Diplomacia | China e Rússia querem ordem internacional “mais justa”

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A China está a trabalhar com a Rússia para estabelecer uma ordem internacional “justa e razoável”, disse ontem o mais alto quadro da diplomacia chinesa, nas vésperas de uma reunião entre os líderes dos dois países.

O Presidente chinês, Xi Jinping, deve reunir-se com o homólogo russo, Vladimir Putin, esta semana, no Uzbequistão, à margem da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), de acordo com a diplomacia russa.

“Sob a liderança estratégica do Presidente Xi Jinping e do Presidente Vladimir Putin, as nossas relações sempre progrediram no caminho certo”, defendeu Yang Jiechi, o principal diplomata do Partido Comunista Chinês, segundo uma nota emitida ontem pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

O comunicado citou Yang durante uma reunião com o embaixador russo na China, Andrey Denisov, que está de saída do cargo.

“A China está disposta a trabalhar com a Rússia para implementar ininterruptamente o espírito de cooperação estratégica de alto nível entre os dois países, salvaguardar os interesses comuns e promover o desenvolvimento da ordem internacional numa direcção mais justa e razoável”, afirmou Yang.

Face às sanções ocidentais e isolamento diplomático, em resultado da invasão da Ucrânia, a Rússia está a tentar reforçar laços com os países asiáticos, sobretudo com a China.

Bons parceiros

Semanas antes de a Rússia invadir a Ucrânia, a 4 de Fevereiro, Xi recebeu Putin. Os dois líderes anunciaram então uma parceria “sem limites”.

O país asiático recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. Pequim considera a parceria com o país vizinho fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.

Na semana passada, o número três do regime chinês, o presidente do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular da China, Li Zhanshu, tornou-se o líder chinês mais importante a visitar a Rússia desde o início da intervenção militar.

Li elogiou o “nível sem precedentes” de confiança e cooperação entre Pequim e Moscovo, observando em particular a cooperação na região Ásia – Pacífico, bem como no Extremo Oriente russo, no âmbito da iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”.

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