Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste | Admitida proibição permanente artes marciais O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, admitiu ontem a possibilidade de proibir de forma permanente a prática de artes marciais no país, por considerar que continuam a dividir os jovens timorenses. “Esta tudo a correr bem, apesar de ainda haver problemas em alguns locais. Por isso, é que hoje (ontem) propus que, no Conselho de Ministros, analisemos o melhor caminho, que talvez seja mesmo acabar com isso, porque essa questão está a dividir os jovens”, disse Xanana Gusmão. “Nós os dois somos primos irmãos [primos diretos], mas, só porque pertencemos a grupos de artes marciais diferentes, temos de nos afastar e já não nos damos bem”, lamentou o primeiro-ministro. O chefe do Governo timorense falava aos jornalistas após um encontro com o Presidente José Ramos-Horta no Palácio da Presidência, em Díli, antes da reunião do Conselho de Ministros. Xanana Gusmão mostrou também preocupação com o comportamento dos jovens, salientando que os relatórios de segurança indicam que continuam a ocorrer problemas, incluindo agressões físicas, e defendeu que, por isso, é preciso tomar uma decisão. Na terça-feira, durante a cerimónia de içar da bandeira nacional, no âmbito das celebrações do 23.º aniversário da restauração da independência, confrontos entre jovens provocaram um morto no posto administrativo de Cailaco, no município de Bobonaro. Segundo a Polícia Nacional de Timor-Leste, os jovens envolvidos nos confrontos pertenciam a dois grupos de artes marciais, que desde segunda-feira estavam em conflito, tendo também atacado a casa de um veterano. No início de Abril, o Governo de Timor-Leste decidiu prolongar a suspensão do ensino, aprendizagem e prática de artes marciais até ao final de 2025 para continuar a consolidar a paz social e assegurar que no futuro a prática das artes marciais decorra exclusivamente no âmbito desportivo.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Pyongyang disparou mísseis de cruzeiro para o mar O exército da Coreia do Sul disse que a Coreia do Norte disparou ontem mísseis de cruzeiro não identificados para o mar, horas depois de Pyongyang ter admitido um “grave acidente” com um novo navio de guerra. O Estado-Maior Conjunto sul-coreano afirmou ter detectado os mísseis perto da província de Hamgyong do Sul, no leste da Coreia do Norte, que foram disparados em direcção ao mar do Japão. O lançamento aconteceu horas depois da imprensa oficial da Coreia do Norte ter avançado com um “grave acidente” que ocorreu durante a cerimónia de lançamento de um navio de guerra. Durante a cerimónia de lançamento de um contratorpedeiro de cinco mil toneladas na cidade portuária de Chongjin, “ocorreu um acidente grave”, informou a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA. O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, estava presente na cerimónia, realizada na quarta-feira, no nordeste do país, e disse que foi um “acto criminoso causado por negligência absoluta” que “não podia ser tolerado”, referiu a KCNA. Apontando para a “inexperiência do comando e negligência operacional” durante o lançamento, a agência disse que “algumas secções do fundo do navio de guerra foram esmagadas” e que o acidente “destruiu o equilíbrio do navio de guerra”. Kim disse que os “erros irresponsáveis” dos culpados seriam “abordados na reunião plenária do Comité Central do Partido, a realizar no próximo mês”. O nome do barco não foi especificado. Em Abril, Pyongyang divulgou imagens de um navio contratorpedeiro de cinco mil toneladas, chamado Choe Hyon. Na altura, os meios de comunicação estatais transmitiram imagens de Kim a participar numa cerimónia com a filha, Kim Ju-ae, que muitos especialistas acreditam que será a sucessora no poder. A Coreia do Norte alegou que o navio estava equipado com as “armas mais poderosas” e que “entraria ao serviço no início do próximo ano”.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Presidente exige demissão do Governo O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., exigiu ontem a demissão de todos os membros do Governo, depois de ter obtido um resultado pior do que o esperado nas eleições intercalares de 12 de Maio. Marcos Jr. “solicitou a demissão por cortesia de todos os secretários de gabinete”, disse o palácio presidencial em comunicado, uma medida que visa dar ao Presidente “a margem de manobra necessária para avaliar o desempenho de cada departamento e determinar quem continuará a servir”. A ordem foi tomada depois de os candidatos apoiados por Marcos Jr. ao Senado, a câmara alta do parlamento das Filipinas, terem obtido menos lugares do que o esperado nas eleições intercalares realizadas a 12 de Maio. “O povo falou e espera resultados, não manobras políticas ou desculpas. Nós ouvimo-los e vamos agir”, disse o Presidente. As eleições ficaram marcadas pela disputa entre os candidatos de Marcos Jr. e os apoiados pela vice-presidente e ex-aliada Sara Duterte. A votação aconteceu meses depois de o pai, o ex-Presidente Rodrigo Duterte (2016-2022), ter sido extraditado para ser julgado por crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional devido à guerra contra as drogas. Apesar de estar detido em Haia, Rodrigo Duterte foi reeleito como presidente da câmara de Davao, em Mindanao, no sul das Filipinas, cargo que ocupou antes de concorrer a chefe de Estado. A Presidência declarou ontem que os serviços governamentais “continuarão ininterruptos” durante a transição, durante a qual avaliará o desempenho dos actuais secretários antes de decidir se serão ou não substituídos. Em queda O filho do falecido ditador Ferdinand Marcos (1917-1989) tem três anos até ao final do mandato e, de acordo com o comunicado, a renovação ministerial representa “uma nova fase totalmente focada nas necessidades mais urgentes da população”. Até ao momento, mais de uma dúzia dos 23 secretários do Executivo demitiram-se ou anunciaram a intenção de abandonar o cargo, juntamente com líderes de agências sob o controlo do Presidente, como a Autoridade de Desenvolvimento Metropolitano de Manila. Entre eles estava o secretário das Finanças, Ralph G. Recto, que, em comunicado, elogiou a “decisão ousada” tomada “com o desejo de dar prioridade às pessoas e ao país”. O secretário da Energia, Raphael Lotilla, observou que a ordem de demissão é “uma excelente oportunidade para fazer um balanço e revigorar o Governo”. A medida foi tomada depois de o Presidente ter reconhecido na segunda-feira que os maus resultados das eleições se deveram à decepção dos filipinos com o desempenho do Governo. A taxa de aprovação de Marcos Jr. caiu para 25 por cento, de acordo com uma sondagem realizada em Março, uma queda acentuada face à taxa de 42 por cento em Fevereiro. Os entrevistados apontaram a falha do Governo em controlar a inflação, a corrupção desenfreada no país e a falta de medidas para combater a pobreza.
Hoje Macau China / ÁsiaOMC | China sugere “calma” face às taxas alfandegárias de Trump A China sugeriu aos Estados membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) que respondam com “calma” às perturbações causadas pelas taxas alfandegárias de Donald Trump no comércio internacional e apelou à preservação das trocas não afectadas. “Temos de estabilizar as nossas relações comerciais para garantir que os outros 87 por cento do comércio internacional continua a funcionar conforme as normas da OMC”, afirmou a representação chinesa, durante a sessão do Conselho Geral realizada em 20 e 21 de Maio. Uma semana depois de ter começado a vigorar a “trégua” comercial acordada por EUA e China, a delegação desta realçou na OMC que, “se bem que a negociação bilateral possa ser um meio para atenuar ou resolver fricções comerciais”, deve-se continuar a operar segundo as regras do organismo internacional. Acrescentou que, “perante as acções de unilateralismo e intimidação, a China adoptou e continuará a adoptar medidas enérgicas”, para proteger os seus direitos e interesses legítimos, mas também para “defender as normas comerciais mundiais e a equidade e justiça internacionais”. A delegação dos EUA na OMC realçou que “o sistema de comércio unilateral existente não foi capaz de enfrentar os graves desafios com que se confronta”, entre os quais os crescentes desequilíbrios comerciais ou “práticas contrárias aos princípios” da organização internacional. “Uma reforma adequada necessitará da participação de outros membros, incluindo os que aproveitaram a incapacidade da OMC para alcançar os seus objectivos”, acrescentou.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Changan entra oficialmente no mercado de Portugal Mais uma marca chinesa de automóveis anunciou recentemente sua entrada oficial no mercado de Portugal. No final de Abril, o Grupo Auto-Industrial, pioneiro português no sector automóvel, chegou a um acordo de cooperação com a Changan Automobile, responsável pela importação e distribuição dos modelos da fabricante chinesa, indica o Diário do Povo. A Changan, um dos quatro principais grupos automóveis da China, tem 40 anos de experiência de manufactura de carros e possui 14 bases de fabricação e 34 fábricas em todo o mundo. Actualmente, a Changan Automobile tem marcas próprias como CHANGAN UNI, CHANGAN NEVO, CHANGAN LCV, DEEPAL, AVATR, e marcas joint venture incluindo CHANGAN Ford, CHANGAN Mazda, e JMC. Pelo cronograma, a Changan deve introduzir nove modelos novos de carros para o mercado europeu nos próximos três anos. Entre eles, destacam-se o DEEPAL S07. O modelo de SUV eléctrico, com um comprimento de 4,75 metros, é desenhado pelo Centro de Design Europeu da Changan em Turim, Itália. Distingue-se pelo desenho estético em conformidade com os gostos europeus, com elementos de janelas sem moldura, puxadores de portas retrácteis e tetco panorâmico, apresentando robustez nas suas linhas e cheio de detalhes. A Changan Automobile, bem como o DEEPAL S07, estão programados a ser divulgados ao público português no ECAR SHOW — Salão do Automóvel Híbrido e Eléctrico, que será realizado de 23 a 25 de Maio de 2025, na Feira Internacional de Lisboa.
Hoje Macau China / ÁsiaJenin | Exigida investigação a Israel após tiros contra diplomatas As acções das autoridades israelitas continuam a chocar o mundo. Além do cerco imposto à população em Gaza, replicando práticas medievais, os soldados israelitas dispararam quarta-feira, em Jenin, contra uma delegação de diplomatas de vários países, incluindo Portugal. Pequim exige uma investigação de Israel A China exigiu ontem uma investigação completa sobre o incidente em que soldados israelitas dispararam contra uma delegação diplomática na cidade de Jenin, na Cisjordânia, e pediu medidas para evitar que uma situação semelhante se repita. “Estamos atentos ao incidente. Opomo-nos firmemente a qualquer acção que ponha em perigo a segurança do pessoal diplomático e exigimos uma investigação completa para evitar a repetição destes acontecimentos”, disse ontem a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning. Em conferência de imprensa, Mao apelou a todas as partes, e em especial a Israel, para que “evitem quaisquer acções que possam provocar uma escalada das tensões” na região. “A situação na Jordânia e na Cisjordânia tem sido tensa desde há algum tempo”, afirmou. Meio mundo A declaração de Pequim surge um dia depois do exército israelita ter disparado tiros de aviso contra uma delegação diplomática composta por representantes de 24 países. De acordo com uma lista noticiada pela agência de notícias EFE, a delegação incluía representantes do Gabinete da União Europeia e de 14 países da UE: Portugal, Áustria, Irlanda, Espanha, Lituânia, Polónia, Roménia, França, Holanda, Finlândia, Itália, Alemanha, Dinamarca e Bélgica. Representantes do Canadá, Reino Unido, México e Uruguai, bem como Jordânia, Marrocos, Turquia e Egipto, também terão feito parte da delegação. Somam-se diplomatas da China e do Japão. Representantes do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e da agência da ONU para refugiados palestinos, UNRWA, também participaram da visita. O grupo diplomático, convocado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Palestina, estava a realizar uma visita para “observar as condições humanitárias e os crimes e violações cometidos pelas forças de ocupação na área”, informou fonte palestiniana. Vídeos do incidente, partilhados por diplomatas palestinianos, mostram soldados israelitas a apontar armas e a atirar na direcção do grupo. O exército israelita acusou a delegação diplomática de “desviar-se da rota aprovada”, razão pela qual, dizem, decidiram disparar tiros de “advertência”. “As IDF [Forças de Defesa de Israel] lamentam o inconveniente causado”, disseram as forças israelitas em comunicado, sublinhando que ninguém ficou ferido no incidente, que ocorreu em uma “zona de combate activa”.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Leão XIV apela à entrada de “ajuda humanitária decente” O Papa Leão XIV apelou ontem à entrada de “ajuda humanitária decente” em Gaza e ao fim das hostilidades, denunciando que o “preço atroz está a ser pago por crianças, idosos e doentes”. “A situação na Faixa de Gaza é cada vez mais preocupante e dolorosa”, declarou o Papa, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). O apelo foi lançado por Leão XIV na primeira audiência geral semanal na Praça de São Pedro, no Vaticano, desde que foi eleito, em 08 de Maio. As autoridades israelitas impuseram um bloqueio ao território palestiniano de 2,4 milhões de habitantes em Março. Israel anunciou na terça-feira que tinha deixado entrar em Gaza alguns camiões com alimentos para bebés, no mesmo dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) denunciou que dois milhões de palestinianos estavam a passar fome. A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) acusou Israel de só permitir a entrada em Gaza de uma ajuda “ridiculamente insuficiente” para não ser acusada de “matar a população à fome”. A ajuda autorizada a entrar na Faixa de Gaza, uma centena de camiões desde segunda-feira segundo as autoridades israelitas, “não passa de uma cortina de fumo”, segundo a organização não-governamental (ONG). A MSF denunciou que se mantém o cerco que Israel impôs a Gaza no início de Março para obrigar o grupo extremista palestiniano Hamas a libertar os reféns que ainda mantém em cativeiro. A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas no sul de Israel em 07 de Outubro de 2023 que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns. A retaliação de Israel provocou mais de 53.000 mortos em Gaza, além da destruição de grande parte das infraestruturas do território governado pelo Hamas desde 2007. No dia 11 de maio, o Papa já tinha afirmado estar “profundamente triste” com o que estava a acontecer na Faixa de Gaza. Apelou na altura a “uma cessação imediata das hostilidades, à ajuda humanitária para a população civil exausta e à libertação de todos os reféns”. Rezas e apelos Na audiência geral na Praça de São Pedro, o chefe da Igreja Católica defendeu perante mais de 25.000 fiéis ser necessário trabalhar pela paz num mundo em guerra. “Num mundo dividido pelo ódio e pela guerra, somos chamados a semear a esperança e a construir a paz”, afirmou, também citado pela agência de notícias espanhola EFE. Horas antes da audiência, Leão XIV tinha confirmado à primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, a disponibilidade do Vaticano para acolher as negociações entre a Ucrânia e a Rússia, informou o Governo italiano num comunicado. Durante a saudação aos fiéis de língua portuguesa, o pontífice norte-americano convidou-os a rezar o terço pela paz. “Neste mês mariano, gostaria de reiterar o convite de Nossa Senhora de Fátima: ‘Rezem o terço todos os dias pela paz’. Juntamente com Maria, pedimos que os homens não se fechem a este dom de Deus e desarmem os seus corações”, disse, segundo a EFE.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaChips | Pequim considera intimidação recomendações dos EUA para exportação A China prometeu ontem “medidas firmes” em resposta às novas recomendações do Governo dos Estados Unidos sobre a exportação de semicondutores electrónicos avançados, conhecidos como ‘chips’, denunciando uma tentativa de intimidação por parte de Washington. “As medidas dos Estados Unidos são de unilateralismo típico, combinando intimidação e proteccionismo, e prejudicam seriamente a estabilidade das cadeias de abastecimento globais e da indústria de semicondutores”, afirmou um porta-voz do Ministério do Comércio da China em comunicado. Na semana passada, a Administração do Presidente norte-americano Donald Trump revogou restrições à exportação de semicondutores utilizados no desenvolvimento de inteligência artificial (IA), que penalizavam particularmente a China. Em contrapartida, porém, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos substituiu as restrições por recomendações, que alertam “o público para as potenciais consequências de permitir que os ‘chips’ norte-americanos sejam utilizados” para desenvolver “modelos de IA chineses”. O Departamento do Comércio explicou que a política visa partilhar a tecnologia de IA norte-americana “com países estrangeiros de confiança em todo o mundo, evitando que caia nas mãos dos adversários [dos EUA]”. Estas orientações não são, porém, vinculativas, ao contrário das restrições propostas pela anterior Administração do democrata Joe Biden, que Trump agora revogou. Não obstante, Pequim condenou veementemente a medida, acusando Washington de “abusar dos controlos de exportação para conter e reprimir a China”. “Qualquer organização ou indivíduo que implemente ou auxilie na implementação destas medidas dos EUA pode estar a violar” as regulamentações chinesas, advertiu o Ministério do Comércio chinês.
Andreia Sofia Silva China / Ásia“Golden Dome” | China vê plano dos EUA como uma ameaça à estabilidade global A China insistiu ontem que o plano do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para construir um enorme sistema de defesa antimísseis dos EUA, apelidado de “Golden Dome”, representa uma ameaça à estabilidade global. “Esse plano prejudica o equilíbrio estratégico e a estabilidade global. A China expressa sérias preocupações sobre isso. Instamos os Estados Unidos a abandonarem o desenvolvimento e a implantação de um sistema global de defesa antimísseis o mais rápido possível”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, em conferência de imprensa. Para a China, o projecto “corre o risco de acelerar a militarização do espaço, bem como alimentar a corrida ao armamento”. O Presidente norte americano anunciou na terça-feira o conceito que pretende para o escudo antimíssil, conhecido por “Golden Dome” [Cúpula Dourada]. “Tenho o prazer de anunciar que seleccionamos oficialmente uma arquitectura para este sistema de última geração”, disse Donald Trump aos jornalistas, na Sala Oval da Casa Branca, acrescentando que o Canadá se juntará a esta iniciativa. “Uma vez concluído, o ‘Golden Dome’ será capaz de interceptar mísseis mesmo que sejam lançados do outro lado da Terra e mesmo que sejam lançados do espaço”, acrescentou. O sistema estará operacional até o final do mandato e custará um total de “aproximadamente 175 mil milhões de dólares”, disse. De acordo com uma agência do Congresso dos EUA sem afiliação partidária, o custo estimado de um sistema interceptor espacial para combater um número limitado de mísseis balísticos intercontinentais está entre 161 mil milhões e 542 mil milhões de dólares ao longo de 20 anos.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaUcrânia | Contestadas sanções da UE à Rússia As autoridades chinesas rejeitaram ontem as novas sanções impostas pela União Europeia à Rússia no âmbito da guerra com a Ucrânia, alegando que afectam empresas chinesas e que não têm como base o direito internacional. Pequim “opõe-se firmemente a tais sanções unilaterais, porque não têm qualquer base no direito internacional e não contam com a aprovação do Conselho de Segurança da ONU”, disse hoje a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, em conferência de imprensa. “Expressamos a nossa firme insatisfação e a nossa veemente rejeição às sanções infundadas impostas pela União Europeia [UE] contra as empresas chinesas”, adiantou a mesma fonte, citada pelo jornal estatal chinês Global Times. A porta-voz exortou ainda a UE a “parar de ter critérios diferentes em relação à sua cooperação económica e comercial com a Rússia” salientando que muitos países, incluindo membros da UE e os Estados Unidos, continuam a manter relações comerciais com Moscovo. As empresas chinesas afectadas pelas sanções da UE são consideradas cúmplices da Rússia, já que Moscovo as usa para contornar as sanções e medidas de restrição. “As relações comerciais normais entre as empresas chinesas e russas têm de continuar e não podem ser interrompidas por interferências ou restrições”, alegou Mao Ning, prometendo que o Governo chinês tomará as medidas apropriadas para “proteger os seus direitos e interesses legítimos”. Mao aproveitou a oportunidade para sublinhar que a China nunca forneceu armas letais às partes e sublinhou que “controla rigorosamente a exportação de produtos que possam ter dupla utilização”. Novo pacote A UE adoptou na terça-feira o 17.º pacote de sanções contra a Rússia e a chamada “frota fantasma”, além de medidas restritivas dirigidas a entidades e indivíduos russos e estrangeiros que apoiam o esforço de guerra de Moscovo. Segundo a responsável pela política externa do bloco europeu, Kaja Kallas, estão ainda em preparação mais sanções contra a Rússia caso Moscovo continue a guerra na Ucrânia. O novo pacote inclui, segundo o Conselho Europeu, medidas económicas e individuais que “cortam o acesso da Rússia à tecnologia militar essencial e restringem as receitas energéticas russas que alimentam a sua guerra de agressão contra a Ucrânia”. Nesse sentido, a UE impôs sanções individuais (congelamento de ambiente e proibições de disponibilidade de fundos) visando o ambiente empresarial que permite a operação da “frota fantasma”, como companhias de navegação dos Emirados Árabes Unidos, Turquia e Hong Kong, além de uma importante seguradora. Entre as medidas adotadas, contam-se também restrições a 45 empresas e indivíduos russos que fornecem drones, armas, munições, equipamento militar, componentes essenciais e apoio logístico ao Exército e facilitadores industriais, como entidades russas e chinesas que fornecem máquinas e ferramentas aos setores militar e industrial russos. Três outras entidades chinesas — incluindo empresas estatais — foram colocadas na “lista negra”, bem como uma empresa bielorrussa e outra israelita que fornecem componentes essenciais para os militares russos, incluindo para a produção de drones.
Hoje Macau China / ÁsiaTarifas | Diplomata chinês acusa EUA de culpar o mundo por problemas internos Um ex-diplomata chinês afirmou ontem que os Estados Unidos terão de aprender a lidar com uma China em ascensão e demonstrar o devido respeito e igualdade. No segundo dia da Cimeira da Prosperidade Global, que se realiza anualmente em Hong Kong, Wu Hailong afirmou que Washington tem utilizado uma série de estratégias de supressão e contenção para travar o desenvolvimento da China na última década. Mas Wu, que foi chefe-adjunto do Gabinete do Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Hong Kong, salientou que a ascensão da China é um facto indiscutível e sublinhou que quaisquer esforços para difamar ou impedir o progresso da nação seriam em vão. Wu, actualmente presidente da Associação de Diplomacia Pública da China, afirmou que os problemas de Washington são internos, mas que o país recusa procurar soluções para curar a sua própria “doença”. “Imaginem uma pessoa que recusa a medicação mas insiste em que os outros tomem comprimidos para curar a sua doença”, afirmou, citado pela emissora de Hong Kong RTHK. “É esta a lógica da guerra tarifária recentemente lançada pelos Estados Unidos contra o mundo inteiro. “É verdade que a China tem mantido um excedente comercial com os Estados Unidos ao longo dos anos… Mas isso é uma questão de escolha do consumidor e de dinâmica do mercado, e não de manipulação deliberada por parte da China”.
Hoje Macau China / ÁsiaLíder mundial de baterias estreia-se com subida de 13,7% na bolsa de Hong Kong A maior fabricante de baterias para veículos eléctricos do mundo, a Contemporary Amperex Technology (CATL), estreou-se ontem na Bolsa de Hong Kong com uma subida de 13,7 por cento na abertura da sessão. A oferta pública inicial da CATL, já listada na bolsa da cidade vizinha de Shenzhen, deverá ser a mais elevada em Hong Kong desde 2021, superando a da fabricante de electrodomésticos Midea (cerca de 4,6 mil milhões de dólares ou 4,1 mil milhões de euros), lançada em Setembro. A agência de notícias financeiras Bloomberg destaca ainda que esta IPO (na sigla em inglês) pode tornar-se a mais substancial do mundo este ano. A CATL, sediada na cidade de Ningde, no sudeste do país, disse na semana passada que esperava arrecadar, pelo menos, 31 mil milhões de dólares de Hong Kong com a venda de, pelo menos, 117,9 milhões de acções a um preço máximo de 263 dólares de Hong Kong. O valor total poderá atingir os 41 mil milhões de dólares de Hong Kong, se todas as opções forem exercidas. A empresa disse que 90 por cento dos fundos angariados será utilizado para financiar a expansão das operações da CATL na Hungria, bem como na Alemanha, Espanha e Indonésia. A listagem atraiu investidores de relevo, como a petrolífera estatal chinesa Sinopec, o fundo soberano do Kuwait KIA e a gestora de activos norte-americana Hillhouse Investment, que se comprometeram a adquirir acções no valor de cerca de 2,6 mil milhões de dólares. A CATL tem uma quota de mercado global de 37,9 por cento, superando a também chinesa BYD (17,2 por cento) e a sul-coreana LG Energy Solution (10,8 por cento). Ouvidos de mercador Numa lista publicada em Janeiro pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a CATL foi designada como uma “empresa militar chinesa”. Um comité dedicado ao Partido Comunista Chinês na Câmara dos Representantes, câmara baixa do Parlamento dos Estados Unidos, destacou esta designação em cartas enviadas a dois bancos norte-americanos em Abril, instando-os a retirarem-se da listagem de uma “empresa chinesa ligada ao exército”. Mas os dois bancos em causa, o JP Morgan e o Bank of America, mantiveram a participação na oferta pública inicial da CATL. O Governo chinês classificou a lista do Departamento de Defesa dos Estados Unidos como uma perseguição, e a CATL negou estar envolvida “em actividades militares”. Na quinta-feira, a maior farmacêutica da China, Jiangsu Hengrui Pharmaceuticals, lançou também uma oferta pública inicial na bolsa de valores de Hong Kong, para atrair até 1,13 mil milhões de euros em investimento. Sete investidores institucionais, incluindo a empresa de investimento dos Estados Unidos Invesco Advisers, já se tinham comprometido a investir 533 milhões de dólares norte-americanos na oferta. A Hengrui, já cotada na bolsa de Xangai, considerada a capital financeira da China, deverá começar a ser listada em Hong Kong em 23 de Maio.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Pequim reduz taxa de juro de referência para mínimo histórico O Banco Popular da China anunciou ontem que vai reduzir a taxa de juro de referência a um ano em 0,1 pontos percentuais, para um mínimo histórico de 3 por cento. A medida tem como objectivo impulsionar o crescimento económico A taxa de juro de referência (LPR, na sigla em inglês) na China irá descer 0,1 pontos percentuais para 3 por cento, o mínimo histórico, de acordo com o anúncio de ontem do banco central chinês. O anúncio é o mais recente esforço das autoridades para impulsionar o crescimento, afectado pelas tensões comerciais com os Estados Unidos e pela crise no sector imobiliário. A decisão da instituição está em linha com as previsões dos analistas, que esperavam um corte na taxa. Na actualização mensal, o Banco Popular da China (PBC, na sigla em inglês) indicou que a LPR se manterá nesse nível pelo menos até daqui a um mês. Este indicador, estabelecido como referência para as taxas de juro em 2019, é utilizado para fixar o preço dos novos empréstimos – geralmente destinados às empresas – e dos empréstimos a taxa variável que estão a ser reembolsados. O indicador é calculado com base nas contribuições de preços de um conjunto de bancos – incluindo os pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a crédito malparado – e tem como objectivo baixar os custos dos empréstimos e apoiar a “economia real”. A última redução tinha sido em Outubro, quando o banco central a reduziu em 25 pontos de base (ou 0,25 pontos percentuais), a partir de 3,35 por cento. Consumo interno O banco central também cortou ontem a taxa de juro a mais de cinco anos – referência para os empréstimos hipotecários – de 3,6 por cento para 3,5 por cento. A última descida, em 0,25 pontos percentuais, também tinha ocorrido em Outubro. Em 7 de Maio, o governador do PBC, Pan Gongsheng, tinha anunciado alterações na política monetária para amortecer o impacto da guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos. Pan revelou um corte na taxa das operações de recompra reversa (“reverse repo”) de 1,5 por cento para 1,4 por cento, bem como uma redução de 0,25 por cento na taxa de empréstimos a bancos comerciais, fixando-a em 1,5 por cento. A taxa de reservas obrigatórias foi também reduzida em 0,5 por cento, libertando cerca de um bilião de yuan em liquidez adicional. O banco central reduziu ainda as taxas de juro dos empréstimos à habitação a cinco anos, como parte de um esforço mais amplo para estimular o consumo interno. As autoridades chinesas voltaram a fixar, em Março, um objectivo de crescimento económico de cerca de 5 por cento até 2025. A China registou um crescimento anual de 5,4 por cento, impulsionado por uma aceleração temporária na produção industrial. No entanto, analistas questionam a fiabilidade dos dados e apontam para uma queda nas encomendas para exportação e no sentimento empresarial. A produção industrial na China cresceu 6,1 por cento, em termos homólogos, em Abril, menos 1,6 pontos percentuais do que no mês anterior, de acordo com dados oficiais divulgados na segunda-feira. Além disso, os preços das casas novas na China caíram pelo 23.º mês consecutivo em Abril, a um ritmo ligeiramente mais rápido do que em Março.
Hoje Macau China / ÁsiaTecnologia | Xiaomi investe forte em fabrico de ‘chips’ próprios O fundador da tecnológica chinesa Xiaomi, Lei jun, avançou ontem que a empresa irá investir cerca de 6.170 milhões de euros no desenvolvimento de ‘chips’ próprios na próxima década. Na mensagem divulgada ontem na sua conta oficial da rede social Weibo – equivalente chinês da X, censurada na China -, o presidente executivo (CEO) da Xiaomi adiantou que se trata de um plano de investimento “contínuo e de longo prazo”. “Estamos conscientes da dificuldade em produzir ‘chips'”, acrescentou o empresário. “Os chips são um pico que devemos escalar e uma batalha que não podemos evitar se quisermos tornar-nos uma grande empresa tecnológica”, acrescentou Lei antes de revelar que esta quinta-feira a Xiaomi vai apresentar o seu primeiro processador de design próprio, o Xring O1, bem como o seu segundo veículo elétrico, o SUV YU7. Lei referiu que o Xring O1 contará com tecnologia de 3 nanómetros (nm) de segunda geração. Embora não tenha indicado qual o produtor que os fabrica, a Bloomberg sublinha que isto descarta a principal fundição chinesa, a SMIC, uma vez que até à data não conseguiu ficar abaixo dos 7 nm devido às restrições de exportação dos EUA. Até agora, a Xiaomi tem incorporado ‘chips’ de outros fabricantes como a Qaulcomm ou MediaTek, mas parece que está a seguir os passos da Apple, que desenha os seus próprios ‘chips’ para complementar o seu ‘software’.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Alemanha destaca papel da China na paz mundial A diplomacia alemã defendeu ontem que a China tem uma responsabilidade pela paz mundial, referindo-se explicitamente à guerra na Ucrânia, numa altura em que se intensificam os esforços ocidentais para levar Moscovo a um cessar-fogo. “A guerra da Rússia na Ucrânia afecta interesses europeus fundamentais. A China tem uma responsabilidade pela paz mundial”, escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão nas redes sociais. A mensagem foi divulgada após um telefonema entre os chefes da diplomacia da Alemanha, Johann Wadephul, e da China, Wang Yi, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP). Apesar de o primeiro contacto desde a posse do executivo de Friedrich Merz se ter centrado nas “relações germano-chinesas”, a questão ucraniana também foi discutida, disse o porta-voz governamental, Christian Wagner, numa conferência de imprensa. A mensagem que Wadephul transmitiu a Wang foi “que a guerra que a Rússia está a travar na Ucrânia afecta os interesses essenciais dos europeus e atenta contra a ordem de paz europeia”, afirmou. O novo chanceler, Friedrich Merz, afirmou no parlamento na quarta-feira estar preocupado com a “crescente proximidade entre Pequim e Moscovo”. “Vamos insistir com a China para que contribua para a resolução da guerra na Ucrânia”, afirmou na altura. A China é um parceiro comercial crucial para a Alemanha, mas há muito que é poupada pelos responsáveis alemães. Durante o mandato do anterior chanceler, Olaf Scholz, Berlim endureceu o tom face ao aumento das tensões geopolíticas e à crescente rivalidade económica entre Pequim e a União Europeia. A guerra começou em Fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, bem como impedi-lo de se tornar membro da NATO.
Hoje Macau China / ÁsiaGaza | Pequim manifesta apoio às posições da Liga Árabe sobre cessar-fogo A República Popular da China manifestou ontem apoio às principais conclusões da Liga Árabe incluindo o pedido de um cessar-fogo imediato em Gaza e a rejeição de qualquer deslocação forçada da população palestiniana. A cimeira da Liga Árabe decorreu na sexta-feira passada na capital do Iraque. Na Declaração de Bagdade os países árabes apelaram a um “desanuviamento urgente”, condenaram os ataques contra civis e manifestaram oposição à expulsão forçada dos palestinianos dos territórios onde se encontram. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Mao Ning, reiterou ontem o apoio de Pequim a uma solução que integre a existência de dois Estados e o direito dos palestinianos à autonomia. Durante uma conferência de imprensa em Pequim, Mao Ning sublinhou que Gaza é uma parte inseparável do território palestiniano e que a República Popular da China apoia os “direitos legítimos” do povo palestiniano. Mao Ning acrescentou ainda que qualquer solução política deve basear-se no respeito pelo princípio da autonomia palestiniana na Faixa de Gaza após o conflito. Assim, a República Popular da China demonstra disposição em trabalhar com a comunidade internacional para aliviar a crise humanitária e construir uma paz duradoura e justa. A porta-voz recordou ainda que o Presidente chinês, Xi Jinping, enviou uma mensagem de felicitações no início da cimeira, na qual destacou as realizações da Liga Árabe e manifestou a vontade de Pequim em aprofundar a cooperação com os países árabes. Pequim vai acolher a segunda cimeira entre a República Popular da China e os Estados Árabes em 2026.
Hoje Macau China / ÁsiaSudão | China condena ataques a instalações civis e à população A China condenou ontem os ataques contra instalações civis no leste do Sudão e instou todas as partes a protegerem a população, reiterando o apoio a um cessar-fogo e ao avanço do processo político. “A China opõe-se e condena os ataques contra instalações civis e contra civis”, afirmou ontem a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Mao Ning, quando questionada sobre os recentes bombardeamentos sofridos pela cidade oriental de Port Sudão. Citada pela agência espanhola de notícias, a EFE, a porta-voz acrescentou que “a China apela à protecção da infraestrutura civil e à garantia da segurança da população” e lembrou que “a China tem mantido uma postura objectiva e imparcial em relação ao conflito no Sudão”. Na conferência de imprensa, Mao Ning afirmou esperar que “seja alcançado um rápido cessar-fogo, seja aliviada a situação humanitária, avance o processo político e seja restaurada a estabilidade do país”. Desde o início da guerra, em Abril de 2023, o conflito entre o Exército sudanês e as forças paramilitares causou dezenas de milhares de mortos e deslocou mais de 12,5 milhões de pessoas, no que a ONU considera a pior crise humanitária atual.
Hoje Macau China / ÁsiaEspaço | Missão de recolha de amostras de asteroide este mês A sonda não tripulada Tianwen 2, concebida para realizar a primeira missão da China para recolher e trazer amostras de um asteroide, será lançada este mês, de acordo com a Administração Espacial Nacional chinesa. O dispositivo foi transportado no domingo para a área de preparação de lançamento no centro espacial de Xichang, na província de Sichuan, onde serão realizadas verificações funcionais antes da descolagem, informou o jornal estatal China Daily. A agência espacial chinesa disse que o lançamento vai ocorrer antes do final de Maio, sem adiantar mais detalhes. O Tianwen 2, composto por um orbitador e um módulo de reentrada, foi transportado para a instalação de Xichang no final de Fevereiro, e a equipa técnica concluiu o abastecimento e várias inspeções desde então. A missão terá como alvo o 2016 HO3, também conhecido como 469219 Kamo’oalewa, que, embora orbite em torno do Sol e não da Terra, é o asteroide mais pequeno e mais próximo do planeta que foi identificado até ao momento. O plano prevê que a sonda entre em órbita em torno do asteroide, onde permanecerá durante vários meses, após o que se aproximará o suficiente para utilizar um braço mecânico para recolher amostras da superfície. Mistérios da evolução Após esta fase, a sonda regressará à órbita da Terra e libertará o módulo de reentrada, que levará as amostras para a superfície do planeta. O asteróide 2016 HO3 foi detectado pela primeira vez em 2016 por um telescópio de observação de asteroides no Observatório de Alta Altitude de Haleakala, no Havai, Estados Unidos. Os investigadores acreditam que pode conter informações importantes sobre as primeiras fases do sistema solar, incluindo aspectos da sua composição e evolução originais. A China investiu fortemente no programa espacial e pousou com sucesso a sonda Chang’e 4 no lado oculto da Lua — a primeira vez que tal foi conseguido — e tornou-se o terceiro país — depois da antiga União Soviética e dos Estados Unidos — a chegar a Marte. Além disso, a China opera a sua própria estação espacial, Tiangong, que funcionará durante cerca de 10 anos e poderá tornar-se a única plataforma orbital em operação. A Estação Espacial Internacional — uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos à qual a China está proibida de aceder devido aos laços militares com o seu programa espacial — deverá ser abandonada em 2030.
Hoje Macau China / ÁsiaFavorito às presidenciais sul-coreanas defende segundo mandato O principal candidato à presidência da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, propôs uma alteração à Constituição para encurtar o mandato presidencial para quatro anos, mas acrescentando um segundo mandato, considerando-a uma medida para equilibrar o poder. A proposta, divulgada ontem por Lee na rede social Facebook, surge quando os sul-coreanos estão a duas semanas escolher nas urnas o seu Presidente para um mandato único de cinco anos, numa votação desencadeada pela destituição do antigo Presidente Yoon Suk Yeol. As últimas sondagens mostram que Lee, o candidato do Partido Democrático, da oposição, lidera a corrida às eleições agendadas para 03 de Junho com uma taxa de apoio de 51 por cento. “Vamos tornar o presidente mais responsável e descentralizar o poder”, disse Lee numa publicação no Facebook. “Uma presidência de quatro anos e dois mandatos permitiria avaliações intercalares da administração, o que aumentaria a sua responsabilidade”. Posteriormente, em resposta aos jornalistas num evento em Gwangju, Lee sublinhou que a Constituição sul-coreana não permite que uma revisão do mandato presidencial seja aplicada ao líder em funções, noticiou a Yonhap News. Outras mudanças Lee propôs igualmente uma série de medidas destinadas a conferir mais poderes ao Parlamento, tais como a limitação do direito de veto do Presidente e a exigência de aprovação parlamentar para a declaração da lei marcial. “Se as discussões progredirem suficientemente depressa, poderemos perguntar o que as pessoas querem nas eleições locais de 2026 ou nas eleições gerais de 2028, mesmo que atrasadas”, escreveu Lee no Facebook. A eleição do próximo presidente da Coreia do Sul assume-se como um passo crucial para recolocar a potência exportadora no caminho da estabilidade política, depois de o decreto de lei marcial de Yoon, em Dezembro, ter desencadeado a pior crise constitucional do país em décadas. No sábado, Yoon abandonou o Partido do Poder Popular, abrindo caminho para que os conservadores atraiam mais eleitores indecisos, quando o fracasso da lei marcial ainda projecta uma sombra densa sobre o seu candidato, Kim Moon-soo. Kim, antigo ministro do Trabalho de Yoon, foi elogiado pelos conservadores por se ter oposto à destituição de Yoon e por se ter recusado a pedir desculpa pelo decreto da lei marcial.
Hoje Macau China / ÁsiaXangai | Nvidia pretende abrir centro de I&D apesar da queda de vendas A norte-americana Nvidia pretende abrir um centro de Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Xangai como parte do renovado compromisso com o mercado chinês, apesar da queda de vendas resultante das restrições de exportação impostas por Wahsington. A informação é avançada pelo diário britânico Financial Times (FT), que adianta que o novo centro tem como objectivo desenvolver soluções adaptadas às necessidades técnicas dos clientes chineses, ao mesmo tempo que assegura o cumprimento das leis norte-americanas. A Nvidia esclareceu, de acordo com o FT, que não enviará projectos de unidades de processamento gráfico (GPU) para a China nem permitirá modificações locais para evitar sanções pela transferência indevida de propriedade intelectual. O plano foi discutido em Abril entre o CEO da Nvidia, Jensen Huang, e o presidente da câmara de Xangai, Gong Zheng. O novo centro também estará envolvido em projectos globais, como verificação de design de ‘chips’, otimização de produtos existentes e áreas aplicadas como a condução autónoma. O governo local terá expressado apoio preliminar à iniciativa, que ainda precisa de ‘luz verde’ dos EUA. A pressão regulatória tem sido severa, já que o H20 — unidade de processamento gráfico (GPU) que a Nvidia começou a vender na China em 2024 e foi projectada especificamente para atender às regulamentações da era Biden — também está sujeito a controlos de Washington, apesar de ter sido criado em resposta a restrições anteriores em ‘chips’ mais avançados. Washington alerta que o uso de ‘chips’ de IA produzidos pela Huawei pode levar a consequências legais para empresas norte-americanas ou estrangeiras. Em resposta, a Nvidia ofereceu aos seus clientes chineses o chip L20 de menor potência, que não possui memória de alta velocidade.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Português condenado por subversão recorre para última instância O português Joseph John recorreu para a última instância de Hong Kong, após um tribunal intermédio ter rejeitado um pedido para reduzir a pena de cinco anos de prisão pelo crime de incitação à subversão. Segundo o portal na Internet do Tribunal de Última Instância da região chinesa, o pedido foi recebido mas ainda não foi marcada a data para a audiência do tribunal, que conta entre os seus juízes com o lusodescendente Roberto Ribeiro. O pedido de recurso foi apresentado na quinta-feira pela defesa de Joseph John, também conhecido como Wong Kin Chung, de acordo com o portal de notícias Hong Kong Free Press. Em Abril de 2024, a Justiça de Hong Kong condenou Joseph John a cinco anos de prisão pelo crime de incitação à subversão, no primeiro caso de segurança nacional a envolver um arguido com dupla nacionalidade. Mais tarde, o advogado do português, Randy Shek Shu Ming, pediu ao Tribunal de Recurso que reduzisse a pena para quatro anos e quatro meses, sublinhando que Joseph John se tinha declarado culpado. Mas em Abril passado, o Tribunal de Recurso recusou o pedido da defesa do português, concluindo que qualquer crime ligado à segurança nacional que seja classificado como “sério” implica uma pena mínima de cinco anos. Joseph John, funcionário do Royal College of Music, no Reino Unido, está detido desde o final de Outubro de 2022 e, caso a pena se mantenha inalterada, poderá sair em liberdade no final de 2027.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China mantém esperança de se alcançar paz justa As primeiras negociações entre delegações da Rússia e da Ucrânia desde 2022 aconteceram sexta-feira na Turquia sem, no entanto, contarem com a presença de Putin ou Zelensky. Acordada, ficou a troca de prisioneiros entre ambas as partes A China disse sexta-feira esperar um acordo de paz justo e duradouro entre a Rússia e a Ucrânia, quando Moscovo e Kiev se preparavam para realizar as suas primeiras negociações directas desde 2022 em Istambul, na Turquia. Ucranianos e russos sentaram-se pela primeira à mesa das negociações desde a Primavera de 2022, mas a ausência do Presidente russo, Vladimir Putin, no encontro mitigou as esperanças sobre eventuais progressos no sentido da assinatura de um acordo de paz. Do encontro, apenas saiu um acordo para a troca de prisioneiros entre as duas nações, mil de cada um dos lados. “Esperamos que todas as partes envolvidas continuem as conversações e as negociações com vista a chegar a um acordo de paz justo, duradouro e vinculativo, aceitável para todas as partes, de forma a alcançar uma solução política para a crise ucraniana”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jean, numa conferência de imprensa. Pequim, acrescentou, espera que uma “solução política” para a “crise na Ucrânia” possa ser alcançada em breve. Papel activo A China tem afirmado repetidamente que quer desempenhar um papel construtivo para alcançar a paz e sublinhou que a Europa deve ter uma palavra a dizer nas negociações de paz. Desde o início da guerra, Pequim tem mantido uma posição ambígua sobre o conflito, apelando ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos” os estados, referindo-se à Rússia. Assim, opôs-se às sanções unilaterais contra Moscovo, embora o Ocidente tenha acusado a China de apoiar a campanha militar da Rússia, algo que sempre negou, e de fornecer a Vladimir Putin componentes essenciais para produzir armas. Os países europeus têm apelado repetidamente ao líder chinês Xi Jinping para usar a sua influência sobre o seu homólogo russo, Vladimir Putin, para travar o conflito. Entretanto, o porta-voz Lin anunciou sexta-feira que o vice-primeiro-ministro Zhang Guoqing visitará a Rússia de hoje até dia 22 de Maio para uma reunião dos presidentes do Comité Intergovernamental de Cooperação entre o Nordeste da China e o Extremo Oriente na Rússia. Comentando a visita, Lin recordou que Xi e Putin concordaram durante a última visita do líder chinês a Moscovo em “continuar a sua cooperação” e explorar formas de a promover “com maior vitalidade e vigor”.
Hoje Macau China / ÁsiaDona do primeiro modelo IA da China focado no português prepara entrada em bolsa A empresa que desenvolveu o primeiro modelo linguístico da China que usa inteligência artificial (IA) para o português está a planear listar-se em bolsa e expandir-se nos mercados lusófonos, disse o fundador à Lusa. Lin Yuchu disse que a Deeptranx, com sede em Zhuhai, tem planos para entrar na bolsa de valores de Hong Kong ou na vizinha metrópole de Shenzhen. Mais de dez empresas de Portugal e do Brasil já investiram três milhões de yuan (mais de 371 mil euros) para poderem usar o DeeCo-model, um modelo linguístico de grande dimensão especializado em conteúdos em língua portuguesa. Mas o presidente-executivo da Deeptranx sublinhou que a empresa quer ir mais longe. “No futuro, vamos aproveitar Macau como porta de entrada através da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ para nos expandirmos para os mercados lusófonos”, referiu Lin. Lin começou a trabalhar na tradução automática entre chinês, português e inglês em 2012, quando ainda era estudante na Universidade de Macau. Já após fundar a Deeptranx, em 2018, o empresário identificou oportunidades no mercado lusófono e criou o primeiro grande modelo de IA da China focado no português, “uma vez que os sectores de IA em chinês e inglês já estavam saturados”. “Em 2022, axtualizámos para um modelo linguístico completo e de grande dimensão após avanços nos algoritmos de IA”, acrescentou. O DeeCo-model suporta processamento de texto, imagem, áudio e vídeo, abrangendo 17 sectores, incluindo finanças, tecnologia e cultura. “É mais especializado e profissional do que outros modelos tradicionais para conteúdos locais”, sublinhou Lin, dando como exemplo “consultas sobre as leis de Macau ou a história e cultura lusófonas”. O sistema também consegue diferenciar entre o português europeu e o português brasileiro, identificando variações gramaticais, lexicais e fonéticas. É a falar A Deeptranx emprega 40 trabalhadores a tempo inteiro e 3.800 linguistas em regime ‘freelance’, especializados em variantes do português e 100 mil colaboradores de dados multilingues em todo o mundo. “Até à data, obtivemos 30 milhões de yuan [3,7 milhões de euros] em financiamento”, disse Lin. O investimento veio de empresas como as gigantes tecnológicas chinesas Tencent e Baidu e a dona da maior plataforma chinesa de literatura na Internet, China Literature Ltd, “além de pequenas e médias empresas em Zhuhai”, acrescentou o líder da Deeptranx. O interesse pela língua portuguesa na China cresceu de forma acelerada nos últimos 25 anos, alimentado pela evolução das trocas comerciais entre a China e a lusofonia, que só em 2024 ultrapassaram 225 mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia exige vigilância das armas do Paquistão A Índia exigiu ontem que as armas nucleares do Paquistão sejam colocadas “sob vigilância” da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), dias depois do mais grave confronto entre os dois exércitos das últimas duas décadas. “O arsenal nuclear do Paquistão deve ser colocado sob a supervisão da AIEA. Quero dizer isto muito claramente”, declarou o ministro da Defesa indiano, Rajnath Singh, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP). Durante uma visita ao quartel-general das forças armadas em Srinagar, a principal cidade da Caxemira indiana, o ministro questionou se as armas nucleares estarão seguras “nas mãos de uma nação incontrolável e irresponsável”. O Paquistão não reagiu de imediato. Os dois países com armas nucleares envolveram-se na semana passada no confronto militar mais mortífero desde a guerra de 1999. Na noite de 06 para 07 de Maio, a Índia disparou mísseis contra locais no Paquistão que, segundo Nova Deli, abrigavam membros do grupo ‘jihadista’ suspeito do atentado que matou 26 pessoas em 22 de Abril na Caxemira indiana. O Paquistão, que negou qualquer responsabilidade pelo ataque, retaliou imediatamente. Durante quatro dias, os dois exércitos trocaram tiros de artilharia e ataques com mísseis e ‘drones’, alimentando sérios receios de um conflito em grande escala. Para surpresa geral, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo imediato no sábado, que foi imediatamente confirmado por ambas as partes. Não, obrigado O grupo de antigas personalidades conhecido como os “Anciãos” defendeu ontem em Tóquio a não-proliferação nuclear. O ex-secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, lançou o alerta para o sul da Ásia. “Existe a possibilidade de o sistema de segurança internacional ser completamente destruído se a Índia ou o Paquistão utilizarem armas nucleares”, advertiu. O ex-presidente colombiano, Juan Manuel Santos, questionou onde esteve a ONU, liderada pelo português António Guterres, durante o conflito. As tréguas têm sido respeitadas na fronteira entre os dois países, mas a retórica continua a ser muito agressiva. “A Índia não vai tolerar a chantagem nuclear”, afirmou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na segunda-feira à noite. A Índia negou categoricamente notícias de um ataque a uma instalação nuclear paquistanesa situada a cerca de 200 quilómetros das várias cidades recentemente atingidas por mísseis indianos. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano, Randhir Jaiswal, assegurou na terça-feira que a operação militar da Índia “permaneceu convencional”. Durante toda a crise, o Paquistão repetiu que a opção nuclear nunca foi considerada. “Seria inconcebível e estúpido porque colocaria em risco 1,6 mil milhões de pessoas”, afirmou o porta-voz do exército, general Ahmed Chaudhry. Contas à morte A Índia dispõe de armas atómicas desde a década de 1990, transportadas por mísseis terra-terra de alcance intermédio. O Paquistão possui mísseis nucleares terra-terra e ar-terra de curto e médio alcance, e efectuou os primeiros testes em 1998. O exército paquistanês disse que os ataques indianos mataram 40 civis e que perdeu 13 soldados. Já Nova Deli, deu conta da morte de 16 civis e cinco soldados em território indiano. Apesar do desanuviamento no terreno, a Índia e o Paquistão são inflexíveis e afirmam que não vão baixar a guarda. “Se outro ataque terrorista tiver como alvo a Índia, responderemos com firmeza”, avisou Modi. Numa conversa telefónica com Guterres na quarta-feira, o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, afirmou estar “preocupado com as declarações provocatórias e inflamatórias da Índia”. A Índia e o Paquistão disputam a soberania de Caxemira desde a sangrenta divisão aquando da independência em 1947. O destino do território dos Himalaias, povoado maioritariamente por muçulmanos, deu origem a várias guerras entre os dois países. Desde 1989, o lado indiano tem sido palco de uma insurreição separatista que já causou dezenas de milhares de mortos.