China alarga isenção de visto de 30 dias para dezenas de países, incluindo Portugal

A China anunciou hoje a extensão de 15 para 30 dias do período de estadia sem visto para cidadãos de países com isenção de visto em vigor, uma lista na qual Portugal foi recentemente integrado. A medida, que visa impulsionar o intercâmbio cultural e económico, segundo as autoridades chinesas, vai ser aplicada a partir de 30 de novembro de 2024 e estará em vigor até 31 de dezembro de 2025.

O ministério dos Negócios Estrangeiros informou ainda que a lista de países com esta isenção de 15 dias, que até agora contava com 29 Estados, será alargada para incluir a Bulgária, Roménia, Croácia, Montenegro, Macedónia do Norte, Malta, Estónia, Letónia e Japão.

“A fim de facilitar ainda mais os intercâmbios com outros países, a China decidiu alargar a lista de países elegíveis para a política de isenção de vistos”, declarou hoje o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa.

Com esta extensão, os cidadãos de um total de 38 países poderão entrar na China para negócios, turismo, visitas familiares, intercâmbios ou trânsito sem visto e com um período de permanência mais longo.

Tong Xuejun, diretor do Departamento Consular do ministério dos Negócios Estrangeiros, salientou hoje também, durante uma conferência de imprensa do Conselho de Estado (Executivo), que a China assinou acordos mútuos de isenção de vistos com seis países no ano passado, incluindo Singapura, Tailândia, Cazaquistão, Antígua e Barbuda, Geórgia e Ilhas Salomão. Atualmente, o país tem acordos completos de isenção de vistos com 25 nações.

Além disso, informou que, até à data, a China assinou acordos mútuos de isenção de vistos com 157 países e regiões, abrangendo vários tipos de passaportes.

Em novembro de 2023, a China anunciou que os nacionais de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha e Malásia beneficiariam de uma isenção de visto unilateral até dezembro de 2024, depois prorrogada até ao final de 2025, uma lista à qual as autoridades acrescentaram gradualmente mais países.

Portugal passou a fazer parte desta lista em outubro passado. Nos últimos meses, o país asiático adotou uma série de medidas para ajudar os viajantes internacionais, incluindo a disponibilização dos serviços de pagamento eletrónico WeChat Pay e Alipay aos utilizadores estrangeiros que visitam a China.

No primeiro semestre deste ano, os visitantes estrangeiros mais do que duplicaram para 14,64 milhões. Segundo dados da Administração Nacional de Imigração, as entradas sem visto ultrapassaram 8,5 milhões, equivalendo a 58% das viagens, que, ainda assim, estão ainda abaixo do nível pré-pandemia.

23 Nov 2024

Heilongjiang | Autoridades procuram tigre siberiano que atacou agricultor

As autoridades chinesas estão a tentar localizar um tigre siberiano que atacou recentemente um agricultor na vila de Boli, na província de Heilongjiang, no nordeste da China.

O felino mordeu gravemente a mão esquerda do homem, que evitou a amputação após várias horas de cirurgia, informou ontem o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

O incidente ocorreu na segunda-feira perto da aldeia de Changtai, onde um vídeo viral mostrou o tigre em frente a uma residência, momentos antes de um vizinho conseguir fechar o portão de ferro para evitar outro ataque.

Os peritos confirmaram à imprensa local que se trata de um tigre siberiano e as autoridades locais avisaram os residentes para “evitarem as zonas montanhosas” e “saírem em grupos”, enquanto são feitos esforços para localizar o animal.

Desde terça-feira que a Administração das Florestas e Pastagens de Heilongjiang reforçou as medidas de segurança e afirmou que a presença de tigres deste tipo na região não é comum. Investigadores do Instituto de Zoologia da Academia Chinesa de Ciências sugerem que o animal pode ter atravessado a fronteira a partir da Rússia, a cerca de 100 quilómetros de distância.

O tigre siberiano, a maior subespécie de tigre, está protegido na China, onde os esforços de conservação aumentaram a sua população. O Parque Nacional do Nordeste da China, criado em 2021, alberga cerca de 70 tigres, e as vítimas de ataques podem apresentar pedidos de indemnização em caso de confirmação de tais incidentes.

Em Abril de 2021, as autoridades capturaram um tigre siberiano selvagem que tinha mordido um aldeão e, após um exame veterinário, libertaram-no numa floresta densa.

22 Nov 2024

China | Prometidas medidas para prevenir agressões indiscriminadas

O ministro da Segurança Pública da China, Wang Xiaohong, pediu “mais medidas preventivas” para “manter a estabilidade social” após os últimos ataques indiscriminados registados no gigante asiático, foi ontem noticiado.

“Devemos tomar medidas práticas para prevenir e controlar as fontes de risco. Para o fazer, devemos investigar minuciosamente cada caso e resolver os conflitos e disputas das pessoas antes que seja tarde demais”, disse Wang, citado pelo Diário do Povo.

De acordo com o jornal oficial do Partido Comunista Chinês, o ministro realçou, durante uma deslocação à província de Liaoning (nordeste), que as autoridades devem “reforçar as tarefas de prevenção” para “garantir a segurança da população e manter a estabilidade social”.

“Temos de resolver os problemas das pessoas com precisão. E à medida que o final do ano se aproxima, devemos também reforçar a fiscalização da segurança nos transportes rodoviários e nos grandes eventos”, acrescentou Wang.

Na terça-feira, o Ministério Público da China prometeu “punições severas, rigorosas e rápidas” para aqueles que cometessem “crimes hediondos” após uma recente vaga de ataques.

A procuradoria afirmou, em comunicado divulgado após uma reunião de trabalho, que irá implementar “uma abordagem de tolerância zero para crimes dirigidos contra alunos ou que comprometam a segurança escolar”. A reunião sublinhou “a importância de processar tais casos de forma decisiva e rápida para alcançar um poderoso efeito dissuasor”.

Contas preocupam

A polícia da cidade chinesa de Changde, na província central de Hunan, deteve na terça-feira um homem de 39 anos acusado de atropelar vários peões em frente a uma escola. As autoridades locais afirmaram que as vítimas, cujo número não foi divulgado e que foram levadas para o hospital, não apresentavam ferimentos que pusessem em risco a sua vida.

No último ano, multiplicaram-se no país asiático os ataques indiscriminados contra transeuntes. Na semana passada, um homem conduziu um automóvel contra um grupo de pessoas à porta de um centro desportivo em Zhuhai, provocando pelo menos 35 mortos e 43 feridos.

Em Fevereiro, um homem matou pelo menos 21 pessoas na província oriental de Shandong com uma faca e uma pistola. Em Julho, um automobilista de 55 anos atropelou uma multidão em Changsha (centro da China), matando oito pessoas, na sequência de um litígio sobre propriedade.

Em Outubro, um homem de cerca de 50 anos esfaqueou cinco pessoas à porta de uma escola em Pequim, incluindo três crianças.

Os motivos são muitas vezes pouco claros ou não são tornados públicos, mas a imprensa local classifica frequentemente estes episódios como “vingança contra a sociedade”, ou seja, ataques em que o agressor actua contra pessoas inocentes por frustração devido a disputas legais, sentimentais ou comerciais.

22 Nov 2024

Presidente do órgão legislativo máximo da China de visita a Portugal

O presidente do órgão legislativo máximo da China e oficialmente segunda figura do regime chinês, Zhao Leji, iniciou ontem em Portugal um périplo de nove dias pelo sul da Europa, que inclui ainda deslocações a Espanha e Grécia.

Segundo um comunicado difundido pela Assembleia Popular Nacional (APN) da China, Zhao visita Portugal a convite de Aguiar Branco, o presidente da Assembleia da República. O responsável chinês tem também previsto encontros com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Constitucionalmente, a Assembleia Popular Nacional é o “supremo órgão do poder de Estado na China” e o seu plenário anual decorre todos os anos, em Março, durante dez dias, no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

Zhao Leji é oficialmente o número dois da hierarquia chinesa, a seguir ao secretário-geral do Partido Comunista e Presidente, Xi Jinping. O primeiro-ministro, Li Qiang, é o número três.

Os cerca de 3.000 delegados que compõem a APN, entre os quais uma representação das Forças Armadas, não são, porém, eleitos por sufrágio directo, e o “papel dirigente” do Partido Comunista Chinês (PCC) permanece como “um princípio cardial”. Entre os delegados está a elite política, líderes empresariais, tecnológicos, mediáticos e artísticos do país asiático.

Aos delegados cabe aprovar novas leis, nomeações políticas e relatórios de trabalho do governo que detalham o progresso de vários departamentos e ministérios. Os responsáveis também votam o orçamento para a Defesa ou a meta de crescimento económico, durante a sessão plenária, em Março.

Mas os analistas consideram que a função da APN é sobretudo aprovar formalmente decisões feitas anteriormente pela elite do Partido Comunista e que o debate aberto é escasso.

A subir

A China tornou-se, na última década, o quarto maior investidor directo estrangeiro em Portugal. Empresas chinesas, estatais e privadas, detêm uma posição global avaliada em 11,2 mil milhões de euros na economia portuguesa, segundo o Banco de Portugal (BdP). Os investimentos abrangem as áreas da energia, banca, seguros ou saúde.

Em 2018, os dois países assinaram um memorando de entendimento sobre a iniciativa “Faixa e Rota”, um megaprojecto de infraestruturas lançado por Pequim que visa expandir a sua influência global através da construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas.

22 Nov 2024

Brasil | Lula e Xi defendem paz na Ucrânia e o reconhecimento de um Estado palestiniano

Após a participação na cimeira do G20 no Rio de Janeiro, os dois presidentes reuniram em Brasília para analisar a crise internacional e aprofundar as relações entre as duas nações

 

O Presidente do Brasil, Lula da Silva, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, renovaram quarta-feira em Brasília os apelos para o fim da guerra na Ucrânia e para a criação de um Estado palestiniano no Médio Oriente.

Lula da Silva recebeu quarta-feira na capital brasileira, com honras de Estado, o Presidente chinês, Xi Jinping, com quem debateu uma extensa agenda bilateral e o panorama global após a sua participação na cimeira do G20 (grupo das 20 maiores e emergentes economias do mundo), que decorreu esta semana no Rio de Janeiro.

Em declarações aos jornalistas, Xi Jinping afirmou, ao lado do Presidente brasileiro, que “o mundo está longe de ser um lugar pacífico”. “Só quando abraçarmos as questões de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável é que trilharemos um caminho de segurança universal”, frisou o líder chinês.

Sobre o conflito na Ucrânia, o Presidente chinês disse já ter enfatizado várias vezes que não existe uma solução simples para um assunto complexo.

“China e Brasil emitiram os entendimentos comuns sobre uma resolução política para a crise na Ucrânia e criaram o Grupo de Amigos da Paz sobre a crise na Ucrânia junto com os outros países do Sul global. Devemos reunir mais vozes que defendem a paz e procurem viabilizar uma solução política da crise na Ucrânia”, declarou Xi Jinping.

Por sua vez, Lula da Silva destacou que num “mundo assolado por conflitos armados e tensões geopolíticas, China e Brasil colocam a paz, a diplomacia e o diálogo em primeiro lugar”.

O Presidente brasileiro sustentou também que o mundo “nunca vencerá a fome no meio de guerras”.

Xi Jinping falou ainda no conflito em curso na Faixa de Gaza, avaliando que a situação humanitária naquela região continua a deteriorar-se e que “os efeitos de contágio” estão a ampliar-se e que a segurança regional está “gravemente afectada”.

“Estamos profundamente preocupados e a comunidade internacional tem de ter um maior empenho. Para resolver a crise actual é preciso focar na Palestina, que é a causa de raiz [do conflito]”, disse o líder chinês.

“Apelamos para um cessar-fogo imediato, assistência humanitária garantida, e a implementação da solução de dois Estados [Palestina e Israel] e esforços incessantes para uma solução abrangente, justa e duradoura na questão palestiniana”, acrescentou.

Cooperação económica

Lula da Silva e Xi Jinping também expressaram o desejo de aprofundar o diálogo entre a China e o Mercado Comum do Sul (Mercosul), bloco económico fundado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e que deverá ser composto também pela Bolívia, que está em processo final de adesão.

“Trabalharemos juntos para continuar o diálogo entre o Mercosul e a China”, disse o Presidente brasileiro.

A possibilidade de uma negociação comercial entre a China e o Mercosul está a ser discutida há algum tempo e é vista como uma possível alternativa a um eventual fracasso do acordo que o Mercosul vem procurando, sem sucesso, com a União Europeia (UE) nos últimos 25 anos.

Xi Jinping declarou, por sua vez, que a China gostaria de trabalhar com o Brasil e com os demais países da América Latina e Caraíbas para elevar a novos patamares a cooperação entre a China e a região.

22 Nov 2024

ASEAN | Lloyd Austin lamenta nega de homólogo chinês a reunião bilateral

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, lamentou ontem que o homólogo chinês tenha optado por não dialogar com ele durante as reuniões entre chefes da Defesa do sudeste asiático no Laos.

A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) está a realizar conversações sobre segurança em Vienciana, numa altura em que enfrentam disputas marítimas com a China e a dois meses da transição de poder nos EUA.

A decisão do ministro chinês da Defesa, Dong Jun, “é um revés para toda a região”, disse Austin, após o primeiro dia de encontros. “É lamentável. Afecta a região porque a região quer realmente que nós, dois actores importantes, duas potências importantes, falemos um com o outro, e isso tranquiliza todos”, afirmou.

A China não fez qualquer comentário imediato sobre a decisão de não reunir com Austin. O responsável pelo Pentágono chegou ao Laos após reuniões na Austrália com funcionários do país e com o ministro da Defesa do Japão.

Os dirigentes comprometeram-se a apoiar a ASEAN e expressaram “séria preocupação com as ações desestabilizadoras nos mares do Leste e do Sul da China, incluindo a conduta perigosa da República Popular da China contra embarcações das Filipinas e de outros Estados costeiros”, segundo um comunicado.

Para além dos Estados Unidos e da China, também o Japão, a Coreia do Sul, a Índia e a Austrália são outros países de fora do sudeste asiático que estão a participar nas reuniões de dois dias da ASEAN.

As Filipinas, o Vietname, a Malásia e o Brunei, membros da ASEAN, têm reivindicações territoriais sobrepostas com a China no mar do Sul da China, cuja soberania Pequim reivindica quase na totalidade. A Indonésia, a Tailândia, Singapura, Myanmar (antiga Birmânia), o Camboja e o Laos são os outros membros da ASEAN.

Maré baixa

À medida que a China se tornou mais assertiva na defesa das suas reivindicações territoriais nos últimos anos, os membros da ASEAN e Pequim têm vindo a negociar um código de conduta para reger o comportamento no mar, mas o progresso tem sido lento.

As autoridades concordaram em tentar concluir o código até 2026, mas as conversações têm sido dificultadas por desacordos sobre se o pacto deve ser vinculativo.

O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., que apelou a uma maior urgência nas negociações do código de conduta, queixou-se numa reunião de líderes da ASEAN, em Outubro, que o país “continua a ser alvo de assédio e intimidação” pela China, que, segundo ele, violam o direito internacional.

Em Outubro, o Vietname acusou as forças chinesas de terem agredido pescadores vietnamitas em zonas disputadas no mar do Sul da China. A China também enviou navios de patrulha para áreas que a Indonésia e a Malásia reivindicam como parte das suas zonas económicas exclusivas.

Não é claro como a próxima administração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, abordará a situação do mar do Sul da China.

22 Nov 2024

Ministros dos países do sudeste asiático reunidos no Laos

Os chefes da defesa dos países do sudeste asiático iniciaram ontem uma reunião de dois dias no Laos, numa altura de tensões marítimas na região e de escalada da guerra na Ucrânia e no Médio Oriente.

O encontro entre os ministros da Defesa da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que inclui o Myanmar, Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Filipinas, Tailândia, Singapura e Vietname, deve contar com a presença dos seus homólogos norte-americanos e chineses Lloyd Austin e Dong Jun, respectivamente.

As tensões no sudeste asiático, em particular a guerra civil no Myanmar, que se prolonga há mais de três anos, e as disputas territoriais no mar do Sul da China, entre Pequim e os países vizinhos, deverão estar no centro das discussões.

A China, que reivindica a quase totalidade do mar do Sul da China, uma via estratégica para o comércio mundial, disputa territórios com países como a Malásia, o Brunei, o Vietname e as Filipinas, tendo-se registado nos últimos meses vários episódios de confrontos entre navios chineses e, sobretudo, filipinos.

O mar do Sul da China é uma das questões que opõem a China aos Estados Unidos, que não têm reivindicações territoriais na região, mas têm um acordo de defesa mútua com as Filipinas e um interesse em defender a livre circulação nos mares estratégicos.

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, participará no Laos na reunião prevista para hoje com os parceiros da ASEAN, depois de ter visitado a Austrália e as Filipinas, onde prometeu “apoio contínuo” à defesa do país insular.

Austin enviou uma mensagem de tranquilidade antes do regresso à Casa Branca de Donald Trump, que exige maior autonomia aos países aliados em questões de segurança, o que suscitou preocupações na região, cuja defesa continua a depender largamente de Washington.

O ministro da Defesa da China, Dong Jun, também é esperado no Laos e, segundo a imprensa indiana e japonesa, deverá encontrar-se com os seus homólogos Rajnath Singh e Nakatani Gen, num período de tensões territoriais históricas entre a China e os dois países.

À margem das questões regionais, os conflitos na Ucrânia, em Gaza e no Líbano deverão dominar as reuniões e encontros bilaterais, numa altura de escalada. China e EUA mantêm também posições antagónicas nestas questões.

Mundo em jogo

O Presidente russo, Vladimir Putin, parceiro do líder chinês, Xi Jinping, aprovou na terça-feira uma doutrina nuclear que permite responder com armas nucleares a ataques convencionais que ameacem a soberania da Bielorrússia e da Rússia, que ainda não confirmou se vai enviar o seu ministro da Defesa, Andrei Belousov, ao Laos.

A decisão surge depois de a imprensa internacional ter noticiado que os EUA autorizaram a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance para defender as suas posições na região russa de Kursk, onde Moscovo está a ser assistida por soldados da Coreia do Norte, no âmbito de uma aproximação entre Moscovo e Pyongyang.

O exército israelita intensificou também nos últimos dias os seus ataques a Gaza e ao Líbano na sua guerra contra o Hamas e o Hezbollah.

Enquanto a China apela a um cessar-fogo, defende a solução dos dois Estados e critica o apoio dos EUA a Israel como um exemplo da “duplicidade de critérios” do Ocidente, Washington espera que Pequim exerça mais pressão sobre o seu parceiro Irão, que está por trás do chamado “Eixo da Resistência”, que inclui o Hezbollah e o Hamas.

21 Nov 2024

Economia | Taxa de juro de referência mantém-se em 3,1%

O Banco Popular da China anunciou ontem que vai manter a taxa de juro de referência em 3,1 por cento, após o corte de Outubro, indo ao encontro das expectativas dos analistas. Na actualização mensal, a instituição indicou que a taxa de juro de referência a um ano (LPR) permanecerá nesse nível pelo menos até daqui a um mês.

Este indicador, estabelecido como referência para as taxas de juro em 2019, é utilizado para fixar o preço dos novos empréstimos – geralmente destinados às empresas – e dos empréstimos a taxa variável que estão a ser reembolsados.

É calculado com base nas contribuições de preços de uma série de bancos – incluindo pequenos credores que tendem a ter custos de financiamento mais elevados e maior exposição a empréstimos não produtivos – e tem como objectivo reduzir os custos dos empréstimos e apoiar a “economia real”. Em Outubro, o banco central reduziu a LPR a um ano em 25 pontos base para 3,1 por cento.

Esta foi a segunda redução em 2024, com os especialistas a sugerirem que o banco central estava a ser cauteloso face à divergência com outras grandes economias – onde as taxas tinham tido uma tendência de subida para conter a inflação – e à consequente pressão sobre a taxa de câmbio da moeda nacional, o yuan.

Em Julho, o banco central tinha anunciado um corte de 10 pontos base para 3,35 por cento. O banco central também indicou ontem que a LPR a 5 anos ou mais – a referência para os empréstimos hipotecários – se manterá nos 3,6 por cento, depois de ter caído 15 pontos base em Outubro, também em linha com as expectativas dos analistas.

Nas últimas semanas, Pequim anunciou uma série de medidas de estímulo, na sequência de uma descida das taxas de juro nos Estados Unidos, tendo o Presidente chinês, Xi Jinping, apelado a esforços redobrados para atingir o objectivo de crescimento económico de cerca de 5 por cento para este ano.

21 Nov 2024

HK | Pequim acusa magnata Jimmy Lai de ser “agente das forças anti-China”

O magnata de Hong Kong, Jimmy Lai, é “um agente e um peão das forças anti – China”, acusou ontem Pequim, depois de o empresário testemunhar pela primeira vez na antiga colónia britânica, num julgamento por crimes contra a segurança nacional.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Lin Jian disse ontem em conferência de imprensa que “Hong Kong é uma sociedade regida pelo Estado de direito” e que “ninguém pode usar a bandeira da liberdade para se envolver em actividades ilegais e tentativas de escapar à lei”.

Lin afirmou que o sistema judicial de Hong Kong “exerce o seu poder judicial de forma independente, em conformidade com a lei, com procedimentos justos e imparciais e com audiências abertas e transparentes”.

“O Governo central chinês apoia firmemente a região administrativa de Hong Kong na protecção da segurança nacional”, acrescentou, manifestando “oposição” à “interferência de países individuais nos assuntos internos da China, desacreditando e minando o Estado de direito em Hong Kong”.

O processo contra Lai, que já está a cumprir uma pena de mais de cinco anos sob a acusação de fraude por alegadas violações do contrato de arrendamento da sua empresa multimédia, foi retomado ontem em Hong Kong com o seu testemunho, após quase quatro anos de detenção.

Lai, de 76 anos, um crítico do Partido Comunista Chinês (PCC), e as suas empresas enfrentam três acusações ao abrigo da rigorosa Lei de Segurança Nacional de Pequim em Hong Kong, incluindo alegada conivência com “forças estrangeiras” e sedição.

As acusações estão relacionadas com alegados apelos a sanções internacionais contra a cidade e a China por parte do magnata, bem como com o seu papel “no incitamento ao ódio público” durante protestos maciços contra o governo de Hong Kong, em 2019.

21 Nov 2024

Nuclear | Pequim apela à calma após Rússia rever doutrina

A China apelou ontem à calma e à contenção, na sequência da assinatura pelo Presidente russo, Vladimir Putin, de um decreto que alarga as suas opções para a utilização de armas nucleares.

“Nas actuais circunstâncias, todas as partes devem manter a calma e usar de contenção e trabalhar em conjunto através do diálogo e consultas para aliviar as tensões”, disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, em conferência de imprensa.

“A posição da China, que encoraja todas as partes a desanuviar as tensões (…) e a empenhar-se numa resolução política da crise ucraniana, mantém-se inalterada”, acrescentou o porta-voz.

No milésimo dia da sua ofensiva contra a Ucrânia, Vladimir Putin assinou na terça-feira um decreto que alarga o âmbito da utilização de armas nucleares, pouco depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com mísseis de longo alcance de fabrico norte-americano.

Putin avisou, no final de Setembro, que qualquer ataque levado a cabo por um país não nuclear mas apoiado por uma potência com armas nucleares poderia ser considerado uma agressão “conjunta”, exigindo potencialmente o uso de armas nucleares.

Na terça-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou a “escalada” russa na Ucrânia, apelando a Vladimir Putin para que “ouça a razão”.

Macron pediu ao Presidente chinês, Xi Jinping, que faça valer “todo o seu peso” sobre Moscovo. “Pedi ao Presidente Xi Jinping que utilize toda a sua influência, a sua pressão e o seu poder de negociação para que o Presidente Putin ponha termo aos ataques”, afirmou.

21 Nov 2024

Inteligência Artificial | Xi Jinping alerta para “riscos e desafios”

Além dos benefícios da nova tecnologia, o Presidente chinês alerta para os perigos imprevisíveis que daí podem advir

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, destacou ontem os avanços da Inteligência Artificial (IA) e o seu “impacto transformador no mundo”, mas alertou para os “riscos e desafios imprevisíveis” desta tecnologia emergente.

Numa intervenção por videoconferência na abertura da Conferência Mundial da Internet em Wuzhen, na província chinesa de Zhejiang, Xi apelou a um “ciberespaço inclusivo e seguro”, sublinhando a necessidade de cooperação internacional para enfrentar os desafios da era digital, segundo a televisão estatal CCTV.

No seu discurso, Xi sublinhou que “o avanço das tecnologias de IA melhorou a capacidade dos humanos para mudar o mundo, mas também trouxe uma série de riscos e desafios imprevisíveis”.

Reafirmou o compromisso de Pequim em trabalhar com outros países para “construir uma comunidade com futuro partilhado no ciberespaço”, uma fórmula que também defende para outras questões.

O evento, organizado pela Administração do Ciberespaço da China, conta com a participação de líderes empresariais e delegações internacionais e centra-se em temas como a governação da IA e do ciberespaço ou a inovação digital.

O vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang, sublinhou durante a cerimónia que “a IA, juntamente com a Internet, os grandes volumes de dados (‘big data’) e a computação em nuvem, está a impulsionar o desenvolvimento económico e social, mas o fosso digital continua a aumentar e a questão da segurança no ciberespaço continua a ser preocupante”.

Palco da tecnologia

A cimeira, que inclui 24 fóruns e a participação de representantes de 53 países, aborda também a criação de um comité especial sobre IA e um programa de cooperação internacional entre grupos de reflexão.

Estes esforços têm como objectivo promover um desenvolvimento digital mais inclusivo e responsável. Entre os participantes encontra-se Lei Jun, fundador do gigante tecnológico chinês Xiaomi, que participou na cerimónia de abertura.

Num contexto de tensões tecnológicas entre a China e os Estados Unidos, o evento reflecte a estratégia de Pequim para consolidar o seu modelo de governação da Internet, caracterizado por um controlo estatal rigoroso e pela exclusão de plataformas estrangeiras.

Apesar do seu carácter mais regional nos últimos anos, não atraindo figuras de destaque dos gigantes tecnológicos ocidentais, como Tim Cook, da Apple, e Sundar Pichai, da Google, presentes em edições anteriores, a cimeira continua a ser para a China um palco para impulsionar iniciativas internacionais na esfera digital.

A China – onde milhares de portais, aplicações e redes sociais ocidentais, estão bloqueados – acolhe há 10 anos a conferência internacional sobre a Internet, que procura igualmente promover a cooperação internacional no ciberespaço.

21 Nov 2024

HK | Críticas a condenação de activistas “profanam” Estado de direito

O Governo chinês afirmou ontem que as críticas feitas pelos governos ocidentais à condenação de 45 activistas em Hong Kong “profanam e espezinham” o Estado de direito.

Os países ocidentais “utilizam os procedimentos legais relevantes para defender a sua própria segurança nacional, enquanto condenam arbitrariamente os tribunais de Hong Kong que aplicam a Lei de Segurança Nacional”, afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jean, em conferência de imprensa.

“Este tipo de comportamento profana e espezinha seriamente o espírito do Estado de direito”, acrescentou. Os Estados Unidos, Taiwan e a Austrália criticaram ontem a condenação em Hong Kong de 45 activistas pró-democracia a penas de prisão de até 10 anos por terem realizado primárias não oficiais em 2020.

“Os Estados Unidos condenam veementemente as sentenças anunciadas ontem em Hong Kong contra 45 defensores da democracia e ex-funcionários eleitos”, disse um porta-voz do consulado norte-americano na região semiautónoma chinesa.

Com um total de 47 activistas e políticos julgados, trata-se do maior julgamento ao abrigo da Lei de Segurança Nacional de Hong Kong, imposta em 2020 ao território por Pequim.

Apenas dois dos 47 arguidos foram absolvidos, enquanto os restantes receberam penas que variam entre os quatro anos e dois meses e os 10 anos, pena aplicada ao jurista Benny Tai Yiu-ting. Benny Tai e outros 30 arguidos, incluindo o antigo líder estudantil Joshua Wong Chi-fung e a antiga deputada Claudia Mo Man-ching, tinham-se declarado culpados em Maio passado.

Outros 14 arguidos tinham-se declarado inocentes, entre os quais os ex-deputados Leung Kwok-hung (um antigo marxista conhecido como ‘Cabelo Longo’), Lam Cheuk-ting, Helena Wong Pik-wan e Raymond Chan Chi-chuen e a jornalista Gwyneth Ho Kwai-lam.

O Ministério Público acusou-os de tentarem garantir uma maioria legislativa de forma a vetar indiscriminadamente os orçamentos e assim paralisar o governo de Hong Kong e derrubar a então líder da cidade, Carrie Lam Cheng Yuet-ngor.

20 Nov 2024

Índia | Pequim pede “sinais mais positivos” sobre a fronteira

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, pediu ontem ao homólogo indiano, Subrahmanyam Jaishankar, “mais sinais positivos”, na sequência do acordo entre os dois países sobre o patrulhamento da fronteira comum nos Himalaias.

“Xi Jinping e Narendra Modi reuniram-se recentemente, marcando o reatamento das relações, mas agora os dois lados devem implementar o importante consenso a que chegaram e respeitar os interesses fundamentais um do outro”, disse Wang, num encontro à margem da cimeira do G20, no Brasil, segundo um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

O diplomata acrescentou que a China e a Índia devem “reforçar a confiança mútua através do diálogo” e “lidar adequadamente com as diferenças com sinceridade e integridade”, para que os laços regressem a um estado “estável e saudável”.

“É necessário enviar mais sinais positivos e fazer mais coisas que favoreçam os intercâmbios”, disse Wang Yi, que apelou também a “progressos práticos” na retoma dos voos directos entre os dois países.

O chefe da diplomacia chinesa lembrou que os dois países comemoram no próximo ano o 75.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas, o que torna necessário “planear actividades comemorativas” e “promover intercâmbios e visitas em todos os domínios e a todos os níveis”.

“A China e a Índia têm interesses comuns que ultrapassam largamente as suas diferenças. Devemos trabalhar em conjunto porque isso também promove a multipolaridade e o multilateralismo”, afirmou.

Sem fricções

Jaishankar considerou positivo que ambas as partes estejam a “tomar medidas para implementar o consenso” alcançado por Xi e Modi, de acordo com a nota do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

“A Índia espera reiniciar os mecanismos de diálogo relevantes o mais rapidamente possível e manter a dinâmica de melhoria e desenvolvimento das relações bilaterais. Devemos tratar adequadamente as questões relevantes com uma atitude mais positiva e não deixar que diferenças específicas definam a relação entre os dois países”, disse.

O acordo permitirá à Índia retomar o patrulhamento das zonas fronteiriças entre as duas potências asiáticas no território dos Himalaias de Ladakh, que foi interrompido após confrontos em 2020, que resultaram na morte de soldados de ambos os países.

O que este acordo significará para o patrulhamento da zona, um ponto de fricção entre a Índia e a China, que disputam a hegemonia na região do Indo-Pacífico, não foi detalhado.

O destacamento da China provocou em 2020 uma reacção indiana, que levou a um confronto fronteiriço nos Himalaias ocidentais, o pior confronto entre as duas potências asiáticas em quase meio século, que causou a morte de pelo menos 20 soldados indianos e 76 feridos, enquanto Pequim reconheceu quatro mortos e um ferido grave.

Desde então, com um grande destacamento de tropas, a situação mantém-se tensa, apesar de várias rondas de negociações diplomáticas e militares entre representantes dos dois países para tentar reduzir os atritos e diminuir o número de soldados na região.

20 Nov 2024

ELP | China e Paquistão em exercícios conjuntos

O Exército de Libertação Popular (ELP), as Forças Armadas da China, vai realizar exercícios conjuntos antiterrorismo com o Paquistão entre finais de Novembro e meados de Dezembro, informou ontem o ministério da Defesa chinês.

O exercício será conduzido pelo Comando do Teatro Oeste do ELP, que enviará tropas para o Paquistão, para participarem nos exercícios, disse o ministério, em comunicado divulgado na rede social chinesa Weibo.

As forças participantes “conduzirão um treino combinado com uma abordagem multinível e multidisciplinar, simulando processos operacionais reais”.

Esta será a oitava edição desta série de exercícios conjuntos, que têm como objectivo “reforçar a cooperação prática” entre as forças armadas dos dois países e avaliar as suas “capacidades em operações coordenadas de combate ao terrorismo”.

Pequim, que mantém laços estreitos com Islamabade, comprometeu-se a investir 64 mil milhões de dólares em projectos de infra-estruturas no Paquistão, no âmbito do Corredor Económico China-Paquistão, que liga a Ásia do Sul e Central à China.

No entanto, Pequim tem alertado o Paquistão para a importância de assegurar um ambiente seguro para a cooperação entre os dois países, num contexto de recrudescimento da violência armada e de atentados que visaram sobretudo cidadãos chineses e projectos de desenvolvimento de Pequim.

No início de Outubro, dois cidadãos chineses foram mortos e mais de uma dezena de pessoas ficaram feridas num atentado suicida no aeroporto do sul de Karachi.

Em Março, um outro bombista suicida matou pelo menos cinco chineses e um paquistanês, todos trabalhadores do projecto hidroelétrico de Dasu, na província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do país.

20 Nov 2024

Hunan | Detido suspeito de atropelar várias pessoas em frente a uma escola

A polícia da cidade chinesa de Changde, na província central de Hunan, deteve ontem um homem de 39 anos acusado de atropelar vários peões em frente a uma escola, anunciou o Gabinete de Segurança Pública local. O suspeito, identificado como Huang, foi capturado pouco depois do incidente, que ocorreu às 7:37 horas locais.

As autoridades locais afirmaram que as vítimas, cujo número não foi divulgado e que foram levadas para o hospital, não apresentavam ferimentos que pusessem em risco a sua vida. No comunicado oficial, as forças de segurança afirmaram que “o caso está a ser investigado para esclarecer as circunstâncias do atropelamento e fuga”.

Imagens que circulam nas redes sociais, cuja autenticidade não foi confirmada, mostram um homem a ser imobilizado à força depois de ter sido retirado de um automóvel SUV branco. Entretanto, as autoridades prometem punição severa para “crimes hediondos” após os recentes ataques indiscriminados.

A Procuradoria Popular Suprema prometeu punições “severas, rigorosas e rápidas” para aqueles que cometem “crimes hediondos”, visando “manter a estabilidade social e reforçar o sentimento de segurança e bem-estar entre o público”.

Em comunicado, divulgado após uma reunião de trabalho, a procuradoria afirmou que vai adoptar “uma abordagem de tolerância zero relativamente aos crimes que visem os estudantes ou que comprometam a segurança das escolas”.

A nota sublinhou “a importância de julgar estes casos de forma decisiva e rápida para conseguir um efeito dissuasor poderoso”.

20 Nov 2024

G20 | Xi anuncia melhorias na iniciativa Uma Faixa, Uma Rota

O Presidente chinês, Xi Jinping, reafirmou ontem o apoio aos países em desenvolvimento, na cimeira do G20, incluindo a promoção da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ de “alta qualidade”, o plano estratégico de infra-estruturas de Pequim.

“A China sempre foi um membro do Sul Global e um parceiro fiável e duradouro para os países em desenvolvimento”, sublinhou Xi, durante um discurso na cimeira, que decorre no Rio de Janeiro, em declarações transmitidas pela televisão estatal chinesa CCTV.

Xi, que utiliza frequentemente estes fóruns internacionais para promover a liderança chinesa entre os países em desenvolvimento, anunciou uma série de iniciativas, incluindo a promoção de uma “rede de ligações” de alta qualidade e “tridimensional”, incluindo uma “Rota da Seda” ecológica e digital, no âmbito da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’.

O projecto-chave da administração de Xi atingiu um marco importante, na semana passada, com a inauguração, no Peru, do porto de Chancay, promovido como “ponto de partida para um novo corredor” entre a Ásia e a América Latina.

A infra-estrutura vai dar ao Brasil, por exemplo, acesso ao Oceano Pacífico, reduzindo o tempo e custo no comércio com a Ásia, o destino mais importante das exportações brasileiras.

Xi Jinping disse também que o país vai criar um Centro de Investigação para o Sul Global, para aumentar a cooperação em sectores como a segurança alimentar, e que vai trabalhar com os países africanos para dar seguimento aos compromissos assumidos no Fórum de Cooperação China-África, que se realizou em Setembro, em Pequim.

A China prometeu 50,7 mil milhões de dólares para financiar o desenvolvimento do continente africano nos próximos três anos.

Injecção de conhecimento

Xi manifestou o apoio à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, lançada na segunda-feira na sessão de abertura da cimeira do G20.

O líder chinês indicou ainda que, juntamente com o Brasil, a África do Sul e a União Africana, Pequim vai promover a “Iniciativa Internacional de Cooperação Científica”, bem como intercâmbios com o Sul Global em domínios como a digitalização, a educação e a luta contra a corrupção, sem adiantar mais pormenores.

Xi também defendeu o comércio livre e propôs a redução das taxas alfandegárias para os países menos desenvolvidos que mantêm relações diplomáticas com a China, um discurso que tem incentivado na sequência da vitória eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos.

20 Nov 2024

Pequim pede que não se exacerbem tensões regionais após acordo entre Filipinas e EUA

A China apelou ontem a que “não se prejudique a paz nem se exacerbem tensões regionais”, depois de Manila e Washington terem assinado um acordo de partilha de informações militares, face às disputas territoriais com Pequim.

O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian, afirmou ontem em conferência de imprensa que “qualquer tipo de acordo militar assinado ou qualquer tipo de cooperação em matéria de defesa e segurança” não deve “visar uma terceira parte ou prejudicar os interesses de uma terceira parte”.

“A única opção correcta para proteger a segurança nacional e a paz e estabilidade regionais é aderir aos princípios de boa vizinhança e à autonomia estratégica”, acrescentou o porta-voz.

O acordo General Security Overarching Military Information Agreement é um “passo fundamental para melhorar a partilha de informações e aprofundar a interoperabilidade entre as Filipinas e os Estados Unidos”, declarou o Departamento da Defesa das Filipinas após a assinatura do documento, num evento oficial em que participou o Secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin.

Entre os objectivos da visita de Austin conta-se a reiteração do “firme compromisso” com o tratado de defesa mútua e a implementação de financiamento militar no valor de 500 milhões de dólares, anunciado durante uma viagem às Filipinas, em Julho passado, de acordo com um comunicado do Departamento da Defesa dos EUA.

Bons velhos amigos

As Filipinas têm um tratado de defesa mútua com os EUA desde 1951, que o actual presidente, Joe Biden, reforçou com acordos suplementares durante a sua administração, com um maior entendimento bilateral, após o mandato do ex-presidente filipino Rodrigo Duterte, que se aproximou da China.

Este tratado tornou-se particularmente relevante nos últimos anos devido às disputas territoriais entre as Filipinas e a China.

As autoridades filipinas argumentam que os atóis em disputa se situam dentro das 200 milhas náuticas da sua zona de exclusividade económica, o que, nos termos do direito internacional, lhe confere o direito de explorar os recursos, mesmo que se trate de águas internacionais.

Pequim alega razões históricas para a sua reivindicação de quase todo o mar do Sul da China, rico em recursos e uma via fundamental para o comércio mundial. Em 2016, o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia decidiu que as reivindicações da China não estavam sustentadas pelo direito internacional, uma decisão que Pequim se recusa a reconhecer.

19 Nov 2024

Análise | Pequim e UE devem restaurar confiança política

China e União Europeia (UE) encontram-se num momento crítico para restaurar a confiança política, face às incertezas suscitadas pelo regresso de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, afirmaram diplomatas e especialistas chineses.

Citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês responsável pelos assuntos europeus, Cao Lei, disse que a vitória eleitoral de Trump pode ser “o ponto de viragem dos [nossos] tempos” e instou Bruxelas e Pequim a corrigirem as clivagens e a melhorarem os laços.

“Ninguém quer voltar à lei da selva, à era do confronto e da Guerra Fria e à hegemonia unilateral. É este o cenário que as relações China – UE enfrentam”, afirmou, durante o lançamento da Rede de Grupos de Reflexão da China sobre a Europa, um ‘think tank’ da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, que visa promover um novo entendimento entre as duas partes. China e UE enfrentam a perspectiva de taxas alfandegárias mais elevadas na segunda administração Trump.

A Europa está também atenta a mudanças políticas em Washington sobre a NATO e a guerra na Ucrânia, enquanto procura novo equilíbrio de poder nas relações transatlânticas. Citado pelo SCMP, o director de estudos europeus da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Feng Zhongping, afirmou que a Europa é mais importante para a China do que os EUA e que ambas as partes devem ser capazes de restaurar a confiança política.

“Com o regresso de Trump à Casa Branca, uma cooperação reforçada entre China e Europa será benéfica para ambas as partes enfrentarem os desafios no início de uma nova era de incertezas no mundo”, afirmou.

Analistas também alertaram para o facto de Bruxelas poder responder aos desafios do segundo mandato de Trump utilizando Pequim como moeda de troca para se aproximar ainda mais de Washington. As tensões entre China e UE aprofundaram-se nos últimos anos em relação económicas, diferenças ideológicas e à percepção de riscos de segurança, especialmente desde a invasão russa da Ucrânia em Fevereiro de 2022.

A UE classificou a China como um rival sistémico e concorrente económico, decidiu reduzir a dependência de uma cadeia de abastecimento centrada na China e tornou-se mais vocal e assertiva em relação aos direitos humanos, às disputas territoriais no mar do Sul da China e à questão de Taiwan.

As relações bilaterais foram ainda mais perturbadas quando Bruxelas impôs taxas punitivas sobre veículos eléctricos fabricados na China, uma medida que Pequim considerou proteccionista.

Apesar dos conflitos crescentes, Pequim tem repetidamente descrito o bloco como um dos seus parceiros mais importantes na manutenção do multilateralismo e na promoção da globalização. Pequim continua a sublinhar a estreita relação económica – com o comércio bilateral a atingir 2 mil milhões de euros por dia – e o importante papel da UE como principal exportador de tecnologia para a China.

“A China apoia firmemente a integração europeia, mas não deseja que a UE se torne uma fortaleza proteccionista fechada em si própria”, afirmou Cao. “A China apoia a Europa a desempenhar um papel mais importante nos assuntos internacionais, mas não quer que esta escolha um lado e provoque um confronto entre blocos”, acrescentou.

Visões desalinhadas

De acordo com um relatório divulgado durante o evento, existe um profundo desfasamento entre a China e o bloco de 27 membros, em termos das suas percepções mútuas sobre questões que vão desde as relações económicas a questões de segurança.

O relatório referiu que as rápidas mudanças registadas na China têm constantemente “ultrapassado os limites cognitivos da Europa, desafiado as suas experiências históricas e antecipações políticas”. A opinião pública na Europa revela desconforto com as mudanças na política global, incluindo a ascensão da China, bem como preocupação com a dificuldade de exercer influência, vincou o relatório.

“Isto tornou-se uma barreira psicológica que a China e a Europa têm de trabalhar em conjunto para ultrapassar”, lê-se.

Cao observou que “o factor-chave é a percepção”. “O posicionamento da UE em relação à China está continuamente a inclinar-se para a competição, com alguns a afirmarem que a China é uma ameaça à segurança. Este é um problema que deve ser levado a sério”, afirmou.

19 Nov 2024

Filipinas | Tufão Man-yi origina oito mortes, mas Presidente do país desvaloriza tempestade

Oito pessoas morreram durante a passagem do tufão Man-yi pelas Filipinas no domingo, sete destas num deslizamento de terras no norte do arquipélago, segundo uma responsável da agência local de gestão de catástrofes.

O deslizamento de terras, que também feriu outras três pessoas, ocorreu na província de Nueva Vizcaya, a norte de Manila, na ilha de Luzon, disse Kristine Falcon à agência de notícias AFP. Um homem de 79 anos morreu na província de Camarines Norte, a leste de Manila, depois da motorizada que conduzia ter entrado em contacto com uma linha de energia que tinha caído, disse a polícia.

O serviço meteorológico nacional tinha alertado para o impacto “potencialmente catastrófico” do tufão Man-yi que atingiu as Filipinas no domingo, mas o Presidente filipino, Ferdinand Marcos, disse ontem que “não foi tão grave” como se havia pensado. “Embora o [Man-yi] tenha sido forte, o impacto não foi tão grave como temíamos”, disse Marcos, de acordo com uma transcrição oficial dos comentários do chefe de Estado, fornecida aos meios de comunicação social.

“Vamos agora continuar a resgatar pessoas que estão em zonas isoladas e continuar a ajudar os deslocados que não têm dinheiro para preparar as suas próprias refeições e que não têm água disponível”, acrescentou o Presidente.

Ventos com uma média de 185 quilómetros por hora, com rajadas a atingir os 305 quilómetros por hora, foram registados depois de Man-yi ter atingido a costa filipina na tarde de domingo na província de Aurora, na ilha de Luzon.

O tufão arrancou árvores, derrubou linhas de energia, destruiu casas de madeira e provocou deslizamentos de terras. O supertufão Man-yi foi despromovido à categoria de tufão no domingo, ao passar pela ilha de Luzon, e seguiu ontem em direcção ao Vietname.

Mais de 1,2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas com a aproximação de Man-yi, a sexta tempestade a atingir o arquipélago desde o mês passado. Pelo menos 171 pessoas morreram na série de tempestades tropicais que começaram em meados de Outubro, deixando milhares de desalojados e destruindo culturas e gado.

As regiões de Macau e Hong Kong, no sul da China, já emitiram o sinal de tempestade tropical n.º1 e disseram estar a ponderar elevar o alerta para o n.º3 (o segundo nível numa escala de cinco) entre a noite de hoje, segunda-feira, e a madrugada de terça-feira.

De acordo com a Autoridade da Aviação Civil das Filipinas e a Guarda Costeira, pelo menos 26 aeroportos nacionais e dois aeroportos internacionais foram encerrados provisoriamente e os serviços de ferry e de transporte de mercadorias entre ilhas foram suspensos devido ao mar agitado, deixando milhares de passageiros e utentes retidos.

As Filipinas são fustigadas por cerca de 20 tufões e tempestades por ano, são frequentemente atingidas por terramotos e têm mais de uma dúzia de vulcões ativos, o que as torna um dos países mais propensos a catástrofes do mundo.

19 Nov 2024

Cimeira do G20 | PM britânico reúne com Xi Jinping

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, vai manter um “diálogo pragmático” com o Presidente chinês, Xi Jinping, à margem da cimeira do G20 no Brasil, no primeiro encontro entre líderes dos dois países desde 2018.

A reunião com Xi é um dos encontros que o líder trabalhista tem previsto na cimeira do Rio de Janeiro, na qual se espera também que sejam abordadas questões de interesse comum, como os actuais conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente.

O governo londrino confirmou em comunicado que Starmer se comprometeu a manter “conversações pragmáticas” com o líder chinês “no interesse nacional do Reino Unido” durante a cimeira.

“Tenciono ter uma reunião bilateral com o Presidente Xi no G20. Penso que isso é importante”, afirmou Starmer na mesma nota. O político britânico recordou que ambos os países são “actores globais, potências globais e membros permanentes do Conselho de Segurança (da ONU) e do G20.

“A economia da China é obviamente a segunda maior do mundo. É um dos nossos maiores parceiros comerciais e é por isso que irei conduzir negociações sérias e pragmáticas com o Presidente quando nos encontrarmos”, afirmou. Nos últimos anos, as relações entre o Reino Unido e a China deterioraram-se.

“Dada a dimensão da economia [chinesa], é muito importante que tenhamos uma relação pragmática e séria [com a China] e é isso que estou a tentar fazer”, afirmou Starmer. O comunicado de Downing Street – residência e gabinete oficial do primeiro-ministro – referiu ainda que esta é a primeira viagem de um chefe do Executivo britânico ao Brasil em doze anos.

19 Nov 2024

Livro | Papa pede investigação sobre genocídio em Gaza

O Papa Francisco considera que se deve investigar se Israel está a cometer actos de genocídio em Gaza, segundo refere no seu novo livro “A esperança nunca desilude” e cujos primeiros excertos foram ontem publicados no diário La Stampa.

“Segundo alguns especialistas, o que está a acontecer em Gaza tem características de genocídio. Deveria ser cuidadosamente investigado para determinar se se encaixa na definição técnica formulada por juristas e organismos internacionais”, assinala o Papa no livro.

“Penso sobretudo em quem deixa Gaza no meio da fome que atingiu os irmãos palestinianos perante a dificuldade de fazer chegar comida e ajuda ao seu território”, acrescenta Francisco. No seu entender, no Médio Oriente, há “portas abertas de nações como a Jordânia ou o Líbano, que continuam a ser a salvação para milhões de pessoas que fogem dos conflitos naquela zona”.

O novo livro, intitulado “A esperança nunca desilude”, foi editado pelo jornalista Hernan Reyes Alcaide e irá ser publicado na terça-feira em Itália, Espanha e América Latina, e, posteriormente, noutros países.

A obra é publicada antes da celebração do Jubileu, que começa a 24 de Dezembro e decorre durante 2025, e quando se estima que cerca de 30 milhões de fiéis católicos vão em peregrinação a Roma. No livro, o líder da Igreja Católica reflecte ainda sobre a geopolítica, família, clima, educação, realidade social, economia mundial e migração.

Desequilíbrio por acertar

Para Francisco, há “uma globalização da indiferença” à qual se deve responder “com a globalização da caridade e cooperação”, sobretudo em questões como os actuais fenómenos de migração.

“Perante este desafio, nenhum país pode ficar sozinho e ninguém pode pensar em enfrentar a questão de forma isolada através de leis mais restritivas e repressivas, às vezes aprovadas sob a pressão do medo ou para obter vantagens eleitorais”, defende o Papa, que insta a que “se humanizem as condições dos imigrantes”.

Para Francisco, “os países com os maiores fluxos migratórios devem ser envolvidos num novo círculo virtuoso de crescimento económico e de paz que inclua todo o planeta”.

“Para que a imigração seja uma decisão verdadeiramente livre é necessário fazer os possíveis para assegurar a participação igualitária no bem comum a todos, bem como o respeito pelos direitos fundamentais e o acesso ao desenvolvimento humano integral”, considera.

Nesse sentido, “só se garantida esta plataforma básica em todas as nações do mundo poderemos decidir que os que imigram o fazem livremente e poderemos pensar numa solução verdadeiramente global para o problema”.

“Para alcançar este cenário devemos dar o passo preliminar fundamental de pôr fim às condições comerciais desiguais entre os diferentes países do mundo”, apela Francisco. Segundo denuncia o Papa, há “uma realidade que só consiste numa transação entre filiais que pilham os territórios dos países mais pobres e enviam os seus produtos e receitas” para os países desenvolvidos.

“Vêm-me à mente, por exemplo, os sectores ligados à exploração dos recursos naturais subterrâneos. São as veias abertas destes territórios”, afirmou Francisco, numa referência a Eduardo Galeano, autor da obra “As veias abertas da América Latina”.

O Papa reitera ainda o seu apelo ao acolhimento dos migrantes. “Ao pedir que lhes abram as portas, exorto também a que se favoreça o seu desenvolvimento integral, que se lhes dê a oportunidade de se realizarem como pessoas em todas as dimensões que compõe a humanidade prevista pelo criador”, acrescenta.

18 Nov 2024

Filipinas | Supertufão Man-Yi atinge norte e deixa rasto de destruição

As tempestades sucedem-se nesta região do globo. Em menos de um mês, já se contam seis grandes eventos que provocaram danos massivos

 

O supertufão Man-yi atingiu ontem a ilha de Luzon, a mais populosa das Filipinas, destruindo casas, provocando inundações e a fuga em massa da população, segundo as autoridades locais.

O supertufão destruiu casas, provocou grandes marés e obrigou centenas de milhares de pessoas a fugir para abrigos de emergência, ao atravessar o norte das Filipinas, naquela que é a sexta grande tempestade a atingir o país em menos de um mês.

O Man-yi continuava a registar rajadas de 185 km/h quando atingiu pela segunda vez o arquipélago, no município de Dipaculao, na província de Aurora, na ilha de Luzon, disse à AFP o meteorologista Junie Ruiz.

No sábado à noite, tufão Man-yi atingiu a província de Catanduanes, na ilha oriental, com ventos de até 195 quilómetros por hora e rajadas de até 240 quilómetros por hora. A agência meteorológica do país alertou para uma “situação potencialmente catastrófica e de risco de vida, com “ameaça de inundações, deslizamentos de terras e ondas gigantes”.

Não há notícia imediata de vítimas do tufão, que se prevê que sopre para noroeste, atravessando o norte de Luzon, a região mais populosa do arquipélago.

A região metropolitana de Manila, a capital, seria provavelmente poupada a um impacto directo, mas foi colocada, juntamente com as regiões periféricas, sob alerta de tempestade e avisada de perigosas ondas de tempestade costeiras.

Toda a província de Catanduanes ficou sem electricidade depois de o tufão ter derrubado árvores e postes de electricidade, e as equipas de resposta a catástrofes estavam a verificar quantas mais casas tinham sido danificadas, para além das afectadas pelas tempestades anteriores.

Cerca de metade dos 80.000 habitantes da província insular estavam a ser acolhidos em centros de evacuação.

O receio pela aproximação do tufão era tão grande, que as autoridades de Catanduanes chegaram a ameaçar os aldeões em zonas mais vulneráveis com prisão se não seguissem as ordens de evacuação para locais mais seguros.

Mais de 750.000 pessoas refugiaram-se em abrigos de emergência, incluindo igrejas e um centro comercial, devido ao Man-yi e a duas tempestades anteriores, maioritariamente no norte das Filipinas, informou o secretário-adjunto Cesar Idio, do Departamento de Defesa Civil, e outras autoridades provinciais.

Sequência de desastres

O raro número de tempestades e tufões consecutivos que assolaram Luzon em apenas três semanas causou a morte de mais de 160 pessoas, afectou 9 milhões de pessoas e provocou danos tão consideráveis nas comunidades residenciais, nas infra-estruturas e nas terras agrícolas que as Filipinas poderão ter de importar mais arroz, um alimento básico para a maioria dos filipinos.

Numa reunião de emergência realizada à medida que o Man-yi se aproximava, o Presidente Ferdinand Marcos Jr. pediu ao seu gabinete e aos funcionários das províncias que se preparassem para “o pior cenário possível”.

De acordo com a Autoridade da Aviação Civil das Filipinas e a Guarda Costeira, pelo menos 26 aeroportos nacionais e dois aeroportos internacionais foram encerrados provisoriamente e os serviços de ferry e de transporte de mercadorias entre ilhas foram suspensos devido ao mar agitado, deixando milhares de passageiros e utentes retidos.

Os Estados Unidos, aliados de Manila, juntamente com Singapura, Malásia, Indonésia e Brunei, forneceram aviões de carga e outros meios de ajuda contra a tempestade para reforçar as agências governamentais de resposta a catástrofes, que se encontram sobrecarregadas.

No mês passado, a primeira grande tempestade, Trami, causou a morte de várias pessoas, depois de ter feito chover em 24 horas o equivalente a um ou dois meses de chuva em várias cidades.

As Filipinas são fustigadas por cerca de 20 tufões e tempestades por ano, são frequentemente atingidas por terramotos e têm mais de uma dúzia de vulcões ativos, o que as torna um dos países mais propensos a catástrofes do mundo.

18 Nov 2024

Jiangsu | Esfaqueamento em escola faz 8 mortos e 17 feridos

Um ataque com uma faca numa escola no leste da China fez no sábado oito mortos e 17 feridos, disseram as autoridades, acrescentando que o autor do crime foi detido.

“Às 18:30, ocorreu um ataque com uma faca no Instituto Profissional de Artes e Tecnologia de Wuxi”, na província de Jiangsu, que “deixou oito mortos e 17 feridos”, disse a polícia da cidade de Yixing, onde sucedeu a tragédia, refere a Agência France-Presse.

Segundo a força policial, o ataque foi perpetrado por um ex-aluno, que foi “detido no local”.

De acordo com os primeiros elementos da investigação, citados num comunicado de imprensa, o suspeito é um homem de 21 anos, aluno da turma de 2024.

“Por não ter obtido o diploma depois de ter falhado os exames e por estar insatisfeito com a remuneração durante o estágio, [jovem] regressou à escola para expressar a sua raiva e cometer estes homicídios”, disse a polícia de Yixing.

O suspeito “confessou tudo”, acrescentou o comunicado da polícia. “Os serviços estão totalmente mobilizados para prestar cuidados aos feridos, gerir as consequências da tragédia e concluir a investigação deste acontecimento”, concluiu a polícia.

Estes atentados são pouco frequentes no país, mas este é o segundo do género na China esta semana, depois de um ataque com um carro.

Um homem de 62 anos conduziu um SUV contra pessoas que faziam exercício ao ar livre num complexo desportivo em Zhuhai, na província de Guangdong, na passada segunda-feira, matando 35 pessoas e ferindo cerca de 40.

18 Nov 2024

Líderes chinês e japonês encontram-se pela primeira vez e tentam aliviar tensões

Os líderes da China e do Japão encontraram-se pela primeira vez, à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico, em Lima (Peru), para desenvolver a comunicação bilateral entre os dois países e tentar aliviar tensões.

Assim, o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, comprometeram-se, no encontro, a desenvolver a comunicação bilateral para tentar aliviar as tensões entre os dois países, desde a polémica descarga de água tratada da central nuclear japonesa de Fukushima até à disputa histórica sobre as ilhas Diaoyu.

“Acabei de realizar uma reunião de alto nível com o Presidente chinês para promover uma relação mutuamente benéfica baseada em interesses estratégicos comuns e para construir ‘relações construtivas’”, disse o primeiro-ministro japonês numa mensagem na conta oficial do governo japonês na rede social X.

“Continuaremos a melhorar a comunicação, incluindo ao nível da cimeira, para atenuar os problemas e as preocupações, bem como para reforçar a cooperação e a coordenação entre os nossos dois países”, acrescentou o primeiro-ministro japonês após o seu primeiro encontro com o líder chinês. Ishiba é chefe do governo japonês desde 1 de Outubro.

Elefante na sala

Xi Jinping felicitou Ishiba pela sua nomeação, antes de concordar que os dois países se encontram num “momento crítico” para melhorar as relações e estabelecer laços “construtivos e estáveis”, segundo a Europa Press.

Durante o encontro, o primeiro-ministro japonês pediu ao Presidente chinês que acelerasse o levantamento das restrições impostas pelo seu país à importação de peixe e marisco japoneses, decididas em resposta ao derrame de Fukushima, que, segundo Pequim, representa uma ameaça para as suas águas apesar das garantias oferecidas por Tóquio, em troca da implementação de um novo programa de controlo deste procedimento, que incluiria a participação de peritos chineses.

18 Nov 2024