Andreia Sofia Silva Entrevista MancheteFernanda Gil Costa: “Universidade de Macau não tem interesse no português” Fernanda Gil Costa defende ao HM que a Universidade de Macau deveria assumir um papel mais preponderante na ligação com a sociedade civil, papel esse que tem sido protagonizado pelo IPM. A académica conta que chegou a propor a criação de um centro de pós-graduação destinado a professores de português na China, semelhante ao que existe no IPM, mas o projecto ficou na gaveta [dropcap]L[/dropcap]ança este ano um livro sobre autores contemporâneos de Macau. Fazem falta mais estudos por parte do Instituto Politécnico de Macau (IPM) e da Universidade de Macau (UM) nesta área? Por parte da UM sem dúvida, porque na UM faz-se muito pouco ou nada. E não há incentivos nenhuns. Como explica essa inacção? A explicação que encontro é que a UM não tem interesse no fortalecimento da língua portuguesa, não investe na interacção entre o departamento de português e a comunidade macaense. Assisti a isso várias vezes e participei de alguns episódios. As autoridades da UM não entendem que a universidade deve ter esse papel. Aliás, esse papel é reclamado pelo IPM constantemente e a UM não faz nada. Isso está muito bem definido na sociedade de Macau, pois quando se fala do português é o IPM que toma a iniciativa e aparece como o rosto. Há também maior ligação do IPM ao poder político da China. Sim, na China e em Portugal também. Não conheço o novo reitor da UM, mas o reitor que conheci, Wei Zhao, não tinha como prioridade desenvolver o português, apesar de me ter dito pessoalmente várias vezes. É possível dar aulas de português com mais ou menos alunos, mas o que falta é uma ligação com outras comunidades académicas e com a sociedade civil de Macau, sobretudo com as instituições do espaço público. Chegou a apresentar projectos específicos que foram negados? Não foram negados directamente, mas não me disseram que sim. Houve uma altura que tive um projecto e pareceu-me que o reitor gostou muito dele, e que consistia em criar na universidade um centro de pós-graduação destinado aos professores de português na China. O IPM pegou nisso como pode, pois não me parece que, até hoje, tenha uma acção muito visível. Mas isso nunca avançou (na UM) por várias razões. Como por exemplo? Algumas dessas razões são políticas e tem a ver com o facto de os professores chineses não poderem estar em Macau mais do que um determinado período por ano, porque precisam de vistos especiais e isso não é possível de obter, ou é muito difícil. Cheguei a falar com o doutor Sou Chio Fai (director do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior), que se mostrou interessado em resolver o problema, mas disse-me que isso tinha de ir ao Ministério da Educação Chinês e percebi que era difícil. Com o reitor Wei Zhao, a UM virou costas a Macau? Quando cheguei ele já lá estava, e havia opiniões muito divergentes sobre a acção dele e as suas preferências. Comigo foi sempre muito simpático, não tenho razões de queixa dele em termos pessoais. Provavelmente não foi por causa dele, mas o que se passa na UM é que há níveis, sobretudo do intermédio para cima, em que a informação não passa. Havia um projecto, feito com base numa avaliação internacional que foi feita ao mais alto nível, e que iria servir para desenvolver o departamento de português, que nunca avançou. Isso aconteceu apesar de, no Senado, Wei Zhao ter dito que o projecto era muito interessante e que tinha o seu apoio. Mas depois, sabe como é, nunca mais se fala nisso. Ninguém fala, ninguém se lembra. Lamenta o facto de ter sido feito um grande investimento em termos de instalações e, ao mesmo tempo, a UM não desempenhar devidamente o seu papel de formação de quadros em língua portuguesa? Sei que a universidade tem áreas de ponta ao nível da engenharia e informática, mas noutras áreas não tem e é bastante deficiente em relação a quadros, a professores de uma certa carreira internacional. Mas, como digo, não sei qual foi o plano estratégico da universidade. Quando fui para lá (em 2012) disseram-me que queriam desenvolver o português. Wei Zhao chegou a dizer-me que os departamentos de português e de inglês, logo a seguir ao de chinês, deveriam ser os mais importantes. Depois dividiram a faculdade, algo com o qual eu não contava, e isso mudou tudo, incluindo as prioridades. Aconteceu a polémica redução do número de turmas dos cursos opcionais de português, em meados de 2015. Essa questão foi negada pela directora da faculdade. Ela negou, mas isso não é verdade. São factos. Se no ano anterior tinha havido, por exemplo, 27 turmas, e naquele ano iriam abrir 20, estamos perante uma redução. Como é que se desmentem factos? Não se pode. Isso era em relação aos alunos da faculdade que frequentam o português como língua opcional, e isso é importante. Muitas vezes os alunos optam depois por fazer um minor ou por continuar a estudar português de outra maneira. Havia um prejuízo colectivo quanto à difusão do português. À altura foi-lhe explicado porque é que essas turmas iriam ser reduzidas? Uma das razões apontadas foi a redução do número daqueles professores, que chegaram a ser muitos e que eram necessários para manter estas turmas a funcionar. Não tinham contrato com a universidade e eram pagos à hora. Estes professores foram muito reduzidos na altura. Hoje não sei quantas turmas há, mas não parece que sejam entre 27 a 30 turmas como abriram nessa altura. Espero que a UM esteja a cumprir os objectivos que entende serem o seu desígnio maior. Como portuguesa gostaria de ver o departamento crescer o mais possível, até porque há muito interesse por parte dos jovens chineses. Verifiquei isso, escreviam-me a pedir para abrir turmas. Isso era uma constante. Novo livro sai dentro de um mês “Recuperar Macau – A sobrevida das letras em português na cidade chinesa de Macau” é o novo livro de Fernanda Gil Costa. Actualmente no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Fernanda Gil Costa contou ao HM que começou a trabalhar de forma mais profunda na obra quando saiu de Macau. “Enquanto estive na UM tive acesso e direito a um projecto de investigação, que no caso de ser aceite seria financiado. Fui mantendo os contactos mas não consegui escrever nada, porque o trabalho que desenvolvia lá e a forma como a universidade encara esse tipo de funções não é compatível com a reclusão necessária para escrever uma coisa assim, mais longa.” O objectivo do livro, segundo a autora, é “tentar contextualizar a situação daquilo que eu chamaria de espaço público da língua portuguesa em Macau”. Este espaço “é muito escasso, mas, apesar de tudo, tem uma grande vitalidade”. Fernanda Gil Costa dedica capítulos à obra de vários autores, tal como Carlos Morais José e Fernanda Dias, dois autores que, para si, mais espelham o retrato de autor de língua portuguesa com uma carreira consagrada no período pós 1999. Há também a análise a “escritores de transição entre o português e o chinês, e do chinês traduzidos em português, como é o caso de Yao Jingming e o Joe Tang, que tem essencialmente duas obras bastante interessantes”. Uma das obras de Joe Tang que Fernanda Gil Costa destaca é “O Assassino”, traduzida para português por Ana Cristina Alves, e que interessa à académica porque enfabula “uma figura histórica controversa, que é o Governador de Macau do século XIX”. Quanto a Yao Jingming é “mais poeta no sentido tradicional do termo”, apesar das traduções que já fez, de autores portugueses como Camilo Pessanha e Eugénio de Andrade. Ainda assim, o livro de Fernanda Gil Costa retrata a mistura de géneros literários da obra de Carlos Morais José, incluindo as suas crónicas publicadas nos jornais. “O Carlos, quando escreve crónicas, escreve também prosa rítmica, com muitos traços de ficcionalidade. Poesia e prosa na obra dele estão completamente misturadas e é um caso extremamente interessante de olhar para a literatura de uma maneira que é tudo menos tradicional. Não estou a dizer que é o único que faz isso, mas em Macau será mesmo o único.” Produção literária após a transferência Fernanda Gil Costa destaca o facto de Fernanda Dias e Carlos Morais José terem conseguido cimentar a sua obra após a transferência de soberania. “São duas figuras que não iniciaram o seu perfil literário depois de 1999, mas confirmaram-no. As grandes publicações de um e de outro situam-se mais no depois do que no antes, isso para mim é um facto e é algo que deve ser olhado tentando buscar um sentido. A vontade e o interesse de o fazer é uma forma de afirmação da língua e da cultura portuguesa, o que é muito interessante.” Para a autora, “o que se publica em português é muito importante por parte dos autores que escrevem directamente em português, mas também para o facto de se publicarem traduções em português de autores chineses”. “É muito pouco, mas apesar de tudo faz-se alguma coisa. O livro trata, além das questões teóricas, do facto de Macau ser uma cidade pós-colonial, dessa grande contextualização que se faz ao que aconteceu depois do handover”, acrescentou.
João Santos Filipe SociedadeUM ultrapassa Universidade de Coimbra no Ranking Mundial de Universidades 2020 [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau ultrapassou a Universidade de Coimbra no Ranking Mundial de Universidades 2020, publicado pela empresa Quacquarelli Symonds, especializada no ensino superior. Os resultados foram revelados ontem e a Universidade de Macau surge na 387.ª posição do ranking, o que representa uma subida de 56 lugares, face à edição de 2019, quando estava em 443.º. Com esta subida a Universidade de Macau conseguiu ficar pela primeira à frente da Universidade de Coimbra. A instituição portuguesa subiu um lugar no ranking do 407.º lugar para o 406.º, mas mesmo assim acabou ultrapassada pela UM. Ao nível da pontuação geral no ranking, a instituição de Macau conseguiu 28,7 pontos, em 100 possíveis. Ao nível do rácio de número de professores para os estudantes, a UM teve 24,3 pontos, enquanto a pontuação para o número de trabalho da UM citados em estudos internacionais foi de 43,9 pontos. No critério da internacionalização das faculdades e rácio de alunos estrangeiros, a UM somou 100 pontos e 96,2 pontos, respectivamente. Ao nível da reputação académica, a UM somou 11,2 pontos. Mesmo assim, o critério com pior resultado foi a preparação para o mundo do trabalho em que a instituição local não foi além dos 6,4 pontos, em 100 possíveis. A UM confirma assim a tendência de subida no ranking e desde que entrou pela primeira na tabela das 1000 universidades para a QS, em 2015, nunca mais parou de subir. A UM é a única instituição do território presente no ranking. Questão coimbrã Já a Universidade de Coimbra somou 24,1 pontos. O rácio de estudantes internacionais foi o critério em que somou melhores resultados, com uma pontuação de 57,2 pontos. Ao nível de citações em estudos internacionais e reputação académica, a UC somou 37,1 e 30,1 pontos, respectivamente. Já no rácio de professores para alunos, a instituição portuguesa teve 19 pontos. Os critérios em que a UC teve um pior desempenho foram na preparação para o mundo do trabalho, com 13,1 pontos e internacionalização das faculdades, com 12,4 pontos. A melhor universidade do ranking foi o Massachusetts Institute of Technology (MIT) com um total de 100 pontos, enquanto a Universidade de Tsinghua, em Pequim, foi a melhor chinesa, com 88,6 pontos. Ao nível de Portugal, a Universidade de Lisboa foi a melhor com 31,9 pontos.
Hoje Macau SociedadeVideovigilância | Dados Pessoais vão analisar instalação de câmaras na UM [dropcap]O[/dropcap] Gabinete de Protecção de Dados Pessoais (GPDP) vai criar um grupo de trabalho para analisar a instalação de câmaras de videovigilância dentro das salas de aula da Universidade de Macau (UM). “O coordenador do Gabinete mandou criar, através de um despacho, um grupo de trabalho responsável pelos trabalhos de natureza de apreciação, acompanhar a fiscalização e coordenar o tratamento, de acordo com a lei, de dados pessoais envolvidos nos sistemas de videovigilância por parte da UM”, lê-se num comunicado ontem difundido. O mesmo grupo de trabalho terá como responsabilidade “apresentar propostas de apreciar casos semelhantes das outras instituições de ensino superior conforme as necessidades reais”, sendo que os resultados serão depois divulgados junto do público. O GPDP adianta ainda que, “tendo em conta a natureza institucional única da UM”, “a efectuação adequada de intervenção antecipada e apreciação por sua iniciativa ajudará a introdução de uma avaliação suficiente do impacto da privacidade dos dados pessoais para UM antes de iniciar oficialmente o tratamento de dados”. Além disso, a actuação do gabinete deverá promover “a implementação das normas apropriadas do tratamento de dados pessoais também pode evitar a ocorrência de violação da Lei da Protecção de Dados Pessoais”, lê-se no comunicado.
Sofia Margarida Mota SociedadeVideovigilância | UM volta atrás e não vai instalar câmaras nas salas de aula [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM) decidiu não instalar os sistemas de vigilância nas salas de aula à excepção daqueles que são usados para a realização de exames”. A afirmação é da instituição de ensino superior e consta de um comunicado enviado ontem ao final do dia, por e-mail, à comunicação social. Um dia depois de ter afirmado à Rádio Macau a intenção de instalar câmaras de videovigilância em todas as salas de aula do campus da Ilha da Montanha, a UM volta atrás. Segundo a instituição, a decisão de apenas manter as câmaras que se encontram nas salas em que são realizados os exames e não na totalidade dos espaços de aula, teve em conta a “ponderação de vários factores e a percepção de que não era urgente avançar para o sistema de videovigilância em todas as salas”. Coincidências A informação surgiu ontem, poucas horas após o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, ter referido que poderia pedir esclarecimentos à UM acerca da instalação de câmaras em todas as salas de aula e da garantia de protecção de dados pessoais. Alexis Tam falava à margem da assinatura dos acordos de cooperação entre o Governo e as operadoras de jogo locais para a realização do Art Macau. O secretário salientou também que não era responsabilidade do Governo interferir nas decisões da Universidade dado o respeito pela sua autonomia. No entanto, horas depois, a UM volta atrás. Recorde-se que a UM avançou na passada segunda-feira, à Rádio Macau, a intenção de equipar todas as salas de aula com câmaras de videogilância após a abertura de um concurso público para o fornecimento e instalação de sistemas de vigilância em circuito fechado de televisão. O objectivo, apontou a instituição, era “proteger a segurança de funcionários e alunos” e “garantir os bens e instalações da Universidade de Macau”. De acordo com a UM, o Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP) tinha autorizado a medida após uma consulta em 2016. A única exigência imposta à UM foi que tivesse em conta os procedimentos legais. Actualmente, a UM já tem 19 salas de aula equipadas com câmaras, sendo um requisito exigido para exames de certificação em inglês, que têm lugar duas vezes por ano, em Junho e em Dezembro.
Hoje Macau SociedadeInvestigador da UM fala das potencialidades de uma flor no tratamento do cancro [dropcap]U[/dropcap]ma equipa da Universidade de Macau (UM) está a realizar uma investigação pioneira a partir de uma orquídea com previsível impacto na regeneração de tecido ósseo e em futuros tratamentos do cancro. “Há um caminho longo a percorrer”, mas duas das aplicações médicas da descoberta podem passar pela “regeneração de tecido e imunoterapia para tratamento do cancro”, sublinhou o professor Wang Chunming em declarações à Lusa. A 17 de Abril, a UM tinha anunciado que a equipa liderada por Wang era “a primeira no mundo a desenvolver com sucesso um novo tipo de substituto de tecido baseado em factores bioactivos isolados de uma erva medicinal chinesa”, a ‘Bletilla Striata’, espécie de orquídea do Sudeste Asiático. A equipa concluiu testes de laboratório e explora agora a possibilidade de avançar com estudos pré-clínicos em colaboração com médicos, depois de a pesquisa, que durou cinco anos, ter sido publicada em revistas internacionais da especialidade. “Muitos acidentes podem causar fracturas nos nossos óssos e cartilagens, danos que muito dificilmente podem ser curados pelo próprio organismo, por isso queremos fornecer este tipo de polissacarídeos nas partes danificadas para curar o corpo”, explicou o professor, doutorado em Engenharia Biomédica pela Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura. “Este é um tipo de aplicação (…). No nosso processo inicial [de estudo] da interacção entre estas moléculas e as nossas células imunitárias também descobrimos que estes podem activar as células imunitárias para um estado que pode ser benéfico para o tratamento o cancro”, adiantou. Divino açúcar Durante a investigação, Wang disse ter sido percebido que “as moléculas de açúcar podem activar o corpo e curar, seja um osso ou pele danificada, pelo poder das [células] macrófagos”. “Nós concebemos este tipo de ‘açucares’ e acreditamos que no futuro podem ser utilizados através da aplicação de diferentes tipos de membranas, películas e géis (…) no tecido danificado ou usados como hospedeiro, como um veículo, como um carro para distribuir células vivas no corpo”, sustentou. Os investigadores, ressalvou o professor, são químicos e não botânicos, mas ainda assim apostaram na análise de 21 tipos de ervas medicinais chinesas e acabaram por encontrar um tipo de polissacarídeos bioactivos capaz de estimular o crescimento de células pela activação de citocinas, que são proteínas produzidas pelas células.
Hoje Macau SociedadeUniversidade de Macau descobre método de regeneração de tecido ósseo com orquídea [dropcap]U[/dropcap]m grupo de investigadores da Universidade de Macau (UM) afirma que “descobriu o segredo da regeneração do tecido ósseo” a partir de uma orquídea, anunciou ontem a instituição em comunicado. A equipa do professor Wang Chuming “é a primeira no mundo a desenvolver com sucesso um novo tipo de substituto de tecido baseado em factores bioactivos isolados de uma erva medicinal chinesa”, de acordo com a mesma nota. A equipa concluiu testes de laboratório e está agora a explorar a possibilidade de avançar com estudos pré-clínicos em colaboração com médicos, depois de a pesquisa, que durou cinco anos, ter sido parcialmente publicada em revistas internacionais da especialidade. Para além dos artigos na Biomaterials e na Advanced Functional Materials, foi entregue um relatório adicional sobre o mecanismo químico subjacente que teve para já um parecer positivo para publicação na Nature Communications. Quando injectado nos locais com defeitos ósseos, o líquido de polissacarídeos da planta Bletilla Striata (uma espécie de orquídea do Sudeste Asiático) pode estimular o crescimento de novos tecidos para reparar defeitos ósseos, sublinhou a UM. Os investigadores analisaram 21 tipos de ervas medicinais chinesas e finalmente encontraram um tipo de polissacarídeos bioactivos que pode estimular o crescimento de células ósseas pela activação de citocinas, que são proteínas produzidas pelas células.
Hoje Macau SociedadeCTM assina acordo com Universidade de Macau para desenvolver 5G no território [dropcap]A[/dropcap] Companhia de Telecomunicações (CTM) anunciou ontem um lucro de 941 milhões de patacas em 2018 e assinou um protocolo com a Universidade de Macau para desenvolver a tecnologia 5G no território. O responsável da CTM, Vandy Poon, e o reitor da Universidade de Macau, Song Yonghua, assinaram um acordo de colaboração na área da investigação e desenvolvimento da tecnologia 5G em Macau, a grande aposta da empresa no próximo ano. Em conferência de imprensa, a empresa salientou que “2019 vai ser um ano importante para o desenvolvimento do 5G” e garantiu estar preparada para a construção da rede em Macau, de forma a contribuir para a criação de uma cidade inteligente. No que diz respeito ao 5G, Vandy Poon referiu que o Executivo e os CTT estão a ultimar o quadro legal para a implementação da tecnologia, e que nesse aspecto a CTM foi auscultada. Quanto ao número de licenças que espera serem emitidas, o director não se alongou muito, mas vincou que em termos de concorrência a empresa de telecomunicações iria “fazer ouvir a sua voz”, acrescentando que Macau é um mercado pequeno e que a Grande Baía surge como um espaço aliciante para expandir negócios. Ainda no tópico do projecto regional, outros responsáveis da operadora de telecomunicações, como o seu director executivo, Vandy Poon, asseguraram que uma das prioridades da CTM passa pela participação na Grande Baía. Em causa está a possibilidade da CTM avançar para um ‘mercado’ de 70 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto que ronda os 1,3 biliões de dólares, maior que o PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20. Com esta aposta, a CTM quer ajudar a “desenvolver Macau num centro mundial de turismo e lazer e numa plataforma de cooperação comercial entre a China e os países lusófonos”, de forma a promover uma economia diversificada, segundo a própria empresa. Em 19 de Setembro do ano passado, a CTM tinha inaugurado em Hong Kong o primeiro centro de dados fora do território, um investimento focado na expansão da empresa e no reforço dos projectos da Grande Baía e Macau Digital. “O que torna especial este projecto é que somos os primeiros a ser aprovados pelo Governo” e pelo Gabinete de Protecção de Dados fora do território, sublinhou então Vandy Poon à Lusa. O reforço da segurança no ‘backup’ de dados e na capacidade de recuperação dos mesmos, devido à redundância de uma rede que funciona em dois locais diferentes, em Macau e, agora, em Hong Kong foi apresentado com “uma grande vantagem para as pequenas e médias empresas”, algo que o risco associado a fenómenos como os tufões Hato e Mangkhuto veio salientar, enfatizou o responsável da CTM.
Hoje Macau SociedadeUniversidade de Macau | Dia Aberto a 14 de Abril [dropcap]A[/dropcap]Universidade de Macau (UM) vai realizar, no próximo dia 14 de Abril, o Dia Aberto. A iniciativa inclui uma série de acontecimentos. Além de consultas sobre os cursos ministrados na instituição de ensino superior, estão previstas conversas temáticas, actividades recreativas e desportivas e ‘workshops’. O Dia Aberto vai realizar-se entre as 11h e as 17h.
Hoje Macau SociedadeUM | Escritora Wang Anyi com doutoramento Honoris Causa [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau irá atribuir o doutoramento Honoris Causa em Letras à escritora Wang Anyi como reconhecimento pelos contributos que fez ao longo da sua carreira para a literatura chinesa. Depois da cerimónia, Wang irá apresentar uma palestra intitulada “Literatura em língua chinesa no contexto global”. A prolífera escritora, com obra publicada desde 1977, fez parte da programação do festival literário Rota das Letras em 2015 e foi distinguida com vários prémios nacionais e internacionais. Wang Anyi, filha do reputado escritor chinês Ru Zhijuan, tem como principal marco da sua carreira “Song of Everlasting Sorrow”, que conta a história de vida de uma rapariga de Xangai até à sua morte depois da Revolução Cultural. A cerimónia, aberta ao público, está marcada para as 17h do dia 22 de Março, no Edifício Anthony Lau na Universidade de Macau. DSAL | Promoção de cursos de electricidade e electrónica A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) vai organizar dois cursos de formação profissional nas área da electricidade e da electrónica, destinados aos jovens. O objectivo é ajudar esta faixa da população a “enfrentar o emprego e desenvolver as suas potencialidades”. A ideia é formar os interessados nestas áreas durante um curto período de tempo, aumentando “a competitividade dos jovens” no processo de inserção no mercado de trabalho, aponta a DSAL em comunicado. Estes dois cursos de formação inicial serão diurnos com curta duração de cerca de 5 meses e as inscrições vão estar abertas durante o segundo trimestre deste ano.
Sofia Margarida Mota EventosLiteratura | José Luís Peixoto entre hoje e quinta-feira na UM [dropcap]O[/dropcap]escritor português José Luís Peixoto vai estar entre hoje e quinta-feira na Universidade de Macau para conduzir um oficina de escrita no Centro Bilingue Chinês-Português daquela instituição. A iniciativa é dirigida à promoção da escrita de ficção literária e está estruturada em quatro sessões a decorrer das 15h às 17h30. O objectivo é “divulgar a língua e cultura portuguesa” e “fazer com que cada um dos participantes produza um texto literário, percebendo a estrutura, criatividade e métodos envolvidos no processo de criação”, aponta a organização em comunicado. José Luís Peixoto, recebeu em 1997, aos 23 anos, o Prémio Jovens Criadores atribuído pelo Instituto Português da Juventude, com a obra de ficção “Morreste-me”, dedicada ao pai. Em 2001, o autor começa a destacar-se no panorama da literatura portuguesa ao receber o Prémio Literário José Saramago, da Fundação Círculo de Leitores com o romance “Nenhum Olhar”. Da sua obra, que se encontra traduzida em mais de 25 línguas, fazem parte seis romances, seis livros de ficção, três séries de poesia e dois livros infantis.
Sofia Margarida Mota SociedadeUniversidade de Macau sobe para 60ª posição no ranking da Ásia Pacífico A Universidade de Macau está na 60ª posição do ranking de universidades da região da Ásia-Pacífico. A instituição de ensino superior subiu dois lugares em relação ao ano passado. Nos lugares cimeiros, a chinesa Universidade de Tsinghua destronou a Universidade Nacional de Singapura que ocupou o topo da tabela nos últimos três anos [dropcap]A[/dropcap]Universidade de Macau (UM) voltou a subir no ranking dos estabelecimentos de ensino superior da região da Ásia-Pacífico, ocupando agora a 60º posição, segundo informação divulgada ontem pela Time Higher Education. A classificação obtida representa uma subida de dois lugares relativamente à avaliação realizada em 2018. Já na tabela do ranking mundial, a UM encontra-se em 351ª posição, lugar que ocupa desde 2017. Em 2016, ocupava a 401ª posição. A grande surpresa do ranking apresentado ontem foi a liderança regional da Universidade Tsinghua. O prestigiado estabelecimento de ensino superior chinês destronou a Universidade Nacional de Singapura que tem liderado a lista das melhores universidades da Ásia Pacífico nos últimos três anos. É de salientar que esta é a vez que uma universidade chinesa lidera o ranking da região. A Universidade Tsinghua ultrapassa, assim, a Universidade de Pequim, que caiu três lugares entre 2018 e 2019 encontrando-se agora na 6ª posição do ranking de universidades da Ásia-Pacífico. Entre os dez primeiros lugares do ranking figuram ainda três universidades da região vizinha: a Hong Kong University of Science and Technology que ocupa a 4ª posição, a University of Hong Kong em 5º lugar e a Chinese University of Hong Kong na 9ª posição. Troca de posições Também a nível mundial, a Universidade de Tsinghua tem vindo a subido constante de posicionamento. Em 2017 estava classificada em 35º lugar, e no ano seguinte pulou para a 30ª posição da lista. Este ano é considerada pela Time Higher Education como a 22ª melhor universidade do mundo. Já a Peking University tem perdido lugares no ranking internacional. No ano passado ocupava a 27ª posição e este ano passou para 31ª posição. A britânicas Universidade de Oxford e Universidade de Cambridge continuam a ocupar os dois primeiros lugares do ranking internacional, respectivamente, seguidas da americana Standford University. UM | Faculdade de Gestão acreditada pela AACSB International A Faculdade de Gestão da Universidade de Macau foi acreditada pela AACSB International, a mais antiga entidade na área dos negócios que estabelece uma rede entre estudantes, empresas e estabelecimentos do ensino superior, de acordo com um comunicado recebido ontem. “A acreditação da AACSB reconhece instituições que demonstraram excelência em todas as áreas, incluindo ensino, pesquisa, desenvolvimento de currículos e aprendizagem dos alunos”, apontou Stephanie M. Bryant, vice-presidente executiva da AACSB International, referindo-se ao bom desempenho da UM. Actualmente, existem 836 instituições em 55 países e territórios acreditadas por esta entidade. Em resposta Jean Chen, reitor da Faculdade de Gestão mostrou-se satisfeito, porque considerar que a acreditação representa o reconhecimento internacional. Por outro lado, com a distinção, a Faculdade de Gestão da UM fica numa “excelente posição para atrair melhores profissionais e mais alunos”.
Hoje Macau SociedadeUM | Ge Wei e So Kee Long designados vice-reitores [dropcap]G[/dropcap]e Wei e Billy So Kee Long foram escolhidos para o cargo de vice-reitores da Universidade de Macau (UM), após deliberações do Conselho da UM, tomadas já em Agosto e Dezembro, diz um aviso da instituição, publicada ontem em Boletim Oficial. Ge Wei, professor da Faculdade de Ciências da Saúde da UM, foi nomeado por cinco anos, enquanto Billy So Kee Long, vindo da Faculdade de Humanidades da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong, por três anos. Ambas as nomeações produzem efeitos a partir de segunda-feira. Segundo o ‘site’ da UM, Ge Wei exercia já o cargo de vice-reitor substituto para a área da investigação. Existem mais quatro postos de vice-reitor, um dos quais (Assuntos Globais) ocupado por Rui Martins.
Andreia Sofia Silva SociedadeCaso John Mo | Oriana Pun defende que o seu cliente “é inocente” Oriana Pun, advogada de defesa de John Mo, ex-director da Faculdade de Direito da Universidade de Macau acusado de violação, considera que o seu cliente “está inocente”. A primeira sessão de julgamento foi na sexta-feira e decorreu à porta fechada [dropcap]J[/dropcap]ohn Mo, ex-reitor da Escola de Pós-Gradução da Universidade de Macau (UM), e também antigo director da Faculdade de Direito da mesma instituição, começou a ser julgado na última sexta-feira pelo crime de violação, pelo qual tem estado em prisão preventiva desde Junho do ano passado. O julgamento decorreu à porta fechada e começou às 10h00, tendo durado o dia todo. Na pausa para almoço, a advogada de defesa de John Mo, Oriana Pun, não quis adiantar quaisquer detalhes da sessão em tribunal, pelo facto de se tratar de um processo julgado à porta fechada. Não foi sequer avançado se a alegada vítima esteve presente em tribunal. Oriana Pun, advogada de defesa de John Mo, disse apenas que este “está a colaborar com a justiça” e que prestou declarações defronte o juiz. Além disso, acredita que o seu cliente “está inocente”. “Temos de aguardar pela decisão do tribunal. Mas, para mim, é inocente. Por isso, peguei no processo”, frisou. O caso envolve mais dois arguidos, de nome Lei Iok Pui e Yang Manman. No processo estão arroladas “cerca de 20 testemunhas”, adiantou Oriana Pun, sendo que, de acordo com a Rádio Macau, Priscilla Leung, deputada em Hong Kong e professora associada da Faculdade de Direito da City University de Hong Kong é uma delas. De frisar que John Mo trabalhou nesta universidade. Também de acordo com a Rádio Macau, Shui Bing, docente da Faculdade de Direito da UM, é outra das testemunhas do processo. De acordo com a edição desta segunda-feira do jornal Ponto Final, a sentença deste caso será conhecida já a 15 de Fevereiro. Crime na noite O processo começou quando uma aluna do interior da China, que estuda numa outra instituição do ensino superior em Macau, fez queixa na Polícia Judiciária (PJ) por violação. John Mo e os restantes dois arguidos terão jantado com a aluna e depois feito uma deslocação a um “local de entretenimento”, onde terá ocorrido a violação. “Recentemente, um indivíduo de sexo masculino de apelido Mo, por suspeita de ter abusado sexualmente de um indivíduo de sexo feminino, foi detido pela PJ e encaminhado para o Ministério Público no sentido de se proceder às diligências de investigação criminal”, informaram as autoridades em Junho. “Realizado o primeiro interrogatório judicial, tendo em consideração a gravidade dos factos participados sobre o arguido e as circunstâncias concretas do respectivo inquérito, o Juiz de Instrução Criminal, aceitando a promoção da Delegada do Procurador, ordenou a aplicação ao arguido da medida de coacção de prisão preventiva, aguardando-se o julgamento”, foi acrescentado. Assim que as primeiras notícias começaram a ser divulgadas, John Mo foi despedido pela UM. Caso o tribunal o considere culpado, está sujeito a uma pena de prisão superior a 12 anos. A chegada de John Mo a Macau, em 2012, esteve envolta em polémica, uma vez que a comunidade jurídica local criticou o facto do novo director da Faculdade de Direito da UM não ter conhecimentos de Direito de Macau. Uma polémica que viria a ser ultrapassada.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeAlexis Tam “chocado” com arrendamento ilegal de residência universitária no Airbnb Alexis Tam mostrou-se chocado com o alegado caso de arrendamento ilegal de um quarto na residência de estudantes da Universidade de Macau. O secretário adiantou ainda que a instituição está a investigar a situação. Também Helena de Senna Fernandes admitiu que o arrendamento ilegal de quartos de estudantes universitários seria impensável dado o alegado controlo de acesso a estas instalações [dropcap]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, afirmou estar “chocado” com o caso de arrendamento ilegal de um quarto numa residência da Universidade de Macau. “Quando soube [no domingo] deste caso fiquei surpreendido, fiquei chocado. Como é possível uma residência universitária servir de pensão ilegal? Não é aceitável, fiquei muito chocado. Já falei com reitor da universidade e, muito em breve, vai apresentar um relatório de investigação”, disse Alexis Tam à margem do Fórum Internacional de Gastronomia. Apesar do caso, o secretário acredita que se trata de uma situação isolada e admite deu instruções a outras instituições de ensino superior para fiscalizarem o que se passa nas suas residências. “Para mim, o caso da Universidade de Macau (UM) é um caso individual, mas já pedi a todas as instituições do ensino superior para fazerem o melhor possível. Este caso não pode voltar a acontecer”, sublinhou. No entanto, o secretário acredita que a situação não é generalizada. “Só temos um caso e não podemos agora dizer que as residências universitárias de Macau são pensões ilegais”, apontou. Neste aspecto, importa referir que a Universidade de Macau comunicou que vai rever o mecanismo de acesso às residências. Nunca esperado A perplexidade é partilhada pela directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes. “Acho que até agora nunca pensámos que podia haver este tipo de pensões ilegais nas universidades”, apontou a dirigente. A razão é a presumida existência de “um sistema de controlo e uma segurança em que é proibida entrada de outras pessoas que não sejam os estudantes autorizados”, acrescentou a responsável. Com a notícia do caso de arrendamento ilegal ocorrido na UM, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) vai promover campanhas de sensibilização junto das instalações residenciais de ensino superior de modo a prevenir a repetição de casos semelhantes. “Por isso, daqui para a frente, vamos repensar a nossa área de actuação e se calhar é necessário fazer outro tipo de promoção junto de diferentes locais que podem oferecer residência”, apontou. Inspecção de fora Helena de Senna Fernandes revelou ainda que a DST recebeu a queixa acerca do alegado arrendamento ilegal na UM na semana passada e, como tal, enviou inspectores ao local. No entanto, sendo uma zona reservada a estudantes, os agentes de segurança da residência não permitiram a entrada dos fiscais. “Não conseguimos entrar porque os inspectores não são estudantes e, claro, que a segurança também nos disse que é proibido ali entrar sem se ser estudante residente, e neste caso seria necessário um mandato judicial. Acho que o que temos que fazer é saber o que se passa junto da universidade”, revelou a responsável. A investigação está agora a cargo da UM que terá que enviar o relatório do sucedido o “mais breve possível, referiu Alexis Tam. Recorde-se que no domingo, uma publicação da associação de estudantes da Universidade de Macau, o Orange Post, informou que a instituição ordenara a expulsão de um aluno de mestrado por este ter arrendado ilegalmente o quarto da residência universitária na plataforma online de alojamento particular Airbnb. Em duas publicações no Facebook, escritas em chinês, o Orange Post indicou que o preço pedido rondava pouco mais do que 300 patacas (cerca de 30 euros), que o estudante negou estar a cometer qualquer ilegalidade e que o departamento de recursos estudantis assegurou que a gestão da residência universitária será amplamente analisada e que a sensibilização dos alunos será reforçada.
Hoje Macau SociedadeAmbiente | Identificar fontes de emissão de poluentes é prioritário [dropcap]O[/dropcap] investigador Yongjie Li, da Universidade de Macau, defende que a identificação das principais fontes de emissão de poluentes tem de ser uma prioridade, na medida em que só assim será possível elaborar políticas eficazes “A maior prioridade da nossa cidade deve ser a aposta na identificação das fontes de emissão e captar um quadro geral da situação”, afirmou à Lusa Yongjie Li. Para o especialista em poluição atmosférica, “sem tais evidências científicas não será possível uma política eficaz sobre como controlar as emissões”, pelo que as autoridades têm de ser mais pró-activas. Dados oficiais indicam que, em 2017, registaram-se em quase todas as estações que medem o índice de qualidade do ar (AQI, na sigla inglesa) mais de 20 dias insalubres. “Este é um grande desafio e o Governo de devia colocar [a qualidade do ar] numa prioridade maior do que a que está a fazer”, defende o professor. Na mesma linha do especialista ambiental, que apontou falhas na identificação e captação das fontes de emissão de poluentes, têm surgido na última semana críticas por parte da sociedade civil e de activistas ambientais, que apontam falhas nos dados sobre a qualidade do ar recolhidos pelo Governo. “Infelizmente, o que o Governo está a fazer em Macau não é suficiente em termos de política sustentável, que ainda está muito atrasada em relação ao resto do mundo”, afirmou à Lusa Annie Lao, um dos principais rostos de uma petição que reuniu milhares de assinaturas contra o plástico descartável. O Relatório do Estado do Ambiente de Macau de 2017 indica que as emissões de dióxido de carbono (CO2) subiram 6,2 por cento entre 2007 e 2016. “A percentagem das emissões estimadas de gases com efeito de estufa em 2016 aumentou 5,9 por cento comparando com 2015. Tal deve-se, principalmente, ao aumento da emissão estimada de CO2 resultante da incineração de resíduos, dos transportes marítimos e da produção local de energia eléctrica”, lê-se no relatório. Metas para 2019 Nas Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2019, o Governo estabeleceu, entre outras metas, controlar o crescimento do número de veículos para que a taxa de crescimento anual se fixe em 3,5 por cento em 2020, prometeu o aumento de lugares de carregamento de veículos eléctricos para 210 até 2019 e que 40 por cento da iluminação pública seja feita através de luzes LED. Macau tem aproximadamente 230 mil veículos motorizados, não tem metro, e os transportes movidos a energias sustentáveis são reduzidos. Até Setembro, havia 43.928 pessoas com dois ou mais veículos, numa população de sensivelmente 660 mil habitantes. Existem ainda 1.498 táxis, dos quais apenas 30 eléctricos, segundo dados fornecidos à Lusa pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). Outra das preocupações de Annie Lao prende-se com os casinos por serem os maiores utilizadores de recursos como “água, energia e plástico”. “Banir palhinhas de plástico por parte dos casinos é apenas um pequeno passo, mas não é de todo suficiente porque os hotéis usam e grande número de plásticos descartáveis e que muitos deles não podem ser reciclados”, apontou a activista.
Diana do Mar Manchete SociedadeUM | Arquivado caso relativo à saída do antigo reitor Wei Zhao Está encerrado o caso relacionado com a saída do anterior reitor da Universidade de Macau, após o Governo ter concluído que Wei Zhao não estava obrigado a esperar seis meses para ingressar no sector privado [dropcap]O[/dropcap] Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) deu por encerrado o caso da saída do anterior reitor da Universidade de Macau (UM), após um parecer jurídico ter ditado que Wei Zhao não estava obrigado a cumprir um período de transição de meio ano antes de exercer actividades no sector privado. “Este Gabinete recebeu a opinião jurídica do serviço competente que considera que o ‘não exercício de actividades privadas após a cessação de funções’ não se aplica ao reitor da Universidade de Macau”, pelo que “o caso foi arquivado”, indicou o GAES, em resposta escrita ao HM. Wei Zhao deixou o cargo de reitor da UM para assumir funções como director da área da investigação na Universidade de Sharjah, sem cumprir o período de seis meses após o termo do contrato em Macau, a que estão obrigados a respeitar titulares de cargos de direcção da função pública. Na sequência do anúncio da mudança de emprego, o Conselho da Universidade recebeu uma carta anónima alegando que Wei Zhao teria violado o contrato de trabalho com a UM por ter começado a exercer as novas funções nos Emirados Árabes Unidos dias depois de deixar a liderança da UM, antes do termo do segundo mandato, que terminava em Novembro. Após a queixa, o GAES abriu uma investigação ao processo de rescisão do contrato com Wei Zhao, a pedido do secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, apesar da UM ter declarado na altura que Wei Zhao actuou em conformidade com os estatutos internos. Em Maio do ano passado, o GAES indicou ter entregue o relatório de investigação, mas o desfecho ainda não tinha sido divulgado. Wei Zhao, que assumiu o cargo de reitor em Novembro de 2008, foi o primeiro a ser escolhido através de um concurso internacional. Sucedeu-lhe Song Yonghua que tomou posse a 9 de Janeiro de 2018.
Diana do Mar Manchete SociedadeProfessor da Universidade de Macau candidato a reitor da Universidade de Coimbra [dropcap]Y[/dropcap]ang Chen, professor de Matemática na Universidade de Macau, figura como um dos dois estrangeiros candidatos ao cargo de reitor da Universidade de Coimbra (UC). O anúncio foi feito pela instituição de ensino superior que deu conta de que há cinco interessados em suceder a João Gabriel Silva, que cumpre, este ano, o seu segundo mandato. Investigador nascido em Singapura, doutorado em Física pela Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, Yang Chen lecciona actualmente Matemática na Universidade de Macau. A segunda candidata estrangeira é Duília Fernandes de Mello, doutorada em astronomia pela Universidade de São Paulo e professora catedrática da Universidade Católica da América. Segundo o ‘site’ da associação Mulher das Estrelas, criada pela própria, Duília de Mello publicou mais de 100 artigos científicos, colabora com o Goddard Space Flight Center, da NASA, tendo sido escolhida, em 2014, pela revista brasileira Época, como uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil. A comissão eleitoral informou, na noite de quarta-feira, em nota de imprensa, que foram aceites cinco candidaturas, tendo sido também excluídos cinco processos, “por não-cumprimento dos requisitos formais estipulados”. O actual vice-reitor Amílcar Falcão, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, o docente e investigador na área da inteligência artificial Ernesto Costa e o director da Faculdade de Letras, José Pedro Paiva, são os outros nomes, tendo já anunciado as suas candidaturas no ano passado. As eleições para reitor da Universidade de Coimbra para o mandato 2019-2023 vão decorrer numa reunião plenária do Conselho Geral, a 11 de Fevereiro, havendo a 4 do mesmo mês uma audição pública dos candidatos e uma segunda sessão, apenas para membros do Conselho Geral, no dia seguinte. O Conselho Geral da Universidade de Coimbra é constituído por 18 representantes dos professores e investigadores, cinco estudantes, dois trabalhadores não docentes e não investigadores e dez elementos externos à instituição.
Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeEstudo da Universidade de Macau prevê abrandamento económico A guerra comercial entre a China e os Estados Unidos está a ter consequências para a economia local que entrará num período de abrandamento em 2019. A ideia é deixada pelos dados divulgados ontem pela Universidade de Macau relativos à previsão macroeconómica para este ano [dropcap]A[/dropcap] economia local para o ano que agora começa não só apresenta uma tendência para abrandar o seu crescimento como é classificada como incerta. O prognóstico foi dado a conhecer ontem com a divulgação dos resultados relativos ao estudo da Previsão Macroeconómica do Departamento de Economia e Centro de Estudos de Macau da Universidade de Macau (UM). De acordo com os dados apresentados, o Produto Interno Bruto (PIB) pode tendencialmente ter um crescimento na ordem dos 2,7 por cento, quase metade do aumento previsto neste campo para 2018, que se registava nos 4,4 por cento. O estudo em causa apresenta, além dos valores tendenciais, as piores e as melhores previsões possíveis. No pior cenário admite a possibilidade de um decréscimo do PIB de 6,5 por cento. Já no extremo oposto, e numa perspectiva mais positiva, os dados apontam para um crescimento que pode mesmo chegar aos 11,9 por cento, mais do dobro das melhores previsões apontadas para o ano passado que se situavam nos 5,8 por cento. Em patacas, o PIB local pode atingir em 2019 o valor de 426,2 mil milhões. O deflactor implícito do PIB, que mede a variação global de preços, tende a um crescimento de 3,8 por cento. Já o investimento no território apresenta-se sem perspectivas de crescimento, muito pelo contrário, tende a diminuir. De acordo com os dados fornecidos pela UM, a tendência da diminuição do capital fixo bruto é na ordem dos 7,5 por cento, sendo que a pior previsão pode mesmo representar um decréscimo de 27,1 por cento. Nas previsões mais positivas os valores apontam para um crescimento de 12,2 por cento. As previsões para o ano passado para o capital fixo eram de quase 64 mil milhões de patacas e para este ano podem não chegar aos 59 mil milhões. Crescer com calma O jogo e o turismo que se situam no âmbito das exportação de serviços de Macau também apresentam uma previsão de crescimento inferior aos números apontados para 2018. Para este ano, a UM prevê um aumento de 4,2 por cento, menos cinco por cento do que as previsões dadas para o ano passado. Mais, se as circunstâncias forem as piores, o estudo em causa admite mesmo um decréscimo de 7 por cento. No extremo oposto, e tendo em conta as melhores perspectivas, a exportação de serviços poderá crescer em 15,4 por cento. Um aumento também inferior ao do ano passado é também aplicado à exportação de bens prevendo-se um crescimento de 0,6 por cento num intervalo que pode ir de uma diminuição de quase 14 por cento a um aumento de cerca de 15 por cento. Do lado das importações de bens e serviços, o estudo apresentado ontem pela UM aponta para um crescimento de 3,1 e 4,2 por cento respectivamente. Na área dos bens, os valores representam um ligeiro aumento em relação aos números apontados para o ano passado que eram de 2,8 por cento o que, aponta a UM, “está relacionado com o aumento previsto do consumo privado”. De acordo com o estudo apresentado, as despesas relativas ao consumo privado apontam para uma subida na ordem dos quatro por cento, menos 0,5 por cento relativamente às previsões relativas ao ano transacto. No entanto, este índice aponta a possibilidade de um crescimento de 0,2 por cento, no pior dos cenários, e de 7,8 por cento, de acordo com as previsões mais optimistas. Já na área importação de serviços, a tendência aponta para uma diminuição relativamente a 2018 de mais de 5 por cento, fixando-se num crescimento de 4,2 por cento. Valores estagnados Com valores muitos aproximados aos que foram apontados para 2018, estão as previsões para a taxa de inflação de 2019. Para o ano passado a previsão foi de um aumento de 3,1 por cento e para este ano é de 3 por cento. Na pior das hipóteses o Departamento de Economia da UM refere um aumento da inflação na ordem dos 4,5 por cento e no melhor cenário este índice pode representar uma subida de 1,5 por cento. Já a mediana do salário mensal também pode ter um crescimento pouco acentuado na ordem dos 1,1 por cento, o que em patacas representa um aumento das 16 032 para as 16 205 mil patacas por mês. No entanto, as previsões admitem a possibilidade de uma diminuição em quatro por cento, sendo que no melhor dos cenários os números apontam para um aumento de 6,1 por cento. Por último, a taxa de desemprego dos residentes pode atingir os 2,8 por cento, vindo a estar empregadas quase 390 mil pessoas. Relativamente às previsões para 2018 os números tendem a ser idênticos. Dependências externas Os dados apresentados podem vir a ser ajustados, refere o comunicado da UM, até porque as previsões dependem “de condições económicas externas e das políticas governamentais. No entanto a tendência para o abrandamento da economia é justificada com os efeitos negativos provocados pela guerra comercial travada entre a China e os Estados Unidos da América que afectou não só o mercado chinês como o de Hong Kong, “outro mercado essencial para a exportação de serviços de Macau”. “Os efeitos negativos dos atritos comerciais com os Estados Unidos e outros ajustamentos estruturais na economia chinesa vieram à tona nos últimos meses e as incertezas económicas continuam a afectar a economia de Macau”, refere a UM em comunicado. Recorde-se que o recuo no crescimento económico local tem vindo a acentuar-se desde o final de 2018. A economia de Macau cresceu 1,6 por cento, em termos reais, no terceiro trimestre do ano passado, face a igual período de 2017. O forte abrandamento do Produto Interno Bruto (PIB) ficou a dever-se à descida contínua do investimento em construção e à contracção significativa do aumento das exportações de serviços, indicava, em Novembro, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Por outro lado, a procura externa recuou, com as exportações de serviços a aumentarem apenas 6,3 por cento em termos anuais, impulsionadas pelos aumentos de 5,8 por cento nas exportações de serviços do jogo e de 11,4 por cento noutros serviços turísticos, enquanto as de bens caíram 8,8 por cento. A procura interna também apresentou um comportamento frágil, com uma retracção homóloga acentuada (20,1 por cento) no investimento. O investimento do sector privado registou uma queda anual de 17,8 por cento, particularmente no ramo da construção devido à diminuição significativa das obras dos grandes empreendimentos. Desempenho idêntico teve o investimento do sector público que assinalou uma descida anual de 32,7 por cento, devido à quebra significativa de 45,7 por cento em obras públicas, sobretudo devido à conclusão sucessiva dos projectos de infra-estruturas. A taxa de crescimento económico do primeiro trimestre de 2018 foi de 9,4 por cento, enquanto a do segundo correspondeu a 5,9 por cento, sendo a taxa de crescimento do PIB no ano passado de 9,7 por cento.
Hoje Macau SociedadeUniversidade de Macau lança plataforma de tradução online chinês-português-inglês [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM) anunciou ontem ter lançado uma plataforma de tradução online chinês-português-inglês, de forma a ajudar os tradutores profissionais em vocabulários mais técnicos. “A plataforma permite que tradutores profissionais estabeleçam conjuntos de vocabulário especializados relacionados com um determinado sector”, explicou a UM, em comunicado. Além disso, sublinhou a UM, o sistema, UM-CAT, pode também identificar automaticamente textos usados anteriormente, sendo esta plataforma “adequada para escritórios governamentais e empresas que precisam de lidar com uma grande quantidade de tarefas de tradução multilíngue no seu trabalho diário”. “O UM-CAT pode, não só traduzir textos genéricos, como também traduzir textos técnicos em diferentes campos profissionais”, referiu a UM. Esta plataforma também integra várias outras funções, incluindo memória de tradução, gestão de terminologia, tradução colaborativa e inteligente e sugestão de segmentos de tradução. O UM-CAT foi desenvolvido pelo Laboratório de Linguagem Natural da UM e pelo Laboratório de Tradução Automática Português-Chinês.
Hoje Macau EventosUM discute 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos [dropcap]A[/dropcap] Faculdade de Direito da Universidade de Macau organiza esta quinta-feira um workshop sobre os 70 anos da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Participam nesta conferência os docentes da faculdade Paulo Canelas de Castro, Vera Lúcia Raposo, Luís Pessanha e Sten Verhoeven. A palestra acontece no âmbito da cátedra Jean Monnet da UM, intitulada “A lei da União Europeia no contexto global”. O aniversário da Declaração da Organização das Nações Unidas (ONU) celebrou-se este domingo, 9 de Dezembro. António Guterres, secretário-geral da ONU, destacou nesse mesmo dia a necessidade de uma assinatura “sem demoras” da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio pelos países que ainda não o fizeram, um total de 45 Estados. Trata-se do primeiro tratado assinado após a implementação da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Sofia Margarida Mota PolíticaUniversidade de Macau vai receber cerca de 2,5 mil milhões de patacas [dropcap]O[/dropcap] orçamento do Governo destinado à Universidade de Macau para o próximo ano é de 2,5 mil milhões de patacas. Já o Instituto Politécnico de Macau pode contar com 900 milhões de patacas. Os dados foram divulgados ontem pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura no segundo dia de apresentação das Linhas de Acção Governativa para 2019. No total, o orçamento para as duas instituições de ensino superior públicas “ultrapassa as três mil milhões de patacas”, sublinhou o secretário. O Executivo pretende distribuir 13 mil milhões de patacas pelos restantes níveis de ensino. De acordo com o secretário, o orçamento para a educação cresce todos os anos com o objectivo de “concretizar a política de fazer prosperar Macau através da educação”.
Hoje Macau SociedadeUM e UNESCO na iniciativa “Uma Faixa, uma Rota” [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM), a UNESCO e dezenas de instituições em todo o mundo vão colaborar em projectos científicos no âmbito da iniciativa chinesa “Uma Faixa, uma Rota”, foi ontem anunciado. Entre as 37 instituições cooperantes, contam-se universidades e academias científicas da Hungria, Polónia, Cazaquistão, Paquistão e Nepal, países que integram o projecto multimilionário de investimento em infraestruturas do Presidente chinês, Xi Jinping. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) também integra a chamada “Aliança de Organizações Científicas ao longo da região ‘Uma Faixa, uma Rota’”, inaugurada recentemente em Pequim, de acordo com um comunicado da UM. Numa carta enviada para celebrar a inauguração desta aliança, Xi Jinping afirmou esperar que as “comunidades científicas de todos os países da região possam trabalhar juntas e usar a aliança como uma plataforma para promover o desenvolvimento sustentável”.
Hoje Macau SociedadePonte HZM | Universidade de Macau ajuda na manutenção [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM) vai apostar em projectos de inovação tecnológica e ajudar na manutenção da nova ponte que liga ao território a Hong Kong e a Zhuhai. Num comunicado, divulgado ontem, a instituição de ensino revela que assinou com a autoridade que gere a ponte um acordo de “colaboração estratégica” que prevê a realização, em conjunto, de projectos de investigação dedicados ao avanço da tecnologia de transportes. “A colaboração vai permitir que ambas as partes combinem os pontos fortes (…) para promover a manutenção da ponte e o avanço da tecnologia de transportes”, lê-se na mesma nota. De acordo com a UM, as duas partes planeiam criar, em conjunto, um centro de investigação de engenharia. “Ambas as partes vão aprofundar a colaboração na operação e manutenção de infra-estruturas de transportes de larga escala e aumentar o intercâmbio de dados e pesquisas (…) a fim de promover avanços tecnológicos nas infra-estruturas de transporte”, refere o comunicado. A nova ponte, a maior travessia sobre o mar do mundo, foi inaugurada na terça-feira.
João Luz SociedadeEnsino | Universidade de Macau entre as 100 melhores universidade da Ásia A Universidade de Macau é uma das 100 melhores de toda a Ásia, de acordo com o ranking da QS – Quacquarelli Symonds, que todos os anos elabora a lista das 500 melhores instituições de ensino superior. A outra instituição local no ranking é a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, que ocupa o lugar 229 [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM) é a 98ª melhor universidade da Ásia, de acordo com a edição de 2019 do ranking da QS – Quacquarelli Symonds, consultora britânica da área da educação. A posição deste ano da UM representa uma subida de 27 lugares em relação ao ano passado, quando ficou na 125ª posição. No panorama global de ensino superior, a UM fica em 443º lugar. Na lista, divulgada ontem, consta apenas outra instituição de ensino superior local, a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, que sobe ao 229º lugar, depois de em 2017 ter ficado na 300ª posição. No pódio das três melhores universidades figuram duas instituições de Singapura. A Universidade Nacional de Singapura ficou com o ouro nesta edição, enquanto a Universidade de Tecnologia de Nanyang conseguiu o bronze, depois de na edição anterior ter ficado em primeiro lugar. O segundo lugar foi para a Universidade de Hong Kong, o que representa uma subida de três postos. Domínio chinês A prestigiada Universidade de Tsinghua, que ocupa o primeiro lugar em termos de instituições de ensino superior da China, ficou em terceiro lugar, empatada, com a Universidade de Tecnologia de Nanyang, em Singapura. A Tsinghua, que no panorama global este ano é a 17ª melhor universidade do mundo, é uma das 112 instituições chinesas a ocupar o ranking das 500 melhores universidades asiáticas, marcando o domínio quantitativo da China na lista da QS. Neste aspecto, importa salientar que entre as 100 melhor classificadas, 23 são chinesas. Virando o foco para a região vizinha, Hong Kong coloca sete universidades no ranking, seis delas entre as 100 melhores. Entre os países com mais universidades na lista da QS, o Japão é o segundo país com mais instituições no ranking da consultora britânica. De acordo com o comunicado emitido pela QS, para a elaboração do ranking global foram realizados 83.877 inquéritos a académicos e 42.862 inquéritos a recrutadores. Os indicadores analisados foram a reputação académica, reputação de empregadores, número de estudantes e doutorados, citações em papers académicos e participação em redes internacionais de pesquisas científica.