Porto Interior | Projecto de arquitectura apresenta solução para cheias

A Associação de Arquitectos de Macau entrega hoje os prémios aos projectos vencedores de um concurso focado na revitalização da Rua Cinco de Outubro, na zona do Porto Interior. Jonnhy Ng, membro da equipa vencedora, fala de um projecto que dá resposta à falta de estacionamento e às inundações que todos os anos afectam a zona

 
[dropcap]J[/dropcap]ohnny Ng juntou-se aos colegas Wong Pou U, Ng Kong Pang e Yu-Yu Ling e juntos desenvolveram um projecto de arquitectura para revitalizar a Rua Cinco de Outubro, situada na zona do Porto Interior, que acabou por ganhar a medalha de ouro num concurso promovido pela Associação de Arquitectos de Macau (AAM). Os prémios, que incluem a medalha de ouro, de prata e três menções honrosas, serão hoje entregues.
Ao HM, o arquitecto contou mais detalhes de um projecto que visa dar resposta às cheias que todos os anos afectam a zona e também à falta de estacionamento.
“Desde o início que pensámos no local como uma zona integrada e procurámos desenvolver um projecto focado naquilo que as pessoas iriam precisar no bairro. Na praça situada em frente ao templo Hong Kong Miu desenvolvemos um espaço subterrâneo multifuncional, que pode ser usado pelos locais e turistas, com mais negócios locais, ou para exposições promovidas pelo Governo”, apontou.
Johnny Ng explicou também que este espaço teria outra função: o de reservar temporariamente a água das cheias. “Este espaço subterrâneo poderia ser usado para guardar água quando a zona do Porto Interior estiver inundada. Esta poderia ser reservada temporariamente para diminuir os estragos causados na zona”, apontou.
Para dar resposta à crónica falta de estacionamento, o projecto assinado por Jonnhy Ng e colegas propõe a construção de mais um parque de estacionamento num edifício.
“Na zona antiga, em quase todas as áreas, o trânsito é o maior problema, porque há muitos veículos estacionados ilegalmente que bloqueiam o acesso pedonal. Usámos alguns espaços vazios e abandonados e criámos uma espécie de torre de estacionamento para os motociclos. Os dados oficiais mostram que 70 por cento das pessoas que vivem no local usam motas e não carros, então seria algo especial em Macau.”
O projecto vencedor procurou também edificar “mais espaços verdes e com luz”. “Usámos alguns edifícios históricos para os transformar em espaços usados pela comunidade”, acrescentou Jonnhy Ng.

Aproveitar espaços vazios

Em segundo lugar, com a medalha de prata, ficou a equipa composta por Hugo Morais Coelho, Lai Ka Weng e Chu Hou San. Hugo Morais Coelho contou ao HM que o foco do projecto é “o uso de espaços ou lotes temporariamente disponíveis ao longo da Rua Cinco de Outubro e na renovação do desenho urbano da rua. A nossa proposta pretende usar estes espaços temporariamente para uso público e da comunidade local”.
Por estar em causa uma rua com muitos negócios locais, mas que “não é uma infra-estrutura coerente ao longo da sua extensão”, a proposta que ficou em segundo lugar visa realçar “a importância do desenho urbano da rua com a introdução de conceitos básicos como passeios para peões, zonas de paragem para cargas e descargas ou introdução de zonas verdes”.
Hugo Morais Coelho recorda, no entanto, que, para ser executada, “a proposta necessita de uma nova legislação para o uso de espaços privados temporariamente e uma colaboração entre os proprietários dos lotes e o Governo”.

11 Out 2019

Porto Interior | Obras parcialmente concluídas em 2021

[dropcap]O[/dropcap] Governo planeia concluir parte das obras estrutura de “box-culvert” da Estação Elevatória de Águas Pluviais do Norte do Porto Interior, que promete travar as cheias no Porto Interior, em 2021, uma data que merece a crítica de Lei Chong In, vice-presidente da direcção da Associação de Mútuo Auxílio dos Moradores da Marginal, que espera que as obras possam ser concluídas o mais depressa possível, a fim de evitar um grande impacto no trânsito.

“As obras da primeira fase deveriam ter terminado em Maio, mas depois o prazo foi prolongado até Setembro devido à variação das marés. Mas já estamos no décimo mês do ano e a obra ainda não está concluída”, apontou.

Lei Chong In referiu que, por causa das obras, as zonas da Rua Nova do Comércio e da Rua do Bispo Enes estão fechadas, o que faz com que os passeios pedonais sejam mais estreitos, o que influência a vida da população e o comércio local. Ao jornal Ou Mun, o responsável disse esperar que o Governo forneça mais informações sobre as obras.

Quanto ao incidente ocorrido na zona da Ponte 16, que terá provocado uma interrupção do fornecimento de Internet em alguns edifícios, por causa das escavações no local, Lei Chong In disse ao mesmo jornal que o problema terá ocorrido devido à falta de preparação dos trabalhadores.

10 Out 2019

Porto Interior | Obras parcialmente concluídas em 2021

[dropcap]O[/dropcap] Governo planeia concluir parte das obras estrutura de “box-culvert” da Estação Elevatória de Águas Pluviais do Norte do Porto Interior, que promete travar as cheias no Porto Interior, em 2021, uma data que merece a crítica de Lei Chong In, vice-presidente da direcção da Associação de Mútuo Auxílio dos Moradores da Marginal, que espera que as obras possam ser concluídas o mais depressa possível, a fim de evitar um grande impacto no trânsito.
“As obras da primeira fase deveriam ter terminado em Maio, mas depois o prazo foi prolongado até Setembro devido à variação das marés. Mas já estamos no décimo mês do ano e a obra ainda não está concluída”, apontou.
Lei Chong In referiu que, por causa das obras, as zonas da Rua Nova do Comércio e da Rua do Bispo Enes estão fechadas, o que faz com que os passeios pedonais sejam mais estreitos, o que influência a vida da população e o comércio local. Ao jornal Ou Mun, o responsável disse esperar que o Governo forneça mais informações sobre as obras.
Quanto ao incidente ocorrido na zona da Ponte 16, que terá provocado uma interrupção do fornecimento de Internet em alguns edifícios, por causa das escavações no local, Lei Chong In disse ao mesmo jornal que o problema terá ocorrido devido à falta de preparação dos trabalhadores.

10 Out 2019

Porto Interior | Projecto da Barragem de Marés com pouco impacto ambiental

O Governo decidiu colocar em consulta pública, até 10 de Setembro, o relatório de impacto ambiental relativo à construção da Barragem de Marés na zona do Porto Interior. O documento aponta para um impacto pouco significativo da obra ao nível de recursos hídricos e ambiente ecológico, mas deixa algumas recomendações

 

[dropcap]C[/dropcap]omeça hoje, e termina a 10 de Setembro, a segunda fase de consulta pública sobre a avaliação do impacto ambiental da construção da Barragem de Marés do Porto Interior de Macau. O relatório está disponível apenas em língua chinesa mas, de acordo com um comunicado oficial, conclui que o impacto ambiental da obra na zona do Porto Interior será reduzido.

“Em geral, o relatório considera que a construção da Barragem de Marés do Porto Interior é viável, respeita os diplomas legais e o planeamento em matéria de protecção ambiental”, começa por apontar o comunicado.

“Após a construção da Barragem de Marés do Porto Interior de Macau não haverá impactos significativos em termos hidrológicos no curso superior do rio e na área abrangida pela construção. A construção também não irá causar impactos adversos significativos nos sistemas ecológicos aquático e terrestre”, acrescenta o mesmo documento.

Ainda assim, aponta-se para o facto de, durante o período de construção da barragem, poder existir “um certo impacto na área abrangida pela construção, nomeadamente no ambiente ecológico, no meio hídrico e na atmosfera”, podendo existir ruído.

Desta forma, o relatório de impacto ambiental faz algumas recomendações. “Devem tratar-se devidamente as águas residuais geradas no estaleiro da obra antes de serem escoadas e executar a obra de forma faseada para não afectar a reprodução dos peixes e dos camarões.”

Além disso, é importante “controlar a poluição para evitar sedimentos em suspensão devido às escavações, instalar tapumes para as obras e utilizar caminhões de aspersão para reduzir a poeira que se irá fazer sentir na área”.

Ao nível do som, os analistas defendem a instalação de “barreiras acústicas à volta da obra, a limitação da execução da obra apenas ao horário estipulado e um tratamento adequadamente os resíduos de materiais de construção”.

Longo processo

Há muito que a obra que pretende por um travão às cheias que todos os anos se verificam na zona do Porto Interior está a ser alvo de estudos. O processo tem vindo a ser gerido pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), que incumbiu as entidades China Water Resources Pearl River Planning Surveying & Designing Co., Ltd e o Instituto Científico para a Protecção do Delta do Rio das Pérolas para o trabalho de avaliação do impacto ambiental.

Em Abril deste ano realizou-se a primeira fase da consulta pública, tendo a DSSOPT recebido apenas quatro opiniões por escrito relativas ao projecto. Em Julho foi elaborado o relatório que será agora sujeito à segunda fase da consulta pública, que tem como objectivos “a salvaguarda, em termos ambientais, dos direitos e interesses do público da área onde a construção irá decorrer”, além de dar a “conhecer melhor a dimensão do impacto ambiental causada pela construção”.

28 Ago 2019

Cheias | Executivo à espera do Governo Central para construção de comporta

[dropcap]O[/dropcap] projecto da construção da comporta contra marés continua à espera de resposta do Governo Central. O ponto de situação foi feito ontem na Assembleia Legislativa por Shin Chung Low Kam Hong, subdirector das Obras Públicas.

As autoridades centrais são uma parte interessada no processo, uma vez que a comporta poderá afectar as águas no lado de Zhuhai. “Concluímos o estudo de viabilidade em Abril e apresentámos um projecto revisto ao Governo Central. Estamos à espera da resposta”, explicou o dirigente, em resposta a uma interpelação do deputado Leong Sun Iok, dos Operários.

6 Ago 2019

Porto Interior | Choque de navios de carga sem feridos

[dropcap]D[/dropcap]ois navios de carga colidiram ao fazer o percurso entre o terminal marítimo de passageiros da Taipa e o canal do Porto Interior, segundo informação do canal chinês da Rádio Macau.

Não foram registados feridos entre a tripulação, mas um dos navios afundou parcialmente. Os dois navios são suspeitos de transportar sobrecarga e de violar as regras de navegação, informou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA).

Às 8h10 da manhã de ontem, as pessoas foram evacuadas de urgência do navio que estava a inclinar e a tombar lateralmente dentro da água. Foi relatado que havia pó de pedra dentro da embarcação e que o navio ficou encalhado na proximidade do Porto Interior, representando um potencial bloqueio à navegação através do canal.

A DSAMA alerta os navios para prestarem atenção no local e anunciou que vai colocar instruções temporárias e emitir sinais marítimos de aviso.

10 Jun 2019

Porto Interior | Barragem de Marés dependente de pareceres especializados

[dropcap]A[/dropcap] consulta pública de impacto ambiental já está feita, o projecto já tem uma maquete, mas não há ainda qualquer agenda nem para a divulgação de dados de viabilidade, nem para o início de obras.

A ideia foi deixada, na sexta-feira, pelo presidente do Conselho de Planeamento Urbanístico, Li Canfeng, após a apresentação da maquete da Barragem de Marés do Porto Interior de Macau aos membros do organismo. “Não há ainda qualquer data para o início da construção disse”, acrescentando que os estudos de viabilidade que estão a decorrer também não têm agenda.

“Estamos à espera dos resultados dos pareceres especializados que são feitos com entidades do Governo Central”, justificou. No entanto, é desejo de Li Canfeng que as obras tenham início ainda este ano.

A barragem localiza-se na foz do canal de Wanzai que separa a Península de Macau e a cidade de Zhuhai. O padrão da concepção do projecto consiste na prevenção de inundações nos próximos 200 anos face a marés altas que possam atingir até 3,87m.

A estrutura terá uma largura de 300m e as respectivas instalações consistem em comportas de escoamento, comportas de navegação, estações elevatórias, comportas de embarcações de emergência e áreas de gestão. No total, a barragem terá 300 metros de largura, que se dividem em 180 metros para as comportas de escoamento e 120 metros para as comportas de navegação.

As estações elevatórias vão ter uma capacidade de drenagem de 43 metros cúbicos por segundo e vão consumir 2 520 quilowatts de energia eléctrica. A estrutura deve assegurar a navegação de embarcações de categoria de mil toneladas.

27 Mai 2019

Estação Elevatória | Autorizadas obras no Porto Interior para travar cheias

[dropcap]U[/dropcap]m despacho assinado pelo Chefe do Executivo e publicado ontem em Boletim Oficial (BO) autoriza a realização das “obras de construção de Box Culvert da Estação Elevatória de Águas Pluviais do Norte do Porto Interior” por parte do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM).

De acordo com o despacho, o IAM pode realizar as obras nas Rua de Miguel Aires, Rua Nova do Comércio, Rua do Bispo Enes e Rua do Visconde Paço de Arcos entre as 8 horas e as 22 horas, nos domingos e feriados, no prazo de 30 dias, contados desde ontem.

As obras podem também ser feitas entre as 20 horas e as 22 horas, nos restantes dias da semana, no prazo de 30 dias. A obra, anunciada no início deste ano, tinha arranque previsto para o primeiro trimestre do ano e está orçamentada em 90 milhões de patacas.

30 Abr 2019

Barragem de Marés | Impacto ambiental em consulta pública até dia 18

[dropcap]A[/dropcap] primeira fase de consulta pública sobre a avaliação do impacto ambiental do projecto de construção da Barragem de Marés do Porto Interior de Macau tem lugar até ao dia 18 de Abril.

A barragem localiza-se na foz do canal de Wanzai que separa a Península de Macau e a cidade de Zhuhai. O padrão da concepção do projecto consiste na prevenção de inundações nos próximos 200 anos face a marés altas que possam atingir até 3,87m.

A barragem terá uma largura de 300m e as respectivas instalações consistem em comportas de escoamento, comportas de navegação, estações elevatórias, comportas de embarcações de emergência e áreas de gestão, aponta a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) em comunicado.

No total, a barragem terá 300 metros de largura, que se dividem em 180 metros para as comportas de escoamento e 120 metros para as comportas de navegação.

As estações elevatórias vão ter uma capacidade de drenagem de 43 metros cúbicos por segundo e vão consumir 2.520 quilowatts de energia eléctrica. A estrutura deve assegurar a navegação de embarcações de categoria de mil toneladas.

8 Abr 2019

Porto Interior | Obra da estação elevatória de águas pluviais vai custar mais de 90 milhões

[dropcap]A[/dropcap] obra de construção de ‘box-culvert’ da estação elevatória de águas pluviais do norte do Porto Interior deve custar mais de 90 milhões de patacas. A estimativa foi facultada pelo Governo que adiantou que a empreitada deve arrancar ainda no primeiro trimestre.

Segundo o jornal Exmoo News, o montante foi avançado na quarta-feira durante uma reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central, convocada para a apresentação do ponto de situação dos trabalhos contra inundações no Porto Interior.

Após o encontro, os membros do conselho consultivo indicaram ainda que a obra tem a duração prevista de 718 dias, ou seja, de aproximadamente dois anos. Choi Tat Meng, membro do conselho consultivo, referiu que o Governo teve como referência as experiências de cidades como Guangzhou e Shenzhen, e concluiu, com base na altura máxima das marés, que muretes com três metros de altura podem impedir entrada de águas durante a passagem de tufões como o Hato e o Mangkhut.

O mesmo responsável explicou ainda que se forem mais altos podem afectar a segurança estrutural nos edifícios e nas fundações de estradas à volta.

Relativamente às comportas para prevenção de inundações, Choi Tat Meng referiu que, no ano passado, já teve resposta do Governo Central sobre a concepção geral e que o Executivo já apresentou um estudo sobre a viabilidade da obra para ouvir opiniões das autoridades chinesas, devendo a empreitada arrancar depois de elaborada a concepção pormenorizada.

11 Jan 2019

Inundações | Pequim autorizou construção de duas comportas

[dropcap]A[/dropcap] reunião de Chui Sai On com os dirigentes chineses Xi Jinping e Li Keqiang trouxe novidades no que diz respeito às medidas de controlo das inundações. De acordo com a TDM, o Governo Central já deu autorização para a construção de duas comportas para travar as águas nas zonas baixas do território, num projecto que será feito em parceria com Guangdong.

“Iremos entrar em negociações com Guangdong o mais breve possível Estou muito contente que o Governo Central tenha aprovado este plano. Também estou grato que possa revelar que os dirigentes da província de Guangdong dão nos o seu apoio”, disse o Chefe do Executivo, que garantiu que o plano já teve início, apesar das obras ainda não terem arrancado.

Ainda em termos de cooperação, Chui Sai On garantiu que a RAEM está a aguardar pela autorização de Pequim para a realização de mais projectos de cooperação regional, nomeadamente no parque industrial de Zongshen e de Jiangsu. Estão também em curso negociações sobre o parque industrial de Jiangmen.

18 Dez 2018

LECM diz que paredão no Porto Interior pode travar inundações em dois anos

[dropcap]O[/dropcap] presidente do Laboratório de Engenharia Civil de Macau (LECM) defendeu ontem que a construção de um paredão na zona do Porto Interior permitiria prevenir inundações recorrentes naquela zona baixa da cidade no prazo de dois anos.

Numa conferência sobre os desafios e oportunidades para as áreas marítimas do território, Ao Peng Kong sublinhou que esta seria uma medida rápida e de baixo custo, compatível com a política de mitigação de desastres das autoridades de Macau e de requalificação da zona antiga da península, normalmente muito afetada pelas inundações.

Aquele que é também o presidente da Sociedade de Macau para o Oceano e Hidráulica destacou ainda a importância de novos aterros na cidade para atrair a população da zona antiga, desenvolvimento do turismo, bem como para a criação de emprego e de condições para se avançar com a renovação daquela área, durante uma iniciativa que se realizou hoje na Fundação Rui Cunha.

A requalificação da zona antiga de Macau, enumerou, seria importante ao nível da recuperação do património, da intervenção das infra-estruturas enterradas e na redefinição, atualização e correção das antigas vias de comunicação.

Ainda em Setembro, com a passagem do tufão Mangkhut, as autoridades focaram muitos dos seus esforços para prevenir o impacto de inundações, que representam habitualmente uma ameaça para a zona do Porto Interior, na parte oeste da península.

Para o responsável do LECM, a taxa de crescimento territorial não acompanha o crescimento demográfico e económico, pelo que Macau deve apostar na cooperação e em acompanhar a estratégia nacional chinesa, de forma a garantir um desenvolvimento sustentável.

“A construção de aterros pode ajudar a mitigar problemas, mas não resolve o que é fundamental, e isso só pode ser assegurado com um planeamento estratégico urbano a longo prazo”, concluiu.

30 Out 2018

Cheias | Barreira no Porto Interior pode inundar Zhuhai, diz engenheiro

Presidente da Associação de Engenharia Geotécnica de Macau e membro do Conselho do Planeamento Urbanístico defende que o projecto que o Executivo pretende construir na zona do Porto Interior para travar as inundações pode levar a água para as regiões vizinhas, como Zhuhai

[dropcap]É[/dropcap] membro do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU) e presidente da Associação de Engenharia Geotécnica de Macau e não concorda com o projecto que o Governo quer erguer na zona do Porto Interior para travar as inundações em alturas de tempestade.

Ao HM, Lee Hay Ip defendeu que a construção de barreiras no Porto Interior pode vir a causar inundações nas regiões vizinhas, como Zhuhai, Ilha de Hengqin ou Wanchai. O engenheiro não põe de parte que outras cidades do sul da China possam ser afectadas, mas diz que são necessárias mais informações para chegar a essa conclusão.

“Quando a barreira fechar, teremos de ver o que vai acontecer com a circulação da água, e esta questão tem de ser respondida pelo Governo”, apontou.

“O Governo propôs uma solução permanente para a construção de uma barreira ao longo de Macau até Wanchai. De acordo com as nossas informações, esta zona pode assemelhar-se à zona do rio Tamisa, em Londres. A minha preocupação é que, depois da construção desta barreira, pode não só não ter capacidade para parar as inundações como pode levar a um aumento das inundações nas regiões vizinhas de Macau”, acrescentou.

Lee Hay Ip duvida, portanto, que este projecto, que tem o aval do Governo Central, possa ser bem sucedido. “A água pode ir para Zhuhai. Do ponto de vista da engenharia, poderíamos dizer que vamos ser bem sucedidos com este projecto? Apenas estamos a levar a água para fora de Macau, o que vai causar inundações em Zhuhai. Este esquema pode então ser bem sucedido?”, questionou.

“Parece-me que quantas mais barreiras forem construídas, mais a água será empurrada para o redor de Macau. Depende de como o projecto será desenvolvido, mas não vejo como pode funcionar sem afectar as nossas regiões vizinhas”, apontou o engenheiro.

Como alternativa, Lee Hay Ip acredita que pode ser criado um lago artificial no Porto Interior com ligação aos lagos nas zonas Sai Van e Nam Van, que possa expelir a água de volta para o delta do Rio das Pérolas. “Este esquema baseia-se na ideia de que não devemos lutar contra a água. Poderíamos formar um lago na zona do Porto Interior, semelhante aos lagos das zonas de Sai Van e Nam Van. Aí iríamos construir uma linha paralela na zona do Porto Interior, desde a zona do Fai Chi Kei até à Barra, e iria formar-se o lago do Porto Interior.”

Aí, “se fosse necessário, poderíamos ligar o lago do Porto Interior aos outros dois lagos, e aí iria formar-se uma zona amortecedora, com três reservas temporárias, e poderíamos bombear a água dos lagos para o rio, criando um sistema de circulação”.

“Às escuras”

Lee Hay Ip não pretende, para já, abordar o caso nas próximas reuniões do CPU, mas assegurou que o sector de engenharia e toda a sociedade têm estado “às escuras” sobre o projecto do Porto Interior.

“O Governo tem de responder a essas questões. Não há informações para nós, não questionaram as pessoas de Macau, incluindo os engenheiros. Apenas poderemos questionar e ficar preocupados. Continuamos às escuras, e parece que não têm consultado ninguém em Macau e apenas submeteram este conceito junto do Governo chinês. Não sei até onde foram em termos de concepção.”

Lee Hay Ip remata ainda com ironia. “Vamos fazer parte do projecto da Grande Baía, mas com este esquema poderemos afectar as nossas regiões vizinhas (sorrisos). Não queremos criar problemas para os nossos vizinhos, mas com este projecto parece que isso vai acontecer. Ao resolvermos os nossos problemas vamos causar problemas em Zhuhai”, concluiu.

23 Out 2018

Inundações | Agnes Lam quer planos de prevenção para Coloane e Porto Interior 

A passagem do tufão Mangkhut  permitiu constatar que as medidas adoptadas depois do Hato tiveram resultados positivos. Mas é preciso mais, defende Agnes Lam, afirmando que o Porto Interior e Coloane ainda não têm solução para os problemas com as inundações

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]gnes Lam quer que o Governo apresente projectos com medidas a médio e longo prazo para resolver os problemas das cheias, não só no Porto Interior, como também na zona de Coloane. Em interpelação escrita, a deputada sublinha que, “apesar da intensidade do tufão Mangkhut ter sido idêntica à do Hato no ano passado, as perdas foram muito menores”. No entanto, há ainda problemas que precisam de resolução e planeamento o que respeita a inundações.

De acordo com a deputada, “embora o Governo tenha definido uma série de medidas de curto, médio e longo prazo, ainda há muito que fazer”. O Hato e o Mangkhut ocorreram com cerca de um ano de intervalo, o que possibilitou aferir o sucesso de algumas acções planeadas a curto prazo, mas ainda existem limitações. Para Lam, as causas das inundações no Porto Interior e Coloane mantêm-se. É preciso intervir, reclama Agnes Lam, e realizar projectos cujos resultados se reflictam no futuro.

Terra esquecida

A deputada quer conhecer o plano para travar o avanço das ondas na costa de  Coloane e facilitar a drenagem das águas. De acordo com Lam, não há ainda um projecto, nem se interveio na zona costeira levando a que os lixos acumulados dificultassem ainda mais o escoamento das águas.

Por outro lado, os sistemas de drenagem do Porto Interior foram de facto melhorados, mas o problema das inundações continua por resolver, admite a deputada.

Para Agnes Lam, “não é através da atribuição de subsídios sempre que há cheias, que se vai evitar a perda de bens e os estragos nas casas e estabelecimentos comerciais dos que ali vivem e trabalham”. Neste sentido, a deputada apela ao Governo que, tendo em conta o futuro plano de renovação urbana, estabeleça um planeamento adequado para evitar a subida das águas e livrar moradores e empresários “do pesadelo anual das inundações”.

“Pudemos observar que foram aprendidas lições com o tufão Hato e tomámos medidas mais eficazes para lidar com este tipo de catástrofes”. Faltam agora projectos claros para evitar os problemas que se repetem, remata a deputada.

21 Set 2018

Mangkhut | Porto Interior evacuado a partir das 21h

[dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]aymond Tam, responsável pelos Serviços  Meteorológicos e Geofísicos (SMG) confirmou que hoje, às 21h, vai ser içadoo o sinal vermelho de storm surge na zona do Porto Interior o que significa que as cheias pedem chegar ir de 1,5 a 2,5 metros. Esta área vão ser evacuados e dirigidos aos abrigos – 16 – que estão disponíveis e que têm capacidade para acolher cerca de 24 mil pessoas, aponta a Macau News Agency.

De acordo com a mesma fonte, vão ser retiradas cerca de 21 mil pessoas.

A informação foi dada hoje numa conferência de imprensa convocada pelo secretário para a segurança, Wong Sio Chak e em que estiveram presentes vários departamentos.

De acordo com Tam, os SMG preveem que o tufão Mangkhut vai ter a sua maior influência no território por volta do meio dia de amanhã.

Entretanto, o sinal 3 foi emitido às 18h, altura em que o Tufão Mangkhut se localizava a cerca de 670 quilómetros a sueste de Macau e estava a encaminhar-se para a costa oeste da província de Guangdong, de acordo com os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG)
O presente sinal pode ser substituído pelo sinal 8, entre as 2h e as 5h da madrugada.

As autoridades não descartam a possibilidade de vir a ser içado o sinal 10 durante o dia de amanhã.

15 Set 2018

Porto Interior | Projecto para murete finalizado até ao final do mês

 

Até ao fim de Setembro, a DSAMA espera lançar os concursos públicos para a construção dos muretes e instalação de bombas para prevenir cheias no Porto Interior

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]projecto de construção de um murete removível para prevenir cheias na Zona do Porto Interior deve ficar concluído ainda este mês, arrancando depois os procedimentos para o lançamento dos concursos públicos. O ponto da situação foi feito, ontem, pela directora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), Susana Wong.

“As obras e as construções são sempre processos demorados. Tenho de admitir isso como um facto. Por exemplo, acabámos em Maio o estudo sobre o murete e as bombas que também vão ser instaladas [no Porto Interior]. Só que depois temos de dialogar com todas as pessoas e é complicado porque há muitas ponte-cais, passeios e até cabos no solo. É um projecto muito complicado”, afirmou Susana Wong. “Esperamos e queremos resolver todos esses problemas dentro deste mês. Depois podemos começar com o projecto e fazer os concursos públicos”, adicionou.

Segundo a responsável da DSAMA, os trabalhos vão decorrer ao mesmo tempo: “As obras vão ser todas feitas ao mesmo tempo, ao longo do Porto Interior, e não haverá diferentes fases”, apontou.

Susana Wong admitiu igualmente que tendo em conta a complexidade dos diferentes projectos, é muito difícil avançar com uma data que marque o fim das inundações no Porto Interior.

Qualidade da água

Ontem, a DSAMA lançou o “programa de garantia de qualidade de água em edifícios”, em parceria com a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM), para incentivar condomínios a fazerem analises à água e limpezas frequentes dos tanques privados e canos.

O objectivo é garantir que a água fornecida pela SAAM mantem níveis de qualidade, quando chegam aos sistemas de abastecimento privado dos edifícios. Para isso, os prédios precisam de fazer análises à água uma vez por semestre, assim como proceder à limpeza do tanque. Neste momento, em cerca de 1300 edifícios altos, 255 já se comprometeram a participar.

“Não sei dizer se a qualidade da água nos edifício está garantida. A qualidade da água, antes de entrar nos prédios, é da nossa responsabilidade. Essa está assegurada. Mas não conseguimos saber o que se passa dentro dos edifícios. Podem haver edifícios com boa gestão e outras sem esse tipo de gestão. Também não há legislação para estas situações”, explicou Susana Wong, sobre a nossa iniciativa.

Ainda de acordo com a directora da DSAMA, as amostras de água devem ser feitas em laboratórios certificados, cuja lista vai ser revelada no final do mês no portal deste departamento do Governo. O preço das análises ronda as 2000 patacas.

Aceitar a realidade

Susana Wong reconheceu ontem que dificilmente a situação do lixo nas costas de Macau e nas praias vai sofrer alterações. Em causa está o facto de muito desse lixo ser trazido pelo Rio das Pérolas. “Existe sempre muito lixo porque as nossas águas são abertas. O rio vem desaguar nesta zona e também estamos próximos do mar. Esse assunto tem sido muito discutido internamente, para saber se há possibilidade de proteger a nossa praia”, explicou. “Estamos na foz do rio e temos de aceitar esta realidade. Tentamos fazer a limpeza o mais depressa possível. É um dos nossos trabalhos”, comentou.

6 Set 2018

Associações lembram que inundações no Porto Interior continuam

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação Aliança do Povo de Instituição de Macau organizou ontem um seminário onde se debateram medidas que o Governo implementou no último ano após a passagem do tufão Hato pelo território. Nick Lei, presidente da associação, disse que o Governo tem vindo a empenhar-se na melhoria do sistema de transmissão de informações por parte dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), bem como na área da protecção civil. No entanto, no que diz respeito às infra-estruturas básicas, Nick Lei revelou que os residentes do Porto Interior continuam preocupados com as inundações, pois não têm notado alterações e temem enfrentar os mesmos problemas do passado.

O dirigente pede também o reforço da sensibilização dos cidadãos. “Essa sensibilização não passa pela construção de estruturas ou pela implementação de leis, e por isso há condições para que seja algo prioritário”, frisou, defendendo o reforço de seminários nas escolas.

Nelson Kot, presidente da Associação de Estudos Sintético Social de Macau, revelou dúvidas quanto a alguns trabalhos do Governo. “A comunicação social noticiou recentemente que alguns comerciantes do Porto Interior continuam a sofrer inundações. Alguns alegam que a água entra pelo sistema de drenagem. O Governo tem planos para resolver isso?”, questionou.

Nelson Kot sugeriu, durante a palestra, que deveriam ser construídas infra-estruturas mais elevadas na rua Norte do Patane com função de comportas para a prevenção de inundações.

Chan Ka Leong, vice-presidente do Centro da Política da Sabedoria Colectiva, ligado à União Geral das Associações de Moradores de Macau, lembrou que o Executivo avançou com algumas medidas ao nível da protecção civil e planos a curto, médio e longo prazo, mas muitos deles só podem ser concretizados em 2019. A associação falou com moradores do Porto Interior, que referiram esperar que o Governo erradique por completo o problema das inundações. Chan Ka Leong também defende a construção de viadutos ou infra-estruturas elevadas para resolver o problema, em cooperação com o interior da China.

 

23 Ago 2018

Porto Interior | Concluída concepção de obras contra inundações

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]unidade de investigação científica incumbida pelo Governo para a concepção das obras contra inundações no Porto Interior concluiu esse processo, garantiu Susana Wong, directora da Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA) ao deputado Zheng Anting. Cabe agora à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) dar seguimento ao processo e realizar o concurso público para a adjudicação da obra. Susana Wong adiantou também que as obras de construção de uma estação elevatória de águas pluviais do norte do Porto Interior vai começar no quarto trimestre deste ano.

17 Ago 2018

Meteorologia | Inundações no Porto Interior no fim-de-semana

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos prevê inundações no Porto Interior, segundo explicou, ontem, Vera Varela, porta-voz destes serviços ao canal de rádio da TDM, que acrescentou que o tempo será também instável nos próximos dias. “Está a desenvolver-se, no Mar do Sul da China, uma área de baixa pressão e vai mover-se lentamente para Norte e vai trazer tempo instável para a região. Este tempo instável vai ser agravado também pela maré astronómica e pelos ventos fortes que podem trazer inundações para a zona do Porto Interior entre os dias 10 e 13 de Agosto”, indicou Vera Varela. Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos recomendam que as pessoas estejam atentas à informação divulgada e que tomem as devidas precauções.

9 Ago 2018

Exposição | “Inner Harbour Zine” mostra Porto Interior através da arte

Chama-se “Inner Harbour Zine” e pretende mostrar, até Outubro, as vivências e histórias do Porto Interior, sem esquecer o seu futuro. Si Kei é a curadora da iniciativa da associação Community Art Project que acontece nas bibliotecas dos bairros do Patane e de São Lourenço

 

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]eebates, experiências artísticas e sessões de storytelling acontecem a partir de amanhã, até ao dia 31 de Outubro, para contar os detalhes das histórias que povoam a zona do Porto Interior, lugar que outrora vivia da pesca e da indústria. É esta a proposta da associação Community Art Project, que organiza várias actividades com o apoio do Instituto Cultural e que se inserem na iniciativa “Inner Harbour Zine”. Estas acontecem entre amanhã e o dia 30 deste mês na biblioteca do Patane, enquanto que a biblioteca de São Lourenço acolhe outra série de eventos entre o dia 1 de Setembro e 31 de Outubro. Pelo meio há o “Zine Storytelling”, que visa a participação de moradores, no dia 11 deste mês, sem esquecer um workshop pensado para famílias no dia 18 deste mês. Si Kei, curadora da iniciativa e uma das responsáveis da Community Art Project, contou ao HM que o objectivo principal do projecto é não deixar as memórias do Porto Interior morrer. “Vamos organizar diferentes tipos de eventos sobre temas como a pesca ou as indústrias que têm vindo a desaparecer nos últimos anos, sem esquecer o futuro do Porto Interior e das restantes áreas litorais do território. Vamos falar de diferentes temas para que o público possa conhecer melhor o Porto Interior”, frisou.

O workshop e a sessão de storytelling terá a participação de artistas, mas não só. “Pedimos a artistas e a pessoas que não têm experiência artística para participar no evento. Estas vão fazer criações individuais que terão edições limitadas para venda ao público.” A ideia é que esses materiais revelem “a sua visão sobre o Porto Interior, o que sentem em relação a essa zona e as suas experiências no local”. Esses trabalhos vão responder a três temas, tais como “a linha costeira e as mudanças e o futuro, as vivências na zona do Porto Interior e as indústrias da zona”.

Zona perdeu voz

Si Kei contou ao HM a decisão de focar a zona aconteceu depois de perceberem as consequências do tufão Hato, ocorrido há um ano e que causou inundações graves no Porto Interior.

“Percebemos que o tufão do ano passado trouxe sérios impactos à zona e depois disso, alguns meses depois, não houve mais vozes sobre a zona, que voltou a ficar esquecida. No desenvolvimento económico de Macau esta área sempre ficou para trás, apesar de ter elementos históricos únicos.”

Para Si Kei, o Porto Interior representa “a era dourada de Macau de há séculos atrás”, pelo que “é muito importante voltar a levantar a voz sobre esta zona e mostrar às pessoas o que está a acontecer aqui”.

Mais do que apostar na vertente artística, a associação Community Art Project pretende aumentar a consciência das pessoas sobre os desafios que o Porto Interior enfrenta actualmente. “É importante que as pessoas saibam mais e falem sobre a zona, para que o Governo esteja atento em termos de implementação de políticas de desenvolvimento urbanístico.”

Si Kei lamenta que apenas o projecto de integração regional da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau seja destaque na opinião pública. “Ninguém quer saber da zona do Porto Interior, e é por isso que queremos aumentar a consciência de quem continua a viver nesta zona e cujas vidas poderiam mudar e melhorar.”

Para a curadora do projecto, quem continua a residir na área já não acredita em mudanças. “Muitos locais estão a sair da zona e os trabalhadores migrantes estão a mudar-se para lá, o que significa, por um lado, que os locais conseguem viver num lugar melhor mas a nossa investigação mostra que os residentes continuam a ficar, vivem lá desde jovens e a maior dificuldade para eles é que podem ter dificuldades, sem canais para falar, e nem sabem como falar.”

“Não estão muito optimistas quanto ao futuro, e pensam que já passaram dez e quinze sem que tenha havido mudanças significativas. Gostaríamos de levá-los a pensar que a sua situação pode melhorar”, rematou a curadora.

3 Ago 2018

DSAMA propõe barreira temporária para controlo de cheias no Porto Interior

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Governo liderado por Chui Sai On reconhece a sua incapacidade para instalar a comporta de controlo de marés no Porto Interior em tempo útil e, como tal, vai avançar com a instalação de uma barreira removível ao longo da costa. Os detalhes do projecto foram explicados numa reunião entre a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) e os comerciantes daquela zona.

Durante o encontro, Susana Wong, directora da DSAMA, explicou que foi adoptada uma estratégia de “‘remate de fissuras’ para reforçar a capacidade de controlo de inundações da linha costeira, construindo comportas amovíveis e muretes de protecção contra inundações’”.

Segundo o subdirector do Instituto de Estudos Científicos de Recursos Hídricos do Rio da Pérolas, Xie Yufeng, a barreira temporária vai ser instalada ao longo de 2,13 quilómetros, entre a Escola de Pilotagem, no sul da península, e o Edifício Portuário no Lam Mau, no norte. Ao longo da distância de 2,13 quilómetros, 300 metros são constituídos por um muro semi-desmontáveis, 400 metros por muros totalmente desmontáveis e 600 metros por muros em betão armado. Os restantes 800 metros da barreira utilizam as construções já existentes, como as paredes dos Mercado do Patane e o hotel Ponte 16.

A barreira vai ter uma altura de 1,5 metros, com capacidade para aguentar uma subida do nível da maré de 4,8 metros.

Ao mesmo tempo vão ser instalados 13 poços quadrangulares ao longo da Costa Interior de Macau com a intenção de drenar as águas que se acumulem naquela zona.

Impactos no negócio

Segundo o comunicado do Governo, durante a reunião os comerciantes da zona declararam apoiar as medidas, mas apelaram para a necessidade do prazo das obras serem respeitados.

“Os representantes do sector esperam que, ao elaborar o projecto, para além de efectuar estudos profissionais e análises de dados, o Governo tome também em consideração o ambiente de exercício de actividades dos diversos pontes-cais, e comunique e coopere adequadamente antes de executar a obra, minimizando os impactos da obra causados ao sector”, pode ler-se no documento emitido pela DSAMA.

A barreira temporária serve para minimizar o impacto das cheias até ser instalada a comporta na zona do Porto Interior. Sobre esse assunto, Susana Wong reconheceu que o projecto “demorará alguns anos para ser concluído”.

8 Mar 2018

Porto Interior | Obras Públicas prometem trabalhar para evitar cheias

O Governo tem estado a trabalhar para evitar a subida das águas nas zonas mais baixas da cidade, mas é preciso ter em consideração a localização do território e a relação que existe com as regiões vizinhas nesta matéria. A mensagem é das Obras Públicas, que deixam ainda um recado a quem dá opiniões

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Administração analisa “pragmaticamente” a opinião da sociedade sobre a questão das cheias e inundações no Porto Interior, garante a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Além disso, “continua a envidar esforços no sentido de encontrar a melhor solução possível”.

A ideia foi deixada ontem em comunicado, numa altura em que se ouvem ainda muitas críticas ao trabalho do Governo na sequência da passagem por Macau do tufão Hato. A DSSOPT faz um enquadramento da situação geográfica da RAEM, em jeito de ressalva, ao destacar que o território está localizado no curso baixo do estuário do Rio das Pérolas. Assim sendo, “quaisquer obras que impliquem a intervenção nos recursos hídricos envolvem as cidades vizinhas e as que estão situadas no curso alto do estuário do rio, ou seja, requerem uma cooperação regional concertada”.

Essa concertação foi procurada esta semana, num encontro entre o Governo de Macau e as autoridades da província de Guangdong que resultou numa promessa de “estudo aprofundado” para a construção da barragem de marés.

A Administração “agradece as opiniões e propostas apresentadas pelos vários sectores sociais” para a resolução do problema das cheias e inundações na zona do Porto Interior, mas vinca que “há que ter concretamente em consideração as circunstâncias existentes, proceder a uma análise aprofundada, objectiva e cientificamente comprovada dos planos de resolução”. É preciso fazer uma avaliação profunda sobre o impacto no canal do Porto Interior, no funcionamento das pontes-cais, no traçado das vias, na paisagem urbana e na preservação cultural, elenca a DSSOPT. Neste contexto, as Obras Públicas deixam um recado: “A Administração espera que as associações civis e o sector da construção civil, sob a sua responsabilidade, verifiquem previamente a viabilidade dos seus planos antes de os divulgaram ao público”.

Diques mais altos

Recado dado, a DSSOPT recorda o que fez no passado para diminuir as inundações no Porto Interior, ao referir “a barragem e muro para retenção de água nas pontes-cais e diques do Porto Interior com o ‘remate de fissuras’, no sentido de reforçar a capacidade de controlo de inundações na linha costeira, obra concluída em 2015”.

As Obras Públicas acrescentam que, além do Porto Interior, nos últimos anos tem sido aumentada a capacidade global de escoamento no sistema de drenagem de Macau. Foi renovado o sistema da rede de drenagem dos bairros antigos para acelerar o escoamento das águas pluviais, e também foram instaladas estações elevatórias para bombear e desviar as águas pluviais das colinas. Foram igualmente construídos “culvert pipes” de grande envergadura para armazenamento da água, a fim de evitar o seu escoamento para as zonas baixas.

Não obstante a resolução do problema das cheias e inundações da zona do Porto Interior “se revestir de singular complexidade”, as Obras Públicas prometem que a Administração “terá em consideração, de forma pragmática, as opiniões e sugestões de todos os sectores da sociedade, e mantém o diálogo com o sector da construção civil, no sentido de implementar um plano tecnologicamente avançado aplicável às circunstâncias existentes na zona”. Além disso, vai ser elevada a altura dos diques na orla costeira de Macau, aumentando a sua capacidade de contenção de água de forma a fazer face às intempéries naturais.

14 Set 2017

Tufão | Chui Sai On visita zona do Porto Interior

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, realizou ontem uma visita na zona do Porto Interior (Rua Cinco de Outubro), com o objectivo de se “inteirar, junto dos donos de lojas e moradores, e observar o restabelecimento da cidade após a passagem do tufão Hato”.
Segundo um comunicado oficial, Chui Sai On cumprimentou moradores e “procurou conhecer melhor o restabelecimento normal do dia-a-dia da população, assim como o ponto de situação no sector do comércio”. O governante “visitou várias empresas antigas e de renome”, como lojas de mariscos secos, de chás, sapatarias e espaços de medicina tradicional chinesa.
O mesmo comunicado aponta que tanto residentes como comerciantes “agradeceram a atenção do Chefe do Executivo”, tendo narrado “as experiências vividas com as inundações na zona”.
“Um idoso disse compreender as dificuldades de enfrentar uma catástrofe natural”, tendo dito que o “mais importante é garantir a segurança da população”. Citado pelo comunicado, o morador pediu “uma resolução adequada do problema das inundações”.
O Chefe do Executivo garantiu que a sua equipa “continua a observar o ponto da situação, de acordo com as necessidades e de forma não regular, percorrendo as várias zonas da cidade, como forma de prestar a devida atenção ao dia a dia da população”.
Chui Sai On fez-se acompanhar pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, o director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, Li Canfeng e ainda o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng.

Hato | Gabinete do procurador apoia nova comissão

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] recém anunciada comissão de inquérito para apurar responsabilidades na sequência da passagem do tufão Hato por Macau vai contar com o apoio do gabinete do procurador do Ministério Público (MP).
O inquérito visa apurar se, durante a passagem do tufão Hato, “houve erros ou responsabilidades por parte dos serviços públicos e pessoal, em termos de cumprimento dos deveres legais, particularmente no âmbito de prevenção e trabalhos de salvamento em catástrofes”.
Segundo um comunicado divulgado pelo MP, os membros da comissão de inquérito, que foi anunciada esta quarta-feira, “chegaram ao consenso” de que “cabe ao gabinete do procurador prestar-lhes apoio administrativo, tendo em consideração a exigência de independência do seu funcionamento e com vista a evitar o desperdício do erário público”.
A comissão é composta pelo procurador-adjunto Mai Man Ieng (que preside), pelo professor da Universidade de Macau Iu Wai Pan e pela auditora Ho Mei Va.
Segundo uma estimativa preliminar, os prejuízos deixados pelo tufão Hato ascendem a 11,4 mil milhões de patacas: 8,3 mil milhões em directos e 3,16 mil milhões em indirectos.

8 Set 2017

Tufão Hato | Kaifong e Associação de Moradores reúnem com Governo

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]e forma a responder às sequências do tufão Hato, Leong Heng Kao, Presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, Ng Siu Lai, Presidente do Conselho e os representantes dos “kaifong” reuniram com o Lionel Leong, Raimundo do Rosário e o Comandante-Geral dos Serviços de Polícia Unitários, Ma Io Kun. Em cima da mesa esteve a recolha de opiniões quanto aos trabalhos de recuperação e ao mecanismo de resposta a grandes catástrofes.

Os representantes associativos manifestaram a opinião de que o Executivo não se deve fechar às opiniões dos vários sectores da sociedade de forma a melhorar a resposta em caso de ocorrência de tufões.

Uma das críticas apresentadas pelos representantes do moradores e kaifong prendeu-se com a realização de um plano de reordenamento integrado da zona ribeirinha do Porto Interior. Foi também sugerido o melhoramento das infra-estruturas de abastecimento de água, electricidade e telecomunicações assim como das medidas de emergência.

Além disso, os representantes do Governo ouviram sugestões quanto a mecanismos de evacuação de grupos vulneráveis e prestação de cuidados centralizados, a optimização das instalações do centro de prevenção de catástrofes das ilhas.

Outras das sugestões apresentadas pelos dirigentes associativos foi a criação de um mecanismo governamental e civis de coordenação de resgate e o melhoramento do sistema de alerta para tufão e inundações. Foi também pedida uma solução para os veículos que ficaram danificados em parques de estacionamento e a simplificação dos procedimentos na atribuição de verbas de apoio e empréstimos às pessoas afectadas.

De acordo com o Governo, as sugestões serão submetidas à Comissão para a Revisão do Mecanismo de Resposta a Grandes Catástrofes e o seu Acompanhamento e Aperfeiçoamento.

31 Ago 2017