficiente. Todavia, uma mão na área do local Leong Chong fez ruir a estratégia montada pelo seleccionador Ku Chan Chong.

Na conversão do penálti decisivo, o taiwanês Chi Seng-fa não perdoou e fez o 1-0. Apesar do bom trabalho feito até então, os atletas de Macau desorientarem-se completamente com o golo sofrido e permitiram que nos quatro minutos seguintes o taiwanês Lin Ching-hung bisasse, aos 18 e 20 minutos.

No segundo tempo, Macau continuou a ser incapaz de reagir ou mesmo ameaçar de forma significativa a baliza do adversário. Como consequência da incapacidade, acabou por sofrer mais três golos. Primeiro, Chan Tsz Yeung, ao 24, fez um auto golo. Depois foi novamente Li Chih-hung que apontou mais dois golos, aos 32 e 40, terminando o encontro com um póquer, ou seja quatro tentos.

“Estivemos muito bem no nosso jogo defensivo durante os primeiros 15 minutos, mas depois do penálti os jogadores perderam a concertação. Acabámos por sofrer demasiados golos antes da segunda parte”, disse Ku Chan Chong, técnico de Macau, no final da partida.

“Tínhamos a esperança de marcar alguns golos, mas no final o resultado não nos foi favorável”, acrescentou.

Nesta altura, o grupo B de apuramento é liderado pelo Japão e Taiwan, com 6 pontos, Mongólia e Macau ocupam com os últimos lugares, com 0 pontos. No entanto, os mongóis têm vantagem em caso de empate, porque têm menos golos sofridos e mais marcados.

Hoje, em caso de vitória, Macau apura-se para o play-off, visto que Taiwan organiza a competição e está automaticamente apurado. China e Coreia do Sul são os possíveis adversário do play-off, que se realiza na quarta-feira, também em Banguecoque.

6 Nov 2017

Banco da China vai emitir novas notas

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Conselho Executivo concluiu a discussão sobre o projecto de regulamento administrativo denominado “Emissão de notas de dez, vinte, cinquenta, cem, quinhentas e mil patacas” , pelo Banco da China. Na prática, esta entidade bancária vai passar a emitir novas notas, existindo uma “actualização de algumas das suas características gerais”, tal como o número, a data da publicação do regulamento administrativo que autoriza a emissão. Quanto às outras características, “mantém-se inalteradas”, aponta um comunicado oficial.

O regulamento administrativo prevê que o Banco da China emita um máximo de 50 milhões de unidades de notas de dez patacas, bem como cinco milhões de unidades de notas de mil patacas, por exemplo.

Foi o próprio Banco da China que emitiu um requerimento ao Executivo para que esta alteração fosse concretizada. “Atendendo por um lado, ao aumento crescente da procura das notas em circulação e, por outro, ao facto de, nos últimos anos, o padrão utilizado para destruição das notas deterioradas ter sido reforçado e se ter verificado uma tendência crescente do uso das máquinas de ATM, tudo isto implicou um aumento do uso das notas”, explica o mesmo comunicado.

6 Nov 2017

Concluídos trabalhos de limpeza na Colina da Ilha Verde

Mais de dois meses depois da passagem do tufão Hato por Macau, terminaram os trabalhos de limpeza e remoção de detritos da zona da Colina da Ilha Verde. As operações estiveram a cargo do IACM e da associação de moradores da zona

 

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] segunda fase dos trabalhos de limpeza da Colina da Ilha Verde chegaram ao fim no passado sábado. Os esforços para voltar a dar alguma dignidade ao lugar estiveram a cargo da Companhia de Desenvolvimento Wui San em parceria com a Associação de Beneficência e Assistência Mútua dos Moradores do Bairro da Ilha Verde e o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).

No local encontravam-se objectos de grande dimensão, como barreiras que haviam sido depositadas na colina, assim como fragmentos de árvores danificadas pela passagem do tufão Hato por Macau.

A vice-presidente da Associação de Beneficência e Assistência Mútua dos Moradores do Bairro da Ilha Verde, Chan Fong, elogiou a cooperação estreita com as entidades governamentais nos trabalhos realizados. No entanto, a dirigente lamenta a falta de um planeamento integrado que proteja o património cultural da colina, onde se situa o Convento da Ilha Verde, um testemunho da fixação da Ordem Jesuíta no território. Além da ausência de uma estratégia futura para o local, Chan Fong queixa-se da perda de várias árvores antigas que foram violentamente fustigadas pelo Hato.

 

Encosta conventual

De acordo com o Jornal do Cidadão, o membro do Conselho de Administração do IACM, Leong Kun Fong, divulgou que após o tufão Hato cinco árvores antigas que ficaram danificadas, sendo que três tiveram de ser totalmente removidas. Além disso, os Serviços de Saúde divulgaram não ter descoberto nenhum problema grave de saúde pública na zona durante os trabalhos de limpeza, nomeadamente no que toca à existência de águas estagnadas propícias à proliferação de mosquitos.

Em comunicado, o IACM apela aos proprietários para que tomem atenção às condições ambientais e higiénicas na área e que limpem os suas propriedades.

Um dos terrenos privados da Colina da Ilha Verde alberga o Convento Jesuíta, um edifício que faz parte do património histórico de Macau e que se encontra em disputa judicial para determinar a propriedade. As partes que litigam no processo são a Companhia de Desenvolvimento Wui San, dirigida por Jack Fu e a Empresa de Fomento de Investimento Kong Cheong, presidida por Fong Lap.

6 Nov 2017

Lucros da Melco Crown sobem 86,8 por cento

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] operadora de jogo Melco Resorts & Entertainment anunciou lucros líquidos de 115,9 milhões de dólares no terceiro trimestre deste ano, mais 86,8 por cento do que entre Julho e Setembro de 2016.

No terceiro trimestre do ano passado, a Melco Resorts & Entertainment, operadora liderada por Lawrence Ho, um dos filhos do magnata dos casinos Stanley Ho, registou lucros líquidos de 62 milhões de dólares.

Segundo os resultados não auditados enviados à bolsa de Hong Kong na quinta-feira, a Melco Resorts & Entertainment obteve receitas líquidas de 1,38 mil milhões de dólares, um aumento de 19 por cento comparando com os 1,15 mil milhões de dólares no terceiro trimestre de 2016.

Já o EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) registou um aumento de 38 por cento, ao passar de 289,2 milhões de dólares entre Julho e Setembro de 2016, para 400,2 milhões de dólares no período homólogo deste ano.

Os casinos de Macau registaram em Outubro o melhor resultado desde o mesmo mês de 2014, com receitas de 26.633 milhões de patacas, mais 22,1 por cento em termos anuais homólogos, indicam dados oficiais divulgados a semana passada.

Em 2017, as receitas mensais do jogo cresceram sempre a dois dígitos em termos homólogos, à excepção do primeiro mês do ano (+3,1 por cento).

6 Nov 2017

Registado nono caso de dengue importado desde Janeiro

[dropcap style≠‘circle’]M[/dropcap]acau confirmou, na noite de sexta-feira, o registo de mais um caso importado de febre de dengue, elevando para nove o total destas ocorrências desde o início do ano, informaram os Serviços de Saúde em comunicado.

O caso diz respeito a uma mulher, de 28 anos, de nacionalidade vietnamita, que veio pela primeira vez para Macau para trabalhar em 27 de Outubro e que, três dias depois, apresentou febre, tendo recorrido a uma clínica particular.

Na quinta-feira, dia 2, face à persistência dos sintomas recorreu ao Centro Hospitalar Conde de São Januário (hospital público), tendo o teste dado deu positivo, no dia seguinte, à febre de dengue de tipo I.

O historial de viagem, o período do surgimento de sintomas e o resultado laboratorial levaram os Serviços de Saúde a concluir tratar-se de um caso importado de febre de dengue, o nono desde o início do ano.

Estes nove casos importados juntam-se a pelo menos outros seis em que a doença foi contraída localmente. Os casos locais de febre de dengue constituem motivo de preocupação, dado que desde 2014 só tinham sido sinalizados em Macau casos importados.

O número crescente de casos levou as autoridades de Macau a intensificarem as medidas de prevenção e as acções de eliminação de mosquitos. No ano passado, foram registados 11 casos de febre de dengue, todos importados.

6 Nov 2017

ARTM espera aumento de orçamento para a luta contra a droga

Augusto Nogueira, presidente da Associação de Reabilitação e Toxicodependentes de Macau, espera que o secretário Alexis Tam anuncie nas próximas Linhas de Acção Governativa um aumento do orçamento destinado às associações. Hoje arranca a 27ª conferência mundial da IFNGO

 

[dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]as últimas Linhas de Acção Governativa (LAG) o Governo decidiu manter os mesmos montantes de subsídios destinados a associações de cariz social. Contudo, as despesas não têm parado de aumentar. Augusto Nogueira, presidente da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), disse ao HM esperar novos aumentos nas LAG para 2018.

“Houve medidas de cortes de fundos o ano passado, não houve um aumento. É natural que a ARTM, tendo mudado para um sítio muito maior, mas mantendo o mesmo valor de subsídio, tenha algumas dificuldades em pagar certas despesas, como a electricidade, que quadruplicou. Mas sabemos que para o ano as coisas serão melhores.”

“Esperamos um aumento [nas LAG]. Mas agradecemos o apoio dado à ARTM em relação às novas instalações, que são óptimas”, acrescentou Augusto Nogueira.

O também presidente da federação de organizações não-governamentais para o abuso de drogas e substâncias (IFNGO, na sigla inglesa), falou com o HM à margem da conferência de imprensa que deu o pontapé de saída para a 27ª conferência bianual, que começa hoje e se prolonga até quarta-feira.

A IFNGO junta organizações não-governamentais (ONG) de todo o mundo que trabalham na área da toxicodependência, e a ideia desta iniciativa é juntar no mesmo evento diversas visões desta área.

“Vão ser discutidos quatro pilares que consideramos bastante importantes, como a prevenção, tratamento, redução de danos e adição. Pretende-se com esta conferência que haja uma discussão entre as várias ONG que vão estar presentes e que apoiam a continuidade da criminalização das drogas, a sua descriminalização e algumas até a sua legalização. Pretende-se que haja uma discussão aberta e uma mistura de opiniões.”

No visão da ARTM, o caminho deve ser o da descriminalização. “Temos de aceitar que tudo evoluiu de uma forma diferente e que existem muitas provas e investigação cientifica de que as coisas têm de mudar. Hoje em dia os programas de disponibilização de seringas são bastante importantes para a saúde publica, [além de que] enviar pessoas para a prisão ou para centros de tratamento não é a melhor solução.”

 

Futuro em aberto

Há cerca de um ano que vigora em Macau uma nova lei da droga que trouxe penas mais pesadas de prisão para quem consome estupefacientes. Augusto Nogueira considera é cedo para avaliar se o Governo vai ou não rever novamente o diploma em prol da descriminalização.

“Nem estamos a pensar nisso. Apenas queremos debater. Acredito que depois disto iremos mostrar na comissão [Comissão de Luta contra a Droga, de que Augusto Nogueira é membro] o que foi falado aqui e depois logo se vê. Não queremos forçar o Governo a mudar ou dizer que vamos tentar forçar para que se altere a lei. Sabemos de antemão que há pessoas no Governo que apoiam a ideia de que nenhum tipo de consumidor devia ser preso”, esclareceu o presidente da IFNGO e da ARTM.

Questionado sobre os efeitos do novo diploma, Augusto Nogueira pensa que só em 2018 se poderão notar alguns resultados.

“Muitos dos casos estão a ser julgados com a lei antiga. Actualmente não sentimos ainda uma avalanche de pessoas a entrar no centro de tratamento. Vamos esperar por 2018 para ver o efeito da lei. No meu entender acho que o consumidor de drogas não necessita de ir para a prisão, mas de ser reencaminhado, mesmo que tenha recaídas, para o tratamento de uma ONG”, rematou.

A palestra de hoje vai contar com a presença de Celeste Vong Hin Mui, presidente do Instituto de Acção Social, e do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam.

6 Nov 2017

As histórias dos outros

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] maior parte das vezes que um escritor se cruza com alguém interessante ou com alguém com histórias interessantes – o que nem sempre coincide – entra em registo vampírico. Se tem boa memória narrativa, finca pé e só arreda do local quando tem a certeza de que a fonte secou. Se não, finge idas à casa de banho para tomar notas em guardanapos que acumula nos bolsos das calças. A curiosidade de um escritor é inesgotável. Nas palavras de Virginia Woolf: “Os romancistas diferem das restantes pessoas porque não deixam de estar interessados no carácter humano mesmo quando aprenderam o suficiente sobre ele para efeitos práticos” (Mr Bennet and Mrs Brown).

Há pouco tempo foi-me contada uma história deveras suculenta. Ao que parece, numa cidade da Roménia, os muitos cães adoptados e posteriormente abandonados começaram a reproduzir-se e a organizar-se em matilhas. Os habitantes da cidade, cada vez mais amedrontados, passaram a evitar certas ruas onde os cães eram mais numerosos. Poder-se-ia ter alcançado um estranho equilíbrio de zonas rosa e zonas azuis na topografia da cidade mas os cães, esfomeados, eram cada vez mais afoitos na sua busca por comida e cada vez mais selvagens na obtenção desta. Em pouco tempo, a cidade ficou em estado de sítio e as pessoas entrincheiraram-se nas suas casas, saindo unicamente para procurar víveres onde ainda pudessem subsistir alguns, aterrorizadas com os latidos distantes que podiam tornar-se próximos muito rapidamente.

Os ratos e os gatos tornaram-se as primeiras baixas de guerra. Quando estes desapareceram, por terem sido comidos ou por, sabiamente, terem abandonado a cidade, os cães viraram-se para a única refeição doravante disponível: as pessoas. Os relatos macabros multiplicaram-se. Ao telefone, vizinhos, amigos e familiares contavam como tinham assistido ao desmembramento do padeiro que fora incapaz de deixar para trás as duas sacas de farinha que levava às costas. Nem tudo seria certamente verdade. Algumas coisas corresponderiam ao diz que disse comum em situações de violência e medo. Mas os gritos, os latidos e os vestígios de sangue na rua eram mais do que suficientes para que os habitantes tomassem a decisão de se meterem nos seus carros e fugirem.

Cerca de uma semana depois da debandada geral, o exército chegou à cidade tomada. Não terão sido meigos: o sangue resultante da chacina ainda recobre parte da cidade e os muros das casas estão crivados de balas. Mas o problema foi resolvido e as pessoas ocuparam novamente as suas casas e reouveram os seus pertences e as suas vidas. Talvez das vidas fique para sempre algo em falta, mas esse balancete só poderá ser feito no futuro.

Ao ouvir esta história, não pude evitar a torrente de imagens que me assaltaram: uma cidade tomada pelos cães; o surgimento de um inusitado sistema político canino; os cães organizando-se como a resistência francesa aquando da ocupação nazi; um memorial ao cão anónimo; um jogo de computador, num futuro não muito distante: Counter Strike: The Wrath of the Romanian Pitbull; filmes, novelas gráficas, canecas e t-shirts, um musical na Broadway e um capítulo inteiro do próximo livro do Žižek. As possibilidades pareciam-me infinitas.

Ela interrompeu-me dizendo: isto parece-te muito engraçado porque não aconteceu contigo. Verdade, anuí. Mas pensei para mim próprio: mesmo que tivesse acontecido comigo, acho que não conseguiria evitar escrever sobre isso. O carácter humano, dizia a outra.

 

6 Nov 2017

Um dia, dia um

[dropcap style≠‘circle’]E[/dropcap] por aí adiante. Em novo crescendo. E assim segue depois a vida, a partir de uma fronteira tão nítida, passada lentamente para que todo o imenso poder da transposição se encarne, incorpore e entranhe, sentido real e irreversível. Um dia, que podia ser um daqueles dias de fim de ano, em que resolvo fervorosa, misticamente, supersticiosamente, ou enganando-me facilmente como a uma criança, focar nessa transição para o mesmo, o mesmo começar de novo, mas nunca o mesmo atrás, nessa correria sem retorno do tempo. Sem retorno de nada. Podia ser mas nunca é. Senão uma vaga euforia de luzes, em fogo de artifício, e que é isso mesmo. Ilusões de recomeçar. Nunca do zero, diga-se.

Num tabuleiro de jogo, num momento qualquer, acabar, recomeçar. Voltar a lançar os dados, voltar à casa da partida. E também aí nunca se muda estruturalmente, nada. Mas neste jogo, os dados estão lançados. Como disse Sartre. E já não há a casa da partida. Partiu.

Essa mudança, estudada e planeada aos mínimos detalhes, subliminar a ganhar espaço, talvez seja uma raridade que facilmente se deixa escapar desse cadinho de hipóteses, da vida. Uma raridade que, com sorte, acontece uma vez na vida. Como um grande amor. Alguém disse. Com muita sorte, duas. Às vezes, nenhuma ou muitas. Como a marcação de uma viagem destas que disse. Um dia, a grande mudança. Um dia, o dia um. Com sorte. Mapas. Planos de viagem e uma agenda ordenada e limpa. A casa. O relógio um pouco adiantado. A querer mergulhar em cada migalha de momento. Com uma respiração profunda que acalme a ansiedade toda, a insegurança toda, ou a pressa. É assim que deveria ser. Sem o atropelo de todos os tempos verbais, a alucinar em cada forma simples do presente do conjuntivo, ou do presente puro presente. O de indicativo. Talvez da consciência de ser. O presente, o dos verbos, do verbo, do olhar firme e do tacto para dar o tempo até ao final da respiração. Não antes. Nem depois. Aí, às vezes, também já é tarde demais. Esta precisão de relógio afinado pelas mais finas tecnologias, é tão fácil de falhar. A pontualidade da vida, talvez. Ou a pontuação certa de uma frase. Um olhar tubular sobre o momento, o fenómeno, o acontecimento.

Ou, ainda dos verbos, uma ânsia do infinitivo.

Depois há uma questão que paira um pouco turva acima e a sombrear toda a resolução. Esta preocupação de monitorizar a vida, calendarizar os grandes fenómenos que se apresentam, delimitar recordações e sistemas de ambições. Controlar algo de definitivamente intratável neste contexto, inclui quase tudo o que é sentir. Mas há um sentido possível a imbuir cada face deste prisma, uma localização confortável, um ponto de vista sobre esse patamar ou balaustrada em que debruçamos cada aspecto, cada parte, cada uma das ramificações. Querer dominar, só o dominável. De preferência e só da pele para dentro. E acrescentar encantamento formal ao possível. Fugir de roupas em série. Somente por medida e emendadas por mãos profissionais. A alta costura do sentir com um sentido de continuidade. Afinado. Como em escultura no mais puro e cristalino mármore de Carrara.

Portanto o dia primeiro de um reencontro. O maior de todos – que me desculpe algum amor de imensidão. A vida conduz. Sub-repticiamente mascarada de decisões sobre decisões. Mas algo se afasta, quase perde, perde, até que um dia, com muito tempo de intervalo entre uma véspera qualquer, e um dia, se designa e sente a aproximação do dia. Esse outro dia. Desse reencontro enorme e o maior de todos porque, disse-se, daqueles que ocorrem uma vez na vida. Com sorte. Com muita sorte: duas. Como um grande amor. Como nascer. Morrer.

De passagem, penso que ali estará o meu monstro com toda a sua pelagem e ferocidade e doçura e timidez. Pontual. Não pode faltar, nem este grande encontro seria o mesmo sem ele. Que enorme parte faltaria, como a figura da sombra presente.

Às vezes, pensar que se chegou, como uma multidão que fossemos, e por inúmeros caminhos que simultaneamente convergiram vindos das suas diferentes viagens de caminhos, a um mesmo lugar de paragem e de balanço completo. Um barco que amarou, baloiçou, encalhou. Em terra firme, no entanto. Ou atracou serenamente e sem tempo determinado num porto qualquer. A aguardar caminho. E que daí desse porto, como em cidade de rio, divergem como é da natureza múltipla dos caminhos, diferentes resoluções. E sabendo que o momento é de uma luz desigual e rara, e que os caminhos foram difíceis, e foram o que foram, quase todos eles. E que os viajantes, unos afinal, se encontram ali feridos, alguns de morte, e que ali se encontram todos porque o encontro tinha que ser entre todos. Não é necessariamente mau, é difícil. Mas é talvez um instante único. Talvez aconteça uma vez na vida, se acontecer. Não mais. Como um grande amor. Talvez, com sorte, aconteça uma vez na vida. Só porque tem que ser.

Às vezes avanço por esses corredores e é uma espécie estranha de alegria que me conduz como se de fora. E é nessa alegria que reconheço o meu monstro hirsuto, e nela que descanso a certeza pacífica de que é animal de mim para sempre. Animal feroz e perigoso que me acompanha e não posso abandonar por nenhum dos dois. E nesses dias em que o vejo seguro em mim, ali, é afinal o limite do corredor que me pára e estanca o futuro. E mesmo assim, como se para lá do espelho que tudo duplica mesmo em espaço e em luz, avanço para uma outra terceira dimensão e dela nasce a outra que sempre alimenta a respiração diária deste mesmo ar, deste mesmo mundo e desta mesma magia. Pensar o outro, naquela dimensão de si que nasce em nós e é dar-lhe uma vida. Não sei já nunca os limites da virtualidade. Pensar o outro em mim, o outro de mim. Em mim como outra. O olhar dos outros, o nosso olhar sobre o imaginado olhar dos outros, o nosso olhar ao espelho esquecendo os outros e tudo da mesma matéria fátua e de contornos difusos demais para ser fronteira.

Eu tacteio pé ante pé a vida. Que mais posso fazer nesta absurda sensação de que todo o ínfimo sopro irreprimido que se produz mesmo só no esforço de respiração necessário, perturba na pequenez devida, às vezes com escala inesperada, um algures momento de um qualquer lugar de uma qualquer criatura nesse vasto cadinho de redes interligadas em inadvertidas malhas. Qualquer marulhar de vida, por indecisa que seja, dá encontrões de indefinida tonalidade nas gotas ao lado. Em nós. Mesmo esquecendo os pesos pesados que indistintamente calcam por querer.

Depois do dia destes dias, ainda a minha alma anda por aí a silenciar luzes e estrelas várias que sente queriam vidrar a noite antes do tempo. Anda é dia e já a minha alma vagueia sem eira no entretanto indefinido do a vir. Ainda não chegou a treva que verá sentido nos astros luminosos do céu e já anseia neles serenar. Sorrisos remotos e ténues é o que há na noite, mas nela invisíveis. Eu. Talvez reconhecê-los e entre eles um será meu. Neste intervalo. Tendo os dias atingido forte, o que resta da noite e de algum sonho oriundo dos restos do resto? Alguma coisa de mim, alguém. Tudo, contudo. Os dias atingiram a linha traçada a vermelho e finalmente cumpriram. Os dias desta tempestade subterrânea de anos a germinar. De anos ou décadas. Germinou, floriu. Apanhou-me e atingiu. O fim. Agora resta o início. Nada como dantes, só eu igual. Mas sem pais. Sem chão em torno, como pequena ilha rochosa.

Medo grande, de sempre, instalou-se. Neste ano. Bastava isso, mas o mais se conjugou num verbo destruir em todos os tempos. Talvez em todos os tempos. Um hiato. Ou apenas uma mudança do tempo. O que fica, do que parte, o que parte e que parte de mim partiu, partiu para a frente da que parou. Ou está a partir. Mas ainda a parte do meio a alongar-se. Ás vezes, os silêncios desencontram-se no tempo. As pessoas, no espaço. E a vida, é. Nos dois sentidos, como um caminho. E em nós, o que nos desencontra do que somos, quando e onde? Remadores, de costas para o destino.

Por isso, um dia. Um dia destes. Pressinto-lhe a chegada, mas nem é um pressentimento. É mais uma decisão imprecisa. Longamente sentida a devorar caminho desde uma profundeza de difícil acesso. A criar uma precisão de difícil agendamento no calendário de um tempo tão difícil. A chegar. Um dia destes e quando chegar vou saber que chegou. E um dia difícil como os outros, mas principesco de pequeno almoço nocturno a esperar a madrugada. De ovos mexidos e fruta fresca e qualquer coisa de um colorido diferente para temperar a ainda noite. E pão quente. E só por isso será tudo diferente. Magia boa, ou pintura de guerra. A desenhar-se.

E o dia, esse dia será um dia um. Como os outros, mas em tudo diferente. Antes que chegue um dia menos um. Depois de um dia zero. E até ao crescendo menos infinito, da infinita inexistência do esquecimento. Que também virá, que fazer? Mas antes, antes virá o dia quase marcado na fronteira de um agora. E esse dia, dia um.

6 Nov 2017

Barata

[dropcap style≠‘circle’]L[/dropcap]onge da vigília dos sentidos decorre uma noite de mutação kafkiana. Acordo com a sensação de me estar a afundar na cama, de barriga para cima como uma tartaruga em apuros sem firmeza debaixo dos pés. Uma aflição de pernas em articulação desengonçada e pouco familiar esperneiam acima da minha barriga.

Apesar do choque inicial aceito a minha condição com alguma facilidade, talvez devida à simpatia de longa data com Gregor Samsa. A partir das primeiras páginas de “A Metamorfose” consumi compulsivamente tudo o que Franz Kafka escreveu, leituras que viriam a forjar não só o meu gosto, mas a minha morfologia. Talvez tivesse sido mais sensato orientar o meu fascínio literário para a inglória luta de Josef K. em “O Processo”. Mas se existem cidades ideais para uma pessoa se transformar em barata Macau estará, certamente, no pódio das mais apropriadas.

Esgravato no ar um desequilíbrio que me vira para a minha nova posição natural e experimento a tracção de meia dúzia de patas numa vertigem de velocidade. A rapidez com que me movo, aliada à minha recente reduzida dimensão faz-me correr como um carro desportivo com as antenas caídas para trás. Ensaio o primeiro voo e entro num domínio alado que nunca antes me fora permitido pelas óbvias restrições humanas. Só por isto já valeria a pena.

Por outro lado, passo de uma minoria nacional dentro de uma minoria biológica e entro na maior e mais ancestral família animal do globo, testemunha colectiva de sucessivas ascensões e quedas de impérios naturais e artificiais.

Segundo os registos que se conhecem hoje em dia, o primeiro parente afastado dos inaugurais hominídeos remonta a 14 milhões de anos atrás, ainda muito longe e a longos saltos evolutivos dos polegares oponíveis. O meu mais antigo parente de que há registo tem mais de 320 milhões de anos, muito antes de aparecerem os primeiros dinossauros. E sabem que mais? Cá estaremos quando vós, seres pensantes, se extinguirem por terem conseguido cogitar e concretizar o vosso suicídio colectivo e outras colaterais extinções em massa.

Pronto para enfrentar a rua, voo pela janela e contemplo o meu reino. Tudo isto sempre foi meu e assim continuará a ser até à morte do sol. Aterro no passeio e atravesso-me à frente de uma miúda, que segundo as minhas concepções anteriores é de origem ocidental, e divirto-me com o sobressalto que provoco. Ela não sabe, mas estas ruas são minhas, as sarjetas também. Tudo em todo o lado está ao meu dispor, o mundo é o local do meu perpétuo saque desde que do meu torço nasceram seis patas. Também a individualidade se esgueirou para um plano supérfluo.

Tudo nos pertence, somos os donos silenciosos de Macau por mais desinfestações que se façam, por mais que nos matem, nos espezinhem e nos roguem pragas. Nós somos a praga do Êxodo, a vingança adiada do Deus de Israel, os dignos soberanos da sombra e da luz.

Juntas constituímos o maior afluente que a fluidez conseguiu materializar em coloração de madeira encerada, correndo pelas alamedas de detritos animais, somos colectividade, legião, a verdadeira fraternidade da biologia intrinsecamente gregária. Somos a festa dentro de infestação, a seiva que corre pelas canalizações do mundo e das suas entranhas para o exterior. Este planeta é uma migalha que devoramos silenciosamente com o maior apetite comunitário alguma vez visto.

Um dia iremos cobrir a inteira crosta terrestre com sucessivas camadas de nós, seremos planeta, cobrindo tudo de tonalidades que vão do avermelhado ao negro luzidio, revestindo edifícios, montanhas e oceanos. O último som, suspiro de vida, será o coro de patas a raspar na solidez de tudo o que nos é exterior. Faremos migas da Terra e, hoje, proclamamos o início do nosso domínio global. Macau será a fundação da grande Era da Barata, a Jerusalém dos insectos, a confirmação do inevitável. Gregor Samsa é o Messias, o verdadeiro filho do deus das pequenas coisas. Lutar contra a nossa força é inútil, juntem-se ao corpo maior que reina nas vísceras de Macau.

6 Nov 2017

Filipinas destacam 60 mil para cimeira da ASEAN

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s autoridades das Filipinas destacaram ontem cerca de 60 mil polícias e soldados para coordenar a segurança da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que vai decorrer entre os próximos dias 10 e 14.

Além dos líderes dos dez países-membros da ASEAN, o encontro vai contar com a presença dos Presidentes dos Estados Unidos e da China, respectivamente, Donald Trump e Xi Jinping, bem como dirigentes da União Europeia, Rússia, Japão ou Austrália.

A polícia filipina proibiu o porte de armas durante os dias do evento na capital, Manila, e noutras províncias adjacentes na zona central de Luzón, segundo o jornal The Manila Times.

A crise da minoria muçulmana rohingya na Birmânia, as ambições nucleares da Coreia do Norte, o terrorismo e as disputas territoriais no Mar do Sul da China figuram entre os temas que devem ser abordados pelos chefes de Estado e de Governo reunidos nas Filipinas.

A economia vai ser outro tema relevante nas reuniões da ASEAN, uma comunidade de 620 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de 2,55 biliões de dólares (2,16 biliões de euros).

Fundada em 1967, a ASEAN é composta pela Birmânia, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname.

6 Nov 2017

“Nenhum ditador deve subestimar a determinação dos EUA”

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Presidente norte-americano afirmou ontem, no arranque da sua primeira visita oficial à Ásia, que “nenhum regime nem nenhum ditador deveriam subestimar a determinação dos Estados Unidos”, numa referência velada à Coreia do Norte.

Donald Trump falava na base aérea de Yokota, a 40 quilómetros de Tóquio, diante das tropas norte-americanas destacadas no Japão, a primeira etapa da sua visita de mais de dez dias à Ásia que inclui ainda Coreia do Sul, China, Vietname e Filipinas.

Apesar de não ter mencionado directamente a Coreia do Norte, advertiu que “nenhum país pode impor-se às capacidades militares norte-americanas”, e assinalou que as tropas dos Estados Unidos “não irão vacilar nem um instante diante de qualquer ameaça”.

Durante a viagem a bordo do Air Force One, Trump afirmou, citado pela Casa Branca, que a ameaça da Coreia do Norte será um dos “principais temas” da sua visita à Ásia, uma vez tratando-se de “um dos maiores problemas para os Estados Unidos e para o mundo” que tem de “ser resolvido”.

“Os últimos 25 anos foram de fraqueza total, pelo que agora apostamos num enfoque muito diferente”, afirmou Trump sobre o endurecimento da sua retórica relativamente ao regime liderado por Kim Jong-un.

O Presidente norte-americano indicou ainda que “muito em breve” irá tomar uma decisão sobre a possibilidade de voltar a incluir a Coreia do Norte na lista dos países “patrocinadores do terrorismo”, da qual o regime de Pyongyang saiu em 2008, durante a presidência do republicano George W. Bush.

O fim da designação da Pyongyang como Estado patrocinador do terrorismo resultou de negociações entre a Rússia, os Estados Unidos, o Japão, a China e as duas Coreias, para pôr um fim ao programa atómico militar daquele país.

 

Amizades orientais

Durante a sua intervenção diante das tropas norte-americanos em Yokota, Trump também enfatizou a importância da aliança entre Washington e Tóquio, elogiando os “enormes sacrifícios” dos militares destacados na Ásia que “têm contribuído para a paz e a estabilidade” da região.

“Não me ocorre um lugar melhor do que esta base para iniciar a minha visita à Ásia”, realçou, ao assinalar que Yokota “é uma das melhores bases operacionais do mundo”, a partir donde foram lançadas operações “cruciais” durante a Guerra da Coreia (1950-53) ou a missão de ajuda após o terramoto e tsunami que devastou o Japão em Março de 2011.

O Japão é um “aliado e parceiro fundamental, além de um belo país com gente maravilhosa”, disse Trump, manifestando “profundo respeito e grande admiração pela sua cultura e pela sua honrosa história”, diante de milhares de soldados norte-americanos e japoneses em Yokota.

Trump dirigiu-se às tropas norte-americanas poucos minutos depois de chegar ao Japão, tendo trocado o fato por vestuário militar com as insígnias de “comandante chefe” das Forças Aéreas do Pacífico (PACAF) dos Estados Unidos antes de proferir o discurso.

De Yokota, o Presidente dos Estados Unidos embarcou num helicóptero com destino ao clube de golfe golf Kasumigaseki Country Club de Saitama, a norte de Tóquio, onde foi recebido pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.

Após o almoço informal, os dois dirigentes, que já testaram a “diplomacia do golfe” em Fevereiro, na Flórida, vão disputar uma partida na companhia do golfista profissional japonês Hideki Matsuyama, actual número quatro no ‘ranking’ mundial, segundo a agenda oficial citada pelas agências internacionais.

Este jogo de golfe tem um sabor particular para Shinzo Abe, dado a que há 60 anos o seu avô, Nobusuke Kishi, então primeiro-ministro do Japão, partilhou as alegrias do golfe com um outro Presidente norte-americano, Dwight Eisenhower.

Já à noite, os dois líderes, acompanhados pelas suas respectivas mulheres, jantaram num prestigiado restaurante em Tóquio.

Esta segunda-feira, o Presidente dos Estados Unidos vai reunir-se com o primeiro-ministro japonês, bem como os imperadores Akihito e Michiko, entre outras actividades.

A visita de Trump à Ásia, que inclui cinco países, estende-se por mais de dez dias, figurando como mais longa realizada por um Presidente dos Estados Unidos à região em mais de um quarto de século.

6 Nov 2017

Lam Pak abandonou encontro com queixas da arbitragem

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Associação de Futebol de Macau vai reunir-se para analisar o caso do Lam Pak, que na sexta-feira, 27 de Outubro, abandonou a partida diante do Cheng Fung, quando perdia por 4-0. O encontro foi interrompido quando faltavam cerca de nove minutos para o fim, depois do Cheng Fung ter abandonado o relvado por alegadamente se sentir prejudicado pelo trabalho da equipa de arbitragem, liderada por Ho Ka Seng.

O caso vai agora ser analisado pela associação, numa reunião que vai decorrer entre hoje e segunda-feira, dependendo da disponibilidade dos membros que constituem a comissão do organismo que tutela o futebol em Macau.

“A associação vai reunir-se para tomar uma decisão sobre o caso. A reunião deverá acontecer amanhã [hoje] ou na segunda-feira. Será num desses dias, dependendo da disponibilidade dos membros que vão tomar a decisão”, disse Daniel Sousa, vice-presidente da AFM, ao HM.

Das atenuantes

Sobre o encontro, o responsável sublinhou ser fundamental ouvir os responsáveis do Lam Pak, antes de ser tomada qualquer decisão. Contudo, admitiu que o facto de se tratar de um torneio substituto poderá servir de atenuante para um eventual castigo. Actualmente, o Lam Pak apenas disputa o campeonato de Bolinha, não participando na competição de futebol de onze.

“Primeiro vamos analisar os relatórios feitos pelos árbitros sobre o caso. Iremos também pedir a presença de um responsável do Lam Pak na reunião. Queremos que nos relatem o que aconteceu e a razão de terem tomado aquela decisão. Com base em todas essas informações vai ser tomada uma decisão”, explicou Daniel Sousa.

“Mas vamos ter em conta que esta vez o torneio é uma competição de substituição da Bolinha. Esse facto vai ser tido em conta”, sublinhou.

Como medida mais imediata, o jogo entre Lam Pak e os Sub-23, que estava agendado para hoje às 20h30, no Canídromo, foi adiado. Já as outras partidas que também estão agendadas para hoje e que colocam o Kei Lun diante do Cheng Fung e os Monte Carlo perante a Polícia B vão decorrer dentro da normalidade, às 18h30 e 19h30, respectivamente.

Ainda em relação à vertente desportiva do torneio, na quarta-feira a Polícia B venceu por 3-1 o Kei Lun e o Monte Carlo impôs-se aos Sub-23 por 1-0.

5 Nov 2017

Governo espera que UNESCO promova gastronomia local

[dropcap style≠’circle’]“E[/dropcap]m termos de herança, é esperado que a designação reforce o reconhecimento mundial do legado de mais de 400 anos da culinária de Macau, despertando o interesse entre as gerações mais novas sobre a cultura gastronómica, especialmente da comida macaense e providenciando condições favoráveis para que as tradições alimentares continuem a florescer”, disse quarta-feira o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, em comunicado.

Macau foi designada na terça-feira Cidade Criativa da UNESCO na área da gastronomia. No total, 64 cidades de 44 territórios foram designadas como criativas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em sete áreas: artesanato e arte popular, design, cinema, gastronomia, literatura, música, artes e media.

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura acrescentou que “Macau espera que a designação traga um impacto positivo para o desenvolvimento sustentável da cidade, através da sua herança, criatividade e intercâmbio na área da gastronomia”.

Para Alexis Tam, a designação de Macau como cidade membro da Rede das Cidades Criativas da UNESCO na área da Gastronomia “abre novas oportunidades para a diversificação da economia, com a gastronomia a assumir um papel de força condutora para a preservação da identidade cultural de Macau, promovendo, ao mesmo tempo, um desenvolvimento sustentável e expandindo a cooperação internacional”.

É esperado que “a adesão à rede estimule as entidades de gastronomia intervenientes e agentes de outras áreas criativas a explorarem como é que a culinária e outros aspectos da cultura se podem fundir para diversificar a economia”. Além disso, que “promova ao mesmo tempo mais oportunidades para uma cooperação global” com os membros da rede de cidades criativas.

5 Nov 2017

Lei do Hino Nacional vai ter penas adequadas ao território

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] lei do hino nacional chinês, que será aplicada em Macau e em Hong Kong e prevê sanções para quem o desrespeite, será alvo de “adaptação local”, em particular no que toca às penas, disse o Governo.

“Temos de fazer uma adaptação local, fazer uma análise, ver o que é necessário”, disse a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, questionada sobre se as penas para quem desrespeite o hino serão iguais às da China.

A lei do hino nacional entrou em vigor na China em Outubro e prevê sanções, incluindo a detenção por um máximo de 15 dias, mas a Assembleia Popular Nacional já recebeu uma proposta para agravar as penas de prisão até três anos.

“Vamos ter em consideração o nosso sistema legislativo, quais são as penas necessárias”, sublinhou, sem elaborar. A secretária não quis avançar com uma data para a adopção da lei em Macau, mas comprometeu-se a “acelerar” o processo.

Um território fácil

“Temos de seguir a lei que foi publicada na China (…) Acho que não vai haver grandes dificuldades”, disse à margem da cerimónia de tomada de posse de cinco novos delegados do Procurador.

Ao contrário de Hong Kong, onde recentemente o hino chinês foi vaiado em jogos de futebol, em Macau não há registo de manifestações públicas de desrespeito. No entanto, Sónia Chan considera que “é necessário precaver”.

No mesmo sentido falou o Procurador da Região Administrativa Especial de Macau, Ip Song Sang, que disse concordar que a lei seja adoptada no território, mas não quis comentar se a sua violação merece penas de prisão.

“Não posso dar uma resposta imediata porque temos de ponderar como (…) aplicar as leis”, disse.

As propostas para incluir esta lei chinesa nos anexos das Leis Básicas de Macau e Hong Kong, que regulam as leis nacionais a aplicar nas regiões administrativas especiais, foram submetidas na sessão legislativa bimensal do comité permanente da Assembleia Popular Nacional, que começou na segunda-feira.

5 Nov 2017

LAG | Classe média local não tem definição, logo não tem medidas

Os problemas da classe média local têm sido alvo de preocupação de várias associações representadas no hemiciclo. A razão poderá ter que ver com o facto de que não existe uma definição para esta franja social. De acordo com o Chefe do Executivo, Chui Sai On, trata-se de um conceito com um significado difícil em Macau mas que abrange uma faixa da população que vai merecer mais atenção por parte do Governo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] classe média do território não tem ainda definição em Macau. A ideia foi deixada pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, no encontro de recolha de opiniões com a Aliança de Povo de Instituição de Macau como justificação para as poucas medidas que o Governo tem implementado de modo a apoiar esta classe indefinida. “Chui Sai On acrescentou que o Governo já fez alguns estudos e análises para definir o conceito de classe média em Macau, só que após uma comparação com vários países e regiões, conclui-se ser difícil encontrar esse significado”, lê-se em comunicado oficial. Como tal, Chui Sai On revela ainda que, até ao momento, o Governo, à falta de definição, tem em conta “o grupo que aufere um rendimento médio”, sem no entanto se saber qual é.

Chui Sai On reconhece que esta faixa social indefinida “não consegue gozar das medidas e benefícios destinados aos mais carenciados”, adiantando que será uma preocupação do Executivo averiguar quais são as suas necessidades.

Políticas que tenham em conta a classe média têm sido uma das reivindicações de muitas das associações que estão a reunir com Chui Sai On, neste período prévio às LAG.

A Aliança de Povo de Instituição de Macau não é excepção, e no encontro que teve lugar na passada quarta-feira deixou ao Chefe do Executivo as suas preocupações com os problemas que esta classe enfrenta no território.

Pedidos para todos os gostos

Além desta matéria, a Aliança quer ainda a criação de um fundo destinado à atribuição de benefícios a todos os residentes.

O Plano Director, que avançou recentemente com a conclusão da primeira fase do concurso público, é outra das preocupações desta associação que considera a medida crucial para “o crescimento efectivo dos bairros assim como para a diversificação adequada da economia”.

O reforço de medidas sociais foi também um dos pontos destacados pelos representantes da Aliança de Povo de Instituição de Macau. A associação pretende que, neste âmbito, seja criado um mecanismo de partilha económica, um sistema de previdência para a habitação, “assim como o reforço das medidas de garantia dos cuidados de saúde e o aumento da pensão para os idosos”.

No que respeita aos jovens, a associação sugere a implementação de mais formação tendo em conta o espírito “amar a pátria, amar Macau”. Para a entidade, trata-se de uma forma de “aproveitar bem as oportunidades que surgem com o desenvolvimento nacional.

3 Nov 2017

AL | Reuniões de Comissão de Acompanhamento das Finanças Públicas fechadas

Os membros da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas aprovaram as regras de funcionamento para este ano legislativo, inclusive o artigo que estabelece que as mesmas se realizem longe dos olhos do público. De acordo com Mak Soi Kun, nenhum membro sugeriu reuniões abertas

Depois de muita celeuma em torno da transparência dos trabalhos das comissões permanentes e de acompanhamento da Assembleia Legislativa (AL), na primeira reunião da comissão que acompanha as finanças públicas os membros optaram pela manutenção das reuniões à porta fechada.

O presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas, Mak Soi Kun, ladeado pelo recém-eleito Leong Sun Iok, revelou que as regras de funcionamento foram votadas por unanimidade pelos membros do organismo que fiscaliza as contas do Executivo.

“Na realidade estamos muito abertos, temos regras que permitem ouvir a opinião de todos, mas a maioria apoiou a não abertura ao público, por motivos de confidencialidade”, comentou o presidente da comissão.

Para Mak Soi Kun, ao longo das discussões são revelados dados e informações de assuntos financeiros que podem afectar o mercado e que não podem ser divulgados publicamente.

Porém, o deputado mais votado nas eleições directas adiantou que a comissão a que preside é favorável à publicação de balanços e relatórios nas páginas electrónicas dos serviços públicos. Algo que já acontece de qualquer das formas.

Agenda anual

Mak Soi Kun conta que “foi dada oportunidade a todos os membros da comissão para apresentarem as suas opiniões em relação a cada artigo e ninguém se mostrou contra”. Ou seja, ninguém propôs que as reuniões fossem abertas ao público. É de salientar que a votação das regras das comissões são feitas no todo e não de artigo em artigo.

A primeira reunião da comissão fixou os trabalhos de fiscalização que terá em mãos ao longo do ano legislativo. Será solicitado ao Executivo que revele o ponto de situação quanto à revisão do regime que regula as aquisições de bens e serviços, assim como a execução orçamental referente ao ano 2016.

Outro dos aspectos sob a alçada da entidade de acompanhamento é a questão das aplicações financeiras que têm dado retornos decepcionantes nos anos anteriores. Uma das prioridades é saber a evolução dos investimentos feitos pelo Governo, quer através da Autoridade Monetária de Macau, quer através de empresas privadas. Em questão estão as reservas financeiras e cambiais, assim como as aplicações financeiras dos fundos de pensões, previdência e segurança social. Ainda no capítulo dos fundos, a comissão pretende inteirar-se do ponto em que está a criação do fundo de investimento para o desenvolvimento de Macau.

No mandato anterior, o volume dos retornos foi irrisório, situando-se nos 0,8 por cento, bem abaixo dos 2,2 por cento de inflação registada. Mak Soi Kun exemplificou que “basta um por cento de retorno para atingir os 4 mil milhões de patacas, uma quantia que consegue resolver muitos problemas sociais”.

Além disso, a comissão que fiscaliza o Governo em matérias de finanças públicas quer saber como são seleccionadas as empresas gestoras destes fundos.

Outro ponto na agenda anual da comissão é ter conhecimento das flutuações das rendas pagas pelo Executivo relativas aos serviços públicos situados em edifícios privados.

3 Nov 2017