Pequim contra-ataca

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] China acusou ontem dois canadianos de actuarem em conjunto para se apropriarem de segredos de Estado, dias depois de o Canadá ter anunciado que vai atender ao pedido de extradição da vice-presidente da Huawei emitido pelos EUA.

As autoridades chinesas suspeitam que o ex-diplomata canadiano Michael Kovrig, detido em Dezembro, esteve envolvido em actividades de espionagem e roubo de segredos de Estado, referiram ontem os meios de comunicação estatais chineses, em plena tensão político-diplomática entre Pequim e Otava após a detenção no Canadá de Meng Wanzhou, dirigente do gigante de telecomunicações chinês Huawei.

Um outro canadiano detido na China, o consultor Michael Spavor, é considerado uma das principais fontes de informação de Michael Kovrig, referiu a agência oficial Xinhua, citando as autoridades chinesas.

Os dois homens foram presos em Dezembro, alguns dias após o Canadá ter detido, a pedido dos Estados Unidos, Meng Wanzhou.

Pequim tinha indicado previamente que os dois canadianos eram suspeitos de ter colocado em perigo a segurança nacional, e arriscavam pesadas penas de prisão caso fossem indiciados por espionagem.

Segundo a agência chinesa, Kovrig, que agora trabalha para o instituto de pesquisas International Crisis Group, deslocou-se com frequência à China com um passaporte não diplomático e vistos de negócios, e recolhia informações desde 2017.

 

Troca de “mimos”

Otava afirma que os dois canadianos foram detidos “arbitrariamente” e que o interrogatório de Kovrig pelas autoridades chinesas viola a convenção de Viena sobre relações diplomáticas, um argumento rejeitado por Pequim.

As novas acusações chinesas surgiram alguns dias após o Canadá ter iniciado um processo de extradição contra Meng Wanzhou, que na quarta-feira deve comparecer em Vancouver perante um juiz.

Filha do fundador da Huawei, Meng foi colocada em liberdade condicional em meados de Dezembro em Vancouver, onde possui duas residências.

A sua detenção desencadeou uma crise diplomática sem precedentes entre Otava e Pequim.

O Ministério da Justiça norte-americano acusa a Huawei e a sua directora financeira de ter contornado as sanções norte-americanas contra o Irão, e ainda, através de duas filiais, ter roubado segredos industriais do grupo de telecomunicações norte-americano T-Mobile.

A Huawei, número dois mundial de telemóveis, desmentiu por diversas vezes as acusações. No sábado, a China anunciou ter protestado oficialmente junto das autoridades canadianas.

5 Mar 2019

Lionel Leong reuniu-se com vice-ministro do Comércio em Pequim

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, reuniu-se na segunda-feira com o vice-ministro do Comércio, Wang Bingnan, em Pequim, num encontro em que foram abordados os projectos no âmbito da Grande Baía e os trabalhos relativos à actualização do Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Interior da China e Macau (CEPA).

Segundo um comunicado oficial, divulgado ontem, Lionel Leong afirmou que a sociedade de Macau está muito atenta ao projecto de lei do investimento estrangeiro, que irá a ser apreciado na 2.ª Sessão da 13.ª Assembleia Popular Nacional, a ter lugar em breve. Neste sentido, o secretário solicitou o envio, por parte do Ministério do Comércio, de pessoal a Macau para uma sessão de esclarecimento, após a aprovação da lei, de modo a que os diversos sectores sociais de Macau possam conhecer, em pormenor, o conteúdo do diploma.

Na réplica, o vice-ministro do Comércio prometeu responder positivamente ao pedido e garantiu que a China continuará a adoptar medidas para incentivar, promover e proteger os investimentos de Macau, Hong Kong e Taiwan.

27 Fev 2019

População de Pequim caiu em 2017 pela primeira vez

[dropcap]O[/dropcap] número de habitantes em Pequim, com mais 20 milhões de pessoas, caiu pela primeira vez em 2017, apesar da flexibilização das políticas de controlo da natalidade, segundo um estudo governamental divulgado hoje pelo órgão oficial Diário do Povo.

O Relatório sobre Desenvolvimento da População em Pequim coloca o número de residentes na capital chinesa em 21,7 milhões, representando um decréscimo de 22 mil pessoas em comparação a 2016, o ano em que a possibilidade legal de ter dois filhos foi introduzida.

O número dos imigrantes residentes em Pequim (geralmente chineses das áreas rurais) sofreu uma redução de 132 mil entre 2016 e 2017, enquanto o dos habitantes registados na cidade caiu 37 mil no mesmo período.

Segundo o mesmo documento, a taxa de nascimento em Pequim em 2017 situou-se em 9,06 por mil, que se considera ser “extremamente baixa”. A taxa tem-se situado abaixo de dez por mil desde 1991.

O demógrafo Ele Yafu, citado pelo Diário do Povo, afirmou que o declínio da população de imigrantes em Pequim deve-se aos planos municipais que se propõem limitar a população da cidade em 23 milhões em 2020. Já a descida do número entre a população local, admitiu, deve-se à baixa taxa de natalidade, justificada “pelo alto custo da educação dos filhos”.

11 Dez 2018

LAG | Chefe do Executivo em Pequim para balanço

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo parte para Pequim, no próximo domingo, para a tradicional visita de balanço. Durante a estadia de quatro dias na capital chinesa, Chui Sai On vai reportar aos dirigentes do Governo Central o ponto de situação dos trabalhos desenvolvidos ao longo do ano, bem como as prioridades governativas para 2019, o seu último ano de mandato.

A comitiva integra a sua chefe de gabinete, O Lam, o director do Gabinete de Comunicação Social, Victor Chan, e a coordenadora do Gabinete de Protocolo Relações Públicas e Assuntos Exteriores, Lei Iut Mui, entre outros, indica um comunicado oficial divulgado ontem.

Durante a ausência de Chui Sai On, entre os próximos dias 15 e 18, a secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, exercerá interinamente as funções de Chefe do Executivo. Antes da deslocação a Pequim, Chui Sai On vai liderar, amanhã e depois de amanhã, uma delegação ao Parque de Cooperação Jiangsu-Macau, devendo reunir-se com os líderes da província para abordar a construção do projecto, bem como debater o aprofundamento da cooperação bilateral em geral.

11 Dez 2018

Chui Sai On | “Estatuto e funções de Macau serão melhorados e explorados”

Chefe do Executivo falou hoje em Pequim à margem das actividades de celebração dos 40 anos de Abertura e Reforma da China, onde Xi Jinping endereçou quatro desejos para as regiões administrativas especiais

 

[dropcap]N[/dropcap]o contexto da China do futuro, “o estatuto e as funções de Macau serão melhorados e explorados e não sairão enfraquecidos”. A frase, referida num comunicado oficial, foi dita hoje pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, em Pequim, onde participa nas celebrações dos 40 anos do processo de Abertura e Reforma da China.
As reuniões deixaram, contudo, um alerta às autoridades locais, uma vez que Chui Sai On referiu que o Executivo que lidera “precisa de elevar a sua capacidade de governação”.
Em jeito de balanço, Chui Sai On lembrou os quatro desejos que o presidente chinês, Xi Jinping, endereçou a Macau e Hong Kong, no âmbito do projecto de integração regional Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

Um dos desejos expressos pelo presidente chinês passa pela necessidade dos dois territórios de “contribuir ainda mais para a abertura plena do País”, e é neste contexto que “o estatuto e as funções de Macau são melhorados e explorados e não sairão enfraquecidos”.

A RAEM deve também “impulsionar activamente o intercâmbio cultural a nível internacional”, uma vez que Macau é um “local de cultura chinesa, em harmonia e convivência com outras culturas, e que propicia o intercâmbio entre as culturas oriental e ocidental”.

Além de participar “na governação do país”, Macau “deve integrar-se, de forma activa, na conjuntura de desenvolvimento do país”, pois trata-se de “um dever, sob o princípio de ‘Um País, Dois Sistemas’”. Neste sentido, deverá ser assinado, a “curto prazo” um acordo com entre a RAEM e a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China.

12 Nov 2018

Pequim | Assinados dez acordos de cooperação com Japão

A visita do primeiro ministro japonês Shinzo Abe a Pequim, acompanhado por uma extensa delegação de empresários, com o intuito de relançar as relações entre os dois gigantes asiáticos, resultou na assinatura de dez acordos nas áreas financeira e comercial

 

[dropcap]A[/dropcap] China e o Japão assinaram sexta-feira, em Pequim, dez acordos nas áreas financeira e comércio, e reafirmaram o compromisso de trabalharem pela estabilidade da região, após anos de tensão em torno de disputas territoriais.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, reuniu sexta-feira com o seu homólogo chinês, Li Keqiang, no Grande Palácio do Povo, na primeira visita bilateral de um líder japonês a Pequim em quase sete anos, no âmbito da qual os acordos foram assinados.

O Banco do Povo Chinês (banco central) e o Banco do Japão assinaram um acordo para fortalecer a cooperação e melhorar a estabilidade financeira em ambos os países.
O documento prevê que, até 2021, as duas instituições realizem trocas nas respectivas moedas locais, num valor máximo de 200.000 milhões de yuan.

Cerca de 500 líderes empresariais japoneses acompanham Abe na visita a Pequim, que inclui a organização de um fórum China-Japão para cooperação em terceiros países, “à luz da crescente influência internacional da China e da ida de empresas chinesas para o exterior”, segundo explicou fonte do governo japonês aos jornalistas, na passada semana, na embaixada japonesa em Pequim.
Desporto, inovação ou comércio são as outras áreas abrangidas pelos acordos agora assinados.

Coreia nuclear

Os dois líderes abordaram ainda a desnuclearização da Coreia do Norte, com Li Keqiang a manifestar a disposição de Pequim para manter relações de longo prazo com Tóquio, visando manter a estabilidade regional.

“Temos objectivos e responsabilidades comuns”, sublinhou Abe, por sua vez, numa conferência de imprensa conjunta com Li.
O primeiro-ministro japonês assegurou ainda que o seu governo deseja “normalizar” as relações diplomáticas com Pyongyang. Abe reuniu ainda com o Presidente chinês, Xi Jinping.

As visitas de alto nível entre os dois países estavam suspensas desde 2012, quando o Japão nacionalizou as ilhas Senkaku (Diaoyu para os chineses), no mar do Leste da China, levando a protestos violentos na China e a uma queda do investimento japonês no país vizinho.

As relações entre Pequim e Tóquio continuam marcadas pelo persistente ressentimento da China face à invasão e ocupação pelo Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, e uma rivalidade por influência política, militar e económica na Ásia.

No entanto, as trocas comerciais entre o Japão e a China atingiram cerca de 300.000 milhões de dólares, no ano passado. Desde fabricantes de automóveis a processadores de alimentos, os grupos japoneses são importantes actores no mercado chinês.

29 Out 2018

Reportagem | Pequim seduz jornalistas de países emergentes para contrariar narrativa ocidental

Por João Pimenta, da agência Lusa 

 

[dropcap]O[/dropcap] brasileiro Thiago Copetti é um de milhares de jornalistas estrangeiros que, nos últimos anos, participaram em “intercâmbios” na China, suportados pelo Governo chinês, num esforço para desafiar a narrativa ocidental no mundo emergente.

“Eles precisam que alguém fale por eles”, explica à agência Lusa o repórter do Jornal do Comércio, com sede no estado brasileiro do Rio Grande do Sul. “E somos nós, que estamos aqui, a fazê-lo”, descreve.
Durante seis meses, Copetti viveu num condomínio de luxo em Pequim e viajou por toda a China, com outros sessenta jornalistas oriundos da América Latina, Ásia e África, num programa organizado pela agência noticiosa chinesa Xinhua, cujo presidente, Cai Mingzhao, é membro do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC).

Também o Diário do Povo, jornal oficial do PCC, ou as publicações estatais Global Times e China Daily, têm promovido programas do género, que, nos últimos anos, trouxeram à China milhares de jornalistas estrangeiros, sobretudo oriundos dos países em desenvolvimento.
Estes “intercâmbios” são parte de uma ambição mais ampla de Pequim, que há muito se queixa que a empresa ocidental domina o discurso global e alimenta preconceitos contra a China.

Muda a táctica

O regime chinês tem investido milhares de milhões de dólares para convencer o mundo de que o país é um sucesso político e cultural.

A Xinhua ou a televisão estatal CGTN contam já com centenas de delegações e estúdios no exterior e têm agressivamente procurado parcerias em todo o mundo, visando publicar conteúdo aprovado pelo PCC sob o selo de órgãos de comunicação independentes.

O retorno desse investimento, no entanto, estará aquém das expectativas, face às dificuldades dos órgãos oficiais chineses em escolher ângulos e uma linguagem apelativos para audiências estrangeiras, levando a uma nova estratégia: moldar a visão dos jornalistas estrangeiros sobre o país.
Só em África, as autoridades de Pequim “treinaram”, nos últimos três anos, 3.000 profissionais de órgãos locais, incluindo dezenas de jornalistas oriundos de Angola e Moçambique.
Copetti admite que a China tem um “problema” com a comunicação: “Ela fala e não é entendida ou, quando é entendida, não difunde bem”.

“Mas quando nós falamos pela China, as pessoas vão ver de forma diferente, porque eu vou falar com a dona de casa também. Não vou ser um político falando com outro político”, acrescenta.
No programa em que Copetti participa, a selecção dos jornais e repórteres passa pela Xinhua e pela embaixada chinesa.

“A Xinhua selecciona os veículos que acha interessantes, o veículo escolhe o repórter, que depois tem que ser aprovado pela embaixada”, descreve.

Outros olhos

O brasileiro admite que as autoridades chinesas “sentem desgosto pelo trabalho [dos jornalistas] europeus e norte-americanos”.

Três décadas de trepidante crescimento económico e modernização converteram a China numa potência capaz de disputar a liderança global com os Estados Unidos. Centenas de milhões de chineses saíram da pobreza, enquanto as cidades do país estão hoje dotadas de infraestruturas de última geração.

As percepções sobre o país asiático continuam, no entanto, dominadas pela degradação ambiental, censura, desrespeito pelos direitos humanos ou produção manufatureira barata.
No caso do Brasil, Copetti concorda que existe uma visão da China “completamente distorcida da realidade”.”Acha-se que é só produto ruim, que não há tecnologia, e que o trabalho ainda é escravo”, descreve. “Já não é assim: eu vejo mais classe média, e quem é pobre não é tão pobre”.

Thiago Copetti observa que os esforços da imprensa estatal chinesa estão a começar a dar frutos.
“Dentro da imprensa brasileira está a começar a tendência de pegar a matéria das agências norte-americanas ou europeias e fazer o contraponto com o que a Xinhua escreve”, explica.
“Há pessoas da Xinhua que visitam os jornais para divulgar o trabalho da agência. A Xinhua está a tentar penetrar nos nossos jornais”, diz.

29 Out 2018

MNE | Relações com Pequim atravessam um momento “particularmente auspicioso”

[dropcap]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros português destacou hoje, em Pequim, o momento “particularmente auspicioso” nas relações com a China, numa deslocação que serviu para preparar a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal. Antes da visita a Pequim, Augusto Santos Silva esteve em Macau onde reuniu, entre outras entidades, com Chui Sai On, Chefe do Executivo.

“As relações entre os dois países atravessam um momento particularmente auspicioso”, disse Augusto Santos Silva a Yang Jiechi, membro do Gabinete político do Comité Central do Partido Comunista Chinês, durante um encontro em Zhongnanhai, sede oficial do governo chinês, a oeste da Cidade Proibida.

O responsável português garantiu que a visita de Xi a Portugal, agendada para 04 e 05 de dezembro, “será coroada de todo o êxito”.

“Vai ser o assinalar da excelência das relações políticas e diplomáticas entre os nossos países, assim como do desenvolvimento da relação económica entre Portugal e a China”, afirmou Santos Silva, no mesmo dia, durante uma reunião com o homólogo chinês, Wang Yi. “É uma visita à qual damos muitíssima importância”, afirmou.

Augusto Santos Silva agradeceu ainda o apoio da China às candidaturas de António Guterres, para secretário-geral das Nações Unidas, e António Vitorino, para diretor-geral da Organização Internacional das Migrações.

A última visita de um chefe de Estado chinês a Portugal foi em 2010, na altura Hu Jintao. Entretanto, a China tornou-se um dos principais investidores em Portugal, comprando participações em grandes empresas das áreas da energia, seguros, saúde e banca, enquanto centenas de particulares chineses compraram casa em Portugal à boleia dos vistos ‘gold’.

Em 2017, as trocas comerciais entre os dois países fixaram-se nos 5,60 mil milhões de dólares, com as exportações chinesas a somarem 3,48 mil milhões de dólares e vendas de Portugal à China a ascenderam aos 2,12 mil milhões de dólares, uma subida homóloga de 34,69%.

Em declarações à agência Lusa, Santos Silva revelou que as negociações para autorizar a exportação de carne de porco para a China estão na “fase final”.

“Já foi realizada uma missão técnica chinesa, para verificar in loco, em Portugal, a conformidade dos matadouros portugueses envolvidos nesta operação com as respetivas normas sanitárias. Do nosso lado também já enviamos os documentos necessários, para que as autorizações possam ser concluídas”, disse.

A China é o maior consumidor do mundo de carne de porco, que é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60% do total do consumo de proteína animal no país

O ministro português considerou que a “abertura do mercado chinês significará um incremento qualitativo do valor” das exportações agroalimentares, acrescentando que “abrirá certamente o caminho para outras exportações em áreas em que a agricultura portuguesa é muito competitiva, como a área das frutas”.

23 Out 2018

Hong Kong | Pequim exige que Londres não interfira em assuntos internos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China exigiu que o Reino Unido pare de “interferir nos assuntos de Hong Kong”, depois do Governo britânico ter divulgado um relatório que expressa preocupações sobre a liberdade de expressão naquele território administrado pelo regime de Pequim.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, fez as declarações numa conferência de imprensa na passada sexta-feira, sublinhando que os assuntos de Hong Kong são assuntos internos da China e sobre os quais nenhum país estrangeiro tem o direito de interferir. “Expressamos forte insatisfação e firme oposição ao chamado relatório semestral do Governo do Reino Unido sobre Hong Kong. Instamos o Reino Unido a enfrentar a realidade e parar de divulgar esses relatórios, assim como de interferir nos assuntos de Hong Kong”, disse Hua Chunying.

O porta-voz afirmou que desde que aquela região administrativa especial passou a ser administrada pela China que tem sido respeitado o seu alto grau de autonomia e que têm sido cumpridos integralmente os princípios de “um país, dois sistemas” e de que é ‘o povo de Hong Kong que governa Hong Kong’.

Hua acrescentou que os residentes de Hong Kong possuem todos os direitos e liberdades a que têm direito de acordo com a lei.

10 Set 2018

China/África | União Africana anuncia escritório em Pequim

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]União Africana (UA) revelou ontem que vai abrir um escritório de representação em Pequim, durante o Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), que traz à capital chinesa dezenas de chefes de Estado e do Governo dos países africanos. A inauguração das instalações contará com a presença de Moussa Faki, presidente da Comissão da UA, o cargo executivo mais importante da organização. Faki discursou durante a cerimónia de abertura, em Pequim. O Governo chinês e a UA deverão assinar um memorando de entendimento visando “reforçar a sinergia” entre o projecto internacional de infra-estruturas chinês, a “Nova Rota da Seda”, e a agenda 2063, da organização, segundo o comunicado da UA. Durante a sua estadia em Pequim, Faki “vai reunir com as autoridades chinesas para discutir a melhor forma de avançar com a parceria entre a União Africana e a República Popular da China, no contexto dos resultados do FOCAC”, refere o comunicado da organização.

4 Set 2018

Pequim acusa EUA de lógica “irresponsável e absurda” em relação à Coreia do Norte

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China acusou ontem os Estados Unidos de distorcerem a realidade e manterem uma lógica “irresponsável e absurda”, depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter acusado Pequim de entravar a desnuclearização da Coreia do Norte. “Muita gente, como eu, pensa que os Estados Unidos são os campeões do mundo em distorcer os factos de forma irresponsável e com uma lógica absurda”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, questionada sobre as declarações do presidente norte-americano. Os Estados Unidos “deviam olhar-se ao espelho em vez de criticar os outros”, acrescentou.

 

Donald Trump afirmou em ’tweets’ sucessivos nos últimos dias que a relação com a Coreia do Norte é boa, mas que “a China complica grandemente as coisas” devido “aos diferendos comerciais” entre Washington e Pequim. O presidente norte-americano disse ainda que a sua relação com o líder norte-coreano é “boa e calorosa”, pelo que não “há razões nesta altura para esbanjar dinheiro em jogos de guerra”, mas avisou que poderá relançar exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul que serão os “maiores de sempre”.

Já anteriormente Trump tinha acusado a China de usar a sua influência sobre Pyongyang para dificultar a sua aproximação ao líder norte-coreano, Kim Jon-un, em represália pelas novas tarifas que Washington impôs a Pequim e que deram origem a uma guerra comercial entre as duas potências económicas.

Na semana passada, Trump cancelou uma visita de uma delegação norte-americana a Pyongyang citando falta de progressos nas negociações.

Trump e Kim reuniram-se em Junho numa cimeira histórica, em Singapura, na qual se comprometeram a construir uma paz duradoura e estável na península coreana e a trabalhar para “a total desnuclearização” da península.

31 Ago 2018

Comércio | Pequim é maior parceiro de África pelo nono ano consecutivo

 

A China foi, no primeiro semestre de 2018, o maior parceiro comercial de África, pelo nono ano consecutivo, em resultado dos vários acordos de cooperação assinados entre Pequim e o continente, revelam dados ontem divulgados

 

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]ntre Janeiro e Junho de 2018, o comércio bilateral aumentou 16 por cento, em termos homólogos, para 84.600 milhões de euros, afirmou o vice-ministro chinês do Comércio, Qian Keming, em conferência de imprensa.

Em 2015, Pequim assinou dez acordos de cooperação com o continente, nas áreas económica e comercial, durante o Fórum de Cooperação China África (FOFAC), que se realizou em Joanesburgo.

Qian afirmou que os acordos foram todos implementados e alguns “produziram resultados muito bons”.

Desde 2015, a média anual do investimento directo da China no continente fixou-se em 2,5 mil milhões de euros, com destaque para novos sectores como manufactura, finanças, turismo e aviação.

30.000 quilómetros de autoestradas, uma capacidade anual portuária de 85 milhões de toneladas e uma capacidade de produção eléctrica de 20.000 megawatts.

Emissor e receptor

A próxima edição da FOFAC realiza-se em Pequim, entre 3 e 4 de Setembro, e contará com a participação de dezenas de líderes africanos, incluindo os presidentes de Angola e Moçambique, João Lourenço e Filipe Nyusi, respectivamente. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também participará.

Críticos apontam que a maioria do financiamento chinês em África parece servir o crédito à exportação e outros critérios que visam promover os objectivos chineses.

“A maior fatia do financiamento não visa permitir um crescimento económico significante para os países receptores”, aponta a unidade de investigação China AidData, sediada nos Estados Unidos, que nota ainda que o financiamento chinês vai para países que votam alinhados com Pequim nas Nações Unidas.

A China AidData diz que “isso não parece bem”, mas que uma análise aos EUA e outros países ocidentais demonstra a mesma tendência. Segundo estimativas ocidentais, vivem em África um milhão de chineses, dos quais um quarto em Angola.

30 Ago 2018

Afeganistão | Pequim nega construção de campo para tropas afegãs

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China negou ontem estar a construir um campo de treino para tropas afegãs, no corredor que liga os dois países, ou que vá enviar militares chineses para o Afeganistão, como avançou um jornal de Hong Kong. “Essa informação não é certa”, afirmou a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, em conferência de imprensa.

O jornal South China Morning Post cita fontes próximas das forças armadas chinesas, que afirmam que o país começou a construir um campo de treinos para apoiar as tropas afegãs no combate ao terrorismo, um projecto que incluiria o envio de pessoal militar chinês para o país.

Com 350 quilómetros de extensão, o estreito corredor Wakhan liga a província de Badakhshan, no norte do Afeganistão, à região autónoma do Xinjiang, noroeste do país.

Pequim abriu, no ano passado, a sua primeira base militar no estrangeiro, em Djibuti, no Corno de África. As autoridades chinesas descrevem a infra-estrutura como um posto militar logístico, que visa reabastecer embarcações chinesas em operações de paz e missões humanitárias no Oceano Índico.

Em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre a minoria étnica chinesa de origem muçulmana uigur e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional.

30 Ago 2018

PCC | Pequim anuncia medidas para castigar quem propaga “rumores políticos”

O Partido Comunista da China vai castigar a propagação de “rumores políticos” e punir de forma “mais dura” os funcionários negligentes nas suas funções, segundo um conjunto novo de normas

 

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]egundo a agência, que cita um comunicado do comité central do PCC, o partido está determinado a autogovernar-se com “disciplina de ferro”, pelo que as novas regulações são necessárias para contrariar “novas formas de violar a disciplina”. O comunicado assinala que continuará a perseguir quem propague “rumores políticos” que ponham em perigo a “unidade e solidariedade do partido”, e também castigará funcionários que não consigam implementar um “desenvolvimento inovador, coordenado, verde, aberto e inclusivo, causando perdas significativas, devido à sua negligência”.

Outra das cláusulas dirige-se aos membros do partido que sejam religiosos, e que passam a estar proibidos de participar em actividades que utilizam a religião como “provocação”. Quem “distorcer” a história do país também está sujeito a castigo.

Nos casos mais graves, os membros do partido podem ser processados judicialmente, mas na maior parte dos casos de infração da disciplina interna o castigo maior é a expulsão do partido.

Moscas e tigres

Após ascender ao poder, Xi Jinping lançou uma campanha anticorrupção, hoje considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista, e que resultou já na punição de um milhão de membros do partido. Os alvos incluíram oficiais menores, a que Xi se refere como “moscas”, mas também mais de uma centena de “tigres” – altos quadros do partido, com a categoria de vice-ministro ou superior. Os dois casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo presidente Hu Jintao, Ling Jihua.
As regulações foram objecto de revisão, nos últimos três anos, “o que manifesta a determinação do PCC em impor uma forte disciplina”, assinala o comunicado, citado pela Xinhua.

A edição anterior, publicada em 2015, estabeleceu um guia de conduta para membros do Partido, com uma lista de acções disciplinares em caso de infração.

29 Ago 2018

‘Uber chinesa’ | Pequim exige rectificação integral após assassinato de passageira

 

O Governo chinês exigiu à aplicação de transporte privado Didi, equivalente à Uber, que rectifique os seus padrões de funcionamento para garantir a segurança, após mais uma passageira ter sido assassinada, informou ontem a agência Xinhua

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]ministério dos Transportes e o ministério da Segurança Pública reuniram, este domingo, com executivos da empresa, e exigiram uma “rectificação integral” da mesma, após o segundo homicídio num espaço de três meses.
A polícia informou, na semana passada, que uma mulher de 20 anos desapareceu, durante uma viagem num carro privado, solicitado através do Didi, na cidade de Wenzhou, leste da China. A mulher ainda enviou uma mensagem a amigos a pedir ajuda, mas acabou por ser violada e assassinada pelo condutor do veículo, que foi depois detido pela polícia e confessou a autoria dos crimes. A empresa assegura que o condutor não tinha antecedentes penais, mas usava uma matrícula falsa quando cometeu o crime.
Em Maio passado, um caso semelhante resultou no assassinato de uma hospedeira de bordo chinesa, de 21 anos, em Zhengzhou, centro da China.
Já em 2016, uma mulher de 24 anos foi assaltada e morta por um motorista registado no Didi. Neste caso, o homem utilizou a sua carta de condução e bilhete de identidade para se registar na plataforma, mas utilizava também uma matrícula falsa no automóvel.

Solidez dos milhões

Os incidentes “revelam grandes lacunas administrativas e riscos para a segurança no Didi”, afirmou um funcionário do ministério chinês dos Transportes, apontando que a irresponsabilidade da empresa ameaça “seriamente” a segurança, direitos e interesses dos passageiros, e causa um impacto social negativo.
A empresa, líder nos serviços de transporte privado na China, permite ainda chamar táxis convencionais, conseguindo acabar com os protestos dos taxistas chineses, face ao receio de concorrência desleal.
Considerada uma das “start-ups” mais bem-sucedidas da China, a empresa adoptou uma estratégia de expansão internacional este ano, incluindo a aquisição de parte da brasileira 99Taxis, em Janeiro passado.
No final de 2017, o Didi estava avaliado em 56.000 milhões de dólares.

28 Ago 2018

Economia | Pequim procura recuperar valor da sua moeda

 

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]valor da moeda chinesa, o yuan, subiu ontem 202 pontos base, ou 0,29 por cento, face ao dólar norte-americano, segundo o Sistema de Comércio de Divisas da China (CFETS). Um dólar valia ontem 6,85 yuan, após aquele organismo ter anunciado que os bancos chineses reiniciaram o ajuste “anticíclico”, como parte do mecanismo de fixação de preços de paridade do yuan face ao dólar.
Segundo o CFETS, a maioria dos bancos de divisas realizaram o ajuste por iniciativa própria, desde princípios de Agosto, para contrariar o sentimento pró cíclico, face a um yuan debilitado no mercado de divisas.
Nos últimos meses, o yuan experimentou uma tendência negativa, em parte devido ao dólar norte-americano mais forte e a um “clima volátil no comércio mundial”, segundo a entidade, face à guerra comercial instalada entre Pequim e Washington.
“O ajuste terá um papel activo para ajudar o yuan a manter-se estável num nível razoável e equilibrado”, indica o regulador.
Em Maio de 2017, o regulador de divisas da China introduziu o facto de ajuste anticíclico no modelo de fixação dos preços, para travar flutuações no mercado de divisas. Após o mercado voltar à normalidade, com fluxos de capital equilibrados, os bancos reduziram o ajuste e colocaram o factor anticíclico em nível neutro.
A taxa de paridade do yuan, face ao dólar, baseia-se na média dos preços oferecidos antes da abertura do mercado interbancário e pode oscilar, no máximo, 2 por cento por dia.

28 Ago 2018

Taiwan | Pequim pede a EUA para não interferir na relação com El Salvador

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]equim pediu no fim-de-semana a Washington para não interferir na política externa de El Salvador, após a Casa Branca ter anunciado que os Estados Unidos vão rever a sua relação com Salvador, que rompeu relações diplomáticas com Taiwan. “Apenas o povo de El Salvador sabe qual é a decisão correcta e qual beneficia os seus interesses, assim esperamos que certos países respeitem o direito dos Estados soberanos de desenvolverem as suas relações internacionais, em vez de interferirem nos seus assuntos internos”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang. O dirigente chinês recordou ainda que El Salvador se juntou a outros 176 países que mantém relações oficiais com a China (e não com Taiwan, por imposição de Pequim). Países que mantêm laços diplomáticos com Pequim não podem ter ligações a Taipé e vice-versa. Taiwan conta agora com apenas 17 aliados diplomáticos no mundo, nove dos quais na América Latina e nas Caraíbas.

27 Ago 2018

Pequim optimista quanto a negociações com Washington

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China afirmou ontem que tem esperança de “obter bons resultados” nas conversações sobre a disputa comercial com os Estados Unidos, numa altura em que o Presidente norte-americano, Donald Trump, disse não esperar grande coisa desse diálogo.
O vice-ministro do Comércio chinês, Wang Shouwen, deve reunir-se nos próximos dias em Washington com o subsecretário do Tesouro norte-americano que tem o pelouro dos assuntos internacionais, David Malpass.
Mas, numa entrevista divulgada ontem pela agência Reuters, citada pela AFP, Trump referiu não esperar grande coisa das conversações, precisando que não tem agenda para a resolução do conflito sobre as tarifas e apontando para um “horizonte a longo prazo”. “Na China continuamos com esperança de obter bons resultados” nas negociações, afirmou ontem Lu Kan, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
“A China não gosta de se exprimir antes do início das negociações. Esperamos que as duas partes possam sentar-se calmamente, com pragmatismo e trabalhar bastante para alcançar bons resultados com base na igualdade e na confiança”, insistiu Lu, em conferência de imprensa.
O secretário do Comércio norte-americano, Wilbur Ross, teve conversações em Junho, em Pequim, com o vice-primeiro-ministro chinês Liu He, mas sem conseguir reduzir a tensão.
Após a imposição no início de Julho de taxas às importações de produtos chineses representando 34 mil milhões de dólares, Washington prepara-se para taxar a partir de 23 de Agosto uma série de outros produtos, no valor de 16 mil milhões de dólares. A administração Trump acusa a China de práticas “desleais” e de “roubo de propriedade intelectual”, exortando o gigante asiático e reduzir drasticamente o excedente comercial com os Estados Unidos.
Em resposta, Pequim adoptou em Julho taxas no valor de 34 mil milhões de dólares para produtos norte-americanos importados, nomeadamente porco e soja, e prometeu tarifas suplementares de 16 mil milhões. “Creio que certamente a China manipula a sua divisa” para resistir às tarifas, disse Trump à Reuters, repetindo uma acusação que já tinha feito várias vezes.
O banco central chinês refutou ontem qualquer manipulação, reafirmando que não transforma a taxa (do yuan) em “arma” comercial.

23 Ago 2018

Economia | PM da Malásia espera que Pequim entenda crise fiscal no país

O primeiro-ministro da Malásia, Mahathir Mohamad, disse ontem esperar que a China entenda os problemas fiscais do seu país, após ter suspendido projectos avaliados em milhares de milhões de dólares apoiados pela liderança chinesa

 

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, Mahathir disse esperar o apoio da China, enquanto lida com uma dívida enorme e outros problemas económicos deixados pelas administrações anteriores.
“Esperamos também que a China perceba os problemas que enfrentamos. E acredito que a China vai olhar com simpatia para os problemas que temos de resolver e talvez nos ajude a resolver alguns dos nossos problemas fiscais internos”, afirmou.
Mahathir, que é um crítico do investimento chinês no seu país, suspendeu a construção de várias infra-estruturas financiadas pela China. O líder malaio espera renegociar os termos daqueles contratos durante as reuniões com os líderes chineses.
Antes de viajar para Pequim, Mahathir afirmou que quer cancelar um projecto ferroviário ao longo da costa leste da península da Malásia, avaliado em 17,5 mil milhões de euros, e dois oleodutos, construídos por empresas apoiadas pelo Executivo chinês.
O novo Governo da Malásia apelou a cortes drásticos, face à subida acentuada dos custos dos projectos, estimados, no total, em 22 mil milhões de dólares. Algum desse dinheiro já foi pago e pode ser difícil de recuperar.

Rota acetinada

Pequim considera que esses projectos trazem benefícios para ambos os lados e que qualquer disputa deve ser resolvida pelas partes comerciais envolvidas.
Os projectos são parte-chave da iniciativa chinesa Nova Rota da Seda, lançada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e que inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos, centrais eléctricas e zonas de comércio livre, visando ressuscitar vias comercias que remontam ao Império romano, e então percorridas por caravanas. Os projectos são sobretudo construídos por empresas chinesas e financiados pelos bancos estatais da China, estendendo-se à Europa, Ásia Central, África e Sudeste Asiático.
Na sua primeira deslocação oficial à China, desde que ganhou as eleições, há três meses, Mahathir visitou a sede do grupo de comércio electrónico Alibaba Group, na cidade de Hangzhou, leste do país, onde reuniu com o fundador, Jack Ma. O líder malaio também visitou a Geely, um dos principais fabricantes de automóveis privados da China.

21 Ago 2018

Trânsito | Pequim inaugura este mês circunvalação com mil quilómetros

Pequim inaugura este mês a circunvalação mais externa da cidade, com uma extensão de mil quilómetros, entre as localidades de Zhuozhou e Miyun, com o objectivo de aliviar o trânsito na capital chinesa

 

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]onhecida como “Sétimo Anel”, aquela via permite diminuir em uma hora o trajecto de automóvel desde Pequim a Tianjin, cujos centros urbanos estão separados por 150 quilómetros. As autoridades esperam também que sirva para reduzir a presença de camiões de carga, que se dirigem à província de Hebei, nas vias próximas às duas cidades.

O novo acesso faz parte de uma estratégia do Governo central para criar um centro urbano com cerca de 212 mil quilómetros quadrados – mais do dobro do território de Portugal continental – e 110 milhões de habitantes. Pequim, Tianjin e a província de Hebei, que confina com ambos os municípios, seriam assim incorporadas numa megametrópole designada Jing-Jin-Ji.

A região enfrenta vários problemas, incluindo recursos hídricos escassos e alta densidade populacional em Pequim e Tianjin, enquanto as restantes cidades circundantes têm poucos habitantes.

Estão também a ser construídas quatro novas linhas de metro entre Pequim e Hebei. Três das linhas conectarão a capital chinesa e diferentes partes da cidade de Langfang, em Hebei. A distância entre o centro da capital chinesa e Langfang é de cerca de 60 quilómetros – o equivalente a ir do Porto a Aveiro.

 

Saturno rodoviário

A Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o organismo máximo chinês encarregado da planificação económica, aprovou ainda uma expansão das ligações ferroviárias entre Pequim, Tianjin e Hebei, avaliada em mais de 31 mil milhões de euros.

A capital chinesa inaugurou a sua primeira circunvalação, o “Segundo Anel”, em 1992. O “Sexto Anel”, até agora o mais externo de Pequim, tem 187 quilómetros de extensão, e ficou completo em 2009.

Nesta rede concêntrica não existe, porém, um “Primeiro Anel”, visto que este corresponderia a uma via que existiu em torno da Cidade Proibida, o centro geográfico de Pequim.

 

20 Ago 2018

Forças Armadas | Pequim protesta relatório do Pentágono

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China informou na sexta-feira que enviou um protesto formal a Washington em resposta a um relatório do Pentágono no qual se afirma que a Força Aérea Chinesa está a treinar para um hipotético ataque aos Estados Unidos. “Expressamos nossa total oposição ao relatório”, pode ler-se no comunicado do Ministério da Defesa chinês, no qual se classifica a análise do Pentágono norte-americano de “puras conjecturas” e se assegura que a modernização das forças armadas chinesas tem o único propósito de “proteger a soberania e os interesses do país, garantindo segurança e paz, estabilidade e prosperidade global”. A nota oficial pede a Washington que abandone sua “mentalidade da Guerra Fria” e descreve como “razoáveis” as melhorias que a China está a promover, tanto no que diz respeito ao armamento quanto no ciberespaço.
De acordo com um relatório do Pentágono a China ampliou as capacidades da sua força aérea e “provavelmente” está a treinar para atingir alvos dos EUA no Pacífico, incluindo o território de Guam.
Nos últimos três anos o Exército chinês “alargou rapidamente o raio de acção dos seus bombardeiros, estando provavelmente a treinar para atingir alvos dos EUA ou dos seus aliados”, lê-se na análise anual feita pelo Departamento de Estado norte-americano para os deputados, divulgada na sexta-feira.
O documento, tornado público pelas agências de informação internacionais, refere ainda que a China não reivindicou nenhuma novo território no chamado Mar da China no ano passado, mas continuou a desenvolver a infra-estrutura militar em ilhas como o arquipélago Paracel e várias pequenas ilhas e recifes.

20 Ago 2018

Gabinete de Ligação | Pequim valoriza comunidade macaense

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]subdirector do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, Zhang Rongshun, afirmou que, desde a transferência do exercício de soberania, Pequim tem tratado a comunidade macaense como parte da China, de acordo com o jornal Ou Mun. Zhang Rongshun, que falava na terça-feira passada durante uma visita à Obra das Mães, sublinhou que espera que o território seja aproveitado como plataforma para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, utilizando as suas vantagens linguísticas e culturais de modo a obter melhores resultados nomeadamente no âmbito da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”.

14 Ago 2018

Hong Kong | Pequim contra evento de imprensa, ex-governador fala em censura

 

 

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]uma mensagem enviada à agência noticiosa France-Presse (AFP, o último governador da antiga colónia britânica afirmou: “Não há motivo para censurar as pessoas só porque não gostamos do que elas têm a dizer”.
Andy Chan, líder do Partido Nacional, em campanha pela independência da região administrativa especial de Hong Kong, foi convidado a discursar no histórico clube de imprensa, que regularmente convida personalidades para realizarem conferências abertas a membros e órgãos de comunicação. No entanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês pediu ao FCC para cancelar o evento, indicou a AFP.
Este pedido, o primeiro deste tipo desde 1997, data da transferência de soberania do Reino Unido para a China, surge numa altura em que Pequim continua a reforçar o domínio sobre a antiga colónia que, ao abrigo da lei básica local, goza de liberdade de expressão e poder judicial independente.

Espalhar falácias

A liberdade de expressão é “um dos pilares de uma sociedade aberta que vive no Estado de Direito” e era garantida pelo acordo sino-britânico, lembrou Patten.
“Sempre me opus à ideia de defender a independência de Hong Kong”, disse, embora sempre tenha apoiado “as liberdades locais e a autonomia ao mesmo tempo.” “Não é justo que Pequim se envolva em questões que deviam ser decididas por Hong Kong”, acrescentou.
Num comunicado divulgado na sexta-feira, o Ministério advertiu que se “opõe a qualquer força externa que forneça aos elementos da ‘independência de Hong Kong’ uma plataforma para espalhar falácias”.
Em 17 Julho passado, o Governo de Hong Kong iniciou um processo para ilegalizar o Partido Nacional, fundado em Março de 2016, por considerar estar em perigo a segurança nacional. Na altura, um investigador da organização não-governamental Amnistia Internacional Patrick Poon considerou que a tentativa de banir aquele partido “soa o alarme sobre o que o Governo tentará restringir de uma próxima vez em nome da segurança nacional”.

7 Ago 2018