O “mapping” sem barreiras

A associação Arquitectos sem Fronteiras quer criar no próximo ano um mapa das necessidades de Macau em termos de acessos aos portadores de deficiência e apresentar uma proposta ao Governo. “Este pode ser um bom começo”, considera Dominic Choi

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Arquitectos sem Fronteiras de Macau querem criar um plano geral que identifique os principais problemas sentidos pelos portadores de deficiência nos acessos em todo o território. O projecto, de cariz comunitário, deverá ser desenvolvido ao longo do próximo ano e deverá culminar com uma proposta formal entregue ao Executivo.

“Queremos realizar uma série de workshops para que em conjunto possamos identificar os problemas e propormos quais poderiam ser as melhores soluções, ou então saber as preocupações do público quanto a esta matéria. Falando com estudantes e com o público em geral poderíamos identificar os problemas e as áreas com maiores necessidades. Com as respostas podemos fazer um planeamento e apresentarmos uma proposta ao Governo para que se possam fazer alterações. Este pode ser um bom começo”, disse o arquitecto Dominic Choi, presidente da entidade, ao HM.

Para Dominic Choi, ainda existe alguma superficialidade na forma como são encaradas as infra-estruturas para deficientes. “Essas infra-estruturas existem, mas quando falamos com as pessoas, elas dizem que não há uma ligação entre elas. Todo o planeamento, em forma sistemática, pode ser melhorado. Acredito que o Governo tem boas intenções, mas talvez haja um problema de recursos”, disse ainda.

Restauro e conservação

[pull_quote_right]Essas infra-estruturas existem, mas quando falamos com as pessoas, elas dizem que não há uma ligação entre elas. Todo o planeamento, em forma sistemática, pode ser melhorado[/pull_quote_right]

Outro projecto dos Arquitectos sem Fronteiras está ligado ao património, com uma vertente tecnológica. “Identificamos a importância de algumas ferramentas na área do restauro e conservação que têm vindo a perder-se. As técnicas estão a diminuir porque não são usadas e temos de as identificar. Isso poderia ser importante para alunos do secundário, profissionais ou trabalhadores da construção locais, que podem ser treinados. Estamos a trabalhar com o Instituto Cultural (IC) que está a ajudar a promover os workshops”, apontou Dominic Choi. Em agenda para este ano está ainda um projecto de apoio ao Nepal, depois dos fortes sismos ocorridos terem destruído grande parte do país.

Tratando-se da primeira organização do género na China e a segunda da Ásia, os Arquitectos sem Fronteiras fazem parte de uma organização internacional, nascida em França, que alberga 28 grupos em todo o mundo. No caso de Macau, o grupo, criado há três anos, ainda está na fase de recolha de apoios e membros, estando agendado para este sábado um evento na Creative Macau, das 16h00 às 20h00.

“Ainda estamos na fase de captar membros para aumentarmos a nossa capacidade de trabalho. Não queremos fazer os projectos a curto prazo e queremos ter uma continuidade. Queremos apoios das escolas e do Governo”, rematou Dominic Choi.

11 Jun 2015

Transparência na renovação urbana

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] recentemente anunciada Comissão Especializada para a Renovação Urbana entrará em vigor assim que o Governo terminar o regulamento que a vai criar. De acordo com a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) o Executivo está neste momento a elaborar o regulamento que cria esta Comissão e que irá permitir esclarecer o conceito da renovação urbana e ao que se destina.

Numa interpelação escrita, o deputado Si Ka Lon queria ver respondidas algumas questões, como em que situação se encontra o processo e o conceito de renovação urbana – algo que veio substituir o de reordenamento dos bairros antigos. Em resposta, o director da DSSOPT, Li Canfeng, referiu que o conceito de renovação urbana envolve vários aspectos, sendo necessário integrar opiniões do sector, mas assegura que este estará explicado neste regulamento.

“Através da discussão e trocas na Comissão, pretende-se esclarecer o conceito e ao que se destina esta renovação, elaborando assim um conteúdo de execução, permitindo a criação da lei visando a renovação urbana”, esclareceu.

11 Jun 2015