Hoje Macau PolíticaTaipa | Lançado concurso da ligação ao Túnel da Colina A Direcção de Serviços de Obras Públicas (DSOP) lançou ontem o concurso público para a construção da fase norte do Túnel da Colina da Taipa Grande. Esta fase das obras consiste na construção de um viaduto que vai ligar a Ponte Macau com a entrada norte do túnel. A ligação vai ter um comprimento de 890 metros, estando projectada a construção de quatro vias de trânsito em dois sentidos. “O viaduto terá de atravessar várias artérias viárias do Pac On e de passar por cima do Metro Ligeiro, sendo a distância entre o ponto mais alto e o pavimento de cerca de 23 metros”, foi explicado pela DSOP. O prazo máximo global de concepção e construção é de 600 dias e pede-se uma caução provisória de 11,3 milhões de patacas aos participantes. Em termos dos critérios na avaliação das propostas, o preço da obra tem um peso de 50 por cento, o prazo de concepção e execução 20 por cento, a experiência e qualidade em obras 20 por cento, e o projecto de execução 10 por cento.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeVila da Taipa | Novos investimentos em turismo e lazer até 2025 A Sniper Capital, empresa de investimentos imobiliários, anunciou ontem a aposta em seis novos projectos ligados às áreas da restauração, lazer e turismo no coração da vila da Taipa, que deverão estar concluídos até 2025. Trata-se de mais 50 mil pés quadrados de área comercial com “amplos terraços ao ar livre”, onde o retalho também tem lugar A histórica vila da Taipa vai receber, até 2025, seis novos empreendimentos ligados às áreas da restauração, retalho e lazer, com um total de 50 mil pés quadrados. Os projectos devem-se ao investimento da empresa de investimentos imobiliários Sniper Capital, que anunciou ontem esta aposta onde se promete revitalizar alguns espaços desta zona antiga e um dos pontos centrais para quem visita o território. Segundo um comunicado ontem divulgado, “os novos empreendimentos apresentam amplos terraços ao ar livre” e espaços “concebidos tanto para operações de restauração e bebidas como de retalho”, sendo inspirados “na rica história mercantil da vila da Taipa”. Um dos projectos consiste num edifício espelhado de cinco andares, localizado numa pequena rua da vila, que irá disponibilizar lojas e restaurantes, com 30 mil pés quadrados de dimensão. Seguem-se mais cinco projectos em outras zonas da vila da Taipa com um total de 20 mil pés quadrados. Design e história Apesar de assumirem a inspiração na história de uma zona tão visitada em Macau, a Sniper Capital explica que estes novos empreendimentos terão “um design mais contemporâneo, proporcionando áreas comerciais luminosas e espaçosas, bem como terraços abertos e arejados que visam atrair marcas e estabelecimentos que procuram espaços operacionais atraentes e flexíveis”. Esta não é a primeira vez que a Sniper Capital investe na vila da Taipa, tendo-o feito já em parceria com a Taipa Village Destination. Pamela Chan, directora-geral desta entidade, destacou, citada pela mesma nota, que “os últimos empreendimentos representam um investimento substancial no futuro da Vila da Taipa”. A responsável não esqueceu a proximidade ao Cotai. “As nossas propriedades foram cuidadosamente seleccionadas para satisfazer os visitantes que afluem à vila da Taipa. Com o espaço adicional que os nossos projectos estão a trazer para a área, combinado com o aumento de visitantes mais jovens a este bairro vibrante, a vila da Taipa está preparada para uma década emocionante, à medida que continua a evoluir como um dos principais destinos de Macau.”
João Santos Filipe PolíticaSaúde | Si Lai Kuan pede mais centros na Taipa A membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas, Si Lai Kuan, considera que as instalações públicas existentes na zona são insuficientes e que a Taipa precisa de mais centros de saúde. As declarações foram prestadas pela conselheira na última reunião do Conselho, e citadas pelo jornal Ou Mun. Segundo Si, quando os residentes da Taipa precisam de recorrer a centros de saúde públicos, apenas têm como opções os centros dos Jardins do Oceano e de Nossa Senhora do Carmo-Lago. A outra opção, passa pelo Hospital Conde São Januário, o que implica uma deslocação à península, que é muito mais complicada no caso em que os residentes transportam crianças doentes. Para a advogada, o problema é mais sentido nesta fase do ano, porque o clima faz com que sejam mais propícias infecções por gripe, covid-19 e outras doenças respiratórias, que fazem com que as clínicas tenham mais pacientes. Neste cenário, Si Lai Kuan considerou ser essencial que as autoridades criem mais centros de saúde para corresponderem à procura dos residentes. Em relação ao programa dos vales de saúde, em que o Governo atribui 600 patacas a cada dois anos aos residentes, Si Lai Kuan considerou que são uma ajuda cada vez mais limitada. A conselheira atacou assim o facto de o valor não ser actualizado há vários anos, o que faz com que sirva cada vez menos o propósito de ajudar os residentes.
Andreia Sofia Silva Grande Plano PolíticaAutocarros | Acidente na Taipa terá sido provocado pelo motorista O violento acidente ocorrido na zona da Taipa velha, a 7 de Novembro, e que originou sete feridos, terá sido originado pelo cansaço do motorista, disse o director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego com base num relatório preliminar. Transmac irá pagar as indemnizações a seis feridos [dropcap]O[/dropcap] cansaço do motorista do autocarro 33, da concessionária Transmac, terá estado na origem do acidente de viação que ocorreu no passado dia 7 de Novembro na zona da Taipa velha. As informações foram avançadas por Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), no último debate sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para a área dos Transportes e Obras Públicas. “Recebemos o resultado preliminar, e muito em breve vamos divulgar os resultados. Mas o incidente deveu-se ao motorista. Vamos dialogar com as empresas para que os motoristas tenham mais tempo para descansar”, frisou. Lam Hin San adiantou também que será a Transmac a pagar as indemnizações aos seis feridos. “Em termos de gravidade dos ferimentos, estamos a acompanhar um caso. Para os outros seis será a empresa a responsável pela indemnização.” O director da DSAT lembrou que, nos últimos cinco anos, “o número de acidentes tem diminuído”, além de que as concessionárias “prestam muita atenção à segurança”. Veículos velhos O deputado José Pereira Coutinho questionou o Governo sobre o facto de os contratos com as empresas de autocarros não preverem a protecção dos passageiros em caso de ocorrência de ferimentos. “Não vejo nos contratos uma cláusula que proteja os passageiros no caso de ferimentos graves e estes têm de gastar muito dinheiro com despesas médicas”, apontou. Lam Hin San confirmou o facto. “Quanto à protecção dos passageiros, sancionamos as empresas quando os acidentes geram mortes. Queremos incentivar as empresas a reforçarem a formação de motoristas.” Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, admitiu que muitas frotas das concessionárias são compostas por autocarros velhos. “A média de idade dos autocarros é elevada. Nos últimos dois anos não foram adquiridos novos autocarros.” No debate de sexta-feira, o Governo anunciou ainda que as câmaras de videovigilância instaladas nos autocarros vão passar a registar gravações de áudio. “Alguns autocarros já têm sistema de gravação de imagem. No futuro, também vai haver sonora. Pode saber-se o que se passa no interior dos autocarros e, assim, conseguir resolver problemas que possam ocorrer”, afirmou Lam Hin San.
Hoje Macau SociedadeTaipa | Descobertas munições de AK-47 em estaleiro [dropcap]U[/dropcap]m trabalhador de limpeza de um estaleiro de construção que fica perto do cruzamento da Avenida de Kwong Tuang e da Rua de Sai On, na Taipa, descobriu um grande saco com munições abandonadas. Depois da investigação da Polícia Judiciária (PJ), contabilizaram-se no total 186 munições, para três armas de fogo diferentes de 7.62mm. Das munições encontradas, 153 são adequadas para uso em AK-47, enquanto as restantes são para pistolas dos tipos 54 e 64. A PJ descreveu que as munições estavam conservadas, eram letais, e estava a investigar a sua origem e quem as abandonou. No dia 25 de Março, sete trabalhadores de uma empresa começaram a ajudar na limpeza do estaleiro de construção em causa. Até que a 31 de Março, um dos trabalhadores encontrou um saco de plástico preto, onde as munições foram escondidas, reportando o caso ao seu superior, que o ignorou. No dia 1 de Abril, o funcionário voltou a denunciar a situação ao superior e desta vez também ao Instituto para os Assuntos Municipais, tendo o caso acabado por ser tratado pela polícia.
João Santos Filipe SociedadeEmpresa que investiu 3,5 mil milhões na Taipa com acções suspensas [dropcap]A[/dropcap] empresa Jiayuan International, que comprou em Dezembro de 2017 dois lotes de terra na Taipa, tem as acções suspensas na bolsa de Hong Kong, desde 21 de Janeiro. A decisão de suspender a transacção dos títulos foi tomada após o valor ter registado uma quebra de quase 80 por cento, entre 15 e 18 de Janeiro. No momento das primeiras quebras no valor, a administração da Jiayuan International sempre garantiu que não via uma razão para uma desvalorização em ritmo acelerado, ao mesmo tempo que assegurava aos investidores a boa condição da saúde da empresa. Contudo, o caso gerou mais dúvidas quando, no dia 17 de Janeiro, o próprio presidente do grupo, Shum Tin Ching, e a esposa, Wang Xinmei, que foram apanhados a vender parte das acções da empresa, cortando a participação de 57,65 por cento para 53,92 por cento. A venda foi feita a um valor com 79 por cento de desconto face ao valor dos títulos no dia anterior. Porém, Shum limitou-se a justificar que tinha feito a venda, depois de ter dado a participação como garantia de um outro empréstimo. Esta foi uma acção que causou estupefacção, mesmo entre os analistas. “O facto de estarem a reduzir a participação na empresa é uma movimentação muito confuso”, disse Castor Pang, líder do departamento de pesquisa do banco de investimento Core Pacific-Yamaichi International Hong Kong, em declarações à Bloomberg. “Normalmente se os directores reduzem as suas participações tem de haver uma razão para isso. Mas quando se registou a quebra maior, a empresa sempre disse que não havia razão para a quebra”, acrescentou. Altas residências Apesar da instabilidade vivida em Hong Kong, o negócio de Macau não sofreu quaisquer consequências. A garantia foi dada por Oliver Tong, responsável da JLL, que intermediou o negócio na RAEM. “Tudo está bem com o negócio de Macau. A transacção foi feita há mais de um ano e está tudo dentro do normal. A entrada foi feita a tempo, assim como os pagamentos”, disse Oliver Tong, ao HM. “Li os jornais e sei que em Hong Kong houve problemas, mas em Macau está tudo bem”, acrescentou. Foi em Dezembro de 2017 que se soube que a Jiayuan International ia pagar 3,51 mil milhões de dólares de Hong Kong à empresa Companhia de Fomento Predial San Kin Tai, detida a 40 por cento por William Kuan. Os dois terrenos ficam na Taipa, na Avenida Dr. Sun Yat-Sen, estão identificados como Lote TN20 e Lote TN24 e vão ser utilizados para a construção de residências de luxo.
Sofia Margarida Mota Entrevista EventosPamela Chan, directora da Taipa Village Culture Association : “Um lugar romântico” A Taipa Village Culture Association é uma entidade dedicada à promoção da Taipa Velha como destino a conhecer, não só para turistas como para residentes. Nos próximos dias 22 e 23 de Setembro, a associação promove um festival dedicado ao Japão onde não vai faltar música, artesanato e costumes nipónicos [dropcap]A[/dropcap]A Taipa Village Cultural Association está a organizar um festival dedicado à cultura japonesa. Porquê? Tanto eu como o meu sócio somos fãs da cultura japonesa. Foi essa a principal razão que nos levou a organizar este evento. Trata-se de uma cultura muito rica. Não é a primeira vez que existe uma iniciativa do género. Em 2005, Macau chegou a ter um festival idêntico mas centrado essencialmente na música. Achámos que deveríamos trazer o Japão de volta. Este evento pretende oferecer mais do a música japonesa. Queremos integrar outros elementos que caracterizam aquele país. A Taipa está cheia, por exemplo, de ofertas gastronómicas relacionadas com a cozinha macaense e portuguesa, até porque Macau está muito ligado a estas duas culturas. Nós concordamos, mas achamos que é bom promover outras culturas também. O objectivo é ter lugar para uma verdadeira diversidade cultural e trazer novos elementos à vila da Taipa. Por outro lado, a cultura Japonesa também é muito popular por cá, tanto em Macau, como na região vizinha de Hong Kong e mesmo junto das pessoas do continente. Para este evento queremos trazer elementos ligados à música, à gastronomia, e mesmo à moda e ao artesanato. Também pensamos que está na altura de promover mais laços culturais entre o território e o Japão. Através da interacção com referências culturais japoneses podemos tentar a sua inserção dentro das culturas macaenses e portuguesas. O que mais gosta na cultura japonesa? Da comida, até porque há muitos restaurantes japoneses em Macau, o que facilita este contacto gastronómico. Que actividades destaca no cartaz do festival? Vai haver muita música e muita gastronomia, mas também workshops relacionados com artesano. Vamos ter artes marciais, costumes ligados aos rituais religiosos, vamos ter quimonos e ensinar as técnicas para os vestir. Vamos ensinar ainda várias técnicas tradicionais de produção de objectos decorativos e acessórios de moda. Vai haver também um workshop de caligrafia para o qual convidámos professores para ensinar a arte de escrever em japonês. FOTO: Sofia Mota Esta é uma forma de diversificar a oferta turística do território? Tentamos promover sempre a arte e a cultura. Este ano, por exemplo, é o ano da gastronomia e nós queremos não só promover eventos ligados a este tema dentro da nossa programação, mas tentamos ainda fazer actividades culturais paralelas que possam trazer mais pessoas à vila da Taipa. Fazemos eventos especiais tanto para os locais como para os turistas. Ao ter um conjunto de eventos a decorrer aqui na Taipa conseguimos atrair as pessoas cá, mas também conseguimos promover estadias de mais tempo aqui na Taipa. Não queremos que as pessoas venham à vila só para jantar e fazer compras. Queremos que elas possam ter mais opções e que fiquem por mais tempo. Temos, por exemplo, actividades de pintura facial e outro tipo de eventos mais orientados para a família e mesmo para as crianças. Com eles, além dos turistas também queremos proporcionar mais lazer à população local. Temos rotas gastronómicas que passam por vários restaurantes para dar a provar uma variedade maior de produtos. Como associação, o nosso foco está mais direcionado para actividades artísticas e culturais. Neste momento, estamos também com projectos em que queremos envolver os estudantes do ensino secundário. Porquê esta aposta nos mais novos? O objectivo é ensinar às futuras gerações mais sobre a história da Taipa e de Macau. Já estamos a trabalhar com uma escola sino-portuguesa para estudar melhor o mercado e ver se funciona, mas acreditamos que sim, que funciona. A ideia é ajudar os estudantes a conhecer e, ao mesmo tempo, inspirar para o conhecimento da Taipa através de actividades que promovam o divertimento, como concursos, etc. A ideia é também convidar a comunidade a disfrutar da nossa terra. A próxima geração é muito importante. Tentamos educar as nossas crianças acerca da particularidade de Macau com a sua mistura entre a cultura portuguesa e a chinesa. Isto é uma coisa que temos que transmitir e reforçar. Para si, o que tem a vila da Taipa de especial? É uma vila muito única e cheia de história. Está perto de tudo e temos bons acessos. É muito diversificada e tudo de uma forma muito concentrada. É também um bom lugar para todos, para famílias, para crianças, para jovens e para casais, porque é um lugar romântico.
Hoje Macau SociedadeAmbiente | Qualidade do ar insalubre na Taipa e em Ká-Hó [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]rês das seis estações voltaram ontem a registar elevados níveis de poluição. O índice mais elevado (127) foi registado na estação Ambiental da Taipa, segundo a informação disponível pelos Serviços Meteorológicos e Geofísicos. A estação Berma da Estrada de Ká-Ho indicou um valor de 125. Já na estação Ambiental de Coloane o índice foi de 107. Os serviços liderados por Raymond Tam indicam que esta informação foi actualizada às 18h30 de ontem. A qualidade do ar é considerada moderada entre o índice 51 até 100. Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos já tinham alertado que o ar pode estar insalubre até amanhã.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTribunal de Segunda Instância valida decisões de recuperações de terrenos [dropcap style≠‘circle’]M[/dropcap]esmo que a responsabilidade dos atrasos no aproveitamento dos terrenos seja totalmente do Governo, quando terminam os 25 anos do prazo de concessão provisória, a Administração não tem outra solução se não recuperar os lotes de terra em causa. Foi esta a opinião dos juízes do Tribunal de Segunda Instância (TSI), que analisaram os recursos interpostos por três empresas, após o Governo da RAEM ter declarado caducadas mais três concessões. Os casos envolvem as empresas Companhia de Desenvolvimento Imobiliário Hou Lei, Companhia de Investimento e Artesanato de Porcelana Novo Macau e Companhia de Investimentos Polaris por três terrenos em Seac Pai Van, Ká-Hó e Pac On, respectivamente, e as ordens de recuperação tinha sido dados em Março de 2017, Fevereiro de 2017 e Março de 2016. “Indicou o Tribunal Colectivo que, nestes três casos, uma vez que as concessionárias não concluíram o aproveitamento do terreno até o termo do prazo de concessão de 25 anos, e as concessões provisórias do terreno não se podiam tornar em definitivas, o Chefe do Executivo está obrigado […] a declarar a caducidade”, consta no comunicado emitido pelos tribunais da RAEM, na passada sexta-feira. “Por isso, a questão quanto à culpa das concessionárias por incumprimento de aproveitamento de terreno não é relevante”, é acrescentado. Direito a compensação Ainda em relação ao despacho de recuperação das três parcelas de terra que ficaram por aproveitar, os tribunais foram claros: “não existe violação dos princípios da boa-fé, da igualdade, da justiça, da imparcialidade e da tutela da confiança, nem falta de audiência prévia ou violação do dever de averiguação”, consideraram. No entanto, a decisão do TSI não é final e as três concessionárias podem recorrer para o Tribunal de Última Instância. Nos casos semelhantes já decididos, o TUI considerou sempre que a Administração actuou dentro da legalidade e do exigido quando recuperou as terras. No entanto, o TUI reservou o direito das concessionárias recorrerem aos tribunais para exigirem que o Governo assuma as suas responsabilidades devido aos atrasos que foram culpa da Administração.
Hoje Macau SociedadeIncêndio | Cigarro mal apagado causou fogo em prédio na Taipa [dropcap style≠’circle’]N[/dropcap]a sequência do incêndio ocorrido no passado domingo no Edifício Tak Fok Hoi Keng Fa Un Kam Keng Kok, atrás do Hotel Altira, um morador com cerca de 40 anos entregou-se à polícia. O homem confessou às autoridades ter deixado um cigarro mal apagado no sítio onde deflagrou o incêndio. Por essa razão, o caso foi encaminhado para o Ministério Público e o indivíduo é suspeito de ter cometido o crime de fogo posto que, caso seja causado por negligência, é punido com uma pena de prisão que pode chegar aos cinco anos. Também de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, a PJ recorreu à videovigilância para identificou o morador. O incêndio começou num caixote de lixo no sexto andar do edifício. Segundo o conselho de administração do edifício, o fogo causou um prejuízo de sete mil patacas.
Diana do Mar Ócios & NegóciosGoa Nights | Restaurante de tapas e bar de cocktails [vc_row][vc_column][vc_column_text] “Goa Nights”, que abriu portas oficialmente em finais de Março, é um lugar para descontrair do rebuliço dos dias, entre tapas indianas e originais ‘cocktails’ [dropcap style≠’circle’]L[/dropcap]ocalizado no coração da vila da Taipa, o “Goa Nights” é um dois em um: é um restaurante de tapas, que alia a cozinha clássica e moderna indiana ao toque peculiar da gastronomia de Goa, cheia de influências portuguesas, e um bar de ‘cocktails’. A originalidade figura como o denominador comum das valências que coabitam no edifício de três andares. Inicialmente, a ideia era abrir um restaurante indiano na vila da Taipa, tirando vantagem da proximidade dos hotéis da ‘strip’ do Cotai, mas tudo mudou quando surgiu a ideia de ir mais além e oferecer também um bar com ‘cocktails’. “Todos os portugueses que vivem em Macau conhecem Goa como um lugar onde as pessoas podem relaxar, tomando uma bebida e apreciando comida indiana, enquanto desfrutam de boa vibração”, sublinhou o fundador Gagan Sethi, que veio para Macau em 2009. À mesa servem-se tapas. Uma opção que não foi ao acaso. “Basicamente, o que fizemos foi pegar nos sabores indianos de uma forma mais moderna e condensada não só para ser mais fácil de comer, mas também para ser mais leve, dado que os pratos indianos normalmente são pesados”. Em paralelo, foi introduzida uma variante, dado que menu mistura elementos da cozinha do mais pequeno estado da Índia, caracterizado também pela influência portuguesa. “Pegamos em cinco ou seis elementos da gastronomia goesa”, explica Gagan Sethi, dando o exemplo de dois “pratos de assinatura” ao estilo de Goa: “amêijoas com recheado” e “porco vindaloo”. Os cocktails de Vasco da Gama O bar distingue-se pelos ‘cocktails’ originais criados pelo ‘bartender’ e mixologista Chetan Gangan, que conquistou vários prémios na Índia. “Ele concebeu um menu baseado na viagem de Vasco da Gama que teria nove paragens de Portugal até Goa, pelo que criamos nove ‘cocktails’ especiais e cada um deles tem influência desses sítios, como um determinado tipo de bebida alcoólica, fruta ou especiaria”, realçou. Essa carta despertou ainda um fenómeno engraçado. “Naturalmente, é difícil terminar a viagem dos nove ‘cocktails’ numa noite, pelo que há pessoas que regressam para completar a jornada”, descreve o mesmo responsável. Para Gagan Sethi, o “Goa Nights” vem preencher um espaço vazio pelo menos fora do universo dos hotéis e casinos: “Este conceito de restaurante e de bar não existe em Macau. Por outro lado, normalmente, quando vais a um bar é porque as bebidas te agradam; e quando vais a um restaurante é porque aprecias a comida. Contudo, para nós, ambos têm igual peso. A ideia é que as pessoas possam gostar de ambos e desfrutar de ambos num mesmo espaço”. De portas abertas oficialmente desde finais de Março, o “Goa Nights” tem recebido principalmente membros da comunidade macaense e portuguesa, bem como expatriados. “Por enquanto, tudo bem. Tem sido muito bom para nós”, salienta Gagan Sethi, dando conta de que a comunidade goesa também tem aparecido para espreitar os sabores de casa. Já turistas não há muitos. “Não somos ainda muito conhecidos, mas queremos atrai-los, porque, às vezes, não saem dos hotéis e perdem o outro lado de Macau”, sustentou. O “Goa Nights” encontra-se aberto de terça a domingo, das 18h à 1h, oferecendo ao fim-de-semana um menu diferente exclusivamente para ‘brunch’, disponível entre as 12h e as 16h. Morada: Rua Correia da Silva, 118, Taipa [/vc_column_text][vc_gmaps link=”#E-8_JTNDaWZyYW1lJTIwc3JjJTNEJTIyaHR0cHMlM0ElMkYlMkZ3d3cuZ29vZ2xlLmNvbSUyRm1hcHMlMkZlbWJlZCUzRnBiJTNEJTIxMW0xOCUyMTFtMTIlMjExbTMlMjExZDM2OTUuMjk5ODE4NTQwNyUyMTJkMTEzLjU1NDIxOTY1MDQwMDI3JTIxM2QyMi4xNTI2NTY1ODUzMjg4MDMlMjEybTMlMjExZjAlMjEyZjAlMjEzZjAlMjEzbTIlMjExaTEwMjQlMjEyaTc2OCUyMTRmMTMuMSUyMTNtMyUyMTFtMiUyMTFzMHgwJTI1M0EweDI0OWU5NjAwMzBkZjY1OGIlMjEyc0dvYSUyQk5pZ2h0cyUyMTVlMCUyMTNtMiUyMTFzcHQtUFQlMjEyc3B0JTIxNHYxNTI5NTM1OTE2NzkyJTIyJTIwd2lkdGglM0QlMjI2MDAlMjIlMjBoZWlnaHQlM0QlMjI0NTAlMjIlMjBmcmFtZWJvcmRlciUzRCUyMjAlMjIlMjBzdHlsZSUzRCUyMmJvcmRlciUzQTAlMjIlMjBhbGxvd2Z1bGxzY3JlZW4lM0UlM0MlMkZpZnJhbWUlM0U=” size=”400px”][/vc_column][/vc_row]
Victor Ng PolíticaHo Ion Sang pede seguimento a terrenos por aproveitar na Taipa [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] deputado Ho Iong Sang quer que o Governo dê seguimento a uma série de terrenos por aproveitar na Taipa. Numa interpelação escrita, o também vice-presidente da União Geral das Associações dos Moradores argumenta que existem problemas de higiene ambiental passíveis de colocarem a segurança dos moradores das imediações em risco. O deputado refere, em concreto, um conjunto de cinco terrenos na Taipa relativamente aos quais o Governo declarou a caducidade da concessão em 2015. Segundo Ho Ion Sang, nessas parcelas, localizadas na Avenida de Kwong Tung, verifica-se uma série de problemas, tais como vidros partidos, barras de aço expostas ou paredes inclinadas. Problemas que, segundo o deputado, afectam os moradores da zona e podem representar um risco para a segurança, sobretudo em caso de mau tempo, dado que as infra-estruturas existentes no local ameaçam cair. Neste sentido, Ho Ion Sang questiona o Governo sobre quando pretende tratar da segurança e higiene ambiental na zona. O deputado questiona ainda o Governo sobre quando planeia reaver os lotes BT11 e BT12, dado que, a seu ver, tem condições suficientes para o fazer, aproveitando para pedir um ponto de situação dos trabalhos de recuperação relativamente aos outros três terrenos (BT6, BT8 e BT9). Na mesma interpelação escrita, Ho Ion Sang defende que a Rua de Kwai Lam e a Rua de San Tau sejam ligadas para facilitar a passagem.
Hoje Macau SociedadeCasas transaccionadas sofreram forte queda em Março [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]s transacções de fracções autónomas destinadas à habitação aumentaram no primeiro trimestre. No entanto, Março registou uma forte queda mensal, após o lançamento das medidas para arrefecer o mercado imobiliário, realça a DSEC Nos primeiros três meses do ano foram transaccionadas 3.627 fracções autónomas habitacionais, um número que traduz um aumento trimestral de 38,5 por cento, indicam dados dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em termos mensais, as vendas de casas subiram 85 por cento em Janeiro, tendo o crescimento desacelerado em Fevereiro (3,6 por cento). Com efeito, realça a DSEC, em Março, acabaram por cair 57,6 por cento, após o lançamento das medidas para controlar o mercado imobiliário. Contudo, o preço médio por metro quadrado (área útil) das fracções autónomas habitacionais globais cifrou-se em 112.304 patacas, reflectindo um crescimento de 6,3 por cento face ao trimestre anterior. Os preços médios na península (99.312 patacas) e em Coloane (137.768) registaram a mesma tendência, subindo 1,8 e 9,9 por cento, respectivamente. A excepção foi a Taipa, onde o preço médio das casas (117.364) sofreu uma diminuição de 3,7 por cento. Segundo os mesmos dados, as fracções destinadas à habitação vendidas entre Janeiro e Março foram transaccionadas por 24,3 mil milhões de patacas – um valor que traduz um crescimento superior a um terço. Em paralelo, entre Janeiro e Março foram transaccionadas 122 fracções autónomas destinadas a escritórios – mais 86 em termos trimestrais – pelo valor de 2,65 mil milhões de patacas, um aumento substancial de 814,8 por cento. No caso dos escritórios, o preço médio por metro quadrado das fracções (194.311 patacas) subiu 75,3 por cento, em termos trimestrais. Em sentido inverso, o preço médio por metro quadrado das fracções autónomas industriais (52.243 patacas) desceu 6,1 por cento comparativamente ao último trimestre de 2017.
Hoje Macau EventosExposição “Ancoradouro da Taipa: Nomes do Passado e do Presente” no próximo dia 19 [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) vai organizar uma exposição que visa dar a conhecer a história relacionada com o Ancoradouro da Taipa. A abertura está marcada para a próxima quinta-feira, dia 19 “Ancoradouro da Taipa: Nomes do Passado e do Presente” titula a exposição que vai ser inaugurada na Casa de Nostalgia das Casas da Taipa. A mostra, organizada pelo IC e com entrada livre, fica patente até 18 de Junho. Com a apresentação dos topónimos do passado e do presente, a exposição visa dar a conhecer este pedaço de terra aos visitantes e episódios históricos que tiveram lugar no Ancoradouro da Taipa, que se localizava na actual zona do Cotai, indicou o IC em comunicado. A exposição inclui numerosos artefactos de significado histórico, incluindo mapas antigos de Macau tais como o “Mapa do Ancoradouro da Taipa e de Macau do século XVIII” e o “Mapa de Macau e das ilhas das imediações (1891)”, assim como livros antigos como Hai Dao Tu Shuo (Roteiro Náutico) e Guangdong Tongzhi da dinastia Qing. A par da mostra, vão ser realizadas actividades paralelas, como ‘workshops’ gratuitos, informou o IC.
Sofia Margarida Mota Ócios & NegóciosZen by Maquette | Meggie Chiang, proprietária [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]briu há dois meses na Estrada de Lou Lim Yeok, na Taipa. É o Zen by Maquette, um espaço de calma que pretende ter sabores deliciosos e saudáveis. Maquette era o nome do restaurante que Maggie Chiang teve, durante quatro anos, no local onde é agora o Zen. Foi uma altura em que que se dedicou a servir refeições requintadas inspiradas na cozinha francesa e italiana. A ideia que era representada pelo nome Maquette, era a de uma metáfora ao que a proprietária tinha em mente acerca do que era conceber pratos. A Maquette mantém-se mas agora deu lugar ao Zen. O Zen by Maquette abriu há dois meses e simboliza algumas mudanças. “Senti que tinha chegado a uma nova etapa da minha vida e da minha carreira, e que era tempo de fazer um balanço”, conta Maggie Chiang ao HM. O Zen by Maquette foi o resultado e representa “a mudança de ambiente, das pessoas e da própria cultura que Macau vai sofrendo. O novo nome foi escolhido porque evoca o equilíbrio. Inspirado na cultura chinesa do Yin e Yang simboliza “o lugar de equilíbrio em que é possível encontrar paz”. “É também um tipo de filosofia que me faz muito sentido e que integro na vida e que coloco na própria comida”. Na prática, o conceito está em todo o lado do pequeno restaurante da Estrada Lou Lim Yeok. “Na comida tento sempre ter dois aspectos em mente. Por um lado quero que as pessoas sintam que estão a comer algo de delicioso, e por outro quero que esse produto tenha as nutrientes necessários”, começa por dizer a proprietária. Como exemplo, o Zen by Maquette usa o pão de pizza para fazer wraps, mas não é um pão qualquer. “Neste caso, somos nós que fazemos o pão com farinha de trigo integral. Não usamos bacon mas usamos carne e acrescentamos muitos vegetais”, diz. O objectivo é não fazer uma mudança muito radical nos hábitos da população, mas, aos poucos, ir alterando algumas tendências. O mesmo acontece com os doces. Os bolos são feitos numa padaria que pertence a Maggie Chiang e são, diz, saudáveis. Para que não haja enganos, a proprietária apresenta o bolo de chá verde que não tem que manteiga e é feito com claras de ovo. “É uma escolha muito dietética”, aponta. O objectivo, diz, “é fazer refeições que as pessoas possam comer todos os dias. É comida casual mas nutritiva e saudável” Zen em todo o lado O espaço é pequeno, mas iluminado e amplo. A razão é ter sido cuidadosamente pensado tendo em conta a conceito que lhe dá nome. “Quando pensei em Zen, o equilíbrio tinha também de ser sentido no próprio restaurante, além da comida”. Até porque “é também acerca da arte de viver, de se estar em paz”. Para o efeito foi contratado um designer de interiores que ajudasse Meggie Chiang a ter um lugar onde estivessem representados equitativamente os cinco elementos associados à filosofia chinesa. Para a proprietária, esta é a filosofia pela qual rege a vida e que pretende que seja “fonte de calma” para os clientes”. Hábitos mudados Para a Meggia Chiang as pessoas em Macau estão habituadas a comer muita comida de rua. A razão, aponta, é por ser um produto fácil. No entanto, “não é nutritiva, nem saudável”, refere. “Apesar de ainda haver muito a fazer no que respeita a equilíbrios, mesmo na comida, este é um começo”, e é por isso que, considera, os seus produtos são um meio termo, “não são vegan, para não ser radical, mas podem agradar a todos de forma muito saudável”. No Zen by Maquette, os clientes podem “disfrutar de bons produtos e sentirem-se satisfeitos, não só com o sabor mas também com o seu corpo por saberem que lhe fizeram bem”. “Espero que cada vez mais gente possa aproveitar este tipo de satisfação”, sublinha. Com dois meses de trabalho, o balanço é muito positivo. “A maioria dos clientes voltam e temos cada vez mais gente nova e mais famílias. O feedback que temos dos clientes antigos também é bom e até gostam mais desta forma casual de comer do que a mais requintada, do restaurante anterior”.
Andreia Sofia Silva SociedadePlaneamento Urbanístico | Deputado quer discussão sobre novo posto de gasolina O deputado Leong Veng Chai não está satisfeito com a construção do posto de abastecimento de gasolina à entrada da Taipa e pede que haja uma discussão no seio do Conselho do Planeamento Urbanístico [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] construção de uma nova bomba de gasolina na estrada Almirante Marques Esparteiro, à entrada da Taipa, continua a não gerar consenso. Depois de vários protestos de residentes, o Governo decidiu mesmo dar o aval ao projecto, mas o deputado Leong Veng Chai considera que o projecto deveria ser alvo de debate por parte dos membros do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU). “O Governo vai ponderar a inclusão dos referidos projectos na lei do planeamento urbanístico e o estabelecimento de regras para que esses projectos possam ser discutidos no CPU e permitir uma maior participação da população?”, questionou em interpelação escrita. Na visão do deputado à Assembleia Legislativa, o debate sobre este assunto é importante porque “em Macau os terrenos são poucos e os habitantes são muitos”, sendo que alguns projectos, “como os postos de gasolina ou as estações de tratamento de águas residuais têm de ficar afastados de zonas residenciais”. Leong Veng Chai considera ainda que é importante tornar público o relatório de impacto ambiental relativo ao projecto de construção. Em Janeiro deste ano, foi notícia um aviso do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) quanto à aprovação das obras. Protestos ignorados Na sua interpelação escrita, o deputado lembra a contestação social que houve nos últimos anos sobre a construção de uma nova bomba de gasolina numa zona residencial. “Em Junho de 2014 o Governo, sem qualquer consulta pública, autorizou a Caltex Oil Macau a construir um posto de abastecimento de gasolina num local de lazer (além de ser uma zona residencial, existe nas imediações um hotel e zonas pedonais).” Além disso, “o referido lote de terreno fica muito perto de uma zona de queima de panchões, que é aberta durante o ano novo lunar”. Portanto, “se o fumo e as chamas chegarem ao posto, as consequências podem ser desastrosas”. A obra chegou a ser suspensa, tendo sido autorizada sem que tenha existido um anúncio oficial sobre o assunto. “Em Junho de 2014 as obras de construção do referido posto de gasolina pararam devido à grande oposição de alguns deputados e moradores da zona. Depois disso o local de lazer não voltou a ser aberto para a utilização dos moradores”, lembrou Leong Veng Chai. As obras decorrem agora a bom ritmo e, segundo anunciou o IACM em Janeiro, exigiram a queda de algumas árvores para a construção do edifício.
João Luz Ócios & NegóciosHonest Pizzeria | Tik Man Yuen, sócio-gerente Quem gosta de pizzas à americana tem um novo restaurante na zona velha da Taipa. Apesar da ementa estar ainda em criação, as pizzas de massa fina de frango e alho e meat lovers são já um sucesso [dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]sta comida é um exemplo da universalidade gastronómica, que ultrapassa fronteiras e se torna global. A pizza é algo que há muito tempo não se confina a Nápoles, em particular desde que atravessou o Atlântico em direcção à América do Norte. É desta universalidade servida em fatias que é feita a curta história da Honest Pizzeria. O restaurante nasceu da vontade de três amigos que passaram parte das suas vidas no exterior e que depois de voltarem a Macau sentiram falta de algo: comer uma fatia grande de pizza, à moda de Nova Iorque, com massa fina e crocante, longe das apropriações da comida rápida. Assim sendo, a Honest Pizzeria começa na amizade entre amigos que se tornam sócios: um viveu em São Francisco, outro estudou na Austrália e Tik Man Yuen cresceu em Toronto, no Canadá. “Nós sentimos falta deste tipo de pizza, estávamos habituados àquelas grandes fatias, à americana, e não havia nada disto em Macau”, conta Tik Man Yuen. Comer a iguaria era sempre uma frustração, nunca correspondia às expectativas “no sabor e em tudo o resto”. “Decidimos que seria algo que podíamos fazer, se ninguém o faz por que não nós?”, interroga-se o sócio-gerente. E assim começou a Honest Pizzeria, numa série de conversas no ano passado, até abrir as portas à experiência no dia 1 de Junho. Tik Man Yuen adianta que a abertura oficial do restaurante está prevista para o final de Agosto, ou início de Setembro. Para já, a popularidade da pizzaria vai crescendo com base na palavra passada, sendo que as pizzas mais populares entre a clientela são a pizza de galinha e alho, a pizza aloha e a pizza meat lovers. Esta é uma das comidas mais famosas do mundo, é muito difícil encontrar uma pessoa que nunca tenha comido uma fatia. Daí a aposta na qualidade como forma de surpreender a clientela. “Acho que não há por cá muitas pessoas que tenham comido uma pizza como a nossa”, teoriza Tik Man Yuen, que recorda um episódio com uns turistas do Interior da China. “Ficaram impressionados com os tamanhos das fatias, nunca tinham visto nada assim, experimentaram e gostaram muito”, conta. Palavra a palavra Desde que a Honest Pizzeria abriu em fase experimental, mesmo com a falta de promoção, o negócio tem corrido bem. “Os clientes vão passando a palavra, o que significa que a nossa pizza é de qualidade, que supera as expectativas”, explica Tik Man Yuen. Com a abertura oficial no horizonte, a Honest Pizzeria ainda está em fase de acerto de ementa, em fase de experimentação e estudo para actualizar a oferta. “Estamos a tentar perceber onde podemos melhorar e estamos a estudar a forma de incorporar ingredientes orientais nas nossas pizzas”, conta o sócio-gerente. Os donos da Honest Pizzeria conhecem o mercado onde estão e o gosto asiático pelo peixe e marisco; assim sendo, pizzas com estes sabores encontram-se em fase de testes. Porém, esta é uma pizza eminentemente ocidental. “Os nossos clientes têm, sobretudo, um background no Ocidente não são necessariamente caucasianos, ou portugueses, mas são como eu, cresceram fora”, elabora o gerente. A clientela local, assim como os turistas, também tem experimentado a ementa da Honest Pizzeria e denotado a diferença para as pizzas dos restaurantes de comida rápida e pizzas congeladas. O restaurante tem uma atmosfera descontraída, relaxada, com música para acompanhar a refeição. É um sítio que pretende transmitir algum cosmopolitismo, indo de encontro às experiências do trio de donos. Quem quiser provar a ementa da Honest Pizzeria, basta dar uma saltada à zona antiga da Taipa. Para aqueles que preferem degustar uma pizza com um filme, ou simplesmente no recanto do lar, existe um serviço de entregas disponível.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Associações pedem melhoria nos autocarros e nova ponte A bem do turismo e da fluidez de trânsito, a Associação de Moradores da Taipa e a delegação das ilhas dos Kaifong, pedem um maior eficácia na forma como os autocarros funcionam e a construção de pontes entre a Taipa e Macau [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]ealizou-se este fim-de-semana um fórum onde se discutiram os desafios que o sector do turismo enfrenta, em particular quando os visitantes atravessam as pontes vindos da península. Loi Pou Ieng, directora da Associação de Moradores da Taipa, referiu que “muitos turistas optam por usar o autocarro para passearem até à Taipa”. Nesse sentido, a representante considera que os trajectos desses transportes públicos podem ser melhorados. Segundo apurou o Jornal do Cidadão, a directora associativa sugeriu que alguns pontos de interesse turístico da península de Macau e da Taipa podiam estar ligados pela mesma linha de autocarro. Loi Pou Ieng deu como exemplo as carreiras MT4 e a 26 que se poderiam passar pela Torre de Macau até às Portas do Cerco. A representante dos moradores considera também que seria benéfico para os visitantes que as paragens tivessem informações sobre os monumentos, ou pontos de interesse turístico, de forma a melhor esclarecer quem visita Macau. Outro dos aspectos focados no fórum foi a questão do fluxo de trânsito nas pontes que ligam a Taipa à península. Para Cheong Iok Man, responsável pela Delegação das Ilhas dos Kaifong, a situação do tráfego rodoviário na Ponte da Amizade é severamente prejudicada pelos autocarros de turismo, levantando a necessidade de resolver este problema com novas ligações. Nova ponte Com os trabalhos que o Governo tem planeados para o aterro da Zona A, é possível que a construção da quarta ponte seja atrasada. Como tal, Cheong Iok Man sugere que o Executivo comece a planear uma quinta ponte, de acordo com informação veiculada pelo Jornal do Cidadão. Na óptica do responsável dos Kaifong, esta passagem poderia ser construída ao lado da Ponte Governador Nobre de Carvalho, tendo quatro vias de circulação em dois sentidos, de forma a libertar o trânsito das outras pontes. Cheong Iok Man considera que devem começar a ser ouvidos os vários sectores da sociedade no sentido de avançar para um calendário concreto de construção de uma nova ligação entre a Taipa e a península de Macau. Foi também sugerido que sejam realizados trabalhos de manutenção nas pontes antigas, que se preste atenção à situações do estacionamento de camionetas turísticas na zona antiga da cidade, assim como a melhoria das paragens de autocarro e postos de informações turísticas.
Angela Ka SociedadeTúnel da Colina da Taipa Grande não vai ser construído para já As Obras Públicas não vão avançar com a construção de um túnel de ligação ao Pac On enquanto não houver um plano final para a quarta ligação entre Macau e a Taipa. Mas garantem que estão atentas aos problemas do trânsito: até já há um estudo [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s preocupações de Chan Meng Kam foram manifestadas no início de Setembro; a resposta ao deputado chegou agora. A Direcção dos Serviços para os Transportes e Obras Públicas não vai avançar tão cedo para a construção de um túnel na Colina da Taipa Grande. A obra tinha sido anunciada pelo Governo em 2009: a ideia seria desviar os veículos da Ponte da Amizade para o Cotai. A construção do túnel iria permitir uma ligação directa entre a península e a zona onde estão os principais casinos do território, evitando que passassem pela área onde está o Aeroporto Internacional de Macau e o Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa, que entra em funcionamento em Fevereiro próximo, caso os planos do Governo se concretizem. Foi precisamente na sequência do anúncio da conclusão do terminal que Chan Meng Kam voltou a defender a urgência da construção do túnel. Mas as Obras Públicas entendem que não é este o momento adequado para avançar com a empreitada: “Deve estar coordenada com o plano de reorganização da rotunda do Pac On e com a planta final da quarta ligação entre Macau e a Taipa, para que se possa fazer uma análise detalhada”, lê-se na resposta ao deputado. As Obras Públicas admitem que não existe, neste momento, qualquer calendário para a obra anunciada há já sete anos, limitando-se a indicar que vai ser necessário ajustar “a proposta de design e o plano de construção”. Trânsito em estudo Na interpelação enviada ao Executivo, Chan Meng Kam alertava ainda para os “congestionamentos frequentes do trânsito na rotunda do Pac On”, que “funciona como um gargalo, porque as vias são muito estreitas”. Uma vez que a Administração tinha já afirmado que a rotunda em questão vai ser reformulada em articulação com a entrada em funcionamento do novo terminal marítimo, o deputado quis saber dos detalhes desta reorganização, perguntando também se vai ser possível dar resposta às necessidades em termos de trânsito, que serão cada vez maiores. As Obras Públicas reconhecem que “o Terminal Marítimo de Passageiros da Taipa vai causar pressão”. No entanto, e apesar de estar para breve a inauguração da nova estrutura, ainda não se conhecem os detalhes da reorganização da rotunda. A direcção de serviços limita-se a explicar que já contratou uma empresa de consultadoria para estudar o plano de tráfego na zona em questão, explicando que já no passado seguiram indicações dadas por estudos do género, propostas que resultaram no alargamento da rotunda do Pac On. Na resposta a Chan Meng Kam, fica no entanto a garantia de que está reservado espaço e vão ser garantidas condições para a construção de um viaduto no local e para o Túnel da Colina da Taipa Grande.
Angela Ka SociedadeCCAC | Processos de dívida de terrenos estão entregues [dropcap style≠’circle’]F[/dropcap]oi entregue ao Centro ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC) a análise aos processos relativos aos terrenos em divida pelo secretário-geral do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, Ho Ion Sang. A informação, adiantada pelo canal chinês da Rádio Macau, é consequência da suspeita de que muitas destas dívidas podem não se justificar e integrar processos já caducados. “O nosso centro já procedeu à entrega da análise às autoridades e esperamos que o Governo possa considerar o devido acompanhamento do assunto”, afirma o deputado ao mesmo tempo que lamenta não ter ainda tido qualquer resposta por parte do Executivo. Ho Ion Sang sublinha a falta de recursos locais, nomeadamente falta de terra, e afirma que são os residentes que suspeitam da legalidade no que respeita à divida de terrenos. O deputado espera ainda que o CCAC faça devidamente o seu trabalho e que proceda a uma investigação profunda desta matéria de modo a promover a transparência na gestão territorial. Em causa estão os seis processos de dívida de terras que integram os casos relativos ao Wynn e MGM e ao Galaxy que foram contraídos “para a liberalização do jogo”, a habitação pública da Ilha Verde, a pedreira de Coloane, em articulação com o plano de construção de habitação pública, a Praça Flor de Lótus para construção pública e os lotes U2,U4 e U5 do Pac-On para ampliação da Incineradora de Resíduos Sólidos da Taipa. No total somam 88.806 metros quadrados a ser devolvidos aos anteriores concessionários dos terrenos originais.
Angela Ka PolíticaEstado de túnel na Taipa preocupa Chan Meng Kam [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] facto de o Túnel da Colina da Taipa Grande não estar ainda construído está a preocupar o deputado Chan Meng Kam. Numa interpelação dirigida ao Governo, Chan Meng Kam questiona o Executivo acerca do progresso das obras, que deveriam estar prontas em 2013, e mostra-se preocupado com a ausência de informação. A preocupação aumenta agora com a aproximação da abertura do novo Terminal Marítimo do Pac On, com data anunciada para o próximo mês de Fevereiro. Com capacidade para receber quatro mil pessoas diariamente na RAEM, Chan Meng Kam receia que o grande volume de turistas que poderão aceder ao território e o consequente aumento de veículos e de tráfego seja “um grande desafio para aquela zona da Taipa”. Mais que atrasado É neste sentido que Chan Meng Kam interroga o Governo acerca do estado do processo de construção do Túnel, que segundo a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) estaria concluído em 2013. Na ausência de informações acerca deste projecto, o deputado questiona o Governo se já considerou algum plano de substituição da infra-estrutura que ainda não existe ou se, por outro lado, está a tomar medidas no que respeita à avaliação do trânsito futuro daquela zona e à forma de o orientar da melhor maneira. O deputado relembra anda que o Governo pretenderia com a criação do Túnel Rodoviário da Colina de Taipa Grande estabelecer uma interligação directa entre os acessos marítimos, como por exemplo a Ponte de Amizade e o Cotai, possibilitando um acesso mais rápido da Península de Macau ao Cotai.
José Drummond h | Artes, Letras e IdeiasQue estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa? | O homem sem rosto [dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]aphne é tudo culpa minha. Tudo isto. Eu mereço isto. Abandonei a Xiaolian sem sequer olhar para trás. Sem fazer ideia nenhuma que o sofrimento não se apaga. Que o tempo não cura o amor. Daphne as tuas pinturas. Nas tuas pinturas tu foste feliz. Foste feliz? Daphne é tudo culpa minha. O ciúme que tive pelo teu envolvimento com o Chaoxiong. O ciúme cega. E fiz aquilo. Daphne já te podes ir embora. Liberto-te agora desta tua presença. Depois de ter calado as consonantes dos teus olhos enormes que harmonizavam os sons das tuas pinturas voltaste. Sei agora porque voltaste. Não foi uma escolha tua. Não és um fantasma. Voltaste porque eu vivi todo este tempo desde que deixei a Xiaolian sem face. Um homem sem face. Sem honra. Sem vontade própria. Um exemplo miserável da espécie. Um medíocre em todos os aspectos. Voltaste porque eu tinha que chegar a este ponto de te falar na Xiaolian. E de te falar no remorso. Na culpa. No arrependimento. Naquilo que deveria ter feito e não fiz. Naquilo que deveria ter dito e não disse. Naquilo que não deveria ter feito e fiz. Naquilo que não deveria ter dito e disse. É tudo culpa minha. Se eu tivesse sido mais homem. Mais pessoa. Mas não. Fui igual a todos os outros. Um falhado em tudo o que realmente tem importância na vida. Que não é a carreira. Que não é o dinheiro. Que não são as férias em lugares exóticos. Que não são os apertos de mão a pessoas consideradas importantes. Que não são as casas, os carros, as joias, os relógios, as roupas, e todo esse inferno de possessões que não significa nada. Porque quando nos vamos. Quando desaparecemos. Quando desaparecemos de que é que valem essas coisas. De que é que vale esse pavonear de riqueza? Essa falsa riqueza. De que é que vale. A felicidade que se pode comprar com o dinheiro não é real. É momentânea. E de nada vale se dentro de ti não tiveres espaço para perseguir uma vida com real significado. E todas estas vaidades não têm significado. Não escolhemos onde nascemos. Não escolhemos as pessoas que se cruzam connosco. Tu deverias ter sido feliz. Eu deveria ter-te deixado ir com o Chaoxiong. Estive quase para o fazer quando interceptei uma das tuas cartas. As cartas que lhe enviavas quase diariamente do Japão. As pessoas morrem quando não têm mais energia para viver. Quando perdem a esperança. Algo morre. Uma luz que se apaga. Daphne voltei a ter esperança. Passado tanto tempo. A dor não significa nada. A dor só nos retrai. Vi a Viúva torturar lentamente a Empregada do Bar que serviu de penso rápido para toda a minha estupidez. Vi a Viúva cozinhar o cérebro desta pobre pessoa que não tem culpa nenhuma de se ter cruzado comigo. Daphne eu sei, percebo agora, que realmente a culpa é toda minha. E que mereço isto. Mereço este último desafio. E que só eu posso travar tudo o resto de terrífico que possa acontecer às pessoas que eventualmente se cruzaram comigo. Sem amor. Como pode uma pessoa passar praticamente toda a sua vida sem amor? Mais vale a morte? Será o silêncio uma morte? As memórias do amor são agora vívidas. Será que vivi sem viver? Olho para trás. Aquilo que mais amei na minha vida, mais o destrui. “Each man kills the thing he loves”1. Daphne. Pode ser que este seja o único momento de lucidez na minha vida. Um homem sem face. Sem rosto. Redescubro-me. Existi apenas naquele caso de amor com a Xiaolian. E todas as minhas tentativas para encontrar um amor como o dela foram falhadas. Daphne. Tu também. Daphne. Derramei a minha vida sem significado e arrastei os outros. Envergonhado de mim próprio desapareci. A Viúva queria que eu acabasse com o Estripador. Seria essa a minha redenção quanto a ela. Matar-lhe o filho. Matar o teu Chaoxiong que enlouqueceu e que te procura em cada mulher que esfaqueia. À procura do bebé que trazias contigo quando os meus dedos foram os de um pianista no teu pescoço. Tenho apenas mais uma coisa para te dizer. Não o farei. Sei que não é esse o meu destino. Espera. A Viúva está mais nervosa que nunca. Aumentou o volume do som da televisão. “O misterioso criminoso apelidado como o Estripador foi encontrado morto esta tarde pela polícia. Os motivos que levaram este homem a fazer o que fez são completamente desconhecidos. A testemunha que encontrou o corpo do Estripador diz julgar ter visto o vulto de uma mulher a desaparecer.” Daphne não sei o que dizer. Mas o sofrimento dele seria horrível. Talvez agora a sua alma se encontre com a tua. É isso que desejo do fundo do meu coração. A Viúva está desolada. Completamente desolada. Todos os seus planos falham agora. O remorso. A culpa. O arrependimento. Daphne obrigado por tudo. Podes ir agora. Eu sei finalmente o que fazer. A campainha da porta. Quem será agora? Xiaolian? Oscar Wilde, “The Ballad of Reading Gaol” Fim da primeira parte
José Drummond h | Artes, Letras e IdeiasQue estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa? | 25 – O estripador [dropcap style≠’circle’]“M[/dropcap]eu Amor. Estou tão confusa. Não sei se a minha última carta chegou até ti. Sinto-me como um deserto ressequido. Olha para mim com este homem e vajo que nunca houve amor. Hoje voltou a deixar-me aqui presa no quarto. Enquanto procurava algo com que pudesse abrir a porta encontrei uma foto dele quando era jovem com esta outra mulher. É impressionante o quanto ela se parece comigo. Nas costas da foto estas palavras: “Para sempre tua baobei, Xiaolian”. E uma data: 1 de Setembro de 2016. Porque continua ele a guardar esta foto passado tanto tempo? Ele sempre me disse que nunca tinha tido ninguém na vida dele. Nenhuma relação séria. “Para sempre tua” parece-me suficientemente sério não achas? Será possível que este homem tenha alguma vez sido bom? Tenha tido bondade dentro dele? Ele não existe aqui, comigo. Não existe. É uma carne que não existe . é uma alma que não existe mas esta foto que encontrei hoje mostra-o feliz. Com um sorriso e uma aura que nunca vi nele. Será que ele alguma vez foi feliz? Que terá acontecido? Não seria tão bom que ele tivesse sido feliz com ela? Esta tal Xiaolian. Nao sei. Talvez os nossos destinos se tivessem cruzado mais cedo. Talvez. Ou talvez não. Talvez seja este o nosso destino. Tu aí, meu querido Chaoxiong, e eu aqui presa num quarto no meio do Japão. Sinto que começo a dar de mim. A não entender os meus processos mentais. Mas não te preocupes. Esta minha descoberta e eu estar a falar-te sobre ela não tem nada a ver com ciúmes. Não tenho ciúmes por ele. Odeio-o. Sinto que depois de passar uma certa idade a vida torna-se num processo de perda contínua. As coisas realmente importantes começam a desaparecer. Escapam-se. E as coisas que ocupam o seu lugar são imitações inúteis. Estou sem força física. A esperança. O que é a esperança? O que é a fé? O que são os sonhos? Os ideais? As convicções? O que significam quando já ase perdeu tudo? De que vale o amor? De que vale o amor se não pode ser cumprido? As pessoas que amamos a desaparecer uma após outra. Uns de forma anunciada e outras sem aviso. Simplesmente a desaparecer. E uma vez que as pessoas desaparecem nunca mais voltam. E tentamos encontrar substitutos. Será que é isso que eu sou para ele? Uma substitua da Xiaolian? Imagina. Apenas flocos de neve solitários a marcar o começo de um inverno que não acaba. Ao fundo existe um templo. Oiço o badalar dos sinos. Oiço os monges. Todas as manhãs oiço os monges e as suas orações. Oiço os seus passos quando caminham à volta nos seus trajectos de meditação. Sinto estes sons em crescendo. A cada manhã tornam-se mais fortes. Mais profundos. E sinto as reverberações remanescentes. Sinto o fluxo do tempo. E após os sinos do templo do norte aparecem os sinos do templo do sul. Tantos templos e ninguém sabe que eu estou aqui presa. E os quimonos que comprei especialmente para tu mos despires. Será que alguma vez os vais ver? Desculpa-me se estou emocionada. Se me sinto perdida. Gostava de estar contigo. De não me estar a atormentar com esta dor de não saber o que vai realmente acontecer. De não me atormentar por esta tristeza. Por este arrependimento de não ter ido ter contigo e fugir em vez de me ter deixado levar por um sentimento qualquer de que tinha que lhe dizer que estava tudo acabado. Olha agora como eu estou. De que me valeu ter tentado fazer a coisa certa? Os sinos ecoam no meu coração. Mas por quanto tempo? Odeio este mundo. Odeio esta angústia. Esta inquietação de hoje e tu sempre tão longe de mim. Gostava de ouvir a tua voz. Os teus sussurros quando me dizes que me amas. Por que será que me dói tanto ter descoberto que existiu outra mulher que ele nunca me disse. Que se calhar ainda existe. Ou que pelo menos existe dentro do coração dele. Porque razão guardaria ele a foto se ela não estivesse ainda presente no seu coração? Nunca deveria ter confiado nele. Deveria ter acabado com tudo mais cedo. E mais cedo valorizar o meu tempo contigo meu amor. E este vácuo dentro de mim que não é indolor. Porque existe maldade? Infortúnio? Sofrimento? Destino? Será este o nosso destino? Será este o meu destino? E este vazio. Este nada. Este nada de nada. Esta manhã esteve uma névoa espessa. Muito acima da neblina, nuvens brancas banhadas em uma luz brilhante que parecia irradiar-se da terra. A luz do sol, com raios oblíquos, conseguiu fazer descobrir a montanha em frente. Uma montanha coberta de pinheiros. Mais perto da janela uma moita de bambu com folhas amareladas. O nascer do sol foi roxo. Incomum. Uma suavidade no roxo cheio de graduações subtis. E a neblina ficou rosa por momentos. Isto poderia ser o lugar perfeito para nós. Eu poderia pintar. E até poderia pintar em papel de arroz. E arrastar os pinceis por entre carmins e por entre curvas na distância de nós. Porque estão as pessoas todas trocadas umas com as outras?
Joana Freitas SociedadeResidentes manifestam-se contra bomba de gasolina na Taipa [dropcap style≠’circle’]C[/dropcap]omo é que o Governo pode dizer que “tem por base a população” se ignorou os pedidos dos cidadãos? É a questão colocada por alguns residentes, que se manifestaram ontem contra a construção da bomba de gasolina na Estrada Almirante Marques Esparteiro. Na noite de ontem, uma faixa foi colocada no local onde, tal como a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes confirmou ao HM, foi retomada a construção da infra-estrutura. A faixa, contra a construção da bomba de gasolina no local onde está um jardim, faz uma pergunta directamente ao Chefe do Executivo: “como é que entende que tem por base a população se ignorou os pedidos dos cidadãos? Contra a construção da bomba da gasolina, devolva o nosso jardim”. De acordo com os residentes, que criaram até uma página no Facebook, a polícia terá ido ao local para identificar os manifestantes. O residente que colocou a faixa disse que o Governo cobriu o facto de ter reiniciado a construção com tubos e plantas falsas à volta das obras. O residente também referiu que já colocou uma vez a faixa mas que esta foi retirada, deixando só a parte de “ter por base a população”. “É irónico por que é exactamente o que nós queremos”, frisa. O residente disse que vai tomar mais acções, incluindo apelar a mais pessoas para irem ao local “colocar sacos plásticos usados como uma forma de manifestação”. Também vai marcar um encontro com a DSSOPT juntamente com outros residentes. Ao HM, deputados como Au Kam San e Pereira Coutinho disseram ter recebido reclamações dos residentes. Um dos motivos que mais preocupa a população é a proximidade à zona de queima de panchões e de residências.