IC | Melco vai revitalizar o Porto Interior

A concessionária do jogo Melco indicou que vai revitalizar as Ponte-Cais n.º 23 e n.º 25 cais no Porto Interior.

De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, a Melco apontou que na fase inicial, o Governo vai recuperar e manter os elementos característicos de edifícios. Posteriormente, a concessionária vai avançar com o plano de revitalização, que inclui a organização de uma feira no Porto Interior, de forma a atrair pequenas e médias empresas, além de lojas de lembranças.

A Melco também indicou que vai criar um centro de informações turísticas, uma livraria e um café com esplanadas com vista para a rio, bem como lojas com produtos culturais. A presidente do Instituto Cultural (IC), Leong Wai Man, revelou que o orçamento para a recuperação da zona é de 12 milhões de patacas, e que a estimativa do Governo aponta para que as obras terminem no terceiro trimestre do próximo ano.

21 Set 2023

Estação Elevatória no Porto Interior deixará de dar resposta, diz relatório

O Comissariado de Auditoria considera que a Estação Elevatória do Norte do Porto Interior “deixará de dar resposta” na prevenção de inundações, lamentando o ineficaz gasto de dinheiros públicos, os atrasos, as falhas de comunicação e ausência de rigor da parte do Governo

Construir a Estação Elevatória do Norte do Porto Interior para travar as inundações, constantes na zona, custou aos cofres públicos mais de 109 mil milhões de patacas. No entanto, a infra-estrutura “certamente veio aliviar o problema das inundações no Porto Interior”, mas trata-se de “um alívio de curta duração, pois, a longo prazo, deixará de dar resposta”.

Esta é uma das conclusões do relatório do Comissariado de Auditoria (CA) sobre o processo de construção da Estação Elevatória, divulgado na sexta-feira. A obra em questão começou a ser pensada pelo então Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), hoje Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), em 2010. Contudo, houve atrasos no projecto e só em Maio de 2018 se deu a abertura do concurso público. A obra ficou concluída em 2021 e, mesmo assim, não conseguiu evitar a ocorrência de inundações a 1 de Junho desse ano.

O IAM analisou as razões para tal, concluindo que “os níveis estabelecidos para activar e desactivar as bombas não estavam devidamente ajustados”, além de que “a rede de drenagem antiga não tinha capacidade para aguentar o volume de água gerado pelos aguaceiros”, tendo ocorrido “acumulação de águas vindas de outras zonas”.

O CA apurou ainda que “na fase inicial dos aguaceiros – quando a precipitação era fraca – a velocidade de escoamento das águas para a box-culvert era mais baixa do que a velocidade da condução destas à rede de drenagem”. Além disso, na fase em que “as águas não tinham ainda atingido o cimo da box-culvert, já o pavimento estava inundado”.

Perante este facto, o CA lamenta os gastos de dinheiro público, pois “projectos de infra-estruturas implicam avultados investimentos” e “a ocupação prolongada da via pública, causando impacto no quotidiano da população”. “As referidas infra-estruturas complementares apenas ajudam a aliviar os problemas a curto prazo, mas não a longo prazo, por outras palavras, esta rede não vai ser capaz de fazer face às necessidades que advirão com o desenvolvimento dessa zona”, lê-se ainda.

No total, entre 2008 e 2020 o Governo gastou 1,47 mil milhões de patacas com a prevenção e controlo das inundações na zona do Porto Interior.

Falta de consensos

O relatório descreve ainda falhas no diálogo entre o então IACM e a então Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), hoje Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP). Na prática, o IACM não pediu parecer à DSSOPT, apresentando o projecto de construção da Estação Elevatória apenas para aprovação e falhando na apresentação de documentação que servia de prova aos atrasos na obra.

O CA aponta que cabia à DSSOPT avaliar o período de retorno da rede de drenagem nesta infra-estrutura. Este organismo, “apesar de ter conhecimento, em 2012 e 2017, através de dois relatórios, de que era recomendável a adopção do período de retorno de 20 anos para a rede de drenagem do Porto Interior, além de não ter remetido os referidos relatórios ao IACM, também não apresentou qualquer opinião sobre a adopção do período de retorno de 10 anos para a rede de drenagem aquando da apreciação posterior do projecto”.

O relatório acusa, portanto, os dois organismos de não projectarem a obra “de forma rigorosa”, pois, em conjunto com o Instituto Cultural, foram necessários “vários anos para chegar a um consenso sobre a localização da obra”, o que “afectou o cumprimento dos prazos inicialmente previstos, impediu que o problema das inundações fosse solucionado de forma célere e afectou o alcance dos resultados pretendidos com a obra”. Houve, assim, “falta de cooperação e comunicação entre o IACM e a DSSOPT, e falta de coordenação e zelo na concepção da obra”.

Promessas e justificações

A DSOP disse, entretanto, “respeitar” o conteúdo do relatório, prometendo “reforçar a comunicação e coordenação interdepartamental, cumprir as suas atribuições de forma prudente e promover activamente os trabalhos de gestão cooperativa entre os serviços”. Sobre a prevenção de inundações, a DSOP referiu apenas que têm sido seguidos os padrões definidos no “Plano decenal de prevenção e redução de desastres em Macau (2019-2028)”.

Por sua vez, o IAM explicou que a Estação Elevatória foi projectada “com base na intensidade de precipitação de uma ocorrência para o período de 10 anos, tendo em conta a quantidade de água pluvial que podia ser recolhida naquela zona”.

O organismo rejeita falhas na eficácia, apontando que a infra-estrutura de box-culvert e a estação elevatória de água pluvial “têm uma capacidade de drenagem superior a uma ocorrência para o período de 10 anos, pelo que podem responder eficazmente às necessidades da zona em termos de drenagem em dias de chuva ou em dias de chuva intensa”.

11 Jun 2023

Patane | Obras de estação elevatória arrancam sexta-feira

Vão arrancar na sexta-feira as obras de construção da estação elevatória e box-culverts da Bacia Norte do Patane, infra-estruturas pensadas para aliviar as inundações provocadas pelas chuvas torrenciais nos bairros do Fai Chi Kei e do Lam Mau.

Os obras têm como objectivo “aumentar a capacidade geral de drenagem de águas pluviais nestas zonas e ampliar o espaço costeiro ao longo da Rua do Comandante João Belo”. Além da construção de estruturas para drenar água da chuva, irá nascer no local uma “zona de lazer marginal com uma área de mais de 2000 metros quadrados”.

A primeira fase da obra, de construção de box-culverts, deverá estar concluída no segundo semestre de 2024, enquanto a estação elevatória tem conclusão prevista para 2025. A construção dos box-culverts irá condicionar o trânsito em duas fases, primeiro na Rua do Comandante João Belo e num segundo momento com a intersecção entre a Rua do Comandante João Belo e a Rua da Doca Seca a ser ocupada.

15 Mai 2023

Comporta de marés | Raimundo Rosário avisa contra ilusões

O secretário avisou os deputados contra a criação de ilusões face à eficácia da barragem de marés no Porto Interior na resolução do problema das cheias. Anteriormente, Raimundo do Rosário tinha insistido que o projecto era pouco viável, e ontem voltou a abordar o tema, na sequência de uma interpelação oral do deputado Zheng Anting.

“Depois da conclusão da comporta de marés, e mesmo com a conclusão destas obras, ainda vamos ter inundações”, afirmou o secretário. No seguimento das declarações, Raimundo do Rosário recusou tomar uma decisão sobre a construção do projecto por considerar “que não é o tempo oportuno”.

Além disso, o membro do Executivo avisou os deputados que os trabalhos vão tornar o trânsito naquela zona caótico: “Com essas obras, e como as ruas são estreitas e têm um fluxo de circulação enorme, vamos ter muitos problemas no trânsito”, respondeu. “E depois vou ter outro problema, porque os deputados se vão queixar do trânsito”, acrescentou.

18 Abr 2023

Estudo sobre Barragem de Marés no Porto Interior custou mais de 40 milhões

O estudo de viabilidade da construção da Barragem de Marés no Porto Interior foi atribuído à empresa AF Tecnhology de Zhuhai, sem concurso público. A Administração optou antes pelo processo de “consulta”

 

 

O estudo com as várias simulações sobre o impacto da Barragem de Marés no Porto Interior custou aos cofres do território 43,5 milhões de patacas. A informação consta do portal Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) tendo a adjudicação sido realizada por consulta de propostas.

Segundo a informação disponibilizada, o contrato intitulado “Modelagem Digital para Atestar, em Tempo Real, a Barragem de Maré no Porto Interior” foi atribuído à empresa AF Tecnhology, sem nome em português, com sede em Zhuhai.

Em alternativa ao concurso público, o Governo optou por uma consulta do serviço junto de empresas, de onde resultou a escolha da AF Tecnhology.

A empresa, fundada em 1988, é uma entidade privada e tem como presidente You Jingyu, que esteve ontem em Macau na apresentação do estudo aos deputados. No entanto, a companhia reconhece que ao longo dos anos “foi fortemente apoiada” por líderes nacionais, provinciais e municipais. Entre os nomes mencionados constam os anteriores Presidentes da China, Deng Xiaoping, Hu Jintao, Jiang Zemin, o ex-primeiro-ministro Zhu Rongji e o ex-vice-primeiro-ministro Wu Bangguo.

Em 1992, a empresa foi uma das visitadas por Deng Xiaoping durante a sua viagem ao Sul da China, quando o anterior líder supremo do país fez um último esforço para transmitir a mensagem do país se abrir e reformar.

 

Outras opções

Na terça-feira, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, reconheceu perante os deputados que está inclinado para não avançar com a barragem de marés.

Segundo as simulações da AF Tecnhology, a barragem de marés não vai resolver o problema das inundações nas zonas adjacentes ao Porto Interior. “Perante condições extremas, a barragem de marés consegue impedir a inundação do Porto do Interior, mas não nas zonas circundantes. É esta a conclusão das simulações”, afirmou o secretário. “Não se trata de uma obra barata, e não consegue resolver todos os problemas”, acrescentou.

Como alternativa, o Governo vai dar prioridade a outras intervenções, na zona sul do Porto Interior, que vão custar mais de 300 milhões de patacas e deverão estar terminadas no terceiro trimestre de 2025. O secretário admitiu assim “esperar pelas obras na zona sul para saber da viabilidade da barragem”.

A decisão não deixou de ser criticada por alguns dos deputados presentes, como Ron Lam, por considerarem que o Governo está a levar muito tempo para avançar com uma solução e que esta forma de conduzir os trabalhos vai ter um impacto no comércio naquela zona da cidade.

 

9 Fev 2023

Governo admite desistir da Barragem de Marés no Porto Interior

Os elevados custos e o impacto limitado nas zonas adjacentes ao Porto Interior fazem com que Raimundo do Rosário admita que o projecto não é viável. Ron Lam criticou a decisão, por considerar que vai prejudicar o comércio na zona do Porto Interior

O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, admitiu ontem na Assembleia Legislativa estar inclinado a desistir da construção da barragem de marés no Porto Interior. A confissão, mesmo que ainda não exista uma decisão final, foi feita durante uma apresentação com os resultados de estudos com simulações do impacto da barragem de marés.

Em causa, está o facto de as simulações terem levado os especialistas do Interior, responsáveis pelos estudos, a concluir que a barragem de marés não vai resolver o problema das inundações nas zonas adjacentes ao Porto Interior.

“Perante condições extremas, a barragem de marés consegue impedir a inundação do Porto do Interior, mas não nas zonas circundantes. É esta a conclusão das simulações”, começou por argumentar o secretário. “Não se trata de uma obra barata, e não consegue resolver todos os problemas”, vincou.

Raimundo do Rosário afirmou ainda que está inclinado para desistir do projecto, antes de apresentar as projecções com os custos. “A barragem de marés implica gastar milhar de milhões de patacas. E o custo de manutenção também não é barato”, apontou o secretário. “Qual vai ser a taxa de utilização? E se a reparação depois não for bem feita, será que vai criar mais problemas?”, questionou. “Neste momento, a maior probabilidade é de não desenvolver o projecto”, confessou. “Se me pergunta, hoje, se vamos construir digo que não”, acrescentou.

 

Detalhes técnicos

As simulações tiveram por base as condições climatéricas do território nos últimos anos e os trajectos e impactos dos tufões Hato, que causou 10 vítimas mortais no território, e Manghkut.

Foram simulados 40 cenários que assumiram que o nível da água iria subir até 3,85 metros e que as comportas teriam uma altura máxima de 5,5 metros. Segundo os registos históricos, o valor mais elevado da subida do nível da água no Porto Interior foi de 3,78 metros, durante a passagem do Tufão Hato.

Os resultados mostraram que as comportas conseguiriam resolver a situação das inundações no Porto Interior, mas que nas zonas adjacentes não teria os mesmos resultados.

Ao invés, os especialistas e o Governo acreditam que se forem construídos mais muros contra inundações e estações elevadas em zonas estratégicas do território, o problema das cheias pode ser reduzido. Ao mesmo tempo, a prioridade vai passar por aumentar a altura dos diques no território em diferentes áreas, como na Zona A dos Novos Aterros, junto à Linha Leste do Metro, em Coloane ou na Taipa. Só depois será feita uma nova avaliação, para perceber se os problemas ficam resolvidos ou se se justifica construir a comporta de marés

Decisão criticada

A inclinação do secretário não deixou de ser criticada pelo deputado Ron Lam, que apontou que o projecto está parado há anos.

“Não concordo que tenhamos de esperar que as outras obras estejam concluídas para tomar uma decisão. Os tufões Hato e o Mangkhut causaram vários prejuízos, mas nada foi feito para se responder ao fenómeno de storm surge”, atirou Ron Lam. “Os resultados são zero, fizemos zero nos últimos anos para prevenir as situações de storm surge”, reforçou.

Ron Lam mostrou-se também preocupado com o impacto para o comércio na zona do Porto Interior. “Se a probabilidade de construir a comporta de marés no Porto Interior é reduzida, como é que as pessoas vão investir naquela zona?”, questionou. “Felizmente, nos últimos anos não tivemos fenómenos de storm surge significativos, mas não quer dizer que não se verifiquem no futuro”, alertou.

Por sua vez, o deputado José Chui Sai Peng tentou perceber o que aconteceria nos casos em que as comportas tivessem problemas e algum dos portões da comporta não fechasse. A pergunta ficou sem resposta, uma vez que as simulações nunca abordaram a possibilidade de as comportas não estarem a funcionar em pleno.

A resposta de Lam Wai Hou, director das Obras Públicas, serviu para perceber que as comportas demoram cerca de uma hora e meia a fechar. Além disso, é necessário a cooperação com as regiões vizinhas, o que dificulta o procedimento. Estas foram mais duas razões indicadas para que neste momento a inclinação do Governo seja de oposição ao projecto.

8 Fev 2023

Porto Interior | Detectados dois casos positivos em zona “de controlo”

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou duas infecções por covid-19 no Porto Interior. Os casos positivos dizem respeito a um residente de 64 anos e uma mulher de 70 anos, ambos classificados como casos importados

 

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou na sexta-feira a descoberta de um caso positivo de covid-19 na zona de controlo do Porto Interior, o que levou as autoridades a decretarem duas rondas de testes de ácido nucleico para quem vive e trabalha na área. A pessoa infectada é um residente com 64 anos de idade, e as duas rondas de testagem têm de ser concluídas até hoje.

“Foi diagnosticado um caso positivo do teste de ácido nucleico da covid-19 num residente de Macau, tripulante de navios de Hong Kong e Macau, do sexo masculino, com 64 anos de idade, que tinha sido considerado contacto próximo do caso diagnosticado em 10 de Agosto, também tripulante de navios de Hong Kong e Macau”, foi revelado pelo centro de coordenação de contingência.

Segundo a mesma informação, o homem estava “sob controlo” desde a manhã de 10 de Agosto, por ter trabalhado entre 7 e 9 de Agosto com outro trabalhador infectado. Contudo, “todos os testes de ácido nucleico realizados entre 4 e 10 de Agosto foram negativos”, foi indicado.

Esta infecção foi classificada “preliminarmente como caso importado de infecções assintomáticas da covid-19”, por estar relacionada com o caso mais recente importado, também de um trabalho no sector da logística, que realizava viagens entre Macau e Hong Kong. Em relação a contactos próximos, o centro informou que “os coabitantes e colegas estavam sob controlo desde 10 de Agosto”.

Ontem, as autoridades reportaram um caso, referente uma residente de Macau, com 70 anos idade. A paciente é a mulher do tripulante com 73 anos de idade que foi diagnosticado no passado dia 10 de Agosto.

18 casos importados

Além do caso confirmado, as autoridades anunciaram igualmente que até quinta-feira tinham sido registados mais onze casos importados, dos quais nove negaram qualquer histórico de infecção anterior, levando a que fossem considerados casos importados de infecções.

Estas infecções envolveram três pessoas do sexo masculino e seis do sexo feminino, com idades entre os 26 e 63 anos, provenientes do Reino Unido, Portugal, Filipinas, Japão, Estados Unidos, Singapura, Hong Kong e Taiwan.

Além disso, foram registados dois casos importados, do sexo masculino, com idades entre os 2 e 4 anos, provenientes de Hong Kong, que alegaram que tinham sido infectados pela COVID-19, pelo que foram classificados como caso de recaída.

Ontem foram acrescentados mais sete casos à lista de importações, referentes a dois homens e cinco mulheres, com idades compreendidas entre 13 e 73 anos.

Até ao dia de ontem, tinham sido registados 791 casos confirmados de covid-19 e 1.423 casos de infecção assintomática, num total de 2.214 casos.

14 Ago 2022

Sector de transportes marítimos pede ponderação em mudanças no Porto Interior

O plano do Governo de mudar alguns dos operadores de transportes marítimos do Porto Interior para Ká-Hó está a gerar polémica, de acordo com um artigo publicado ontem no jornal Ou Mun. No sector, teme-se a menor capacidade de Ká-Hó, assim como uma subida dos custos operacionais.

Segundo uma fonte anónima ligada ao sector de transportes marítimos, citada pelo jornal, os operadores do Porto Interior estão muito preocupados com os planos projectados porque consideram que o Porto de Ká Hó não só não tem a capacidade desejada, como a medida pode levar também a um aumento do desemprego no sector, assim como ao crescimento dos custos para as operadoras.

De acordo com estas explicações, o Porto de Ká Hó tem menos espaços para os barcos atracarem e fazerem as descargas de produtos em comparação com o Porto Interior, o que vai levar a uma redução dos lugares para atracagem. Ainda de acordo com a explicação, actualmente o Porto do Interior tem lugar para dois cargueiros, enquanto Ká Hó apenas tem para um, o que significa uma redução da capacidade de operar. Por este motivo, no ano passado, o Porto Interior movimentou, entre cargas e descargas, 115.535 toneladas de bens, enquanto o Porto de Ká Hó não foi além de 43.161 toneladas.

Por outro lado, o Porto Interior é visto como o mais conveniente, uma vez que fica na Península de Macau, junto dos aglomerados populacionais, o que facilita a tarefa de distribuição dos produtos utilizados no quotidiano como os alimentos, materiais médicos entre outros.

O facto de a distribuição dos produtos ser deslocada para Ká-Hó pode assim fazer com que os preços subam 30 por cento, o que é visto como preocupante e como uma medida que pode levar a despedimentos no sector. Tal deve-se ao facto de no Porto Interior as operadoras pagarem uma renda fixa, enquanto em Ká Hó vão ter de pagar com base na quantidade de material carregado e descarregado.

Concorrência saudável

Por outro lado, o vice-presidente da Associação dos Proprietários de Transportes Marítimos e Agências de Navegação de Macau, Ho Hon Fai, afirmou não se opor à mudança. Contudo, considerou que o Governo deve ouvir melhor o sector sobre o modelo a adoptar.

Ho Hon Fai vincou também que o plano de uma mudança parcial pode afectar o mercado com a criação de situações de concorrência desleal, uma vez que as operadoras que ficarem no Porto Interior vão sair beneficiadas, com custos inferiores.

Neste sentido, o responsável apelou ao Executivo para que pondere muito bem o plano e oiça o sector, antes de tomar medidas drásticas.

4 Mai 2022

Porto Interior | Incêndio controlado após mais de 10 horas destruiu cinco embarcações

O incêndio que deflagrou numa coluna de barcos de pesca atracados junto ao Sofitel, no Porto Interior, reacendeu ao início da manhã de ontem. Contas feitas, cinco embarcações foram destruídas e uma ficou danificada, após uma operação que durou mais de 10 horas e envolveu 150 agentes e 24 embarcações. O incidente não fez vítimas. Lesados deixam críticas à intervenção das autoridades

 

O incêndio que deflagrou no Porto Interior na noite de segunda-feira, numa coluna de barcos de pesca junto ao Hotel Sofitel, foi totalmente controlado durante a manhã de ontem, após mais de 10 horas de operações de combate e resgate, resultando na destruição de cinco embarcações e provocando danos numa outra.

Isto, após as chamas terem reacendido de forma visível por volta das 7h00 de ontem, indicou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) em comunicado, acrescentando que durante toda a noite, o fogo permaneceu activo de forma menos intensa, no convés das embarcações, dado que os respectivos depósitos de combustível estavam atestados.

De acordo com a DSAMA, o incêndio foi detectado juntamente com os Serviços de Alfândega (SA) por volta das 19h00 de segunda-feira, altura em que um dos barcos de pesca, atracado sensivelmente a meio de uma coluna com cerca de uma dezena de embarcações, começou a arder. Rapidamente as chamas alastraram a outras cinco embarcações, originando uma densa nuvem de fumo negro nas imediações do Holtel Sofitel, alimentada nas horas que se seguiram por, pelo menos, seis explosões.

Segundo o jornal Ou Mun, as operações de combate às chamas, que entretanto contaram com o envolvimento do Corpo de Bombeiros (CB), decorreram debaixo de grandes dificuldades, devido ao facto de a maré baixa ter impedido a utilização e aproximação de mais embarcações. De referir ainda que, no momento em que deflagrou o incêndio, nenhuma das embarcações estava tripulada, não só devido à aproximação do período de defeso em que as actividades de pesca são suspensas por três meses, mas também, segundo o canal chinês da TDM-Rádio Macau, porque os proprietários estavam em terra.

Por volta das 21h00 de segunda-feira, ao final de mais de duas horas de uma operação que envolveu 150 agentes e 24 embarcações, o incêndio foi dado como “praticamente extinto”, não havendo feridos a registar e com uma das embarcações a ficar danificada, tendo sido rebocada para longe do epicentro do incidente. No entanto, o fogo permaneceu activo ao longo de toda a madrugada, tendo as chamas voltado a ser visíveis ontem de manhã, após o derramamento de combustível.

Além disso, o proprietário de uma das embarcações, acabou por ser levado para o Centro Hospitalar Conde se São Januário para receber apoio psicológico. Enquanto isso, a DSAMA relatou que outros cinco proprietários tentaram salvar as suas embarcações, mas não foram autorizados a aproximar-se das mesmas “devido ao fogo intenso” e ao “perigo elevado”.

Segundo a DSAMA, as causas do incêndio estão ainda por apurar, encontrando-se a decorrer os respectivos trabalhos de limpeza e investigação das causas do acidente.

Chuva de críticas

Ouvido pelo canal chinês da TDM-Rádio Macau, o proprietário da embarcação danificada diz não saber se a reparação será possível e estima que, a acontecer, o custo se situe nos dois milhões de patacas. O proprietário lamentou ainda que, ao contrário do habitual, no momento em que deflagrou o incêndio não se encontrava ninguém nas embarcações, dado que as tripulações estavam em terra, para jantar.

Depois do re-acendimento das chamas durante a manhã de ontem, o homem deixou ainda críticas à capacidade de combater o fogo por parte da equipa de operações, dado que “a embarcação de resgate se limitou a regar a embarcação com água, permitindo o derramamento de combustível e a ocorrência de uma explosão”.

Outra lesada, familiar de um proprietário, apontou também o dedo à forma como as autoridades combateram o incêndio, alegando não ter compreendido porque razão não foi permitido que os donos das embarcações se aproximassem das mesmas para cortar os cabos de ligação que as uniam. Além disso, a mulher referiu que os socorristas ignoraram o facto de muitas embarcações acomodarem uma grande quantidade de barris de petróleo, que precisavam de ser removidos, acabando por originar várias explosões.

Outro lesado ouvido pelo jornal Ou Mun, criticou o facto de as autoridades terem levado 10 veículos dos bombeiros para o local, que não contribuíram para cessar o incêndio ou ajudar nos trabalhos de limpeza ou prevenção. Isto, porque os jactos de água emanado pelos carros dos bombeiros estacionados no cais não têm força suficiente para alcançar as embarcações afectadas, tornando-se “tão relevantes para a operação como alguém que está a urinar para a água” e a bloquear o trânsito.

O vice-presidente da Associação para o Desenvolvimento de Pesca no Oceano e de Proprietários de Barcos de Macau, Leong Kam Kit, apontou que a grande maioria das embarcações afectadas não têm seguro e que essa é a prática comum do sector dado que as compensações estão desajustadas em relação ao real valor dos barcos.

27 Abr 2022

Porto Interior | Construção de bomba de água arranca até fim de Junho

O Governo acredita que a estação que vai ser construída na Zona Sul do Porto Interior irá resolver grande parte dos problemas das inundações. Sobre as portas de maré continuam a faltar respostas das autoridades do Interior

 

Para evitar as cheias na zona Sul do Porto Interior, o Governo vai avançar com o concurso público para a construção de uma bomba de água até ao fim deste trimestre. A novidade foi avançada ontem aos deputados, durante um encontro entre representantes do Executivo e os deputados da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas.

A reunião serviu para analisar as medidas de prevenção de cheias no território, e, segundo o presidente da comissão, Chui Sai Peng, os deputados saíram satisfeitos com as soluções e o calendário apresentado.

“A bomba do Sul do Porto Interior vai ser construída em três fases. O concurso público para a construção da primeira fase vai ser feita no presente trimestre”, afirmou Chui Sai Peng. “Há o objectivo de fazer as obras sem perturbar o trânsito, de forma a manter sempre três vias de circulação disponíveis ao longo do percurso entre a Rua Almirante Sérgio e a Praça Ponte Horta”, acrescentou.

Além da estação de bomba de água, o Governo afirmou esperar que em conjunto com a caixa de retenção de água, box-culvert, o problema das inundações fique resolvido. No local, vai ainda ser instalada uma estação de tratamento, para garantir que a água é tratada antes de ser devolvida ao mar.

Conselhos da Tsinghua

Os trabalhos apresentados ontem pelo Governo têm por base as análises de especialistas da Universidade de Tsinghua, em Pequim. Para os deputados, a construção da bomba de água, assim como as existentes 13 bocas de saídas de água para o mar são vistas como uma solução suficiente para resolver a maioria dos problemas de inundações naquela zona.

“Actualmente, desde a Ponte Cais n.º 5A até ao Porto Interior temos 13 bocas de saída de água. Com essas bocas, e se houver intrusão de água, em conjunto com as bombas, creio que podemos melhorar muito o trabalho de prevenção de desastres”, considerou Chui Sai Peng.

Em sentido contrário, um projecto que parece encalhado é a construção das portas de maré, também na zona do Porto Interior. O plano continua dependente da aprovação das autoridades do Interior e ainda não há uma decisão.

“Sobre o desenvolvimento das comportas em conjunto com o Interior, esperamos que os trabalhos sejam acelerados, mas não temos respostas concretas”, reconheceu o deputado. “É um projecto que está relacionado com várias cidades da província de Cantão”, justificou.

21 Abr 2022

Inundações | Junho começou com o dia com mais chuva desde que há registos

O período com mais chuva foi registado às 06h, altura em que por cada metro quadrado caíram 119,6 litros de água. Até às 16h o Corpo de Bombeiros foi chamado para 33 casos de cheias, quatro deslizamentos e ainda 10 acidentes de viação, que causaram 11 feridos

 

Durante o período de chuva intensa que ocorreu ontem em Macau tiveram lugar 33 casos de cheias, quatro deslizamentos de terras e 10 acidentes de viação, com 11 feridos nas estradas locais. O balanço do número de casos foi ontem apresentado pelo Corpo de Bombeiros ao HM, e engloba o espaço entre as 04h25, altura em que foi emitido o sinal de chuva intenso vermelho, até às 16h00.

O período mais crítico aconteceu a partir das 05h, quando foi emitido o sinal preto, o mais elevado da escala para chuvas intensas. Também por essa altura, as cheias afectaram não só o Porto Interior, uma das zonas tradicionalmente mais atingidas pela subida do nível da água, mas também outras artérias como a Avenida Vensceslau Morais, na Areia Preta, Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues ou mesmo a Avenida do Infante Dom Henrique.

Segundo os dados oficiais dos Serviços de Meteorologia e Geofísica (SMG), a precipitação diária de ontem registada pela estação da Fortaleza do Monte até às 19h50 era de 408,8 milímetros (mm). Esta escala significa que por cada metro quadrado havia o equivalente a 408,8 litros de água.

O valor até às 19h50 já ultrapassava o recorde de chuva por dia desde 1952, que segundo os SMG, tinha sido registado a 10 de Maio de 1972, com 348,2 mm, ou seja 348,2 litros de água por metro quadrado. O ano de 1952 é o primeiro em que existem dados sobre os valores da precipitação.

No que diz respeito à chuva por hora, os valores de ontem foram os mais altos desde 1964. Na estação da Fortaleza do Monte, às 06h, foram registados 119,6 mm, enquanto em 1964, no dia 6 de Setembro, tinha havido o registo de 125,1 mm.

Na sequência das cheias foram várias as imagens a circular online de zonas submersas, de carros afectados pela subida do nível da água ou de autocarros cheios não só de passageiros, mas também com muita água no interior, assim como de acidentes.

No entanto, e apesar do principal período das chuvas ter acontecido de madrugada, foi às 13h que se registou um dos momentos mais icónicos, com o aparecimento de uma tromba de água. O fenómeno com o “tornado sobre a água” durou alguns minutos e foi captado a leste da Ponte da Amizade por várias pessoas a circular no tabuleiro.

Posteriormente, os SMG atestaram a veracidade das imagens e explicaram que o “tornado” acabou por se dissipar numa questão de minutos.

Cheias antecipadas

Na zona do Porto Interior e na Rua 5 de Outubro, as cheias não deixaram de apanhar alguns comerciantes desprevenidos, apesar de a situação ser recorrente. Foi o que admitiu a cidadã com o apelido Ng, dona de uma loja de ferragens na Zona do Porto Interior. “Nunca imaginei que a chuva ia ser tão intensa nem que durasse durante tanto tempo, por isso não coloquei as protecções contra inundações na porta”, reconheceu a senhora de 60 anos.

Segundo a responsável, o nível da água dentro da loja de ferragens atingiu os 10 centímetros, entre as 5h e as 7h. “A água entrou-me dentro da loja e tive de passar muito tempo a fazer as limpezas. Cheguei às 5h e limpei até às 7h.

Depois a situação acalmou, saí para fazer outras coisas e voltei para terminar as limpezas”, apontou.
Por sua vez, a proprietária de uma loja de roupa na Rua 5 de Outubro mostrou-se surpreendida com o surgimento das cheias tão cedo, apesar de ser ter preparado para a possibilidade. “Este ano as inundações chegaram mais cedo, porque estamos a 1 de Junho e já há cheias”, afirmou a empresária Lam. “Felizmente as inundações não foram muito graves, e o nível da água apenas atingiu alguns centímetros”, acrescentou.

A dona da loja afirmou ainda não ter tido prejuízos. “Como fiz as preparações cedo não tive qualquer perda. Cheguei às 5h e o chão estava inundado. Comecei logo a fazer as limpezas, mas não limpei tudo porque achei que ia continuar a chover. Mais tarde, quando achei que o pior tinha passado, limpei o resto”, explicou sobre a forma como lidou com a subida do nível da água.

Antigos e vulneráveis

Ao HM, o arquitecto Mário Duque explicou que as cheias são cada vez mais frequentes devido à urbanização do Delta do Rio das Pérolas. “Quando a maré sobe, o volume de água vai precisar de um estuário para se espraiar, ou seja, do Delta [do Rio das Pérolas]. A província de Cantão urbanizou o Delta todo, e a água como não tem lugar para onde ir, entra pela cidade [de Macau]”, explicou. “As inundações são cada vez mais frequentes, porque as condições do estuário se alteraram substancialmente. Da mesma maneira que Macau triplicou de dimensão por causa dos aterros, não é difícil imaginar quantas vezes triplicaram as ocupações litorais do Rio das Pérolas”, acrescentou.

No mesmo sentido, o Porto Interior é uma das zonas mais afectadas devido à altura dos aterros em comparação com os mais novos. “Os aterros mais novos são mais altos que os aterros antigos, feitos na Península de Macau, como é o caso do Porto Interior, por isso este acaba por estar numa situação mais vulnerável”, completou.

No entanto, para o arquitecto, as consequências das cheias estão igualmente relacionadas com factores relacionados com a capacidade de preparação e resposta do território. Neste campo, Mário Duque nota que a população está mais preparada do que no passado, e aponta a existência de sacos com areia ou tábuas para isolar as portas nas zonas mais afectadas.

Porém, para resolver o problema é preciso uma solução e esta passa por impedir que a água da chuva entre na rede de escoamento durante os períodos com marés altas. “Uma inundação adiada, é uma inundação evitada. Se conseguirmos segurar as águas, para que não sejam logo lançadas na rede [de escoamento], que na altura de cheias não tem capacidade recebê-la ou despejá-la no mar, porque a maré está alta, temos uma solução”, afirmou. “Ao segurarmos as águas e ao tentarmos adiar a inundação, adiamos as ocorrências. E mais tarde, quando finalmente se libertam as águas, numa situação de maré baixa, a rede consegue escoar essa água”, finalizou.

Homem aproveitou para tomar banho

Durante um dos períodos intensos de chuva, um homem aproveitou para tomar banho na rua. Nas imagens, que se tornaram virais nas redes sociais, é possível ver um homem coberto com espuma a esfregar o corpo, enquanto está encostado a grades na estrada junto a uma das bocas de escoamento. Ao mesmo tempo que o homem toma banho, é ainda possível ver carros a circular, assim como uma transeunte.

Túnel da Avenida Rodrigo Rodrigues encerrado

Durante o dia de ontem, o Túnel da Avenida Rodrigo Rodrigues foi uma das zonas mais inundadas. Por motivos de segurança, a estrutura teve mesmo de ser encerrada ao trânsito e a reabertura do troço entre o túnel e a estação de gasolina da Caltex só deverá acontecer esta manhã entre as 9h30 e as 12h. Durante o período do encerramento, os veículos que circularem no túnel da Guia estão proibidos de virar para a esquerda, ou seja para o troço da Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues que permite seguir para a Estrada do Reservatório.

2 Jun 2021

Porto Interior | Projectos para travar inundações vão avançar

Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, disse no hemiciclo, na última sexta-feira, que a construção dos muretes de protecção contra inundações no Porto Interior e de melhoramento do dique do Porto Exterior vão mesmo avançar, mas não este ano.

Segundo o governante, é necessário coordenar as obras com as autoridades de Zhuhai. “O resultado desse simulacro foi positivo. Posso dizer que vamos avançar com esse projecto. Mas quanto ao preço e ao tempo, ou seja, o prazo, porque se trata de um projecto transfronteiriço, temos também que depender de uma cooperação regional. Espero que no final deste ano possa avançar com mais pormenores sobre o projecto”, adiantou.

O secretário disse mesmo que, com base no relatório de simulação, se houver outro tufão de intensidade semelhante à do Hato, a barreira de proteção de marés pode ser capaz de proteger a área do Porto Interior só até certo ponto, mas nunca na totalidade. “Pode haver um tufão mais forte no futuro e é impossível hoje prever [o que vai acontecer]”, disse.

31 Mai 2021

Património | Novo projecto do edifício “Chao Lei Aves” descarta traços originais 

A nova planta de condições urbanísticas (PCU) relativa ao projecto de preservação do edifício “Chao Lei Aves”, situado nas imediações da Avenida Almeida Ribeiro, não prevê a manutenção da placa original nem da fachada, noticiou o jornal Cheng Pou.

Em 2016, o proprietário do edifício, onde funcionou uma empresa ligada ao negócio de aves, remodelou a fachada do prédio e retirou a antiga placa da parede, que continha o nome “Chao Lei Aves”. As obras foram feitas sem licença, num caso descoberto pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Mais tarde, este organismo exigiu ao proprietário a recuperação da fachada original.

Nessa altura, o então presidente do Instituto Cultural (IC), Guilherme Ung Vai Meng, lamentou a extinção da placa e disse que, mesmo que o edifício não esteja classificado como património, pertence à paisagem histórica do local. A DSSOPT chegou a incluir as opiniões do IC sobre a preservação da fachada e a manutenção da placa com o nome da antiga empresa, tendo as obras sido canceladas. Entretanto, a actual PCU prevê a reconstrução da fachada com novos materiais, tendo sido excluídas as opiniões do IC datadas de 2016.

13 Mai 2021

Porto Interior e Taipa recebem novos espectáculos de rua a partir de 1 de Maio 

O Instituto Cultural (IC) promove, a partir do dia 1 de Maio, 124 sessões de sete espectáculos de rua nas zonas do Porto Interior e na Taipa, nomeadamente nas Casas-museu e Feira do Carmo. A iniciativa intitula-se “Espectáculos no âmbito da Excursão Cultural Profunda nas Zonas do Porto Interior e da Taipa”, tendo sido recrutados vários grupos locais para desenvolver “produções inspiradas em histórias comunitárias do Porto Interior e das Casas da Taipa” e que incluem apresentações de dança, visitas guiadas, peças de teatro e teatro de fantoches. Estes eventos acontecem aos fins-de-semana.

O programa inclui iniciativas como “Um Passeio pelo Porto Interior com André Auguste Borget”, inspirado nas obras do artista francês que viveu em Macau, e que será complementado com espectáculos de dança ambiental e visitas guiadas, para mostrar ao público o ambiente do Mercado Municipal do Patane. Outra actividade é ”Truz-truz, Quem Atracou no Porto Interior?” da autoria do MW Dance Theatre, que tem como ponto central a interacção entre o meio ambiente e a realidade, com o aparecimento de um monstro, sendo explorada a zona desde a Rua da Praia do Manduco até à Barra.

O cartaz inclui ainda “Regresso de Barco” da autoria da Associação de Dança – Ieng Chi, que conta a história do Porto Interior ao longo de um século através de um guia histórico informativo com descrições completas e complementadas com breves apresentações de dança ambiental ligeira, levando o público a caminhar ao redor da zona da Praça da Ponte e Horta. Para participar nestas três actividades é necessário efectuar registo prévio. Cada espectáculo tem capacidade limitada para 20 pessoas e os lugares são preenchidos por ordem de chegada. Os interessados podem fazer o registo a partir das 10h de hoje no website do IC.

CPM apresenta marionetas

A Casa de Portugal em Macau (CPM) também participa nesta nova série de espectáculos promovidos pelo IC, com os eventos “O Barbeiro” e “O Arraial”. Tratam-se de dois espectáculos de marionetas que contam “histórias de forma animada e descontraída”, sendo que a primeira apresenta um célebre herói português e a segunda tem como tema as festividades tradicionais portuguesas.

O programa inclui ainda “Poema de Pedro e Inês” da autoria da companhia The Funny Old Tree Theatre Ensemble, que propõe uma representação nas Casas da Taipa, reunindo a “Fonte dos Amores”, a arquitectura portuguesa e a obra de um poeta português para encenar uma história de amor tão séria quanto humorística.

O cartaz encerra com “O Vendedor de Histórias” da autoria da Dream Association, inspirado na cultura dos vendedores da comunidade de Macau, é uma peça de teatro móvel que combina a narração de histórias com o teatro de marionetas para dar a conhecer ao público o passado e as histórias de família de Macau.

20 Abr 2021

Pesca | Governo deu 79 milhões de patacas em apoios desde 2007

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA) garantiu, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Leong Sun Iok, que foram atribuídos apoios no valor de 79 milhões de patacas ao sector da pesca desde 2007, ano em que foi criado o Fundo de Desenvolvimento de Apoio à Pesca. Estes apoios incluem “verbas destinadas à reparação das embarcações de pesca danificadas no incêndio”. Além destes apoios, a DSAMA alerta para a necessidade de as “associações do sector deverem incentivar e apoiar os proprietários das embarcações de pesca para garantir o estado das suas embarcações”.

Relativamente a um incêndio ocorrido em Fevereiro, na zona do Porto Interior, a DSAMA garantiu que tem vindo a acompanhar o caso. “Relativamente ao incêndio ocorrido nas embarcações de pesca do fundeadouro do Porto Interior, em princípio de Fevereiro, verificou-se que ninguém estava a bordo naquela altura.”

A DSAMA chama a atenção para a importância de os próprios pescadores prestarem atenção à segurança das suas embarcações, garantindo que na zona do Porto Interior há “duas faixas corta-fogo no fundeadouro do Porto Interior que são capazes não só de dificultar a propagação do fogo em caso de incêndio nas embarcações de pesca mas também facilitar o salvamento das embarcações das autoridades de Zhuhai e Macau”.

28 Mar 2021

Cinema | Projecto de visitas ‘cinéfilas’ guiadas em bairros antigos continua

O Instituto Cultural disse à Lusa que vai prolongar até Abril as excursões sobre filmes rodados em zonas históricas de Macau, cujos guias são directores e actores, justificando a decisão com o êxito da iniciativa. Além disso, a Cinemateca Paixão vai exibir a 2 de Março um documentário sobre a história do cinema de Macau

 

O Instituto Cultural (IC) convidou cineastas e actores locais para guiarem excursões nos bairros antigos de Macau a partir do cenário de filmagens efectuadas em diversos pontos da cidade.

O IC vai prolongar a iniciativa “Visitar o Porto Interior, Taipa e Coloane seguindo os filmes” em Março e Abril, com mais 18 sessões, depois da iniciativa ter arrancado no início do ano.
Pelo menos 180 pessoas participaram nas excursões, aos fins-de-semana e feriados, numa actividade inicialmente prevista para terminar este mês, de acordo com o instituto.

“Através desta actividade, posso conhecer mais sobre a história das zonas de Macau e os filmes que foram realizados” na cidade, salientou um dos guias, Albert Chu Iao Ian, fundador da Associação Audio-Visual Cut, realizador e director. “Como produtores locais, estamos muito satisfeitos”, acrescentou o director, partilhando a importância do envolvimento na iniciativa: “O mais significativo é que partilhei filmes de Macau e isso permite aos participantes ter mais exposição aos filmes locais”.

“No processo de exploração das rotas antes do evento, encontrámos muitos lugares que nunca tínhamos visitado antes, e eram únicos, o que nos fez perceber que Macau tem muitas coisas para oferecer (…). Há ainda muitos lugares em Macau que precisam de ser documentados por imagens”, explicou.

Interpretar imagens

Outro realizador de Macau, Chao Koi Wang, também participou como guia: “O mais importante é que andei muito nesta actividade e aumentei a ligação com o território”, sublinhou.

Chao disse esperar que se possa estender, no futuro, as rotas da actividade para outras áreas e os cidadãos possam entrar nas zonas que habitualmente são menos percorridas na vida quotidiana.

“Foi óptimo descobrir que pessoas de diferentes origens estavam interessadas em ouvir-nos falar sobre os filmes, e isso motivou-nos a introduzir mais filmes de Macau”, frisou.

Os dois percursos das excursões têm lugar nas zonas antigas de Macau, Taipa e Coloane, para “promover e reforçar a participação da comunidade no desenvolvimento artístico e aumentar os elementos culturais do turismo nas antigas zonas de Macau”, segundo o IC.

Também para promover o cinema em Macau, o IC anunciou na segunda-feira que produziu um documentário que irá ser exibido ao longo de cinco sessões na Cinemateca Paixão.

Com o título “Interpretação das Imagens”, centra-se “na história do cinema e do sector da exibição cinematográfica de Macau”. “O documentário ‘Interpretação das Imagens’ mostra a força criativa por trás do sector cinematográfico e televisivo local e, através de entrevistas a académicos e profissionais do cinema, conta a história das vicissitudes do sector da exibição cinematográfica de Macau e apresenta a evolução dos cinemas locais ao longo do século passado”, de acordo com a mesma nota. O documentário vai ser exibido a partir de 2 de Março.

24 Fev 2021

Incêndio | Bombeiros criticados no ataque às chamas

Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, alguns pescadores criticaram a actuação das autoridades no combate às chamas que destruíram dois barcos, na quarta-feira, no Porto Interior. Segundo o relato apresentado, as críticas focaram o facto de o Corpo de Bombeiros ter impedido que outros pescadores utilizassem as suas embarcações para ajudar nas operações para apagar as chamas. Porém, houve também quem indicasse que as autoridades demoraram demasiado tempo a chegar ao local e que a pressão das mangueiras utilizadas para apagar o fogo era demasiado fraca.

Confrontado com as críticas, Vong Vai Man, adjunto do director dos Serviços de Alfândega, afirmou que o alerta para o sinistro foi recebido às 18h33 e que foram enviadas dez embarcações imediatamente para o local.

Por sua vez, Leong Iok Sam, Comandante do Corpo de Bombeiros, explicou as autoridades não quiseram ajuda dos outros pescadores, porque entenderam que as chamas eram muito intensas e que os riscos seriam demasiado elevados. O Comandante destacou que foi uma decisão tomada que teve como prioridade preservar a segurança de todos os envolvidos.

A postura dos Bombeiros mereceu a concordância do presidente da direcção da Associação de Auxílio Mútuo de Pescadores de Macau, Chan Meng Kam, que frisou que o mais importante é garantir a segurança dos cidadãos.
Quando aos proprietários das embarcações, queixaram-se de prejuízos que calculam ser de milhões de patacas, motivo que levaram que tivessem pedido ajuda ao Governo.

5 Fev 2021

Ella Lei quer saber resultados de investigações a mortes no Porto Interior

Desde Maio até Dezembro houve três acidentes com trabalhadores no Porto Interior que resultaram em igual número de mortes. Por este motivo, a deputada Ella Lei escreveu uma interpelação a questionar o Governo sobre o andamento das investigações à sequência de ocorrências trágicas.

Numa interpelação em que defendeu ser inaceitável que se registem três mortes no espaço de oito meses, Ella Lei indicou que é necessária uma inspecção rigorosa às condições de segurança de trabalho ao nível da inspecção do porto, barcos e da segurança nas operações realizadas com as embarcações. A deputada dos Operários afirmou também que os casos mostram a importância dos responsáveis pelos portos estarem atentos aos procedimentos de segurança e de aplicarem as penas previstas para as diferentes infracções.

Segundo o documento, a legisladora admite que a interpelação surgiu após ter recebido várias queixas de moradores para as condições de segurança no Porto Interior, mas que estas queixas são apenas a “ponta do icebergue” dos problemas de segurança, porque, segundo Ella Lei, os principais riscos passam despercebidos ao cidadão comum.

Três quedas, três óbitos

As mortes a que se refere a deputada aconteceram todas no último ano e ficaram a dever-se a quedas para o mar. A primeira ocorreu em Maio, quando um trabalhador não-residente do Interior terá escorregado e caído ao mar, já depois de ter terminado o horário de trabalho. A família acredita que o homem terá caído quando já tinha regressado ao barco onde estava hospedado.

Um mês depois, em Junho, a tragédia aconteceu quando um capitão estava a fazer uma descarga de mercadorias e sofreu uma queda para o mar. O corpo foi recuperado já sem vida.

O último dos acidentes, aconteceu no final do mês passado, quando um marinheiro local também caiu ao mar, durante o trabalho no Porto Interior.

Face à sucessão de casos, a deputada apelou ao Governo para que revele as conclusões das investigações que deverão estar em curso e pediu para que seja ponderada uma revisão das multas aplicadas, de forma a encorajar as empresas e responsáveis a seguirem as orientações de segurança.

13 Jan 2021

Plano Director III

[dropcap]A[/dropcap] formação de urbanista obtém-se por vias diversas. Pode ter origem na engenharia, na geografia ou na arquitectura e, em função disso, os contributos de especialidade podem ser na área das infra-estruturas, da demografia, dos transportes e da distribuição dos usos, ou mesmo somente para a integração de todos esses contributos numa morfologia urbana, cuja aptidão continua a ser exclusivo da formação urbanista com origem na arquitectura.

Essa realidade não é mais do que o resultado da especialização e autonomização do conhecimento, sendo que todos esses contributos são simultaneamente necessários.

Por sua vez as situações podem reclamar a predominância de um desses contributos, tendo em conta as prioridades e os objectivos a que o plano deve dar resposta e, nesse exercício, é possível identificar qual desses contributos está em comando ou foi negligenciado.

No caso do Projecto de Plano Director para a RAEM suscita-se que a circulação e a distribuição de usos tenham estado em comando e que o contributo mais ténue tenha sido a morfologia urbana.

Para a questão importa ter em atenção duas tradições de urbanismo que são o “prescritivo”, de matriz predominante anglo-saxónica, e o “descritivo” de matriz mais continental europeia. O primeiro pratica-se por via de parâmetros e índices a que as edificações devem obedecer, o segundo define a morfologia urbana a que as edificações devem corresponder.

Chegados aqui, fácil é admitir que o “urbanismo descritivo” é mais garante de uma paisagem urbana qualificada do que o “urbanismo prescritivo”, e que o “urbanismo prescritivo” pode ser responsável por uma paisagem urbana estéril por excessiva normalização paramétrica.

Reportando à realidade da RAEM todas essas situações estão presentes e permitem este aval.
Nas zonas da cidade não sujeitas a Plano de Pormenor praticou-se “urbanismo prescritivo” na última metade do séc. XX por influência de Hong Kong, onde a ocupação foi resultado de um algoritmo que tinha a área do lote como variável mais definidora.

Por via da disparidade das dimensões dos lotes e da possibilidade de se aglutinarem lotes para uma única edificação, a imagem urbana resultou aparentemente desregulada e deveras acidental.

Como resultou totalmente homogénea por normalização da única variável em presença, i.e. a dimensão e a configuração do lote, inscritas na mesma operação urbanística, como é o caso do Bairro do Hipódromo.
Por outro lado, o “urbanismo descritivo” aconteceu por via do recurso a soluções tradicionais ou a projectos tipo, que respeitavam planos marginais de fachadas.

Disso, o Porto interior foi o exemplo mais relevante, todavia mais delapidado.
Como também aconteceu por via de Planos de Pormenor, que é o caso do Plano dos Novos Aterros do Porto Exterior (o NAPE) e o Plano de Fecho da Baía da Praia Grande. O primeiro pautado pelas regras da matriz geométrica abstracta e racional, o segundo por uma matriz geométrica extraída da paisagem local.

Fora de qualquer uma destas situações de urbanização, as ocupações são resultado de instrumento de planeamento urbano ainda prévio designado por “zonamento”, o qual significa apenas bolsas de território afectas a uma determinada finalidade. Não é ainda molde de urbanização, muito menos garante de paisagem urbana qualificada.

No Projecto de Plano Director para a RAEM que se encontra em consulta, as novas zonas habitacionais da Zona A dos Novos Aterros tem esta descrição visual:

E, face aos elementos de interpretação atrás descritos, o mesmo tanto pode antever um modelo de “urbanismo descritivo” a que as edificações devem obedecer, todavia sem render uma paisagem urbana interessante ou qualificada, ou antes um resultado estéril de “urbanismo prescritivo”, por excessiva normalização paramétrica.

Não sendo nem uma coisa, nem outra, estamos perante um resultado ainda prévio de apenas “zonamento” para a finalidade habitacional.

porque era este o nosso arquétipo de casa, e agora passámos a representar premeditadamente em “cruz” porque esse passou a ser o novo, recorrente, e aparentemente único arquétipo de casa.

A questão releva porque, muitas vezes, é somente e exactamente “zonamento” o que se pratica e se concretiza, por falta de exercício de morfologia urbana.

A questão também releva porque é exactamente preocupação do Projecto de Plano Director a preservação da paisagem, nomeadamente a preservação dos avistamentos notáveis, mas não a criação de paisagem e de avistamentos novos igualmente notáveis, nomeadamente de zonas residenciais.

A questão é em tudo semelhante à preocupação na defesa do património histórico, sem cuidar da relevância do que se constrói hoje, e de acrescentar património histórico ao futuro.

Da mesma forma que se almeja que os nossos padrões de consumo se norteiem cada vez mais por essencialidade, a edificação a realizar no futuro, com capacidade de ser duradoura, deve pautar-se pela confiança naquilo que é desejável persistir.

15 Out 2020

Espectáculos no Porto Interior e Taipa continuam a decorrer em Outubro 

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) decidiu prolongar a iniciativa “Espectáculos no âmbito da Excursão Cultural Profunda nas zonas do Porto Interior e da Taipa”, que começou em Junho. Desta forma, o público poderá continuar a ver, todos os sábados e domingos, a partir do dia 10, “várias actuações criadas por grupos artísticos locais e inspiradas em estórias e também na história destes bairros comunitários”, explica o IC em comunicado.

Estão agendadas 84 sessões de sete espectáculos que se realizam nos próximos três meses, e que incluem actuações de dança, visitas guiadas, peças de teatro e teatro de marionetas. Na zona do Porto Interior, o público poderá ver espectáculos como “Espaço Quadridimensional “Um Passeio pelo Porto Interior com Auguste Borget”, inspirado nas obras do artista francês que outrora permaneceu algum tempo em Macau. Com esta iniciativa, o IC pretende contar a história de um dos bairros mais icónicos do território.

Já com o espectáculo “Truz-truz, Quem Atracou no Porto Interior?”, da autoria do MW Dance Theatre, o IC dá a conhecer a zona do Mercado do Patane. Propõe-se, assim, “uma representação de ‘quadros vivos’ na zona que se estende desde a Rua da Praia do Manduco até à Barra, onde vários monstros chegam e iniciam uma exploração, resultando num espectáculo de dança interactivo que dará destaque ao ambiente local”. A história do Porto Interior é também contada com “Regresso de Barco”, da autoria da Associação de Dança Ieng Chi.

Murais na Nam Kwong

O programa de actividades estende-se à zona das Casas-Museu da Taipa onde, a partir do dia 24 deste mês, o público poderá ver, também aos sábados e domingos, em três sessões diárias de quatro programas, intitulados “Poema de Pedro e Inês”, da autoria do The Funny Old Tree Theatre Ensemble, “O Vendedor de Histórias”, da autoria da Associação Teatro de Sonho.

A Casa de Portugal em Macau apresenta “O Barbeiro” e “O Arraial”, dois espectáculos de teatro de marionetas português que contam “histórias de forma animada e descontraída”.

O mesmo comunicado dá ainda conta que o IC está a colaborar com a empresa Nam Kwong Logistics, subsidiária do grupo Nam Kwong, para lançar o programa “Espectáculos no âmbito da Excursão Cultural Profunda nas zonas do Porto Interior – Murais à frente da fachada dos armazéns da Nam Kwong”. A partir deste mês, os grafiteiros de Macau Lam Ka Hou e Anny irão pintar 25 murais baseados na vida quotidiana do Porto Interior na fachada dos armazéns da Nam Kwong, na Rua do Almirante Sérgio.

7 Out 2020

Inundações | Governo sem decisão sobre muretes no Porto Interior

O Governo ainda não decidiu se vai instalar muretes de protecção contra inundações no Porto Interior. A informação foi dada pela presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas, que apontou estarem em causa dificuldades técnicas e preocupações financeiras

 

[dropcap]O[/dropcap]s membros da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas chamaram o Governo a responder sobre os planos e a construção das obras públicas para prevenção e redução de catástrofes. Há sete projectos conhecidos neste âmbito, mas a lista pode vir a sofrer alterações. De acordo com a presidente da Comissão, o Governo ainda não decidiu se vai arrancar com a instalação de muretes de protecção contra inundações no Porto Interior.

Inicialmente, os muretes destinavam-se a dar resposta a inundações que surgem a cada 10 anos, mas acabou por se optar por um padrão de prevenção às que ocorrem a cada 20 anos, aumentando assim a altura e complexidade da obra, que pretende evitar o transbordo da água do mar.

No entanto, o Governo deparou-se com dificuldades, como o aumento dos muretes a obrigar à fundação de estacas. Uma tarefa difícil de concretizar porque gera outro desafio: o desvio das tubagens de subsolo.

Prevê-se ainda que seria necessário alterar vias devido a problemas de tráfego. Para além disso, colocar estacas pode acarretar riscos para a zona, já que a estrutura do Porto Interior é antiga e se desconhece a sua resistência à pressão das marés.

“Com essas dificuldades todas, se calhar isto tudo vai demorar quatro anos. Quanto a essas obras ainda não há uma decisão definitiva, tendo em conta as dificuldades, a estabilidade e ainda o tempo, os recursos, e a eficácia. São todos trabalhos que estão a ser desenvolvidos, estão em fase de estudo”, explicou a presidente da Comissão. O custo dos muretes e desvio das tubagens está a gerar ponderação. “O Governo disse que está preocupado porque o custo é de 200 a 300 milhões. E por isso tem dúvidas”, observou Ella Lei. A preocupação estende-se à possibilidade de aparecerem imprevistos devido ao desconhecimento da estrutura do subsolo.

Os deputados questionaram ainda se para além deste plano vai haver outra solução, tendo a resposta obtida sido que “independentemente de algumas obras arrancarem, a lista no futuro vai sofrer alterações”, indicou a deputada.

Transparências

Já obras de construção de “Box-Culvert” da Estação Elevatória de Águas Pluviais do Norte do Porto Interior ficam concluídas no próximo ano. “Segundo o Governo, depois da obra vai-se conseguir atenuar o problema das inundações. Está previsto que no futuro, durante chuva torrencial, a capacidade de drenagem seja fortificada”, comentou a presidente da Comissão.

Ella Lei descreveu que esta obra e a de controlo de inundação costeira no Bairro Fai Chi Kei e Ilha Verde, a qual deve atingir 26 milhões de patacas, “já são mais ou menos transparentes”.

Um dos deputados lançou como proposta usar uma zona na Bacia Norte do Patane para criar um reservatório. “Esta solução é uma proposta boa para prevenção de catástrofes, para reter água. Porque sabemos que recentemente todos estão preocupados não só com Porto Interior, mas também com inundações de Fai Chi Kei e Ilha Verde. (…) acho que o Governo poderá também ponderar sobre esta proposta porque trata-se de mais uma opção, mais uma solução. Mas necessita de fazer estudos para ver a viabilidade”.

Sobre o ponto de situação da barragem de marés, Ella Lei indicou que já foi recebida a segunda versão do estudo de viabilidade das autoridades do Interior da China, mas ainda é preciso fazer uma simulação digital antes de se avançar com a segunda fase de concepção.

17 Jun 2020

Porto Interior | Song Pek Kei preocupada com maior fluxo de turistas

[dropcap]O[/dropcap] Governo foi interpelado pela deputada Song Pek Kei sobre as medidas que estão a ser adoptadas para responder a um eventual aumento do número de turistas depois da reabertura do terminal marítimo no Porto Interior.

A deputada lembrou que Macau recebe sempre um grande número de turistas, sobretudo em épocas de férias, tal como a Semana Dourada, questionando se autoridades de Macau têm estabelecido comunicação as autoridades de Zhuhai.

Song Pek Kei defende que o número de barcos em circulação nessas alturas deve aumentar, e que o terminal marítimo do Porto Interior esteja interligado com os restantes meios de transporte. No que diz respeito à zona de comércio do Porto Interior, a deputada acredita que a reabertura do terminal marítimo pode trazer mais lucros aos pequenos comerciantes, defendendo a criação de planos de longo prazo para desenvolver o comércio da zona.

10 Jan 2020

Porto Interior | Song Pek Kei preocupada com maior fluxo de turistas

[dropcap]O[/dropcap] Governo foi interpelado pela deputada Song Pek Kei sobre as medidas que estão a ser adoptadas para responder a um eventual aumento do número de turistas depois da reabertura do terminal marítimo no Porto Interior.
A deputada lembrou que Macau recebe sempre um grande número de turistas, sobretudo em épocas de férias, tal como a Semana Dourada, questionando se autoridades de Macau têm estabelecido comunicação as autoridades de Zhuhai.
Song Pek Kei defende que o número de barcos em circulação nessas alturas deve aumentar, e que o terminal marítimo do Porto Interior esteja interligado com os restantes meios de transporte. No que diz respeito à zona de comércio do Porto Interior, a deputada acredita que a reabertura do terminal marítimo pode trazer mais lucros aos pequenos comerciantes, defendendo a criação de planos de longo prazo para desenvolver o comércio da zona.

10 Jan 2020

Porto Interior | Projecto de arquitectura apresenta solução para cheias

A Associação de Arquitectos de Macau entrega hoje os prémios aos projectos vencedores de um concurso focado na revitalização da Rua Cinco de Outubro, na zona do Porto Interior. Jonnhy Ng, membro da equipa vencedora, fala de um projecto que dá resposta à falta de estacionamento e às inundações que todos os anos afectam a zona

 

[dropcap]J[/dropcap]ohnny Ng juntou-se aos colegas Wong Pou U, Ng Kong Pang e Yu-Yu Ling e juntos desenvolveram um projecto de arquitectura para revitalizar a Rua Cinco de Outubro, situada na zona do Porto Interior, que acabou por ganhar a medalha de ouro num concurso promovido pela Associação de Arquitectos de Macau (AAM). Os prémios, que incluem a medalha de ouro, de prata e três menções honrosas, serão hoje entregues.

Ao HM, o arquitecto contou mais detalhes de um projecto que visa dar resposta às cheias que todos os anos afectam a zona e também à falta de estacionamento.

“Desde o início que pensámos no local como uma zona integrada e procurámos desenvolver um projecto focado naquilo que as pessoas iriam precisar no bairro. Na praça situada em frente ao templo Hong Kong Miu desenvolvemos um espaço subterrâneo multifuncional, que pode ser usado pelos locais e turistas, com mais negócios locais, ou para exposições promovidas pelo Governo”, apontou.

Johnny Ng explicou também que este espaço teria outra função: o de reservar temporariamente a água das cheias. “Este espaço subterrâneo poderia ser usado para guardar água quando a zona do Porto Interior estiver inundada. Esta poderia ser reservada temporariamente para diminuir os estragos causados na zona”, apontou.

Para dar resposta à crónica falta de estacionamento, o projecto assinado por Jonnhy Ng e colegas propõe a construção de mais um parque de estacionamento num edifício.

“Na zona antiga, em quase todas as áreas, o trânsito é o maior problema, porque há muitos veículos estacionados ilegalmente que bloqueiam o acesso pedonal. Usámos alguns espaços vazios e abandonados e criámos uma espécie de torre de estacionamento para os motociclos. Os dados oficiais mostram que 70 por cento das pessoas que vivem no local usam motas e não carros, então seria algo especial em Macau.”

O projecto vencedor procurou também edificar “mais espaços verdes e com luz”. “Usámos alguns edifícios históricos para os transformar em espaços usados pela comunidade”, acrescentou Jonnhy Ng.

Aproveitar espaços vazios

Em segundo lugar, com a medalha de prata, ficou a equipa composta por Hugo Morais Coelho, Lai Ka Weng e Chu Hou San. Hugo Morais Coelho contou ao HM que o foco do projecto é “o uso de espaços ou lotes temporariamente disponíveis ao longo da Rua Cinco de Outubro e na renovação do desenho urbano da rua. A nossa proposta pretende usar estes espaços temporariamente para uso público e da comunidade local”.

Por estar em causa uma rua com muitos negócios locais, mas que “não é uma infra-estrutura coerente ao longo da sua extensão”, a proposta que ficou em segundo lugar visa realçar “a importância do desenho urbano da rua com a introdução de conceitos básicos como passeios para peões, zonas de paragem para cargas e descargas ou introdução de zonas verdes”.

Hugo Morais Coelho recorda, no entanto, que, para ser executada, “a proposta necessita de uma nova legislação para o uso de espaços privados temporariamente e uma colaboração entre os proprietários dos lotes e o Governo”.

11 Out 2019