Sérgio Fonseca DesportoMotociclismo | Faye Ho lança a sua equipa no circuito internacional Precisamente no dia em que a organização do Grande Prémio de Macau anunciava que a 54ª edição do Grande Prémio de Macau de Motos não se realizará este ano, uma das mais reputadas estruturas internacionais do motociclismo da última década era adquirida pela empresária de Macau, Faye Ho [dropcap]A[/dropcap]pós ter apoiado vários pilotos no Grande Prémio de Macau de Motos, a neta de Stanley Ho subiu a parada e comprou o equipamento da equipa Smiths Racing, que cessará actividade no final da temporada de 2020. A FHO Racing irá também “herdar” da Smiths Racing, a estrela britânica Peter Hickman, talvez o mais forte piloto de motociclismo de estrada da actualidade. Entre a Ilha de Man TT, Grande Prémio do Ulster, North West 200 e o Grande Prémio de Macau, Hickman e a Smiths amealharam vinte e um triunfos. “Apoiei pela primeira vez equipas de motociclismo no Grande Prémio de Macau em 2009 e no ano seguinte conseguimos a vitória com Stuart Easton e a PBM”, disse Faye Ho, em comunicado. “O que me impressionou imediatamente nas corridas de duas rodas foi o entusiasmo e paixão que as equipas e os pilotos assumem cada vez que estão em pista. Eu sempre gostei de desportos motorizados e em particular de motociclismo, portanto surgiu a oportunidade de assumir a equipa Smiths e pareceu ser a oportunidade ideal para me envolver. Quando ouvi que a equipa Smith ia abandonar, tendo conhecido o Alan e a Rebecca Smith, os donos da equipa, em Macau, senti que era a altura perfeita para ajudar a dar o passo para construir uma nova equipa.” A FHO irá participar em 2021 no Campeonato Britânico de Superbikes (BSB) e nas principais provas de estrada a nível internacional, sendo esperada obviamente a presença no Grande Prémio de Macau, se as condições assim o permitirem. “Estou entusiasmada para avançar, este é provavelmente o maior desafio que alguma vez realizei e, no final de contas, temos o desejo de querer vencer corridas”, explicou a empresária. Um novo dia Para “Hicky”, que obteve três triunfos no Grande Prémio de Macau, este novo passo na carreira é “algo excitante para mim, para a equipa e também penso que para as corridas no geral, já que ganhamos na Faye uma nova apaixonada dona de equipa. Eu conheço a Faye há já alguns anos como uma generosa apoiante das corridas em Macau e o mais importante é que ela quer que ganhemos. Tive quatro anos fantásticos na Smiths Racing, crescemos juntos como um grupo, obtendo sucessos no BSB e nas estradas, portanto penso que podemos construir a partir daí e irmos para um novo patamar. Após um ano tão mau globalmente, é positivo ter uma nova equipa e um novo patrocinador na arena”. Para além de ter assegurado os serviços de alguns dos técnicos da Smiths Racing, incluindo o chefe de equipa Darren Jones, Hickman conseguiu garantir para a sua equipa as BMW M 1000 RR Superbike. A equipa terá a seu cargo uma parte substancial do desenvolvimento desta máquina que é o primeiro modelo M da BMW Motorrad. O espanhol Xavi Fores irá ser o companheiro de equipa de Hickman nas provas do britânico de Superbikes, enquanto que Alex Olsen fará as provas do britânico de SuperStock 1000.
Sérgio Fonseca DesportoAAMC | Taça é alternativa aos campeonatos de karting e motociclismo A pandemia da COVID-19 teve impacto nos campeonatos de Karting e Motociclismo da Associação Geral Automóvel de Macau – China (AAMC), que está a considerar organizar uma taça até ao final do ano se a situação assim o permitir [dropcap]O[/dropcap] Kartódromo de Coloane, que deveria receber as seis provas dos campeonatos da AAMC, como é habitual, já voltou a abrir portas, mas a associação ainda não organizou qualquer evento desportivo este ano devido às restrições impostas no combate à crise sanitária. Contudo, com cinco meses ainda pela frente, a AAMC está a ponderar uma alternativa para que as actividades motorizadas no território não tenham um ano sabático. Numa comunicação, colocada no seu portal electrónico, a AAMC fez saber que: “Os Campeonatos AAMC de Karting e Motociclismo não se iniciaram devido ao novo coronavírus (COVID-19). Iremos continuar a actualizá-los com as últimas da situação. Se no futuro, com as melhoras em várias condições, iremos organizar uma taça de motociclismo e karting independente. As datas serão anunciadas oportunamente”. Não só as competições do território foram afectadas. A primeira prova internacional de automobilismo da RAEM, que se realiza anualmente no mês de Junho e que conta para o Campeonato Open Asiático de Karting (AKOC na sigla inglesa), foi cancelada logo no mês de Março. O principal evento do Kartódromo de Coloane é, no entanto, o Grande Prémio Internacional de Karting de Macau que decorre tradicionalmente no mês de Dezembro. Do lado dos intervenientes, apesar da vontade de voltar a acelerar seja muita, esta paragem forçada é acima de tudo compreendida dado o cenário actual. “A verdade é que também não podemos fazer nada. Trata-se de uma situação bastante séria e ninguém quer arriscar. É complicado, mas paciência temos que seguir o”, explicou ao HM o piloto Álvaro Mourato, uma habitual presença nas corridas de ‘Mini Bike’. Regras a cumprir Macau não é caso único no continente asiático em que as competições motorizadas estão paradas. Na China Interior, depois do retorno das competições de carácter regional, só se espera o início dos campeonatos nacionais no final do mês de Julho. Na Malásia e Tailândia, dois dos países do sudeste asiático com maior expressão nos desportos motorizados, só retomaram há uma semana as suas competições, mas ainda com muitas limitações e sem eventos de vulto. Para a reabertura do Kartódromo de Coloane, apenas para sessões de treinos por agora, foram impostas várias regras. Os participantes das sessões só têm acesso à pista trinta minutos antes da primeira sessão do dia e só poderão permanecer no recinto trinta minutos após a última sessão. Cada participante terá que preencher um formulário antes de se deslocar ao kartódromo e só poderá levar consigo um mecânico. Todas as pessoas presentes nas instalações têm que usar máscara, serem portadores de um certificado de saúde e terão que respeitar todas as regras do distanciamento social.
Hoje Macau DesportoMotociclismo | Daley Mathison morre na Ilha de Man [dropcap]O[/dropcap] piloto Daley Mathison, que no ano passado tinha feito a estreia no Grande Prémio de Macau de motos, morreu na segunda-feira, após um acidente durante a primeira corrida da prova Ilha de Man TT. O piloto de 27 anos terá perdido o controlo da mota na terceira das quatro voltas ao circuito ilhéu, que tem uma extensão de 60,725 quilómetros. “A última imagem que vi do meu marido foi um homem muito feliz com a vida e que estava muito orgulhoso dos feitos alcançados na carreira”, escreveu a esposa do piloto, Natalie, horas depois do acidente. Apesar dos 27 anos, Mathison já tinha participado em 19 corridas provas da Ilha de Man – cada edição tem várias corridas – e contava com três pódios no currículo. Mathison foi a primeira vítima mortal da edição deste ano da famosa prova de estrada. Em relação à participação do piloto em Macau, no ano passado, o inglês terminou a corrida no 21.º lugar.
Hoje Macau DesportoMoto2 | Miguel Oliveira quer “lutar pela vitória” no Japão [dropcap]O[/dropcap]piloto português Miguel Oliveira pretende “lutar pela vitória” no Grande Prémio do Japão de Moto2, que se disputa no domingo, e recuperar terreno na luta pelo título mundial de motociclismo de velocidade da classe intermédia. O piloto português da KTM acredita que “é possível fazer um bom trabalho” no circuito de Motegi, de que gosta “bastante” e onde já subiu ao pódio, em 2015, na corrida de Moto3. “Na Tailândia foi-me impossível recuperar distância para o Peco [Francesco Bagnaia], mas apesar de tudo foi um excelente resultado. Após a corrida tirei uns dias para descansar e preparar-me para Motegi”, disse o piloto português, em declarações divulgadas pela equipa KTM Ajo. Oliveira chega ao Japão com 28 pontos de desvantagem para o líder do campeonato, o italiano Francesco Bagnaia, que venceu a prova tailandesa, dispondo apenas de quatro provas para recuperar o atraso até ao fim do campeonato, no Grande Prémio da Comunidade Valenciana. “O meu objectivo continua a ser o de lutar por pódios e vitórias até Valência. Confio na minha equipa e na KTM para poder lutar por estes resultados. Mas, neste momento, estamos concentrados em extrair todo o nosso potencial e em fazer um bom trabalho no Japão”, concluiu o piloto de Almada. O Grande Prémio do Japão de Moto2 é a 16.ª prova do Mundial motociclismo de velocidade. No ano passado, Miguel Oliveira terminou em sétimo a corrida disputada no circuito de Motegi, marcada pela chuva. • MAIS INFORMAÇÕES AQUI
Sérgio Fonseca DesportoGP Motos | McGuiness e Jessopp confirmados para Novembro [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Ducati vai tentar revalidar o título do Grande Prémio de Motos de Macau em 2018, tendo confirmado na passada sexta-feira a sua equipa de pilotos que inclui duas caras bem conhecidas da prova. John McGuinness e Martin Jessopp vão defender as cores do construtor de Borgo Panigale contra, o que se espera, uma armada numerosa de motos da BMW, inscritos pela equipa Be Wiser Ducati Racing Team, que na prática não é mais que a estrutura ganhadora Paul Bird Motorsport com o nome diferente, a mesma formação que venceu a prova de Macau em 2017. Depois do triunfo na prova do ano passado aos comandos de uma Ducati 1199S, Glenn Irwin decidiu contra um regresso a Macau este ano. O piloto da Irlanda do Norte afirmou ainda não ter ultrapassado o trauma do acidente que vitimou David Hagerty, o que obrigou Paul Bird a encontrar substitutos à altura. Ao contrário de Irwin, extremamente motivado para regressar ao Oriente está McGuinness, que foi o grande ausente da edição do ano passado por estar a recuperar de um despiste numa sessão de treinos causado por um problema electrónico na sua mota. Recuperado das mazelas desse despiste, o veterano de 46 anos está de volta às lides, tendo triunfado já este ano na Classic TT. McGuinness venceu no Circuito da Guia em 2001, regressando depois ao pódio por diversas ocasiões. Já Jessopp, que em 2016 partiu da pole-position, quererá quebrar o enguiço e tentar vencer entre nós pela primeira vez. O britânico foi presença no pódio da prova em cinco das sete últimas edições da prova, mas nunca subiu ao degrau mais alto do palanque. A confirmação de McGuiness e de Jessopp é uma mais valia para 52ª edição da corrida de motociclismo mais antiga do continente asiático, isto após Michael Rutter já ter atestado ao HM que voltaria à RAEM em Novembro.
Hoje Macau China / ÁsiaAmbiente | Taiwan quer banir mais de 13 milhões de motos até 2035 [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]aiwan anunciou ontem que vai proibir até 2035 as motos movidas a gasolina para combater a poluição ambiental na ilha, prevendo-se a retirada de mais de 13 milhões destes veículos actualmente em circulação. Esta medida, anunciada em comunicado pelo primeiro-ministro insular, Lai Chin-te, visa retira das estradas no território cerca de 13,76 milhões de motos que estão actualmente em circulação, num país com cerca de 23,5 milhões de habitantes. O Governo de Taiwan explicou que vai apoiar os fabricantes locais na transição para veículos eléctricos e inteligentes e oferecer incentivos aos consumidores. Taiwan está comprometida em eliminar a energia nuclear até 2025, o que significa que precisa intensificar a produção de energia renovável, gás natural e de centrais a carvão.
Hoje Macau DesportoGP Áustria | Miguel Oliveira perde liderança no Mundial de Moto2 [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]piloto português Miguel Oliveira, aos comandos de uma KTM, foi ontem segundo classificado no Grande Prémio da Áustria de Moto2, e perdeu a liderança do Mundial de motociclismo de velocidade após 11 provas. No circuito de Spielberg, Oliveira partiu do segundo lugar da grelha de partida e liderou a prova quase até ao final, mas pressionado pelo italiano Francesco Bagnaia perdeu na última curva a vitória. O piloto de Almada lutou ‘metro a metro’ nos instantes finais com Bagnaia, que o ultrapassou e regressou ao comando do campeonato, com 189 pontos, mais três do que Miguel Oliveira, agora segundo, com 186.
Sérgio Fonseca DesportoMotociclismo | Prova de Vila Real pode ajudar portugueses no regresso à Guia [dropcap style=’circle’] M [/dropcap] acau e Vila Real de Trás-os-Montes têm em comum pelo menos uma coisa. Ambas as cidades são conhecidas por organizarem um evento de automobilismo de carácter anual nas suas ruas, fazendo ambas parte do calendário da Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) As chamadas “Corridas de Vila Real” são o mais importante cartaz turístico da cidade transmontana, sendo sem dúvida a sua marca distintiva no panorama Nacional e Internacional, um pouco à imagem do que acontece com o Grande Prémio de Macau. Depois de algumas paragens e interregnos, o Circuito de Vila Real tem sido, desde 2014, uma força na promoção do turismo da região e os organizadores do evento querem aumentar o seu alcance nos próximos anos. Na pretérita edição, os vilarealenses voltaram a realizar mais uma exibição de “duas rodas”, que serviu também de teste à pista para avaliar a possibilidade do regresso das competições de motos a Vila Real, depois das motas terem sido banidas em 1993. “Queremos que isso venha a acontecer, mas queremos ter a garantia de que isso acontecerá com toda a segurança”, salientou à comunicação social o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos. Se Vila Real se conseguir afirmar no mundo do “Road Racing”, as possibilidades da presença portuguesa no Grande Prémio de Motos de Macau vão aumentar certamente. A Federação de Motociclismo de Portugal recebia da RAEM três convites para pilotos portugueses, mas com a introdução de critérios mais exigentes na escolha dos participantes, por parte do Grande Prémio de Macau, o número de representantes lusitanos tem vindo a diminuir ao longo dos anos. O motociclismo de velocidade em Portugal baseia-se essencialmente em competições de circuito e muito raramente há a oportunidade, ou ensejo, para os pilotos lusos participarem nas mais prestigiadas provas de estrada, como a conceituada prova da Ilha de Man ou a North West 200. A presença nestas provas é quase obrigatórias para os pilotos que ambicionem um convite para o Grande Prémio de Macau. Neste momento, André Pires é o único piloto português que reúne as condições para participar na provas de motociclismo da RAEM. “Sem dúvida que, se Vila Real vier a fazer uma prova e o pilotos portugueses participarem, vai ser uma prova tão boa como Ilha de Man ou o Grande Prémio de Macau”, admitiu Pires ao HM. “Estamos a falar de um circuito citadino, com muita qualidade, onde já se faz provas do mundial de Turismos. Assim já fica mais fácil monetariamente para os pilotos portugueses que gostam das Road Racing poderem participar e claro que dá uma grande experiência.” Pires que se iniciou no motociclismo em 2005 para receber o seu primeiro convite para o Grande Prémio de Macau em 2013, numa edição em que foi o melhor “rookie”, reconhece que, se o Circuito de Vila Real voltar a acolher competições de motociclismo de gabarito internacional “ficará mais fácil termos mais que um português a participar em Macau”. Pires na expectativa Apesar de 2017 ter sido uma edição para esquecer para o piloto de Vila Pouca de Aguiar, o actual terceiro classificado no Campeonato Nacional de Superbike espera voltar em Novembro ao Circuito da Guia. O português aguarda pacientemente por receber o convite da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau. “A data começa aproximar-se e vontade não falta, mas ainda não sei se tenho o convite”, explicou André Pires. ao HM. “Espero ter, pois reúno as condições para poder voltar. Espero poder dizer algo em breve.” Na edição de 2017, Pires fez a sua melhor volta na qualificação em 2.32,167 minutos, 9,086 segundos mais lento que o pole-position e vencedor, o irlandês Glen Irwin (Ducati). O piloto de 28 anos acabaria, no entanto, por não alinhar na corrida devido a um problema de motor da sua Kawasaki. Há dois anos, numa edição ganha pelo britânico Peter Hickmann, em BMW, Pires levou uma Bimota, de motor BMW e preparada no Reino Unido, até ao 19º lugar final.
Sérgio Fonseca DesportoRutter acredita no potencial das motos eléctricas no GP Macau A mobilidade eléctrica está cada vez mais a ganhar espaço na nossa sociedade e à conta disso os desportos motorizados vivem um momento de transição. Depois das competições de carros eléctricos promovidos pela FIA, como o Campeonato FIA de Fórmula E que tem no calendário uma corrida nas ruas de Hong Kong, agora é a vez do MotoGP lançar a sua competição mundial de motas eléctricas, a MotoE [dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]orridas de motas eléctricas não são uma novidade. Na famosa prova da Ilha de Man, desde que foi criada a categoria de emissão-zero, em 2010, as motas eléctricas têm sido uma presença regular numa classe à parte. O preparador semi-oficial da Honda, a Mugen, tem investido fortemente nesta classe – fala-se em valores acima dos 30 milhões de patacas por ano – e pilotos bem conhecidos do Grande Prémio de Macau como John McGuiness e Michael Rutter já experimentaram as sensações de conduzir estas máquinas que não pesam mais de 240kg e atingem velocidades acima dos 280 km/h. E quando é que a motas eléctricas terão espaço no Grande Prémio de Motos de Macau? “Obviamente, é difícil prever se acontecerá ou quando”, disse Michael Rutter quando questionado pelo HM, “mas seria muito interessante tentar”, acrescenta o motociclista com mais sucessos no Circuito da Guia e que tem um conhecimento vasto deste tipo de motas, tendo conduzido a Segway MotoCzysz primeiro e agora a ainda mais competitiva Mugen Shinden. Ao contrário dos actuais carros da Fórmula E, que só aguentam meia corrida, Rutter acredita que uma moto de TT seria capaz de completar as 12 voltas do Grande Prémio. Sobre a possibilidade de no futuro a corrida combinar na mesma corrida as motas convencionais, com as motas eléctricas, Rutter, que no mês passado triunfou novamente na TT Zero, diz que tal cenário não é de todo inconcebível. “Definitivamente, isso não seria impossível, dependendo da gestão da potência e a velocidade por volta (das motas eléctricas). Mas só experimentando no circuito de Macau é que seria possível realmente perceber a diferença por volta deste dois tipos diferentes de motos”, remata o britânico. Mais difíceis de domar Mesmo para um piloto de estrada experiente como Rutter, as motas eléctricas têm os seus truques e a transição das motos com motores a combustões requer um ‘mindset’ diferente. “A maior diferença é o ‘feeling’ que tens da mota”, explica o veterano natural de Stourbridge. “Principalmente quando aceleras. Não há o ‘lag’ habitual, não tens de esperar (que a potência seja entregue à roda). Não consegues pôr a roda traseira a patinar”. Dado que são máquinas mais traiçoeiras, Rutter confessa que é preciso “um maior cuidado” para evitar erros, erros que nas corridas de duas rodas e em circuitos de estrada se pagam muito caro. Vem para a nona O recordista de vitórias no Grande Prémio de Motos de Macau está esperançado em regressar no mês de Novembro ao Circuito da Guia, com o intuito de alcançar a nona vitória numa prova que conhece como poucos. O piloto britânico ainda não tem definida a sua participação, nem com que equipa, nem com que mota. “Estou confiante que sim, estou a tentar regressar. Espero lá estar (no Grande Prémio)”, confessa. Nesta última década, Rutter terminou todas as corridas do Grande Prémio no pódio, tendo visto na edição passada a bandeira de xadrez na terceira posição.
Diana do Mar DesportoMotociclismo |Seguradora vai pagar indemnização à família do piloto que morreu no Grande Prémio Os familiares de Daniel Hegarty, o jovem piloto que morreu na edição passada do Grande Prémio de Macau, anunciaram que a seguradora voltou atrás e decidiu pagar a indemnização [dropcap style≠‘circle’]”S[/dropcap]ão notícias fantásticas. Finalmente tivemos boas notícias em relação a toda esta situação, e a família está extremamente feliz com o desfecho deste caso. Ainda não sabemos a quantia exacta que vai ser paga, mas ter havido esta chamada a dizer que pagavam tudo foi fantástico”, afirmou Joe Hegarty, irmão do piloto, ao HM. Depois de a Combined Insurance ter inicialmente recusado pagar, argumentando que o seguro privado de vida apenas previa uma compensação caso Daniel Hegarty morresse na Europa, Estados Unidos, Canadá, Austrália ou Nova Zelândia, a família do piloto lançou uma campanha para recolher donativos para ajudar a na educação das duas crianças que ficaram órfãs na sequência do trágico acidente ocorrido em Macau. A iniciativa foi lançada com o objectivo de angariar 20 mil libras (228 mil patacas), uma meta cumprida em 84 por cento até domingo (16895 libras). A devolução Na sequência da notícia de que a seguradora vai avançar com a indemnização, após terem revisto o caso, os familiares de Daniel Hegarty anunciaram que quem doou dinheiro para a causa pode reavê-lo. “Agora, como anunciei na minha página do Facebook, quem quiser o dinheiro de volta deve contactar-me através do Facebook ou da página do ‘crowdfunding’. Vamos devolver todo o dinheiro a quem o pedir”, indicou Joe Hegarty. “Todo o dinheiro que as pessoas não quiserem de volta, vai, sem sombra de dúvidas, ser utilizado na mesma para a criação do fundo, porque foi com esse propósito que foi doado e vamos utilizá-lo a 100 por cento para o fundo, mesmo que seja uma quantia pequena”, garantiu. O britânico Daniel Hegarty morreu a 18 de Novembro durante o Grande Prémio de Macau, no qual participava pela segunda vez. O piloto, de 31 anos, perdeu o controlo da mota na curva dos Pescadores e acabou projectado contra a barreira. O acidente levou imediatamente ao final da corrida, a seis voltas do final, com o vencedor, Glenn Irwin, a terminar em lágrimas. Esta foi a primeira fatalidade no Grande Prémio de Macau desde 2012.
João Santos Filipe Desporto MancheteFamília de piloto morto no Grande Prémio recolhe donativos para os filhos Daniel Hegarty morreu no ano passado, quando participava no Grande Prémio de Macau. Como a seguradora do piloto recusou fazer qualquer tipo de pagamento, a família lançou uma campanha para ajudar os dois filhos [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] família do piloto que morreu na edição do ano passado do Grande Prémio de Macau, Daniel Hegarty, está a realizar uma campanha para recolher donativos, com o objectivo de ajudar a educar as duas crianças que ficaram órfãs. A iniciativa tem como objectivo garantir 20 mil libras, cerca de 228 mil patacas, e surge após a seguradora ter recusado pagar a compensação pelo seguro privado de vida do piloto. “Este dinheiro está a ser recolhido com o objectivo de criar um fundo, a que os filhos vão poder aceder quando atingirem uma certa idade. O dinheiro vai servir para mais tarde ajudá-los com despesas como educação, caso desejem ir para a universidade, ou situações semelhantes”, afirmou Joe Hegarty, irmão do piloto, ao HM. “Neste momento, a campanha está a correr bem, temos sentido que as pessoas estão a ser fantásticas e estão a ajudar-nos tanto quanto podem. Sabemos que a quantia é muito significativa, mas com o apoio de todos temos a esperança de atingir a meta, para o bem dos filhos do Daniel”, explicou. Quando morreu, Daniel Hegarty deixou dois filhos, Evan, com 10 anos de idade, e Flynn, com três. Até ontem à tarde, a campanha tinha conseguido juntar 48 por cento do montante necessário, ou seja 9.755 libras, ao longo de 20 dias. No total, tinham aderido à iniciativa, através da plataforma JustGiving, um total de 397 pessoas. Segundo o documento que Joe Hegarty disponibilizou ao HM, a seguradora defende que não tem de compensar a família pela morte do piloto, pelo facto de Daniel ter morrido fora da Europa. Explica a companhia Combined Insurance que o seguro em causa apenas compensaria a família caso a morte tivesse ocorrido na Europa, Estados Unidos, Canadá, Austrália ou Nova Zelândia. “A decisão deixou-nos a todos na família extremamente frustrados e desiludidos com a seguradora. Não quiseram assumir qualquer tipo de despesa”, confessou. Joe Hegarty fez questão de frisar que a questão do seguro em nada está relacionadas com a Comissão Organizadora do Grande Prémio: “são situações diferentes. Era mesmo um seguro privado”, clarificou. Tudo pelos filhos Joe considerou ainda o irmão um homem de família, para quem os filhos estavam acima de tudo: “O Daniel era um motociclista com talento e muito comprometido com a condução mas, mais do que isso, foi sempre um pai dedicado aos seus dois filhos”, afirmou. “A campanha pretende amealhar donativos para um fundo que vai ajudar os filhos do Daniel no futuro, uma vez que, infelizmente, o pai não pode estar presente”, reconheceu. O britânico Daniel Hegarty morreu a 18 de Novembro durante a sexta volta do Grande Prémio de Macau. O piloto perdeu o controlo da mota na curva dos Pescadores e acabou projectado contra a barreira. O acidente levou imediatamente ao final da corrida, com o vencedor Glenn Irwin, a terminar em lágrimas devido ao acidente.
Sérgio Fonseca DesportoMotoGP estuda provas em circuitos citadinos [dropcap]O[/dropcap] pequeno mundo do MotoGP, a categoria rainha do motociclismo mundial, recebeu com surpresa a possibilidade do campeonato ter provas em circuitos citadinos num futuro próximo. Todavia, a possibilidade que certamente deixaria muitos fãs locais em estado de êxtase, de Valentino Rossi, Marc Márquez ou Jorge Lorenzo visitarem o Circuito da Guia, é, no mínimo, muito pequena. Numa entrevista ao diário espanhol Expansión, o CEO da Dorna Sports, Carmelo Ezpeleta, revelou que existem planos para uma primeira prova “numa cidade quente”, sendo este, segundo o promotor do campeonato, “um projecto sólido”. No sábado passado, à margem da conferência de imprensa de apresentação da equipa oficial da Yamaha, o promotor do MotoGP revelou ao site oficial do campeonato mais informações sobre o projecto. “É uma ideia que começámos a falar. Estamos a trabalhar com um governo asiático para tentar fazer um circuito semi-permanente com todas as medidas de segurança de um traçado permanente mas com características interessantes. Não penso que o projecto esteja pronto, no mínimo, até dentro de dois anos.” Ezpeleta explicou que este traçado citadino “tem como característica principal, além de ser um circuito com toda a segurança dentro de uma cidade, um paddock que ficará totalmente coberto, integrado num centro de exposições. Assim, durante o Grande Prémio utiliza-se para apoio à corrida, e durante o resto do ano pode ser usado para muitas outras coisas. Isso permitiria ter um paddock climatizado numa zona de muito calor.” Apesar das provas de estrada de motociclismo utilizarem estradas públicas, a única prova de motociclismo a nível mundial num circuito citadino continua a ser o Grande Prémio de Motos de Macau que este ano vai para a sua 52ª edição. Probabilidades baixas Apesar das insistências do HM, a Dorna Sport não respondeu às questões colocadas pelo HM sobre e eventualidade do Circuito da Guia acolher um evento do MotoGP no futuro. Contudo, várias fontes ligadas ao campeonato consultadas pelo HM acham pouco possível, a começar “pela dimensão reduzida do paddock, passando pelo facto do fim-de-semana Grande Prémio acolher actualmente três competições da Federação Internacional do Automóvel”. O circuito citadino da RAEM tem as suas particularidades, por ser “talvez o único evento nos tempos que correm que conjuga automóveis e motociclos no mesmo programa, sendo este basicamente um circuito montado para automóveis”, explicou ao HM, no passado mês de Novembro, Carlos Barreto, o Director de Corrida do Grande Prémio de Motos. Embora o circuito respeite todas as medidas de segurança impostas pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM), nos últimos anos as alterações feitas ao circuito a pensar na segurança dos concorrentes têm sido na sua maioria pensadas para os automóveis. Há também uma série de medidas suplementares que anualmente são implementadas pela Comissão Organizadora para manter uma articulação saudável com a rotina diária da cidade. Tornar isto tudo possível não é tarefa fácil, visto que a prova de motos de Macau, ao contrário das principais corridas de “Road Racing”, como a Ilha de Man TT ou a NW200, obriga a um entendimento com as entidades responsáveis pelas corridas de automóveis. “É necessário muito diálogo interno para se procurar conciliar as propostas da FIA e, por vezes, esse compromisso pode demorar um nadinha mais”, acentuou na altura Carlos Barreto, que deu como exemplo “a passadeira para peões no início da Estrada de São Francisco que foi recolocada uns metros adiante e essa alteração, efectuada a título permanente em 2016, contribuiu para melhorar em termos de segurança esta zona do circuito para os pilotos de motociclos.” Mesmo cumprindo todas as rigorosas normas de segurança, fatalidades, como aquela que manchou a edição de 2017, são impossíveis de evitar e estão intrinsecamente apegadas à natureza da competição. Outras paragens Na mesma entrevista Ezpeleta admitiu que muitos países têm mostrado interesse em receber provas do MotoGP, admitindo que mais de 20 provas por ano é neste momento difícil, apesar de 22 eventos ser o número ideal do ponto de vista do empresário espanhol. No que respeita ao continente asiático, este ano a popular competição das duas rodas passará pela Tailândia, que se estreia no calendário, pela Malásia, que abdicou do Grande Prémio de Fórmula 1, mas não da sua prova de motociclismo, e pelo Japão, um país que é paragem obrigatória dada a fortíssima presença dos construtores nipónicos. Por muito incrível que pareça, a China continua fora do calendário. O MotoGP visitou o circuito de Xangai de 2005 e 2008, mas para além do evento nunca ter sido financeiramente viável para o promotor local, vários problemas com as alfandegas chinesas saturaram a Dorna. Indonésia deverá ser a próxima paragem asiática do MotoGP já em 2019, caso o novo circuito de Palembang, no sul da ilha de Sumatra, esteja pronto atempadamente. A acontecer, este será um regresso do campeonato à Indonésia que até 1997 organizava o seu Grande Prémio de Motociclismo no Circuito de Sentul.
João Santos Filipe Desporto MancheteGrande Prémio | Morte de Hegarty relança debate sobre prova de motociclismo A oitava morte na principal categoria do Grande Prémio de Macau em Motos colocou o debate sobre a segurança do circuito na ordem do dia. Apesar da tragédia, as pessoas ouvidas pelo HM defendem que o futuro da prova não deve ser colocado em causa, mas que é necessário fazer algo para evitar este tipo de tragédias [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] morte do piloto Daniel Hegarty, de 31 anos, durante a corrida do Grande Prémio de Motas voltou a colocar na agenda do dia a segurança no Circuito da Guia. Cinco anos depois da morte de Luís Carreira, piloto português que em 2012 também perdeu vida na Curva dos Pescadores, a segurança no local volta a ser questionada. Isto apesar dos esforços organizativos para reforçar a protecção na zona. Se por um lado, há quem ache impensável que a corrida de motos se deixe de realizar, até pelo seu valor histórico, por outro, há pessoas que simplesmente defendem que a pista não tem as condições de segurança necessária para um evento deste género. Para Paulo Godinho, residente de Macau a viver em Portugal, o circuito da Guia já não tem condições para receber provas de motos, devido à ausência de espaço para instalar escapatórias: “Hoje, como se vê nas provas principais de motociclismo em todo o mundo, os circuitos destinados à modalidade têm de ter enormes escapatórias, o que é impossível de construir em Macau”, começou por explicar, em declarações ao HM, o sociólogo. “Não é aceitável que os praticantes tenham, hoje em dia, protecções cervicais para evitar danos na coluna, em caso de acidente, e depois considerar como normal que possam ser atirados, a 200 km/hora de encontro a um muro de betão”, acrescentou. Produto de Macau André Ritchie tem uma opinião oposta. Para o arquitecto e ex-coordenador do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes é necessário continuar a adoptar medidas de segurança, mas não se deve aceitar de todo o final da corrida de motas. “Sou completamente contra acabar-se com a corridas de motociclos. É um produto genuíno de Macau. Estamos sempre a dizer que Macau tem falta de elementos próprios, por isso mesmo faz ainda mais sentido preservar o Grande Prémio, que é um produto só nosso. Isto é a nossa identidade”, afirmou André Ritchie, ao HM. “Eu defendo que é sempre possível melhorar as condições de segurança. É o facto das pessoas não conhecerem as últimas inovações ao nível da segurança e falarem contra a corrida que me incomoda”, explicou. Opinião que levou a um acesso debate nas redes sociais, foi a de Pedro Coimbra, autor do blog “Devaneios a Oriente”. Contudo, o jurista explica que tem sido mal-interpretado e que nunca quis que as corridas de motos chegassem ao fim. “Eu não defendo o fim das corridas de motos no Grande Prémio, nem tenho conhecimentos técnicos para fazer uma afirmação dessas. O que me mete um bocado de impressão, como espectador, é a sensação de falta de segurança”, vincou Pedro Coimbra, ontem, ao HM. “Acredito pouco em coincidências. No prazo de cinco anos morreram duas pessoas no mesmo sítio. Morreram de uma forma horrorosa. Um pequeno erro, um azar, uma avaria mecânica – que até poderá ter acontecido neste caso – é suficiente para uma pessoa embater imediatamente no muro ou na protecção metálica e haver uma tragédia”, sublinhou. Pedro Coimbra fez questão de sublinhar que não tem conhecidos profundos sobre o tema e que fala na perspectiva de um leigo. Contudo, explica que a impressão que tem das corridas de motas é que “é uma sorte não haver outras tragédias como estas”. Alterações ao circuito A reboque do debate sobre a segurança, há quem defenda que podem ser implementadas alterações ao circuito para fazer com que seja mais seguro para as motos. Também este tópico não gera unanimidade. André Couto, piloto que venceu a prova de Fórmula 3 em 2000, aceita esta solução, caso os pilotos das motos concordem que pode resultar num circuito menos perigoso. “Não sou contra a introdução de chicanes para fazer com que os pilotos abrandem em certos sítios do circuito. Mas uma decisão dessas tem de ser tomada depois de ouvir os próprios pilotos. São eles que estão na pista e sabem o que é melhor”, disse André Couto ao HM. “Há eventos no exterior em que quando corre uma categoria metem uma chicane amovível na pista. A chicane é depois retirada quando são realizadas corridas de outras categorias. Acho que se podem encontrar outras soluções de segurança, como as chicanes, mas também é preciso estudar bem se essa é a melhor solução e saber se os pilotos estão de acordo”, acrescentou. Por sua vez, André Ritchie é contra a introdução de alterações ao traçado do circuito, que defende ser património de Macau e que precisa de ser protegido. Para o antigo director do GIT é mesmo necessário classificar o circuito da Guia. “O Grande Prémio é património de Macau, tal como o circuito da Guia, e deve ser protegido. Há pessoas que dizem que se colocava antes da Curva dos Pescadores uma chicane. Mas não se pode fazer isto, estamos a falar de património. O Circuito da Guia manteve-se inalterado ao longo destes anos todos e devia manter-se assim”, defende André Ritchie. “Também não vou às Ruínas de São Paulo pedir para colocarem uns ventiladores por causa da circulação do ar. Não podemos fazer isso. Qualquer mudança no circuito deve ser feita com pinças. Mas há alternativas e podemos sempre melhorar, mantendo a corrida”, frisou. Ritchie colocou também a hipótese, que admite precisar de ser estudada, de recuar as barreiras na zona da Curva dos Pescadores. O objectivo passa por ganhar espaço para colocar mais materiais absorventes de eventuais impactos, como barreiras de pneus. Desporto perigoso No que as pessoas ouvidas pelo HM parecem unânimes é no facto das corridas envolverem sempre um risco. “É preciso compreender a modalidade. Os riscos que a modalidade implica. O desporto motorizado, de forma geral, é perigoso. Não é por acaso que até os espectadores são avisados no verso do bilhete sobre os perigos de assistir às corridas. Este desporto é perigoso e há que ter consciência disso”, diz Ritchie. Por sua vez, André Couto recorda que no caso em concreto das motas que o piloto faz sempre parte do primeiro impacto, em caso de acidente: “Mesmo com muita segurança, quando se bate a 200 e tal km/h, no caso das motos, e ao contrário dos carros, o piloto que faz parte do primeiro impacto. Mesmo que se evolua na segurança das pistas, acredito que este tipo de acidentes vai continuar a acontecer”, apontou. “O circuito da Guia não é propício para as quedas a grandes velocidades” acrescenta. São estas características que fazem com que Paulo Godinho acredite que as mortes nunca serão uma excepção: “Com as características do circuito da Guia, [as mortes] não serão nunca a excepção mas sim uma triste regra, se não se acabar, definitivamente, com as provas de motociclismo”, apontou. Mortes no Grande Prémio de Motociclos Ano Piloto Local de Nascimento 1973 Shea Lun Tsang Hong Kong 1977 Lam Sai-Kwan Hong Kong 1983 Chan Wai Chi China 1993 Tung Sai-Wing Hong Kong 1994 Katsuhiro Tottori Japão 2005 Bruno Bonhuil França 2012 Luís Carreira Portugal 2017 Daniel Hegarty Reino Unido Alexis Tam comprometido com a segurança Após a morte de Daniel Hegarty, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, prometeu que a organização vai continuar a fazer os seus melhores esforços para aumentar os níveis de segurança no circuito. O também presidente do Comité de Organização do Grande Prémio de Macau garantiu ainda que não existe a intenção de acabar com a prova de motos. Por outro lado, Alexis Tam recordou a história e importância do evento de motociclos para o Grande Prémio, que se realiza há 51 edições. O japonês Hiroshi Hasegawa, em 1967, foi o primeiro vencedor da prova de motos. André Couto admite admiração pelas motos André Couto é o único piloto de Macau a ter vencido o Grande Prémio de Fórmula 3, no ano de 2000. Porém, e apesar de ter igualmente competido nos GT e carros de turismo, Couto reconhece que sempre sentiu uma grande admiração pela prova de motociclos. “Não estou muito por dentro do mundo das motas, mas uma das partes do meu gosto pelas corridas do Grande Prémio de Macau deve-se muito às motas. Era uma das categorias que mais gostava de ver, em criança. Lembro de ver o Ron Haslam ou o Kevin Schantwz e algo passou para mim, também um pouco pelas motos”, reconhece o piloto de 40 anos. “O circuito da Guia ficou conhecido por ser muito rápido, perigoso e que não perdoa qualquer erro. O Grande Prémio de Motos veio contribuir para essa fama”, frisou. Ilha de Man : 255 pilotos mortos No topo dos circuitos mais mortais está o Snaefell Moutain, localizado na Ilha de Man, no Reino Unido, com um total de 255 fatalidades só entre pilotos. Este número tem em conta as diferentes provas que se realizam no traçado rural, que tem uma extensão de 60,72 quilómetros. A prova mais conhecida disputada no circuito é a International Isle of Man Tourist Trouphy Race, e tem no palmarés vencedores como John McGuinness, Michael Rutter, ou Ian Hutchinson, corredores que também já triunfaram em Macau.
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de Macau51º Grande Prémio de Motos de Macau – Vitória amarga O Circuito da Guia voltou a mostrar-se este fim-de-semana impiedoso e, por mais sofisticadas e aperfeiçoadas que sejam as medidas de segurança impostas, a crueza é ainda uma característica intrínseca dos desportos motorizados [dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]lenn Irwin venceu a 51ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau que fica marcada pelo acidente mortal do inglês Daniel Hegarty. Na quinta volta da tradicional prova de sábado à tarde, o piloto inglês, que participava pela segunda vez na prova, perdeu o controlo da sua Honda CBR1000RR na Curva dos Pescadores. A corrida foi prontamente interrompida, para prestar os primeiros socorros ao piloto da TopGun Racing, que foi rapidamente transportado para o Centro Hospitalar Conde São Januário, onde iria chegar já sem vida. A corrida não recomeçou e a cerimónia do pódio foi realizada com enorme pesar. Para segundo plano forçosamente fica a parte desportiva do evento deste ano, onde Glenn Irwin e a sua Ducati 199RS mereciam todo o destaque. Ainda na sexta-feira o piloto da Irlanda do Norte entrou para o livro dos recordes do Grande Prémio, ao rodar em 2:23.081, um tempo que para além de lhe ter dado a pole-position, tornou-se o recorde a melhor volta ao Circuito da Guia. Irwin destronou o antigo recorde de Stuart Easton que já levava sete anos. Apesar da ameaça de chuva que pairou sobre Macau no sábado, a corrida realizou-se como o previsto, com a pista seca e condições climatéricas adequadas. Irwin fez um bom arranque, defendendo-se dos vários ataques de Peter Hickman, o vencedor das duas últimas edições, e que na primeira volta ainda chegou a liderar. Enquanto Michael Rutter desceu de terceiro para quinto na partida, Martin Jessopp geria a sua corrida atrás dos dois primeiros, procurando o primeiro triunfo na corrida. O piloto da bem afinada Ducati vermelha da Paul Bird Motorsport, que soube como tirar proveito da melhor performance dos pneus Metzeler sobre os Dunlop que equipavam os rivais das favoritas BMW, conseguiu sacudir a pressão de Hickman e já tinha conseguido uma vantagem de um segundo para o seu principal adversário nas cinco voltas realizadas e que lhe valeram o primeiro triunfo entre nós. Contudo, esta foi uma vitória sem nada para festejar. “O que temos hoje não é uma celebração. As corridas são irrelevantes. Esta é uma forma muito triste de ficar no topo do pódio com champanhe aberto. É um fim muito triste”, disse, em lágrimas, Irwin no final da prova. Michael Rutter, que conseguiu ultrapassar Jessopp e Connor Cummins, completou o pódio. Óbito | Daniel Hegarty (1986-2017) Daniel Hegarty, de 31 anos, casado e pai de duas crianças menores, não era um dos nomes sonantes da prova, mas era um experiente piloto de corridas de estrada e uma das esperanças do motociclismo da especialidade do Reino Unido segundo a imprensa especializada. Na sua segunda participação na prova, Hegarty qualificou-se no 15º lugar, onde rodava quando perdeu o controlo da sua mota na Curva dos Pescadores e chocou violentamente contra as barreiras de protecção. De acordo com o comunicado da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, “o corredor britânico sucumbiu aos ferimentos quando seguia na ambulância a caminho do Hospital Conde São Januário”. Segundo o coordenador da Comissão Organizadora, Pun Weng Kun, o piloto “sofreu ferimentos graves” e foi de imediato transportado para o hospital. A comissão contactou com a família e membros da equipa garantindo que lhes será prestada toda a assistência. A última fatalidade no Grande Prémio de Macau de Motos tinha acontecido em 2012, quando o português Luís Carreira perdeu a vida na mesma curva na primeira sessão de qualificação. Triste fado lusitano André Pires, o único piloto português da “metrópole” a participar na 64ª edição do Grande Prémio de Macau, não chegou a alinhar na corrida de motos, devido a um problema na sua montada. “Infelizmente é um dos dias mais tristes da minha carreira. Até agora nunca tive um caso de uma corrida em que eu não pudesse alinhar e sempre fizemos tudo para correr”, disse o piloto de Vila Pouca de Aguiar ao HM. “Há coisas que nos ultrapassam, sem dúvida. No warm-up tivemos uma avaria no motor e não temos como prosseguir. Ainda tentámos fazer tudo, mas não temos as peças suplentes.” O piloto transmontano, que se qualificou no 23º lugar entre vinte e oito concorrentes, estava satisfeito com os resultados obtidos até ao problema. “Conseguimos melhorar, até baixei cinco segundos a minha melhor volta. Estava mesmo muito perto do meu melhor tempo e de bater o meu próprio recorde”, explicou, acrescentando que, apesar dos meios limitados ao seu dispor, espera voltar em 2018: ”Espero que surja aí qualquer coisa para que no ano que vem estejamos cá com mais força.” Quanto à Kawasaki ZX10R do Team of Portugal, essa “vai agora para Portugal, fica arrumada e para o ano vamos ver. Esta é uma mota com que corremos em Portugal. Fez a época toda sem problemas mas chegou aqui e aconteceu isto. É triste e não há explicação. Se tivéssemos um motor suplente ainda podíamos ter tentado trocar, mas não temos. Nem dinheiro, nem motor…”
Sérgio Fonseca Desporto Grande Prémio de Macau51º Grande Prémio de Motos de Macau: Irwin esmaga favoritos Rutter e Hickman [dropcap style≠’circle’]G[/dropcap]lenn Irwin não esteve com contemplações e na sessão de qualificação de ontem esmagou os favoritos do Grande Prémio de Motos de Macau. O piloto da Ducati vermelha impôs-se a Michael Rutter em 1,462 segundos e deixou Peter Hickman, o vencedor da edição de 2016, a 1,952 segundos. O piloto da Irlanda do Norte já tinha mostrado ao que vinha nos treinos-livres, mas foi na qualificação, que encerrou o programa do primeiro dia do Grande Prémio, que verdadeiramente impressionou. Contudo, resta saber quanto Rutter, que parou dez minutos antes da sessão acabar, e Hickman esconderam no dia de ontem e o que ainda realmente dispõem as suas BMW para contra-atacar a ofensiva inicial da mota italiana. Irwin rodou em 2:24.310, ficando a apenas sete décimas do recorde da pista. “A pista ainda está um pouco suja, mas vai melhorar. Ainda há algumas coisas que podemos fazer na mota. Por exemplo, estamos a ter muita aderência na zona central do pneu. Ter aderência é bom, mas assim estou a perder tempo. Amanhã talvez use um pneu diferente, mais duro”, disse o piloto da reputada equipa Paul Bird Motorsport. Conor Cummins e Martin Jessopp, dois outros veteranos do Circuito da Guia, foram quarto e quinto respectivamente, com Derek Sheils a surpreender ao ser sexto. O português André Pires marcou o 26º tempo, a 13,281 segundos da marca registada pelo herói do dia. Os pilotos das duas rodas abrem hoje pelas 7h30 as hostilidades do segundo dia do Grande Prémio ao disputarem a sessão de qualificação final que determinará a grelha de partida para a corrida de sábado à tarde.
Sérgio Fonseca DesportoAndré Pires já tem convite do 51º Grande Prémio de Motos [dropcap style≠’circle’]P[/dropcap]ortugal vai estar novamente representado no Grande Prémio de Motos de Macau. Apesar das dificuldades que têm os pilotos portugueses em ser aceites no evento, devido aos rígidos critérios de selecção da prova do território, pelo menos um motociclista luso está praticamente confirmado à partida: André Pires. O piloto natural de Vila Pouca de Aguiar, em Trás-os-Montes, que este ano está a disputar o Campeonato Nacional de Velocidade, na classe SuperBikes, aos comandos da Kawasaki ZX 10RR da equipa Kawasaki Oneundret Racing Team, está a preparar-se para participar naquele que é o maior evento de motociclismo do Sudeste Asiático. A presença da representação lusitana está todos os anos pendente do número de convites que as entidades de Macau endereçam à Federação de Motociclismo de Portugal (FMP), mas Pires, que é o único motociclista português da actualidade que cumpre os critérios de selecção da prova, já tem o que carimbo que precisa para estar à partida. “O convite já está confirmado. Agora estou a trabalhar na equipa que vou levar”, atestou Pires ao HM. O ano transacto, numa edição ganha pelo britânico Peter Hickmann, em BMW, Pires levou uma Bimota, de motor BMW e preparada no Reino Unido, até ao 19º lugar final. Para a edição deste ano o piloto português está “a trabalhar para levar uma equipa totalmente portuguesa. Acho que é mais fácil em todos os sentidos. Assim vou mais à-vontade e com uma mota que conheço.” Tão ou mais importante que assegurar uma máquina competitiva para a prova de Novembro, Pires está também a trabalhar arduamente para tentar “reunir os necessários patrocinadores para ajudarem a concretizar este ambicioso projecto”. O 64º Grande Prémio de Macau decorre entre os dias 16 a 19 de Novembro do corrente ano. Team Portugal é objectivo da Federação Portuguesa O Grande Prémio de Motos de Macau continua a despertar bastante interesse em Portugal e a FMP gostava de no futuro contar com uma participação mais numerosa. “Gostávamos de participar com o Team Portugal com dois pilotos, mas infelizmente não temos mais nenhum piloto que cumpra com os requisitos de participação”, disse ao HM o Vice-presidente e responsável pela Comissão de Velocidade da FMP, o Coronel Armando Marques. “Actualmente acredito que os pilotos portugueses consigam obter tempos para se qualificarem para a corrida”, explicou o dirigente federativo, acrescentando que o problema “reside no cumprimento dos requisitos definidos pela organização do Grande Prémio de Macau para a elegibilidade de participação que nós compreendemos e, obviamente, aceitamos.” O motociclismo de velocidade em Portugal baseia-se essencialmente em competições de circuito e muito raramente há a oportunidade, ou ensejo, para os pilotos lusos participarem nas mais prestigiadas provas de estrada, como o Grande Prémio de Macau, a conceituada prova da Ilha de Man ou a North West 200. “A maioria dos pilotos portugueses, com uma ou outra excepção, quando opta pela internacionalização é pela participação em provas de campeonatos do Mundo ou da Europa, em vez da participação nas corridas de Road Racing”, explica o Coronel Armando Marques, que salienta que ”devemos manter uma ligação “muito especial” com Macau e com o seu Grande Prémio, por isso, este é um assunto que temos de dar uma outra atenção no futuro próximo”. Portugal neste momento não tem qualquer evento de motociclismo de estrada, mas os organizadores do Circuito de Vila Real, onde até 1993 se realizaram provas de motociclismo de velocidade, estão a estudar a possibilidade de ressuscitar o evento no traçado citadino que já recebe uma etapa do WTCC. Na edição deste ano do evento transmontano foi realizada uma demonstração que foi acolhida com bastante entusiasmo pelo público e participantes.
Sérgio Fonseca DesportoMotos | Stuart Easton poisa o capacete [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]conteça o que acontecer até Novembro de 2017, uma coisa é certa, a lista de inscritos do 51º Grande Prémio de Motos de Macau será mais pobre. O tetra-vencedor da prova de motociclismo da RAEM, Stuart Easton, anunciou que aos 33 anos irá pousar o capacete e dedicar-se à família e ao negócio de venda de automóveis dos pais. Depois de 18 anos a competir ao mais alto nível, onde somou dois títulos de campeão britânico da categoria de Supersports, Easton teve dois acidentes graves na sua carreira, um deles, em 2011 na North West 200, em que esteve em estado crítico. O susto não o demoveu e o escocês continuou a correr nos palcos mais importantes da velocidade a nível mundial. Easton venceu no Circuito da Guia de 2008 a 2010, voltando a repetir o triunfo na edição de 2014. Este ano, na sua despedida de um circuito que tantas alegrias lhe deu, o “Ratboy”, como era conhecido no meio, terminou a corrida na sexta posição, aos comandos de uma BMW. Easton despede-se do Grande Prémio, mas continua a ter o recorde da melhor volta ao traçado da RAEM em duas rodas, ao ter rodado em 2:23.616 na edição de 2010 com uma Kawazaki. Em declarações à revista Bike Sport News, a quem deu a entrevista de anúncio da despedida das pistas, Easton lembrou a surpresa que foi correr no Circuito da Guia pela primeira vez. “Quando fui a Macau pela primeira vez, não sabia o que era uma corrida citadina. O McGuiness falou nisso e eu pensei que correr de motas no Inverno era uma grande ideia e estava pronto – não foi preciso muito para me persuadir. Quando lá cheguei é que fiquei a perceber o que era um circuito citadino. Mas isto foi na época pré-internet e ninguém me disse como seria…”
Sérgio Fonseca DesportoFederação de Motociclismo de Portugal quer manter quota no GP Motos No próximo mês de Novembro Macau celebra o seu 50º Grande Prémio de Motos, um evento que será tão relevante para a RAEM, como também o é para Portugal, onde o evento goza de muitos aficionados. Mantendo a boa relação com as entidades responsáveis da RAEM, que dura deste o tempo da Administração portuguesa do território, a Federação de Motociclismo de Portugal (FMP) quer estar representada à altura na celebração da quinquagésima edição. André Pires e Nuno Caetano foram nos dois últimos anos os únicos representantes de Portugal na prova. Caetano, que o ano passado se viu privado de participar na corrida do Circuito da Guia devido a uma lesão na clavícula, após se ter qualificado em 30º, anunciou em Fevereiro o abandono das pistas. Na sua página oficial da rede social Facebook, o experiente piloto português, 24º classificado no Grande Prémio de Macau em 2013 e nome habitual nas principais provas de estrada mundiais, revelou que decidiu pendurar o capacete para se dedicar totalmente à sua vida profissional e familiar. Contudo, a FMP está confiante que se irá manter bem representada no evento de fim de época. “A participação de pilotos portugueses no Grande Prémio de Macau está dependente do amável convite da Comissão Organizadora do Grande Prémio à FMP. Satisfeito este pressuposto, o que nos agradaria seria de, pelo menos, manter a participação dos anos anteriores”, explicou ao HM Armando Vieira Marques, Director-Geral e Membro da Comissão de Velocidade da FMP. Tudo sobre rodas Apesar da ausência certa de Caetano e dos rigorosos critérios de selecção de participantes, o dirigente português está tranquilo quanto à qualidade da participação lusitana na prova, pois existem “outros pilotos que já participaram no Grande Prémio de Macau e que poderão cumprir com os critérios de elegibilidade”, diz. Poucos dias depois de Caetano ter dito adeus à competição, André Pires aproveitou para, também na rede social Facebook, revelar que um dos seus projectos para 2016 será competir no TT da Ilha de Man, a prova rainha da especialidade. Pires, que está mais habituado à competição em autódromos no Campeonato Nacional de Velocidade, onde foi campeão de Superbike em 2014, para além de contar com dois título nacionais em 125GP e SuperStock 600 no seu currículo, ainda não definiu onde correrá este ano, mas é praticamente presença confirmada na prova de Macau se Portugal mantiver a quota de dois convites. O motociclista de Vila Pouca de Aguiar foi 20º classificado na edição passada do Grande Prémio, aos comandos de uma Yamaha, tendo logo na altura deixado claro “querer vir cá outra vez” este ano.
Sérgio Fonseca DesportoPatrícia Fernandez quer correr no GP Macau Motos [dropcap style=’circle’]A[/dropcap] norte-americana Patrícia Fernandez quer ser a primeira senhora a competir com uma Superbike no Grande Prémio de Macau de Motos. A edição deste ano deverá novamente atrair os nomes sonantes das provas de estrada e reunir em Macau as habituais estrelas internacionais desta corrida tão peculiar. Contudo, aquela que é uma das mais populares corridas do programa poderá ter ainda este atractivo mediático adicional. Para melhor preparar a difícil aventura que tem pela frente, a nativa de Oklahoma, que vai para a sua terceira temporada como profissional, está a considerar participar com uma moto de 1000cc na célebre prova Ilha de Man TT, onde espera assumir-se internacionalmente como uma corredora de Superbikes, depois de duas temporadas a tripular uma Yamaha YZF-R6 600cc no campeonato MotoAmerica Superstock 600. Mas como a corrida urbana na dependência da coroa britânica também exige uma preparação escrupulosa, a latina de 30 anos viajou no passado fim-de-semana até Philip Island, na Austrália, para disputar a prova de abertura do Campeonato Australiano de SuperBikes. Num circuito que desconhecia, Fernandez terminou as três corridas na mesma volta do vencedor, tendo obtido um honroso 22º lugar, entre 34 participantes, como o seu melhor resultado. Apesar das dificuldades em encontrar patrocinadores para financiar esta nova fase da sua carreira, Fernandez espera conseguir ter verba para correr em Novembro no Circuito da Guia. Aliás, este é um objectivo que já tinha o ano passado e apenas a restrita regulamentação da prova do território travou as intenções da primeira motociclista norte-americana a competir no exigente Grande Prémio Ulster. “Tentamos correr no Grande Prémio de Motos de Macau o ano passado”, disse Fernandez em entrevista ao site Roadracingworld.com. “A razão para eles não me aceitarem foi porque eu não tinha qualquer experiência profissional de Superbikes”. Já com os olhos na sua próxima prova, a Daytona 200, nos EUA, Fernandez vai somando importante quilometragem para ser aceite pela organização desportiva do Grande Prémio de Macau e assim homenagear o seu namorado e ex-piloto Dane Westby, que faleceu tragicamente no início do ano passado num acidente rodoviário. O Grande Prémio de Motos de Macau comemora este ano o seu quinquagésimo aniversário. Este acontecimento marcante só por si irá proporcionar uma atenção suplementar sobre a única corrida de duas rodas que resta do programa do evento motorizado da RAEM.