França/Eleições | Xi Jinping “felicita” Macron pela reeleição

Emmanuel Macron venceu a segunda volta das Presidenciais em França com 58 por cento dos votos, derrotando a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen. O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu continuar a trabalhar com Macron em prol dos compromissos firmados desde o início das relações diplomáticas entre os dois países

 

O Presidente chinês, Xi Jinping enviou ontem uma mensagem ao seu homólogo francês Emmanuel Macron para “felicitar” pela reeleição, informou a televisão chinesa CCTV.

“Quero continuar a trabalhar com o Presidente Macron para defender […], como desde o estabelecimento das nossas relações diplomáticas, os princípios da independência, da compreensão mútua, da clarividência e do benefício mútuo”, declarou Xi Jinping.

O centrista Emmanuel Macron foi no domingo reeleito Presidente de França, obtendo 58,55 por cento dos votos na segunda volta das eleições, contra 41,45 por cento de Marine Le Pen, a candidata de extrema-direita, segundo resultados oficiais definitivos divulgados pelo Ministério do Interior francês.

Em 2017, a primeira vez que os dois se enfrentaram nas eleições presidenciais, Emmanuel Macron venceu com mais de 66 por cento dos votos, contra 33,90 por cento de Marine Le Pen, ou seja, com uma vantagem significativamente mais clara do que nas eleições de domingo.

Discursando perante os franceses junto da Torre Eiffel, no domingo, Emmanuel Macron prometeu dar respostas aos eleitores que se abstiveram. “A partir deste momento já não sou o candidato de um campo, sou o Presidente de todos. Sei que para muitos dos nossos compatriotas que hoje escolheram a extrema-direita, a raiva e o desacordo que os levaram a votar pela extrema-direita deve encontrar uma resposta. É essa a minha responsabilidade”, disse Macron no discurso de vitória, em frente à Torre Eiffel.

O Presidente reeleito de França fez um curto discurso perante cerca de 1.000 apoiantes que vieram até ao Champ de Mars para agradecer a mobilização dos seus apoiantes, mas também para agradecer a todos os franceses que não o escolheram na primeira volta, mas lhe deram o voto para erguer uma “barreira” contra Marine Le Pen.

“Sei também que um grande número dos nossos compatriotas votou hoje por mim, não por me apoiarem, mas para fazerem barreira à extrema-direita. E quero dizer-lhes que tenho consciência da minha dívida nos próximos anos”, afirmou o Presidente francês.

No caso de Le Pen, esta afirmou: “Um grande vento de liberdade poderia ter-se levantado sobre o país. A escolha das urnas, que respeito, decidiu de outra maneira”, declarou a candidata, no discurso de derrota, no Pavilhão d’Armenonville, no nordeste de Paris.

A candidata da União Nacional afirmou que, “apesar de duas semanas de métodos desleais, brutais e violentos, semelhantes àqueles que os franceses aguentam no seu quotidiano”, as ideias que o seu partido representa “atingiram um pico nesta noite de eleições presidenciais”. “Com mais de 43 por cento dos votos, o resultado desta noite representa uma vitória esmagadora. Milhões de compatriotas escolheram o campo nacional e da mudança”, afirmou.

Parabéns de Putin

Muitos analistas encaram esta vitória como sendo positiva para a continuação do projecto europeu. Numa altura em que a Europa se vê a braços com o conflito na Ucrânia, Vladimir Putin, Presidente russo, também felicitou Macron.  “Desejo-lhe sinceramente sucesso na sua acção pública, bem como boa saúde”, afirmou Vladimir Putin num telegrama enviado a Emmanuel Macron.

O chanceler alemão Olaf Scholz foi o primeiro dirigente estrangeiro a falar com Emmanuel Macron após a vitória deste na segunda volta das presidenciais francesas, revelaram fontes da Presidência. As mesmas fontes do Eliseu, citadas pela EFE, adiantam que Scholz telefonou a Macron para felicitá-lo pela vitória sobre Marine Le Pen, candidata da extrema-direita, e enfatizou que o contacto logo após a reeleição é um reflexo da amizade franco-alemã.

Antes da chamada, Scholz recorreu ao Twitter para felicitar Macron em francês pela sua reeleição, mas continuou em alemão, considerando que eleitores franceses enviaram “um sinal forte à Europa”.  “Anseio pela nossa boa e contínua cooperação”, sublinhou.

26 Abr 2022

Fórum Boao | Xi Jinping propõe iniciativa para segurança “de todos os Estados”

Na abertura do Fórum Boao, que se realiza em Hainan, o presidente chinês defendeu a implementação de uma nova estratégia diplomática que promova “a segurança em todo o mundo”, respeitando a soberania de cada Estado, sempre em nome do multilateralismo

 

O Presidente chinês propôs hoje uma nova iniciativa para “promover a segurança em todo o mundo”, que “respeite tanto a soberania de todos os Estados como o caminho de desenvolvimento que cada um escolhe”.
Xi Jinping proferiu um discurso na abertura do Fórum de Boao, que se realiza na ilha de Hainan, conhecido como o ‘Davos asiático’, com quase nenhuma presença internacional devido às restrições impostas pela China face à pandemia de covid-19.

“Respeitamos a soberania e a integridade territorial de todos os países. Aderimos à não interferência nos assuntos internos dos outros, e também respeitamos o caminho de desenvolvimento que cada país escolhe”, afirmou.

O governante sublinhou que a China continua “comprometida com os princípios da Carta das Nações Unidas” e opõe-se a “mentalidades de guerra fria, unilateralismo e confrontação em bloco”.

“Levamos muito a sério as legítimas preocupações de segurança de todos os países e procuramos uma arquitectura de segurança equilibrada, eficaz e sustentável, em vez de cada um procurar a sua própria segurança à custa dos outros”, acrescentou.

Xi referia-se à posição da China sobre a guerra na Ucrânia, tendo apelado ao respeito pela integridade territorial de todos os países e evitado utilizar a palavra “invasão” para se referir à ofensiva russa, reiterando ao mesmo tempo a sua oposição às sanções contra Moscovo.

“As diferenças e disputas devem ser resolvidas através do diálogo. A China apoia todos os esforços que conduzam a uma solução pacífica das crises, opondo-se simultaneamente à imposição de sanções unilaterais”, salientou.

Sempre confiantes

O chefe de Estado chinês falou também da covid-19, numa altura em que a China está a atravessar uma onda de surtos atribuídos à variante Ómicron, que tem resultado num número de infecções semelhante ao registado no início da pandemia, no primeiro semestre de 2020.

“A saúde e a segurança são necessárias para o progresso e desenvolvimento humano, e temos de as defender. Face aos desafios, não devemos perder a confiança, hesitar ou recuar. Temos de reafirmar a nossa confiança e prosseguir contra todas as probabilidades”, defendeu.

“São necessários mais esforços se a humanidade quiser alcançar a vitória contra a pandemia. É essencial que os países se apoiem uns aos outros e coordenem melhor as suas ações. Temos de melhorar a governação global da saúde e formar sinergias na luta contra a covid-19”, acrescentou.

Xi também garantiu que a China irá proporcionar “grande dinamismo” à recuperação económica global com “mais oportunidades de mercado para todos os países”, afirmando que a economia chinesa permanece “forte, resistente, sustentável a longo prazo, com enorme potencial e espaço de manobra”.

“São necessários esforços para manter a globalização económica a funcionar e, para o fazer, todos nós precisamos de coordenar melhor as nossas políticas macroeconómicas. Devemos utilizar a ciência e a tecnologia para alcançar novos impulsos de crescimento”, indicou.

O Presidente chinês prometeu “manter as cadeias de abastecimento globais estáveis” e “evitar os efeitos negativos dos ajustamentos feitos por alguns países”, numa aparente referência à próxima reunião da Reserva Federal dos EUA, a 4 de Maio, num contexto de elevadas pressões inflaccionistas.

21 Abr 2022

Cimeira China-UE | Xi Jinping apela ao compromisso para travar a crise provocada pela guerra 

A 23.ª cimeira entre a China e líderes da União Europeia decorreu na sexta-feira e teve a guerra na Ucrânia como tema central. Xi Jinping apelou à sólida união com a União Europeia para “prevenir o alastramento da crise”. Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, alertou que uma ajuda à Rússia por parte da China poderá prolongar o conflito

 

Líderes da União Europeia (UE) e a China reuniram na sexta-feira numa cimeira que teve como tema principal o conflito que decorre na Ucrânia. Segundo a agência estatal chinesa Xinhua, Xi Jinping, Presidente chinês, disse que as origens da situação na Ucrânia prendem-se com as tensões em matéria de segurança regional que têm aumentado ao longo dos anos.

O Presidente chinês frisou que a China e a UE necessitam de se comprometer para manter “a situação sob controlo”, a fim de “prevenir o alastramento da crise”. Acima de tudo, o governante defendeu ser fundamental “manter o sistema, as regras e a estabilidade da economia mundial, com o objectivo de fomentar a confiança do público”.

Para Xi Jinping, a China e a UE devem actuar como “duas grandes forças” a fim de manter a ordem global e lidar com as “incertezas” vividas na diplomacia mundial, com base na estabilidade das relações entre o país e a UE.

Li Keqiang, primeiro-ministro chinês, declarou que “dentro das actuais circunstâncias, o diálogo e a cooperação mantêm-se as bases dominantes da relação entre a China e a UE, e os benefícios mútuos são a peça chave da cooperação”. Para o governante chinês, os dois lados devem apostar no fomento dos actuais mecanismos na resposta à covid-19, as alterações climáticas ou economia digital, além de buscarem novas áreas de cooperação.

Sobre a situação na Ucrânia, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, alertou que quaisquer tentativas para contornar as sanções da UE ou ajudar a Rússia só irão manter o conflito aceso.

Charles Michel salientou que “quaisquer tentativas para contornar as sanções ou fornecer ajuda à Rússia irão prolongar a guerra”, num recado a Pequim. Para o representante europeu, uma ajuda a Moscovo “irá levar a mais perdas de vidas e a um impacto económico ainda maior, o que não beneficia ninguém a longo prazo”.

A UE irá estar “alerta a qualquer tentativa de ajuda à Rússia, financeira ou militarmente”, sublinhou também. “Pedimos à China para ajudar a acabar com a guerra na Ucrânia, a China não pode fazer de conta que não vê a Rússia a violar a lei internacional”, acrescentou, salientando que quaisquer passos positivos que Pequim dê no sentido de ajudar para o fim do conflito “serão bem-vindos por todos os europeus e pela comunidade global”.

“Momento decisivo”

A par de Charles Michel, o bloco comunitário também esteve representado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell. A presidente da Comissão Europeia avisou a China para “não interferir” nas sanções da UE à Rússia nem apoiar militarmente o regime russo na guerra na Ucrânia, numa cimeira que ocorreu num “momento decisivo”.

“A cimeira não foi certamente como habitual [pois] realizou-se numa atmosfera muito sóbria e num contexto da guerra russa na Ucrânia e foi bom termos tido hoje (sexta-feira) um diálogo muito aberto e muito franco com o Presidente Xi e o primeiro-ministro Li” da China, afirmou Ursula von der Leyen.

A líder do Executivo comunitário acrescentou que “ficou claro que este não é apenas um momento decisivo para o continente [europeu], mas é também um momento decisivo para a relação [da UE] com o resto do mundo”, assim como “para a ordem global baseada em regras” pois “nada ficará como era antes da guerra”.

Numa altura em que a UE e os parceiros internacionais, num total de mais de 40 países, adoptaram sanções pesadas contra o regime russo, a responsável avisou: “Deixámos muito claro que a China deveria, senão apoiar, pelo menos não interferir com as nossas sanções”. “Discutimos isso e também o facto de que nenhum cidadão europeu compreenderia qualquer apoio à capacidade da Rússia para fazer a guerra e, além disso, isso levaria a um grande prejuízo para a reputação da China aqui na Europa”, alertou.

Para Ursula von der Leyen, “a China, como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, tem uma responsabilidade muito especial” em acabar com as hostilidades, dada a proximidade à Rússia.

“E foi isto que discutimos de uma forma muito franca e aberta. Nós, UE, estamos determinados a apoiar a ordem multilateral juntamente com os nossos parceiros internacionais”, vincou.

Insistindo nos “riscos de reputação” se Pequim apoiar o regime russo, Ursula von der Leyen lembrou os laços económicos entre o bloco comunitário e o chinês, já que “todos os dias a China e a UE transacionam quase dois mil milhões de euros de bens e serviços”.

“E o comércio entre a China e a Rússia é de apenas 330 milhões de euros por dia, portanto um prolongamento da guerra e as perturbações que esta traz à economia mundial não é do interesse de ninguém”, exemplificou.

A ideia da UE era usar este alto encontro diplomático para cooperação entre Ocidente e Oriente com vista ao fim da guerra na Ucrânia, exortando ainda a China a não apoiar a Rússia para ultrapassar as sanções financeiras aplicadas pela UE contra o regime russo, como o congelamento de bens.

EUA culpados

No mesmo dia da cimeira, a diplomacia chinesa acusou Washington de instigar a guerra na Ucrânia e disse que a NATO devia ter sido dissolvida após o colapso da União Soviética.

“Como culpados e principais instigadores da crise na Ucrânia, os Estados Unidos conduziram à expansão da NATO a leste, em cinco etapas, nas últimas duas décadas”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhao Lijian.

“O número de membros da NATO aumentou de 16 para 30, e [a Aliança] expandiu-se para leste, abrangendo mais 1.000 quilómetros, para locais perto da fronteira russa, encurralando a Rússia contra um muro, passo a passo”, acrescentou.

Embora a China diga que tem uma posição neutra no conflito em curso na Ucrânia, Pequim declarou uma parceria “sem limites” com Moscovo.

Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia, já que se recusou a condená-la, mas já tentou distanciar-se da guerra iniciada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, apelando ao diálogo e ao respeito pela soberania dos outros países.

Esta não foi, assim, uma cimeira dominada pelos laços económicos, como de costume, mas antes pela guerra na Ucrânia, em altura de aceso confronto armado devido à invasão russa do país no final de Fevereiro.

A UE exportou para a China bens num total de 223 mil milhões de euros e importou 472 mil milhões de euros mercadorias em 2021. Os dois blocos foram ainda os maiores parceiros no comércio de mercadorias do mundo, num total de 1,9 mil milhões de euros movimentados por dia.

4 Abr 2022

Xi Jinping “em choque” com queda de avião

O avião da China Eastern Airlines que se despenhou hoje quando viajava entre as cidades chinesas de Kunming (sudoeste) e Cantão levava 132 pessoas a bordo, e não 133 como inicialmente noticiado pela televisão estatal chinesa CCTV.

O Presidente chinês, Xi Jinping, declarou-se “em choque” e apelou para que “sejam determinadas o mais rapidamente possível as causas do acidente”, noticiou a agência Nova China. Também Li Keqiang, primeiro-ministro do país, apelou aos esforços “para consolar as famílias das vítimas e providenciar-lhes assistência”. O primeiro-ministro disse ainda, segundo a Xinhua, que as autoridades devem ser responsáveis pela divulgação de informação precisa em tempo útil, além de recolherem provas da causa do acidente e reforçarem as medidas de segurança no sector da aviação.

A partir dos Estados Unidos, a Boeing indicou estar a esforçar-se “por reunir mais informações”. De acordo com o grupo de informação financeira Yicai, a China Eastern Airlines, a segunda maior companhia do país, decidiu não esperar pelos resultados da investigação e suspender todos os seus aparelhos 737-800 a partir de terça-feira.

O Boeing-737 caiu perto da cidade de Wuzhou, na região de Guangxi (sul), e “causou um incêndio” nas montanhas, informou a CCTV, acrescentando que as equipas de resgate foram enviadas para o local. Ainda não foi divulgado qualquer balanço daquele que poderá ser o acidente de aviação com mais vítimas no país desde 1994, mas o Presidente, Xi Jinping, já reagiu, o que é invulgar num dirigente chinês.

Num comunicado, a companhia aérea China Eastern Airlines “prestou homenagem aos mortos” na queda do avião. Segundo o ‘site’ especializado FlightRadar24, o aparelho perdeu em três minutos cerca de 8.000 metros de altitude, antes de desaparecer do radar após as 14:22 locais.

O voo MU5735 da companhia de Xangai tinha descolado pouco depois das 13:00 locais da cidade de Kunming, no sudoeste da China, e tinha como destino Cantão, no sul, a cerca de 1.300 quilómetros.

O 737-800, que transportava 123 passageiros e nove tripulantes, “perdeu o contacto sobre a cidade de Wuzhou”, na região montanhosa de Guangxi, indicou a Agência Chinesa da Aviação Civil (CAAC).

O embate do avião “provocou um incêndio” na montanha, noticiou a televisão pública chinesa CCTV, que transmitiu imagens dos bombeiros a dirigir-se para o local do acidente através de uma zona montanhosa e arborizada, juntamente com a informação de que as chamas foram apagadas.

“Todos os habitantes tomaram a iniciativa de ajudar as equipas de socorro. Toda a gente foi para a montanha”, relatou, Tang Min, proprietária de um estabelecimento comercial situado a cerca de quatro quilómetros do local do impacto, citada pela agência noticiosa francesa AFP.

Os acidentes de aviação são relativamente raros na China, um país onde o tráfego aéreo se desenvolveu consideravelmente nas últimas décadas e onde as medidas de segurança são geralmente rigorosas.

O último grande acidente no país ocorreu em agosto de 2010, quando um voo da companhia chinesa Henan Airlines se despenhou no nordeste do país fazendo 40 mortos.

O maior número de vítimas num voo comercial data de 1994, quando um Tupolev 154 da China Northwest Airlines se despenhou pouco depois da descolagem de Xi’an, no norte do país, matando as 160 pessoas a bordo.

Muitos passageiros chineses morreram também em março de 2014, aquando do enigmático desaparecimento do voo MH370 da Malaysian Airlines, com destino a Pequim.

O acidente aéreo de hoje é mais um duro golpe para a empresa Boeing na China. Em março de 2019, o país foi o primeiro do mundo a ordenar às suas companhias para suspenderem os voos dos aparelhos 737 MAX, por razões de segurança.

O anúncio surgiu na sequência de dois acidentes em poucos meses no estrangeiro, que fizeram 346 mortos.

Quase três anos após esses reveses, o regulador chinês levantou finalmente em dezembro passado a sua interdição de voo ao Boeing 737 MAX, ignorando-se se esses aparelhos já retomaram os voos comerciais na China. A decisão era muito aguardada pela Boeing, para a qual a China é um importante mercado.

O regulador condicionou o regresso do 737 MAX ao espaço aéreo chinês a modificações técnicas nos aviões, a fim de garantir a segurança dos voos. A China foi o último grande país a levantar a interdição de voo a este aparelho da Boeing.

21 Mar 2022

China quer aprofundar relações com África do Sul, diz Xi Jinping

A China está disposta a trabalhar com a África do Sul para impulsionar as suas relações para um nível mais profundo, com maior qualidade e mais amplo alcance, disse o Presidente chinês, Xi Jinping, na sexta-feira.

Xi fez estas declarações durante sua conversa telefónica com o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, informa a agência estatal Xinhua.

Ao assinalar que a China e a África do Sul compartilham uma relação amistosa especial de camaradas e irmãos, Xi disse que consolidar e desenvolver as suas relações é de grande significado para guiar as relações entre a China e a África, assim como a solidariedade e a cooperação entre os países em desenvolvimento.

As duas partes devem continuar a apoiar-se firmemente em assuntos relacionados aos interesses fundamentais e às principais preocupações de cada um, intensificar os esforços para implementar os nove programas do Fórum de Cooperação China-África e o plano estratégico de cooperação de 10 anos entre os dois países, assim como esforçar-se por novos êxitos na cooperação bilateral em diversas áreas, disse Xi.

A China dá as boas-vindas a mais importações de produtos sul-africanos de alta qualidade, apoia as duas partes na expansão da cooperação em campos emergentes como novas energias e comércio electrónico, e incentiva as empresas chinesas a realizarem cooperação em investimentos na África do Sul e ajudar o país africano a obter os objectivos de desenvolvimento da nova iniciativa de investimento, disse Xi, citado pela Xinhua.

A China está disposta a discutir a cooperação na produção de vacinas com a África do Sul e a apoiar a África do Sul e outros países africanos na sua luta contra a covid-19, disse Xi.

Xi observou que a China, que preside ao BRICS este ano, está disposta a trabalhar com a África do Sul para manter o impulso de desenvolvimento do mecanismo de cooperação do BRICS, construir uma parceria de alta qualidade mais abrangente, mais próxima, mais pragmática e inclusiva, realizar o desenvolvimento dos países membros e promover um desenvolvimento global mais forte, verde e saudável.

Sentimentos recíprocos

Ramaphosa disse que gostaria de estender mais uma vez as suas felicitações pelo centenário do Partido Comunista da China e pelos bem-sucedidos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno de Pequim.

Mencionando que a China é uma confiável e verdadeira parceira e amiga da África do Sul, bem como dos países africanos, Ramaphosa agradeceu à China por manter uma posição justa e fornecer assistência valiosa para a África do Sul e os países africanos para ajudá-los a superar conjuntamente as dificuldades.

A África do Sul adere firmemente à política de Uma Só China e apoia firmemente a posição da China sobre a questão relacionada com o Tibete e outras questões importantes, disse Ramaphosa.

21 Mar 2022

Uma faixa, uma rota | Um projecto que é um “modelo paradigmático da ‘xiplomacia’”

Num artigo recentemente publicado na revista do Instituto Português de Relações Internacionais, da Universidade Nova de Lisboa, o investigador e professor catedrático da Universidade Autónoma de Lisboa, Luís Tomé, defende que o projecto “uma faixa, uma rota” é um dos mais “emblemáticos” da era Xi Jinping, um “modelo paradigmático” e um “poderoso instrumento” para reforçar a presença de Pequim a nível regional

 

Qual a estratégia que Xi Jinping pretende levar a cabo no país para os próximos tempos a nível diplomático? Nesta nova era em que a China cimenta progressivamente o seu poder a nível mundial, o projecto de “uma faixa, uma rota” torna-se cada vez mais importante. Esta é uma das conclusões do artigo “A grande estratégia da China de Xi Jinping: Objectivos, poder nacional abrangente e políticas”. Luís Tomé considera que este projecto “é a mais emblemática das iniciativas” da China de Xi Jinping, sendo este um “modelo paradigmático da ‘xiplomacia’” e um “poderoso instrumento para reforçar a cooperação de Pequim com países e grupos regionais”.

No artigo, publicado na última edição da revista do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, dedicada à China, pode ler-se que a iniciativa “uma faixa, uma rota” contribui “para a China de Xi diversificar rotas de abastecimento e escoamento, aumentar o seu peso económico, comercial e financeiro sobre os países e as regiões envolvidos e, naturalmente, incrementar a sua influência política e os seus fins geo‐ políticos e geoestratégicos”.

O catedrático exemplifica com o facto de o país “ter mais portos no seu território do que qualquer outro país do mundo”, além de que “as empresas chinesas, na sua maioria estatais ou controladas por Pequim, já investiram e adquiriram direitos de exploração em mais de 100 portos de 60 países”, como é o caso de Hambantota, no Sri Lanka, ou Gwadar, no Paquistão.

O artigo denota que o projecto de “uma faixa, uma rota” é um dos exemplos de como a China tenta “socializar as suas ideias e promover as suas mensagens”. Luís Tomé frisa que os EUA têm a percepção do poder que constitui este projecto político e do “poderoso instrumento que representa na grande estratégia da China”. Neste sentido, chegou a ser anunciada a ideia de desenvolver uma iniciativa semelhante à “uma faixa, uma rota” mas a Ocidente.

Bom sucesso

Para Luís Tomé, a “xiplomacia”, conceito desenvolvido ao longo do artigo, tem por objectivos a “manutenção do ‘papel dirigente’” do Partido Comunista Chinês (PCC) em prol da construção de um “socialismo com características chinesas”, bem como da “realização do comunismo. Xi Jinping pretende também “preservar a soberania chinesa contra as ‘ingerências externas’ nos seus ‘assuntos internos”.

Em matéria diplomática, o Presidente chinês luta para “manter a integridade territorial, incluindo nos mares da China do Sul e Oriental” e concluir a “unificação da China” face à questão de Taiwan.

A ideia é que a China possa “restaurar a sua posição central” na diplomacia mundial, adquirir uma “posição dominante” e “reformar a ordem mundial e a governação global”.

O académico defende que “a China de Xi antecipou no tempo alguns objectivos traçados anteriormente e delineou novos num ambicioso plano” que ficaria ligado ao centenário do PCC, celebrado no ano passado, e da China Popular, em 2049.

Nesta “Nova Era”, na qual Xi Jinping acredita que o país “já alcançou o grande objectivo associado ao primeiro centenário de ‘completar a construção de uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos’”, parte-se para uma nova fase marcada pela ideia de “construção de um país socialista moderno”.

Para Luís Tomé, “a grande estratégia da China de Xi para a ‘Nova Era’ parece estar a ser bem-sucedida, acelerando o crescimento do seu poder nacional abrangente e elevando‐se à categoria de nova superpotência”.

Além disso, a ‘xiplomacia’ “tem tido êxito na angariação de parceiros e acordos de comércio livre e na promoção da sua influência nas instituições internacionais” através da presença em organizações criadas por “americanos e aliados” dos EUA, como é o caso da Organização das Nações Unidas ou do Fundo Monetário Internacional, mas também com a criação de “novos quadros e mecanismos centrados na China”.

Desafios maiores

Nestes novos tempos Xi Jinping parece ter adoptado uma postura diferente em matéria diplomática em relação aos seus antecessores, como denota o autor do artigo. “A China de Xi abandonou a postura de low profile inerente à ‘estratégia dos 24 caracteres’ dos seus antecessores desde Deng Xiaoping para adoptar uma estratégia muito mais assertiva, desafiadora e mesmo confrontacional, tentando acelerar a obtenção dos seus fins”, pode ler-se.

Esta estratégia, anunciada por Deng Xiaoping em 1990, referia-se às ideias de “observar calmamente; conservar a nossa posição” e um envolvimento “prudente” nos assuntos internacionais. As autoridades acreditavam, à época, que deveriam “esconder as suas capacidades e esperar a sua vez”, com um perfil diplomático discreto e “nunca reclamar a liderança”.

Actualmente “a China de Xi parece imparável, mas são muitos os desafios que enfrenta, interna e externamente. O novo estatuto de superpotência atrai amigos, mas também acarreta custos e a atenção de rivais”. Além disso, esta postura “está a provocar reacções adversas numa magnitude que talvez Pequim não tenha antecipado”, existindo uma tentativa de contenção por parte dos EUA.

Luís Tomé apresenta como exemplos a suspensão do acordo de investimentos entre a China e a União Europeia ou algumas críticas internacionais às políticas de Pequim. Neste contexto, “a grande estratégia da China de Xi parece ter ido longe demais e depressa demais”, uma vez que “a outrora imagem geral da China de ‘panda benigno’ reparte‐se agora com outra de ‘dragão ameaçador’”.

Relação pragmática

No que diz respeito às relações entre a China e a Rússia, e numa altura em que decorre a invasão na Ucrânia, Luís Tomé defende que estas se intensificaram desde a anexação da zona da Crimeia pelos russos, em 2014. “A Rússia é o principal fornecedor de energia e de armamento à China, e essa articulação estratégica e militar envolve também pressões que parecem combinadas no timing de Moscovo sobre a Ucrânia e de Pequim sobre Taiwan, como aconteceu na Primavera e no Outono de 2021”.

Está em causa uma “quase aliança RPC-Rússia” que não acontece por ambos os países serem “membros de uma ‘internacional autocrática’ mas por considerarem que isso serve os seus respectivos objectivos geopolíticos: conter a supremacia dos Estados Unidos, dividir o Ocidente e as potências democráticas, suprimir influências políticas liberais nas organizações e convenções internacionais e alterar a ordem mundial”, aponta o artigo.

15 Mar 2022

Ucrânia | Xi Jinping pede “contenção máxima” em conversa com Macron e Scholz

O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu ontem “contenção máxima” no conflito na Ucrânia, durante uma conversa por telefone com os líderes de França e Alemanha, Emmanuel Macron e Olaf Scholz, respetivamente, informou a televisão chinesa.

A China, que mantém boas relações com Moscovo, recusou, até agora, falar de uma invasão da Ucrânia, lamentando apenas o conflito, ao mesmo tempo em que disse “compreender” as preocupações de segurança russas.

Segundo a cadeia televisiva estatal CCTV, Xi Jinping disse que a China estava “profundamente entristecida por testemunhar uma nova guerra no continente europeu”.

“Desejamos pedir a maior contenção para evitar uma crise humanitária em grande escala”, acrescentou, sem denunciar a ofensiva lançada, em 24 de fevereiro, pelo Presidente russo, Vladimir Putin, contra o país vizinho.

Xi Jinping disse “apreciar os esforços da França e da Alemanha para atuar como mediadores” e garantiu que Pequim também está pronta para desempenhar “um papel ativo”.

“Devemos juntos apoiar as negociações pela paz entre a Rússia e a Ucrânia”, afirmou. A China “está pronta para fornecer ajuda humanitária à Ucrânia”, acrescentou.

O Presidente chinês repetiu a oposição do seu país às sanções internacionais, dizendo que as medidas tomadas contra Moscovo “causarão danos a todas as partes”.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.

Os ataques provocaram também a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

9 Mar 2022

Xi Jinping pede que fornecimento alimentar seja a “principal prioridade”

O Presidente chinês, Xi Jinping, pediu hoje que o fornecimento alimentar, particularmente de grãos, seja a “principal prioridade” das autoridades, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

Xi assegurou que a população chinesa, composta por mais de 1,4 mil milhões de pessoas, está “bem alimentada”, mas apelou para que a questão do fornecimento alimentar “não seja descurada”, durante uma reunião com membros da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, uma espécie de senado, sem poderes legislativos, cuja sessão anual está a decorrer em Pequim.

“A oferta de alimentos não pode ser considerada uma questão insignificante”, explicou Xi, que alertou que o país asiático não pode “depender apenas do mercado internacional”.

A China vai aderir aos princípios de “autossuficiência baseada na produção doméstica” e na “moderação das importações de grãos”, acrescentou, citado pela Xinhua.

O líder chinês afirmou que a autossuficiência vai ser apoiada pelo desenvolvimento tecnológico, que permitirá à China “obter calorias e proteínas de plantas, animais e microrganismos”.

O país asiático alimenta quase 18% da população mundial com apenas 8,5% das terras aráveis do mundo. Em comparação, o Brasil, por exemplo, tem quase 7% das terras aráveis para 2,7% da população mundial.

A China deve “deter firmemente o uso não agrícola de áreas cultivadas”, pelo qual “os funcionários locais serão responsáveis”, enfatizou Xi. “O mundo entrou numa nova era de turbulência e mudanças”, alertou.

A China depende parcialmente das importações para atender à procura de alimentos: as importações de soja, de países como Estados Unidos, Brasil ou Argentina, ascenderam no ano passado a 96,52 milhões de toneladas. No ano passado, o país asiático promulgou uma ampla lei destinada a reduzir o desperdício de alimentos.

Ao comer fora, os anfitriões chineses tradicionalmente pedem comida em excesso, como forma de demonstrar hospitalidade aos convidados, mas os restaurantes podem agora cobrar uma taxa extra aos clientes que desperdiçam grande quantidade de comida.

Os estabelecimentos que encorajam pedidos excessivos recebem, primeiro, um aviso e, de seguida, uma multa de até 10.000 yuans por reincidência.

7 Mar 2022

China-França | Xi Jinping e Emmanuel Macron querem reforço de relações 

Os Presidentes da China e de França conversaram via telefone esta quarta-feira e prometeram o reforço de cooperação bilateral mas também no contexto da União Europeia. Ambos os governantes demonstraram esperança na ratificação do acordo de investimentos entre a China e a UE

 

O Presidente chinês, Xi Jinping, e seu homólogo francês, Emmanuel Macron, concordaram na quarta-feira em aprofundar a cooperação entre a China e a França e avançar nas relações entre a China e a União Europeia (UE).

Segundo a agência Xinhua, ambos os governantes mantiveram uma conversa via telefone, tendo Xi Jinping destacado que a China e a UE devem manter um entendimento correcto entre ambos e persistir no respeito e diálogo mútuos, bem como na cooperação e nos benefícios recíprocos.

Desta forma, Xi Jinping considerou que os dois países devem trabalhar em conjunto para construir um novo desenvolvimento das relações entre a China e a UE. A China diz-se disposta a trabalhar com a França para a obtenção de sucessos aquando da realização da reunião dos líderes China-UE e numa nova ronda de diálogo sobre assuntos estratégicos, económicos e comerciais.

Xi Jinping frisou também ser importante avançar na ratificação e implementação do acordo de investimentos entre a China e a UE, a fim de criar benefícios para ambos os lados. Também Macron “expressou a sua esperança no progresso da ratificação e implementação” do mesmo acordo.

Por sua vez, Macron disse que a actual situação mundial está “cheia de tensões e turbulência”, pelo que a França espera aprofundar a sua parceria estratégica com a China.

O governante disse que o país está satisfeito com os avanços feitos pelos dois países, nos últimos anos, em áreas como a tecnologia, agricultura, aviação e energia nuclear.

Relativamente à covid-19, Emmanuel Macron referiu que a França está disposta a colaborar com a China para enfrentar os impactos da pandemia.

JO na agenda

Na conversa telefónica de quarta-feira os Jogos Olímpicos (JO) de Inverno também marcaram a agenda dos dois governantes. Macron referiu que a organização desta competição em Pequim “é uma tarefa bastante exigente”, tendo em conta as circunstâncias actuais da pandemia. Já Xi Jinping adiantou que os JO se realizaram sem problemas e conforme o planeado, o que demonstra que a comunidade internacional “anseia por paz, unidade e progresso”.

A França assumiu este ano a presidência rotativa da UE, o que levou Xi Jinping a afirmar que o país tem feito esforços para aumentar a solidariedade no seio dos estados-membros e a autonomia estratégica do continente europeu.

Ainda em matéria de cooperação económica, Xi e Macron discutiram “a próxima etapa” da implementação de vários acordos de cooperação económica bilateral em matérias como a tecnologia agrícola, com um maior registo de empresas agro-alimentares na China.

Foi também defendida, entre outras medidas, uma maior adesão dos bancos e instituições financeiras francesas ao Sistema de Pagamento Interbancário Transfronteiriço do RMB.

18 Fev 2022

Ano Novo | Ho Iat Seng reitera confiança no futuro do país

O Partido, a Pátria e a Confiança no Futuro do País. São estes os eixos, segundo Ho Iat Seng, para a revitalização do navio gigante da “nação chinesa”, em que Macau deve participar para garantir a estabilidade e prosperidade

 

O Partido, a Pátria e a Confiança no Futuro do País. Foram estes os três eixos destacados por Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, na Festa da Primavera Oferecida pelo Gabinete de Ligação do Governo Central.

Num discurso em que o contexto nacional foi a principal tónica, Ho Iat Seng garantiu que os residentes se identificam com o Partido Comunista e reconhecem a sua autoridade. “Os residentes de Macau têm os seus sentimentos de identidade com o Partido Comunista da China, de pertença à grandiosa Pátria e de orgulho em ser chinês reforçados e estão cheios de confiança no desenvolvimento futuro”, afirmou Ho Iat Seng.

O Chefe do Executivo considerou ainda que o mundo viveu mudanças “sem precedentes nos últimos cem anos” e que “a grande Pátria é o firme respaldo de Macau para garantir a estabilidade e prosperidade duradouras”.

Em sintonia com o discurso do Governo Central, Ho Iat Seng deixou muito claro que “a grande revitalização da nação chinesa” é imparável. “Independentemente das mudanças a nível internacional, o navio gigante ‘Zhonghua’ irá decerto navegar corajosamente e avançar rumo à grande revitalização da nação chinesa”, prometeu.

Ainda em relação ao ano que começa, Ho Iat Seng disse ser “crucial” para os objectivos da “nação chinesa” e que vai ficar marcado pela realização dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim e o 20.º Congresso Nacional do Partido Comunista da China. Este último evento deverá acontecer no Outono e garantir a Xi Jinping um terceiro mandato.

Resultados positivos

Sobre o ano que passou, Ho Iat Seng indicou que foi “manifestamente invulgar”, contudo, apontou que devido à “firma liderança do Governo Central” os resultados foram positivos. “No ano que passou, com a firme liderança do Governo Central e o forte apoio da Pátria, o Governo da RAEM coordenou as acções de prevenção e controlo da epidemia com as de recuperação socioeconómica e promoveu a recuperação gradual da economia, o que contribuiu para um desenvolvimento social tendencialmente estável e positivo”, discursou.

Diante do Governo Central, Ho Iat Seng destacou ainda como triunfos da política local as eleições da 7.ª Assembleia Legislativa, em que foram excluídos pela primeira vez candidatos por motivos políticos, e o aperfeiçoamento contínuo do “regime jurídico da defesa da segurança nacional”. Estes dois aspectos foram ainda indicados como a concretização “plena” do “princípio Macau governada por patriotas”.

17 Fev 2022

Jogos Olímpicos | Texto do brinde de Xi Jinping na cerimónia de abertura

O presidente chinês, Xi Jinping, e sua esposa Peng Liyuan organizaram um banquete no Grande Palácio do Povo no meio-dia do sábado para receber ilustres convidados de todo o mundo que participaram da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing 2022.
Segue o texto na íntegra do brinde do presidente Xi:

 

Brinde por Sua Excelência Xi Jinping
Presidente da República Popular da China
No Banquete de Recepção dos
Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing 2022
5 de fevereiro de 2022
Presidente do COI Thomas Bach,
Caros colegas,
Senhoras e senhores,
Amigos,
É um grande prazer encontrar tantos velhos e novos amigos em Beijing enquanto o povo chinês celebra a Festa da Primavera, o início do ano novo lunar. Deixe-me começar estendendo, em nome do governo e do povo chineses, e em nome de minha esposa e de mim propriamente, uma calorosa recepção a todos os ilustres convidados que viajaram para a China e participam dos Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing 2022. Agradeço sinceramente a todos os governos, povos e organizações internacionais que se preocupam e apoiam os Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing. Em particular, gostaria de expressar meu agradecimento a todos os amigos presentes aqui que superaram as dificuldades e inconveniências causadas pela COVID-19 e vieram até Beijing para torcer pelos Jogos Olímpicos de Inverno e pela China.
Ontem à noite, os Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing foram oficialmente abertos no Estádio Nacional da China. Após 14 anos, o caldeirão olímpico foi iluminado mais uma vez em Beijing, tornando a cidade a primeira a sediar os Jogos Olímpicos de Verão e Inverno. Comprometida em organizar Jogos verdes, inclusivos, abertos e limpos, a China tem feito todos os esforços para conter o impacto da COVID-19, cumpriu seriamente sua promessa solene à comunidade internacional e garantiu a abertura tranquila dos Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing, como programado.
Uma maior participação do público no esporte de inverno contribui para o Movimento Olímpico. Ao se preparar e organizar os Jogos Olímpicos de Inverno e promover o esporte olímpico de inverno, a China vem popularizando os esportes de inverno entre as pessoas comuns, alcançando o objetivo de engajar 300 milhões de chineses nos esportes sobre neve e gelo, e deu uma nova contribuição para a causa olímpica em todo o mundo.
Senhoras e senhores,
Amigos,
Desde tempos antigos, o Movimento Olímpico tem carregado as aspirações da humanidade pela paz, solidariedade e progresso.
– Devemos ter em mente a aspiração original do Movimento Olímpico e defender conjuntamente a paz mundial. O Movimento Olímpico nasceu em prol da paz e vem prosperando graças à paz. A Resolução da Trégua Olímpica aprovada em dezembro passado por consenso na Assembleia Geral das Nações Unidas, pedindo a promoção da paz através do esporte, representa a aspiração comum da comunidade internacional. Precisamos defender o respeito mútuo, a igualdade, o diálogo e a consulta, nos esforçar para superar as diferenças e eliminar conflitos, e trabalhar juntos por um mundo de paz duradoura.
– Devemos promover o espírito do Movimento Olímpico e enfrentar os desafios comuns enfrentados pela comunidade internacional através da solidariedade. A pandemia de COVID-19 ainda está voraz, enquanto questões globais, incluindo mudanças climáticas e terrorismo, continuam surgindo. A comunidade internacional deve ficar mais unida. A única maneira de todos os países enfrentarem efetivamente os diversos desafios é fortalecer a solidariedade e a cooperação e trabalhar em conjunto por um futuro compartilhado. Precisamos praticar o verdadeiro multilateralismo, defender o sistema internacional centrado nas Nações Unidas e a ordem internacional apoiada pelo direito internacional, e trabalhar juntos para construir uma família internacional de harmonia e cooperação.
– Devemos agir com o propósito do Movimento Olímpico e continuamente buscar o progresso humano. O Movimento Olímpico visa alcançar o desenvolvimento humano universal. Precisamos seguir a tendência dos tempos, manter-nos fiéis aos valores comuns da humanidade de paz, desenvolvimento, equidade, justiça, democracia e liberdade, promover intercâmbios e aprendizado mútuo entre civilizações, e trabalhar juntos para construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.
Senhoras e senhores,
Amigos,
Vou citar uma poesia chinesa, “Fora vai o velho ano com o som de bombinhas; em vem o novo com o calor do vinho e brisa da primavera”. A China acaba de entrar no Ano do Tigre de acordo com o calendário lunar. Tigre é um símbolo de força, coragem e destemor. Desejo a todos os atletas olímpicos um excelente desempenho com a força do tigre. Estou confiante de que, com os esforços conjuntos de todos nós, Beijing 2022 certamente entrará para a história como Jogos Olímpicos simples, seguros e esplêndidos.
Para concluir, proponho um brinde:
Para o desenvolvimento dinâmico do Movimento Olímpico;
Para a nobre causa de paz e desenvolvimento da humanidade; e
Para a saúde de todos os convidados ilustres e suas famílias.
Saúde!

7 Fev 2022

Xi Jinping elogia “amizade de ferro” entre a China e a Sérvia

O presidente chinês, Xi Jinping, elogiou a “amizade de ferro” entre a China e a Sérvia num encontro com o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, no sábado em Pequim. Xi afirmou que os dois países desfrutam de confiança mútua política de alto nível, e que as relações bilaterais resistiram aos testes e se tornaram ainda mais fortes, estabelecendo um modelo de relações internacionais.

O presidente sérvio veio à China para participar da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022.

Saudando o salto no desenvolvimento dos laços bilaterais nos últimos anos, Xi disse que os dois lados implementaram vários projectos de cooperação que abrangem vários campos, incluindo infraestruturas, energia e capacidade de produção.

Vucic disse que a Sérvia é uma verdadeira amiga da China, e que o lado sérvio respeita a China e admira a sua liderança, acrescentando que não importa que pressão ou dificuldades venham à frente, a amizade de ferro entre os dois países permanecerá forte.

Em questões como Xinjiang e Taiwan que envolvem os interesses centrais da China, o lado sérvio ficará do lado do povo chinês como sempre. Vucic disse ainda que o lado sérvio espera aumentar ainda mais a cooperação com a China em áreas como negócios, comércio, investimento e intercâmbios interpessoais. Vucic também expressou a esperança de que Xi visite a Sérvia o mais breve possível após a pandemia.

7 Fev 2022

China e Rússia unem-se para denunciar influência dos EUA na Europa e na Ásia

A China e a Rússia denunciaram hoje, numa declaração conjunta, a influência dos Estados Unidos e o papel das alianças militares ocidentais na Europa e na Ásia como desestabilizadores.

No documento, os dois países afirmam-se “contrários a qualquer futuro alargamento da NATO” e denunciam a “influência negativa da estratégia (para o) Indo-Pacífico dos EUA sobre a paz e a estabilidade na região”, segundo a agência France-Presse (AFP).

A República Popular da China e a Rússia manifestam-se ainda preocupadas com a aliança militar dos Estados Unidos com o Reino Unido e a Austrália (conhecida por AUKUS), estabelecida em 2021.

A declaração conjunta “sobre a entrada das relações internacionais numa nova era” foi divulgada no âmbito da reunião dos presidentes chinês, Xi Jinping, e russo, Vladimir Putin. O líder russo deslocou-se a Pequim para assistir hoje à abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno.

Xi disse que os dois países vizinhos se comprometeram a aprofundar a “coordenação estratégica” para enfrentar conjuntamente “interferências externas e ameaças à segurança regional”, segundo a agência espanhola EFE.

Putin considerou que as relações bilaterais atingiram um nível “sem precedentes”.

Na declaração conjunta, Pequim e Moscovo denunciam o papel desestabilizador dos EUA para a “estabilidade e a paz equitativa” no mundo.

Em particular, opõem-se a qualquer alargamento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), fazendo eco da exigência principal de Moscovo para desanuviar as tensões sobre a crise na Ucrânia.

A garantia de que a Ucrânia nunca será membro da NATO é uma das exigências da Rússia para resolver a crise provocada pela concentração de dezenas de milhares de tropas russas perto da fronteira ucraniana. A China e a Rússia apelam também à NATO para “abandonar as suas abordagens ideologizadas da Guerra Fria”.

Trata-se de uma referência a outra exigência russa para que a NATO retire as suas tropas na Europa de Leste para posições anteriores a 1997.

Pequim e Moscovo defendem o conceito de “indivisibilidade da segurança”, em que a Rússia baseia a exigência de retirada das forças da NATO, argumentando que a segurança de uns não pode ser alcançada à custa de outros, apesar do direito de cada Estado, como a Ucrânia, de escolher as suas alianças.

Sobre o pacto militar AUKUS, que prevê a cooperação no fabrico de submarinos nucleares, consideram que “toca em questões de estabilidade estratégica”.

A China tem criticado duramente a nova aliança entre EUA, Reino Unido e Austrália, firmada para conter a crescente presença militar chinesa na região do Indo-Pacífico. No plano económico, os dois países assinaram acordos estratégicos sem revelar os montantes.

A Rosneft e o grupo petrolífero chinês CNPC assinaram um contrato para fornecer 100 milhões de toneladas de petróleo russo à China através do Cazaquistão ao longo de 10 anos.

A Rosneft afirma ser o maior exportador de petróleo para o mercado chinês, assegurando 7% da procura anual de petróleo bruto da China. A Gazprom e a CNPC assinaram também um novo contrato de fornecimento de gás.

“Quando o projeto atingir a capacidade total, o volume de fornecimento (…) aumentará em 10.000 milhões de metros cúbicos e no total atingirá 48.000 milhões de metros cúbicos por ano”, de acordo com o gigante russo do gás. Aquele fornecimento inclui 38.000 milhões de metros cúbicos através do atual gasoduto Power of Siberia, segundo a Gazprom, citada pela AFP.

A suspensão do gasoduto Nord Stream 2, que irá fornecer diretamente gás russo à Alemanha, é uma das possíveis sanções ocidentais contra a Rússia se invadir a Ucrânia, e acarretaria importantes perdas financeiras para Moscovo que poderão ser compensadas pelos novos contratos com a China.

4 Fev 2022

Putin e Xi Jinping sublinham “visão comum” sobre segurança internacional

A agressividade dos governantes dos EUA, em territórios longínquos do seu país, levou ao entendimento entre China e Rússia

Os Presidentes russo e chinês sublinharão a sua “visão comum” em termos de segurança internacional num encontro que antecede a abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, indicou ontem Moscovo, que reivindicou o apoio chinês na crise ucraniana. “Foi preparada uma declaração comum sobre a entrada das relações internacionais numa nova era”, indicou Iuri Ochakov, conselheiro diplomático do Presidente russo, Vladimir Putin, a propósito do encontro agendado com o chefe de Estado chinês, Xi Jinping. “Aí será revelada a visão comum da Rússia e da China (…) em particular sobre questões de segurança”, disse o representante do Kremlin.

“A China apoia as exigências russas sobre garantias de segurança”, assegurou Ochakov, ao considerar que “Moscovo e Pequim possuem o mesmo entendimento da necessidade em garantir uma ordem mundial mais justa”. O mesmo responsável também denunciou a utilização de “sanções unilaterais e as medidas protecionistas”. Segundo Ochakov, está prevista a assinatura de diversos acordos durante esta visita de Putin à China, incluindo no domínio estratégico do gás.

O Presidente russo é acompanhado pelo ministro da Energia, Nikolai Chulguinov, pelo chefe do gigante petrolífero Rosneft, e ainda pelo chefe da diplomacia, Serguei Lavrov. A China, com posições próximas da Rússia no atual contexto, apelou no final de janeiro para que as “razoáveis preocupações” de Moscovo relacionadas com a sua segurança “sejam levadas a sério”, e encontrada uma “solução”.

Quase três anos após a última visita de Putin à China, a viagem testemunhará o 38º encontro entre o presidente chinês Xi Jinping e o presidente russo desde 2013. Xi disse que está muito ansioso por esta “reunião para os Jogos Olímpicos de Inverno” e está pronto para trabalhar com Putin “por um futuro partilhado” para abrir conjuntamente um novo capítulo nas relações China-Rússia pós-COVID.

DE SOCHI A BEIJING

Em 2014, Xi participou da cerimónia de abertura dos 22º Jogos Olímpicos de Inverno realizados na cidade russa de Sochi, que marcou a primeira participação de um chefe de Estado chinês na cerimónia de abertura de um grande evento esportivo realizado no exterior.

Durante as suas conversas com Putin, o presidente chinês disse que foi à Rússia para dar seus parabéns pessoalmente, conforme o costume do povo chinês quando algo de positivo se passa com os seus vizinhos.

Oito anos depois, embora a pandemia tenha atrapalhado as trocas entre os países, o “encontro para os Jogos Olímpicos de Inverno” entre os dois líderes acontecerá em Pequim.

Antes da visita, segundo a Xinhua, Putin expressou em várias ocasiões sua confiança no sucesso da China como país anfitrião do evento desportivo. “Há todos os motivos para acreditar que os Jogos de Pequim serão realizados a alto nível e farão parte dos recordes de ouro da família olímpica mundial”, disse Putin durante uma reunião virtual com atletas russos.

De Sochi a Beijing, a troca de visitas dos dois presidentes aos Jogos Olímpicos de Inverno demonstrará vividamente o apoio mútuo da China e da Rússia para a realização de grandes eventos ou celebrações, como também é exemplificado pela presença de Xi no desfile do Dia da Vitória na Praça Vermelha de Moscou e a participação de Putin no Fórum do “Uma Faixa, Uma Rota”, para Cooperação Internacional.

Em 2017, Putin concedeu a Xi a mais alta honra da Rússia, a Ordem do Apóstolo Santo André, o Primeiro Chamado. Um ano depois, Xi concedeu a Putin a primeira Medalha da Amizade da República Popular da China.
Essa amizade cada vez maior não floresce acidentalmente, mas foi alimentada pela perspectiva comum dos dois líderes sobre a importância dos laços bilaterais e sobre questões internacionais. “Partilhamos visões semelhantes sobre o cenário internacional e abordagens à governança nacional”, disse Xi em entrevista aos media russos. “Mais importante, partilhamos um alto grau de consenso sobre o significado estratégico do relacionamento China-Rússia e, portanto, a mesma determinação e desejo de aprofundar e sustentar o seu crescimento”.

LIDERANÇA PRÁTICA

De uma série de declarações conjuntas anunciadas durante 2013 a 2017 para aprofundar os laços China-Rússia, à actualização das relações China-Rússia para uma parceria estratégica abrangente de coordenação para uma nova era em 2019, cada passo adiante nas relações China-Rússia dificilmente pode ser alcançado sem a liderança dos dois presidentes.

Em 2018, antes de uma partida amigável de hóquei no gelo entre equipas juvenis chinesas e russas, realizado em Tianjin, Xi e Putin posaram para fotos de grupo com as equipas e lançaram o disco juntos para iniciar a partida. Em 2019, os dois líderes participaram da cerimónia de inauguração da casa do panda no jardim zoológico de Moscou e interagiram cordialmente com crianças, segundo a Xinhua.

Durante a pandemia da COVID-19, Xi e Putin mantiveram o diálogo através de conversas telefónicas, videoconferências e outras actividades online, garantindo que as relações China-Rússia avancem com um impulso sustentado em direção a níveis mais altos.

O ano de 2021 marcou o 20º aniversário da assinatura do Tratado China-Rússia de Boa Vizinhança e Cooperação Amistosa. Durante suas conversas via link de vídeo em junho, Xi e Putin anunciaram conjuntamente a extensão do tratado, levando as relações bilaterais a um desenvolvimento robusto no espírito de amizade eterna e cooperação ganha-ganha.

Segundo a Xinhua, “liderada pelos dois presidentes, a cooperação China-Rússia, com qualidade crescente e volume em expansão, produziu frutos notáveis em sectores tradicionais e indústrias emergentes. Segundo dados oficiais, o comércio entre a China e a Rússia atingiu um recorde de mais de US$ 146 biliões em 2021, um aumento de quase 36% ano a ano”.

PARA UM FUTURO PARTILHADO

“Apoiamos os valores olímpicos tradicionais, principalmente direitos iguais e justiça”, disse Putin durante o encontro virtual com atletas russos. “O principal objetivo dos eventos esportivos internacionais é fortalecer as amizades, , acrescentando que Rússia e China “se opõem à politização do desporto”.

Xi sublinhou, num discurso no Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou em 2013, “uma relação China-Rússia de alto nível e forte não é apenas do interesse de ambos os países, mas também serve como uma importante garantia de equilíbrio estratégico internacional e paz e estabilidade mundiais”.

Também no discurso, Xi pediu a construção de um novo tipo de relações internacionais com cooperação de benefício mútuo como núcleo e, pela primeira vez em uma ocasião internacional, expôs sua visão global de assinatura: construir uma comunidade com um futuro partilhado para a humanidade .

“Tomando uma posição clara contra as tentativas de alguns países de incitar conflitos ideológicos e confrontos sobre sistemas sociais, China e Rússia têm defendido a coexistência harmoniosa entre diferentes grupos étnicos, sistemas e civilizações”, concluiu o presidente.

4 Fev 2022

O desenvolvimento da China fortalece os países de língua portuguesa

Por Rui Lourido

 

A China tem-se revelado um parceiro comercial da maior importância para os oito Países de Língua Portuguesa (PLP). Estas nações têm uma enorme diversidade geográfica, uns são continentais, outros são arquipélagos e estão dispersos por todos os continentes: na África estão cinco – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe; na Ásia está Timor-Leste; na América está o imenso Brasil; e na Europa está Portugal. Contudo, todos têm uma característica comum com a China, o facto de terem o oceano a uni-los e, nos últimos anos, todos têm vindo a celebrar acordos económicos significativos com este país. Estas características são importantes para os PLP explorarem, a seu favor, as respectivas participações na iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”.

Os PLP usufruem de vantagens concorrenciais, se beneficiando de um melhor acesso a financiamento, crédito e facilidades económicas da China, pelo facto de terem estreitas relações com a cidade chinesa de Macau (de origem portuguesa). Desde o regresso de Macau à China (criação da RAEM em Dezembro de 1999) que o governo central do país tem vindo a promover o desenvolvimento da região, nomeadamente, com a criação, em 2003, do Fórum para a Cooperação Económica e o Comércio entre a China e os Países de Língua Portuguesa, mais conhecido por Fórum Macau.

A importância do Fórum Macau foi expressamente destacada pelo presidente chinês, Xi Jinping, e pelo primeiro-ministro, Li Keqiang, nas duas reuniões realizadas com o Governo da RAEM, em Pequim, no passado dia 21 de Dezembro. Para além da integração de Macau no projecto da Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau (iniciativa que agrega 11 cidades, onde se incluem Macau e Hong Kong), o Governo central reforçou o apoio a Macau com o projecto da “Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”, iniciativa que pretende promover a diversificação e sustentabilidade das actividades económicas de Macau, para “contribuir para o novo avanço da integração de Macau no desenvolvimento” da parte continental da China. Tendo Xi Jinping referido que “a pátria é sempre o forte apoio para a manutenção da estabilidade e da prosperidade de Macau a longo prazo.

Deste modo, o Governo Central vai continuar a cumprir firme e escrupulosamente o princípio de Um País, Dois Sistemas’ e apoiar plenamente a diversificação adequada da economia” de Macau.

As trocas comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa foram de US$167,565 mil milhões, entre Janeiro e Outubro de 2021, um aumento homólogo de 40,92%. As importações Chinesas dos Países de Língua Portuguesa foram de US$115,431 mil milhões, um aumento homólogo de 35,12%, sendo as exportações da China para os Países de Língua Portuguesa de US$52,134 mil milhões, correspondendo a 55,69% de aumento homólogo1. Podemos constatar que a balança comercial é, globalmente, muito favorável aos PLP, com um superavit de 63,297 mil milhões.

Os valores das trocas comerciais da China com os PLP colocam o Brasil em primeiro lugar, seguido de Angola, Portugal, Moçambique e com valores bem inferiores Timor-Leste, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Desde 2009 que o Brasil tem feito da China o seu principal parceiro comercial, quer ao nível das exportações, quer das importações, substituindo cerca de um século de primazia dos EUA. A imensidão continental do Brasil justifica que ocupe, isolado, o primeiro lugar nas trocas comerciais dos PLP com a China. Só as trocas do Brasil, entre Janeiro e Outubro de 2021, totalizam US$138,005 mil milhões, sendo a balança comercial favorável ao Brasil em US$51,774 mil milhões. Algumas previsões internacionais, nomeadamente do FMI, assinalam as potencialidades económicas do Brasil que, ao recuperar da grave crise pandémica, poderá ascender da actual situação de 12.ª maior economia do mundo, em termos de PIB, em 2020, para a 7.ª e mesmo, a médio prazo, para a 4.ª economia do mundo. Não é assim de estranhar que o Brasil tenha sido escolhido para integrar a plataforma de relacionamento internacional com a China – os Brics, que partilha com a Índia, a Rússia e a África do Sul.

O relacionamento da China com os Países Africanos de Língua Portuguesa acompanha o sucesso da China na África, o qual pode ser explicado com base em três principais razões: a China não é um novo parceiro, desde muito cedo que apoiou a independência dos países africanos do colonialismo europeu; a China não impõe a sua visão ou modelo político, como condição para apoiar o desenvolvimento dos países africanos, ao contrário dos governos dos EUA e da Europa; por fim, e não menos importante, os investimentos da China respondem às necessidades estruturais dos países que pedem esse apoio, investindo, nomeadamente, em infraestruturas essenciais ao desenvolvimento autónomo desses países. O comércio entre a China e a África atingiu US$167,8 mil milhões nos primeiros 11 meses de 2020, sendo Angola o terceiro maior parceiro comercial da China no continente africano.

Desde 2012 que a União Europeia deixou de ser o principal parceiro de África. A China é um dos mais importantes parceiros comerciais deste continente tendo, em 2009, ultrapassado os EUA e é o principal parceiro comercial da África do Sul (absorve 2/3 do capital chinês investido na África).

Apesar da pressão contra e ilegítima do governo dos EUA, Portugal e os Países de Língua Portuguesa integraram a Iniciativa Chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”, o maior projecto mundial de comunicação intercontinental, de adesão voluntária e baseado no interesse comum dos países participantes.

Durante a visita de Xi Jinping a Portugal, em Dezembro de 2018, foram assinados 17 protocolos, entre os quais podemos destacar: a abertura de portos portugueses ao transporte marítimo chinês para a Europa e para a África; a abertura às novas tecnologias e ao apoio a centros de investigação científica dedicados ao Espaço e aos Oceanos.

Dando continuidade aos compromissos assumidos, Portugal foi o primeiro país da União Europeia a emitir obrigações do tesouro em Renminbi (Panda Bonds, em maio de 2019, cuja emissão foi um sucesso).

É nossa firme convicção, ser do interesse estratégico da Europa, de Portugal e de todos os países de língua portuguesa, reforçarem as respectivas Parcerias Estratégicas com a China (sem esquecer a Rússia e a Índia e, naturalmente, sem hostilizar a América). É neste contexto que a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” se transformou num importante e consistente projecto para promover um mundo pacífico, através de uma rede de comércio ligando o Oriente e o Ocidente.

Portugal e a Europa devem rejeitar hostilizar a China, recusando o espírito de guerra fria ou de cruzada de nós (os “bons”, os “democratas” do Ocidente) contra os outros (os “maus” do Oriente, o papão do comunismo e da China).
É possível, é necessário, contar com a China para reforçar o espírito de confiança mútua entre os países, para o sucesso urgente no triplo combate, deste mundo globalizado, à pandemia da Covid-19, às alterações climáticas e à diminuição da iníqua partilha de riqueza.

1 Segundo as estatísticas dos Serviços da Alfândega da China, de janeiro a outubro de 2021, https://www.forumchinaplp.org.mo/pt/trocas-comerciais-entre-a-china-e-os-paises-de-lingua-portuguesa-de-janeiro-a-outubro-de-2021-foram-de-us167565-mil-milhoes/

26 Jan 2022

JO Inverno | Xi Jinping recebe líder do COI

O Presidente da China, Xi Jinping, recebeu o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, a 10 dias do início dos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, anunciou ontem a agência estatal chinesa Xinhua.

O também secretário-geral do Partido Comunista Chinês terá encontros presenciais com vários chefes de Estado ou de Governo mundiais, durante o certame que se vai realizar entre 4 e 20 de Fevereiro, algo que não acontece há quase dois anos, em virtude de Xi Jinping ter permanecido em território chinês desde o eclodir da pandemia de covid-19, além das restrições fronteiriças, entretanto impostas para o combate ao coronavírus SARS-CoV-2.

A China vai receber nos próximos dias as mais altas figuras de diversas nações, incluindo o presidente russo, Vladimir Putin, apesar de muitos países ocidentais terem já anunciado que não marcarão presença em Pequim2022, incluindo Portugal.

“Portugal não terá representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno, e estamos também a coordenar-nos com os demais estados europeus nessa matéria, mas não teremos representação política na cerimónia de abertura ou na cerimónia de encerramento”, declarou segunda-feira o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

26 Jan 2022

Xi Jinping diz que nenhuma contracorrente poderá travar a globalização

O presidente da China, Xi Jinping, assegurou ontem que nenhuma contracorrente conseguirá travar a “tendência da globalização” e apelou à comunidade internacional para “remover barreiras” e “opor-se ao protecionismo”, em vez de “construir muros”.

Xi, que falava por videoconferência no Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça, enfatizou a importância da cooperação, face à pandemia da covid-19, e apelou a um “fornecimento equitativo” de vacinas contra o coronavírus. “Estamos todos juntos num grande navio”, realçou.

Xi Jinping disse ainda que a economia chinesa “não deve crescer à custa do ambiente”, embora tenha especificado que o país asiático “não deve sacrificar o seu crescimento para proteger o meio ambiente”.

Os países devem “proteger o multilateralismo genuíno”, disse o líder chinês, que pediu à comunidade internacional que “remova barreiras”, em vez de “construir muros”, e defenda “mais integração” em vez da “dissociação” económica.

“A pandemia está a provar ser duradoura e novas variantes estão a fazer com que o vírus se alastre mais rapidamente”, disse Xi, prescrevendo “forte confiança e cooperação” como a única maneira de lidar com a doença.

O líder chinês disse que “acusações de culpa” apenas atrasam as ações contra a epidemia.

Sobre as alterações climáticas, Xi reiterou que o mundo deve aderir ao princípio de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas” e encorajou as economias desenvolvidas a liderarem no cumprimento das metas de redução das emissões de carbono.

O Fórum Económico Mundial cancelou pelo segundo ano consecutivo a sua reunião anual mais importante, o Fórum de Davos, devido à incerteza criada pela disseminação da variante Ómicron e, em vez disso, organizou a Agenda de Davos 2022, uma série de apresentações virtuais e debates entre líderes da política e economia globais.

18 Jan 2022

Palestra | Associações elogiam Partido Comunista

A vice-directora do Gabinete de Ligação, Yan Zhichan, realizou uma palestra a apresentar as resoluções da sexta sessão do 19.º Comité Central do Partido Comunista da China, quando foi aprovado um texto sobre “as principais conquistas e experiência histórica dos 100 anos” do partido liderado por Xi Jinping.

A sessão contou com a organização das Associação dos Trabalhadores da Comunicação Social de Macau, Associação de Amigos da Cultura Chinesa de Macau, Comité Olímpico e Desportivo de Macau e Federação de Médico e Saúde de Macau.

Após ouvir as palavras de Yan Zhichan, U Kin Tong, presidente da Associação dos Trabalhadores da Comunicação Social de Macau, considerou que ficou melhor informado sobre as conquistas e assumiu a missão de espalhar a perspectiva chinesa pelo mundo, para que haja mais confiança no país, de forma a contribuir para o desenvolvimento da China e Macau.

Por sua vez, Leong Wa, presidente da Associação de Amigos da Cultura Chinesa de Macau, destacou que a mensagem incentiva a população a contribuir para a História e a participar na construção de “Nova Era”.

Finalmente, Ma Iao Hang, presidente do Comité Olímpico e Desportivo de Macau e Chan Iek Lap, deputado e presidente da Federação de Médico e Saúde de Macau, defenderam que as propostas e a perspectiva chinesa são a via para a concretização do princípio do Um País, Dois Sistemas.

12 Jan 2022

Ano Novo | Ho Iat Seng jura lealdade ao Presidente Xi Jinping

O Chefe do Executivo anteviu mais um ano marcado por “complexidade e dificuldade”, relacionou o desenvolvimento económico com a política actual contra a pandemia e elogiou os resultados económicos de 2021

 

Um Governo totalmente comprometido com os discursos do Presidente Xi Jinping, mesmo quando navega “no meio da corrente” e enfrenta “ondas agitadas”. Foi esta a mensagem do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, para o novo ano, divulgada do último dia de 2021.

“No novo ano de 2022, o Governo da RAEM irá prosseguir aprofundadamente o espírito dos importantes discursos e instruções do Presidente Xi Jinping”, prometeu Ho Iat Seng.

Sobre o conteúdo dos discursos, Ho elencou, em primeiro lugar, a implementação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, a defesa da soberania, a segurança e os interesses do desenvolvimento do País, e a implementação do princípio ‘Macau governado por patriotas’, que definiu como fundamental.

Por outro lado, no próximo ano, a abertura das fronteiras poderá voltar a estar longe do horizonte, porque entre as prioridades mencionadas por Ho continua a aposta na política de “zero casos” e a ligação entre a ausência de infecções e o desenvolvimento económico: “Assegurar a prevenção e o controlo da epidemia é a premissa do desenvolvimento estável da economia e da sociedade de Macau. Devemos continuar empenhados numa prevenção rigorosa e escrupulosa da epidemia, sem nunca baixar a guarda”, sublinhou Ho Iat Seng.

Depois de discorrer sobre os objectivos nacionais, o Chefe do Executivo sublinhou o compromisso com a recuperação, bem-estar da população, promoção da diversificação, cooperação e desenvolvimento da RAEM enquanto prioridades.

Nesta caminhada, para o líder do Governo, os bons resultados só podem ser alcançados com união. “O novo ano continuará a ser caracterizado pela complexidade e dificuldade das tarefas e desafios. Navegamos no meio da corrente e enfrentamos ondas agitadas”, indicou. “Perante os obstáculos, devemos esforçar-nos por ultrapassá-los e ir mais longe. Devemos reforçar a nossa autoconfiança, avançar unidos para vencer as adversidades e criar juntos um novo cenário para o desenvolvimento de Macau”, apelou.

Sempre a ganhar

Em jeito de balanço do ano que chegou ao fim, Ho Iat Seng elogio o progresso económico. “Foi um ano de grandes provações devido à volatilidade da epidemia, mas fomos capazes de vencer os momentos mais difíceis”, considerou, para depois destacar, entre as vitórias, a “melhoria gradual no desenvolvimento geral da economia em prol da harmonia e estabilidade social”.

Numa altura em que 68 por cento da população está inoculada com duas ou mais doses da vacina contra a covid-19, o Chefe do Executivo destacou igualmente o esforço conjunto. “Os residentes, em comunhão de esforços, colaboraram activamente com o Governo para a contenção da propagação da epidemia num curto espaço de tempo”, afirmou. “Graças à contribuição de todos os que aqui trabalham e vivem, Macau é, neste momento, uma cidade turística, segura e apropriada para visitar”, rematou.

4 Jan 2022

Xi Jinping pede exemplo aos responsáveis do Partido Comunista Chinês

O Presidente chinês e líder do Partido Comunista da China (PCC) pediu aos principais responsáveis partidários para se preocuparem menos com ganhos pessoais e serem mais exemplares nas convicções, mantendo “uma liderança unificada e centralizada”.

Xi Jinping falava na reunião do Comité Central do PCC, órgão máximo do poder no partido, que terminou na terça-feira, em Pequim, e foi realizada para estudar a história do partido e “exercer autocrítica”, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.

No discurso, o Presidente chinês pediu aos membros do politburo “que se preocupem menos com os ganhos pessoais, que liderem a demonstração da firmeza dos seus ideais e convicções, e que deem o exemplo para manter a autoridade do Comité Central e a sua liderança unificada e centralizada”.

O também secretário do Comité Central do partido afirmou que “quanto mais sabedoria histórica o partido acumular”, “mais iniciativa terá para conquistar o futuro”, e observou que nos últimos 100 anos o PCC “tem estado empenhado na busca da felicidade do povo chinês, no rejuvenescimento da nação, na busca do progresso para a humanidade e do bem comum para o mundo”.

O PCC, no poder na China desde 1949, comemorou o centenário da fundação este ano e vai realizar o 20.º congresso, no segundo semestre do próximo ano.

“É aqui que reside a confiança histórica do PCC e é a fonte da confiança do partido no exercício do domínio a longo prazo na China e na união do povo e no seu avanço”, disse Xi.

A reunião decidiu “reforçar a confiança histórica, unidade e espírito de luta do PCC”, com os membros do politburo a salientarem unanimemente que o papel central de Xi no partido e a sua proclamação de “socialismo com características chinesas para uma nova era” têm um “peso decisivo na prossecução do processo histórico de rejuvenescimento nacional” chinês.

“As realizações históricas para o partido e para o país foram possíveis principalmente porque Xi manteve um rumo firme ao leme e a sua premissa forneceu orientação científica”, indicou a Xinhua.

29 Dez 2021

Putin e Xi Jinping reúnem-se na quarta-feira para discutir questões bilaterais

O Presidente chinês, Xi Jinping, e o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, vão reunir-se esta quarta-feira, por meios virtuais, para discutirem relações bilaterais e questões internacionais, incluindo as tensões entre Moscovo e o Ocidente.

Nas últimas semanas agravou-se a situação política e diplomática entre Moscovo e o Ocidente devido à presença de milhares de tropas russas junto à fronteira entre a Rússia e a Ucrânia.

Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, referiu-se à cimeira, mas não detalhou os tópicos da reunião marcada para quarta-feira.

“Os dois chefes de Estado vão abordar as relações entre a China e a Rússia, este ano, e a cooperação em várias áreas”, disse Wang Wenbin numa conferência de imprensa em Pequim.

Wang acrescentou que os dois líderes vão “determinar, ao mais alto nível, os desenvolvimentos para as relações bilaterais no próximo ano”.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou Vladimir Putin, numa reunião realizada na semana passada, que a Rússia pode vir a enfrentar pesadas sanções, com efeitos na economia, se Moscovo invadir a Ucrânia.

De acordo com declarações de Yuri Ushakov, conselheiro do Kremlim, Putin respondeu que “as tropas russas estão no próprio território e que não ameaçam ninguém”.

Nos últimos anos, a República Popular da China e a Rússia incrementaram medidas relativas à política externa para enfrentarem o domínio internacional (político e económico) dos Estados Unidos. Moscovo e Pequim enfrentam sanções devido à política interna.

No caso da República Popular da China, as medidas sancionatórias estão relacionadas com os abusos cometidos contra as minorias étnicas e religiosas, sobretudo na província de Xinjiang (noroeste), e a repressão conduzida pelo regime comunista contra os ativistas pró-democracia na região administrativa especial de Hong Kong.

Pequim e Washington mantêm divisões nas áreas das relações comerciais e tecnologia, bem como sobre Taiwan, ilha autónoma que os Estados Unidos não reconhecem como um país independente, mas que encaram como um modelo democrático face à China.

Wang concluiu que o encontro bilateral entre Xi Jinping e Vladimir Putin prevê fortalecer os laços de confiança mútua entre os dois países.

13 Dez 2021

Xi Jinping pronto para elevar para “novo nível” relações com Alemanha de Scholz

O Presidente chinês, Xi Jinping, felicitou hoje o novo chanceler alemão, Olaf Scholz, e indicou que a China está “pronta” para elevar para um “novo nível” as relações com a Alemanha.

As relações sino-alemãs estiveram geralmente em bom plano nos últimos 16 anos, ao contrário das relações de Pequim com outros países europeus, que foram tensas como com a França, Reino Unido ou recentemente a Lituânia.

“A China está pronta para consolidar e aprofundar a confiança política mútua e expandir o intercâmbio e a cooperação com a Alemanha em vários campos”, disse Xi, citado pela New China Agency.

No poder entre 2005 e 2021, a ex-chanceler Angela Merkel trabalhou sempre por uma reaproximação com a China, por causa do papel diplomático e económico essencial do gigante asiático e da importância do mercado chinês para a indústria alemã.

A rapidez de Xi Jinping em felicitar o novo chanceler alemão contrasta com o tratamento recebido pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Num cenário de tensões com Washington, o Presidente chinês demorou mais de duas semanas para reagir à vitória de Biden nas presidenciais norte-americanas de 03 de novembro de 2020.

Hoje de manhã, dois meses e meio após as eleições, Scholz foi eleito chanceler federal pelo Parlamento alemão (Bundestag), tendo, depois, seguido para a residência do Presidente Franz-Walter Steinmeier, onde recebeu o “ato de nomeação”, regressando, posteriormente, ao Bundestag para prestar juramento como novo chefe do Governo alemão.

Scholz, que assumiu a nona chancelaria desde o final da II Guerra Mundial, sucede no cargo à conservadora Angela Merkel, que passa o poder após 16 anos no executivo germânico e de quem foi vice-chanceler e ministro das Finanças na sua última grande coligação.

O novo chanceler eleito, 63 anos, recebeu 395 votos. A coligação de três partidos – sociais-democratas, verdes e liberais – detém 416 dos 734 assentos na câmara baixa do parlamento.

O executivo de Scholz assume grandes esperanças em modernizar a Alemanha e no combate às alterações climáticas, mas enfrenta o desafio imediato de lidar com a fase mais difícil do país, associada à pandemia do coronavírus.

9 Dez 2021

Presidente chinês promete a África mil milhões de doses de vacinas contra a covid-19

O Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu ontem a entrega de mil milhões de doses de vacinas anti-Covid a África, quer como doação, quer através de apoios à produção local.

“No âmbito da luta contra o Covid, a China fornecerá a África mais mil milhões de doses de vacinas, incluindo 600 milhões sob a forma de doações e 400 milhões sob outras formas, como a criação de unidades de produção de vacinas”, afirmou o chefe de Estado chinês num discurso remoto transmitido no Fórum de Cooperação China-África (Focac), a decorrer nos arredores da capital senegalesa.

A conferência surge numa altura em que os países africanos estão a trabalhar para reanimar as suas economias, duramente atingidas pela pandemia, e os seus organizadores contam com uma cooperação mais estreita com a China, o maior parceiro comercial do continente, para o conseguir.

Perante a situação de atraso de África na campanha de vacinação, Xi Jinping afirmou a necessidade de se “continuar a lutar juntos contra o Covid”. “Temos de dar prioridade à proteção da população e colmatar a lacuna de vacinação”, concretizou o Presidente chinês.

30 Nov 2021

MNE | Comissário refere Macau como exemplo de princípio enunciado por Xi Jinping

O comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China na RAEM acha que a diversidade cultural de Macau pode servir de exemplo no desígnio “uma comunidade com um futuro partilhado”, um conceito político proclamado por Xi Jinping. Numa reunião com a imprensa de língua portuguesa e inglesa do território, Liu Xianfa traçou o destino de Macau no contexto dos grandes projectos nacionais

 

Numa tarde destinada ao contacto entre o Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China na RAEM e a comunicação social em português e inglês no território, o comissário do Governo Central, Liu Xianfa, destacou o papel de Macau na concretização de destinos nacionais e globais traçados por Xi Jinping.

Depois de elencar as várias conquitas históricas do Partido Comunista da China, o representante de Pequim debruçou-se sobre o papel de Macau na concretização das ideias do Presidente Xi Jinping. No seu discurso de ano novo, o líder deixou uma mensagem de esperança na ressaca de um ano marcado pela pandemia. “Depois de um ano de provações, conseguimos compreender a importância de seguir o conceito de uma comunidade com um futuro partilhado para a Humanidade.”

A noção adapta-se na perfeição ao exemplo de Macau, na óptica de Liu Xianfa. Apesar de sublinhar o facto de ser um conceito jovem, o comissário fez a ligação entre a ideia e algumas resoluções das Nações Unidas. “Hoje em dia, estamos a viver ‘um momento nunca visto nos últimos 100 anos’”, afirmou, antes de enquadrar a RAEM num momento de mudança de paradigma geopolítico.

Tomando a diversidade cultural de Macau como ponto de partida, o representante considera que o território materializa o conceito concebido por Xi Jinping. “Macau é um local onde as culturas chinesa e ocidental convergem, vemos diferentes religiões, culturas, raças, línguas e ideias coexistem pacificamente. Não há lutas, aqui vemos mesquitas, igrejas, templos chineses pacificamente e em harmonia. Macau é um exemplo de uma comunidade humana de futuro partilhado. Estamos a tentar contar esta história ao mundo.”

O deus sol

Com o objectivo de endereçar as conclusões da sexta sessão plenário do 19º Comité Central Partido Comunista da China (PCC), Liu Xianfa traçou as implicações para Macau das resoluções tomadas em Pequim. “Estamos confiantes de que Macau vai desempenhar um papel crucial na construção Zona de Cooperação Aprofundada de Hengqin e estamos muito felizes por ver que o Governo da RAEM está a fazer todos os esforços para contribuir para a implementação do projecto da Grande Baía, que é uma estratégia nacional”, afirmou Liu Xianfa.

No que toca ao projecto regional, o comissário recordou que a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau supera demograficamente projectos semelhantes (como São Francisco, Nova Iorque e Tóquio) e em termos de infra-estruturas portuárias, a Grande Baía conta com 4 dos 10 mais movimentados portos do mundo. Dois em Shenzhen, um em Hong Kong e o outro em Guangzhou.

O responsável enquadrou o projecto regional nas cinco grandes e prioritárias políticas nacionais do Governo Central, dando como exemplos o projecto Jing – Jin – Ji (Pequim-Tianjin-Hebei), uma área com 112 milhões de pessoas que é considerada a Zona Económica Capital, cuja ascensão em termos de importância económica a torna uma competidora da área do Delta do Rio das Pérolas.

Hegemonia partidária

Além do papel fundamental da RAEM no projecto ‘Uma Faixa, Uma Rota’, o representante do Governo Central no território deixou claro quais os pontos basilares no designado “socialismo de características chinesas”. Em primeiro lugar, a liderança do Partido Comunista da China é essencial, um ponto central, “o partido é a maior força”, afirmou. Partindo desta acepção, Liu Xianfa adiantou que esse fundamento sublinha a necessidade de implementar correcta e totalmente o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’.

“Vamos garantir a manutenção da ordem constitucional, em linha com a Constituição da República Popular da China e a Lei Básica de Macau, e reforçar a supervisão da jurisdição do Governo Central sobre Macau”, afirmou Liu Xianfa perante os directores os órgãos de comunicação social de línguas portuguesa e inglesa.

Em relação às resoluções que saíram da sexta sessão plenária do Comité Central do PCC, o comissário apontou o papel nuclear de Xi Jinping na liderança do partido e do país como o “terceiro e histórico passo na adaptação do marxismo ao contexto chinês”.

A voz do povo

Outro foco incontornável no discurso de Liu Xianfa sobre as recentes resoluções incidiu sobre aquilo que designou como “democracia popular”. “A China desenvolveu activamente o processo completo de democracia popular, implementando uma rede extensiva e coordenada de sistemas e instituições através dos quais o povo governa o país. Estabelecemos diversos canais democráticos, bem organizados e sem impedimentos e expandimos a participação política da população de forma ordeira. Dessa forma garantimos que o exercício do poder executivo e as instituições de todos os sectores expressam completamente a vontade do povo, protegendo os seus direitos, interesses e criatividade”.

Ainda neste capítulo, o comissário referiu que “os países ocidentais não têm a patente exclusiva da democracia”, e que esta “não deve ser definida e ditada pelo Ocidente”.

Numa breve alusão à cimeira entre Xi Jinping e Joe Biden, Liu Xianfa relativizou o antagonismo entre as duas potências.

“A mensagem final da cimeira foi a necessidade de trabalhar em conjunto. Acho que, em especial, os media se focam demasiado nas diferenças entre os dois países. Mas, na realidade, existem muitos pontos em comum entre a China e os Estados Unidos”, afirmou o responsável.

29 Nov 2021